Material de Matemática
Material de Matemática
DE MATEMÁTICA
“Pode uma língua alterar-se sem se corromper”
José Macedo
O Director
___________________________
Valdimiro S.P. Fernando
0
ÍNDICE
0. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 2
1. POLINÔMIOS .................................................................................................................. 3
1.1. OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS ........................................................................... 5
2. CÁLCULO COM RADICAIS ........................................................................................... 10
2.1. MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO DE RADICAIS .......................................................... 13
2.2. ADIÇÃO DE EXPRESSÕES COM RADICAIS .......................................................... 14
2.3. PASSAGEM DE UM FACTOR PARA FORA DE UM RADICAL ............................... 16
2.4. RACIONALIZAÇÃO DO DENOMINADOR ................................................................ 17
3. FUNÇÕES RACIONAIS ................................................................................................. 19
3.1. FUNÇÕES RACIONAIS EM QUE O NUMERADOR E O DENOMINADOR TÊM FACTORES
COMUNS. SIMPLIFICAÇÃO DE FRACÇÕES RACIONAIS ............................................ 24
3.2. EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES FRACCIONÁRIAS ................................................... 26
4. OPERAÇÕES COM FUNÇÕES. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO ..... 28
FUNÇÕES .......................................................................................................................... 28
4.1. IGUALDADE DE DUAS FUNÇÕES DEFINIDAS NUM INTERVALO ........................ 28
4.2. SOMA, DIFERENÇA, PRODUTO E QUOCIENTE DE DUAS FUNÇÕES ................ 28
5. TRIGONOMETRIA ......................................................................................................... 32
5.1. MEDIDAS DE UM ÂNGULO. GENERALIZAÇÃO DA NOÇÃO DE ÂNGULO. AS RAZÕES
TRIGONOMÉTRICAS ..................................................................................................... 32
5.2. AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS PARA QUAISQUER ÂNGULOS ................... 33
5.2.1. AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NO CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO ....... 34
5.2.2. AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NUM REFERENCIAL EM QUE A AMPLITUDE DO
ÂNGULO É A ABCISSA (SENO, CO-SENO, TANGENTE) .......................................... 35
5.3. EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS. REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE .................... 37
6. ESTATÍSTICA ................................................................................................................ 41
6.1. CONCEITO. OBJECTO DA ESTATÍSTICA. CONCEITO DE POPULAÇÃO E ........ 41
AMOSTRA ...................................................................................................................... 42
6.2. TIPOS DE VARIÁVEIS ESTATÍSTICAS E SEU TRATAMENTO .............................. 48
6.3. MEDIDAS DE LOCALIZAÇÃO (MÉDIA, MEDIANA E MODA) .................................. 49
6.4. MEDIDAS DE DISPERSÃO (VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO) .............................. 51
7. CONVERSÃO DE UNIDADES ....................................................................................... 56
7.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE MEDIDAS ............................................................. 56
7.2. MEDIDAS TERMOMÉTRICAS ................................................................................. 59
8. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 63
1
0. INTRODUÇÃO
Todos nós já fizemos ou já ouvimos perguntas do tipo: “Porque esse monstro existe?”;
“Para que serve a Matemática na minha vida?”; “Porque eu preciso estudar Matemática?”;
“Qual é a importância da Matemática na minha vida?”
São perguntas muito comuns feitas por pessoas que não gostam do assunto ou que nem se
deram conta de sua infinita importância em nosso cotidiano.
Os melhores profissionais de todas as áreas, inclusive àquelas que não são afins, tendem a
ser exímios Matemáticos.
Da mesma forma que fórmulas, equações teorias e teoremas que estudamos na escola é
Matemática, qualquer pensamento artístico, religioso, social, psicológico, são processos
mentais matemáticos que nos acompanham desde que nascemos.
O profissional do Direito utiliza a Matemática quando trabalha com causas que envolvam a
realização de cálculos, como por exemplo bens, valores, partilhas e heranças. E se ele for
tributarista então vai se ver envolvido com cálculos a vida toda. Não se engane, pois, a
Matemática está presente em todas as profissões.
• Estatística, na bioestatística;
Portanto, não se iluda, pois no universo tudo tem base na Matemática, desde o pensamento,
as artes, danças, Ciências, a natureza e a vida (“proporção áurea” ou
“número de Deus”).
2
1. POLINÔMIOS
Polinômios são expressões algébricas formadas por números (coeficientes) e letras (partes
literais). As letras de um polinômio representam os valores desconhecidos da expressão
(Gouveia, Polinômios_definição, operações e fatoração, 2019).
Exemplos:
a) 3ab + 5
b) x3 + 4xy - 2x2y3
c) 25x2 - 92
Os polinômios são formados por termos. A única operação entre os elementos de um termo é
a multiplicação.
Exemplos:
a) 3x
b) 5abc
c) x2y3z4
Grau de monómio
𝑎4 𝑏 7
𝑏) → 𝐺𝑟𝑎𝑢(𝑀) = 11 − 2 = 9
𝑥𝑦
3
Os chamados binômios são polinômios que possuem somente dois monômios (dois termos),
separados por uma operação de soma ou subtração.
Exemplos:
a) a2 – b2
b) 3x + y
c) 5ab + 3cd2
Já os trinômios são polinômios que possuem três monômios (três termos), separados por
operações de soma ou subtração.
Exemplos:
a) x2 + 3x + 7
c) m3n + m2 + n4
Exemplos:
a) 2x3 + y → 𝐺𝑟𝑎𝑢(𝑃) = 3
Exercícios
1- ache o grau dos seguintes polinômios:
a)4x2y +𝑎4 𝑏 2 -7𝑏 2
5𝑥 4
b) 3𝑦 2 + 3
4
Nota: o polinômio nulo é aquele que possui todos os coeficientes iguais a zero. Quando isso
ocorre, o grau do polinômio não é definido.
Adição e subração
Exemplo1:
Exemplo 2:
Multiplicação
(3x2 - 5x + 8) . (- 2x + 1)
5
Exercícios
1- Calcula :
a) (2𝑥 2 + 𝑦)(𝑥 − 3)
b) 3𝑥𝑦(𝑥 − 3𝑦)
Divisão
Esse algoritmo da divisão pode ser expressado pelo Método de Descartes também conhecido
como Método dos coeficientes determinantes, da seguinte forma:
Ou seja:
A divisão de polinômio pode também ser representada pelo método da chave, veja:
D(x) E(x)
R(x) Q(x)
Dividendo Divisor
Resto Quociente
Para efetuarmos essa divisão temos que dividir cada termo do polinômio pelo monômio.
Exemplo:
6
Solução:
Podemos utilizar 2 processos distintos para solucionar essa divisão, acompanhemos a seguir
cada um deles:
Para dividir um polinômio por outro o método mais adequado é o da chave, vejamos o exemplo
a seguir.
Exemplo:
Divida (x³ - 6x² – x + 12) por (x – 2). Depois represente a divisão pelo Método de Descartes.
Método de Descartes:
(x – 2) . (x² - 4x – 9) + (- 6) = x³ – 6x² –x = 12
Dispositivo prático de Briot-Ruffini
Para efetuarmos a divisão de um polinômio P(x) por um binômio da forma (x – α), podemos
utilizar o dispositivo prático de Briot-Ruffini.
7
Vamos efetuar a divisão de 𝑃(𝑥) = 3𝑥5 − 2𝑥4 + 3𝑥2 + 1 por x - 2 através desse dispositivo.
Acompanhe o roteiro para a resolução:
8
5. Fazemos um traço entre o último e o penúltimo números obtidos. O último número é igual
ao resto da divisão e os números que ficam à esquerda deste são os coeficientes do
quociente:
Exemplo:
Solução:
9
Como 𝑄´(𝑥) = 2𝑄(𝑥):
→ Portanto, .
Radiciação é a operação que realizamos quando queremos descobrir qual o número que
multiplicado por ele uma determinada quantidade de vezes dá um valor que conhecemos.
Exemplo:
Qual é o número que multiplicado por ele mesmo 3 vezes dá como resultado 125?
5 x 5 x 5 = 125
Símbolo da Radiciação
10
Sendo,
n → o índice do radical. Indica quantas vezes o número que estamos procurando foi
multiplicado por ele mesmo.
Quando não aparecer nenhum valor no índice do radical, o seu valor é igual a 2. Essa raiz é
chamada de raiz quadrada.
A raiz de índice igual a 3 também recebe um nome especial e é chamada de raiz cúbica.
Exemplos:
Propriedades da Radiciação
11
Tabela 1 - propriedades dos radicais (Falcão & Corvo, 2008).
Radiciação e Potenciação
Exemplos:
Simplificação de Radicais
Muitas vezes não sabemos de forma direta o resultado da radiciação ou o resultado não é um
número inteiro. Neste caso, podemos simplificar o radical.
12
3. Colocar a potência encontrada no radical e dividir por um mesmo número o índice do
radical e o expoente da potência (propriedade da radiciação).
Exemplo:
Calcule 1√243
243 3
81 3
27 3
9 3
3 3
243 = 3 x 3 x 3 x 3 x 3 = 35
Para simplificar, devemos dividir o índice e o expoente da potenciação por um mesmo número.
Quando isso não for possível, significa que o resultado da raiz não é um número inteiro.
1 :√5 35:5, note que ao dividir o índice por 5 o resultado é igual a 1, desta forma cancelamos o radical.
Assim, 5√243 = 3
13
1º caso - Radicais com mesmo índice
Exemplos:
a)
b)
Exemplos:
b)
1º Radicais semelhantes
Radicais semelhantes são aqueles que possuem o mesmo índice e o mesmo radicando.
5 5 4 5
Exemplo: 3√2 e −√2 são semelhantes, 3√4 e −3√4 são semelhantes já √4 e −3√4 não
são semelhantes pois apesar de possuírem o mesmo radicando, não possuem o mesmo
índice.
Obs. também pode-se obter radicais semelhantes pela ampliação ou simplificação de radicais.
14
Ampliação de radicais
Se multiplicarmos o índice dum radical e o expoente do radicando por qualquer número inteiro
maior que zero, o valor do radical não altera, isto é, se 𝑎 ∈ 𝐼𝑅+∗ , 𝑚 ∈ 𝐼𝑍, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝐼𝑁, com 𝑛 ≥
𝑛 𝑛×𝑝 2×2 4
2 𝑒 𝑝 ≠ 0, então √𝑎𝑚 = √𝑎𝑚×𝑝 . Exemplo: √23 = √23×2 = √26
Simplificação de radicais
4 4÷2
Exemplo: √26 = √26÷2 = √23 .
𝑛 𝑛×𝑝 𝑛÷𝑞
Obs. As expressões √𝑎𝑚 , √𝑎𝑚×𝑝 e √𝑎𝑚÷𝑞 são radicais equivalentes.
4
Exemplo: Simplifica os seguintes radicais: √4 e √75.
𝑛
Nota: Só podemos passar por fora do sinal de radical √𝑎𝑚 , quando 𝑚 ≥ 𝑛.
5 5
a) 3 √23 e -2√23. São semelhantes
b) √75 e 5√3. São equivalentes
4
c) √4 e √2. São equivalentes
3 13
d) 3√5 e 3 √5. São semelhantes.
15
2º caso – Radicais semelhantes após simplificação
Exemplos:
a)
b)
Exemplos:
a) √81 + √25 = 9 + 5 = 14
Quando temos no radicando um número com um expoente maior do que o índice da raiz
podemos extrair da raiz esse número com um expoente igual ao quociente da divisão do
expoente que tinha dentro da raiz entre o índice e se tem um resto, será o expoente do número
dentro da raiz.
Exemplo:
a) Extrair da raiz o que puder ser extraído: √515
15 2
1 7
57√5. Lembre que quando não escrevemos o expoente, deduzimos que leva 1.
16
b) Extraia da raiz quanto puder ser extraído: 3√214
14 3
2 4
c) Calcule: 5√725
25 5
0 5
O resultado será
Para introduzir um número dentro de uma raiz temos que fazer o contrário do que foi feito.
Vimos a maneira de extrair de uma raiz um fator com o maior expoente possível. Agora
veremos como introduzir dentro de uma raiz um fator que está fora do radical.
Para introduzir um fator dentro de uma raiz multiplica-se o expoente do fator fora da raiz pelo
índice do radical.
Pode acontecer que dentro do radical esteja este ou outro fator, em cujo caso se multiplicam.
Exemplos:
a)
b)247√23 = 7√231
c)745√73 = 5√723
17
Racionalizar o denominador de uma fracção significa suprimir os radicais que
apresentam-se no denominador sem alterar o valor da expressão. Existem três casos
de racionalização:
𝑎 𝑎 √𝑏 𝑎 √𝑏
Isto é: = =
√𝑏 √𝑏∗√𝑏 𝑏
7 7 √5 7 √5
Exemplo: = = .
√5 √5∗√5 5
𝑛
2º Caso: O denominador é do tipo √𝑎𝑚 , ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁: 𝑛 > 2
𝑛
Neste caso, multiplica-se ambos os membros da fracção por: √𝑎𝑛−𝑚 ,
𝑛 𝑛 𝑛
𝑎 𝑎 √𝑎𝑛−𝑚 𝑎 √𝑎𝑛−𝑚 𝑎 √𝑎𝑛−𝑚
isto é: 𝑛 𝑚
= 𝑛 𝑛 = 𝑛 =
√𝑎 √𝑎𝑚 ∗ √𝑎𝑛−𝑚 √𝑎𝑚+𝑛−𝑚 𝑎
18
3 3 3
3 3 √5 3 √5 3 √5
Exemplo: 3 = 3 3 =3 =
√5 √5∗ √53−1 √5 3 5
a) 𝑎 + √𝑎 é 𝑎 − √𝑎
b) √𝑏 −𝑎, é √𝑏 + 𝑎
c) √𝑎 + √𝑐 é √𝑎 − √𝑐
4 4(5−√3 ) 20−4√3
Exemplo: 5+√3 =(5+ =
√3) (5− √3 ) 22
Exercícios
√7
c) 5+√3
√3−1
d) 2+√3
3. FUNÇÕES RACIONAIS
Os polinómios podem ser, evidentemente, multiplicados por constantes, somados,
subtraídos e multiplicados, e os resultados serão novamente polinómios. No entanto,
se dividirmos polinómios nem sempre obteremos outro polinómio. Esse quociente é
chamado função racional, isto é, uma função racional f(x) é do tipo:
onde n(x) e d(x) são polinómios. Se o denominador d(x) for uma constante não nula,
esse quociente será ele próprio um polinómio. Assim, os polinómios estão incluídos
entre as funções racionais.
19
Evidentemente, nos pontos onde d(x) = 0 a função f não está definida e, portanto, o
maior domínio possível de uma função racional é constituído pelo conjunto dos números
reais exceptuando-se esses pontos. Os zeros de d(x) são chamados pólos ou pontos
singulares da função f.
Essa forma de exprimir a função f(x) é ideal para estudarmos o seu comportamento no
infinito. Como o grau do denominador da segunda parcela é maior do que o do
numerador, este termo tende para zero quando |x|→ ∞, o que nos leva a concluir que
lim [𝑓(𝑥) − 𝑞(𝑥)] = 0, isto é, o polinómio f comporta-se como q, para grandes valores
|x|→∞ de x, em valor absoluto.
Neste caso, dizemos que o gráfico de f(x) é assintótico ao gráfico de q(x). Por outras
palavras, à medida que x cresce, em valor absoluto, o gráfico de f(x) aproxima-se cada
vez mais do gráfico de q(x), sem nunca o atingir. Se o gráfico de q(x) for uma recta,
dizemos que esta recta é uma assíntota ao gráfico de f.
Exemplo:
20
Fig. 1 - (Funções Racionais, 2019).
Repare que, nos dois casos, o pólo das duas funções é o ponto x = 0 e que os valores
das duas funções se tornam ilimitados quando x se aproxima de 0. (A recta y = 0 é uma
assíntota vertical ao gráfico das funções). Além disso, nos dois casos, e,
portanto, a recta x = 0 é uma assíntota horizontal ao gráfico dessas funções.
Este comportamento é típico das funções racionais cujo grau do numerador é menor do
que o grau do denominador. Para ilustrar esta afirmação, examinemos um outro
exemplo.
Considere a função .
21
Qual o seu maior domínio?
Para estudar o comportamento dessa função perto dos pólos, é suficiente calcular lim
𝑓(𝑥), lim 𝑓(𝑥), lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑓(𝑥).
𝑥→1+ 𝑥→1− 𝑥→(−1)+ 𝑥→(−1)−
Em todos estes casos, os valores da função crescem sem limite, em valor absoluto.
Este comportamento traduz-se, matematicamente, dizendo-se que a função tende para
+ ∞ ou para -∞ e ocorre sempre que os valores do denominador se aproximarem de
zero e os do numerador se aproximarem de uma constante diferente de zero. (Nada se
pode afirmar, a priori, se o limite do numerador também for igual a zero). O sinal
dependerá do sinal da fracção quando x se aproximar do pólo, pela esquerda ou pela
direita.
Da mesma forma, e .
22
dividirmos numerador e denominador pelo monómio de mais alto grau que aparece na
fracção e então estudarmos o comportamento da função modificada. Assim,
A recta y = 0 é uma assíntota horizontal ao gráfico dessa função. Observe abaixo o seu
gráfico.
23
Fig. 4 - (Funções Racionais, 2019).
Essa função não está definida para x = 0. O seu comportamento na vizinhança desse
A recta x = 0 é, portanto, uma assíntota vertical ao gráfico dessa função. Além disso
limites indicam que esta função não tem assíntotas horizontais. No entanto, a expressão
(x2 - 4)/x = x - 4/x sugere que . Este limite significa que à medida que x
cresce, os valores da função aproximam-se cada vez mais da recta y = x e, portanto,
essa recta é uma assíntota oblíqua ao gráfico dessa função.
24
Com base nesse mesmo procedimento, simplificamos frações algébricas que
apresentam fatores em comum. Vejamos exemplos:
25
o processo de resolução mais simples, evitando cálculos excessivos e diminuindo o
risco de erros.
1. Determinar o domínio;
Como o denominador deve ser diferente de zero, podemos afirmar que o valor de x não
poderá ser igual a 2.
Como: 𝑥 − 2 ≠ 0 → 𝑥 ≠ 2
26
Função f(x) = x + 5
• Zero da função: x = -5
Função: g(x) = x - 2
• Zero da função: x = 2
Agora devemos realizar a intersecção dos intervalos das duas funções, lembrando que
o ponto 2 é um valor aberto, pois não pertence ao domínio da desigualdade.
Veja que ao fazer a intersecção das funções deve ser feito também o jogo de sinal,
assim como na equação produto. Sendo assim, podemos esboçar o conjunto solução:
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 ≤ −5 𝑜𝑢 𝑥 > 2}
27
4. OPERAÇÕES COM FUNÇÕES. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
ENVOLVENDO FUNÇÕES
4.1. IGUALDADE DE DUAS FUNÇÕES DEFINIDAS NUM INTERVALO
Quando duas funções são iguais? Serão iguais as funções f e g definidas por
Soma de funções
Exemplo:
Considere f(x) = ln(x) e g(x) = ex. Temos, f(1) + g(1) = ln(1) + e = e f(−1) + g(−1) = ?
Pergunta:
Resposta:
Para valores que pertencem simultaneamente aos domínios das duas funções
consideradas.
28
Logo, (f + g)(x) = f(x) + g(x) = ln(x) + ex , se x > 0
Diferença de funções
Exemplo:
Considere f .
Resposta:
Para valores que pertencem simultaneamente aos domínios das duas funções
consideradas.
Logo, (f , se x ∈ ]0, 2]
Produto de funções
Exemplo:
Pergunta:
Resposta:
29
Para valores que pertencem simultaneamente aos domínios das duas funções
consideradas.
Quociente de funções
Exemplo:
Considere ) = cos(x).
Temos,
Pergunta:
Resposta:
Para valores que pertencem simultaneamente aos domínios das duas funções
consideradas e que não anulem a função do denominador.
30
31
5. TRIGONOMETRIA
32
O minuto corresponde a do grau. Indica-se um minuto por 1’ (1’= 60’); O
As funções trigonométricas estão baseadas nas razões existentes entre dois lados do
triângulo em função de um ângulo.
Teorema de Pitágoras
33
Ele prova que no triângulo retângulo, composto por um ângulo interno de 90° (ângulo
reto), a soma dos quadrados de seus catetos corresponde ao quadrado de sua
hipotenusa:
a 2 = c2 + b 2
34
D é o ponto de intersecção do lado da extremidade do ângulo com o eixo das
cotangentes.
Função seno
Função cosseno
35
Fig. 9 - (Funções Trigonométricas, 2019).
Função tangente
Domínio de f(x) → O domínio dessa função são todos os números reais, exceto os que
zeram o cosseno pois não existe cos x = 0
36
Fig. 10 - (Funções Trigonométricas, 2019).
Ângulos do 1ª Quadrante
37
Os pontos P e Q do círculo trigonométrico, respectivamente associados a α e a 90 -α,
são simétricos em relação à recta de equação y = x.
𝑡𝑔(90° − 𝛼) = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
𝑐𝑜𝑡𝑔(90° − 𝛼) = 𝑡𝑔 𝛼
Ângulos do 2ª Quadrante
𝑡𝑔(90° + 𝛼) = −𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
𝑐𝑜𝑡𝑔(90° + 𝛼) = −𝑡𝑔 𝛼
38
Os pontos P e Q do círculo trigonométrico, respectivamente associados a α e 180°- α,
são simétricos em relação ao eixo das ordenadas. Daí resulta que as ordenadas de P
e Q são iguais e as suas abcissas são simétricas, isto é,
𝑡𝑔(180° − 𝛼) = −𝑡𝑔 𝛼
𝑐𝑜𝑡𝑔(180° − 𝛼) = −𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
Ângulos do 3ª Quadrante
𝑡𝑔(180° + 𝛼) = 𝑡𝑔 𝛼
𝑐𝑜𝑡𝑔(180° + 𝛼) = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
𝑡𝑔(270° − 𝛼) = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
39
𝑐𝑜𝑡𝑔(270° − 𝛼) = 𝑡𝑔 𝛼
Ângulos do 4ª Quadrante
𝑡𝑔(270° + 𝛼) = −𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
𝑐𝑜𝑡𝑔(270° + 𝛼) = −𝑡𝑔 𝛼
Ângulos Simétricos: α e -α
Daí resulta que as abcissas de P e Q são iguais e as suas ordenadas são simétricas,
isto é,
𝑡𝑔(−𝛼) = −𝑡𝑔 𝛼
𝑐𝑜𝑡𝑔(−𝛼) = −𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼
40
Nota: as relações que acabamos de estudar são válidas qualquer que seja a amplitude
a do ângulo (em graus ou radianos).
6. ESTATÍSTICA
AMOSTRA
No passado, tratar uma grande massa de números era tarefa custosa e cansativa, que
exigia horas de trabalho. Recentemente, no entanto, grande quantidade de informações
pode ser analisada rapidamente com um computador pessoal e programas adequados.
Desta forma, o computador contribui, positivamente, na difusão e uso de métodos
estatísticos. Por outro lado, o computador possibilita uma automação que pode levar
um indivíduo sem preparo específico a utilizar técnicas inadequadas para resolver um
dado problema. Assim, é necessário a compreensão dos conceitos básicos da
Estatística, bem como as suposições necessárias para o seu uso de forma criteriosa.
41
População
Amostra
Análise Estatística
42
Etapa 1: Estatística Descritiva
Representação Gráfica
Gráficos são representações visuais utilizadas para exibir dados, sejam eles, sobre
determinada informação, ou valores numéricos. Geralmente, são utilizados para
demostrar padrões, tendências e ainda, comparar informações qualitativas e
quantitativas num determinado espaço de tempo.
Dessa forma, o uso de gráficos torna a interpretação e/ou análise mais rápida e
objetiva.
Os gráficos podem ser classificados em:
Gráfico de colunas
Também conhecido como “Gráfico de Barra”, eles são usados para comparar
quantidades ou mesmo demostrar valores pontuais de determinado período. As colunas
podem surgir de duas maneiras: horizontal ou vertical.
43
Fig. 12 – Gráfico de barras verticais (Bezerra, 2019) .
Gráficos de Linha
Gráfico Pizza
Também chamado de “Gráfico de Setores”, esse modelo recebe esse nome pois tem a
forma de uma pizza, ou seja, é circular. Eles são utilizados para reunir valores a partir
de um todo, segundo o conceito de proporcionalidade.
44
Fig. 14 – Gráfico de segmento (Bezerra, 2019).
Gráfico de Área
Histograma
45
Fig. 16 – Histograma (Bezerra, 2019).
Histogramas Simétricos: composto de uma frequência mais alta (no centro) e que aos
poucos vai diminuindo conforme se aproxima das bordas.
Histogramas Assimétricos: apresenta somente um ponto mais alto, sendo que o resto
dos retângulos são assimétricos.
Histograma com Dois Picos: nesse caso, temos duas análises de dados distintas que
apresentam dois picos (pontos maiores).
46
Infográficos
Da mesma maneira que os gráficos, eles facilitam a compreensão sobre um tema. Esse
tipo de ferramenta é muito utilizado no meio jornalístico e ainda, nos livros didáticos.
Diagramas
47
Tabelas
As tabelas são usadas para organizar algumas informações ou dados. Da mesma forma
que os gráficos, elas facilitam o entendimento, por meio de linhas e colunas que
separam os dados. Sendo assim, são usadas para melhor visualização de informações
em diversas áreas do conhecimento. Também são muito frequentes em concursos e
vestibulares.
Temos como exemplo algumas tabelas que foram utilizadas neste material.
Variável é o que se deseja observar para se tirar algum tipo de conclusão. Geralmente
as variáveis para estudo são selecionadas por processos de amostragem (Pinheiro,
Tipos de Variáveis Estatísticas, 2019). Os símbolos utilizados para representá-las são
letras maiúsculas do alfabeto, tais como X, Y, Z, ... que podem assumir qualquer valor
de um conjunto de dados.
Para podermos decidir como organizar os dados é preciso saber com que tipo de
variáveis estamos trabalhando. Os tipos de variáveis são:
48
As variáveis quantitativas discretas assumem valores pontuais. Por exemplo, a idade
das pessoas em anos. Neste caso, a idade representa valores bem definidos como 20,
21, 22, 23 anos.
As variáveis qualitativas ordinais são aquelas que atribuem qualidades de modo que
possam ser ordenadas de maneira hierárquica. Por exemplo, o grau de escolaridade:
analfabeto, 1° grau incompleto, 1° grau completo, 2° grau incompleto e assim por
diante.
Por fim, as variáveis qualitativas nominais são aquelas que atribuem qualidade, mas
que não é possível fazer uma ordenação. Por exemplo, matéria do colégio que mais
gostava:
Matemática, Física, Biologia, História, etc...
Média
Como a média é uma medida sensível aos valores da amostra, é mais adequada para
situações em que os dados são distribuídos mais ou menos de forma uniforme, ou seja,
valores sem grandes discrepâncias.
49
Sendo,
Me: média;
X1, X2, X3, …, Xn: valores dos dados; n: número de elementos do conjunto de dados.
Exemplo:
Os jogadores de uma equipa de basquete apresentam as seguintes idades: 28, 27, 19,
23 e 21 anos. Qual a média de idade desta equipe?
Moda
A Moda (Mo) representa o valor mais frequente de um conjunto de dados, sendo assim,
para defini-la basta observar a frequência com que os valores aparecem.
Exemplo:
Em uma sapataria durante um dia foram vendidos os seguintes números de sapato: 34,
39, 36, 35, 37, 40, 36, 38, 36, 38 e 41. Qual o valor da moda desta amostra?
Mo = 36
Mediana
50
Exemplos:
Como o conjunto é formado por 9 elementos, que é um número ímpar, então a mediana
será igual ao 5º elemento, ou seja:
Md = 1,65 m
b) Calcule o valor da mediana da seguinte amostra de dados: (32, 27, 15, 44, 15, 32).
R: Primeiro precisamos colocar os dados em ordem, assim temos: 15, 15, 27, 32, 32,
44.
Como essa amostra é formada por 6 elementos, que é um número par, a mediana será
igual a média dos elementos centrais, ou seja:
A utilização desses parâmetros torna a análise de uma amostra mais confiável, visto
que as variáveis de tendência central (média, mediana, moda) muitas vezes escondem
a homogeneidade ou não dos dados.
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Festa A: 1 ano, 2 anos, 2 anos, 12 anos, 12 anos e 13 anos;
Portanto, neste exemplo, a média não é uma medida eficiente, pois não indica o grau
de dispersão dos dados.
Amplitude
A = Xmaior - Xmenor
Por ser uma medida que não leva em consideração como os dados estão efetivamente
distribuídos, não é muito utilizada.
Exemplo:
Considerando que em um lote foram encontrados os seguintes valores 2,1 cm; 2,0 cm;
2,2 cm; 2,9 cm; 2,4 cm, esse lote foi aprovado ou rejeitado?
Solução
Para calcular a amplitude, basta identificar o menor e o maior valores, que neste caso,
são
A = 2,9 - 2 = 0,9 cm
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Nesta situação o lote foi rejeitado, pois a amplitude ultrapassou o valor limite.
Variância
A variância é determinada pela média dos quadrados das diferenças entre cada uma
das observações e a média aritmética da amostra. O cálculo é feito com base na
seguinte fórmula:
Sendo,
V: variância;
Considerando as idades das crianças das duas festas indicadas anteriormente, vamos
calcular a variância desses conjuntos de dados.
Festa A
Média:
Variância:
Festa B
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Média:
Variância:
Observe que apesar da média ser igual, o valor da variância é bem diferente, ou seja,
os dados do primeiro conjunto são bem mais heterogêneos.
Desvio Padrão
O desvio padrão é definido como a raiz quadrada da variância. Desta forma, a unidade
de medida do desvio padrão será a mesma da unidade de medida dos dados, o que
não acontece com a variância.
𝐷𝑃 = √𝑉
Quando todos os valores de uma amostra são iguais, o desvio padrão é igual a 0. Sendo
que, quanto mais próximo de 0, menor é a dispersão dos dados.
Exemplo:
Considerando ainda o exemplo anterior, vamos calcular o desvio padrão para as duas
situações:
Agora, sabemos que a variação das idades do primeiro grupo em relação a média é de
aproximadamente 5 anos, enquanto que a do segundo grupo é de apenas 1 ano.
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Coeficiente de Variação
Para encontrar o coeficiente de variação, devemos multiplicar o desvio padrão por 100
e dividir o resultado pela média. Essa medida é expressa em percentagem.
Como o desvio padrão representa o quanto os dados estão dispersos em relação a uma
média, ao comparar amostras com médias diferentes, a sua utilização pode gerar erros
de interpretação. Desta forma, ao confrontar dois conjuntos de dados, o mais
homogêneo será aquele que apresentar menor coeficiente de variação.
Exemplo:
Um professor aplicou uma prova para duas turmas e calculou a média e o desvio padrão
das notas obtidas. Os valores encontrados estão na tabela abaixo.
Desvio Padrão Média
Turma 1 2,6 6,2
Turma 2 3,0 8,5
Com base nesses valores, determine o coeficiente de variação de cada turma e indique
a turma mais homogênea.
Solução
Desta forma, a turma mais homogênea é a turma 2, apesar de apresentar maior desvio
padrão.
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7. CONVERSÃO DE UNIDADES
Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como
o comprimento da distância percorrida pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo
de 1/299.792.458 de um segundo.
Medidas de Capacidade
A unidade de medida de capacidade mais utilizada é o litro (l). São ainda usadas o
galão, o barril, o quarto, entre outras.
Os múltiplos e submúltiplos do litro são: quilolitro (kl), hectolitro (hl), decalitro (dal),
decilitro (dl), centilitro (cl), mililitro (ml).
Medidas de Massa
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama
(g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama (mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo
1 tonelada equivalente a 1000 kg.
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Medidas de Volume
1l = 1dm3
Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas
bases das grandezas que queremos converter, por exemplo:
Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os
prefixos deci, centi e mili correspondem respectivamente à décima, centésima e
milésima parte da unidade fundamental.
Exemplos:
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas
de capacidade. Lembrando que a medida pode ser escrita como 35,0 litros.
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A vírgula e o algarismo que está antes dela devem ficar na casa da unidade de medida
dada, que neste caso é o litro.
kl hl dal l dl cl ml
3 5, 0
Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.
Nas transformações de volume (m3), iremos proceder da mesma maneira dos exemplos
anteriores. Contudo, devemos colocar 3 algarismos em cada casa. Escrevemos a
medida como 4500,0 cm3
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
4 500 0
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7.2. MEDIDAS TERMOMÉTRICAS
Como referência, elas utilizam os pontos de fusão (gelo) e ebulição (vapor) da água.
Escala Fahrenheit
A Escala Fahrenheit foi criada em 1724 pelo físico e engenheiro Daniel Gabriel
Fahrenheit (1686-1736). Recebe esse nome em homenagem ao seu criador.
Escala Celsius
A Escala Celsius foi criada em 1742 pelo astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744).
Recebe esse nome em homenagem ao seu criador.
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Obs: As expressões "Graus Celsius" e "Graus Centígrados" são sinônimas. No entanto,
graus centígrados foi substituída pelo grau Celsius na Conferência Geral de Pesos e
Medidas (1948).
Escala Kelvin
A Escala Kelvin é chamada de "escala absoluta" pois tem como ponto de referência o
zero absoluto. Ela foi criada em 1864 pelo físico, matemático e engenheiro irlandês
William Thomson (1824-1907). Recebe esse nome uma vez que ele também ficou
conhecido como Lord Kelvin. O símbolo dessa escala termométrica é K.
Fórmulas
Donde,
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Fig. 20 - Pontos de referência para a medição da temberatura (Gouveia, Escalas
Termométricas, 2019).
Exemplo:
8 . 9 = Tf - 32
61
72 = Tf – 32
72 + 32 = Tf
Tf = 104 °F
Tk = Tc + 273 Tk = 40 + 273
Tk = 313 k
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8. REFERÊNCIAS
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Amostra. Obtido de Professor Guru:
http://professorguru.com.br/estatistica/introdução à estatística/o que
é estatística.html
• Pinheiro, C. (4 de Dezembro de 2019). Tipos de Variáveis Estatísticas. Obtido
de Professor Guru: professorguru.com.br/estatistica/introdução à
estatística/tipos de variáveis estatísticas.html
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