Cap 2.som e Luz
Cap 2.som e Luz
Cap
2 Som e luz
A audição e a visão são sentidos que se baseiam na interpretação de ondas. Essas ondas, por sua vez,
carregam informações que nos permitem interpretar o ambiente ao nosso redor. Percebemos sons diferen-
tes com nossas orelhas, assim como nossa visão é capaz de detectar intensidades de luz e cores diversas.
Assim como os sons diferentes nos permitem reconhecer vozes de pessoas e identificar instrumentos
musicais, a luz também transporta informações importantes. Entretanto, a luz é capaz de se propagar pelo
vácuo, enquanto o som requer meios materiais para a sua propagação. De certa forma, as cores estão para
a luz, assim como as notas musicais estão para os sons.
Stokkete/Shutterstock
A
• Quais instrumentos musicais você conseguiria identificar pelo som mesmo de olhos vendados?
• Você consegue identificar de onde vem o som quando ouve algum barulho? Faz ideia de como isso
é possível?
• Você sabe o que são os megapixels de uma câmera fotográfica ou os mega-hertz de uma estação
de rádio?
Habilidades
SESI.EF09CI00.n.06 SESI.EF09CI05.s.07 SESI.EF09CI05.a.08
352
Ciências
1. Som
Volodymyr Krasyuk/Shutterstock
Intuitivamente, as pessoas que têm a audição sadia asso-
ciam o conceito de som àquilo que se ouve. Entretanto, o som
existe, independentemente de haver alguém para ouvi-lo.
Sons são perturbações ondulatórias que se propagam
por meios materiais, exclusivamente, e o ser humano evoluiu
de maneira a detectá-lo principalmente pela orelha, que é sen-
sível às oscilações de pressão que se propagam pelo ar. Por se
propagarem apenas por meios materiais, os sons são classifi-
cados como ondas mecânicas. Alguns alto-falantes de grandes massa e
Mas se você tocar uma caixa de som em funcionamento, diâmetro, conhecidos como subwoofers, podem
ser usados voltados para o chão, para que as
poderá sentir as vibrações que ela produz com o seu tato. As- vibrações se propaguem pelo piso e sejam
sim como em uma festa ou em um show com sistema poderoso sentidas pelas pessoas, e não necessariamente
de sonorização, algumas notas podem ser sentidas pelo chão. ouvidas pelos tímpanos.
O som, ao se propagar por meios materiais, sofre perturbação com a variação de uma grandeza cujo
valor oscila quando sons são produzidos, trata-se da pressão do ar.
Para entender esse conceito, vamos analisar como um alto-falante funciona. Ao emitir certa nota, ou
melhor, um som com frequência definida, um alto-falante faz um movimento de vaivém. É bem provável
que, dependendo da nota, você não consiga enxergar esse movimento de vaivém, uma vez que ele acon-
tece muito rapidamente. Ao avançar e na sequência recuar, um alto-falante comprime o ar imediatamente
à sua frente no instante do avanço e depois deixa diante de si uma região de rarefação do ar ao recuar,
ou seja, uma região de menor pressão. Essa sequência muito rápida de uma compressão e uma rarefação
pode ser entendida como um pulso de onda, que passará a se propagar, ou seja, viajar pelo ar.
A B
Direções de
propagação
do som
Ciências da Natureza
Direção e sentido médios
do movimento oscilatório
das moléculas do ar
Pressão
Pressão atmosférica
Distância
(A) Quando um alto-falante realiza seu movimento de vaivém, ele produz regiões de compressão e de rarefação no ar que
são pulsos de onda que se propagam pelo espaço. O tímpano é uma membrana sensível a essas compressões e a essas
rarefações, sendo capaz de traduzir algumas delas em sons que ouvimos. (B) O som se propagando pelo ar é classificado em
uma onda tridimensional e longitudinal.
Ao se propagar pelo ar a partir de uma fonte como um alto-falante, o som viaja em todas as direções,
o que permite que o classifiquemos em uma onda tridimensional. Além disso, dizemos que o som se pro-
pagando pelo ar é uma onda longitudinal, uma vez que as moléculas de ar têm um movimento médio de
oscilação, ou seja, de vaivém, que é paralelo à direção de propagação do som.
353
Uma pessoa que mora em um edifício certamente ouvirá, por exemplo, do segundo andar, uma fura-
deira sendo utilizada em uma parede de um apartamento, no décimo terceiro andar. Isso porque o som se
propaga, nesse caso, pelas paredes, fazendo-as vibrar. Elas, por sua vez, funcionam como alto-falantes, que
transmitem essas oscilações às moléculas de ar, o que possibilita ouvir esse som, apesar da distância.
Entre os peixes, um complexo sistema sensorial ligado ao sistema nervoso, conhecido como linha la-
teral, é sensível a alterações de pressão e vibrações na água, fazendo com que peixes possam perceber
alguns sons que se propagam pelo líquido.
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A linha lateral (em destaque) dos peixes é capaz de detectar oscilações na pressão da água, assim como a orelha humana é
sensível a oscilações na pressão do ar.
Compreendendo o conceito
Movimento oscilatório
dos pontos da corda
Quando se propaga pelo ar, o som é uma onda longitu-
dinal. Entretanto, vibrações mecânicas viajando ao longo de
uma corda metálica esticada, por exemplo, são ondas trans-
versais, pois, na corda, o movimento de sobe e desce de cada
ponto é perpendicular à direção de propagação dos pulsos. Direção de propagação
Pulsos de onda em uma corda.
Ao assistir a uma queima de fogos de artifício, é possível visualizar os clarões das explosões antes de ou-
vir o som produzido por eles. O mesmo acontece com relâmpagos, vê-se o clarão antes de se ouvir o trovão.
Também é fato conhecido que quanto mais tempo demora para ouvirmos um trovão, mais longe es-
tamos da localidade em que o raio ocorreu.
Ao nível do mar e com a temperatura de 15 °C, a velocidade de propagação do som pelo ar é de apro-
ximadamente 340 metros a cada segundo (340 m/s). Isso permite concluir, com uma proporção simples,
que durante uma tempestade em que a temperatura do ar seja de 15 °C, um trovão que seja ouvido 5 se-
gundos depois de se ver o clarão do relâmpago, deve ter acontecido a uma distância de 1 700 metros do
local em que o observador se encontrava. A distância, nesse caso, é obtida multiplicando-se a velocidade,
em metros por segundo, pelo tempo, em segundos.
Entretanto, a temperatura do ar influencia na ve-
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354
Ciências
Reverberação e eco
Fouad A. Saad/Shutterstock
Assim como a luz é refletida em
uma parede pintada, o som tam-
bém pode ser refletido ao incidir
sobre uma superfície. Essa reflexão
pode ou não ser percebida pela
orelha humana, causando distintas
sensações.
As sonoridades típicas de uma
catedral ou de uma casa completa-
mente vazia, ou seja, sem mobília,
devem-se ao fenômeno da refle-
xão do som.
Quando você estala os dedos
no centro de uma catedral vazia,
parece que o som tem uma conti-
O som é propagado em várias direções em um ambiente fechado.
nuidade, que vai enfraquecendo até
desaparecer. Isso ocorre porque você ouve, primeiramente, o som que se propaga diretamente dos seus
dedos até as suas orelhas. Depois, você também detecta o som refletido pelas paredes, pelo piso e pelo
teto retornando às suas orelhas, mas já enfraquecidos, em função das maiores distâncias percorridas.
Se o tempo entre a orelha perceber o som direto e os sons refletidos for muito pequeno (digamos,
menor que 0,1 segundo), podemos não perceber o silêncio entre esses sons e chamamos esse efeito de
reverberação.
Entretanto, se você estiver diante de um enorme paredão de rochas, como uma falésia, a algumas
dezenas de metros ou mais, e bater palmas, o som refletido pelo paredão será percebido sensivelmente
depois do primeiro som, ouvido diretamente das suas mãos. Apesar de o fenômeno de reflexão ser o
mesmo, chamamos essa percepção de eco. Normalmente, essa percepção da separação entre os sons é
Ciências da Natureza
possível com intervalos da ordem de 0,1 segundo ou mais.
Eco
Voz emitida
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Sonares
Os dispositivos de sonar são equipa-
mentos de mapeamento e localização que
usam a reflexão de ondas sonoras para
determinar a distância entre o emissor do
sonar e um objeto ou um obstáculo.
Essa tecnologia razoavelmente sim-
ples é utilizada na navegação, para a de-
terminação da profundidade do leito de
rios, represas ou oceanos. Um emissor
submerso afixado à embarcação emite
um sinal sonoro que se propaga até o lei-
to, onde é refletido e captado por um sen-
sor, que é essencialmente um microfone.
Em função do tempo entre a emissão e a
detecção, calcula-se instantaneamente a Um sonar náutico emite sons dentro da água que são refletidos por
obstáculos. Pelo tempo entre a emissão e a detecção do som refletido,
profundidade do leito. a distância entre a embarcação e o obstáculo é calculada.
Considerando que o som viaja na água
Rudmer Zwerver/Shutterstock
a 1500 m/s (mil e quinhentos metros a
cada segundo), a profundidade do leito
oceânico em um local em que o tempo
entre a emissão de um sinal sonoro e a
sua detecção é de 0,4 segundo pode ser
calculada. Porém, o som percorrerá, nes-
se tempo, a distância de ida, da embar-
cação até o leito, e da volta, do leito até
a embarcação, após ser refletido. Assim,
a distância percorrida até a profundidade
do leito leva 0,2 segundo, podendo cal-
Ciências da Natureza
Os sonares também ocorrem na natureza. Os morcegos têm orelhas muito mais desenvolvidos que
os do ser humano. Para se localizarem no espaço, eles emitem sons de frequências altíssimas, que são
refletidos por obstáculos, como árvores, postes e outros animais. Em função do tempo que esse som leva
para retornar aos seus ouvidos e na intensidade com que o som retorna, o morcego consegue mapear o
ambiente ao seu redor mesmo na escuridão noturna.
Compreendendo o conceito
Lembre-se da equação fundamental da ondulatória que você estudou no capítulo anterior. Recorde
que é possível calcular a velocidade (v) com que a onda viaja por uma corda dividindo-se a distância
correspondente a um comprimento de onda (O) pelo período de oscilação (T).
O
v
T
Essa equação também pode ser escrita utilizando a frequência da onda (f) como: v = O tf
Na qual a frequência (f) é o inverso do período (T) e é medida em hertz (Hz).
356
Ciências
Compreendendo o conceito
Denomina-se infrassons aqueles sons cujas frequências são inferiores às detectáveis pela orelha
humana sadia, ou seja, sons com frequências menores do que 20 Hz.
Já os ultrassons são aqueles sons com frequências acima dos 20 kHz, que é o valor aproximado
das máximas frequências detectáveis pela orelha sadia de um ser humano.
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0 Hz 20 20 000
Ciências da Natureza
Infrassom Sons audíveis ao Ultrassom
ser humano
SpeedKingz/Shutterstock
Os apitos caninos são utilizados por adestradores e emitem ultrassons com
frequência maior do que aquelas audíveis ao ser humano, mas que ainda
podem ser ouvidas pelos cães.
357
Para construir
SESI.EF09CI05.s.07
1 A grandeza física associada ao ar cuja oscilação é interpretada como som pelo sistema auditivo
humano é a:
a) temperatura. O som se propagando pelo ar é constituído de oscilações na pressão do ar.
Alternativa b
b) pressão.
c) densidade.
d) aceleração.
2 Qual é a profundidade do leito oceânico em uma região onde o sonar de um navio cargueiro emite um
sinal que é detectado depois de 1,2 segundo? Considere que a velocidade do som na água é de 1500 m/s.
O tempo de 1,2 segundo corresponde a ida e a volta do som, assim até o leito oceânico leva-se 0,6 segundo. Portanto:
1 500 m — 1 s
x — 0,6 s
x 5 900 m
3 Qual é o período de oscilação (em segundos) do som de menor frequência audível ao ser humano? Expli-
que o significado de sua resposta.
A frequência do som é de 20 Hz. Isso significa um som de 20 oscilações por segundo. O período (T) é o inverso da fre-
quência (f). Assim:
T5 1 5 1 5 0,05 s
Ciências da Natureza
f 20 Hz
Cada oscilação ocorre em um intervalo de 0,05 segundo.
4 Qual é o comprimento de onda no ar, em metro, do som de menor frequência que a orelha humana
pode perceber, sabendo que o som se propaga pelo ar a uma velocidade de 340 m/s? Qual é o signi-
ficado físico da resposta que você obteve?
O som em questão tem frequência de 20 Hz. Calculando o comprimento de onda com a equação fundamental da ondulatória,
temos:
v 5 l ? f ~ 340 5 l ? 20 ~ l 5 340 ~ l 5 17 m
20
Isso significa que a distância percorrida durante uma oscilação completa da fonte sonora é de 17 metros, essa também é a dis-
tância entre duas regiões consecutivas de compressão (ou de rarefação).
358
Ciências
Para construir
Pressão (atm)
O comprimento de onda (l) pode ser medido com a distância entre duas cristas consecutivas, ou dois vales consecutivos,
encontrando 6,8 metros. A frequência pode ser calculada com a equação fundamental da ondulatória:
v 5 l ? f ~ 340 5 6,8 ? f ~ f 5 340 ~ f 5 50 Hz
6,8
MIGUEL G. SAAVEDRA/Shutterstock
Um piano tem 88 teclas e cada uma delas,
quando corretamente afinada, emite uma nota
característica. Uma mesma nota pode ser tocada
Ciências da Natureza
com diversas intensidades diferentes, constituindo
um som mais forte ou mais fraco. Uma guitarra
elétrica pode emitir algumas das notas que o piano
emite, mas não todas.
A própria voz humana tem características
curiosas. Se dois cantores profissionais cantarem
a mesma música, ambos perfeitamente afinados
e cantando a melodia corretamente, somos capa-
zes de reconhecer a voz de cada um.
O som é dotado de características físicas que Baixos elétricos podem variar de preços, e essa diferença
permitem que diferenciemos notas, intensidades se relaciona com a qualidade dos componentes (madeira e
componentes elétricos), que permitem que o instrumento
e até mesmo reconheçamos os sons dos diferen-
produza sons com qualidade musicalmente considerada
tes instrumentos. superior.
Instrumentos musicais caríssimos normalmente têm seus elevados valores associados à capacidade
de produzir sons com qualidades desejáveis no contexto musical.
Altura do som
O que diferencia as notas musicais é essencialmente a frequência principal de cada nota. Notas de
frequência maior são chamadas de notas mais altas, enquanto as de frequência menor são as mais baixas.
Alto e baixo não está relacionado ao que chamamos de volume do som. Na verdade, fisicamente falando,
os sons mais altos são os mais agudos, com frequências maiores, e os mais baixos são os mais graves, com
frequências menores.
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No piano, quando comparamos as frequências das notas de duas teclas, aquela mais à esquerda é
mais grave (som mais baixo, menor frequência) e aquela à direita é mais aguda (som mais alto, maior
frequência). As notas com menor frequência terão comprimentos de onda maiores, e notas com frequências
elevadas terão comprimentos de onda relativamente pequenos.
newsance/Shutterstock
A0 A4
A B C D E F GA B
Em um piano, a primeira tecla é o lá zero (A0), com frequência 27,5 Hz. O quarto lá do piano (A4) tem frequência padronizada
em 440 Hz. As notas à direita são mais agudas (mais altas, maior frequência) que as notas à esquerda.
Na notação musical, as letras A, B, C, D E, F e G correspondem respectivamente às notas lá, si, do, ré,
mi, fá e sol, que se repetem sucessivamente ao longo do teclado do piano.
Note que a frequência de uma nota lá mais aguda é igual ao dobro da frequência da nota lá imedia-
tamente anterior.
O piano é o instrumento musical com a maior tessitura. A tessitura é a amplitude de notas que um
instrumento, ou voz, consegue atingir, ou seja, a distância entre a frequência mais baixa e mais alta.
Outros instrumentos, como a guitarra, o baixo elétrico, a flauta transversal, o violino e o cavaquinho,
costumam ter tessituras que correspondem a de uma parte do teclado do piano. Frank Sin/Shutterstock
Pessoa tocando flauta transversal, quanto mais chaves estão abertas, mais agudas ficam as notas (tamanho do tubo fica
menor). Ao passo que as notas graves são produzidas utilizando mais chaves fechadas (tamanho do tubo fica maior).
360
Ciências
Mr_Mrs_Marcha/Shutterstock
Existem diversos tamanhos de alto-falantes. Isso
não é à toa e não se deve exclusivamente ao fato
de eles terem potências diferentes, mas também
por serem capazes de reproduzir sons de alturas di-
ferentes. Tipicamente, alto-falantes maiores são ca-
pazes de reproduzir frequências mais baixas, ou seja,
sons mais graves do que alto-falantes menores, que
são tipicamente dedicados aos agudos. É por isso
que algumas caixas de som, como as da imagem
ao lado, têm diversos alto-falantes com tamanhos
diferentes, para que cada um opere em uma faixa
de frequência específica. Alto-falantes de tamanhos diferentes.
Hoje em dia, existem equipamentos muito potentes, capazes de amplificar o som de forma muito
intensa. Porém, é importante termos cuidado com a exposição sonora, pois nossos ouvidos são delica-
dos e podem ser danificados de forma temporária ou permanente, dependendo da intensidade sonora
a qual são expostos. Existem leis que regulamentam o volume sonoro que pode ou não ser praticado
em determinados horários do dia, dependendo do local.
Pesquise na internet pelo menos cinco modelos de alto-falantes para amplificadores de guitarra ou
contrabaixo, registrando o modelo, o fabricante, o diâmetro (que é normalmente medido em polega-
das) e a faixa de frequências, em Hz, que cada um deles é capaz de reproduzir. Apresente seu registro
em uma tabela que liste essas informações para cada modelo.
Ciências da Natureza
Timbre
O cantor Freddie Mercury, da banda britânica Queen,
Thamrongsak.S/Shutterstock
teve uma morte precoce, deixando a banda sem seu voca-
lista. Até hoje é um músico reconhecido graças ao inconfun-
dível timbre de sua voz.
Após sua morte, em 1991, os demais músicos da banda se
apresentaram diversas vezes com outros vocalistas no lugar
de Freddie, mas ainda que esses cantores fossem absoluta-
mente competentes e profissionais, não era a voz de Freddie
e alguns fãs não se contentavam, sendo inevitáveis as com-
parações, ainda que injustas.
Os outros cantores eram capazes de emitir as mes-
mas notas que Freddie Mercury, mas o timbre das vozes
eram diferentes. E é o timbre que permite que diferencie-
mos uma nota de um instrumento da exata mesma nota de
outro. Também é o timbre que permite que reconheçamos
a voz das pessoas, mesmo sem as ver.
Os diversos instrumentos têm timbres distintos porque,
quando um instrumento é tocado, há, na verdade, diversas Estátua de Freddie Mercury em Montreux,
fontes de vibração produzindo seu som. na Suíça.
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Em um violão, por exemplo, não são apenas as cordas que vibram, mas toda a madeira do corpo do
instrumento, de seu braço e de sua escala. Cordas de materiais diferentes terão timbres diferentes, como
percebemos ao comparar violões com cordas de aço e de náilon. Todas essas vibrações somadas com-
põem o som do instrumento, seja ele qual for.
ANON MUENPROM/Shutterstock
fukume/Shutterstock
A B
Violões com cordas de aço (A), utilizado na música country, e com cordas de náilon (B), utilizado na música popular brasileira (MPB).
No caso das vozes humanas, os sons são produzidos pelas pregas vocais. Quando produzimos voca-
lizações, essas pregas fazem movimentos similares ao bater de palmas, produzindo frequências audíveis.
Mas não é só isso que constitui a fala humana. Esse som é amplificado por nossa caixa bucal e pelas fossas
nasais, fazendo vibrar diversas estruturas dentro de nossas cabeças e no pescoço. Tudo isso constituirá a
voz, além do posicionamento da língua, abertura da boca e de outros sons, produzidos com lábios, língua
e até dentes. Todo esse conjunto caracterizará o timbre de cada pessoa.
gritsalak karalak/Shutterstock
A B
Ciências da Natureza
Pregas vocais abertas (A) para permitir a passagem do ar e fechadas (B) enquanto produzimos a fala. As pregas vocais são
as principais estruturas na produção da voz humana.
362
Ciências
A escala que se convencionou para medir as diferentes intensidades sonoras tem como unidade de
medida típica o decibel (dB), que é, evidentemente, um décimo de um bel (B), ou seja, 10 dB 5 1 B.
Os decibéis podem ser medidos e associados a sons conhecidos.
A intensidade sonora de 0 dB, ao contrário do que se possa imaginar, não corresponde ao silêncio.
Convenciona-se que 0 dB corresponde ao som mais delicado, mais fraco que o ser humano consiga ouvir
para uma frequência de 1000 Hz. A esse som atribui-se a alcunha de limiar inferior da audição. Entretanto, a
sensibilidade sonora é variável em função da frequência. No entanto, o som com maior nível que se pode
ouvir antes de se sentir dor é da ordem de 120 dB.
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Fogos de artifício
Motor a jato
Respiração
Sirene de polícia
Limiar de dor
Folhas mexendo
Ciências da Natureza
Escala
decibel
Sussuro
Extremamente (dB) Baixa
alta
Trombone
Chuva
moderada
Moderada
Muito alta
Alta
Helicóptero
Geladeira
Secador
Conversas
Tráfego de carros
Caminhão
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A audição humana tem diferentes sen-
sibilidades para diferentes frequências. Para
frequências de 50 Hz, por exemplo, nota-se
que o limiar auditivo está acima dos 50 dB,
ou seja, é necessária uma intensidade sonora
de cerca de 50 dB ou mais para que a orelha
detecte sons cuja frequência é de 50 Hz.
Sons muito intensos, como acima dos
90 dB, podem causar danos permanentes
às orelhas em caso de exposição prolonga-
da. Por causa disso, pessoas que trabalham
em locais ruidosos devem usar proteção
Protetores auriculares são muito importantes para profissionais que
para que sua audição não sofra danos em
trabalham em ambientes ruidosos. No Brasil, para algumas profissões,
função de sua atividade profissional. eles são obrigatórios.
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alto ou mais baixo, fisicamente, mas sim som
mais forte ou mais fraco.
Som estéreo
A maioria das pessoas consegue sem Som mais Som mais
dificuldades identificar de onde veio algum fraco intenso
tipo de som. A audição é parte importante
do senso de localização.
Pelo fato de o ser humano ter duas ore-
lhas, se uma pessoa está, por exemplo, à
sua esquerda e fala com você, sua orelha
esquerda perceberá um som mais intenso,
Ciências da Natureza
364
Ciências
Ressonância
Se você golpear com o dedo ou com uma colher delicadamente uma taça de cristal, perceberá que ela
emite um som característico. Não importa se você golpeia um pouco mais forte ou um pouco mais fraco,
a nota musical (ou frequência) emitida pela taça é sempre a mesma.
Se uma cantora profissional conseguir, bem perto da taça, reproduzir com sua voz a mesma frequência
que a taça emite naturalmente quando golpeada, com intensidade e por tempo suficientes, essa taça
começará a vibrar e corre o risco até de quebrar.
É verdade que apenas com a voz humana, isso pode não ser tão fácil, mas com um alto-falante e com
um gerador de frequência que emita constantemente a mesma nota, quebrar a taça é uma possibilidade
muito real.
Se um alto-falante perto da taça emitir a mesma frequência com que ela naturalmente vibra, passam a vibrar juntos em um
fenômeno chamado ressonância. Essa vibração pode até fazer com que a taça se quebre.
A ressonância acontece porque a energia transportada pelas ondas sonoras é absorvida pelo objeto
que entra em ressonância, de forma que ele também passa a vibrar com a mesma frequência das ondas
sonoras que ele absorve, aumentando, exponencialmente, ou seja, cada vez mais, o que leva ao colapso
e a quebra.
Ciências da Natureza
Efeito Doppler
Se você estiver parado em uma calçada e um carro de som passar por você, na rua, com velocidade con-
siderável, tocando alguma música que você conheça, você poderá perceber que a música parece desafinar
quando o carro passa, ou melhor, o som parecerá mais agudo enquanto o carro se aproxima e mais grave
enquanto ele se afasta. O mesmo pode ser percebido se uma ambulância passa por você com a sirene ligada.
No efeito Doppler, quando a fonte se afasta do observador, este percebe um som mais grave do que aquele que a fonte
emite. Já para a fonte se aproximando do observador, a frequência percebida por ele é mais aguda.
365
O efeito ocorre porque, quando a fonte se move em direção ao observador, ela persegue as ondas
sonoras que emite, encurtando-as, ou seja, fazendo com que as cristas de onda fiquem mais próximas, o
que tem como consequência um aumento na frequência percebida pelo observador.
No caso em que a fonte se afasta do observador, as cristas de onda acabam também afastadas, ou
seja, o comprimento de onda do som aumenta, o que caracteriza uma menor frequência percebida pelo
observador, ou seja, um som mais grave.
Caso a fonte seja capaz de atingir a velocidade do som (que é de 340 m/s para o ar a 15 °C, equi-
valendo a mais de 1 200 km/h), nesse momento as cristas de onda sonora à frente da fonte se acumu-
lam, ou seja, se superpõem, produzindo um estampido que é percebido por observadores como uma
explosão.
A B C
As ondas sonoras produzidas por um avião caça em velocidades respectivamente subsônicas (A), igual à velocidade do som (B) e
Ciências da Natureza
supersônicas (C).
Quando um veículo subsônico se aproxima de você, o som que ele emite chega antes do próprio
veículo. Mas se, por exemplo, um avião caça passar sobre você com velocidade supersônica, curiosamente,
você só ouvirá o som de sua passagem depois que ele já tiver passado.
No momento em que o som emitido por um caça supersônico atinge o observador, o avião já passou por ele.
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Ciências
Olaf Schulz/Shutterstock
Padrão de ondas produzido por um barco se movendo com velocidade superior à de propagação das ondas na superfície
da água.
Esse efeito é similar àquele que se observa quando uma embarcação produz ondas na água. Muitas
vezes, o barco se desloca com velocidade superior à das ondas na superfície da água, deixando um cone
de ondas similar àquele produzido por aviões supersônicos.
6. Luz
Ciências da Natureza
Assim como o som, a luz também é um fenômeno ondulatório. Entretanto, som depende de meios
materiais pelos quais possa se propagar. A luz, porém, é capaz de se propagar pelo vácuo, o que nos per-
mite afirmar que a luz é um fenômeno ondulatório do tipo eletromagnético.
A luz também é capaz de se propagar por alguns meios materiais, os ditos meios transparentes, como
o ar, a água e o vidro.
Como a luz se propaga pelo vácuo, deduz-se que nenhuma grandeza associada à matéria deve oscilar
em fenômenos luminosos, mas os campos eletromagnéticos oscilam.
Ainda que tipicamente a palavra luz seja associada ao sentido da visão, seria incorreto e até incom-
pleto definir a luz como aquilo que se enxerga, pois ela existe, independentemente de haver alguém para
enxergá-la ou não.
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Ultravioleta Infravermelho
No espectro visível, a frequência cresce do vermelho para o violeta, contrário ao comprimento de onda que cresce do violeta
para o vermelho.
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A velocidade de propagação da luz pelo vácuo é de impressionantes 300 mil quilômetros por se-
gundo (300 000 km/s). Ainda assim, a luz que parte do Sol e atinge a Terra leva mais de 8 minutos para
cumprir esse percurso.
A luz carrega consigo, assim como qualquer onda, energia e informação. Não é novidade que ela car-
regue energia, afinal de contas, a energia solar é utilizável em painéis solares e até armazenável por seres
fotossintetizantes. Agora carregar consigo informação significa dizer que cada material emite luz com
colorações específicas.
Por isso que ao queimar diferentes combustíveis ou materiais, produzindo chamas ou em uma
queima de fogos, é perfeitamente possível identificar qual é o material que está queimando pela análi-
se da luz que ele emite. O nome dessa técnica de identificação, amplamente utilizada em laboratórios,
é espectroscopia.
Espectro contínuo
Linhas de emissão
O espectro contínuo (A) é obtido pela decomposição da luz branca, tipicamente emitida pelo Sol. Quando um material
específico, ou um elemento químico, é excitado e emite luz, ele emite algumas frequências específicas (B).
Ao se identificarem essas frequências, é possível reconhecer qual é o material ou elemento que as emite.
O vermelho é a cor de menor frequência e tem comprimento de onda na casa dos 700 nanômetros ou
700 bilionésimos de metro. Já o violeta, cuja frequência é a maior do espectro visível, tem comprimento
de onda na casa dos 400 nanômetros. Se fôssemos escrever esses valores de forma decimal e em metros,
obteríamos 0,0000007 m para o comprimento de onda do vermelho e 0,0000004 m para o comprimen-
to de onda do violeta.
As frequências para a luz visível têm valores impressionantemente altos. Para o vermelho, as osci-
lações do campo eletromagnético são da ordem de 430 trilhões de hertz (430 000 000 000 000 Hz),
ou seja, o campo eletromagnético oscila, para a luz vermelha, cerca de 430 trilhões de vezes a
cada segundo. Para a luz violeta, essa frequência é de aproximadamente 750 trilhões de hertz
(750 000 000 000 000 Hz).
As demais cores do espectro visível têm comprimentos de onda e frequências com valores entre esses
limites mencionados para o vermelho e o violeta.
l = 700 mm
Vermelho
l = 400 mm
Violeta
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Ciências
Conexões e tramas
Você aprendeu que o olho humano é um complexo sistema capaz de interpretar as informações
carregadas pela luz visível. Além de um sistema de lentes em sua porção anterior (composto pela cór-
nea e pelo cristalino), ele tem uma região onde
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as imagens visualizadas são projetadas. Nessa
região, denominada como retina, existem cé- Humor
Pupila vítreo
lulas fotossensíveis, conhecidas como cones e
bastonetes, que interpretam a quantidade de
Córnea
luz recebida e até a frequência da luz inciden- Nervo
óptico
te. Essas células, por sua vez, se conectam a
terminações do nervo óptico, que comunica Lente
os sinais ao cérebro, que os decodifica para Corioide
que possamos ter o sentido da visão. Em es- Retina
sência, o olho é uma câmera incrivelmente po-
A anatomia do olho humano.
derosa.
Chamille White/Shutterstock
Fotografia
Antes das câmeras digitais, as fotos
eram feitas com filmes fotográficos, que
eram películas de materiais fotossensí-
veis que queimavam na presença da luz.
Para se fazer uma foto, essa película
deveria ser exposta à luz por um tempo
muito pequeno, para que somente aque-
le instante do clique ficasse registrado
nessa película de filme, que depois seria
revelada.
Atualmente, as câmeras digitais pro-
Ciências da Natureza
jetam a luz em sensores eletrônicos em
vez de filmes, que convertem a informa- A fotografia analógica, que antecedeu historicamente as
ção carregada pela luz em dados digitais câmeras digitais, usava filmes sensíveis à luz, que registravam
um instante correspondente ao tempo em que o obturador da
que podem ser gravados em memórias câmera ficava aberto.
de computador.
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Esses sensores são compostos de até
dezenas de milhões de pontos, os chama-
dos pixels, que compõem cada imagem.
Sensores desse tipo são conhecidos
por CCD, sigla que em inglês significa dis-
positivo de carga acoplada. Eles podem
ser pequenos o suficiente para que, em
um celular contemporâneo, diversos deles
possam ser acomodados.
Na prática, costumamos nos referir
aos sensores das câmeras pelo número
de megapixels. O termo megapixel signi-
fica milhão de pixels. Assim, uma câmera
que tenha um sensor, digamos de 13 me-
gapixels, é capaz de fazer imagens com Um sensor CCD típico de câmeras digitais. Apesar de muito
pequeno, um sensor desse tipo costuma ser composto de
13 milhões de pontos luminosos. milhões de pixels, que correspondem a pontos de cada
imagem fotografada.
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Transmissão de rádio
Os sinais de rádio e televisão são transmitidos em frequências relativamente baixas, que pertencem
ao espectro do infravermelho. Assim, estamos falando de luz, ondas eletromagnéticas, mas não luz visível.
Para rádio FM, a transmissão ocorre com ondas eletromagnéticas da ordem de 100 MHz (cem
megahertz ou cem milhões de hertz). A sigla FM significa frequência modulada. Uma estação de rádio
FM emitindo um sinal de frequência centrada em 98,7 MHz causa pequenas oscilações para mais e para
menos nessa frequência. Essas oscilações constituem a modulação. A frequência dessas oscilações é a
mesma dos sinais sonoros que se desejam transmitir e reproduzir.
Logo, com os sinais de rádio AM, ou seja, de amplitude modulada, as frequências de transmissão são
bem mais baixas, na faixa de 500 kHz a 1 500 kHz (500 quilohertz a 1 500 quilohertz). A codificação do
sinal sonoro é feita modulando a amplitude do sinal de emissão.
O sinal FM tipicamente é de curto alcance, porém com qualidade sonora considerável. Já o sinal AM é
de longo alcance, mas com fidelidade sonora bastante inferior ao FM.
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A
B
Ciências da Natureza
Nas ondas AM (A), a oscilação é na amplitude das ondas sonoras, já nas ondas FM (B), as oscilações na frequência de
transmissão codificam as ondas sonoras a serem transmitidas.
Para construir
SESI.EF09CI00.n.06; SESI.EF09CI05.s.07; SESI.EF09CI05.a.08
1 Por que não é necessariamente correto dizer que uma pessoa que está gritando emite sons mais altos
do que outra que está falando moderadamente?
Uma pessoa que está gritando emite sons mais fortes ou mais intensos do que a pessoa que fala moderadamente. A altura
do som refere-se à frequência, e a frequência dos sons produzidos pela pessoa que está gritando não precisa ser necessariamente
maior do que a frequência dos sons produzidos pela pessoa que está falando em níveis moderados. Altura refere-se à frequência,
370
Ciências
Para construir
O nível de 0 dB é, na verdade, o som mais delicado que o ser humano consegue ouvir, em média, para uma frequência de 1 000 Hz.
Se estamos falando de um som audível, é porque não nos referimos, então, a uma situação de silêncio.
3 Considere que o vento mexe as folhas de uma árvore com uma frequência de 100 Hz. Observe o gráfico
a seguir e indique se, com níveis sonoros de 20, 40 e 60 dB, uma pessoa conseguirá ouvir o balançar
dessas folhas.
Nível sonoro
(dB)
140
100
80
Zona de audição
60
Lim
iar
Ciências da Natureza
de
40 aud
içã
o
20
0
20 100 1 000 10 000 20 000 Frequência (Hz)
Pelo gráfico, na frequência de 100 Hz, o limiar de audição inicia-se em aproximadamente 50 dB. Assim, com níveis sonoros de
20 e 40 dB, a pessoa não ouvirá o balançar das folhas, mas com 60 dB conseguirá ouvir.
371
Para construir
Equação fundamental da ondulatória: v 5 l ? f, considerando a velocidade de propagação da luz pelo vácuo como 3 ? 108 m/s,
tem-se:
3 ? 108 m/s 5 l ?100 ? 106 Hz
l5 3 ∙ 108 5 3 ∙ 108 5 3 m
100 ∙ 106 1 ∙ 108
A menor frequência (A) é a das micro-ondas, que deve ter o maior comprimento de onda dentre as ondas citadas. Já a maior
frequência (C) entre elas é a do verde, que deve ter o menor comprimento de onda. Assim, A corresponde às micro-ondas,
B ao vermelho e C ao verde.
Ciências da Natureza
6 Compare o comprimento de onda e o som percebido vindo de um carro de som movendo-se em sua
direção.
O movimento da fonte em direção ao observador faz com que as ondas percebidas por ele tenham menor comprimento, o que
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Ciências
1 Qual é o comprimento de onda, em metro, de um som cuja frequência é de 68 Hz? Considere que a
velocidade do som no ar é de 340 m/s.
2 Uma pessoa ouve um eco de sua voz 3 segundos depois de dar um grito diante de um paredão rochoso
que está adiante de si. Sendo 340 m/s a velocidade do som no ar, qual é a distância entre a pessoa e
o paredão?
Ciências da Natureza
3 O que significa dizer que os sons emitidos por um violino são tipicamente mais altos que aqueles
emitidos por um contrabaixo?
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Faça você mesmo
4 Sabendo que a velocidade da luz no vácuo é de 300 milhões de metros por segundo, calcule o
comprimento de onda de um sinal AM de frequência 1,5 MHz.
5 Sabe-se que os raios X são um tipo de radiação do espectro ultravioleta. Sabendo que o comprimento
de onda do vermelho é de 700 nm e do violeta é de 400 nm, você diria que o comprimento de onda
dos raios X deve ser menor que 400 nm, entre 400 e 700 nm ou maior que 700 nm? Justifique sua
escolha.
Ciências da Natureza
6 Uma sonda espacial é comandada da Terra. Uma estação aqui no planeta emite à sonda um sinal de
rádio dando-lhe um comando. Ao receber o sinal, a sonda imediatamente emite outro sinal de volta à
estação. Sabendo que o intervalo entre a emissão do sinal pela estação e a receptação da resposta da
sonda é de 1 minuto e 20 segundos, qual era a distância da sonda à Terra quando ela recebeu o sinal?
Lembre-se de que a velocidade da luz no vácuo é de 300 000 km/s.
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