Catalogo MAC
Catalogo MAC
de Águas
Claras:
história,
natureza,
ciência
Maurício Meirelles / Vale.S.A.
Sumário
5 | O futuro da Mina
A Mina de Águas Claras está situada no município No terceiro capítulo, “Uma viagem no tempo”,
de Nova Lima, na Serra do Curral, limite norte exploramos o passado mais remoto da Terra,
do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, uma bem como testemunhamos a formação da jazida
região que, em função da riqueza de seu subsolo, de ferro de Águas Claras e o nascimento da Serra
é minerada desde pelo menos 1696, ano a que se do Curral.
atribui a descoberta de ouro no ribeirão do Ouro
Preto. A mineração do ferro no Quadrilátero No capítulo 4, “A disputa pelo território”,
Ferrífero inicia-se, em pequena escala, na primeira contamos o que acontece depois de 1973,
década do século XIX – quando a exploração do quando é iniciada a mineração em Águas Claras.
Dimensões da cava de Águas Claras Dimensão do Estádio do Mineirão
ouro já se encontra em acentuada decadência –, Terminada a batalha entre nacionalistas e liberais,
destinada ao abastecimento de algumas forjas entra em campo um terceiro exército, que não
existentes na região. estava preocupado com a destinação do minério
de ferro brasileiro, e sim com as consequências da
Antes mesmo da identificação da jazida de Águas mineração sobre a paisagem e o meio ambiente:
Claras, a história já a ligava à mineração do ouro uma história que teve um papel importante na
no vale do Rio das Velhas, a partir da aquisição em formação da consciência ecológica entre nós.
1834, pela companhia inglesa Saint John Del Rey
Mining, da Mina de Morro Velho, em terras que No quinto e último capítulo, “O futuro da Mina”,
possuíam também depósitos de minério de ferro damos um spoiler do Projeto de Uso Futuro da
de alta qualidade, entre eles o de Águas Claras. Mina de Águas Claras, uma iniciativa inovadora
Será essa companhia que, através de estratégias da Vale que prevê a construção colaborativa do
sagazes que atravessarão o século seguinte, dará futuro da área, através da participação ativa da
origem à empresa que lavrou a Mina de Águas comunidade em todas as fases do projeto.
Claras, entre 1973 e 2002.
“E onde está o primeiro capítulo?”, perguntará
Essa história – que acontece contra o pano de o leitor atento ou a leitora atenta.
fundo de uma eletrizante batalha econômica
e geopolítica, entre nacionalistas e liberais, em No início, claro. É onde apresentamos a você
torno do destino a ser dado ao minério de ferro de o personagem principal desta história: a MAC,
Minas Gerais – é contada no capítulo 2, “A disputa como carinhosamente chamamos a Mina de
pelo ferro do Brasil”. Águas Claras.
Muito além do valor econômico de suas reservas Bem-vindo à MAC e boa leitura!
minerais, o Quadrilátero Ferrífero é uma região de
importância mundial para o estudo das ciências
da Terra, que nos permitem compreender a Equipe Vale
fascinante história do planeta. Gerência de Uso Futuro Brasil
Cabem aproximadamente 10 estádios Mineirão na Cava de Águas Claras
2 3
A Mina de
Águas Claras
1
Adriano Vasconcelos (Consórcio Gaia) / Vale S.A.
N Sabará
E
S
A Mina de Águas Claras (MAC) ocupa quase De todo o território da MAC, menos de 8% são
Belo Horizonte
1.910 hectares da vertente sul da Serra do áreas remanescentes da atividade minerária,
Curral, mais do que o dobro da área delimitada entre as quais se destaca a cava da mineração,
pela Avenida do Contorno, em Belo Horizonte. uma forma oval de 1.200 metros de extensão
Desse território, quase 60% são cobertos pela por 850 metros de largura. Atualmente, a cava
Floresta do Jambreiro, que possui enorme valor é preenchida pelas águas do aquífero Cauê,
ambiental e paisagístico. São 1.127 hectares de uma formação geológica capaz de armazenar
mata densa, dos quais 912 – cinquenta vezes água subterrânea, que abrange as formações
o tamanho do Parque Municipal, no centro de minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero.
da capital – formam a Reserva Particular do O lago da cava, com mais de 200 metros de
Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Jambreiro, profundidade, é um cenário de grande beleza
uma Unidade de Conservação (UC) de uso paisagística.
sustentável, cuja perpetuidade é assegurada
pela legislação ambiental, e que é a maior área As áreas de vegetação natural da MAC, que
particular de preservação ambiental da Região compõem quase 73% do seu território, incluem Nova Lima
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). ainda Campos Cerrados, característicos das
regiões de savanas, um ecossistema que no
Uma área de 66 hectares da MAC é coberta por Brasil é chamado de Cerrado. Mina de Águas Claras: uso do solo e cobertura vegetal, 2020. [Consórcio Gaia.]
Campos Rupestres, um ecossistema típico do
topo das serras do Quadrilátero Ferrífero, que Um total de 295 hectares da MAC foi
Limite da Mina de Área Campo Rupestre Floresta Estacional Floresta Estacional Campo
se forma sobre as rochas ricas em ferro. Na revegetado, com utilização predominante de Águas Claras [1] Revegetada sobre canga Nodular em Estágio Inicial de em Estágio Médio Cerrado
Área: 1908,6 ha Regeneração de Regenaração
área da MAC, esse ecossistema apresenta uma espécies exóticas, e correspondem a áreas Corpo
Brejo Campo Rupestre Campo Rupestre/Arbustal/Flores Solo Área de
sobre Canga Estágio Inicial de Regeneração de água Exposto Mineração
ocorrência rara, não observada em qualquer alteradas no passado pela mineração. Couraçada
A Mina de Águas Claras
4 5
As áreas de preservação ambiental da MAC
F. A. Michelangeli / The New York Botanical Garden Situada numa região de transição entre os
biomas2 Mata Atlântica e Cerrado, a RPPN tem
uma diversidade muito grande de vida animal e
vegetal, com 180 espécies de aves, 62 espécies
de mamíferos e mais de 100 espécies de plantas
identificadas. Juntamente com 33 nascentes de
água3, a fauna e a flora da Mata do Jambreiro
formam um rico ecossistema4 cuja preservação
está assegurada pela RPPN.
N N
W
W
E
E
S S
Belo Horizonte
Belo Horizonte
Nova Lima
Nova Lima
Mina de Águas Claras: unidades de conservação e conjunto paisagístico tombado no entorno da MAC, 2020. [Consórcio Gaia.] Mina de Águas Claras: Áreas de Preservação Permanente (APP), 2020. [Consórcio Gaia.]
Um fator importante para a manutenção da Limite da Mina de Limite da Mina de Localizadas não apenas na RPPN, como em
Águas Claras [1] Águas Claras [1]
biodiversidade na região é a localização da demais áreas da Floresta do Jambreiro, e
Corpos
Mata do Jambreiro em relação a Unidades de Unidades de Conservação D’Água mesmo em outras partes da MAC, as APP –
Conservação próximas: ela se encontra entre o UC de Proteção áreas ao redor de lagos, nascentes, ao longo
Integral Áreas de Preservação Permanente [2]
essas UC, funcionando como corredor ecológico, MAC, que somam 308 hectares (o equivalente
o que favorece o fluxo gênico6 da flora e da fauna, a 430 campos de futebol), são estratégicas
sendo de grande valia para a conservação da para a manutenção de diversos serviços
diversidade local e a sobrevivência das espécies ecossistêmicos, como veremos a seguir.
ameaçadas de extinção.
8 9
A Floresta do Jambreiro e o aquecimento global
Serviços ecossistêmicos são benefícios que a natureza fornece aos seres humanos por meio dos
ecossistemas, e que são vitais tanto para seu bem-estar quanto para as atividades econômicas. Esses
benefícios são compartilhados com as comunidades direta e indiretamente ligadas ao território onde os
serviços ecossistêmicos são prestados.
É o serviço através do qual a natureza provê Vinculada à provisão de água, a regulação hídrica
a água necessária ao consumo humano, à é um serviço ecossistêmico relacionado ao ciclo
geração de energia, aos processos industriais e à das águas na Terra (ciclo hidrológico). É grande a
irrigação agrícola. Na MAC, a oferta desse serviço oferta desse serviço na MAC, proporcionada pela
ecossistêmico é muito alta, principalmente Floresta do Jambreiro e pelos Campos Rupestres,
através do lago da cava da mineração e da assim como pelos corpos hídricos da MAC (áreas
Floresta do Jambreiro. de brejo e lago da cava).
Estudos recentes feitos pela Vale estimam que o A permeabilidade do solo na floresta e nos
lago da cava poderia prover água suficiente para Campos Rupestres ajuda a manter a drenagem
Amenização de ilhas de calor o consumo diário de uma população de 24.000 natural do terreno, o que contribui para a
habitantes11, sem que seu nível fosse alterado, recarga das águas subterrâneas. Naquelas
Grandes áreas urbanas apresentam Extensas áreas vegetadas desempenham esse uma vez que ele é abastecido permanentemente áreas, a evaporação da umidade do solo e a
temperaturas médias mais altas (entre 3° e papel em escala mais ampla, sendo a Floresta do pelo aquífero Cauê .
12
transpiração dos vegetais passam à atmosfera
5° C) do que áreas rurais próximas. Esse efeito, Jambreiro essencial para o equilíbrio climático no estado de vapor, mantendo o ciclo hidrológico
resultante da impermeabilização do solo nas da RMBH. Através da floresta, os ecossistemas A Floresta do Jambreiro é um grande retentor do planeta.
cidades, é denominado “ilha de calor”. Para existentes na MAC prestam importantes de água: as copas das árvores retardam a
proporcionado pela copa das árvores diminui a mais importantes – Estoque de Carbono – foi orgânica ao solo, tornando-o mais poroso; gera como a transpiração da vegetação herbácea
temperatura do solo. apresentado no item anterior. sombreamento, diminuindo a evaporação. Assim, das áreas de brejo.
parte da água retida pela floresta vai reabastecer
os lençóis freáticos – reservatórios naturais de
água subterrânea –, essenciais à vida humana.
12 13
Redução do risco Redução do risco Controle de Polinização
de inundação de deslizamentos erosão do solo
Ao criar uma barreira natural ao escoamento A vegetação é um importante elemento para A erosão é um processo natural, relacionado aos A polinização é a transferência de pólen dos
das águas pluviais, a cobertura vegetal contribui a prevenção de deslizamentos, pois suas fenômenos atmosféricos, ao relevo e à formação órgãos masculinos para os órgãos femininos de
para aumentar a infiltração da água no solo, raízes retêm e estabilizam o solo. Além disso, dos solos. Em áreas de encostas, as erosões flores de uma mesma espécie, sendo responsável
retardando a captação das águas pelos corpos em desastres dessa natureza, a presença carreiam nutrientes, o que empobrece o solo, e pela formação de frutos e sementes. As abelhas
hídricos, o que minimiza a ocorrência de de vegetação ajuda a conter massas de solo sedimentos finos, provocando o assoreamento são os principais polinizadores na maioria
aumentos bruscos no caudal dos rios. A cobertura desprendidas, amenizando o impacto dos dos corpos hídricos. Esse processo, denominado dos ecossistemas mundiais, oferecendo uma
vegetal tem, portanto, um importante papel deslizamentos sobre áreas mais baixas. lixiviação, diminui o potencial agrológico dos extraordinária contribuição para a manutenção
nesse serviço ecossistêmico. terrenos e impacta a qualidade da água para da variabilidade genética das espécies vegetais
É relevante a oferta desse serviço ecossistêmico consumo humano.
e a preservação da vida.
na Mina de Águas Claras, sobretudo na Floresta
A Floresta do Jambreiro, os brejos e o lago
do Jambreiro e nas áreas de Campos Rupestres. Na MAC, esse serviço ecossistêmico é prestado
da cava são responsáveis pela oferta muito Em áreas de cultivo alimentar, a oferta de flores
Grande parte dos solos da MAC é rica em argila, principalmente pela Floresta do Jambreiro,
alta desse serviço na MAC. Os dois primeiros é baixa ou mesmo nula. Assim, a presença de
o que torna a cobertura vegetal um importante onde a copa fechada das árvores e a espessa
amortecem a descarga das águas pluviais nos polinizadores em regiões vizinhas é importante
fator para prevenir a diluição desse material serapilheira – a camada de material orgânico
cursos d’água; o último funciona como um grande para a produção agrícola, da qual depende a
pelas águas, durante chuvas extremas. Nessas que se acumula no chão das florestas –
corpo coletor, recebendo parte da água escoada segurança alimentar das comunidades.
situações, as torrentes carreiam o solo exposto, protegem o solo.
superficialmente.
o que pode levar a deslizamentos. Esse risco,
Em um ambiente natural, a abundância de
na MAC, é significativamente reduzido pelas Da mesma forma, as áreas de canga são de
períodos de grande precipitação, o que ressalta a do território, onde fatores climáticos erosivos, a área da MAC apresenta uma oferta muito
importância, para toda a área a jusante da Mina como vento e chuva, atuam com maior alta do serviço ecossistêmico polinização: em
de Águas Claras, do serviço ecossistêmico redução intensidade. Nessas encostas, os Campos 2019, um estudo identificou a presença de 60
do risco de inundação. Rupestres são fundamentais para combater os espécies de abelhas na Floresta do Jambreiro e
processos de lixiviação. sua região13.
14 15
Recreação e turismo Valores educacionais Valores culturais
O bem-estar que os ecossistemas naturais Os ecossistemas são fontes inesgotáveis de São o conjunto de valores atribuídos pelas Mais de 80% dos entrevistados destacaram
proporcionam às pessoas, ao possibilitarem pesquisa e de conhecimento, possibilitando comunidades aos territórios em que vivem, a importância da paisagem local – a Serra
atividades ao ar livre – caminhadas, ciclismo, atividades de ensino formal e informal, através das relações simbólicas que elas do Curral, a Floresta do Jambreiro e o relevo
arvorismo, contemplação, entre outras –, relacionadas às ciências da Terra, da natureza e à estabelecem com os ambientes naturais e montanhoso da região – como valor ou
caracteriza esse serviço ecossistêmico. educação ambiental. Os ecossistemas, portanto, construídos. Os valores culturais conformam herança cultural15.
prestam esse serviço que contribui para a o patrimônio imaterial das comunidades: sua
Através da Floresta do Jambreiro e do conjunto preservação dos ativos ambientais. história, a paisagem, suas crenças e seus mitos, Quanto aos valores culturais relacionados à
da paisagem, o serviço ecossistêmico recreação as manifestações religiosas e populares, a paisagem, é importante considerar, ainda, o
culinária, a arte etc. tombamento da Serra do Curral pelo Instituto
e turismo tem grande oferta na MAC. Em Seja através de seus ambientes naturais ou
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
entrevistas realizadas em 2020, frequentadores das áreas modificadas pela ação humana, a
Esses valores fazem parte da identidade (Iphan), um reconhecimento da importância a
da área citaram, também, a beleza cênica do Mina de Águas Claras oferta este importante
cultural, isto é, “o sistema de representação das ela atribuída pela população do estado de Minas
lago da cava como um elemento de grande serviço ecossistêmico valores educacionais: seus
relações entre indivíduos e grupos, que envolve Gerais e do Brasil.
atratividade. ecossistemas possibilitam ações de educação,
o compartilhamento de patrimônios comuns
sensibilização e interpretação ambiental; as
como a língua, a religião, as artes, o trabalho, os
áreas resultantes da mineração, por sua vez, são
esportes, as festas, entre outros”14.
importantes testemunhos das relações entre os
seres humanos e o meio ambiente.
Em função de sua natureza imaterial, os valores
A disputa pelo
ferro do Brasil
2
A formação dos exércitos
Em 18 de julho de 1973, partia com destino metalurgia da Escola de Minas de Ouro Preto19 –
ao terminal marítimo de Sepetiba, no Rio de idealizada por Dom Pedro II e fundada em 1876
Janeiro, o primeiro carregamento de minério pelo geólogo e mineralogista francês Claude Henri
de ferro extraído na Mina de Águas Claras. Gorceix, a instituição foi pioneira em estudos
Composto por cinquenta e seis vagões16, o geológicos, mineralógicos e metalúrgicos no país. Parte do Novo Mapa da
Capitania de Minas Geraes,
trem mineral simbolizava o fim de uma longa ca. 1822. (Detalhe com a
localização da Mina de
disputa ideológica, geopolítica e econômica, No segundo grupo, destacavam-se o presidente Morro Velho.)
[Wilhelm L. von Eschwege.]
iniciada nos anos 1910, em torno do destino a Eurico Gaspar Dutra e sua visão liberal da política
ser dado às reservas de ferro de Minas Gerais. econômica20, refletida na Constituição Federal
Durante seis décadas, visões nacionalistas – de 1946, que deixou de exigir, para concessões
que defendiam a exploração das jazidas por de pesquisa e lavra de minérios, que as empresas
companhias brasileiras e a utilização do minério estrangeiras instaladas no país possuíssem
para implantar e, posteriormente, desenvolver a necessariamente acionistas brasileiros21.
siderurgia no país – opunham-se a perspectivas Integravam as fileiras liberais, também, já na
liberais – que postulavam a participação da segunda metade da década seguinte, Juscelino
iniciativa privada estrangeira na mineração e a Kubitscheck e sua política desenvolvimentista,
exportação do minério bruto como forma de cujo Plano de Metas previa, na “Meta 26 –
gerar divisas para o país. Exportação de Minérios de Ferro”, o “aumento
da exportação de minério até 8 milhões de
O primeiro grupo incluía o então presidente do toneladas em 1960, bem como a preparação
estado de Minas Gerais, Artur Bernardes – que
17
para exportação de 30 milhões de toneladas no
em 1918, quando a disputa ganha dimensão quinquênio imediato”22.
nacional, “promulga uma lei que majora
A disputa pelo ferro do Brasil
Como consequência do regime republicano O novo século traz a criação em 1907, por Orville
recém-implantado no país, em 1897 é Derby26, do Serviço Geológico e Mineralógico do
inaugurada a nova capital de Minas Gerais. Brasil, que passa a realizar pesquisas científicas
Edificada sobre os escombros do antigo arraial visando conhecer as formações do subsolo no
do Curral Del Rei, na vertente da serra oposta território nacional. Nessa mesma época, a Saint
às jazidas de ouro e minério de ferro, Belo John Del Rey Mining Company passa a investir
Horizonte viria a ter, no entanto, um papel em pesquisas de minério de ferro em suas
fundamental na história da mineração na propriedades27.
Serra do Curral, em particular na história da
Mina de Águas Claras, como se verá mais
adiante neste relato.
Mapa das Minas de Ouro e Diamantes,ca.1734/1735. (Detalhe com a localização aproximada da Mina de Morro Velho.)
[Diogo Soares e Domingos Capassi.]
entrada de capitais estrangeiros na exploração Ouro, Morro Velho já era minerada desde, pelo
do ouro, a companhia inglesa Saint John Del Rey menos, 172824, quando pertencia a Francisco Neto
Mining Company adquire, em 1834, a Mina de Albernaz. A fazenda do Morro Velho abrangia
Morro Velho, então o principal empreendimento terras onde se situavam, também, as jazidas de
minerário da freguesia de Congonhas de
23
minério de ferro de Águas Claras25. Planta Geral da Cidade de Minas organizada sobre a planta geodésica, topográfica
e cadastral de Belo Horizonte, 1895. (Com a localização aproximada da jazida de
Sabará, atual município de Nova Lima. Águas Claras.) [Comissão Construtora da Nova Capital.]
20 21
Revista da Escola de Minas (REM). Será Derby, juntamente com Gonzaga de Nesse mesmo ano, entra em vigor o Código
Campos, engenheiro da Escola de Minas de de Minas, que promovia a “nacionalização
Ouro Preto, o responsável, três anos depois, progressiva das minas e jazidas minerais
pelo estopim da disputa que queremos narrar. julgadas essenciais à defesa econômica ou
Apresentado no XI Congresso Internacional militar do país.”36 Além disso, em outra vitória
de Geologia, realizado em Estocolmo, na dos nacionalistas, a exploração do subsolo
Suécia, o trabalho intitulado The Iron Ores of passa a depender de autorização federal,
Brasil “entregava literalmente aos poderosos sendo que concessões de pesquisa e lavra de
interesses estrangeiros o mapa da mina minérios só poderiam ser dadas a brasileiros ou
nacional” .
28
a empresas organizadas no Brasil.
O campo de batalha
ou empresas constituídas por acionistas
como atribuição “o estudo de todos os assuntos
brasileiros”41 seriam dadas concessões para o
relativos à produção mineral do país (...) bem
aproveitamento de jazidas e minas.
Mapa de uma parte do Distrito das Minas de Ferro de Minas Gerais, 1908.
como os que se referiam ao conhecimento da
(Com a localização aproximada da jazida de Águas Claras.) [Gonzaga de Campos (publicado por Orville Derby, 1910).] geologia no território nacional”35.
22 23
A reação da Saint John Del Rey Mining Company Constituição Federal mantinha a isenção de o financiamento para a implantação da Em contrapartida, caberia ao Brasil extrair,
vem no ano seguinte, quando transfere para autorização para as minas já em lavra, a Saint Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta transportar e exportar “1,5 milhão de toneladas
a Companhia de Mineração Novalimense, John Del Rey solicita ao DNPM, ainda em 1938, Redonda, e do governo inglês a transferência de minério de ferro por ano, a serem compradas
constituída por acionistas brasileiros, os direitos através da Novalimense, a averbação das jazidas ao governo brasileiro, sem ônus, das jazidas em partes iguais pelos dois países, por um
de exploração das jazidas de ferro da Fazenda de Morro Velho como minas de ferro. O pedido de ferro pertencentes à Itabira Iron Ore. Ao período de três anos, a um preço bastante
Morro Velho, incluindo a de Águas Claras. da Novalimense é acatado pelo DNPM nesse mesmo tempo, os Estados Unidos financiariam inferior ao do mercado. (...) O contrato poderia
Da mesma forma, aproveitando que a nova mesmo ano. o aparelhamento das minas itabiranas, o ser renovado até o fim da guerra”43. Para tanto,
prolongamento e a restauração da Estrada de foi criada a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
Arquivo Público Mineiro
Ferro Vitória-Minas e o equipamento do porto Entre os nacionalistas, a guerra contra os
de Vitória, no Espírito Santo. liberais parecia ganha.
A reação liberal
Durante o brevíssimo governo de Jânio Quadros O relatório e as propostas do MME são “o que é bom para os Estados Unidos é bom Anthony Salomon, do Departamento de Estado
(janeiro a agosto de 1961), os nacionalistas aprovados pelo presidente da República em 21 para o Brasil”, proferida por Juraci Magalhães, norte-americano; David Palmer, da United
parecem reequilibrar a disputa. Em sintonia de agosto53. Quatro dias depois, Jânio Quadros embaixador brasileiro em Washington durante States Agency for International Development
com o que o então candidato à presidência renuncia ao cargo54. Tendo o vice-presidente o governo do marechal Castelo Branco (1964 a (USAID)63; John McCloy, diretor da Hanna
da República havia afirmado no ano anterior, João Goulart, a partir da renúncia de Jânio 1967), viria consolidar os interesses das grandes Mining, e, acompanhando o séquito americano,
durante comício de campanha realizado em Quadros, assumido a presidência da República, companhias norte-americanas de mineração o embaixador dos Estados Unidos no Brasil,
Belo Horizonte48, a nova política federal para o é elaborada uma nova política de exportação de e siderurgia – dentre as quais a Hanna Mining, Lincoln Gordon – o principal articulador, pelo
minério de ferro estabelecia que todo o lucro minério de ferro. U.S. Steel e Bethlehem Steel59–, permitindo a governo norte-americano, do golpe de 196464.
obtido com a exportação deveria ser reinvestido exploração das reservas brasileiras de minério Do outro lado da mesa estão os brasileiros
na produção de aço; à CVRD, que deveria “ser A proposta formulada em outubro de 1961 pelo de ferro. Paulo Lima Vieira, presidente da CVRD, e Guedes
protegida de concorrências desleais”, era dado novo ministro das Minas e Energia, Gabriel Muniz, o brigadeiro que presidia a Cosigua –
protagonismo nas exportações, sendo que o Passos, basicamente detalhava os princípios Nesse sentido, é emblemático o episódio do Companhia Siderúrgica da Guanabara –, um
transporte ferroviário do minério deveria ser estabelecidos por João Agripino, seu antecessor55, destombamento do Pico do Itabirito – “tido projeto governamental que, naquele momento,
executado por empresa do Estado, mediante um que, conforme já dito, visavam dar à CVRD o como o único monólito do mundo constituído só existia no papel.
preço de “frete suficiente para cobrir os custos comando da exportação de minério de ferro e de hematita compacta”60 – em 1965, por decreto
operacionais.”49 exigir dos demais exportadores a reinversão dos do presidente Castelo Branco. Alegando em Feitas as apresentações, Castelo Branco anuncia
lucros no Brasil. Na proposta, Passos determina a seu despacho razões “jurídicas, econômicas e sua intenção de associar o grupo Hanna ao
Nessa mesma linha, em junho daquele ano, o “revisão de todas as autorizações de pesquisa e políticas”61, Castelo Branco deu provimento ao holding Companhia Auxiliar de Empresas de
Ministério das Minas e Energia (MME) iniciava concessões de lavra já feitas pelo Ministério das recurso judicial da Companhia de Mineração Mineração (Caemi), do brasileiro Augusto
avaliação técnica e jurídica das minas e jazidas Minas e Energia até então”56. Novalimense, Saint John Del Rey Mining Trajano de Azevedo Antunes. Mas, onde estava
de minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero50, Company e Icominas contra o tombamento62, Azevedo Antunes ou, pelo menos, algum diretor
várias das quais sob o controle da Hanna Mining. No ano seguinte, o ministro manda cancelar as o que permitiu que o pico continuasse sendo de uma de suas empresas? Não sabemos.
As avaliações51 apontam irregularidades em averbações consideradas irregulares57, entre minerado conjuntamente pelas três empresas. O fato é que a Caemi, sem ter tido nenhum
“inúmeros registros de minas e jazidas”. elas a da jazida de Águas Claras, de propriedade representante na reunião, dela sai com 51% da
da Companhia de Mineração Novalimense, O destino (e os interesses) das duas primeiras companhia cujo embrião havia sido lançado
Respaldado por vinte e um pareceres jurídicos, controlada pela Hanna Mining desde 1958. entrelaçavam-se desde 1934, ano em que, (ou talvez apenas anunciado) pelo presidente
o MME propõe que as respectivas concessões O ato do ministro Gabriel Passos seria o último como vimos, a Saint John Del Rey constituiu a da República, minutos antes: a Minerações
“fossem consideradas nulas [e] passassem a suspiro dos nacionalistas na longa batalha Novalimense, detendo 96,5% de seu capital. Brasileiras Reunidas – MBR, empresa que, nas
constituir reserva nacional, de propriedade travada contra os liberais sobre o destino do A esse destino comum se somou a Hanna três décadas seguintes, iria lavrar a Mina de
da União”52. minério de ferro brasileiro. Mining, cuja filial brasileira foi incorporada Águas Claras65.
pela Novalimense em 1963. Para entender o
que levou a Icominas, uma empresa brasileira Em 1967, no último dia de seu mandato, o
dia 6 de novembro de 1964, e espiar a reunião foi dito, havia cancelado a averbação daquela
que acontecia no gabinete do presidente da jazida. No ano seguinte, Águas Claras tem sua
República, no Palácio do Planalto. concessão de lavra expedida pelo DNPM, o que
Tramado no contexto da Guerra Fria, e ideológico, político e econômico do governo permitiu à MBR explorar o minério de ferro da
contando com o apoio velado, porém crucial, brasileiro às diretrizes norte-americanas Imaginamos que, sentado na cabeceira, jazida, consolidando a vitória dos liberais na
dos Estados Unidos para sua concretização58, o para a América Latina, em particular para o comandando a reunião, esteja o marechal- longuíssima batalha contra os nacionalistas.
Golpe Militar de 1964 resultaria no alinhamento Brasil. Esse alinhamento, celebrizado na frase presidente. De um dos lados da mesa, estão:
28 29
Preparando a partida do trem O trem mineral em movimento
A lavra da jazida de Águas Claras só foi iniciada Além disso, de modo a viabilizar o embarque Eurico Zimbres / UERJ
pela MBR em 1973. Antes, para que fosse feito o do minério rumo ao exterior, foi construído
transporte do minério até o porto de Sepetiba, pela MBR o terminal marítimo na baía de águas
no Rio de Janeiro, em 1970 foi celebrado profundas, que viabilizava a operação de navios
contrato entre a MBR e a Rede Ferroviária S.A. supercargueiros com capacidade superior a 200
(RFFSA), com duração de quinze anos, prevendo mil TDW, uma exigência feita pelas indústrias
o transporte de dez milhões de toneladas por siderúrgicas japonesas, principais compradoras
ano66. Ao mesmo tempo, foram construídos os Hematita maciça
do minério de Águas Claras67. (5 x 7 cm), minério
dezenove quilômetros do ramal ferroviário de de ferro, 2005.
Águas Claras, interligando a área da mina aos
trilhos da RFFSA.
IBGE
Antes que o trem mineral que citamos no início não aproveitáveis, chamadas “estéreis”, era
do nosso relato parta em direção ao terminal depositada em pilhas, conformando parte do
de Sepetiba, é necessário contar como as 5.600 relevo atual da MAC. Já o minério, em si, era
toneladas de minério de ferro hematítico que
68
levado até as instalações de britagem. Essas
o abastecem foram despertadas de seu “sono instalações eram semimóveis, e iam mudando
rancoroso” , retirados da mina, beneficiados
69
de lugar conforme a escavação prosseguia.
e transportados até o trem estacionado na Nelas, uma grande máquina chamada “britador
pera ferroviária do terminal de Águas Claras. de mandíbulas” reduzia as rochas a pedaços um
Primeiro, o despertar: para que pudessem ser pouco menores do que uma bola de handebol.
transportados, os blocos compactos de rocha
contendo o minério de ferro tinham que ser A partir daí, o minério era levado por correias
desagregados, ou seja, transformados em blocos transportadoras até a pilha de estocagem da
menores. Isso era feito com a detonação de Instalação de Tratamento de Minério (ITM).
explosivos, obedecendo “a um Plano de Fogo Na ITM, o minério era peneirado e, se necessário,
controlado e adequado à operação” , já que a
70
novamente britado, produzindo grãos que
mina estava próxima à cumeeira da Serra do variavam entre os tamanhos de uma pérola e
continuou até o final da exploração da jazida. transportadoras até o pátio de estocagem, onde
eram armazenados em grandes pilhas, à espera
Uma vez desagregados, os blocos de rocha de serem conduzidos, também por correias,
eram transportados em enormes caminhões até a pera ferroviária, para o carregamento dos
diesel-elétricos que, em uma só viagem, vagões72 com destino ao porto de Sepetiba.
Carta do Brasil, Belo Horizonte, 1979. (Detalhe com a localização da Mina de Águas Claras.) [IBGE.] carregavam 150 toneladas. A parte de rochas Agora, o trem já pode partir.
30 31
Uma viagem
no tempo
3
O relógio geológico
A partida do trem mineral que pôs em Em nosso relógio, serão necessários mais
movimento o projeto Águas Claras aconteceu
73
cem minutos até que, às 05:40 da madrugada
apenas 48 anos antes do momento em que (há 3,5 bilhões de anos), surjam as
narramos esta história. A formação da jazida cianobactérias, algas azuis capazes de realizar
de ferro que permitiu que a Mina de Águas fotossíntese. Esses microrganismos foram de
Claras fosse lavrada a partir de 1973, no entanto, grande importância para a evolução da vida
perde-se na escuridão dos tempos. Para no planeta (e para a história que estamos
entender como isso aconteceu, precisamos contando, como se verá), pois seu metabolismo
fazer uma viagem de alguns bilhões de anos em produziu o oxigênio que, aos poucos, foi se
direção ao passado mais remoto da Terra. Nessa acumulando na atmosfera.
viagem, contaremos com a ajuda do relógio ao
lado, que marca o tempo geológico, em que cada Então, no final do éon Arqueano, às 10:50 da
segundo equivale a aproximadamente 55 mil manhã em nosso relógio (2,5 bilhões de anos
anos em nosso calendário. atrás), a saturação de oxigênio na atmosfera
– um evento que os cientistas chamam de
O relógio geológico marca 00:00 hora quando Grande Evento de Oxigenação (GEO) – fez com
são formados a Terra e os planetas, há cerca que o ferro gerado pela atividade vulcânica
de 4,6 bilhões de anos. Por volta das 04:00 da submarina, até então dissolvido na água do
madrugada surge a primeira forma de vida nos mar [Fe(II)], reagisse à presença do oxigênio,
oceanos primitivos, os procariontes, organismos tornando-se insolúvel [Fe(III)], e fosse se
de célula única, sem núcleo definido, como são depositando em grande escala nas plataformas
as bactérias. Esse evento acontece quando marinhas74 dos continentes em formação.
se passaram cerca de 760 milhões de anos em
nosso calendário, no início do éon Arqueano,
Uma viagem no tempo
O relógio geológico
nomear gigantescos intervalos de tempo.
32 33
Continentes primitivos
As FFB são um tipo de rocha sedimentar76, Para que uma FFB se torne uma jazida mineral
F. Caxito e T. Gonçalves Dias / Acervo particular
formadas principalmente entre 2,5 e 2 bilhões potencialmente explorável, é necessário que
de anos atrás, que constituem os maiores e mais ocorram fenômenos geológicos – como falhas
importantes depósitos de minério de ferro do e dobras na superfície do planeta, originadas
mundo. Geralmente, o teor de ferro contido pela movimentação de placas tectônicas –,
nessas rochas varia entre 30 e 35%. Esse teor que a exponham, ou seja, que a aproximem ou
pode se elevar, no entanto, a mais de 60%. mesmo a elevem à superfície da Terra, onde
sofrem a ação erosiva dos elementos naturais.
Isso acontece quando a FFB sofre alteração Os processos geológicos que expuseram as
hidrotermal, isto é, quando a sílica nela contida jazidas de ferro do Quadrilátero Ferrífero,
é dissolvida pela água quente subterrânea entre elas a de Águas Claras, iniciaram-se na
FFB (Formação Ferrífera Bandada) com
(normalmente entre 150 e 500°C), o que leva a era77 Paleoproterozoica, há 2,2 bilhões de anos, clasto caído da Formação Santa Cruz,
distrito de Urucum, Corumbá – MS, s.d.
grandes concentrações de ferro, caracterizando quando são 12:20 no relógio geológico.
os chamados depósitos de alto teor, como é
o caso das jazidas de ferro do Quadrilátero
Ferrífero.
E
S
Belo Horizonte
Uma região de importância mundial
Nova Lima
conhecida como Quadrilátero Ferrífero – com uma das áreas mais importantes do mundo para
aproximadamente 7.000 km2 de área e localizada entendermos a história do planeta, em função
ao sul de Belo Horizonte – é a mais estudada do da antiguidade dos terrenos que o conformam.
Brasil do ponto de vista geológico, em função
de seus recursos minerais, sobretudo pela
Ouro Preto
ocorrência de ouro e ferro de alto teor, como o
Uma viagem no tempo
Ouro Branco
A região do Quadrilátero Ferrífero, com a localização da área da Mina de Águas Claras, 2021
36 37
O nascimento da Serra do Curral Uma bola de neve
1,3 bilhão de anos depois da formação da Serra A Terra terá sofrido, inclusive, uma glaciação
do Curral, quando já são 18:40 em nosso relógio, extrema (Snowball Earth), ficando inteiramente
surge um novo supercontinente, chamado revestida por uma camada de gelo enquanto
Rodínia. Na era seguinte, Neoproterozoica, os ponteiros do relógio geológico, que não se
acontecem grandes variações tectônicas congelaram, avançam entre 19:40 e 20:40 horas.
e químicas no planeta, bem como as mais Nessa mesma era, acontecem a quebra
extremas variações climáticas de sua história. do supercontinente Rodínia e a dispersão de
suas partes pelo globo.
Gondwana
O fim do éon Proterozoico, há 544 milhões de anos, é novamente um tempo de colisões entre placas
tectônicas, que se fundem criando Gondwana, um continente gigante que reunia as atuais América do
Sul, Antártida, África, Índia e Austrália.
Mapa geológico simplificado do Quadrilátero Ferrífero, com a localização das principais minas e municípios
(baseado em Dorr, 1969), 2017.
2,7 bilhões de anos atrás, sucessivas camadas das montanhas, dão origem às serras do
São 21:10 em nosso relógio, quando tem início de vida se irradiam pelos oceanos – um A era seguinte, chamada Mesozoica, é marcada Antes, porém, essa parte do Gondwana
um evento que irá alterar toda a dinâmica da evento tão importante que toda a história da por grandes transformações na configuração sofre um severo processo de desertificação.
vida na Terra. Haviam sido necessários cerca Terra até então pertence ao tempo chamado do planeta. A mais importante delas é a De dimensões saarianas, o deserto Botucatu
de 2,1 bilhões de anos para que os primeiros pré-Cambriano, o nome que os cientistas dão desagregação de Pangeia, quando são quase ocupava as áreas onde atualmente se localizam
microrganismos surgidos no planeta evoluíssem aos quatro bilhões de anos que narramos até 23:40 em nosso relógio, o que levará à formação os estados do sul do Brasil, além de Minas
para formas de vida unicelular mais complexas aqui. O Cambriano, portanto, são as três horas dos continentes e oceanos atuais. América Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul,
(eucariontes) e mais 1,2 bilhão de anos para que que faltam para terminar nossa viagem rumo do Sul e África, unidos desde o fim do pré- avançando pelos territórios do Uruguai,
acontecesse a chamada “explosão Cambriana”: ao presente. Cambriano na parte ocidental do Gondwana, Argentina e Paraguai.
em apenas 44 milhões de anos, diversas formas iniciam sua lenta separação no período
Cretáceo, em torno de 125 milhões
de anos atrás.
Um continente gigantesco
Explosão de vida | Um continente gigantesco | O deserto maior que o Saara | Extinção em massa e nichos de vida
No início do éon Fanerozoico, o Gondwana passa A segunda delas cobrirá de gelo o território
a derivar e a descrever uma grande rotação em de Minas Gerais. No final da era, o Gondwana
torno do Polo Sul. Durante a era Paleozoica, se junta à Laurásia, outra massa continental
enquanto os ponteiros do relógio geológico enorme, composta das atuais América do No final da era Mesozoica, um evento alterará com uma concentração excessiva de irídio –
avançam em direção às 22:40, o continente Norte e Ásia. Dessa junção nasce Pangeia, o profundamente o curso da vida no planeta. um elemento raro na Terra80, mas abundante
gigante recebe as adições da atual Patagônia, supercontinente que reuniu todas as placas Segundo a teoria científica mais aceita em asteroides e cometas –, formadas no fim
de grande parte da Cordilheira dos Andes e continentais então existentes. atualmente, a colisão de um gigantesco do Cretáceo, a teoria sugere que o impacto do
passa por duas glaciações. asteroide com a Terra seria o principal fator corpo celeste de 10 quilômetros de diâmetro
responsável pela extinção em massa da liberou energia equivalente à explosão de
vida no planeta, ocorrida há cerca de 65,5 cinco bilhões de bombas atômicas iguais às
milhões de anos, quando no relógio geológico detonadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945.
são 23:40. Esse evento, que marca o fim do
período Cretáceo, teve um impacto enorme Um evento dessa magnitude teria lançado
na biodiversidade da Terra, afetando, entre na atmosfera partículas de terra e rocha
organismos terrestres e marinhos, pelo menos suficientes para reduzir drasticamente a
75% das espécies então existentes , o que levou
78 quantidade de energia solar que chegava à
à extinção, dentre outros grupos de animais, dos superfície da Terra. Assim, organismos cujo
dinossauros, que habitavam o planeta desde 245 metabolismo baseava-se na realização de
milhões de anos atrás. fotossíntese sofreram declínio ou extinguiram-
se. Como as plantas terrestres e o fitoplâncton
Baseada na identificação de uma cratera dos ambientes aquáticos formavam a base
soterrada, de aproximadamente 180 da cadeia alimentar, houve uma diminuição
quilômetros de diâmetro , na península de
79 significativa na população de animais
Início do Período Triássico,
há 245 milhões de anos Iucatã, no México, e na descoberta de rochas herbívoros, que deles se alimentavam.
40 41
Fim da viagem
Antes que termine nossa viagem, às 24:00 Curiosamente, o venerável animal vivia na ilha
horas, é preciso incluir neste relato um equatoriana que Charles Darwin visitou em 1835,
personagem que vai alterar o curso da vida e que foi de fundamental importância para a
no planeta: o Homo sapiens. Nossa espécie surge formulação, pelo naturalista inglês, da teoria
quando faltam apenas 2 segundos para científica da seleção natural85, processo pelo
a meia-noite. qual as formas de vida evoluem ao longo das
gerações.
Nesse curtíssimo intervalo de tempo, iremos
domesticar as primeiras plantas, criando a É meia-noite em nosso relógio, quando
agricultura há cerca de 12 mil anos, o que deu o acúmulo de evidências das mudanças
Mosassauro (modelo digital do esqueleto), 2022. origem às cidades. Por volta de 5,5 mil anos climáticas que afetam o planeta leva parte da
atrás, inventamos o primeiro sistema de escrita, comunidade científica a debater a criação de
usando estiletes de bambu e tábuas de argila – um novo período na escala do tempo geológico:
a escrita cuneiforme, desenvolvida pelos povos o Antropoceno, no qual a ação humana terá
A partir daí, predadores situados no topo da a extinção ou a drástica redução da população
sumérios na Mesopotâmia (onde se localiza, se convertido num fator capaz de alterar
cadeia, tais como o Tiranossauro rex, também de moluscos, como os amonites, seria a razão do
atualmente, o Iraque). efetivamente as condições da vida na Terra.
pereceram81. completo desaparecimento dos mosassauros,
répteis marinhos gigantes cuja cadeia alimentar
incluía os primeiros. A escrita, uma de nossas realizações mais
A colisão do asteroide com o planeta teria
geniais, marca o início do tempo histórico e
desencadeado, ainda, uma série de tragédias British Museum
Por outro lado, a extinção de inúmeras possibilita o surgimento da astronomia, a mais
ecológicas82. Com o impacto, detritos teriam
espécies animais e vegetais não foi o único antiga das ciências, aproximadamente 3,9 mil
sido lançados no espaço, onde permaneceram
impacto ocorrido na biodiversidade terrestre anos depois.
em órbita da Terra. As chamadas crateras de
impacto, com idade aproximada à de Iucatã, e marinha. Animais onívoros, insetívoros ou
que se alimentavam de detritos sobreviveram à Transcorreriam trinta séculos até que o
porém significativamente menores, tais como
extinção, possivelmente em função do aumento desenvolvimento das técnicas de navegação –
a de Vista Alegre, no sul do Brasil, seriam
da disponibilidade de alimentos. Do mesmo sempre baseada na posição dos astros celestes
evidências da queda posterior desses detritos.
modo, os mamíferos e aves que resistiram ao – e da tecnologia das embarcações permitissem
oceanos. Evidencia tais eventos o fato de que, desse fenômeno foi a explosão de diversidade Fragmento de tábula de argila, Poema épico de Gilgámesh,
dos mamíferos placentários, que, até então, século XXI. período neo-assírio (745-612 a.c.).
na América do Norte, aproximadamente 57%
das espécies de plantas extinguiram-se na eram constituídos em sua maioria por animais
passagem do Cretáceo ao Paleógeno, o primeiro de pequeno porte, solitários e de hábitos
período da era seguinte; da mesma forma, noturnos.
42 43
Arquivo Público Mineiro
A disputa
pelo território
4
O terceiro exército
Carta do Brasil, Belo Horizonte,
1979. (Detalhe com a localização
da Mina de Águas Claras.)
[Secretaria de Estado de Ciência
e Tecnologia de Minas Gerais.]
Com o início das atividades da Mina de Águas Suas fileiras seriam constituídas, num primeiro
A Coluna do patrimônio cultural
Claras, em 1973, entraria no campo de batalha momento, pelos órgãos de proteção ao
um terceiro exército, que, diferentemente patrimônio cultural, aos quais se juntam, em
dos nacionalistas e dos liberais, não estava seguida, a opinião pública de Belo Horizonte
preocupado com o destino do minério de ferro (além da nacional, em menor escala), e, já
brasileiro, e sim com as consequências da no final da década de 1980, o movimento
mineração sobre a paisagem de Minas Gerais ambientalista. Em 1958, Bias Fortes, então governador do estado de Minas Gerais, solicita à Diretoria do Patrimônio
e o meio ambiente: os preservacionistas. Histórico e Artístico Nacional (Dphan) o tombamento da Serra do Curral – “em face das obras de
pesquisa de minério de ferro pela firma Hanna Corporation, nas proximidades da referida serra, as quais
Blog Curral Del Rey
importarão no seu desaparecimento”86. O tombamento aconteceu dois anos depois, porém de forma
parcial: foi colocado sob proteção apenas um trecho de 1.800 metros de extensão (900 metros de cada
lado do eixo da Avenida Afonso Pena), que, na vertical, ia da base da montanha (nível 1.150 m) até a linha
da cumeeira. Esse trecho da Serra se prolongava na direção leste, porém não atingia a cumeeira (parava
no nível 1.250m), abrangendo o costado norte da atual cava da Mina de Águas Claras. Fazia parte
do tombamento, também, o Pico de Belo Horizonte, desde seu cume até o nível 1.260m, no vértice
nordeste da propriedade onde se localiza a mina.
IPHAN
Quando se inicia a lavra de Águas Claras, os apresentado pela lavra da hematita, minério
preservacionistas reagem através do governador de ferro de alta qualidade”, o relatório final
de Minas Gerais, Rondon Pacheco, que da comissão concluiu, em 1975, que “(...) não
designa comissão para “verificar ocorrências há interferência direta [grifo no original] de
de mineração (...) [na área tombada] da Serra atividades de mineração nas áreas tombadas (...)
do Curral”87. Em resposta ao ofício que a para preservação do conjunto paisagístico da
Quatro anos depois da mostra de Souzanetto, literária. Se não seria correto atribuir a
comissão havia encaminhado à MBR, solicitando Serra do Curral”89.
as fileiras preservacionistas ganhariam um Drummond a intenção deliberada, por meio
informações sobre possível atividade minerária
aliado de peso nacional: o poeta Carlos de seus poemas que tratam do tema da
na área tombada, a empresa responde que “(...) Estava aberto o caminho, no entanto, para
Drummond de Andrade. Nascido em 1902, mineração, de denunciar diretamente as
a lavra do minério atingirá uma estreita fatia, o tombamento da Serra do Curral na esfera
em Itabira, Drummond acompanhou, desde o alterações irreversíveis na paisagem, causadas
não tombada, da cumeada da serra, à esquerda municipal, o que aconteceria no ainda distante
início, o desenrolar em torno da exploração da pela exploração minerária – ao contrário do
da extensão de 1.800 m objeto do tombamento. ano de 1990, através da Lei Orgânica do
jazida de ferro do Pico do Cauê, primeiro pela que fez Manfredo de Souzanetto no campo
(...) essa fatia do perfil da serra é de tal modo Município de Belo Horizonte, que declarou
Itabira Iron Ore Company, de Percival Farquhar, visual –, o certo é que pelo menos um deles
inexpressiva, em face das dimensões do tombado, para fins de preservação, “o
e, a partir de 1942, pela CVRD, conforme já desempenha notavelmente esse papel: o poema
conjunto da Serra do Curral, que (...) pode-se alinhamento montanhoso da Serra do Curral,
contamos neste relato. A desfiguração da “Triste Horizonte”, no qual o poeta narra uma
afirmar que o perfil da Serra do Curral não será compreendendo as áreas do Taquaril ao
montanha de ferro, absorvida como experiência (tentativa de) visita à Serra do Curral, da última
substancialmente alterado”88. Jatobá”90. No ano seguinte, foi feita a aprovação
angustiante pelo jovem Drummond, se reflete vez em que esteve em Belo Horizonte, em 1976:
do tombamento, “com definição de perímetro e
desde o primeiro momento em sua produção
Constatando que no tombamento feito pelo de diretrizes gerais pelo Conselho Deliberativo
Manfredo de Souzanetto / Museu de Arte da Pampulha
DPHAN foi feita “uma compatibilização entre do Patrimônio Cultural do Município de Belo
o tombamento e o interesse econômico Horizonte (CDPCM/BH)”91.
obras com o título Olhe bem as montanhas. O artista prosseguiu realizando ações que
visavam denunciar a desfiguração do perfil da
Para divulgar a mostra e também alertar para serra, tais como o cartão-postal O lugar da
a desfiguração da paisagem pela mineração, o ausência, da série Réquiem para a Serra do Olhe bem as montanhas (adesivo plástico), década de 1970.
artista criou um adesivo plástico onde se lia: Curral, realizada em 1980. O lugar da ausência (cartão-postal impresso a partir de fotolito), 1980.
46 47
Novas divisões na batalha
“(…) Segundo Vasconcelos, o risco se devia Esse encadeamento crescente de fatores Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Em vão tento a escalada. “à própria formação filitosa da serra e aos danos originados na esfera pública, amplificados Nacional (IPHAN)99, solicitando a definição
Cassetetes e revólveres me barram frequentemente causados pelas explosões de por iniciativas no campo da arte e por ações dos limites e o estabelecimento de diretrizes
a subida que era alegria dominical de dinamite na exploração de minérios na região”. da sociedade civil, que são repercutidas de ocupação para o “Conjunto paisagístico do
minha gente. O presidente da SME concluía dizendo que a pela imprensa local e nacional, como vimos, Pico e da parte mais alcantilada da Serra do
Proibido escalar. Proibido sentir instituição vinha desenvolvendo iniciativas cristaliza-se em novas atitudes das instituições Curral”, como foi denominada a área tombada
o ar de liberdade destes cimos, que visavam “preservar a cidade e mobilizar a de proteção ao patrimônio cultural e de pelo órgão federal em 1960. Em resposta à ação
proibido viver a selvagem intimidade comunidade para a consciência ecológica”. ordenamento do espaço urbano. ajuizada pelo MPF e MPMG, o Iphan publica,
destas pedras Ainda que de tom sensacionalista, a matéria, em 2016, a Portaria n. 198, que delimita com
que se vão desfazendo em forma de veiculada por um semanário de grande Em 2003, o CDPCM/BH aprova, em definitivo, precisão as áreas de proteção do Pico de Belo
dinheiro. circulação nacional96, dava continuidade à a ampliação da área tombada da Serra do Horizonte e da parte mais alcantilada da Serra
(…)” mobilização de “corações e mentes” para a Curral, à qual é acrescida uma área de entorno, do Curral.
causa ambiental e contra a mineração na Serra conformando um total protegido de 50,77 km . 2
Publicado no Jornal do Brasil94 – na época, o do Curral. Essa ação do Conselho resultaria, através da Embora a Portaria tenha estabelecido, ainda,
diário de maior prestígio e de maior circulação revisão do Plano Diretor municipal feita em 2010, uma área de entorno para o bem tombado,
do país –, o poema, e sobretudo as crônicas de Cinco anos depois, em 1988, é lançado o na criação da Área de Diretrizes Especiais (ADE) o Iphan não estabeleceu as diretrizes de
Drummond sobre a mineração95, divulgadas com manifesto e o movimento “SOS Serra do Serra do Curral, sujeitando esta área a diretrizes ocupação determinadas pelo Ministério Público,
frequência na imprensa, chamariam a atenção Curral”, em ato organizado por associações específicas para ocupação do solo. Nesse mesmo o que só veio a fazer em 2018, com a publicação
da opinião pública nacional para o impacto da de moradores de bairros de Belo Horizonte ano, o Ministério Público Federal (MPF) e o da Portaria n. 437 que, além de estabelecer as
atividade minerária sobre o meio ambiente, o localizados próximos à encosta da montanha, Ministério Público do Estado de Minas Gerais diretrizes, alterou a poligonal de entorno do
que terá ajudado a moldar a ainda incipiente constituindo a primeira reação da sociedade civil (MPMG) ajuizaram ação civil pública contra o bem tombado.
consciência ecológica. organizada à mineração no local. O movimento Adriano Vasconcelos (Consórcio Gaia) / Vale S.A.
denunciava a “exploração de minério (...)
No início da década seguinte, é publicada, pela pela MBR, que diariamente explode parte da
revista carioca Manchete, reportagem sobre encosta”, e reivindicava o tombamento da Serra Belo Horizonte
Belo Horizonte que traz o título “Denúncia da do Curral pelo município97, o que seria feito em
Sociedade Mineira de Engenheiros salva Serra 1990, conforme já dito. A mobilização da opinião
do Curral”. A matéria noticiava que três bairros pública local culminaria em 1995, na eleição, pela
luxuosos de Belo Horizonte – Mangabeiras, população da capital, da Serra do Curral como o
Nova Lima
W
E
S
Mina de Águas Claras: áreas do entorno de tombamento do Iphan (2018), 2020. [Consórcio Gaia.]
48 49
A Frente atual Atualizando as disputas que, a partir do reconhecimento dos valores histórico, cultural e ambiental da
Serra do Curral pelo conjunto da sociedade, envolvem diversos setores, cujos interesses pelo território são
muitas vezes divergentes, encontra-se em debate público a proposta de tombamento da Serra do Curral
elaborada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) em 2020.
50 51
O futuro
da Mina
54
Em novembro de 2002, foram encerradas as Se o primeiro evento marcou o fim das intensas Esses estudos haviam sido iniciados pela MBR da área, o projeto promoverá a regeneração
operações da Mina de Águas Claras, que lavrou atividades da mina ao longo de quase trinta em 1992 e foram retomados no mesmo ano em ambiental e paisagística local, acelerando o
290 milhões de toneladas de minério hematítico anos, o segundo indicava a necessidade de que se encerrou a lavra de Águas Claras, após processo de reconstituição dos ecossistemas
de alta qualidade – um teor médio de 67,8% de aprofundamento dos estudos para o futuro a aquisição do controle acionário da MBR pela locais. A iniciativa criará as bases para que, na
ferro – e 200 milhões de toneladas de estéril . 100
do território. CVRD em 2001. Tendo adquirido a totalidade MAC, as interações humano-natureza ocorram
Em fevereiro do ano seguinte, seria exportado das ações da MBR, o que aconteceu em 2007, de modo ambientalmente equilibrado.
pela MBR o último estoque armazenado do a Vale elaborou o chamado “Plano Diretor de
101
minério de Águas Claras. Fechamento da Mina de Águas Claras (MAC)”, Ciente da complexidade de fatores que
já em 2013, visando dar uma destinação à área envolvem o território da Mina de Águas Claras
Consórcio Gaia / Vale S.A. de que passou a ser proprietária. e da potencialidade do Projeto de Uso Futuro
para gerar desenvolvimento social, econômico
É no ano de 2020, no entanto, que a Vale e cultural, atendendo às expectativas dos
inicia o Projeto de Uso Futuro da Mina de diversos setores da comunidade, a Vale está
Águas Claras, um amplo e profundo estudo investindo de forma criteriosa na recuperação
que prevê a participação da comunidade no ambiental e geotécnica da área, cumprindo seu
projeto. Não se limitando à atualização do compromisso de ser uma operadora sustentável,
Geologia Água Vegetação conhecimento técnico produzido ao longo catalisadora de desenvolvimento local e agente
de duas décadas sobre a MAC e sua região, o global de sustentabilidade.
Projeto de Uso Futuro propõe um olhar inovador
para o território, protegendo e valorizando
seus atributos ambientais únicos, que serão
compartilhados com a população. Equipe Vale
Fauna Interação
humano e
natureza
13
HIPÓLITO et al., 2019 apud CONSÓRCIO GAIA, 2020.
32
A Constituição de 1891 não estabelecia a distinção entre a propriedade do solo e do subsolo, assegurando ao proprietário
do primeiro, fosse ele brasileiro ou estrangeiro, o direito de exploração também do segundo.
14
OLIVEIRA, 2010 apud CONSÓRCIO GAIA, 2020.
33
“Os proprietários das terras, desconhecendo o valor do seu subsolo, vendiam-nas a preço irrisório.” (DIAS, 1992, p. 153.)
15
CONSÓRCIO GAIA, 2020.
34
DIAS, 1992, p. 154.
35
DIAS, 1992, p. 173.
36
DIAS, 1992, p. 174.
49
MATA-MACHADO, s/d., p. 22.
63
A USAID (em português: Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) foi criada em 1961, durante
o governo de John F. Kennedy. Oficialmente, sua missão é dar suporte à política externa dos Estados Unidos, cooperando
50
MATA-MACHADO, s/d., p. 25.
com países pobres ou em desenvolvimento nas áreas civis, economia e assistência humanitária. No entanto, a partir da
51
Os resultados da avaliação feita pelo grupo de trabalho instituído pelo MME através da Portaria MME-100-61, de 26 de desclassificação, em anos recentes, de documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos, a agência tem sido acusada
junho de 1961, encontram-se no “Relatório sobre a inspeção às minas e jazidas de minério de ferro no Estado de Minas de trabalhar em colaboração com a CIA, realizando atividades de inteligência visando à desestabilização de governos
Gerais”, de 31 de julho de 1961. (BRASIL, 1967 apud MATA-MACHADO, s/d., p. 25.) não alinhados com as políticas dos EUA. “As a cold war policy tool, the agency was, at times, used as a front for C.I.A.
52
MATA-MACHADO, s/d., p. 26. operations and operatives.” [“Como ferramenta política da Guerra Fria, a agência foi usada, às vezes, como fachada para
operações da CIA e seus agentes.”] (Cf. KORNBLUH, 2014.)
53
“(...) aprovo as conclusões e recomendações do grupo de trabalho que inspecionou as jazidas de minério de ferro no
No Brasil, a agência participou, de 1965 a 1967, do acordo MEC-USAID, responsável pela reestruturação do ensino superior
Estado de Minas Gerais e ainda os 21 pareceres do assistente jurídico do Departamento Nacional de Produção Mineral. (...)
no Brasil, a qual foi recebida pelo meio universitário com grandes reservas e objeções (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS,
Fica o mesmo ministério [das Minas e Energia] autorizado a elaborar o expediente necessário para que as jazidas cujas
s/d.). As reações ao acordo, por parte das entidades estudantis do período, são consideradas o principal motivo pelo qual
autorizações ou concessões tenham sido anuladas ou declaradas nulas e caducas passem a constituir reserva nacional
a maioria delas foi colocada na ilegalidade após o Ato Institucional n. 5 (AI-5), a que se seguiram os chamados “Anos de
de propriedade da União.” – memorandum enviado pelo presidente da República Jânio Quadros ao ministro das Minas e
Chumbo” do período ditatorial.
Energia, João Agripino, em 21 de agosto de 1961 (trechos). (BRASIL, 1967 apud MATA-MACHADO, s/d., p. 25.)
64
Para a participação de Lincoln Gordon no Golpe de 64, cf. GASPARI, 2014, p. 14, 20, 53, 57, 58, 71, 95, 98 a 100, 107, 136, 137,
54
“Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. (...) baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo
148, 150 e 151. Ver também o projeto Opening the Archives: Documenting U.S.-Brazil Relations, 1960s-80s, já citado.
caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social,
a que tem direito o seu generoso povo. Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nêsse sonho, a corrupção, a 65
A reconstituição feita neste parágrafo, da reunião de 6 de novembro de 1964, no gabinete presidencial do Palácio do
mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive Planalto, em Brasília, baseia-se em MATA-MACHADO, s/d., p. 37.
do exterior.” (Trechos da carta de renúncia de Jânio Quadros, de 25 de agosto de 1961. Cf. MUNIZ, 2010, p. 33.)
56 57
Capítulo 4 | A disputa pelo território
66
MATA-MACHADO, s/d., p. 47. 86
MATA-MACHADO, s/d., p. 12.
67
Revista do Empresário, 1969. 87
Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Meio Ambiente apud MATA-MACHADO, s/d., p. 48.
68
Minérios de ferro hematítico são aqueles que apresentam teor de ferro acima de 62% em sua composição, sendo a mais 88
Documento de resposta da MBR, datado de 6 de agosto de 1973. Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Meio Ambiente
importante fonte de ferro no mundo. Cf. CAXITO; DIAS, 2017. apud MATA-MACHADO, s/d., p. 49.
69
A expressão “sono rancoroso dos minérios” aparece no poema “A máquina do mundo”, de Carlos Drummond de 89
MATA-MACHADO, s/d., p. 50.
Andrade, publicado no livro Claro enigma, em 1951:
90
Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte, artigo 224, inciso I. Posteriormente, esse artigo da Lei Orgânica foi
(...) // As mais soberbas pontes e edifícios / o que nas oficinas se elabora, / o que pensado foi e logo atinge
declarado inconstitucional, conforme ADI n. 40.647-0, do TJMG, proposta pela Câmara Municipal de Belo Horizonte.
// distância superior ao pensamento, / os recursos da terra dominados, / e as paixões e os impulsos e os
tormentos // e tudo que define o ser terrestre / ou se prolonga até nos animais / e chega às plantas 91
Processo n. 011 007 449 564, Deliberação de 04/04/1991, publicação no Minas Gerais em 11/04/1991 e 22/06/1991.
para se embeber // no sono rancoroso dos minérios, / dá volta ao mundo e torna a se engolfar / na estranha 92
SOUZANETTO et al., 2006, p. 17.
ordem geométrica de tudo, // (...).
93
Sobre a repercussão dessa ação, Souzanetto comentou, numa publicação de 2006: “Isso catalisou um anseio latente
70
AECOM, 2013, p. 32.
das pessoas e o sticker teve uma aceitação imediata, tomando conta da cidade, sendo colocado no vidro dos carros e
71
No início da década de 1990, quando o bombeamento atinge o pico, eram bombeados até 700 m3/h (AECOM, 2013, p. tendo repercussão nos meios de comunicação. Aquilo que estava à vista de todos e não era percebido se tornou evidente,
32). O cálculo de consumo de água por habitante foi feito pelo autor considerando 150 litros/hab./dia, baseado numa passando a ser um problema.” (Cf. SOUZANETTO et al., 2006, p. 17.)
estimativa da Copasa para o atual consumo de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 94
Posteriormente, o poema seria publicado no livro Discurso de primavera e algumas sombras. Rio de Janeiro: Editora José
72
AECOM, 2013, p. 31-34. Olympio, 1978.
95
Para as crônicas de Carlos Drummond de Andrade sobre a mineração, ver, dentre outras: “Vila de Utopia”, publicada
no livro Confissões de Minas, 1944; “Itabira, sempre Itabira”, publicada no jornal Correio da Manhã, em 16 de março de
1947; “Antigo” (livro Passeios na ilha, 1952), publicada originalmente com o título “Sobre uma certa cidade” na coluna “Ver
e contar” da revista Política e Letras, Rio de Janeiro, n. 19, de 28 de outubro de 1948; “Correio municipal”, publicada no
AECOM. Mina de Águas Claras: plano de fechamento de mina. Belo Horizonte: Vale S.A., 2013. DIAS, Renato Feliciano (Coord.). A mineração no Brasil e a Companhia Vale do Rio Doce – Memória. Rio de Janeiro:
Companhia Vale do Rio Doce, 1992.
ALKMIM, Fernando F. Recursos minerais de Minas Gerais: história geológica de Minas Gerais. Belo Horizonte: Companhia
de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), 2017. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/historia- DÍAZ, S.; SETTELE, J.; BRONDÍZIO, E. S.; NGO, H. T.; GUZE, M.; AGARD, J.; ARNETH, A.; BALVANERA, P.; BRAUMAN, K. A.;
geologica-de-minas-gerais/ Acesso em: 13 out. 2021. BUTCHART, S. H. M.; CHAN, K. M. A.; GARIBALDI, L. A.; ICHII, K.; LIU, J.; SUBRAMANIAN, S. M.; MIDGLEY, G. F.; MI-
LOSLAVICH, P.; MOLNÁR, Z.; OBURA, D.; PFAFF, A.; POLASKY, S.; PURVIS, A.; RAZZAQUE, J.; REYERS, B.; ROY CHOW-
ALKMIM, Fernando F. História geológica de Minas Gerais. Belo Horizonte: Companhia de Desenvolvimento de Minas
DHURY, R.; SHIN, Y. J.; VISSEREN-HAMAKERS, I. J.; WILLIS, K. J.; ZAYAS, C. N. Summary for policymakers of the global
Gerais (Codemge), 2018. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/wp-content/uploads/2018/10/
assessment report on biodiversity and ecosystem services of the Intergovernmental Science-Policy Platform on
HistoriaGeologicadeMG.pdf Acesso em: 5 out. 2021.
Biodiversity and Ecosystem Services. IPBES, 2019. Disponível em: https://ipbes.net/global-assessment Acesso em: 24 out.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Discurso de primavera e algumas sombras. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1978. 2021.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Correio municipal (crônica). Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano LV, ed. 19.187, 12 out. EUGÊNIO, Alisson. Governo dos escravos na mina de Morro Velho (1835-1888). Revista Varia Historia, Belo Horizonte,
1955, 1º Caderno, p. 6. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, v. 30, n. 52, p. 151-182, jan.-abr. 2014.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antigo. In: ___. Passeios na ilha. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1952. FICO, Carlos. O grande irmão – da Operação Brother Sam aos anos de chumbo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro enigma. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1951. FIGUEIREDO, Artur Magnani. O resgate da centralidade da Mina Grande em Nova Lima: história, memória e de-
ANDRADE, Carlos Drummond de. Itabira, sempre Itabira (crônica). Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano XLVI, ed. 16.062, senvolvimento. 2017. 152 f. Dissertação (Mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável) - Universidade
16 mar. 1947, 2ª Seção, p. 1. Federal de Minas Gerais, Escola de Arquitetura, Belo Horizonte, 2017.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Vila de Utopia (crônica). In: ___. Confissões de Minas. Rio de Janeiro: Editora José FONSECA, Cláudia Damasceno. Viagens pelo interior do Brasil: observações históricas e geográficas de Auguste de Saint-
Olympio, 1944. Hilaire. Paris, França: Muséum National d’Histoire Naturelle, Publications scientifiques du Muséum, 2016. Disponível em:
https://books.openedition.org/mnhn/3201 Acesso em: 5 out. 2021.
ANDRADE, Priscila Moreira de. Eriocnema fulva (Naudin): planta criticamente ameaçada. Revista MG-Biota, Belo
Horizonte: Instituto Estadual de Florestas-MG, Diretoria de Biodiversidade, Gerência de Projetos de Pesquisas, v. 2, n. 1, p. FRANCO, Lizandro Melo. Patrimônio em fuga: os ingleses mineiros nas Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto Metodista
4-31, abr.-maio 2009. Disponível em: http://mgbiota.ief.mg.gov.br/index.php/MB/article/view/78 Acesso em: 5 out. 2021. Izabela Hendrix, s/d. Disponível em: http://cmsportal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/VI_coloquio_t1_
patrimonio_em_fuga.pdf Acesso em: 5 out. 2021.
AZEVEDO, Úrsula Ruchkys de; MACHADO, Maria Márcia Magela; CASTRO, Paulo de Tarso Amorim; RENGER, Friedrich
Ewald; TREVISOL, Andreá; BEATO, Décio Antônio Chaves. Geoparque Quadrilátero Ferrífero (MG) – proposta, 2012. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC).
Disponível em: https://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/17149 Acesso em: 6 out. 2021. Acordo MEC-USAID. s/d. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/acordo-mec-
usaid Acesso em: 18 out. 2021.
BINÔMIO, Belo Horizonte, edição de 22 de agosto de 1960.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC).
CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE. Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte, artigo 224, inciso I. Belo Conselho de Desenvolvimento. s/d. Disponível em: https://jk.cpdoc.fgv.br/fatos-eventos/conselho-desenvolvimento
Horizonte, 21 de março de 1990. Acesso em: 15 out. 2021.
CARVALHO, José Murilo de. A Escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). Eurico
Pesquisas Sociais, 2010. Gaspar Dutra. s/d. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/eurico_gaspar_dutra
CAXITO, Fabrício; DIAS, Tatiana Gonçalves. Recursos minerais de Minas Gerais: ferro. Belo Horizonte: Companhia de Acesso em: 14 out. 2021.
Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), 2017. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/wp- GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada. 2. ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.
content/uploads/2018/10/Ferro.pdf Acesso em: 7 out. 2021.
GOMES, Daniel Costa. A imposição do alinhamento: a política externa dos governos Dutra e Vargas (1946-1954). 2016.
CENTRO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA FLORA (CNCFLORA). Eriocnema fulva Naudin: informações da avaliação de risco 148 f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) - Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais,
de extinção. 2013. Disponível em: http://www.cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eriocnema%20fulva Acesso em: 28 Brasília, 2016.
out. 2021.
GOMES, Maria do Carmo Andrade (Org.). A canção das palmeiras: Eugenius Warming, um jovem botânico no Brasil. Belo
CÓDIGO DE MINAS. Decreto n. 24.642, de 10 de julho de 1934. Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais, 2006.
CONSÓRCIO GAIA. Estudo multidisciplinar de uso futuro da Mina de Águas Claras: estudo de prestação de serviços HILDEBRAND, A. R.; PILKINGTON, M.; CONNORS, M.; ORTIZ-ALEMAN, C.; CHAVEZ, R. E. Size and structure of the
ecossistêmicos. Belo Horizonte: Vale S.A., 2020. Chicxulub crater revealed by horizontal gravity gradients and cenotes. Nature, n. 376, p. 415-417, 1995.
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, de 10 de novembro de 1937, Artigo 143, § 1º. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais.
CURRAL DEL REY: Desconstruindo BH, uma cidade em eterna construção (blog). A Serra do Curral Del Rey – o marco Glossário geológico. 1999. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv8304.pdf Acesso em: 5 out.
geográfico da capital mineira. Belo Horizonte, 2016. Disponível em: http://curraldelrei.blogspot.com/2011/06/a-serra-do- 2021.
curral-del-rey-o-marco.html Acesso em: 5 out. 2021. JUNQUEIRA, Thaís Lanna. O destombamento do Pico de Itabirito: paisagem, patrimônio e mineração. 2019. 197 f.
DANOWSKI, Déborah; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. 2. ed. Desterro Dissertação (Mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável) - Universidade Federal de Minas Gerais, Escola
[Florianópolis]: ISA – Instituto SocioAmbiental, Editora Cultura e Barbárie, 2017. de Arquitetura, Belo Horizonte, 2019.
60 61
KORNBLUH, Peter. Secret Programs Hurt Foreign Aid Efforts. The New York Times, 16 dez. 2014. Disponível em: https:// REVISTA DO EMPRESÁRIO, Rio de Janeiro, Associação Comercial do Rio de Janeiro, n. 1023, 1969.
www.nytimes.com/roomfordebate/2014/04/15/when-is-foreign-aid-meddling/secret-programs-hurt-foreign-aid-
RIBEIRO, Marília Andrés. Museu de Arte da Pampulha: patrimônio da arte brasileira. Jornal Arte & Crítica, Belo Horizonte,
efforts Acesso em: 17 out. 2021.
ano XIV, n. 40, dez. 2016. Disponível em: http://abca.art.br/httpdocs/museu-de-arte-da-pampulha-patrimonio-da-arte-
KRING, David A. The Chicxulub impact event and its environmental consequences at the Cretaceous-Tertiary boundary. brasileira/ Acesso em: 5 out. 2021.
Science Direct, v. 255, n. 1-2: Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, p. 4-21, 02 nov. 2007. Disponível em:
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelas províncias: Rio de Janeiro e Minas Gerais (edição Fac-símile). Belo Horizonte:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0031018207003173?via%3Dihub. Acesso em: 5 out. 2021.
Itatiaia, 2019.
LIMA, Augusto de. Um município de ouro. Revista do Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, ano 6, n. 2, p. 319-364, 1901.
ROCHA, Wilian de Oliveira; PEREIRA, Andressa Moa; SILVA, Anny Ediane da; FRAGA, Joice Aparecida. Estimativa de
MACHADO, Maria Márcia Magela. Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações. biomassa vegetal e sequestro de carbono no Parque Natural Municipal Flor do Ipê, Várzea Grande, MT. Revista Multitemas,
2009. 238 f. Tese (Doutorado em Geologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, Belo Campo Grande, v. 22, n. 51, p. 179-195, jan.-jun. 2017. Disponível em: https://www.multitemas.ucdb.br/multitemas/article/
Horizonte, 2009. view/1284 Acesso em: 5 out. 2021.
MANCHETE. Rio de Janeiro, ed. 1.608, 12 fev. 1983, p. 124. SOUZANETTO, Manfredo de et al. Manfredo de Souzanetto: depoimento. Belo Horizonte: C/ Arte, 2006.
MANZIG, Paulo César. O tempo geológico. Revista Geoturismobrasil.com, p. 1-8, s/d. Disponível em: http://www. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Código de Minas – Averbação de Minas e Jazidas (União Federal versus Companhia de
geoturismobrasil.com/REVISTA%20ARTIGOS/o%20tempo%20geológico%20-%20Manzig.pdf Acesso em: 5 out. 2021. Mineração Novalimense e outro) – Recurso de mandado de segurança n. 14.230; Recurso extraordinário n. 56.880; Agravo
de instrumento n. 32.689. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2
MATA-MACHADO, Bernardo Novais da. O Caso Hanna/MBR: cronologia de uma investigação. s/d. Disponível em https://
ahUKEwjPmfn-gzJv2AhWUrJUCHdPZC9cQFnoECAUQAQ&url=https%3A%2F%2F2.zoppoz.workers.dev%3A443%2Fhttp%2Fbibliotecadigital.fgv.br%2Fojs%2Findex.
doczz.com.br/doc/738579/cronologia-da-mineração-na-serra-do-curral Acesso em: 27 set. 2021.
php%2Frda%2Farticle%2Fdownload%2F30137%2F28983&usg=AOvVaw23IBYxHfh9IjOOPFQwSFFi Acesso em: 5 out. 2021.
MATHIAS, Suzeley Kalil. O Golpe de 1964 e a Universidade: entre a repressão e a modernização. Revista ADUSP, São Paulo:
VALE S.A. RPPN Mata do Jambreiro: riqueza natural preservada pela Vale há 20 anos. s/d. Disponível em: http://www.vale.
Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo, n. 33, p. 102-106, out. 2004.
com/brasil/PT/initiatives/environmental-social/Paginas/mata-do-jambreiro.aspx Acesso em: 28 out. 2021.
MINAS GERAIS. Processo n. 011 007 449 564, Deliberação de 04/04/1991, publicada em 11/04/1991 e 22/06/1991.
VON ESCHWEGE, W.L. Pluto brasiliensis. Brasília: Edições do Senado Federal, 2011.
MORAES, Ana Carolina Reginatto. A ditadura empresarial-militar e as mineradoras (1964-1988). 2019. 421 f. Tese
WILF, P.; JOHNSON, K. R. Land plant extinction at the end of the Cretaceous: a quantitative analysis of the North Dakota
(Doutorado em História Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Rio de
megafloral record. Paleobiology, Cambridge University Press, v. 30, n. 3, 2004. Disponível em: https://www.cambridge.org/
Janeiro, 2019.
core/journals/paleobiology/article/abs/land-plant-extinction-at-the-end-of-the-cretaceous-a-quantitative-analysis-
MUNIZ, Camille Bezerra de Aguiar (Org.). Discursos selecionados do presidente Jânio Quadros. Brasília: Fundação Alexandre of-the-north-dakota-megafloral-record/88E2FDD040E1FA49CD1CBDACA71FEEF8 Acesso em: 5 out. 2021.
de Gusmão, Ministério das Relações Exteriores, 2010.
WISNIK, José Miguel. Maquinação do mundo: Drummond e a mineração. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
OPENING THE ARCHIVES: Documenting U.S.-Brazil Relations, 1960s-80s. Brown University e Universidade Estadual de
Maringá. Disponível em: https://library.brown.edu/create/openingthearchives/en/ Acesso em: 16 out. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre
Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES). ONU, 2019.
PAIVA, Glycon de. Exportação de minério de ferro. Boletim Geologia e Metalurgia, São Paulo, Centro Moraes Rego,
Universidade de São Paulo, n. 9, p. 9-48, 1952. Disponível em: http://sites.poli.usp.br/geologiaemetalurgia/Revistas/
Edição%209/completo9.pdf Acesso em: 25 fev. 2022.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (Serviço de Documentação). Programa de Metas do Presidente Juscelino Kubitschek. Rio de
Janeiro, 1958.
PRINN, Ronald G.; FEGLEY JR., Bruce. Bolide impacts, acid rain, and biospheric traumas at the Cretaceous-Tertiary
boundary. Earth and Planetary Science Letters, Amsterdam: Elsevier Science Publishers B.V., n. 83, p. 1-15, 1987. Disponível
em: http://solarsystem.wustl.edu/wp-content/uploads/reprints/1987/No26%20Prinn&Fegley%201987%20EPSL.pdf
Acesso em: 5 out. 2021.
RANGEL, Ana Paula dos Santos. Aspectos da demografia escrava em Vila Rica – 1755-1815. Anais do 1º Colóquio do Lahes
(Laboratório de História Econômica e Social), 2005.
REGINATTO, Ana Carolina. Os mineradores e a conquista do Estado: do caso Hanna ao golpe de 1964. s/d. Disponível em:
https://www.niepmarx.blog.br/MManteriores/MM2017/anais2017/MC68/mc682.pdf Acesso em: 16 out. 2021.
62
Lista de mapas, imagens e ilustrações
Capa: [Planta Geral da Cidade de Minas organizada sobre a planta geodésica, topográfica e cadastral de Belo Horizonte, logo [this work is licensed under the Creative Commons Attribution-ShareAlike 2.0 Brazil (CC BY-SA 2.0 BR). Link para
1895. (Detalhe com a localização aproximada da jazida de Águas Claras.)] Autor: Comissão Construtora da Nova Capital. download da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br/legalcode.] Disponível em: https://commons.
Acervo Arquivo Público Mineiro. Disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/grandes_formatos_docs/ wikimedia.org/wiki/File:HematitaEZ.jpg. Acesso em: 30 mar. 2022.
photo.php?lid=88. Acesso em: 30 mar. 2022.
Pág. 35: [Deposição do ferro (éon Proterozoico), 2022.] Autor: Estevam Gomes. (Baseado em CAXITO, F. A.; GONÇALVES-
2ª capa: [Lago da cava da Mina de Águas Claras, vista leste (detalhe), 2020.] Foto: Maurício Meirelles. Acervo Vale S.A. DIAS, T. Ferro. In: Recursos Minerais de Minas Gerais – Ferro. CODEMGE, 2018. Disponível em: http://recursomineralmg.
codemge.com.br/substancias-minerais/ferro/. Acesso em: 30 mar. 2022.)
Pág. 3 : [Cava da Mina de Águas Claras, 2022.] Autor: Estevam Gomes.
Pág. 37 (sup.): [FFB (Formação Ferrífera Bandada) com clasto caído da Formação Santa Cruz, distrito de Urucum,
Pág. 5: [Mina de Águas Claras: uso do solo e cobertura vegetal, 2020.] Autor: Adriano Vasconcelos (Consórcio Gaia). Acervo
Corumbá – MS, depositada sob influência glacial no Neoproterozoico, s.d.] Autores: CAXITO, F. A.; GONÇALVES-DIAS, T.
Vale S.A.
Ferro. In: PEDROSA-SOARES, A. C.; VOLL, E.; CUNHA, E. C. (Orgs.). Recursos Minerais de Minas Gerais on line: síntese do
Pág. 6 (sup.): [Área verde nas proximidades da Mata do Jambreiro. Nova Lima, Minas Gerais, Brasil, 2014.] Foto: Marcelo conhecimento sobre as riquezas minerais, história geológica, e meio ambiente e mineração em Minas Gerais. 1. ed. Belo
Coelho. Acervo Vale S.A. Horizonte: CODEMGE, 2018. v. 1, p. 1-34. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/
Pág. 6 (inf.): [Eriocnema fulva Naudin, 2011.] Foto: F. A. Michelangeli. Créditos: JUDD, W. S. 2010. Miconia samanensis. In: ferro/. Acesso em: 30 mar. 2022.
MICHELANGELI, F. A.; ALMEDA, F.; GOLDENBERG, R.; JUDD, W. S.; BECQUER-GRANADOS, E. R.; TULIG, M. 2009 onward. Pág. 37 (inf.): [Região do Quadrilátero Ferrífero, com a localização da Mina de Águas Claras e dos principais municípios,
PBI Miconieae: A complete web-based monograph of the tribe Miconieae (Melastomataceae). Disponível em: http:// 2022.] Autor: Adriano Vasconcelos. Acervo Vale S.A.
sweetgum.nybg.org/science/projects/melastomataceae/specimen-details/?irn=1568272. Acesso em: 30 mar. 2022.
Pág. 38: [Mapa geológico simplificado do Quadrilátero Ferrífero, com a localização das principais minas e municípios
Pág. 7 (sup.): [Pixoxó (Sporophila frontalis), 1868.] Autor: Josephe Huët. Acervo Missouri Botanical Garden (Nouvelles (baseado em Dorr, 1969), 2017. (Figura original com o traçado da geologia do Quadrilátero Ferrífero, em linhas gerais.)]
Archives du Muséum d’Histoire Naturelle). Colocar aqui a Wikimedia Commons logo. Disponível em: Autores: CAXITO, F. A.; GONÇALVES-DIAS, T. Ferro. In: PEDROSA-SOARES, A. C.; VOLL, E.; CUNHA, E. C. (Orgs.). Recursos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sporophila_frontalis#/media/Ficheiro:Sporophila_frontalis.jpg. Acesso em: 30 mar. 2022. Minerais de Minas Gerais on line: síntese do conhecimento sobre as riquezas minerais, história geológica, e meio ambiente
Pág. 7 (inf.): [Onça-parda ou suçuarana (Puma concolor). Parque Zoobotânico Vale, em Carajás. Parauapebas, Pará, Brasil, e mineração em Minas Gerais. 1. ed. Belo Horizonte: CODEMGE, 2018. v. 1, p. 1-34. Disponível em: http://recursomineralmg.
2017.] Foto: Ricardo Teles. Acervo Vale S.A. codemge.com.br/substancias-minerais/ferro/. Acesso em: 30 mar. 2022.
Pág. 8: [Mina de Águas Claras: unidades de conservação e conjunto paisagístico tombado no entorno da MAC, 2020.] Pág. 39: [Formação de Gondwana (fim do éon Proterozoico), 2022.] Autor: Estevam Gomes. (Baseado em ALKMIM, F.
Autor: Adriano Vasconcelos (Consórcio Gaia). Acervo Vale S.A. F. In: Recursos Minerais de Minas Gerais: História geológica de Minas Gerais. CODEMGE, 2018. Disponível em: http://
recursomineralmg.codemge.com.br/historia-geologica-de-minas-gerais/. Acesso em: 6 abr. 2022.)Pág. 44: [Pangeia (início
Pág. 9: [Mina de Águas Claras: Áreas de Preservação Permanente (APP), 2020.] Autor: Adriano Vasconcelos (Consórcio do período Triássico), 2022.] Autor: Estevam Gomes. (Baseado em ALKMIM, F. F. In: Recursos Minerais de Minas Gerais:
Gaia). Acervo Vale S.A. História geológica de Minas Gerais. CODEMGE, 2018. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/historia-
Pag. 10: [Planta actinocephalus bongardii nos campos rupestres da Serra da Calçada. Nova Lima, Minas Gerais, Brasil, geologica-de-minas-gerais/. Acesso em: 6 abr. 2022.)
2018.] Foto: Ricardo Teles. Acervo Vale S.A. Pág. 42: [Mosassauro (modelo digital do esqueleto), 2022.] © Turbosquid / Shutterstock. Autor: Zhenya86.
Pág. 12: [Diagrama do Efeito Estufa, 2022.] Autor: Estevam Gomes. (Baseado em Ler e Aprender – revista on-line. Pág. 43: [Fragmento de tábula de argila, canto superior direito, 2 colunas de inscrição de cada lado, 49 e 51 linhas + 45 e
Disponível em: https://lereaprender.com.br/o-que-e-efeito-estufa/efeito-estufa-esquema/. Acesso em: 6 abr. 2022.) 49 linhas, neoassíria. Epopeia de Gilgamesh, tablet 11, história do Dilúvio.] © The Trustees of the British Museum. Acervo
Pág. 19: [Parte do Novo Mapa da Capitania de Minas Geraes, ca. 1822. (Detalhe com a localização da Mina de Morro Velho.)] British Museum, Londres, Inglaterra.
Autor: Wilhelm L. von Eschwege. Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Brasil. Disponível em: http://objdigital.bn.br/ Pág. 44: [Parte da Mina de Águas Claras, década de 1970.] Autor não identificado. Curral Del Rey (Blog). Disponível em:
objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart208510/cart208510.jpg. Acesso em: 30 mar. 2022. http://curraldelrei.blogspot.com/2011/06/a-serra-do-curral-del-rey-o-marco.html. Acesso em: 30 mar. 2022.
Pág. 20: [Mapa das Minas de Ouro e Diamantes, ca.1734/1735. (Detalhe com a localização aproximada da Mina de Morro Pág. 45 (sup.): [Mapa Região Metropolitana de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, 1981. (Detalhe com a localização
Velho.)] Autores: Diogo Soares e Domingos Capassi. Acervo Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Cartografia Minas Gerais. da Mina de Águas Claras.)] Autor: Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. Acervo Arquivo Público
Lisboa, Portugal. Mineiro. Disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/grandes_formatos_docs/photo.php?lid=97.
Pág. 21: [Planta Geral da Cidade de Minas organizada sobre a planta geodésica, topográfica e cadastral de Belo Horizonte, Acesso em: 30 mar. 2022.
1895. (Com a localização aproximada da jazida de Águas Claras.)] Autor: Comissão Construtora da Nova Capital. Acervo Pág. 45 (inf.): [Croqui do Perímetro de Tombamento do “Conjunto paisagístico do Pico e da parte mais alcantilada da Serra
Arquivo Público Mineiro. Disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/grandes_formatos_docs/photo. do Curral”, 1960.] Autor: Dphan. Acervo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
php?lid=88. Acesso em: 30 mar. 2022.
Pág. 47 (sup.): [Olhe bem as montanhas (adesivo plástico), década de 1970.] Autor: Manfredo de Souzanetto. © Manfredo
Pág. 22: [Mapa de uma parte do Distrito das Minas de Ferro de Minas Gerais, 1908. (Com a localização aproximada da de Souzanetto. Acervo particular do artista.
jazida de Águas Claras.)] Autor: Gonzaga de Campos (publicado por Orville Derby, 1910). Revista da Escola de Minas (REM),
Ouro Preto, v. 63, n. 2: p. 473-479, jul./set. 2010. (Editor: Jorio Coelho.) Pág. 47 (inf.): [O lugar da ausência (cartão postal impresso a partir de fotolito), 1980.] © Manfredo de Souzanetto. Acervo
Museu de Arte da Pampulha (MAP).
Pág. 24: [Carta do Município de Nova Lima, Estado de Minas Geraes, 1939. (Detalhe com a localização da jazida de Águas
Claras.)] Autor: O. Roscoe (Serviço Geográfico do Estado de Minas Gerais). Acervo Arquivo Público Mineiro. Pág. 49: [Mina de Águas Claras: áreas do entorno de tombamento do Iphan (2018), 2020.] Autor: Adriano Vasconcelos
(Consórcio Gaia). Acervo Vale S.A.
Págs. 26-27: [Mapa Geológico do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil, 1966.] Autor: John Van Nostrand Dorr II (U.S.
Geological Survey). Acervo U.S. Geological Survey. Disponível em: https://pubs.er.usgs.gov/publication/ofr6627. Acesso Pág. 52: [Diagrama conceitual do Projeto de Uso Futuro, 2020.] Consórcio Gaia. Acervo Vale S.A.
em: 30 mar. 2022. 3ª capa: [Lago da cava da Mina de Águas Claras, vista leste (detalhe), 2020.] Foto: Maurício Meirelles. Acervo Vale S.A.
Pág. 30: [Carta do Brasil, Belo Horizonte, 1979. (Detalhe com a indicação da Mina de Águas Claras.)] Autor: IBGE 4ª capa: [Mapa Região Metropolitana de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, 1981. (Detalhe com a localização da Mina
(Superintendência de Cartografia). Acervo IBGE. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo. de Águas Claras.)] Autor: Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. Acervo Arquivo Público Mineiro.
html?id=6712&view=detalhes. Acesso em: 30 mar. 2022. Disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg .gov.br/modules/grandes_formatos_docs/photo.php?lid=97. Acesso em: 30
Pág. 31: [Hematita maciça (5 x 7 cm), minério de ferro, 2005.] Autor: Eurico Zimbres. Colocar aqui a Creative Commons mar. 2022.
64 65
Ficha Técnica
Ilustrações
Estevam Gomes
Design gráfico
Voltz Design
Revisão
Luiz Morando
Juliana Galvão Minas
Agradecimentos
O editor agradece a Luiza Maia (GITEC Brasil) e Úrsula Ruchkys (IGC–UFMG) pelas contribuições dadas a partir da
leitura dos originais, bem como a gentil colaboração de Alaor Oliveira (APM); Alessandro Borsagli (Blog Curral Del
Rey); Débora França (Iphan); Fabrício Caxito e Tatiana Gonçalves Dias (IGC-UFMG); prof. Friedrich Renger, Jorio
Coelho e Lucas Camilo (Revista da Escola de Minas – REM, de Ouro Preto).
Aviso legal
Foram feitos esforços para identificar todos os autores das imagens publicadas neste catálogo.
Quando não foi possível determinar a autoria, optou-se pela denominação “autor não identificado”.
Esta publicação tem finalidades exclusivamente educativa e cultural. É proibida sua comercialização.
66 67
Maurício Meirelles / Vale.S.A.