UNIDADE CURRICULAR: Sociologia Geral
CÓDIGO: 41100
DOCENTE: Rosário Rosa (Coordenadora da UC) e Catarina Moreira
(Tutora da UC)
A preencher pelo estudante
NOME: Otília de Jesus da Silva Ferreira Pereira
N.º DE ESTUDANTE: 902556
CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais
DATA DE ENTREGA: 05/06/2020
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TRABALHO / RESOLUÇÃO:
Pergunta 1 – Conforme refere Giddens, a sociologia é uma disciplina
que se dedica ao estudo da interação que se estabelece entre os
seres humanos em sociedade, assim como das dinâmicas que se
estabelecem entre estes, os grupos e as estruturas que a compõem.
Podemos afirmar, em concordância com o referido autor, que o
interesse e a dificuldade do homem em analisar cientificamente a
sociedade em que se encontra inserido são duas faces da mesma
moeda. O sociólogo é um ser humano e como tal pertence à
sociedade, sendo necessário que este efetue uma rotura com o senso
comum, se distancie das suas vivências pessoais, do seu modo
pessoal de ver o mundo, e ideias pré-concebidas, para
posteriormente, com um olhar objetivado, rigoroso e relativizado
analisar essa mesma sociedade. Para o seu estudo o sociólogo parte
da análise do quotidiano, que é um lugar privilegiado para esse efeito
uma vez que é na vida comum de todos os dias que se estabelecem
as relações sociais. Conforme refere Giddens, o sociólogo necessita
de se munir de “imaginação sociológica”, de modo a olhar a
sociedade com uma perspetiva mais abrangente, de modo a aferir
que muitos fenómenos aparentemente irrelevantes e alegadamente
de carácter individual, retratam indagações sociais mais extensivas,
temas que na verdade têm um significado mais global. Por exemplo,
o facto de eu ter sido mãe aos 33 anos pode parecer uma questão
individual. No entanto, poderá verificar-se que um elevado número
de mulheres da minha geração experienciou a maternidade depois
dos trinta anos, e que tal ocorreu devido a um conjunto de questões
eventualmente comuns a grande parte das mulheres dessa geração.
Conforme refere Giddens, a sociologia tem uma dimensão utilitária,
na medida em que contribui para a análise social; elaboração e
implementação de programas sociais; coadjuva a análise dos
resultados das reformas implementadas e os desfechos da sua
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adoção e potencia também o nosso autoconhecimento. Por fim, um
sociólogo pode dedicar-se a projetos em áreas diversas: política,
serviço social, recursos humanos, investigação; etc.
Pergunta 2 – Se analisarmos o percurso da sociologia desde que esta
se cimentou como ciência no século XIX, verificamos que esta é
composta por diversos modelos teóricos. Dois exemplos de conceções
teóricas distintas na sociologia são o Positivismo de Auguste Comte e
a Sociologia Compreensiva de Max Weber. No primeiro caso,
conforme referi no meu Efólio A, os teóricos do positivismo defendiam
que a realidade social deveria ser estudada como uma “coisa”, isto é,
através da aplicação de princípios racionais e empíricos, da aplicação
do método científico. O mundo só poderia ser explicado e
compreendido por recurso à razão e à ciência, transpondo esta tese
para a análise do social. E. Durkheim definiu como objeto de estudo
da sociologia o facto social, que na sua ótica, conforme mencionei no
Efólio A, consiste nos fenómenos da vida social que se traduzem em
comportamentos, formas de pensar ou sentir exibidas pelas pessoas,
que existem na sociedade de forma externa aos indivíduos, dos quais
são independentes, que se repetem e que operam sobre os sujeitos
de uma forma coercitiva, condicionando a sua forma de agir, ainda
que estes julguem que agem de livre vontade. O sociólogo deve
alhear-se da sua realidade para concretizar o estudo com
objetividade e neutralidade integrais. Tendo em conta a sua natureza
imaterial, os factos sociais não são passíveis de observação direta,
devendo ser estudados tendo por base os seus efeitos nas dinâmicas
sociais. Em contrapartida, no que se refere à Sociologia
Compreensiva, conforme mencionei no Efólio A e em concordância
com Ana Paiva, Max Weber considerou que os fenómenos sociais não
eram externos aos indivíduos nem poderiam ser explicados por leis,
argumentando existir diversas causas para os mesmos. Segundo
Weber o objeto da sociologia consiste na “ação social”, que depende
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não de entidades externas aos sujeitos, mas das próprias ações
tomadas no seio da sociedade em que se inserem, num contexto,
espaço, tempo e cultura específicos, transportando assim a ênfase
para o indivíduo, comparando-o a um “ator social”. Este teórico
defendeu um conceito a que apelidou de “neutralidade valorativa” e
definiu como método de estudo da sociologia os “tipos ideais”.
Pergunta 5 – Tendo por base Lúcia Demartis, entende-se por
estratificação social as dissemelhanças sociais exibidas
hierarquicamente. Quer isto dizer que através do estudo deste
conceito e tema relacionado podemos observar as desigualdades
vigentes na sociedade. Ainda de acordo com esta autora, são
exemplos de estratificação as castas, a associação e a classe.
Giddens refere ainda a escravatura. À medida que foram estudando
estas questões os sociólogos foram elaborando teorias para tentar
explicar os motivos que deram origem à estratificação social.
Segundo Lúcia Demartis, as teorias do conflito foram desenvolvidas
por alguns sociólogos, entre os quais Karl Marx, para os quais a
estratificação social não é fundamental à continuidade do grupo
social. Verifica-se existência de disparidades sociais porque os grupos
que as utilizam defendem a sua configuração social das investidas de
outros grupos. As teorias funcionalistas, por seu turno, advogam que
não há forma de evitar as disparidades existentes, que consideram
imprescindíveis para a coesão e estabilidade sociais e seu bom
desempenho. Ainda de acordo com a autora em referência, os
sociólogos que seguem a linha da teoria evolutiva, entre os quais
Gerhard Lenski, tentam conjugar componentes da teoria funcionalista
com partes da teoria do conflito para perceber porque é que há
sociedades em que a estratificação social é mais vincada do que
outras. Por último, ainda de acordo com Lúcia Demartis, os teóricos
defensores da teoria reputacional, tais como W. Lloyd Warner,
advogam que um indivíduo pertence a uma determinada classe social
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em virtude da acomodação que lhe é imputada pelos restantes
elementos da comunidade em que se inserem.
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