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08 - Probabilidade3

Probabilidade e Estatística

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PROBABILIDADE CONDICIONAL

Em aulas anteriores aprendemos a calcular a probabilidade de ocorrência de eventos, sabendo que


qualquer possível resultado do espaço amostral Ω pode acontecer. Frequentemente estaremos
interessados em calcular a probabilidade de que um evento, digamos A, tenha acontecido, se
sabemos que um outro evento, digamos B, já aconteceu, isto é, sabendo que o espaço amostral Ω
ficou reduzido ao evento B (ver gráficos).

Ω Ω
A A B

AB

Para simplificar a visualização deste conceito, imaginemos que Ω é um conjunto finito, cujos
elementos são igualmente prováveis.
n
No primeiro gráfico, calculamos a probabilidade de ocorrência do evento A como: P(A) = A ,
n
onde nA é o número de elementos de A e n é o número de elementos do espaço amostral Ω.

No segundo gráfico temos os eventos A e B, só que sabemos que o evento B já ocorreu. Sabendo
que B ocorreu, queremos calcular a probabilidade de que o evento A tenha ocorrido, essa
n ( AB)
probabilidade a denotaremos assim, P(A/B), e estará dada por: P(A / B) = , onde n(AB) é o
nB
número de elementos de A que pertencem também a B, e nB, é o número de elementos do evento
B.

Formalizemos a seguir a definição de probabilidade condicional.

DEFINIÇÃO: Sejam A e B dois eventos contidos no espaço amostral , tal que: P(B) > 0. Define-
se a probabilidade condicional de A, dado B, como:

P(A  B)
P(A / B) =
P(B)

Observação. P(A/B) é a probabilidade de que ocorra o evento A dado que o evento B ocorreu.

P(A  B)
Similarmente, P(B / A) = , onde P(A) > 0.
P( A )

Exemplo 12. Num instituto de ensino superior, os 1000 alunos do instituto se encontram
distribuídos segundo o curso que estudam e o sexo.

1
Curso Turismo Eng. Produção Eng. Ambiental Total
Sexo
Homem 250 200 150 600
Mulher 100 200 100 400
Total 350 400 250 1000

Um aluno do instituto é selecionado aleatoriamente, se se observa que o aluno


a) é homem, qual a probabilidade de que seja do curso de Engenharia Ambiental?
b) é do curso de Turismo, qual a probabilidade de que seja mulher?
c) não é de Turismo, qual a probabilidade de que seja homem?

Solução

Sejam os eventos: H: o aluno é homem nH = 600


M: o aluno é mulher nM = 400
T: o aluno é do curso de Turismo nT = 350
P: o aluno é do curso da Engenharia de Produção nP = 400
A: o aluno é do curso da Engenharia Ambiental nA = 250
n = n = 1000

n ( A H )
P( A  H) n = 150 / 1000 = 1
a) P(A / H) = =
P( H) nH 600 / 1000 4
n

n ( M T )
P( M  T ) n = 100 / 1000 = 2
b) P(M / T) = =
P (T ) nT 350 / 1000 7
n

P(H  T ) P[H  (P  A)] P[( H  P)  (H  A)]


c) P(H / T ) = = = =
P( T ) 1 − P (T ) 1 − 350 / 1000

P(H  P) + P(H  A) 200 / 1000 + 150 / 1000 7


= = =
650 / 1000 650 / 1000 13

Observação: P(A/B) satisfaz os axiomas da definição de função de probabilidade, isto é:

i) 0 P(A/B)  1
ii) P(/B) = 1
n n
iii) P[  A i /B] =  P(Ai / B) ; onde Ai, i = 1, ..., n, são eventos mutuamente excludentes.
i =1 i =1

Propriedade. 1. Se A e B são dois eventos contidos em  tal que P(B) > 0, então,

P(A / B) + P(A / B) = 1

Propriedade. 2. Se A1 e A2 são dois eventos mutuamente excludentes, B outro evento tal que P(B)
> 0, então:

2
P[(A1  A2 ) / B] = P(A1 / B) + P(A2 / B)

Exercício para casa: provar as duas propriedades mencionadas.

REGRA DA MULTIPLICAÇÃO

Se A e B são dois eventos contidos em , então,

P(AB) = P(A)P(B/A); se P(A) > 0


P(AB) = P(B)P(A/B); se P(B) > 0.

Em geral,

P(A1 ... An) = P(A1)P(A2/A1) P[A3/(A1A2)]  ... P[An/(A1 ...  An-1)], se


P(A1) > 0, P(A1A2) > 0, ..., P(A1 ...  An-1) > 0.

Exemplo 13. De um lote que contêm 3 produtos defeituosos e 7 não defeituosos são escolhidos
aleatoriamente dois produtos, um após o outro e sem reposição,
a) qual a probabilidade de que os dois produtos escolhidos sejam defeituosos?
b) qual a probabilidade de que apenas um dos produtos seja defeituoso?

Solução
: Escolhem-se dois produtos, um após o outro e sem reposição, e observa-se
3d a condição dos produtos.
7b d: o produto é defeituoso.
10 b: o produto é bom.
Ω = {b1b2, b1d2, d1b2, d1d2}, onde os subíndices indicam a ordem de seleção.
A: Os dois produtos escolhidos são defeituosos. A = {d1d2}
B: Apenas um dos produtos é defeituoso. B = {b1d2, d1b2}

a) P(A) = P(d1d2) = P(d1)  P(d2/d1) = 3/10  2/9 = 1/15

b) P(B) = P(b1d2 ou d1b2) = P(b1d2) + P(d1b2) = P(b1)  P(d2/b1) + P(d1)  P(b2/d1)

= 7/10  3/9 + 3/10  7/9 = 7/15

EVENTOS INDEPENDENTES

Dois eventos A e B são independentes quando a ocorrência de um não influencia na ocorrência do


outro.

DEFINIÇÃO: Dados os eventos A e B (contidos no espaço amostral ), dizemos que A e B são
eventos independentes, se e somente se, qualquer das seguintes condições é verificada.

i) P(AB) = P(A)P(B)
ii) P(A/B) = P(A); P(B) > 0.
iii) P(B/A) = P(B); P(A) > 0.
3
Exemplo 14.: Se : lanço uma moeda duas vezes e em cada lançamento observo a face superior
A: obtenho cara no primeiro lançamento
B: obtenho coroa no segundo lançamento
São A e B eventos independentes?

Solução

Ω = {c1c2, c1k2, k1c2, k1k2}, c: o resultado do lançamento foi cara.


k: o resultado do lançamento foi coroa.
Os subíndices indicam a ordem do lançamento.

A = {c1c2, c1k2} P(A) = ½, pois os 4 possíveis resultados do experimento são igualmente


prováveis.
B = {c1k2, k1k2} P(B) = ½

(A  B) = {c1k2} P(A  B) = ¼

P(AB) = P(A)P(B)
¼ =½½
¼ =¼

Logo podemos dizer que A e B são independentes.

RESULTADO: Se A e B são eventos independentes então,


i) A e B são independentes
ii) A e B são independentes
iii) A e B são independentes

i) Ω
A B A = (A  B )  (A  B)
P(A) = P(A  B ) + P(A  B)
ABc AB AcB P(A) – P(A  B) = P(A  B )
P(A) – P(A)P( B) = P(A  B )
P(A)  [1 – P(B)] = P(A  B )
P(A)  P( B ) = P(A  B )

iii) P( A  B ) = P( A  B ) = 1 – P(A  B)
= 1 – P(A) – P(B) + P(A  B)
= P( A ) – P(B) + P(A)  P(B)
= P( A ) – P(B)  [1 – P(A)]
= P( A ) – P(B)  P( A )
= P( A )  [1 – P(B)]
= P( A )  P( B )

4
Exemplo 15. Angélica e Bruno jogaram 240 partidas de xadrez, das quais Angélica ganhou 120,
Bruno ganhou 80 e 40 terminam empatadas. Angélica e Bruno concordam em jogar 3 partidas a
semana que vem. Determine a probabilidade de:
a) A ganhar todas as três,
b) duas partidas terminarem empatadas

Sejam:
Ai: Angélica ganha a partida i i = 1, 2, 3. P(Ai) = 1/2
Bi: Bruno ganha a partida i i = 1, 2, 3. P(Bi) = 1/3
Ei: Angélica e Bruno empatam a partida i i = 1, 2, 3. P(Ei) = 1/6

a) F: A ganha as três partidas. F = A1A2A3

P(F) = P(A1A2A3) = P( A1) P(A2) P(A3) = (1/2) (1/2) (1/2) = 1/8.

b) G: duas partidas ficam empatadas

G = (A1E2E3)  (B1E2E3)  (E1A2E3) (E1B2E3)  (E1E2A3) 


 (E1E2B3)

P(G) = P(A1E2E3) + P(B1E2E3) + P(E1A2E3) + P(E1B2E3) + P(E1E2A3) +

+ P(E1E2B3)

P(G) = P(A1)P(E2)P(E3) + P(B1)P(E2)P(E3) + P(E1)P(A2)P(E3) + P(E1)P(B2)P(E3) +

+ P(E1)P(E2)P(A3) + P(E1)P(E2)P(B3)

P(G) = (1/2) (1/6) (1/6) + (1/3) (1/6) (1/6) + (1/6) (1/2) (1/6) + (1/6) (1/3) (1/6) +

+ (1/6) (1/6) (1/2) + (1/6) (1/6) (1/3)

P(G) = 5/72.

PROBABILIDADE TOTAL

DEFINIÇÃO: Dizemos que os eventos 1, ..., n formam uma partição do espaço amostral  se:
a) i  , i = 1, ..., n
b) i  j = , para i  j
n
c) (  i) = 
i=1

β1 β2

βn

5
Exemplo 16. : lanço um dado e observo o número que aparece na face superior
 = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Sejam,
A = {2, 4, 6} B = {1, 2} C = {3} D = {5, 6}
E = {1, 5} F = {4} G = {4, 5, 6}

Verifique se com esses sete eventos podem se formar partições do espaço amostral .

TEOREMA DA PROBABILIDADE TOTAL: Sejam 1, ..., n, n eventos que constituem uma
partição do espaço amostral , então, para qualquer evento A contido em , se verifica a seguinte
igualdade,
n
P(A) =  P(i )P(A / i )
i =1
Prova:

A = (A1)  ...  (An) 1 2

P(A) = P[(A1)  ...  (An)]

P(A) = P(A1) + ... + P(An) A


n
P(A) = P(1)P(A/1) + ... + P(n)P(A/n)

n
P(A) =  P (i)P(A/i)
i =1

Exemplo 17. Em uma fábrica de parafusos, as máquinas A, B e C produzem 25, 35 e 40% do total
respectivamente. Da produção de cada máquina, 5, 4 e 2% respectivamente, são parafusos
defeituosos. Escolhe-se um parafuso ao acaso, qual a probabilidade de ele ser defeituoso?

A: o parafuso é produzido pela máquina A P(A) = 0,25 P(D/A) = 0,05


B: o parafuso é produzido pela máquina B P(B) = 0,35 P(D/B) = 0,04
C: o parafuso é produzido pela máquina C P(C) = 0,4 P(D/C) = 0,02
D: o parafuso é defeituoso


A B C

6
D = (AD)  (BD)  (CD)

P(D) = P[(AD)  P(BD)  P(CD)]

P(D) = P(AD) + P(BD) + P(CD)

P(D) = P(A)P(D/A) + P(B)P(D/B) + P(C)P(D/C)

P(D) = 0,25 (0,05) + 0,35 (0,04) + 0,4 (0,02)

P(D) = 0,0345.

TEOREMA DE BAYES: Sejam 1, ..., n eventos que constituem uma partição do espaço amostral
 e A um evento qualquer, contido em , então,

P( j )P(A /  j )
P( j / A) = n
 P(i )P(A / i )
i =1
Prova: (Exercício)

Exemplo 18. Considerando o enunciado do exemplo 17. Se o parafuso selecionado for defeituoso,
qual a probabilidade de ele ter sido produzido pela máquina C?

P(C  D) P(C)P(D / C) 0,4(0,02) 8


P(C/D) = = = = = 0,0231884058.
P(D) P(D) 0,0345 345

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