DISCIPLINA: ASPECTOS JURÍDICOS DA
ATUAÇÃO POLICIAL.
DOCENTE: FABIANO CALANDRINE DA SILVA.
GUARDA MUNICIPAL DE BELÉM.
-BACHAREL EM DIREITO.
-ESPECIALISTA EM :
- DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR DE
SEGURANÇA PÚBLICA;
- DIREITO, SEGURANÇA PÚBLICA E O
ORGANISMO POLICIAL;
- DIREITO PENAL COM ÊNFASE EM GESTÃO DE
CRISES.
01- direito de ir e vir. Art. 5º, XV, CF;
02- súmula vinculante nº 11;
Abordagem policial: fundada suspeita; busca domiciliar;
busca pessoal; atitude suspeita;
04- responsabilidade do cidadão frente a uma
abordagem policial.
05- identificação do cidadão;
06- abuso de autoridade x tortura;
07- tráfico x consumo;
08- perturbação do sossego x poluição sonora;
09- violência doméstica x Lei Maria da Penha;
10- utilização do espaço público.
As ações dos profissionais de segurança são
construídas para garantir e resguardar uma
situação de paz social, um ambiente de
normalidade almejada pela coletividade,
protegendo os bens mais caros para a
sociedade, consoante às normas jurídicas
vigentes, estabelecendo um grau adequado de
coexistência pacífica entre as pessoas
importa salientar que o Estado é o detentor do
uso da força e por isso, quando a ordem pública
é quebrada, seus agentes públicos de segurança,
protocolam ações, muitas delas com o emprego
de força por meio da repressão imediata, para o
reestabelecimento da ordem.
É dentro dessas condições que se desenvolve a
concretização da atuação policial, mediante o uso
diferenciado da força, como elemento essencial
para assegurar a ordem pública, a paz social
(BITTNER, 2003, p. 128).
Autorização social para o exercício da
violência legítima em benefício da paz social
Porto (apud OLIVEIRA; SANTOS E SILVA,
2001, p. 33) destaca a ideia de Max Weber (1968)
no sentido de que o Estado, por seus agentes
policiais, detém o monopólio da violência
legítima.
Você conseguiria cumprir sua função sem
usar a força?
Quais os níveis de força?
Direito de ir, vir e permanecer
CF/88 em seu art. 5º, inciso XV, foi clara ao dizer que: “é livre a
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
sair com seus bens”.
Dessa forma, considerando os aspectos fáticos, a abordagem
policial deve ser realizada no tempo estritamente necessário para
que seja verificada eventual suspeita. Assim, caso não haja nada
que vincule o cidadão abordado a algum fato considerado crime,
este deve ser liberado imediatamente, desde que não haja outra
providência a ser adotada (orientação geral, notificação de trânsito,
etc.).
De outro lado, caso criança ou adolescente não estejam
acompanhadas de seus pais, normalmente após às 22h00
(depende da decisão judicial da vara da infância ou legislação
local), devem ser encaminhadas para as respectivas residências e
apresentadas aos pais ou responsáveis e, na ausência destes, ao
Conselho Tutelar.
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do
ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei
nº. 8069/90) não faz qualquer menção quanto ao uso de
algemas em adolescente infrator; contudo, proíbe em
seu art. 178 o transporte do adolescente infrator em
compartimento fechado de veículo policial, em
condições que possam por em risco sua integridade ou
ferir sua dignidade.
PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM: S.S.R.A.U.
SEGURANÇA.
SURPRESA.
RAPIDEZ.
AÇÃO VIGOROSA.
UNIDADE DE COMANDO.
a atuação policial por meio da abordagem, seja para
as ações de prevenção(para fins educativos ou
instrutivos), mantendo um ambiente livre de riscos e
perigos à vida e aos bens (sensação de segurança), ou
para ações de repressão (imediata e mediata), nos
casos de resgate da paz social e de instrução de um
processo criminal.
Olhando para o conceito técnico, a abordagem
policial constitui o procedimento de aproximação a
uma pessoa, ou a um grupo de pessoas, ou ainda a
um veículo ou residência, com o fim de confirmar
um fato, a evidência de uma infração penal, bem
como investigar, orientar, advertir, prender, assistir.
FUNDADA SUSPEITA.
'Art. 244. A busca pessoal
independerá de mandado, no caso de
prisão ou quando houver fundada
suspeita de que a pessoa esteja na
posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a medida
for determinada no curso de busca
domiciliar.
Por unanimidade, os ministros consideraram que,
para a realização de busca pessoal – conhecida
popularmente como "baculejo", "enquadro" ou
"geral" –, é necessário que a fundada suspeita
a que se refere o artigo 244 do Código de
Processo Penal seja descrita de modo objetivo
e justificada por indícios de que o indivíduo
esteja na posse de drogas, armas ou outros
objetos ilícitos, evidenciando-se a urgência
para a diligência.
De acordo com o ministro Rogerio Schietti Cruz,
relator do caso, a suspeita assim justificada
deve se relacionar, necessariamente, à
probabilidade de posse de objetos ilícitos,
pois a busca pessoal tem uma finalidade legal
de produção de provas. De outro modo, seria
dado aos agentes de segurança um "salvo-
conduto para abordagens e revistas
exploratórias baseadas em suspeição genérica",
o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão
do ministro Gilmar Mendes no RHC 229.514,
parece realinhar a jurisprudência à justa
razão, alterando (Cf.: Habeas Corpus nº
224.294), inclusive sua própria visão sobre o
tema:
“A Constituição que assegura o direito à intimidade, à ampla
defesa, ao contraditório e à inviolabilidade do domicílio é a
mesma que determina punição a criminosos e o dever do
Estado de zelar pela segurança pública. O policiamento
preventivo e ostensivo, próprio das Polícias Militares, a fim
de salvaguardar a segurança pública, é dever constitucional.
Fugir ao avistar viatura, pulando muros, gesticular como
quem segura algo na cintura e reagir de modo próprio e
conhecido pela ciência aplicada à atividade policial,
objetivamente, justifica a busca pessoal em via pública.”
(Gilmar Mendes, RHC 229.514).
é uma ação policial proativa, que ocorre durante as atividades
de policiamento, cujos procedimentos preveem a
interceptação de pessoas e veículos na via pública e a
realização de busca pessoal e revista veicular, com o objetivo
de localizar algum objeto ilícito, como drogas e armas de fogo.
A decisão de agir é exclusiva do policial e é respaldada por lei.
a realização dessa atividade deve adotar critérios para seleção
de pessoas, veículos e residências, resguardados no dever-
poder de polícia, incluindo aí “a possibilidade de escolha pela
omissão, ou seja, deixar de adotar algum procedimento,
realizá-lo de forma parcial ou adiar a execução, conforme
eventuais conveniências” (GOLDSTEIM, 2003, p. 107).
A abordagem pode ser empregada também como critério de
prevenção, sem que exista fundada suspeita?
LEI No 10.671, DE 15 DE MAIO DE 2003.
ESTATUTO DO TORCEDOR.
CAPÍTULO IV- DA SEGURANÇA DO TORCEDOR
PARTÍCIPE DO EVENTO ESPORTIVO
Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos
locais onde são realizados os eventos esportivos
antes, durante e após a realização das partidas
Art. 13-A. São condições de acesso e permanência
do torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de
outras condições previstas em lei:
II - não portar objetos, bebidas ou substâncias
proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a
prática de atos de violência;
III - consentir com a revista pessoal de prevenção e
segurança;
VII - não portar ou utilizar fogos de artifício ou
quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou
produtores de efeitos análogos;
VIII - não incitar e não praticar atos de violência no
estádio, qualquer que seja a sua natureza
Do ponto de vista fático, ficou evidenciado, através
da análise criminal, a necessidade de preservar a
ordem pública, assim como de prevenir a ocorrência
de roubos, furtos, lesão corporal, tentativa de
homicídio e homicídio. Do ponto de vista jurídico,
você já deve ter pensado logo no dever-poder de
polícia. E a resposta está correta. Exemplo: estatuto
do torcedor.
Eis, então, o fundamento legal que autoriza a busca
pessoal, sem que haja a notícia de uma infração e
uma fundada suspeita
Ao se empregar os significados de um dicionário,
a fundada suspeita seria o juízo de valor
formulado sobre o comportamento de uma pessoa,
ou sobre algo, com base (fundado) em elementos
prévia e solidamente identificados, que levam a
concluir sobre a existência de um ato irregular,
ilícito e/ou criminoso.
De imediato o fundamento legal citado é o do
Código de Processo Penal:
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando
fundadas razões a autorizarem para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados
na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado
ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação
do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção
contida no inciso XI do art. 5º da CF/88: “a casa é
asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial”.
Código penal:
Art. 150 Entrar ou permanecer, clandestina ou
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
dependências: detenção de 1 a 3 meses.
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE- 13.869/19
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à
revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas
dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem
determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste
artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-
lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h
(vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou
quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade
do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de
desastre.
De acordo com código penal art. 150:
§ 4º A expressão "casa" compreende:
I - Qualquer compartimento habitado;
II – Aposento ocupado de habitação coletiva; e
III - Compartimento não aberto ao público, onde
alguém exerce profissão ou atividade
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I – Hospedaria, estalagem ou qualquer outra
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição
do nº II do parágrafo anterior; e
II – Taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
conforme a jurisprudência do STJ (HC 598.051), o consentimento do
morador, em tais situações, precisa ser voluntário e livre de qualquer
constrangimento. (busca domiciliar sem mandado)
ATENTAR PARA O ART. 22, PARÁGRAFO 1°, INCISO 1°, DA LEI DE
ABUSO DE AUTORIDADE:
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo,
quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
"A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o
ingresso na residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado,
e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que autorizou o
ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do
ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo",
declarou Rogério Schietti.
Na dúvida, prevalece a versão do morador. PARECE PIADA, MAS NÃO
É.
Leia o acórdão do HC 674.139.
Denuncia anônima não autoriza busca domiciliar.
A tentativa de fuga para dentro de casa ao
avistar veículo da polícia em patrulhamento de
rotina constitui justa causa para que os
agentes ingressem no domicílio mesmo à noite,
sem mandado judicial ou autorização expressa
do suspeito ou do proprietário da residência.
O entendimento é da Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF)
Em recurso especial ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ), a defesa voltou a obter o
reconhecimento da nulidade das provas. Em
acórdão unânime, a Sexta Turma da corte
entendeu que, no caso dos autos, “o ingresso
policial no domicílio, sem mandado judicial,
foi motivado durante patrulhamento rotineiro,
sem diligências adicionais, quando o paciente
tentou fugir para sua casa, após ter visto a
Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes
salienta:
“Em se tratando de delito de tráfico de drogas
praticado, em tese, na modalidade “guardar”, a
consumação se prolonga no tempo e, enquanto
configurada essa situação, a flagrância permite a
busca domiciliar, independentemente da expedição
de mandado judicial, desde que presentes fundadas
razões de que em seu interior ocorre a prática de
crime, como consignado no indigitado RE 603.616,
portador do Tema 280 da sistemática da Repercussão
Geral do STF.
Logo, essas circunstâncias são suficientes para
encerrar qualquer discussão acerca de uma suposta
inocorrência de situação flagrancial, pois ficou
claro que a entrada no domicílio se amparou em
fundadas razões devidamente justificadas no curso
do processo, a dispensar a expedição de prévio
mandado judicial, tendo sido satisfeitas, portanto,
Existem hipóteses em que o veículo pode ser considerado
a extensão do lar e, portanto, atrai a inviolabilidade
domiciliar prevista na CF/88, por exemplo:
• Quando o carro estiver na garagem da casa;
• Quando for um veículo tipo trailer, enquanto parado;
• Quando for uma embarcação; e
• Eventualmente a cabine de um caminhão, no qual,
assim como nos dois casos citados anteriormente, o
proprietário se estabeleça com ânimo de moradia.
Com efeito, fora dessas hipóteses, o veículo não é
considerado extensão do domicílio, não atraindo a tutela
constitucional, conforme já se manifestou o Superior
Tribunal de Justiça - STJ:
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no
caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de
que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou
quando a medida for determinada no curso de busca
domiciliar.
Como se vê, o CPP não fala em abordagem, mas em
busca domiciliar ou pessoal, a qual será realizada
independentemente de mandado judicial.
a experiência do policial não pode servir de único
elemento que justifique uma abordagem. Na atuação
diária, é necessária a identificação de dados concretos
sobre a existência de um ilícito, de um crime, conforme
se verifica na doutrina pátria.
GUARDA MUNICIPAL PODE EFETUAR BUSCA
PESSOAL?
SEGUNDO STJ:
REsp n. 1.977.119/SP, de relatoria do Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, em 16/08/2022.
"RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO DE DROGAS.
ATUAÇÃO DASGUARDAS MUNICIPAIS. BUSCA
PESSOAL. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO CLARA,
DIRETA E IMEDIATA COM A TUTELA DOS
BENS, SERVIÇOS E INSTALAÇÕES
MUNICIPAIS. IMPOSSIBILIDADE. PROVA
ILÍCITA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 157 E 244 DO CPP.
RECURSO PROVIDO.
SEGUNDO O STF:
HC 226047 / SP -SÃO PAULO
HABEAS CORPUS Relator(a): Min. ALEXANDRE DE
MORAES
Julgamento: 22/03/2023 Publicação: 24/03/2023
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. GUARDA
MUNICIPAL. ABORDAGEM. LEGALIDADE.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A
jurisprudência pacífica desta Corte Superior tem
admitido a realização de busca pessoal e a prisão em
flagrante por guardas municipais, tendo em vista a
autorização constante nos arts. 240, § 2º, 244 e 301 do
CPP.
Constata-se que além de possível a busca pessoal
pelos guardas municipais, houve fundada suspeita
para abordar o paciente. Os guardas municipais
em patrulhamento de rotina passavam por local
conhecido como ponto de venda de drogas,
ocasião em que a ora agravante, ao avistar a
guarnição, tentou correr com uma sacola na mão.
Ante a fundada suspeita decidiram abordá-lo e,
após revista pessoal, com ele localizaram, no
interior da sacola que carregava, 124 porções de
maconha; 175 porções de cocaína; e 23 porções de
crack, além de dinheiro trocado.
HC 220447 AgR / SP - SÃO PAULO. AG.REG. NO
HABEAS CORPUS Relator(a): Min. ROBERTO
BARROSO
os guardas civis municipais estavam legitimados,
dentro do princípio da autodefesa da sociedade”
(trecho do acórdão estadual). Essas circunstâncias
atraem a pacífica jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal no sentido de que “[a] guarda
municipal pode, e deve, prender quem se encontre
em situação de flagrante delito, nos termos do art.
301 do CPP.”
Atitude(s) suspeita(s): todo comportamento
anormal ou incompatível com o horário e o
ambiente considerados, praticado por pessoa(s),
com a finalidade de encobrir ação ou intenção de
prática delituosa. Alguns exemplos:
a. Pessoa que desvia o olhar ou o seu itinerário,
bruscamente quando reconhece ou avista um
policial;
b. condutor ou ocupantes de um veículo que
olha(m) firmemente para frente na condição de
rigidez, evitando olhar para os lados, para o
policial ou para a viatura, que naturalmente
chamam a atenção do público em geral;
c. pessoa(s) que, ao ver(em) ou reconhecer(em) um
policial ou uma viatura, iniciam um processo de fuga,
como correr, desviar caminho abruptamente etc.;
d. pessoa(s) parada(s) defronte a estabelecimentos
comerciais, bancários, escolas, filas etc., por tempo
demasiado e sem motivo aparente;
e. pessoa que mantém seu veículo parado e em
funcionamento defronte a estabelecimentos bancários,
demonstrando agitação, nervosismo, ansiedade etc.;
f. veículo excessivamente lotado, cujos ocupantes
demonstram temeridade em seu comportamento;
Não é demais lembrar que o CPP, em seu artigo
249, estabelece “A busca em mulher será feita por
outra mulher, se não importar retardamento ou
prejuízo da diligência.”
Assim, recomenda-se que a busca em mulher seja
realizada por uma agente policial e, não sendo
possível, o policial do sexo masculino poderá fazê-
lo, dentro dos critérios já trabalhados até aqui.
Fazendo nova leitura do artigo citado, não se
identifica restrição quanto à busca feita por policial
feminina em homens, porém essa medida deve ser
analisada com bom senso, em especial, quanto aos
aspectos da técnica de abordagem no caso concreto.
Vale dizer, várias são as ocorrências em que, no
momento da abordagem, determinadas pessoas reagem à
atuação do agente policial. Dentre elas destacam-se:
Desobediência: quando o indivíduo não cumpre ou não
atende à determinação legal;
Desacato: quando o indivíduo desrespeita, desprestigia
ou ofende o policial;
Resistência: quando o indivíduo se opõe à execução de
ato legal, mediante violência ou ameaça;
Corrupção ativa: quando o indivíduo oferece ou promete
vantagem indevida a fim de provocar a omissão ou
retardamento de ato de ofício;
Contravenção penal: quando o indivíduo se recusa a
fornecer dados sobre a própria identidade ou
qualificação.
Não haverá o crime se a resistência for passiva, isto é,
aquela em que não há emprego de violência ou
ameaça. Lembre-se do clássico exemplo da pessoa
que se segura em um poste para não ser levado à
delegacia. Ou ainda sai correndo ou se joga no chão
para não ser detido: “A simples fuga do infrator, ao
ser preso, não configura o delito de resistência, que
exige para sua caracterização a presença dos
requisitos da violência ou ameaça contra
funcionário”. (TJSP. Tacrim-SP. Rel.: Mattos Faria,
Jutacrim 10/249.)
Recusa de dados sobre própria identidade ou qualificação
Trata-se de contravenção penal, tipificada no art. 68 do
Decreto-Lei n° 3.688, de 03/10/1941:
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta
justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações
concernentes à própria identidade, estado, profissão,
domicílio e residência:
Pena — multa.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de 1 (um)
a 6 (seis) meses, e multa, se o fato não constitui infração penal
mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, faz declarações
inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado,
profissão, domicílio e residência.
não há nenhuma norma que obrigue as pessoas a
portarem carteira de identidade, razão pela qual
você não poderá exigi-la da pessoa (CF/88, art. 5°, II),
sob pena de incorrer em abuso de autoridade ou
constrangimento ilegal, conforme o caso. Mas a
pessoa deve lhe dizer os dados solicitados, ou
incorrerá na contravenção do art. 68 da LCP.
Se houver o crime de uso de documento falso, a
contravenção de recusa de identificação fica
absorvida (RF, 317:328 e 309:235).
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
curiosidade pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a
constrangimento não autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra
terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa
Obs; constrangimento ilegal no CP, art 146, detenção 3
meses a 1 ano.
• ABUSO DE AUTORIDADE X TORTURA
• Enunciado n. 10 do Conselho Nacional de Procuradores-
Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União
(CNPG) e do Grupo Nacional de Coordenadores de
Centro de Apoio Criminal (GNCCRIM):
• Constranger o preso ou o detento, mediante violência ou
grave ameaça, a produzir prova contra si mesmo ou
contra terceiro pode configurar delito de abuso de
autoridade (Lei 13.869/19) ou crime de tortura (Lei
9.455/97), a depender das circunstâncias do caso
CRIMES DE TORTURA LEI 9455/97
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
• § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
• § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-
las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
• § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão
de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
• § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
• I - se o crime é cometido por agente público;
• II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)
• III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
• § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
• § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
ABUSO DE AUTORIDADE
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento
de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de
não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem se utiliza de cargo ou função pública ou
invoca a condição de agente público para se
eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido.
(CARTEIRADA)
TRÁFICO DE DROGAS.
ENTORPECENTES- LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
De acordo com o artigo 66 da Lei 11.343/06, encontraremos a
definição de “droga” na Portaria da ANVISA de n.º 344/1998, a
qual será a responsável por estabelecer quais são as substâncias
que estarão abrangidas pela Lei 11.343/06.
Ocorre que em análise da referida Portaria, podemos verificar no
seu art. 1º que há diferença entre “droga”, “entorpecente” e
“psicotrópicos”.
“Droga” é conceituada como “Substância ou matéria-prima que
tenha finalidade medicamentosa ou sanitária”.
“Entorpecente” e “psicotrópico”, por sua vez, são as “Substâncias
que podem determinar dependência física ou psíquica
relacionada”.
Portanto, o que a Lei 11.343/06 define como “droga”, a Portaria
da ANVISA denomina de “entorpecente” e “psicotrópico”.
Somente será considerada “droga” para a lei
11.343/06 o que a portaria da ANVISA chama de
“entorpecentes” e “psicotrópicos” e podem ser
encontrados nas listas F1 e F2.
Caso contrário, se não estiver nessas listas, não
será considerada droga para fins de incidência das
penalidades da legislação especial que estudamos
e, consequentemente, não caracterizará os crimes
de consumo pessoal e tráfico de drogas, por
exemplo.
DO PORTE
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou
regulamentar (...).
*Dolo específico nos cinco verbos, logo não
há porte culposo (STF/Fato atípico)
DO PLANTIO
Art.28 § 1o - Às mesmas medidas
submetem-se quem, para seu consumo
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto capaz
de causar dependência física ou psíquica;
No caso do plantio, só será caracterizado este crime se as condutas forem realizadas em
pequenas quantidades e para o uso pessoal
PENAS PARA O CONSUMO
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento
a programa ou curso educativo.
Em caso de recusa de cumprimento dos incisos anteriores, aplica-se o
disposto no artigo 28 § 6o , I e II:
I - admoestação verbal;
II - multa.
OBSERVAÇÃO:
NÃO OCORREU A DESCRIMINALIZAÇÃO DA CONDUTA E SIM A
DESPENALIZAÇÃO OU DESENCARCERIZAÇÃO.
TRÁFICO
Art. 33. Importar, exportar, remeter,
preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo
ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos
CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO
Condutas Equiparadas AO TRÁFICO
Art. 33§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica,
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,
tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou
produto químico destinado à preparação de
drogas;
Se em uma varredura forem localizados apenas insumos, tais como éter ou
acetona por exemplo, de acordo como que dispõe o artigo 33 e por extensão
estiver configurado o descrito no art. 28, a preparação será PUNÍVEL, logo,
não é necessário que a substância tenha o princípio ativo previsto na
portaria 344/98, apenas que em associação com outras substância tais
insumos derivem em drogas.
SERENDIPIDADE- ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS.
Critérios de Diferenciação :
TRÁFICO X CONSUMO
É importante salientar os critérios que o magistrado irá
utilizar para DIFERENCIAR o PORTE e o TRÁFICO de
drogas. De acordo com o artigo 28 da lei, ele deverá
analisar no caso concreto:
- A natureza da droga; (Lícita ou ilícita)
- Quantidade da Droga; (Aplicação o Princípio da
Insignificância/STF); NÃO SE APLICA
- Local e condições do crime;
- Circunstâncias pessoais e sociais;
- Conduta e antecedentes;
Art. 28
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a
consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local
e às condições em que se desenvolveu a ação,
às circunstâncias sociais e pessoais, bem como
à conduta e aos antecedentes do agente.
LEI DE CONTRAVENÇÕES 3688/41
Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego
alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em
desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais
acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir
barulho produzido por animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses,
ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
As duas práticas são puníveis pela lei, mas caracterizadas de forma
diferente. Enquanto perturbação do sossego alheio é enquadrado
como contravenção penal, a poluição sonora é tida como crime
ambiental.
O primeiro caso está definido no artigo 42 do Decreto Lei n. 3.688,
conhecido como Lei de Contravenções Penais. Perturbar alguém,
tanto o trabalho quanto o sossego alheio - com gritaria ou algazarra,
exercendo ruidosa, abusando de instrumentos sonoros ou
provocando barulho com animais de estimação -, é passível de
prisão simples e multa.
Quanto à poluição sonora, é determinada pelo artigo 54 da Lei n.
9.605/1998, também chamada de Lei de Crimes Ambientais. Essa
lei compreende poluição de qualquer natureza e que possa causar
danos à saúde humana ou à de animais, além de destruição da flora.
Para caracterizar a produção de ruídos como poluição sonora, deve
ser precedida de laudo técnico comprovando a possibilidade de
prejuízos à saúde e à qualidade de vida, bem como a frequência da
exposição. Em casos momentâneos ou esporádicos, é determinada
como contravenção
LEI Nº 7990/00, DE 10 DE JANEIRO DE 2000.
DISPÕE SOBRE O CONTROLE E O COMBATE À
POLUIÇÃO SONORA NO ÂMBITO DO
MUNICÍPIO DE BELÉM.
Art. 1º A emissão e imissão de sons e ruídos em
decorrência de quaisquer atividades exercidas em
ambientes confinados ou não, no Município de Belém,
obedecerão aos padrões, critérios e diretrizes
estabelecidas por esta lei, sem prejuízo da legislação
federal e estadual aplicável.
Art. 2º É proibido perturbar o sossego e o bem estar
público com sons excessivos, vibrações ou ruídos
incômodos de qualquer natureza, produzidos por
qualquer forma, que ultrapassem os limites
estabelecidos nesta lei.
Art. 7º A emissão de sons ou ruídos em decorrência de qualquer
atividade no município de Belém, e seus níveis de intensidade, são
fixados de acordo com as recomendações da NBR 10.151 da ABNT,
ou a que lhe suceder.
Art. 8º O limite máximo em decibéis, medido no limite real de
propriedade, é de setenta, em horário diurno, e sessenta, em horário
noturno.
Parágrafo Único - A medição para averiguação do nível de som ou
ruído da fonte poluidora far-se-á dentro dos limites reais da
propriedade onde se dá o suposto incômodo, de acordo com as
recomendações da NBR 10.151 da ABNT, ou a que lhe suceder.
Art. 31 - As medições dos níveis de som e ruído serão efetuadas
através de decibelímetro.
Art. 25 - As pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que infringirem
qualquer dispositivo desta lei ou dos regulamentos aprovados pela Comissão Municipal de
Educação e Controle da Poluição Sonora, ficam sujeitas às seguintes penalidades, assegurada
a ampla defesa e o contraditório, independente da obrigação de cessar a transgressão e de
outras sanções cabíveis pela legislação estadual ou federal pertinente, cíveis ou penais:
I - notificação por escrito;
II - multa simples ou diária;
III - apreensão dos instrumentos e equipamentos utilizados para produzir a poluição sonora;
IV - interdição temporária ou definitiva da atividade;
V - interdição parcial ou total do estabelecimento;
VI - cassação do licenciamento ambiental;
VII - cassação dos demais alvarás ou autorizações expedidas pelo poder público local;
VIII - perda de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Município.
LEI Nº 8898, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2011.
PROÍBE O FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS DE SOM
AUTOMOTIVOS E ASSEMELHADOS EM VOLUMES EXAGERADOS
NAS VIAS, PRAÇAS, PRAIAS E DEMAIS LOGRADOUROS PÚBLICOS
NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE BELÉM, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.
Art. 1º Fica expressamente vedado o funcionamento dos equipamentos de
som automotivo, bem como, equipamentos sonoros assemelhados em
volumes exagerados nas vias, praças, praias e demais logradouros públicos no
âmbito do município de Belém.
Parágrafo Único - A proibição de que trata este artigo se estende aos espaços
privados de livre acesso ao público, tais como, postos de combustíveis e
estacionamentos.
Art. 2º O descumprimento do estabelecido nesta Lei acarretará a apreensão
imediata do equipamento e do veículo quando o equipamento estiver
instalado ou estiver sendo rebocado ou conduzido por veículo.
Parágrafo Único - Para a retirada do equipamento
deverá ser observado o procedimento administrativo
ao qual se refere o parágrafo primeiro do artigo 5º
desta Lei.
Art. 5º Sem prejuízo das sanções de natureza civil,
penal e das definidas em legislação específica, fica o
infrator, o proprietário do veículo ou ambos,
solidariamente, conforme o caso, sujeito ao pagamento
de multa em caso de descumprimento do
estabelecimento nesta Lei.
§ 1º A pena de multa será aplicada mediante
procedimento administrativo a ser estabelecido em
regulamento, observados o contraditório e a ampla
defesa.
LEI Nº 8898, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2011.
Art. 6º Desde que atendam aos limites e demais exigências,
estabelecidas nas legislações municipais vigentes, que dispõe sobre
medidas de combate à poluição sonora, não se incluem nas exigências
desta lei a utilização de aparelhagem sonora:
I - Instalada no habitáculo do veículo, com a finalidade de emissão
sonora exclusivamente para o seu interior;
II - em eventos do Calendário Oficial ou expressamente autorizados
pelo município, desde que façam parte de sua programação;
III - em manifestações religiosas, sindicais ou políticas, observada a
legislação pertinente;
IV - utilizada na publicidade sonora, atendida a legislação específica.
(CARRO SOM)
1940- CÓDIGO PENAL.
2004- LEI Nº 10.886. Acrescenta parágrafos 9 e 10 ao art. 129 Do Código Penal,
criando o tipo especial denominado "Violência Doméstica".
2006- LEI Nº 11.340, lei Maria da penha criada para coibir e prevenir a violência
doméstica e familiar contra a MULHER. (estabelece formas de violência, aumento
da pena de lesão corporal, impossibilidade de aplicação da lei 9.099, proíbe penas de
cestas básicas e de caráter pecuniário, cria medidas protetivas, etc.)
2012- lei Maria da penha foi considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU)
a terceira melhor lei do mundo no enfrentamento à violência doméstica, atrás apenas
da Espanha e Chile.
2015- Lei nº 13.104- FEMINICÍDIO. (crime hediondo)
demais leis, em ordem cronológica, que alteraram a Lei Maria da
Penha :
2017-LEI 13.505, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2017
Dispõe sobre o direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar
de ter atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e
prestado, preferencialmente, por servidores do sexo feminino.
2018- LEI 13.641, DE 3 DE ABRIL DE 2018
Tipifica o crime de descumprimento de medidas protetivas de
urgência; (pena de 3meses a 2 anos)
2018- LEI 13.772, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018
Reconhece que a violação da intimidade da mulher configura violência
doméstica e familiar na modalidade psicológica;
2019- LEI 13.827, DE 13 DE MAIO DE 2019
Autoriza, em algumas hipóteses, a aplicação de medida protetiva de
urgência, pela autoridade judicial ou policial, àmulher em situação de
violência doméstica e familiar, ou a seus dependentes;
2019- LEI 13.871, DE 17 DE SETEMBRO DE 2019
Dispõe sobre a responsabilidade do agressor pelo ressarcimento dos custos
relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
às vítimas de violência doméstica e familiar e aos dispositivos de segurança por
elas utilizados;
2019- LEI 13.880, DE 8 DE OUTUBRO DE 2019
Prevê a apreensão de arma de fogo sob posse de agressor em casos de
violência doméstica;
2019- LEI 13.882, DE 8 DE OUTUBRO DE 2019
Garante a matrícula dos dependentes da mulher vítima de violência doméstica e
familiar em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio;
2019- LEI 13.894, DE 29 DE 0UTUBRO DE 2019
Prevê a competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento ou dissolução de união
estável nos casos de violência.
2020- Lei 13.984/2020, juiz já poderá obrigar eventuais agressores a frequentarem
esses cursos a partir da fase investigatória de cada caso verificado de violência contra
a mulher.
2021-LEI Nº 14.188-Define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência
Doméstica como uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra
a mulher previstas Lei Maria da Penha e altera o Código Penal, para modificar a
modalidade da pena da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões
da condição do sexo feminino (1 a 4 anos) e para criar o tipo penal de violência
psicológica contra a mulher.(147-B, C.P.)
2022- LEI Nº 14.31- determina o registro imediato, pela autoridade judicial, das medidas
protetivas de urgência deferidas em favor da mulher em situação de violência doméstica e
familiar, ou de seus dependentes, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas
protetivas.
2023- LEI Nº 14.550 para dispor sobre as medidas protetivas de urgência e estabelecer que a
causa ou a motivação dos atos de violência e a condição do ofensor ou da ofendida não
excluem a aplicação da Lei.
Lei 11.340/06.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
independem de orientação sexual.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de
sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer
outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar,
a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça,
coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a
sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. (NÃO
SE APLICA AO CRIME DE LESÃO CORPORAL)
O crime de lesão corporal decorrente da violência doméstica e
familiar contra a mulher, independentemente da extensão dos
ferimentos, deve ser processado mediante ação penal pública
incondicionada, sendo, por essa razão, irrelevante a falta de
representação da vítima ou sua retratação. O Supremo Tribunal
Federal, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade
4.424/DF, e a Súmula 542 do Superior Tribunal de Justiça
atribuíram interpretação conforme a Constituição Federal às
disposições da Lei Maria da Penha.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
Lei nº 7831 de 30 de abril de 1997
DISPÕE SOBRE A PROIBIÇÃO DE BICICLETAS
NAS PRAÇAS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
A CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, estatui e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica proibida, nas praças públicas deste
Município, no horário compreendido entre as seis
e nove horas e dezesseis e vinte horas, a circulação
de maiores de doze anos em bicicletas e a de cães
com seus respectivos condutores
DECRETO Nº 67.961, 03 DE OUTUBRO DE 2011
DISCIPLINA O USO DO COMPLEXO DA PRAÇA DA
REPÚBLICA, FORMADO PELAS PRAÇAS DA
REPÚBLICA, JOÃO COELHO E DA SEREIA.
CAPÍTULO VII
DAS PROIBIÇÕES
Art. 7º Aos permissionários é vedado:
VI - vender ou consumir bebida alcoólica no Complexo da
Praça da República ou em seu entorno;
OBS: O DECRETO NÃO CITA PROIBIÇÃO DE
CONSUMO DE BEBIDAS ALCÓLICAS PELO CIDADÃO.