NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL
NOTIFICANTE: Holivia Castro.
NOTIFICADOS: Sra. Ocirene e Sr. Raimundo Valdemar Silva Marques.
TEOR DA PRESENTE NOTIFICAÇÃO:
Pelo presente instrumento particular e na melhor forma admitida em direito, o
NOTIFICANTE, que a esta subscreve, vem formal e respeitosamente NOTIFICAR,
sobre os seguintes fatos que a seguir passa a expor:
Entendendo que toda pessoa tem direito a ter um animal de estimação em sua
residência, como cão ou gato por exemplo, todavia, numa cidade como Vitória não se
mora isolado de seus vizinhos, por isso é importante termos o dever de conviver
dentro dos limites aceitáveis e dentro das leis que regem tais assuntos. Isto junto ao
fato de sua residência ter sido edificada contígua à minha faz-se notar cuidados óbvios
em se preocupar com o bom convívio, com a boa vizinhança. Dito isto, exponho que a
tempo de mais de 5 anos, o constante ladrar de seus cachorros já ultrapassaram os
limites do aceitável. Eles se dão nos mais inconvenientes horários, e não raro pela
manhã, dia e à noite inteiros intermitentemente. Notável que o fato se dá sem o menor
controle ou preocupação com o bem estar do próximo, inclusive aos finais de semana
e feriados, pela madrugada, não deixando espaço suficiente para o menor descanso
físico e mental, visto que a altura e constância dos latidos são deveras notórios e
ecoam por toda a minha residência e vizinhança, tornando praticamente impossível
relaxar e descansar devidamente. Esse fato acaba por não permitir trabalhar, estudar,
assistir televisão confortavelmente, ouvir música ambiente, falar ao telefone, ou
mesmo conversar sem interferência do barulho incessante e ensurdecedor causados
pelo ladrar desses cães.
Importante frisar que venho convivendo pacientemente ao longo desses anos
com essa falta de paz e sossego provocada por essa poluição sonora contumaz,
esperando que alguma atitude partisse dos Senhores, porém como está sendo
ignorada tal circunstância, venho através desta, notificá-los do problema e da minha
insatisfação com o mesmo. Espero a solução de imediato com o recebimento desta
notificação.
Ressalto que, infelizmente, não posso ser mais tolerante e condescendente
com tal situação como fui todos esses anos, e que, se não tomarem uma atitude para
cessar essa interferência prejudicial à minha saúde e sossego, não olvidarei em
ingressar com uma ação judicial em face dos Senhores.
Isto posto, à titulo de esclarecimento, transcrevo algumas das leis vigentes e
aplicáveis ao presente caso:
Com apoio do DIREITO DE VIZINHANÇA estatuído no Código Civil de 2002,
artigo 1.277, in verbis:
Artigo 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito
de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego
e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de
propriedade vizinha.
Ainda com amparo no Código Civil/ 02, artigo 186, in verbis:
Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Perturbar o sossego vizinho não é só desrespeito - É Contravenção Penal,
previsto no artigo 42 DECRETO-LEI Nº 3.688/41 (Lei das Contravenções Penais),
in verbis:
Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios:
[...]
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por
animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Diante o exposto, a presente NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL, estampada em 02
(duas) laudas assinadas e rubricadas, representa a salvaguarda dos legítimos direitos
do NOTIFICANTE.
Certos de que seremos prontamente atendidos nesse pedido, desde já
agradecemos sua compreensão.
Atenciosamente.
Vitória, 31 de Maio de 2016