Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“Os danos provocados pelo machismo à vida dos homens”, apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
TEXTO I
Guia do Estudante. Disponível em: <https://bit.ly/3taceb6>. Acesso em: 29 abr. 2021. (Adaptado).
TEXTO II
O quanto o machismo também reprime os homens
Como todos sabemos o comportamento machista não é exclusividade masculina. Há
homens machistas, mulheres machistas, músicas machistas, livros machistas, doutrinas
machistas. Da mesma forma, o feminismo não é uma luta apenas das mulheres. O
feminismo, como já mencionamos aqui no blog, não é o contrário de machismo, mas é a
luta por igualdade entre homens e mulheres. E isso interessa todos nós.
A mentalidade machista mata, fere, humilha e reprime mulheres todos os dias, em todos
os cantos do mundo. E nós precisamos lutar diariamente contra esse tipo de
comportamento, mesmo quando ele se apresenta de forma sutil, disfarçado de piada, de
pequena censura.
Mas não são só as mulheres que são vítimas do machismo. Obviamente não estamos
comparando dores, nem nivelando os potenciais das agressões. As maiores vítimas do
machismo sempre serão as mulheres. Mas talvez esteja na hora de entendermos que a
vida de todo mundo seria melhor sem ele.
Começa muito cedo. O antiquado “menino não chora” ainda circula por aí. Por vezes ele se
traveste de “vai ficar chorando que nem uma menina?”. O machismo tenta enfiar as
lágrimas de volta nos olhos dos meninos, que já crescem com duas ideias erradas: a de
que eles não podem ter fragilidades e a de que toda menina é frágil por natureza.
Depois os meninos são tolhidos nos brinquedos. Uma menina jogando bola ou brincando
de carrinho pode até ser aceita (embora o mundo prefira vê-la com uma cozinha de
plástico cor de rosa). Mas um menino com uma Barbie jamais passará ileso. Um menino
que queira brincar de ser pai de uma boneca será motivo de preocupação. Um menino
com um bambolê. Um menino que se divirta penteando cabelos.
Mais tarde são os cursos universitários: nutrição? Enfermagem? Psicologia? Pedagogia?
Design de interiores? Gastronomia? O machismo está pronto para mandá-los para a
engenharia, para o direito e para administração de empresas. Nas profissões não é
diferente. Um amigo que estuda em Barcelona é excelente com crianças, pensou em se
oferecer para cuidar de algumas. Mas quem aceitará “um” baby-sitter? Será um pedófilo?
Um pervertido? Além disso, misturam-se conceitos, associando profissões a orientação
sexual.
O machismo convence o mundo de que um homem deve sentir-se vexado por ganhar
menos que a mulher. Convence o mundo de que um homem que abra mão da carreira
para cuidar dos filhos é um fracassado disfarçando sua incompetência profissional.
Convence-nos de que o homem, sexualmente, deve funcionar como uma máquina que
nunca poderá ter falha alguma. Que o homem precisa dirigir bem, manobrar com
facilidade, saber trocar pneu, desentupir ralo e trocar resistência de chuveiro. Que o
homem não deve usar antirrugas, nem corretivo para acne e olheiras, nem filtro solar. Que
o homem não deve ter medo de barata, de escuro, de altura, de ficar solteiro, de não
poder ter filhos, de se aposentar e sentir-se inútil.
O machismo não costuma matar homens. (a não ser que esse homem beije outro homem
no meio da Avenida Paulista). O machismo prefere matar mulheres. O machismo odeia
todas as mulheres que não se encaixam em seu asqueroso e pobre padrão. Mas também
odeia os homens que não correspondem às suas tristes expectativas. E reprime-os. Julga-
os. Condena-os. Não os mata com armas de fogo, não os espanca no chão da cozinha, não
os violenta nos becos escuros. Mas mata, sim, a cada dia, um pouco da sua liberdade, da
sua paz, dos seus sonhos.
Morte grande e sangrenta ou morte pequena e sutil, somos todos vítimas do mesmo
machismo. E a luta contra ele é uma só: uma luta sem gênero, protagonizada por todos os
que sabem que não queremos seguir caminhando por caminhos trilhados por uma
mentalidade tão pobre, tão atrasada e tão carregada de ódio.
Estadão. Disponível em: <https://bit.ly/3e1Kjp7>. Acesso em: 29 abr. 2021. (Adaptado).
TEXTO III
Poder 360. Disponível em: <https://bit.ly/3gL8ABT>. Acesso em: 29 abr. 2021.