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Pratica Da Leitura

Artigo sobre leitura

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A PRÁTICA DA LEITURA: HÁBITOS E SUPORTES

THE PRACTICE OF READING: HABITS VERSUS PLATFORMS

LA PRACTICA DE LA LECTURA: HÁBITOS Y SOPORTES


*
Celso Leopoldo Pagnan
**
Denilson Teixeira Lima
***
Rennan Herbert Mustafa

Resumo: A leitura é uma prática advinda da época da invenção da escrita, há cerca de cinco mil anos.
De lá para cá, foram criados suportes para impressão dos textos e alterado o modo e os objetivos com
que se leem textos. As duas últimas grandes mudanças se deram com a invenção da imprensa com
tipos móveis por Gutenberg em meados do século XV e a publicação de textos em suporte digital,
utilizando-se de diferentes gadgets, desde fins do século XX. A presente pesquisa parte do princípio de
que mesmo os chamados nativos digitais não têm ainda o hábito pleno, por assim dizer, de ler livros
no novo suporte e que isso se explicaria tanto pela prática pouco frequente da leitura em geral, bem
como por haver a necessidade de um novo aprendizado para explorar, de modo significativo, a leitura
digital. Não apenas a utilização das ferramentas, mas também estratégias específicas para a realização
da leitura. Baseamo-nos em estudos diversos e utilizamos como método questionário aplicado em
discentes do curso de graduação em direito de uma universidade particular. Em conclusão, podemos
afirmar que existe a necessidade de um aprendizado efetivo de novas estratégias de leitura a fim de
que se realize a leitura em ambientes digitais com maior proveito.
Palavras-chave: leitura, suporte, hábito, prática.

1 INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico possibilitou a universalização das informações e reduziu
distâncias, através da internet e dos aparelhos que possibilitam o acesso a ela, alterando
significativamente a vida das pessoas, seus costumes, suas ações e principalmente seu modo
de perceber e estabelecer as relações sociais. Com essas mudanças, o modo de ler e de se
relacionar com a leitura ganhou, além do suporte papel, o suporte digital por meio de celular,
tablets notebooks e leitores digitais.
O hábito de leitura pode iniciar-se em casa ou na escola, dependendo das relações que a
família exerce com tal prática. No entanto, atribui-se à escola o papel principal de desenvolver
no educando o letramento, isto é, a capacidade de ler e interpretar, ou, de maneira mais
abrangente, considerando o contexto que estamos descrevendo, desenvolver o multiletramento
no aluno, que é a capacidade de ler diferentes gêneros textuais em formatos variados
preferencialmente em ambiente digital. Sendo assim, o professor deve assumir o papel de
mediador no processo educativo, cabendo a ele, desenvolver práticas articuladas com a
realidade do aluno, motivando os aprendizes a utilizarem a linguagem para entender o

*Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa (FCLA – UNESP/SP). Professor Titular (UNOPAR/PR).


E-mail: [email protected]. ORCID: 0000-0002-9063-9005.
**Graduado em Direito (PUC/PR). E-mail: [email protected]. ORCID: 0000-0002-3069-0802.
***Graduando em Direito (UEL/PR). E-mail: [email protected]. ORCID: 0000-0002-0590-5998.

Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 29, n. 2, p.139-155, Mai./Ago., 2018. ISSN: 2236-
0441. DOI: 10.32930/nuances.v29i2.5103.
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contexto social e dar significado a ele, o que leva a um processo dinâmico na troca do saber
(PEREIRA, 2013). Xavier (2017, p. 2) afirma que o indivíduo letrado deve ter “capacidade de
enxergar além dos limites do código, fazer relações com informações fora do texto falado ou
escrito e vinculá-las à sua realidade histórica, social e política”.
Silva, Oliveira e Silva (2011) apontam que o professor precisa olhar para a dimensão
cultural de cada aluno, identificar sua realidade e a partir da análise:

[...] tem que procurar observar, imaginar a realidade de cada aluno, suas condições
sociais, culturais e econômicas para poder criar estratégias e meios de interação para
efetivar práticas de leitura para assim formar um aluno-leitor-autônomo, cidadão
consciente de suas possibilidades de leitura do mundo e de sua própria existência.
(SILVA, OLIVEIRA; SILVA, 2011 p. 9).

Os recursos tecnológicos são instrumentos de informação que podem auxiliar a prática


nesse processo de ensino e aprendizagem das competências leitoras. Tanto os professores
como a escola devem reconhecer a relevância das tecnologias na produção e divulgação do
conhecimento e acompanharem a cultura digital de forma que se tenha pleno domínio para
manipular ferramentas tecnológicas e usá-las a favor desse processo. Porém, por serem
mecanismos intuitivos, supõe-se que o aprendizado pode ocorrer “naturalmente”.
Ora, crianças e adolescentes possuem certo domínio dos meios tecnológicos, utilizam
suas funcionalidades para o entretenimento e distração. Por isso, o saber docente deve
acompanhar as inovações do mundo informatizado, de modo a associar métodos de
letramento a partir de recursos tecnológicos, ampliando as formas de construção do saber,
favorecendo ao educando leitor a compreensão crítica da linguagem mediada pela tecnologia
de forma mais eficiente e eficaz.
Nesse sentido, há que se determinar se o aludido novo suporte se constitui apenas em
meio ou se alteraria efetivamente o modo como se lê. Em outros termos, haveria alguma
mudança na cognição do leitor ler nesse ou naquele suporte? Ou, perguntando-se de outro
modo: como e até que ponto a compreensão de textos lineares, narrativos ou não narrativos,
diferem quando estão dispostos na tela do computador, e equivalentes, se comparados aos
impressos no papel? Não estamos tratando de modo específico do hipertexto, e sim sobre a
leitura de um romance, de um artigo, de textos em geral em ambiente virtual.
Pesquisas, como a de Xavier (2010), investigam o quanto a passagem do papel para a
tela digital alterou peculiaridades fundamentais do texto a ponto de interferir positiva ou
negativamente na apreensão de significados contidos nos diferentes gêneros que circulam
socialmente. Nesse cenário, partimos do princípio de que o estudante, ainda que considerado
nativo digital (PRESNKY, 2001), não sente totalmente praticável a leitura nesse suporte.

Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 29, n. 2, p.139-155, Mai./Ago., 2018. ISSN: 2236-
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A explicação pode ser meramente cultural, por não se estar plenamente acostumado, de
fato, a ler textos digitais ou a explorar suas possibilidades do mesmo modo que se faz com
textos impressos. Um dos motivos parece ser o da materialidade, o ato de tocar o livro
colabora para a localização espacial. Embora localizar uma informação, uma passagem em
um texto digitalizado, seja mais rápido porque basta dar alguns comandos, a localização de
uma passagem em um livro físico colabora para uma visão de conjunto, para uma visão não
fragmentada.
Com o objetivo de verificar esse pressuposto, um questionário foi elaborado e aplicado
junto a estudantes de graduação de direito de uma universidade particular em Londrina/PR. A
escolha do público-alvo se deve ao fato da necessidade de leitura ampla de códigos e outros
materiais, disponibilizados nos dois suportes, que deve ter um estudante de direito.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Bellei (2002, p.122) realizou um diagnóstico sobre o leitor de textos digitais, a quem
conceituava como o leitor eletrônico, o autor identifica que esse leitor “[...] lê e não conclui
sua leitura no tempo. O que faz é experimentar constantemente, em releituras sucessivas,
possibilidades narrativas alternativas em uma vasta dimensão espacial e em um eterno
presente”. Com isso, o autor aponta uma característica do novo leitor: a fragmentação, o não
aprofundamento de um determinado tema ou mesmo de um único texto, tendo em vista a
multiplicidade de caminhos e facilidade que oferece a leitura on-line.
Chartier (2007), em entrevista, destaca essa característica da leitura em suporte digital:
“Estamos vivendo a primeira transformação da técnica de produção e reprodução de textos e
essa mudança na forma e no suporte influencia o próprio hábito de ler”.
Tomemos por referência outro dado, com base na pesquisa Retratos da Leitura
(FAILLA, 2016). Há cerca de 122 milhões de usuários da internet no Brasil, isso se
considerarmos os três meses anteriores à realização de entrevistas que resultaram na pesquisa.
Do total entrevistado, 41% souberam informar o que seria um livro digital. Evidente que saber
o que significa não é indicativo de que seja leitor. É importante destacar que a leitura na
internet não se restringe à leitura de livros. Há, especialmente com as redes sociais, os espaços
de interatividade ofertados por sites em geral, blogs, ou seja, uma ampla gama de
possibilidades sugestivas para a prática da leitura e da escrita.
Há, pois, uma possibilidade exponencial de crescimento para a prática da leitura on-line,
para a leitura em suporte digital. A explicação estaria, de acordo com Ribeiro (2008), no fato
de que as novas tecnologias digitais da informação e comunicação favoreceriam a leitura em
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função de sua não linearidade e não hierarquização, e isso aproximaria as características do
modo de construir pensamento pelo ser humano. Em outros termos, não pensamos
linearmente, assim a fragmentação da web favoreceria a explosão de ideias, o ato de escrever
um pouco sobre muitos assuntos, embora sem profundidade. Nessa linha de raciocínio,
podemos retomar Chartier (2007, p.39), que afirma em referida entrevista:

[...] a leitura atualmente se dá de forma, fragmentada, num mundo em que cada texto
é pensado como uma unidade separada de informação. Essa forma de leitura se
reflete na relação com as obras, já que o livro impresso dá ao leitor a percepção de
totalidade, coerência e identidade - o que não ocorre na tela.

De qualquer modo, destacando-se o conhecimento e a preferência, entre os leitores


ativos de livro, sempre segundo a pesquisa Retratos da leitura, apenas 34% dos que afirmaram
saber o que é um livro digital leram livros nesse suporte. Carrenho (2016) aponta que a
explicação para a baixa adesão pode estar no fato de que o suporte seria efetivamente recente,
datando de 2007, a despeito de, desde 1971, já se ter a primeira publicação eletrônica. De
qualquer modo, os resultados indicariam “que o leitor de livros digitais é o leitor assíduo que
tem passado a realizar suas leituras também no formato digital”. Em outros termos, a
tecnologia de per se não gera novos leitores e nem altera imediatamente o hábito de ler no
suporte papel. Quando muito, cria um novo meio de acesso à leitura.
Por outro lado, supõe-se que os chamados nativos digitais, conforme a expressão criada
por Marc Prensky (2001), que se referia aos jovens em tese mais acostumados em usar fontes
digitais, sem apoio eventual de livros ou a mídia impressa, estariam mais aptos a ler textos
digitais. Prensky não quis tratar desse nativo relacionado exclusivamente ao hábito de leitura.
Ainda assim, há que se considerar o contexto geral. Em uma comparação, Presnky (2001)
afirma que o imigrante digital teria de imprimir um e-mail ou um documento para poder editá-
lo, ao passo que esse processo seria “natural” com o nativo das tecnologias1. Trata-se de uma
afirmação genérica, que poderia ser mais verdadeira em 2001. Certamente, muitos imigrantes
já aprenderam a editar um documento no próprio ambiente on-line.
Ora, a leitura digital requer que o leitor tenha alguns conhecimentos básicos sobre o
manuseio de aparelhos, desde ligar, passando pela busca e localização do material a ser lido,
até o modo de efetivar a leitura e eventuais marcações no texto digital. Ao passo que a leitura
em livro requer menos habilidade técnica, basicamente o de folhear, localizar alguma

1
No original: There are hundreds of examples of the digital immigrant accent. They include printing out your e-mail (or
having your secretary print it out for you – an even “thicker” accent); needing to print out a document written on the
computer in order to edit it (rather than just editing on the screen). (PRESNKY, 2001)
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informação no índice e efetuar a leitura. Embora os gadgets tenham um tanto de intuitivo, há
que se aprender a utilizá-los.
Tomemos por referência outra fonte mais recente. Moraes e Arena (2012) realizaram
uma pesquisa sobre os hábitos de leitura de estudantes de pedagogia e concluíram que quase a
totalidade dos graduandos preferiam ler em texto impresso.

[...] surpreendentemente, quase cem por cento dos alunos entrevistados nesta
pesquisa declararam sua preferência pela leitura de texto impresso, somente
uma aluna disse preferir a leitura no computador. Os dados mostram que os
alunos não se apropriaram totalmente da leitura digital, eles afirmaram que
atualmente a maior parte de livros, apostilas, artigos, estão disponíveis no
formato digital e que isso facilitou o acesso a tais materiais. Entretanto, não
afirmam que a leitura digital é a preferida por eles. (MORAES; ARENA,
2012, p. 9)

Há diversas outras pesquisas que procuram descrever os novos hábitos de leitura.


Oliveira Pan (2005), por exemplo, com apoio de Marcuschi (2010), sugere que o leitor de
textos digitais não estivesse ou ainda não esteja totalmente preparado para ler hipertextos e
apresentar o mesmo nível cognitivo que tem quando lê algo impresso, pois

[os] leitores buscaram reproduzir a leitura linear em um contexto onde a tônica é a


não-linearidade. Poderíamos, em contrapartida, indagar se esta dificuldade não seria
uma forma de resistência à fragmentação produzida pelo hipertexto, tão bem
caracterizada por Marcuschi (1999), quando nos afirma que a possibilidade de
percursos distintos pode estar contribuindo para a superficialização e futilização da
leitura. (PAN, 2005, p. 3)

A autora realiza uma afirmação que concordamos, ou seja, para não aceitar como uma
verdade absoluta as pretensas competências e habilidades leitoras de um nativo digital,
mesmo porque usar de tecnologia não leva ao desenvolvimento cognitivo como leitor.

Sendo, no entanto, notório que muitos dos nossos estudantes, mesmo os que
estão nos cursos de graduação, são (re)conhecidos como pessoas que
apresentam dificuldades em ler e interpretar os textos impressos, podemos
imaginar a sobrecarga imposta pela leitura virtual, na medida em que esta
exige outras formas de pensamento. (PAN, 2005, p. 8).

A tecnologia exige que pessoas de gerações anteriores aprendam a usar computadores


para, por exemplo, retirar dinheiro em um caixa eletrônico ou que tenham o mínimo
conhecimento técnico para manusear um smartphone, há que se desenvolver no alunado
habilidades e competências para leitura nos dois suportes. Em outros termos, não parece mais
o caso de escolher uma ou outra tecnologia, escolher um ou outro suporte, mas sim o de ser
hábil em ambos. Para Theisen (2012), é necessária a leitura nos diversos suportes para se
participar ativa e efetivamente do contexto cultural e de acesso amplo à informação. Letrar-se

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digitalmente pressupõe assumir mudanças nos modos de ler “até porque os suportes sobre os
quais estão os textos digitais é a tela também digital” (XAVIER, 2002, p. 2)
Jabr (2013), em estudo sobre como o cérebro tende a preferir o texto em papel, faz as
seguintes considerações.

Como exatamente a tecnologia que usamos para ler muda a maneira como
lemos? Crianças de cinco anos tinham dificuldade em escrever cartas à mão,
mas quando digitavam letras em um teclado, a construção de um mapa
mental coerente desse texto era facilitada. Por outro lado, ouso de muitos
aparelhos de acesso a textos digitais inibem as pessoas a construírem esse
mapa mental. (JABR, 2013, p. 32).

Sem entrar nesse mérito, porque haveria a necessidade de um estudo específico, é


importante retomar Dehaene (2012), o qual assinala um paradoxo, a de que o cérebro humano
não é, naturalmente, criado para responder a comandos de leitura, que o aprendizado da
leitura começou a ocorrer cerca de cinco mil anos atrás com a invenção da escrita e que a as
mudanças no modo de escrever e nos suportes utilizados e mesmo nas práticas foram exigindo
adaptações no circuito cerebral. Ou seja, é provável que estejamos aos poucos reorganizando
o circuito para que a leitura em âmbito digital seja mais proveitosa do ponto de vista cognitivo
e também como hábito.

3. METODOLOGIA
O objetivo da foi produzir conhecimentos sobre o hábito e estratégias de leitura, de
acordo com a autopercepção do público-alvo. Quanto aos procedimentos, adotamos o survey,
tendo em vista que nesse tipo de pesquisa um dos focos é a obtenção de opiniões sobre
determinado grupo de pessoas –, no caso discentes de uma universidade particular,
particularmente do curso de graduação em direito. A escolha ocorreu porque estudantes dessa
área têm de ler constantemente, seja em suporte papel, seja em suporte digital. Desse modo, o
intento foi também o de realizar um diagnóstico desse público no que diz respeito aos hábitos
de leitura. Foi desenvolvida por meio de questionários disponibilizados on-line com o uso da
solução Formulários Google.
Os alunos foram convidados pelos pesquisadores, que explicaram do que se tratava a
pesquisa, qual a finalidade, alertando-se que os dados seriam para efeito de pesquisa e que

2
No original: “How exactly does the technology we use to read change the way we read? The reading circuits of five-year-
old children crackled with activity when they practiced writing letters by hand but not when they typed letters on a keyboard
they also make it easier to form a coherent mental map of that text. In contrast, most digital devices interfere with intuitive
navigation of a text and inhibit people from mapping the journey in their mind”.

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nenhuma informação pessoal seria necessária. O formulário ficou disponível por duas
semanas e 66 estudantes responderam, espontaneamente, ao questionário. Considerando isso,
os dados foram coletados em determinado intervalo de tempo, sem a intenção de comparar
dois ou mais períodos temporais. Trata-se, pois, de um corte-transversal dos dados.
Para a análise dos dados, seguindo as diretrizes de como foram coletados, destacamos as
variáveis nominais, em termos absolutos ou proporcionais, sempre com o objetivo último de
traçar um perfil do público-alvo. Embora não seja possível, com isso, uma conclusão de
caráter amplo, que englobaria todos os estudantes do ensino superior, o recorte aponta, sem
dúvida, tendências. Eis o ponto que queremos destacar.

4. PESQUISA
Convidamos cerca de 300 alunos de turmas variadas a participar. Desse total, 66
estudantes atenderam ao pedido dos pesquisadores e responderam aos questionários. Trata-se,
pois, de uma amostra relativamente ampla, considerando a quantidade de pessoas convidadas.
Sabe-se que no método survey, há essa desvantagem, pois a pesquisa depende da participação
espontânea dos indivíduos. Além disso, deve-se partir do princípio de que as informações
prestadas são fidedignas e confiáveis, para que todo o processo tenha validade científica.
Por contarmos a espontaneidade dos convidados, a abordagem é não-probalística, isto é,
não se pode extrair de toda a pesquisa uma conclusão válida para os mesmos grupos de
indivíduos, ainda que seja possível apontar para alguma proximidade de perfil.
A pesquisa abordou três frentes: uma sobre o perfil dos respondentes, outra sobre os
hábitos de leitura e outra sobre a prática de leitura, considerando como suportes de leitura
abordados: impresso e digital.

4.1 Perfil
Os números informados nos gráficos serão absolutos. Na análise, porém, destacamos os
dados percentualmente para uma visão mais abrangente.

Gráfico 1: Sexo

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Por se tratar de resposta espontânea, não houve uma pré-seleção de qual perfil, se mais
pessoas do sexo masculino, ou mais do sexo feminino, deveria responder ao questionário.
Com isso, o fato de 56% dos respondentes serem do sexo masculino e uma quantidade menor,
44%, ser do sexo feminino, não traz grande importância para o resultado final da pesquisa. A
diversidade é importante para que se tenha uma visão geral sobre os respondentes.

Gráfico 2: Já concluiu algum curso superior

Fonte: Elaborado pelos autores.

Como todos os respondentes são estudantes do ensino superior, a pergunta era para
saber se estariam realizando um segundo curso ou se seria o primeiro curso de nível superior.
42% afirmaram já terem concluído algum curso, o que é importante para nossa temática,
sugerindo uma experiência leitora significativa. Do total de 28 respondentes que afirmaram já
terem concluído outro curso superior, 21% (ou seis indivíduos) relataram não terem lido um
livro completo nos três meses anteriores à pesquisa. Por outro lado, 32% (ou nove indivíduos)
leram disseram ter lido 3 ou 4 livros inteiros no período especificado. Trata-se de um dado
significativo para a contextualização mais ampla da presente pesquisa. Tanto para a
caracterização do público leitor como do não leitor, em ambos os suportes de que estamos
tratando. Sempre supomos que estudantes devem ler com frequência, porém, conforme a
pesquisa, não é o que ocorre.

Gráfico 3: Faixa etária

Fonte: Elaborado pelos autores.

Conforme o que se começou a estabelecer, os nascidos entre 1965 e a década de 1980


do século XX, ou a faixa etária entre 30 e 50 anos, aproximadamente, fariam parte do que se
convencionou chamar de imigrantes digitais, isto é, que foram criados sem acesso ao uso de

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computadores e internet, mas que, com o tempo, foram aprendendo a utilizar tais ferramentas
de tecnologia e comunicação. Por outro lado, os nascidos a partir da década de 90 do século
XX seriam os nativos digitais (PRESNKY, 2001), isto é, os que teriam até 30 anos
aproximadamente.
Na prática, significaria que tais indivíduos seriam mais afeitos ao uso das NTIC, e que,
ao contrário dos imigrantes, teriam um conhecimento intuitivo e “natural” de tais ferramentas.
Isso pode não ser necessariamente verdade, ainda mais se considerarmos a realidade
brasileira, em que o acesso à internet e a aparelhos mediadores, como tablet e smartphones,
por exemplo, não está acessível indistintamente a todos. Mais do que isso, segundo estudo:

Importa assim esclarecer que o conceito do nativo digital em contraposição ao do


imigrante digital, ainda que atraente em um primeiro momento, é limitado na
compreensão da real dimensão do significado da aprendizagem da cultura digital.
Nas condições prevalecentes na sociedade brasileira, tanto em termos educacionais,
quanto culturais e econômicos, o desenvolvimento e a educação juvenil para o
mundo digital não pode prescindir do suporte mediador das instituições tradicionais
da sociabilidade e da educação formal e informal. (PASSARELLI; JUNQUEIRA;
ANGELUCI, 2014, p. 175).

Considerando a faixa etária pesquisada, temos um universo maior de pessoas, 74%,


nascidas a partir dos anos 90, e que, portanto, fariam parte da Geração Y (1980-2000),
conhecida também por ser a geração da internet ou dos nativos digitais. Se para esses a
apropriação de novas mídias ocorre de maneira “natural” e fluida, as gerações mais velhas
passam por um processo de aprendizagem de uma nova linguagem.
Presnky (2001) afirma que os nativos estariam mais afeitos aos processos randômicos
de acesso aos conteúdos, bem como à tendência ao imagético em detrimento do textual. Se
assim consideramos, talvez haja uma dificuldade maior de intelecção do texto narrativo, isto
é, do texto mais longo, que pressupõe uma leitura contínua, não fragmentada, conforme as
pesquisas de Xavier (2010) já apontavam.

Gráfico 4: Tipo de gadget que possui

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Um aspecto interessante é que houve uma estimativa do setor de produtos de
informática que tablets substituíram os aparelhos maiores, e mesmo que os leitores digitais
tenderiam a levar a uma diminuição de vendas dos livros impressos. Nenhuma das duas
previsões ocorreu, por razões que não importam aqui explorar3. O ponto a se destacar é que
ambos os gadgets têm uma função mais específica, especialmente os leitores digitais, que é a
de armazenar uma grande quantidade de livros (na faixa dos milhares), o que seria salutar
para florestas e todo um ecossistema. Apesar disso, a despeito de suposições, a leitura em
material impresso é um hábito (a ser demonstrado em seguida) que, segundo as respostas
obtidas por esta pesquisa, permanece mesmo entre aqueles que fazem parte da Geração Y. O
que se pode observar, pois, pelas respostas, que não há interesse da maioria em adquirir um
aparelho específico para armazenar livros, por não ser uma prioridade, mesmo entre
estudantes, que, presumivelmente, deve estar em constante leitura de materiais didáticos e de
referência em sua área.

4.2 Hábitos de leitura


As próximas cinco questões se prestam a diagnosticar os hábitos de leitura do público
pesquisado. O objetivo é determinar as preferências pelo suporte e pela quantidade de livros
lidos. Podemos adiantar que os resultados não são muito divergentes em relação àqueles
apresentados pela pesquisa Retratos de Leitura, realizada em escala bem maior. O importante,
porém, é procurar demonstrar que, a despeito de suposições, a leitura digital não é uma
preferência, mesmo entre os tais nativos digitais.
Ressalve-se que a leitura de livros inteiros não é uma prática usual mesmo entre
estudantes de ensino superior, conforme se depreende das respostas no gráfico 5.

Gráfico 5: quantidade livros nos últimos três meses

Fonte: Elaborado pelos autores.

3Carrenho (2016) faz um diagnóstico de venda desses gadgets e afirma que as próprias empresas perceberam que não há, no
momento, espaço para crescimento efetivo, pois quem adquire esse tipo de aparelho é quem efetivamente é leitor contumaz.
O leitor esporádico prefere, se for o caso de adquirir um e-book, baixar no aparelho que já possui (smarthphone ou
notebook/pc).
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Seguimos o critério da pesquisa Retratos da leitura, que considera leitor quem leu algum
livro completo nos últimos três meses anteriores ao momento de realização da pesquisa.
Como se pode observar, 29% dos estudantes declararam não ter lido nenhum livro no
período destacado; e 18% teriam lido apenas um livro. Apesar de se poder supor que o livro
lido é referencial ou que foi de grande importância para sua formação, também se pode
deduzir que é uma quantidade ínfima para quem faz um curso superior. Em termos
percentuais, quase a metade (47%) leu um ou nenhum livro. O dado positivo é que 32%
declararam terem lido três, quatro ou mais livros no período abordado.
Talvez isso não seja novidade, e, com efeito, essa pergunta foi realizada para preparar as
demais, em torno do suporte escolhido para a leitura.

Gráfico 6: Livros lidos em suporte digital

Fonte: Elaborado pelos autores.

Se 29% dos estudantes declararam não ter lido qualquer livro (não importa o suporte),
essa outra questão aponta que 65% não leram nenhum livro digital no período questionado, e
mesmo entre aqueles que se declaram leitores mais assíduos e frequentes (3, 4 ou mais livros),
houve uma queda significativa para menos da metade da quantidade lida: entre os possíveis
21 livros lidos, 8 (28%) teriam sido no formato digital. No caso, temos uma repetição do dado
já especificado que o suporte novo apenas ampliou as possibilidades para quem é leitor
frequente e/ou experiente.

Gráfico 7: Preferência de suporte

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Em termos absolutos, obtivemos 66 respostas. Assim, mesmo entre os 19 indivíduos
que afirmaram não terem lido livros no período enfocado, uma parte considerável,
possivelmente doze4, informaram sua preferência por um suporte. No caso, se considerarmos
74% dos respondentes como nativos digitais e verificarmos que 71% preferem o suporte
impresso, isso contribui para duas conclusões (ainda que não geral): a caracterização de uma
geração não é plenamente possível e o suporte digital ainda é pouco conhecido efetivamente
mesmo entre aqueles que têm as ferramentas (gadgets) para utilizá-lo. Do total de
respondentes, apenas 6% declararam preferir efetivamente o suporte digital. Em outras
palavras, não se pode gostar daquilo que não se conhece e, principalmente, não se pratica.

Gráfico 8: Você lê em AVA?

Fonte: Elaborado pelos autores.

Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) têm sido muito utilizados pelos


sistemas de ensino, pelas universidades, tendo em vista que a legislação vigente (Portaria n.
4059/2004) permite, em cursos ofertados presencialmente, que parte do conteúdo seja
fornecido por meios digitais. Apesar disso, quase metade dos alunos (49%) afirmaram não ler
textos em AVA. Talvez leiam, para realizar tarefas, mas ainda revelam seu descontentamento
em praticar a leitura por meio desse suporte.
O desconhecimento ou mesmo o descontentamento de 70% dos respondentes em ler
textos disponibilizados em AVA, podemos dizer, é um obstáculo ao efetivo cumprimento
daquilo que a legislação prescreve em termos de completo do conteúdo. Nesse sentido, há que
ser parte das estratégias de ensino a formação leitora dos alunos nos diversos ambientes e
suportes.

4
A afirmação é apenas uma suposição, pois de 19, sete afirmaram não preferir nenhum, o que indicaria não
gostar de ler ou não praticar a leitura, o que nos leva a supor que o restante, doze, teriam ao menos uma
preferência por suporte se for o caso de ter de ler algo.
Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 29, n. 2, p.139-155, Mai./Ago., 2018. ISSN: 2236-
0441. DOI: 10.32930/nuances.v29i2.5103.
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Gráfico 9: Gadget usado para leitura em suporte digital

Fonte: Elaborado pelos autores.

Há que se fazer uma ressalva, pois em pergunta anterior apenas 23 respondentes


afirmaram terem lido livros em suporte digital nos últimos três meses, mas a informação
passada aqui é 42 respondentes disseram ter lido algo usando algum gadget, no caso a
pergunta era geral e não exclusiva de livros. Os 22 que responderam “não” talvez tenham
imaginado a leitura de livros completos, mas, certamente usam os meios digitais para leitura
de notícias, e-mails e textos curtos em geral.
De qualquer modo, 34% terem respondido “nenhum” a essa pergunta reforça a
preferência pelo suporte impresso, já destacado em outras perguntas.

4.3 Prática de leitura


Ao final do questionário, foi realizado um teste a partir de uma questão. Como todo o
questionário foi respondido on-line, por se tratar de participação espontânea, não havia
qualquer bonificação de nota aos estudantes e puderam responder livremente, sem pressão. O
objetivo foi basicamente o de aferir a habilidade interpretativa dos participantes da pesquisa.
Para tanto, utilizamos uma questão extraída de prova do MEC, nível médio, para aferir um
dos 21 descritores ou competências necessárias para se tornar um leitor proficiente. No caso,
selecionamos o tópico 1: procedimentos de Leitura, uma questão própria do D6, isto é, inferir
o sentido de uma palavra ou expressão5.
A pergunta era basicamente para determinar o sentido de uma expressão. No caso,
precisavam dizer, entre quatro possibilidades, qual o sentido preciso para a expressão “com os
olhos que tem”, no texto. A resposta correta seria “individualizar a leitura”. Embora boa parte
tenha assinalado corretamente a resposta, fato é que não foi a maioria. Considerando as

5
O texto era o seguinte: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um
lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como
alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A
cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer:
como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas
da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4. ed., Rio de Janeiro: Sextante, 1999.
Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 29, n. 2, p.139-155, Mai./Ago., 2018. ISSN: 2236-
0441. DOI: 10.32930/nuances.v29i2.5103.
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ressalvas já feitas, parece que o ponto não é apenas o de ter respondido com base em leitura
em suporte digital, e sim dificuldade para interpretar.

Gráfico 10: leitura

Fonte: Elaborado pelos autores.

Como se pode perceber, 44% do total responderam corretamente, contra 56% de


respostas incorretas. A explicação talvez esteja nos dados revelados pelos gráficos 5 e 6 da
presente pesquisa. Uma minoria tem efetivo hábito de leitura. Como qualquer outra atividade
que exige expertise, a leitura não é para aventureiros. Há que se construir individual e
coletivamente uma cultura leitora e, com o tempo, o suporte seja um detalhe ou preferência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa procurou refletir sobre as práticas e os hábitos leitores de
estudantes de graduação de um curso de direito. O método utilizado não nos permite
generalizar, mas sem dúvida destaca uma situação particular que pode sugerir que se repete
com outros estudantes de cursos variados. No caso específico, procurou-se explicar se os
alunos lêem efetivamente, com qual frequência e qual suporte preferem. O ponto estava em
determinar se um novo suporte, no caso o digital, se constituiria apenas em novo meio ou se
alteraria efetivamente a frequência com que se lê e mesmo o modo de leitura, tendo em vista o
maior acesso e maior facilidade para se obter diversos livros e materiais de estudo on-line.
Como conclusão, afirmamos que o suporte digital facilita o acesso, mas sua utilização
se dá mais por quem já é leitor experiente ou ao menos frequente e não por aquele estudante
que seria considerado um nativo digital, conforme especificado.
É preciso considerar ainda o fato de que no Brasil se lê muito pouco, não importando o
suporte. De qualquer modo, conforme os dados, pudemos perceber que a preferência é pelo
suporte impresso. A escolha de um suporte ou de outro não seria positivo ou negativo, mas ao
que parece a preferência pelo suporte impresso se explica por uma questão cultural, um hábito
arraigado, mas também porque ainda não estamos, os leitores ou os não leitores, preparados
de maneira plena para ter a mesma compreensão significativa na leitura de um texto em
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suporte digital que se teria na leitura do mesmo texto em suporte impresso. De qualquer
modo, urge que a escola seja um efetivo meio de construção de um leitor eficiente e contumaz
na exploração de todos os suportes disponíveis.

THE PRACTICE OF READING: HABITS VERSUS PLATFORMS


Abstract: The practice of reading dates the time of the invention of writing, about five thousand years
ago. Since then, different platforms to print texts were created changing the objectives as well as the
ways we read. The last two major changes came with the invention of Gutenberg-type press in the
mid-fifteenth century and the publishing of digital texts using different gadgets since the end of the
twentieth century. The present research assumes that even the so-called digital natives do not yet have
the full habit of reading books in electronic platforms and that this could be explained both by the
infrequent practice of reading in general, and also by the necessity of learning new ways to
meaningfully approach digital reading. Not only the use of tools, but also de development of specific
strategies for reading. The study was based on several researches and relied on a questionnaire applied
in students of the undergraduate course in law of a particular university as the method of survey. In
conclusion, we can affirm that there is a need for an effective learning of new reading strategies in
order to make reading in digital environments more profitable.
Keywords: reading, platform, habit, practice

LA PRACTICA DE LA LECTURA: HÁBITOS Y SOPORTES

Resumen: La lectura es una practica proveniente de la invención de la escrita hace cerca de cinco mil
años. Desde entonces fueron creados soportes para la impresión de los textos y alterado el hecho y los
objetivos para cual son leidos. Los dos ultimos cambio ocurrieran debido la invención de la prensa con
caracteres móbiles por Guntenber entre mediados del siglo XV y la publicación de textos en soporte
digital, bajo (utilizándose) diferentes gadgets, a partir de fines del siglo XX. La presente investigación
se basa en el principio de que aún sean llamados nativos digitales no poseen todavia el habito pleno de
leer libros en el nuevo soporte y que eso se explica por la falta de lectura en diario y por demandar un
conocimiento especifico para explotar ese tipo de tecnologia. No solo la utilización de las
herramientas, pero tambíen estrategias especificas para la realización de la lectura. Fundamentamos
nuestros estudios en diversificados textos y utilizamos de coleta de informaciones por medio de una
encuesta voltada a profesores del cursos de graduación de una Universidad privada. Para concluir,
afirmamos que existe la necesidad de un aprendizaje efectivo de nuevas estrategias de lectura que
desarrolle una utilización más amplia de estes ambientes digitales.
Palavras clave: lectura; soporte; habito; practica

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153
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01 de maio 2017.

Recebido em março de 2017.


Aprovado em junho de 2018.

Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 29, n. 2, p.139-155, Mai./Ago., 2018. ISSN: 2236-
0441. DOI: 10.32930/nuances.v29i2.5103.
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