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Teoria Geral Dos Contratos

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Teoria Geral dos Contratos

Os contratos são de natureza bilateral ou plurilateral, representam convenções de


direito pelas quais alguém pode ser constrangido a dar, fazer ou não fazer alguma
coisa, deve atender aos requisitos elencados no artigo 104 do CC, para que a
vontade manifestada pelas partes possa valer no mundo jurídico. São eles:
Requisitos Objetivos - licitude do objeto, que deve ser possível, determinado ou
determinável; probabilidade física ou jurídica do objeto. Requisitos subjetivos-
existência de duas ou mais pessoas; capacidade das partes contraentes para
exercer os atos da vida civil; capacidade típica para contratar (legitimação para
executar o negócio jurídico); concordância das partes acerca da existência e
natureza do contrato, do seu objeto e das cláusulas que o formam. Requisitos
Formais- aqueles referentes à forma do contrato, pois qualquer ato jurídico deve
realizar-se na forma prescrita ou não defesa em lei.

Princípios Contratuais
*Autonomia da vontade: ampla liberdade contratual é o poder dos contratantes
de disciplinar seus interesses livremente por acordos de vontades, desde que
observada à ordem jurídica, pois não são admitidos contratos provenientes de
erro, dolo, coação ou outros vícios, podendo ser anulados como prevê o
artigo 171, II do CC.

*Princípio da obrigatoriedade: o contrato desde que observados os requisitos


legais, torna-se obrigatório para os contratantes, constituindo lei entre as partes,
não se podendo desvincular se não por outro contrato que rescinda ou altere o
anterior, estando às partes obrigadas ao cumprimento do contrato (pacta sunt
servanda - os pactos devem ser cumpridos).

*Relatividade dos efeitos do contrato: dispõe que as estipulações do contrato


só têm efeitos entre as partes contratantes, não atingindo terceiros estranhos ao
negócio jurídico. OBS: Há algumas exceções: (i) dos herdeiros universais do
contratante que, embora não tenha participado da celebração do contrato, sofrem
seus efeitos, porém, a obrigação assumida pelo de cujus não lhes será transmitida
além da herança; (ii) da estipulação em favor de terceiros, do contrato por terceiro
e do contrato com pessoa a declarar, que podem estender seus efeitos a outras
pessoas alheias à celebração do contrato, constituindo a elas direitos ou deveres
(como é o caso do seguro de vida).

*Boa-fé objetiva: Para que haja segurança jurídica nos contratos, faz-se
imprescindível que as partes celebrem o negócio com lealdade, honestidade,
probidade, honradez, confiança recíproca (procedam com boa-fé). Uma das
funções mais importantes da boa-fé objetiva é a proibição de que, qualquer uma
das partes de agir em contradição com o que foi assumido anteriormente, e que
um direito não exercido durante determinado lapso temporal deixa de existir e
não poderá mais ser cobrada, a prática continuada de certo ato gera nascimento de
direitos e, por fim, a proibição de que a uma das partes quebre o contrato e exija
da outra o cumprimento de sua obrigação.

Princípio da função social do contrato: mostra-se um elemento


indispensável para a garantia do justo equilíbrio social, que se torna um limite
para a liberdade de contratar (autonomia da vontade), é de suma importância para
que os interesses individuais não ultrapassem os interesses coletivos e sociais,
levando para as relações contratuais mais justiça e igualdade.

Princípio do equilíbrio econômico: Permite aos contratantes recorrerem ao


poder judiciário para alterar o contrato acordado anteriormente em situações
específicas geradas por fatores externos que levem uma das partes a ter
onerosidade excessiva ou enriquecimento sem causa.

Teoria da imprevisão: que consiste na possibilidade de requerimento ao juiz


de desfazimento ou revisão forçada do contrato caso ocorra fato extraordinário
imprevisível que justifique a alteração contratual, o devedor pode pedir ao juiz que
o isente da obrigação, parcial ou totalmente se a sua prestação se tornar
exageradamente onerosa. São aplicadas em casos excepcionais e se preenchidos
certos requisitos: vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de
trato sucessivo; ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; considerável
alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto
com o momento da celebração; onerosidade excessiva para um dos contratantes e
vantagem exagerada para o outro.

Formação dos Contratos

Possui três fases a formação dos contratos, no qual a primeira fase é a pré-
contratual (composta por três atos, NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES, PROPOSTA/
OFERTA e por último a ACEITAÇÃO, e logo depois de adimplidas todos esses atos
estará celebrado o CONTRATO). Segunda fase contratual quando ocorre de fato a
prestação do contrato, e por ultimo a fase pós-contratual.

Manifestação da vontade: mais importante requisito de existência do negócio


jurídico, aquele no qual a vontade se exterioriza por meio da declaração. Assim o
requisito é a DECLARAÇÃO da vontade, que pode ser expressa ou tácita.

Negociações Preliminares: O contrato resulta de duas manifestações de


vontade: a proposta (oferta) e a aceitação. A primeira dá início à formação do
contrato, a maior parte das vezes, a oferta é antecedida de uma fase de negociações
preliminares, também denominada fase da pontuação. Nesta fase como as partes
ainda não manifestaram a sua vontade, não há nenhuma vinculação ao negócio.
Portanto ambas podem afastar-se, alegando desinteresse sem responder por
perdas e danos, pois não geram obrigações para qualquer dos participantes.
Mas fazem surgir deveres jurídicos para os contraentes, decorrentes da incidência
do princípio da boa-fé, sendo os principais dos deveres de lealdade e correção, de
informação, de proteção e cuidado e de sigilo, no qual a violação desses deveres é
que gera a responsabilidade do contraente (culpa aquiliana- no caso de um deles
induzir no outro a crença de que o contrato será celebrado, levando-o a despesas
ou a não contratar com terceiro etc., e depois recuar causando-lhe dano).
O princípio da boa-fé, durante as tratativas, é fonte de deveres de esclarecimento,
situação que surge seguidamente quando uma das partes dispõe de superioridade
de informações ou de conhecimentos técnicos, que devem ser repassados
amplamente e de forma compreensível à contraparte, para que esta possa decidir
com suficiente conhecimento de causa. Também surgem deveres de lealdade
decorrentes da simples aproximação pré-contratual. Censura-se assim quem
abandona inesperadamente as negociações já em adiantado estágio, depois de
criar na outra parte uma expectativa de celebração de um contrato para o qual se
preparou e efetuou despesas, ou em função do qual perdeu outras oportunidades.
A violação a esse dever secundário pode ensejar indenização, por existir uma
relação obrigacional, independentemente de contrato, fundada na boa-fé.

OBS.: Código Civil: Não vincula as cláusulas eventuais do contrato, pois não foi
instituído com uma carga definitiva, o proponente não estará vinculado a obedecer
a essas cláusulas preliminares. Já no CDC o art.48 a negociação preliminar vincula
o fornecedor a obedecer a eventuais pré-cláusulas.

Proposta, Oferta, Policitação: É o segundo elemento da formação do contrato,


no qual a proposta deve conter todos os elementos essenciais do negócio proposto,
como preço, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento, etc. Deve
também ser séria, consciente e precisa, uma vez que constitui o impulso inicial de
uma fonte obrigacional, pois vincula o proponente (aquele que faz a proposta).
Deve ser ainda clara, completa e inequívoca. A resposta do destinatário é sim ou
não, sendo uma declaração receptícia de vontade. A proposta pode ser dirigida a
pessoa determinada ou ao público em geral, quando é denominada oferta.
OBS: No Código Civil a obrigatoriedade da proposta consiste no ônus, imposto ao
proponente, de mantê-la por certo tempo a partir de sua efetivação e de responder
por suas consequências, por acarretar no oblato (aceitante) uma fundada
expectativa de realização do negócio. No CDC em regra a destinação do contrato e
à contratação em massa, a recusa indevida de dar cumprimento à proposta dá
ensejo à execução específica ou aceitar outro produto ou prestação de serviço
equivalente, ou por rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos,
consistindo opção exclusiva do consumidor, e estabelece solidariedade entre o
fornecedor e seus prepostos ou representantes autônomos.
Exceções: Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a
pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a
pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se,
feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver
sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou
simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente. Ou quando resultar dos termos, ou seja, o próprio proponente impõe
limites para o cumprimento da proposta.

Aceitação: é o terceiro elemento da formação do contrato. Somente quando o


oblato se converte em aceitante, fazendo aderir sua vontade à do proponente, a
oferta se transforma em contrato. Pode ser expressa (decorre de declaração do
aceitante) manifestando a sua anuência ou tácita (em que se reputa concluído o
contrato não chegando a tempo a recusa e ocorrendo quando: (a) quando o
negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa; (b) ou quando
o proponente a tiver dispensado).
Hipóteses de inexistência de força vinculante da aceitação: (a) Se a aceitação,
embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento
do proponente. A situação deve ser imediatamente comunicada ao aceitante, sob
pena de responder por perdas e danos. (b) Se antes da aceitação, ou com ela,
chegar ao proponente a retratação do aceitante .

OBS: Momento da conclusão do contrato


Contratos entre presentes: A proposta poderá estipular ou não prazo para
aceitação. Se não estabelecer nenhum prazo, a aceitação deverá ser manifestada
imediatamente, sob a pena de a oferta perder a força vinculativa. Momento em
que se deve considerar formado o contrato entre presentes as partes estará
vinculadas na ocasião da aceitação.

Contratos entre ausentes: Dificuldade de precisar em que momento se deve


considerar formado o contrato. A resposta leva algum tempo para chegar ao
conhecimento do proponente e passa por diversas fases. Art. 434. Os contratos
entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I – no
caso do artigo antecedente; II – se o proponente se houver comprometido a esperar
resposta; III – se ela não chegar no prazo convencionado.

Contrato Preliminar arts 462 a 466: O contrato preliminar é aquele que


ensejam as partes uma obrigação futura, bem como aquele que possui todos os
requisitos de validade do negocio jurídico e, encontra-se em prefeitas condições
para que ocorra o contrato definitivo. Ele pode conter clausulas de
arrependimento, entretanto, isto cabe às partes, que tem autonomia de vontades,
especificar se querem ou não abordar tal clausula. Caso não exista essa clausula
(de arrependimento), o contrato preliminar, ao ser firmado, não pode ser desfeito,
sem prejuízos à parte que quer desfazê-lo, pois responderá por perdas e danos.
Deve ter todos os requisitos legais previstos para que ele seja considerado como um
Contrato válido. Via de regra o contrato preliminar é realizado na prática em casos
de compra e venda de imóveis, visando trazer, em razão do valor, mais segurança
aos contratantes.
OBS: Execução Específica (sem arrependimento) ADUJUDICAÇÃO
COMPULSÓRIA: É o caso em que a parte irá cumprir o contrato de maneira forçada
aquela obrigação descumprida no contrato preliminar, ou seja, o judiciário irá
subrrogar no lugar da parte lesada e com isso, executar a dívida decorrente do
descumprimento de contrato preliminar desde que não haja cláusula de
arrependimento neste contrato.

CÓDIGO CIVIL CDC


Negociações
Preliminares
Não Vincula Vincula

Proposta Vincula Vincula

Perdas e Danos se Execução


Consequência Jurídica
houver Forçada

EFEITOS DOS CONTRATOS

Vícios Redibitórios – Art.441 – 446 CC: é uma garantia legal para os


contrates, que adquirem um produto viciado, para sua caracterização o bem objeto
do contrato deve prejudicar o uso da coisa ou diminuindo significativamente o
valor, o defeito deve ser apresentado de forma oculta (ambas as partes deve prova
que desconheciam o defeito), por fim, o defeito deve aparecer no momento do
contrato (seja na sua conclusão, seja na sua continuidade), em regra, se aplica aos
contratos bilaterais, onerosos e comutativos (exceção doação gravada de
encargo).

No CC esses vícios ocultos, pré-existentes e graves na prestação do serviço ou do


objeto, surgem após o contrato de compra e venda e não em razão da utilização da
pessoa, para configurá-lo é necessário que comprovar a gravidade (incapacitação),
ocultação (cautela ordinária: é agir com prudência em relação a uma percepção de
um vício na coisa adquirida), e a preexistência do vício. No CDC, não é necessária a
comprovação de dano grave, o vício pode ser oculto ou não, mas deve ser
preexistente. O que diferencia e que no CC não exige a presença de culpa como
elemento necessário à configuração do vicio, mas se o alienante sabia ou deveria
saber da anomalia e não falou nada, deverá indenizar por perdas e danos por ma
fé, enquanto que o CDC exige o pagamento das perdas e danos, mesmo que o
alienante não haja de má fé, e também terá a proteção nos serviços de prestações.

Fundamento: proteção contratual perda da conespectividade: O fundamento


dos vícios redibitórios é a reparação do dano oculto de um produto que foi vendido
viciado, pois ocorre o rompimento de uma contraprestação do equilíbrio contratual
e por isso, serve para poder reparar o equilíbrio dessa balança não paritária.

Ações Edilícias

Provada à má fé do alienante poderá o adquirente poder ajuizar uma ação de perdas


e danos cumulada com a ação redibitória ou estimatória.

Ação Redibitória (RESCINDIR): ação na qual o adquirente dispensa o


recebimento da coisa diante da existência de um vício redibitório (grave, oculto e
preexistente) e exige a devolução do valor das prestações que já foram pagas,
gerando assim o desfazimento do contrato, sem necessidade de dolo ou culpa. Se
comprovada má fé poderá pedi perdas e danos. RELAÇÃO REGIDA PELO
Código Civil.

Ação Estimatória (ABATER): ação na qual o adquirente percebe a existência


de um defeito no objeto do contrato e reivindica a diminuição ou abatimento no
valor do objeto.

CDC: ambas as ações podem ser ajuizada, o consumidor poderá ajuizar uma ação
solicitando outro produto (de igual valor, ou melhor), sendo obrigado a oferecer a
oportunidade ao fornecedor sanar o dano do produto com vício rebiditório.

Prazos: Começaram a serem contados a parti do descobrimento do vício oculto


(mas há tempo razoável para exteriorização do mesmo). Prazo para
Exteriorização no CC 180 dias para coisa móveis e 1 ano para imóveis, já no
CDC o fator determinante para comprovação dessa exteriorização será a vida
útil do produto sendo de 30 dias para produtos não durável, e 90 dias para
produtos durável.

Os prazos para ajuizar as ações edilícias são decadenciais, 30 dias para


bens móveis e um ano para bens imóveis, e começam a ser contados a partir da
entrega efetiva do objeto. Primeiro contará o prazo contratual e depois de
encerrado este, correrá os prazos abaixo citados.
OBS: quando o adquirente já está em posse do objeto, logo, o prazo será reduzido
pela metade: Bens móveis – quinze dias; Bens imóveis – seis meses.

A exclusão da garantia legal ira depende da natureza do contrato, se o contrato for


civilista e não for de adesão poderá ocorrer a exclusão da garantia legal nas
cláusulas presentes no contrato, mas se for contrato de natureza consumerista não
poderá ser retirado essa garantia legal.

Responsabilidade pelo fato do produto ≠ responsabilidade por vício do produto:


No código civil o prazo para cobrar a responsabilidade pelo fato é 3 anos. No CDC o
prazo para cobrar responsabilidade pelo vício: 5 anos. Sendo prazos prescricionais.
Na responsabilidade pelo fato responde apenas quem é o fornecedor imediato. Na
responsabilidade pelo vício responde solidariamente todo mundo que causou danos
a 3º.

Situações em que não são cabíveis:

· Se o defeito não é oculto do adquirente, primordialmente, ou de ambos;


· Se o defeito não for grave;
· Se o defeito se der por causa posterior à tradição, ou seja, posterior ao momento
da celebração do contrato. Exceção: art. 445, § 1º.
· Quando o defeito não consistir em perda ou deterioração do bem.
· Quando o contrato não for comutativo e for unilateral (uma vez unilateral, o
doador não responde pelo vício, pois não há preço que se devolva ou que se
reduza; exceção: doação onerosa);
· Não é qualquer defeito do objeto que caracteriza vício redibitório. Se o vício não
atingir a funcionalidade (prestabilidade/estado, aptidão, utilidade) do objeto não
caberá ação edilícia;
· Não serão cabíveis ações edilícias ajuizadas fora do prazo previsto em lei.

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