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Origens Do Pensamento Filosófico

resumo

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filosofia→intro→a Filosofia é uma criação grega, não é uma mera derivação dos conhecimentos vindos de

civilizações orientais; contudo, não se pode negar a presença de conhecimentos de origem


oriental na vida dos gregos; os conhecimentos científicos de orientais eram concebidos apenas
em uma perspectiva prática; apesar de sua origem oriental, a matemática-geométrica e a
astronomia são conhecimentos que foram repensados pelos gregos para que se pudesse recriar
uma dimensão teórica própria; mas qual seria o diferencial entre um conhecimento vindo da
prática e um conhecimento vindo do saber teórico? o conhecimento vindo da prática é um
conhecimento que é fruto da experiência, é resultado de uma situação que a pessoa viveu e
teve que resolver; este conhecimento prático costuma sofrer limitações; estas limitações estão
intimamente ligadas ao fato acontecido; explicando de forma mais clara, pode-se dizer que o
saber prático só conseguirá resolver situações que sejam idênticas ou parecidas com aquela
experiência que a pessoa havia tido; já o conhecimento teórico busca elaborar um sistema,
uma teoria para determinar, para especificar estruturas fundamentais que possam ser
verificadas em diferentes situações; noutras palavras seria a busca por estrutura fundamentais
comuns em algum aspecto a um conjunto de situações, ainda que diferentes; Aristóteles, ao
buscar dividir as ciências em seu tempo, ensinou que o saber teorético é conhecimento de
fatos e seres que existem e agem independentemente da vontade e da intenção humana, é um
saber consistente numa formulação teórica acerca de um fenômeno, seja natural ou humano e
que se cerca de modo de ser, da percepção daquilo que é essencial ao que se analisa
→pode-se dizer que o conteúdo da filosofia é buscar compreender e explicar a realidade de
todas coisas, isto é, toda a realidade; aqui, a filosofia se diferencia das ciências particulares
como a física, a química ou psicologia, ciências que buscam explicar apenas partes ou setores
da realidade, de grupo de coisas ou de fatos; não sem motivo a pergunta fundamental do
primeiro dos filósofos, Tales de Mileto, era sobre o princípio de todas as coisas, ou seja, qual
é o princípio de todas as coisas
→esta tentativa de explicação racional do mundo através da Filosofia é um acontecimento
que não é encontrado em outros povos da mesma época; os elementos racionais existentes na
filosofia foram determinantes para que a ciência pudesse um dia florescer; não por outro
motivo a Filosofia é considerada como a mais excepcional contribuição para a história da
civilização humana
→há ainda na filosofia a questão do método; a filosofia procura elaborar uma
explicação puramente racional de um todo; o que vale é a razão, a motivação lógica; a
filosofia não pode apenas constatar ou verificar dados de fato ou de experiências; o
pensamento filosófico deve ir além disso para encontrar as causas com a razão; apesar de as
ciências também fazerem esse mesmo caminho racional, a diferença é que a filosofia o faz em
relação à toda a realidade, enquanto a ciência o faz em relação à parte desta realidade; aliás,
com esta metodologia, mostra-se a diferença da filosofia para com a arte e a religião; tanto a
religião e a arte também buscam captar a totalidade da realidade, porém a arte tenta captar,
explicar toda a realidade por meio do uso de mitos e fantasias; já a religião o faz por meio da

→o desenvolvimento e aperfeiçoamento do pensamento lógico feito pela Filosofia
influenciou o modo como a matemática evoluiu até se tornar a base para o método científico;
um dos fundamentos da lógica é justamente a necessidade de se fazer com que a sua
comunicação seja coerente com a realidade que você quer apresentar a alguém; por esta
razão, a lógica vai buscar, também, a identidade, a igualdade entre pensamento e a linguagem
que torna este pensamento passível de ser conhecido por outras pessoas; é fundamental que
não haja confusão de conceitos e que as palavras sejam bem selecionadas para se descrever
aquilo que se pretende e se estabeleçam as relações; não a toa o método cientifico vai se valer
da observação sistemática para se compreender e descrever a realidade da forma mais
coerente possível; da mesma forma, os questionamentos filosóficos sobre a natureza do que
seria o eu e da própria consciência humana foram se desenvolvendo até se formar a ciência da
Psicologia; o surgimento da lógica vai depender do pensamento de grandes pensadores como
Heráclito, Parmênides, Sócrates, Platão e Aristóteles, para citar os primeiros apenas
→é fundamental compreender que lógica passa por dois caminhos: avaliar a validade e a
verdade dos raciocínios, expressões e operações intelectuais; a avaliação da validade consiste
na análise da estrutura interna de um raciocínio, verificando sua coerência, e depois, a partir
desta análise, vai buscar analisar se existe verdade trazida na estrutura e conclusão deste
raciocínio por meio da verificação da relação entre o sentido e a realidade
→Aristóteles vai estruturar a lógica considerando-a como um instrumento para pensar de
forma correta, garantindo a possibilidade de se verificar validade ou a invalidade da forma
como foi construído o argumento dos raciocínios; os princípios fundamentais da lógica
aristotélica são o princípio da identidade, como já dito antes, e deste mesmo princípio
espelha-se o princípio da não contradição, isto é, uma coisa não poder duas coisas ao mesmo
tempo, isto é, uma maçã não pode ser maçã e uva ao mesmo tempo; há, ainda, o princípio do
terceiro excluído que significa que ou se uma coisa ou outras, não podendo haver uma
terceiras possibilidade; lógica aristotélica se apresenta sob a forma de silogismo; é o
silogismo que vai possibilitar a verificação da validade interna do raciocínio, mas não se o
que é dito é realmente verdade ou não, isto é, se guarda relação com a realidade, com o
mundo; o silogismo é um raciocínio lógico baseado na dedução e que é composto por duas
premissas; destas premissas é possível se obter uma conclusão; como demonstração de que
um silogismo pode apresentar validade interna sem ser verdadeiro, podemos exemplificar
estas estruturas: a) biscoitos são feitos de água e sal; o mar é feito de água e sal; logo, o mar é
um grande biscoito; b) deus é amor; o amor é cego, steve wonder é cego, logo steve wonder é
Deus ou steve wonder é amor ou deus é cego
→estes são alguns dos frutos, ou seja, dos resultados da filosofia; esta necessidade de os
seres humanos compreenderem e explicar a realidade, o mundo que os cerca, decorre
de sua curiosidade natural, fazendo com que nós estejamos sempre nos perguntando
sobre o mundo; é bem provável que isso aconteça por uma necessidade de ficar mais próximo
da realidade para podermos relacionar com ela; essa necessidade de ficar mais próximo da
realidade para entende-la e com ela se relacionar faz com que todo ser humano seja um
filósofo em potencial, ou seja, faz com que todo ser humano tenha capacidade para filosofar e
ser filósofo, embora muitos prefiram aceitar as coisas como elas aparentam ser, sem sequer
tentar fazer perguntas fundamentais a respeito
→diz o filósofo Kant em sua obra a crítica da razão pura “não é possível aprender qualquer
filosofia; (...) só é possível aprender a filosofar, ou seja, exercitar o talento da razão, fazendo-
a seguir os seus princípios universais em certas tentativas filosóficas já existentes, mas
sempre reservando à razão o direito de investigar aqueles princípios até mesmo em suas
fontes, confirmando-os ou rejeitando-os”; o pensador está a nos dizer que, mesmo estudando
os grandes pensadores, e é importante que se faça isso, você deve aprender a filosofar
exercendo o direito de refletir por si próprio, tendo a sua própria experiência de pensar;
noutras palavras, você deve evitar receber o pensamento filosófico como um produto
acabado e pronto, mas saber utilizá-los fazendo um processo de compreensão deles, bem
como uma reflexão crítica e autônoma destes pensamentos com a sua realidade
→por ser uma forma de pensar elaborada, a filosofia é radical, rigorosa e de conjunto;
radical porque busca explicar conceitos fundamentais utilizados em todos os campos do
pensar e do agir, como no caso da filosofia da ciência que examina os pressupostos do saber
cientifico, refletindo sobre o conceito de ciência, as características dos métodos científicos, a
possível dimensão da verdade em teorias científicas; como se vê, não se trata de radicalidade
no sentido negativo de inflexibilidade; a filosofia é rigorosa porque o pensamento filosófico é
sempre justificado por argumentos dotados de coerência, bem como pela utilização de uma
linguagem mais exata, precisa, para se evitar confusões, ambiguidades entre os significados
de palavras; além disso, a filosofia é um tipo de reflexão que se pretende totalizante, de
conjunto, porque examina problemas relacionando diversos aspectos entre si; esta pretensão
de ser totalizante faz com que as respostas às perguntas não sejam definitivas, mas ajudem a
caminhar e elaborar cada vez mais respostas melhores e a suscitar outras questões
→talvez por estas razões podemos dizer que a filosofia é filha da imperfeição humana e isto
porque o ser humano necessita dela para compreender a realidade; já Deus não precisa pensar
porque, para Deus, ser e pensar são a mesma coisa; Deus e realidade seriam uma só coisa que
o ser humano pode se esforçar para tentar compreender, ou não; já o ser humano necessita
pensar porque sem pensar, ele nada saberá para se relacionar com o mundo, consigo mesmo e
com os outros; aliás, filosofar não é só refletir sobre ideias, sobre como as coisas são, por que
são e para que são, filosofar também é pensar sobre o pensar e sobre as formas e razões de se
pensar
→os primeiros filósofos foram pensadores que estavam insatisfeitos com a explicação
mitológica e costumeira de sua época e que buscaram por respostas racionais, sem
contradições; é que antes deles, a explicação sobre o funcionamento do universo e sobre a
estrutura das sociedades humanas eram explicadas pelas ações de vários deuses; porém, foi
através do desenvolvimento da lógica pela filosofia que os primeiros filósofos passaram a
romper com os pensamentos supersticiosos e mitológicos de sua época para possibilitar o
surgimento da filosofia; a lógica, como grande parte da filosofia, tem íntimas ligações com a
ciência, em especial a matemática, não sem razão pensadores como Pitágoras, Descartes e
Leibniz eram matemáticos complexos; mas lógica filosófica é diferente da lógica matemática
e isto porque a lógica filosófica se utiliza de palavras na construção de seus argumentos, mas
não de números ou símbolos como na lógica matemática; daí a construção de um argumento
pela lógica filosófica poder apresentar falhas que decorrem de problemas de linguagem; para
evitar estes problemas, é necessário que se avalie e analise a construção dos argumentos para
que se garanta que signifiquem exatamente aquilo que se quer expressar, que se quer dizer
com aquele argumento eles discutiam ideias entre si, mas não para ensinar as conclusões a
que haviam chegado, mas para discutir maneiras para a elas chegar; para conseguir isso,
encorajavam alunos a discordar e criticar ideias, apontando as suas falhas com a finalidade de
aperfeiçoá-las, torna-las melhores; não faz nenhum sentido pensar o filósofo como uma
pessoa que se isola para chegar a conclusões sozinho, já que isso dificilmente acontece; o
surgimento de ideias decorre sempre de uma conversa, uma discussão, mediante investigação,
análise e crítica das ideias uns dos outros; não é a toa que Sócrates pode ser considerado
como um filósofo ideal, e isto porque seu maior legado é a tradição do debate e da discussão,
do questionamento a suposições para que se possa obter uma compreensão mais profunda da
realidade
→Aristóteles disse em seu livro Metafísica que todos os seres humanos buscam o saber; o
ser humano é único ser que é um enigma para si mesmo; todos os animais parecem estar
satisfeitos com o que já são, isto é, eles não tentam deixar de ser o que são, não buscam fugir
da posição que a natureza lhes deu; só o ser humano quer ser uma coisa que não ele próprio;
só o ser humano busca se aperfeiçoar; além disso, só o ser humano tem capacidade para ser
pior ou melhor coisa que existe; o ser humano é um animal que não cabe em si mesmo, assim,
é um animal transcendente, isto é, que deseja deixar de ser ele mesmo
→para Pitágoras, são filósofos aqueles que buscam saber por saber, sem qualquer interesse de
qualquer tipo; filósofo é aquele que se satisfaz ao adquirir conhecimento, é aquele se torna
feliz em adquirir conhecimento; o filósofo não busca vencer debates ou conquistar outras
coisas com o conhecimento; o que move o filósofo é o amor pelo conhecimento; esse amor
vem com o buscar entender porque as coisas são como são, por que as coisas existem ao invés
de não existir, por que a vida existe e para que existe
→o filósofo iluminista Kant considerava que a filosofia é o conhecimento que a razão tem de
si mesma para saber o que se pode conhecer (metafísica e epistemologia), o que se pode fazer
(ética, política) e o que se pode esperar (metafísica, teologia), tendo como finalidade a
felicidade humana
→como pudemos notar até aqui, a filosofia não é algo distante; você pode se perguntar o que
é o tempo, o que é a vida, o que é loucura, o que é normalidade; muitas vezes falamos sobre
coisas de forma tão simples, mas com significados tão complexos que sequer paramos para
refletir sobre; um filósofo não aceita estes conceitos como coisas simples, sempre tentar
pensar a respeito do real significado destes termos
→assim, a filosofia pode ajudar na busca de dinheiro, poder, fama e outros objetos de desejo
social, mas não é para isso que a filosofia serve; aliás, a filosofia é um conhecimento inútil;
inútil porque não serve para se chegar a lugar algum; a filosofia não serve a nenhum
propósito, ou seja, a filosofia não é um meio para se chegar a algo ou a algum lugar; a
filosofia é só serve a si mesma; é o mero ato de se buscar o conhecimento que traz felicidade
ao filósofo; se a filosofia fosse útil para alguma coisa, não seria tão importante e significaria
apenas um meio para se chegar a algo, podendo ser deixada de lado; neste sentido, pode-se
dizer que a filosofia é como a amizade; a amizade também é inútil, não serve para nada; você
tem amigos porque o ato de se ter amigos te faz feliz; se você tem amigos para conseguir algo
como dinheiro ou outras coisas, isso não é amizade; na verdade, você só está usando as
pessoas se utilizando de uma palavra forte que é a amizade
→a maior inimiga da filosofia é o misoneísmo, isto é, a verdade absoluta; a dúvida é amiga
da filosofia assim como a crise, isto é, o confronto; o confronto é capaz de produzir
conhecimento, assim como a dúvida; já verdade absoluta, o dogma inquestionável é sua maior
inimiga porque elas exigem uma aceitação sem questionamento e se você não aceita, você
estará necessariamente errado; dogmas e verdades absolutas não são compatíveis com
filósofos; um filósofo não pode defender verdades absolutas, dogmas; neste sentido, cabe
lembrar uma frase de Frank Zappa: informação não é conhecimento, conhecimento não é
sabedoria e sabedoria não é verdade; opinião e filosofia não são a mesma coisa; opinião é
mais uma preferência por algo, um gosto, e não passa pelo crivo da razão, não necessita de
coerência, de lógica, de rigor; já a filosofia, o conhecimento necessita de coerência,
questionamento, de submissão ao rigor do crivo da razão; a filosofia ou o conhecimento
filosófico não são verdades absolutas; qualquer pensamento filosófico pode ser submetido a
questionamentos, desde que feito de forma racional, questionando-se a coerência, lógica, o
rigor de seu conteúdo
→a Filosofia é uma criação grega, não é uma mera derivação dos conhecimentos vindos de
civilizações orientais; contudo, não se pode negar a presença de conhecimentos de origem
oriental na vida dos gregos; os conhecimentos científicos de orientais eram concebidos apenas
em uma perspectiva prática; matemática-geométrica e a astronomia são conhecimentos que
foram repensados pelos gregos para que se pudesse recriar uma dimensão teórica própria



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