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Educação Inclusiva: Desafios e Práticas

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1 Introdução

O direito do aluno com necessidades educativas especiais e de todos os cidadãos à


educação é um direito constitucional. A garantia de uma educação de qualidade para
todos implica, dentre outros fatores, um redimensionamento da escola no que consiste
não somente na aceitação, mas também na valorização das diferenças. Esta valorização
se efetua pelo resgate dos valores culturais, os que fortalecem identidade individual e
coletiva, bem como pelo respeito ao ato de aprender e de construir.

Segundo as políticas educacionais, descreve-se uma escola que se prepara para enfrentar
o desafio de oferecer uma educação inclusiva e de qualidade para todos os seus alunos.
Considerando que, cada aluno numa sala de aula apresenta características próprias e um
conjunto de valores e informações que os tornam únicos e especiais, constituindo uma
diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio e as expectativas da
escola hoje é trabalhar com essas diversidades na tentativa de construir um novo
conceito do processo ensino-aprendizagem, eliminando definitivamente o seu caráter
excludente, de modo que sejam incluídos neste processo todos que dele, por direito, são
sujeitos.

Este novo olhar da escola implica na busca de alternativas que garantam o acesso e a
permanência de todas as crianças e adolescentes no seu interior. Assim, o que se deseja
é a construção de uma sociedade inclusiva compromissada com as minorias, cujo grupo
inclui os portadores de necessidades educacionais especiais. O espaço escolar, hoje, tem
de ser visto como espaço de todos e para todos.

Este tema foi escolhido porque muito se falam, discutem sobre a educação inclusiva; e a
Proposta de Educação Inclusiva (1996) recomenda que todos os indivíduos com
necessidades especiais sejam matriculados em turma regular, baseando-se no princípio
de educação para todos.

Dessa forma, pretendeu-se enfatizar a educação inclusiva, e a problemática sobre os


alunos com necessidades especiais dentro do contexto social da escola, verificando a
atual realidade, fazendo um paralelo entre a teoria e a prática, isto é, a legislação
vigente, os referenciais teóricos e o cotidiano dos alunos inclusos no ensino regular.

Para a elaboração do trabalho segundo os objetivos, o delineamento metodológico teve


como suporte a utilização de uma bibliografia diversificada sobre o assunto, e por uma
parte prática através da pesquisa de campo realizada junto a uma Unidade Escolar de
Ensino Regular, sendo que a população analisada foram alunos de inclusão do 6º ano do
Ensino Fundamental, Ciclo II com características semelhantes.

Todas as informações foram analisadas com o objetivo de verificar a política de


inclusão e os seus reflexos nos processos de socialização e de aprendizagem de alunos
com necessidades especiais na rede regular de ensino.
2 Desenvolvimento
2.1 Uma escola inclusiva de qualidade
A escola inclusiva com equidade é um desafio que implica e rever alguns aspectos, que
envolvem desde o setor administrativo até o pedagógico. As Unidades Escolares de
Ensino Regular devem oferecer vagas e matricular todos os alunos, organizando-se para
o atendimento com equidade aos educandos com necessidades educacionais especiais e
assegurar-lhes condições necessárias para a permanência e aprendizagem.
Em relação à educação especial, o artigo 3º da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de
setembro de 2001 especifica que:

Por educação especial, modalidade da educação escolar entende-se um processo


educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços
educacionais e especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a
garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos
educandos que apresentem necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e
modalidades da educação básica (BRASIL- MEC/SEESP, 2001, p. 1)

A política de inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais na


rede regular de ensino não consiste apenas na permanência física desses alunos junto
aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas,
bem como desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e
atendendo suas necessidades.

A diversidade deve ser respeitada e valorizada entre os alunos. Daí a importância do


papel da escola em definir atividades e procedimentos de relações, que envolvam
alunos, funcionários, corpo docente e gestores, para que possibilite espaços inclusivos,
de acessibilidade, para que todos possam fazer parte de um todo, isto é, que as
atividades extraclasses nunca deixam de atender os alunos com necessidades especiais.

O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve ser realizado
em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa ou modalidade da Educação
Básica. De acordo com o artigo 4º da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de
2001, a educação especial considera as situações singulares, os perfis dos estudantes, as
características biopsicossociais dos alunos e suas faixas etárias e se pauta em princípios
éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar:

I - a dignidade humana e a observância do direito de cada aluno de realizar seus


projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social; II - a busca da identidade
própria de cada educando, o reconhecimento e a valorização das suas diferenças e
potencialidades, bem como de suas necessidades educacionais especiais no processo de
ensino e aprendizagem, como base para a constituição e ampliação de valores, atitudes,
conhecimentos, habilidades e competências; III - o desenvolvimento para o exercício
da cidadania, da capacidade de participação social, política e econômica e sua
ampliação, mediante o cumprimento de seus deveres e o usufruto de seus direitos
(BRASIL- MEC/SEESP, 2001, p. 1)

Assim, o trabalho com a educação inclusiva nas Unidades Escolares tem que ser
direcionado a partir do seu contexto real, analisando as condições em que a escola
recebe os alunos com necessidades especiais e como assegura aprendizagem,
possibilitando a integração entre educação regular e especial.

Nas escolas inclusivas as pessoas se apóiam mutuamente e suas necessidades


específicas são atendidas por seus pares, sejam colegas de classe, de escola ou
profissionais de áreas. A pretensão dessas escolas é a superação de todos os obstáculos
que as Impedem de avançar no sentido de garantir um ensino de qualidade
(MADER,1997)
Conforme Mader (1997), é necessário construir uma política de igualdade com
seriedade e responsabilidade, possibilitando ações significativas e de qualidade na
prática de educação inclusiva.

Há um emergente consenso de que as crianças e jovens com necessidades educacionais


especiais devem ser incluídas nos planos educativos feitos para a maioria das crianças.
Isto levou ao conceito de escola inclusiva. O desafio para uma escola inclusiva é o de
desenvolver uma pedagogia capaz de educar com sucesso todos os alunos, incluindo
aqueles com deficiência e desvantagens severas (SALAMANCA, 1994, p.6)

Mantoan (2003), enfatiza que reconstruir os fundamentos de escola de qualidade para


todos, remete-se em questões específicas relacionadas ao conhecimento e a
aprendizagem, ou seja, consideram-se que o ato de educar supõe intenções,
representações que temos do papel da escola, do professor, do aluno, conforme os
paradigmas que os sustentam. A autora ainda relata que a escola inclusiva exige
mudanças de paradigmas, que podem ser definidos como modelos, exemplos abstratos
que se materializam de modo imperfeito no mundo concreto. Possa também ser
entendida, segundo uma concepção moderna, como um conjunto de regras, normas,
crenças, valores, princípios que são partilhados em um grupo em um dado momento
histórico e que norteiam o nosso comportamento, até estarem em crise, porque não nos
satisfazem mais, não nos dão mais conta dos problemas que temos para solucionar.

Ainda nos dias atuais a inclusão é vista como um desafio, causando angústias e
expectativas em grande parte dos profissionais da educação. Porém, mais amenas que
em tempos passados, pelo fato de que, ao ser devidamente aceita pela escola,
desencadeia um compromisso com as práticas pedagógicas que favorecem todos os
alunos, ou seja, uma verdadeira mudança na concepção de ensino, visando uma
aprendizagem significativa, inclusiva e de qualidade.

Não há mais sentido em preservar modelos de ensino tradicional, desrespeitar as


diferenças, mantendo uma escola excludente. O artigo 208 Constituição Federal, § 1º
reza que “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público e subjetivo”. Ainda
no artigo 208 descreve que o atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, deve ser preferencialmente na rede regular de ensino.

E já no século XXI, a escola que se tem, que se precisa é aquele que tem compromisso
com a formação integral do cidadão, de um cidadão crítico, participativo e criativo, que
atenda as demandas e a competitividade do mundo atual, com as rápidas e complexas
mudanças da sociedade moderna. Assim, a educação escolar no exercício da cidadania
implica na efetiva participação da pessoa na vida social, cabendo-lhe o respeito e a
solidariedade, poupada a sua dignidade, a igualdade de direitos e repelido quaisquer
forma de discriminação.

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