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Gazeta Do Povo

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JANEIRO 2023 13ª EDIÇÃO

R E V I S T A
Foto: Anderson Riedel/PR

Com novos decretos,


Executivo se une ao Judiciário
no caminho da censura

2023: o que esperar Paulo Uebel: Lula vai


dos movimentos gastar mais e você vai
conservadores pagar a conta
Índice
Editorial: reconstruir a liberdade de expressão é
03
vital para o Brasil

Marcio Antonio Campos: Ciência e fé no


11
“testamento espiritual” de Bento XVI

Paulo Uebel: Lula vai gastar mais e você vai


17
pagar a conta

Com novos decretos, Executivo se une ao


28
Judiciário no caminho da censura

Movimentos conservadores ganharam força no


36
governo Bolsonaro. O que esperar em 2023

Violência sexual se torna arma das autoridades


iranianas contra mulheres que protestam no 49
país

Walt Disney contra o comunismo 56

💡 USUÁRIO DE ANDROID: PARA NAVEGAR UTILIZANDO OS


LINKS DE PÁGINA VOCÊ PRECISA DO APP ACROBAT READER
3

É hora de o país todo colocar a mão na consciência e refletir sobre o que foi feito
da liberdade de expressão. Foto: Gervásio Baptista/SCO/STF

| Editorial

Reconstruir a liberdade de
expressão é vital para o Brasil
A palavra da moda é “reconstrução”. Está na
boca de dez entre dez integrantes do novo
governo, com uma boa dose de exagero
marqueteiro, como se o antecessor de Lula
houvesse deixado uma terra arrasada que o
petismo teria de refazer do zero (a realidade se

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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parece mais com o inverso disso, com um dos


grandes acertos da gestão de Jair Bolsonaro, a
Secretaria de Alfabetização do MEC, sendo
extinta no primeiro dia útil do ano). Mas existe
algo no Brasil de hoje que efetivamente está
destruído e precisa ser reconstruído, sem
exagero algum; uma prioridade que é do país
como um todo, independentemente do governo:
a liberdade de expressão.

Lula subiu a rampa; o apocalipse golpista e a


subsequente ditadura que a esquerda e seus
aliados na opinião pública previam desde antes
de Bolsonaro vencer a eleição de 2018 não se
concretizaram. O tal “retorno à normalidade
democrática” de que tanto falam os petistas e
seus apoiadores – e pouco importa se a expres-
são faz sentido ou não – não está completo sem
a recuperação de uma garantia constitucional
que é um dos pilares da democracia em qualquer

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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lugar do mundo. Com os ânimos apaziguados e


os medos – os fundados e os infundados –
dissipados, é hora de o país todo colocar a mão
na consciência e refletir sobre o que foi feito da
liberdade de expressão.

Se existe algo no Brasil de hoje que


efetivamente está destruído e
precisa ser reconstruído, sem
exagero algum, este algo é a
liberdade de expressão.

Que essa liberdade não é absoluta é algo que


todos sabemos, e que esta Gazeta vem repetindo
há muito; mas o que ocorre no Brasil desde a
instauração do inquérito das fake news no
Supremo Tribunal Federal, passando pela CPI
da Covid e pelo recente processo eleitoral, é de
outra natureza. Inúmeros brasileiros têm
sofrido censura e medidas persecutórias

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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drásticas como a quebra de sigilos e até mesmo


ordens de prisão não por abusos reais da liber-
dade de expressão; afinal, a maior parte dessas
pessoas não cometeu nenhum crime previsto no
Código Penal; nem crimes contra a honra, nem
os crimes contra o Estado Demo- crático de
Direito recentemente tipificados, nem qualquer
outro existente na lei penal, como a incitação à
prática de crime. O que elas fizeram foi questio-
nar, muitas vezes com argumentos bastante
pertinentes, supostos “consensos” sobre a
pandemia; fazer perguntas incômodas sobre o
processo eletrônico usado para as eleições bra-
sileiras; trocar opiniões políticas privadamente
em grupos de WhatsApp; fazer conjecturas
sobre a possibilidade legal de determinada ação;
criticar a ação de poderes da República quando
passam do ponto ou invadem atribuições de
outros poderes; afirmar verdades inconvenien-

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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tes sobre a biografia ou as opiniões daquele que


acaba de se tornar o presidente da República.

É esse tipo de manifestação pública que vem


levando brasileiros a perder completamente o
acesso a seus perfis em mídias sociais, sendo
impedidos de emitir opiniões sobre qualquer
outro tema, e que levou veículos de imprensa e
produtores de conteúdo a ter seu trabalho im-
pedido de circular por meio da censura, às vezes
de forma prévia, como no caso de um documen-
tário da Brasil Paralelo. Tudo isso, como se não
bastasse, é feito ao arrepio de todas as normas
processuais brasileiras: o princípio do juiz
natural é ignorado, o devido processo legal é
abolido, até mesmo o acesso aos autos por parte
dos advogados dos alvos de perseguição –
muitos dos quais nem sabem por qual crime são
investigados ou acusados – é dificultado. É
preciso que o Brasil finalmente se dê conta da

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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gravidade de tudo isso. Não estamos falando de


um trabalho que começou dentro da moldura
constitucional brasileira e, em algum momento,
saiu dos trilhos; estamos falando de todo um
processo que já começou abusivo – e, quando
isso ocorre, a tendência é que o abuso apenas se
intensifique, como de fato se intensificou. Não é
normal perseguir empresários por trocar
opiniões privadamente, sem nenhum tipo de
conspiração ou incitação a crimes contra a
democracia; não é normal proibir pessoas e
jornais de mencionar a fartamente documenta-
da aliança que une Lula e o ditador nicaraguense
Daniel Ortega; não é normal classificar como
“ataque” uma crítica legítima ao Supremo e
usá-la para banir alguém de redes como o
Twitter, o Facebook ou o Instagram.

Mas por que, então, tantos brasileiros


toleraram, aceitaram ou até incentivaram e

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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aplaudiram tais ações? Não descartamos que


possa haver aque- les que estavam plenamente
convencidos de que elas eram não só legítimas,
mas necessárias; no entanto, cremos não estar
cometendo injustiça ao afirmar que, em muitos
casos, falou mais alto a aversão a Bolsonaro que
o amor pela democracia. Para esses, havia um
inimigo a combater e preparar a omelete de sua
derrota exigia fechar os olhos para os ovos
quebrados. Mas o convite é para todos: aos
sinceramente convencidos da legalidade das
perseguições, que se aprofundem e descubram o
verdadeiro sentido da liberdade de expressão;
aos ideologi- camente motivados, que, passada
a disputa eleitoral, reflitam se os fins realmente
justificam os meios.

E, se este processo de retomada de consciência


sobre as reais dimensões da liberdade de
expressão precisa ser um evento que mobilize

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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toda a sociedade, nada mais importante que


uma ocasião de dar-lhe publicidade total. A CPI
do Abuso de Autoridade, que deve ser
novamente proposta na Câmara dos Deputados
assim que a nova legislatura for empossada, é a
instância ideal para que isso ocorra. Uma
investigação honesta sobre todos os limites que
foram ultrapassados nos últimos anos tem tudo
para iluminar novamente uma nação hoje
dominada pela escuridão da censura e do
“apagão” da liberdade de expressão.

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Marcio Antonio Campos

Bento XVI em 2011, durante a Jornada Mundial da Juventude em Madri, na


Espanha.| Foto: EFE/Ballesteros

Ciência e fé no “testamento
espiritual” de Bento XVI
O ano de 2022 terminou com a notícia que todos
sabíamos ser inevitável mais cedo ou mais
tarde, mas que ainda assim foi muito doloroso
receber: a morte do papa emérito Bento XVI. Eu

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era fã dele e de seu trabalho desde antes de ele


ser eleito para suceder João Paulo II, embora,
dos muitos livros dele que tenho, a maioria
esteja naquela categoria “tenho, mas ainda não
li”. Estou convicto de que, mais cedo ou mais
tarde, ele será não apenas canonizado como
também declarado Doutor da Igreja.

No mesmo dia do falecimento de Bento XVI, o


Vaticano divulgou seu “testamento espiritual”.
É um texto curtinho, escrito em 2006, quando
ele ainda tinha um ano e pouco de pontificado,
mas que estava guardado para ser publicado
após sua morte. E vejam vocês: de tanta coisa
que ele poderia dizer sobre tantos assuntos,
Bento escolheu dedicar parte de um dos seis
parágrafos do “testamento” à relação entre
ciência e fé!

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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“Com frequência, parece que a ciência – as


ciências naturais de um lado e a pesquisa
histórica (em particular a exegese da Sagrada
Escritura) de outro – seja capaz de oferecer
resultados irrefutáveis em contraste com a fé
católica. Vi as transformações das ciências
naturais desde tempos remotos e pude
constatar como, ao contrário, tenham
desaparecido aparentes certezas contra a fé,
demonstrando-se ser não ciência, mas
interpretações filosóficas somente aparente-
mente incumbentes à ciência; assim como, por
outro lado, é no diálogo com as ciências
naturais que também a fé aprendeu a com-
preender melhor o limite do alcance de suas
afirmações e, portanto, a sua especificidade.”

Com esse trechinho tão curto quanto sábio,


Bento XVI narra a derrocada da pretensão
cientificista de ter todas as respostas, com a

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ciência suplantando e substituindo a religião, e


exibe a nudez do rei: tal pretensão nem mesmo
pode ser chamada de científica, não passando
de “interpretações filosóficas somente aparen-
temente incumbentes à ciência”. Esta não é
uma manifestação de desprezo pela ciência –
pelo contrário, pois ele afirma logo depois que a
ciência ajuda a fé a “compreender melhor o
limite do alcance de suas afirmações”. O que
Ratzinger critica é o triunfalismo de alguns
cientistas que, extrapolando completamente o
seu campo, defendem a ciência como única
fonte válida de conhecimento.

Vi as transformações das ciências


naturais desde tempos remotos e
pude constatar como, ao contrário,
tenham desaparecido aparentes

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


15

certezas contra a fé,


demonstrando-se ser não ciência,
mas interpretações filosóficas
somente aparentemente
incumbentes à ciência.”

Bento XVI, em seu “testamento espiritual”, divulgado


após sua morte.

As palavras de Ratzinger são as palavras de um


intelectual que tem muito claros os papéis
exatos da ciência e da fé e de como ambas
devem se relacionar. Isso fica explícito em
tantas outras ocasiões nas quais Bento XVI se
manifestou sobre esse tema, seja em homilias,
audiências ou discursos à Pontifícia Academia
de Ciências. Lembremos que foi Bento XVI, por
exemplo, quem trouxe o projeto STOQ (Science,
Theology and the Ontological Quest, uma
iniciativa de universidades católicas de Roma)
para dentro da estrutura do Vaticano. Foi ele

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quem idealizou o Átrio dos Gentios, uma


instância de diálogo entre crentes e não crentes,
e cuja edição curitibana trouxe o cardeal
Gianfranco Ravasi e o cientista Marcelo Gleiser.
E foi com o incentivo do papa que o Vaticano se
aliou a uma empresa de terapia celular para
pesquisar o uso de células-tronco adultas em
tratamentos médicos. Não desprezemos o
legado que Ratzinger/Bento XVI deixa no campo
do saudável diálogo entre ciência e religião.

Autor: Marcio Antonio Campos é editor de Opinião da Gazeta do Povo.


Coautor de "Bíblia e natureza: os dois livros de Deus – reflexões sobre
ciência e fé", escreve no blog Tubo de Ensaio, na Gazeta do Povo;
voluntário em duas edições dos Jogos Olímpicos (Turim-2006 e
Rio-2016), mantém a coluna Papo Olímpico no UmDois Esportes.

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Paulo Uebel

O furo do teto de gastos não vai parar nos R$ 145 bilhões. Foto: EFE

Lula vai gastar mais e você vai


pagar a conta
O governo Lula III já deu sinais de que irá gastar
mais: prova disso foi o empenho em aprovar a
PEC para gastar bilhões fora do teto de gastos,
que no final ficou oficialmente no valor de R$
145 bilhões e garantia de outros R$ 23 bilhões

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em investimentos, antes mesmo de Luiz Inácio


Lula da Silva (PT) vestir a faixa presidencial. E
agora? Quando um governante quer (por
necessidade ou capricho) incluir novos gastos
no orçamento do país, ele se encontra diante de
um dilema: cortar outros gastos que já existiam
ou aumentar a arrecadação, tirando ainda mais
do bolso dos pagadores de impostos e
encarecendo o custo de vida da população. O
presidente Lula sinaliza, desde o ano passado,
antes de tomar posse, que escolheu a segunda
opção. Ou seja, você vai pagar essa conta!

E o furo do teto de gastos não vai parar nos R$


145 bilhões. Na verdade, a PEC fura-teto permi-
te outros gastos, e, por isso, o furo no teto pode
chegar ao valor de R$ 215,2 bilhões, o equiva-
lente a 2,4% do PIB (Produto Interno Bruto); de
acordo com um novo estudo do Instituto
Millenium. O estudo também lembra que, já que

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os “programas sociais” usados como desculpa


para furar o teto não vão acabar em 2023, é
provável que os gastos excessivos continuem
nos anos subsequentes. A própria PEC tem um
dispositivo para que isso aconteça. Por isso,
muita gente chama de PEC da Gastança.

Fora o Auxílio Brasil ou Bolsa Família de no


mínimo R$ 600, a PEC fura-teto também deixa
fora do teto de gastos despesas como a execução
de obras e serviços de engenharia custeadas por
recursos transferidos dos estados para a União;
despesas com projetos custeados com recursos
decorrentes de acordos judiciais ou extrajudi-
ciais de desastres ambientais e despesas das
Instituições Científicas, Tecnológicas e de
Inovação (ICTs), custeadas por receitas
próprias, de doações ou de convênios, contratos
ou outras fontes, entre entes da Federação ou

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entidades privadas. A PEC criou vários ralos que


vão permitir gastos fora do teto.

No meio de suas aberrações, a PEC não apenas


fura o teto de gastos, como também abre
margem para que ele seja extinto de vez, “ao
definir que o próximo governo encaminhe ao
Congresso Nacional, até 31 de agosto de 2023,
um projeto de lei complementar (PLC) para
substituí-lo. Esta previsão permitirá que o novo
governo transforme todos os gastos ‘temporá-
rios’ relativos a 2023 em definitivos, além de
criar espaço legal para mais gastos, com uma
proposta mais fácil de ser aprovada no Con-
gresso (um PLC) do que uma PEC”, explicam
Marcelo Faria, presidente do Instituto Liberal
de São Paulo (Ilisp) e Wagner Vargas, cientista
de dados especializado em políticas públicas, no
estudo publicado pelo Instituto Millenium.

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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No meio de suas aberrações, a PEC


não apenas fura o teto de gastos,
como também abre margem para
que ele seja extinto de vez.

Como mencionado anteriormente, a conse-


quência de tudo isso é óbvia: mais dinheiro
tirado do bolso dos pagadores de impostos e
mais custos para onerar a vida de todos
brasileiros. A princípio, a materialização desses
aumentos começam por meio dos tributos sobre
combustíveis, que haviam sido reduzidos, mas
que agora devem aumentar. Atendendo um
pedido do próprio Lula, no final de dezembro, o
novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
disse ao então ministro da Economia, Paulo
Guedes, que não gostaria que o governo de Jair
Bolsonaro prorrogasse a suspensão da cobrança
do Pis/Cofins sobre os combustíveis (suspensos
até 31 de dezembro de 2022). Por pressões da

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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sociedade, em seu primeiro dia de mandato,


Lula prorrogou a desoneração sobre os com-
bustíveis, mas por apenas 60 dias. Antes da
prorrogação da desoneração, a estimativa era de
que a volta da cobrança do imposto federal
sobre combustíveis iria garantir aproximada-
mente R$ 50 bilhões a mais de arrecadação para
o Governo em 2023 e nos próximos anos. Daqui
a dois meses, quando a cobrança de tributos
sobre os combustíveis retornar, toda a
sociedade será penalizada.

Lula, sem dúvidas, poderia utilizar outras


alternativas para ter recursos para investir em
programas sociais, inclusive no longo prazo. A
reforma administrativa, por exemplo, que daria
fim a privilégios do alto escalão do setor público
como licença-prêmio e férias de 60 dias, pode
economizar cerca de R$ 330 bilhões (consi-
derando União, estados e municípios) em 10

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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anos, conforme uma projeção do economis-


ta-chefe da RPS Capital, Gabriel Leal de Barros.
Já um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada) calculou uma economia de
R$ 1,751 trilhão em duas décadas considerando
apenas a redução de gastos com servidores da
União. Entretanto, até agora, Lula não sinalizou
interesse algum em negociar a reforma admi-
nistrativa com o Congresso — e, provavelmen-
te, não o fará, já que sua base de apoio está
repleta de sindicalistas inimigos da moderniza-
ção do setor público e do fim dos privilégios.

Daqui a dois meses, quando a


cobrança de tributos sobre os
combustíveis retornar, toda a
sociedade será penalizada

E, em vez de seguir com as privatizações, que


tirariam responsabilidade do Governo com

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diversos gastos e investimentos com estatais,


ainda na época da equipe de transição, Lula
deixou claro que iria paralisar todas
privatizações que pudesse. Assim que assumiu a
Presidência, Lula já revogou o processo de
privatização de 8 estatais, incluindo da
Petrobras, dos Correios e da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC). Por outro lado, vai
aumentar os gastos com publicidade e
propaganda das estatais: a mudança na Lei das
Estatais aprovada na Câmara dos Deputados em
dezembro concedeu a Lula o aval para aumentar
os gastos com propagandas estatais em até R$
20 bilhões. Falta o Senado votar. E, além disso,
as torneiras do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) devem
voltar a jorrar como na época em que Lula
emplacou a política dos campeões nacionais
(mais detalhes sobre isso em minha última

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25

coluna e também nesta outra anterior), um


grande fracasso internacional.

O governo deveria trabalhar para melhorar a


qualidade do gasto público, avaliando políticas
públicas, cortando desperdícios, combatendo a
corrupção, seguindo o programa de transfor-
mação digital, dando continuidade a simplifica-
ção das estruturas organizacionais, bem como
mantendo a reposição da força de trabalho de
forma técnica, e não para contentar demandas
sindicais. Infelizmente, essa não é a agenda do
PT. Você não vai escutar nada sobre isso nos
discursos do Lula. O PT vai seguir a velha carti-
lha de aumentar gastos, impostos e a inflação.

O aumento dos impostos e da inflação ampliam


as desigualdades sociais e geram impacto em
todos, principalmente nos mais pobres. É uma
contradição que Lula tenha escolhido acabar

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com o teto de gastos supostamente para investir


mais em programas sociais e assim ajudar os
mais pobres quando o resultado disso é
justamente tirar ainda mais dinheiro do bolso
desses cidadãos mais vulneráveis.

Se Lula realmente quisesse reduzir a pobreza no


Brasil de forma perene, deveria primeiro
enxugar a máquina pública para poder fazer
investimentos verdadeiramente inteligentes
naqueles que mais precisam: e não apenas no
que se refere a programas sociais como o
Auxílio Brasil ou o Bolsa Família, mas também
abrindo o mercado para que mais empregos e
oportunidades sejam ofertados a essas pessoas.
Ainda dá tempo de mudar a direção do governo
Lula III: será que o presidente irá repensar suas
escolhas ou vai querer continuar a velha prática
de passar o custo da ineficiência estatal para os
cidadãos?

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Autor: Paulo Spencer Uebel foi Secretário Especial de


Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia
(2019-2020), CEO da Webforce Venture Capital e Diretor da Finvest
(2018). Antes, foi Secretário Municipal de Gestão da Prefeitura de São
Paulo (2017-2018), CEO da WeWork Brasil (2015-2016) e CEO Global do
LIDE - Grupo de Líderes Empresariais (2013 a 2015). Atualmente, é
Sócio-fundador e Vice-Presidente da Cristalina Saneamento, Presidente
do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento de
Minas Gerais – CODEMGE, Presidente do Conselho de Administração da
Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG
e Vice-Presidente do Conselho Curador da Fundação Renova.

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Palácio do Planalto, a Casa do Executivo, em Brasília.| Foto: Fabio Rodrigues


Pozzebom / Agência Brasil

Com novos decretos, Executivo


se une ao Judiciário no caminho
da censura
Por Leonardo Desideri

A censura em nome da defesa da democracia se


tornou comum no Judiciário nos últimos quatro
anos, com a instauração do inquérito das fake
news e todos os seus desdobramentos até as
eleições. Agora, a mesma tendência começa a

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ser semeada no Executivo, com dois decretos


publicados no primeiro dia do governo Lula.

Os documentos criam órgãos da União cujos


nomes tornam inevitáveis comparações com o
romance “1984”, de George Orwell. O artigo 47
do decreto nº 11.328 estabelece dentro da
Advocacia Geral da União (AGU) a Procuradoria
Nacional da União de Defesa da Democracia, e o
artigo 24 do decreto nº 11.362 inaugura dentro
da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da
Presidência da República o Departamento de
Promoção da Liberdade de Expressão.

A Procuradoria Nacional da União de Defesa da


Democracia poderá, entre outras coisas,
“representar a União, judicial e extrajudicial-
mente, em demandas e procedimentos para
resposta e enfrentamento à desinformação
sobre políticas públicas”. Isso significa que

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qualquer membro do poder público terá à sua


disposição um órgão da União capaz de
representá-lo judicialmente em todo caso que
couber no amplo e genérico conceito de
“desinformação”, o que facilita a censura por
parte do poder público.

Um aviso do novo advogado-geral da União,


Jorge Messias, durante a cerimônia de sua
posse, na segunda-feira (2), dá pistas sobre a
utilidade do novo dispositivo: “Ataques a
autoridades que presenciamos nos últimos anos
não serão mais tolerados”, afirmou.

Para o professor e advogado Maurício Bunazar,


doutor em Direito Civil pela USP, as
expectativas "são as piores possíveis”. Ele
explica que a AGU “é um órgão voltado
fundamentalmente à defesa da União e ao
aconselhamento do chefe do Poder Executivo”.

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“Quando o decreto atribui à Advocacia-Geral da


União a defesa dos poderes em geral, da
legitimidade dos poderes e dos seus membros, o
que nós acabamos por ter é a constituição de
uma advocacia pública que pode ser voltada
para interesses privados”, diz.

“A pretexto de se defender a democracia, o que


se terá é um órgão voltado diretamente à busca
de conformação de discursos. Ou seja, eles
decidirão o que é ou não defensável em uma
democracia. Se alguma ideia não se conformar
com as noções que eles têm de democracia,
haverá a possibilidade de medidas judiciais e
extrajudiciais, como o próprio decreto
autoriza”, complementa.

O especialista dá um exemplo: antes do decreto,


se um jornalista escrevesse uma reportagem
pouco favorável a um ministro, o político pode-

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ria acioná-lo judicialmente de forma privada,


com recursos próprios, e pedir que o jornalista
prestasse esclarecimentos perante a Justiça.
“Agora”, diz Bunazar, “eles terão um escritório
de advocacia público à disposição deles, com
funcionários bem pagos, e um departamento
inteiro voltado à defesa de interesses que
muitas vezes podem ser privados”.

Agentes públicos ficarão mais protegidos que o


cidadão comum contra críticas e terão maior
poder de censura

Com a criação da Procuradoria de Defesa da


Democracia, autoridades públicas poderão ficar
mais protegidas contra críticas do que os
próprios cidadãos particulares, o que contraria
algo que costuma ser ponto pacífico em
democracias. As novas regras facilitam o

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caminho para que membros de qualquer dos


três Poderes deem início a processos de censura.

“O ministro Celso de Mello, recentemente


aposentado, dizia que o agente público merece
ser criticado, que tem de ser criticado, tem de
ser sindicado. Isso não significa que a honra
dele não mereça proteção, mas o fato de se ser
agente público o coloca em uma situação de ser
mais duramente criticado do que um cidadão
particular. Isso é indiscutível”, comenta.

O foro privilegiado, segundo o especialista, tem


como um de seus objetivos justamente “garan-
tir que uma autoridade hierarquicamente
inferior não se sinta constrangida ao condenar
uma autoridade hierarquicamente superior”. O
novo decreto implode essa lógica.

Outra ameaça à liberdade de expressão


instaurada por decreto pelo governo Lula é o

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novo Departamento de Promoção da Liberdade


de Expressão, criado dentro da Presidência da
República. Um de seus objetivos, segundo o
texto que o implementa, é “propor e articular
políticas públicas para promoção da liberdade
de expressão, do acesso à informação e de
enfrentamento à desinformação e ao discurso
de ódio na Internet, em articulação com o
Ministério da Justiça e Segurança Pública”.

Para Bunazar, a utilização de termos como


“desinformação” e “discurso de ódio” em
decretos governamentais é preocupante e tende
a resultar em censura. “Quando eu uso ‘discurso
de ódio’, eu me furto a dizer que leis foram
violadas, qual o limite do ordenamento jurídico
foi ultrapassado. Basta que eu use esta fórmula
mágica, politicamente correta – ‘discurso de
ódio’ – para que eu bloqueie o seu discurso e

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agora possa processá-lo judicialmente, por


discurso de ódio”, comenta.

“É um axioma: o discurso é de ódio, logo ele


está proibido. E por que ele está proibido?
Porque ele é de ódio. E por que é de ódio? Porque
está proibido. Agora, quem define o que é ódio
ou não é? Antes, cabia ao legislador. Hoje, cabe a
um ministério qualquer. Isso é bastante
preocupante.”

O especialista afirma que a ideia da liberdade de


expressão precisa ser alcançada “a partir de um
juízo negativo: tudo aquilo que eu não for
proibido de dizer, eu posso dizer”. “Isso é
óbvio, mas precisa ser repetido no Brasil”,
conclui.

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A partir de 2023, eles preveem obstáculos, principalmente por causa das pautas
"progressistas" do governo Lula. Foto: Albari Rosa / Arquivo Gazeta do Povo

Movimentos conservadores
ganharam força no governo
Bolsonaro. O que esperar em 2023
Por Ana Carolina Curvello

O conservadorismo ganhou força nos últimos anos


com o surgimento de grupos, movimentos e
associações que atuam em defesa da vida, da
família e dos direitos individuais como a liberdade
de expressão e religiosa.

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Considerados apartidários e sem vínculos políticos,


a maioria dos movimentos se aproxima das
bandeiras defendidas pelo presidente Jair
Bolsonaro, que ganharam destaque ao longo do seu
governo e colaboraram para o despertar da direita
brasileira no país. A partir de 2023, eles preveem
obstáculos, principalmente por causa das pautas
"progressistas" do governo Lula, mas acreditam
ser capazes de resistir às medidas abusivas e
ideológicas.

Um dos grandes movimentos que se fortaleceu nos


últimos anos foi o Movimento Conservador, que
surgiu em São Paulo no ano de 2016, em meio à
crise institucional do governo da ex-presidente
Dilma Rousseff. Além de defender a moral e os
valores cristãos, o movimento se expandiu na
formação intelectual, cultural e política com base
nos ensinamentos do professor e filósofo Olavo de
Carvalho, para formar uma militância organizada

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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em favor dos princípios conservadores. Eles


esperam anos difíceis a partir de 2023, mas
acreditam sair bem-sucedidos na oposição.

Presente em 12 estados, 85 municípios e com mais


de 3.000 membros atuantes, o movimento procura
estar presente nas casas legislativas e organiza
manifestações a favor dos policiais militares,
contra o aborto, contra a doutrinação política nas
escolas, contra a lei de migração e a favor da
revogação do estatuto do desarmamento.

Em entrevista à colunista Cristina Graeml, o


presidente do Movimento Conservador no
Nordeste, André Almeida destacou o crescimento
de grupos conservadores nos estados nordestinos,
cuja população é considerada, em sua maioria, de
esquerda, como um motivo de esperança. "Essa é
uma onda que não é modismo, veio pra ficar. Era
como se [o conservadorismo] estivesse adormecido

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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dentro de nós, brasileiros, e com a chegada de


alguém que tomou a frente disso, aflorou", disse.

Veja abaixo alguns dos movimentos com viés


conservador que surgiram e se consolidaram
durante a gestão Bolsonaro e quais são seus planos
para os próximos anos:

Salvamos Vidas

A defesa da vida desde a concepção, uma das pautas


primordiais dos conservadores e que será atacada
pela nova gestão no Ministério da Saúde de Lula,
conta com uma forte organização de movimentos e
ONGs que atuam contra a descriminalização do
aborto no país. Um dos grandes movimentos
nacionais é o Movimento Nacional da Cidadania
pela Vida – Brasil Sem Aborto, uma organização de
natureza suprapartidária que atua de forma
estruturada para pautar ações e argumentos a
partir de evidências e pesquisas no campo da

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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genética, da embriologia, da bioética e da legislação


vigente.

Na luta contra o aborto, surgiu no ano passado o


"Juntos, Salvamos vidas", com intuito de arrecadar
recursos financeiros para a causa pró-vida. O
movimento iniciado no dia das Mães de 2021 por
alguns jovens de Belo Horizonte deu tão certo que
já conta com mais de 60 mil seguidores no perfil
@salvamosvidas no Instagram.

Coordenado por dois casais de jovens atuantes na


causa pró-vida, o Salvamos Vidas conseguiu
arrecadar mais de R$100 mil com a venda de um kit
pró-vida, com um livro e um lenço. Todo dinheiro
arrecadado tem sido destinado para as casas de
acolhimento a gestantes espalhadas pelo Brasil.

"A articulação de grupos abortistas é muito forte,


financiados por grandes empresas e fundações
internacionais. Em contrapartida, muitas casas

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pró-vida, que abrigam e dão assistência para


mulheres que rejeitam a opção do abroto e se
abrem à vida, vivem apenas de doações. Por isso, o
grupo começou a pensar em como poderia ajudar a
levantar dinheiro para ajudar essas instituições",
disse Nicholas Costa, um dos fundadores do grupo.

Pelo Instagram, o grupo oferece informações sobre


a agenda abortista em todo o mundo, dá
explicações sobre a prática do aborto e mostra a
realidade dos bebês que são abortados, além de
trazer depoimentos de mulheres que desistiram de
abortar.

Em janeiro de 2023, o grupo pretende promover um


curso gratuito para as pessoas que quiserem dar
início a uma iniciativa pró-vida em sua cidade e as
informações serão divulgadas pelo Instagram. "O
objetivo é contribuir para a criação de uma rede
pró-vida bem fortalecida em todo o país, capaz de

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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fiscalizar os projetos de lei pró-aborto, em especial


impedir as investidas que vierem do Governo Lula,
e de atender gestantes em todos os estados",
explicou Nicholas.

Escolas Abertas

O fechamento das escolas durante a pandemia


mobilizou pais e mães, contrários ao confinamento
forçado, na criação do movimento Escolas Abertas.
Com início na cidade de São Paulo, no ano de 2020,
o movimento se consolidou e já está presente em
20 estados e mais de 600 municípios. Atualmente,
o grupo atua contra a doutrinação na escola, a favor
da manutenção das escolas abertas (caso políticos e
sindicatos proponham novos confinamentos) e de
uma educação de qualidade, especialmente no
ensino básico. O lema da entidade é "educação com
foco no aluno".

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"A gente percebe que as crianças não aprendem na


escola; o nível de aprendizagem está muito aquém
dos padrões internacionais. Em São Paulo, a
discrepância é muito grande, o estado tem a maior
renda per capita e não é o primeiro colocado em
educação básica no país", disse Isabel Quintella,
presidente do Escolas Abertas.

Segundo Isabel, o movimento tem se especializado


em políticas públicas nas escolas públicas e conta
com o apoio de vários especialistas para garantir
"melhorias na educação básica no Brasil a médio e
longo prazo".

"A gente acredita que a escola tem que ter


resultados, como mães e como famílias e
receptoras do serviço público queremos bons
resultados", declarou.

O movimento defende um ambiente seguro para os


estudantes e cobra uma gestão mais eficaz nas

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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escolas públicas, tendo em vista o alto


investimento com recursos públicos e a baixa
eficácia no ensino. "O Brasil investe muito em
Educação, se comparado com outros países é o que
mais investe em percentual de PIB. O problema não
é a falta de recursos é a falta de gestão que não
funciona e deixa muito a desejar, por isso que os
alunos não aprendem", disse Quintella.

No próximo governo do presidente Lula, Isabel


destacou que a associação Escolas Abertas
continuará trabalhando em busca de políticas
públicas que garantam uma educação de qualidade
e que preservem o direito e a participação das
famílias. Todas as ações do movimento podem ser
acompanhadas pelo perfil do Instagram.

Advogados conservadores

Em meio aos ataques à liberdade de expressão e os


abusos do ativismo judicial nos últimos anos,

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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vários movimentos de advogados e juristas


conservadores se consolidaram no Brasil em defesa
da democracia, dos direitos individuais e dos
princípios cristãos.

Um desses movimentos, que surgiu no ano de 2019,


é a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil
(OACB). Criada no período em que o esquerdista
Felipe Santa Cruz presidia a Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), o advogado João Alberto da Cunha
Filho explica que a associação "não surgiu pra se
opor à OAB, mas como uma voz que contrapõe o
desvirtuamento da OAB que passou a ter um
posicionamento mais político e ideológico de
esquerda".

A OACB conta com mais de 300 advogados inscritos


e centenas de apoiadores pelo Brasil. Além de
preservar os valores e princípios conservadores, os
advogados também atuam contra qualquer

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doutrinação ideológica político-partidárias e de


gênero nas escolas e universidades.

Para Cunha Filho, o principal trabalho da entidade


foi ressaltar o ataque à liberdade de expressão por
parte do Supremo Tribunal Federal (STF) e do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O magistrado
teme que a "perseguição aos conservadores" será
ainda maior no próximo governo, mas garantiu que
a OACB continuará a fazer seu trabalho de
conscientização da classe.

Juristas conservadores

Após uma conversa em um grupo de WhatsApp,


composto por estudantes e professores de Direito,
policiais, militares, membros do Ministério Público
Federal (MPF) e Advocacia Geral da União (AGU), o
estudante de direito João Daniel Silva decidiu criar
a Associação Brasileira de Juristas Conservadores

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(Abrajuc), que foi fundada oficialmente em agosto


do ano passado.

Com representantes em todos os estados brasilei-


ros, a Abrajuc tem se posicionado em artigos e
notas contra as "arbitrariedades" do judiciário
brasileiro. A associação apartidária pretende lançar
brevemente o primeiro livro sobre ativismo
judicial. Fazem parte da entidade juristas como a
juíza Ludmila Lins Grilo, o procurador da República
André Uliano, a procuradora de Justiça do Distrito
Federal Ruth Kicis e o juiz federal Harley Wanzeller.

Segundo João Daniel Silva, presidente da Abrajuc, a


associação está em fase de registro junto ao cartó-
rio para obtenção de CNPJ, mas já está funcionando
dentro do que é possível e se consolidou no
"período de ascensão do conservadorismo".

"O conservadorismo sempre existiu, mas teve um


período extenso em que ele ficou adormecido ou

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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escondido por vergonha ou medo de retaliação, e de


6 anos para cá começou uma onda conservadora.
São frutos da semeadura do professor Olavo de
Carvalho e com o movimento político houve essa
germinação", disse.

Entre as principais pautas da Abrajuc, estão a


defesa da vida desde a concepção, da liberdade de
expressão plena, estado de direito, democracia,
combate ao ativismo judicial e a defesa dos
cidadãos de ter porte e posse de arma para defesa
pessoal e do patrimônio. Os juristas com viés
conservador que tiverem interesse em ingressar na
Abrajuc podem encaminhar uma mensagem pelo
perfil da associação no Instagram.

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Uma mulher passa a tarde na popular ponte Tabiat, em Teerã, capital do Irã.| Foto:
EFE

Violência sexual se torna arma das


autoridades iranianas contra
mulheres que protestam no país
Por Mariana Braga

Estupros e outras agressões sexuais contra aqueles


que ousam mostrar sua hostilidade ao regime são
comuns no Irã, especialmente desde setembro,
devido às novas ondas de protestos. As mulheres

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são as principais vítimas, especialmente as de


origem curda, do oeste do país.

Depois que a CNN publicou depoimentos que


revelam o uso quase sistemático de estupro em
mulheres detidas e encarceradas pelas autoridades
iranianas, Alice Bordaçarre, chefe do escritório de
Direitos da Mulher da Federação Internacional de
Direitos Humanos (FIDH),fez declarações sobre
essa prática criminosa no atual contexto do Irã.

“Na década de 1980 e após o levante que se seguiu à


reeleição de Ahmadinejad em 2009, muitos casos
de estupro já haviam sido denunciados. É,
portanto, uma estratégia infelizmente recorrente
das forças de segurança no Irã”, descreve
Bordaçarre ao HuffigntonPost. “É uma arma, uma
ferramenta estratégica usada para humilhar,
dominar, intimidar, destruir indivíduos e
comunidades”, aponta.

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Uma das vítimas é Armita Abbasi, de 20 anos, que,


assim que começaram os protestos no Irã, começou
a postar nas redes sociais críticas ao regime.
Porém, da noite para o dia, ela desapareceu das
mídias digitais. Abbasi se tornou um símbolo do
movimento, como Mahsa Amini – que foi morta
durante sua prisão por não usar o hijab (lenço),
dando início aos protestos - ou Nika Shakarami –
que, aos 16 anos, também morreu ao ser presa pela
polícia de costumes.

A jovem de 20 anos foi posteriormente reconhecida


pelos médicos de um hospital do país. Ela estava
com a cabeça raspada e cercada por policiais. Uma
enfermeira também afirmou à CNN que a polícia
estava impedindo os funcionários de falar com
Armita Abbasi. A jovem teria sido presa pela polícia,
torturada e abusada sexualmente.

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Investigações

Rebin Rahmani, ativista do direitos humanos da


organização Kurdistan, disse ao veículo de
comunicação que uma outra mulher, na sala de
interrogatório, foi questionada se estava "pronta"
para deixar os policiais estuprarem sua irmã caso
não falasse o que as autoridades queriam que ela
dissesse aos jornalistas.

Os grupos internacionais Human Rights Watch e


Anistia Internacional também relataram casos de
agressões sexuais em prisões desde o início dos
protestos em meados de setembro no Irã.

Eles explicam que os manifestantes geralmente são


presos e depois transferidos de um lugar para
outro, sem que suas famílias saibam onde estão
detidos. Centenas de pessoas desapareceram nessa
rede labiríntica de prisões e centros de detenção.

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A Federação Internacional de Direitos Humanos


explica que existem três organizações membros no
Irã que a mantêm informada sobre a situação.
“Conduzimos investigações de defesa para lembrar
as autoridades de suas obrigações internacionais e
também investigações de litígio para apresentar
queixas ou comunicações ao Tribunal Penal
Internacional (TPI)”, conta Bordaçarre. No
entanto, o Irã não ratificou o Estatuto de Roma e
não é um Estado membro do TPI.

Apesar da censura e de cortes da internet no país,


vídeos passaram a circular nas redes sociais, onde é
possível ver meninas menores de idade retirando
os seus véus. Jovens estão entre os manifestantes
presos e também existem denúncias de que foram
estupradas na prisão. Segundo a federação
internacional, não existem provas, mas uma
preocupação sobre essa possibilidade. O órgão
aponta que algumas informações confidenciais

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permanecem difíceis de confirmar no contexto


atual.

De acordo com o periódico francês La revue


Géopolitique, todas mulheres e jovens
testemunharam abuso sexual. “Esses relatos
trouxeram à tona uma prática de filmar agressões
para chantagear as vítimas”, publicou o veículo em
artigo.

Quatro meses de manifestações

A onda de protestos surgiu com a morte de Mahsa


Amini, de 22 anos, que morreu enquanto estava
sendo presa. O crime que ela cometeu, segundo as
autoridades, foi o de "se vestir de forma
inadequada", por não usar hijab. De acordo com
testemunhas, ela teria sido torturada e executada.

Nos dias seguintes, manifestantes na capital,


Teerã, e em outras cidades do país bloquearam o

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trânsito, incendiaram latas de lixo e veículos da


polícia, atiraram pedras contra as forças de
segurança e gritaram mensagens
antigovernamentais, segundo a agência de notícias
oficial Irna.

"Não ao lenço, não ao turbante, sim à liberdade e à


igualdade", gritam os manifestantes. O slogan ecoa
em protestos de solidariedade em outras grandes
cidades do país e no exterior, especialmente em
Nova York, Paris e Istambul.

Essas manifestações constituem “um choque


muito importante” no Irã, “é uma crise social” em
uma sociedade "cada vez mais secularizada",
declarou David Rigoulet-Roze, pesquisador
associado do instituto francês Iris, à agência AFP.

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Walt Disney durante viagem a Barcelona, em 1957.| Foto: EFE/Carlos Pérez de Rozas

Walt Disney contra o comunismo


Por Maurício “Lobo” Nunes

Provavelmente nenhuma figura isolada dominou a


cultura popular Americana durante tanto tempo
como Walt Disney, um homem engenhoso,
criativo, inegavelmente brilhante e de extrema
generosidade, atuando como colaborador ativo de
inúmeras associações em prol da vida e sendo
considerado como um dos maiores filantropos de
sua época.
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Segundo uma estimativa, só em 1966, o ano de sua


morte, 240 milhões de pessoas viram um filme de
Disney, 100 milhões de espectadores assistiram a
um programa de televisão da Disney, 80 milhões
leram um livro Disney, 50 milhões ouviram os
discos da Disney, 80 milhões compraram uma
mercadoria Disney, 150 milhões leram revistas em
quadrinhos da Disney, 80 milhões viram um filme
educativo da Disney e quase sete milhões visitaram
a Disneylândia.

Nada mau para o garoto pobre que passou a


infância na pequena e charmosa cidade de
Marceline, homenageada e imortalizada por ele na
rua principal da Disneylândia, e que trabalhou
muito desde cedo, seja entregando jornais, seja
sendo piloto de ambulância na Primeira Guerra
Mundial ou tentando de porta em porta emplacar
seus personagens e suas ideias.

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Sua admirável trajetória de menino humilde para


uma das figuras mais importantes e influentes do
século em que viveu, o colocou num pedestal muito
maior que o de qualquer chefe de Estado, pois até
em terras “inimigas” da América, como a antiga
União Soviética, Walt era vangloriado.

Para se ter uma ideia de seu total desprezo em


obter cargos públicos, certa vez o autor de
'Fahrenheit 451', Ray Bradbury, sugeriu ao amigo
que concorresse à prefeitura de Los Angeles, já que
poderia assim utilizar suas inovações tecnológicas,
como o Monorail — monotrilho que criou para
Disneyland —, para salvar a cidade do caos urbano,
porém Walt respondeu, com seu tradicional bom
humor:

"Por que eu deveria concorrer para prefeito, quando já


sou rei em meu reino?"

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O estúdio Disney produziu grandes fábulas


maniqueístas e inspiradoras, tanto para agendas
liberais quanto conservadoras, pois em seu vasto
repertório não há discursos partidários definidos e
embutidos nas histórias. Evidente que alguns
episódios de 'Silly Symphony', mais
especificamente 'O gafanhoto e as formigas' e
também 'A tartaruga e a lebre', promoviam valores
tradicionais como o trabalho, dedicação à família e
acima de tudo disciplina, o que implicitamente, na
mente de algumas pessoas com viés mais voltado
para a esquerda, poderiam ser consideradas
histórias que se direcionavam exclusivamente a
públicos mais conservadores, com foco na
meritocracia, o que muitas das vezes ia na
contramão do que o comunismo pregava, já que por
meio de mecanismos doutrinadores subordinava a
individualidade em prol do coletivismo.

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Ao produzir obras onde o bem sempre vence o mal


e ser bom é algo recompensador, Walt acabou
despertando o ódio em alguns poderosos e até
ditadores, como Adolf Hitler, que em 1937 tentou
até banir Mickey Mouse dos cinemas da Alemanha.

Considerando-se apolítico, apesar de seguir um


viés mais conservador, Walt nunca foi reacionário,
pois participava voluntariamente como convidado
de honra em eventos de cunho comunista, como o
25º aniversário da União Soviética. Ele também
colaborou por diversas vezes com anúncios no
Daily Worker, jornal esquerdista, além de prestar
homenagens em tributos à cartunistas de esquerda,
como Art Young.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Walt Disney


teve seu estúdio completamente tomado pelo
exército americano, que o obrigava a fazer
desenhos animados de cunho militar, pagando

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infinitamente bem menos do que o real valor das


produções, não lhe dando muitas opções: era pegar
ou fechar definitivamente as portas da empresa.

No pós-guerra, diante da crise, Disney chegou a


produzir até filmes institucionais, entre eles um
sobre a história da menstruação e outro sobre a
prevenção de doenças venéreas, como sífilis e
gonorreia, todos exibidos antes das atrações de
Hollywood nas salas de cinema, mas foi mesmo em
1941 que enfrentou uma de suas maiores crises
profissionais, quando seu estúdio entrou em greve
durante diversas semanas, a ponto de quase falir. O
movimento foi promovido por líderes sindicais,
especialmente pela figura de Herbert Sorrell, Big
Boss do sindicato, que não apenas intimidava
fisicamente funcionários que se recusavam a
participar da greve, como também promoveu um
verdadeiro assassinato de reputação contra o
respeitado homem que dava nome ao estúdio.

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Este fato motivou Walt a participar, como


“testemunha amigável” no Comitê de Atividades
Não Americanas, em Washington, DC, para
declarar sua crença de que o infame ataque era
fomentado por comunistas que tentavam
difamá-lo e destruir seu estúdio. Em depoimento,
Walt poupou e defendeu todos os seus
funcionários, mas com coragem declarou que Herb
Sorrell era comunista e que este o havia
chantageado, ameaçado e prometido manchar sua
reputação e a de sua empresa.

Numa Hollywood dominada pela esquerda, o gesto


defensivo de Walt não repercutiu muito bem, o que
o colocou na mesma trincheira que os demais
acusadores de supostos comunistas. A assembleia
nada mais era do que um palco perfeito para
alavancar políticos ambiciosos, já que Hollywood
era o centro das atenções e o local de onde
surgiriam as manchetes que os colocariam no topo,

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como guardiões da boa moral contra personagens


que tentavam, de acordo com a narrativa da
comissão, destruir o país. Walt foi apenas um dos
pratos da casa e talvez, ingenuamente ou não,
entrou no jogo, o que motivou seu rival Sorrell a
dar o contragolpe.

Aproveitando de toda sua influência junto à


imprensa americana, um dos braços fortes da
esquerda, o sindicalista deflagrou seu processo de
destruir a reputação de Walt Disney,
primeiramente criando um conflito com a League
of Women Voters, um grupo de mulheres que Walt
jamais havia feito uma crítica sequer e até apoiava
diretamente. Mas Sorrell queria mais e junto de
seus comparsas jornalistas criou a falsa narrativa
de que Walt Disney era antissemita, uma acusação
sem sentido algum, já que além de empregar
muitos judeus e ter vários deles em seu pequeno e
seleto núcleo de amigos, Walt também contribuía

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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muito generosamente com as diversas


organizações de caridade judaicas, entre elas o
Asilo de Órfãos Hebreus da Cidade de Nova York, o
Yeshiva College, o Lar Judeu para Idosos e até a
Liga Americana pela Palestina Livre (apesar do
nome parecer contraditório hoje, na época era uma
organização que buscava a criação de um estado
judeu na região).

A própria Liga Anti-Difamação de B’nai B’rith,


fundada em 1913, e que tinha por missão monitorar
as imagens judaicas em filmes de Hollywood,
nunca fez nenhuma objeção a qualquer obra
produzida pelo estúdio Disney. Tanto isto é verdade
que para se ter ideia da tamanha falácia criada por
Sorrell, em 1955 a filial de Beverly Hills da B’nai
B’rith, a mais antiga organização judaica em todo o
mundo, e também dedicada aos Direitos Humanos,
condecorou Walt como Homem do Ano, entregando
uma placa ao homenageado, onde se lia: “Por ser

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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exemplo dos melhores princípios americanos do


entendimento entre grupos de cidadãos,
interpretando na prática os ideais da B’nai B’rith de
benevolência, amor fraterno e harmonia, levando
alegria e felicidade ao povo.”

Art Babbitt, animador da Disney e o maior agitador


interno da greve, era judeu e apesar de não ter
simpatia por Walt afirmou que esta era uma
acusação completamente inválida, pois nunca
tinha visto o patrão proferir insultos ou qualquer
tipo de zombarias antissemitas. Algumas das
pessoas mais influentes dentro do estúdio Disney
eram judias, entre elas Joe Grant, um dos mais
importantes e engenhosos artistas da empresa de
Walt, que afirmou também nunca ter presenciado
qualquer atitude antissemita por parte do patrão
em décadas de trabalho lado a lado com ele. O
lendário compositor Richard Sherman, autor da
premiada trilha de 'Mary Poppins' e de outros

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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clássicos da Disney, contou que certa vez um


advogado que trabalhava para o estúdio fez uma
piada antissemita envolvendo ele e seu irmão Bob.
Walt, que chamava a dupla carinhosamente de
“seus garotos”, não gostou e demitiu
imediatamente o advogado.

Walt, Disney nunca foi um ultraconservador, pois


sempre foi favorável a todo e qualquer projeto que
viesse auxiliar a vida das pessoas. Filho de pai
simpático ao comunismo, Walt, apesar de ter
votado algumas vezes em democratas, sempre
deixou claro que tinha um interesse maior pelas
ideias republicanas. Num discurso entre amigos e
colaboradores confessou aos presentes, sempre
abusando do tom sarcástico, que certa vez foi
multado por executar uma conversão irregular à
esquerda. O policial, que logo o reconheceu, alertou
gentilmente para ele no futuro fazer apenas curvas
à direita. Walt sorriu e respondeu que isto seria um

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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pedido fácil, já que ele sempre se inclinou mesmo


para a direita.

O homem que reiventou a arte de desenhar e que


criou elementos até então inexistentes, também
elaborou câmeras e técnicas até hoje utilizadas.
Praticamente inventou o desenho com som
sincronizado, produziu a primeira animação
colorida e o primeiro longa metragem animado,
além de criar parques temáticos e elaborar uma
comunidade perfeita, o EPCOT, que infelizmente
não pode realizar, pois partiu cedo demais. Com
tudo que Disney deu ao mundo, ele realmente não
precisava de nenhum discurso politico, pois a sua
melhor política está estampada em sua própria
história, que pode se resumir a uma de suas
célebres frases:

Gazeta do Povo Revista – Ed.13 Janeiro/2023


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“Todos os nossos sonhos podem-se realizar, se


tivermos a coragem de persegui-los. Para começar,
pare de falar e comece a fazer."

Maurício Nunes é jornalista e escritor com oito livros publicados, entre eles o seu mais
recente trabalho, 'A Árvore dos Sonhos', sobre a vida e obra de Walt Disney.

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PARA SE APROFUNDAR

● Editorial: No mercado de trabalho, uma “herança


bendita” de Bolsonaro

● Juros, inflação, PIB: pessimismo domina projeções


para 1º ano do novo governo Lula

● O que os parlamentares conservadores planejam


para tentar brecar pautas progressistas no
Congresso

● Lula herda do governo Bolsonaro R$ 82 bilhões em


investimentos contratados para 2023

● Como a revanche política na Bolívia levou à prisão


do governador opositor ao presidente socialista

● Disputa com Buenos Aires leva Fernández a


intensificar ataques e tentativa de aparelhamento da
Suprema Corte

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