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Aula 03 - Alistamento Eleitoral - Prof. Alejandro Rayo

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Direito Eleitoral

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Direito Eleitoral

Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof. Alejandro Rayo

Sumário

1. Alistamento Eleitoral................................................................................................................. 4

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em agosto de 2023.

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1. Alistamento Eleitoral

Prof. Alejandro Rayo


@prof.alejandrorayo

O alistamento eleitoral consiste no meio pelo qual se adquirem os direitos políticos.


Com o alistamento, o sujeito se torna eleitor e, portanto, cidadão, adquirindo a capacidade
eleitoral ativa. É a primeira etapa do processo eleitoral. Uma vez alistado, poderá participar
ativamente da vida política do Estado, pois poderá votar, realizar iniciativa popular de lei,
participar de plebiscito e referendo e, ainda, ajuizar ação popular.
Sobre o alistamento eleitoral, é importante ter em mente o disposto no Código Eleitoral
(arts. 42 a 81) e na Resolução 23.659/2021 do TSE (que revogou a Res. 21.538/03 do TSE),
além, claro, do disposto na Constituição Federal.
Quanto ao tema, cumpre lembrar do disposto no art. 14, § 1º, da CF/88, que afirma que o
alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.

Porém, a partir da data em que a pessoa completar 15 anos, é facultado o seu


alistamento eleitoral, sendo que tal será requerido diretamente pela pessoa menor de idade e
independe de autorização ou assistência de seu/sua representante legal. O título eleitoral emitido
ao adolescente de 15 anos somente surtirá o efeito quando a pessoa completar 16 anos (art. 30,
caput e §§, da Res. 23.659/2021 do TSE).
Conforme o art. 11 da Res. 23.659/2021 do TSE, o alistamento eleitoral é assegurado:
I – a todas as pessoas brasileiras que tenham atingido a idade mínima constitucionalmente
prevista, salvo os que, pertencendo à classe dos conscritos, estejam no período de serviço
militar obrigatório e dele não tenham se desincumbido; e
II – às pessoas portuguesas que tenham adquirido o gozo dos direitos políticos no Brasil,
observada a legislação específica.

Importante!!! O TSE decidiu, em sessão administrativa, que, aos índios considerados


pela legislação especial (Estatuto do Índio) isolados e em vias de integração, é assegurado o
alistamento eleitoral em caráter facultativo.

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O pedido de alistamento eleitoral é realizado por meio do chamado Requerimento de


Alistamento Eleitoral (RAE), que será processado eletronicamente, por atendente da Justiça
Eleitoral ou, em caráter prévio, pelo próprio indivíduo, no site do TSE.
O alistamento possui duas fases: a qualificação e a inscrição (art. 42, caput, do Código
Eleitoral). Na qualificação, verifica-se se o sujeito preenche todos os requisitos para se alistar,
como idade mínima e ausência de prévio alistamento. Se forem atendidos todos os requisitos,
ocorrerá a inscrição do indivíduo no Cadastro Eleitoral.
Os documentos necessários para o alistamento estão dispostos no art. 34 da Res.
23.659/2021 do TSE, sendo que a pessoa pode apresentar um ou mais deles. Como exemplo
de documento, cita-se a carteira de identidade ou mesmo um documento público do qual se infira
ter a pessoa requerente a idade mínima de 15 anos, e do qual constem os demais elementos
necessários à sua qualificação.
Conforme art. 16 da Res. 23.659/2021 do TSE, é direito fundamental da pessoa
transgênera, preservados os dados do registro civil, fazer constar do Cadastro Eleitoral seu
nome social e sua identidade de gênero. Considera-se nome social a designação pela qual a
pessoa transgênera se identifica e é socialmente reconhecida, sendo vedada a inclusão de
alcunhas ou apelidos no campo destinado ao nome social no Cadastro Eleitoral.
Quanto aos cegos, o art. 49 do Código Eleitoral assevera que, se forem alfabetizados
pelo sistema "Braille" e reunirem as demais condições de alistamento, podem qualificar-se como
eleitores mediante o preenchimento da fórmula impressa e a aposição do nome com as letras do
referido alfabeto.
Quando for obrigatório o alistamento, aquele que não se alistar incidirá em multa,
conforme art. 33 da Res. 23.659/2021 do TSE:
Art. 33. Incorrerá em multa a ser imposta pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do
alistamento a pessoa brasileira:
I - nata, nascida em território nacional, que não se alistar até os 19 anos;
II - nata, nascida em território nacional ou nascida no exterior, filha de brasileiro ou
brasileira registrada em repartição diplomática brasileira, que não se alistar até os 19 anos;
e
III - naturalizada, maior de 18 anos, que não se alistar até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.
§ 1º Não se aplicará a sanção prevista no caput deste artigo:
a) à pessoa brasileira nata que requerer sua inscrição eleitoral até o 151º dia anterior à
eleição subsequente à data em que completar 19 anos, na hipótese do inciso I deste artigo,
ou à data em que se completar um ano de sua opção pela nacionalidade brasileira, na
hipótese do inciso II deste artigo;
b) à pessoa que se alfabetizar após a idade prevista no art. 32 desta Resolução; e
c) à pessoa que declarar, perante qualquer juízo eleitoral, sob as penas da lei, seu estado
de pobreza.
§ 2º A não apresentação dos documentos que provem a data da opção ou da aquisição

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da nacionalidade brasileira, nos termos dos incisos II e III, acarretará a cobrança da multa
da pessoa alistanda maior de 19 anos, mas não impedirá seu alistamento em condições
idênticas à das demais pessoas brasileiras.

Nota-se que, conforme art. 15 da Res; 23.659/2021 do TSE, não estará sujeita às sanções
legais decorrentes da ausência de alistamento e do não exercício do voto a pessoa com
deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento daquelas
obrigações eleitorais.
Além da multa, há outras consequências para quem não votar, na forma do art. 7º, § 1º,
do Código Eleitoral, que afirma que, sem a prova de que votou na última eleição, pagou a
respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor obter passaporte ou
carteira de identidade, dentre outras restrições.
O alistamento pode ser deferido ou indeferido pelo juiz eleitoral, sendo que, conforme art.
29 da Res. 23.659/2021 do TSE, o alistamento será realizado quando a pessoa requerer
inscrição e:
I - em seu nome não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país ou no
exterior; ou
II - a única inscrição localizada em seu nome estiver cancelada por determinação de
autoridade judiciária.
Caso seja deferido o pedido, o Partido Político ou o Ministério Público poderá recorrer no
prazo de 10 dias (art. 57 da Res. 23.659/2021 do TSE).
Caso seja indeferido o pedido, o eleitor ou o Ministério Público poderá recorrer, no prazo
de 5 dias (art. 58 da Res. 23.659/2021 do TSE).
O próprio eleitor menor de 18 anos tem capacidade para estar em juízo, como recorrente
ou recorrido, nos feitos que versem sobre sua inscrição eleitoral, sendo-lhe facultada a
assistência por seu/sua representante legal (art. 59 da Res. 23.659/2021 do TSE). E, enquanto
o processo tramitar nas instâncias ordinárias, não será exigida do eleitor ou da eleitora
representação por advogado, inclusive no âmbito do tribunal regional eleitoral (art. 60 da Res.
23.659/2021 do TSE).
É importante notar que há um período no qual o alistamento está fechado. Conforme
art. 91 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97), nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de
transferência será recebido dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.

1.1. Revisão, Transferência e 2ª Via


A revisão ocorrerá quando a pessoa necessitar (art. 39 da Res. 23.659/2021 do TSE):

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• alterar o local de votação no mesmo município, ainda que não haja mudança de zona
eleitoral;
• retificar os dados pessoais; ou,
• nas hipóteses em que for permitida a reutilização do número de inscrição, regularizar a
situação de inscrição cancelada.

Já a transferência será realizada quando a pessoa desejar alterar seu domicílio eleitoral
(art. 37 da Res. 23.659/2021 do TSE). Essa transferência só será admitida quando satisfeitas as
seguintes exigências (art. 38 da Res. 23.659/2021 do TSE):

• apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral do


novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente;
• transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;
• tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a
configurar o domicílio eleitoral;
• regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a
convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

Mas os prazos de um ano de alistamento e tempo mínimo de três meses de domicílio


eleitoral não se aplicam à transferência eleitoral de

• servidora ou servidor público civil e militar ou de membro de sua família, por motivo de
remoção, transferência ou posse; e
• indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores rurais
safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a mudar
sua residência.

A transferência também só pode ocorrer se o pedido for realizado até 151 dias antes da
eleição (art. 91 da Lei 9.504/97).
Ainda sobre a transferência, o eleitor transferido não poderá votar no novo domicílio
eleitoral em eleição suplementar que tiver sido realizada antes de sua transferência (art. 60 do
Código Eleitoral).
Por fim, o pedido de segunda via ocorrerá no caso de perda, extravio, inutilização ou
dilaceração do título eleitoral, conforme (art. 40 da Res. 23.659/2021 do TSE).

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1.2. Fiscalização do alistamento pelos partidos políticos


Os partidos políticos, por meio de seus delegados, podem acompanhar e fiscalizar o
procedimento relativo ao alistamento eleitoral.
Os partidos políticos, por suas delegadas e seus delegados, poderão, por exemplo,
acompanhar os requerimentos de alistamento, transferência, revisão e segunda via. Também
poderão requerer cancelamento de inscrição eleitoral com fundamento em inobservância de
requisito legal. Ainda, poderão examinar, mediante assinatura de termo de confidencialidade dos
dados pessoais a que tenha acesso, sem perturbação dos serviços e na presença de servidor
ou servidora, os documentos relativos às operações de alistamento, transferência, revisão,
segunda via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer cópia, de forma fundamentada à
autoridade judiciária, sem ônus para a Justiça Eleitoral (art. 75 da Res. 23.659/2021 do TSE).
Para os fins acima descritos, os partidos políticos poderão manter até quatro delegados
ou delegadas perante o tribunal regional eleitoral e até três delegados ou delegadas em cada
zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais de um(a)
de cada partido (art. 76, caput, da Res. 23.659/2021 do TSE).
Havendo a solicitação de permanência de delegados ou delegadas de mais de três
partidos em um cartório eleitoral, o juízo eleitoral poderá instituir escala de revezamento, a fim
de não prejudicar os trabalhos cartorários (art. 76, § 3º, da Res. 23.659/2021 do TSE).

1.3. Domicílio Eleitoral


O alistamento eleitoral deverá ocorrer onde o cidadão tem domicílio eleitoral. E conceito
de domicílio é mais elástico no Direito Eleitoral que o Direito Civil. É possível que haja um
domicílio civil em um local e um eleitoral em outro. Isso porque o domicílio eleitoral satisfaz-se
com vínculos de natureza política, econômica, social, familiar, afetiva. Nesse sentido é o art. 23
da Res. 23.659/2021 do TSE:

Art. 23. Para fins de fixação do domicílio eleitoral no alistamento e na transferência, deverá
ser comprovada a existência de vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional,
comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha do município.

1.4. Cancelamento e Exclusão da Inscrição Eleitoral


Os arts. 71 a 81 do Código Eleitoral regulamentam a matéria.
O art. 71 indica as causas de cancelamento. São elas:
I – a infração dos arts. 5º e 42;

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II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;


III – a pluralidade de inscrição;
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.

Quanto a essas causas, importante notar que, quanto ao inciso I do art. 71, somente as
hipóteses do inciso III do art. 5º (impossibilidade de alistamento de quem está privado dos direitos
políticos) e do art. 42 (alistamento fora do domicílio eleitoral) que ainda são causas de
cancelamento. Isso porque os incisos I e II do art. 5º não foram recepcionados pela CF/88.
A pluralidade de inscrições é aferida por meio do procedimento chamado de batimento, o
qual compara dados mantidos nos cadastros do TSE com o objetivo de verificar se cada pessoa
mantém apenas uma única inscrição eleitoral (art. 77 da Res. 23.659/2021 do TSE).
Se o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas, também poderá ter o seu
alistamento cancelado. Importante notar que cada turno realizado em uma eleição (na hipótese
de eleição com dois turnos) é considerado uma eleição autônoma.
Para a exclusão da inscrição, haverá um procedimento administrativo e, durante ele, até
a exclusão, poderá o eleitor votar validamente (art. 72 do Código Eleitoral). Mas o
entendimento do TSE é que, uma vez que haja sentença de exclusão, não poderá mais o eleitor
votar, mesmo que interposto recurso, já que ele não tem efeito suspensivo (art. 257 do Código
Eleitoral).
O objetivo desse procedimento é manter atualizado o cadastro eleitoral.
A legitimidade para iniciar esse procedimento é, conforme art. 71, § 1º, do Código eleitoral,
do juiz, de ofício, do delegado de partido ou de qualquer eleitor. Complementa o art. 63 da Res.
23.659/2021 do TSE que qualquer eleitor, partido político ou o Ministério Público Eleitoral pode
requerer apuração de irregularidades no alistamento.
No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro eleitor ou por
delegado de partido (art. 73 do Código Eleitoral).
Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso no prazo de 3 dias, para o Tribunal Regional,
interposto pelo excluendo ou por delegado de partido (art. 80 do Código Eleitoral).
A exclusão não é definitiva, ou seja, é possível que, cessada a causa do cancelamento, o
interessado venha a requerer novamente a sua qualificação e inscrição (art. 81 do Código
Eleitoral).

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1.5. Correição e Revisão do Eleitorado


Revisão do eleitorado é um procedimento para purificação do cadastro eleitoral, diante da
existência de uma possível fraude no alistamento. Já a correição do eleitorado é um
procedimento prévio para verificar se é necessária a revisão do eleitorado. Ocorrerá somente se
houver disponibilidade de recursos (art. 102 da Res. 23.659/2021 do TSE).
Se, na correição do eleitorado, for comprovada a fraude em proporção que comprometa a
higidez do Cadastro Eleitoral, o tribunal regional eleitoral, comunicando a decisão ao Tribunal
Superior Eleitoral, ordenará a revisão do eleitorado, obedecidas as instruções contidas na Res.
23.659 do TSE e as recomendações que subsidiariamente forem baixadas (art. 104 da Res.
23.659/2021 do TSE). Mas a execução da revisão de eleitorado com fundamento no caput deste
artigo dependerá da existência de dotação orçamentária, a ser avaliada após já destacados os
recursos para as revisões de ofício (art. 104, § 1º, da Res. 23.659/2021 do TSE).
O TSE também pode determinar, de ofício, a revisão do eleitorado, observada a
conveniência e a disponibilidade de recursos, quando (art. 105 da Res. 23.659/2021 do TSE):

I - o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano


anterior;
II - o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de
idade superior a setenta anos do território daquele município; e
III - o eleitorado for superior a 80% da população projetada para aquele ano pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nota-se que não será realizada revisão de eleitorado (art. 107 da Res. 23.659/2021 do
TSE):
I - em ano eleitoral, salvo se iniciado o procedimento revisional no ano anterior ou se,
verificada situação excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele se dê
início; e
II - que abranja apenas parcialmente o território do município, ainda que seja este dividido
em mais de uma zona eleitoral.
A revisão de eleitorado deverá ser sempre presidida pelo juiz eleitoral da respectiva zona
(art. 109 da Res. 23.659/2021 do TSE), e o prazo do procedimento revisional será previsto no
ato que determinar sua realização e será, no mínimo, de 30 dias. Já a conclusão dos
procedimentos revisionais será fixada em data que não ultrapasse 31 de março do ano de
realização das eleições (art. 111 da Res. 23.659/2021 do TSE).
Concluídos os trabalhos de revisão, o juiz ou a juíza juntará aos autos relatório sintético
das operações de RAE realizadas, extraído do Sistema Elo e, ouvido o Ministério Público,
determinará o cancelamento das inscrições relativas a eleitoras e eleitores que não tenham
comparecido. Mas esse cancelamento das inscrições somente deverá ser efetivado no sistema

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após a homologação da revisão pelo tribunal regional eleitoral (art. 122 da Res. 23.659/2021 do
TSE).
Importante!!! O STF, na ADPF 541, entendeu como válido o cancelamento do título
do eleitor que, convocado por edital, não comparece ao processo de revisão eleitoral. O
Supremo afastou a tese de que o cancelamento do título decorrente da não apresentação do
cidadão ao procedimento de revisão do eleitorado importaria em violação ao princípio
democrático e ao direito ao voto.
Transcorrido o prazo recursal, o juiz ou juíza eleitoral fará minucioso relatório dos trabalhos
desenvolvidos, que encaminhará, com os autos do processo de revisão, à corregedoria regional
eleitoral (art. 124 da Res. 23.659/2021 do TSE).
Apreciado o relatório e ouvido o Ministério Público, a corregedora ou corregedor regional
eleitoral (art. 125 da Res. 23.659/2021 do TSE):

I - indicará providências a serem tomadas, se verificar a ocorrência de vícios


comprometedores à validade ou à eficácia dos trabalhos;
II - submetê-lo-á ao tribunal regional, propondo:
a) a homologação da revisão, se entender pela regularidade dos trabalhos revisionais; ou
b) a não homologação da revisão, se verificar o não comparecimento de quantitativo que
ultrapasse 20% do total de convocados para o procedimento ou a existência de
circunstâncias peculiares que impeçam o adequado atendimento das demandas de
regularização das inscrições que vierem a ser canceladas.

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