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Aula 13 - Gerenciamento do estoque

de segurança na cadeia de
suprimento

O objetivo dessa aula é de levá-lo a compreender o uso, a função e a


importância dos estoques de segurança dentro de uma empresa. Bem
como conhecer duas metodologias de uso comum para a determinação
do estoque de segurança, uma com o consumo previsível e outra pelo
método probabilístico.

13.1 A função do estoque de segurança na


empresa
Embora o gestor trabalhe com previsões de consumo futuros, esses con-
sumos são incertos e muito variáveis, e a empresa precisa estar preparada
para eventos/situações inesperadas. O estoque de segurança numa cadeia
de suprimento tem a função de evitar surpresas, isto é, caso ocorra aumento
repentino de consumo de um determinado produto, e não houver estoque
extra, certamente irá faltar o produto no mercado.

O maior desafio do gestor de estoques é determinar a quantidade certa a


ser comprada, mesmo tendo um histórico de giro, é difícil acertar adequada-
mente todo o material a ser comprado. Para minimizar esses erros o estoque
de segurança é uma ferramenta excelente no auxílio da equalização entre
entrada e saída de materiais. Mas alguns cuidados devem ser tomados, pois
o excesso de estoque de segurança pode gerar custos desnecessários para a
empresa. Esse dinheiro poderia ser empregado, por exemplo, na compra de
outro material de alto giro.

Mas, por outro lado, se faltar material, o cliente não será atendido, e a em-
presa corre grande risco de perdê-lo. Os estoques de segurança dependem
das variações das vendas e da variação do tempo que o produto leva para ser
reposto pelo fornecedor. Veja que a empresa nesta situação fica dependente
de seus fornecedores. Se houver algum atraso no fornecimento, o estoque
de segurança adequado cumpre a sua função que é de prover a falta de
material em um eventual atraso na entrega do produto.

Existem duas características que devem ser comentadas para podermos


compreender melhor determinadas situações. Por exemplo, o que fazer se
uma empresa não tiver dados suficientes para realizar a previsão do estoque

79 e-Tec Brasil
de segurança determinando a quantidade ideal de estoques? Ou quais se-
riam os procedimentos - caso uma demanda fosse constante - para adequar
o estoque de segurança Vejamos como isso funciona.

1. Para um consumo de material constante (distribuído normalmente)


Se tivermos classes de produtos que tem o perfil de consumo sem gran-
des variações determinados, como produtos de consumo de distribuição
normal, ou seja, consumo previsível, como o arroz, por exemplo, já que
se tem o consumo médio diário por pessoa e a população não aumentou
do dia para a noite. Nesse caso, a tarefa torna-se mais fácil e o estoque
de segurança não deve ser significativo; deve-se ter somente o necessário
para eventuais atrasos nas entregas.

2. Estoque de segurança cuja situação onde pode haver grande


variação de demanda
Podemos perceber que o estoque de segurança tem a função de absor-
ver as variações nos consumos dos produtos durante o tempo de rea-
bastecimento, ou para grandes variações nos tempos de entregas dos
fornecedores. Devemos observar que quanto maior forem as variações
de consumo e do tempo de entrega para a reposição, maior deve ser o
estoque de segurança. Quando não se tem muitos dados para realizar a
reposição, devemos então trabalhar com a probabilidade de consumo.
Para se ter o estoque de segurança o mais próximo possível do adequa-
do nessas situações, o gestor deve observar o histórico de consumo dos
produtos que estão sendo estudados, e fazer uma projeção futura pela
probabilidade de consumo num curto espaço de tempo.

Vamos exemplificar com números para facilitar a compreensão. Se tivermos


um determinado produto que é reposto a cada 15 dias, e as vendas vêm
seguindo o consumo mostrado na tabela 13.1, podemos então conhecer o
ponto de pedido, ou seja, saberemos quando realizar o pedido e a quantida-
de do produto para o estoque de segurança. Assim temos:

Tabela 13.1: Consumo do produto em relação ao tempo de reposição


Unidades consumidas por dia 200 250 350 380 450 470 490
Probabilidade do produto a ser
0,05 0,20 0,30 0,25 0,05 0,10 0,05
consumido
Essa probabilidade acumulada 0,05 0,25 0,55 0,80 0,85 0,95 1,00

Fonte: Elaborado pelos autores (2011)

e-Tec Brasil 80 Supply Chain


Para realizar o cálculo do estoque de segurança devemos seguir os seguintes
passos:

• Reposição = Demanda média x tempo de reposição + estoque de segu-


rança
• Probabilidade acumulada é a soma da probabilidade do produto a ser
consumido.
• Probabilidade acumulada = 0,05 + 0,20 + 0,30 + 0,25 + 0,05 + 0,10
+ 0,05 =1,00

Sendo que a reposição:

• Reposição = nível de serviço escolhido x tempo de atendimento.


• Se escolhermos o nível de serviço = 85% (0,85) de probabilidade de con-
sumo temos que o consumo será de 450 unidades, assim temos: que a
reposição:
• Reposição = 450 (foi à média de consumo) x 15 (o produto é reposto a
cada 15 dias)
• R = 6.750 unidades
• Determinação da demanda média = 200 x 0,05 + 250 x 0,20 + 350 x
30 + 380 x 0,25 + 450 x 0,05 + 470 x 0,10 + 490 x 0,05
• Demanda média = 10 + 50 + 105 + 95 + 22,5 + 47 + 24,5
• Demanda média = 354 unidades

Como temos:

• Reposição = 6.750 unidades


• Demanda média = 354 unidades
• Tempo de reposição = 15 dias

Logo temos que o estoque de segurança será de:

• Reposição = Demanda média x tempo de reposição + estoque de segu-


rança
• 6.750 = 354 x 15 + Estoque de segurança
• 6.750 = 5.310 + Estoque de segurança
• Estoque de segurança = 6.750 - 5.310
• Es = 1.440 unidades

Aula 13- Gerenciamento do estoque de segurança na cadeia de suprimento 81 e-Tec Brasil


Em situações nas quais não se dispõe de muitos dados, devemos trabalhar
com a probabilidade de consumo conforme o exemplo dado. Dessa forma
chega-se a um resultado aproximado, muitas vezes não exato, do que po-
deria de fato acontecer. Mas o gestor não fica às escuras para decidir o quê
e quanto comprar.

Resumo
Nesta aula apresentamos a importância do gerenciamento do estoque de
segurança para uma empresa e sua finalidade. Vimos também os meios de
determinar o estoque de segurança em duas situações: a primeira pelo mé-
todo previsível de pouca variação de consumo do produto, e com grande
fonte de dados; e a segunda, onde há pouca informação e trabalha-se com
o método de probabilidade de vendas.

Atividades de aprendizagem
Responda:

a) Por que o estoque de segurança é importante para a gerência dos esto-


ques numa organização?

b) Qual a principal função do estoque de segurança numa empresa?

Explique a diferença entre o estoque de consumo constante e o probabilístico.

e-Tec Brasil 82 Supply Chain


Aula 14 - A importância do
setor de compras na
cadeia de suprimento

Objetivo dessa aula é que você não só compreenda a importância do setor


de compras em uma organização, como também conheça os elementos,
os custos e as habilidades do setor de compras na cadeia produtiva.

14.1 Definições da função compras


A função de compras é considerada estratégica na medida em que reco-
nhecemos os fornecedores como uma das forças do mercado. O setor
de compras possui papel-chave para o sucesso de uma organização, pois é
responsável pela seleção e desenvolvimento e avaliação dos fornecedores,
que servirão de base para o crescimento da empresa no longo prazo. Hoje,
o setor de compras tem uma ação direta na redução dos custos dos recursos
adquiridos sejam eles materiais, patrimoniais, tecnológicos e humanos. As
decisões relativas ao desenvolvimento, homologação e avaliação de fornece-
dores, determinação das quantidades de compra e os métodos de transporte
são algumas das decisões importantes e práticas na área de compras.

14.1.1 Objetivos do setor de compras


Dentre os principais objetivos do setor de compras na cadeia produtiva des-
tacamos:

a) Obter um fluxo contínuo de materiais – o giro de estoque e a entrada


de matérias no estoque obedecem ao tempo de consumo e o tempo de
entrega dos materiais pelo fornecedor.

b) Gestão de inventários – o controle dos recursos materiais se faz neces-


sário por ser tratar de um patrimônio e, portanto, deve ser controlado
através do inventário.

c) Melhoria de qualidade – a qualidade do produto e do serviço do for-


necedor deve ser avaliada sistematicamente garantindo a continuidade
da relação comercial.

d) Desenvolvimento de fornecedores - momento crítico no setor de


compras - desenvolver e homologar fornecedores dentro de critérios téc-
nicos e éticos de uma relação comercial.

83 e-Tec Brasil
e) Padronização – fator importante na movimentação, armazenagem e
controle do estoque com a padronização das embalagens.

f) Busca do mais baixo custo total – esse é objetivo principal da área da


cadeia produtiva a redução de custos dos serviços de suprimentos, arma-
zenagem e distribuição.

g) Melhoria da posição competitiva – a competitividade da organização


sem dúvida passa pelo setor de compras, comprar bem é sinônimo de
uma boa margem de lucro.

h) Redução de despesas administrativas – a automatização do sistema


de compras e do controle de estoques visa à melhoria das despesas.

14.1.2 Classificação do setor de compras quanto à


frequência da necessidade de suprimentos
a) Compras constantes e habituais
b) Compras programadas
c) Compras de investimentos
d) Compras de emergência
e) Compras técnicas.

e-Tec Brasil 84 Supply Chain


14.1.3 Processo de compra
A seguir fluxograma descrevendo detalhadamente um processo de compra

Processo de compras
Devolução ao Não Sim Sim Registro do
OK? Patrimoniar?
fornecedor patrimônio
Não
Esboço da
Conferência liquidação de Identificação com
despesas etiquetas patrimoniais
Recebimento dos Entrega e
materiais Entrada no
Almoxarifado Termo de responsabilidade assinatura do
termo
Aguardando entrega
SVCONT Esboço da liquida-
ção de despesas
SVMAT (Almox.)
Conferência
SVCONT

Não
OK? Conferência
(Checklist)
Sim

Requisitante Não
OK? Requisitante
Fase 4 Sim
Cadastro de requisição
do almoxarifado
(MercúrioWeb) Consolidação da liqui-
dação de despesas

Chefe do Setor Pagamento fornecedor


pela Reitoria
Não Aprova?
Sim Comprovante de pagamento
SVMAT (Almox.)
SVPEXP
Entrega
Arquivo
Requisitante

FIM

Figura 14.1: Processo de compra


Fonte: www.icmc.usp.br

A seguir, as etapas que devem ser cumpridas para um eficiente planejamen-


to e controle de compras:

• Cadastro de fornecedores: após a aprovação dos fornecedores, estes


são cadastrados pelo comprador em um banco de dados e estão aptos
para fornecer determinados produtos ou serviços.

• Requisição de compra: é um documento emitido pelo solicitante onde


são descritos em detalhes as características e especificações dos produtos
e/ou serviços.

Aula 14- A importância do setor de compras na cadeia de suprimento 85 e-Tec Brasil


• Cotação: é um processo onde o fornecedor faz um orçamento para rea-
lização de fornecimento do produto ou serviço solicitado. Normalmente
o setor de compras solicita três orçamentos para diferentes fornecedores.

• Pedido de compra: o pedido de compra é um contrato entre o cliente


e o fornecedor. Esse pedido é emitido pelo setor de compras para o for-
necedor selecionado pelo orçamento. Nesse pedido de compra devem
constar todas as condições de fornecimento dos produtos e/ou serviços
solicitados e formas de pagamentos e de entrega.

• Nota Fiscal: esse pedido de compra vai gerar uma nota fiscal com a
descrição do produto ou serviço vendido. Ao receber essa nota fiscal
juntamente com o produto o responsável deve conferir os dados com o
pedido; e se estiver de acordo dá entrada do produto no almoxarifado,
caso contrário avisa o comprador e devolve a mercadoria.

14.1.3 Formas de comprar

a) Através de pedido de compra


b) Através de um contrato de fornecimento
c) Através do cartão de crédito
d) Através de licitação
e) Através de pregões
f) Através leilões
g) Através de carta convite, outros.

• Licitação: é composto de diversos procedimentos que têm como meta


os princípios constitucionais da legalidade, da isonomia, da impessoa-
lidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência com o intuito de
proporcionar à Administração a aquisição, a venda ou uma prestação
de serviço de forma vantajosa, ou seja, menos onerosa e com melhor
qualidade possível. É a chamada “eficiência contratória”. Isso acontece
utilizando-se de um sistema de comparação de orçamentos chamados de
propostas das empresas que atendam as especificações legais necessá-
rias, todas constantes dentro do edital.

• Leilão: é um mecanismo econômico de negociação definido por uma


série de regras para especificar a forma de determinação do vencedor
e quanto este deve pagar. Como base o leilão é uma compra de quem
paga mais, enquanto que a licitação é pelo menor preço.

e-Tec Brasil 86 Supply Chain


• Carta convite: é uma modalidade de licitação (regulada pela lei brasi-
leira 8.666/93), onde o fornecedor é convidado a participar, estando ele
cadastrado ou não.

• Pregão: é uma das modalidades de licitação, sendo realizado com lances


sucessivos e decrescentes, no chamado “quem dá menos” (NBS). Desta
forma, a Administração Pública, que está comprando, gera economia, o
que significa o bom uso do dinheiro público. O pregão pode ser presen-
cial (onde os licitantes se encontram e participam da disputa) ou eletrôni-
co (onde os licitantes se encontram em sala virtual pela internet, usando
sistemas de governo ou particulares).

• Conceitos: Comakership – uma relação evoluída entre cliente e forne-


cedor. A função de compras vem a cada ano sofrendo alterações em sua
estrutura, a evolução da tecnologia e novos relacionamentos com os for-
necedores. Essa relação está evoluindo notavelmente, e começa a se tor-
nar evidente, haja vista significativas mudanças no relacionamento entre
as empresas. (Comakership: a nova estratégia para o setor de compras).

• Negociação – uma importante característica do comprador: Comprado-


res e vendedores estão continuamente negociando preços, prazos, quan-
tidades e fretes; e os patrões e empregados negociam acordos e dissídios
salariais. A negociação é um processo social básico utilizado para resolver
conflitos, onde não existem regras, tradições, fórmulas, “métodos racio-
nais” ou o poder de uma autoridade superior. Ao optar pela negociação,
as pessoas preferem evitar uma batalha em que um dos dois lados leva a
pior, a ruptura de um relacionamento comercial.

Vejamos a seguir porque é necessário negociar bem:

a) Para obter um rendimento melhor em todos os negócios que fazemos na


vida pessoal e profissional;
b) Para conquistar uma posição melhor na empresa onde trabalhamos ou o
sucesso da empresa que possuímos, construímos ou da qual participamos;
c) Para obter uma melhor posição na vida para nós e nossa família;
d) Para alcançar tudo que desejamos materialmente, etc.

Aula 14- A importância do setor de compras na cadeia de suprimento 87 e-Tec Brasil


Vejamos a seguir porque é necessário negociar bem:

a) Para obter um rendimento melhor em todos os negócios que fazemos na


vida pessoal e profissional;
b) Para conquistar uma posição melhor na empresa onde trabalhamos ou o
sucesso da empresa que possuímos, construímos ou da qual participamos;
c) Para obter uma melhor posição na vida para nós e nossa família;
d) Para alcançar tudo que desejamos materialmente, etc.

Resumo
Aprendemos nessa aula que diante do cenário de forte competição, as em-
presas têm que conhecer suas necessidades e saber lidar com as adversida-
des ocasionadas por ameaças à continuidade do abastecimento e forneci-
mento de itens necessários (á) à cadeia produtiva. A importância da função
compra para a competitividade e integração da empresa com os demais
elementos da cadeia de suprimentos transforma o setor de compras em um
setor de lucro da organização.

Atividades de aprendizagem
Você conheceu nesta aula a função e a característica do setor de compras,
com base no que foi estudado, pesquise e depois discuta com os colegas a
respeito dos valores éticos no setor de compras.

e-Tec Brasil 88 Supply Chain

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