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Prova e Atividade

Atividade de arqueologia brasileira do MAE

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Daniela Paixão Tamarozi nºUSP.

7234212 Unidade: EACH-USP

Educação Patrimonial e Arqueológico


Exercício

1) Para o autor, o conceito de identidade pode ser dado como uma condição da “vida psíquica e
social”, não só do indivíduo, mas também da sociedade como um todo, sendo esta um “processo
de construção de imagem”, que pode ser facilmente manipulada. O conceito de memória, sendo
esta um suporte da identidade, entra como um “mecanismo de retenção de informação,
conhecimento e experiência”, de novo, tanto em âmbito individual, quanto em social, que possui
características seletivas, em que nem tudo é registrado e, o que for registrado, nem tudo será
aflorado, e induzidas, em que as memórias são construídas ou até mesmo forjadas. Assim, com
base nestes conceitos, brevemente colocados, o autor lida com a preservação patrimonial
arqueológica como algo sem “autonomia ou de natureza própria”, sendo estes, a identidade e a
memória, conceitos “ambíguos e perturbadores”.

2) O Patrimônio Arqueológico Brasileiro pode ser definido tanto pela cultura material, que seriam
os achados físicos, restos de material, provinda da atividade cultural, sendo propriamente os
“produtos de relações sociais”, quanto pelos sítios arqueológicos em si, “compreendidos como
um espaço de concentração de vestígios arqueológicos”, sendo compreendidos mais como um
artefato, do que apenas como um depósito.

3) Os argumentos seriam referentes a preservação das raízes de nossa cultura, em que temos que
preservar o nosso passado para preservar o futuro, as contribuições para a humanidade, em que
muitas das invenções e descobertas foram feitas por nossos antepassados, e o simples fato de ser
algo “espetaculoso”, como sugere o próprio autor, em que estruturas como os sambaquis ou as
pinturas rupestres apresentam “interesse visual” e até mesmo comercial.

4) As outras razões seriam a razão científica, em que os achados arqueológicos são materiais
essenciais para o conhecimento científico, sendo a arqueologia um fornecedor dos conhecimentos
sobre a dimensão temporal do homem, sua ocupação e evolução. Temos, também, a razão
afetiva, em que se tem o sentimento de pertencer a rede de relações sociais de tal patrimônio. E,
por fim, temos a razão política, que “impõe uma forma de reapropriação, pelo cidadão, dos bens
de alcance social” que foram retirados deles de formas de domínio e exploração.
Daniela Paixão Tamarozi nºUSP. 7234212 Unidade: EACH-USP
DISCIPLINA ARQUEOLOGIA BRASILEIRA
2ª PROVA

1) A primeira ferramenta apresentada se refere à tradição Itaparica, pois apresenta lascamentos


apenas nas laterais da peça, sendo chamada de lesma, por se assemelhar a figura do animal. Os
grupos desta tradição viveram nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e eram uma sociedade
caçadora-coletora. A segunda ferramenta se refere à tradição Umbu que possui como
característica as ferramentas com pontas de projétil, caracterizados por serem lascados em todas
as direções, com retoques por pressão. Os grupos desta tradição viveram na região Sul do Brasil,
ocupando áreas de vegetação semi-fechada, bosques e campos mistos e bordas de florestas, sendo
a sua alimentação baseada na caça e coleta de frutos e raízes.

2) Os sambaquis são sítios arqueológicos que apresentam, em sua estrutura, restos faunísticos, ossos
humanos e artefatos que, até hoje, não se sabe ao certo o motivo desse amontoado de objetos, que
podem chegar a 25 metros de altura. Assim, desde a sua descoberta, os sambaquis são alvo de
pesquisas e, consequentemente, de teorias que tentam apresentar o seu real significado. Desta
forma, surgiram duas correntes principais que tentavam explicar a existência dessas estruturas,
sendo elas a corrente naturalista, em que os pesquisadores diziam que os sambaquis eram o
resultado do recuo do mar e da ação eólica sobre as conchas, que iam sendo acumuladas na praia,
e que a presença de vestígios humanos eram explicadas como resultado de naufrágios, e a
corrente artificialista, em que os sambaquis eram resultados inteiramente da ação humana,
propondo diversas explicações sobre o acúmulo de resto faunísticos. Após intensos estudos,
percebeu-se que os restos de fauna e os corpos presentes neste tipo de sítio apresentavam rituais
fúnebres, apresentando a ideia de que estes objetos foram colocados intencionalmente, tornando
algumas destas estruturas grandes cemitérios, e não somente o “lixo” da população. Assim, é de
se notar que os sambaquis além de trazerem o lado espiritual da população, trazem a necessidade
de deixar um marco histórico, ou monumento, e o motivo da construção deste tipo específico de
estrutura, com todos seus elementos, ainda é alvo de estudos nos dias atuais.

3)

Sambaqui Fluvial Sambaqui Costeiro

Encontrados próximos de rios e lagunas Encontrados próximos do mar (costa)

Possuem, geralmente, estruturas chegando a


Possui poucos metros de altura e extensão medir 25 metros de altura e a vários
metros de extensão
Restos faunísticos conchas de gastrópodes Restos faunísticos predominantemente de
terrestres, ossos e dentes de mamíferos conchas de gastrópodes aquáticos e
terrestres e peixes de água doce. peixes marinhos

4) Antes dos estudos mais aprofundados sobre os sambaquieiros, acreditava-se que esta população
se alimentava somente dos gastrópodes, pois era o resto de fauna mais abundante encontrada nos
sambaquis. Após, notou-se que sua alimentação era mais diversificada do que proposta
anteriormente, já que seria totalmente inviável uma população inteira viver somente da
alimentação de moluscos. Assim, com base em algumas evidências encontradas nos sítios e em
estudos fisiológicos, sabe-se que a população possuía uma dieta que incluía peixes e outros
animais marinhos, pois foram encontrados vestígios de peixes carbonizados, assim como outros
resquícios faunísticos, encontrados nas camadas dos sambaquis. Desta forma, temos uma maior
sofisticação nas atividades relacionadas a alimentação dentro da comunidade sambaquieira.

5) Na região destacada temos a predominância das tradições Una e Aratu. Os sítios da tradição Una
foram encontrados nas regiões de Goiás, Minas Gerais, sudoeste da Bahia e no Rio de Janeiro,
possuindo como característica a moradia, em que se tinham abrigos rochosos em área de cerrado
ou caatinga e em regiões com presença de mata, e a cerâmica, em que foram encontradas peças
de tamanho pequeno, feita com antiplástico mineral e cariapé e de bordas simples e infletidas.
Com base em estudos, sabe-se que a alimentação dessa sociedade provinha da caça e do cultivo
de milho, feijão, mandioca, cucubitáceas e algodão, e a língua falada por essa tradição era o
Guarani. Já os sítios da tradição Aratu foram encontrados nas regiões de São Paulo, Mato Grosso
do Sul, Goias, Bahia e Rio Grande do Norte e tinham como característica a moradia, em que a
construção das aldeias eram feitas em locais abertos, dando preferência para áreas com florestas
densas, porém foram encontradas aldeias em regiões de caatinga e cerrado, e a cerâmica, em que
foram encontradas peças de tamanho grande temperada com antiplástico mineral e cariapé,
possuindo formas globulares periformes e com bordas simples e infletidas. E, também, com base
nos estudos dos sítios, pode-se aferir que esta população vivia da caça e do plantio de mandioca
e, por estarem nestas regiões, o tronco linguístico desta tradição era o Tupi.

6) Para os arqueólogos, estudar a cultura material dos sítios arqueológicos, é estudar a cultura do
povo que ali vivia. Assim, é fundamental obter o máximo de informação referente ao local e
cruzar informações com outros materiais encontrados, como, por exemplo, a cerâmica, se o sítio
fosse da tradição que as confeccionava, e suas características, como a forma, as bordas, o
tempero (antiplástico) e a pintura. Desta forma, com o estudo das características da cerâmica, é
possível determinar o tronco linguístico do sítio estudado, podendo aprofundar o estudo e dizer
como se deu a dispersão desta tradição. Vale ressaltar, que as diversas tradições conhecidas
existiram ao mesmo tempo e que, por mais que não tivessem o mesmo tronco linguístico, estas
populações podiam interagir entre si e realizar o comércio de suas respectivas plantações, trocas e
matrimônios, o que indica que estas populações tinham locais em que se concretizavam estas
trocas e/ou vendas ou pontos em que as pessoas se encontravam, tornando o tronco linguístico,
apenas, como um separador de tradição. Então, utilizando a tradição Tupiguarani como um
exemplo, observamos algumas diferenças e semelhanças entre a população que vivia no Norte, os
Guaranis, da população que vivia no Sul, os Tupis, sendo as particularidades pequenas para
separar estas duas culturas. Assim, com base na cerâmica destas tradições, podemos determinar
como se deu o fluxo dos representantes e como estas se misturaram, formando, deste modo, o
tronco linguístico denominado de Tupiguarani.

Gabriel Lobo Sousa nºUSP. 7700337 Unidade: FFLCH-USP

DISCIPLINA ARQUEOLOGIA BRASILEIRA


2ª PROVA
1) A primeira peça representa a Tradição Itaparica, pois a peça apresenta sinais de
lascamento apenas nas laterais, como observado na lesma. Foi um grupo que habitou
a região Norte e Nordeste, tendo uma economia caçadora-coletora. Já a segunda peça
representa a Tradição Umbu, em que podemos observar o padrão de lascamento feito
por todos os lados e com forma de projétil, além dos retoques feitos por pressão. Esta
tradição habitou a região Sul do Brasil ocupando bosques, campos e bordas de
floresta, tendo sua economia baseada na caça e coleta de frutos e raízes.

2) Os sambaquis, pela sua composição específica de vestígios, tais quais os de conchas,


de peixes e até humanos e de seu avantajado tamanho, são alvo de observação há
muitos anos e, através das conjecturas e observações feitas, chegamos a duas linhas
argumentativas, sendo uma que defendia que a produção destes grandes montes era
sim intencional e que elas possuíam representatividade para aquelas populações,
evidenciado no processo de confecção dos montes, tanto como a existência de
sepultamentos entre as camadas destas construções que demonstrariam de forma clara
a intencionalidade daquelas construções. Porém, havia uma outra corrente que
defendia que a construção destes enormes morros seriam advindos dos restos de
alimentos consumidos por aquela população e que quaisquer enterros nos sambaquis
seriam algo muito mais fruto do acaso e da forma “menos trabalhosa” de executar os
enterros. Tais construções, onde são encontradas, são quase sempre de proporções
monumentais e são sempre dotadas de sentimento atávico da população local que o
construiu, sendo assim não só uma construção intencional como também um marco
declaratório da ocupação e importância que aquele local tinha, não só como fruto da
subsistência daquela população, mas também como local de importância ritual, afinal
tratamos de um local que minimamente recebia os sepultamentos daquela população
e, sepultamentos estes, que foram observados de ser dotados de grande ritualística e
importância. O que faz o sambaqui brasileiro alvo, ainda hoje, dos mais diversos
estudos, não só por sua enorme importância como registro arqueológico de uma
civilização extinta mas por seu um dos poucos sambaquis com tal sofisticação e
significância no mundo todo.

3)

Sambaqui Fluvial Sambaqui Costeiro

Encontrados próximos de rios e lagunas Encontrados próximos do mar (costa)


Possuem, geralmente, estruturas chegando a
Possui poucos metros de altura e extensão medir 25 metros de altura e a vários metros
de extensão

Restos faunísticos conchas de gastrópodes Restos faunísticos predominantemente de


terrestres, ossos e dentes de mamíferos conchas de gastrópodes aquáticos e peixes
terrestres e peixes de água doce. marinhos

4) Inicialmente, acreditava-se que a principal fonte de subsistência da população


sambaquieira era exclusivamente os moluscos, porém ao se debruçarem nos estudos
dos sambaquis, descobriram que haviam muitos mais vestígios de fauna marinha do
que se acreditava, como os restos carbonizados de peixes, que são encontrados
representando camadas de composição do sambaqui, assim como outros vestígios
faunísticos encontrados ao longo das camadas. Desta forma, estas evidências
demonstram que a subsistência desta população era muito mais variada e mais
sofisticada, do que inicialmente se acreditava, não nos esquecendo da própria
inviabilidade de uma dieta exclusiva de moluscos.

5) Na região destacada no mapa, havia a predominância de sítios com a presença de cerâmicas


tanto da Tradição Una quanto Aratu. Ocuparam conjuntamente as regiões de, Goias, Minas
Gerais, sudoeste da Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do
Norte. Porém apesar dessa ocupação conjunta da área as tribos diferiam em diversos aspectos,
na Tradição Una preferiam habitar em abrigos rochosos, em área de mata tanto na caatinga
como no cerrado. Já a Tradição Aratu optavam por moradias em locais abertos, próximos a
mata na caatinga ou cerrado, também possuíam uma maior atividade de caça e tinham como
cultivo a mandioca. Na tradição Una havia um cultivo maior de alimentos como milho, feijão,
mandioca e atividade de caça mas em menor quantidade, existe também a diferença entre os
troncos linguísticos sendo os do tronco Guarani e os Aratu do Tupi. Diferiam também a forma
de confecção das suas cerâmicas sendo a Tradição Una responsável por uma cerâmica
pequena, onde usavam como antiplástico minerais e cariapé, dotada de bordas simples ou
infletidas. Já a Tradição Aratu, produziu um tipo de cerâmica de tamanho muito maior,
devido a ocuparem a mesma região o uso de antiplásticos se assemelhava, mas a forma
divergia por ser globular e periforme, mas com bordas similares.

6) A arqueologia cruza as informações referentes de como tal tradição confeccionava sua


cerâmica, em suas particularidades, como forma, bordas, antiplástico utilizado e a pintura.
Com base nessas informações, o arqueólogo sabe, então, de qual ramo linguístico pertence
aquela tradição e, ao se aprofundar nestes cruzamentos, pode obter como se deu a dispersão
destas tradições. Lembrando que, várias tradições existiram ao mesmo tempo e, mesmo que
fossem de diferentes troncos linguísticos, efetuavam comércio, casamentos e trocas, fazendo
com que estas diferentes tradições tivessem vários pontos de encontro em seus diferentes
processos e produtos. Assim, o tronco linguístico serve, então, como forma de separação entre
as tradições e seu estudo nos mostra como os entrelaçamentos de seu ramo dá origem a novas
tradições e, consequentemente, as modificações na forma de confeccionarem sua cerâmica.
Ao pensarmos no caso do ramo Tupiguarani, podemos ver as claras distinções entre Norte e
Sul e que, mesmo assim, vemos o grande número de semelhanças que aflora e, conforme os
arqueólogos se debruçam para uma observação mais apurada destas tradições, podemos ver
como se deu a movimentação de todas as tradições representantes tanto do ramo Tupi, como
do ramo Guarani, e de que forma sua cerâmica se dispersou por todo o território de Norte a
Sul, pois cada vez mais eram encontradas cerâmicas dotadas de particularidades para cada
tradição, mas ainda assim, havia uma representação do tronco Tupiguarani. Por fim, a cada
novo sítio encontrado, novas evidências vêm a tona e, desta forma, podemos mapear cada vez
mais precisamente como os troncos linguísticos e as tradições ceramistas se movimentaram e
se transformaram por todo território brasileiro.

Gabriel Lobo Sousa nºUSP. 7700337 Unidade: FFLCH-USP

Educação Patrimonial e Arqueológico


Exercício

1) Para o autor o conceito de identidade é uma condição inerente a cada sociedade e por
consequência do indivíduo, mas que apresenta um processo de construção da imagem que
pode sofrer sérias manipulações. Desta forma, estes conceitos são ferramentas capazes de
reter conhecimentos e experiências, para toda a sociedade e seus cidadãos, mas mesmo com
sua grande importância ainda, assim, seletivo. Contudo, seletivo naquilo que seria registrado,
seletivo na construção, retenção e manutenção das ideias daquela sociedade, tornando, para o
autor, a guarda de patrimônio arqueológico algo dotado de nenhum sentido e sequer de
natureza própria, o que tornam os conceitos de identidade e memória dotados de perigosa
ambiguidade.

2) O patrimônio arqueológico brasileiro pode ser identificado por seus sítios arqueológicos,
locais de grande concentração de vestígios arqueológicos, que pela sua importância de
depositário, é reconhecido também como cultura material, em que temos os frutos das
relações sociais passadas, reconhecidos como os vestígios físicos de uma cultura,
reconhecidos como cultura material de uma sociedade.

3) As argumentações vão desde, como estes vestígios possuíam características espetaculosas e


seriam uma atração por si só, passando pela defesa de nossas bases culturais, numa tentativa
de preservar o passado para uma manutenção de nosso futuro e de que houve uma série de
descobertas feitas na antiguidade que beneficiaram, e beneficiam até hoje, nossa sociedade.

4) Há a razão científica, em que a descoberta e o estudo feito pelo arqueólogo nos fornece bases
sobre as dimensões temporais do homem e como se dava sua ocupação e evolução. Temos
também a razão afetiva, em que de alguma forma faz parte da história e existência daquele
individuo, e também a razão política, dando uma possibilidade de reapropriação de bens que
foram espoliados dos cidadãos.

5) Devemos preservar o patrimônio histórico arqueológico, pois estes servem de registro


histórico e material da apropriação cultural de civilizações passadas. E com base nesses
registros, podemos lançar nossos olhos em culturas, as quais não temos acesso, e tentar da
melhor forma compreender como se deu seu desenvolvimento, podendo, até mesmo, traçar
até onde foi o alcance cultural de uma população.

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