0% acharam este documento útil (0 voto)
28 visualizações42 páginas

Violência Contra A Mulher

Empoderamento Feminino - Direito da Mulher

Enviado por

TaiSoares
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
28 visualizações42 páginas

Violência Contra A Mulher

Empoderamento Feminino - Direito da Mulher

Enviado por

TaiSoares
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 42

COORDENAÇÃO DE TREINAMENTO

VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E
FAMILIAR
MAIO 2021

MULHERES E SEUS DIREITOS


Lei 11.340/2006 - Lei Mª da Penha

Resumo da Proposta
A LEI MARIA DA PENHA É CONSIDERADA PELA
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) UMA
DAS TRÊS MAIS AVANÇADAS DO MUNDO.

A violência doméstica e familiar contra a mulher passa a ser crime,


deixando de ser tratada como de menor potencial ofensivo. A lei
também estabelece a definição do que é a violência doméstica e
familiar, bem como caracteriza as suas formas: física, psicológica,
sexual, patrimonial e moral.
A Lei representa um
PROTEGER MULHERES EM importante instrumento
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA E SALVAR legal de proteção aos
VIDAS direitos humanos das
mulheres para uma vida
“a violência doméstica e familiar contra a livre de violência.
mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos”
FORÇA FEMININA

A Lei n. 11.340/2006 pune os agressores, fortalece a autonomia das


mulheres, educa a sociedade e cria meios de assistência e atendimento
humanizado, bem como inclui valores de direitos humanos nas políticas
públicas para o enfrentamento e combate à violência de gênero.
Trata-se de uma determinação do juiz ou juíza para
proteger a mulher em situação de violência
doméstica, familiar ou na relação de afeto, conforme
a necessidade da solicitante. As medidas protetivas
podem ser demandadas já no atendimento policial,
na delegacia, e ordenadas pelo juiz ou juíza em até 48
horas, devendo ser emitidas com urgência em casos
em que a mulher corre risco de morte.

Medidas Protetivas
de Urgência
LEI 13.827
Autoriza a aplicação de medida protetiva de urgência,
pela autoridade judicial ou policial, à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, ou a
seus dependentes, e para determinar o registro da
medida protetiva de urgência em banco de dados
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça.
O juiz ou juíza
poderá determinar:
A proibição ou restrição do uso de arma por parte do
agressor.
O afastamento do agressor da casa.
A proibição do agressor de se aproximar da mulher
agredida.
A restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
menores.
A obrigatoriedade da prestação de alimentos provisórios.
A restituição de bens indevidamente subtraídos pelo
agressor.
A proibição de venda ou aluguel de imóvel da família sem
autorização judicial.
O depósito de valores correspondentes aos danos
causados pelo agressor etc.
TIPOS DE
VIOLÊNCIA
Violência Física
ENTENDIDA COMO QUALQUER CONDUTA QUE
OFENDA A INTEGRIDADE OU SAÚDE CORPORAL DA
MULHER.

Exemplos:
Espancamento;
Atirar objetos, sacudir, apertar os braços.
Estrangulamento ou enforcamento;
Lesões com objetos cortantes ou perfurantes;
Provocar queimadura.
Violência Psicológica
É CONSIDERADA QUALQUER CONDUTA QUE: CAUSE DANO
EMOCIONAL E DIMINUIÇÃO DA AUTOESTIMA;
PREJUDIQUE E PERTURBE O PLENO DESENVOLVIMENTO
DA MULHER; OU VISE DEGRADAR OU CONTROLAR SUAS
AÇÕES, COMPORTAMENTOS, CRENÇAS E DECISÕES.

Exemplos:
Ameaças;
Constrangimentos;
Humilhação;
Manipulação;
Isolamento;
Vigilância Constante;
Insultos.
Violência Sexual
TRATA-SE DE QUALQUER CONDUTA QUE CONSTRANJA A
PRESENCIAR, A MANTER OU A PARTICIPAR DE RELAÇÃO
SEXUAL NÃO DESEJADA MEDIANTE INTIMIDAÇÃO,
AMEAÇA, COAÇÃO OU USO DA FORÇA.

Exemplos:
Estupro;
Obrigar a mulher a praticar atos sexuais que causam
desconforto ou repulsa;
Impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar aborto;
Forçar matrimônio, gravidez ou prostituição, por meio de coação,
chantagem, suborno ou manipulação;
Limitar ou anular o exercício de direitos sexuais ou reprodutivos
da mulher.
Violência Patrimonial
ENTENDIDA COMO QUALQUER CONDUTA QUE CONFIGURE
RETENÇÃO, SUBTRAÇÃO, DESTRUIÇÃO PARCIAL OU TOTAL
DE SEUS OBJETOS, INSTRUMENTOS DE TRABALHO,
DOCUMENTOS PESSOAIS, BENS, VALORES E DIREITOS OU
RECURSOS ECONÔMICOS, INCLUINDO OS DESTINADOS A
SATISFAZER SUAS NECESSIDADES.

Exemplos:
Controlar dinheiro;
Deixar de pagar pensão alimentícia;
Destruição de documentos pessoais;
Furto, extorsão;
Estelionato;
Causar danos propositais a objetos da mulher.
Violência Moral
É CONSIDERADA QUALQUER CONDUTA QUE CONFIGURE
CALÚNIA, DIFAMAÇÃO OU INJÚRIA.

Exemplos:
Acusar a mulher de traição;
Emitir juízos morais sobre a conduta;
Fazer críticas mentirosas;
Expor a vida íntima;
Rebaixar a mulher com xingamentos que incidem sobre sua
índole;
Desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.
Feminicídio
assassinato proposital de mulheres somente por serem
mulheres.
ncia
io lê
e V
ídio ?
inic t ic a
em és
F Do m
im?
ass
mo
Co

Esse tipo de violência pode ser cometido por qualquer


pessoa, inclusive por outra mulher, que tenha uma relação
familiar ou afetiva com a vítima. Com isso, os agressores
geralmente moram na mesma casa que a mulher em
situação de violência. Pode ser o marido, o companheiro,
pai, mãe, tia e filho, por exemplo.
É o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando,
menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino
tivessem menos direitos do que as do sexo masculino.

1 Morte violenta de uma mulher

2 Razões de Gênero
Legislações
Conquistas do movimento feminista

Antes dessas leis, não existia a previsão


de uma pena maior para o fato de o
crime ser cometido contra a mulher por
Lei de Feminicídio
razões de gênero.

Lei Maria da Penha


Expressão legal 1 2 3

Justiça Punição Agravante


Direito delas

§ 2º Se o homicídio é cometido:
(...)
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição
de sexo feminino:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Sujeito ativo
Pode ser qualquer pessoa (trata-se de crime
comum).
O sujeito ativo do feminicídio normalmente é
um homem, mas também pode ser mulher.

Sujeito passivo
Obrigatoriamente deve ser uma pessoa do
sexo feminino (criança, adulta, idosa, desde
que do
sexo feminino).
Direitos
Direito a
Direito a
Direito à construir
Direito à não ser
liberdade e relacionamen
vida e à submetida a
à segurança to conjugal
privacidade tortura e
pessoal e a planejar
maltrato
sua família

A luta das mulheres por direitos no Brasil...


Uma jornada!

Luta feminina!
§ 2o - A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
[...]
§ 7o - A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se
o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos
ou com deficiência;
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
Direitos
Súm. 542 STJ (violência doméstica)
"A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada".
Elas por elas!

O que isso quer dizer?

Quer dizer que a ação penal não se subordina a qualquer


requisito. Não depende, portanto, de prévia manifestação de
qualquer pessoa para ser iniciada. É mesmo irrelevante a
manifestação do ofendido.
Caracterização
Feminicídio e suas
caracteristicas
É praticado com vistas à destruição do corpo feminino, utilizando-se de
excessiva crueldade e chegando a causar a desfiguração do mesmo;
É perpetrado com meios sexuais, ainda que sem manifestar o intento
sexual;
É cometido no contexto de relações interpessoais e íntimas ou por
alguma razão pessoal por parte do agressor, podendo estar associado à
violência doméstica;
Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero
hierárquicas e desiguais;
É um crime de apropriação do corpo feminino pelo marido-proprietário
como sendo um território para uso e/ou comercialização em tudo o que
esse corpo pode oferecer, isto é, desde a prostituição até mesmo o
tráfico de órgãos;
Ocorre como o ápice de um processo de terror, que inclui abusos
verbais, sexuais, humilhações e uma extensa gama de privações a que a
mulher é submetida: mamilos arrancados, seios mutilados, genitália
retalhada.
de C om
gênersiguabater
e is um go perldade a
do s not
ul
áv
h er es randesiste cde
p esar as m g e
Avanços, stão lon a finald e desafiomo
a inda e à etap por o.
a hegar corrida
c na direitos.
Violência contra
a mulher
CULTURA DA VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO
Cultura
Patriarcal
Privilégio aos homens
A desigualdade de gênero estrutural, que
trata com desigualdade, objetifica e
subjuga as mulheres por seu gênero é a
principal causa da violência contra a
mulher. Esse tipo de cultura, não valoriza a
mulher como uma pessoa, sujeita de
direitos, mas sim como um objeto que
pode ser usado.
Abusos contra a mulher ocorrem de
muitas formas:

01
“Mulher
chefe?
Incompetente,
fato!”

02
“Mulher
promovida?
Com certeza
fez teste do

Mudar essa mentalidade e sofá!”

combater os estereótipos de
gênero é uma maneira de
03
“Mulher de

enfrentar e não tolerar mais esse malandro,


gosta de

tipo de agressão.
apanhar.”
04
“Mulher
jogando
futebol? O Brasil ocupa o triste 5º
Mulher
macho, com lugar, no ranking de países
certeza!”
que mais matam mulheres,
pelo simples fato de serem
05 “Mulher que
dá no primeiro
encontro não
mulheres. Ficamos atrás
presta”
apenas de ElSalvador,
Colômbia, Guatemala e
06 “Batom
vermelho é
coisa de
vagabunda.”
Rússia.
Conquistas em Destaques
2015: É aprovada a Lei do Feminicídio: No dia
9 de março, a Lei nº 13.104 finalmente
2006: É criada a Lei Maria da Penha: classifica o feminicídio como crime de
Definitivamente, essa é uma das homicídio. Vale lembrar que, o número de
conquistas mais importantes para as casos de mulheres mortas no Brasil só cresce
mulheres brasileiras. A Lei nº 11.340 e as mulheres negras ainda são as maiores
foi sancionada para combater a vítimas. Entretanto, é inegável que a Lei do
violência contra a mulher. Feminicídio representa uma grande
conquista das mulheres e para as mulheres
na busca por direitos.

2010: É eleita a primeira mulher


Presidente do Brasil: A eleição de Dilma
Rousseff, no dia 31 de outubro, e a
convocação de nove mulheres para os
ministérios do país marcou história na
política brasileira.
Maria da Penha
Trecho do livro "Sobrevivi... posso contar"
(1994)

“Conhecia também uma violência praticada de forma


quase invisível, que é o preconceito contra as mulheres,
desrespeito que abre caminho para atos mais severos e
graves contra nós. Apesar de nossas conquistas, mesmo
não tendo as melhores oportunidades, ainda costumam
dizer que somos inferiores, e isso continua a transparecer
em comentários públicos, piadas, letras de músicas, filmes
ou peças de publicidade. Dizem que somos más
motoristas, que gostamos de ser agredidas, que devemos
nos restringir à cozinha, à cama ou às sombras.”
Violência
Obstétrica
Violência
Estampada
“Na hora que você estava
1 fazendo, você não tava gritando
desse jeito, né?”

2 “Cala a boca. Quem manda no


procedimento sou eu.”

3 “Não grita. Vai assustar as


outras mães.”

4 “Cala a boca! Fica quieta, senão


vou te furar todinha.”
Violência
Violência obstétrica é a violência cometida contra a mulher
grávida e sua família em serviços de saúde
durante a assistência ao pré-natal, parto, pós-parto, cesárea e
abortamento. Pode ser verbal, física,
psicológica ou mesmo sexual e se expressa de diversas
maneiras explícitas ou veladas. Também é
violência obstétrica quando ocorre tratamento desumanizado,
abuso da medicalização e patologização
dos processos naturais, causando a perda da autonomia e
capacidade de decidir livremente sobre seu corpo e sexualidade.
Como outras formas de violência contra a mulher, a violência
obstétrica é
fortemente condicionada por preconceitos de gênero e raça.
Exemplos práticos
Violência Obstétrica

Negar atendimento ou impor Agendar cesárea sem recomendação


dificuldades ao atendimentos em baseada em evidências científicas,
postos de saúde onde são realizados o atendendo os interesses e
acompanhamento pré-natal. conveniência do médico.

Comentários constrangedores à
mulher, por sua cor, raça, etnia, idade,
Não colocar a cesárea como opção
escolaridade, religião ou crença,
quando houver recomendação médica
condição socioeconômica, estado civil
baseada em evidências científicas.
ou situação conjugal, orientação
sexual, número de filhos etc.
Obrigar a parturiente a ficar deitada e
Recusar admissão em hospital ou não permitir que ela se movimente
maternidade (peregrinação por leito). durante o trabalho de parto / restringir
a gestante ao leito, para que não se
movimente.
Exemplos práticos
Violência Obstétrica

Procedimentos sem esclarecimentos,


não dar informações claras sobre o
Impedir ou retardar o contato do bebê
estado de saúde da mulher, realizar
com a mãe logo após o parto.
procedimentos sem explicar ou ouvir
sua opinião.

Impedir o alojamento conjunto da mãe


e bebê, levando o recém-nascido para Toda ação verbal ou comportamental
berçários sem nenhuma necessidade que cause na mulher sentimentos de
médica, apenas por conveniência da inferioridade, vulnerabilidade,
instituição. abandono, instabilidade emocional,
medo, acuação, insegurança,
dissuasão, alienação, perda da
Impedir ou dificultar o aleitamento integridade, dignidade e respeito.
materno.
Exemplos práticos
Violência Obstétrica

Impedir a presença de uma/um


acompanhante, exigir que esta/e Episiotomia sem indicação (corte
acompanhante seja uma mulher ou entre a vagina e o ânus para facilitar a
restringir os horários de passagem do bebê).
acompanhamento – Lei nº 11.108, de 7 de
abril de 2005. É crime!

Condicionar a presença da/o Manobra de Kristeller (quando a


acompanhante à autorização da/o barriga é empurrada por
médica/o plantonista ou utilizar frases enfermeiras/os e/ou médicas/os).
como “essa Lei não vale aqui”.

Exames de toque dolorosos e


repetitivos, sob o pretexto, por
Jejum forçado.
exemplo, de “ensinar os estudantes a
realizar o toque”.
Exemplos práticos
Violência Obstétrica

Amarrar a mulher na cama. Utilizar meios farmacológicos sem


autorização.

Deixar a mulher sozinha, isolada ou Induzir o parto sem autorização da


trancada. gestante.

Não deixar que a mulher grite ou


Não oferecer opções para alívio da dor.
converse.
Exemplos práticos
Violência Obstétrica

Realizar procedimentos
Negativa ou demora no atendimento à predominantemente invasivos sem
mulher em situação de abortamento. explicação, consentimento e,
frequentemente, sem anestesia.

Ameaçar, culpar e/ou acusar a mulher Realizar procedimento (s) de


em situação de abortamento. esvaziamento uterino sem oferecer
analgesia. É crime! (Técnicas de
esvaziamento uterino: Abortamento
farmacológico (misoprostol e
Coagir com a finalidade de confissão e
ocitocina; Aspiração Manual
denúncia à polícia da mulher em
Intrauterina (Amiu); e Curetagem
situação de abortamento.
uterina.)
Não se cale!

Ligue
180

Você também pode gostar