Livro - Estrutura e Funcionamento Da Educação Básica
Livro - Estrutura e Funcionamento Da Educação Básica
FUNCIONAMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
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O SEU LIVRO
NA VERSÃO
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EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Marcia Previato
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Núcleo de Educação a Distância. CARVALHO, Tereza Cristina de.
e Thayla Guimarães
Editoração Estrutura e Funcionamento da Educação Básica.
Tereza Cristina de Carvalho.
Lucas Pinna Silveira Lima
Design Educacional Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. Reimpresso em 2024.
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 370
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Impresso por:
ISBN 978-65-5615-283-7
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/0397457113408873.
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! É com alegria que compartilhamos este livro didático
como material de estudo da disciplina de Estrutura e Funcionamento da Educação Básica.
Ele foi elaborado para ser um conteúdo que tratará de conceitos e definições importantes
para a compreensão das temáticas abordadas. Assim, na primeira unidade, conheceremos
o percurso da estrutura e organização da educação do Brasil por meio da legislação, bem
como a trajetória da Educação nas Constituições brasileiras, além de entendermos a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional enquanto política pública brasileira. Por fim, anali-
saremos as propostas do Plano Nacional de Educação na Educação brasileira e os avanços
ocorridos nesses últimos anos.
Na quarta unidade, propomos uma análise a respeito das características mais importantes
sobre a formação docente, bem como ocorre sua profissionalização e de que maneira as
políticas educacionais auxiliam a evolução da carreira do professor da Educação Básica. Além
disso, abordaremos também os aspectos mais relevantes a respeito das avaliações Externas
e como esse trabalho implica no Trabalho Docente.
Diante disso, desejamos a você, caro(a) aluno(a), momentos de estudo, compreensão, re-
flexão e de aprendizagem. Então vamos iniciar a nossa jornada e abrir nossa mente para
novos conhecimentos.
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
54
A PERSPECTIVA A ESTRUTURA E A
HISTÓRICA ORGANIZAÇÃO
DA LEGISLAÇÃO DAS ETAPAS DA
EDUCACIONAL EDUCAÇÃO BÁSICA
UNIDADE 03
108 UNIDADE 04
159
A ORGANIZAÇÃO O DOCENTE E SUA
DAS MODALIDADES RELAÇÃO COM O
DE EDUCAÇÃO E DE SISTEMA DE ENSINO
ENSINO NO BRASIL
UNIDADE 05
199 FECHAMENTO
228
AS IMPLICAÇÕES DO CONCLUSÃO GERAL
NEOLIBERALISMO
NO PAÍS
1
A PERSPECTIVA HISTÓRICA
DA LEGISLAÇÃO
educacional
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Breve História da Educação Bra-
sileira • A Evolução da Educação nas Constituições Brasileiras • A Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional enquanto Política Pública • As Propostas e os Avanços Educacionais do Plano Nacional de
Educação.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer o percurso da estrutura e organização da educação do Brasil na legislação • Estudar a tra-
jetória da Educação nas Constituições brasileiras • Entender a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional enquanto política Pública • Analisar as propostas e os avanços do Plano Nacional de Educação
na Educação brasileira.
INTRODUÇÃO
DA EDUCAÇÃO
brasileira
UNICESUMAR
figuras mais emblemáticas da História de Portugal. Ele realizou algumas reformas
educacionais, dentre elas, a retirada da educação das mãos da igreja, passando a
responsabilidade da criação de um ensino pelo Estado. Além disso, ele foi o respon-
sável por conseguir expulsar os jesuítas de Portugal e das colônias.
A partir de 1808, com a vinda da família real portuguesa, o ensino começou
a se reconfigurar, pois até esse período, o ensino era pautado nas concepções que
atendiam prioritariamente as classes dominantes, sem nenhum compromisso
com as classes populares. Além disso, tanto o ensino público quanto o particular
apresentavam inúmeros problemas, dentre eles:
Com a presença da família real no Brasil, o ensino foi sendo organizado, mesmo
que minimamente, pois era preciso atender às novas exigências da presença da
burguesia na colônia, já que estavam impedidos de frequentar a Universidade de
Coimbra por conta do Bloqueio Continental. Dessa forma, o governo priorizou o
ensino superior, com o objetivo de formar aqueles que iriam administrar a colô-
nia. Com isso, foram criadas as primeiras faculdades de medicina na Bahia e no
Rio de Janeiro. Em 1816, a Escola de Belas Artes incentivou o desenvolvimento
científico no país, porém, apesar disso, as primeiras universidades brasileiras
foram criadas apenas no início do século XX.
Com a Declaração da Independência do Brasil, em 1822, surgem novas con-
cepções para a organização do Estado brasileiro. O objetivo naquele momento era
a consolidação do Estado Nacional e a educação continuou em segundo plano,
tratando apenas do cuidado com as escolas de primeiras letras e de outros esta-
belecimentos de educação pagos pelos recursos públicos.
11
A partir de 1824, a educação começa a tomar novos rumos, tendo como sub-
UNIDADE 1
sídio a legislação que foi, ao longo dos anos subsequentes, delineando a educação
diante de uma nova perspectiva política, social e econômica.
Caro(a) aluno(a), compreendemos, em linhas gerais, como a Educação foi or-
ganizada até a primeira Constituição ser outorgada. A seguir, compreenderemos
a educação por outro viés, o da legislação que a rege.
2
A EVOLUÇÃO
DA EDUCAÇÃO
nas constituições brasileiras
UNICESUMAR
1824, em que o imperador D. Pedro I outorgou a primeira Constituição brasileira,
conhecida como Constituição Política do Império do Brasil, estabelecendo, entre
outros direitos subjetivos, o direito à educação.
Em 1827, D. Pedro I criou a Lei de 15 de outubro, que estabeleceu, em seu art.
1º, a “criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares
mais populosos do Império” (BRASIL, 1827, on-line). Essa Lei apresentava de-
zessete artigos que abordavam questões relacionadas à educação, por exemplo,
os conteúdos que seriam ensinados nessas escolas, a formação das professoras
e a remuneração. Um avanço para a época, mesmo sem um currículo formal ou
formação específica das mulheres que ensinariam na escola.
Com a transição do Regime Monárquico para o Republicano, o governo pen-
sou em criar uma Constituição que se adequasse aquele novo momento histórico,
por isso, mais de meio século após a promulgação da Constituição de 1824, a nova
Constituição foi elaborada.
Essa nova Constituição teve como uma de suas inspirações a Carta Magna
dos Estados Unidos, com eixo na federalização dos Estados e a descentralização
do poder, além disso, até o nome do país teve a influência americana, pois o Brasil
passou a chamar-se Estados Unidos do Brasil.
13
A primeira Constituição da era Republicana (1891) foi aprovada em 24 de fe-
UNIDADE 1
explorando Ideias
A Lei de Segurança Nacional foi publicada no dia 04 de abril de 1935 e definiu crimes con-
tra a ordem política e social. Tinha como objetivo transferir para uma legislação especial
os crimes contra a segurança do Estado, sujeitando-os a um processo mais rígido, tendo
como bônus as garantias processuais. Para que você caro(a) aluno(a) conheça uma crítica
a respeito da Lei de Segurança Nacional, leia o livro de Hélio Bicudo. Disponível em: ht-
tps://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/diversos/lei.pdf. Boa leitura!
UNICESUMAR
pelos Poderes Públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasi-
leiros e a estrangeiros domiciliados no País, de modo que possibilite
eficientes fatores da vida moral e econômica da Nação, e desenvol-
va num espírito brasileiro a consciência da solidariedade humana
(BRASIL, 1934, on-line).
conceituando
A palavra “ulterior” utilizada na citação acima foi retirada da própria Constituição de 1934,
significa aquilo que vêm depois, que está para acontecer ou situado além de certo lugar.
Fonte: Priberam ([2020], on-line)1.
conecte-se
UNICESUMAR
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi promulgada em 1961.
O art. 166 desta Constituição estabelece o processo educacional da popula-
ção brasileira, definindo que ela é um “direito de todos e será dada no lar e na
escola. Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana” (BRASIL, 1946, on-line). Deixa claro também a organização do Ensi-
no em Nível Federal, Estadual, retrata os percentuais mínimos de arrecadação
de impostos que serão investidos na educação; da garantia da oferta do ensino
público em todos os níveis pelo Estado, entre outros.
conecte-se
17
Nessa Constituição, alguns aspectos relacionados à educação, que deveriam
UNIDADE 1
18
2. Confirmação da educação como “dever do Estado” Art. 176 (equivale ao
UNICESUMAR
Art. 168 da Constituição de 1967).
3. Alteração do inciso VI do Art. 168 da Constituição de 1967, em que es-
tabelece a “garantia da liberdade de cátedra”, pelo inciso VII (na Emenda
Constitucional de 1969) em que decreta a “liberdade de comunicação de
conhecimentos no exercício do magistério [...]”.
4. Acrescentou o texto: “entre os sete e os 14 anos, ou a concorrer para aque-
le fim, mediante a constituição do salário-educação, na forma que a lei
estabelecer” no Art. 178 (equivalente ao artigo 170 da Constituição de
1967), além de acrescentar ao parágrafo único do Art. 178: “e a promover
o preparo de seu pessoal qualificado”.
5. Incluiu no Art. 179 (equivalente ao Art. 171 da Constituição de 1967), que
as ciências, as artes e as letras são livres, “ressalvado o disposto no pará-
grafo 8º do artigo 153”; além da Emenda acrescentar os termos “pesquisa”
e “ensino” no parágrafo único.
conecte-se
Os oito incisos que constam nesse artigo trazem recomendações claras a respeito
do que se pensou ao estruturá-lo para melhor atender a população brasileira,
conforme segue:
“
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
UNICESUMAR
forma de garantir um ensino livre.
Quanto à qualidade, a proposta é que seja efetivada por meio de uma escola,
que agregue concepções filosóficas, sociológicas, humanísticas e pedagógicas que
assegurem aos educandos uma formação de qualidade.
O art. 207 afirma a necessidade de o ensino superior ter autonomia didá-
tico-científica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial, a partir da
associação entre ensino, pesquisa e extensão. Essa autonomia está relacionada
aos direitos fundamentais da comunidade universitária como um benefício de
proteção contra emendas constitucionais que possam anulá-las.
O Art. 208 estabelece que o Estado tem responsabilidade com a educação e
que ela deverá ser efetivada mediante a garantia de:
“
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que
a ele não tiveram acesso na idade própria, deixando claro que mes-
mo os que não tiveram oportunidade de estudar em algum momen-
to da vida, poderão retomar os estudos; [atualmente] I- educação
básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos
os que a ela não tiveram acesso na idade própria (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009);
II - obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio, favorecendo des-
se modo, a conclusão da educação básica; [atualmente] II - progres-
siva universalização do ensino médio gratuito (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996);
III - “atendimento educacional especializado aos portadores de de-
ficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”, reforçando
que a educação é um direito de todos os alunos, inclusive aqueles
com deficiência;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis
anos de idade; [atualmente] IV - educação infantil, em creche e
pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006);
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
21
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
UNIDADE 1
educando;
VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde; [atualmente] VII - atendimento
ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio
de programas suplementares de material didático-escolar, transpor-
te, alimentação e assistência à saúde (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009) (BRASIL, 1988, on-line).
Ainda, o Art. 208 estabelece três parágrafos para complementar. O §1º estabelece
o “acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo” (BRASIL,
1988, on-line). Por isso, ao pensarmos na obrigatoriedade do ensino, é importante
mencionar que ele é obrigatório a partir dos quatro anos de idade aos dezessete
anos de idade, devendo ser garantido, e a sua não oferta, de acordo com o § 2º do
Art. 208 “pelo Poder Público ou a sua oferta irregular, importa responsabilidade
da autoridade competente” (BRASIL, 1988, on-line). Ainda “§ 3º Compete ao
Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a cha-
mada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola” (BRASIL,
1988, on-line), compartilhando a responsabilidade da frequência e permanência
na escola entre o poder público e família.
O Art. 209 menciona a liberdade do ensino à iniciativa privada, desde que
cumpra as normas gerais da educação nacional e que seja autorizada e avaliada
pelo Poder Público.
O Art. 210 estabelece os conteúdos mínimos a serem fixados no ensino fun-
damental, assegurando a formação básica comum, respeitando valores culturais
e artísticos, nacionais e regionais.
O Art. 211 determina a forma como os sistemas de ensino se estabelecerão
a partir do regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios.
O Art. 212 estabelece a porcentagem mínima recolhida anualmente de impos-
tos que deverá ser investido na manutenção e no desenvolvimento do ensino pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, norteando cada
uma dessas instâncias no que refere ao investimento à educação a que lhe cabe.
O Art. 213 complementa o Art. 212 quando estabelece que os “recursos
públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei” (BRASIL, 1988,
22
on-line), oportunizando, desse modo, a extensão desses recursos a outros moldes
UNICESUMAR
de educação, desde que sigam alguns critérios estabelecidos pelo próprio artigo.
Enfim, o Art. 214 fala sobre o Plano Nacional de Educação e as ações propos-
tas pelo Poder Público que possibilitem, entre outras questões, a “erradicação do
analfabetismo; universalização do atendimento escolar; melhoria da qualidade do
ensino; formação para o trabalho; promoção humanística, científica e tecnológica
do País” (BRASIL, 1988, on-line). Ainda, incluído pela Emenda Constitucional
nº 59 de 2009, o “estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto” (BRASIL, 1988, on-line).
Desse modo, foram apresentados acima, os mecanismos constitucionais vi-
gentes, deixando claro todos os avanços em relação às constituições anteriores
no que se refere ao direito à educação.
conecte-se
23
No entanto, em 2009, a Emenda Constitucional n° 59 trouxe algumas mudanças e
UNIDADE 1
conecte-se
Para que você compreenda melhor como essa mudança ocorreu, veja o quadro no link
a seguir: https://drive.google.com/file/d/1QefmyOXGXd2N__tt4D0HQ1lXFG3qhobP/view
24
3
A LEI DE DIRETRIZES E BASES
UNICESUMAR
DA EDUCAÇÃO
nacional enquanto
política pública
“
Para os que defendiam a escola pública, os recursos do Estado de-
veriam ser empregados na manutenção e na expansão das escolas
oficiais, que deveriam ministrar um ensino obrigatório, gratuito e
laico. Para os que defendiam a liberdade do ensino, os recursos deve-
riam ser transferidos às instituições particulares, que ministrariam
o ensino conforme as orientações ideológicas das famílias, cabendo
ao Estado apenas ocupar o espaço não preenchido pela iniciati-
va privada. Nesse debate envolveram-se associações profissionais,
entidades culturais, sindicatos, entidades estudantis, organizações
religiosas e a imprensa.
25
Ainda, de acordo com Brzezinski (2010, p. 188), nesse período da história, a
UNIDADE 1
“
O ingresso na primeira série do 1° ciclo dos cursos de ensino médio
depende de aprovação em exame de admissão (art. 36); o ensino
técnico de grau médio abrange o industrial, agrícola e comercial (art.
47), o ensino normal manteve a finalidade de formação de profes-
26
sores, orientadores, supervisores e administradores escolares, assim
UNICESUMAR
como o desenvolvimento dos conhecimentos e técnicas relativos
à educação da infância (art.52). Também propõe que a educação
de excepcionais, quando possível, seja incluída no sistema geral de
educação, de modo a integrá-los na comunidade (art. 88). Ainda,
estabelece o percentual a ser investido na manutenção e desenvol-
vimento da educação, pela União no mínimo doze por cento de sua
arrecadação de impostos, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios, no mínimo vinte por cento (art. 92) (BRASIL, 1961, on-line).
conecte-se
De acordo com Meneses et al. (2002, p. 96), a educação básica, a partir dessa
LDBEN, precisa de algumas considerações:
“
[...] com a Lei nº 4024/61 dá-se um importante passo no sentido
da unificação do sistema de ensino e da eliminação do dualismo
administrativo herdado do Império. Inicia-se pela primeira vez,
uma relativa descentralização do sistema como um todo, conce-
dendo-lhe considerável margem de autonomia aos estados e pro-
porcionando-lhes as linhas gerais a serem seguidas na organização
de seus sistemas, linhas estas que deveriam responder por uma certa
unidade entre eles.
conecte-se
Aranha (1989, p. 46) relata que os eixos que giravam em torno desta reforma foram:
UNICESUMAR
vés da introdução de disciplinas sobre o civismo e sobre os problemas
brasileiros (Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política do
Brasil e estudos de Problemas Brasileiros).
3. Educação e comunidade - Visava estabelecer a relação entre escola e co-
munidade, através da criação de conselhos de empresários e professores.
conecte-se
“
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições
de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organização da so-
ciedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996, on-line).
30
UNICESUMAR
Para Carneiro (2013, p. 38), esse artigo propõe que educar significa promover “[...]
ações e processos complexos como: desenvolver, formar, qualificar, aprender a
aprender, aprender a pensar, aprender a intervir e aprender a mudar”. O §1º do Art.
1º da LDBEN 9.394/96 estabelece que a educação escolar ocorrerá, predominan-
temente, por meio do ensino, em instituições próprias (BRASIL, 1996), prevendo,
de acordo com Carneiro (2013, p. 39) “[...] a possibilidade de se trabalhar com
formas alternativas de aprendizagem, desencarnadas, portanto, da geografia da
escola”. Também estabelece em seu §2º que a educação escolar deverá se associar
ao mundo do trabalho e a prática social (BRASIL, 1996).
“
Nesse sentido, a educação escolar é a grande porta para a mobiliza-
ção plena do sujeito. Ao assegurar a entrada deste sujeito na vida in-
telectual, com um processo sistematizado de aprendizagem, ela abre
os caminhos de todos e de cada um para uma relação criativa com
o saber produzido pelo ser humano trabalhador. Ora, se é verdade
que o sujeito aprendente apropria-se de uma parte do patrimônio
cultural humano, é também verdade que a conexão entre sujeito e
saber – entre educação escolar e vida – se dá pelo trabalho. Por isso,
pode-se dizer, em um certo sentido, que o primeiro princípio do
saber é o trabalho, fonte de prática social (CARNEIRO, 2013, p. 42).
31
O Título II trata, nos art. 2º e 3º, sobre os princípios e finalidades da educação. O art.
UNIDADE 1
“
[...] ser entendidos como elementos recorrentes do diálogo pedagó-
gico e da prática de ensino, de tal maneira que o seu valor e o refletir
sejam vividos como elementos integradores de ‘situacionalidades’ da
sala de aula, de cada curso, de cada escola, de cada Sistema de Ensino
e de cada projeto educativo.
32
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas – fundamento de uma
UNICESUMAR
escola que preza pela diversidade, pela pluralidade cultural e pela multiplici-
dade ideológica.
“
em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando
estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de
competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vin-
culados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento
do ensino (BRASIL, 1996, on-line).
34
pré-escola, que todas de 6 a 10 anos estejam no ensino fundamental I e que todas
UNICESUMAR
de 11 a 14 anos estejam no fundamental II. Lembrando que a obrigatoriedade ao
ensino se inicia a partir da pré-escola para as crianças com 4 anos.
Os artigos 12 e 13 é relacionado ao que cabe às escolas e aos docentes, por-
tanto, de acordo com Art. 12, as escolas devem:
“
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
35
rado, organizado e democrático, onde o conhecimento não seja pautado somente
UNIDADE 1
“
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabeleci-
mento de ensino;
36
Nos Arts. 16, 17 e 18 são vistos como compreendem cada um dos sistemas de
UNICESUMAR
ensino. O sistema Federal é composto por instituições mantidas pela União, por
instituições de educação superior mantidas pela iniciativa privada e por órgãos
federais de educação. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal, por
instituições de ensino mantidas por eles, por instituições de educação superior
mantidas pelo Poder Público municipal, por instituições de ensino fundamen-
tal e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos de educação
estaduais. Os sistemas Municipais por instituições de educação infantil, ensino
fundamental e médio mantidas pelos Municípios, as instituições de educação
infantil da iniciativa privada e os órgãos municipais de educação.
Os Arts. 19 estabelece as categorias das instituições das escolas. Categoriza
em públicas, aquelas “[...] criadas ou incorporadas, mantidas e administradas
pelo Poder Público” (BRASIL, 1996, on-line); privadas, aquelas “[...] mantidas e
administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado” (BRASIL, 1996,
on-line); e comunitárias na forma da lei. O Art. 20 foi inteiro revogado pela Lei
nº 13.868 de 2019.
Como pudemos verificar, a Lei nº 4.024/61 tinha 120 artigos, a Lei 5.692/71
tinha 88 artigos e a Lei 9.394/96, que é a que está em vigor, tem 92 artigos. Em
seus nove títulos e cinco capítulos, a lei trata especificamente da finalidade da
educação e também a quem ela compete, ainda, quais os princípios que con-
duzirão a educação brasileira, sua organização, níveis e modalidades, além de
deixar claro quem são os profissionais da educação, e quais são os recursos que
financiarão o ensino.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final deste tópico e, com isso, passamos a
compreender melhor como a Lei de Diretrizes e Base da Educação foi sendo
sistematizada ao longo de suas três versões. Agora, compreenderemos como o
Plano Nacional de Educação se encontra, estando próximo do final de sua vi-
gência, em 2024.
37
4 AS PROPOSTAS E OS AVANÇOS
UNIDADE 1
EDUCACIONAIS DO
Plano Nacional de Educação
META 7 METAS 8, 9, 10
META 1
QUALIDADE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS
EDUCAÇÃO INFANTIL EDUCAÇÃO E ADULTOS
META 2 META 11
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO TÉCNICO
METAS 17, 18
META 5 VALORIZAÇÃO DOS
ALFABETIZAÇÃO PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
META 6 META 20
METAS 19
FINANCIAMENTO DA
EDUCAÇÃO INTEGRAL EDUCAÇÃO.
GESTÃO ESCOLAR
UNICESUMAR
“
[...] universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para
crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infan-
til em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de
até 3 anos até o final da vigência deste PNE (BRASIL, 2014, on-line).
A primeira parte dessa Meta está quase cumprida, pois em 2018, 93,8% das crian-
ças de 4 a 5 anos estavam na escola, porém a matrícula das crianças a partir dos 4
anos é obrigatória desde 2013, auxiliando no cumprimento dessa meta dentro do
prazo preestabelecido. A segunda parte da Meta é mais complicada, pois somente
35,6% das crianças dessa faixa etária eram atendidas em Creches em 2018. Um
dos desafios para se fazer cumprir esta meta é o fato da não obrigatoriedade da
matrícula para essa idade.
Essa Meta, que parecia ser um desafio, mostra que 91,5% dos jovens de 15 a 17 anos
estavam na escola em 2018. Ela ainda mostra que 68,7% dos jovens de 15 a 17 anos
cursavam essa etapa da educação básica em 2018. A grande preocupação com o cum-
primento desta meta está relacionada à evasão escolar dos jovens nessa faixa etária.
39
■ A Meta 4 – Educação Especial/Inclusiva:
UNIDADE 1
“
[...] universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiên-
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educa-
cional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino,
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos
ou conveniados (BRASIL, 2014, on-line).
Essa Meta é um desafio, pois a Inclusão suscita muitos debates em relação à efe-
tivação das políticas públicas inclusivas, à formação de professores, aos percen-
tuais mínimos de recursos e de investimento, além da estrutura para atender o
estudante do público-alvo da educação especial.
Esta meta pode ser considerada uma das mais difíceis a serem concretizadas,
pois, em 2016, 45,3% das crianças do 3º ano do Ensino Fundamental tinham
aprendizagem adequada em leitura, 66,1% em escrita e 45,5% em matemática.
Além disso, em 2017, a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Fundamen-
tal estabeleceu que as crianças sejam alfabetizadas até o 2º ano, um ano antes ao
estabelecido pelo PNE, dificultando ainda mais o cumprimento da meta.
Os dados do Observatório do PNE ([2020], on-line)2 mostram que 42% das es-
colas públicas ofertavam a Educação em tempo integral no ano de 2014 e que em
2017, as matrículas na Educação em tempo integral eram de 15,3%. A primeira
parte desta meta está próxima de ser alcançada, porém ainda falta um percentual
significativo para que a segunda parte seja alcançada.
40
■ A Meta 7 - Aprendizado adequado na idade certa: “fomentar a qualida-
UNICESUMAR
de da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria
do fluxo escolar e da aprendizagem” (BRASIL, 2014, on-line). Para isso,
estabelece as notas a serem alcançadas até 2021 em cada uma das etapas
da Educação Básica:
“
[...] elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29
(vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos
de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações
do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte
e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre
negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE (BRASIL, 2014, on-line).
41
8,3 anos; para quem residia no Nordeste era de 9,3 anos; e para quem fazia parte
UNIDADE 1
dos 25% mais pobres era de 8,5 anos. Para o segundo objetivo da meta, a escola-
ridade média da população negra no ano de 2015 era de 9,5 anos, sendo a mesma
quantidade dos pardos, porém, os brancos estudam cerca de 10,8 anos (OBSER-
VATÓRIO DO PNE, 2020, on-line)2, ficando aquém do percentual proposto.
O primeiro objetivo dessa meta não foi cumprido, pois 92% da população foi alfa-
betizada em 2015. Em relação ao segundo objetivo dessa meta, 29% dos brasileiros
maiores de 15 anos eram considerados analfabetos funcionais no ano de 2018,
percentual considerável, já que o objetivo é erradicar o analfabetismo até 2024.
O percentual no ano de 2017 estava bastante aquém do proposto por esta meta,
pois apenas 0,5% dos alunos de EJA do Ensino Fundamental cursavam Educação
Profissional de forma integrada e apenas 3% cursavam a EJA do Ensino Médio.
O objetivo dessa meta ainda está longe de ser cumprido, visto que no ano de 2017,
o Brasil teve somente 1,8 milhões de matrículas. O segundo objetivo superou as
expectativas no ano de 2017, com 82,2% das novas matrículas dessa modalidade
no segmento público.
42
■ A Meta 12 – Educação Superior:
UNICESUMAR
“
[...] elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%
e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada
a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas
matrículas, no segmento público (BRASIL, 2014, on-line).
“
elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de
mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no con-
junto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no
mínimo, 35% doutores (BRASIL, 2014, on-line).
O primeiro objetivo dessa meta já foi cumprido no ano de 2016, com 78,2%
de docentes com essa formação acadêmica. O segundo objetivo também já foi
cumprido, com 39% de docentes com essa formação acadêmica no ano de 2016.
43
no ano de 2020. O segundo objetivo da meta mostra que no ano de 2016, o Brasil
UNIDADE 1
formou 20.603 novos doutores, porém acredita-se que esse objetivo também seja
cumprido no ano de 2020.
“
[...] garantir, em regime de colaboração entre União, os Estados, o
Distrito federal e os Municípios, no prazo de 1 ano de vigência deste
PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação
de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e
as professoras da educação básica possuam formação específica de
nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conheci-
mento em que atuam (BRASIL, 2014, on-line).
O objetivo dessa meta ainda está longe de ser cumprido, pois no ano de 2017,
apenas 47,3% dos professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental possuíam
formação superior na área em que trabalham, e de 55,6% do Ensino Médio, pre-
cisando estabelecer novas estratégias para que esta meta seja totalmente efetivada
no fim de sua vigência.
“
[...] formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da
educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garan-
tir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação
continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades,
demandas e contextualizações dos sistemas de ensino (BRASIL,
2014, on-line).
44
■ A Meta 17 – Valorização do Professor:
UNICESUMAR
“
[...] valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas
da educação básica, a fim de equiparar seu rendimento médio ao
dos(as) demais profissionais com escolaridades equivalentes até o
final do sexto ano de vigência deste PNE (BRASIL, 2014, on-line).
Essa Meta tem sido um grande desafio, pois em 2015, os professores ganhavam
52,5% do salário médio de outros profissionais com a mesma escolaridade e
ainda hoje os profissionais da educação não são valorizados e grande parte
desses profissionais apresentam um salário aquém do estipulado como base
para a categoria.
“
[...] assegurar, no prazo de 2 anos, a existência de planos de Carreira
para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de
todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos (as)
profissionais da educação básica pública, tomar como referência o
piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos ter-
mos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal (BRASIL,
2014, on-line).
Outro desafio é o cumprimento desta meta, pois o Brasil ainda não possui um
plano de carreira nacional para os docentes, somente iniciativas estaduais, invia-
bilizando o trabalho desse profissional tão importante para um país.
“
[...] assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efeti-
vação da gestão democrática da educação, associada a critérios
técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comu-
nidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recur-
sos e apoio técnico da União para tanto (BRASIL, 2014, on-line).
45
Infelizmente não há um indicador que permita acompanhar o cumprimento
UNIDADE 1
desta meta. A gestão democrática é fundamental para que a educação possa ser
realizada de maneira que possibilite a participação, transparência e a democracia.
“
[...] ampliar o investimento público em educação pública de forma a
atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto - PIB
do País no 5º ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente
a 10% do PIB ao final do decênio (BRASIL, 2014, on-line).
pensando juntos
O Plano Nacional de Educação tem vigência até 2024 e há algumas metas que ainda preci-
sam ser cumpridas, por isso, após analisar cada uma delas, verifique se o seu Estado tem
cumprimento às metas do PNE.
Fonte: a autora.
Caro(a) aluno(a), a partir do que foi estudado até o momento, tivemos clareza dos
objetivos e metas do PNE de 2014, para refletir acerca da estrutura e do funcio-
namento da educação básica, pois esse documento tem pautado muitas das ações
governamentais na educação, com o objetivo da melhoria da educação brasileira.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você conheceu alguns aspectos importantes da
história da educação brasileira, os caminhos políticos e econômicos que a Cons-
tituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional seguiram,
além de compreender o Plano Nacional de Educação, que apresenta como grande
desafio cumprir as metas preestabelecidas até o final de sua vigência.
Durante nossos estudos, pudemos compreender que a educação foi se mol-
dando no sentido de preparar os cidadãos brasileiros para o mercado de trabalho,
porém a educação só foi compreendida como pública e de direito com o advento
da República, quando o governo se responsabilizou por sua estrutura e organização.
Para você, futuro profissional que tem como objetivo, nesse segmento, com-
preender o que a Constituição, a LDB e o PNE trazem de orientações a respeito
da educação é fundamental, pois, por meio deles, você terá subsídios para inter-
vir de maneira mais eficiente no melhoramento das condições do ensino. Além
disso, compreender a organização e o funcionamento da Educação Básica não é
somente uma necessidade acadêmica, mas também um dever enquanto profis-
sional da educação.
No entanto, é importante destacar que apesar do que a disciplina apresenta,
é necessário que você, como futuro profissional da educação, construa seus co-
nhecimentos, articulando várias fontes de estudo e de pesquisa para que possa
delinear os caminhos que serão percorridos enquanto professor.
Além disso, conhecer e entender como a educação foi sendo estruturada a
partir de sua história, permitirá a você perceber os esforços para consolidar a
educação do nosso país em cada um dos períodos já vividos e historicizados.
Para nós, educadores, é fundamental refletir historicamente para que possamos,
juntos, lutar para que a educação continue sendo democrática, laica e gratuita.
47
na prática
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
48
na prática
3. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96, em seu artigo 3º,
discorre sobre os princípios a serem seguidos pelas instituições educacionais em
nosso país. Refletindo sobre quais são os princípios da educação descritos na LDBEN
9.394/96, avalie as afirmações.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 foi sancionado sob a Lei nº 13.005,
de 25 de junho de 2014. A respeito das metas do PNE 2014-2024, leia as afirmativas
a seguir e considere (V) para verdadeiro e (F) para falso.
49
na prática
a) V, V, V, F, F.
b) V, F, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) F, F, V, F, V.
e) F, V, F, V, F.
I - Financiamento da Educação.
II - Pós-graduação.
III - Valorização da experiência extraescolar.
IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
50
aprimore-se
[...] “Em primeiro lugar, o direito à Educação é tomado como um direito de todos”,
resume o professor Carlos Roberto Jamil Cury, da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais (PUC-MG). Ele explica que nas Constituições anteriores à ditadu-
ra, havia a defesa do direito de todos à escolaridade, mas a gratuidade era restri-
ta àqueles que comprovassem carência de recursos. “Agora, esse ‘todos’’ tem uma
abrangência universal”. O professor também comemora a participação popular na
construção do texto. “Diferentemente de todas as outras Constituições, desta vez
houve uma intensa participação de associações científicas, corporativas, profissio-
nais, especialistas e grupos de pesquisa”.
“O capítulo da Educação tem como principal conceito o de que era dever do Es-
tado oferecer o direito à Educação. A lógica da Constituinte era a seguinte: mesmo
que seja permitido que se tenha uma escola privada, todos têm direito a uma escola
pública”, explica Luiz Araújo.
Além da Educação como direito, o próprio conceito de escolarização obrigatória
foi ampliado. A Educação Infantil deixa de oscilar entre Assistência Social e Educa-
ção; e, na outra ponta, o Ensino Médio se torna “progressivamente obrigatório” para
jovens de 15 a 17 anos. As três etapas são estruturadas pela Constituição, mas só
passam a ser chamadas de Educação Básica, como conhecemos hoje, com a Lei de
Diretrizes e Bases de 1996. “Entre 1988 e 2009, há uma tomada de consciência sobre
o valor do Ensino Médio, e a palavra ‘progressivamente’ só vai ser retirada do texto
em 2009, com a emenda nº 59”, diz Jamil Cury.
O dever do Estado se tornou mais claro, explícito e abrangente: há um compro-
misso em oferecer a vaga para a Educação obrigatória (atualmente, considerando
da Educação Infantil ao Ensino Médio). “Esse foi um grande avanço, porque embora
isso pudesse estar pressuposto nas Constituições de 1934 e 1946, o texto de 1988
51
aprimore-se
explicitou para o cidadão que ele tem uma ferramenta jurídica na mão para exigir o
cumprimento deste dever”, explica o professor Jamil Cury.
Um dos efeitos dessa expansão é o início da localização dos estudantes que
deveriam estar nas escolas, mas até então eram invisíveis. “As pessoas com defi-
ciência se sentem mais seguras para buscar a escola comum, e há também uma
maior preocupação com o recenseamento, com uma dimensão de obrigação do
Estado de ir atrás daqueles alunos que estão na idade de escolaridade obrigató-
ria”, explica Jamil Cury.
Ter a Educação como um direito dos cidadãos brasileiros altera a lógica inclusive
em sala de aula. A partir de 1988, a escola passa a ter mais responsabilidade pela
garantia do aprendizado (se os estudantes têm o direito de aprender, as escolas e
os professores têm o dever de ensinar). Não por coincidência, nos anos seguintes,
modelos de estrutura que enxergavam a aprendizagem como um processo contí-
nuo que não deveria ser interrompido por constantes reprovações começaram a se
difundir nas redes públicas brasileiras [...].
52
eu recomendo!
livro
conecte-se
53
2
A ESTRUTURA E A
ORGANIZAÇÃO
das etapas da educação básica
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O Sistema de Ensino brasileiro:
Estrutura e Organização • Educação Básica: Níveis e Modalidades • As Etapas da Educação Básica
Brasileira.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer o Sistema de Ensino Brasileiro: Estrutura e Organização • Compreender a Educação Básica:
Níveis e Modalidades • Entender as Etapas da Educação Básica Brasileira.
INTRODUÇÃO
ENSINO BRASILEIRO:
estrutura e organização
56
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
UNICESUMAR
Territórios financiará as instituições de ensino públicas fe-
derais e exercerá, em matéria educacional, função redis-
tributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de
União
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade
do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996).
57
I - as instituições de ensino mantidas, respec-
UNIDADE 2
58
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração
UNICESUMAR
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento
de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à
escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributi-
va e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio,
que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de
União
modo a assegurar formação básica comum;
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimen-
tos para identificação, cadastramento e atendimento, na
educação básica e na educação superior, de alunos com
altas habilidades ou superdotação (Incluído pela Lei nº
13.234, de 2015);
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a edu-
cação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimen-
to escolar no ensino fundamental, médio e superior, em
colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a defi-
nição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
59
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
UNIDADE 2
60
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
UNICESUMAR
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políti-
cas e planos educacionais da União e dos Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de
ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimen-
tos do seu sistema de ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e,
com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação
Municípios
em outros níveis de ensino somente quando estiverem
atendidas plenamente as necessidades de sua área de
competência e com recursos acima dos percentuais míni-
mos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e
desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede muni-
cipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003);
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se
integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele
um sistema único de educação básica.
61
2
EDUCAÇÃO BÁSICA:
UNIDADE 2
NÍVEIS E
modalidades
62
“
[...] séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de
UNICESUMAR
períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na
competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organi-
zação, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim
o recomendar (BRASIL, 1996, on-line).
“
[...] na organização da Educação Básica, devem-se observar as Dire-
trizes Curriculares Nacionais comuns a todas as suas etapas, moda-
lidades e orientações temáticas, respeitadas as suas especificidades e
as dos sujeitos a que se destinam (BRASIL, 2010, p. 7).
“
[...] desenvolver as dez competências gerais da Educação Básica, que
pretendem assegurar, como resultado do seu processo de apren-
dizagem e desenvolvimento, uma formação humana integral que
vise à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
“
I - a dimensão orgânica é atendida quando são observadas as especi-
ficidades e as diferenças de cada sistema educativo, sem perder o que
lhes é comum: as semelhanças e as identidades que lhe são inerentes;
63
II - a dimensão sequencial compreende os processos educativos que
UNIDADE 2
pensando juntos
Você já observou como a Educação Básica se organiza em seu Município? Quais etapas da
Educação Básica as escolas de seu município estão atendendo? Você acredita que a região
em que você reside cumpre a legislação no que refere à Educação Básica?
Fonte: a autora.
“
[...] cada etapa é delimitada por sua finalidade, seus princípios, ob-
jetivos e diretrizes educacionais, fundamentando-se na inseparabi-
lidade dos conceitos referenciais: cuidar e educar, pois esta é uma
concepção norteadora do projeto político-pedagógico elaborado
e executado pela comunidade educacional (BRASIL, 2010, p. 7).
64
UNICESUMAR
CRECHE 3 ANOS
EDUCAÇÃO
INFANTIL
PRÉ ESCOLA 2 ANOS
4 ANOS FINAIS
DURAÇÃO
ENSINO MÉDIO MÍNIMA
DE 3 ANOS
O Ensino Superior não será contemplado nos estudos da disciplina, pois a for-
mação inicial do curso de Pedagogia não propicia a atuação no Ensino Superior.
A LDBEN 9.394/96 ressalta, em seu inciso 1º do artigo 24 (Redação dada pela
Lei nº 13.415/17 (BRASIL, 2017)), que a educação básica, nos níveis fundamental
e médio, deverá ser organizada a partir das seguintes regras comuns:
“
[...] a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para
o ensino fundamental e para o ensino médio, distribuídas por
um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído
o tempo reservado aos exames finais, quando houver (BRASIL,
1996, on-line).
“
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direi-
tos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem
democrática;
65
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada
UNIDADE 2
estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas despor-
tivas não-formais (BRASIL, 1996, on-line).
“
[...] a cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou
mais das modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos,
Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educa-
ção do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação a Distância
(BRASIL, 2010, on-line).
66
3
AS ETAPAS DA
UNICESUMAR
EDUCAÇÃO BÁSICA
brasileira
As três grandes etapas da educação básica brasileira são formadas pela educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio. A Lei nº 12.796/13, que altera a Lei
nº 9.394/96, estabelece em seu art. 4º, inciso I a educação básica obrigatória e
gratuita dos 4 aos 17 anos de idade.
Ainda, a mesma lei determina, em seu art. 6º, que “é dever dos pais ou res-
ponsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4
(quatro) anos de idade” (BRASIL, 2013, on-line) e que a educação infantil é a
“primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológi-
co, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”
(BRASIL, 2013, on-line).
Desse modo, trataremos a seguir de cada uma dessas etapas a partir de suas
especificidades, levando em consideração a sua organização a partir das políticas
públicas educacionais que foram sendo moldadas e reestruturadas ao longo da
história da educação do país.
67
UNIDADE 2
Educação Infantil
“
[...] as creches foram criadas para, em sua maioria, atender crianças
de 0 a 6 anos em período integral, vinculando-se aos sistemas de
bem-estar social e respectivas políticas assistencialistas e compensa-
tórias. As pré-escolas, também, em sua maioria, foram criadas den-
tro do sistema educacional para crianças de 4 a 6 anos, para processo
de escolarização formal. Assim aconteceu no final do século XIX
com a criação dos jardins de infância nos moldes froebelianos e,
mais tarde, na década de 20, com as escolas maternais.
68
Froebel, em meados de 1840, tinha a preocupação educativa focada no desen-
UNICESUMAR
volvimento cognitivo a partir da criação de métodos de trabalho pedagógicos.
Apesar da preocupação apontada a respeito da educação infantil no país, no
início do século XX, ela só começou a tomar forma durante as décadas de 60 e
70, a partir dos movimentos nacionais e internacionais, que vislumbravam um
novo modelo para o atendimento à infância.
Com a Declaração Universal dos Direitos da Criança e do Adolescente, de
1959, instituída no país por meio do art. 227 da Constituição Federal de 1988 e
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - (Lei 8.069/90), preconizou que
o atendimento à criança foi motivado pela compreensão de que o atendimento
em creches e pré-escolas é um direito social das crianças.
A própria Constituição de 1988 reconhece, em seu art. 208, inciso IV, que
o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de “aten-
dimento em creche e pré-escola às crianças de 0 (zero) a 6 (seis) anos de idade”
(BRASIL, 1988, on-line). Esse inciso foi alterado pela redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006, que propõe: “educação infantil, em creche e pré-es-
cola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade” (BRASIL, 2006, on-line).
No entanto, é importante ressaltar que apesar da Constituição de 1988 definir
o atendimento em creches e pré-escolas, não deixa claro se o atendimento teria
cunho assistencialista ou preparatório, para que a criança pudesse ter subsídios
para seguir as etapas posteriores de escolarização.
Quase uma década depois, com a promulgação da Lei nº 9.394/96 – LDBEN,
a Educação Infantil passa a integrar a Educação Básica, juntamente com o En-
sino Fundamental e o Ensino Médio, com uma modificação introduzida no art.
32 desta Lei nº 9.394/96 pela Lei nº 11.274/06 que altera a obrigatoriedade do
ensino fundamental de oito para nove anos. A Lei nº 12.796/13 também altera
a redação do art. 29 da Lei nº 9.394/96, estabelecendo que a educação infantil é
para crianças de até 5 anos.
A Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curri-
culares Nacionais para a Educação Infantil, estabeleceu em seu art. 5º, parágrafo
2º, a obrigatoriedade da matrícula na Educação Infantil para “crianças que com-
pletam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula”
(BRASIL, 2009, on-line). Também fixou em seu parágrafo 3º que “as crianças que
completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação
Infantil” (BRASIL, 2009, on-line).
69
Além disso, a matrícula na Educação Infantil, considerada a primeira etapa da
UNIDADE 2
SISTEMA ADMINISTRATIVO
REDE MUNICIPAL
“
[...] reconhecendo as especificidades dos diferentes grupos etários
que constituem a etapa da Educação Infantil, os objetivos de apren-
dizagem e desenvolvimento estão sequencialmente organizados em
três grupos de faixas etárias, que correspondem, aproximadamente,
70
às possibilidades de aprendizagem e às características do desen-
UNICESUMAR
volvimento das crianças [...]. Todavia, esses grupos não podem
ser considerados de forma rígida, já que há diferenças de ritmo na
aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que precisam ser
consideradas na prática pedagógica (BRASIL, 2017, p. 44).
A divisão da faixa etária proposta pela BNCC (BRASIL, 2017) reconhece três
grupos etários cujos objetivos de aprendizagem e de desenvolvimento estão se-
quencialmente organizados para corresponder às possibilidades de aprendiza-
gem e às características do desenvolvimento das crianças, porém também deixa
claro que esses grupos não devem ser rígidos, pois existem diferenças de ritmo
na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que devem ser consideradas
no processo pedagógico.
É importante destacar que além da organização da Educação Infantil em
creche e pré-escola e da subdivisão por faixa etária, é preciso seguir a legislação
quanto à organização de sua oferta e estrutura curricular. Em relação à organi-
zação de sua oferta, deve ser feita de acordo com o Art. 31, da Lei nº 12.796/13,
que apresenta as seguintes regras comuns:
“
I- avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvi-
mento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o
acesso ao ensino fundamental;
II- carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuí-
da por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
71
III- atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias
UNIDADE 2
“
[...] a organização por idades — crianças de zero a três anos e crian-
ças de quatro a seis anos — e se concretiza em dois âmbitos de expe-
riências — Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo
—, que são constituídos pelos seguintes eixos de trabalho: Identida-
de e autonomia, Movimento, Artes visuais, Música, Linguagem oral
e escrita, Natureza e sociedade, e Matemática (BRASIL, 1998, p. 43).
72
UNICESUMAR
Objetivos Gerais
Linguagem
Movimento Oral e Escrita
Ideias e Práticas
Correntes
Objetivos Objetivos
Conteúdos Conteúdos
Orientações Didáticas
Figura 4 - Educação infantil no RCNEI (1998) / Fonte: adaptada de Brasil (1998) e Brasil (2017)
73
ESTRUTURA
UNIDADE 2
EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS GERAIS
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Campos de
Considerando os direitos de
experiências
aprendizagem e desenvolvimento,
a BNCC estabelece cinco campos
de experiências, nos quais as crianças
podem aprender e se desenvolver.
25
Figura 5 - Educação Infantil na BNCC (2017) / Fonte: Brasil (2017, p. 27)
74
Em relação à avaliação, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
UNICESUMAR
Infantil – DCNEI (2010), considerado um documento importante para a siste-
matização das ações a serem delineadas nesta etapa da educação básica, proposta
inicialmente pela Resolução CNE/CEB nº 1, de 7 de abril de 1999, propõe em seu
art. 3º, inciso V, que as propostas pedagógicas para a Educação Infantil devem
organizar: “[...] suas estratégias de avaliação, através do acompanhamento e dos
registros de etapas alcançadas nos cuidados e na educação para crianças de 0 a 6
anos, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental
(BRASIL, 1999, on-line).
Ainda, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010)
ressaltam que “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da
Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brinca-
deira” (BRASIL, 2010, on-line) “experiências nas quais as crianças podem cons-
truir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com
seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e
socialização” (BRASIL, 2017, on-line).
Levando em consideração os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e
propostas pelas DCNEI (BRASIL, 2010) e as competências gerais da Educação
Básica propostas pela BNCC, à Educação Infantil é assegurada seis direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, pois são condições em que as crianças possam
aprender, a partir de situações que consigam desempenhar um papel ativo “em
ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a
resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo
social e natural” (BRASIL, 2017, p. 40).
Considerando os eixos estruturantes - as interações e a brincadeira, as crian-
ças da Educação Infantil têm assegurado 6 direitos de aprendizagem e desenvol-
vimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, que são
organizados de acordo com a proposta curricular da Educação Infantil na BNCC
em cinco campos de experiências, sendo eles:
“
1) O eu, o outro e o nós;
2) Corpo, gestos e movimentos;
3) Traços, sons, cores e formas;
4) Escuta, fala, pensamento e imaginação;
5) Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações (BRA-
SIL, 2017, p. 42).
75
Ressaltando, a BNCC (BRASIL, 2017 p. 42) deixa claro que os campos de expe-
UNIDADE 2
riências constituem:
“
[...] um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências
concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçan-
do-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.
A definição e a denominação dos campos de experiências também
se baseiam no que dispõem as DCNEI em relação aos saberes e
conhecimentos fundamentais a ser propiciados às crianças e asso-
ciados às suas experiências.
A BNCC (BRASIL, 2017) da Educação Infantil tem como foco o trabalho com
os eixos estruturantes, os direitos de aprendizagem e os campos de experiência.
Esses pontos já existiam em outros documentos que subsidiam a Educação In-
fantil brasileira, porém a Base possibilitou um enfoque muito mais específico na
prática pedagógica e na rotina escolar.
Ainda, é importante ressaltar que a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL,
2017) não invalida os documentos e as leis vigentes até a sua aprovação, por isso, as
Diretrizes Educacionais que foram utilizadas para organizar a educação, anterior
a Base continuam tendo validade. Desse modo, a BNCC (BRASIL, 2017) é um
documento que propõe um conjunto de orientações para elaborar os currículos.
Outro documento importante e que faz referência à Educação Infantil é a
Lei nº 10.172/2001 que aprovou o Plano Nacional de Educação - PNE, que esta-
beleceu metas decenais até o final de sua vigência em 2010, determinando que
a oferta da Educação Infantil alcançasse 50% das crianças de zero a três anos e
80% das de quatro e cinco anos.
Em relação ao primeiro objetivo, Vieira (2010, p. 818) demonstra que:
“
Em 2001, apenas 10,6% das crianças de 0 a 3 anos frequentavam
creches. No período 2001-2008, o atendimento de crianças em cre-
che cresceu apenas 8,7 pontos percentuais, alcançando 18,1%, ritmo
insuficiente e ainda muito distante para o alcance da meta constante
no PNE (2001), de terem matriculadas 50% das crianças de 0 a 3
anos, em 2010.
76
O mesmo autor ainda sugere que inúmeros fatores inviabilizam o não cumpri-
UNICESUMAR
mento deste objetivo, como: a renda per capita familiar; questões relacionadas à
cor; as baixas taxas de atendimento das crianças da área rural; estrutura familiar,
com mães sem cônjuge, entre outros (VIEIRA, 2010).
Em relação ao segundo objetivo, Vieira (2010, p. 819) relata que “a propor-
ção de crianças, na faixa etária de 4 a 6 anos, que frequentava escola em 2008
alcançou a média nacional de 80%, índice que responde com anterioridade à
meta prevista para 2010”.
Com a reestruturação e aprovação do novo Plano Nacional de Educação pela
Lei nº 13.005/2014, ficou definido:
“
[...] universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as
crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infan-
til em Creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de
até 3 anos até o final da vigência deste PNE (BRASIL, 2014, on-line).
conecte-se
77
“
[...] não ser uma etapa obrigatória, somando-se ao desafio de levan-
UNIDADE 2
tar dados mais precisos, como a demanda real, para que o País possa
planejar detalhadamente a expansão do atendimento. Além disso,
o Brasil precisa enfrentar as desigualdades, sejam elas regionais, de
renda e de raça/cor (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
Ensino Fundamental
explorando Ideias
UNICESUMAR
em um curso denominado 1º grau, com obrigatoriedade de oito anos.
A Lei nº 10.172/2001 determinou o Plano Nacional de Educação, estabele-
cendo como primeira e segunda metas a universalização do Ensino Fundamental
no prazo de cinco anos, garantindo o acesso e a permanência de todas as crianças
na escola, e sua ampliação para nove anos de duração para o ensino fundamental
obrigatório, com início aos seis anos de idade.
No entanto, de acordo com Moço (2010, on-line):
“
[...] em 2008, 2,4% dos brasileiros de 7 a 14 anos ainda estavam fora
da escola, uma queda de 1,1% em relação aos dados de 2001. Apesar
do avanço e do percentual baixo, os números absolutos ainda as-
sustavam: são 680 mil crianças sem estudar – 450 mil delas negras
e pardas, a maioria vivendo nas regiões Norte e Nordeste.
ENSINO
FUNDAMENTAL
Duração Duração
5 ANOS 4 ANOS
Sistema Administrativo
Rede Municipal e
Estadual
80
“
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para
UNICESUMAR
o ensino fundamental e para o ensino médio, distribuídas por um
mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o
tempo reservado aos exames finais, quando houver; (Redação dada
pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira
do ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento,
a série ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência
do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada,
conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por
série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão par-
cial, desde que preservada a sequência do currículo, observadas as
normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de sé-
ries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria,
para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes
curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes
critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso
escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verifi-
cação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência parale-
los ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a se-
rem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
81
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o
UNIDADE 2
“
[...] estão organizados em quatro ciclos, sendo que cada um cor-
responde a duas séries do ensino fundamental. Esse agrupamento
tem como finalidade evitar a excessiva fragmentação de objetivos e
conteúdos e tornar possível uma abordagem menos parcelada dos
conhecimentos, que permita as aproximações sucessivas necessárias
para que os alunos se apropriem deles (BRASIL, 1997, p. 52).
“
Nessa perspectiva, as problemáticas sociais em relação à ética, saúde,
meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual e trabalho e
consumo são integradas na proposta educacional dos Parâmetros
Curriculares Nacionais como Temas Transversais. Não se consti-
tuem em novas áreas, mas num conjunto de temas que aparecem
transversalizados, permeando a concepção das diferentes áreas, seus
objetivos, conteúdos e orientações didáticas (BRASIL, 1997, p. 65).
82
Desse modo, veremos, a seguir, a estrutura do Ensino Fundamental de oito anos
UNICESUMAR
de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997.
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
1° PARTE
Especificação
por ciclos
Critérios de Avaliação
Orientações Didáticas
83
da Educação e Câmara Nacional de Educação Básica apontaram os componentes
UNIDADE 2
• a organização curricular;
• ampliação e diversificação dos tempos e espaços curriculares;
• escolha da abordagem didático-pedagógica disciplinar;
• pluridisciplinar;
• interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola;
• compreensão e organização de matriz;
• eixo temático;
• entendimento de que eixos temáticos são uma forma de organizar o
trabalho pedagógico;
• estímulo à criação de métodos didático-pedagógicos utilizando-se recur-
sos - tecnológicos de informação e comunicação;
• constituição de rede de aprendizagem e;
• adoção de rede de aprendizagem abordando a transversalidade.
“
[...] constitui-se de conhecimentos, saberes e valores produzidos
culturalmente, expressos nas políticas públicas e gerados nas ins-
tituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico;
no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas
atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas for-
mas diversas de exercício da cidadania; e nos movimentos sociais
(BRASIL, 2010, p. 5).
84
“
a) a Língua Portuguesa;
UNICESUMAR
b) a Matemática;
c) o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e
política, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da História
e das Culturas Afro-Brasileira e Indígena;
d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo-se a
música;
e) a Educação Física;
f) o Ensino Religioso (BRASIL, 2010, on-line).
“
[...] pelos sistemas educativos, em forma de áreas de conhecimen-
to, disciplinas, eixos temáticos, preservando-se a especificidade dos
diferentes campos do conhecimento, por meio dos quais se desen-
volvem as habilidades indispensáveis ao exercício da cidadania, em
ritmo compatível com as etapas do desenvolvimento integral do
cidadão (BRASIL, 2010, p. 6).
85
No entanto, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2010)
UNIDADE 2
I - Linguagens:
a) Língua Portuguesa
b) Língua materna, para populações indígenas
c) Língua Estrangeira moderna
d) d) Arte
e) Educação Física
II - Matemática
III - Ciências da Natureza
IV - Ciências Humanas:
a) História
b) Geografia
V - Ensino Religioso
86
Na BNCC, competência é definida como a
UNICESUMAR
mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas, cogni-
Competências tivas e socioemocionais), atitudes e valores
para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e
do mundo do trabalho.
87
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
UNIDADE 2
EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS GERAIS
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
ENSINO
FUNDAMENTAL
Áreas do conhecimento
Competências
específicas de área Cada área do conhecimento estabelece
competências específicas de área, cujo
desenvolvimento deve ser promovido ao
longo dos nove anos. Essas competências
Componentes explicitam como as dez competências
curriculares gerais se expressam nessas áreas.
Competências
específicas de Nas áreas que abrigam mais de um
componente componente curricular (Linguagens e
Ciências Humanas), também são definidas
competências específicas do componente
(Língua Portuguesa, Arte, Educação Física,
Língua Inglesa, Geografia e História) a ser
desenvolvidas pelos alunos ao longo dessa
etapa de escolarização.
Anos Anos
Iniciais Finais
As competências específicas possibilitam
a articulação horizontal entre as áreas,
perpassando todos os componentes
Unidades Objetos de
Habilidades curriculares, e também a articulação
temáticas conhecimento
vertical, ou seja, a progressão entre o
Ensino Fundamental – Anos Iniciais e
o Ensino Fundamental – Anos Finais e a
continuidade das experiências dos alunos,
considerando suas especificidades.
28
Figura 8 - Área do conhecimento e Componentes Curriculares dos nove anos do Ensino Fun-
damental / Fonte: Brasil (2017, p. 30)
88
Além da organização da Educação Básica a partir da Base Nacional Comum Cur-
UNICESUMAR
ricular, é importante ressaltar que os documentos que regem a Educação brasilei-
ra são articulados, ora com estratégias e ações articuladas, ora complementares.
Outro documento importante e que faz referência ao Ensino Fundamental
é o Plano Nacional de Educação. Portanto, após a reestruturação e aprovação do
novo Plano Nacional de Educação pela Lei nº 13.005/2014 para o Ensino Fun-
damental, em que universaliza o ensino de nove anos e estabelece dois objetivos,
um relacionado à “matrícula todas as crianças e jovens de 6 a 14 anos na escola”
(OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4 e o outro propõe a garantia “até
2024, que 95% dos alunos concluam o Ensino Fundamental até os 16 anos” (OB-
SERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
conecte-se
Contudo, além de pensar a respeito das metas propostas pelo PNE (2014-2024)
e identificar se os objetivos foram alcançados ou não, é necessário pontuar que
é importante haver uma articulação de ações referente à transição da Educação
infantil para o Ensino Fundamental; deste modo, a proposta pedagógica deve pre-
ver formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desen-
volvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação
de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
Caro(a) aluno(a), as discussões envolvendo o Ensino Fundamental não se es-
gotam nessas linhas gerais, por isso é necessário que fique atento aos documentos
desta etapa da Educação Básica que são aprovados.
89
UNIDADE 2
Ensino Médio
“
[...] apesar de modernizadora, essa reforma não rompeu com a tra-
dição de uma educação voltada para as elites e setores emergentes
da classe média, pois foi concebida para conduzir seus estudantes
para o ingresso nos cursos superiores” (BRASIL, 2013, p. 153).
90
Nesse período, o ensino profissional se consolidou. No entanto, o ensino
UNICESUMAR
secundário e o ensino normal ficavam de um lado, e o ensino profissional de
outro, pois não se comunicavam e não oportunizavam a “circulação de estudos”,
ocorrendo apenas na década seguinte (UNESCO, 2008).
Após algumas leis e decretos ao longo de quase duas décadas, o momento
decisivo ocorreu com a promulgação da Lei nº 5.692/1971, que fixou as diretrizes
e bases para o chamado ensino de primeiro e de segundo graus. Ainda, de acordo
com a UNESCO (2009, p. 19):
“
[...] esta lei tornou obrigatória a profissionalização para o segundo
grau (atual ensino médio), supostamente para eliminar o dualismo
existente entre uma formação acadêmica – clássica e científica, des-
tinada à preparação para estudos superiores – e outra, profissional –
industrial, comercial e agrícola, destinada ao exercício de profissões
–, além da normal, destinada à preparação de professores para as
quatro séries iniciais do primeiro grau (antigo ensino primário),
então em franco processo de universalização. Passada uma década,
foi editada a Lei nº 7.044/82, tornando facultativa a profissionali-
zação no 2º grau.
“
[...] a educação básica deve ser obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria
e ainda, em seu inciso II também determina a progressiva universa-
lização do ensino médio gratuito. (BRASIL, 1988, on-line).
91
UNIDADE 2
ENSINO MÉDIO
FAIXA ETÁRIA
15 AOS 17 ANOS
DURAÇÃO
3 ANOS
SISTEMA ADMINISTRATIVO
REDE ESTADUAL
“
[...] as ações administrativas e pedagógicas dos sistemas de ensino e
das escolas devem ser coerentes com princípios estéticos, políticos e
éticos, abrangendo a estética da sensibilidade, a política da igualdade
e a ética da identidade (BRASIL, 2013, p. 154).
Além disso, tal documento ainda sugere que as propostas pedagógicas precisam
ser orientadas por competências básicas, conteúdos e formas de tratamento dos
conteúdos previstos a partir das necessidades do Ensino Médio.
92
“
Os princípios pedagógicos da identidade, diversidade e autonomia,
UNICESUMAR
da interdisciplinaridade e da contextualização são adotados como es-
truturadores dos currículos. A Base Nacional Comum organiza-se, a
partir de então, em três áreas de conhecimento: Linguagens, Códigos
e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecno-
logias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias (BRASIL, 1998, p. 11).
“
[...] não haverá dissociação entre a formação geral e a preparação
básica para o trabalho, nem esta última se confundirá com a for-
mação profissional. § 1º A preparação básica para o trabalho deverá
estar presente tanto na base nacional comum como na parte diversi-
ficada. § 2º O ensino médio, atendida a formação geral, incluindo a
preparação básica para o trabalho, poderá preparar para o exercício
de profissões técnicas, por articulação com a educação profissional,
mantida a independência entre os cursos (BRASIL, 1998, on-line).
93
Além disso, ao atender a formação geral, o educando do Ensino Médio poderá se
UNIDADE 2
preparar para o exercício de profissões técnicas. Por isso, de acordo com o pará-
grafo único do Art. 36 da LDBEN nº 9.394/96, a habilitação profissional poderá
ser facultativa e ser desenvolvida nos próprios estabelecimentos de Ensino Médio
ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional.
O artigo 36-B, que foi incluído pela Lei nº 11.741, de 2008, fala sobre a educação
profissional técnica de nível médio que pode ser desenvolvida nas seguintes formas:
“
I. articulada com o ensino médio;
II. subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído
o ensino médio.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio
deverá observar:
I. os objetivos e as definições contidos nas diretrizes curriculares
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação;
II. as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino;
III. as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu
projeto pedagógico (BRASIL, 1996, p. 15).
“
I. integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno
à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma insti-
tuição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno;
II. concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o
esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso,
e podendo ocorrer:
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunida-
des educacionais disponíveis;
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportu-
nidades educacionais disponíveis;
94
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de inter-
UNICESUMAR
complementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimen-
to de projeto pedagógico unificado (BRASIL, 1996, p. 15).
“
[...] mesmo que o estudante não escolha estudar em uma escola
técnica no início da etapa pode escolher compor parte ou toda a
sua carga horária destinada aos itinerários com cursos técnicos ou
FICs, a partir da disponibilidade de oferta em seu território.
O novo Plano Nacional de Educação, pela Lei nº 13.005/2014, definiu que o en-
sino médio deveria ser universalizado até 2016, atendimento escolar para toda a
população de quinze a dezessete anos e elevar, até o final do período de vigência
deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para oitenta e cinco por
cento (BRASIL, 2014).
Em relação ao primeiro objetivo que é o de “matricular todos os jovens de 15
a 17 anos na escola até 2016” (OBSERVATÓRIO DO PNE [2020], on-line)4, o
próprio Observatório do PNE ([2020], on-line)4 apresenta como resultado parcial
que 91,5% dos jovens de 15 a 17 anos estavam na escola em 2018. Um resultado
abaixo do esperado, porém o próprio Observatório relata que um dos desafios
para que se cumprisse essa meta esteve diretamente ligado à “porcentagem de
jovens dessa faixa etária na escola, que permanece quase estagnada desde 2009,
ano que a escolaridade se tornou obrigatória até os 17 anos” (OBSERVATÓRIO
DO PNE [2020], on-line)4.
Em relação ao segundo objetivo, que é o de “garantir, até 2024, que 85% dos
jovens de 15 a 17 anos estejam no Ensino Médio” (OBSERVATÓRIO DO PNE,
[2020], on-line)4, o Observatório ([2020], on-line)4 relata como resultado parcial
que “68,7% dos jovens de 15 a 17 anos cursavam essa etapa em 2018”. E que o
maior desafio é “tornar o Ensino Médio mais atrativo, com a diversificação do
currículo, implantar uma Base Nacional Comum Curricular que ajuda a induzir
uma melhor qualidade e equidade e diminuir as taxas de evasão e abandono na
etapa” (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020, on-line)4.
95
Ainda o Observatório do PNE (2017, on-line)3 retrata que o desafio da uni-
UNIDADE 2
“
[...] a recente melhora das taxas de fluxo escolar no Ensino Funda-
mental faz aumentar o número de matrículas do Ensino Médio, mas
o País ainda está longe de alcançar patamares ideais. Altas taxas de
evasão persistem no Ensino Médio. O modelo curricular ultrapas-
sado, baseado em um número excessivo de disciplinas torna a etapa
desinteressante para o jovem do século 21 (OBSERVATÓRIO DO
PNE, 2017, on-line)3.
conecte-se
Para conhecer as estratégias utilizadas para atingir os objetivos propostos para o Ensino
Fundamental, acesse o link: http://abre.ai/estratensmed
96
“
[...] o conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas escolas e
UNICESUMAR
redes de ensino que possibilitam ao estudante aprofundar seus co-
nhecimentos e se preparar para o prosseguimento de estudos ou
para o mundo do trabalho. Os itinerários podem estar organiza-
dos por área do conhecimento e formação técnica e profissional
ou mobilizar competências e habilidades de diferentes áreas ou da
formação técnica e profissional, no caso dos itinerários integrados.
Os estudantes podem cursar um ou mais itinerários formativos,
de forma concomitante ou sequencial. [...] Esses itinerários podem
mobilizar todas ou apenas algumas competências específicas da(s)
área(s) em que está organizado (BRASIL, 2020, p. 12).
97
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
UNIDADE 2
EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS GERAIS
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
ENSINO MÉDIO
Áreas do conhecimento
Na BNCC, o Ensino Médio está
organizado em quatro áreas
do conhecimento, conforme
Componentes determina a LDB.
curriculares
(1ª à 3ª série) A organização por áreas, como
bem aponta o Parecer CNE/CP
nº 11/200925, “não exclui
necessariamente as disciplinas,
Língua com suas especificidades e
Portuguesa
Linguagens e saberes próprios historicamente
suas Tecnologias construídos, mas, sim, implica
o fortalecimento das relações
entre elas e a sua contextualização
para apreensão e intervenção
na realidade, requerendo trabalho
conjugado e cooperativo dos
seus professores no planejamento
e na execução dos planos de
ensino” (BRASIL, 2009; ênfases
adicionadas).
Matemática e Matemática
Em função das determinações
suas Tecnologias da Lei nº 13.415/2017, são
detalhadas as habilidades de
Língua Portuguesa e Matemática,
considerando que esses
Ciências da
componentes curriculares devem
Natureza e
ser oferecidos nos três anos
suas Tecnologias
do Ensino Médio. Ainda assim,
para garantir aos sistemas de
ensino e às escolas a construção
Ciências Humanas de currículos e propostas
e Sociais Aplicadas pedagógicas flexíveis e adequados
à sua realidade, essas habilidades
são apresentadas sem indicação
de seriação.
25 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno. Parecer nº 11, de 30 de junho de 2009. Proposta de
experiência curricular inovadora do Ensino Médio. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de agosto de 2009, Seção 1, p. 11.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1685-pcp011-09-
pdf&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 27 fev. 2018.
Figura 10 - Organização do Ensino Médio a partir da BNCC (2018) / Fonte: Brasil (2017, p. 34).
32
É importante lembrar que as áreas de conhecimento foram inseridas nas Diretri-
zes Curriculares Nacionais de 1988, por meio do Parecer CNE/CEB nº 15/1998,
com a finalidade de “integrar dois ou mais componentes do currículo, para me-
lhor compreender e transformar uma realidade complexa” (BRASIL, 2018, p. 469).
Ainda, é necessário informar que essa organização
98
“
[...] não exclui necessariamente as disciplinas, com suas especifici-
UNICESUMAR
dades e saberes próprios historicamente construídos, mas, sim, im-
plica o fortalecimento das relações entre elas e a sua contextualiza-
ção para apreensão e intervenção na realidade, requerendo trabalho
conjugado e cooperativo dos seus professores no planejamento e na
execução dos planos de ensino (BRASIL, 2009, on-line).
A Base Nacional Comum Curricular (2018) sugere que o foco da área de Lin-
guagens e suas Tecnologias está na:
“
ampliação da autonomia, do protagonismo e da autoria nas práticas de
diferentes linguagens; na identificação e na crítica aos diferentes usos
das linguagens, explicitando seu poder no estabelecimento de relações;
na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e
culturais e no uso criativo das diversas mídias (BRASIL, 2018, p. 471).
“
[...] conceitos, procedimentos e estratégias não apenas para resolver
problemas, mas também para formulá-los, descrever dados, selecio-
nar modelos matemáticos e desenvolver o pensamento computacio-
nal, por meio da utilização de diferentes recursos da área (BRASIL,
2018, p. 470).
100
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
101
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
a) V, V, F, F.
b) F, V, F, F.
c) V, F, V, F.
d) F, F, V, V.
e) F, V, F, V.
102
na prática
4. O estudante que estiver cursando o Ensino Médio poderá se preparar para o exer-
cício de profissões técnicas, sendo, de acordo com a LDBEN 9.394/96, facultativa,
sendo desenvolvida nos próprios estabelecimentos de Ensino Médio ou em coope-
ração com instituições especializadas em educação profissional. Considerando tais
concepções postas pela Lei nº 9.394 de 1996, a educação profissional técnica de
nível médio poderá ser desenvolvida de que maneira? Analise as afirmações a seguir.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
103
aprimore-se
104
aprimore-se
105
aprimore-se
dagógica tem como finalidade propiciar à classe trabalhadora o domínio dos co-
nhecimentos clássicos a partir da dinâmica curricular pautada nos eixos trato com
o conhecimento, organização escolar e normatização; 2) explicitação das reformas
educacionais no Brasil e a questão curricular ao longo dos anos de 1990 e 2000,
buscando apontar a hegemonia dos aparelhos privados da classe empresarial nesse
processo; 3) investigar os princípios presentes na formulação da Base Nacional Co-
mum Curricular, pretendendo demonstrar o predomínio do receituário neoliberal e
pós-moderno no documento; 4) intentamos demonstrar que a hegemonia da classe
empresarial, expressada nos princípios pós-modernos e neoliberais que norteiam
o documento, é mais um episódio do esvaziamento da escola, daquilo que deveria
ser sua finalidade principal: transmitir às novas gerações os conhecimentos histori-
camente sistematizados e referenciados na prática social humana.
106
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
Os dois vídeos exibem trechos do Manifesto dos Pioneiros da Educação nova em uma
montagem de programa de rádio da época e de cinejornal. Direcionado ao Povo e ao
Governo, o Manifesto fazia um diagnóstico da educação brasileira na década de 30 e
apresenta um plano de reconstrução educacional no Brasil.
Os Pioneiros, Entusiastas da Educação Nova (1/2)
https://www.youtube.com/watch?v=f6LTmh7Vn04&t=2s
Os Pioneiros, Entusiastas da Educação Nova 2/2
https://www.youtube.com/watch?v=3R0Nud0V8IU
107
3
A ORGANIZAÇÃO DAS
MODALIDADES DE
educação e de ensino no Brasil
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A importância das Modalidades
de Educação no Brasil • Percurso Histórico das Modalidades de Ensino • Modalidades de Ensino a partir
da Legislação e suas Características.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a importância das Modalidades de Educação no Brasil • Conhecer o Percurso Histórico
das Modalidades de Ensino • Conhecer as Modalidades de Ensino a partir da legislação e suas Carac-
terísticas.
INTRODUÇÃO
MODALIDADES DE
educação no Brasil
UNICESUMAR
“
A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais
das modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos, Edu-
cação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do
Campo, Educação Escolar Indígena e Educação a Distância (BRA-
SIL, 2010, on-line).
explorando Ideias
De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, o PNE dedica especial aten-
ção às populações do campo, àqueles que vivem em áreas indígenas e aos remanescentes
de quilombos, como forma de superar os entraves que impedem a redução das desigual-
dades na Educação. Em 2018, houve um total de 5,5 milhões de matrículas no campo no
país. Esses dados mostram que 99,0% das crianças entre 6 e 14 anos e 87,4% de jovens
entre 15 e 17 anos da Zona Rural estão na escola.
Fonte: Todos Pela Educação (2019, on-line).
112
ao atendimento das populações quilombolas rurais e urbanas em suas mais inú-
UNICESUMAR
meras maneiras de produção cultural, social, política e econômica. Tem como
um de seus objetivos, segundo o Parecer CNE/CEB nº 16, de 5 de junho de 2012:
“
[...] assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que atendem
estudantes oriundos dos territórios quilombolas considerem as prá-
ticas socioculturais, políticas e econômicas das comunidades qui-
lombolas, bem como os seus processos próprios de ensino-aprendi-
zagem e as suas formas de produção e de conhecimento tecnológico
(BRASIL, 2012, on-line).
“
[...] mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e apren-
dizagem que ocorre por meio de tecnologias de informação e co-
municação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades
educativas em lugares ou tempos diversos.
113
2
PERCURSO HISTÓRICO DAS
UNIDADE 3
MODALIDADES
de ensino
114
■ Etapa I: destinado aos estudantes a partir de 15 anos, que pretendem rea-
UNICESUMAR
lizar ou finalizar do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental.
■ Etapa II: destinado aos estudantes a partir de 15 anos que pretendem
realizar ou finalizar do 6º ao 9º ano e, 18 anos para aqueles que pretendem
realizar o Ensino Médio.
115
UNIDADE 3
conecte-se
UNICESUMAR
que buscaram normatizar a educação nacional.
Com a Reforma Capanema, na década de 40, a educação brasileira conside-
rada regular se estruturou em dois níveis: a educação básica e a superior. Nesse
sentido, a educação básica foi dividida em duas etapas: curso primário e secun-
dário, subdividido em: ginasial e colegial. Em relação ao que era considerado pro-
fissionalizante, o mesmo ocorria no ensino secundário, organizado pelos cursos
normais, industrial técnico, comercial técnico e agrotécnico, acontecendo sempre
no mesmo nível e com duração igual ao do colegial, com um único problema:
esses cursos não habilitavam para o ingresso no ensino superior.
Caro(a) aluno(a), vamos ressaltar que a modalidade de Educação no Campo
sempre foi alvo de marginalização na história da construção de políticas públicas.
De acordo com a literatura, é vista como política compensatória e suas particulari-
dades não chamam atenção para pesquisas acadêmicas e formulação de currículos
nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Por isso, na perspectiva de escola
pública, é necessário que se torne objeto de discussões por todo território brasileiro,
pois o currículo desenvolvido para a educação do campo geralmente é trabalhado
a partir das necessidades urbanas sem a preocupação da realidade do campo. Na
maioria das vezes, é alienante, propagando apenas uma cultura burguesa, e por isso
deve-se discutir os caminhos e concepções a serem adotadas nessa modalidade.
117
Além disso, a Educação no Campo é vista como educação rural na legis-
UNIDADE 3
UNICESUMAR
reivindicando o direito à diferença, à terra, à saúde e à educação diferenciada.
Com a atuação indígena no processo constituinte na década de 80, a Constituição
Federal em 1988 assegurou direitos importantes.
Desse modo, destacamos que a educação indígena foi construída ao longo
de muitos séculos, sob o caráter integracionista, fazendo com que os indígenas
negassem as suas características, porém essa condição foi sendo modificada após
a Constituição Federal de 1988, que leva em consideração a concepção de que
tanto o Estado quanto a escola devem garantir a todos os cidadãos brasileiros,
que fazem parte desse contexto, o respeito à identidade, às tradições culturais e
à diversidade, os quais fazem parte do processo de formação histórica, social,
cultural e política do povo brasileiro.
Em relação à Educação de Negros e Quilombolas, é necessário voltarmos
no tempo até 1871, ano de aprovação da Lei do Ventre Livre, que previa a liber-
tação dos filhos de escravos, com isso, a educação e a liberdade começaram a
ser discutidas, porém por motivos óbvios, o processo de exclusão dos negros na
sociedade brasileira só aumentou. O Decreto 7.031, de 06 de setembro de 1878,
“estabelecia que os negros só podiam estudar no período noturno e diversas es-
tratégias foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa população
aos bancos escolares” (BRASIL, 1878, on-line). Esse Decreto agravou ainda mais
a segregação entre brancos e negros na educação.
O movimento negro iniciou entre os anos de 1889 e 1937, tendo como
marco a proclamação da República; evoluiu em 1931 com a fundação da Frente
Negra Brasileira (FNB) em São Paulo, com reivindicações políticas específicas,
constituindo-se como a mais importante do país. A segunda fase do movimento
ocorreu entre os anos de 1937 a 1964. A terceira fase do movimento ocorreu
entre os anos de 1978 e 2000, com a reorganização política e ascensão dos
movimentos populares, sindical e estudantil e a criação do Movimento Negro
Unificado (MNU).
Contudo, a Educação de Negros e Quilombolas foi implantada a partir da
década de 80, levando em consideração à reconstrução da função social das
escolas que atendem essas comunidades. Em 2012, foi aprovada as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, por meio da luta
do Movimento Negro do Brasil. Atualmente, o termo quilombola adquiriu o
significado de sujeito de direitos, resultado esse de grandes conquistas jurídicas
do Movimento Negro no país.
119
Caro(a) aluno(a), vamos abordar mais uma modalidade de ensino, a Edu-
UNIDADE 3
“
[...] sua evolução histórica, no Brasil como no mundo, é marcada
pelo surgimento e disseminação dos meios de comunicação. Para
a autora, primeiro tivemos a etapa do ensino por correspondência;
depois passamos pela transmissão radiofônica e, televisiva; utiliza-
mos a informática até os atuais processos de utilização conjugada
de meios - a telemática e a multimídia. E, portanto, considera-se
como marco inicial a criação, por Roquete-Pinto, entre 1922 e 1925,
da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e de um plano sistemático
de utilização educacional da radiodifusão como forma de ampliar
o acesso à educação.
120
UNICESUMAR
pensando juntos
Pensando a respeito do modelo de Educação a Distância que você conhece, você acredita
que qualquer Etapa da Educação Básica e as Modalidades de Ensino podem utilizar a EaD
como recurso de Ensino e Aprendizagem?
Fonte: a autora
121
3
MODALIDADES DE ENSINO
UNIDADE 3
A PARTIR DA
legislação e suas
características
conceituando
MOBRAL é o termo utilizado para Movimento Brasileiro de Alfabetização, programa criado pelo
governo federal no ano de 1967 com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos.
Fonte: Que República é Essa? ([2020], on-line)5.
122
Na década de 70, a Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixa as Diretrizes e
UNICESUMAR
Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências, dedicou, pela pri-
meira vez na história da educação, um capítulo ao ensino supletivo. Desse modo,
o seu Art. 24 propõe que o ensino supletivo tenha por finalidade:
“
a) suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que
não a tenham seguido ou concluído na idade própria;
“
[...] suplência, substituição compensatória do ensino regular – via
cursos ou exames–; suprimento, complementação do inacabado por
meio de aperfeiçoamento e atualização; aprendizagem e qualificação,
que só teriam certificados de conclusão nas etapas de 5ª a 8ª séries ou
2º grau quando incluíssem disciplinas, áreas de estudo e atividades que
os tornassem equivalentes ao ensino regular (BRASIL, 2000, on-line).
Após várias mudanças ao longo dos anos, a EJA é regulada pelos artigos 37 e 38 da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) - Lei nº 9.394/96. De acor-
do com o seu Art. 37, modificada pela redação da Lei nº 13.632, de 2018,“a educação
de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade
de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá ins-
trumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida”, colaborando com a
erradicação do analfabetismo. Os §1º e 2º do Art. 37 desta Lei estabelece:
“
[...] os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e
aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caracte-
rísticas do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho,
mediante cursos e exames.
123
O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência
UNIDADE 3
“
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores
de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de de-
zoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos
por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames
(BRASIL, 1996, on-line).
“
[...] as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens
e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estru-
tura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio
dos cursos que se desenvolvem, predominantemente, por meio do
ensino, em instituições próprias e integrantes da organização da
educação nacional nos diversos sistemas de ensino, à luz do caráter
próprio desta modalidade de educação (BRASIL, 2000, on-line).
UNICESUMAR
final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%
a taxa de analfabetismo funcional” (BRASIL, 2001, on-line). Apesar dos esforços
e estratégias utilizadas pelo PNE 2001-2010, a taxa de analfabetismo caiu para
3% de 2001 a 2008.
Em 2005, o Governo Federal instituiu, no âmbito Federal, o primeiro Decreto
do PROEJA nº 5.478, de 24 de junho de 2005, que institui, no âmbito das insti-
tuições federais de educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação
Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
– PROEJA, revogado um ano depois pelo Decreto nº 5.840, de 13 de julho de
2006, ampliando a abrangência com a inclusão da oferta de cursos PROEJA para
a população que frequenta o ensino fundamental da EJA.
No mesmo ano também foi implantado o Projovem, um programa do go-
verno Federal de Inclusão de Jovens, que acontece em parceria com os Estados,
o Distrito Federal e os municípios, com o objetivo de criar novas oportunidades
para os jovens brasileiros. Esse programa visa:
“
[...] à inclusão de jovens de 18 a 29 anos, que saibam ler e escrever,
mas não concluíram o ensino fundamental. Em um currículo de 18
meses, totalmente integrado, o jovem termina a segunda etapa da es-
colarização básica - ensino fundamental - e tem aulas de Participação
Cidadã e Qualificação Profissional básica (PARANÁ, 2017, on-line).
“
I – a duração mínima dos cursos de EJA, desenvolvidos por meio da
EAD, será de 1.600 (mil e seiscentas) horas, nos anos finais do Ensino
Fundamental, e de 1.200 (mil e duzentas) horas, no Ensino Médio;
II – a idade mínima para o desenvolvimento da EJA com mediação
da EAD será a mesma estabelecida para a EJA presencial: 15 (quin-
ze) anos completos para o segundo segmento do Ensino Fundamen-
tal e 18 (dezoito) anos completos para o Ensino Médio (BRASIL,
2010, p. 371).
UNICESUMAR
mais de 15 anos que sejam analfabetas funcionais. No entanto, como resultado
parcial, o Observatório do PNE mostra que, em 2018, 29% dos brasileiros maiores
de 15 anos eram considerados analfabetos funcionais (OBSERVATÓRIO PNE,
[2020], on-line)4. Por isso, o grande desafio é:
“
Oferecer Educação a quase 13 milhões de brasileiros com mais de 15
anos que se autodeclaram analfabetos e garantir que jovens e adultos
com escolaridade baixa ou de qualidade insuficiente aprimorem
suas habilidades de leitura, escrita e compreensão da linguagem
matemática, de modo a assegurar suas possibilidades de desenvol-
vimento pessoal e social (OBSERVATÓRIO PNE, [2020], on-line)4.
127
Vamos compreender, agora, como a legislação foi moldada ao longo dos anos
UNIDADE 3
“
[...] criação de programas de prevenção e atendimento especiali-
zado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e
a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas
de discriminação [...] (BRASIL, 1988, on-line).
“
[...] as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras
de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas
que garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de
todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do siste-
ma educativo (UNESCO, 1990, on-line).
Ainda em 1990, a Lei nº 8.069, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, garante, no inciso 3º do Art. 54, o atendimento educacional especializado
à criança e ao adolescente com deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino; e o Art. 66 assegura o trabalho protegido ao adolescente com deficiência.
Entretanto, a Educação Especial começou a ser compreendida de maneira
mais específica a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca, que define
princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais.
Este documento exerceu grande influência nos debates a respeito da educação
especial no país:
128
“
[...] reconhecendo a necessidade e urgência em providenciar a edu-
UNICESUMAR
cação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educa-
cionais especiais dentro do sistema regular de ensino. [...] (BRASIL,
1994, p. 1).
“
[...] modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de edu-
cação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições es-
pecíficas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo,
tem início na educação infantil e estende-se ao longo da vida, obser-
vados o inciso III do art. 4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018); (BRASIL, 1996, p. 22).
129
O Plano Nacional de Educação de 2001, estabelecido pela lei n° 10.172, foi
UNIDADE 3
um documento muito criticado por ser extenso, com metas e objetivos para as
pessoas com deficiência, porém afirma que a Educação Especial é uma “modali-
dade de educação escolar, promovida nos diferentes níveis de ensino e a garantia
de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência é uma
medida importante” (BRASIL, 2001, on-line).
Ainda em 2001, a Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro, que institui
as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, estabelece,
em seu art. 3º a seguinte definição de educação especial:
“
[...] por educação especial, modalidade da educação escolar, enten-
de-se um processo educacional definido por uma proposta pedagó-
gica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organi-
zados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar
e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de
modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento
das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades
educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da edu-
cação básica (BRASIL, 2001, on-line).
“
[...] acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habili-
dades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas
de ensino para promover respostas às necessidades educacionais,
garantindo transversalidade da educação especial desde a educação
infantil até a educação superior; Atendimento educacional especia-
lizado; Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do
ensino; Formação de professores para o atendimento educacional
130
especializado e demais profissionais da educação para a inclusão
UNICESUMAR
escolar; Participação da família e da comunidade; Acessibilidade ur-
banística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos trans-
portes, na comunicação e informação; e Articulação Intersetorial na
implementação das políticas públicas (BRASIL, 2008, p. 10).
“
[...] o AEE tem como função complementar ou suplementar a forma-
ção do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de
acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena
participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
“
[...] os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com defi-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento
Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à
131
escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em
UNIDADE 3
“
[...] oferta de educação especial preferencialmente na rede regular
de ensino; a educação especial deve garantir os serviços de apoio
especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir
o processo de escolarização de estudantes com deficiência, trans-
tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdo-
tação; prover condições de acesso, participação e aprendizagem no
ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo
com as necessidades individuais dos estudantes; aprimoramento do
atendimento educacional especializado já ofertado; implantação de
salas de recursos multifuncionais, etc... (BRASIL, 2011, on-line).
“
[...] universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiên-
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educa-
cional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino,
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos
ou conveniados (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
“
[...] matricular todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos com defi-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação e ofertar atendimento educacional especializado
para todos esses alunos - preferencialmente em escolas comuns
(OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
132
O segundo objetivo é “Garantir todo o sistema educacional inclusivo, salas de
UNICESUMAR
recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados” (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
Para finalizar essa discussão, o Decreto 9.465, de 09 de janeiro de 2019, de-
terminou mudanças na estrutura e funções de algumas Secretarias do Ministério
da Educação, criando a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação
(Semesp), extinguindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Di-
versidade e Inclusão (Secadi).
Vamos compreender, agora, como a Educação Profissional e Tecnológica
delineou a sua trajetória na legislação brasileira. Com a industrialização e a mo-
dernização das relações de produção após a década de 30, houve a necessidade
de reorganizar a Educação brasileira, com isso, vários Decretos-Lei foram sendo
promulgados, a fim de normatizar a educação nacional. Dentre eles estão as Leis
Orgânicas da Educação Nacional, conhecida como a Reforma Capanema, em
homenagem ao ministro da educação daquele período, Gustavo Capanema.
Os Decretos mais importantes foram o Decreto-Lei nº 4.244/42 referente à
Lei Orgânica do Ensino Secundário, que propiciou o prosseguimento do trabalho
de renovação e elevação do ensino secundário do país; o Decreto-Lei nº 4.073/42,
referente à Lei Orgânica do Ensino Industrial, estabeleceu as bases de organização
e de regime do ensino industrial, que é o ramo de ensino, de grau secundário,
destinado à preparação profissional dos trabalhadores da indústria e das ativi-
dades artesanais, e ainda dos trabalhadores dos transportes, das comunicações
e da pesca. Estabeleceu, em seu Art. 6, que o ensino industrial seria ministrado
em dois ciclos. “O primeiro ciclo do ensino industrial abrangendo: 1. Ensino in-
dustrial básico; 2. Ensino de mestria; 3. Ensino artesanal; e, 4. Aprendizagem. O
segundo ciclo do ensino industrial compreenderia: 1. Ensino técnico.2. Ensino
pedagógico” (BRASIL, 1942, on-line).
Por meio do Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 1942, foi criado o
SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). O Decreto nº. 6.141/43
– Lei Orgânica do Ensino Comercial –, estabeleceu, em seu Art. 1º, as bases de
organização e de regime do ensino comercial, que é o ramo de ensino de segundo
grau, destinado às seguintes finalidades:
“
1. Formar profissionais aptos ao exercício de atividades específicas
no comércio e bem assim de funções auxiliares de caráter adminis-
trativo nos negócios públicos e privados.
133
2. Dar a candidatos ao exercício das mais simples ou correntes ati-
UNIDADE 3
134
UNICESUMAR
conecte-se
“
[...] a educação profissional de nível tecnológico, integrada às di-
ferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia,
objetiva garantir aos cidadãos o direito à aquisição de competências
profissionais que os tornem aptos para a inserção em setores profis-
sionais nos quais haja utilização de tecnologias (BRASIL, 2002, p. 1).
135
A Resolução CNE/CEB nº 1/2005, de 3 de fevereiro de 2005, com fundamento
UNIDADE 3
conecte-se
“
I - Formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
II - Educação Profissional Técnica de Nível Médio;
III - Educação Profissional Tecnológica, de graduação e de pós-gra-
duação.
Parágrafo único. As instituições de Educação Profissional e Tecno-
lógica, além de seus cursos regulares, oferecerão cursos de formação
inicial e continuada ou qualificação profissional para o trabalho, en-
tre os quais estão incluídos os cursos especiais, abertos à comunida-
de, condicionando-se a matrícula à capacidade de aproveitamento
dos educandos e não necessariamente aos correspondentes níveis
de escolaridade (BRASIL, 2012, on-line).
136
Suas Metas é oferecer “no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas
UNICESUMAR
de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma in-
tegrada à educação profissional” (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
Para alcançar essa meta, propõe “fazer com que, no mínimo, 25% dos alunos
da Educação de Jovens e Adultos (EJA) tenham oportunidade de também cursar,
de forma integrada, a Educação Profissional até 2024” (OBSERVATÓRIO DO
PNE, [2020], on-line)4. Contudo, o PNE apresenta um resultado parcial para essa
Meta, descrevendo que “em 2017, 0,5% dos alunos de EJA do Ensino Fundamental
cursavam Educação Profissional de forma integrada. Na EJA do Ensino Médio
esse número era de 3%” (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
Por isso, o desafio para que essa Meta seja efetivada até o final deste PNE é o
fato de “as matrículas em EJA estarem caindo ano a ano, enquanto as de cursos
profissionalizantes crescem. Por isso, é preciso pensar em projetos pedagógicos
que sejam capazes de atender à diversidade desse estudante” (OBSERVATÓRIO
DO PNE, [2020], on-line)4.
A outra Meta estabelece que “as matrículas da Educação Profissional Téc-
nica de nível médio devem ser triplicadas, assegurando a qualidade da oferta
e pelo menos 50% da expansão no segmento público” (OBSERVATÓRIO DO
PNE, [2020], on-line)4.
O primeiro objetivo para alcançar essa Meta é “alcançar o número de
5.224.584 matrículas da Educação Profissional de nível médio até 2024” (OB-
SERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4. O Observatório do PNE nos mostra
um resultado parcial, descrevendo que no ano de 2014, o Brasil teve quase 1,8
milhões de matrículas.
O segundo objetivo é “garantir que 50% dessas matrículas estejam na rede
pública até 2024” (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4. O Observatório
do PNE nos mostra um resultado parcial, descrevendo que no ano de 2017, 82,2%
das novas matrículas dessa modalidade eram no segmento público. No entanto,
alguns desafios foram detectados, como ter que articular a escola e o mundo do
trabalho; a enorme carga horária de disciplinas obrigatórias carrega o Ensino
Médio profissionalizante, já que o estudante precisa cumprir também a carga
horária do Ensino Médio comum (OBSERVATÓRIO DO PNE, [2020], on-line)4.
137
“
Ainda, mesmo com o crescimento no número de matrículas na
UNIDADE 3
“
1. Formar profissionais aptos às diferentes modalidades de trabalhos
agrícolas.
138
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 4.024/61 – estabeleceu,
UNICESUMAR
em seu Art. 105, que
“
[...] os poderes públicos instituirão e ampliarão serviços e entidades,
que mantenham na zona rural escolas ou centros de educação, ca-
pazes de favorecer a adaptação do homem ao meio e o estímulo de
vocações e atividades profissionais (BRASIL, 1961, on-line).
“
[...] organizar, administrar e executar em todo o território nacional
o ensino da formação profissional rural e a promoção social do
trabalhador rural, em centros instalados e mantidos pela institui-
ção ou sob forma de cooperação, dirigida aos trabalhadores rurais
(BRASIL, 1991, on-line).
A Lei n° 9.394/96, em seu Art. 28, estabelece que “a oferta de educação básica para
a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à
sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região” (BRASIL, 1996,
p. 10). Além disso:
“
I- conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais ne-
cessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II- organização escolar própria, incluindo adequação do calendário
escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III- adequação à natureza do trabalho na zona rural (BRASIL, 1996,
p. 10).
139
Em 2001, a Lei nº 10.172, de 9 de janeiro, que aprovou o Plano Nacional de Edu-
UNIDADE 3
“
A educação do campo, tratada como educação rural na legislação
brasileira, tem um significado que incorpora os espaços da floresta,
da pecuária, das minas e da agricultura, mas os ultrapassa ao acolher
em si os espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas [...]
(BRASIL, 2001, on-line).
“
[...] a identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação
às questões inerentes a sua realidade, ancorando-se na temporali-
dade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que
sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na socie-
dade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem
as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida
coletiva no país (BRASIL, 2002, p. 1).
“
1. A universalização do acesso da população brasileira que trabalha
e vive no e do campo à Educação Básica de qualidade social por
meio de uma política pública permanente [...];
140
2. A ampliação do acesso e garantia de permanência da população
UNICESUMAR
do campo à Educação Superior por meio de uma política pública
permanente;
“
A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas
etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio
e Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o
Ensino Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em
suas mais variadas formas de produção da vida - agricultores fami-
liares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e
acampados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e
outros (BRASIL, 2008, on-line).
141
O Decreto nº 7.352, de 04 de novembro de 2010, dispõe sobre a política de educa-
UNIDADE 3
“
A política de educação do campo destina-se à ampliação e quali-
ficação da oferta de educação básica e superior às populações do
campo, e será desenvolvida pela União em regime de colaboração
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, de acordo com
as diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação
e o disposto neste Decreto (BRASIL, 2010, on-line).
142
“
[...] são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
UNICESUMAR
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras
que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
proteger e fazer respeitar todos os seus bens (BRASIL, 1988, on-line).
“
O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências
federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desen-
volverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta
de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas
(BRASIL, 1996, on-line).
“
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recupera-
ção de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades
étnicas, a valorização de suas línguas e ciências;
II- garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às infor-
mações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional
e demais sociedades indígenas e não-índias (BRASIL, 1996, on-line).
143
“
a) explicitar os marcos comuns que distinguem escolas indígenas
UNIDADE 3
de escolas não-indígenas;
Além das reflexões propostas pelo RCNE/Indígena (1998), esse documento tem
como objetivo oferecer subsídios para:
“
a) a elaboração e implementação de programas de educação esco-
lar que melhor atendam aos anseios e interesses das comunidades
indígenas;
“
[...] no âmbito da Educação Básica, a estrutura e o funcionamento
das escolas indígenas, reconhecendo-lhes a condição de escolas com
normas e ordenamento jurídico próprios e fixando as diretrizes cur-
riculares do ensino intercultural e bilíngue, visando à valorização
plena das culturas dos povos indígenas e a afirmação e manutenção
de sua diversidade étnica (BRASIL, 1999, on-line).
Ainda de acordo com o art. 2º da Resolução, são elementos básicos para a orga-
nização a estrutura e o funcionamento da escola indígena:
“
I– sua localização em terras habitadas por comunidades indígenas,
ainda que se estendam por territórios de diversos estados ou muni-
cípios contíguos; II– exclusividade de atendimento a comunidades
indígenas; III– ensino ministrado nas línguas maternas das comuni-
144
dades atendidas, como uma das formas de preservação da realidade
UNICESUMAR
sociolinguística de cada povo; IV– a organização escolar própria.
Parágrafo único. A escola indígena será criada em atendimento à
reivindicação ou por iniciativa de comunidade interessada, ou com
a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação
(BRASIL, 1999, on-line).
“
I- valorização das culturas dos povos indígenas e a afirmação e ma-
nutenção de sua diversidade étnica;
II- fortalecimento das práticas socioculturais e da língua materna
de cada comunidade indígena;
III- formulação e manutenção de programas de formação de pes-
soal especializado, destinados à educação escolar nas comunidades
indígenas;
IV- desenvolvimento de currículos e programas específicos, neles
incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respectivas
comunidades;
V- elaboração e publicação sistemática de material didático espe-
cífico e diferenciado; e
VI- afirmação das identidades étnicas e consideração dos projetos
societários definidos de forma autônoma por cada povo indígena
(BRASIL, 2009, on-line).
145
Em 2012, a Resolução nº 5, de 22 de junho, define Dire-
UNIDADE 3
“
O Ministério da Educação e a Secreta-
ria Especial de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial, da Presidência da Re-
pública, serão responsáveis pelo acompa-
nhamento e avaliação do programa de que
trata esta Lei, ouvida a Fundação Nacional
do Índio (Funai) (BRASIL, 2012, on-line).
146
aos sistemas de ensino, para a organização e o fortalecimento da Educação Escolar
UNICESUMAR
Indígena, conforme disposto no Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009.
A Educação de Negros e Quilombolas é pouco discutida na legislação
educacional, por isso não há menção na Lei nº 9.394/96 e no Plano Nacional de
Educação de 2001. A Constituição de 1988 menciona os quilombos, porém não
propõe nenhum movimento em relação à Educação para esses povos.
A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade
da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e insere o Art. 79-B que trata
do calendário escolar “incluindo o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da
Consciência Negra’ (BRASIL, 2003, on-line).
Ainda em 2003, é aprovado o Decreto nº 4.887, de 20 de novembro, que trata
apenas da regulamentação do procedimento para identificação, reconhecimento,
delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das
comunidades dos quilombos.
A Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, institui Diretrizes Curriculares Na-
cionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História
e Cultura Afro-Brasileira e Africana, e o parágrafo 2º do Art. 2º estabelece que:
“
O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por
objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e
cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimen-
to e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira,
ao lado das indígenas, européias, asiática (BRASIL, 2004, on-line).
147
“
[...] essas regulamentações, somadas às lutas históricas do movimento
UNIDADE 3
“
III- destina-se ao atendimento das populações quilombolas rurais e
urbanas em suas mais variadas formas de produção cultural, social,
política e econômica;
IV- deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino localizados
em comunidades reconhecidas pelos órgãos públicos responsáveis
como quilombolas, rurais e urbanas, bem como por estabelecimen-
tos de ensino próximos a essas comunidades e que recebem parte
significativa dos estudantes oriundos dos territórios quilombolas;
V- deve garantir aos estudantes o direito de se apropriar dos conhe-
cimentos tradicionais e das suas formas de produção de modo a
contribuir para o seu reconhecimento, valorização e continuidade;
VI- deve ser implementada como política pública educacional e
estabelecer interface com a política já existente para os povos do
campo e indígenas, reconhecidos os seus pontos de intersecção
política, histórica, social, educacional e econômica, sem perder a
especificidade (BRASIL, 2012, on-line).
148
Caro(a) aluno(a), vimos, por meio da legislação que subsidia a Educação Indígena
UNICESUMAR
de Negros e Quilombolas, que essa modalidade foi implementada para aten-
der essa população em suas localidades, respeitar sua história, sua cultura e seus
costumes. Vamos conhecer agora a última modalidade de Ensino, a Educação a
Distância e a legislação que a subsidia.
A Lei nº 9.394/96 retrata a Educação a Distância, propõe que o Poder Pú-
blico incentive o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a dis-
tância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada
(Art. 80). Esse artigo foi regulamentado pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998,
revogados mais tarde pelo Decreto 5.622, vigente desde sua publicação, em 20
de dezembro de 2005.
Em 2001, o Plano Nacional de Educação referencia a educação a distância,
dizendo que “a educação a distância tem função estratégica, pois contribui para
o surgimento de mudanças significativas na instituição escolar [...]” (BRASIL,
2001, on-line).
Poucos anos depois, o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, regula-
menta o art. 80 da lei nº 9.394, e caracteriza em seu artigo 1º a educação à distância
como modalidade da educação, utilizando tecnologias de informação e de co-
municação para mediar as ações didático-pedagógicas (BRASIL, 2005, on-line).
As concepções apresentadas pelo Decreto nº 5.622 vão ao encontro do es-
tabelecido no Art. 80 da Lei 9.394/96, já que permite a educação a distância em
todos os níveis e modalidades educacionais. Além disso, a Educação a Distância
conseguiu superar, ao longo de alguns anos, inúmeros obstáculos, principalmente
entre sujeitos que não se encontram em situação frente a frente.
Em 2006, foi criada a Universidade Aberta do Brasil (UAB), a partir da Lei n°
11.273, de 06 de fevereiro, incentivando as instituições públicas a participarem
de programas de formação inicial e continuada de professores para Educação
Básica, ofertadas na modalidade a distância. Além disso, a UAB tem como obje-
tivo ampliar e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior
no País e expandir o acesso à educação superior pública levando esses cursos às
diferentes regiões do país.
149
UNIDADE 3
explorando Ideias
O Sistema Universidade Aberta do Brasil foi criado pelo Ministério da Educação, em 2005,
tem como foco as Políticas e a Gestão da Educação Superior e como base o aprimoramen-
to da educação a distância. O Sistema UAB visa expandir e interiorizar a oferta de cursos
e programas de educação superior. Para isso, o sistema tem como base fortes parcerias
entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo. Para saber sobre o conteúdo
na íntegra, visite o site: http://www.uab.capes.gov.br.
“
I - na formação inicial de profissionais do magistério, dar-se-á pre-
ferência ao ensino presencial, conjugado com o uso de recursos e
tecnologias de educação a distância;
II - na formação continuada de profissionais do magistério, utilizar-
-se-ão, especialmente, recursos e tecnologias de educação a distância
(BRASIL, 2007, p. 1).
Assim, fica claro que tanto a formação inicial quanto a continuada podem utilizar
de recursos de educação a distância, desde que sejam respeitadas as diretrizes indivi-
duais das instituições conveniadas aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal.
Em 2016, a Resolução CNE/CES nº 1, de 11 de março, estabelece Diretrizes
e Normas Nacionais para a Oferta de Programas e Cursos de Educação Superior
na Modalidade a Distância e ressalta, em seu Art. 2º, que:
“
Para os fins desta Resolução, a educação a distância é caracterizada
como modalidade educacional na qual a mediação didático-pe-
dagógica, nos processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a
150
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação com
UNICESUMAR
pessoal qualificado, políticas de acesso, acompanhamento e avalia-
ção compatíveis, entre outros, de modo que se propicie, ainda, maior
articulação e efetiva interação e complementaridade entre a presen-
cialidade e a virtualidade “real”, o local e o global, a subjetividade e a
participação democrática nos processos de ensino e aprendizagem
em rede, envolvendo estudantes e profissionais da educação (pro-
fessores, tutores e gestores), que desenvolvem atividades educativas
em lugares e/ou tempos diversos (BRASIL, 2016, on-line).
“
A educação a distância é a modalidade educacional na qual a media-
ção didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com
acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvol-
va atividades educativas por estudantes e profissionais da educação
que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017, on-line).
Ainda, determina, em seu Art. 2º, que tanto a educação básica quanto o ensino
superior “poderão ser ofertadas na modalidade a distância nos termos deste De-
creto, observadas as condições de acessibilidade que devem ser asseguradas nos
espaços e meios utilizados” (BRASIL, 2017, on-line).
Caro(a) aluno(a), você conheceu e compreendeu algumas das determinações
legais mais importantes da Educação a Distância. No entanto, é fundamental
buscar novas formas de ensinar e de aprender para que você, enquanto futuro
profissional da educação, possa estar em constante processo de transformação
para acompanhar todas as mudanças legais, tecnológicas e educacionais que per-
passarão por sua carreira.
151
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
152
na prática
a) A Educação a Distância atende as demandas das populações que vivem nas zonas
rurais e leva ao campo as mesmas perspectivas que se enxergam nas cidades.
b) A Educação do Campo é oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.
c) A Educação Especial torna o conhecimento mais acessível, por meio de tecnolo-
gias de informação e comunicação.
d) A Educação Indígena é a modalidade que poderá ser ministrada nas línguas
nativas, em que o português passará a ser a segunda língua.
e) A Educação de Negros e Quilombolas é a modalidade que poderá auxiliar os
estudantes em sua língua nativa, apenas no quilombo.
2. A Educação do Campo nasceu no âmbito da luta dos movimentos sociais pela terra
e pela Reforma Agrária. Trata-se de uma política de campo e de educação na qual as
escolas, além de situadas no campo, possam se constituir enquanto projetos pensa-
dos, construídos e executados pelos camponeses. A luta pela Educação do Campo
configura a luta desses movimentos sociais pelos territórios materiais e imateriais,
ao qual foram historicamente excluídos. No que se refere às características de ações
da Educação do Campo, analise as alternativas a seguir e assinale a correta.
153
na prática
3. A Educação de Jovens e Adultos, conhecida como EJA, tem como objetivo garantir
a formação integral do estudante, inclusive alfabetizando nas diferentes etapas da
educação básica, ao longo da vida daqueles que não tiveram possibilidade de fre-
quentar a educação básica na idade adequada. Considerando a situação apresenta-
da sobre a Educação de Jovens e Adultos, analise as alternativas e assinale a correta.
4. De acordo com o Art. 39, da Lei nº 9.394/96, alterada pela redação dada pela Lei
nº 11.741, de 2008, a modalidade de educação profissional e tecnológica abrange
os cursos de:
154
na prática
5. A educação a distância é vista como uma modalidade educacional realizada por meio
das tecnologias de informação e de comunicação, em que estudantes e professores
desenvolvem atividades educacionais em lugares e tempos diversos. Analisando o
exposto, ressalta-se que a Educação à Distância pode ser ofertada:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
155
aprimore-se
156
aprimore-se
157
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
Documentário EAD: do surgimento até o século XXI, documentário que retrata o sur-
gimento da Educação a Distância, apresentando os desafios enfrentados e os recur-
sos utilizados ao longo das décadas para que se concretizasse, além disso, mostra
as oportunidades no uso da tecnologia da educação. Para assistir ao documentário,
acesse: https://www.youtube.com/watch?v=FS1mAf8un-c&t=787s.
158
4
O DOCENTE E SUA
RELAÇÃO COM O
sistema de ensino
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Formação Docente e a Carreira
do Magistério • A Profissionalização e Valorização dos profissionais da Educação • Avaliações Externas:
Implicações no Trabalho Docente.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a Formação Docente e a Carreira do Magistério • Compreender a Profissionalização e
Valorização dos profissionais da Educação • Conhecer as avaliações externas e as Implicações no Tra-
balho Docente.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
A CARREIRA
do magistério
A formação docente para atuar nas três etapas da educação básica brasileira é
permeada por inquietações, pois apesar do aparato legal que a normatiza, algu-
mas questões, como a rotatividade, a descontinuidade, a ineficiência ou a falta
de aperfeiçoamento de políticas públicas de formação de professores, bem como
a ausência de políticas de acompanhamento e de avaliação de currículos das
licenciaturas, faz com que dúvidas surjam em relação ao exercício da profissão.
Para Mizukami (2008, p. 215), o obstáculo está na “necessidade de se formar bons
professores para cada sala de aula de cada escola, quanto pelo desafio de oferecer
processos formativos pertinentes a um mundo em mudanças”.
Há muitas questões que envolvem a formação docente no Brasil e, com o
passar das décadas, muitos desafios e exigências tomaram conta da qualificação
inicial e continuada desses profissionais, por isso, para abordamos sobre esta
temática, é importante compreender o contexto formativo mediante a legislação
vigente e aos teóricos que abordam a formação docente. Nesse sentido, a partir da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96 e das Resoluções
que a acompanham, as mudanças se tornaram muito mais notórias.
Vamos iniciar os estudos a respeito da formação inicial, a partir da primeira
lei que norteou a educação brasileira, a Lei nº 4.024, promulgada em 20 de de-
zembro de 1961, que fixou as primeiras Diretrizes e Bases da Educação Nacio-
nal. O Capítulo IV desta lei trata, em seus 10 artigos (Art. 52 ao Art. 61), sobre
161
a Formação do Magistério para o Ensino Primário e Médio, e possibilitou que
UNIDADE 4
“
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a do-
cência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
(Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedago-
gia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão,
inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mes-
trado ou doutorado nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº
12.014, de 2009)
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso
técnico ou superior em área pedagógica ou afim; (Incluí-
do pela Lei nº 12.014, de 2009)
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respecti-
vos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à
sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação
específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede
pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham
162
atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art.
UNICESUMAR
36; (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)
V - profissionais graduados que tenham feito complementação pe-
dagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação.
(Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) (BRASIL, 2009, on-line).
Ainda em relação à formação, a Lei nº 9.394/96 propõe, em seu Art. 62, que a
formação docente para atuar na educação básica será realizada em:
“
[...] nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação in-
fantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida
em nível médio, na modalidade normal (Redação dada pela lei nº
13.415, de 2017) (BRASIL, 1996, on-line).
“
§ 1º “em regime de colaboração, deverão promover a formação ini-
cial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério”
(Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009);
§ 4º “adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência
em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar
na educação básica pública” (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009);
§ 5º “incentivarão a formação de profissionais do magistério para
atuar na educação básica pública mediante programa institucional
de bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos
de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação su-
perior” (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996, on-line).
“
[...] a Formação Inicial e Continuada em Nível Superior de Pro-
fissionais do Magistério para a Educação Básica aplicam-se à for-
mação de professores para o exercício da docência na educação
infantil, no ensino fundamental, no ensino médio e nas respectivas
modalidades de educação (Educação de Jovens e Adultos, Educação
Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do Cam-
po, Educação Escolar Indígena, Educação a Distância e Educação
Escolar Quilombola), nas diferentes áreas do conhecimento e com
integração entre elas, podendo abranger um campo específico e/ou
interdisciplinar (BRASIL, 2015 , on-line).
“
[...] como ação educativa e como processo pedagógico intencional
e metódico, envolvendo conhecimentos específicos, interdiscipli-
nares e pedagógicos, conceitos, princípios e objetivos da formação
que se desenvolvem na construção e apropriação dos valores éticos,
linguísticos, estéticos e políticos do conhecimento inerentes à sólida
formação científica e cultural do ensinar/aprender, à socialização e
construção de conhecimentos e sua inovação, em diálogo constante
entre diferentes visões de mundo (BRASIL, 2015, on-line).
164
Em relação ao exercício da docência, esta mesma Resolução estabelece, no pará-
UNICESUMAR
grafo 2º de seu Art. 2º, que é uma:
“
[...] ação do profissional do magistério da educação básica é per-
meada por dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas por meio
de sólida formação, envolvendo o domínio e manejo de conteúdos e
metodologias, diversas linguagens, tecnologias e inovações, contri-
buindo para ampliar a visão e a atuação desse profissional (BRASIL,
2015, on-line).
165
VII. um projeto formativo nas instituições de educação sob uma sólida base teórica e
UNIDADE 4
IX. a articulação entre formação inicial e formação continuada, bem como entre os
diferentes níveis e modalidades de educação;
166
“
a formação inicial destina-se àqueles que pretendem exercer o
UNICESUMAR
magistério da educação básica em suas etapas e modalidades de
educação e em outras áreas nas quais sejam previstos conheci-
mentos pedagógicos, compreendendo a articulação entre estudos
teórico-práticos, investigação e reflexão crítica, aproveitamento
da formação e experiências anteriores em instituições de ensino
(BRASIL, 2015, on-line).
“
I- planejamento, desenvolvimento, coordenação, acompanhamen-
to e avaliação de projetos, do ensino, das dinâmicas pedagógicas e
experiências educativas;
II- produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico das
áreas específicas e do campo educacional (BRASIL, 2015, on-line).
“
[...] os cursos de formação inicial de professores para a educação
básica em nível superior, em cursos de licenciatura, organizados em
áreas especializadas, por componente curricular ou por campo de
conhecimento e/ou interdisciplinar, considerando-se a complexida-
de e multirreferencialidade dos estudos que os englobam, bem como
a formação para o exercício integrado e indissociável da docência
na educação básica, incluindo o ensino e a gestão educacional, e
dos processos educativos escolares e não escolares, da produção
e difusão do conhecimento científico, tecnológico e educacional,
estruturam-se por meio da garantia de base comum nacional das
orientações curriculares (BRASIL, 2015, on-line).
167
Pensando na estrutura da formação inicial, vejamos a seguir o que é necessário
UNIDADE 4
§ 1º Os cursos de que trata o caput terão, no mínimo, 3.200 (três mil e duzentas)
horas de efetivo trabalho acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo, 8 (oito)
semestres ou 4 (quatro) anos, compreendendo:
I - 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, distribuídas ao
longo do processo formativo;
II - 400 (quatrocentas) horas dedicadas ao estágio supervisionado, na área de forma-
ção e atuação na educação básica, contemplando também outras áreas específicas,
se for o caso, conforme o projeto de curso da instituição;
III - pelo menos 2.200 (duas mil e duzentas) horas dedicadas às atividades formativas
estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos I e II do artigo 12 desta Resolução,
conforme o projeto de curso da instituição;
IV - 200 (duzentas) horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas
específicas de interesse dos estudantes, conforme núcleo definido no inciso III do
artigo 12 desta Resolução, por meio da iniciação científica, da iniciação à docência, da
extensão e da monitoria, entre outras, consoante o projeto de curso da instituição.
168
“
garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Dis-
UNICESUMAR
trito Federal e os Municípios, no prazo de 1 ano de vigência deste
PNE, Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação
de que tratam os incisos I, II e III do caput do Art. 61 da Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e
as professoras da educação básica possuam formação específica de
nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conheci-
mento em que atuam (OBSERVATÓRIO DO PNE, 2020, on-line)6.
169
Contudo, apresenta que o grande desafio é conscientizar as Universidades de
UNIDADE 4
que é preciso que a Educação Básica entre na agenda de suas prioridades, pois os
currículos das licenciaturas pouco tratam das práticas de ensino e são distantes
da realidade da escola pública. Além disso, a formação continuada é vista como
um meio de tapar os buracos deixados pela formação inicial.
De acordo com o próprio Observatório do PNE (2020, on-line)6, a meta 15
estabelece que “todos os professores e professoras da Educação Básica devem pos-
suir formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área
de conhecimento em que atuam até 2024”, porém, de acordo com o INEP (2019),
em torno de 78,1%, em números absolutos, cerca de 1,7 milhão de professores
brasileiros da Educação Básica possuía Ensino Superior em 2017.
O Observatório ainda informa que os docentes formados na modalidade
Ensino Médio (Magistério/Normal) “representaram 21,6% do total de docentes
da Educação Básica, em números absolutos, quase 463 mil profissionais, por-
centagem em queda desde 2015” (OBSERVATÓRIO DO PNE, 2020, on-line)6.
Em relação a formação dos docentes que atuam na Educação Infantil, em
2017, em torno de 67%, em números absolutos, cerca de 372 mil possuíam
Ensino Superior. Essa porcentagem apresentou um crescimento de 20,6 pontos
percentuais desde 2008, quando representavam apenas 46,4% (OBSERVATÓ-
RIO DO PNE, 2020, on-line)6.
Os docentes que atuam no Ensino Fundamental que possuía Ensino Su-
perior em 2014 era de 78,3%, em números absolutos, cerca de 1,1 milhão. A
maioria dos docentes brasileiros que atuam no Ensino Médio e possuíam En-
sino Superior em 2014 era em torno de 92,9% - a maior porcentagem dentre
as etapas da Educação Básica -, em números absolutos, cerca de 487 mil (OB-
SERVATÓRIO DO PNE, 2020, on-line)6.
Desse modo, caro(a) aluno(a), você conheceu e compreendeu algumas ca-
racterísticas importantes da formação docente em nosso país, pautada em do-
cumentos que foram se estruturando ao longo do século passado. No entanto, as
características e peculiaridades da formação de professores no Brasil perpassa
outras instâncias que aqui não foram discutidas. Por isso, é fundamental que
você continue pesquisando, lendo e buscando novas fontes de informações para
aprimorar seus conhecimentos acerca da temática abordada neste tópico.
170
2
A PROFISSIONALIZAÇÃO E
UNICESUMAR
VALORIZAÇÃO DOS
profissionais da educação
“
[...] ao status de técnicos especializados dentro da burocracia escolar,
cuja função, então, torna-se administrar e implementar programas
curriculares, mais do que desenvolver ou apropriar-se criticamen-
te de currículos que satisfaçam objetivos pedagógicos específicos
(GIROUX, 1997, p. 158).
171
Quando falamos sobre a carreira de magistério, é imprescindível abordar-
UNIDADE 4
172
II - fazer constar nos planos de carreira a natureza dos respectivos cargos e funções
UNICESUMAR
dos profissionais da educação à luz do artigo 2º desta Resolução;
VI - assegurar revisão salarial anual dos vencimentos ou salários iniciais e das remu-
nerações da carreira, de modo a preservar o poder aquisitivo dos educadores, nos
termos do inciso X do artigo 37 da Constituição Federal;
173
X – manter, em legislação própria, a regulamentação da gestão democrática do
UNIDADE 4
sistema de ensino, da rede e das escolas, fixando regras claras para a designação,
nomeação e exoneração do diretor de escola dentre os ocupantes de cargos efetivos
da carreira docente, preferencialmente com a participação da comunidade escolar no
processo de escolha do seu diretor;
174
XVII - A avaliação de desempenho a que se refere a alínea “c” do inciso anterior deve
UNICESUMAR
reconhecer a interdependência entre trabalho do profissional do magistério e o
funcionamento geral do sistema de ensino, e, portanto, ser compreendida como
um processo global e permanente de análise de atividades, a fim de proporcionar
ao profissional do magistério um momento de aprofundar a análise de sua prática,
percebendo seus pontos positivos e visualizando caminhos para a superação de suas
dificuldades, possibilitando, dessa forma, seu crescimento profissional e, ao sistema
de ensino, indicadores que permitam o aprimoramento do processo educativo;
Quadro 3 - Algumas das diretrizes a serem seguidas no plano de carreira a partir da Resolução
nº 02, de 28 de maio de 2009 / Fonte: adaptado de Brasil (2009).
175
“
I- remuneração: o total de pagamentos devidos aos profissionais
UNIDADE 4
O Art. 40 da mesma Lei estabelece que “os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios deverão implantar Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da
educação básica”, de modo a assegurar:
“
I- a remuneração condigna dos profissionais na educação básica
da rede pública;
II- integração entre o trabalho individual e a proposta pedagógica
da escola;
III- a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.
Parágrafo único. Os Planos de Carreira deverão contemplar capa-
citação profissional especialmente voltada à formação continuada
com vistas na melhoria da qualidade do ensino (BRASIL, 2007,
on-line).
176
“
[...] compete aos sistemas de ensino, às redes e às instituições edu-
UNICESUMAR
cativas a responsabilidade pela garantia de políticas de valorização
dos profissionais do magistério da educação básica, que devem ter
assegurada sua formação, além de plano de carreira, de acordo com
a legislação vigente, e preparação para atuar nas etapas e modalida-
des da educação básica e seus projetos de gestão, conforme definido
na base comum nacional e nas diretrizes de formação, segundo o
PDI, PPI e PPC da instituição de educação superior, em articulação
com os sistemas e redes de ensino de educação básica (BRASIL,
2015, on-line).
“
I. preparação de aula, estudos, pesquisa e demais atividades formativas;
177
Em relação à valorização docente, que atua no sistema público, os planos de car-
UNIDADE 4
pensando juntos
I - acesso à carreira por concurso de provas e títulos orientado para assegurar a quali-
dade da ação educativa;
III - diferenciação por titulação dos profissionais da educação escolar básica entre os
habilitados em nível médio e os habilitados em nível superior e pós-graduação lato
sensu, com percentual compatível entre estes últimos e os detentores de cursos de
mestrado e doutorado;
178
VI - elaboração e implementação de processos avaliativos para o estágio probatório
UNICESUMAR
dos profissionais do magistério, com a sua participação;
“
[...] tratar e valorizar os professores como profissionais e não como
abnegados que trabalham apenas por vocação. Enquanto salário
e carreira não forem atraentes, o número de jovens dispostos a
seguir a carreira do magistério continuará sendo baixo. Elevar
os salários do magistério implica em mudar prioridades e passar
a enxergar a Educação como a principal fonte sustentável de de-
senvolvimento econômico e social de um país (OBSERVATÓRIO
DO PNE, 2020, on-line)7.
179
O Observatório do PNE (2020, on-line)7 relata que, em 2015, “o rendimento
UNIDADE 4
médio dos professores da rede pública da Educação Básica em relação aos demais
profissionais com nível superior era de 52,5%”. Em relação ao rendimento médio
dos professores da rede pública da Educação Básica “em relação aos demais pro-
fissionais com nível médio o cenário é melhor. Em 2015 a relação era de 84,2%,
porcentagem que já superou os 100% em 2012” (OBSERVATÓRIO DO PNE,
2020, on-line)7.
conceituando
Observatório do Plano Nacional de Educação, mais conhecido como OPNE é um site ela-
borado para encontrar indicadores de monitoramento das 20 metas e 254 estratégias do
PNE, além de análise realizadas, acervo com estudos, vídeos e informações sobre políticas
públicas educacionais.
Fonte: Observatório do PNE ([2020], on-line)4.
“
[...] no prazo de dois anos, haverá existência de planos de Carrei-
ra para os(as) profissionais da Educação Básica e Superior pública
de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos(as)
profissionais da Educação Básica pública, tomará como referência
o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos ter-
mos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
O objetivo era que até 2016 criasse “planos de carreira para os professores da
Educação Básica e Superior pública de todos os sistemas de ensino, usando como
referência o piso salarial nacional profissional, definido na Constituição” (OB-
SERVATÓRIO DO PNE, 2020, on-line)7. O próprio Observatório do PNE (2020)
apresenta um resultado parcial, relatando que “o Brasil ainda não possui um plano
de carreira nacional para os docentes. Apenas iniciativas estaduais” (OBSERVA-
TÓRIO DO PNE, 2020, on-line)7.
180
Nesse sentido, apresenta como sendo um dos grandes desafios para que a
UNICESUMAR
meta seja cumprida que “é imprescindível que os planos sejam atraentes e dêem
condições ao professor de planejar seu futuro com mais segurança e de modo
que possa buscar cada vez mais aperfeiçoamento” (OBSERVATÓRIO DO PNE,
2020, on-line)7.
Em relação ao Plano de Carreira, o Observatório do PNE (2020, on-line)8
relata que, em 2014,
“
[...] 89,6% dos municípios brasileiros implantaram alguma medida
nessa linha, enquanto 10,3% não o fizeram e 0,1% não responde-
ram ao questionamento. A região com o melhor indicador é a Sul
(96,1%) e a região Norte possui o pior número (80,4%).
Caro(a) aluno(a), a partir da análise realizada neste tópico, é observado que a car-
reira do magistério e a valorização docente são pautas de muitas discussões, pois
quando pensamos na diferença salarial entre professores e outros profissionais
que possuem o mesmo nível de instrução, essa situação nos parece inaceitável.
E, para que a carreira do magistério seja atraente, além da questão salarial, é fun-
damental que a valorização seja prioridade das políticas educacionais, para que
a sociedade possa vislumbrar a profissão docente como o principal meio para
mudanças sociais, econômicas e políticas do país.
181
3
AVALIAÇÕES EXTERNAS:
UNIDADE 4
IMPLICAÇÕES NO
trabalho docente
182
Então, o que é exatamente o Saeb? É um Sistema de Avaliação da Educação
UNICESUMAR
Básica, cuja responsabilidade é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
cacionais Anísio Teixeira (INEP), aplicado em larga escala, com o objetivo de
diagnosticar a Educação Básica brasileira, em suas diversas esferas. É composto
por testes e questionários, aplicados a cada dois anos na rede pública e amostra da
rede privada, o Saeb apresenta dados que evidenciam os níveis de aprendizagem
dos estudantes avaliados.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, mais conhecido como
IDEB, utiliza a média de desempenho dos estudantes, apuradas no Saeb, somado
aos dados de fluxo escolar fornecidos pelo Censo Escolar, como as taxas de apro-
vação, reprovação e abandono, e fornece um indicador de qualidade do ensino
das escolas do país a cada dois anos. A partir desse indicador, o Saeb poderá
monitorar e aprimorar políticas educacionais para a educação do país.
explorando Ideias
O Saeb passou por várias reformulações até chegar ao formato atual. A partir de
2019, a avaliação começou a contemplar também a educação infantil, por meio
de questionários respondidos pelos professores. Desse modo, as três etapas da
educação básica passaram a ser avaliadas. Os alunos a partir do 9º ano do Ensino
Fundamental passaram a realizar avaliações de Ciências da Natureza e de Ciên-
cias Humanas, porém, sem o intuito de considerar esses resultados.
Em relação ao público-alvo, a Portaria nº 271, de 22 de março de 2019, que
estabelece as Diretrizes de realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(SAEB), no ano de 2019 definiu, em seu Art. 5º, que são eles:
183
“
I - todas as escolas públicas localizadas em zonas urbanas e rurais
UNIDADE 4
184
“
[...] um sistema composto por um conjunto de instrumentos que
UNICESUMAR
permite a produção e a disseminação de evidências, estatísticas,
avaliações, exames e estudos a respeito da qualidade das etapas que
compõem a educação básica, que são: I - a educação infantil; II - o
ensino fundamental; e III - o ensino médio (BRASIL, 2020, on-line).
“
I - construir uma cultura avaliativa, ao oferecer à sociedade, de for-
ma transparente, informações sobre o processo de ensino-aprendi-
zagem em cada escola, comparáveis em nível nacional, anualmente
e com resultados em tempo hábil, para permitir intervenções peda-
gógicas de professores e demais integrantes da comunidade escolar;
II - produzir indicadores educacionais para o Brasil, suas regiões,
unidades da federação, municípios e instituições escolares, tendo
em vista a manutenção da comparabilidade dos dados, permitindo,
assim, o incremento de séries históricas;
III - avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência da educação pra-
ticada no País em seus diversos níveis governamentais;
IV - subsidiar a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de
políticas públicas em educação baseadas em evidências, com vistas
ao desenvolvimento social e econômico do Brasil; e
V - desenvolver competência técnica e científica na área de avaliação
educacional, por meio de intercâmbio entre instituições de ensino
e pesquisa, bem como de servidores do Inep, docentes e gestores
da educação de todos os entes envolvidos (BRASIL, 2020, on-line).
Outra questão bastante importante que essa Portaria nº 458, de 2020, estabelece
é relacionada aos resultados que o Saeb possibilita, dentre eles estão:
“
I - a produção de indicadores educacionais para o Brasil, suas re-
giões, unidades da federação, municípios e instituições escolares;
II - o monitoramento e a avaliação da eficiência, da eficácia e da efe-
tividade da aplicação dos recursos públicos alocados aos programas
e projetos da educação básica;
III - a disponibilidade de informações relevantes para subsidiar a ela-
boração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas públicas;
185
IV - a implementação gradual de aperfeiçoamentos e inovações nos
UNIDADE 4
186
Além do Saeb, há outros exames como
UNICESUMAR
o “Programme for International Student
Assessment” conhecido como Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes
(PISA) que é um estudo comparativo inter-
nacional, realizado pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômi-
co (OCDE) e que ocorre a cada três anos – a
edição mais recente foi aplicada em 2018.
De acordo com o INEP (2020, on-line),
a edição de 2018 teve 600 mil estudantes de
15 anos de 80 países diferentes, representan-
do em torno de 32 milhões de pessoas nessa
idade. O Brasil participou com o total de 638
escolas e 10.691 alunos.
De acordo com o INEP (2020, on-line),
o PISA oferece:
“
[...] informações sobre
o desempenho dos estu-
dantes na faixa etária dos
15 anos, incluindo dados
sobre seus backgrounds e
suas atitudes em relação à
aprendizagem e também
aos principais fatores que
moldam sua aprendiza-
gem, dentro e fora da es-
cola. Desde sua primeira
edição, em 2000, o núme-
ro de países e economias
participantes tem aumen-
tado a cada ciclo. O Brasil
participa do Pisa desde o
início da avaliação (BRA-
SIL, 2020, on-line).
187
Ainda de acordo com o INEP (2020, on-line), os resultados do PISA permitem
UNIDADE 4
conecte-se
O Pisa é uma avaliação que aborda inúmeras perspectivas dos resultados edu-
cacionais, buscando:
“
[...] verificar o que é chamado de letramento em leitura, matemática
e ciências. A expressão “letramento” reflete a amplitude dos conheci-
mentos e competências que estão sendo avaliados. O Pisa procura ir
além do conhecimento escolar, examinando a capacidade dos alu-
nos de análise, raciocínio e reflexão ativa sobre seus conhecimentos
e experiências, com enfoque em competências que serão relevan-
tes para suas vidas futuras, na solução de problemas do cotidiano
(INEP, 2020, on-line).
188
Essa avaliação tem como objetivo verificar também a operacionalização de
UNICESUMAR
esquemas cognitivos nos seguintes termos: conteúdos ou estruturas do conhe-
cimento que necessitam adquirir em cada área; competências para aplicação
desses conhecimentos; e contextos em que conhecimentos e competências são
aplicados (INEP, 2020, on-line)
O PISA é aplicado em um único dia, tem duas horas de duração, é realizado
no computador e as questões são objetivas e discursivas. A cada edição do PISA,
uma das três disciplinas avaliadas se torna o foco da avaliação; na última edição,
a leitura foi o foco. No Brasil, quem coordena a aplicação do Pisa é o INEP. O país
participou de todas as edições do Pisa, desde sua criação, em 2000, porém conti-
nua com uma pontuação muito abaixo dos países desenvolvidos. Os resultados
de 2018 mostraram que o Brasil caiu no ranking mundial na área da matemática
e das ciências; e ficou estagnado na leitura, no entanto, o que mais foi evidenciado
é o fato de que dois terços dos estudantes do país que tem 15 anos não sabem ao
menos o básico de matemática.
Os resultados dessa avaliação podem ser utilizados pelos países envolvidos,
como instrumento para desenvolver ações para o aperfeiçoamento de políticas
educacionais, a fim de tornar mais efetiva a formação dos jovens para a vida futura
e para a participação ativa na sociedade.
Portanto, conhecer as avaliações externas realizadas na educação básica do
nosso país é de fundamental importância, pois esses processos são necessários
para o bom andamento da educação básica. Além disso, quando se pensa na es-
trutura e no funcionamento da educação brasileira, precisamos pensar no todo
e no reflexo que essas avaliações causam em nossa própria prática docente, no
entanto esse é um assunto para um outro momento. Bons estudos e até a próxima.
189
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
190
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
191
na prática
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.
192
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
193
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
194
aprimore-se
195
aprimore-se
196
eu recomendo!
livro
filme
197
eu recomendo!
conecte-se
Programa em que uma professora fala a respeito de sua pesquisa que se transfor-
mou em um livro, denominado: “Formação Continuada e Valorização da Carreira Do-
cente”, que aborda diversos estudos sobre as principais queixas dos profissionais da
Educação.
https://www.youtube.com/watch?v=yE7DfMuo3E4
198
5
AS IMPLICAÇÕES DO
NEOLIBERALISMO
no país
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O Neoliberalismo no Brasil: Algu-
mas Concepções • O Impacto do Neoliberalismo na Educação • Democratização e Descentralização:
Perspectivas no Contexto Escolar.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender Algumas Concepções do Neoliberalismo no Brasil • Entender o impacto do Neolibera-
lismo na Educação • Estudar a Democratização e Descentralização: Perspectivas no Contexto Escolar.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
NO BRASIL:
algumas concepções
conceituando
201
A concepção neoliberal tem como premissa o caminho da servidão, escrita por
UNIDADE 5
“
[...] sobretudo a partir da segunda metade dos anos 70, e propa-
gadas pelo mundo a partir das organizações multilaterais criadas
pelo acordo de Bretton Woods (1945), isto é, o Banco Mundial e o
Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas todos esses significados
têm uma coisa em comum: sugerem o retorno a um modelo ideal
(MORAES, 2001, p. 3).
UNICESUMAR
da incorporação de diretrizes neoliberais. Nesse sentido, a reforma do Estado
deve ser entendida:
“
[..] dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econô-
mico e social pela via da produção de bens e serviços, para for-
talecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvi-
mento (BRASIL, 1995, p. 12).
Para Peroni (2003, p. 56), o que poderia ser uma proposta de “Estado mínimo,
configura-se como realidade de Estado mínimo para as políticas sociais e de
Estado máximo para o capital”. Assim, o Estado, com o poder máximo sobre
o capital, regula as atividades do capital corporativo, a partir do seu interes-
se, criando um clima propício para os negócios, atraindo o capital financeiro
transnacional, contendo o câmbio e direcionando o capital para o que considera
mais lucrativo (HARVEY,1989).
Nesse sentido, entendemos que os indivíduos são responsabilizados pelo cus-
to de seu investimento, pois quando “uma agência governamental financia ou
ajuda a financiar o treinamento de qualquer indivíduo [...] esse, em troca, deve
concordar em pagar ao governo” (FRIEDMAN, 1984, p. 99). Complementando
essas ideias, Lessard (2011, p. 54) estabelece que o Estado progressivamente mo-
difica seu modo de intervir com “menos responsabilidade direta, mais pilotagem à
distância em parceria com os atores da sociedade civil, mais avaliação da eficácia
e da eficiência da ação pública”.
Encontramos alguns princípios e fundamentos do modelo neoliberal nas
10 regras do Consenso de Washington de 1989, apontadas por Batista (1994),
que foi uma recomendação internacional que tinha como objetivo introduzir o
pressuposto econômico neoliberal nos países subdesenvolvidos, para combater
a crise, sobretudo os da América Latina, tornando-se a base do neoliberalismo
nos países subdesenvolvidos, já que após o Consenso de Washington, os EUA e,
posteriormente, o FMI adotaram essas recomendações como obrigatórias para
conceder auxílio aos países em crise e negociar as dívidas externas. Desse modo,
as 10 recomendações do Consenso de Washington que traçam as características
do neoliberalismo são:
203
“
- Disciplina fiscal: inserção de um teto para os gastos públicos,
UNIDADE 5
204
grupos de interesse da sociedade civil estão sempre tentando influenciar as
UNICESUMAR
decisões de governo para manter seus privilégios, principalmente no que se
refere às bases do trabalho.
Para compreender um pouco melhor como o neoliberalismo foi efetivado
no país, vamos delinear três momentos históricos. O primeiro deles iniciou-se
ao final do governo Sarney (1985 – 1990), em meio a aprovação da Constituição
Federal de 1988, que viabilizou o enxugamento do Estado, ganhando força com
a posse do ex-presidente Fernando Collor de Melo (1990 – 1992), primeiro pre-
sidente eleito após o golpe militar (1964 – 1985).
Durante a sua breve atuação no governo, instituiu de maneira abrupta o
modelo neoliberal. O choque foi visceral, propiciando, de maneira acelerada,
o avanço da recessão econômica, motivando tanto a direita quanto à esquerda,
apesar de suas concepções ideológicas, partidárias e políticas à aprovação do
impeachment do então Presidente Fernando Collor de Melo.
Em meio a esse período conturbado, o nome de Itamar Franco começa a
se destacar politicamente, assumindo a então presidência, em decorrência do
impeachment de Collor, em agosto de 1992, estabelecendo, desse modo, o fim
do primeiro momento do neoliberalismo no Brasil.
Com a eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, o neoliberalismo
foi retomado, estabelecendo, entre os anos de 1995 a 2002, o segundo maior pe-
ríodo da aplicação do modelo neoliberal no Brasil. Com a estabilidade monetária
alcançada pelo Plano Real, em 1994, e a reclusão da recessão, o Estado passou
por inúmeras transformações.
Os gastos do Estado reduziram com a privatização de várias empresas es-
tatais, como a Vale do Rio Doce, destituindo parte do setor produtivo estatal,
propiciando a terceirização no interior do governo, a liberalização comercial e
financeira, além das reformas trabalhistas, previdenciária, entre outras, incenti-
vando empresas estrangeiras estabelecerem filiais no país. Apesar da estabilidade,
a desigualdade social ficou ainda mais evidente do que já era nos anos anteriores.
Os serviços públicos foram sucateados, os hospitais, as escolas e as universida-
des públicas deixaram de receber fundos para insumos necessários. Professores,
policiais, médicos e funcionários públicos federais em geral tiveram seus salários
atrasados e os benefícios oriundos dos planos de carreira achatados, decorrendo
greves em várias categorias descontentes com o direcionamento do serviço público.
Além disso, a população mais pobre estava passando fome e não tinha acesso à
205
saúde de qualidade e seus direitos à educação também não eram respeitados. As-
UNIDADE 5
206
2
O IMPACTO DO
UNICESUMAR
NEOLIBERALISMO
na educação
UNICESUMAR
7. Municipalização e “escolarização” do ensino, com o Estado repassando
adiante sua responsabilidade (os custos são repassados às prefeituras e
às próprias escolas).
8. Aceleração da aprovação para desocupar vagas, tendo o agravante da me-
nor qualidade.
9. Aumento de matrículas como jogo de marketing (são feitas apenas mais
inscrições, pois não há estrutura efetiva para novas vagas).
10. A sociedade civil deve adotar os “órfãos” do Estado (por exemplo, o pro-
grama “Amigos da Escola”). Se as pessoas não tiverem acesso à escola, a
culpa é colocada na sociedade que “não se organizou”, isentando, assim,
o governo de sua responsabilidade com a educação.
11. O Ensino Médio dividido entre educação regular e profissionalizante,
com a tendência de priorizar este último: “mais ‘mão-de-obra’ e menos
consciência crítica”.
12. A autonomia é apenas administrativa. Avaliações, livros didáticos, currí-
culos, programas, conteúdos, cursos de formação, critérios de “controle”
e fiscalização continuam dirigidos e centralizados. Contudo, no que se
refere à parte financeira (como infraestrutura, merenda, transporte), passa
a ser descentralizada.
13. Produtividade e eficiência empresarial (máximo resultado com o menor
custo): não interessa o conhecimento crítico.
14. Nova linguagem, com a utilização de termos neoliberais na educação.
15. Modismo da qualidade total (no estilo das empresas privadas) na escola
pública a partir de 1980.
16. Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) são ambíguos (possuem
duas visões contraditórias); se por um lado aparece uma preocupação
com as questões sociais, com a presença dos temas transversais como pro-
posta pedagógica e a participação de intelectuais progressistas, por outro,
há todo um caráter de adequação ao sistema de qualidade total e a retirada
do Estado. É importante recordar que os PCNs surgiram já no início do
primeiro mandato do Fernando Henrique Cardoso, quando foi reunido
um grupo de intelectuais da Espanha, Chile, Argentina, Bolívia e outros
países que já tinham realizado suas reformas neoliberais, para iniciar esse
processo no Brasil. A parte considerada progressista não funciona, já que
a proposta não vem acompanhada de políticas que assegurem sua efetiva
209
implantação, ficando na dependência das instâncias da sociedade civil e
UNIDADE 5
pensando juntos
O Brasil tem perdido milhares de vagas de emprego formal nos últimos anos. Nesse sen-
tido, como formar exclusivamente para atender o trabalho em um país que apresenta
diminuição gradativa dos postos de trabalho?
Fonte: a autora.
UNICESUMAR
período, que era determinado pela percepção de desenvolvimento da sociedade
que tinham, necessitando urgentemente que revissem o papel do Estado – cau-
sador da crise pela qual os brasileiros passavam.
Desse modo, redefinir o papel do Estado significava, então, reformar a ins-
tituição, pois se percebia que ela já não atendia as demandas sob sua respon-
sabilidade, “[...] sobretudo na área social” (BRASIL, 1995, p. 10). Esse processo
era necessário uma vez que a dificuldade de atender às demandas significava,
justamente, em uma crise do Estado. Assim, a crise do Estado definia-se:
“
(1) como uma crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do
crédito por parte do Estado e pela poupança pública que se torna
negativa; (2) o esgotamento da estratégia estatizante de intervenção
do Estado, a qual se reveste de várias formas: o Estado do bem-estar
social nos países desenvolvidos, a estratégia de substituição de im-
portações no terceiro mundo, e o estatismo nos países comunistas; e
(3) a superação da forma de administrar o Estado, isto é, a superação
da administração pública burocrática (BRASIL, 1995, p. 10).
211
Diante disso, os governantes brasileiros desse período iniciaram um processo
UNIDADE 5
conecte-se
UNICESUMAR
resultando em desregulação, descentralização e privatização.
O setor privado, por sua vez, ampliou seu espaço de atuação na educação para
além da oferta direta dos serviços educacionais, recaindo sobre os espaços públi-
cos as parcerias, a venda de métodos e materiais educacionais, em um processo
de mercantilização do conhecimento.
“
As políticas de privatização encontravam-se presentes nos discur-
sos pela autonomia da escola, na busca por recursos, na concessão
de bolsas de estudo nas instituições privadas, com o aumento da
oferta da educação básica, dos cursos tecnológicos nas instituições
privadas, no financiamento de projetos educacionais pelo Banco
Internacional de Desenvolvimento (BID), e através das políticas
de incentivos fiscais e isenção de impostos às instituições privadas,
adotadas pelos governos, enquanto que, para a rede pública, cada
vez menos recursos são destinados (HOTZ, 2009, p. 267).
“
Manifesta-se, desse modo, a tentativa de vincular a educação ao
novo paradigma produtivo, na ótica do que se denomina neotec-
nicismo. Há a volta ao discurso do racionalismo econômico, do
gerencialismo/administração privado/a como modelo para o setor
público e do capital humano (formação de recursos humanos) (LI-
BÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 117).
214
3
A DEMOCRATIZAÇÃO E A
UNICESUMAR
DESCENTRALIZAÇÃO:
perspectivas no contexto
escolar
“
o ensino democrático não é só aquele que permite o acesso de todos
os que o procuram, mas, também oferece a qualidade que não pode
ser privilégio de minorias econômicas e sociais. O ensino democráti-
co é aquele que, sendo estatal, não está subordinado ao mandonismo
de castas burocráticas, nem sujeito às oscilações dos administradores
do momento [...]. O ensino democrático é, também, aquele cuja gestão
é exercida pelos interessados, seja indiretamente, pela intermediação
do Estado (que precisamos fazer democrático), seja diretamente, pelo
princípio da representação e da administração colegiada.
UNICESUMAR
derar que os discursos que envolvem essa temática, propagam valores e metas
distintas, por isso, Carvalho (2004) afirma que esses posicionamentos divergentes,
que se dividem entre universalizar as oportunidades e propiciar a liberdade do
educando, confirma mais do que uma diferença teórica ou conceitual, demonstra
a adesão a práticas sociais diversas, a partir do que cada grupo social considera
como sendo melhor, confirmando que a ampliação das oportunidades de acesso
à educação, muitas vezes, não é relacionado ao acesso das pessoas à educação.
Para Azanha (2004, p. 344), não:
“
[...] se democratiza o ensino, reservando-o para uns poucos sob
pretextos pedagógicos. A democratização da educação [...] é um
processo exterior à escola, que toma a educação como uma variável
social e não como simples variável pedagógica.
UNICESUMAR
gramas, também há o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização do Magistério (FUNDEB), que é:
“
[...] um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual
(um fundo por estado e Distrito Federal, num total de vinte e sete
fundos), formado, na quase totalidade, por recursos provenientes
dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e muni-
cípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da
Constituição Federal. Além desses recursos, ainda compõe o Fun-
deb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais,
sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não
alcançar o mínimo definido nacionalmente. Independentemente
da origem, todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação
exclusiva na educação básica (FUNDEB, 2020, on-line)10.
explorando Ideias
O que é o Fundeb?
O Fundeb não é um único fundo, na verdade, é um conjunto de 27 fundos (26 estaduais e
1 do Distrito Federal) que serve como mecanismo de redistribuição de recursos destina-
dos à Educação Básica. Isto é, trata-se de um grande cofre do qual sai dinheiro para va-
lorizar os professores e desenvolver e manter funcionando todas as etapas da Educação
Básica – desde creches, Pré-escola, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio
até a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A Educação Superior não entra nessa conta. O
Fundeb entrou em vigor em janeiro de 2007 e se estenderá até 2020, conforme prevê a
Emenda Constitucional nº 53, que alterou o Art. 60 do Ato de Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT), por isso a urgência em ajustar uma proposta de Novo Fundeb.
Fonte: Todos Pela Educação (2020, on-line)11.
219
Caro(a) aluno(a), esperamos que esta leitura tenha instigado a buscar mais
UNIDADE 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
220
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
221
na prática
222
na prática
a) Uma base econômica formada pelo setor público que apresentava uma demanda
significativa para o mercado de trabalho.
b) Efetivar uma sociedade mais igualitária a partir do desenvolvimento social e po-
lítico do país.
c) Por implantar um conjunto de ideais políticos e econômicos que defendia a
diminuição da interferência do Estado na economia.
d) Diminuir as diferenças sociais e econômicas da população com uma oferta ainda
e) Diminuir o poder da iniciativa privada diante da intervenção do Estado contra as
classes mais favorecidas.
223
aprimore-se
224
aprimore-se
225
eu recomendo!
livro
filme
226
eu recomendo!
conecte-se
227
conclusão
conclusãogeral
geral
conclusão
conclusão
geral
geral
Caro(a) aluno(a),
Chegamos ao fim desta trajetória, cujo objetivo foi compreender a estrutura e or-
ganização da educação básica brasileira. Tratamos do percurso da educação por
meio da legislação brasileira e dos caminhos percorridos para que hoje tivéssemos
a garantia constitucional do direito à educação.
Abordamos aspectos pontuais sobre a organização dos níveis, etapas da Educa-
ção Básica brasileira, bem como especificamos a evolução histórica de cada modali-
dade de ensino existente no Brasil. Perpassamos conceitos fundamentais e aspectos
legais a respeito das diretrizes que regem os níveis da educação básica, bem como
se estrutura suas etapas iniciais. Além disso, discutimos a respeito das modalidades
de ensino e suas especificidades.
Estudamos a relação do professor com o sistema de ensino e a organização es-
colar, sistematizando discussões a respeito da formação inicial dos profissionais da
educação e como permeia a profissionalização e a carreira do magistério, além de
articular reflexões a respeito das avaliações Externas e como esse trabalho implica
no Trabalho Docente.
228
228
conclusão geral
conclusão geral
229
referências
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-como-funciona-o-fundeb. Acesso em: 24 ago. 2020.
245
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 3
1. E. 1. D.
2. D. 2. C.
3. D. 3. A.
4. C. 4. C.
5. B. 5. E.
UNIDADE 2 UNIDADE 4
1. A. 1. D.
2. E. 2. B.
3. C. 3. C.
4. E. 4. E.
246
anotações
anotações