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INTERPRETAÇÃO ATIVA

SEMANA 05

INTERPRETAÇÃO D E T E X T O
PROFESSOR: CLEMILSON MARTINS

19 DE ABRIL DE 2024

Vamos ao teatro para um encontro com a vida, mas, se não houver diferença entre a vida lá fora e a
vida em cena, o teatro não terá sentido. Não há razão para fazê-lo. Se aceitarmos, porém, que a vida no teatro
é mais visível, mais vívida do que lá fora, então veremos que é a mesma coisa e, ao mesmo tempo, um tanto
diferente. Convém acrescentar algumas particularidades. A vida, no teatro é mais compreensível e intensa
porque é mais concentrada. A limitação do espaço e a compressão do tempo criam essa concentração.
BROOK, P. A porta aberta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.

1. Segundo o diretor inglês Peter Brook, na passagem citada, a relação entre vida cotidiana e teatro pode ser
resumida da maneira seguinte:
A Para assistir a uma peça de teatro, é preciso estar concentrado.
B Não existe diferença entre a vida cotidiana e o teatro, eles são iguais.
C No teatro, uma vida inteira pode acontecer e ser compreendida em apenas duas horas sobre um palco de dez
metros quadrados.
D No teatro, as falas são mais longas do que na vida cotidiana, e o palco é mais bonito.
E No teatro, tudo é visível, os atores falam mais alto e mais pausadamente do que falamos no cotidiano, o que
torna a vida mais compreensível.

Leia a posteridade, ó pátrio Rio,


Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:

Não vês nas tuas margens o sombrio,


Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.

Turvo banhando as pálidas areias


Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o planeta louro


Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
COSTA, C. M. Soneto II. In: Poemas. São Paulo: Cultrix, 1966.

2. A postura do eu lírico no soneto de Cláudio Manuel da Costa revela o(a)


A. saudade de uma terra e de uma época cada vez mais distantes.
B. anseio pela mudança para um ambiente urbanizado e desenvolvido.
C. aceitação de um ambiente transformado pela ação natural do tempo.
D. desolação causada pelo garimpo de ouro, que destrói o ambiente natural.
E. descontentamento frente ao progresso, que subverte os conceitos artísticos.

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O teatro é a forma de expressão artística mais inerente ao ser humano. Desde o princípio, ele tentou se
expressar através do corpo e da fala. A representação foi uma das primeiras formas de comunicação
encontradas por ele. Assim, sempre foi natural que questões cotidianas, reflexões e dúvidas fossem utilizadas
como material para a expressão artística nos palcos. O teatro é também uma forma de expressão social e
política do indivíduo, para além da arte ou do entretenimento. Os textos e as encenações são reflexos de formas
de pensamento, épocas e vivências sociais. Funcionam também como o retrato de um período ou uma
sociedade.
Disponível em: https://blog.saraiva.com.br. Acesso em: 23 ago. 2020. (adaptado)

3. De acordo com o texto, o teatro


A) reflete a sociedade na qual está inserido.
B) representa as origens dos seres humanos.
C) assemelha-se a uma comunicação rudimentar.
D) exibe os pensamentos dos atores para o público.
E) desconsidera o contexto histórico por ser atemporal.

Disponível em: www.jornaldaorla.com.br/. Acesso em: 18 out. 2021.

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4. Na propaganda da marca Café Predileto, datada de 1952, a combinação dos elementos verbais e não verbais
destacam o(a)
A contradição entre a figura feminina, representada com vestimenta tradicional, e a modernidade da cidade,
vista no edifício.
B apelo à tradição da marca, expressa pela dissonância entre a embalagem e a modernidade das vestes da
personagem e do cenário.
C interesse em destacar a modernidade do café, vinculando a nova embalagem a uma ruptura com os cenários
antigos, que remetem a 1902.
D objetivo de mostrar que a marca acompanha as donas de casa ao longo dos anos, sendo capaz de modernizar-
se, haja vista o destaque dado à nova embalagem.
E confronto entre a figura da boa dona de casa, cliente da marca, e a dona de casa insuficiente, que opta por
outras marcas, endossado pela diferença nas vestimentas e nos cenários para cada personagem.

S.O.S PORTUGUÊS
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse
aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que
restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa do que a
fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de
uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da
língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso.
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº 231, abr. 2010 (fragmento adaptado)

5. Observando-se o texto e suas características globais – propósitos comunicativos, estilo, canal de veiculação,
momento de escrita ─, vê-se que ele espelha, respectivamente, as funções
A) conativa e referencial, pois focaliza o leitor e a clareza, a concisão e a correção no emprego do código.
B) metalinguística, focada na mensagem, e referencial que se centra no referente e o explana objetivamente.
C) metalinguística, a qual se centra no código e referencial que apresenta o referente com correção e
denotatividade.
D) emotiva, porque pressupõe as opiniões do articulista; e referencial pela clareza da linguagem empregada.
E) referencial, marcada pela objetividade e centrada no código; e metalinguística, posto se tratar de um
texto da linguagem sobre si mesma.

Morto no mês passado, Jacob Guinsburg fez muitíssimo pela cultura brasileira ao longo dos últimos
50 anos. Do professor e teórico de teatro, praticamente todo mundo que tem formação na área é seu devedor.
Mas quem é de ciências humanas o identifica, principalmente, como o responsável pela editora
Perspectiva, em especial a coleção Debates – cujas capinhas brancas, que desde os anos 1970 vêm com uma
linha colorida a identificar o campo específico de cada publicação, não envelheceram nada do ponto de vista
estético.
A linha verde era para as ciências sociais, a amarela para a literatura, a vermelha para filosofia, a azul
para comunicação. E lá vinham textos indispensáveis, como Apocalípticos e Integrados, de Umberto Eco, os
vários volumes de ensaios escritos por Anatol Rosenfeld, Entre o Passado e o Futuro, de Hannah Arendt, que
sei mais.
COELHO, M. Folha de S.Paulo, 05 dez. 2018. [Fragmento]

6. No texto anterior, o autor, ao apresentar a obra de Jacob Guinsburg, utiliza, predominantemente, a tipologia
que
A. expõe a visão idealística de uma figura histórica.
B. defende as capinhas brancas como obras de arte.
C. descreve o legado do professor e teórico de teatro.
D. orienta o leitor sobre como adquirir a coleção Debates.
E. resume a biografia do responsável pela editora Perspectiva.

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Lançada em 2018, a nave investigou a coroa solar e alcançou sua “fronteira”, onde campos magnéticos
são capazes de dominar o movimento de partículas. Pela primeira vez, uma sonda “tocou” o Sol, segundo
anunciou a Nasa nesta terça-feira. [...] A atmosfera solar é feita de um material formado a partir da ação da
gravidade e de forças magnéticas. Conforme o calor e a pressão empurram essa matéria para longe, a estrela
atinge a superfície crítica de Alfvén, ponto em que a força gravitacional e os campos magnéticos são fracos
demais para conter os “ingredientes” do Sol. Embora cientistas não tenham certeza de onde exatamente fica
tal ponto, ele é considerado uma “fronteira da coroa”. Lá os ventos solares excedem uma velocidade crítica e
conseguem se libertar da própria coroa e dos campos magnéticos. [...] Durante seu oitavo voo, em 28 de abril,
a Parker Solar Probe ultrapassou isso: esteve a 18,8 raios solares da superfície solar, ou a aproximadamente
13 milhões de quilômetros, indicando que o aparelho cruzou o ponto de Alfvén pela primeira vez na história.
a
GALILEU. Sonda Parker Solar Probe, da Nasa, entra na atmosfera solar pela 1 vez. 15 dez. 2021.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 17 dez. 2021.

7. A notícia apresentada, embora não fuja da estrutura característica do gênero, apresenta informações
adicionais com o objetivo de
A. explorar a imaginação do leitor a respeito da viagem da sonda.
B. explicar cientificamente como foi calculada a trajetória da sonda.
C. reforçar a dificuldade de se obterem informações a respeito do Sol.
D. oferecer ao leitor uma dimensão real do feito alcançado pela sonda.
E. demonstrar como as medidas do Sol são maiores do que as da Terra.

Berílio Horizonte, zinco de benzeno de 2011.


Querida Valência
Não estou sendo precipitado e nem desejo catalisar nenhuma reação irreversível entre nós dois, mas
sinto que estrôncio perdidamente apaixonado por você. Sabismuto bem que a amo. De antimônio posso lhe
assegurar que não sou nenhum érbio e que trabário muito para levar uma vida estável. Lembro-me de que tudo
começou nurânio passado, com um arsênio de mão, quando atravessávamos uma ponte de hidrogênio. Você
estava em um carro prata, com roda de magnésio. Houve uma atração forte entre nós dois, acertamos os nossos
coeficientes, compartilhamos nossos elétrons, e a ligação foi inevitável. Inclusive depois, quando lhe telefonei,
mesmo pega de enxofre, você respondeu carinhosamente: “Próton, com quem tenho o praseodímio de falar?”.
Nosso namoro é cério, estava índio muito bem, como se morássemos em um palácio de ouro, e nunca
causou nenhum escândio. Eu brometo que nunca haverá gálio entre nós e até já disse quimicasaria com você.
Espero que você não esteja saturada, pois devemos buscar uma reação de adição e não de substituição.
Soube que a Inês lhe contou que eu a embromo: manganês cuidar do seu cobre e acredite níquel digo,
pois saiba que eu nunca agi de modo estanho. Caso algum dia apronte alguma, eu sugiro que procure um
avogrado e que me metais na cadeia.
Sinceramente, não sei por que você está à procura de um processo de separação, como se fôssemos
misturas e não substâncias puras! Mesmo sendo um pouco volátil, nosso relacionamento não pode dar erradio.
[...]
Saiba, Valência, que não sais do meu pensamento, em todas as suas camadas. Abracidos do
Marcelantanio.
Disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/. Acesso em: 30 out. 2021.

8. Nesse trecho, tem-se a carta de um químico apaixonado. Considerando as escolhas vocabulares, o texto traz
predominante uma variedade linguística específica de um(a)
A jargão.
B prestígio social.
C regionalismo.

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D momento histórico.
E modalidade oral da língua.

Gírias e expressões que todo mundo usava no MSN

O MSN foi um mensageiro popular nos anos 2000 – era utilizado no computador após se fazer o
download do programa – e tinha conversas marcadas por um vocabulário próprio:
“Add”: a gíria vem do verbo add, em inglês, que significa “adicionar”. Em uma época cuja tendência
era economizar caracteres, o termo funcionou não só para usuários do MSN, como também para os do Orkut,
uma das primeiras redes sociais.
“S2”: apesar de o MSN oferecer emoticons, como os emojis hoje, a maior parte dos usuários preferia
digitar “S2” para simbolizar um coração ou “amo você”.
“Xau”: era a forma como a maioria dos usuários do MSN escrevia a palavra “tchau”. […].
LOUBAK, Ana Letícia. 12 gírias e expressões que todo mundo usava no MSN. Techtudo, 2020.
Disponível em: https://www.techtudo.com.br. Acesso em: 21 out. 2021. (adaptado)

9. O texto traz exemplos de usos linguísticos específicos da internet, no começo dos anos 2000, e que
identificam determinado grupo social, o dos
A) inventores das primeiras salas de chat.
B) usuários de determinado tipo de bate-papo.
C) adolescentes com perfis na rede social Orkut.
D) profissionais preocupados com o ganho de tempo.
E) falantes brasileiros com noções avançadas de inglês.

Texto 1

MUNCH, Edvard. O grito. 1910. 1 original de arte, têmpera em painel, 83 cm × 66 cm. Oslo: Museu de Munch.

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Texto 2

10. O texto II dialoga intertextualmente com o texto I com o objetivo principal de


A) ironizar o sentimento de solidão motivado pelo uso de redes sociais.
B) reproduzir a sensação de angústia expressa na obra original.
C) compor a cena de alguém que se conectou com a internet.
D) ressignificar a fonte de angústia da personagem retratada.
E) reiterar a técnica de pintura utilizada na obra original.

Anatomia
Qual a matéria do poema?
A fúria do tempo com suas unhas e algemas?

Qual a semente do poema?


A fornalha da alma com os seus divinos dilemas?

Qual a paisagem do poema?


A selva da língua com suas feras e fonemas?

Qual o destino do poema?


O poço da página com suas pedras e gemas?

Qual o sentido do poema?


O sol da semântica com suas sombras pequenas?

Qual a pátria do poema?


O caos da vida e a vida apenas?
CAETANO, A. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br.
Acesso em: 27 set. 2013 (fragmento).

11. Além da função poética, predomina no poema a função metalinguística, evidenciada


A pelo uso de repetidas perguntas retóricas.
B pelas dúvidas que inquietam o eu lírico.
C pelos usos que se fazem das figuras de linguagem.
D pelo fato de o poema falar de si mesmo como linguagem.
E pela prevalência do sentido poético como inquietação existencial.

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Sobre o duelo Vettel x Webber

Por fim: a decisão de Vettel de ignorar a ordem é compreensível. O alemão tem aquele mesmo instinto
de pilotos como Senna, Prost, Piquet, Schumacher, Alonso. Aquilo que, nas quebradas por aí, chamam de
“sangue nos óio”. Aquilo que tanto faltou em pilotos brasileiros, gerando críticas e mais críticas. No calor da
corrida, o sujeito simplesmente desliga o cérebro. Quer vencer e mais nada, mesmo que isso jogue pro ralo a
corrida de sua equipe inteira. Acho que é isso que Vettel tenta explicar ao falar que “não foi de propósito”.
Claro que foi. Mas foi quase inconsciente, foi puro instinto, tal a adrenalina do momento.
Vettel hoje entrou para a turma dos pilotos que citei. Em termos de talento, dos melhores. Mas cheios
de atitudes controversas e antiesportivas no currículo.
Manchas que carregaram para sempre, a despeito de suas vitórias e recordes e títulos mundiais.
SEIXAS, Fábio. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2013 (Adaptação).

12. No fragmento de texto anterior, um colunista especializado em Fórmula 1 comenta a ultrapassagem


polêmica do piloto alemão Sebastian Vettel sobre seu companheiro, Mark Webber, contrariando as ordens da
equipe Red Bull. No trecho “Quer vencer e mais nada, mesmo que isso jogue pro ralo a corrida de sua equipe
inteira”, a segunda oração estabelece com a primeira uma relação de
A. consequência.
B. concessão.
C. condição.
D. finalidade.
E. oposição.

A Annona squamosa, nativa americana, provavelmente da região das Antilhas, popularmente fruta-do-
conde ou ata no Brasil (Pará, Piauí, Maranhão, Ceará e Goiás) ou fruta-pinha (Angola), é uma árvore frutífera
do gênero Annona. O nome “fruta-do-conde”, comum no Brasil, deve-se ao fato da primeira muda da espécie
ter sido introduzida em 1626, na Bahia, pelo governador Diogo Luís de Oliveira, o Conde de Miranda.
Geralmente uma árvore de 3 a 6 metros de altura com galhos finos. As folhas são oblongas/lanceoladas
com 10 a 15 centímetros de comprimento e de 3 a 5 centímetros de largura, arranjadas em pecíolos curtos e
estreitos. A pinha é, a verdade, um conjunto de frutos agregados, originários de uma única flor.
Prefere solos ricos e drenados, mas que retenham umidade. Frutifica melhor a pleno sol. 50% de terra
vermelha, 30% de matéria orgânica e 20% de areia. Aprecia adubo orgânico e esterco animal. No primeiro
ano de vida da pinha, é aconselhável fazer regas diárias, mas sem jamais encharcar o solo, pois isso favorece
a proliferação de fungos.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fruta-pinha#Sin%C3%B4nimos

13. De acordo com o texto, há, no Brasil, uma variedade de nomes para essa fruta tropical. Esse fenômeno
revela que
A a ausência de variedades regionais demonstra quão homogênea e monológica é a língua portuguesa em todas
as regiões do país.
B ata é o nome específico que se dá para a Annona squamosa em parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
C fruta-do-conde, pinha são designações específicas para a fruta da região Nordeste.

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D a fruta é nomeada conforme as particularidades que apresenta para o clima de cada região.
E os nomes designam formas diferentes do mesmo produto, de acordo com o solo em que é cultivada.

Nas últimas décadas se multiplicaram, no campo da educação física, propostas cujo valor orientador
ou objetivo central é a transformação da sociedade mediante a transformação dos indivíduos (crianças e
adolescentes), quer seja no contexto da escola, quer seja no contexto dos projetos ditos alternativos. De modo
geral, as propostas adquiriram a retórica já presente no campo da educação, que ataca dois adversários tidos
como fundamentais: o sistema capitalista competitivo e seus principais ideólogos [...]
LOVISOLO, H. R. et al. Revista Brasileira de Ciências do Esporte,
v. 35, 2013. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em: 26 nov. 2021.

14. Para que a educação física cumpra com o que está proposto no texto, essa área deve
A priorizar os esportes que possibilitam ganhos financeiros.
B realizar aulas que sejam voltadas para esportes coletivos.
C apresentar formas de inclusão social nas práticas esportivas.
D proporcionar campeonatos que reflitam a vida em sociedade.
E propor atividades que visam à cooperação e à interação social.

O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e


comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho
do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. Nossa
dependência é tamanha que, quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.
Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico. Outro dia fui comprar
lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa. A caixinha com as lâminas cabia
perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas, num gesto automático, a
funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente
outras dez. Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.
A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o
primeiro plástico em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a
sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos
na natureza tornaram o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções.
Feitos de resina sintética originada de petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se
decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares
inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.
Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/artigos/a_farra_dos_sacos_plasticos.html

15. O texto em questão se trata de um artigo de opinião. Sendo assim, esse gênero textual tem como
característica
a) instruir o leitor a ter novos mecanismos de conduta em sociedade.
b) mostrar o relato de algum especialista para informar sobre novas ideias.
c) narrar acontecimentos reais de qualquer natureza a fim de tornar lúdica a leitura do texto.
d) argumentar restritamente por meio de opiniões pessoais para que o leitor tome uma posição.
e) evidenciar a exposição de opiniões e argumentos a fim de convencer o leitor de determinado ponto de vista.

Como poderosa educadora informal que é, a mídia assim contribui para a reprodução e perpetuação
dos estereótipos e preconceitos, naturalizando-os e impregnando-os na cultura. Com isso, enquanto não
mudarmos a cultura que retroalimenta a violência, a discriminação e a exclusão social seletivas, até mesmo as
políticas públicas conquistadas terão um alcance limitado no suporte à mudança ou ao apoio que pretendiam
dar.
ENRIQUES, N. Disponível em: <https://medium.com/>. Acesso em: 13 out. 2018. [Fragmento]

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16. Para a autora do texto, a mídia desempenha um importante papel na sociedade. Nesse contexto, o texto, de
natureza argumentativa, defende a ideia de que a mídia é
A. atuante na defesa da transformação social para superar preconceitos.
B. participante da cultura que perpetua a violência e a discriminação.
C. produtiva na divulgação de políticas públicas conquistadas.
D. efetiva em ações voltadas para a conscientização social.
E. limitada no alcance do suporte que oferece à mudança.

17. Considerando-se os contextos de uso de variante linguística de “As gata pira”, essa expressão é um
exemplo de emprego linguístico
A típico de pessoas preocupadas em seguir as regras de escrita e uso de vocabulário erudito.
B incompatível com ambientes frequentados por usuários da norma-padrão da língua.
C condenável em produtos voltados para uma clientela exigente e interessada em folia.
D usado como recurso para atrair a atenção de interlocutores e interessados no Carnaval.
E transposto de interação típicas de ambientes de classe menos privilegiadas do interior do Brasil.

A mídia exerce grande influência principalmente nos adolescentes; podemos observar danças que são
demasiadamente sensuais, ou danças mais acrobáticas que envolvem os adolescentes com mais facilidade. Há
programas de TV que apresentam danças mais técnicas como “A dança dos famosos”, que são danças restritas
para os mesmos; nesse contexto, o adolescente cria uma imagem errada da dança de modo geral. O professor
pode utilizar das mídias e seus produtos para chegar até o aluno ajudando-o a perceber o que é bom e o que é
ruim para acrescentar à sua vivência (ARAÚJO, 1997).
SANDOSO, V. C. C. L. A dança no ensino médio: contextualizando o aprendizado.
Revista Digital. Buenos Aires, ano 15, n. 143, abr. 2010.

18. O trecho mostra formas de como a dança se manifesta fora do contexto escolar. A dança é considerada um
método que procura dirigir-se à criança para ajudá-la em suas necessidades individuais e sociais. Dessa forma,
a dança na educação deve ter como objetivo
A buscar a perfeição ou a execução de espetáculos para entretenimento de um público.
B copiar movimentos massificados ou aderir aos modismos dos meios de comunicação.
C ajudar o indivíduo a encontrar uma relação corporal com a totalidade da sua existência.
D desenvolver habilidades motoras especializadas e contribuir para o condicionamento físico.
E empregar padrões impostos com repetições prontas para o desenvolvimento de uma técnica.

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DATA – 22/03/2024

Meu Caro Amigo


Meu caro amigo, me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
[…]
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta.
[…]
Meu caro amigo, eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco.
BUARQUE, C.; HIME, F. Chico Buarque. Meus Caros Amigos.
São Paulo: Phonogram / Philips / Universal Music, 1976. [Fragmento]

19. Canções constituem um versátil gênero textual capaz de mesclar características de outros gêneros. O
elemento pertencente ao gênero carta pessoal presente na canção de Chico Buarque é a
A. sugestão de uma tentativa de envio pelo correio que teria sido proibitiva.
B. tentativa de persuasão do receptor para convencê-lo de que a situação está ruim.
C. apresentação da intenção do emissor de enviar notícias a um destinatário específico.
D. intenção do remetente de comunicar um acontecimento recente de interesse do destinatário.
E. descrição de acontecimentos relevantes para o destinatário e relacionados à vida do emissor.

20. A análise da obra de Paweł Kuczyński revela uma preocupação desse artista expressa no(a)
A) crítica ao excesso de lixo industrial nas sociedades atuais.
B) alerta sobre o preconceito contra os que trabalham em lixões.
C) denúncia das condições de vida em países do Terceiro Mundo.
D) apoio ao trabalho braçal como promoção da dignidade humana.
E) reflexão quanto ao que é visto como lixo e como meio de sustento.

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TEXTO I
Os séculos de escravidão são um aspecto triste da história brasileira. Tabu e vergonha, quando se pensa
nas dores e humilhações desumanas por que passaram homens e mulheres negros trazidos da África; mas
também — por que não? — orgulho, quando se evocam as lutas e estratégias de resistência e sobrevivência
dos escravos, ex-escravos e descendentes. Histórias transmitidas de geração em geração, como narrativas que
dão sentido e identidade.
Povos remanescentes de quilombolas são grupos unidos por esse passado comum, que têm território
como base da reprodução física, social, econômica e cultural de sua coletividade. São reconhecidos na
Constituição de 1988 como detentores de direitos territoriais coletivos e fazem parte do conjunto dos povos e
comunidades tradicionais.
LOSCHI, M. Território e tradição. Retratos: a revista do IBGE, n. 2, ago. 2017 (adaptado).

TEXTO II

exiba ao pai
nossos corações
feridos de angústia
nossas costas chicoteadas
ontem
no pelourinho da escravidão
hoje
no pelourinho da discriminação
sabes que em cada coração de negro
há um quilombo pulsando
em cada barraco
outro palmares crepita
os fogos de Xangô iluminando
nossa luta
atual e passada
NASCIMENTO, A. Axés do sangue e da esperança. Retratos: a revista do IBGE,
n. 2, ago. 2017.

21. Na comparação entre os textos I e II, percebe-se que ambos apresentam, em relação à história dos africanos
escravizados, um(a)
A saudosismo do local de origem.
B culpabilização do homem europeu.
C valorização da memória dos antepassados.
D apelo à religiosidade das pessoas mais velhas.
E reconhecimento dos direitos desses sujeitos.

O cidadão é como uma planta que, desde a forma de semente, precisa ser cuidada para que cresça forte
e bonita. Assim é a leitura. Para se fazerem leitores é necessário cultivar os atos de ler e entender. Desde o
trabalhador que precisa ler manuais relativos as suas atividades até o advogado que necessita de decifrar os
textos legais, passando pelo estudante nos exames, pelo cidadão diante das urnas, pela dona de casa que
enfrenta a educação da família e pelo executivo que trabalha com sua papelada, a leitura se faz importante.
PERUZO, A. A importância da literatura infantil na formação de
leitores. Disponível em: <http://www.filologia.org.br>.
Acesso em: 18 nov. 2021. [Fragmento]

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DATA – 22/03/2024
22. Esse fragmento é parte da introdução de um artigo científico que aborda a capacidade leitora na sociedade.
Ao relacionar a leitura à semente, entende-se a necessidade de
A. os ensinamentos advindos do trabalho rural serem retomados.
B. a leitura ser iniciada de forma básica e ir evoluindo com o tempo.
C. o hábito de manter-se em contato com a natureza ser cultivado.
D. os projetos práticos serem iniciados por cientistas da área da educação.
E. os tipos de leitura consumidos por cada público serem determinados.

IV
[…] Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi. […].
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Já vi cruas brigas,
De tribos inimigas,
E as duras fadigas
Da guerra provei;
Nas ondas mendaces
Senti pelas faces
Os silvos fugaces
Dos ventos que amei. […].
I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias.

23. Na poesia brasileira, a idealização romântica se manifestou frequentemente na mitificação do povo


indígena, cujo heroísmo pode ser percebido, no poema, porque esse povo
A compara sua força a fenômenos da natureza.
B descreve a si mesmo como forte e guerreiro.
C revela a crueldade cometida por ele em batalha.
D admira as guerras provocadas pelo homem branco.
E privilegia batalhas travadas por questões amorosas.

Marina Abramović encontrou uma maneira de se tornar imortal. Com uma técnica chamada de
realidade mista, 36 câmeras de vídeo capturam imagens multidimensionais da artista em movimento dentro
de um círculo e criam, a partir disso, um holograma seu bastante realista, que pode ser acessado pelo público
com óculos de realidade virtual. “Sempre que você pressiona um botão, eu posso aparecer na sua sala de estar
ou no seu jardim. É a obra para quando eu não estiver lá”, diz ela, em entrevista por Zoom, acrescentando que
este é um dos futuros possíveis para a arte da performance, da qual é a maior representante hoje. “Você projeta
no ar a eletricidade, a energia e a vida do seu próprio ser, e isso me interessa.”.
PERASSOLO, João. “Marina Abramović vira um holograma para tornar as suas performances imortais”.

24. A técnica adotada por Marina Abramović confere à artista, de acordo com o texto, a imortalidade por meio
do(a)
A rompimento com patrocinadores convencionais.
B crítica a conceitos tradicionais da área tecnológica.
C questionamento do potencial crítico da arte da performance.
D aproximação entre a performance e a tecnologia contemporânea.
E inserção do performista no rol de homenageados de agremiação artística.

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DATA – 22/03/2024

25. Os textos publicitários, muitas vezes, constroem seu apelo por meio do uso de figuras de linguagem para
captar o interesse do público. No anúncio, que trata sobre um refrigerante light, verifica-se esse fenômeno em
razão da
A) metáfora na imagem do copo vazio.
B) metonímia entre conteúdo e qualidade.
C) hipérbole em relação à leveza do produto.
D) sinestesia entre o sabor e a leveza da bebida.
E) ironia dirigida à quantidade de gás presente na bebida.

18:39
Gostaria de desdobrar-me na maldição da ressaca, ou no desequilíbrio de uma paixão pós-botequim,
mas não, o que me consome é uma franqueza sem fetiche... febre estúpida não sexy, um cansaço justo, porém,
desnecessário. Me acalenta lembrar de noites mal dormidas e bem-amadas.
Esqueci o remédio, está tudo fora do horário, dói escrever, respirar tá um saco, parece saudade. Então
fico no breu da cama... uma música triste... Sinto-me cansada, fecho as cortinas, não gosto de sol desenho luas
estranhas na parede rock and roll.
VIEIRA, M. Um conto sobre a gripe. Disponível em:
<http://oacidodatarde.blogspot.com.br>. Acesso em: 31 ago. 2017.
[Fragmento]

26. Um senso de incomunicabilidade e fragmentação permeia o texto de Mia Vieira. Para além dessas
características, vê-se uma narradora marcada por uma sensação de
A. insatisfação, causada pela lembrança de um passado feliz que se contrapõe a um presente de ruína.
B. tristeza, derivada da incompletude do sentimento amoroso e do sofrimento por se reconhecer sozinha.
C. suspeita, relacionada à velocidade com que os próprios desejos e ambições foram realizados com sucesso.
D. apatia, vinculada a um sofrimento físico e à incapacidade de controlar e compreender o mundo a sua volta.
E. inadequação, provocada pela ausência de lógica na experiência do eu com a paisagem que a rodeia.

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DATA – 22/03/2024

Disponível em: https://www.4oito.com.br. Acesso em: 1 out. 2021.

27. No texto verbal da campanha, a estratégia de convencimento utilizada lança mão do(a)
A metáfora como forma de equiparar as ações das crianças e as dos adultos.
B analogia entre o mundo infantil e o mundo adulto na escolha da tipografia.
C exagero das ações atribuídas aos adultos, que são representados como vilões.
D ambiguidade lexical que remete tanto à tecnologia quanto a uma ação da criança.
E omissão da informação de que o objeto em destaque pode ser fonte de conciliação.

Quando o Global Position System – vulgo GPS – foi projetado, seu uso era estritamente militar. Porém,
o mecanismo de rastreamento via satélite tornou-se tão popular que logo passou a integrar a rotina da sociedade
civil, e seu uso foi transformado para fins tão amplos quanto inusitados.
No condado de Kent, sudeste da Inglaterra, agentes de saúde pública lançaram em 2012 o aplicativo
Kent C Card, guia contendo clínicas mais próximas para obter camisinhas e informações sobre saúde sexual e
autopreservação.
Em 2014, o Google expôs no Museu de Ciência de Londres seu carro sem motorista. Através de um
complexo esquema contendo GPS, câmeras de escaneamento de tráfego e lasers de projeção 3D, a tecnologia
se locomove como que por vontade própria.
A firma nova-iorquina Brickhouse Security instala desde 2005 GPS em artefatos simbólicos da
cristandade e, em caso de movimentação que sugere furto, envia automaticamente mensagens aos responsáveis
pelos artefatos e à polícia.
O emprego tão variado da tecnologia é possível graças a sua mecânica. O aparelho de GPS emite sinais
para satélites, que identificam a localização do receptor no globo. Esse cálculo é feito por meio de triangulação,
levando em consideração as informações do receptor e dos satélites. O horário marcado tem precisão de
nanossegundos.
Disponível em: <https://techtudo.com.br>. Acesso em: 5 nov. 2021. (Adaptado)

28. Sobre o GPS, de acordo com o que o texto expõe,


A o valor da tecnologia inviabiliza a democratização de seu uso em mais funções.
B a versatilidade no uso da tecnologia está atrelada à sua forma de funcionamento.
C as funcionalidades atuais da tecnologia são mais importantes do que sua função original.
D o funcionamento da tecnologia é prejudicado devido ao seu emprego com fins inusitados.
E o emprego variado da tecnologia é possibilitado pelo amplo acesso à mão de obra especializada.

Quando a gente está contente


Tanto faz o quente, tanto faz o frio, tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso ou aquilo que aconteceu dez minutos atrás

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DATA – 22/03/2024
Dez minutos atrás de uma ideia já dão
Pra uma teia de aranha crescer e prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro começa a doer

Quando a gente está contente


Gente é gente (gato é gato!)
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser deve fazer bem
Nada que você comer deve fazer mal

Quando a gente está contente


Nem pensar que está contente
Nem pensar que está contente a gente quer
Nem pensar a gente quer, a gente quer é viver.
GIL, G.; COSTA, G. Barato total. In: Trinca de ases. São Paulo, 2018.

29. A canção de Gilberto Gil e Gal Costa apresenta características poéticas que se constroem por meio da
A. comparação entre termos opostos.
B. definição do sentimento amoroso.
C. menção a dificuldades da vida.
D. ênfase nos termos negativos.
E. repetição de palavras e sons.

A Teoria da Variação Línguística (Por Dante Lucchesi e Silvana Araújo)


A Sociolinguística tem por objeto de estudo os padrões de comportamento linguístico observáveis
dentro de uma comunidade de fala e os formaliza analiticamente através de um sistema heterogêneo,
constituído por unidades e regras variáveis. Esse modelo visa a responder a questão central da mudança
linguística a partir de dois princípios teóricos fundamentais: (I) o sistema linguístico que serve a uma
comunidade heterogênea e plural deve ser também heterogêneo e plural para desempenhar plenamente as suas
funções; rompendo-se assim a tradicional identificação entre funcionalidade e homogeneidade; (II) os
processos de mudança que se verificam em uma comunidade de fala se atualizam na variação observada em
cada momento nos padrões de comportamento linguístico observados nessa comunidade, sendo que, se a
mudança implica necessariamente variação, a variação não implica necessariamente mudança em curso (cf.
LABOV, 1972, 1974 e 1982 e 1994; e WEINREICH, LABOV e HERZOG, 1968).
Disponível em: <www.vertentes.ufba.br/a-teoria-da-variacao-linguistica>. Acesso em 02.05.2020.

30. A partir da leitura do texto, é possível compreender que a língua, de uma perspectiva sociolinguística, é
A um sistema que apresenta variações, dada a heterogeneidade de sua construção, com variações previstas e
esperadas.
B um sistema regido por regras variáveis que modificam as utilizações da língua de maneira errônea e com
prejuízo comunicativo.
C um sistema que apresenta modificações controladas pela organização gramatical oficial, dada a existência
de uma norma culta.
D um sistema rico e homogêneo em que as mudanças são rechaçadas pela comunidade de fala e há manutenção
das formas fixas de uso.
E um sistema em que não existem fatores externos, como a comunidade de fala, na qual variação não implica,
necessariamente, mudança.

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