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Contrualismo Sociologia

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Sociologia

Origem do Estado

Resumo

Como se formou o Estado? E por quê? Quais condições possibilitaram o surgimento dessa instituição
tão específica em sociedades tão diversas é um tema constante na filosofia política. Muitos pensadores ao
longo da história se dedicaram a responder essas perguntas, uma tarefa difícil.
Sabe-se que várias sociedades se organizaram e se organizam sem o Estado. Nelas as funções
administrativas são distribuídas entre os membros integrantes. No entanto, em dado momento da história da
maioria das sociedades, com o aprofundamento da divisão social do trabalho, certas funções político-
administrativas e militares acabaram sendo assumidas por um grupo específico de pessoas. Esse grupo
passou a deter o poder de impor normas à vida coletiva. Assim teria surgido o governo, por meio do qual foi
se desenvolvendo o Estado. Na investigação sobre as origens e os fundamentos das associações políticas,
inúmeras respostas foram elaboradas ao longo da história. Vejamos então algumas das questões e
formulações mais célebres do pensamento político.

Platão: o rei-filósofo
Um dos primeiros tratados sobre a forma do Estado vem da Grécia Antiga. Platão define que a cidade
ideal deveria seguir a categorização das almas dos indivíduos (concupiscente, a irascível e a racional),
dividindo-se assim em três grandes grupos:
• produtores – responsáveis pela produção econômica, como os artesãos e agricultores, criadores
de animais etc. Esse grupo corresponderia à alma concupiscente;
• guardiães – responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Esse grupo corresponderia
à alma irascível;
• governantes – responsáveis pelo governo da cidade. Esse grupo corresponderia à alma racional.
Assim como o indivíduo deve alcançar o equilíbrio entre as três almas, a justiça na pólis se dará pelo
equilíbrio das funções executadas por cada grupo social. Além disso, Platão entende que esse equilíbrio no
indivíduo deve ser alcançado pela educação e que a alma racional deve preponderar. Também a organização
da pólis deve seguir essa concepção. Os indivíduos então deveriam ter igual acesso à educação para que o
processo definisse quem executaria qual função, conforme suas aptidões.

Aristóteles: o animal político


Aristóteles acredita que a formação da sociedade é natural. Para ele o ser humano é um animal
político, pois necessita estar entre semelhantes para sobreviver. Como faz parte da natureza humana, a
sociedade deve ser guiada pelo mesmo fim que define o ser humano, o bem. Assim a política se constituí
numa relação de complementaridade com a ética, já que as duas buscam o bem, seja do indivíduo ou do

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grupo social. O grupo tem, inclusive, precedência sobre o sujeito já que este não é autossuficiente, enquanto
a sociedade não se dissolve por causa da ausência de um indivíduo.
E qual a forma adequada à natureza humana para o pensador? A pólis. Já que o homem é um animal
social então a pólis é parte da sua natureza. Um Estado que surge como normal, adequado e realizador da
humanidade em sua plenitude, pois, sem a pólis o humano não alcança condição natural completa de animal
político
Assim, constituída por um impulso natural do ser humano, a sociedade deve ser organizada conforme
essa mesma natureza humana. O que deve guiar, então, a organização de uma sociedade? A busca de
determinado bem, correspondente aos anseios dos indivíduos que a organizam.

Maquiavel e o Estado
Já no Renascimento Maquiavel introduziu a noção de realismo político. Criticando a idealização sobre
como a política deveria funcionar, o pensador coloca a política no terreno dos humanos, excluindo a religião,
a ética e outras esferas da vida da discussão sobre a disputa de poder. Para ele, política não é buscar o bem
comum, mas conquistar e manter o poder. Assim um líder deveria, por exemplo, ter seu próprio exército, em
vez de confiar em mercenários, que sempre fogem depois de receber seu pagamento. Ele deveria, também,
se informar sobre os costumes dos povos que habitam os territórios conquistados. O príncipe precisaria
tomar todo cuidado com os nobres e poderosos que pudessem vir a se tornar seus rivais. E não deveria vacilar
quando fosse necessário cometer violências e crueldades contra seus inimigos.
A origem do Estado, como vimos, está na guerra e na conquista. Maquiavel foi o grande pensador da
fundação dos Estados. Mas o Estado é uma forma de dominação e a dominação precisa ser legítima, precisa
convencer quem obedece de que é certo obedecer. Por isso, quando o Estado moderno foi formado, vários
pensadores tentaram resolver o seguinte problema: quando o Estado é legítimo?
Um grupo de pensadores se destacou na busca da resposta. Os contratualistas. Eles são conhecidos
assim porque viram o Estado como resultado de um contrato entre os cidadãos que concordavam em
obedecer a uma estrutura de poder com regras próprias.

Contratualistas
Thomas Hobbes, John Locke e o franco-suíço Jean-Jacques Rousseau se perguntaram como seria a
vida sem o Estado, no que chamavam de estado de natureza. Por que as pessoas que viviam no estado de
natureza decidiriam criar o Estado?
Para Thomas Hobbes, a vida no estado de natureza seria violenta, pobre e curta. Assim, haveria uma
guerra de todos contra todos. Nessa situação, disse Hobbes, o medo levaria as pessoas a fundar o Estado.
Nesse momento, elas abririam mão de sua liberdade e concordariam em obedecer ao Estado. Em
contrapartida, o Estado deveria garantir a paz e a lei, para que as pessoas, sem medo de serem atacadas a
qualquer momento, pudessem trabalhar e prosperar.

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Sociologia

John Locke tinha uma visão bem mais otimista sobre o estado da natureza. Nele as pessoas seriam
livres e já teriam direito à propriedade do que produzissem. Mas, se o estado de natureza não era tão
abominável como Hobbes imaginava, por que as pessoas fundariam o Estado?
Bem, porque muitas vezes surgiriam conflitos sobre quem teria direito a quê. E ninguém é bom juiz
de si mesmo. Dessa forma, seria preciso fundar o Estado para que ele fosse o juiz nesses casos. O Estado,
para Locke, não poderia julgar do jeito que quisesse. Quando as pessoas fundaram o Estado, elas já tinham
direito à liberdade e à propriedade. Assim, se o Estado ameaçasse sua liberdade ou sua propriedade, qualquer
um teria o direito de se rebelar contra ele.
Para Rousseau, o estado de natureza era ainda melhor do que na concepção de Locke. O humano
seria livre e feliz com o pouco que possuísse. Entretanto, o convívio o levaria a se importar cada vez mais com
a opinião alheia e a tentar ser melhor que seus semelhantes. O golpe final contra a igualdade viria com a
invenção da propriedade, pois seria necessário criar o Estado e as leis para protegê-la.
No estado civil o humano sacrifica sua liberdade natural, mas alcança a liberdade do cidadão. A única
forma de preservar a liberdade após o surgimento do Estado seria se todos aceitassem entregar seus direitos
uns aos outros (e não ao governante). Nesse contexto, a liberdade é conquista pela participação política,
principalmente na elaboração das leis. O Estado só seria legítimo se suas leis fossem criadas pela Vontade
Geral, que é a vontade do conjunto dos cidadãos que visa ao bem comum. Se cada um pensar somente em si
mesmo ao escrever as leis, o Estado funcionará mal, e aos poucos todos perderão sua liberdade.

Hegel: do Estado surge o indivíduo


Hegel entende o indivíduo sem o Estado como uma abstração. Criticando a abordagem liberal de
Locke e Rousseau, ele afirma que não é possível a existência do indivíduo antes da sociedade, isso porque o
humano é um ser social que só encontra seu sentido no Estado. Esse Estado, por sua vez, não é um
aglomerado de indivíduos nem é formado por um grande acordo entre os membros de um grupo.
Para Hegel a noção de indivíduo está ligada ao Estado. Esse indivíduo corresponde à um momento
histórico, com características específicas desse momento. Essas características precedem o indivíduo e são
elas que o caracterizam como indivíduo. Assim o Estado vem antes do indivíduo. O Estado que funda a
sociedade civil e não o membro da sociedade, pois esse só pode se declarar como membro de dada
sociedade por ter existido nela em dado momento histórico e ter adquirido as características que lhe são
dadas pelo Estado. O Estado é uma manifestação do espírito e concilia a universalidade humana com os
interesses particulares dos sujeitos. Assim, por ser uma manifestação do espírito, o Estado está acima da
soma dos interesses individuais.

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Marx e Engels: Estado como instrumento do domínio de classe


Marx e Engels acreditam que a sociedade humana dita primitiva era isenta de classes e Estados.
Nessas sociedades as funções de decisão ou administrativas eram compartilhadas entre os integrantes do
grupo. Mas, em algum momento, a função de organizar a administrar se tornou exclusiva de um grupo. Aí
surgiu o Estado. Esse fenômeno ocorreu ao mesmo tempo em que as desigualdades de classe e os conflitos
entre explorados e exploradores surgiram. O Estado surge então como um apaziguador dos conflitos,
evitando a dissolução da sociedade.
Esse Estado parece muito com o Estado liberal. Acontece que esse Estado foi criado no conflito e,
por isso, acabou sempre representando a classe mais poderosa dessa tensão. Ele sempre é usado para
controlar a classe dominada e não para mitigar os conflitos. Assim, para Marx e Engels o Estado é um
instrumento da dominação de classe. No capitalismo ele objetiva proteger a propriedade privada, contrariando
os interesses dos que nada têm. Isso significa dizer que a formação do Estado tem relação direta com as
condições e estruturas materiais do seu momento histórico. Além disso, é preciso ressaltar que o Estado é
criado para dirimir as tensões que surgem apenas porque vivemos em uma vida civil de caráter antissocial.
Marx e Engels se afastam dos outros pensadores sobre a origem do Estado por compreender que ele não visa
o objetivo de resolver os conflitos sociais, mas controlar a classe produtora de riquezas para que a ordem
social não se dissolva. O Estado e resultado da forma antissocial que vivemos e só poderia deixar de existir
com a abolição das classes sociais. Por isso, o Estado falha em suas pretensões universalistas, pois nasce
da desigualdade e mantém a desigualdade.

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Exercícios

1. A um grito de “Fora o vintém!”, os manifestantes começaram a espancar condutores, esfaquear mulas,


virar bondes e arrancar trilhos ao longo da rua Uruguaiana. Dois pelotões do Exército ocuparam o Largo
de São Francisco, postando-se parte da tropa em frente à Escola Politécnica, atual prédio do Instituto
de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. A multidão dispersou-se e, salvo pequenos distúrbios nos três
dias seguintes, estava findo o motim do vintém. A cobrança da taxa passou a ser quase aleatória. As
próprias companhias de bondes pediam ao governo que a revogasse. Desmoralizado, o ministério caiu
a 28 de março. O novo ministério revogou o desastrado tributo.
Adaptado de CARVALHO, José Murilo de. A Guerra do Vintém. Revista de História, setembro/2007.

Ocorrida entre o final de 1879 e o início de 1880, a Revolta do Vintém representou a manifestação de
segmentos populares descontentes com a decisão do governo de aumentar os preços das passagens
dos bondes puxados a burro, que trafegavam na então capital do Império. Um dos principais efeitos
dessa revolta naquele momento foi:
a) politização dos oficiais militares
b) privatização dos serviços públicos
c) modernização dos meios de transporte
d) enfraquecimento das instituições monárquicas
e) a fragilização das ideias republicanas

2. Em 1879, cerca de cinco mil pessoas reuniram-se para solicitar a D. Pedro II a revogação de uma taxa
de 20 réis, um vintém, sobre o transporte urbano. O vintém era a moeda de menor valor da época. A
polícia não permitiu que a multidão se aproximasse do palácio. Ao grito de “Fora o vintém!”, os
manifestantes espancaram condutores, esfaquearam mulas, viraram bondes e arrancaram trilhos. Um
oficial ordenou fogo contra a multidão. As estatísticas de mortos e feridos são imprecisas, muitos
interesses se fundiram nessa revolta, de grandes e de políticos, de gente miúda e de simples cidadãos.
Desmoralizado, o ministério caiu. Uma grande explosão social, detonada por um pobre vintém.
Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 4 abro 2014 (adaptado).

A leitura do trecho indica que a coibição violenta das manifestações representou uma tentativa de
a) capturar os ativistas radicais.
b) proteger o patrimônio privado.
c) salvaguardar o espaço público.
d) conservar o exercício do poder.
e) sustentar o regime democrático

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3. À estratégia do poder autocrático pertence não apenas o não dizer, mas também o dizer em falso: além
do silêncio, a mentira. Quando é obrigado a falar, o autocrata pode servir-se da palavra não para
manifestar em público as suas próprias e reais intenções, mas para escondê-las. [...] O povo, ou não
deve saber, porque não é capaz de entender, ou deve ser enganado, porque não suporta a luz da
verdade.”
(BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política. A filosofia política e a lição dos
clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p. 389).

Embora a democracia seja a antítese de todo o poder autocrático, o exercício do poder muitas vezes
perverte-se nas mãos de quem o detém. Qual, das características abaixo, NÃO compreende um
princípio democrático?
a) O poder na democracia não deve privilegiar um grupo ou classe; ao contrário, deve permitir que
todos os setores da sociedade sejam legitimamente representados.
a) Na democracia, a informação deve circular livremente e a cultura não deve ser privilégio de alguns.
b) Na democracia, o pensamento do povo deve ser homogeneizado, no sentido que o conflito de ideias,
o debate, devam ser evitados.
c) É interessante que o povo seja instruído, pois assim ele aumentará o seu poder de reivindicação;
daí a necessidade da ampla extensão da educação.
d) Divergir é inerente à sociedade pluralista. A democracia deve respeitar o pensamento divergente,
os múltiplos discursos, bem como admitir uma heterogeneidade essencial.

4. As informações sugeridas por Antônio Manuel estão imersas em um jornal dividido entre o "real" e o
que podemos chamar de "situacional". O artista transforma todo o clima de repressão na própria
matéria de seu trabalho, utilizando os meios de comunicação como arma (irônica) contra a estrutura
de poder de um Estado autoritário.
SCOVINO, F. Com as armas do inimigo. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 84. set. 2012 (adaptado).

No contexto histórico descrito, a estratégia adotada por alguns segmentos da imprensa para a
construção de uma crítica sociopolítica foi a de
a) burlar a censura, contribuindo para a análise da vida social.
b) justificar o regime vigente, apresentando versões diversas da realidade.
c) estimular a livre interpretação dos fatos, atendendo aos interesses dominantes.
d) aprimorar o alcance das informações, apresentando as notícias em tempo real.
e) manipular a visão coletiva, promovendo interpretações distorcidas das notícias oficiais

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5. Cúpula dos Povos começa como contraponto à Rio+20

Enquanto a conferência oficial no Riocentro, na Barra, é restrita a participantes credenciados, que só


entram depois de passar por um forte controle de segurança, a Cúpula dos Povos é aberta ao público,
em tendas ao ar livre no Aterro do Flamengo. Ela é aberta também às tribos e discussões mais diversas,
em mesas de debate e painéis geridos pelos próprios participantes, buscando promover a mobilização
social. Problemas ambientais, econômicos, sociais, políticos e de minorias serão discutidos no evento,
afirma uma ativista norte-americana, em alusão ao movimento que ocupou Wall Street, em Nova York,
no ano passado.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012.

Uma articulação entre as agendas ambientalistas e a antiglobalização indica a


a) humanização do sistema capitalista financeiro.
b) consolidação do movimento operário internacional.
c) promoção de consenso com as elites políticas locais.
d) constituição de espaços de debates transversais globais.
e) construção das pautas com os partidos políticos socialistas.

6. Colonizar, afirmava, em 1912, um eminente jurista, “é relacionar-se com os países novos para tirar
benefícios dos recursos de qualquer natureza desses países, aproveitá-los no interesse nacional, e ao
mesmo tempo levar às populações primitivas as vantagens da cultura intelectual, social, científica,
comercial e industrial, apanágio das raças superiores. A colonização é, pois, um estabelecimento
fundado em país novo por uma raça de civilização avançada, para realizar o duplo fim que acabamos
de indicar.”
Précis de législation et d´économie coloniales. Apud LINHARES, M. Y. A luta contra a Metrópole (Ásia e África). São
Paulo: Brasiliense, 1981.

A definição de colonização apresentada no texto tinha a função ideológica de:


a) dissimular a prática da exploração mediante a ideia de civilização.
b) compensar o saque das riquezas mediante a educação formal dos colonos.
c) formar uma identidade colonial mediante a recuperação de sua ancestralidade.
d) reparar o atraso da Colônia mediante a incorporação dos hábitos da Metrópole.
e) promover a elevação cultural da Colônia mediante a incorporação de tradições metropolitanas.

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7. Embora o Brasil seja signatário das convenções e tratados internacionais contra a tortura e tenha
incorporado em seu ordenamento jurídico uma lei tipificando o crime, ele continua a ocorrer em larga
escala. Mesmo que a lei que tipifica a tortura esteja vigente desde 1997, até o ano 2000 não se conhece
nenhum caso de condenação de torturadores julgado em última instância, embora tenham sido
registrados nesse período centenas de casos, além de numerosos outros presumíveis, mas não
registrados.
Disponível em: http://www.dhnet.org.br. Acesso em: 16 jun 2010 (adaptado).

O texto destaca a questão da tortura no país, apontando que


a) a justiça brasileira, por meio de tratados e leis, tem conseguido inibir e, inclusive, extinguir a prática
da tortura.
b) a existência da lei não basta como garantia de justiça para as vítimas e testemunhas dos casos
de tortura.
c) as denúncias anônimas dificultam a ação da justiça, impedindo que torturadores sejam
reconhecidos e identificados pelo crime cometido.
d) a falta de registro da tortura por parte das autoridades policiais, em razão do desconhecimento da
tortura como crime, legitima a impunidade.
e) a justiça tem esbarrado na precária existência de jurisprudência a respeito da tortura, o que a
impede de atuar nesses casos.

8. Para Maquiavel “o Príncipe” é o único que carrega em seus ombros o peso da pressão e da
responsabilidade do governo do Estado e dos interesses de toda a coletividade. Portanto, não deve e
nem pode ter, quando governa, os valores morais das pessoas comuns. Em alguns momentos é até
conveniente, se necessário, que ele utilize recursos como a força e a mentira.

Podemos dizer que Maquiavel, em sua obra “O Príncipe”:


a) Apresenta fundamentos do liberalismo político que o colocam como um precursor do pensamento
iluminista.
b) Opõe-se ao pensamento político do Antigo Regime.
c) Propõe a sofocracia, o governo de um rei-filósofo.
d) Reafirma os valores iluministas de sua época.
e) Reavalia as relações entre ética e política durante um período de governos absolutistas.

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9. O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) definiu dominação como a “possibilidade de encontrar
obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de determinado grupo de pessoas”
(WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: UnB, 1991. p. 139).

Em Weber este conceito está relacionado à ideia de autoridade e a partir dele é possível analisar a
estrutura das organizações e instituições como empresas, igrejas e governos. Na sociedade capitalista,
dentre os vários tipos de dominação existentes, predomina a dominação burocrática ou racional.
Assinale a alternativa que indica corretamente a quem se deve obediência nesse tipo de dominação.
a) “À ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e aos superiores por ela determinados, em
virtude da legalidade formal de suas disposições.”
b) “Aos mais velhos, pois são eles os melhores conhecedores da tradição sagrada.”
c) “Ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de confiança pessoal na sua
capacidade de revelação, heroísmo ou exemplaridade.”
d) “À pessoa do senhor nomeada pela tradição e vinculada a esta, em virtude de devoção aos hábitos
costumeiros.”
e) “Ao senhor, mas não a normas positivas estabelecidas. E isto unicamente segundo a tradição.”

10. Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é
desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não
terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por
determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais
verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela
que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão
deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a
estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências
e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência
deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

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Gabarito

1. D
As instituições monárquicas começaram a ser questionadas em virtude da ineficiência em gerir as
instâncias de atendimento ao público, como o transporte, que foi o estopim para outras críticas
subsequentes.

2. D
A repressão violenta a manifestações populares já se tornou hábito pelo mundo afora e tem uma carga
histórica muito grande. Percebe-se que tradicionalmente no Brasil está “tática” é aplicada a fim de tentar
conservar o poder dos governantes, inibindo qualquer forma de adversidade e oposição, mesmo dentro
de uma democracia. Observação: percebe-se uma clara alusão deste evento com os acontecimentos
ocorridos em 2013 no Brasil, onde também tiveram forte e violenta repressão.

3. C
A democracia não é baseada na ausência de conflitos, pelo contrário. Uma sociedade avessa ao conflito
tem grandes chances de, mesmo que formalmente democrática, na prática ser autocrática. Isso porque
o poder é disputado abertamente na democracia, que é baseada na pluralidade e diversidade. Isso torna
o conflito (não confundir com violência) o regulador do exercício efetivo dos direitos e dos limites de
ação da sociedade civil e do Estado.

4. A
a) Correta. A censura do período da Ditadura Militar foi muito burlada pela elite intelectual do período
que era contra o regime vigente para realizar denúncias e críticas sociopolíticas
b) Incorreta. Era uma crítica, uma denúncia e não uma justificativa para Ditadura Militar
c) Incorreta. A livre interpretação dos fatos não era permitida na Ditadura Militar
d) Incorreta. A estratégia era uma tentativa de burlar a censura e não necessariamente aprimorar o
alcance das informações
e) Incorreta. Era a tentativa de promover as notícias reais, visto que as oficiais eram apenas as de
interesse da Ditadura Militar

5. D
A antiglobalização é a oposição aos aspectos capitalistas e liberais da globalização, que acabou por
reforçar o domínio e controle das antigas estruturas de poder. Assim, associado com a ideia de
democratização do debate proposta no texto, a articulação entre os dois assuntos se dá pelos espaços
de debate não hegemônicos e controlados por pequenos grupos.

6. A
O etnocentrismo é aquela perspectiva antropológica que defende a existência de uma hierarquia cultural,
isto é, a existência de culturas inferiores e de culturas superiores – estas últimas normalmente
identificadas com as nossas próprias. O texto é um excelente exemplo de etnocentrismo dissimulado,
onde a busca por anular a cultura do outro é apresentada como virtude e progresso civilizatório.

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7. B
De acordo com o texto apresentado na questão, apesar de possuir uma legislação vigente, esta não tem
sido o suficiente para punir casos de tortura, posto que até o ano 2000 não há casos de condenação por
tortura no Brasil. Desta forma, a alternativa correta é a que constata tal legislação como insuficiente para
proteger vítimas de tortura.

8. E
O príncipe tem o livre arbítrio de tomar a decisão que julgar necessária, mesmo que essa ação vá de
encontro com os valores morais da sociedade, pois apenas ele sabe o que é melhor para o seu Estado e
povo. Ele é o único que compreende a situação do ponto de vista do governante e é o único preparado
para fazer o que é necessário para manter a ordem. Sendo assim, o príncipe não deve se submeter a
ética dos homens comuns.

9. A
Para Weber, o tipo de dominação que surge no capitalismo é o baseado na racionalidade que, agora,
predomina nas relações. Eventos como a reforma protestante (que normatizou uma prática social
ascética) e o iluminismo (que produziu o projeto de dominação do homem sobre a natureza pela
racionalidade) permitiram novas concepções sobre economia e sociedade e fizeram surgir uma nova
organização, pautada, principalmente no liberalismo e sua visão calculista da ordem social.

10. C
Para Aristóteles, a política é a doutrina moral social. A política estaria relacionada à uma maneira de viver
que levasse os indivíduos a felicidade. Portanto, seria a base da vida na pólis.

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