RESUMO
O sistema prisional deveria ter como objetivo além de punir os transgressores
das leis, ofertar a reabilitação e a reinserção do apenado à sociedade, mas na
prática o que se vê no Brasil são os autos índices de reincidência criminal,
denunciando a incompetência tanto do Estado quanto da sociedade para
alcançar a tão necessária ressocialização. Partindo desse ponto de vista, a
atual pesquisa pretende conhecer as medidas existentes para a realização do
processo de ressocialização dos egressos do sistema prisional brasileiro. Para
tanto foi realizado uma pesquisa bibliográfica na qual revisamos a literatura
existente sobre o sistema prisional, sua finalidade e falhas, e sua contribuição
para a ressocialização dos egressos. Buscamos reunir dados a respeito da
qualificação profissional e trabalho prisional ofertados pelo sistema prisional
aos apenados e egressos, constatando-se a importância dessas atividades,
que embora não sejam suficientes para a ressocialização efetiva, contribuem
positivamente nesse processo, considerando a falta de estudos e qualificação
profissional que os apenados apresentam, juntando-se a isto a falta de oferta
de emprego e o preconceito da sociedade. Nessa pesquisa ficou claro que
governo e sociedade devem unir esforços para que o sistema prisional
brasileiro possa cumprir seus objetivos, quais sejam punir os transgressores
das leis bem como a ressocialização dos mesmos. E a psicologia pode
contribuir com esses objetivos empenhando-se em compreender os agentes
que levam as transgressões e buscando formas de combatê-los desde o início.
Palavras-chaves: Apenados. Egressos. Ressocialização.
1.2 Problematização
Graças às falhas existentes no processo de execução penal no Brasil, o
que se vê no lugar da ressocialização é o aumento da reincidência, que por
consequência, contribui para a superlotação carcerária. As penalidades
aplicadas não são eficazes no combate e prevenção à criminalidade, deixando
de fornecer segurança à sociedade. Ao apenado não é ofertado o preparo
necessário para seu convívio em sociedade, uma falha tanto do Estado, que
não oferece capacitação adequada aos agentes responsáveis pelo
cumprimento das penalidades quanto da sociedade que se exime das suas
responsabilidades.
A Lei de Execução penal (LEP), em seu artigo 10 diz que, a assistência ao
preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar
o retorno à convivência em sociedade. E no artigo 11 estão especificados os
tipos de assistência, sendo elas, material; à saúde; jurídica; educacional; social;
religiosa.
Como vemos, a LEP não contempla a assistência psicológica, nem mesmo
em seu artigo 14 referente à assistência à saúde, que contempla apenas o
caráter preventivo e curativo do atendimento médico, farmacêutico e
odontológico. Como se fosse possível falar em saúde sem considerar os
aspectos biopsicossociais do indivíduo, que em se tratando da população
carcerária e seus egressos, estão totalmente comprometidos.
Isto posto, queremos entender as formas que a psicologia tem encontrado,
quais as suas estratégias, mesmo não estando prevista na lei, para
compreender o processo de ressocialização e ajudar aos egressos do sistema
prisional a se manterem fora das grades, e como tem buscado ressocializar
indivíduos que nunca foram socializados, fazem parte de uma classe menos
favorecida e sempre estiveram às margens da sociedade, onde as políticas
públicas ao longo dos anos não os alcançaram, causando o panorama atual de
uma população carcerária que continuará às margens da sociedade caso não
aja uma cooperação entre o poder público e a sociedade para inverter esse
quadro.
Desse modo formulamos uma pergunta de pesquisa “Quais as
contribuições da psicologia para entender e efetuar a ressocialização de
egressos do sistema penitenciário brasileiro?”.
1.4 Objetivos
1.4.1Objetivo Primário
Investigar na literatura os impactos da ressocialização de egressos do
sistema penitenciário.
1.4.2 Objetivos Secundários
Identificar os obstáculos encontrados pelos egressos à reintegração social.
Conhecer as estratégias utilizadas pelos egressos para contornar as
dificuldades encontradas na sua ressocialização.
Refletir sobre os desafios do processo de ressocialização tanto para o
egresso quanto para a sociedade que o recebe de volta.