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APARELHOS USADOS NA ALQUIMIA E A TEORIA ATÓMICA Molecular-2

Trabalho de história de química da unilicungo
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1

UNIVERSIDADE LICUNGO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM ENSINO DE QUÍMICA

Amir Aguilar Jaime

Augusto Macamo

Leonora Sulemane Amaral

Marlene Adelino

Mercio António

Niza Ossifo Daúdo

APARELHOS USADOS NA ALQUIMIA E A TEORIA


ATÓMICA MOLECULAR

Quelimane

2024
2

Amir Aguilar Jaime

Augusto Macamo

Leonora Sulemane Amaral

Marlene Adelino

Mercio António

Nilza Ossifo Daúdo

APARELHOS USADOS NA ALQUIMIA E A TEORIA


ATÓMICA MOLECULAR

Trabalho de carácter avaliativo apresentado ao


curso de Ensino de Química na Faculdade de
Educação na cadeira de História de Química
leccionado pelo:

Docente: Phd. Muluta

Quelimane

2024
3

Índice

Índice...........................................................................................................................................3
1. Introdução...............................................................................................................................5
2 Objectivos................................................................................................................................6
2.1 Objectivo geral:.....................................................................................................................6
2.2 Objectivos específicos:.........................................................................................................6
3. Trabalho dos alquimistas........................................................................................................7
3.1. Contexto Histórico da Alquimia..........................................................................................7
3.2. Objetivos dos Alquímicos....................................................................................................7
3.3. Métodos Experimentais.......................................................................................................8
4. Aparelhos usados na alquimia................................................................................................8
4.1. Alambiques..........................................................................................................................8
4.2. Retortas................................................................................................................................9
4.3. Cubas....................................................................................................................................9
4.4. Fornos de Calcinação...........................................................................................................9
4.5. Atanores.............................................................................................................................10
4.6. Balões e Frascos de Vidro..................................................................................................10
5.1. Destilação...........................................................................................................................11
5.2. Calcinação..........................................................................................................................11
5.3. Filtração.............................................................................................................................11
5.4. Sublimação.........................................................................................................................12
5.5. Coagulação.........................................................................................................................12
5.6. Dissolução..........................................................................................................................13
6.1. Teoria Atômica Nuclear.....................................................................................................13
6.2. Teoria Atômica de Dalton (1803)......................................................................................14
6.3. Teoria Atômica de Thomson.............................................................................................14
6.3.1. A Natureza Elétrica da Matéria.......................................................................................16
7. Teoria Atômica de Rutherford..............................................................................................16
7.1. Röntgen e os Raios X.........................................................................................................16
8. Teoria atômica de Bohr: origens da teoria quântica.............................................................17
8.1 O dilema do átomo estável..................................................................................................17
9. Ligação Covalente Apolar....................................................................................................18
10. Conclusão............................................................................................................................19
10 Referências bibliográficas...................................................................................................20
4

1. Introdução

A alquimia, prática que se desenvolveu ao longo dos séculos, foi um precursor essencial da
química moderna. Embora frequentemente associada a práticas místicas e esotéricas, a
alquimia estabeleceu as bases para a compreensão das transformações materiais e do
comportamento da matéria. Os alquimistas buscavam não apenas a transmutação de metais
comuns em ouro, mas também o Elixir da Vida, um remédio que prometia a imortalidade.
Para alcançar seus objetivos, eles desenvolveram uma série de aparelhos e processos que
permitiram a investigação da natureza dos elementos e compostos. Neste contexto, a teoria
atômica molecular emerge como uma evolução natural do pensamento alquímico, à medida
que os cientistas passaram a explorar a estrutura da matéria em níveis mais fundamentais. O
trabalho de cientistas como John Dalton, J.J. Thomson, Ernest Rutherford e Niels Bohr
transformou nossa compreensão sobre a composição atômica, proporcionando uma base
sólida para a química moderna. Este trabalho pretende explorar a interseção entre a alquimia e
a teoria atômica, examinando como os aparelhos e processos utilizados pelos alquimistas
contribuíram para o desenvolvimento das teorias atômicas.
5

2 Objectivos
2.1 Objectivo geral:

 Conhecer aparelhos usados a Alquimia e a Teoria Atómica Molecular.

2.2 Objectivos específicos:

 Descrever os trabalhos dos alquimistas;


 Descrever os principais instrumentos e aparelhos utilizados na prática alquímica e suas
funções;
 Apresentar a evolução das teorias atómicas;

2.3 Metodologia

O presente trabalho se baseará em uma revisão bibliográfica detalhada sobre os aparelhos


usados a Alquimia e a Teoria Atómica Molecular, utilizando fontes académicas como livros,
artigos e estudos de autores influentes na área aparelhos usados a Alquimia e a Teoria
Atómica Molecular.
6

3. Trabalho dos alquimistas


Os alquímicos foram pioneiros em diversas áreas da ciência e da filosofia, desempenhando
um papel fundamental no desenvolvimento de conceitos que moldaram o pensamento
científico moderno. Suas investigações sobre a natureza das substâncias, os processos
químicos e as transformações materiais foram realizadas em um contexto que mesclava
práticas experimentais com simbolismos místicos. (Rudolf, 2016).

3.1. Contexto Histórico da Alquimia


A alquimia tem suas raízes em antigas tradições filosóficas e espirituais que datam de
milhares de anos, como o Egito, a Grécia e a China. Durante a Idade Média, a alquimia
prosperou na Europa, onde se tornou um campo de estudo respeitado que unia ciência,
filosofia e religião. Os alquimistas acreditavam que a compreensão dos processos naturais não
apenas revelaria os segredos da matéria, mas também ofereceria caminhos para a
transformação espiritual e moral dos indivíduos.

3.2. Objetivos dos Alquímicos


Os principais objetivos dos alquímicos eram:

 Transmutação de Metais: A busca pela transformação de metais comuns em ouro era


uma das ambições mais célebres da alquimia. Os alquimistas acreditavam que todos os
metais eram compostos de uma mesma matéria prima, e que, através de processos
adequados, poderiam ser purificados e elevados à sua forma mais nobre (Rudolf,
2016).

 Elixires da Vida: Muitos alquimistas estavam em busca de um elixir que


proporcionasse imortalidade ou cura para doenças. Essa busca simbolizava não apenas
a aspiração à vida eterna, mas também a ideia de que a transformação física poderia
refletir uma transformação espiritual (Jung, 2018).

 Pedra Filosofal: Este era o objeto mítico que supostamente possuía a capacidade de
transformar metais em ouro e oferecer a imortalidade. A Pedra Filosofal simbolizava a
culminação da busca alquímica e era frequentemente associada a sabedoria e
iluminação espiritual (Bennett, 2015).
7

3.3. Métodos Experimentais


Os alquímicos foram inovadores na introdução de métodos experimentais que, embora
rudimentares, formaram a base da metodologia científica. Entre suas práticas, destacam-se:

 Observação: Os alquimistas realizavam cuidadosas observações de reações químicas


e mudanças de estado, registrando as condições e os resultados de seus experimentos.
Essa atenção aos detalhes foi crucial para o desenvolvimento de um conhecimento
sistemático sobre as substâncias (McNaught & Wilkinson, 1997).

 Registro Documental: Muitas obras alquímicas eram escritas de maneira simbólica,


refletindo a complexidade dos pensamentos e experimentos. Autores como Hermes
Trismegisto, que é frequentemente considerado uma figura mítica e um símbolo da
sabedoria, produziam textos que uniam filosofia e prática alquímica (Gillespie, 2014).

 Processos de Purificação: Os alquimistas utilizavam técnicas como destilação,


filtração e calcinação para purificar substâncias e estudar suas propriedades. Esses
processos permitiram a separação de compostos e o estudo de suas características
individuais, preparando o terreno para a química moderna (Cottingham, 2006).

4. Aparelhos usados na alquimia


4.1. Alambiques
Os alambiques eram um dos instrumentos mais importantes e utilizados pelos alquimistas.
Eles consistem em três partes principais: um recipiente para o aquecimento da substância
líquida, um tubo de condensação que resfria o vapor, e um recipiente coletor para o produto
final destilado. Esse aparelho era fundamental para o processo de destilação, uma técnica que
permitia a separação de substâncias com diferentes pontos de ebulição. O vapor da substância
aquecida passava pelo tubo de condensação, onde era resfriado, retornando ao estado líquido.

Os alquimistas usavam os alambiques principalmente para separar substâncias e purificá-las.


A destilação era considerada um método essencial na busca pela criação de elixires e pela
transmutação de metais em ouro. Além disso, o alambique foi um precursor do equipamento
de destilação moderna usada em laboratórios químicos e na indústria (Bennett, 2015).
8

4.2. Retortas
As retortas eram frascos de vidro ou metal em formato de balão, com um longo pescoço
curvado, que permitiam o aquecimento de substâncias de forma controlada. Foram utilizados
para realizar reações químicas em que o material fosse fornecido a um aquecimento contínuo.
Um formato específico da retorta facilitou a coleta dos vapores gerados durante o
aquecimento e permitiu que eles fossem direcionados para outro recipiente sem dispersão.

O principal uso das retortas era no processo de calcinação, onde substâncias eram aquecidas
até altas temperaturas para queimar impurezas ou decompor materiais. A calcinação era
fundamental para muitos processos alquímicos, como a obtenção de óxidos metálicos a partir
de metais, ou a purificação de minerais. As retortas, juntamente com os fornos de calcinação,
eram essenciais para essa prática (McNaught & Wilkinson, 1997).

4.3. Cubas
Como cubas eram recipientes simples, geralmente de barro, metal ou vidro, que serviam para
a mistura e aquecimento de materiais sólidos e líquidos. Elas variavam em tamanho e
formato, dependendo da quantidade de substância a ser processada, e eram usadas para uma
grande variedade de funções dentro do laboratório alquímico.

As cubas desempenharam um papel importante no preparo inicial de substâncias para


experimentos mais complexos. Os alquimistas frequentemente misturavam metais, minerais,
plantas e outros em cubas antes de realizar processos como fusão ou ingredientes a destilação.
Esses recipientes, embora simples, foram essenciais para os trabalhos alquímicos, pois
permitem a manipulação segura de grandes volumes de materiais (Cottingham, 2006).

4.4. Fornos de Calcinação


Os fornos de calcinação foram projetados especificamente para materiais submetidos a altas
temperaturas, sem fundo, com o objetivo de alterar suas propriedades químicas. Durante a
calcinação, as substâncias eram aquecidas até que perdessem água, gases ou outros elementos
voláteis, deixando para trás uma forma mais pura do material. A calcinação foi uma técnica
essencial na alquimia para a transformação de metais e na produção de compostos como
óxidos metálicos.

Esses fornos variavam em tamanho, mas todos eram construídos para manter temperaturas
elevadas e consistentes durante longos períodos de tempo. Os alquimistas usavam fornos de
9

calcinação para vários experimentos, incluindo a criação de novos compostos, purificação de


minerais e a busca pela transmutação de metais básicos em ouro (Jung, 2018).

4.5. Atanores
Outro aparelho importante era o atanor, um forno especializado em manter uma temperatura
constante e moderada durante longos períodos de tempo. Esse tipo de forno era utilizado em
processos alquímicos de longa duração, como a criação da pedra filosofal, uma substância
mítica que os alquimistas acreditavam ter o poder de transformar metais comuns em ouro e de
imortalidade.

O atanor foi projetado para garantir que as substâncias químicas fossem submetidas a um
aquecimento gradual e constante, considerado crucial para as transformações alquímicas. A
construção cuidadosa desse forno, com suas câmaras internas, permitiu um controle refinado
da temperatura e do fluxo de ar, tornando-o uma peça central em muitas operações alquímicas
(Rudolf, 2016).

4.6. Balões e Frascos de Vidro


Os alquimistas também usavam diversos tipos de balões e frascos de vidro para realizar
reações químicas e armazenar substâncias. O vidro era um material fundamental na alquimia
devido à sua resistência ao calor e à sua transparência, o que permitia aos alquimistas
observar as mudanças nas emissões durante as reações.

Esses frascos eram usados em processos como a sublimação , onde uma substância sólida era
aquecida e transformada diretamente em vapor, condensando-se em um novo estado sólido. A
sublimação era frequentemente usada para purificar matéria, um dos objetivos centrais da
prática alquímica. (Rudolf, 2016).

A alquimia envolvia uma série de processos e técnicas que, apesar de estarem frequentemente
envoltos em uma linguagem mística e espiritual, eram baseados em princípios que hoje fazem
parte da ciência moderna. Os alquimistas desenvolveram métodos experimentais que podem
ser vistos como precursores das práticas laboratoriais modernas. Abaixo estão alguns dos
principais processos alquímicos e suas funções.
10

5.1. Destilação
A destilação foi um dos métodos mais importantes desenvolvidos pelos alquimistas, utilizado
principalmente para separar substâncias voláteis. Este processo envolve o aquecimento de um
líquido até que ele se evapore, seguido pela condensação do vapor em outro recipiente. A
destilação permitia a coleta de substâncias puras, como o álcool, ao separar componentes com
diferentes pontos de ebulição.

Alquimistas usavam a destilação para a produção de óleos essenciais e elixires, bem como
para purificar líquidos. A técnica foi amplamente empregada tanto para fins medicinais
quanto em experimentos de transmutação de metais. A destilação permanece uma técnica
crucial na química moderna, usada em uma variedade de indústrias, incluindo a produção de
bebidas alcoólicas, perfumes e na purificação de água. O uso do alambique pelos alquimistas
foi essencial para aprimorar esta técnica, e seu design continua a ser usado em destiladores
modernos (Bennett, 2015).

5.2. Calcinação
A calcinação era outro processo fundamental na alquimia. Esse método envolvia a queima de
substâncias a altas temperaturas com o objetivo de remover impurezas e alterar sua
composição química. Os alquimistas acreditavam que, ao submeter materiais a um calor
intenso, poderiam purificá-los, removendo elementos indesejados e preparando-os para
transformações posteriores.

O processo de calcinação era frequentemente utilizado na tentativa de transformar metais


comuns, como chumbo, em ouro, uma das metas centrais da alquimia. No entanto, além das
aspirações transmutativas, a calcinação tinha aplicações práticas, como a produção de óxidos
metálicos e a decomposição de compostos orgânicos e minerais. A técnica também servia
como um método de purificação, eliminando substâncias voláteis e deixando para trás
materiais mais densos e puros (Cottingham, 2006). Na química moderna, a calcinação ainda é
utilizada, especialmente na produção de cimento e em processos metalúrgicos.

5.3. Filtração
A filtração era usada pelos alquimistas para separar sólidos de líquidos. O processo consistia
em passar misturas através de filtros, geralmente feitos de tecidos ou outros materiais porosos,
para capturar partículas sólidas e permitir a passagem de líquidos. A filtração desempenhava
um papel crucial na purificação dos produtos finais das reações químicas, garantindo que os
compostos obtidos fossem livres de impurezas indesejadas.
11

A purificação era um dos principais objetivos dos alquimistas, que acreditavam que a
transformação espiritual e material envolvia a remoção de impurezas tanto no plano físico
quanto no metafísico. A filtração foi amplamente utilizada na preparação de substâncias para
destilações e na produção de elixires, onde era necessário garantir que os materiais estivessem
livres de contaminantes. Essa técnica ainda é amplamente utilizada na química moderna e em
diversas outras áreas, como o tratamento de água e a produção de medicamentos (McNaught
& Wilkinson, 1997).

5.4. Sublimação
A sublimação é o processo pelo qual uma substância sólida se transforma diretamente em
vapor sem passar pelo estado líquido, condensando-se em um novo estado sólido. Este
método era utilizado pelos alquimistas para purificar substâncias e remover impurezas. Eles
acreditavam que a sublimação representava uma elevação do material ao seu estado mais puro
e espiritual, o que estava em consonância com as aspirações alquímicas de elevação e
purificação tanto da matéria quanto do espírito.

A sublimação era comumente usada para purificar compostos voláteis, como enxofre e
mercúrio, que eram elementos centrais na alquimia. Este processo simbolizava a ascensão de
um material impuro a uma forma superior, um conceito intimamente ligado ao objetivo
alquímico de transformar metais inferiores em ouro e de criar a pedra filosofal. A sublimação
continua a ser um processo relevante na ciência moderna, utilizado em técnicas como a
purificação de certos compostos químicos (Holmyard, 1990).

5.5. Coagulação
A coagulação era vista pelos alquimistas como um processo de transformação no qual uma
substância líquida ou gasosa se solidificava em uma forma mais densa e sólida. Este processo
simbolizava a cristalização de uma substância em uma forma mais pura, representando o
conceito alquímico de fixação, ou seja, a transformação de algo volátil em uma forma fixa e
estável.

Os alquimistas aplicavam a coagulação em várias experiências, acreditando que o processo


era essencial para criar substâncias mais duráveis e estáveis. Em suas tentativas de
transformar metais e criar a pedra filosofal, a coagulação representava a solidificação de algo
anteriormente efêmero em uma forma perfeita e imutável. No contexto moderno, a
coagulação é vista em processos químicos e biológicos, como a formação de cristais e a
coagulação do sangue (Principe, 2011).
12

5.6. Dissolução
A dissolução era o processo pelo qual os alquimistas misturavam substâncias sólidas com
líquidos para formar uma solução homogênea. Este método era frequentemente utilizado na
busca por extrair a "essência" de um material, um conceito central na alquimia. A dissolução
representava a decomposição de um material em seus componentes mais básicos, permitindo
que fosse purificado e preparado para uma transmutação posterior.

A dissolução era usada para dissolver metais em ácidos, um precursor das modernas técnicas
químicas de dissolução. Na visão alquímica, este processo tinha um significado tanto físico
quanto espiritual, com a dissolução sendo vista como uma etapa preliminar para alcançar a
perfeição material e espiritual. No mundo moderno, a dissolução é um processo químico
amplamente utilizado em laboratórios e indústrias para a separação e preparação de materiais
(Holmyard, 1990).

6.1. Teoria Atômica Nuclear


A teoria atômica nuclear representou uma revolução na compreensão da estrutura da matéria
no início do século XX. Proposta por Ernest Rutherford em 1911, após o famoso experimento
da lâmina de ouro, a teoria apresentou a ideia de que o átomo contém um núcleo central
denso, composto por prótons, que possuem carga positiva, e nêutrons, que são partículas sem
carga. Ao redor desse núcleo, os elétrons, que têm carga negativa, orbitam. Esse modelo
substituiu o modelo anterior de Thomson, que sugeria que o átomo era uma massa uniforme
de carga positiva com elétrons embutidos (Bennett, 2015).

Rutherford demonstrou que o núcleo atômico contém quase toda a massa do átomo, enquanto
os elétrons ocupam a maior parte do espaço ao redor dele. Esse novo entendimento do átomo
lançou as bases para o desenvolvimento da física nuclear e possibilitou o avanço no estudo de
reações nucleares, como a fissão e a fusão. Além disso, a teoria nuclear proporcionou uma
explicação mais detalhada sobre o comportamento químico dos átomos, crucial para o
desenvolvimento da química moderna (Bennett, 2015).

A introdução dos nêutrons, descobertos por James Chadwick em 1932, foi fundamental para o
desenvolvimento posterior da teoria. Os nêutrons desempenham um papel essencial ao
estabilizar o núcleo atômico, contrabalançando a repulsão eletrostática entre os prótons. Isso
também abriu caminho para a compreensão de fenômenos como o decaimento radioativo e
outras interações nucleares que, mais tarde, seriam vitais para o avanço da física de partículas
(Bennett, 2015).
13

6.2. Teoria Atômica de Dalton (1803)


Desde a antiguidade, o homem já se preocupava em entender o comportamento da matéria
que constitui os corpos por meio de especulações filosóficas. Entre os filósofos gregos,
Aristóteles acreditava que a matéria poderia ser dividida indefinidamente. No entanto,
Leucipo (440 a.C.) foi o primeiro a propor que a matéria era formada por partículas
indivisíveis, que seu discípulo Demócrito (460 a 370 a.C.) chamou de átomos. Passaram-se 17
séculos para que alguma contribuição significativa fosse acrescentada à teoria atômica.

Por volta de 1803, o químico e físico inglês John Dalton formulou sua teoria atômica, sendo
a primeira tentativa de relacionar mudanças químicas a eventos que ocorrem a nível de
átomos individuais. A teoria de Dalton baseia-se em cinco postulados principais:

1. Toda a matéria é composta de átomos;

2. Átomos são permanentes e indivisíveis, e não podem ser criados nem destruídos
(considerando a conservação da massa nas reações químicas e a lei das proporções
definidas, este postulado está certo, mas o átomo não é indivisível, sendo composto
por partículas subatômicas);

3. Os átomos de um elemento são idênticos, mas são diferentes dos átomos de outros
elementos (essa ideia foi posteriormente revista com a descoberta dos isótopos, que
são átomos de um mesmo elemento que diferem em massa atômica);

4. Transformações químicas consistem na combinação, separação ou rearranjo de átomos


(correto, mas não distingue claramente átomos de moléculas);

5. Compostos químicos são formados por átomos de dois ou mais elementos em uma
proporção fixa (lei da composição definida) (Atkins & Jones, 2012).

Dalton imaginava o átomo como uma estrutura esférica, maciça, indivisível, indestrutível e
homogênea, cuja massa e volume variam de um elemento para outro. Embora algumas dessas
ideias tenham sido refutadas, o principal mérito da teoria de Dalton foi impulsionar a pesquisa
sistemática sobre a natureza do átomo.

Posteriormente, em 1811, o cientista italiano Amedeo Avogadro completou a teoria de Dalton


ao introduzir o conceito de molécula, permitindo um entendimento mais completo das
relações entre átomos e moléculas nas substâncias químicas (Chang, 2007).

6.3. Teoria Atômica de Thomson


A ideia do átomo indivisível de Dalton prevaleceu por 93 anos, de 1804 a 1897. No entanto,
como ocorre com muitas descobertas científicas, a teoria de Dalton foi revisada à medida que
14

novas evidências foram surgindo. A teoria atômica de Thomson é resultado da descoberta da


natureza elétrica da matéria, assim como das experiências com os tubos de Crookes. Essa
teoria marca uma evolução importante, pois os físicos começaram a adotar modelos atômicos
que os químicos também estavam utilizando.
Thomson, em 1897, ao estudar a deflexão de raios catódicos em campos elétricos e
magnéticos, propôs que os átomos não eram indivisíveis, como Dalton acreditava, mas
continham partículas subatômicas. Ele foi o primeiro a identificar o elétron, uma partícula
com carga negativa, e isso o levou a propor um modelo atômico diferente, conhecido como o
modelo do pudim de passas. Nesse modelo, o átomo era uma esfera positiva onde os
elétrons, de carga negativa, estavam distribuídos de maneira uniforme (Atkins & Jones,
2012).

Figura. 1. Quadro cronológico comparativo entre os avanços da Química e da


Eletricidade.
15

6.3.1. A Natureza Elétrica da Matéria

A descoberta dos elétrons, partículas subatômicas com carga elétrica negativa, foi feita por
cientistas que inicialmente estavam mais interessados no estudo da eletricidade do que na
química. Contudo, essa descoberta revelou a íntima relação entre matéria e eletricidade.

Os primeiros indícios da natureza elétrica dos átomos foram obtidos em 1834, graças às
experiências de eletrolise do físico-químico inglês Michael Faraday. Faraday conduziu
experimentos que demonstraram a relação entre eletricidade e as reações químicas,
formulando suas leis sobre eletrolise. A primeira lei de Faraday estabelece que a "ação
química da eletricidade é proporcional à quantidade absoluta de eletricidade que atravessa o
sistema" (Chang, 2007).

7. Teoria Atômica de Rutherford


O desenvolvimento do modelo atômico de Ernest Rutherford foi possível graças às
descobertas dos raios X e da radioatividade. Esses avanços forneceram as bases experimentais
para a compreensão da estrutura atômica que Rutherford propôs.

7.1. Röntgen e os Raios X


Em 1895, ao trabalhar com um tubo de raios catódicos, o físico alemão Wilhelm Röntgen
descobriu que raios invisíveis emanados do tubo podiam atravessar materiais opacos à luz e
ativar anteparos fluorescentes ou filmes fotográficos. Diferentemente dos raios catódicos,
esses novos raios não podiam ser desviados por campos magnéticos, indicando que não eram
partículas carregadas. Por conta disso, Röntgen os denominou raios X. Ele observou que
todos os materiais apresentavam certa transparência aos raios X, que diminuía com o aumento
da densidade e do peso atômico dos elementos constituintes do material. (Chang, 2007)

Essa descoberta teve uma aplicação imediata na medicina, permitindo a visualização de


estruturas internas do corpo humano, como ossos. Como os ossos possuem elementos de
maior peso atômico que os tecidos moles, absorvem mais radiação e produzem sombras mais
escuras em filmes fotográficos, sendo ideais para diagnósticos médicos.

Por sua descoberta dos raios X, Röntgen recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1901, sendo o
primeiro físico a ser laureado. Embora a aplicação dos raios X tenha sido imediata, sua
natureza física só foi completamente compreendida em 1912 (Chang, 2007).
16

8. Teoria atômica de Bohr: origens da teoria quântica


No início do século XX, os cientistas se confrontaram com um conjunto de observações que
tornavam inconsistente a teoria atômica de Rutherford e que precisavam ser efetivamente
esclarecidas. As observações do ponto de vista dos químicos e dos físicos que precisavam ser
explicadas eram:

 a periodicidade das propriedades dos elementos quando organizados na tabela


periódica de Mendelee (1869);
 a regularidade sistemática das frequências das linhas espectrais observadas porBalmer
(1885);
 o dilema do átomo instável do modelo de Rutherford e o insucesso da física clássica
para explicar o comportamento de elétrons em átomos (contradição aparente entre a
eletrodinâmica e sua aplicação a elétrons);
 discrepância observada ao explicar os resultados experimentais da radiação emitida
por sólidos aquecidos via as equações da teoria clássica da radiação (1900);
 insucesso da teoria clássica da radiação para explicar o efeito fotoelétrico (1905).

Diante de tal situação, era imprescindível que houvesse uma reformulação do modelo do
átomo. O maior mérito de Niels Bohr é ter concebido uma teoria satisfatória em relação à
teoria atômica, propondo um modelo revolucionário no seu tempo. Bohr percebeu que a
elucidação da estrutura atômica seria encontrada na natureza da luz emitida pelas substâncias
submetidas a altas temperaturas ou a cargas elétricas. (Chang, 2007).

8.1 O dilema do átomo estável


O átomo de Rutherford possuía um sério problema: um átomo contendo um núcleo pequeno
de carga positiva com elétrons orbitando ao seu redor é instável pois:

 se os elétrons (que têm carga negativa) estivessem parados, eles seriam atraídos pelo
núcleo (positivo) rapidamente, “caindo” no núcleo e entrando em colapso,
impossibilitando a existência do universo;
 se os elétrons descrevessem uma trajetória circular ao redor do núcleo, segundo a
física clássica (eletromagnetismo), a direção de movimento dos elétrons precisaria ser
mudada constantemente e para isso emitiria energia radiante continuamente; perdendo
energia, os elétrons cairiam lentamente no núcleo, também entrando em colapso.
17

Conclusão: os fenômenos envolvendo elétrons não poderiam ser explicados em termos de


mecânica clássica. Diante disso, Niels Bohr tentou resolver o paradoxo utilizando a teoria
quântica da energia, desenvolvida por Max Planck. (Chang, 2007).

9. Ligação Covalente Apolar


A ligação covalente apolar ocorre quando dois átomos compartilham elétrons de forma
equitativa, resultando em uma distribuição uniforme da carga elétrica. Este tipo de ligação
geralmente acontece entre átomos do mesmo elemento ou entre átomos diferentes que têm
eletronegatividades semelhantes.

Exemplos de Substâncias com Ligação Covalente Apolar:

1. Gás Nitrogênio (N₂):

Composto por dois átomos de nitrogênio que compartilham um par de elétrons, formando
uma ligação covalente apolar.

Fórmula: N≡N

Gás Oxigênio (O₂):

Formado pela ligação entre dois átomos de oxigênio, compartilhando dois pares de elétrons.

Fórmula: O=O

Gás Metano (CH₄):

O carbono forma quatro ligações covalentes com quatro átomos de hidrogênio, resultando em
uma molécula simétrica e apolar.

Fórmula: CH₄

Dióxido de Carbono (CO₂):

Composto por um átomo de carbono e dois átomos de oxigênio, com ligações duplas que
resultam em uma molécula linear e apolar.

Fórmula: O=C=O
18

10. Conclusão

A alquimia, frequentemente vista como um campo obscuro e místico, desempenhou um papel


crucial na transição para a ciência moderna, especialmente na química. Os aparelhos e
processos desenvolvidos pelos alquimistas não apenas facilitaram a prática química, mas
também incentivaram uma abordagem mais sistemática e experimental. As teorias atômicas
de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr, embora surgindo em um contexto científico muito
diferente, foram influenciadas pela busca de entendimento dos alquimistas sobre a natureza da
matéria. Em síntese, a história da alquimia e das teorias atômicas revela uma rica tapeçaria de
descobertas e inovações que moldaram a nossa compreensão atual da química. Ao traçar a
evolução dessas ideias, podemos apreciar melhor as contribuições dos alquimistas e
reconhecer a continuidade do conhecimento científico que se estende até os dias atuais. A
interconexão entre a alquimia e a ciência moderna exemplifica como ideias antes
consideradas místicas podem, com o tempo, se transformar em fundamentos científicos
robustos.
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10 Referências bibliográficas

 Bennett, J. (2015). History of Alchemy. Oxford University Press.


 Cottingham, W. (2006). The Philosophy of Alchemy. Blackwell Publishing.
 Jung, C. G. (2018). Alchemy: An Introduction to the Symbolism and the Psychology.
Princeton University Press.
 McNaught, A. D., & Wilkinson, A. (1997). IUPAC Compendium of Chemical
Terminology. Blackwell Science.
 Rudolf, M. (2016). Alchemy and Mysticism: The Hermetic Tradition. Taschen.

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