Perfis Compostos
Fazem-se, nesse momento, alguns comentários sobre os perfis compostos. Essa
categoria de perfis merece uma especial atenção, já que são perfis eficientes e muito
utilizados, mas quando usados de maneira inadequada podem trazer problemas.
Dois ou mais perfis, unidos entre si por meio de uma ligação não contínua - solda ou
travejamento em quadro ou em treliça - que trabalham como se fossem um só perfil são
conhecidos por Perfis Compostos.
Sempre travejar as duas
extremidades de um
perfil composto.
Para a determinação da resistência de cálculo dos perfis compostos devem-se verificar:
a) Flambagem do perfil isolado.
O perfil isolado - um dos perfis que formam o perfil composto - flamba, em torno do
seu eixo de menor inércia, tendo como comprimento de flambagem a distância entre
elementos de travejamento “L1”.
No caso do perfil isolado, deve-se considerar, também, a flambagem local da maior
parede não enrijecida. A resistência final de cálculo será a menor: entre a flambagem
global do perfil isolado e a flambagem local de uma de suas paredes.
b) Flambagem global do perfil composto
O perfil composto criado terá 2 eixos principais de inércia. Um dos eixos será paralelo
ao(s) plano(s) de travejamento e o outro eixo perpendicular.
É costume comporem-se os perfis de tal maneira que se travejem planos paralelos ao
eixo de maior inércia. Assim será obtido um perfil com inércia bem aumentada em
torno do eixo paralelo ao de menor inércia dos perfis simples.
A inércia desse perfil, em torno do eixo paralelo aos planos de travejamento, será
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determinada somando as inércias de cada perfil isoladamente. É claro que é caso de
simples soma se o eixo principal da composição coincidir com o eixo principal do perfil
isolado; caso contrário se deverá obter a inércia da composição pelo Teorema de
Steiner.
A inércia do perfil composto em torno do outro eixo principal, perpendicular ao plano
de travejamento, terá um valor intermediário entre a inércia que se calcula pelo Teorema
de Steiner e a que se avalia considerando os dois perfis isolados.
Os elementos de travejamento, por serem descontínuos, não oferecem uma união tão
eficiente como uma ligação contínua entre os perfis, e essa deficiência deve ser
considerada na avaliação dessa inércia ou esbeltez como orientam as normas.
Adota-se o procedimento da norma NB14/68 (ABNT, 1968) que é uma adaptação da
norma DIN4114 (Deutsche Industrie Normen, 1952), considerando-se somente o caso
de travejamento em quadro.
Supondo-se que o eixo perpendicular ao plano de travejamento seja o eixo Y a esbeltez
final será uma esbeltez ideal yi .
m 2
yi y 2 1
2
onde:
K y Ly
y esbeltez do perfil composto em torno do eixo perpendicular ao plano de
ry
travejamento, considerando-se a inércia cheia em torno desse eixo;
K 1 L1
1 esbeltez do perfil simples em torno do eixo de menor inércia (eixo 1) sendo
r1
L1 a distância entre placas de travejamento e
m = número de perfis simples que formam o perfil composto.
Por orientação da norma DIN 4114 (Deutsche Industrie Normen, 1952), deve-se dispor
os elementos de travejamento, pelo menos, nos terços do perfil composto. Essa
recomendação foi implementada no programa, forçando o usuário declarar, no mínimo
travejamento a cada L/3.
Outra recomendação da DIN 4114 é a de afastar as placas de travejamento, L1, em
distâncias menores que 50 rmin é oferecida ao usuário, embora essa recomendação possa
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ser negligenciada.
O mCalc 3D tem implementado as rotinas para a verificação de Perfis Compostos,
descritas acima e disponibiliza para os perfis que seguem:
Ao se abrir a janela de diálogo do Dimensionamento para verificar um Perfil Composto
deve-se informar ao programa a cada quanto se quer travejar, ou em quantas partes vai
se dividir a barra. Assim, o comprimento L1, que é o comprimento de flambagem da
barra isolada, ou a distância entre travejamentos, ficará definida por L/ XX. Por default o
travejamento das barras é adotado como a cada L/3.
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Definindo L1,
distância entre
travejamentos.
Perfis Duplos Isolados
No item anterior viu-se que é possível dimensionar barras usando Perfis Compostos
com o mCalc 3D. Entretanto para barras com comprimento pequeno, ou em barras
solicitadas somente à tração, é interessante adotá-las com perfis duplos, porém não
travejados entre si, ou seja: perfis duplos isolados.
Para esses casos a resistência de cálculo será calculada como o dobro da resistência de
cálculo de uma barra isolada, com o comprimento de flambagem igual à distância entre
os dois nós que formam a barra.
A maneira de se usar Perfis Duplos Isolados é a mesma adotada para Perfis Compostos:
selecionam-se as barras a dimensionar, abre-se a janela de diálogo, escolhe-se o perfil
duplo e digita-se Z (de Zero) ao se informar o travejamento. Assim o programa
interpretará que os perfis NÃO serão travejados, configurando 2 perfis isolados.
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