MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA

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LEI N.º 1.722/2010

ALTERA A REDAÇÃO DA LEI 1.494/2008, QUANTO

A ESTRUTURA E O FUNCIONAMENTO DO
CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE ACORDO
COM AS DIRETRIZES DA RESOLUÇÃO DO
MINISTÉRIO DA SAÚDE DE N° 333, DE 4 DE
NOVEMBRO DE 2003, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA,

Estado da Bahia:

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA INSTITUIÇÃO

Art. 1º - Em conformidade com a Constituição da República Federativa do

Brasil, Título VIII, Capítulo II e as Leis Federais 8.080/90 e 8142/90, fica instituído
o Conselho Municipal de Saúde do Município de Vitória da Conquista, Estado
Bahia, órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde no
âmbito municipal, integrante da estrutura básica da Secretaria Municipal de
Saúde, que tem por competência formular estratégias e controlar a execução da
política de saúde do município, inclusive nos seus aspectos econômicos e
financeiros.

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS

Art. 2º - O Conselho Municipal de Saúde tem funções deliberativas,

normativas, avaliativas e fiscalizadoras, objetivando o estabelecimento,
acompanhamento, controle e avaliação da Política Municipal de Saúde, de acordo
com a Lei Orgânica do Município e a Constituição Federal.

CAPÍTULO III

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DAS COMPETÊNCIAS

Art. 3º - Ao Conselho Municipal de Saúde, compete:

I - Implementar a mobilização e articulação contínua da sociedade, na

defesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS, para o controle
social de Saúde.
II - Elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de
funcionamento.

III - Discutir, elaborar e aprovar proposta de operacionalização das

diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde.

IV – Atuar na formulação e no controle da execução da política de saúde,

incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros e propor estratégias para a
sua aplicação aos setores público, filantrópico e privado.

V - Definir diretrizes para elaboração do plano de saúde e sobre ele

deliberar, conforme as diversas situações epidemiológicas e a capacidade
organizacional dos serviços.

VI - Estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento da

gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados como os de seguridade,
meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e
adolescente e outros.

VII - Proceder à revisão periódica do plano de saúde.

VIII - Deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem

encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios definidores de
qualidade e resolutividade, atualizando-os em face do processo de incorporação
dos avanços científicos e tecnológicos, na área da Saúde.

IX - Estabelecer diretrizes e critérios operacionais relativos à localização e

ao tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde públicos e privados, no
âmbito do SUS, tendo em vista o direito ao acesso universal às ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde em todos os níveis de complexidade
dos serviços, sob a diretriz da hierarquização/regionalização da oferta e demanda
de serviços, conforme o princípio da eqüidade.

X - Avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o

funcionamento do Sistema Único de Saúde - SUS.

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XI - Avaliar e deliberar sobre contratos e convênios, conforme as diretrizes

do Plano Municipal de Saúde.

XII – Aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as

metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (artigo 195,
§ 2º da Constituição Federal), observado o princípio do processo de planejamento
e orçamentação ascendentes (artigo 36 da Lei nº 8.080/90).

XIII - Propor critérios para programação e execução financeira e

orçamentária do Fundo de Saúde e acompanhar a movimentação e destinação
dos recursos.

XIV - Definir diretrizes e fiscalizar a movimentação e aplicação dos recursos

financeiros do Sistema Único de Saúde, no âmbito municipal, oriundos das
transferências do orçamento da União e da Seguridade Social, do orçamento
estadual, 15% do orçamento municipal, como decorrência do que dispõe o artigo
30, VII, da Constituição Federal e a Emenda Constitucional Nº 29/2000 e outras
que venham a surgir.

XV - Analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a prestação de

contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros,
acompanhado do devido assessoramento.

XVI - Fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços

de saúde e encaminhar os indícios de denúncias aos respectivos órgãos,
conforme legislação vigente.

XVII - Examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades,

responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos
serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do
Conselho, nas suas respectivas instâncias.

XVIII - Estabelecer critérios para a determinação de periodicidade das

Conferências de Saúde, propor sua convocação, estruturar a comissão
organizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho
de Saúde. explicitando deveres e papéis dos conselheiros nas pré-conferências e
conferências de saúde.

XIX - Estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de Saúde e

entidades governamentais, filantrópicas e privadas, visando à promoção da
Saúde.

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XX - Estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre assuntos e

temas na área de saúde pertinentes ao desenvolvimento do Sistema Único de
Saúde (SUS).

XXI - Estabelecer ações de informação, educação e comunicação em

saúde e divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde, seus
trabalhos e decisões por todos os meios de comunicação, incluindo informações
sobre as agendas, datas e local das reuniões.

XXII - Constarão do conteúdo programático os fundamentos teóricos da

saúde, a situação epidemiológica, a organização do SUS, a situação real de
funcionamento dos serviços do SUS, as atividades e competências do Conselho
de Saúde, bem como a Legislação do SUS, sua política de saúde, orçamento e
financiamento

XXIII – Apoiar e promover a educação para o controle social.

XXIV - Aprovar, encaminhar e avaliar a política para os Recursos Humanos

do SUS.

XXV - Acompanhar a implementação das deliberações constantes do

relatório das plenárias dos conselhos de saúde.

XXVI - Manifestar-se sobre todos os assuntos de sua competência.

CAPÍTULO IV
DA COMPOSIÇÃO

Art. 4º - O Conselho Municipal de Saúde é composto por 24 (vinte quatro)

membros obedecendo a seguinte representação: 12 (doze) conselheiros oriundos
de entidades representativas dos usuários de saúde, 06 (seis) conselheiros de
entidades representativas dos trabalhadores em saúde e 06 (seis) conselheiros
representativos do governo e de prestadores de serviço em saúde privados ou
filantrópicos, para o exercício de cargo sem remuneração, nomeados por Decreto
do Chefe do Poder Executivo.

I - O Conselho Municipal de Saúde será presidido por uma mesa diretora, e

demais Conselheiros obedecendo a seguinte representação:

§1º - Da Representação dos Órgãos Prestadores de Serviço de Saúde:

a) 2 (dois) representantes do Município sendo um deles o

Secretário Municipal de Saúde Pública;

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b) 1 (um) representante da Secretaria Estadual de Saúde –

DIRES;

c) 1 (um) representante escolhido dentre as Instituições Públicas

de Ensino Superior em Saúde, com sede no Município Vitória
da Conquista;

d) 1 (um) representante escolhido dentre o setor Privado de

Saúde ou Filantrópico de Saúde, com sede no Município
Vitória da Conquista;

e) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de

Desenvolvimento Social;

§ 2°- Das Entidades Representativas dos Trabalhadores em Saúde:

a) 1(um) representante de entidades de odontologia do

Município;

b) 1(um) representante escolhido dentre os Profissionais de

Farmácia e Bioquímicos do Município;

c) 1(um) representante escolhido entre os Profissionais de

Enfermagem do Município;

d) 1(um) representante escolhido entre os Profissionais Médicos

do Município;

e) 1(um) representante escolhido dentre a Associação dos

Agentes Comunitários de Saúde ou da Associação dos
Agentes de Endemias;

f) 1(um) representante das entidades de Trabalhadores em

Saúde;

§3º - Das Entidades Representativas dos Usuários do Serviço de Saúde:

a) 1(um) representante da Associação de Moradores;

b) 1(um) representante do Sindicato de Trabalhadores Urbanos;

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c) 1(um) representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

d) 1(um) representante de entidades que atuam em áreas

especiais de saúde (excepcionais, deficientes físicos e
dependentes de droga);

e) 1(um) representante de Clubes de Serviço;

f) 2(dois) representantes de entidades religiosas; sendo uma

vaga destinada à representação de religião de matriz Africana;

g) 1(um) representante escolhido dentre as entidades

Filantrópicas do Município;

h) 2(dois) representantes dos conselheiros usuários dos

Conselhos Locais de Saúde;

i) 1(um) representante escolhido entre Aposentados ou

Pensionista;

j) 1(um) representante da União das Associações de Moradores;

§ 4°- A mesa diretora, referida no Art. 4º desta Lei, será eleita diretamente
pela plenária, inclusive o seu presidente, e terá a seguinte composição:
a) Presidente
b) Vice-Presidente

§ 5°- O mandato dos Conselheiros será de 2(dois) anos podendo ser

reconduzidos por igual período a critério das suas respectivas representações;

§ 6°- Na falta ou impedimento do Presidente do Conselho Municipal de

Saúde assumirá o Vice-Presidente, ou ainda, na falta ou impedimento deste
último, por Conselheiro escolhido em Plenário pelo Conselho.

§ 7°- O Conselheiro que exercer Cargo de Confiança ou de Chefia que

conflitar com a da sua representação, configurar-se-á dupla representatividade,
devendo o Conselheiro, nestes casos, pedir afastamento de suas funções no
Conselho, cabendo à entidade representada indicar o substituto.

Art. 5º - A função do Conselheiro é de relevância pública, devendo ser

liberado de suas atividades laborais, sem prejuízo da remuneração, durante o
período das reuniões, capacitações e ações específicas, devidamente

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comprovadas mediante Atestado de Comparecimento, assinado pelo Presidente

do Conselho, ou na sua falta ou impedimento, por seu Vice-Presidente, ou ainda,
na falta ou impedimento deste último, por Conselheiro escolhido em Plenário pelo
Conselho.

Art. 6° - As normas complementares de funcionamento do Conselho

Municipal de Saúde serão definidas no Regimento Interno, que será elaborado e
aprovado em Plenário pelos Conselheiros e homologado pelo Chefe do Poder
Executivo Municipal.

Art. 7° - O Conselho Municipal de Saúde tem autonomia administrativa,

dotação orçamentária e espaço físico próprios.

Art. 8°- As reuniões do Conselho Municipal de Saúde somente

acontecerão quando houver quorum mínimo da metade mais um de seus
integrantes e observada a paridade de 50% de usuários.

Parágrafo Único: O quorum para deliberação de Conselho Municipal de

Saúde será o de maioria absoluta dos seus membros, excetuando a deliberação
que aprove a indicação do Coordenador do Fundo Municipal de Saúde, para a
qual será exigida dois terços dos seus membros.

Art. 9°- O Conselho Municipal de Saúde expedirá: Resoluções, Moções e

outros Atos Administrativos dentro do âmbito de sua competência, determinando
sua publicação oficial.

I - As Resoluções serão, obrigatoriamente, homologadas pelo Chefe do

Poder Executivo Municipal no prazo de 30 (trinta) dias;

II – Dentro do prazo previsto no inciso I deste artigo, o Chefe do Poder

Executivo Municipal poderá devolver ao Conselho Municipal de Saúde a(s)
Resolução(ões), apresentando justificativa da rejeição ou propondo alterações
que serão apreciadas em Plenário;

III – Decorrido o prazo previsto no inciso I, deste artigo, e não sendo

homologada a(s) Resolução(ões) estas serão consideradas homologadas por
decurso de prazo.

Art. 10°- A convocação das reuniões do Conselho Municipal de Saúde será

precedida de aviso por escrito devidamente protocolado.

Art. 11°- O membro do Conselho Municipal de Saúde poderá ser

substituído por outro da mesma entidade representada, quando faltar, sem

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justificativa prévia, e pelo prazo de no mínimo vinte e quatro horas a duas

reuniões consecutivas ou três alternadas.

Art. 12°- O Conselho Municipal de Saúde reunir-se-á ordinariamente, de 30

em 30 dias e extraordinariamente, sempre que se fizer necessário, neste último
caso, a convocação será feita pelo Presidente ou por um terço dos membros do
Conselho.

Art. 13°- O Conselho Municipal de Saúde exerce suas atribuições mediante

o funcionamento do Plenário, que além das comissões intersetoriais,
estabelecidas na Lei 8.080/90, instalará comissões internas exclusivas de
conselheiros, de caráter temporário ou permanente, bem como outras comissões
intersetoriais e grupos de trabalho para ações transitórias.

Parágrafo Único – Os grupos de trabalho poderão contar com integrantes

não conselheiros.

Art. 14° - O Conselho Municipal de Saúde deverá garantir a aplicação da

Resolução 333, de 4 de novembro de 2003, do Conselho Nacional de Saúde,
órgão do Ministério da Saúde.

Art. 15° - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando
revogadas as disposições em contrário, em especial, os artigos da Lei Municipal
n° 1.494/2008.

Gabinete do Prefeito Municipal de Vitória da Conquista, 10 de

novembro de 2010.

Guilherme Menezes de Andrade

Prefeito

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