EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSORA: WESLAYNE BENTO BESSA
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os Transtornos Alimentares são caracterizados por perturbações no
comportamento alimentar, podendo levar ao emagrecimento extremo
(caquexia - devido à inadequada redução da alimentação), à
obesidade (devido à ingestão de grandes quantidades de comida), ou
outros problemas físicos.
Os principais tipos de Transtorno Alimentar são a Anorexia Nervosa e
a Bulimia Nervosa, e ambos têm como características comuns: uma
intensa preocupação como o peso e o medo excessivo de engordar,
uma percepção distorcida da forma corporal, e a auto-avaliação
baseada no peso e na forma física.
QUAIS SÃO AS CAUSAS ?
A etiologia dos Transtornos Alimentares está associada
principalmente aos aspecto sociocultural, embora não se
deva descartar os fatores biológicos, psicológicos e
familiares.
A pressão cultural por manter-se magro, seja apenas para
atender à um padrão estético, ou pela exigência de certas
profissões (moda, esportes), aliada à presença de uma
baixa autoestima, tornam o indivíduo mais propenso à
desenvolver um quadro de Anorexia ou Bulimia.
ANOREXIA
Este quadro se caracteriza principalmente pela recusa do indivíduo em manter um
peso mínimo esperado para a idade e a altura (menos de 85%) através da restrição
do comportamento alimentar, pelo temor excessivo em ganhar peso, e pela
distorção da percepção da imagemcorporal.
A perda do peso é obtida pela redução intensa da dieta alimentar. Geralmente no
início são restritos apenas os alimentos considerados calóricos, porém com o
progresso da doença, observa-se uma dieta extremamente limitada.
O medo de engordar não é compensado pela intensa perda de peso, havendo um
aumento dessa preocupação à medida que o peso real diminui. Algumas pessoas
acreditam estar acima do peso de uma forma geral, outras se preocupam com a
gordura em partes específicas do corpo. Nesse sentido, é muito comum a pessoa se
pesar com frequência, medir obsessivamente as partes do corpo, ou usar
insistentemente um espelho para verificar as áreas que percebe estarem gordas.
ANOREXIA
ANOREXIA
A autoestima da pessoa anoréxica está relacionada à forma corporal e ao
peso. Sendo assim, a perda de peso é vista como uma conquista e
autodisciplina, enquanto o ganho de peso é considerado um fracasso do
autocontrole. Apesar de alguns indivíduos reconhecerem que estão magros,
eles desconsideram as implicações que esse estado pode levar a saúde.
A amenorreia (ausência de pelo menos três ciclos menstruais) é um
importante indicador fisiológico da Anorexia Nervosa. Em meninas pré-púberes
a menarca pode ser retardada devido à doença.
Muitos são os problemas fisiológicos decorrentes da Anorexia Nervosa, e que
podem levar o indivíduo a morte. O índice de mortalidade entre pessoas com
a doença é 12 vezes maior do que o número de mortes causadas por todas as
outras doenças na população feminina entre 15 e 24 anos de idade. As causas
de morte são as complicações decorrentes da Anorexia Nervosa, como
infecções importantes, alterações metabólicas devido à desnutrição,
desequilíbrio eletrolítico e suicídio.
Os adolescentes iniciam uma dieta
alimentar para perder peso e,
gradualmente, desenvolvem uma
intensa preocupação em
emagrecer.
Dessa forma, segundo Werebe
(1997), o aspecto psicopatológico
fundamental do quadro clínico da
anorexia é a distorção na
avaliação da própria imagem.
Mesmo estando abaixo do peso
esperado, o adolescente continua
se sentindo gordo.
SINTOMAS DE ANOREXIA:
Ter medo de ganhar peso ou ficar gorda, mesmo
quando estiver abaixo do peso normal.
Recusar-se a manter o peso no que é considerdo
normal ou aceitável para sua idade e altura.
Ter uma imagem corporal muito distorcida, ser
muito focada no peso ou na forma corporal e
recusar-se a admitir a gravidade da perda de
peso.
AS PESSOAS COM ANOREXIA TEM TENDÊNCIA PARA:
Cortar a comida em pedaços pequenos ou tirá-
los do prato em vez de comê-los.
Ir à casa de banho (saunas) após as refeições.
Recursa-se a comer perto de outras pessoas.
Usar comprimidos para reduzir o apetite.
OUTROS SINTOMAS DE ANOREXIA PODEM
INCLUIR:
Pele manchada ou amarelada.
Depressão.
Boca seca.
Extrema sensibilidade ao frio (vestir
várias camadas de roupas para ficar
aquecida).
Perda de resistência óssea.
Desgaste dos músculos e perda de
gordura corporal.
Consequências Fisiológicas
BULIMIA
Este quadro de Transtorno Alimentar é caracterizado por compulsões
alimentares periódicas (ingestão de uma grande quantidade de comida em um
curto espaço de tempo), seguidas de métodos compensatórios inadequados
(vômitos auto induzidos, uso inadequado de laxantes ou diuréticos, prática de
exercícios em excesso) para evitar o ganho de peso. Assim como na Anorexia
Nervosa, o indivíduo bulímico apresenta uma auto avaliação baseada na forma
física e no peso corporal.
Para se estabelecer o diagnóstico de Bulimia Nervosa, estes comportamentos
devem estar presentes por pelo menos duas vezes por semana, por um período
mínimo de três meses. Embora haja uma variedade dos tipos de alimentos
ingeridos nos ataques de hiperfagia (compulsão alimentar), o mais comum é o
consumo de doces ou outros alimentos de alto teor calórico.
BULIMIA
As pessoas acometidas pela Bulimia Nervosa,
ocultam seus comportamentos patológicos
da família e das pessoas que as cercam, e
muitas vezes se envergonham de seus
atos compensatórios. Normalmente, não há
perda de peso significativa nas pessoas com
Bulimia, trazendo portanto, maior
dificuldade para a família identificar o
problema.
Entre os problemas fisiológicos consequentes
dos episódios bulímicos estão o desequilíbrio
eletrolítico, perda de potássio, inflamação
do esôfago, e danos no esmalte dos dentes.
BULIMIA
O indivíduo tenta neutralizar os
efeitos engordativos por meio de
vômitos autoinduzidos, abuso de
purgantes, períodos alternados
de inanição e uso de drogas,
como os anorexígenos e
diuréticos, pois há um pavor
mórbido de engordar.
CARACTERÍSTICAS
Baixa autoestima;
Nível elevado de ansiedade;
Baixo limiar à frustração ;
Prejuízo no controle dos
impulsos;
Insegurança;
Elege padrões de beleza
muito altos, praticamente
inatingíveis;
TRANSTORNO DO COMER COMPULSIVO
Os indivíduos com este Transtorno apresentam episódios de compulsão
alimentar, porém diferentemente da Bulimia Nervosa, não utilizam
métodos purgativos para eliminar os alimentos ingeridos, nem a
preocupação irracional com o peso e a forma corporal.
As pessoas com Transtorno do Comer Compulsivo perdem o controle
durante os freqüentes ataques de binge eating (comer compulsivo), e
só conseguem parar de comer quando se sentem fisicamente
desconfortáveis. A maioria é obesa, e uma parcela significativa das
pessoas que fazem controle alimentar e de peso com
acompanhamento médico sofrem deste Transtorno.
TRANSTORNO DO COMER COMPULSIVO
Para ser estabelecido este diagnóstico, os ataques de
comer compulsivamente devem ocorrer pelo menos
duas vezes por semana, por um período mínimo de seis
meses, e obedecer aos seguintes critérios: (3, 11)
Episódios repetidos de bing eating;
Durante a ocorrência dos episódios, devem estar
presentes no mínimo três dos indicadores abaixo:
Comer muito mais rápido que o normal;
Comer até sentir-se desconfortável fisicamente;
Ingerir grandes quantidades de comida, mesmo
estando sem fome;
Comer sozinho por sentir-se envergonhado da
quantidade de comida ingerida;
Sentir-se culpado e/ou deprimido após o episódio.*
* Esses sentimentos podem levar o indivíduo a
apresentar novos episódios de binge eating, formando-
se assim um ciclo.
OBESIDADE
Sabe-se atualmente que algumas pessoas possuem mais facilidade para acumular gordura do
que outras. Esta informação envolve aspectos metabólicos, genéticos, culturais e
comportamentais, descartando-se assim a antiga ideia de que o obeso era uma pessoa gulosa,
desprovida de controle e de vontade de cuidar de si próprio.
Certas doenças endócrinas, como hipotireoidismo ou outros desequilíbrios hormonais, podem
colocar o indivíduo sob uma maior propensão a tornar-se obeso, porém estes casos significam
apenas 2% do total.
Em relação ao componente emocional da obesidade, estudos revelam que entre os pacientes
obesos há uma alta incidência (cerca de 75%) de comportamentos de compulsão alimentar.
Pacientes obesos com compulsão alimentar apresentam uma propensão maior a desenvolver
comorbidades, como Transtornos de Humor, Transtornos de Ansiedade e Bulimia Nervosa, e
não apresentam resultados positivos em programas de perda de peso, quando comparados a
pacientes obesos sem compulsão alimentar. Tal fato mostra que é necessário desenvolver
programas diferentes para pacientes compulsivos e não-compulsivos.
VIGOREXIA
Apesar de não estar caracterizado
estritamente como um quadro de
Transtorno Alimentar, mas como
uma patologia obsessivo-
compulsiva, a Vigorexia se
caracteriza pela obsessão por
músculos, pela compulsão aos
exercícios e pelo consumo de
substâncias que prometem o
aumento da massa muscular
(como anabolizantes). Assim como
as pessoas que têm Anorexia ou
Bulimia, os portadores da
Vigorexia apresentam uma
percepção distorcida da imagem
corporal.
ORTOREXIA
Ortorexia nervosa”, ou apenas “ortorexia” é o termo que define
a obsessão pela alimentação saudável. Cunhado em 1996 pelo
médico Steve Bratman², diz respeito às pessoas que adotam
comportamentos extremistas em relação à dieta, que deve ser
exclusivamente de alimentos saudáveis. Na opinião do
profissional, trata-se de um transtorno alimentar tão grave como
a bulimia e a anorexia. No entanto, a preocupação do doente
não é com a forma física, e sim com a qualidade dos alimentos
ingeridos.
As pessoas com ortorexia evitam sal, açúcar, gorduras trans,
corantes, conservantes, glúten, laticínios transgênicos e
alimentos com agrotóxicos ou pesticidas. Mas não é só a
composição da comida que preocupa: a forma de preparo
também deve ser a mais saudável possível. Em algumas práticas
ortoréxicas, alimentos crus, por exemplo, não são aquecidos
acima de 44º graus pois preservariam suas enzimas, benéficas a
saúde. Muitas vezes, carne e outros itens de origem animal
podem ser cortados da dieta.
TRATAMENTO
O tratamento dos Transtornos Alimentares busca restaurar o comportamento
alimentar adequado, e restabelecer o peso considerado normal para a idade e a
altura do indivíduo. O objetivo do tratamento é tirar o indivíduo do desequilíbrio
clínico que a gravidade dos sintomaspode gerar.
Por serem quadros de extrema complexidade, os Transtornos Alimentares requerem
um tratamento realizado por equipe multiprofissional, com psicólogo, nutricionista,
médico endocrinologista e médico psiquiatra.
Em relação ao restabelecimento da saúde mental, o psiquiatra e o psicólogo são os
profissionais melhor preparados para realizar a avaliação e traçar estratégias para o
tratamento do transtorno. O psiquiatria poderá medicar o paciente de acordo com
patologia original e as comorbidades mentais, a fim de resgatar o equilíbrio do
humor. Já o trabalho do psicólogo tem o objetivo de tratar as relações do indivíduo,
quer seja com sua família, com a sociedade e, principalmente, consigo mesmo. O
processo psicoterápico auxilia na recuperação da auto estima, oferecendo um
caminho de descoberta das causas dos sintomas, possibilitando o lançamento de
estratégias e habilidades para melhor lidar com os desequilíbrios emocionais.
ENEM 2010
Transtorno do comer compulsivo
O transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido, nos últimos anos, como uma síndrome caracterizada por
episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas pessoas
não tentam evitar ganho de peso com os métodos compensatórios. Os episódios vêm acompanhados de uma sensação
de falta de controle sobre o ato de comer, sentimentos de culpa e de vergonha.
Muitas pessoas com essa síndrome são obesas, apresentando uma história de variação de peso, pois a comida é usada
para lidar com problemas psicológicos. O transtorno de comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população
em geral, mais frequentemente acomete mulheres entre 20 e 30 anos de idade. Pesquisas demonstram que 30% das
pessoas que procuram tratamento para obesidade ou perda de peso são portadoras de transtorno do comer
compulsivo.
Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br. Acesso em: 1 maio 2009 (adaptado).
Considerando as ideias desenvolvidas pelo autor, conclui-se que o texto tem a finalidade de
a) Descrever e fornecer orientações sobre a síndrome da compulsão alimentícia.
b) Narrar a vida das pessoas que têm o transtorno do comer compulsivo.
c) Aconselhar as pessoas obesas a perder peso com métodos simples.
d) Expor de forma geral o transtorno compulsivo por alimentação.
e) Encaminhar as pessoas para a mudança de hábitos alimentícios.
Enem 2010
Transtorno do comer compulsivo
O transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido, nos últimos anos, como uma síndrome caracterizada por
episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas
pessoas não tentam evitar ganho de peso com os métodos compensatórios. Os episódios vêm acompanhados de uma
sensação de falta de controle sobre o ato de comer, sentimentos de culpa e de vergonha.
Muitas pessoas com essa síndrome são obesas, apresentando uma história de variação de peso, pois a comida é usada
para lidar com problemas psicológicos. O transtorno de comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da
população em geral, mais frequentemente acomete mulheres entre 20 e 30 anos de idade. Pesquisas demonstram
que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou perda de peso são portadoras de transtorno do
comer compulsivo.
Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br. Acesso em: 1 maio 2009 (adaptado).
Considerando as ideias desenvolvidas pelo autor, conclui-se que o texto tem a finalidade de
a) Descrever e fornecer orientações sobre a síndrome da compulsão alimentícia.
b) Narrar a vida das pessoas que têm o transtorno do comer compulsivo.
c) Aconselhar as pessoas obesas a perder peso com métodos simples.
d) Expor de forma geral o transtorno compulsivo por alimentação.
e) Encaminhar as pessoas para a mudança de hábitos alimentícios.