ALESSANDRA GAMEIRO
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
TRANSTORNO DE ANSIEDADE E SUA APLICABILIDADE
SALTO
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2022
ALESSANDRA GAMEIRO
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
TRANSTORNO DE ANSIEDADE E SUA APLICABILIDADE
Trabalho de Módulo de TCC no Transtorno de
Ansiedade e sua Aplicabilidade, apresentado à
Ceunsp – Centro Universitário N. Sra. do Patrocínio.
Orientador: Alex Sandro Benetti Dias
SALTO
2022
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................................4
2.1 CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO .................................................................................5
2.2 PREVENÇÃO E TRATAMENTO.......................................................................................7
2.3 APLICABILIDADE INVENTÁRIO DE BECK..................................................................8
3 CONCLUSÃO.........................................................................................................................9
4 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO
A ansiedade, reação natural e necessária ao corpo, quando em excesso, traz
consequências comprometedoras para a vida do indivíduo. Neste caso, ela passa de
reação natural a transtorno. O transtorno de ansiedade caracteriza-se por um conjunto de
sintomas somáticos e psicológicos que interferem no funcionamento cognitivo e
comportamental. A ansiedade é uma reação natural do nosso corpo, um sentimento de
medo se expressando na forma de desconforto ou tensão devido à antecipação de uma
situação desconhecida. O indivíduo tem a tendência de se preocupar com situações
pequenas e repetidas, trazendo consigo um desgaste físico e mental (Gama, 2019 p.6).
Segundo Vorkapic e Rangé (2011), o TA (Transtorno de Ansiedade) é crescente
em adultos, ainda mais por apresentarem sintomas comuns, os quais fazem parte do
cotidiano das mesmas. A psicoterapia é uma aliada da saúde mental, a qual tem por
objetivo auxiliar o indivíduo em seu estado de ansiedade e amenizar os sintomas que
vem desenvolvendo durante esse transtorno como contextualiza Arroio e Alarcón (2016,
p.25).
É importante salientar que a ansiedade pode ser um sintoma ou um
desencadeador para transtornos mentais. Como por exemplo, cita-se o transtorno de
ansiedade generalizada (TAG), estresse pós-traumático, fobia social, síndrome do
pânico e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Todas as pessoas, ou seja, crianças,
adolescentes, adultos e idosos podem desenvolver alguns desses transtornos
A Terapia Cognitivo-Comportamental é indicada para casos de ansiedade, por
ter como principal característica a promoção de uma mudança de pensamento, de
como a situação é percebida e quais as consequências desta na emoção do indivíduo e
consequentemente no comportamento.
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2. DESENVOLVIMENTO
O termo ansiedade apresenta várias definições no senso comum: aflição, angústia,
perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de
perigo, etc.
A primeira descrição de ansiedade como uma disfunção da atividade mental ocorre
no início do século XIX. AugustinJacob Landré-Beuvais (1772-1840), em 1813, relata a
ansiedade como uma síndrome composta por aspectos emocionais e por reações
fisiológicas. Em 1850, foi descrito pela primeira vez, por Otto Domrich, o que se
denomina hoje transtorno de pânico.
Através dos trabalhos clínicos desenvolvidos por Sigmund Freud (1836-1939), os
transtornos de ansiedade começaram a ser classificados de forma mais sistemática.
Freud descreveu de maneira objetiva quadros clínicos que causavam disfunções
relacionadas com a ansiedade, denominando-os crise aguda de angústia, neurose de
angústia.
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade como um
fenômeno que em alguns momentos nos beneficia, e em outros nos prejudica,
dependendo das circunstâncias ou intensidade, podendo tornar-se patológica, isto é,
prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal). A
ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o
contrário, impedindo reações.
Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e
às experiências de vida. Os sintomas observados na idade adulta podem ter seu início
durante a infância e adolescência. Apesar de a maior incidência acontecer por volta de
quatorze ou quinze anos de idade, o diagnóstico pode se ocorrer em qualquer idade,
sendo relativamente comum em crianças com sete e doze anos de idade (Chavira &
Stein, 2005; Spence, 1998). Existem evidências de que o início precoce aumenta a
probabilidade do quadro se tornar grave e crônico, com prognóstico menos promissor.
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2.1 Critérios que diferenciam estados anormais de medo e ansiedade:
Cognição disfuncional: medo e ansiedade anormais derivam de uma falsa
suposição envolvendo uma avaliação errônea de perigo de uma situação que
não é confirmada por observação direta (Beck et al., 1985);
Funcionamento prejudicado: A ansiedade clínica interferirá diretamente no
enfrentamento efetivo e adaptativo em face de uma ameaça percebida, e, de
modo mais geral, no funcionamento social e ocupacional diário do
indivíduo. Há casos nos quais a ativação de medo resulta em uma pessoa
congelando, sentindo-se paralisada frente ao perigo (Beck et al., 1985);
Manutenção: Em condições clínicas a ansiedade persiste muito mais tempo
do que seria esperado sob condições normais;
Alarmes falsos: Nos transtornos de ansiedade encontramos frequentemente a
ocorrência de alarmes falsos, que Barlow (2002, p. 220) define como “medo
ou pânico acentuado [que] ocorre na ausência de qualquer estímulo
ameaçador da vida, aprendido ou não”;
Hipersensibilidade a estímulo: medo é evocado por uma variedade mais
ampla de estímulos ou situações de intensidade relativamente leve de
ameaça que seriam percebidos como inócuos ao indivíduo.
Para os transtornos de ansiedade alguns aspectos diagnósticos são mencionados no
CID 11: Reação aguda a evento estressante ou traumático recente; sofrimento extremo
resultado de um evento recente ou preocupação com o evento; os sintomas podem ser
primariamente somáticos; outros sintomas podem incluir: humor deprimido; ansiedade;
preocupação; sentimento de incapacidade de funcionamento cognitivo.
Os tipos de transtorno de ansiedade são:
Transtorno de pânico: Apresenta sensações físicas, corporais; medo de
morrer, de perder o controle ou consciência; medo de ter novos ataques de
pânico;
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): Situações que estimulam
eventos estressores e preocupações. Apresenta medo de acontecimentos
desfavoráveis e ameaçadores;
Fobia social: Acontecimentos sociais e públicos: Medo de avaliação de
terceiros que resultem em humilhações, constrangimentos;
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Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): O estímulo ocorre através de
pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos inaceitáveis. Medo de perder
o controle mental e acarretando em situações negativas;
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): Sensações que estimulem
experiências traumáticas vividas. Ocorre o medo de pensamentos que se
associam a eventos traumáticos.
Os sintomas do transtorno de ansiedade podem ser fisiológicos, cognitivos,
comportamentais e afetivos:
Sintomas fisiológicos: Aumento freqüência cardíaca, medo, palpitações,
falta de ar, dificuldade para dormir, náuseas, sudorese, formigamento nos
braços, irritabilidade, cansaço, entre outros.;
Sintomas cognitivos: Memória deficiente, pensamentos ou recordações
aterrorizantes, medo de perder o controle e sentimento de incapacidade de
enfrentar a realidade, dificuldades de raciocínio, perda de objetividade, entre
outros;
Sintomas comportamentais: Esquiva, fuga, busca de segurança, imobilidade,
dificuldade de falar, inquietação, agitação, entre outros;
Sintomas afetivos: Frustração, impaciência, excitação, nervosismo, temor,
irritação, assustado, entre outros.
Uma conceituação de caso de ansiedade deve incluir uma ampla avaliação
diagnóstica que englobe a investigação em condições de comorbidades, especialmente
depressão maior, abuso de álcool e outros transtornos de ansiedade.
2.2 Prevenção e tratamento
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As crises de ansiedade são comuns no nosso dia a dia, sendo necessária em alguns
casos a atenção de profissionais especializados. Para evitar as crises de ansiedade com
sintomas físicos e psicológicos, seguem algumas dicas:
Realize atividades físicas;
Mantenha uma alimentação;
Não faça uso de álcool e drogas ilícitas;
Aprenda técnicas para o controle de sua respiração;
Organize sua rotina;
Evite pensamentos negativos;
Procure evitar situações que provocam estresse.
Existem três tipos de tratamento para os transtornos:
Psicoterapia com psicólogo ou psiquiatra;
Medicamentos com receita médica;
Junção de medicamentos com psicoterapia.
As pessoas que experimentam episódios de ansiedade e manifestam sintomas,
necessitam de atendimento psicológico como forma de prevenção dos transtornos de
ansiedade.
2.3 Aplicabilidade do Inventário de Beck (BAI)
O Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), é uma ferramenta de avaliação que
contribui para o tratamento do transtorno de ansiedade. Criado pelo Dr. Aaron Beck é
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uma escala de autorrelato que mede a intensidade dos sintomas da ansiedade, podendo
ser compartilhado com o de depressão devido à superposição de sintomas, existindo
possíveis comorbidades.
O BAI consiste em 21 questões, cada uma com quatro possíveis respostas, sobre
como o indivíduo tem se sentido na última semana, expressas em sintomas comuns de
ansiedade. Possui um resultado máximo de 63 e as categorias são: 0-7: grau mínimo
de ansiedade; 8-15: ansiedade leve; 16-25 ansiedade moderada; 26-63:
ansiedade grave.
Em resumo o BAI tem a aplicabilidade na medida de ansiedade que foi
cuidadosamente construída para evitar confundir os sintomas com a depressão e para
esclarecer resultados de pesquisa e investigações teóricas como um critério e como um
resultado de medida.
3. CONCLUSÃO
A Terapia Cognitivo-Comportamental traz contribuições na relação da psicoterapia
com a infância, adolescência, adultos e idosos, enfatizando o conhecimento das
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cognições. Esta abordagem prática centraliza no aqui e agora orientando aos pacientes
em como entender e lidar com seus problemas.
Diante da relação terapêutica a psicoterapia é favorecida com o vínculo empático,
contribuindo na construção da conceitualização cognitiva que garante melhor
compreensão do caso e de adesão ao tratamento.
Desta forma, destaca-se a necessidade de propor técnicas para traçar um plano de
desenvolvimento eficaz com o objetivo de promover mudanças no pensamento, no
controle das emoções e nos comportamentos, alcançando desta forma a remissão dos
sintomas.
Neste âmbito, busca-se o aprimoramento das sessões através da base literária e
prática clínica na obtenção da adesão ao tratamento e na promoção da independência e
encorajamento na autoajuda, auxiliando os pacientes a aprimorarem suas cognições.
4. REFERÊNCIAS
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Arroio, E. G & Alarcón, R.T. (2016). Transtornos de Ansiedade: Uma Visão
Neurobiológica E Uso da Terapia Cognitivo-Comportamental Para A Reestruturação
Cognitiva e Remissão dos Sintomas. Trabalho de Conclusão de Curso. São Paulo.
Repositório faema 01-30.
BARLOW, David H.; DURAND, V. Mark. Psicopatologia: uma abordagem integrada.
2ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
Beck AT, Emery G, Greenberg RL. Anxiety Disorders and Phobias: A Cognitive
Perspective. New York, NY: Basic Books; 1985.
Chavira, D. A. & Stein, M. B. (2005). Childhood social anxiety disorder: from
understanding to treatment. Child & Adolescent Psychiatric Clinics of North America,
14 (4), 797-818.
David, CLARK. Aaron, BECK. Terapia Cognitiva para os transtornos de ansiedade.
Artmed, 2012.
Gama, C. L. D.S. (2019). Artigo-Terapia cognitivo-comportamental no transtorno de
ansiedade generalizada. Serra-ES. 01-23.
https://dspace.doctum.edu.br/handle/123456789/2833acesso: 18 de maio de 2022.
ICD-11 for Mortality and Morbidity Statistics (ICD-11 MMS)
OMS - Organização Mundial de Saúde (1993). Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Porto Alegre: Artmed.
Vorkapic, C.F.& Rangé, B. (2021). Os benefícios do yoga nos transtornos de ansiedade.
Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 7(1), 50-54.
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