AS LUZES E A LUZ
AS TRÊS GRANDES LUZES DA MAÇONARIA: São os paramentos da Loja,
o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso.
Resumidamente, temos que o Livro da Lei ilumina a mente, regulando a
nossa conduta; o Esquadro, símbolo da Retidão, regula nossas ações e
nos ensina a permanecermos fiéis para com nossos semelhantes; e o
Compasso, que representa a Justiça, mantém nos devidos limites nossas
relações em sociedade e especialmente com nossos Irmãos, indicando-
nos onde começam e onde terminam nossos direitos.
AS TRÊS SUBLIMES LUZES DA MAÇONARIA OU AS TRÊS LUZES
MENORES DA LOJA: Em antigos rituais do REAA do Grande Oriente do
Brasil, dizia-se que eram o Sol, a Lua e o Venerável Mestre. Segundo
aqueles rituais, O Sol estava representado no Ocidente para dirigir o dia,
a Lua no Sul para governar a noite e o Venerável Mestre no Oriente para
administrar e dirigir a Loja.
AS TRÊS GRANDES LUZES DA LOJA: Nas reuniões das antigas Lojas,
costumava-se colocar velas acesas nos candelabros onde tinham assento
o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante, vindo daí
a denominação que se lhes passou a dar, de Luzes da Loja.
As posições das Três Grandes Luzes da Loja simbolizam o caminho
diário aparente do Sol. Do Oriente vem a doçura do Sol nascente, da
aurora, suave e agradável; do Sul ou Meio-dia, vem um calor mais
intenso; e do Ocidente vem os últimos lampejos de luz, do Sol poente.
Assim, os três principais dirigentes de uma Loja sentam-se nesses três
pontos: o Venerável Mestre no Oriente para abrir a Loja, dirigi-la nos seus
trabalhos e esclarecê-la com as suas luzes; o Segundo Vigilante no Sul
para melhor observar o Sol em seu meridiano, chamar os obreiros para o
trabalho e mandá-los para a recreação; e o Primeiro Vigilante no
Ocidente, para fechar a Loja, pagar os obreiros e despedi-los contentes e
satisfeitos.
A LUZ: Após o juramento do recipiendário, será pedido a seu favor que se
lhe dê a Luz. E a Luz lhe será dada. E verá a Luz. Então, o agora neófito
receberá o choque iniciático e verá a verdadeira Luz, símbolo da
verdadeira iluminação interior que é a própria iniciação, se tornando um
iluminado, um iniciado, aclarado por uma luz espiritual.
Em diversas religiões a Luz é considerada uma manifestação da
divindade e, como tal, objeto de adoração como fonte primordial do bem e
do conhecimento, em contraposição às trevas, que representa o mal e a
ignorância.
Em Gênesis (1:3-4) consta: E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu
Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
No mazdeismo, no judaísmo, no cristianismo e também na Maçonaria,
jamais se deve assoprar uma vela, que representa a luz, o bem, o
conhecimento, para que o hálito não a contamine. Simbolicamente, a Luz
tem o significado de santidade e de conhecimento da Verdade.
Consta no Evangelho de João (1:4-9): Nele estava a vida, e a vida era a luz
dos homens; E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam.
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para
testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
Não era ele a luz; mas para que testificasse da luz.
Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao
mundo.
A visão da verdadeira Luz está acima da capacidade da inteligência
humana e quando o iniciando recebe a Luz recebe a visão intuitiva da
Verdade e torna-se um Maçom, um filho da Luz, um livre-pensador para
quem a verdade só é Verdade quando se coaduna com a Razão.
(Autor Desconhecido)
Por TRABALHOS MAÇÔNICOS - outubro 16, 2014 3 comentários:
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A REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DAS LUZES EM
UMA LOJA MAÇÔNICA
O Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) nos ensina que as luzes de uma
Loja maçônica Justa, Perfeita e Regular são representadas pelo
Venerável-mestre portador da insígnia do “Esquadro”, joia alusiva a
sabedoria cuja coluna é a Jônica.
Ao Venerável-Mestre, que se posiciona no Oriente, cabe a
responsabilidade de abrir a loja, dirigi-la e esclarece-la com o auxílio das
outras duas luzes.
A segunda luz de uma Loja é o Primeiro Vigilante que se posiciona no
Ocidente em um altar no início da Coluna do Norte denominada Dórica,
coluna B, representando a força, cujo “Nível” é a sua joia a qual
representa à igualdade, cabendo a este vigilante a instrução dos irmãos
Companheiros.
Ao Primeiro Vigilante cabe ainda, antes do início dos trabalhos, verificar
se o templo está coberto e certificar se todos os presentes nas colunas
são maçons.
A terceira luz de uma Loja é o Segundo Vigilante cuja joia é o “Prumo” ou
Perpendicular e se posiciona em um altar nomeio da Coluna do Sul,
coluna J, também denominada Coríntia, a da beleza, que é a estabilidade,
fiscaliza os trabalhos da loja, a fim de que resulte honra para o Venerável
e glória para o Grande Arquiteto do Universo, tendo ainda a seu cargo a
instrução dos irmãos Aprendizes.
O termo vigilante está diretamente ligado àquele que observa e fiscaliza
os trabalhos e a correta forma como estão sendo executados. Suas
posições são estrategicamente localizadas dando-lhes um panorama
perfeito de modo a visualizar todos os obreiros sob sua responsabilidade
na execução de suas tarefas. São os Vigilantes, os substitutos imediatos
na ausência do Venerável.
As três Luzes da loja, antes de iniciarem os trabalhos, são as últimas a
adentrarem ao Templo, e ao término da sessão são as primeiras a saírem.
Este procedimento é uma forma de destacar a representatividade das
Luzes, e não os irmãos que delas estão revestidos.
O Venerável-Mestre é quem abre a loja e preside os trabalhos em uma
assembleia de maçons. É ele quem primeiro fala e, pautando pelo que se
encerra no ritual, cadencia com as batidas do seu malhete, de forma
harmoniosa, o andamento da reunião. É do trono de Salomão, onde se
posta o Venerável, que são proferidas as ordens que devem ser
prontamente executadas.
O Primeiro Vigilante é aquele ao qual o Venerável-Mestre primeiro se
dirige, a fim de que suas determinações sejam acatadas e obedecidas; é
de responsabilidade deste vigilante o fechamento da loja. O Segundo
Vigilante, obedecendo às ordens do Venerável-Mestre, cientifica sua
coluna assim como foi feito pelo Primeiro Vigilante na sua.
É atribuição precípua do Segundo Vigilante observar o sol no seu
meridiano e chamar os obreiros para o trabalho, dá-lhes recreação e
cuidar para que os trabalhos tenham início ao meio-dia e sejam
encerrados à meia-noite.
A Palavra Sagrada é enviada pelo Venerável-Mestre ao Primeiro Vigilante
por intermédio do Primeiro Diácono; logo na sequência a palavra é
entregue ao Segundo Diácono que a transmite ao Segundo Vigilante.
Depois de realizada esta formalidade, o Segundo Vigilante, executando
uma batida com o seu malhete, informa ao Primeiro Vigilante que tudo
está Justo e Perfeito na Coluna do Sul.
O Primeiro Vigilante, de imediato, também com uma batida do seu
malhete, reporta ao Venerável que tudo está Justo e Perfeito em ambas as
Colunas.
Os irmãos Mestre de Cerimônia e Hospitaleiro ao circularem,
respectivamente, com o Saco de Propostas e Informações e com o
Tronco de Solidariedade, obrigatoriamente, devem visitar primeiro os
altares do Venerável-Mestre, do Primeiro e do Segundo Vigilantes, nessa
ordem. Retratando, assim, a hierarquia existente e a organização com que
se dirigem os trabalhos.
Esta representatividade disposta em um templo maçônico durante a
realização de suas assembleias, com vista às três luzes, constitui um
ritual que se repete há milênios. Mas com que finalidade um grupo de
homens se reúne em uma sala fechada ornada de símbolos e paramentos
estranhos ao mundo profano, desguarnecida de janelas, com apenas uma
porta, ali permanecem isolados?Esta pergunta é respondida de forma
clara e objetiva pelo Primeiro vigilante ao Venerável-Mestre quando este o
questiona - Para que nos reunimos aqui? -, o Primeiro Vigilante então
responde com convicção e firmeza - Para combater o despotismo, a
ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a Verdade e a
Justiça. Para promover o bem-estar da Pátria e da humanidade,
levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.
A Maçonaria Universal tem subsistido ao longo dos tempos devido à
determinação de homens dedicados denominados obreiros. A causa
maçônica é a da busca da edificação do templo moral de cada indivíduo
iniciado em seus augustos mistérios fomentando o progresso e a
evolução dos povos através do conhecimento.
No interior de um templo maçônico, logo ao início dos trabalhos, o
Venerável concita aos irmãos a ajudá-lo abrir a loja, pois sozinho esta
tarefa é impossível, haja vista ser a Maçonaria um corpo constituído de
vários membros distribuídos em diversas partes do globo que, unidos,
possibilitam a realização de um propósito, discutir assuntos atinentes aos
problemas que atingem os destinos da humanidade, buscando soluções
para dirimi-los.
Os objetos (ornamentos, paramentos, emblemas e figuras) encontrados
em um templo maçônico trazem consigo um riquíssimo arcabouço de
significados simbólicos que serão revelados nas instruções pelas três
luzes da loja de acordo com a evolução espiritual-maçônica de cada
irmão iniciado, partindo de seu interesse e de sua dedicação aos estudos
sobre os “Mistérios da Ordem”.
As três luzes, por representarem os três pilares que sustentam a Loja,
devem estar em perfeita harmonia para que a atmosfera no interior do
templo não sofra influência negativa. A ordem deve ser estabelecida
impondo que nenhum irmão passe de uma coluna para outra sem que
para isso receba permissão de uma das luzes, e é terminantemente
vedado aos irmãos tratarem de assuntos alheios aos do interesse da
instituição maçônica.
As luzes de uma Loja Maçônica devem ser escolhidas através de
assembleia realizada pelos membros da loja e presidida pelo Venerável-
Mestre levando em conta a capacidade de cada um dos candidatos para
ocupar o cargo.
Simbolicamente podemos perceber, a partir do apresentado, que a
representatividade maior das luzes em um templo maçônico é pautada
pela organização e condução dos trabalhos. Organização esta que
utilizamos em nossa vida fora do templo.
Vencer nossas paixões é um dos compromissos que temos para com nós
mesmo, com a família e com a humanidade. Sendo assim, é importante
que o maçom internalize os ensinamentos adquiridos na Maçonaria e
busque empregá-los em suas ações no transcurso de sua vida.
Costumamos ouvir dizer, e com muito acerto, que devemos não só entrar
para a maçonaria; mas, sim, deixá-la habitar em nós.
Aquele que passa a fazer parte do quadro de membros de uma Loja
Maçônica deve, antes de tudo, ser um obreiro útil e dedicado, um
militante da causa maçônica, e para isso, requer trazer consigo os
princípios norteadores de suas ações os quais identificam o maçom onde
quer que ele se faça presente; e as luzes, estas são os arautos, os faróis
que orientam os irmãos dentro dos princípios sublimes da “Arte Real”
cultuados desde tempos imemoriais por homens livres e de bons
costumes que em inúmeras ocasiões se sacrificaram pelo ideal coletivo,
sendo sempre esse ideal voltado para a honra e glória do Grande
Arquiteto do Universo.
Trabalho maçônico concluído em 21/07/2015 pelo Ir.’.Murilo Américo da
Silva, membro da A.’. R.’. L.’. S.’. Onofre de Castro Neves nº 2.555, Or.’.
Carangola/MG.
Por TRABALHOS MAÇÔNICOS - abril 26, 2018 Nenhum comentário:
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A FUNÇÃO DO ORADOR NO REAA
No Rito Escocês Antigo e Aceito, o ofício de Orador é aquele cujo titular
pode exercer a mesma função, mas que vai muito mais para além dela. O
Orador não se limita à invocação do Grande Arquiteto do Universo. Aliás,
em bom rigor, nem sequer é esse o principal escopo deste ofício.
O Orador é o oficial da Loja encarregue de tirar as conclusões de
qualquer debate. A discussão de qualquer assunto é levada a cabo
segundo regras destinadas a permitir um debate sério, sereno e
esclarecedor, em que cada um expõe a sua idéia e os motivos dela, mais
do que rebater as idéias expressas pelos demais.
Em reunião de Loja, procura-se que todos os membros se expressem pela
positiva, isto é, afirmem as suas idéias, não pela negativa, limitando-se a
criticar as opções dos demais.
A forma como decorre o debate numa Loja maçônica já a mencionei no
texto Decidir em Loja. E já aí referi que "No final, um oficial da Loja, o
Orador, extrai as conclusões do debate, isto é, resume as posições
expostas, os argumentos apresentados, podendo ou não opinar sobre se
existiu consenso ou sobre a decisão que aconselha seja tomada.
A função do Orador, porém, vai muito mais longe do que a sua
intervenção para tirar as conclusões do debate. O Orador é, no clássico
esquema da separação de poderes que Montesquieu nos legou, o
representante do Poder Judicial na Loja.
É ele que deve especialmente zelar e velar pelo estrito cumprimento dos
Landmarks, usos e costumes maçônicos e pelo cumprimento das normas
regulamentares, seja emanadas da Potência em que a Loja está
subordinada.
É a ele que cabe advertir os demais quando se lhe afigure que quaisquer
destas normas está a ser na não cumprida ou em vias disso, em ordem a
prevenir a indesejada violação. É a ele que, havendo infração
suficientemente grave para justificar punição, cabe instruir o respectivo
processo.
É o Orador o único Oficial da Loja que tem a prerrogativa de poder
interromper o Venerável Mestre, que à sua opinião se deve submeter,
quando emitida em relação à aplicação ou interpretação de normas
maçônicas.
O Orador da Loja zela e vela, em resumo, pela Regularidade da prática
maçônica da Loja e de todos os seus obreiros. É, por isso, um ofício
particularmente importante, que deve ser exercido por um maçom
experiente, se possível um antigo Venerável Mestre.
Mas, reconhecendo-se embora a importância deste ofício, deve-se ter
presente que o seu titular não deve interferir na gestão da Loja. Tal
compete especificamente às Luzes da Loja e, em particular, ao seu
Venerável Mestre. Daí o paralelo que acima efetuei com a doutrina da
separação de poderes. Daí a conveniência de o ofício ser exercido por
mão e mente experientes.
Ao Orador cabe prevenir infrações e excessos de poder. Deve, por isso,
saber reconhecer perfeitamente os limites da sua própria função, sem, no
entanto, deixar de exercê-la. Como em tudo o mais em Maçonaria,
equilíbrio é a palavra chave.
Marcelo Bezerra
Por TRABALHOS MAÇÔNICOS - fevereiro 14, 2012 Nenhum comentário:
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VELAS E SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA
Um ensaio sobre as Velas e seus usos na Ordem.
Toda vela ao ser acesa, ou será como iluminação, ou como ornamentação
do ambiente ou então fará parte de um ritual onde a concentração mental
e a chama como elementos simbólicos comporão um processo especial
onde acontecerá uma intenção, como por exemplo, um desejo, uma
promessa, uma oferta votiva uma invocação quer com fins religiosos ou
mágicos.
Na Maçonaria, nos ritos em que elas existem, participam de um
simbolismo muito profundo quando da invocação de Deus, no inicio e
durante e no final de uma sessão ritualística.
É importante o uso do poder da mente e o desejo de se obter algo quando
se acende uma vela. Uma das velas usada na Maçonaria é uma vela
grande chamada círio a qual deverá ter em sua composição mais de 50%
de cera de abelha, o que lhe garantirá uma chama pura.
As velas são usadas desde a mais remota antiguidade, inclusive sendo
usadas pelos pagãos e pelos povos primitivos ou como iluminação ou
com fins iniciáticos ou religiosos. Somente a partir do século V foi que
seu uso se generalizou na Europa.
A vela não é, portanto, um símbolo criado pela Maçonaria, sendo
emprestado da Igreja Católica adotado por ela, e que também copiou dos
antigos e deu sua própria versão. As verdadeiras velas são constituídas
por um bastonete de cera de abelhas, ou então as fabricadas hoje
industrialmente não sendo, portanto, as verdadeiras velas de outrora,
onde usam uma composição de acido esteárico ou de parafina que
envolve uma mecha luminosa, cuja combustão fornece uma chama
luminosa.
A matéria prima mais empregada era a fabricação de velas era cera de
abelha, sebo, óleo de baleia, gordura animal. Posteriormente a indústria
mais desenvolvida passou a usar produtos de destilação do petróleo,
xisto betuminoso (parafina) bem como ésteres esteáricos da glicerina
(estearina). Nas funções religiosas da Igreja Católica são usados os círios
que é em realidade, uma vela grande. A maçonaria adotou o mesmo
critério. Durante séculos os círios foram fabricados em cera de abelha
pura. Isto é, sem mistura.
A chama de um círio é para os Maçons, pura, viva e ritualística e há nela
uma profunda espiritualidade. Enquanto que a chama produzida a gás, ou
por velas de estearina ou parafina, que fazem parte das velas comuns, e
ainda por lâmpadas elétricas imitando uma chama de vela são estranhas
artificiais e impuras, mas substituem as velas de cera, porque tudo
mudou no mundo.
Os tempos mudaram a Maçonaria, não em seus princípios que continuam
duradouros, mas mudou e os maçons de hoje também mudaram, mas a
essência deste simbolismo não mudou e através da imaginação e do seu
poder mental os maçons podem sentir que as ditas velas chamadas
impuras possam fazer o mesmo efeito simbólico das velas puras, pois
tudo é simbolismo.
É tudo uma questão de reprogramação mental Hoje as velas de cera de
abelha são bastante caras e não se tem mais a certeza de que sejam
totalmente de cera de abelha. Então que se imagine e que se que a chama
de uma vela atual tenha o mesmo valor simbólico e espiritual, mas o
maçom terá que senti-lo como tal, e que as sempre lembradas velas de
cera de abelha e a essência dos princípios maçônicos continuarão os
mesmos.
Antes do advento da luz elétrica as velas eram usadas com fins litúrgicos
na Maçonaria simbolicamente, e também como iluminação dos locais
onde os maçons se reuniam. Hoje fabricam lâmpadas elétricas que
simulam artificialmente a chama de uma vela. Atualmente uma grande
maioria de lojas substituíram as velas de cera por lâmpadas imitando
velas.
Uma rica tradição, simbólica e poderosa foi aos poucos sendo
abandonada em favor do modernismo. Felizmente muitas Lojas, para o
bem da tradição ainda conservam os costumes antigos usando velas de
cera de abelha.
Segundo Boucher, a cera de abelhas, quando faz parte de uma vela acesa
apresentam dentro da ritualística maçônica os seguintes símbolos:
Trabalho, Justiça Atividade e Esperança.
Há ainda outro símbolo, muito usado na Maçonaria Americana, a Colmeia
que significa o Trabalho e a Diligência.
No Catolicismo o uso das velas é antigo, apesar dos primeiros cristãos
ridicularizarem os pagãos que empregavam velas em seus ritos, e
passaram a usá-las. As velas foram oficializadas quando no século V em
Jerusalém foi feita a primeira procissão de velas. No século XI a Igreja
adotou o uso das velas sobre os altares, já que até então elas eram
dispostas a frente dos altares para uso litúrgico e atrás dos mesmos para
ornamentação e iluminação.
Para alguns autores sacros o Pai seria a cera, o Filho, o pavio e a chama
seria Espírito Santo. Ainda representaria outro ternário: corpo alma e
espírito.
Se observarmos atualmente os círios na Igreja Católica eles contem
inúmeros símbolos gravados no bastonete da vela de cera que usam.
As velas são usadas em festas judaicas em especial na festa de
Hanukhah ou Festa da Dedicação ou ainda das Luzes, que dura oito dias,
e são acesas progressivamente oito velas, uma cada dia, do chanukiá,
que é um candelabro de nove braços, no centro do qual existe uma
pequena vela, que serve para acender as outras 8 velas. Um dos símbolos
importantes do judaismo é um candelabro de sete braços chamado
menorah. Não será necessário dizer que durante as cerimônias cada
braço será o suporte de uma vela acesa.
Na umbanda e no candomblé como são conhecidos atualmente, também
usam as velas como oferendas ou como pedidos. Os adeptos destas
religiões costumam acender velas de cores de acordo com as entidades
invocadas.
Adeptos do ocultismo, ou também como são conhecidos atualmente
como bruxos ou simplesmente magos utilizam velas para realizar seus
rituais, com fins mágicos. Segundo manuais de ocultismo os magos
visam através destas práticas, liberar seu subconsciente. Trabalham em
silêncio e seus trabalhos exigem muita concentração. Costumam antes
das sessões de magia, queimar incenso para despertar a mente. A seguir
usam um óleo especial para untar a vela visando desta forma criar um elo
entre a vela e o mago através do tato.
Ainda ao passar as mãos na vela acreditam que transmitam a ela as suas
próprias vibrações que passaria a atuar como um magneto psíquico.
Enquanto o mago unta a vela, ele dirige a mente ao que está desejando.
Citam os manuais de magia que todo trabalho perfeito do mago é
realizado em primeiro lugar na sua mente. “O que sem tem na mente
torna-se realidade” afirma uma escola parapsicológica. Como se pode
observar o uso das velas nestas situações é importante até na Magia.
Segundo autores maçônicos a velas da época das corporações de oficio e
das guildas seriam ofertas votivas. Não nos dão a ideia de que os maçons
operativos promoviam a guarda de votos de gratidão, por graças
recebidas. Mas como a maçonaria operativa era totalmente católica e a
Igreja já existia há mil anos antes dos maçons operativos se acredita que
estes seguiam a mesma tradição católica em relação ao uso das velas.
Seria apenas a continuação de um costume já antigo no mundo, religioso
ou não.
A tradição maçônica está ligada a todas as filosofias antigas às religiões,
inclusive a Católica, e em especial em muitos dos seus símbolos. Um fato
que chama a atenção é que após a fundação da Grande Loja de Londres
fundada em 24/06/1717, quando a Maçonaria ilusoriamente se tornou
Especulativa ou Moderna, pois desde 1600 já estavam recebendo
“maçons aceitos”, a orientação católica enfraqueceu a Ordem dela
passou a contar com a participação muito grande de pastores
principalmente de anglicanos e luteranos. Foi nesta fase que a Ordem
além da influência evangélica, começou a receber um novo contingente
de alquimistas, cabalistas, rosacrucianos e ocultistas que enriqueceram
os nossos símbolos, em nossos rituais. Somos obrigados a raciocinar
que estes novos tipos de maçons introduziram algum simbolismo a mais
às velas, além dos sentidos espirituais.
Mas de qualquer forma as velas que desde as épocas mais distantes
representam para certas correntes espiritualistas a Sabedoria,
Iluminação, Conhecimento e Realização espiritual e ainda a alma imortal.
Sabemos que os maçons pertencentes à Grande Loja e Londres eram
chamados de Modernos e que tiveram por muito tempo influência grande
no mundo maçônico. Eles acendiam velas, provavelmente círios (vela
grande) em seus candelabros e as chamavam de as Três Grandes Luzes
que representavam as posições do Sol em seu trajeto diário e noturno
nas vinte e quatro horas. Diziam também que elas significavam o Sol, a
Lua e o Venerável da Loja.
Este conceito temos até hoje em nossas instruções em Loja.
Entretanto a grande rival da Grande Loja de Londres, ou seja, a Grande
Loja dos Antigos e Franco Maçons, fundada em 1753, consagrada aos
Antigos obedeciam às Antigas Obrigações (Old Charges) que até então
respeitavam os “maçons livres em loja livre” isto, é lojas sem potência.
Somente em 1813 é que se uniram a Grande Loja de Londres e a Grande
Loja dos Antigos e Franco Maçons e fundaram a Grande Loja Unida da
Inglaterra como é conhecida hoje. Os Antigos admitiam as três velas
como Pequenas Luzes que representavam o Venerável e os dois
Vigilantes E as Grandes Luzes que seriam o Livro da Lei o Esquadro e o
Compasso.
Os círios ou velas são também chamados de Estrelas. Por isso usa-se em
Maçonaria a expressão “Tornar as estrelas visíveis” quando o Venerável
ordena em alguns ritos que se acendam as velas. Quando uma Loja
recebe visitantes ou Dignitários ilustres e que serão recebidos de acordo
com o protocolo de recebimento com tantas estrelas conforme sua
importância na Ordem. Todavia segundo um antigo costume as estrelas
(velas) não serão usadas para iluminar os visitantes, mas sim para
representar Luz que eles representam.
O número e a disposição das velas em Loja variam, conforme o costume,
grau, rito e até à potência à qual pertencem.
Desde o inicio da Maçonaria Especulativa ou Moderna foram usadas três
velas grandes (círios) colocando-as em cima de grandes candelabros.
Está claro que deveriam existir outros tipos de velas ou candeeiros com
finalidade de iluminação, ou fonte de luz já que não já nesta época não se
tinha descoberto o uso da energia elétrica. Em algumas Lojas eram
colocados no chão em forma de triângulo.
No fim do século XIX as velas foram colocadas ao lado do Venerável e
dos Vigilantes (tocheiros como são chamados no Trabalho de Emulação).
Atualmente dependendo do Rito usa-se uma vela em cima do Altar das
Luzes e além das três citadas, usa-se três círios ao lado do Altar dos
Juramentos, ou painel das Lojas ou como no caso do Rito de Schröder
que não tem Altar dos Juramentos, mas estende-se o seu maior símbolo,
o Tapete entre três círios.
O modernismo fez com que quase em todas as Lojas, a velas fossem
substituídas por lâmpadas de luz elétrica imitando os bastonetes das
velas.
Portanto, não há mais parâmetros de comparação ou um estudo mais
sério a respeito. E com o modernismo veio normalmente a alteração das
interpretações, e isto é um fato, mas ao lado este detalhe, os inventores,
“achistas” irmãos que gostam de aparecer, fazendo suas fantasias
virarem procedimentos, trataram de alterar ainda mais a Ordem. E estas
mudanças feitas pelo próprio maçom, acabam tornando-se verdades para
principalmente os que foram iniciados na Ordem após elas terem disso
realizadas.
Posteriormente com a criação de novos Ritos foram criados
procedimentos ritualísticos, diga-se de passagem, alguns deles muito
lindos como é o caso do Rito Adorinhamita e o Rito de Schröder
(Alemão).
Já o Rito Francês ou Moderno aboliu-se definitivamente o uso das velas,
do Altar dos Juramentos e da Bíblia.
O REAA usa as velas com finalidade litúrgicas. Além das velas sobre os
altares do Triângulo Dirigente, é comum observar velas acesas em cima
dos altares do Orador e Secretário e das Luzes Místicas que triangulam o
Altar dos Juramentos onde deve estar a Bíblia aberta. Estas três velas
representariam simbolicamente os três aspectos da Divindade:
Onisciência, Onipresença e Onividência.
No Trabalho de Emulação usam-se os chamados tocheiros que são um
tipo de coluna pequena sobre a qual um círio permanece aceso durante a
sessão. São três tocheiros, um à direita do Venerável e um ao lado de
cada um dos Vigilantes.
As cerimônias de acendimento das velas deveriam obedecer alguns
princípios que seguem as antigas tradições Sempre o Fogo Sagrado
deverá vir do Oriente, pois toda Sabedoria, e toda Luz vem do Oriente.
As velas não podem ser acesas com isqueiros, gasolina fósforos
enxofrados, ou qualquer outro meio que produza fumaça ou cheiro fétido.
A vela do Altar do Venerável deverá ser acesa através de outra vela
intermediaria, para que a chama recebida possa ser pura. Igualmente ao
apagá-la não poderá ser com o hálito que é considerado impuro, ou com
dois dedos se tocando, abafando a chama como é comum ocorrer.
Esta tradição a Maçonaria foi buscar na Antiga Pérsia segundo Boucher
que afirma que o culto ao Fogo dos persas era tão sagrado que jamais
empregavam o hálito ou sopro para apagar a chama, bem como jamais
usavam água para apagar o fogo. Isto quando estavam executando uma
cerimonia sagrada ou ritualística. Provavelmente usavam o sopro e a
água para apagarem o fogo fora dos seus templos ou lugares sagrados.
Devemos usar um velador, adaptado com um abafador. Um velador é um
suporte fino de uns 30 cm de comprimento feito de madeira ou metal na
extremidade do qual existe um disco para a vela ou candeeiro. Perto da
extremidade adapta-se um abafador pequeno de metal para apagar a vela.
Todavia nem sempre o velador deverá ter um abafador ou apagador de
velas, acoplado. Um abafador ou apagador de velas poderá ser uma peça
de madeira ou de ferro, tendo presa a uma das suas extremidades uma
espécie de campânula que se usará para abafar ou apagar a chama da
vela, mas nunca com sopro ou outro meio.
Alguns autores sugerem que o Venerável e Vigilantes utilizem o próprio
malhete para apagar a vela de seus altares. Não nos parece esta prática,
uma maneira adequada para se apagar uma vela dentro de uma sessão
ritualística que tem um simbolismo tão profundo. E ainda tem que se
considerar que o malhete não foi feito para dar pancadas em velas para
apagá-las. Isto é um absurdo.
Três dos Ritos existentes no Brasil têm uma ritualística própria e especial
muito interessante com relação às velas, que merecem ser mencionadas.
São muito lindas, e repleta de espiritualidade, que vale a pena serem
descritas como está no Ritual porem de maneira sintética só descrevendo
suas etapas mais importantes, onde mostram o trajeto das velas durante
esta cerimônia de abertura e fechamento da Loja.
No Rito Adonhiramita esta passagem ritualística chama-se Cerimônia do
Fogo. Antes do inicio da sessão o Arquiteto, Mestre de Cerimônia e 1º
Experto acendem o Fogo Eterno (Reavivamento da Chama Sagrada) que é
uma grande vela um círio portanto, que fica situado no Oriente entre o
Altar dos Juramentos e o Altar do Venerável. Após iniciada a sessão é
realizada a Cerimônia da Incensação que é uma parte da ritualística. A
seguir, o Venerável ordena ao Mestre de Cerimônia que realize a
Cerimônia do Fogo.
O Mestre de Cerimônias com um velador ou acendedor apanha a Chama
Sagrada junto ao Fogo Eterno, que está entre o Altar dos Juramentos e o
Altar da Sabedoria ou do ou do Venerável e o conduzirá ao Altar do
mesmo. Este, ao receber o velador, ergue-o com as duas mãos à altura de
sua face e diz: “Que a Luz da Sabedoria ilumine nossos trabalhos”. “Em
seguida acende sua vela e diz “Sua Sabedoria é infinita”, o Mestre de
Cerimônia leva a chama ao Altar do Primeiro Vigilante Este igualmente
ergue o velador à altura da face e diz ”Que a Luz de sua Força nos assista
em nossa Obra”. Acende sua vela e diz: “Sua Força é infinita”. Repete-se
o mesmo procedimento com o 2° Vigilante e este dirá: ”Que a Luz de sua
Beleza manifeste-se em nossa Obra”. Acende sua vela e diz: “Sua Beleza
é infinita”.
O Mestre de Cerimônia apaga a Chama do velador com o abafador ou
apagador e comunica ao Venerável que terminou a cerimônia. Este no
final da sessão após vários procedimentos ritualísticos determina ao
Mestre de Cerimônia que proceda o adormecimento do Fogo.
O Mestre de Cerimônias vai até o 2° Vigilante e entrega-lhe o abafador ou
apagador. Este adormece a Chama dizendo “Que a Luz de sua Beleza
continue a flamejar em nossos corações”. Devolve o apagador para o
Mestre de Cerimônias vai ao Altar do Primeiro Vigilante entrega-lhe o
apagador: “Que a Luz de sua Força permaneça em nossos corações” e
adormece a sua chama. É devolvido ao Mestre de Cerimônia o apagador
que vai até o Venerável e este ao apagar ou adormecer a sua Chama dirá:
“Que a Luz da Sabedoria prossiga habitando nossos corações”. O Mestre
de Cerimônia volta ao seu lugar a e avisa que procedeu a Cerimônia de
Adormecimento do Fogo.
O Venerável termina a sessão, todos saem, permanecem no Templo
apenas o Irmão Cobridor Interno, Mestre de Harmonia e Arquiteto, sendo
este o ultimo a sair do templo após adormecer a Chama Sagrada o que
fará em companhia do Mestre de Cerimônias e 1° Experto que se colocam
numa posição a formar um triangulo. O Arquiteto fechará o templo
No Rito de Schröder ou Rito Alemão no centro do Templo há um Tapete o
qual contem todos os símbolos do Rito e que é desenrolado no inicio dos
trabalhos de uma sessão, sendo enrolado no final com uma ritualística
especial. Ao lado do tapete junto às bordas estão três Colunas Dórica
Jônica e Coríntia de 90 cm a 120 cm em cima das quais estão três círios,
um em cada coluna.
Já antes do inicio da sessão deverá estar acesa uma vela fixa, chamada
de Luz do Mestre, no Altar do Venerável o qual entregará ao Primeiro
Diácono uma pequena vela que foi acesa na Vela do Mestre. O Primeiro
Diácono vai até o Altar do Segundo Vigilante e acende sua vela e a seguir
vai até o Altar do Primeiro Vigilante e acende também sua vela. A seguir o
Primeiro Diácono segue pelo Norte e vai até o Altar do Primeiro Vigilante
e vai até a Coluna Jônica que está ao lado Tapete e aguarda o Venerável
que chega, em seguida e lhe entrega sua pequena Vela. O Venerável
acende com esta pequena vela o círio da Coluna Jônica e diz “Sabedoria
dirija nossa Obra”.
O Primeiro Vigilante acende o círio da Coluna Doria e dirá: “Força,
execute-a” e o Segundo Vigilante acende em seguida o círio da coluna
Coríntia e diz: “Beleza, adorne-a”. No final da Sessão, O Venerável e os
Vigilantes se colocarão junto às suas colunas representativas já citadas,
que estão localizadas nos três cantos ao lado Tapete. Os círios vão sendo
apagados e as Luzes da Loja dirão: Primeiro Vigilante - “A Luz se apaga,
mas que, em nós atue o fogo da Força”. 2° Vigilante – “A Luz de apaga,
mas que fique, em torno de nós o brilho da Beleza”. Venerável: – “A Luz
se apaga, mas que, sobre nós continue a brilhar a Luz da Sabedoria”
O Rito Brasileiro não nega que tenha emprestado as cerimônias mais
lindas dos demais ritos praticados no Brasil e colocadas no seu ritual.
Tem também a cerimônia do acendimento das Luzes Místicas que é uma
adaptação das cerimônias usadas nos Ritos Adonhiramita e de Schröder,
mais simples, porem também muito bonita.
O Criador dos mundos emite continuadamente Sabedoria Força e Beleza.
Para nós Maçons compete apenas abrirmos o canal espiritual para
recebermos esta Energia. Uma vela dentro da nossa ritualística, quando
acesa funciona como um emissor repetidor das vibrações mentais nela
enfocadas e concentradas. Enquanto estiver ardendo a chama estará se
repetindo o propósito pelo qual a vela foi acesa. Ela é, pois o símbolo do
Fogo Sagrado emitido pelo GADU.
Mas não esqueçamos que através tão somente do poder mental que
todos nós possuímos, verdadeira dádiva de Deus, poderemos desde que
nossa mente devidamente sintonizada em ondas alfa ou teta, e
programada para esse fim, conseguir o mesmo efeito que uma vela acesa
dentro de um Templo maçônico. Tudo dependerá do grau de
concentração no Criador.
Mas de qualquer forma as velas sagradas usadas nas nossas ritualísticas,
tem um valor muito grande para que nossa mente fique focada totalmente
no GADU e a Maçonaria soube de maneira tão profunda e linda, usar o
poder mágico das Velas.
Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” – Londrina –
PR
Referências
ASLAN, Nicola - Grande Dicionário Enciclopédico da Maçonaria Simbólica
Vol. 4
BOUCHER, Jules - La Symbolique Maçonique
CASTELLANI, José – Liturgia e Ritualística do Aprendiz Maçom
CHARLIER, René Joseph – Pequeno ensaio da Simbólica Maçônica
HOWARD, Michael - Uso mágico das Velas e seu significado oculto
Por TRABALHOS MAÇÔNICOS - julho 28, 2016 Nenhum comentário:
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CARGOS EM LOJA
VENERÁVEL MESTRE
A jóia do quadro é o Esquadro. Sen do o Esquadro o símbolo da Retidão, como jóia
distintiva do cargo de Venerável, indica que ele deve ser o Maçom mais reto e mais justo
da Loja que preside.
Como símbolo da retidão, todo maçom deve subordinar suas ações. Como símbolo
da virtude, devemos retificar nossos corações. O Esquadro é materialmente o
instrumento empregado nas construções. Simboliza para o Venerável, a grandeza, a
sabedoria de seus julgamentos e ensinamentos aos membros da Oficina. É dessa
sabedoria e discerni mento da Justiça que devem brotar seus julgamentos, suas
sentenças.
Pelo Venerável se conhece a Oficina, isto é, sendo ele o resultado da vontade dos
Irmãos do Quadro, é constitucionalmente o responsável direto e indireto pela atividade
ou inatividade, pelo brilho ou pela mediocridade, pela participação ou desunião, pela
igualdade ou complexo, pela prepotência ou pelo ambiente de harmonia, enfim pelo
fracasso ou pelo retumbante sucesso.
VIGILANTES
Denominam-se Vigilantes, os dois Oficiais de uma Loja atual, que, por ordem
hierárquica seguem ao Venerável Mestre, ao qual, embora contrariando algumas
tradições, sucedem-no na presidência dos trabalhos durante os impedimentos. Esses
três oficiais são denominados "As Três Pequenas Luzes da Oficina".
Os Vigilantes são os colaboradores diretos do Venerável Mestre para ministrar
instruções aos Aprendizes e Companheiros. Sendo pela ordem hierárquica, o segundo
Oficial da Loja, cabe ao 1º Vigilante ministrar instrução aos Companheiros e o
2º Vigilante, terceiro da hierarquia, instruir os Aprendizes.
PRIMEIRO VIGILANTE
O Nível é a Jóia distintiva do cargo. E o emblema da Igualdade. O Nível maçônico é
formado pôr um Esquadro de hastes iguais, de cujo ângulo desce uma Perpendicular. O
Nível simboliza a Igualdade social, base do Direito Natural e a Perpendicular significa
que o Maçom deve, precisa possuir uma Retidão de julgamento que nenhuma afeição -
de interesse ou de família - deve impedir. O que pode distinguir os Maçons e conduzi-los
aos Altos Cargos são o mérito e também as virtudes e o talento.
O Nível lembra ao Maçom que todas as coisas devem ser consideradas com
serenidade igual e que o seu simbolismo tem como corolário, noções de Medida,
Imparcialidade, Tolerância e Igualdade, bem como o correto emprego dos conhe-
cimentos.
Ao Irmão Primeiro Vigilante cabe a direção da Coluna do Sul.
SEGUNDO VIGILANTE
A Jóia do Cargo é um Prumo ou Perpendicular. Esta jóia sugere que não se deve
parar no aspecto interior das coisas, mas que se deve penetrar o sentido oculto das
Alegorias e dos Símbolos. Ele representa o Símbolo da Pesquisa da Verdade nas
profundezas onde se oculta; as sim como da elevação dos sentimentos maçônicos em
direção das alturas. No alto como em baixo, descobre-se a beleza do Espírito e do
Coração.
O Prumo ou Perpendicular na Maçonaria é fixado no centro de um Arco. Ele é o
emblema da busca, da pesquisa, da investigação da Verdade. E, aproximando-o da
verdade, do equilíbrio, ele parece mostrar o caminho que conduz à perfeição. Aliado ao
Esquadro, ele permite a correta e perfeita construção do Templo.
ORADOR
A Jóia do Orador é um Livro Aberto, que simboliza que o mesmo nada esconderá
nada duvidoso deixará.
O Livro Aberto simboliza que ele representa a Consciência da Loja, que ele deve
conhecer os Cânones para definir a Razão.
O Orador, cargo criado pela Maçonaria Francesa logo após a sua introdução naquele
país, tem na ordem hierárquica dos funcionários o quarto lugar e pede a Palavra
diretamente ao Venerável.
O Orador é o ponto de equilíbrio de uma Oficina. Auxiliado pôr um bom Orador que
consiga unir, a madureza de um juízo reto a uma sólida erudição, a um necessário
conhecimento das Leia Maçônicas, é muito difícil que um Venerável caia em erros
crassos, em equívocos, ou se exceda no exercício de suas funções.
A Igualdade, a Liberdade, a Razão; o Direito e a Justiça deverão encontrar no Orador,
a mais sólida garantia, o mais competente defensor. Para isso ele deve possuir o mais
profundo conhecimento dos Regulamentos Gerais, da Ordem e dos particulares da
Oficina, assim como tudo o que concerne ao Regimento Inter no da Loja e aos cargos
confiados aos Dignitários e Oficiais.
SECRETÁRIO
Como o Secretário representa a Memória da Loja, sua jóia são duas penas cruzadas
indicando que ele assegura a tradição da Ordem e da Oficina, com o registro de todos os
fatos passados bem como o presente.
O Secretário e, na ordem hierárquica, a Quinta Dignidade; pede a Palavra diretamente
ao Venerável.
O Secretário é o grande responsável pela História da Maçonaria. Os historia dores do
futuro basear-se-ão no que ele registrar. Se ele deixar de registrar, ou registrar mal os
fatos ocorridos, a História, nesse caso, ficará truncada ou será mal contada.
Sendo a Lua o símbolo do Secretário, pois ela não tem luz própria, dependendo de luz
alheia para brilhar, assim o Irmão Secretário também só registra o que foi dito pôr
outrem no exercício de seu cargo. Às vezes também registra sua opinião, mas ele é
apenas o fotógrafo da reunião. E com certeza isso não é pouco.
TESOUREIRO
As duas chaves cruzadas, usadas como jóia do Tesoureiro da Loja significa que ele é o
Depositário das reservas monetárias da Loja e seu manipulador. A chave é um símbolo
forte e marcante dentro da Maçonaria, muito especial mente nos chamados Altos Graus.
Ela é considerada como símbolo do Silêncio, da Circunspeção, da Inteligência, da
Prudência e da Discrição.
O Tesoureiro, assim como o Secretário da Loja, ocupam cargos de cunho profano, até
mesmo na nomenclatura dos mesmos. No entanto, seu valor dentro da Administração é
de suma importância.
CHANCELER
A jóia do Irmão Chanceler é um Timbre ou Chancela, simbolizando que o Chanceler é
o Guarda Selos da Loja, responsável pela Documentação da Loja e pela guarda dessa
documentação. Ela é somente um símbolo do cargo, não tendo nenhuma simbologia
maçônica.
Chanceler é um dos principais oficiais da Loja. É ele o depositário fiel do Timbre e do
Selo da sua Oficina.
MESTRE DE CERIMÔNIAS
Como símbolo a Régua Graduada representa o aperfeiçoamento moral. Ela também é
tida como símbolo de método, da retidão, da Lei. Pode também ser considerada como
símbolo do Infinito, já que a linha reta não tem começo e nem fim. É como símbolo da
moralidade que ele mais se representa, traçando a linha reta de que o bom Maçom nunca
deve afastar se. A régua aparece nas Lojas Maçônicas como aparelho de trabalho de
mediada de tempo que não deve ser perdido em ociosidade, mas sim, aplicado no
trabalho em prol da Humanidade. A primeira condição para a vida feliz de uma Loja Ma-
çônica é a perfeição de seus trabalhos. Dessa perfeição dependem a Paz, a Harmonia, a
Dignidade dos que têm o Dever, a verdadeira noção do dever.
O cargo de Mestre de Cerimônias é um dos cargos de real importância dentro de uma
Loja Maçônica. Além das atribuições que lhe são de regulamento, ele deverá ser um
exímio executor da Ritualística e dos sinais e palavras dos graus em que estiver se
desenrolando os trabalhos. Na verdade esse oficial deve ter o mais completo domínio do
cerimonial maçônico.
HOSPITALEIRO
A Jóia do Cargo do Irmão Hospitaleiro é uma pequena sacola, simbolizan do o Farnel
do Peregrino, do Viajante, do Pedinte, é ele que, em nome da Fraternidade, todas as
reuniões coleta dos óbolos da Beneficência, da Solenidade Maçônica para com os
menos favorecidos pela sorte.
Os Ritos de York, Schroeder e Brasileiro, não possuem o cargo de Hospitaleiro.
Dentro da hierarquia dos cargos de uma Loja, em dos de mais elevada importância é
o do Hospitaleiro da Oficina.
A escolha do Hospitaleiro deverá recair sobre um Irmão dinâmico, de moral iliba da,
sem mácula, que conheça bem todos os Irmãos. - Deverá gozar da simpatia de to dos
para poder imiscuir-se nos problemas de cada um como se fora um parente de sangue,
um filho da casa. Seu trabalho dentro do Templo é irrelevante. Qualquer Mestre poderá
substituí-lo à altura. Fazer girar o Tronco é muito fácil. Seu trabalho, sua missão fora das
quatro paredes do Templo é que é importante muito importante e requer muito carinho,
muita dedicação, muito desprendimento.
EXPERTOS
A Jóia do Irmão Experto entre nós é um Punhal. Por que o Punhal?
Esta arma é o emblema do Castigo que merecem os perjuros e do remorso que deve
despedaçar-lhe o coração. É sabido que o Punhal é uma arma ofensiva. Na Maçonaria,
porém lhe tem outro significado e figura em muitas cerimônias e entre os emblemas
distintivos de vários Graus filosóficos com significado mera mente simbólico. Entre os
Maçons ele significa também o combate que devem travar para que, com a palavra e com
a pena, defender, com todo vigor, a Liberdade de Pensamento, de Consciência. Ele é o
principal atributo dos Expertos que guiam os Profanos durante a Iniciação e que telham
os Visitantes. Embora o Punhal seja tido como símbolo da Traição, para nós, é o símbolo
da fortaleza, da guarda. Hierarquicamente, o Experto, é o sexto Oficial da Loja, o primeiro
depois das Cinco Dignidades.
COBRIDOR
A Jóia do Cobridor são duas Espadas Cruzadas. Ao ser juramentado com Cobridor, o
Mestre Instalador diz estas pa lavras: "Cabe lembrar-vos que estas Espadas Cruzadas
indicam que só deveis dar ingresso em nosso Templo aqueles que têm direito a tomar
parte em nossos trabalhos, Simbolicamente os ferros cruzados, em guarda para o
combate, nos ensina a nos pormos em defesa contra os maus pensamentos e a
ordenarmos moralmente as nossas ações.
Armado de Espada, o Cobri dor fica a esquerda de quem entra, ao lado da porta cuja
guarda lhe é confiada e que deve manter fechada. Pôr esse motivo é que, em
determinadas potências, é também chamado o Guarda do Templo, representando o traço
de união entre o mundo profano e a Loja, só ele pode abrir ou fechar a porta.
A prova da grande importância deste cargo se verifica na Maçonaria Inglesa. Lá as
Lojas elegem apenas o Venerável, o Tesoureiro e o Cobridor Interno, pôr considerarem
tais cargos os de maior responsabilidade, devendo pôr isso merecer o voto de todos os
Irmãos da Loja. O Venerável é que nomeia os ocupantes de todos os outros
PORTA BANDEIRA
A Jóia do cargo é a primeira do Pavilhão Nacional. Não possui nenhum simbolismo
maçônico. É uma prática profana introduzi da nos Templos, para ativar o sentimento de
cada Irmão.
E uma jóia simples, destituída de qual quer interpretação que não seja aquela feita
pêlos profanos, ou seja, a representação da Pátria, o mais elevado símbolo de uma Na-
ção. A vibração da alma de um povo, tanto na Paz como na guerra.
Tal encargo foi oficializado na maçonaria brasileira somente a partir de 02 de abril de
1959.
PORTA-ESTANDARTE
A Jóia do Cargo é uma miniatura de um Estandarte. Ela não possui simbolismo
maçônico. Só indica o cargo do portador da mesma.
Estandarte é a insígnia de uma corpo ração seja militar, religiosa, esportiva ou
filosófica, sendo no caso da maçonaria, conhecida e utilizada como uma continuação da
tradição das antigas confrarias e corporações profissionais medievais, que tinham pôr
seu Estandarte a maior veneração e respeito.
A humanidade sempre necessitou de símbolo. Desde os mais remotos tempos ela
vem usando para representar sua crença ou ideal, partido ou família, dignidade ou
função, agremiação ou qualidade, cidade ou pais, enfim, símbolos de forma e
denominação várias.
MESTRE DE HARMONIA
A Lira é um instrumento musical, de corda, em numero variável, parecido com uma
harpa, porém em menores dimensões, sendo um dos instrumentos mais antigos de que
se tem notícia.
Se considerarmos os efeitos dos sons musicais durante as nossas Sessões, prepa-
rando o ambiente, tomando-o mais harmônico, mais solene, inspirador e belo, com-
preenderemos que a execução de uma seleção musical será o complemento indispen-
sável para uma boa sessão.
MESTRE DE BANQUETES
A Jóia do Cargo é a Cornucópia que sempre simbolizou a fartura, a abundância. A
fábula diz ter sido ela arrancada da cabeça de Aquelous, personagem mitológico,
quando transformado em touro, foi vencido pôr Hércules. Na Maçonaria também se usa
uma Taça como Jóia de cargo de Mestre de Banquetes.
ARQUITETO
A Jóia do cargo de Arquiteto é uma Trolha, que é um dos grandes Símbolos Maçônicos.
A Trolha serve para mexer a massa destinada a cimentar as pedras do Edifício rea-
lizando assim, a Unidade. A Trolha reúne, mistura, unifica. É, portanto o símbolo da
Benevolência esc1arecida, Fraternidade Universal e profunda Tolerância que distinguem
o verdadeiro Maçom.
Um cargo que parece de pouca importância, mas que na realidade é tão ou mais
importante que muitos outros tidos como tal. Suas ocupações não são vistas durante a
reunião, ou melhor, são vistas, mas não lhe são atribuídas já que seu trabalho consiste,
alem, de outros, na ornamentação da Loja, colocando cada coisa em seu devido lugar.
Ao Arquiteto está o sublime encargo de cuidar, e bem, de tudo quanto pertence às
decorações e ornamentações do Templo.
O seu trabalho é feito antes de começar as Sessões, tornando-se durante a mesma
um privilegiado espectador.
Bibliografia
Cargos em Loja - Assis Carvalho
Liturgia e Ritualística - José Castellani
Ritual do Primeiro Grau - Aprendiz
PESQUISA: Ser.'. Irmão José Robson Gouveia Freire, M.'. I.'., Gr.'. 33º,
Gr.'. Orad.'. Adj.'. do Sob.'. Supremo Conclave do Brasil e Membro Ativo da A.'. R.'. L.'.
S.'. Pioneiros de Brasília nº 2288 – Federada ao G.'. O.'. B.'. e Jurisdicionada ao G.'. O.'.
D.'. F.'. - Rito Brasileiro -