Gabarito e Comentários Bernoulli 7 - Prova I 14.09.2024
Gabarito e Comentários Bernoulli 7 - Prova I 14.09.2024
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
01 - 16 - 31 -
02 - 17 - 32 -
03 - 18 - 33 -
04 - 19 - 34 -
05 - 20 - 35 -
06 - 21 - 36 -
07 - 22 - 37 -
08 - 23 - 38 -
09 - 24 - 39 -
10 - 25 - 40 -
11 - 26 - 41 -
12 - 27 - 42 -
13 - 28 - 43 -
14 - 29 - 44 -
15 - 30 - 45 -
CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS
46 - 61 - 76 -
47 - 62 - 77 -
48 - 63 - 78 -
49 - 64 - 79 -
50 - 65 - 80 -
51 - 66 - 81 -
52 - 67 - 82 -
53 - 68 - 83 -
54 - 69 - 84 -
55 - 70 - 85 -
56 - 71 - 86 -
57 - 72 - 87 -
58 - 73 - 88 -
59 - 74 - 89 -
60 - 75 - 90 -
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÃO 02 B5CD
Questões de 01 a 45 Counting
Harry Franck, from the United States
Questões de 01 a 05 (opção inglês) of America – Census Enumerator
I came to Panama planning to dig
QUESTÃO 01 OMOB
the Eighth Wonder of the World,
THREE centuries of cries and groans beat thru my brain,
but I was told that white men
Three centuries of toil and sweat for others’ gain.
should never be seen working
Of burdens carried thru upland, desert, plain –
with shovels, so I took a police job,
Cruel burdens, cutting flesh and making muscle strain.
and now I’ve been transferred
Tomorrow, yesterday, today we toil and toil in vain,
to the census.
Three centuries of cries and groans; – monotonous refrain.
LITTLE, G. The Black Man’s Burden. In: Opportunity. […]
Nashville: National Urban League, 1928.
The rules of this census confound me.
Esse poema de George Little foi publicado na revista
I’m expected to count white Jamaicans
Opportunity, uma importante edição de estudos raciais, em
1928, no Estados Unidos. À luz disso, o autor denuncia, as dark and every shade of Spaniard
através dos versos, o(a) as semi-white, so that Americans
A. monotonia do trabalho pesado compulsório. can pretend
B. condição solitária imposta pela discriminação. there’s only one color
C. fardo histórico da escravização de um povo. in each country.
D. descaso com a implantação dos direitos civis. […]
E. preconceito arraigado da sociedade passada. Counting feels just as impossible
Alternativa C as turning solid mountains
Resolução: O poema de George Little repete os dizeres into a ditch.
“three centuries” (três séculos), ao passo que descreve ENGLE, M. Counting (Harry Franck from the United States of America
Census Enumerator). In: Silver People: Voices from the Panama
a realidade das pessoas escravizadas. Ele cita os gritos, Canal. Boston: Houghton Mifflin Harcourt, 2014. [Fragmento]
o trabalho árduo, o suor, os fardos, as atrocidades e os
A autora cubano-americana Margarita Engle relata, em seu
castigos sofridos por elas, como forma de denunciar o
poema, a experiência de um recenseador estadunidense no
fardo histórico da escravização de um povo, como aponta a
Panamá. Nesse sentido, o eu lírico evidencia a
alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois, apesar de
haver uma denúncia ao trabalho pesado compulsório, não A. impossibilidade de realizar as contagens.
há, nos versos, a indicação de monotonia nisso, mas, sim, B. dificuldade em aprovar papéis de imigração.
de peso. Os dizeres “monotonous refrain”, no último verso, C. exposição do sexismo presente na pesquisa.
referencia o cansaço em repetir que essas atrocidades D. apreciação pela declaração autoidentitária.
perduraram por três séculos, e não que o trabalho era E. política intricada na realização dos censos.
monótono. A alternativa B está incorreta, pois a condição
Alternativa E
das pessoas escravizadas não era solitária, mas, sim, uma
experiência de todo um grupo marginalizado. O indício disso Resolução: O recenseador estadunidense Harry Franck
no texto é a pluralização dos termos “cries” (gritos), “groans” é o eu lírico do poema. Ele relata que as regras do censo
(gemidos), “we toil” (nós trabalhamos duro). A alternativa D o confundem e, também, que lhe é esperado que ele
está incorreta, pois o trabalho pesado era condição inerente conte jamaicanos brancos como negros e todas as etnias
aos escravizados, portanto, a sanção de leis dos direitos latinas como pardas para que, assim, os estadunidenses
civis não é a pauta em evidência no poema. Como explicado possam acreditar que há apenas uma cor em cada
anteriormente, o fardo que os descendentes do período país. Ele completa dizendo que a contagem parece tão
da escravidão carregam é a principal denúncia do autor. impossível quanto transformar montanhas sólidas em
A alternativa E está incorreta, pois, apesar de o preconceito uma vala; esses últimos versos são uma metáfora para
ser uma realidade para as pessoas negras, tanto no o apagamento étnico-cultural em decorrência das regras
passado quanto atualmente, o poema denuncia a condição dos censos. Dessa forma, através de sua fala, é possível
das pessoas escravizadas, as atrocidades e a barbaridade dizer que o eu lírico evidencia a política intricada, confusa,
da época, que ressoam por séculos. na realização dos censos, como aponta a alternativa E.
QUESTÃO 04 2GCP
a conscientização acerca do desperdício de alimentos é Nesse cartum, o termo “affordable” é utilizado com o objetivo
construída a partir do(a) de expor o(a)
A. citação dos números dos principais agentes A. causa da corrupção em instituições da esfera
responsáveis. legislativa.
B. enlace do tema à repulsa pelo acúmulo de lixo nos B. mercantilização da justiça em tempos de crise
aterros. econômica.
C. chamada direta do leitor para implementação de C. centralização de poder impulsionada pela fraca
novas medidas. economia.
D. incentivo ao acesso às informações sobre os impactos D. descaso dos governantes na implementação de
causados. novas leis.
E. menção ao efeito estufa como forma de expor os E. reivindicação social decorrente das altas taxas
principais culpados. inflacionárias.
QUESTÃO 05 EDH5
Implementar políticas de proteção ao meio ambiente tem sido a preocupação de várias cidades pelo mundo, como Nova
Iorque, por exemplo. Com base no texto anterior, entende-se que a medida tomada pelo prefeito nova-iorquino teve como
objetivo proibir a
A. reciclagem de materiais fabricados a partir de polímeros.
B. fabricação de sacolas plásticas por um período de seis meses.
C. comercialização de embalagens sem selo de certificação ambiental.
D. utilização de recipientes e embalagens de isopor no comércio local.
E. aplicação de processos de produção nocivos ao meio ambiente.
Alternativa D
Resolução: A palavra “foam”, ou “styrofoam”, é o termo inglês equivalente a “isopor” em português. Conforme se lê no
texto, produtos à base de espuma de poliestireno – isto é, de isopor – foram proibidos na cidade de Nova Iorque, como
aponta a alternativa D. As alternativas A e B estão incorretas porque o texto não menciona a reciclagem de produtos à
base de polímeros, nem a fabricação de sacolas plásticas. A alternativa C está incorreta porque o artigo fala da proibição
de embalagens, entre outros produtos, à base de poliestireno, sem fazer qualquer menção a um “selo de certificação
ambiental”. Por fim, a alternativa E está incorreta porque, embora a espuma de poliestireno tenha sido proibida em Nova
Iorque devido aos danos que causa ao meio ambiente, o texto não permite afirmar que todos os processos de produção
ecologicamente nocivos tenham sido banidos dessa cidade.
A resenha do novo disco do cantor Residente propõe uma análise sobre a qualidade de sua produção baseada no(a)
A. debate proporcionado pela tentativa de definir o que vem a ser “arte”.
B. ressignificação de acontecimentos marcantes da trajetória do cantor.
C. mudança adotada no caráter composicional, com enfoque na melodia.
D. função social desempenhada pela música, segundo a visão da articulista.
E. ineditismo da abordagem de temas relativos à subjetividade do artista.
Alternativa D
Resolução: No início do segundo parágrafo, o articulista pontua que o artista faz a audiência se lembrar de que o verdadeiro
valor da música está em sua capacidade de mover o público e fomentar, nele, questionamentos. Essa perspectiva se
relaciona à função social desempenhada pela música como gênero comunicativo, por isso, a alternativa D está correta.
A alternativa A está incorreta, pois nem o articulista nem o cantor Residente tenta definir o que vem a ser “arte”. As linhas
finais do texto se dedicam a abordar o termo “arte” como algo que pode assumir diferentes formas, para muito além de
uma definição. A alternativa B está incorreta, pois a composição de Residente em Las letras ya no importan está focada
em seu interior: aborda o sentimento de perda e critica a crise criativa que espreita a indústria. O destaque dado pelo
articulista não é, portanto, à ressignificação de eventos da vida do artista, apesar de listar as especificidades do novo
álbum. A alternativa C está incorreta, pois, embora o nome do álbum signifique “as letras já não importam”, a análise de
sua qualidade não está baseada num aperfeiçoamento melódico. A alternativa E está incorreta, pois, mesmo que o álbum
seja diferente, se comparado aos anteriores, por trazer elementos da subjetividade do músico, o comentário tecido sobre
a grandeza musical está pautado em sua função social.
QUESTÃO 04 DRN2
Alternativa B
Resolução: A campanha publicitária mexicana incorpora elementos visuais e verbais para abordar o tema de tráfico de
pessoas. Em espanhol, a palavra “trata” pode significar o verbo “tratar” e, dentro de determinado contexto, como o do cartaz,
pode remeter ao tráfico de pessoas. Uma vez que o jogo de palavras “se trata de trata” é traduzido, literalmente, como “se
trata de tráfico”, quando colocado numa hashtag o conteúdo resume o tema de toda campanha. Por isso, a alternativa B é
a correta. A alternativa A está incorreta, pois o que incentiva a denúncia do crime são os números de contato telefônico, não
a hashtag. A alternativa C está incorreta, pois o conceito de tráfico de pessoas está delimitado no texto abaixo da pergunta
“O que é?”. A alternativa D está incorreta, pois todo o cartaz é responsável por requerer a ação do coletivo contra o crime,
ou seja, a união de todos os elementos que formam o cartaz possui essa finalidade; no entanto, isoladamente, a hashtag
não desempenha esse papel. A alternativa E está incorreta, pois o elemento do cartaz que atenta para o cuidado com a
vítima é o nome do comitê: Comité Interinstitucional de Atención a Víctimas de Trata de Personas en Oaxaca.
QUESTÃO 05 6CZQ
O poema de Elvira Hernández retrata, de forma literária, sua percepção sobre a ditadura militar do país, quando foi detida
erroneamente. A poeta estabelece na poesia uma relação entre o símbolo nacional e o(a)
Alternativa D
Resolução: Ao declarar que a bandeira do país é utilizada como mordaça, ou seja, item projetado para impedir a fala,
a autora critica a transformação do símbolo nacional numa representante da política opressora da Ditadura Militar. Por isso,
a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta, pois a bandeira serve como instrumento silenciador, compactuando
com a opressão imposta pela ditadura. Dessa forma, ela não resiste às convicções políticas, mas é utilizada por elas.
A alternativa B está incorreta, pois a finalidade conferida à bandeira, no poema, não é enaltecer ou demonstrar amor à
pátria, mas ser usada como mordaça. A alternativa C está incorreta, pois a crítica realizada pela autora se volta a um uso
metafórico da bandeira como mordaça. A alternativa E está incorreta, pois o tópico abordado na poesia é a bandeira do
Chile; o silenciamento do povo se dá pelo caráter opressivo do símbolo, não por resistência.
QUESTÃO 10 B1HJ
Em “Primeiro Manifesto dadá”, a relação que o movimento artístico estabelece com as palavras se dá pela proposta de
A. subverter a linguagem comumente aceita.
B. construir o texto sorteando frases ao acaso.
C. romper as estruturas de versificação na poesia.
D. defender a inclusão da oralidade no texto escrito.
E. limitar o uso da linguagem verbal na comunicação.
Alternativa A
Resolução: A alternativa A está correta, pois o “Primeiro Manifesto dadá” estabelece uma relação com as palavras, que
se dá na subversão da linguagem comumente aceita, uma vez que a estética do movimento reconhece o poder que as
linguagens desempenham na sociedade e busca romper com as formas hegemônicas de produzir a experiência artística.
A alternativa B está incorreta, pois, ainda que seja prática (tanto dos artistas dadaístas como de outros artistas das vanguardas
europeias) a criação de textos pelo sorteio de palavras ao acaso, o manifesto dadá apresenta um texto criado pelas formas
tradicionais de escrita. A alternativa C está incorreta, pois, ainda que o manifesto busque romper com as formas engendradas
da arte, a versificação na poesia não é uma questão citada; ao contrário, a poesia é mencionada como forma de transgredir
as normas da linguagem comumente aceita. A alternativa D está incorreta, pois, ainda que o texto apresente, pela via da
oralidade, a transformação de uma palavra, não existe, no manifesto, uma relação criada a partir do privilégio da oralidade
sobre o texto. A alternativa E está incorreta, pois o texto chama a atenção para a importância de debater a palavra, mas
não defende que esta deva ser limitada em situações comunicativas.
Nessa campanha, foi utilizada a linguagem figurada para reforçar a construção da mensagem comunicativa. Sua ocorrência
é identificada na
A. nomeação do hábito contra o qual a campanha se opõe.
B. utilização da hashtag para engajamento virtual dos usuários.
C. indicação da data e do local em que a campanha acontecerá.
D. associação de uma rede social como canal informativo ao público-alvo.
E. orientação de se adotar uma conduta consciente quanto ao tabagismo.
Alternativa E
Resolução: Analisando a campanha, encontra-se o emprego de uma figura de linguagem em “Acenda sua consciência”, uma
metáfora para relacionar o ato de fumar à necessidade de se conscientizar sobre os males desse hábito. Assim, está correta
a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque apresentar o nome daquilo que se busca combater não se caracteriza
como uma figura de linguagem. A alternativa B está incorreta, pois a hashtag é uma forma de levar a um engajamento da
sociedade, não caracterizando uma figura de linguagem. A alternativa C está incorreta, pois a menção à data e ao local
do evento ocorre de forma literal. A alternativa D está incorreta, pois a menção a uma rede social, o WhatsApp, busca
apresentar um meio de comunicação, o que é feito de forma objetiva, sem construções figurativas.
QUESTÃO 12 35OE
Houve espanto e houve esperanças. Como fazer ouro com ossos? Seria possível? Mas aquele homem rico, respeitado,
como desceria ao papel de ladrão de mortos se a cousa não fosse verdade!
Se fosse possível fazer, se daqueles míseros despojos fúnebres se pudesse fazer alguns contos de réis, como não
seria bom para todos eles! [...]
A custo, o subdelegado pôde impedir que varejassem a botica e conseguir que ficassem na praça, à espera do homem
que tinha o segredo de todo um Potosí.
Ele não tardou a aparecer. Trepado a uma cadeira, tendo na mão uma pequena barra de ouro que reluzia ao forte sol
da manhã, Bastos pediu graça, prometendo que ensinaria o segredo, se lhe poupassem a vida. “Queremos já sabê-lo,”
gritaram. Ele então explicou que era preciso redigir a receita, indicar a marcha do processo, os reativos – trabalho longo
que só poderia ser entregue impresso no dia seguinte. Houve um murmúrio, alguns chegaram a gritar, mas o subdelegado
falou e responsabilizou-se pelo resultado. [...]
A desinteligência não tardou a surgir; os mortos eram poucos e não bastavam para satisfazer a fome dos vivos. Houve
facadas, tiros, cachações. Pelino esfaqueou o turco por causa de um fêmur e mesmo entre as famílias questões surgiram.
BARRETO, L. Contos completos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. [Fragmento]
“A nova Califórnia”, de Lima Barreto, conta a reação de uma cidade após descobrir a possibilidade de criar ouro a partir de
ossos humanos. O comportamento dos personagens simboliza a concepção de que
A. o ser humano tende à violência por natureza.
B. as descobertas científicas devem respeitar a ética.
C. a exposição à pobreza impõe a ruptura do pacto social.
D. o desejo pelo acúmulo de bens supera o senso de humanidade.
E. as sociedades são essencialmente sujeitas à autodestruição.
QUESTÃO 13 QNBG
Estou no Hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. Estive no pavilhão de
observações, que é a pior etapa de quem, como eu, entra para aqui pelas mãos da polícia.
Tiram-nos a roupa que trazemos e dão-nos uma outra, só capaz de cobrir a nudez, e nem chinelos ou tamancos nos dão.
Da outra vez que lá estive me deram essa peça do vestuário que me é hoje indispensável. [...] Deram-me uma caneca de
mate e, logo em seguida, ainda dia claro, atiraram-me sobre um colchão de capim com uma manta pobre, muito conhecida
de toda a nossa pobreza e miséria.
Não me incomodo muito com o hospício, mas o que me aborrece é essa intromissão da polícia na minha vida. De mim
para mim, tenho certeza que não sou louco, mas devido ao álcool, misturado com toda a espécie de apreensões que as
dificuldades de minha vida material há 6 anos me assoberbam, de quando em quando dou sinais de loucura: deliro.
BARRETO, L. O cemitério dos vivos. Disponível em:
<https://objdigital.bn.br>. Acesso em: 4 maio 2024.
[Fragmento]
Lima Barreto escreve, em O cemitério dos vivos, sua experiência com as diversas internações que teve no hospício. Nesse
sentido, observa-se que o que desencadeia seu adoecimento é o(a)
A. descuido nas instalações hospitalares.
B. realidade socioeconômica desfavorável.
C. precariedade das instalações hospitalares.
D. negação da existência de uma enfermidade.
E. humilhação a que são submetidos os doentes.
Alternativa B
Resolução: Lima Barreto menciona que as apreensões e dificuldades materiais que enfrenta há seis anos, junto com o
consumo de álcool, são fatores que o levam a ter episódios de delírio. As dificuldades materiais se apresentam, portanto, como
fator basilar para seu adoecimento. Logo, por serem apreensões de ordem material, observa-se um adoecimento proveniente
de uma realidade socioeconômica desfavorável, conforme aponta corretamente a alternativa B. As alternativas A e C
estão incorretas porque, ainda que o descuido e a precariedade nas instalações hospitalares sejam pontos abordados no
trecho, funcionando como descrição da insalubridade e negligência a qual foi exposto, não são mostrados como motivos
que desencadeiam seu adoecimento, visto que é o cenário em que se encontra para suposto tratamento de sua doença.
A alternativa D está incorreta, pois Lima Barreto nega ser louco, mas não nega possuir uma enfermidade, visto que diz dar
sinais de loucura através de delírios. Por fim, a alternativa E está incorreta porque, apesar de narrar e descrever alguns
eventos vexatórios, eles não são apontados como motivos para o adoecimento do narrador.
QUESTÃO 16 KTK2
TEXTO I
TEXTO II
Nos textos anteriores, de uma agência publicitária, simula-se a atuação de alguém cuja função é fazer uma leitura crítica
das peças antes de sua publicação. Os cortes propostos e as sugestões de reescrita, em ambos os textos, sugerem a
A. correção de impressão negativa atribuída às marcas por peças anteriores.
B. necessidade de revisão ortográfica anterior à veiculação de publicidades.
C. inadequação do uso de modalizadores em textos com viés comercial.
D. evidência no prestígio das marcas atrelado à qualidade dos produtos.
E. diferença de qualidade entre os produtos e a agência divulgadora.
Alternativa D
Resolução: Nas duas publicidades em análise, observa-se que os cortes e sugestões buscam impor maior prestígio
às marcas com o objetivo de evidenciar a qualidade dos produtos ofertados. No primeiro caso, simula-se um corte na
expressão “pode ser”, com a justificativa de que ela omite o destaque da marca. No segundo caso, sugere-se a alteração
de “Família” para “indústrias”, de modo a ampliar o significado do termo, mostrando o tamanho e a importância da marca.
É correta, assim, a alternativa D. A alternativa A improcede, pois as impressões atribuídas às marcas antes dos cortes não
são necessariamente negativas, apenas menos valorizadoras. A alternativa B é incorreta, pois, embora seja necessária a
revisão ortográfica antes da publicação das peças, não é esse o caráter sugerido pelos cortes nas publicidades, mesmo
porque eles não são de ordem ortográfica, mas, sim, semântica. A alternativa C é incorreta, visto que não é inadequado
o uso de modalizadores em textos comerciais; no caso em análise, sugerem-se cortes nas propagandas com objetivo de
valorizar as marcas, inclusive empregando modalizadores que as realçam. A alternativa E é incorreta, pois a agência faz
uma aproximação entre sua qualidade e a dos produtos anunciados, ao afirmar “Se Pepsi / Bauducco fosse um cliente
comum, a Almap seria uma agência comum”. Com isso, busca-se mostrar que, para uma empresa de grande prestígio,
é necessário contratar uma agência de igual notoriedade.
O Binômio de Newton, mencionado no poema, é usado para facilitar a representação de polinômios e possui infinitas
aplicações. Nesse sentido, a comparação proposta por Álvaro de Campos corresponde à característica futurista de
A. considerar a importância da Matemática para a arte.
B. elencar as figuras clássicas como fonte de inspiração.
C. contemplar as ciências exatas com deslumbramento.
D. explorar fórmulas métricas na construção do poema.
E. observar similaridades entre distintas áreas do saber.
Alternativa C
Resolução: No poema de Álvaro de Campos, o eu lírico propõe uma comparação entre a beleza matemática do Binômio
de Newton e a beleza clássica da estátua de Vênus de Milo. Essa comparação, ao colocar a Matemática e a arte clássica
em pé de igualdade em termos de beleza, reflete a admiração e o fascínio futurista pela ciência e pela tecnologia, conforme
apontado corretamente na alternativa C. A alternativa A está incorreta porque, embora o poema sugira uma apreciação pela
Matemática, ele não aborda a importância da Matemática para a Arte, visto que a comparação trata sobre a beleza intrínseca
de ambas as áreas. A alternativa B está incorreta, pois o poema não coloca a Vênus de Milo como fonte de inspiração,
mas como fonte de pareamento de beleza, ou seja, coloca em igualdade a beleza da obra clássica e a da Matemática.
A alternativa D está incorreta porque o poema não explora fórmulas métricas na construção de sua estrutura; a referência ao
Binômio de Newton é temática, não estrutural. Por fim, a alternativa E está incorreta porque a similaridade observada entre
as áreas se baseia no nível de beleza de ambas, porém, esse fator não corresponde a uma característica necessariamente
futurista, uma vez que é percebida também em outros movimentos artísticos.
QUESTÃO 18 K7FI
Alguns críticos tentaram me classificar como surrealista; mas eu não me considero surrealista. [...] Eu realmente
não sei se meus quadros são surrealistas ou não, mas sei que são a expressão mais sincera de mim mesma. [...]
Eu detesto o surrealismo. Pra mim, parece uma manifestação decadente de arte burguesa. Um desvio da verdadeira arte que
as pessoas esperam de um artista. Eu quero ser digna, com a minha pintura, do povo a que pertenço e das ideias que me
fortalecem. Eu quero que minha obra seja uma contribuição para a luta das pessoas em seu esforço pela paz e a liberdade.
KAHLO, 1952 apud HERRERA, H. Frida: a biografia. São Paulo: Globo, 2011, p. 115.
Ao dizer que não se considera uma artista surrealista, Frida Kahlo vincula sua produção artística à
A. preferência a uma expressão de cunho realista.
B. associação entre concepções políticas e estéticas.
C. manifestação das experiências coletivas mexicanas.
D. expressão do inconsciente que atravessa a linguagem.
E. especificidade das vanguardas na arte latino-americana.
Alternativa B
Resolução: O fragmento da biografia de Frida Kahlo seleciona palavras da própria artista sobre sua concepção do
movimento surrealista. Os trechos “O surrealismo [...] parece uma manifestação decadente da arte burguesa” e “quero
que a minha obra seja uma contribuição para a luta das pessoas em seu esforço pela paz e a liberdade” explicitam a
conexão estabelecida entre o estético e o político, valorizada pela artista. Por isso, a alternativa correta é a B. A alternativa A
está incorreta, pois, embora simultaneamente afirme não saber se a classificação surrealista sirva para classificar sua arte
e declare detestar o surrealismo, a pintora não se identifica como integrante ao movimento realista. A alternativa C está
incorreta, pois Kahlo afirma que sua obra é a expressão mais sincera de si mesma e que almeja ser digna do povo a
que pertence, sem necessariamente vincular sua produção a uma reprodução das experiências coletivas mexicanas.
A alternativa D está incorreta, pois a expressão do inconsciente é um traço característico do movimento surrealista, o qual
a pintora nega. A alternativa E está incorreta, pois, mesmo que considere fortemente a influência de seu povo e cultura na
construção de si, a fala da artista não leva em consideração as especificidades culturais latino-americanas que incidem
das vanguardas europeias.
em redes complexas de elementos que se cruzam e Um homem que se escora com um braço numa parede,
entrecruzam, em ciclos constantes. Nesses discursos que é a própria margem do desenho, está perpassado por
só existe o preto e o branco, o masculino e o feminino,
um facão – ou uma espada – que lhe foi cravada nas costas
o mocinho e o bandido, o certo e o errado e por aí vai.
e vazou pelo seu tórax. Com uma expressão dolorida e de
O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por
certa forma estóica, o personagem explica para quem o
um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores
observa: “Só dói quando eu rio”.
da suposta “língua certa”, no exato momento em que a
defendem, empregar regras linguísticas que a tradição A charge icônica de Ziraldo Alves Pinto, publicada no
normativa que eles acham que defendem rejeitaria semanário O Pasquim, é uma dolorosa metáfora de uma época.
imediatamente. Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, Expressa não apenas a opressão política promovida pela
da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte Ditadura Militar como também a situação existencial daquele
essa deliciosa pergunta: “Como é que fica então as tempo, o modo como a atmosfera sufocante se materializava
concordâncias?” Ora, sr. Monforte, eu lhe devolvo a
no corpo e no ânimo – ou no desânimo – de quem tentava
pergunta: “E as concordâncias, como é que ficam então?”
sobreviver ao cerco que se impunha às liberdades.
BAGNO, M. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br>.
Acesso em: 31 maio 2017. [Fragmento] Tratando-se de um chargista, que dedicou grande parte
Em seu artigo, o linguista Marcos Bagno identifica na de sua obra ao humor, o cartum se revestia de significados
imprensa brasileira, quanto ao uso da língua, jornalistas também autobiográficos. Como situar o riso, essa reação tão
cuja postura é humana, num contexto que seria, na realidade, de chorar?
A. cautelosa, pois evitam neologismos e estrangeirismos. A aparente contradição, com toda sua dimensão trágica, foi
B. alienada, pois dispensam atualizações depois da enfrentada pelo artista e explorada de maneira surpreendente
graduação. e brilhante pelo grupo de chargistas d’O Pasquim.
Ziraldo usou humor como arma contra a ditadura no Pasquim.
C. retrógrada, pois empregam estruturas consagradas
Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>.
da língua. Acesso em: 24 jun. 2024. (Adaptação)
D. prepotente, pois recriminam as outras áreas de A relação estabelecida entre a produção humorística de
conhecimento.
Ziraldo e o momento de sua produção compõe o discurso
E. tradicional, pois exprimem visão limitada do processo de homenagem na medida em que confere ao autor o(a)
linguístico.
A. habilidade de substituir a angústia da dor física pelo
Alternativa E
humor.
Resolução: O professor, filólogo e linguista Marcos Bagno
B. função de entreter os leitores num momento de tensão
afirma que jornalistas desinformados sobre o estudo e o
ensino da língua não percebem a complexidade desse política.
tema, por isso buscam, sem reflexão alguma, limitar o uso C. ineditismo de provocar familiaridade em conteúdos
entre certo e errado, ignorando os preceitos da variação autobiográficos.
linguística. Esse preconceito contra algumas manifestações
D. capacidade de interpretar a realidade através da
resulta de uma visão tradicionalista de parte da imprensa
linguagem artística.
brasileira, como aponta a alternativa E. A alternativa A está
incorreta porque o texto não revela se esses jornalistas são E. responsabilidade de criticar a violência do período
puristas a ponto de evitarem neologismos e estrangeirismos. ditatorial comicamente.
QUESTÃO 21 T8QM
TEXTO I
MEIRELLES, V. A primeira missa no Brasil. 1860. Óleo sobre tela, 268 × 356 cm.
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
TEXTO II
RODRIGUES, G. Primeira Missa no Brasil. 1971. Tinta acrílica sobre tela. 81 × 100 cm.
Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro.
A intertextualidade estabelecida entre a obra de Glauco Rodrigues e a obra homônima de Victor Meirelles pretende
A. estabelecer uma crítica à representação indígena na arte moderna.
B. ressaltar a diversidade sociocultural existente no Brasil Pré-Colonial.
C. atribuir protagonismo aos povos originários durante a catequização.
D. adaptar um momento histórico aos padrões estéticos da atualidade.
E. valorizar a pluralidade que constitui a história da identidade brasileira.
Resolução: A intertextualidade é um recurso utilizado para construção de textos verbais, visuais ou verbo-visuais, a qual
permite estabelecer conexões com outras ideias preexistentes no repertório do interlocutor. Nas artes plásticas, essas
referências podem indicar outras obras, momentos históricos, eventos marcantes, literaturas, etc.; o que pode ser feito de
maneira explícita ou implícita. No caso da obra de Glauco Rodrigues, é possível perceber uma referência explícita à obra
de Victor Meirelles, bem como uma referência implícita ao processo histórico de catequização no Período Colonial. Essa
intertextualidade é estabelecida com o intuito de apresentar uma visão crítica sobre a catequização dos povos indígenas
imposta pela Coroa por meio dos jesuítas. Essa crítica é construída de modo a ressignificar a presença desses povos,
tornando-os protagonistas, e não meros espectadores da “salvação divina”, como apresentado na obra de Meirelles. Nesse
sentido, Glauco Rodrigues constrói um cenário de Brasil menos homogeneizado, ou seja, representa e retrata a pluralidade
do povo brasileiro, quebrando com o viés romântico da obra do texto I. Portanto, está correta a alternativa E. A alternativa A
está incorreta, pois a obra de Glauco pretende, com a intertextualidade, estabelecer uma crítica à representação indígena
nas artes, porém, esta é feita em relação à arte realizada no período romântico, não àquela realizada no período moderno.
A alternativa B está incorreta porque a obra de Glauco Rodrigues pretende ressignificar um momento histórico a partir
de um olhar distanciado. Isso significa que o objetivo do artista é de contrapor a produção indianista brasileira (visto que
o movimento se baseava na intenção de fundar uma identidade nacional), mostrando que a identidade brasileira é mais
ampla do que fizeram crer os indianistas. Logo, o artista não aborda a diversidade brasileira em um recorte Pré-Colonial
(mesmo porque a figura do padre é tipicamente colonial), mas, sim, em uma ideia geral das raízes históricas, culturais
e sociais que moldaram o Brasil. A alternativa C está incorreta, pois a obra de Glauco retira os povos originários de um
lugar de passividade, mas não atribui a eles protagonismo sobre a catequização em si (visto que a catequização era
feita pelo português colonizador); em vez disso, atribui protagonismo como seres construtores de sua própria identidade,
independentemente da invasão de Portugal. Por fim, a alternativa D está incorreta porque a relação de intertextualidade
presente entre as obras não se faz pelo ajuste estético, mas, sim, a partir da pretensão de se reconstruir toda a mensagem
e importância que carrega a obra referência, de Victor Meirelles.
QUESTÃO 22 317F
Jornais, revistas, programas de rádio e TV, simpósios acadêmicos, filmes, documentários e inúmeros livros
apontam para o fato de que vivemos em uma sociedade da informação, era digital, planetária, sociedade midiática.
O conceito de mídia, segundo Levy, refere-se “ao suporte ou veículo da mensagem. O impresso, o rádio, a televisão,
o cinema ou a Internet, por exemplo, são mídias”.
O acesso e a troca de informações sempre estiveram presentes nas sociedades humanas, hoje, porém, as mediações
disseminam a informação de uma maneira inédita e com características que a distinguem das mediações anteriores,
instaurando profundas rupturas na dinâmica dos fenômenos.
Os dispositivos comunicacionais, hoje disponíveis, possibilitam as diferentes formas de comunicação entre as pessoas,
rompem com a comunicação passiva, típica de mediações anteriores. Abrem novas possibilidades aos sujeitos cujas ações
retroagem sobre a sociedade, complexificando-a.
Disponível em: <http://www.pucrs.br>.
Acesso em: 12 maio 2015.
Ao refletir sobre as novas formas de comunicação na contemporaneidade, o fragmento anterior evidencia que o(s)
A. acesso e a troca de informações estão cada vez mais restritos ao ambiente virtual.
B. caráter diverso dos meios controlados por alguns grupos levou ao controle da informação.
QUESTÃO 23 ØC84
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
PRADO, A. Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2008. p. 118.
No poema “Ensinamento”, de Adélia Prado, o eu lírico recorda o passado, construindo de forma poética certo questionamento
à figura materna, provocado pela
A. escassez de uma comunicação eficaz e transformadora.
B. brutalidade como eram tratados os assuntos domésticos.
C. percepção divergente sobre os valores importantes da vida.
D. ausência de amorosidade entre os integrantes da família.
E. supervalorização do sujeito em relação a conquistas materiais.
Alternativa C
Resolução: Em “Ensinamento”, de Adélia Prado, há a construção poética de uma divergência entre mãe e filha acerca dos
valores importantes da vida, como indicam os versos “Minha mãe achava estudo / a coisa mais fina do mundo. / Não é. /
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.” O questionamento de que fala o enunciado reside no fato de a mãe, apesar
de não considerar sentimento “a coisa mais fina do mundo”, relacionar-se com o pai de maneira cuidadosa e afetuosa, o
que corrobora a visão da filha quanto à importância do sentimento. Está correta, assim, a alternativa C. A alternativa A está
incorreta porque não há, no poema, elementos que apontam para uma escassez de comunicação, apenas visões de mundo
contrárias, o que, no entanto, não prejudica a comunicação. Nesse sentido, pode-se dizer, até mesmo, que a divergência
de visões e opiniões dá à comunicação seu caráter “eficaz e transformador”, visto que possibilita o compartilhamento de
vivências e impressões. As alternativas B e D estão incorretas porque não se percebe brutalidade no tratamento dos assuntos
domésticos, tampouco falta de amorosidade entre os integrantes da família; ao contrário, o cuidado e a preocupação da
mãe com o pai demonstram afeto e carinho a partir dos gestos. Por fim, a alternativa E está incorreta porque também não
se identifica uma valorização do sujeito no que se refere às conquistas materiais, visto que as preocupações de mãe e
filha, ainda que divergentes, relacionam-se à construção do caráter e da realização pessoal dos indivíduos, sem menção
a conquistas materiais que essa construção poderia proporcionar.
A edição em inglês de Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance escrito por Machado de Assis em 1880, lidera a
lista de mais vendidos na categoria Literatura Latino--Americana e Caribenha na Amazon dos Estados Unidos.
A popularidade repentina do livro veio após ter sido citado em uma resenha viral da influenciadora americana Courtney
Henning Novak, que avalia obras de diferentes países no TikTok. Publicado no último sábado, 18, o vídeo já soma mais de
843 000 visualizações e 167 000 curtidas na plataforma.
Na sequência, a influenciadora compartilha sua vontade de aprender português para ler a obra original. “Estou lendo uma
tradução de Flora Thomson-Devaux. É incrível, mas não consigo nem imaginar o quão bom esse livro deve ser em português.
Então agora, no meio de um projeto de leitura ao redor do mundo, tenho a missão paralela de aprender a língua”, afirma.
CARNEIRO, M. Como “Brás Cubas”, de Machado de Assis, virou fenômeno de vendas na gringa. Disponível em: <https://veja.abril.com.br>. Acesso em: 24 jun. 2024.
A resenha viral da influenciadora Courtney Henning Novak sobre o romance machadiano exemplifica o impacto das
tecnologias de comunicação contemporâneas, uma vez que destaca o(a)
A. papel dos influenciadores na validação de tradutores literários.
B. influência das redes sociais na promoção da literatura latino-americana.
C. promoção do aprendizado de idiomas motivado pelo apreço à literatura.
D. engajamento do público com obras clássicas baseado nos índices de vendas.
E. centralidade das plataformas digitais na apreciação das variedades linguísticas.
Alternativa B
Resolução: A popularidade do clássico brasileiro em terras estrangeiras, comprovada pelo número de vendas, está vinculada,
segundo o texto, ao efeito viral de uma análise positiva de uma influencer em rede social. Por isso, a alternativa correta é a B.
A alternativa A está incorreta, pois o foco da notícia está em explicar de que maneira o autor brasileiro virou fenômeno de
vendas em território estrangeiro; ainda que haja menção à qualidade da tradução de Flora Thomson-Devaux, a notícia
não se desenvolve a partir dessa informação. As alternativas C e E estão incorretas, pois a missão paralela de aprender
a Língua Portuguesa bem como a projeção de apreciação da obra no idioma original reforçam a validação da influenciadora,
mas não são os destaques da notícia. A alternativa D está incorreta, pois a motivação para o engajamento do público com
a obra clássica foi a resenha de Courtney Henning Novak, não sua ascensão em índices de vendas.
QUESTÃO 25 KKQY
TEXTO I
MUDANO. Operários de Brumadinho. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br>. Acesso em: 21 jun. 2024.
TEXTO II
O painel de Mundano é uma releitura do quadro Operários de Tarsila do Amaral, de 1933. A inspiração casou bem com
objetivo do painel: prestar uma homenagem aos trabalhadores de Brumadinho. São 22 rostos pintados com tinta à base da
lama – de 250 quilos de terra foram feitos 270 de tinta. Nos olhos, o cansaço de quem busca cotidianamente a esperança
pela Justiça, assim como os operários de Tarsila do Amaral, que carregam as olheiras da industrialização da década de
1930. Na parte de baixo está o capacete com o símbolo da mineradora Vale S.A. Um pouco mais acima, um único rosto
segura um olhar firme e um megafone na mão direita. Acima de todos, mostra-se a mineradora, impune, pesando sobre os
trabalhadores e cercada de poluição, refletida em um céu amarelado.
Disponível em: <www.brasildefato.com.br>. Acesso em: 21 jun. 2024. (Adaptação)
O painel Operários de Brumadinho faz alusão ao quadro Operários, de Tarsila do Amaral, ao representar
A. as origens da industrialização brasileira.
B. o retrocesso das leis trabalhistas no país.
C. a possibilidade de utilizar a lama como tinta.
D. o desastre após o rompimento das barragens.
E. a permanência da exploração dos trabalhadores.
QUESTÃO 26 J5XU
O esporte adaptado, ou seja, a prática de uma atividade esportiva adaptada para pessoas com deficiência ‒ por exemplo,
basquete em cadeira de rodas ‒, mostrou-se um eficiente instrumento de reabilitação e promoção de saúde desde o fim da
Segunda Guerra Mundial, quando os soldados voltavam para seus lares com mutilações e deficiências.
O fato é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de exercícios ‒ cerca de 30 minutos,
três ou quatro vezes por semana ‒ contribui para a melhora de qualidade de vida de qualquer pessoa: aumenta a resistência,
mantém o peso saudável e previne doenças. E, para a pessoa com deficiência, é ainda mais importante por ajudar a evitar o
aparecimento de problemas secundários, como obesidade, e controlar distúrbios crônicos já instalados, como hipertensão,
diabetes tipo 2, dislipidemia (colesterol ou triglicérides altos) e cardiopatias. “A atividade física pode impactar na menor
necessidade de medicamentos e internações”, diz Ciro Winckler, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
e coordenador técnico de atletismo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Disponível em: <https://epoca.globo.com>.
Acesso em: 22 jun. 2024. [Fragmento]
TEXTO I
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
[...]
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado, eu permaneço atento
Na arquibancada, pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
BUARQUE, C. Cálice. Disponível em: <www.letras.mus.br>. Acesso em: 21 jun. 2024. [Fragmento]
TEXTO II
Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai
A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
CRIOLO. Cálice. Disponível em: <www.letras.mus.br>. Acesso em: 21 jun. 2024. [Fragmento]
A releitura de Criolo da canção “Cálice”, composta por Chico Buarque no contexto da ditadura, retrata a similaridade entre
o contexto ditatorial e o presente no Brasil pela expressão
A. da violência sistêmica apresentada em contextos distintos.
B. das metáforas utilizadas na letra para driblar a censura.
C. da repressão sofrida por músicos que criticam o governo.
D. dos privilégios obtidos pelo poder econômico do indivíduo.
E. do modo como ambas tematizam as desigualdades sociais.
Alternativa A
Resolução: A alternativa A está correta, pois a similaridade entre os contextos ditatorial e atual do Brasil são construídos,
pela releitura de Criolo, a partir da permanência, em contextos distintos, da violência sofrida por grupos marginalizados.
A alternativa B está incorreta, pois apenas a letra da canção de Chico Buarque utiliza metáforas para driblar a censura;
a letra de Criolo trata os temas de maneira explícita. A alternativa C está incorreta, pois, ainda que a letra de Criolo trate da
perseguição direcionada à população mais pobre, refere-se a uma perseguição de classe, o que é diferente da perseguição
ideológica ocorrida no contexto da Ditadura Militar. A alternativa D está incorreta, pois, ainda que na letra de Criolo seja
mencionado o privilégio adquirido pelo poder econômico do indivíduo, esse tema não aparece na letra de Chico Buarque,
que tematiza o contexto de repressão vivido durante a Ditadura Militar brasileira. A alternativa E está incorreta, pois apenas
a releitura de Criolo tematiza as desigualdades sociais, enquanto a letra de Chico Buarque aborda a perseguição política
no contexto ditatorial.
Os nomes dados a terra descoberta Resolução: A alternativa B é a correta porque uma das
principais características do Simbolismo é referente ao uso
Por se tratar de uma ilha deram-lhe o nome
de figuras de linguagem, um recurso presente ao longo de
de ilha de Vera-Cruz.
todo o poema, principalmente pela repetição de elementos
Ilha cheia de graça no início dos versos (anáfora). A alternativa A está incorreta,
Ilha cheia de pássaros pois os diferentes nomes que o país recebe não são o foco
Ilha cheia de luz. das repetições, mas aquilo que o define enquanto ilha, terra
e Brasil. A alternativa C está incorreta porque, embora o
Ilha verde onde havia poema possa ter um cunho nacionalista, o patriotismo
não era uma das características recorrentes na poesia
mulheres morenas e nuas
simbolista. A alternativa D está incorreta, pois a identidade
anhangás a sonhar com histórias de luas
nacional permanece a mesma (cheia de graça, cheia de
e cantos bárbaros de pajés em poracés batendo os pés. pássaros e cheia de luz), o que muda, segundo a História,
é a nomenclatura do país. A alternativa E está incorreta,
Depois mudaram-lhe o nome pois, embora os habitantes e a madeira também sirvam
pra terra de Santa Cruz. como elementos constitutivos da identidade do país, a
Terra cheia de graça repetição enfática não aborda os atributos nem dos homens
nem das mulheres. Além disso, a terra não é personificada,
Terra cheia de pássaros
mas, sim, seus elementos são retratados em abundância.
Terra cheia de luz.
QUESTÃO 29 7L8E
O poema simbolista “Os nomes dados a terra descoberta”, Janela Publicitária. Disponível em: <https://janela.com.br>.
Acesso em: 4 jun. 2024.
de Cassiano Ricardo, tem como recurso a repetição enfática
de determinados elementos a fim de demarcar a Considerando a mensagem da propaganda, a palavra
A. sequência cronológica dos nomes atribuídos ao país. “orgânicos”, centralizada e redigida a partir da matéria
natural das plantas, intensifica o apelo ao(à)
B. permanência dos elementos característicos do Brasil.
A. incentivo à produção familiar independente.
C. necessidade de apreciação dos elementos patrióticos.
B. adesão a uma dieta de diretriz vegetariana.
D. mutabilidade da identidade nacional, segundo a
História. C. necessidade da prática autossustentável.
TEXTO I
INGRES, Jean-Auguste-Dominique. A Grande Odalisca. 1814. Óleo sobre tela, 91 cm × 162 cm. Museu do Louvre, Paris.
TEXTO II
GUERRILLA GIRLS. SP Arte. Disponível em: <https://www.sp-arte.com>. Acesso em: 12 jul. 2024.
O grupo de arte Guerrilla Girls investiga e divulga a presença de mulheres nos espaços institucionais da arte.
No pôster, criado para sua exposição no MASP, a composição do texto verbal junto à versão da pintura A Grande Odalisca
tem como propósito
A. chamar a atenção para o trabalho de artistas mulheres.
B. explicar o que gera a desigualdade apontada pelos dados.
C. demonstrar o papel atribuído à mulher na história da arte.
D. combater as representações de nudez feminina na pintura.
E. questionar a criatividade de releituras de obras do passado.
Alternativa C
Resolução: A alternativa C está correta, pois, junto aos dados sobre o acervo do MASP, o pôster demonstra, por meio da
pintura de Ingres, a posição de musas, em vez de artistas, relegada às mulheres ao longo da história da arte. A alternativa A
está incorreta porque, ainda que o pôster chame a atenção para a necessidade de expor em espaços institucionais as obras
de artistas mulheres, a versão da pintura é voltada para demonstrar a posição da mulher enquanto musa na história da arte.
A alternativa B está incorreta, pois, embora a desigualdade de gênero esteja exposta pelos dados apresentados no pôster,
a obra não explica as razões da desigualdade, apenas as evoca. A alternativa D está incorreta, pois, ainda que o pôster
aponte a problemática das representações de nudez feminina na pintura, o problema abordado não se encerra na nudez
em si, tendo como objetivo apontar a ausência da participação de mulheres nas instituições artísticas enquanto sujeitos
capazes de criar obras, relegando-as à posição de objeto do olhar dos artistas homens. A alternativa E está incorreta, pois
a seleção da obra A Grande Odalisca teve como objetivo compor a crítica do grupo Guerrilla Girls. O objetivo do grupo não
é tematizar a releitura de obras do passado, mas utilizá-la em seu propósito reivindicativo.
“Precisamos de vários tipos de acesso para que a comida chegue ao nosso prato, mas um dos elementos centrais é
o tempo”, afirmou Bela Gil no palco, montado na entrada do Estádio do Pacaembu.
A autora de Quem Vai Fazer essa Comida? (Elefante) defendeu que a alimentação saudável deveria ser o padrão. Ela,
porém, afirma que isso é impossibilitado pela falta de educação alimentar e de acesso geográfico e tecnológico.
Em muitas regiões, grandes deslocamentos são necessários para ter acesso à comida, enquanto algumas comunidades
têm alimento, mas carecem de gás, panelas, água encanada ou fogão para cozinhar.
Ela citou o projeto Um Milhão de Cisternas, que possibilitou acesso à água no semiárido do país para que as pessoas
pudessem cozinhar. “A pobreza faz a fome, alimento não falta”, afirmou a apresentadora, frisando a diferença entre alimento
saudável, produzido pela agricultura familiar e commodities, produto do agronegócio.
BLUM, B.; MONTERASTELLI, A. No Brasil não falta comida, mas sobra pobreza, afirma Bela Gil na Feira do Livro.
Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 24 jul. 2024. Acesso em: 21 jun. 2024. [Fragmento adaptado]
De acordo com a chef e ativista Bela Gil, o problema crônico da fome no Brasil está relacionado à
A. ausência de recursos em determinadas regiões.
B. distribuição desequilibrada dos recursos hídricos.
C. insuficiência no volume da produção de alimentos.
D. agilidade no preparo de alimentos industrializados.
E. má distribuição do tempo no preparo das refeições.
Alternativa A
Resolução: O artigo de opinião aponta os diversos fatores para os quais Bela Gil chama atenção como os responsáveis
por dificultar a chegada da comida no prato do brasileiro, a saber: a falta de educação alimentar e de acesso geográfico
e tecnológico a recursos básicos. No segundo parágrafo, a ativista especifica: “enquanto algumas comunidades têm
alimento, mas carecem de gás, panelas, água encanada ou fogão para cozinhar”. Por isso, de forma resumida, pode-se
inferir que todos esses fatores são, na verdade, recursos em falta em algumas regiões do Brasil; como pontuado
corretamente pela alternativa A. As alternativas B e E estão incorretas, pois, embora a água e o tempo sejam recursos
considerados importantes e que, quando limitados, prejudicam o acesso à alimentação, eles não são os únicos, nem
ganham posição de centralidade na fala da ativista. A alternativa C está incorreta, pois Bela Gil constata que a pobreza
se sobrepõe como impeditivo para a alimentação e declara que há alimento suficiente. A alternativa D está incorreta, pois
diferenciar o alimento saudável dos produtos industrializados é uma necessidade pontuada pela ativista para compor sua
arguição sobre a distribuição dos recursos necessários para que o problema da fome seja solucionado em território nacional.
Assim, a agilidade do preparo dos alimentos industrializados não é levada em consideração.
QUESTÃO 35 CG2N
QUESTÃO 36 ZYQP
Histórias podem ser contadas de várias maneiras. A solidez de um livro inteiro nem sempre foi a mais comum.
No século XIX, um estilo ganhou muita popularidade na Europa e veio desembarcar no Brasil em jornais de circulação
diária: o folhetim. As narrativas tinham o único objetivo de entreter e prender o leitor o suficiente para que ele permanecesse
fiel e acompanhasse os capítulos ao longo de várias edições. Parece familiar? Sim, novelas são folhetins. De certa forma,
as séries que você devora no Netflix também são outra forma de enxergar os folhetins.
Depois de todo esse tempo, quem diria, o tesouro foi desenterrado. Agora, toda uma nova geração de autores está se
reencontrando com a tradição seriada – muita gente nova, desconhecida e inédita está publicando suas histórias nesse
formato. Em um espaço à altura do ritmo de produção e consumo de conteúdo atual: a internet, é claro.
A principal plataforma desses folhetins modernos é o site canadense Wattpad, uma rede social que permite que autores
compartilhem suas novelas. Uma das possibilidades mais interessantes do Wattpad é permitir que os autores divulguem
suas histórias incompletas, que vão sendo atualizadas conforme a resposta ou a vontade do público.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com>. Acesso em: 21 maio 2024. [Fragmento adaptado]
Ao estabelecer uma relação de similaridade entre o gênero folhetim e as séries veiculadas pelo serviço de streaming Netflix,
o articulista aponta o(a)
A. abandono da tradição narrativa romancista.
B. inovação das plataformas virtuais interativas.
C. perpetuação da lógica de divulgação seriada.
D. substituição dos suportes narrativos analógicos.
E. modernização dos objetivos do gênero narrativo.
Alternativa C
Resolução: A relação entre o gênero folhetim e o serviço de streaming Netflix é que ambos compartilham da maneira de
divulgar as histórias e possuem o mesmo objetivo: “entreter e prender o leitor o suficiente para que ele permanecesse fiel e
acompanhasse os capítulos ao longo de várias edições”. Por isso, a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta,
pois o gênero romance é mencionado no texto a fim de elaborar uma comparação entre a solidez de um livro inteiro e a
segmentação de um enredo em partes; não se afirma que houve abandono da tradição narrativa romancista, tampouco
este dado representaria a semelhança entre o folhetim e as séries da Netflix. A alternativa B está incorreta, pois a interação
possibilitada por plataformas como o Wattpad é trazida no texto como uma informação extra, que permite caracterizá-la
como um folhetim moderno – não sendo este o dado que o aproxima do gênero folhetim. A alternativa D está incorreta, pois
não se pretende substituir os suportes analógicos por tecnológicos, apenas compará-los. A alternativa E está incorreta, pois
os gêneros narrativos mencionados no enunciado têm os mesmos objetivos comunicativos.
Com base no texto anterior, infere-se que a dignidade da notícia deve ser mantida porque a
A. crise não alcança a notícia, e sim o próprio jornalismo contemporâneo.
B. determinação pelos interesses comerciais e políticos não pode durar.
C. dimensão do texto jornalístico ultrapassa seus limites cronológicos.
D. função do jornalista é ser coadjuvante em um jogo de interesses.
E. versão do fato é mais poderosa que o fato em si.
Alternativa C
Resolução: A autora do texto afirma que a notícia deve manter intacta sua dignidade porque, embora haja muitos interesses
comerciais e políticos envolvidos na prática jornalística contemporânea, é a história contada pelo repórter que sobreviverá
ao tempo. A alternativa C é, portanto, a correta. A alternativa A é incorreta, pois a autora do texto acredita na necessidade de
ações para manter intacta a dignidade da notícia. É incorreta a alternativa B porque o texto diz que os interesses comerciais
e políticos podem determinar mudanças “no jogo”. A alternativa D é incorreta, pois a função do jornalista, um peão nesse jogo
ao qual a autora se refere, é a de ser um contador de histórias que sobrevivam ao tempo. A alternativa E é incorreta, pois
a ideia de que a versão do fato pode ser mais poderosa que o fato em si é um exemplo de como a história pode variar de
acordo com a maneira com que é contada – no caso, a dignidade da notícia depende do comportamento ético do jornalista.
QUESTÃO 38 4R2Z
A tirinha de Alexandre Beck dialoga com a declaração da filósofa Rosa Luxemburgo, de forma que a relação de
intertextualidade é provocada pelo(a)
A. crítica à padronização de ideais estéticos.
B. reflexão compartilhada sobre a diversidade.
C. idealização de comportamentos interpessoais.
D. discurso em defesa da liberdade de expressão.
E. questionamento a valores morais da sociedade.
QUESTÃO 39 NQCC
Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada
A descrição é utilizada na canção de Gonzaguinha como um recurso que viabiliza a caracterização da juventude brasileira,
enfatizando o(a)
A. determinação do grupo em enfrentar as adversidades.
B. caráter politizado do confronto à instância governamental.
C. responsabilidade em alterar as estruturas de cunho social.
D. associação do perfil trabalhador à identidade afro-brasileira.
E. priorização dos momentos de lazer em detrimento do trabalho.
Alternativa A
Resolução: Os substantivos “rapaziada”, “moçada”, “juventude” e “mocidade” especificam o grupo ao qual o eu lírico
decide se unir: a juventude brasileira. Os versos da canção alternam o posicionamento do eu lírico a favor desse grupo,
enfatizando sua característica mais latente, a persistência, delimitada pelas expressões “segura o rojão”, “enfrenta o leão”
e “não corre da raia a troco de nada”. Por isso, a alternativa A é a correta. A alternativa B está incorreta, pois, embora em
alguns contextos o leão seja um animal representante do governo – no que diz respeito ao recolhimento de impostos –,
na canção, a luta contra o leão não explicita o governo brasileiro, mas um obstáculo de forma genérica. A alternativa C
está incorreta, pois a responsabilização da juventude no fragmento da canção é a construção de um amanhã, enfrentando
o trabalho duro; não se explicitam lutas ideológicas por direitos sociais. A alternativa D está incorreta, pois os versos “aquele
que sabe que é negro / o coro da gente” não estão diretamente associados à estrofe que elabora o aspecto descritivo da
juventude brasileira. A alternativa E está incorreta, pois o momento de lazer, aqui descrito como “pagode”, ocorre após
a luta, ou seja, o trabalho; assim, o primeiro não é prioridade em relação ao segundo.
QUESTÃO 41 Q8V5
QUESTÃO 42 QFPN
A campanha governamental utiliza como recurso a referência a enredos de desencontro amoroso a partir do uso da
sequência narrativa para reafirmar o(a)
A. categorização do lixo na coleta seletiva.
B. vantagem em adotar hábitos saudáveis.
C. caráter didático da educação ambiental.
D. necessidade de visitar espaços públicos.
E. prejuízo do descarte do plástico na natureza.
Alternativa A
Resolução: A elaboração de um enredo amoroso entre o coco verde e o canudinho se dá no formato de narrativas televisivas.
Os aspectos visuais e verbais que nos permitem identificar a adaptação do gênero televisivo a um recurso comunicativo de
campanha publicitária são: a transformação dos objetos em personagens através de sua personificação imagética e linguística
(atribuição de características humanas pelo verbo “conhecer”); encadeamento de ações por verbos no passado; delimitação
de elementos da narrativa, como tempo e espaço; desenvolvimento de um título chamativo que tematiza o desencontro
amoroso – “Separados pelo destino”. Toda essa elaboração contextualiza a necessidade de separar corretamente o lixo
orgânico do reciclável na coleta seletiva, por isso, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois, embora
indiretamente a coleta seletiva traga benefícios ao meio ambiente e acarrete diversas vantagens para o ser humano,
a campanha busca atingir o objetivo imediato da coleta seletiva – todo o esforço comunicativo está centrado em incentivar a
separação do plástico e do coco em seus respectivos lugares de descarte. A alternativa C está incorreta, uma vez que, em
primeiro lugar, o recurso utilizado na campanha depende do nível de conhecimento de mundo de seu leitor, para então surtir
efeito didático. Dessa forma, não é possível firmar um efeito didático fundamentado na referência dos enredos amorosos.
A alternativa D está incorreta, pois a referência ao parque sugere o local em que os elementos estavam no momento de sua
separação. O parque serve como ambientação da campanha; a visitação a ele não é o foco da discussão. A alternativa E
está incorreta, pois não se considera a hipótese do descarte do canudo na natureza, portanto, não se destaca o prejuízo
causado à natureza por esse fato.
O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) lançou um site com informações e orientações para os cidadãos sobre
a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A norma está em vigor desde 2020, mas as sanções para quem descumprir
a medida começaram a ser aplicadas há menos de 6 meses.
O professor da faculdade de direito da Universidade de Brasília (UnB), Alexandre Veronese, explica que é importante
frisar que a LGPD trata sobre dados pessoais. De acordo com o professor, a lei determina que o cidadão tem direito de
saber quais dados estão “na mão do controlador” e como essas informações serão usadas. “Por exemplo, uma farmácia
pode ficar com os dados de uma pessoa para agilizar uma compra e para saber sobre a demanda de remédios. A partir
disso, é possível melhorar a gestão do estabelecimento e manter o estoque abastecido”, afirma.
No entanto, o professor afirma que, caso esses dados administrados pela farmácia sejam desviados, o cidadão pode
até entrar na Justiça e processar o estabelecimento. Em uma situação hipotética, as informações do usuário podem ser
passadas para um plano de saúde, que, ao saber de uma doença crônica do usuário, cobrará um valor mais alto.
GALVÃO, W. Lei Geral de Proteção de Dados: entenda principais pontos da norma e como se preservar.
Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 12 maio 2024. [Fragmento]
A exposição sobre a Lei Geral de Proteção de Dados no gênero jornalístico tem como objetivo
A. apresentar benefícios da gestão de dados pessoais.
B. conscientizar o cidadão sobre seu funcionamento.
C. problematizar o fornecimento de dados pessoais.
D. questionar a efetividade das sanções em vigor.
E. explicar um método de manipulação de dados.
Alternativa B
Resolução: O texto explica o que é a Lei Geral de Proteção de Dados – o direito dos cidadãos de saber quais dados estão
sendo coletados e como serão usados – e as possíveis consequências caso esses dados venham a ser desviados. Dessa
maneira, o objetivo principal do texto é educar e conscientizar o cidadão sobre a lei e seus direitos. Por isso, a alternativa B
está correta. A alternativa A está incorreta porque, embora o texto mencione o exemplo de como uma farmácia poderia
utilizar os dados pessoais de maneira benéfica, também são apresentados contrapontos, o que é suficiente para invalidar a
afirmação. A alternativa C está incorreta porque, ainda que o texto mencione potenciais problemas, como o desvio de dados
pessoais para planos de saúde, o foco não é problematizar o ato de fornecer dados pessoais em si, mas informar sobre a
proteção e os direitos garantidos pela Lei Geral de Proteção de Dados; a problematização aparece como uma consequência,
não como o foco principal. A alternativa D está incorreta porque o texto não questiona a efetividade das sanções, apenas
menciona que elas começaram a ser aplicadas há menos de seis meses. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o
texto não tem como objetivo explicar um método específico de manipulação de dados; o foco está na proteção dos dados
e nos direitos dos cidadãos a partir da lei.
QUESTÃO 44 1URV
Negrinha era uma pobre órfã de 7 anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha
esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote
de luxo reservado no céu. [...]
Assim nasceu Negrinha – magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. Órfã aos 4 anos, por ali ficou feito
gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia a ideia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão.
LOBATO, M. Negrinha. São Paulo: Globo Livros, 2012. [Fragmento]
Quanto às descrições das personagens e seus contrastes no texto de Monteiro Lobato, essas construções
A. representam o modelo de vida fundamentado na religiosidade.
B. quebram com estereótipos relacionados aos arquétipos sociais.
C. revelam as consequências da marginalização pós-abolição.
D. demonstram a resistência dos negros às adversidades.
E. trabalham a percepção infantil sobre a sociedade.
das adversidades, mas, sim, percebe-se a inocência da C. reivindicar melhorias através de registros do passado.
criança em relação à sua situação. A alternativa E está D. retratar as formas de aperfeiçoamento da humanidade.
incorreta, pois trata-se da visão da personagem diante de E. representar o processo do desenvolvimento civilizatório.
sua realidade, não sendo uma ideia das crianças em geral.
Alternativa A
QUESTÃO 45 BO8I Resolução: A motivação para a surpresa dos observadores
TEXTO I diante das fotografias de Nagakura parte de um pensamento
“Acredito que o olhar do Nagakura para a Amazônia que circunda o coletivo sobre a aparência da Amazônia.
já é uma surpresa. Alguém que visita a exposição vai dizer Diz-se, no texto, que a concepção predominante das
‘nossa como são bonitos esses lugares’. É impressionante pessoas sobre a floresta é a de destruição, “de uma
porque a ideia que muita gente tem da Amazônia é a violência direta sobre os territórios indígenas, uma
ideia da destruição da floresta, de uma violência direta disputa constante”, e o contato com as fotos possibilita
sobre os territórios indígenas, uma disputa constante. a sobressalência da beleza. Por isso, a alternativa A é
E quando alguém olha nas imagens selecionadas, a beleza a correta. A alternativa B está incorreta, pois o texto não
sobressai”, diz. Ele ressalta ainda que uma comparação apresenta como uma possibilidade da linguagem fotográfica
entre as imagens realizadas pelo japonês e a realidade hoje o desenvolvimento da empatia dos observadores aos
é capaz de revelar um rastro de destruição. retratados. A alternativa C está incorreta, pois, ainda que
a partir das fotos seja possível realizar uma comparação
Angela Pappiani conta que uma das motivações de
entre as imagens realizadas pelo japonês no passado e
Nagakura em todo o projeto é a busca pelo que o ser
a realidade de hoje, o fragmento do texto não utiliza esse
humano tem de bonito e essencial, mesmo em situações
dado como argumento reivindicatório de melhorias em
extremas e de conflito. Mostrar a diversidade e o melhor
qualquer âmbito. As alternativas D e E estão incorretas,
da humanidade é um compromisso do fotógrafo. “Ele sabia
pois não compactuam com o objetivo real do fotógrafo.
dos povos indígenas do Brasil, da sua luta, da grande
As comunidades indígenas retratadas não são utilizadas
dificuldade diante do avanço do progresso desse modelo
como modelo étnico desde a perspectiva evolutiva do ser
de civilização”, conta a curadora.
humano; o projeto fotográfico tinha como objetivo retratar
Exposição de Hiromi Nagakura e Ailton Krenak mostra Amazônia
o que “o ser humano tem de bonito e essencial, mesmo em
bela e essencial. Disponível em: <www.correiobraziliense.com.br>.
Acesso em: 21 jun. 2024. [Fragmento] situações extremas e de conflito”.
TEXTO II TEXTO IV
Uma funcionária que trabalhava no setor de vendas
das empresas Avon e Natura revelou que era obrigada a se
fantasiar de Mulher-Maravilha e de personagens do filme Tropa
de Elite. Além disso, ela teve que performar a música “Que tiro
foi esse”, da cantora Jojo Maronttinni. As informações são do
advogado da vítima, Ângelo da Costa Campos.
As empresas foram condenadas pelo Tribunal Regional
do Trabalho (TRT) por “exposição indevida e humilhação” de
uma funcionária que era obrigada a usar fantasias quando não
batia metas. Ainda segundo a defesa da vítima, a empresa
afirmava que as ações serviam para estimular a competição
de resultados entre as equipes. Por nota, Avon e Natura
afirmaram que prezam pelo cuidado com as pessoas e que o
caso “segue sendo devidamente tratado no âmbito judicial”.
SALGADO, R. Funcionária de Avon e Natura diz que era obrigada BIER. Atenção ao sofrimento e ao adoecimento psíquico
a se fantasiar de Mulher-Maravilha e Tropa de Elite quando não do trabalhador e da trabalhadora – Cartilha para
batia meta. Disponível em: <https://g1.globo.com/>. Acesso em: profissionais do Sistema Único de Saúde. Disponível em:
04 jul. 2024 [Fragmento adaptado] <https://renastonline.ensp.fiocruz.br>. Acesso em: 04 jul. 2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema
“Novas formas de exploração do trabalhador brasileiro: a ascensão da cultura de práticas vexatórias no ambiente empresarial”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente
e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
C. expandir os valores revolucionários às colônias. para as metrópoles, com destaque para as da Região
Sudeste. Portanto, está correta a alternativa E. A
D. consolidar o modelo político de caráter socialista.
alternativa A está incorreta, pois o processo migratório
E. garantir o direito individual à propriedade privada. exposto alavancou a urbanização brasileira, o que foi um
Alternativa B fator que impulsionou o avanço da transição demográfica.
Hobbes examina porque os homens não conseguem cooperar como as formigas e abelhas. As abelhas da
mesma colmeia, diz, não competem; não desejam a honra; e não empregam a razão para criticar o governo. Sua
concórdia é natural, mas a dos homens não pode sê-lo; deve, antes, nascer da aliança. Essa aliança deve conferir
poder a um homem ou a uma assembleia, pois somente assim será cumprida. [...] A aliança não se dá, como em
Locke e Rousseau, entre os cidadãos e o poder governante; são os cidadãos que acordam entre si que obedecerão
o poder dominante escolhido pela maioria.
RUSSEL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. 2. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. [Fragmento].
A legitimidade do Estado para os contratualistas mencionados no texto se baseia no fato de que, explicitamente ou não,
a liberdade dos indivíduos é
A. manipulada pela burguesia comercial.
B. orientada para a lealdade estamental.
C. impedida pela monarquia absolutista.
D. transferida para a autoridade central.
E. controlada pela moralidade religiosa.
Alternativa D
Resolução: A legitimidade do Estado para os contratualistas mencionados no texto, como Hobbes, se baseia na ideia
de que os indivíduos, ao formarem uma sociedade, concordam em transferir parte de sua liberdade para uma autoridade
central, que terá o poder de governar e impor leis para garantir a segurança e a ordem social. Esse contrato social implica
uma renúncia ao estado de liberdade natural em troca de proteção e organização social. Assim, a alternativa correta é a D.
A alternativa A está incorreta porque, segundo Hobbes, a formação do Estado e a transferência de poder não se dão por
manipulação da burguesia comercial, mas por um acordo racional entre todos os indivíduos para escapar do estado de
natureza, que é caótico e perigoso. A alternativa B está incorreta porque a legitimidade do Estado, para Hobbes, não se
orienta para a lealdade estamental; ele argumenta que o contrato social é uma decisão racional dos indivíduos para formar
uma sociedade segura, independentemente das divisões estamentais ou classes sociais. A alternativa C está incorreta
porque, para Hobbes, o contrato social é a fundação do poder do Estado, e não um impedimento pela monarquia absolutista.
Na verdade, ele defende que uma autoridade central, que poderia ser uma monarquia, é necessária para garantir a paz e
a segurança. A alternativa E está incorreta porque Hobbes não baseia a legitimidade do Estado na moralidade religiosa,
mas, sim, na necessidade racional de estabelecer uma autoridade para evitar o caos do estado de natureza. Para ele,
o contrato social é uma solução prática para a preservação da vida e da propriedade.
QUESTÃO 49 HOH8
A suástica é um símbolo de paz, prosperidade e boa sorte para quase 2,3 bilhões de pessoas, um terço da
humanidade. A maioria delas se encontra na Ásia, onde é um emblema sagrado para o budismo, o hinduísmo e o jainismo –
o odinismo é outro exemplo. Isso pensava o monge budista T. K. Nakagaki quando, em abril de 1986, recém-chegado aos
Estados Unidos, elaborou uma cruz gamada de crisântemos para celebrar o aniversário de Buda e a colocou em seu templo
de Seattle (Costa Oeste). Seus companheiros entraram em pânico. “Não pode fazer isso”, gritaram. Foi o momento de seu
despertar. A última vez que a utilizou no Ocidente.
BALAGUER, Esperanza. Por que teremos que nos acostumar a ver suásticas na próxima Olimpíada.
Disponível em: <brasil.elpais.com>. Acesso: 13 abr. 2024. [Fragmento]
QUESTÃO 50 8WNI
Assim, a Companhia das Índias Ocidentais obterá meios e ocasião de tomar do Rei da Espanha as suas outras terras
e reinos decentemente, sem perigo e sem despesas, porque com os lucros do comércio com o Brasil ela poderá manter
poderosas frotas e muitos milhares de soldados e atacar de improviso o Brasil. Por causa do grande tráfego que há nas
terras do Brasil e por causa da grande quantidade de açúcar e de outras mercadorias que daí procedem, a Companhia
sempre terá, aí, grande número de navios, os quais poderão ser usados ao lado dos navios ordinários de guerra que a
Companhia sempre manterá nesse lugar para a sua defesa.
MOERBEECK, J. A. In: RODRIGUES, J. H. Os holandeses no Brasil. Série Documentos Históricos.
Rio de Janeiro: Instituto do açúcar e do álcool, 1942. p. 42. [Fragmento adaptado]
O trecho faz parte de um folheto produzido pelo comerciante holandês Jan Andries Moerbeeck no ano de 1624. Para o
autor, a tomada de terras brasileiras pelos holandeses teria o propósito de
A. debilitar a organização militar luso-brasileira na colônia.
B. promover concorrência à produção açucareira brasileira.
C. ressarcir prejuízos sofridos no contexto da União Ibérica.
D. desmantelar a estrutura colonial de produção de açúcar.
E. instituir alianças comerciais com portugueses e espanhóis.
Alternativa C
Resolução: No contexto das invasões holandesas ao Brasil, as Coroas portuguesa e espanhola estavam unificadas sob
liderança do monarca espanhol. No mesmo período, os holandeses buscavam afirmar sua independência do reino espanhol,
sem sucesso, já que os ibéricos promoveram uma série de boicotes às atividades marítimas e comerciais flamengas. Assim,
a criação da Companhia das Índias Ocidentais pelos holandeses teve o objetivo de invadir áreas coloniais castelhanas na Ásia,
África e, por consequência da União Ibérica, no Brasil. O autor do panfleto chama a atenção dos holandeses para a facilidade
de se realizar uma invasão ao Brasil naquele momento, garantindo a retaliação dos holandeses contra os espanhóis e, ao
mesmo tempo, lucros devido à associação dos flamengos com a produção de açúcar no Brasil, o que torna a alternativa C
correta. A alternativa A está incorreta, pois a intenção dos holandeses ao invadir o Brasil não seria a de enfraquecer a
organização militar da colônia, e sim aproveitar-se de suas vantagens econômicas referentes à produção canavieira.
A já existente fragilidade militar colonial seria, na verdade, um elemento que colaboraria para o sucesso da empreitada
holandesa. A alternativa B está incorreta, pois, de acordo com o texto, os atrativos do Brasil para os holandeses estariam
relacionados com a grande quantidade de açúcar ali produzido e as vantagens do comércio desse produto. Desse
modo, o objetivo dos holandeses seria integrar-se à produção de açúcar, e não oferecer concorrência a essa atividade.
A alternativa D está incorreta, pois, segundo o autor holandês, a economia canavieira instalada na colônia seria um atrativo
para os holandeses, que poderiam assumir o controle dos engenhos e resgatar o lucro da produção de açúcar. Nesse
sentido, não seria interesse flamengo desmantelar a estrutura de engenhos já existente na região. Por fim, a alternativa
E está incorreta, pois o objetivo dos holandeses ao invadir a região nordeste da colônia seria o de atingir os interesses
comerciais e coloniais ibéricos.
Ao longo dos estuários, baías, lagoas e braços de mar, árvores enfrentam condições pouco favoráveis e se debruçam
sobre a água salobra. Às vezes representado por uma vegetação atarracada que forma uma franja verde, outras pelo
emaranhado de raízes que funcionam como muletas em arco para manter árvores de pé na lama movediça, o manguezal
ajuda a proteger a costa dos ventos e das ondas do mar. Além disso, é berçário e oferece fonte de alimentação para uma
variedade de animais marinhos. Em tempos de aquecimento global, a capacidade de absorver carbono da atmosfera e
estocá-lo acrescentou ainda mais importância a esse ecossistema costeiro, que, no Brasil, existe ao longo de quase todo
o litoral, da Região Norte à Sul. E que agora reage ao aumento do nível do mar resultante das mudanças climáticas.
GUIMARÃES, M. Rede de proteção. Pesquisa FAPESP, ed. 216, fev. 2014. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br>.
Acesso em: 21 jun. 2024. (Adaptação)
QUESTÃO 52 1WUY
TEXTO I
Número de Número de
Ano
indústrias operários
1907 3 258 149 018
1920 13 336 275 512
Fonte: DE DECCA, M. A. G. Indústria, trabalho e cotidiano: Brasil (1889-1930). São Paulo: Atual,1991.
TEXTO II
Em 1893, 83,6% da mão de obra industrial era composta por estrangeiros, ascendendo a 92% em 1900. Em 1912,
a área têxtil era composta de 82% de trabalhadores estrangeiros, sendo 65% italianos. Em 1920, a população adulta da cidade
de São Paulo era composta por 52% de estrangeiros e, entre os 100 388 empregados da indústria, 51% eram estrangeiros.
LANZA. A. L.; LAMOUNIER. M. L. Imigração e
Industrialização no Brasil e na Argentina (1870-1930).
Disponível em: <https://www.abphe.org.br>.
Acesso em: 24 jun. 2024. [Fragmento adaptado]
A situação socioeconômica vivenciada pelo Brasil, no contexto da Primeira República, de acordo com análise dos textos,
resultou da(o)
A. difusão do surto de industrialização equivalente pelo país.
B. disponibilidade de mão de obra considerada qualificada.
C. demanda exigida pelos países envolvidos na Guerra.
D. investimento do Estado no modal rodoviário.
E. substituição da base econômica do país.
QUESTÃO 53 NFHØ
Vemos que um homem se move e que outro morre, mas não sabemos como isso acontece. Nossa única
objeção fundamental refere-se à inclusão das coisas obscuras entre os fenômenos, como se tivessem a mesma
substância destes. E quando dizemos que um quadro apresenta projeções, estamos descrevendo o que é aparente;
entretanto, se dizemos que o mesmo não apresenta projeções, já não estamos falando do que é aparente,
e sim de outra coisa. Por isso Tímon diz no Píton que não se afasta do costumeiro.
LAÊRTIOS, Diôgenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres.
2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008.
Conforme o texto, os céticos suspendiam o juízo e criticavam a pretensão dos filósofos da Antiguidade em conhecer a
essência das coisas baseando-se na ideia de que o(a)
A. senso comum tranquiliza a vida.
B. ação moderada produz a felicidade.
C. crença mitológica conduz à verdade.
D. investigação intelectual inquieta a existência.
E. sensibilidade humana apreende a aparência.
Alternativa D
Resolução: Conforme o texto, os céticos suspendiam o juízo e criticavam a pretensão dos filósofos da Antiguidade
em conhecer a essência das coisas, baseando-se na ideia de que a investigação intelectual inquieta a existência.
Os céticos, como argumentado por filósofos como Pirro e posteriormente defendido por Sexto Empírico,
acreditavam que o esforço para alcançar certezas sobre a realidade metafísica ou a essência das coisas resultava
em inquietação e perturbação. Para os céticos, a verdadeira paz de espírito (ataraxia) advém da suspensão do
juízo e da aceitação de que o conhecimento humano é limitado ao que se pode apreender pelos sentidos. Assim,
a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta porque, embora os céticos buscassem tranquilidade, esta não
era obtida pelo senso comum, mas, sim, pela suspensão do julgamento em relação a questões além da aparência.
A alternativa B está incorreta porque a ideia de que a ação moderada produz felicidade não é um princípio central do
ceticismo – que se concentra mais na dúvida sistemática e na suspensão do juízo. A alternativa C está incorreta porque os
céticos geralmente viam as crenças mitológicas como construções culturais que não deveriam ser aceitas como verdades
absolutas; eles não acreditavam que essas crenças conduzissem à verdade. A alternativa E está incorreta porque apresenta
uma afirmação parcial, já que diversas escolas filosóficas concordavam que a sensibilidade humana apreende apenas
aparências, mas, ainda assim, defendiam que a razão era capaz de conhecer a verdade. Portanto, colocar em xeque
a sensibilidade não seria suficiente para suspender o juízo.
Embarcando em viagens para o interior, muitos jovens redigiram ou ditaram seus testamentos, manifestando
a necessidade de penetrar no sertão. [...] Ao longo do século XVII, evidentemente, o “remédio” tão procurado era o cativo
indígena, a posse a partir da qual o jovem colono se situava na sociedade luso-brasileira, pois esta oferecia um ponto
de partida para as atividades produtivas, bem como uma fonte de renda. [...] Para a maioria dos colonos que buscavam
estabelecer-se na sociedade local, a opção do apresamento representava a maneira mais oportuna de constituir uma base
produtiva de alguma envergadura.
MONTEIRO, J. M. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (Adaptação)
O texto evidencia que as ações descritas desempenharam importante papel no contexto colonial brasileiro, pois
A. consolidaram o povoamento do interior do território.
B. representavam a possibilidade de ascensão econômica.
C. viabilizavam a manutenção do sistema produtivo vigente.
D. implicaram a interferência direta da Coroa lusa na colônia.
E. estruturavam o desenvolvimento da atividade mineradora.
Alternativa B
Resolução: Segundo o texto, “muitos jovens redigiram ou ditaram seus testamentos, manifestando a necessidade de
penetrar no sertão”. Eles buscavam meios de enriquecimento, que o texto trata como “remédio” – que, na verdade, seria
o cativo indígena, “a posse a partir da qual o jovem colono se situava na sociedade luso-brasileira, pois esta oferecia um
ponto de partida para as atividades produtivas, bem como uma fonte de renda”. Portanto, as bandeiras de apresamento
representavam a possibilidade de ascensão econômica, o que torna correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta,
pois, embora as bandeiras tenham contribuído para a interiorização da colonização, o texto não as associa ao povoamento
do interior. A alternativa C está incorreta, pois, ainda que muitos indígenas tenham sido capturados para suprir a necessidade
de mão de obra de engenhos, em função da escassez da mão de obra cativa negra, o texto não foca nesse aspecto.
A alternativa D também está incorreta, pois, de modo geral, as bandeiras de apresamento eram iniciativas privadas.
Por fim, a alternativa E está incorreta, pois as bandeiras de prospecção, e não as de apresamento, que estavam relacionadas
à busca por metais preciosos.
QUESTÃO 55 2BVJ
IBGE. Macrocaracterização dos recursos naturais do Brasil. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 8 abr. 2022.
QUESTÃO 56 TWD3
Os filósofos que examinaram os fundamentos da sociedade sentiram a necessidade de remontar até ao estado de
natureza, mas nenhum deles aí chegou. [...] todos, falando sem cessar de necessidade, de avidez, de opressão, de desejos e
de orgulho, transportaram ao estado de natureza ideias que tomaram na sociedade: falavam do homem selvagem e pintavam
o homem civil. Não ocorreu mesmo ao espírito da maior parte dos nossos duvidar que o estado de natureza tivesse existido,
quando é evidente, pela leitura dos livros sagrados [...], mesmo antes do dilúvio, os homens jamais se encontrassem no
puro estado de natureza, a menos que, não tenham nele caído de novo por algum acontecimento extraordinário: paradoxo
muito embaraçante para ser defendido e absolutamente impossível de ser provado.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem da desigualdade.
Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br>.
Acesso em: 10 jun. 2024. [Fragmento]
A crítica de Rousseau exposta no texto introduz a ideia de estado de natureza que, para o autor, é corrompido pela
desigualdade social desde que houve a
A. negação da maldade entre os sujeitos.
B. pretensão de segurança entre os súditos.
C. percepção da diferença entre os indivíduos.
D. conversão da sociedade entre os selvagens.
E. estruturação de identidade entre os religiosos.
Alternativa C
Resolução: A crítica de Rousseau, exposta no texto, introduz a ideia de estado de natureza que, para o filósofo, é corrompido
pela desigualdade social desde que houve a percepção da diferença entre os indivíduos. Rousseau argumenta que, no
estado de natureza, os seres humanos viviam em uma condição de igualdade e inocência, mas a introdução da propriedade
privada e a comparação entre as pessoas levaram à desigualdade e à corrupção da sociedade. Desse modo, a alternativa
correta é a C. A alternativa A está incorreta porque Rousseau não foca na negação da maldade entre os sujeitos como
causa da corrupção, mas, sim, na emergência de comparação e competição após a introdução da propriedade privada.
A alternativa B está incorreta porque Rousseau não associa a pretensão de segurança entre os súditos ao início da
desigualdade; ele acredita que a segurança e as leis surgiram como um pacto social para proteger a propriedade privada,
já em um estágio posterior de desenvolvimento social. A alternativa D está incorreta porque Rousseau não sugere que houve
uma “conversão da sociedade entre os selvagens”; ele argumenta que o estado de natureza era um estado de igualdade,
e foi a evolução para uma sociedade civilizada, com a introdução da propriedade privada, que corrompeu essa igualdade.
A alternativa E está incorreta porque Rousseau não relaciona a desigualdade social à estruturação de identidade entre os
religiosos. Ele vê a origem da desigualdade social na comparação e na competição, exacerbadas pela propriedade privada,
e não em uma construção de identidade religiosa.
O aquecimento global ameaça ilhas e regiões costeiras ao redor do planeta e muitos países já se preparam para
ter sua área continental reduzida ou, até mesmo, para desaparecer por completo. No Panamá, a ilha Gardi Sugdub,
habitada pelo povo indígena Guna, está ameaçada à medida que o mar avança sobre as casas da população. Assim,
em junho de 2024, por decisão do governo, a população da ilha foi orientada a se mudar para o continente. O governo
do Panamá construiu um conjunto habitacional para abrigar a comunidade Guna, a cerca de 1,2 quilômetros da costa
do país. Ao todo, 1 000 pessoas foram realocadas para o conjunto pelo governo, mas algumas famílias, cerca de
200 pessoas, preferiram ficar na ilha e tiveram que construir casas com dois andares.
TEIXEIRA, K. Refugiados climáticos: moradores de ilha no Caribe são realocados por causa do avanço do mar. Disponível em:
<www.tempo.com>. Acesso em: 24 jun. 2024. [Fragmento adaptado]
A situação relatada é causada pela seguinte implicação das mudanças climáticas globais:
A. Ocorrência de tsunamis.
B. Derretimento das geleiras.
C. Intensificação do vulcanismo.
D. Enfraquecimento do efeito estufa.
E. Redução das tempestades tropicais.
Alternativa B
Resolução: O aumento da temperatura do planeta provoca o derretimento das geleiras, adicionando um volume de água
aos oceanos, o que eleva o seu nível. Com isso, ilhas e áreas litorâneas podem ser inundadas, obrigando as populações
locais a se deslocarem, como na situação relatada no texto. Portanto, está correta a alternativa B. As alternativas A e C
estão incorretas, pois a situação abordada é causada por mudanças de ordem climática. As ocorrências de tsunamis e do
vulcanismo, por sua vez, são desencadeadas por processos geológicos endógenos, como a movimentação das placas
tectônicas. A alternativa D está incorreta, pois o aquecimento global é causado, justamente, pela intensificação do efeito
estufa, que consiste na retenção de calor na atmosfera por moléculas gasosas, como do gás carbônico. A alternativa E
está incorreta, pois um dos efeitos das mudanças climáticas é a intensificação da ocorrência de eventos extremos, como
as tempestades tropicais.
QUESTÃO 58 1V6T
Em suas manifestações setecentistas, [o iluminismo] teve várias fontes: a gnosiologia empírica de John Locke, o
racionalismo de Descartes, o ceticismo de Bayle, a ciência de Newton, o fascínio de Voltaire e Montesquieu pelas culturas
exóticas, sobretudo Persia e China, e a influência perene, nesses e em outros filósofos iluministas, das teorias do direito
natural – que nem sempre eram compatíveis. Os pensadores do Iluminismo podiam ser mais ou menos otimistas quanto
ao futuro da espécie. Muitos dos primeiros expoentes do iluminismo, ou protoiluministas – Spinoza e Montesquieu, por
exemplo –, ficaram relativamente livres dos excessos de seus epígonos, como Tom Paine e Augusto Comte. Além do
mais, teorias progressistas como as advogadas por Turgot e Condorcet foram repelidas por vários iluministas escoceses.
E, o que talvez seja mais importante, o iluminismo albergava atitudes divergentes com respeito à religião e moralidade.
O ateísmo de D’Holbach e o racionalismo de Descartes eram anátema para Voltaire, enquanto Kant repudiava
o ceticismo moral de Hume em favor do ideal de autonomia ética racional que Hume teria achado inacreditável.
Sob esses e muitos outros aspectos, o iluminismo parecia uma família vasta e não raro turbulenta de pensadores
e movimentos.
GRAY, J. Voltaire: Voltaire e o iluminismo. Tradução de Gilson César Cardoso de Sousa.
São Paulo: Editora UNESP, 1999.
QUESTÃO 59 2XO7 BORGES, Caroline. Formanda da UFSC usa beca branca pela 1ª vez
na história da instituição: “Dignidade do povo de Axé”.
Com Ford, a grande novidade técnica e em termos de Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 20 mai. 2024.
organização da produção no chão de fábrica foi a introdução
da esteira rolante, que, ao fazer o trabalho chegar ao TEXTO II
trabalhador numa posição fixa, conseguiu dramáticos O governo da França irá proibir que as alunas de
ganhos de produtividade. escolas do país usem a abaya, um tipo de túnica comum em
RIBEIRO, A. Taylorismo, fordismo e toyotismo. Lutas Sociais, países do norte da África e árabes. O anúncio foi feito pelo
São Paulo, v. 19, n. 35, jul. / dez. 2015. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br>. Acesso em: 23 set. 2022. ministro da Educação francês, Gabriel Attal. O ministro disse
considerar que a vestimenta vai de encontro às normas
O texto aponta uma inovação introduzida pelo modelo
fordista de organização da produção industrial, que estritas de laicidade no ensino francês.
propiciou a FRANCE PRESSE. França irá proibir uso de túnicas muçulmanas
em escolas. Disponível em: <https://g1.globo.com>.
A. minimização dos estoques fabris. Acesso em: 28 ago. 2023. [Fragmento]
B. supressão da linha de montagem.
Considerando as situações abordadas nos textos, nas
C. ampliação dos custos de produção.
democracias ocidentais o Estado centraliza ferramentas
D. flexibilização do processo produtivo. sociais que têm o poder de favorecer ou coibir as
E. especialização das funções laborais.
A. formas institucionalizadas de intolerância religiosa.
Alternativa E
B. metodologias pedagógicas de formação laica.
Resolução: A inovação fordista abordada no texto foi
C. atitudes perpetradoras de privilégio individual.
a introdução da esteira rolante no processo produtivo
fabril, na qual cada trabalhador tinha uma posição fixa, D. justificativas teológicas de superioridade cristã.
desempenhando uma tarefa específica e repetitiva. E. manifestações simbólicas de prestígio herdado.
Os meios de massa cumprem um papel primordial, também, na universalização de determinados referentes – sejam
marcas comerciais ou produtos da indústria cultural – que balizam nosso cotidiano e nossa visão de mundo. Coca-Cola,
Mickey e Volkswagen acompanham-nos nos Estados Unidos, no Brasil ou no Japão. Embora esse processo não se resuma
à mídia, tem nela uma ferramenta essencial.
MIGUEL, L. Dossiê Mídia e Política.
Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 22, 2004.
No cenário descrito, o papel da mídia na divulgação dos bens de consumo contribui para
A. homogeneizar o consumo.
B. universalizar a igualdade.
C. conscientizar o mercado.
D. popularizar a tecnologia.
E. alavancar a indústria.
Alternativa A
Resolução: O texto-base aponta a mídia ocupando um papel central na universalização de marcas comerciais e de
produtos da indústria cultural. Nesse ponto, é importante perceber que os meios de comunicação de massa (mass media)
funcionam como agentes de desenvolvimento, ou seja, eles promovem a necessidade do consumo de determinados
produtos. Um exemplo de promoção dessas necessidades é, sem dúvidas, o mecanismo da propaganda ou da publicidade.
Em sociedades fortemente influenciadas por esse processo, os indivíduos costumam ter acesso a conteúdos padronizados
e homogêneos. Logo, a alternativa A é a correta. As alternativas B e D são incorretas porque o texto-base não discute a
questão da igualdade nem a popularização da tecnologia. A alternativa C também é incorreta porque o texto-base não
discute a conscientização do mercado, ele apenas demonstra como a mídia tem a capacidade de impulsionar o consumo
de determinados referentes culturais. Por fim, o texto-base não discute princípios para alavancar a produção industrial como
um todo, fato que invalida a alternativa E.
QUESTÃO 66 P1Z8
Creio que permanecerá facilmente de acordo neste princípio de que somente a abundância de prata num Estado faz a
diferença de grandeza e de seu poder. [...] Além das vantagens que produzirá a entrada de uma quantidade maior de prata
corrente no reino, é certo que, através das manufaturas, milhões de pessoas que enlanguescem na indolência ganharão
sua vida.
COLBERT, J. B. Libertar o comércio exterior da França da tutela holandesa.
In: DEYIN, P. O Mercantilismo. São Paulo: Perspectiva, 1973.
QUESTÃO 68 Y2AC
solar refletida é perdida, parcialmente, para o espaço. Portanto, Resolução: Como ressaltado pelo texto, a Reforma da
está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, Igreja Católica surge como uma resposta aos movimentos
reformistas protestantes, que criticavam a organização
pois a imagem não mostra a dinâmica dos ventos alísios,
e uma série de práticas da Igreja. Portanto, a chamada
que são ventos tropicais que sopram na direção da região
Contrarreforma visava, entre outros objetivos, reafirmar
equatorial, que é a faixa térmica mais aquecida do planeta,
a doutrina Católica, reformando algumas de suas
onde se forma uma zona de baixa pressão atmosférica. práticas, buscando expandir a religião católica e reinstalar
A alternativa C está incorreta, pois a longitude, que é a instrumentos de combate às ações consideradas heréticas,
distância em graus de uma localidade em relação ao o que torna a alternativa A correta. A alternativa B
Meridiano de Greenwich, não é um fator climático, sendo está incorreta, pois a hierarquia da Igreja Católica foi
responsável pelas variações horárias sobre a superfície do preservada, mesmo com as mudanças geradas pela
planeta. A latitude é que é a coordenada geográfica que Contrarreforma. A alternativa C está incorreta, pois a
constitui um fator climático, sendo correspondente à distância, Igreja Católica buscou reafirmar seus dogmas e não os
flexibilizar; a restauração da inquisição é uma mostra da
em grau, de uma localidade em relação à Linha do Equador.
rigidez com a qual a Igreja buscava garantir esses dogmas.
A alternativa D está incorreta, pois a imagem não representa
A alternativa D está incorreta, pois as medidas adotadas
a atuação das barreiras do relevo sobre a dinâmica climática.
pela Igreja buscavam frear os movimentos protestantes, o
Essas barreiras são responsáveis pelas chuvas orográficas, que acirrava os conflitos religiosos. Por fim, a alternativa E
pois provocam a ascensão vertical de massas de ar úmidas, que, está incorreta, pois a Igreja combateu fortemente as
ao se elevarem, atingem temperaturas mais baixas, levando à religiões protestantes, não havendo preocupação em
condensação dos vapores de água e, assim, às precipitações. promover um diálogo inter-religioso.
A produção de alimentos ficou mais cara no Brasil em 2022 em relação ao ano de 2021, quando os custos já estavam
em alta. Alguns fertilizantes tiveram um aumento de até 125% no valor dos seus preços de janeiro até setembro de 2022 e
impactaram no balanço de agricultores e pecuaristas, o que, dentre outros motivos, contribuiu para o aumento dos preços
dos alimentos.
WALENDORFF, R. Disponível em: <https://valor.globo.com>. Acesso em: 24 jun. 2024. (Adaptação)
QUESTÃO 70 HDUQ
Um jovem deputado, Barnave, [...] em 15 de julho de 1791, em carta ao rei, manifesta a sua grande preocupação com
os rumos da Revolução:
“[...] Tornastes todos os homens iguais perante a lei, consagrastes a igualdade civil e política; retomastes para o Estado
tudo o que tinha sido tirado à soberania do povo; um passo a mais seria um ato funesto e culposo, um passo a mais na
linha da liberdade seria a destruição da realeza; na linha da igualdade, a destruição da propriedade. [...] Hoje, todos sabem
que há um interesse comum em terminar a Revolução. Os que perderam sabem que é impossível fazê-la retroceder;
os que a fizeram sabem que ela está terminada e que, para sua glória, é preciso fixá-la.”
ALVES, M. Da Virtude ao Terror: o itinerário de um pensador revolucionário. Princípios, Natal, v. 15, n. 23, 2008, p. 107 (Adaptação).
A visão política do deputado francês descrita no texto assemelha-se ao ideário promovido pelos
A. jacobinos, que aprovavam a radicalização do processo reformista.
B. girondinos, que temiam as consequências das medidas revolucionárias.
C. aristocratas, que rejeitavam os direitos universais do homem e do cidadão.
D. camponeses, que dependiam dos postos de trabalho em propriedades privadas.
E. monarquistas, que aceitavam a submissão do soberano à legislação republicana.
Alternativa B
Resolução: A carta do deputado Barnave foi escrita em 1791, contexto posterior aos primeiros eventos da Revolução
Francesa, sobretudo após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que consagrou a igualdade civil e política
e restituiu a soberania do povo francês. O deputado elogia essas transformações políticas, mas indica preocupação com
a intensificação das medidas revolucionárias, sobretudo a destruição do sistema monárquico, a destituição da realeza e
a destruição da propriedade privada. Estas eram defesas de grupos mais radicais, como os sans-culottes e jacobinos.
O deputado apresenta sua defesa de colocar um fim no processo revolucionário, mantendo as reformas políticas já realizadas,
mas contendo a radicalização, proposta que se assemelha ao ideário dos girondinos. Os girondinos defendiam a Revolução, mas
com defesas moderadas da participação popular no movimento revolucionário e da adoção de reformas políticas radicais,
o que torna a alternativa B correta. Evidentemente, Barnave se coloca contrário aos jacobinos, grupo político que vislumbrava
a ampliação das conquistas sociais da Revolução, tonando a alternativa A inválida. A alternativa C está incorreta, pois os
aristocratas rejeitavam medidas moderadas, como a aprovação dos direitos universais do homem e do cidadão. Por fim, as
alternativas D e E estão incorretas, pois, em seu texto, também não é perceptível a defesa dos interesses dos camponeses
e, embora Barnave defendesse a realeza e a manutenção do regime monárquico, não é verificável na carta a argumentação
a favor da submissão do soberano à legislação republicana.
D. precarização dos insumos produtivos. E. a campanha no Texas visava o crescimento das terras
livres como estratégia para interromper a dinâmica de
E. inviabilização da segurança alimentar.
especulação vigente nos Estados Unidos.
Alternativa C
Alternativa D
Resolução: A irrigação agrícola contribui para superar
Resolução: O texto faz referência à chamada Revolução do
limitações climáticas, pois possibilita o desenvolvimento
Texas (ou Guerra de Independência do Texas), conflito que
de cultivos em ambientes em que, naturalmente, há pouca
ocorreu entre 1835-1836. Até esse período, o Texas era um
disponibilidade hídrica. Assim, está correta a alternativa C.
estado pertencente ao México, mas também ocupado por
A alternativa A está incorreta, pois, ao viabilizar a prática
colonos estadunidenses. Esses colonos, interessados em
da agricultura, a aplicação da irrigação contribui para a
reproduzir a estrutura sulista estadunidense de plantations
permanência da população no campo. A alternativa B
escravistas, acabavam por desrespeitar a Constituição do
está incorreta, pois a irrigação promove o fornecimento
México, que proibia o trabalho escravizado no país. Nesse
de água para as culturas agrícolas. O controle de pragas,
sentido, começaram a ocorrer conflitos entre os texanos,
por sua vez, é realizado através de outras técnicas,
mais alinhados aos Estados Unidos, e o governo central
como a aplicação de herbicidas ou a realização do
do México. A prática descrita no texto demonstra um dos
controle biológico. A alternativa D está incorreta, pois o
interesses estadunidenses em se envolver no conflito: a
desenvolvimento das técnicas de irrigação representa um
possibilidade de anexação de novos territórios. É importante
aprimoramento dos insumos agrícolas. A alternativa E está
lembrar que esse conflito ocorreu no contexto de expansão
incorreta, pois a irrigação viabiliza a produção agrícola
territorial rumo ao Oeste, processo pelo qual os Estados
e, consequentemente, de alimentos, contribuindo para a
Unidos visavam incorporar novas terras para expandir
promoção da segurança alimentar.
seu desenvolvimento econômico e demográfico. Nesse
QUESTÃO 74 OIAW sentido, os voluntários estadunidenses lutariam ao lado
dos texanos e contra o governo mexicano, defendendo,
Agora é o momento para todos os homens jovens, que
portanto, os interesses dos Estados Unidos. Estimulados
querem criar um nome, e fazer fortuna, movimentarem-se.
pelas possibilidades de enriquecimento e à procura de
Vão para o Texas. Alistem-se no bravo Exército do Texas.
“terras livres” para especular, milhares de imigrantes
Um país esplêndido está diante de vocês. Vocês lutarão por
direcionaram-se para o Oeste e Sul dos EUA nesse
um solo e por um nome que se tornarão seus. [...] Com um
movimento. Por fim, as tensões iniciadas nesse conflito
território igual ao da França – um solo muito superior – um
desembocaram, futuramente, na Guerra Mexicano-
clima saudável como nenhum outro no mundo, o Texas deve
-Americana em (1846-1848), que ocasionou a incorporação
se tornar em breve a segunda grande República.
de vários outros territórios mexicanos aos EUA, o que torna
TUCKER, P. T. Motivations of United States Volunteers during the
a alternativa D correta. As demais alternativas apresentam
Texas Revolution, 1835-1836. East Texas Historical Journal,
v. 29, n. 1, 1991, p. 29-30 (Adaptação). informações equivocadas e, por isso, estão incorretas.
Climograma de Uberlândia – MG
315 25.0
24.5
280
24.0
245
CONFESSOR, J., RODRIGUES, S. Técnicas de manejo voltadas à recuperação de áreas degradadas por erosão: análise de 15 anos de estudos
na voçoroca da Fazenda Experimental do Campus Glória-UFU. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 24, n. Especial, 2023.
Disponível em: <https://rbgeomorfologia.org.br>. Acesso em: 24 jun. 2024.
QUESTÃO 76 QNYH
Servem ao senhor do engenho, em vários ofícios, além dos escravos de enxada e foice que tem nas fazendas e na
moenda e fora os mulatos e mulatas, negros e negras de casa ou ocupados em outras partes, barqueiros, canoeiros,
calafates, carapinas, carreiros, oleiros, vaqueiros, pastores e pescadores. Tem mais cada senhor destes necessariamente
um mestre-de-açúcar, um banqueiro e um contrabanqueiro, um purgador, um caixeiro no engenho e outro na cidade, feitores
nos partidos e roças, um feitor-mor do engenho, e para o espiritual um sacerdote seu capelão [...].
ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007.
De acordo com o texto, o empreendimento açucareiro na América portuguesa foi marcado pela
A. simplicidade da estrutura de produção.
B. exclusividade laboral aos escravizados.
C. estrutura de trabalho carente de ordenação.
D. acentuada dinâmica social nas áreas produtoras.
E. ausência de especialização na execução de tarefas.
Resolução: Na nova Divisão Internacional do Trabalho, D. valorização do eu interior como fonte de inspiração.
o texto sinaliza que os países latino-americanos se E. recuperação dos valores defendidos pela ilustração.
posicionam como exportadores de produtos de baixo valor Alternativa D
agregado e importadores de conhecimentos estrangeiros. Resolução: De acordo com o texto, “o cerne da visão
Isso evidencia que esses países continuam sendo romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e traços
dependentes da importação de tecnologias desenvolvidas de personalidade, que comandam a criação artística”,
nos países desenvolvidos, como aponta a alternativa B. indicando que o Romantismo valorizava o eu interior
A alternativa A está incorreta, pois o texto afirma que os como fonte de inspiração criativa. Portanto, a alternativa
países da América Latina “foram pouco capazes de reduzir D está correta. A alternativa A está incorreta, pois, para
sua dependência em relação ao desenvolvimento de novos os românticos, a História era dotada da alma e dos
setores econômicos no âmbito mundial”. O processo de sentimentos dos indivíduos que haviam participado da
industrialização de muitos países dessa região, como o sua construção. Assim, cada período histórico seria um
momento dotado de mitos e de características culturais
Brasil, evidencia essa situação, visto que tiveram o seu
próprias, o que os tornaria portadores de heranças distintas
desenvolvimento industrial impulsionado pelos capitais
e necessárias para a composição do ideário humano.
estrangeiros. A alternativa C está incorreta, pois a mão de
A alternativa B está incorreta, pois os românticos, ao
obra qualificada predomina nas atividades econômicas que
contrário de valorizar a razão, ressaltavam os sentimentos
envolvem alta tecnologia e geram produtos de elevado valor
como os principais elementos para a vida de um ser humano
agregado; na nova Divisão Internacional do Trabalho, os
e, logo, para a sociedade. A alternativa C está incorreta,
países desenvolvidos é que se destacam por abrigar essas pois o Romantismo acreditava que a industrialização das
atividades. A alternativa D está incorreta, pois os países sociedades promovia a desumanização e a desnaturalização
latino-americanos ainda dependem das exportações de da vida. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois,
produtos de baixo valor agregado, o que inclui gêneros ao valorizar os sentimentos em detrimento da razão e
agrícolas, revelando que suas economias continuam, considerar a Idade Média um período rico culturalmente,
fortemente, assentadas no modelo agroexportador. por exemplo, os românticos discordavam dos iluministas.
em uma tendência que muitos atribuem às consequências Em 2022, o Brasil ultrapassou a marca histórica de
da pandemia de Covid-19. 12 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia
originada a partir da fonte solar fotovoltaica, em grandes
usinas e em sistemas de geração de pequeno e médio
portes instalados em telhados, fachadas e terrenos,
segundo dados da Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). O país, recentemente,
ultrapassou a marca de 700 mil unidades consumidoras
com geração própria de energia de fonte solar. Mas ainda
que o uso venha crescendo, essa é a realidade de apenas
0,8% dos mais de 87,5 milhões de consumidores de
eletricidade do país.
Brasil amplia capacidade instalada de geração de energia solar.
Disponível em: <https://exame.com>. Acesso em: 10 jul. 2022
(Adaptação).
QUESTÃO 86 UL92
O Código Florestal regulamenta a forma como a terra pode ser explorada, estabelecendo onde a vegetação tem de
ser mantida e onde pode haver diferentes tipos de exploração. Um dos instrumentos que compõe o Código Florestal é a
definição de Áreas de Preservação Permanente (APPs), que correspondem a locais frágeis, como beira de rios e topos de
morros, que não podem ser desmatados.
NASCIMENTO, L. Aprovação de texto-base do Código Florestal divide opiniões em MT.
Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 21 jun. 2024. [Fragmento adaptado]
QUESTÃO 87 H3X4
Considere uma proposição acerca de um movimento do corpo, por exemplo, “eu estou estendendo minha mão”.
Bem, conquanto possam verdades como essas parecer simples e óbvias, elas podem, com bastante determinação e
engenhosidade, ser colocadas em dúvida. Posso estar dormindo e sonhando, em cujo caso não estarei de modo algum
estendendo minha mão, mas, por exemplo, deitado na cama com as mãos apoiando meu ouvido.
COTTINGHAM, John. Descartes: a filosofia da mente de Descartes. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
O texto trabalha com o argumento do sonho de Descartes, que é fundamental para o desenvolvimento da dúvida hiperbólica
ao assumir que o pensamento existe
A. apartado da bondade divina.
B. independente do meio físico.
C. derivado da vivência coletiva.
D. autônomo do ensino filosófico.
E. isolado da sensibilidade humana.
QUESTÃO 88 973Z
O Brasil foi capaz de conduzir a disputa de uma forma que lhe era favorável e terminar por romper relações diplomáticas
com a Inglaterra. Com esse lance, esgotou-se momentaneamente o repertório de medidas contra o governo imperial brasileiro.
Sem poder ir além (o que só poderia significar uma invasão ainda que temporária do território brasileiro) em retaliações
contra o governo imperial e tendo contra a decisão de uma arbitragem internacional em relação ao conflito. [...] Para o Brasil,
a Questão Christie significou pôr as cartas na mesa e deixar claro os limites da pressão inglesa.
SALLES, R. Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania
na formação do Exército. Rio de Janeiro: Paz e Guerra, 1990.
QUESTÃO 89 ZWNI
O número médio de anos de estudo no Brasil aumentou entre 2016 e 2018. O indicador passou de 8,9 anos para
9,3 anos em 2018. Desde 2016, essa média vem crescendo anualmente (0,2 por ano). Os dados são da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua Educação 2018 (PNAD Educação), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Todas as regiões do país tiveram melhoras, sendo que a Centro-Oeste e a Norte registraram o maior
ganho. A primeira passou de 9,2 para 9,6 e, a segunda, de 8,3 para 8,7 anos. A Nordeste saiu de 7,6 para 7,9 entre 2016
e 2018; a Sudeste subiu de 9,7 para 10,0; e a Sul foi de 9,2 para 9,5 anos.
BRASIL, C. Total médio de anos de estudo cresce no Brasil, diz pesquisa do IBGE.
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br>.
Acesso em: 29 maio 2024. [Fragmento adaptado]
QUESTÃO 90 BCQZ
Eis o seu verdadeiro segredo: a Comuna era, essencialmente, um governo da classe operária, fruto da luta da classe
produtora contra a classe apropriadora, a forma política afinal descoberta para levar a cabo a emancipação econômica
do trabalho. [...] Quando a Comuna de Paris tomou em suas próprias mãos a direção da revolução; quando, pela primeira
vez na história, os simples operários se atreveram a violar o monopólio de governo de seus “superiores naturais” e,
em circunstâncias extraordinariamente difíceis, realizaram seu trabalho de modo modesto, consciente e eficaz [...].
MARX, K. A guerra civil na França. Textos.
São Paulo: Alfa-Ômega, 1977.