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Interpretação da Lei Penal

Interpretação da lei.

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Direito Penal

Corresponde a um ramo do direito publico, que tem por objectivo regular o “direito de punir”
das normas em um Estado, através da criação, interpretação e aplicação das normas das
normas criadas pelo poder legislativo definido os crimes e suas penas. Assim sendo é um
conjunto de normas jurídicas que ficção os pressupostos de determinadas reações legislativas.

Noção da Interpretação da Lei Penal e Integração de Lacuna


Interpretação Penal
Antes de se aplicar a lei Penal (ou qualquer norma jurídica), há que interpretá-la, para se ter
uma clara percepção do sentido e alcance do que nela se contém, ou seja, do pensamento do
legislador. “A interpretação da lei é o processo técnico-jurídico que visa determinar qual o
conteúdo e alcance das normas jurídicas”.
Segundo ROGÉRIO SANCHES CUNHA (2016), interpretar significa buscar o preciso
significado de um texto, palavra ou expressão, delimitando o alcance da lei, guiando o
operador para a sua correcta aplicação. Á Interpretação tenta buscar o efectivo alcance da
norma. E procura descobrir aquilo que ela tem a nos dizer com a maior precisão possível.
Em princípio, as regras gerais da interpretação são entendidas como disposições gerais do
Direito, e estão plasmadas no Código Civil, artº 9º; mas para além dessa regrar geral, o
código penal impõe restrições á actividade interpretativa. Assim, o artº 7º do Código Penal
diz: “Não é admissível a interpretação extensiva…”

Métodos de interpretação da lei Penal


Atendendo ao critério da FONTE OU ORIGEM da interpretação, esta pode ser:
 Interpretação autêntica - É uma interpretação que é feita pelo próprio órgão que
criou a norma (não pode ser feita por um órgão de hierarquia inferior) e deve assumir
a mesma forma de acto que a utilizada na produção da norma que ora se interpreta.
Segundo SERPA LOPES diz que a interpretação autententica não é uma interpretação
e sim uma lei nova.
Todavia, este género de interpretação se subdivide-se em: Posterior e Contextual.

Posterior: a interpretação posterior é aquele em que a lei é criada inicialmente


prevendo um determinado conceito, mas não o explica de forma clara, sendo
necessária uma lei posterior para explicar e regulamentar aquele objecto
anteriormente previsto.

Contextual: já a interpretação contextual é aquela que é elaborada juntamente com a


lei inicial, ou seja, o objecto e sua complementação estão previstos na mesma lei. Este
é o caso do exemplo dado com o art. 327 do Código Penal.
 Interpretação doutrinal - É uma interpretação feita por especialistas e técnicos de
Direito, como os magistrados, juristas, assim como pelos tribunais, fazendo uso da
doutrina e da ciência jurídicas.

Quanto ao Meio
 Interpretação Literal ou Gramatical- O Interprete considerará o sentido literal,
gramatical das palavras contidas na lei, não abrindo margens para interpretações
subjectivas (que vão além das palavras e seus significados denotativos). Aqui, não se
falaria na intenção do legislador ao dispor tais e tais coisas, pois tudo o que pretendia
o legislador, seguindo esta forma interpretativa, está posto única e rigidamente em sua
escrita literalmente avaliada.
 Interpretação histórica- Esta forma de interpretar traz a necessidade de se verificar
qual a origem da lei. Qual sua época e seu contexto. Fazendo um estudo das antigas
instituições de direito, para melhor compreende as normas actuais.
 Interpretação teleológica- é através da qual o interprete busca o verdadeiro sentido
da norma. explora e tenta desvendar a real intenção do legislador ao editar aquela lei.
A finalidade à qual ela deveria servir quando foi premeditada e editada.
 Interpretação sistemática- o ordenamento deve ser visto como um todo e não de
forma isolada, assim sendo a norma é analisada no sentido amplo no âmbito de um
sistema em que a norma esta inserida e não no sentido restrito.

Interpretação Quanto ao Resultado


 Interpretação Declarativa- é aquela que apresenta considencia entre o texto e a
vontade da norma. É um método de interpretação em que o intérprete entende que o
sentido da norma está de acordo com o respectivo texto.
 Interpretação Restritiva- segundo TERCIO SAMPAIO FEZZAZ JÚNIOR, “uma
interpretação restritiva ocorre toda vez que se limita o sentido da norma, não obstante
a amplitude de sua expressão literal. Através do qual se faz uma interpretação de
modo a corrigir a desconformidade existente entre a letra da norma e o pensamento do
legislador, no entendimento de que este expressou na lei mais do que queria. o
intérprete restringe ou reduz o alcance da norma de modo a abarcar apenas as
situações que caberiam razoavelmente no pensamento do legislador.
 Interpretação Extensiva- É um método através do qual se faz uma interpretação de
modo a corrigir a não conformidade entre a letra da norma e o pensamento do
legislador, no entendimento de que este expressou na lei, menos do que queria, não
abarcando todas as situações que caberiam razoavelmente no seu pensamento. Assim,
o intérprete alarga o alcance da norma de modo a abarcar essas situações, adequando-
se, assim, a letra da norma ao pensamento do legislador.

Proibição da Interpretação Extensiva


Á interpretação Extensiva e a Analogia são dois processos, um de interpretação, outro de
integração de lacunas, em relação a outro ramo do direito. O Código Civil tem regras sobre a
interpretação em geral e sobre a integração de lacunas em geral estatuídos nos artºs 9º e 10º.
No direito penal não é admitida a interpretação extensiva, em relação a um certo resultado
que se obtém quando se faz esse tipo de interpretação, nem a integração possível por analogia
de lacunas existentes, artº 7º. O princípio da legalidade não permite que o juiz faça uma
interpretação extensiva nem uma integração de lacuna.
Por outro lado, á interpretação extensiva na medida em que não vai além do que está na lei,
mas pretende descobrir o sentido logico que vai alem do sentido literal poderia ser admitida.
Mas do ponto de vista da questão de separação de poderes, o juiz, quando faz interpretação
extensiva, substitui o legislador. Outrossim alguns doutrinários, advogam que: O juiz, quando
faz interpretação extensiva, está apenas a interpretar e reintegrar o pensamento legislativo.

Proibição da Integração da Lei Penal


Diferente da interpretação é a questão do tratamento a dispensar às lacunas na lei, que são os
casos omissos no sistema normativo (de ausência de normas aplicáveis a certas situações).
Efectivamente, o legislador não consegue, por mais previdente que seja, prever todas as
hipóteses que podem ocorrer na vida real.
Pode ocorrer que ao julgar determinada questão o juiz não encontre no ordenamento jurídico
a solução legislativa adequada. Após a interpretação e uma vez verificada a lacuna, o jurista
procura, pelos processos admitidos pela doutrina e pelo ordenamento jurídico, encontrar a
forma de resolver a situação.
Deste modo, estará a aplicar a analogia Analogia é, pois, a aplicação ao caso omisso a norma
reguladora de um caso semelhante (ou análogo). Coisa diferente é a interpretação extensiva,
em que não há ausência de norma (como na analogia), existindo, sim, uma norma que, na sua
letra, não abarca certos aspectos que no entanto cabem no seu espírito ou no espírito do
legislador (este disse menos do que pretendia).
Outrossim no direito penal, se efectivamente há uma lacuna no direito penal, não se poderá
recorrer á analogia, quer de lei, quer de direito, para a integrar. O que se poderá fazer é alterar
a lei incriminadora.

A lacuna da Lei Penal


O que se pode dizer em certo sentido, é que o direito penal não tem lacunas, não no sentido
de que ele se aplica a todos os sentidos da vida, mas no sentido de que ele não tem lacunas
que possam ser integradas. O direito penal é, neste sentido um sistema fechado de normas, as
suas situações devem ser rigorosamente limitadas.
Por esta razão, diz-se que o direito penal não tem lacunas, que possam ser integradas pelo
processo normativo admitidos em direito, concretamente contidos no artº 10º do Código
Civil. Sendo o juiz obrigado nos termos do artº 8º do Código Civil, a não denegar justiça, o
que ele terá obrigação de fazer, se descobrir essa tal situação não coberta por nenhuma
previsão da lei penal, será pura e simplesmente absolver, o que é, naturalmente, ainda uma
forma de julgar e de fazer direito, (TERESA BELEZA, Vol I, p437).

Normas que não admitem á Analogia e a Integração de Lacunas


há casos em que não é aplicável a analogia nem, por conseguinte, a integração de lacunas.
São os casos de:
 Leis Excepcionais: criadas para regerfatos ocorridos em períodos anormais, que
regulam um sector particular das relações sociais de modo diverso do regime geral
adoptado para relações situações do mesmo género, ora, nas situações excepcionais
reguladas pelo Direito, a ausência de norma de excepção não é susceptível de
suprimento por analogia, ex: epidemias, terrorismo, desastres naturais.
 Leis Penais: que se regem pelos princípios da legalidade e da tipicidade, o princípio
da legalidade em direito penal significa que só é crime o que estiver definido na lei
como tal (nulum crimen sine lege); o princípio da tipicidade significa que a lei deve
especificar de modo claro e preciso as situações que integram o tipo legal de crime.
nos termos dos quais não é possível condenar ninguém por condutas e ou com penas
não previstas expressamente na lei artº 1º do CP;
 Leis Tributárias (normas do Direito Fiscal ou Tributário), pois que ninguém é
obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da lei.

Normas Penais Incriminadoras


As normas penais incriminadoras, possuem a função de tornar licita determinadas condutas,
definem as infrações penais, proibir a prática de condutas, (crimes omissivos), sob a
ameaçam de uma pena.
Assim sendo as normas penais incriminadoras criam crimes e impõem as respectivas sanções.
Estão contidas nom Livro Segundo da Parte Especial do Código Penal e em Legislações
Extravagantes. E elas podem ser primarias ou secundarias.
 Primarias ou “Preceptum iuris” - descrevem perfeita e detalhadamente a conduta
proibindo ou impondo, ao exemplo do artigo 159 do CP, na primeira parte “quem
voluntariamente matar outra pessoa”.
 Secundarias ou “Sanctio iuris” – tem por obcjetivo a individualização da pena em
abstrato. Ao exemplo da segunda parte do artº159 “é punido com a pena de prisão de
16 a 20 anos”
Normas Penais Favoráveis
Outrossim as normas penais favoráveis “não incriminadoras”, possuem outras finalidades,
como tornar licitas determinadas condutas; estabelecem regras gerais de interpretação e de
aplicação das normas penais, que incidem tanto na delimitação de infrações penais como na
determinação da sanção penal correspondente.
São normas que delimitam o exercício do ius puniendi estatal. A função da norma penal
favorável é interpretar e delimitar o alcance da norma penal incriminadora.

Classificação das Normas Penais Favoráveis


As normas penais favoráveis, classificam-se em:
 Permissivas;
 Complementares e;
 Explicativas.
As normas Favoráveis Permissivas, opõem-se ao preceito primaria das normas
incriminadoras, autorizando a realização de determinado comportamento, assim sendo,
tornam licitas determinadas condutas que, normalmente, estariam sujeitas á repressão estatal,
ou ainda eliminar a culpa como ocorre por exemplo co a legitima defesa artº 51º do CP.
Normas Complementares: Tem a função de fornecer princípios gerais para a aplicação da lei
penal, como o previsto no artº 116º quando trata sobre a alicação da pena.
Norma Favorável Explicativa: é aquela que explica detalhadamente ou esclarece o conteúdo
da norma, podendo também complementar ou delimitar sua aplicação. Artº3 do CP.

Aplicação da Lei Penal no Tempo e Espaço


Em relação à vigência das normas jurídicas no tempo, importa referir que, em regra, os actos
legislativos e normativos começam a aplicar-se e tornam-se obrigatórios a partir do momento
em que entram em vigor na ordem jurídica, podendo estabelecer-se entretanto um prazo,
desde a sua publicação, para que produzam efeitos.
Assim sendo, am lei penal vigente a época da conduta, em via de regra, será aplicada ao caso
concreto, porém conta com algumas diferenças significativas quanto a sua aplicação no
tempo e no espaço.

Aplicação Temporal da Lei Penal


Segundo GUILHERME MADEIRA DEZEM, aplica-se em regra a norma que que for mais
benéfica para o réu, quando surge uma lei nova mais severa, a lei penal não é retroativa salvo
em benefício do réu, á luz do artº 3º do CP.
Se uma nova lei entra em vigor e passa a tipificar uma acção como crime e agravando sua
pena, aplica-se a lei anterior a esta, sendo assim benéfica para o autor do crime.
O artº 1º do CP diz que nenhum facto, consta em acão ou omissão, pode julgar-se crime sem
que uma lei, no momento da sua prática, o qualifique como tal. Quando surge uma nova lei,
mais benigna, a retroatividade do artº 3º número 1 ocorrerá para beneficia-lo.

Lei Penal Mais Favorável


A lei penal é mais favorável quando: Quando a punição é mais leve (artº 3, nº5); Quando a lei
nova elimina essa infração (o facto que era considerado crime pela lei antiga, deixa de o ser
pela lei nova- número 2 do art 3); A norma penal que previa aquele crime desaparece sem ser
substituída por qualquer outra; Apesar de não ser eliminada, o facto concreto deixa de ser
punível porque surge uma nova causa de exclusão da ilicitude. Se face à lei nova o limite
máximo a aplicar ao crime for menor que a pena concreta aplicada ao agente, nesse caso a
pena é automaticamente reduzida ao limite máximo da lei nova.

Aplicação da Lei Penal no Espaço


Trata de interesses envolvendo dois ou mais países em relação a uma determinada acção, que
pode ter começado em um e se consumado em outo, ou atingido o bem jurídico de um Estado
no Exterior, o artº 4 do CP estatui que a lei penal moçambicana é aplicável a factos praticados
a) em Moçambique, seja qual for a nacionalidade o agente ou, b) abordo de um navio ou
aeronave matriculada em Moçambique.
Trata-se de se saber se á autoridade Moçambicana, vai ou não poder julgar aquela pessoa por
aquela infração que cometeu, A todas as leis que regulam a aplicação da lei penal no espaço
que regulam a possibilidade de aplicabilidade de lei estrangeira pelos tribunais
Moçambicanos, e que regulam a cooperação judiciária internacional penal (entre autoridades
Moçambicanas e estrangeiras).

A determinação do lugar da prática do facto


O critério que deve ser utilizado para se saber se determinada infração foi ou não
efetivamente cometida em Moçambique: de acordo com a letra do art6.º do CP, considera-se
o lugar da prática do crime:
 Não só aquele em que foi desenvolvida uma certa atividade que esteve na base de
determinado crime (como também o local em que não foi desenvolvida essa atividade
– crimes omissivos);
 O lugar em que o resultado se produziu.
Isto quer dizer que quer seja em Moçambique que se tenha levado a cabo a atividade (ou
omitido a atividade a que se estava obrigado), quer apenas se tenha produzido em
Moçambique um resultado típico (quanto a crimes de resultado), deve considerar-se o facto
crime cometido em Moçambique para efeitos de aplicação da regra da territorialidade.
O legislador considera que tanto a situações em que o agente atuou em Moçambique, tanto a
situações em que o resultado (apenas) se deu em Moçambique, se aplica a lei penal
Moçambicana.

Princípio de Aplicação da Lei Penal no Espaço


a) Princípio da territorialidade: corresponde a base de aplicação da lei penal em
Moçambique, O art.4º do CP define um princípio fundamental, segundo o qual a todas
as infrações praticadas em território Moçambicano, em princípio, é aplicada a lei
penal Moçambicana. Salvo a existência de tratado ou convenção em contrário. De
acordo com este princípio, independentemente da nacionalidade do infrator, salvo
tratado ou convenção em contrário, aplica-se a lei penal Moçambicana a todas as
infrações que sejam praticadas no território Moçambicano.
b) Princípio da nacionalidade: A lei penal é aplicável ao agente quer esteja no exterior
ou no Estado de origem. nacionalidade ativa e passiva (ativa quando apenas o autor
do crime é nacional, passivaqundo ambos envolvidos são nacionais).
 Princípio da nacionalidade ativa- De acordo com este princípio, a lei penal
portuguesa aplica-se a qualquer crime cometido fora do território nacional
desde que o agente seja encontrado em Portugal, o facto esteja previsto na
legislação penal do país onde foi praticado, que admita extradição.
Condições de aplicabilidade:
 O agente do crime tem de ser encontrado em Portugal (para que se possa abrir
um processo em relação a um individuo português que tenha praticado um
crime no estrangeiro);
 O facto ser punível também no país onde foi praticado;
 Deve tratar-se de crimes que admitam a extradição.

 O princípio da nacionalidade passiva: prevê a aplicação da lei penal


portuguesa a factos praticados fora do território português por estrangeiro
contra português, sujeitando a sua aplicação das condições mencionadas: terá
o crime de admitir extradição.

c) Princípio da defesa dos interessados nacionais: defende-se os bens jurídicos que o


estado considera fundamentais, não interessando a nacionalidade dos agentes ou o
local onde o crime é praticado (lineia a do artigo 4).
d) Princípio da aplicação universal: O agente deve ser punido e detido no local onde
foi detido, não interessando a sua nacionalidade, qual o território ou bem jurídico
afectado, tratam-se de crimes que ofendam a humanidade, em geral, e Moçambique
obriga-se, unilateralmente, a aplicar a lei pena Moçambicana, independentemente da
(in)existência de convenção internacional.

A extradição
Pedido de extradição: ato pelo qual um governo pede a um governo estrageiro que lhe seja
entregue um individuo que está nesse território para poder ser julgado no território de que é
nacional.
• É proibida a extradição de nacionais para fora de Moçambique;
• É proibida a extradição por motivos políticos;
• É proibida a extradição em relação com a pena de morte.

Aplicação da Lei Penal Quanto á pessoa


A Constituição da República de Moçambique, apresenta algumas regras especiais em relação
a certas pessoas, que ocupam certos cargos, quanto ao funcionamento da lei penal,
relativamente a atos por estas praticados. Apesar do artº35 da CRM determinar que: “Todos
os cidadãos são iguais perante a lei, gozão dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmo
deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião,
grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou opção politica”.

Presidente da República
Não obstante isto, o art.152º da CRM, impõe algumas especialidades relativamente a
infrações praticadas pela pessoa que desempenha o cargo de Presidente da República, no
exercício das suas funções o Presidente da Republica responde perante o tribunal supremo, e
o artº 153º da CRM, diz ainda que em caso algum pode o Presidente da Republica, em
exercício efetivo de funções ser sujeito a prisão preventiva.
Deputados
Já o artº 173º da CRM refere as imunidades dos Deputados da Assembleia da Repúblicas, que
têm também reflexos quanto à responsabilidade criminal. No número 3 diz que o deputado
goza de foro especial e é julgado pelo tribunal supremo.
Juízes
Só responde criminalmente, civilmente e disciplinarmente, nos atos praticados no exercício
de suas funções apenas nos casos especialmente previstos na lei. Neste sentido corresponde á
uma disposição especial quanto à sua responsabilidade, excecionalmente o juiz é
criminalmente responsável por atos praticados no exercício do seu mandato judicia segundo o
artigo 217 de CRM.
Diplomatas
Segundo o artigo 31 da convenção de Viena de 18 de Abril de 1961, os mesmos gozam de
imunidade de jurisdição penal do Estado acreditador, gozam também de imunidade na sua
jurisdição civil e administrativa.
É mister salientar que isenção de responsabilidade criminal destes e outros agentes políticos
e legislativos, tem muito haver com o exercício de suas funções, ou seja enquanto titulares e
exercício pleno de suas actividades, gozam de imunidades e (in) responsabilidade criminal
em parte no exercício de funções, como o caso do número 2 do artigo 152 da CRM, pelos
crimes cometidos fora do seu mandato, o PR responde perante os tribunais comuns, a
proteção destas figuras no exercício de suas funções, se da pela importância que os mesmo
exercem no ponto de vista interno e sobre tudo, o internacional.

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