SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA
JULIANA MARINHO DE PONTES
PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA
JOÃO PESSOA/PB
2024
JULIANA MARINHO DE PONTES
PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná
UNOPAR, como requisito parcial a conclusão do curso de
Pedagogia.
Docente Supervisor: Prof. Nathalia Barbosa Limeira
JOÃO PESSOA/PB
2024
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................04
1 TEMA . ......................................................................................................................05
2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................06
3 PARTICIPANTES.......................................................................................................07
4 OBJETIVOS ..............................................................................................................08
5 PROBLEMATIZAÇÃO...............................................................................................09
6 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 10
7 METODOLOGIA ......................................................................................................16
8 CRONOGRAMA.........................................................................................................19
9 RECURSOS ..............................................................................................................20
10 AVALIAÇÃO .............................................................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................22
REFERÊNCIAS...............................................................................................................23
4
INTRODUÇÃO
Os estudantes com necessidades educativas especiais têm sido foco de grandes
e importantes discussões em todo o país, particularmente no que se refere à questão
da inclusão desses sujeitos em ambientes da educação regular. Contudo, ainda há
muito que se fazer nessa área, pois, sendo a cidadania um direito de todos no Brasil,
esses estudantes ainda são, de certa forma, extremamente discriminados no que se
refere aos processos de inclusão.
Para que esse processo de inclusão seja uma realidade palpável e abrangente, é
fundamental que hajam adaptações no sentido de acolher as diferenças e proporcionar
a tão esperada inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais no
ambiente escolar e deste para o ambiente social e mercado de trabalho. Nesse sentido,
Freire (1992) considera que as práticas escolares devem reconhecer a ação do sujeito
em interação com os outros, com o meio ambiente, com a cultura e o contexto,
constituindo-se numa ação, permanentemente negociada e renegociada com o que
acontece nos momentos de ensino-aprendizagem.
Compartilhando a visão do autor, acredita-se que as práticas escolares inclusivas
devem ser dinâmicas e se adequarem às mais diversas situações e condições dos
processos de aprendizagem. Isso significa dizer que os instrumentos de aprendizagem
devem se renovar e atender às exigências de cada situação e suas especificidades.
Dessa forma, a adequação e adaptação dessas práticas corresponderão às
expectativas de uma educação inclusiva que venha colaborar com os alunos com
necessidades educacionais especiais, posicionando-os frente a uma educação de
vanguarda, inclusiva, que sirva aos interesses sociais, valorizando dessa forma a
democracia e o direito ao acesso à educação. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é
conhecer como se dá o processo de inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais no ensino regular.
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1 TEMA
Para que se possa compreender a temática abordada, “A inclusão de alunos com
deficiência na unidade escolar”, faz-se necessário apreender os conceitos relativos à
educação inclusiva e às disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional acerca da sua estrutura no tocante aos estudantes com necessidades
educativas especiais.
É importante que o aluno de inclusão se conheça e se aceite para que a partir
desse momento o educador possa conhecê-lo e formular um melhor currículo para esse
aluno, já que sabemos que as adaptações são feitas a partir das limitações de cada um.
Outro aspecto relevante é a abertura da Escola para as diversidades, as diferenças e
seus desafios. É necessário discutir as possibilidades e desafios da inclusão no
contexto escolar na compreensão de uma escola para todos, destacando a questão das
diferenças
Os dados mostram que a inclusão parece ampliar a autonomia, a
interdisciplinaridade e a multiplicidade na construção do conhecimento. Segundo as
colaboradoras as políticas de inclusão são inócuas e precisam ser efetivadas pelas
instituições e pela sociedade para que possam garantir os direitos dos alunos especiais.
O processo de inclusão escolar é essencial para o desenvolvimento intelectual
das crianças. Isso porque ele oferece espaço para aqueles que por muitos anos foram
marginalizados e excluídos do sistema educacional. Assim, esses estudantes têm a
oportunidade de obter uma educação de qualidade com um atendimento mais
humanizado.
Além disso, a inclusão ajuda muito na socialização das crianças, pois elas
convivem com a diversidade e aprendem que precisam respeitar as diferenças e
particularidades de cada um. Isso é muito importante para que se tornem cidadãos
coerentes e determinados a melhorar a realidade brasileira.
Diante desses aspectos, temos um longo caminho até que a inclusão na escola
seja implementada em sua totalidade. Por isso, o Governo, as instituições de ensino e
os responsáveis precisam trabalhar juntos em prol de um mesmo objetivo para que
esse processo tenha sucesso.
6
2. JUSTIFICATIVA
No âmbito pessoal e institucional, a pesquisa se justifica primeiramente por
promover a inserção da aluna no universo da pesquisa acadêmica onde se aprende
vários métodos de sistematização do conhecimento.
. A pesquisa buscará contribuir para a composição de conhecimentos e
perspectivas acerca de uma realidade de estudo específica que poderá servir como
fonte de pesquisa da comunidade acadêmica. No âmbito social, a pesquisa traz uma
série de benefícios para a compreensão da problemática da inclusão no universo da
educação e os esforços da instituição, objeto da pesquisa, no sentido de promoverem a
inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na escola regular
Atualmente a escola é considerada uma instituição que se destaca por ser
favorável à transformação social, realizada através da inclusão e de oportunidades
educativas, e por promover amplas discussões na busca de oferecer oportunidades de
mudanças, de modo a atender de fato às necessidades educativas especiais,
favorecendo aos próprios deficientes a sua inserção na sociedade, em todos os
aspectos, sejam eles econômicos, sociais ou educacionais, propiciando assim a
inclusão.
A criança com deficiência por muito tempo teve sua imagem associada à
incapacidade, à limitação e à doença, o que acabou ganhando força e se cristalizando,
embora a deficiência seja apenas caracterizada por seu aspecto biológico
A escola inclusiva às crianças com necessidades especiais diz respeito à
identificação das mesmas e a remoção de barreiras, o que implica na coleta contínua
de informações valiosas para atender o desempenho dos alunos para planejamento e
estabelecimento de metas neste sentido. Não obstante, a inclusão também pressupõe
um maior envolvimento entre a família e a escola e entre a escola e a comunidade,
onde todos buscam uma educação de qualidade para todas as crianças com
necessidades especiais. Importante destacar que uma educação inclusiva de qualidade
está fundamentada no direito de todos os alunos receberem uma educação de
qualidade que satisfaça suas necessidades básicas de aprendizagem e enriqueça suas
vidas.
7
3 PARTICIPANTES
O referido projeto será destinado a escola de ensino regular. ao realizar uma
abordagem da importância deste processo para as crianças, pois inúmeras delas
diariamente são excluídas pela sociedade em todos os aspectos e não somente na
área da educação e no social. Através das leis consolidadas as crianças adquiriram
esta inclusão, um marco na história de educação que precisou ao longo do tempo ser
consolidado e aperfeiçoado conforme as necessidades das crianças, de modo a
constituir-se um instrumento primordial para a criança com deficiência por possibilitar o
direito a igualdade.
Através desta abordagem, é possível analisar que o papel da escola é essencial
para a inclusão das crianças com necessidades especiais, desde o acesso a tal até a
função do professor mediante esse processo de inclusão. Atualmente a escola é
considerada uma instituição que se destaca por ser favorável à transformação social,
realizada através da inclusão e de oportunidades educativas, e por promover amplas
discussões na busca de oferecer oportunidades de mudanças, de modo a atender de
fato às necessidades educativas especiais, favorecendo aos próprios deficientes a sua
inserção na sociedade, em todos os aspectos, sejam eles econômicos, sociais ou
educacionais, propiciando assim a inclusão
8
4 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Compreender a atual importância da inclusão dos alunos especiais no Ensino
Regular como uma das formas de possibilitar aos mesmos o direito a igualdade, a
justiça e a uma educação com qualidade, demonstrando diretamente a importância do
papel da escola e do professor no processo de construção da inclusão e destacando o
contexto histórico do surgimento do aluno especial.
.
Objetivos Específicos
Verificar que tipos de adaptações são necessárias para que a escola da
educação regular garanta a inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais;
Analisar a legislação relacionada à inclusão e se esta vem sendo observada na
escola pesquisada;
Conhecer o processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais no ensino regular
5. PROBLEMATIZAÇÃO
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O problema de pesquisa do presente projeto, pode ser resumido a partir da
seguinte questão: “De que forma estão sendo promovidas as adaptações necessárias
ao processo de inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais na escola
regular?” Essas adaptações são essenciais para que haja a inclusão entre todos
aqueles que fazem parte do processo educativo, envolvendo, portanto, toda a
comunidade escolar, num esforço contínuo pela inclusão dos alunos e assim consolidar
cada vez mais os princípios fundamentais garantidos constitucionalmente.
A partir desses princípios constitucionais, pode-se considerar que a razão mais
importante para o ensino inclusivo é introjetar em toda a comunidade escolar o valor da
igualdade. Deve-se ensinar os alunos por meio do exemplo de que, apesar de todas as
diferenças, todos possuem direitos iguais perante a Lei. O ensino inclusivo constitui-se
em conceito essencial para a manifestação e consolidação dos princípios fundamentais
da igualdade, solidariedade, fraternidade, dentre uma série de outros.
A leitura dessa problemática possibilitou a ampliação e aprofundamento do
conhecimento sobre o objeto da nossa investigação. Além de contribuir para a
organização dos dados consultados e a referência estudada.
A educação inclusiva parte do princípio fundamental de que toda criança tem
direito à educação e oportunidade de atingir um nível adequado de aprendizagem.
Porém, nem sempre essa educação inclusiva é alcançada em sua plenitude. Isso
acontece porque os desafios da inclusão escolar no cotidiano da escola regular ainda
são muitos.
Ainda que exista uma legislação vigente que garanta aos alunos especiais
pleno desenvolvimento em uma escola regular, isso nem sempre acontece, ou
pode acontecer de maneira precária.
Isso porque há alguns desafios que precisam ser superados para que a
educação inclusiva seja de qualidade e realmente desenvolva os estudantes da
maneira mais plena possível, sejam esses alunos especiais ou não.
6. REFERENCIAL TEÓRICO
10
Pode-se considerar que a inclusão é um tema relativamente recente, pois, há
algumas décadas, as pessoas que atualmente necessitam métodos especiais de
aprendizagem, eram consideradas inválidas e inúteis tanto para a sociedade e
principalmente para o mercado de trabalho. De acordo com a Organização das Nações
Unidas o processo de formação das pessoas com necessidades educacionais especiais
deve ocorrer num ambiente de inclusão, ou seja, nas instituições de educação
regulares.
Para tanto, é necessário que essas instituições incluam em seus planejamentos,
em suas estruturas administrativas e em suas práticas pedagógicas sistemas que
garantam a inclusão a partir das adaptações na infraestrutura de acesso e no próprio
sistema de ensino (ONU, 1983). Sob a perspectiva da Organização das Nações Unidas,
acerca da educação para as pessoas com necessidades especiais, a organização
considera que:
Os Estados Membros devem adotar políticas que reconheçam os direitos das
pessoas portadoras de deficiência à igualdade de oportunidades na educação
com relação aos demais. A educação das pessoas portadoras de deficiência
deve-se dar, na medida do possível, dentro do sistema escolar geral. A
responsabilidade pela sua educação deve ser incumbência das autoridades da
educação e as leis referentes à educação obrigatória devem incluir as crianças
portadoras de todo tipo de deficiência, inclusive as mais gravemente
incapacitadas (ONU, 1983).
O que se pode observar é que as organizações internacionais de direitos
humanos, com o apoio de países signatários, vêm se preocupando cada vez mais com
a inclusão das pessoas com deficiências nos diversos ambientes da vida cotidiana,
como forma de garantir-lhes os direitos indispensáveis ao pleno exercício da cidadania.
Outro instrumento relevante na luta contra a discriminação dessas pessoas foi a
publicação do Decreto nº 3.956 de 8 de outubro de 2001, que promulgou a Convenção
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Pessoas Portadoras de Deficiência (BRASIL, 2001).
De acordo com Fonseca (2017), os pais têm um papel fundamental no processo
de estimulação das crianças com necessidades educacionais especiais. É esse auxílio
11
e com muita dedicação que essas crianças conseguirão superar os obstáculos e se
incluírem tanto na educação regular quanto no convívio social.
Ainda considerando a visão do autor, o mesmo considera que as nascer, a
criança com algum tipo de deficiência já se encontra numa situação de limitação, o que
se agrava quando essa criança se insere no ambiente escolar. Esse momento
representa inicialmente uma ruptura da criança com a sua família e depois a sua
inserção na vida escolar e social (FONSECA, 2017).
Esse processo de ruptura e inclusão dessa criança em ambientes diversos
daquele que ela está acostumada pode gerar traumas, insegurança, medo, enfim, a
criança enfrentará o desconhecido que, dependendo do ambiente, poderá ser hostil ou
receptivo, de acordo com o grau de aceitabilidade das diferenças. Retomando as
disposições do Decreto nº 3.956/2001, verifica-se que existe um forte apelo no sentido
de se promover a acessibilidade aos ambientes públicos e também privados das
pessoas com deficiências. Essas medidas fazem parte dos esforços de promover a
inclusão e minimizar a sensação de inutilidade das pessoas com deficiências para que
elas possam se inserir e se envolver socialmente, culturalmente e educacionalmente
(BRASIL, 2001).
Na prática educativa, a questão da inadaptação não está relacionada apenas às
pessoas com necessidades educacionais especiais, mas também aos demais alunos
que não conseguem desenvolver suas atividades cognitivas conforme os padrões
estabelecidos pelos currículos (GUIMARÃES, 2012). Nesse sentido, equipes
especializadas devem saber identificar e analisar caso a caso para que se possa definir
os métodos mais adequados aos alunos da educação especial.
Esse trabalho de identificação do tipo de deficiência é essencial para que os pais
possam ser orientados, para se estabelecer quais as técnicas pedagógicas a serem
adotadas no processo de ensino-aprendizagem, para que se possa evitar a negligência
tanto dos familiares quanto dos profissionais da educação que lidam com essas
crianças e por fim, estimular o desenvolvimento psicomotor das mesmas.
As deficiências possuem caráter temporário intermitente ou permanente.
Atualmente, convencionou-se que seria mais adequado substituir o termo deficiência
por Necessidades Especiais por ser menos pejorativo. De acordo com Stainback
12
(2015), o termo deficiência soa desagradável e tem origem na condição atípica de
determinadas pessoas, as quais sofrem preconceitos e enfrentam grandes dificuldades
para se inserirem na vida social e profissional. Dessa forma, geralmente são usurpadas
de seus direitos que são os mesmos garantidores do restante da sociedade.
As pessoas com necessidades especiais além de possuírem as limitações
comuns a todos os seres humanos apresentam ainda as limitações decorrentes dos
seus problemas cognitivos, o que as coloca numa posição de completa desvantagem
com relação às pessoas consideradas ‘normais’. Nesse sentido, o processo de inclusão
exige uma série de adaptações nas infra e superestruturas sociais e de acesso dessas
pessoas como forma de garantir o acolhimento e a integração, garantindo-lhes a
cidadania e todos os direitos constitucionais.
A história da educação especial que atualmente designamos de inclusiva,
passou pelas fases de exclusão e segregação institucional, em seguida pelas fases de
integração e inclusão propriamente dita. Uma definição muito bem sintetizada é
apresentada por Kirk e Gallagher (2077 apud ROSAL, 2013, p. 59-60), que diz:
[...] historicamente existem quatro estágios de desenvolvimento das atitudes em
relação às Crianças excepcionais. Primeiramente, na era pré-cristã, tendia-se a
negligenciar e maltratar os deficientes. Num segundo estágio, com a difusão do
cristianismo, passou a protegê-los e compadecer-se deles. Num terceiro
período, nos séc. XVIII e XIX, foram fundadas instituições para oferecer-lhes
uma educação à parte. Um último estágio situa-se no séc. XXI, quando se
observa um movimento que tende a aceitar as pessoas deficientes e a integrá-
las, tanto quanto possível.
As pessoas com necessidades especiais num primeiro momento eram
simplesmente excluídas dos ambientes social e familiar sendo segregadas em
instituições que as acolhiam, mas que não assistiam essas pessoas de forma
adequada. Na fase de segregação institucional, portanto, as crianças com deficiências
15 eram levadas a instituições que trabalhavam voluntariamente autorizadas pelo
governo entretanto sem o menor apoio deste. Eram instituições cristãs que proliferaram
e passaram a cuidar dessas pessoas com a assistência da igreja STAINBACK (,2015).
Na perspectiva desse autor, a fase de integração se deu nos séculos XVIII e
XIX, momento em que começaram a surgir as primeiras classes para educação
especial nas escolas regulares.
13
Entretanto, foi um momento em que foram tecidas muitas críticas devido à
inserção no ambiente da escola regular que não possuía infraestrutura adequada, nem
um currículo adequado às exigências da educação especial nem mesmo um quadro de
professores capacitados sem falar na falta de materiais didáticos apropriados
(STAINBACK, 2018).
Ainda hoje pode ser observada a falta de infraestrutura, de adequação
curricular e também a falta de profissionais capacitados, que não conseguem trabalhar
as diferenças no ambiente de sala de aula. Não se pode ‘jogar’ uma criança com
necessidades educacionais especiais numa sala de aula do ensino regular e esperar
que ela acompanhe o restante da turma que isso não ocorrerá em momento algum. É
preciso trabalhar métodos diferentes para pessoas diferentes, o que é uma tarefa
humanamente impossível. A fase atual da inclusão pode ser considerada como uma
fase de mudanças e adaptações das perspectivas educacionais e também dos métodos
e técnicas tradicionais de ensino.
Segundo Guimarães (2012), a inclusão escolar abraça as crianças com
necessidades educacionais especiais, porém, vai muito além dessa prática, pois para
ser considerada inclusiva, a escola deve qualificar seus professores para tratarem com
as diferenças, preparar seus alunos ‘normais’ para recepcionarem as crianças
especiais, o pessoal da administração deve saber lidas com situações diversas como a
discriminação, enfim, o sucesso da inclusão exige que toda a comunidade escolar se
esforce e trabalhe com a mente aberta e sem quaisquer preconceitos.
Na perspectiva da autora, uma escola para ser verdadeiramente inclusiva deve
oferecer toda uma gama de suporte para os alunos especiais, professores,
administração, que vai desde as adequações na estrutura, passando pelas adaptações
dos currículos, aceitabilidade, mobiliários, materiais didáticos adequados, enfim, uma
série de aspectos que possibilitem a inclusão dos alunos especiais, promovendo a
diversidade, que é fator indispensável para o crescimento dos alunos.
Na passagem da fase de integração escolar para a de inclusão, foi necessária a
construção de uma nova perspectiva e novos conceitos acerca do que é deficiência e
com isso surgiu uma nova forma de se caracterizar os alunos com necessidades
educacionais especiais.
14
O entendimento de que as deficiências consistiam somente nas limitações
físicas, sensoriais, mentais ou múltiplas foi aperfeiçoado e atualmente essa concepção
engloba também característica como altas habilidades, superdotação, dentre outras.
Das escolas segregadoras, especializadas em acolher somente as pessoas com
necessidades educacionais especiais, perderam um pouco de sua utilidade à medida
que as legislações impõem a inclusão de todos os alunos, inclusive os especiais, na
educação regular, processo esse que não é tão simples, pois exige uma série de
adaptações.
É necessário para isso um novo tipo de escola que acolha novos tipos de
alunos, num ambiente comum onde a diversidade seja aproveitada para o crescimento
e aperfeiçoamento daqueles envolvidos com a comunidade escolar. Ao se abrirem as
possibilidades para a inclusão de alunos com necessidades especiais na educação
regular, promove-se a diversidade e com isso o aperfeiçoamento mútuo de alunos com
e sem deficiência. Esse processo de crescimento está no fato das pessoas se
envolverem num sentimento de ajuda mútua cultivando valores que tornam as pessoas
melhores.
Entretanto, Stainback (2015) considera que a escola, os professores, os
funcionários, enfim, a comunidade escolar em geral não está preparada para receber os
alunos especiais, a despeito dos benefícios que essa convivência poderia trazer para
todos. Nesse sentido, Guimarães (2012) observa que algumas correntes acreditam 17
que apesar do paradigma da inclusão se encontrar presente em todos os tipos de
discursos e ações da educação brasileira, deve-se considerar se uma criança que
apresente uma deficiência de nível grave como a mental, por exemplo, irá conseguir
acompanhar o restante da classe.
É necessário questionar se ela terá o mesmo aproveitamento, se ela conseguirá
atingir os mesmos resultados ou se ela ficará aquém das expectativas e marginalizada.
Se considerarmos a ciência e os conhecimentos tradicionais, será impossível enquadrar
os alunos especiais numa perspectiva de diversidade, ou seja, para a lógica e padrões
cartesianos um aluno com necessidades especiais de aprendizagem não apresentaria
condições cognitivas para assimilar os conteúdos da mesma forma que os alunos
normais.
15
Dessa forma, percebe-se que avaliar os alunos com necessidades educacionais
especiais pelo prisma da educação tradicional não é o mais adequado ou sensato uma
vez que as desigualdades e a diversidade devem ser analisadas e avaliadas através
dos conceitos da teoria das inteligências múltiplas (GUIMARÃES, 2012). De acordo
com Stainback (2015), os sistemas avaliativos muito além de mensurarem os níveis de
aprendizagem dos alunos servem também para evidenciarem as falhas do próprio
processo de ensino-aprendizagem desde as didáticas até as abordagens educativas
adotadas pelos professores, inclusive indicando os pontos em que a escola deve se
estruturar melhor.
Considerando a perspectiva da autora, ela adverte que essas formas de
avaliações comparativas que se sustentam sobre tarefas previamente definidas e são
aplicadas no intuito de quantificar a aprendizagem, a partir de uma relação de
conteúdos curriculares lecionados, servem apenas para obstaculizar a consecução da
tão esperada inclusão escolar (STAINBACK, 2015).
Para que a inclusão de alunos com necessidade educativas especiais se torne
uma realidade que busca garantir o pleno desenvolvimento desses alunos, é necessário
superar os paradigmas e os preconceitos reunindo professores, alunos, gestores e pais
em torno do objetivo da inclusão a partir da superação dos obstáculos que esse
processo de inclusão representa.
16
7. METODOLOGIA
Está pesquisa se desenvolveu em um formato metodológico de abordagem
qualitativa, ao qual se deu por meio de observações diretas em uma escola Municipal
do sistema público de João Pessoa/PB, estado da Paraíba. Entende-se por uma
investigação qualitativa em educação as ideias de Bogdan e Biklen (2004, p.16), que
descrevem que esta pesquisa assume diversas formas e é conduzida em vários
contextos, na área de educação. Assim se expressam estes autores:
Os dados recolhidos são designados por qualitativos, o que significa ricos em
pormenores descritivos relativamente à pessoa, aos locais e às conversas, e de
complexo tratamento estatístico. [...] Ainda que os indivíduos que fazem
investigação qualitativa possam a vir a selecionar questões específicas à
medida que recolhem os dados, a abordagem à investigação não é feita com o
objetivo de responder a questões prévias ou de testar hipóteses. (BOGDAN E
BIKLEN, 2004, p.16)
De acordo com Chizzotti, (2008), a pesquisa qualitativa refere-se a um trabalho
empírico, por meio do desenvolvimento de uma pesquisa de campo que busca juntar e
organizar uma quantidade de informações, sendo que as mesmas serão
documentadas, para fundamentar o relatório do caso que será, por sua vez, objeto de
análise crítica pelos informantes ou qualquer interessado. Para o desenvolvimento
desta pesquisa, primeiramente foi desenvolvido um levantamento bibliográfico sobre
conceitos e concepções na área de inclusão, para que se tivesse um estudo mais
aprofundado sobre a temática. No segundo momento, iniciou-se a pesquisa de campo,
que teve por objetivo buscar informações sobre como estavam desenvolvendo as ações
para a escola ser considerada como inclusiva. Antes da coleta de todos os dados foi
pedido autorização para a secretária de educação e para os gestores para que o
projeto pudesse ser iniciado.
A partir da aplicação de questionários, observações diretas e análise
documental. Os questionários serão aplicados para a equipe diretiva, coordenadora
pedagógica, onze professores e para a secretária de educação. Utiliza-se-á da
observação direta para se observar se havia o atendimento necessário às demandas
dos alunos com necessidades educacionais especiais, para analisar a estrutura física
17
da escola em relação à acessibilidade, bem como para ver como era a aceitação dos
alunos em sala. Segundo Marconi e Lakatos (2009, p.192):
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e
utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não
consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos
que se deseja estudar. É um elemento básico de investigação científica,
utilizado na pesquisa de campo.
A análise documental será feita através do documento de rendimento escolar dos
dois últimos períodos letivos dos alunos com deficiência, isso se fez necessário porque
entendemos que a avaliação é um aspecto fundamental para o progresso do aluno.
Para Vasconcellos (2010), a avaliação deve ser um processo abrangente da
existência humana, que implica uma reflexão crítica, no sentido de captar seus
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisões
sobre as atividades didáticas seguintes. Os participantes serão identificados por letras,
por questões éticas, ou seja, os gestores serão identificados por G1 e G2; a
coordenadora pedagógica por C.P; a secretária de educação por S.E; e os professores
por P1, P2, P3 até P11. A observação direta dará, especificamente nas aulas
ministradas pelos professores.
O critério de escolha da escola se deu por esta apresentar um grande número de
matrículas de alunos com necessidades especiais matriculados na rede municipal, além
ser considerada uma escola inclusiva pela Secretaria de Ensino do Município. O critério
de seleção dos professores se deu por estes serem regentes de alunos com
necessidades especiais, o critério de escolha da coordenadora pedagógica e da
secretaria de educação se deu para saber como essas duas profissionais se
posicionam com relação ao paradigma da inclusão e serem as principais responsáveis
pelo processo de inclusão no município.
Os participantes da pesquisa levaram os questionários para responder em casa,
a pesquisadora estimou um prazo de uma semana para receber, porém o prazo não foi
cumprido por alguns professores, sendo necessário um esforço considerável da
pesquisadora para tê-los de volta. Vale salientar que teve dois professores que não
quiseram responder o questionário alegando que estavam sem tempo e muito
atarefados.
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Os dados foram organizados em categorias de análises e interpretados se
baseando nos teóricos da área de estudo segundo Bardin (2014). As principais
categorias de análise foram: concepção de inclusão escolar pelos participantes da
pesquisa; alunos com deficiências; papel dos gestores; formação dos professores;
prática docente para inclusão; relacionamento interpessoal e familiar; dificuldades
enfrentadas para se consolidar a inclusão na escola; rendimento escolar; e estrutura
física.
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8. CRONOGRAMA
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO
Visita a escola X
Elaboração do projeto X
Revisão de literatura X X
Entrevista com a comunidade escolar X
Conclusão e redação X
Correção X
Entrega do Projeto X
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9 RECURSOS
Para alcançarmos os objetivos da pesquisa, e conseguirmos as informações e
dados necessários, será indispensável à utilização de alguns procedimentos, que são a
consulta bibliográfica, pois precisamos obter embasamento teórico a fim de nos
aprofundarmos sobre o tema escolhido, e a aplicação de questionário, contendo
questões subjetivas. Para que desta maneira possamos obter a opinião, e averiguar o
nível de conhecimento sobre o assunto abordado, dos professores atuantes no campo
de trabalho relacionado à inclusão escolar..
O que se refere aos recursos físicos, serão utilizadas as dependências físicas e
estruturais da instituição de ensino, lócus do projeto.
Quanto aos recursos humanos, buscar-se-á a contribuição de profissionais da
instituição e do Núcleo Regional de Ensino, bem como de toda a comunidade escolar.
Os materiais utilizados para execução do projeto:
Papel ofício
Notebook
Impressora
Lápis tinta
Grampeador
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10 AVALIAÇÃO
A avaliação de um projeto de inclusão escolar no ensino regular deve considerar
alguns aspectos, como:
Avaliação individual
A avaliação deve ser baseada no processo individual de cada aluno, sem
comparação com os outros. O objetivo não é classificar ou selecionar, mas sim
conhecer o que o aluno tem a dizer e identificar suas dificuldades.
Adaptações curriculares
As adaptações curriculares podem ser indicadores de aprendizagem e devem ser
destacadas na avaliação.
Remoção de barreiras
A avaliação deve identificar barreiras que possam estar impedindo a aprendizagem
ou participação dos alunos.
Respeito às diferenças
A inclusão escolar deve promover o respeito às diferenças e a construção de uma
cultura de tolerância.
Capacitação dos professores
Os professores devem estar capacitados e acreditar na inclusão, tornando a sala
de aula um ambiente propício para todos os alunos.
A inclusão escolar é importante para promover a diversidade e ajudar os alunos
a se preparar para viver em uma sociedade plural.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação inclusiva é um tema aberto, que merece atenção e profunda reflexão
capaz de conduzir a ações efetivas de reconhecimento e de aceitação do diferente em
sua singularidade. As modificações são essenciais para que a inclusão realmente
aconteça, exige dedicação e esforço de todos, mudanças desde o planejamento,
formações de docentes, alocações de recursos até flexibilização curricular, para que o
ensino possa ser visto como de qualidade.
Nesse trabalho, observamos que a inclusão é um processo que vem caminhando
a passos lentos e que em uma escola do ensino regular, pública do município de João
Pessoa/PB, ainda falta muito o que fazer, para que ela realmente se caracterize como
uma escola inclusiva.
Analisando a política de inclusão, avaliou-se que na concepção geral dos
entrevistados, o tema inclusão escolar ainda é muito superficial, os mesmos não sabem
ao certo do que se trata, se sentindo despreparados com muitas dúvidas de como se
lidar com os alunos com necessidades especiais, constatando-se assim que seria
necessário que houvesse inicialmente uma capacitação profissional desses
profissionais, para que assim pudessem se tornar agentes qualificadores do ensino
inclusivo.
Constatou-se que não há adaptação adequada com relação à acessibilidade,
com relação ao planejamento de aula e nem mesmo na forma de avaliação. Os
professores avaliam os alunos com deficiências da mesma forma exigente e burocrática
dos outros alunos, não fazendo uma avaliação adaptada as peculiaridades dos
mesmos. E para se alcançar a igualdade aceitando a diversidade é necessário
profundas mudanças nesse âmbito social.
Finalizando, ressaltamos que a inclusão escolar está apenas começando, o
caminho é longo. Porém, é possível construir uma escola inclusiva, mas é necessário
que todos os envolvidos nesse processo estejam sólidos com um projeto político-
pedagógico que atenda a diversidade, na garantia de que todos com ou sem deficiência
possam tornar-se seres ativos e participativos numa sociedade sem discriminação. nas
escolas públicas.
23
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na
educação básica. Brasília: MEC, 2001.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdos. Lisboa: Edições 70, 1979. (2014).
BOGDAN, R.C; BIKLEN. S. Investigação Qualitativa em Educação. Portugal: Porto
editora (2004
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez
(2008
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