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Apostila OAB XX

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DIREITO

campeão em aprovação !
ADMINISTRATIVO

DIREITO
ADMINISTRATIVO

CURSO PREPARATÓRIO PARA O TJSC 1


DIREITO
campeão em aprovação !
ADMINISTRATIVO

para verificar a existência de uma relação de pertinência, de


proporcionalidade.
Conceito: Ramo do Direito Público que estuda
princípios e normas reguladoras do exercício da função
Princípio da segurança jurídica: impede a
administrativa, que por sua vez busca realizar os fins
utilização de interpretações retroativas para atingir situações
desejados pelo Estado.
já consolidadas.
Seu principal objetivo é preservar os interesses
da coletividade. Seu principal fundamento está no art. 37
da CRFB/88. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito: são instrumentos para preservar os


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO interesses da coletividade.
PÚBLICA
Características: obrigatórios, irrenunciáveis e
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS (Art. 37 CRFB/88) submissos a Lei.

Abuso de Poder: pode ocorrer em duas


Princípio da legalidade: a Administração Pública
modalidades, desvio de finalidade e excesso de poder.
só poderá agir dentro dos limites estabelecidos em lei.
Excesso de Poder: ocorre quando uma autoridade,
Princípio da impessoalidade: a Administração
embora competente para praticar o ato, vai além do
Pública deve tratar com igualdade todos os administrados,
permitido e extrapola no uso de suas faculdades
sem conceder-lhes quaisquer espécies de privilégios
administrativas. Esta conduta abusiva pode se
àqueles que se encontram na mesma situação jurídica.
caracterizar tanto quando a autoridade age além de
sua competência, como quando ela contorna
Princípio da moralidade: a Administração Pública
dissimuladamente as limitações da Lei.
não pode dispensar utilização dos preceitos éticos que está
que esta sob seu alcance quando da prática de suas
Desvio de finalidade: ocorre quando a autoridade,
condutas.
embora agindo dentro dos limites de sua
competência, age por motivos diversos daqueles
Princípio da publicidade: é o dever conferido à
objetivados pela Lei ou exigidos pelo interesse
Administração de manter plena transparência de todos os
público.
seus atos. Também, a obrigação de oferecer, desde que
solicitadas, todas as informações que estejam armazenadas
em bancos de dados. TIPOS DE PODERES

Princípio da eficiência: o poder público deve Poder Vinculado: é aquele que determina que o
buscar o aperfeiçoamento na prestação dos seus serviços, agente fica inteiramente vinculado ao enunciado da lei, sem
aumentando a qualidade ao mesmo tempo em que efetua o dar margem a discricionariedade, juízo de valores,
controle de gastos. conveniência ou oportunidade.

OUTROS PRINCÍPIOS Poder Discricionário: pode ser definido como


(Lembre-se que o rol é exemplificativo) aquele em que o administrador também fica limitado aos
limites da lei, mas esta, no entanto, não estabelece um
Princípio da motivação: obrigação atribuída ao único comportamento a ser seguido por ele em uma
Poder Público de motivar (fundamentar) todos os atos que situação concreta. Neste caso, o administrador terá a
edita, surgindo inclusive como requisito de validade. liberdade para utilizar seu juízo de conveniência e
oportunidade para decidir qual é a ação adequada.
Princípio da autotutela: obrigação conferida à
Administração Pública de controlar os atos que edita de Poder Hierárquico: representa o poder conferido ao
modo a retirar do ordenamento jurídico aqueles que se administrador de organizar toda a estrutura da
revelarem ilegítimos e inoportunos. (Súmulas 346 e 473 do administração pública e fiscalizar a atuação daqueles que ali
STF). estejam. Ao exercer este poder poderá o Administrador fixar
campos de competência, exercer comando sobre os
Princípio da isonomia: tratar igualmente aos subordinados, rever os atos praticados por subordinados,
iguais e desigualmente aos desiguais, na medida das suas organizar os servidores em carreiras etc.
desigualdades.
Poder Disciplinar: poder conferido ao Administrador
Princípio da razoabilidade: é lícito ao judiciário para a aplicação de sanções diante de infrações de caráter
reapreciar os atos praticados pela Administração Pública funcional, ou seja, que estejam relacionadas com as

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atribuições do cargo. As sanções autorizadas são as de REGIME JURÍDICO (Características)


natureza administrativa, como a advertência, suspensão e
demissão. Inalienabilidade: não podem ser alienados, salvo se
para satisfazer o interesse público.
Poder Regulamentar: é o poder conferido ao
administrador para a expedição de decretos e regulamentos Impenhorabilidade: independentemente do bem
para oferecer a fiel execução da lei. público ter destinação específica ou não, não estão sujeito à
constrição judicial. Porém, existe uma exceção: preterição
Poder de Polícia: poder conferido a administração no pagamento de precatórios, desrespeitando a ordem
para condicionar, restringir, limitar e disciplinar atividades e cronológica estabelecida no artigo 100 da CF/1988,
direitos de particulares para a preservação de interesses da tornando possível o sequestro de verbas públicas.
coletividade. O exercício deste poder dar-se por meio da
edição de atos normativos de alcance geral ou mesmo por Imprescritibilidade: atributo aplicável a todos os bens
atos de efeitos concretos. públicos, com o objetivo de evitar a usucapião.

Possuí três atributos: discricionariedade,


autoexecutoriedade, coercibilidade. TRANSFERÊNCIA DO USO DOS BENS PÚBLICOS
CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA Autorização de uso de bem público: trata-se de um
ato administrativo discricionário, precário (podendo ser
Discricionariedade: é o modo de atuação no revogado a qualquer tempo) e com prazo indeterminado de
exercício da fiscalização, podendo o agente determinar qual duração. Existe o interesse de um(uns
o mecanismo de atuação que seja mais conveniente e
oportuno ao cumprimento do interesse público. Permissão de uso de bem público: trata-se de um ato
administrativo discricionário, precário e também, via de
Autoexecutoriedade: A administração procederá à regra, com prazo de duração indeterminado. Existe o
fiscalização nos limites colocados pela lei, mas sem a interesse de todos.
necessidade de autorização judicial.
Concessão de uso de bem público: trata-se de uma
Coercibilidade: caso haja necessidade para cumprir espécie de contrato administrativo (portanto exige licitação)
seu poder fiscalizador, a Administração Pública poderá no qual o Poder Público faculta ao particular a utilização
requisitar o uso da força, utilizando-se da polícia judiciária privativa de um bem público para que exerça a destinação
para o cumprimento da fiscalização em prol da dos no próprio contrato. Não é precário.
interesses da coletividade.
Concessão de direito real de uso: trata-se de um
CUIDADO! NÃO CONFUNDA: contrato que confere ao particular um direito real resolúvel,
tendo prazo indeterminado ou não. Poderá ser formalizada
Polícia Judiciária: Atua de maneira repressiva. Busca a por instrumento público ou particular, ou por simples termo
aplicação da lei penal. administrativo.

Polícia Administrativa: Atua de maneira preventiva. Busca


o bem estar sociall
ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
BENS PÚBLICOS
É o aparelhamento do Estado destinado à
Conceito: Todos aqueles que integram o patrimônio das realização de serviços visando os interesses da
pessoas jurídicas de direito público. (Art. 98 CC) coletividade. Para cumprir este objetivo o Poder Público age
por meio da administração pública direta e a administração
Classificação pública indireta.
Bens de uso comum Utilização geral dos
(ou bens do domínio indivíduos;
público)
Bens de uso especial Utilização específica; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA
Bens dominiais ou Patrimônio público que não São a União, os Estados, o DF e os Municípios
dominicais possui naquele momento (Estes, por sua vez, são pessoas jurídicas de direito
uma destinação específica. público), que manifestam sua vontade por meio de um
conjunto de órgãos.

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Responsabilidade: Sua responsabilidade é objetiva,


Principal característica dos órgãos públicos é sua sendo que o Estado responde apenas subsidiariamente.
falta de personalidade jurídica. Eles estão subordinados à
pessoa jurídica que pertencem (ex: prefeitura do município O orçamento, os prazos processuais e os contratos
X está submissa ao município X). A falta de personalidade seguem as mesmas regras da administração publica direta.
impede que os órgãos públicos efetuem contratos, por
exemplo. Autarquias de regime especial
São aquelas a qual a lei instituidora confere
Isto não quer dizer que os órgãos públicos não privilégios específicos e aumenta sua autonomia em relação
possuem CNPJ. O CNPJ é necessário para melhor controle às autarquias comuns. São autarquias de regime especial
do dinheiro público. as universidades púbicas, as agências reguladoras, os
conselhos de classe e as agências executivas.
Ingresso em juízo: Como sujeito ativo, pode
ingressar. Como sujeito passivo, não pode figurar. Quem irá Fundações
figurar no polo passivo é a pessoa que o órgão público Podem ser fundações públicas de direito público ou
representa. fundações públicas de direito privado. As fundações
privadas não são estudadas pelo direito administrativo.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
É constituída por pessoas jurídicas distintas do As fundações públicas de direito público seguem
Estado, mas cuja função é também satisfazer os interesses basicamente as mesmas regras das autarquias. Elas
da coletividade. também são criadas por lei específicas.

São três as entidades que compõem a As fundações públicas de direito privado seguem
administração pública indireta: autarquias, fundações basicamente as mesmas regras das empresas estatais. Sua
públicas e empresas estatais. As empresas estatais, por sua criação é autorizada por lei.
vez, se dividem em empresas públicas e sociedades de
economia mista. EMPRESAS ESTATAIS
Empresas públicas
CARACTERÍSTICAS EM COMUM Pessoas jurídicas de direito privado, autorizada
1. Personalidade jurídica própria: São sujeitos de pelo poder público, cujo capital é 100% público. Pode ter
direitos e obrigações, respondendo por seus próprios atos. como objetivo a prestação de serviços públicos e também a
exploração de atividade econômica. Pode ter qualquer
2. Patrimônio próprio: Possuem seu próprio regime jurídico.
patrimônio, diferentemente dos órgãos públicos da adm.
direta. Sociedade de economia mista
Pessoas jurídicas de direito privado, autorizada
3. Receita própria: Possuem os próprios recursos. pelo poder público, cujo capital é majoritariamente público.
Pode ter como objetivo a prestação de serviços públicos e
4. Autonomia: Autonomia técnica, administrativa e também a exploração de atividade econômica. Pode ter
financeira. apenas o regime jurídico das sociedades anônimas.

5. Sem fins lucrativos: Não significa que não pode


auferir lucros, mas sim que esta não é sua finalidade TERCEIRO SETOR
principal.

6. Finalidade específica: que está sempre na lei Conceito: é composto pessoas jurídicas de direito privado,
que cria ou que autoriza sua criação. que não integram a Administração Pública, mas que
mantêm com ela, por razões diversas parcerias com intuito
7. Falta de hierarquia: Não há hierarquia com a de preservar o interesse público. São pessoas jurídicas
administração pública direta, apenas um controle, sem fins lucrativos que caminham em paralelo ao Estado na
fiscalização por parte desta. execução de atividades dotadas de interesse público.

Autarquias
Conceito: pessoas jurídicas de direito público, cuja SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS – Sistema “S”
criação depende de uma lei ordinária específica. Serve
para prestar atividades típicas do Estado.

Regime Jurídico: Quase o mesmo da


administração pública direta.

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Os atos administrativos se propõem a produção de


efeitos jurídicos, criando, modificando e extinguindo direitos
e deveres.

ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO


Competência: para o ato administrativo ser
considerado valido deverá ser editado por quem detenha
competência para tanto.

Forma: o Administrador só pode exteriorizar seus


atos de acordo com a forma prevista em lei.

Objeto: os atos emitidos pela Administração


deverão envolver objeto lícito, possível e determinável. O
objeto é o resultado prático do ato administrativo.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Finalidade: o ato administrativo deverá seguir a
finalidade expressa no texto da lei, toda vez que dessa
finalidade se afastar, o ato administrativo não poderá ser
considerado valido, caracterizando desvio de finalidade.

Motivo: Os atos precisam estar justificados e


fundamentados. O administrador público precisa deixar
claro porque razão está praticando aquele ato, e qual sua
fundamentação legal.

CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO


Presunção de Legitimidade: os atos
administrativos se pressupõem legítimos até prova em
contrario. Mesmo que o ato seja ilegal, permanecerá em
vigor até que sua ilegalidade seja provada.
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE
INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) Autoexecutoriedade: representa a possibilidade
de a Administração executar sozinha seus próprios atos
sem buscar concordância prévia do Poder Judiciário.

Imperatividade: ao editar seus atos, a


Administração poderá impor de modo unilateral seu
cumprimento aos particulares em vista dos interesses que
representa.

Tipicidade: para cada finalidade que a


Administração pretende alcançar, existe uma
fundamentação legal.

ATOS ADMINISTRATIVOS CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Existem inúmeras formas de classificar os atos
Conceito: É uma manifestação de vontade do administrativos. Portanto, um ato pode ter várias
classificações.
Estado ou de quem represente que vai criar, modificar ou
extinguir direitos, visando os interesses da coletividade. 1. Quanto aos destinatários: por este critério os
atos administrativos podem ser classificados em gerais e
ATO ADMINISTRATIVO X FATO ADMNISTRATIVO individuais. Os gerais não possuem destinatário
específico (ex: edital de concurso público). Os individuais
O fato administrativo traduz apenas uma mera são aqueles editados com destinatário certo (ex:
atividade material exercida pela administração pública, não nomeação de um funcionário).
se propondo a produção de efeitos jurídicos imediatos. Ex:
varrição de uma rua ou a construção de uma ponte.

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2. Quanto ao alcance: quanto a este critério os Atos ordinatórios: são os que visam disciplinar o
atos administrativos podem ser classificados em internos funcionamento da Administração e a conduta funcional de
ou externos. Os internos geram efeitos dentro da seus agentes no desempenho de suas atribuições. Ex:
Administração, enquanto os externos produzem efeitos fora portarias e ordens de serviço.
do poder público.(Ex: um regulamento com normas de
funcionamento do fórum são atos internos, enquanto a Atos negociais: São aqueles que contêm uma
concessão de porte de arma é um ato externo). declaração de vontade da Administração com o intuito de
realizar negócios jurídicos. Ex: permissão para o uso de
3. Quanto ao objeto: por este critério os atos bens públicos em troca da possibilidade de exploração de
administrativos podem ser classificados em atos de publicidade pelo particular.
império, atos de gestão, ou atos de mero expediente.
Atos de império são aqueles que a Administração Atos enunciativos: São todos aqueles em que a
lança mão de sua supremacia sobre o interesse dos Administração se limita a certificar ou atestar um fato, ou
particulares (ex: estabelecimento é interditado ou uma obra mesmo emitir opinião sobre determinado assunto. Ex: a
embargada). expedição de certidões ou atestados.
Atos de gestão são aqueles que a Administração
não utiliza-se de suas prerrogativas e equipara-se ao Atos punitivos: são os que contêm uma sanção
particular com quem se relaciona Ex: contrato de locação imposta pela Administração aqueles que infringem
com particulares na qualidade de locatário). disposições legais. Ex: aplicação de multas e interdição de
Atos de mero expediente são aqueles que estabelecimentos comerciais.
impulsionam atividades, mas não tem conteúdo decisório.
(Ex: publicar o edital de uma licitação) FORMACÃO VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
4. Quanto a Formação: por este critério os atos Ato Administrativo Perfeito: é aquele que já
administrativos são classificados em simples, complexos e passou por todas as suas fases de formação. Não significa
compostos. ausência de vícios, mas simplesmente a existência de todos
os elementos indispensáveis ao ato.
Atos simples: ato resultante da vontade de único
órgão. Ato válido: é aquele praticado de acordo com a
moral, a lei ou outra norma de hierarquia mais elevada que
Atos compostos: são resultado de mais de uma o ato administrativo.
manifestação de vontade produzidas pelo mesmo órgão.
Ato eficaz: ato capaz de gerar efeitos.
Atos complexos: atos emanados pela conjugação
de vontades de órgãos diferentes. Ato perfeito, valido e eficaz: Existe. É quando
concluído seu ciclo de formação, encontra-se plenamente
5. Quanto ao Regramento: com este critério os ajustado às exigências legais e esta disponível para
atos administrativos são classificados em atos vinculados deflagração dos efeitos que lhe são típicos.
e discricionários.
Ato perfeito, valido, ineficaz: Existe. É quando
Atos vinculados: são aqueles em que o concluído seu ciclo de formação e estando conformado aos
Administrador fica inteiramente vinculado ao enunciado da requisitos que o legitimam, ainda não se encontra pronto
lei, podendo proceder de acordo com o único para a realização de seus efeitos típicos, por depender de
comportamento possível expresso nela. um termo inicial ou de uma condição suspensiva, ou
autorização, aprovação e homologação de autoridade
Atos discricionários: neste caso embora o controladora. Ex: lei em vacância.
Administrador esteja limitado aos limites impostos pela lei,
esta não prevê um único comportamento possível a ser Ato perfeito invalido e eficaz: Existe. Após
adotado em situações concretas, abrindo assim espaço concluído seu ciclo de formação, não se encontra
para que o mesmo utilize seu juízo de conveniência para conformado as exigências legais, encontra-se produzindo os
decidir como agir. efeitos que lhe são inerentes. Ex: Concurso público em que
houve nomeação e posse dos vencedores, mas depois se
6. Quanto à natureza: podem ser atos normativos, descobre que foi fraudado.
atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos, atos
punitivos. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Anulação: tem como fundamento a ilegalidade do
Atos Normativos: são aqueles que contêm um ato e pode ser promovida pela própria administração
comando geral do Executivo visando a correta aplicação da pública. Produz efeitos ex tunc, retroagindo até a origem do
lei. Ex: decretos, regulamentos, resoluções. ato. O prazo para anulação de um ato administrativo é de 05
anos.

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Para preencher os cargos ou empregos públicos,


Revogação: tem como fundamento razões de podem os candidatos ser brasileiros (nato ou naturalizado) e
conveniência e oportunidade e recai sobre os atos os estrangeiros na forma da lei.
administrativos considerados legais. Só pode ser promovida
A regra para o ingresso em um cargo ou emprego
pela Administração, não pelo judiciário. Não existe prazo
público é o concurso público.
para sua revogação. Produz efeitos ex nunc, a partir da
mesma. Mas esta regra tem exceções:

Cassação: se dá quando o destinatário • Mandatos eletivos: Presidente, senadores, etc.


descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas • Cargos em comissão: Livre nomeação e livre
a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica. exoneração;
• Contratos temporários: para situação de
Caducidade: ocorre quando norma jurídica nova anormalidade;
torna inadmissível a situação antes permitida pelo direito e • Hipóteses específicas da constituição: ministros
outorgada pelo ato precedente. do supremo;
• Agentes comunitários de saúde e agentes de
Contraposição: ocorre quando for emitido ato com combate a endemia: Possuem caráter de
fundamento em competência diversa que gerou ato anterior, empregados públicos.
mas cujos efeitos são contrapostos aos daqueles.

CONCURSO PUBLICO
AGENTES PÚBLICOS Tem validade de até dois anos, contados da
homologação, prorrogável uma vez, por igual período. (Art.
37, III, CF).
Agente público: pessoa que tem vínculo
profissional com o Estado. O candidato aprovado tem o direito subjetivo a
nomeação.
1. Agentes Políticos: São integrantes do alto
escalão do poder público, com sua competência Nomeação: ato de provimento do cargo, que se
determinada pela Constituição Federal. completa com a posse e o exercício.

2. Agentes administrativos (servidores Súmula 683 do STF: estabelece o limite de idade em


estatais): todo aquele que tem uma função pública efetiva. concurso público.
O servidor estatal pode ser estatutário ou celetista. Súmula 686 do STF: só por lei pode ser exigido exame
Estatutário: Possui cargo público e sua relação psicotécnico.
jurídica com o estado é regida por uma lei. Súmula 684 do STF: é inconstitucional o veto não
Celetista: Possui função pública e sua relação com motivado.
o estado é regida pela CLT. É também chamado de Súmula 266 do STJ: Diploma legal deve ser exigido na
empregado público. posse e não na inscrição. Mas pode haver exigência na
3. Particulares em colaboração: Por algum inscrição se estiver previsto em lei.
motivo estão a serviço do Estado. Requisitos para estabilidade: realização de
concurso público, três anos de exercício e avaliação de
desempenho.
São estáveis também todos aqueles que,
independentemente de concurso público, tiverem mais de
cinco anos de efetivo exercício na data da promulgação da
CRFB/1988.
O servidor poderá perder a estabilidade em três
hipóteses (art. 41 da CF/88):
1) Sentença judicial transitada em julgado;
2) Mediante processo administrativo que lhe seja
assegurado contraditório e ampla defesa;
3) Mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada ampla defesa.
ACESSIBILIDADE 4) Excesso de despesa pessoal.

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Perda da vitaliciedade: pode ocorrer com o transito em


julgado de processo que assim determine.
Acumulação poderá ocorrer nas seguintes hipóteses:

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO E,


GERAL
Condenação por crime que não tem relação com o
exercício da função pública: nenhuma influência na esfera
administrativa.
Vacância: é declarado vago o cargo de servidor
por motivo de exoneração , demissão, promoção, Privação de liberdade por menos de quatro anos:
readaptação, aposentadoria, falecimento, ou posse em afastado do cargo;
outro cargo inacumulável.
Privação da liberdade por mais de quatro anos:
Ocorre vacância no casos de: promoção de perda do cargo público.
servidor, remoção do cargo, reintegração do cargo,
redistribuição e substituição.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
O servidor responde civil, penal e administrativamente
pelo exercício irregular de suas atribuições (art. 121, da Lei
REMUNERAÇÃO n. 8.112/90). A responsabilidade administrativa do servidor
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria (art. 126, da Lei n.
8.112/90).

Art. 127. São penalidades disciplinares:


I - advertência;
APOSENTADORIA II - suspensão;
III - demissão;
O direito administrativo estuda a aposentadoria dos IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
servidores que tem regime próprio, visto que o regime geral V - destituição de cargo em comissão;
é matéria do direito previdenciário. VI - destituição de função comissionada.
Princípio da Reciprocidade: o tempo de
Os prazos de prescrição previstos na lei n. 8.112/90,
contribuição de um regime é aproveitado para outro regime.
começam a correr da data em que o fato se tornou
conhecido.

PENALIDADE PRAZO
1. Demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, destituição do cargo 5 anos
em comissão.
2. Suspensão 2 anos
3. Advertência 180 dias

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• Contratação de artistas consagrados pela crítica ou


LICITAÇÕES pelo público, dentro das esferas governamentais.

O rol da inexigibilidade é exemplificativo.


Conceito: é o procedimento administrativo que
visa fazer valer o princípio da isonomia e busca a LICITAÇÃO DISPENSADA
proposta mais vantajosa para a Administração Pública. O art. 17 da lei 8.666/93 é taxativo sobre as hipóteses
em que a licitação é dispensada.
Quando se tratar da alienação de imóveis:
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO Nos casos de dação em pagamento;
1.VINCULAÇÃO AO EDITAL Nos casos de doação, quando permitida entre
INSTRUMENTO órgãos ou entidades da Administração Pública;
LICITATÓRIO Nos casos de investidura;
2. PROCEDIMENTO PREVISTA NO EDITAL E
FORMAL NA LEI. Quando se tratar de bens móveis:
FORMALISMOS SÃO Doação;
DISPENSÁVEIS. Permuta;
3. ISONOMIA CONDIÇÕES IGUAIS Venda de ações e títulos, na forma da legislação
LICITATÓRIA PARA OS em vigor;
PARTICIPANTES. Venda de materiais e equipamentos para órgãos
4. SIGILO DAS públicos ou entidades da Administração Pública;
EXCETO LEILÃO
PROPOSTAS
5. JULGAMENTO CRITÉRIOS PARA LICITAÇÃO DESERTA E FRACASSADA
OBJETIVO JULGAR. Licitação deserta: não aparecem interessados,
6. ADJUDICAÇÃO logo para evitar prejuízo pode ser feita a contratação
O VENCEDOR TEM
COMPULSÓRIA DIREITO DE SER diretamente.
ADJUDICADO
Licitação Fracassada: aparecem interessados,
7. PRINCÍPIO DA O EDITAL NÃO PODE
porém sem sobreviventes na avaliação ou no julgamento.
COMPETITIVIDADE COLOCAR ELEMENTOS
Se o fracasso ocorrer na fase de julgamento, a licitação
(CABM) QUE COMPROMETAM A
pode ser dispensada.
COMPETITIVIDADE.

MODALIDADES DA LICITAÇÃO
Concorrência: Para serviços de valores altos.
HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO DIRETA Serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00 e
demais serviços acima de R$ 650.000,00.
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL Utilizada também para compra e venda de imóveis,
Nesta situação é possível dispensar a licitação, concessão de serviços públicos e nas licitações
ficando a critério do administrador. O rol das hipóteses está internacionais.
no art. 24 da Lei 8.666/93. Nesta modalidade, qualquer um pode participar.

Ex: em situação de guerra, o poder público pode Tomada de preço: Para serviços de valores
dispensar a licitação tendo em vista o caráter de urgência. médios. Os de engenharia de R$ 150.000,00 até R$
1.500.000,00 e os demais de R$ 80.000,00 até R$
O Rol da licitação dispensável é taxativo. 150.000,00.
Nesta modalidade, apenas os cadastrados podem
LICITAÇÃO INEXIGÍVEL participar. É possível se cadastrar até o terceiro dia que
Para uma licitação ser exigível é necessário existir: antecede a abertura dos envelopes.
pluralidade do objeto, pluralidade do fornecedor, pluralidade
do serviço, interesse do mercado, não prejudicar o interesse Convite: Para serviços de preços baixos. Os de
público. Se não há estes componentes, ela é inexigível. engenharia até R$ 150.000,00 e os demais até R$
80.000,00.
Em sínteses, poderá ser inexigível em três hipóteses No convite não há edital. Participam os convidados,
(art. 25 da Lei 8.666/93): mas qualquer um pode participar, desde que se pronuncie
vinte e quatro horas antes.
• Quando da ocorrência de um fornecedor exclusivo; E para participar, é necessário estar cadastrado.
• Quando da contratação de serviços técnicos
especializados de natureza singular; Concurso: modalidade de licitação utilizada para a
escolha de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos,

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mediante instituição de remuneração ou de prêmios, 6. Adjudicação: Da ao vencedor uma mera expectativa


conforme todos os critérios constantes no Edital de direito. O vencedor é obrigado a licitar, se não quiser ser
convocatório. penalizado.

Leilão: modalidade de licitação utilizada para a


venda de bens móveis inseríveis para Administração CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Pública; bens imóveis advindos de procedimentos judiciais
ou de dação em pagamento e de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados. Conceito: É aquele celebrado com um particular ou
outra entidade administrativa para preservar o interesse
Pregão: é a modalidade de licitação instituída pela público. O que o distingue dos demais contratos privados é
Lei 10.520/2002 para aquisição de bens e serviços a existência de cláusulas exorbitantes.
comuns independentemente do valor do contrato de todas
as entidades federativas. ALTERAÇÃO RESSALVADO O
Segue os procedimentos abaixo, com as seguintes UNILATERAL DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO
diferenças: CONTRATO FINANCEIRO.
a) Na fase de classificação e julgamento, fazem-se lances RESCISÃO UNILATERAL COM OU SEM CULPA DO
escritos. DO CONTRATO PARTICULAR.
b) A melhor proposta serve como parâmetro. Propostas com
MANUTENÇÃO DO QUANDO HOUVER
até 10% de acréscimo do valor da melhor proposta seguem
EQUILÍBRIO MODIFICAÇÃO NO
para a próxima etapa, com o limite de 3.
ECONÔMICO- OBJETO OU QUALQUER
c) Se não houver 3, seguem as três melhores propostas.
FINANCEIRO CONDIÇÃO QUE ALTERE
d) Abre-se novamente a possibilidade de lances, agora
CONTRATUAL O VALOR.
verbais.
FISCALIZAÇÃO MULTA; ADVERTÊNCIA;
e) Ganha a melhor proposta.
CONTRATUAL E SUSPENSÃO POR ATÉ
f) Primeiro se adjudica, depois homologa.
APLICAÇÃO DE DOIS ANOS;
SANÇÕES DECLARAÇÃO DE
FASE INTERNA DA LICITAÇÃO INIDONEIDADE.
1. FORMALIZAÇÃO DO PROCESSO POSSIBILIDADE DE NAS HIPÓTESES DE
2. IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE OCUPAÇÃO RESCISÃO UNILATERAL
3. EXPOSIÇÃO DOS MOTIVOS TEMPORÁRIA OU DE FALTAS
4. RECURSO ORÇAMENTÁRIO CONTRATUAIS.
5. COMISSÃO DA LICITAÇÃO APLICABILIDADE A ADMINISTRAÇÃO PODE
6. ELABORAÇÃO DO EDITAL PARCIAL DA EXCEÇÃO EXIGIR A CONTINUIDADE
7. PARECER JURÍDICO DO CONTRATO NÃO DAS OBRAS.
8. AUTORIZAÇÃO FORMAL CUMPRIDO
EXIGÊNCIA DE FIANÇA BANCÁRIA;
GARANTIA DO SEGURO GARANTIA;
CONTRATADO CAUÇÃO.
FASE EXTERNA DA LICITAÇÃO
1. Publicação do edital: cidadãos poderão impugnar em
até 05 dias antes da data marcada para entrega dos EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
envelopes. As empresas poderão impugnar até 02 duas Conclusão do objeto: quando as partes envolvidas
antes da data de entrega das propostas. cumprem integralmente o pactuado.

2. Recebimento de envelopes: que estão lacrados. Término do prazo: em contratos que não são feito com
o objetivo principal da conclusão de um objeto.
3. Fase de habilitação: Verificação dos requisitos
formais previstos no edital. Rescisão: quando ocorro a inadimplência de uma das
partes.
4. Fase de classificação e julgamento: Verificação da
proposta mais vantajosa. A partir desta fase não poderá INEXECUÇÃO DO CONTRATO
mais haver desistência do licitante. Força maior: ocorrência de um fato proveniente da
vontade humana que impede a execução do contrato. Ex:
5. Homologação: do resultado da licitação. O rebeliões.
procedimento pode ser revogado por inconveniência ou
importunidade. Caso fortuito: Evento decorrente das forças da
natureza. Ex: tsunami.

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Fato do príncipe: considera-se toda a determinação


geral que o Estado tome, que atinja, de forma direta, a Caducidade: é a forma de extinção da concessão por
execução do contrato. Ex: mediante a expedição de um razões de inexecução total ou parcial do contrato por culpa
decreto, o Poder Executivo majora a alíquota de um do concessionário.
determinado imposto o que onera excessivamente um
contrato. Reversão: é quando o poder público incorpora os bens
do concessionário, com pagamento de indenização.
Fato da Administração: ocorre nos casos de ação ou
de omissão do Poder Público que seja diretamente Existe na modalidade comum ou especial. A
vinculado ao contrato administrativo impedindo e onerando, modalidade especial por sua vez, pode ser administrativa
de forma direta, a sua execução. Ex: não entrega o terreno ou patrocinada.
para a execução de uma obra.
A concessão especial possui algumas características:
Interferências imprevistas: são situações e fatores 1. Financiamento privado: Sempre há capital
imprevisíveis que surgem no curso da execução do contrato privado e capital público envolvido.
administrativo, dificultando a execução contratual ou 2. Compartilhamento de riscos: Poder público e
tornando-a excessivamente onerosa. particular compartilham os riscos inerentes ao negócio.
3. Pluralidade compensatória:

SERVIÇOS PÚBLICOS
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Conceito: Serviços públicos são todas as
1. Advento do termo contratual:
atividades administrativas executadas pelo Poder Público de 2. Rescisão amigável:
forma direta ou indireta, ou ainda por colaboração dos 3. Decisão judicial:
particulares, sob regime de direito público, para preservar os 4. Ato unilateral do poder público:
interesses da coletividade. 5. Extinção de pleno direito:

TIPOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS PERMISSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO


Serviços privativos do Estado: prestados com
exclusividade. Ex. Serviço postal e correio aéreo nacional É um ato administrativo negocial, unilateral e
(Art. 21 CRFB/88). precário, concedido ao permissionário por meio de licitação.
Este executa o serviço colocando sua conta em risco, e sob
Serviços que são de prestação obrigatória, mas fiscalização do Poder Concedente. Pode ser firmado por
que o estado tem obrigação de outorgar a sua concessão. pessoas físicas.
Ex: Rádio e TV.

Serviços de prestação obrigatória, mas que são


DIFERENÇAS ENTRE CONCESSÃO E
prestados sem exclusividade pelo Estado. Ex: Ensino. PERMISSÃO
Por serem institutos similares, são constantemente
Serviços que o Estado tem obrigação de prestar, cobrados em provas. Suas diferenças precisam ser bem
mas pode transferir, se quiser. Ex. Fornecimento de água, compreendidas. São elas:

Atenção! Apenas a execução dos serviços públicos são Concessão de serviço Permissão de serviço
repassados aos particulares, mantendo o Poder Público a público público
titularidade dos serviços públicos. Pessoa jurídica pode ser Pessoa física ou jurídica
contratada. pode ser contratada.
Licitação apenas na Licitação em qualquer
modalidade concorrência. modalidade.
CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
Não precariedade. Precariedade.
É concedido ao concessionário por meio de licitação na
modalidade concorrência. Este executa o serviço Depende de autorização Não depende de
legislativa. autorização legislativa.
colocando sua conta em risco, e sob fiscalização do Poder
Concedente. Pode ser firmado apenas por pessoas
jurídicas.

Encampação: é a retomada do serviço púbico pelo


Poder Concedente, antes do término do prazo contratual,
por razões de interesse público, desde que haja
autorização, mediante o pagamento prévio de indenização
para o concessionário.

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INTERVENÇAÕ ESTATAL Desapropriação por interesse social: ocorre quando


for comprovado que o particular estiver deixando de cumprir
NA PROPRIEDADE PRIVADA a função social da propriedade.

Ato em que o poder público retira ou restringe Desapropriação indireta: ocorre quando a
direitos de propriedade dos particulares, visando o interesse desapropriação é realizada sem a observância dos
público. Algumas formas admitem indenização, outras não. requisitos constitucionais e da indenização prévia, ou seja,
quando não é respeitado o devido processo legal. Neste
1. Limitações administrativas: São caso o particular poderá pleitear perdas e danos na justiça.
determinações gerais e impessoais, em que o Poder Público
impõe aos proprietários privados obrigações, que podem ser ALGUNS EFEITOS DA DESAPROPRIAÇÃO
positivas ou negativas (obrigação de fazer ou não fazer),
para atender a fins sociais desejados. Este tipo de Direito de extensão: é o direito que o particular
intervenção não gera indenização aos particulares atingidos. tem de exigir que a desapropriação alcance a totalidade do
bem, quando da ocorrência da desapropriação parcial de
2. Requisição Administrativa: ocorre em casos um bem.
de perigo iminente, em situações de urgência, como
guerras, enchentes, catástrofes naturais etc. Nestes casos o Tredestinação: é o desvio de finalidade da
Poder Público passa a utilizar os bens particulares. Esta desapropriação. Poderá ser anulado se o interesse público
utilização do bem particular poderá gerar indenização ser for não for respeitado.
provada à existência de danos praticados pelo Poder
Público. Tem caráter transitório. Retrocessão: ocorre quando após a
desapropriação ter ocorrido o Poder Público se desinteressa
3. Ocupação temporária: visa a utilização pelo bem expropriado. O bem será ofertado a seu antigo
transitória de bens dos particulares como suporte para a proprietário, e se for do interesse deste passará a seu
execução de determinadas obras e serviços públicos domínio, desde que o valor da indenização seja devolvido
realizados pelo Poder Público. ao Poder Público.

4. Servidão administrativa: é a constituição de um


ônus a propriedade particular instituído pelo poder público RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
com a finalidade de assegurar a realização de obras e
serviços públicos. Possuí caráter permanente, mas a
servidão poderá vir a ser extinta. Ocorrerá quando sua estrutura, seja na
administração pública direta ou indireta, praticar alguma
5. Tombamento: é forma de intervenção na conduta dolosa ou culposa que venha a ocasionar um dano
propriedade privada que tem objetivo de proteger um ao particular, gerando uma obrigação de indenização.
patrimônio histórico, cultura, artístico, científico,
arqueológico, turístico, com o intuito de preservar aspectos HISTÓRICO
culturais e a memória. Poderá recair tanto sobre bens
móveis quanto imóveis. 1. Da antiguidade até o absolutismo monárquico do
século XVI se vigorava a teoria da irresponsabilidade civil
6. Desapropriação: Retirada compulsória da do Estado, em que este nunca era responsabilizado, e a
propriedade para realização do interesse público. Existem palavra do monarca era a verdade.
diversas formas.
2. Posteriormente desenvolveu-se a teoria da
Desapropriação por utilidade pública: ocorre Responsabilidade Subjetiva do Estado. Nesta era
quando acontece a transferência da propriedade particular defendido que, para o Estado ser responsabilizado, era
para o Poder Público por motivos de conveniência e necessário provar o dolo ou a culpa, além do nexo causal e
oportunidade em razão do interesse público, como a da comprovação do dano.
construção de obras públicas, casas de saúde, escolas
públicas etc. 3. Atualmente é majoritariamente adotada no mundo
a Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado, que
Desapropriação por necessidade pública: ocorrerá divide-se em Teoria do Risco Integral e Teoria do Risco
em casos emergenciais, em que seja necessária a Administrativo.
transferência da propriedade particular para a Administração Teoria do Risco Integral: a Administração fica
Pública. Pode ser utilizada com o objetivo de assegurar a responsável por qualquer dano, sem necessidade de
segurança nacional, a soberania nacional etc. comprovação de dolo ou culpa, ainda que resultante de
culpa ou dolo da vítima, e ainda que proveniente de caso
fortuito ou força maior.

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Teoria do Risco Administrativo: a Administração Em um pregão presencial promovido pela União, foram
fica responsável por qualquer dano, sem necessidade de abertas as propostas de preço, constatando-se que o
comprovação de dolo ou culpa. Porém, em caso de culpa licitante “M” ofereceu preço de R$ 10.000,00; “N”, o
exclusiva da vítima, ou em casos comprovados de caso preço de R$ 10.001,00; “O” ofertou R$ 10.150,00; “P”, o
fortuito ou força maior, o Estado não será responsabilizado. preço de R$
É a teoria adotada no Brasil. 10.500,00; “Q” apresentou proposta de R$ 10.999,99 e
“R”, por fim, ofereceu R$ 12.000,00.
ALCANCE
Diante da hipótese sugerida, assinale a afirmativa
Esta teoria alcança os atos praticados pela correta.
Administração Pública Direta, pelas autarquias e fundações
públicas, pessoas jurídicas de direito privado que sejam A) Devem ser classificados para a fase de lances verbais os
prestadoras de serviços públicos, incluindo empresas licitantes “M”, “N”, “O”, “P” e “Q”, uma vez que ofereceram a
públicas e sociedades de economia mista que estejam proposta mais baixa e as propostas com preço até dez por
direcionadas a prestação de serviços públicos. , bem como cento superiores àquela.
concessionárias e permissionárias de serviços públicos. B) Para a fase de lances verbais, somente devem ser
classificados os licitantes “M”, “N”, “O” e “P”, uma vez que
Não se incluem na Responsabilidade Objetiva do ofereceram a proposta mais baixa e as três outras melhores
Estado às empresas públicas e sociedades de economia propostas.
mista que explorem atividade econômica, uma vez que C) Todos os licitantes devem ser classificados para a
estas possuem regime de responsabilidade civil que se próxima fase, uma vez que restringir a participação de
aplica a pessoas jurídicas de direito privado. algum deles significaria ofensa ao caráter competitivo da
licitação.
Culpa concorrente: nesta modalidade de culpa D) A Administração deve realizar média de todos os preços
tanto a vítima quanto o Estado tem participação no dano. ofertados e poderão participar da fase seguinte os licitantes
Isto não significa que o Estado não será responsabilizado. O com propostas inferiores a esta média e aqueles que
que vai acontecer é uma diminuição no dano. aceitarem reduzir seu preço para este limite.

Omissão: Esta é uma exceção importante! A 3 – (XI EXAME DE ORDEM - 2013 - Questão 31)
responsabilidade é objetiva em atos comissivos do Estado.
Em atos omissivos, a responsabilidade é subjetiva, devendo Após regular procedimento de desapropriação, fundado
aquele que se sentir lesado provar a omissão, dolosa ou no Decreto Lei n. 3.365/41, um Estado da Federação
culposa, do Estado. assume o domínio do imóvel anteriormente titularizado
por Gilberto. A desapropriação foi realizada com a
finalidade de construir uma escola pública no local (Art.
EXERCÍCIOS 5º, ‘m’, do Decreto Lei n. 3.365 / 41). No entanto, após
algum tempo, Gilberto descobre que a utilização do
imóvel foi transferida, sem qualquer formalidade, ao
diretório regional do partido do governador do Estado.
1- (XI EXAME DE ORDEM - 2013 - Questão 29)
Indignado com a situação, Gilberto procura um
advogado para orientá-lo.
Determinada entidade de formação profissional,
integrante dos chamados Serviços Sociais Autônomos
Nesse caso, assinale a afirmativa que indica o correto
(também conhecidos como “Sistema S”), foi,
esclarecimento a ser dado pelo advogado.
recentemente, questionada sobre a realização de uma
compra sem prévia licitação. Assinale a alternativa que
A) A conduta do Estado não é vedada pelo ordenamento
indica a razão do questionamento.
jurídico, não obstante a destinação diversa dada ao imóvel.
B) A conduta do Estado não é passível de controle judicial,
A) Tais entidades, vinculadas aos chamados serviços
porque diz respeito ao mérito administrativo, o que é vedado
sociais autônomos, integram a Administração Pública.
segundo nosso ordenamento jurídico.
B) Tais entidades, apesar de não integrarem a
C) Uma demanda judicial deve ser ajuizada, visando
Administração Pública, são dotadas de personalidade
declarar a nulidade do ato de desapropriação ao argumento
jurídica de direito público.
de ocorrência de tredestinação ilícita.
C) Tais entidades desempenham, por concessão, serviço
D) O ato não pode ser invalidado judicialmente, somente
público de interesse coletivo.
restando a Gilberto ajuizar uma demanda, postulando
D) Tais entidades são custeadas, em parte, com
reparação pelos danos materiais e morais sofridos.
contribuições compulsórias cobradas sobre a folha de
salários.

2 (XI EXAME DE ORDEM - 2013 - Questão 30)

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4 – (XI EXAME DE ORDEM - 2013 - Questão 32)


A) A alteração do projeto, pela Administração, autoriza a
Atendendo a uma série de denúncias feitas por recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, mas não
particulares, a Delegacia de Defesa do Consumidor a prorrogação do prazo de entrega da obra.
(DECON) deflagra uma operação, visando a apurar as B) A alteração do projeto, pela Administração, autoriza a
condições dos alimentos fornecidos em restaurantes recomposição do equilíbrio econômico-financeiro e também
da região central da capital. Logo na primeira inspeção, a prorrogação do prazo de entrega da obra.
os fiscais constataram que o estoque de um restaurante C) Os concorrentes que perderam a licitação podem
tinha produtos com a validade vencida. Na inspeção das questionar a validade da alteração, exigindo a realização de
instalações da cozinha, apuraram que o espaço não novo procedimento licitatório para a totalidade da obra.
tinha condições sanitárias mínimas para o manejo de D) Os concorrentes que perderam a licitação podem
alimentos e o preparo de refeições. Os produtos questionar a validade da alteração, exigindo a realização de
vencidos foram apreendidos e o estabelecimento foi novo procedimento licitatório para a construção da rampa de
interditado, sem qualquer decisão prévia do Poder acesso para deficientes físicos.
Judiciário.
7 – (XII EXAME DA ORDEM - 2013 - Questão 29)
Assinale a alternativa que indica o atributo do poder de
polícia que justifica as medidas tomadas pela DECON. O Município de Barra Alta realizou a desapropriação de
grande parcela do imóvel de Manoel Silva e deixou uma
A) Coercibilidade. parcela inaproveitável para o proprietário.
B) Inexigibilidade.
C) Autoexecutoriedade. No caso descrito, o proprietário obterá êxito se pleitear
D) Discricionariedade.
A) a reintegração de posse de todo o imóvel em função da
5 – (XI EXAME DE ORDEM - 2013 - Questão 33) má-fé do Município.
B) o direito de extensão da desapropriação em relação à
Um empregado público de uma sociedade de economia área inaproveitável.
mista ajuizou uma ação para garantir o recebimento de C) a anulação da desapropriação em relação à parcela do
valores acima do teto remuneratório constitucional, que imóvel suficiente para tornar a área restante
tem como limite máximo os subsídios pagos aos economicamente aproveitável.
Ministros do STF. D) a anulação integral da desapropriação, pois a mesma foi
ilegal.
Nesse caso, é correto afirmar que
8 – (XII EXAME DA ORDEM - 2013 - Questão 30)
A) o empregado tem direito a receber acima do teto, pois
somente a administração pública direta está sujeita à A Administração Pública estadual pretende realizar uma
referida limitação. licitação em modalidade não prevista na legislação
B) o empregado não tem direito a receber acima do teto, federal.
pois toda a administração direta e indireta está sujeita à
referida limitação. Nesse caso, é correto afirmar que
C) o empregado tem direito a receber acima do teto, pois
somente a administração pública direta e as autarquias A) a intenção é viável, pois o Estado tem ampla
estão sujeitas à referida limitação. competência para legislar sobre licitações.
D) o empregado pode receber acima do teto, caso a B) a intenção somente é viável caso seja realizada a
sociedade de economia mista não receba recursos de combinação de modalidades de licitação já previstas na Lei
nenhum ente federativo para despesas de pessoal ou de n. 8.666/93.
custeio em geral. C) a intenção não é viável por expressa vedação da Lei n.
8.666/93.
6 – (XI EXAME DE ORDEM - 2013 - Questão 34) D) a intenção é viável por expressa autorização da Lei n.
8.666/93.
Determinada construtora sagra-se vencedora numa
licitação para a reforma do hall de acesso de uma 9 – (XII EXAME DA ORDEM - 2013 - Questão 31)
autarquia estadual. O contrato foi assinado no dia 30 de
abril, com duração até 30 de outubro daquele mesmo João é parte em processo administrativo federal
ano. Iniciada a execução do contrato, a Administração regulado pela Lei n. 9.784/1999, no qual foi proferida
constata a necessidade de alteração no projeto original, decisão que rejeitou sua pretensão. João pretende
a fim de incluir uma rampa de acesso para deficientes recorrer dessa decisão. Acerca do caso apresentado, e
físicos. observando o disposto na lei citada, assinale a
afirmativa correta.
Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa
correta.

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A) O recurso de João deverá ser dirigido diretamente à Considerando que esse objeto significa a exploração de
autoridade hierarquicamente superior à autoridade que atividade econômica pelo Estado, assinale a afirmativa
proferiu a decisão. correta.
B) O prazo para interposição de recurso administrativo,
salvo disposição legal específica, é de trinta dias, contado a A) Não é possível a exploração de atividade econômica por
partir da ciência ou da divulgação oficial da decisão pessoa jurídica integrante da Administração direta ou
recorrida. indireta.
C) A interposição de recurso administrativo depende do B) As pessoas jurídicas integrantes da Administração
oferecimento de caução, salvo expressa dispensa legal. indireta não podem explorar atividade econômica.
D) O não conhecimento do recurso não impedirá a C) Dentre as figuras da Administração Pública indireta,
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não apenas a autarquia pode desempenhar atividade
ocorrida a preclusão administrativa. econômica, na qualidade de agência reguladora.
D) A constituição de empresa pública para exercer atividade
10 – (XII EXAME DA ORDEM - 2013 - Questão 32) econômica é permitida quando necessária ao atendimento
de relevante interesse coletivo.
Cláudio, servidor público federal estável, foi demitido
por suposta prática de ato de insubordinação grave em 13 – (X EXAME DA ORDEM – 2013 – Questão 29)
serviço. Diante da inexistência de regular processo
administrativo disciplinar, Cláudio conseguiu Nenhuma proposta foi apresentada na licitação
judicialmente a anulação da demissão e a reinvestidura promovida por uma autarquia federal para a aquisição
no cargo anteriormente ocupado. Ocorre que tal cargo de softwares de processamento de dados. Com relação
já estava ocupado por João, que também é servidor a esse caso, assinale a afirmativa correta.
público estável.
A) Um novo procedimento licitatório deve ser realizado no
Considerando o caso concreto, assinale a afirmativa prazo de até 180 dias do término do procedimento anterior.
correta. B) A hipótese é de licitação dispensada, ainda que ela
possa ser repetida sem prejuízo para a Administração.
A) Sendo Cláudio reinvestido, o ato configura reintegração. C) A hipótese é de inexigibilidade de licitação, desde que a
Caso João ocupasse outro cargo originariamente, seria contratação se faça no prazo de até 180 dias do término do
reconduzido a ele, com direito à indenização. procedimento anterior.
B) Sendo Cláudio reinvestido, o ato configura reversão. D) A contratação direta é admitida, se a licitação não puder
Caso João ocupasse outro cargo originariamente, seria ser repetida sem prejuízo para a Administração.
reconduzido a ele, com direito à indenização.
C) Cláudio obteve em juízo sua reintegração. João será 14 – (X EXAME DA ORDEM – 2013 – Questão 30)
reconduzido ao cargo de origem, sem indenização, ou será
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. Um servidor público foi acusado de corrupção passiva e
D) Cláudio obteve em juízo sua reversão. João será peculato. Respondeu a processo criminal e foi
reconduzido ao cargo de origem, sem indenização, ou será absolvido por ausência de provas. Diante dessa
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. situação, assinale a afirmativa correta.

11 – (XII EXAME DA ORDEM - 2013 – Questão 33) A) A Administração Pública, no caso, permanece livre para
punir o funcionário, desde que verifique haver desvios na
O Estado X concedeu a Fulano autorização para a conduta funcional do servidor.
prática de determinada atividade. Posteriormente, é B) A decisão de absolvição do servidor sempre vincula a
editada lei vedando a realização daquela atividade. Administração Pública, que não poderá punir o seu
Diante do exposto, e considerando as formas de funcionário.
extinção dos atos administrativos, assinale a afirmativa C) A autotutela administrativa permite desconsiderar
correta. decisões judiciais contrárias à lei ou às provas dos autos,
sendo possível a aplicação de sanções administrativas com
A) Deve ser declarada a nulidade do ato em questão. cópias extraídas do processo criminal.
B) Deve ser declarada a caducidade do ato em questão. D) As decisões da justiça, que punem o servidor por
C) O ato em questão deve ser cassado. qualquer crime, vinculam o Poder Público, embora as
D) O ato em questão deve ser revogado. decisões de absolvição nunca impeçam o poder punitivo da
Administração.
12 - (XII EXAME DA ORDEM - 2013 – Questão 34)

O Estado ABCD, com vistas à interiorização e ao


incremento das atividades econômicas, constituiu
empresa pública para implantar distritos industriais,
elaborar planos de ocupação e auxiliar empresas
interessadas na aquisição dessas áreas.

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15 – (X EXAME DA ORDEM – 2013 – Questão 31) 18 - (X EXAME DA ORDEM – 2013 – Questão 34)

A fim de permitir o escoamento da produção até uma Cristina, cidadã brasileira comprometida com a boa
refinaria, uma empresa pública federal, que explora a administração, descobre que determinada obra pública
prospecção de petróleo em um campo terrestre, inicia a em sua cidade foi realizada em desacordo com as
construção de um oleoduto. O único caminho possível normas que regem as licitações públicas, com vistas a
para essa construção atravessa a propriedade rural de beneficiar um particular amigo do prefeito. De posse de
Josenildo que, em razão do oleoduto, teve que diminuir cópias do processo administrativo que comprovam a
o espaço de plantio de mamão e, com isso, viu sua situação, pretende ingressar com medida judicial para a
renda mensal cair pela metade. proteção do patrimônio público.

Assinale a afirmativa que indica a instrução correta que Para combater tal situação, Cristina deverá
um advogado deve passar a Josenildo.
A) ingressar com ação civil pública, que é o meio apto a
A) Não há óbice à constituição da servidão administrativa no sanar a lesividade ao patrimônio público.
caso, mas cabe indenização pelos danos decorrentes dessa B) propor ação penal privada subsidiária da pública para
forma de intervenção na propriedade. condenar o prefeito e o particular beneficiado e reparar os
B) A servidão administrativa é ilegal e Josenildo pode prejuízos causados aos cofres públicos.
desconstituí-la, pois o instituto só tem aplicação em relação C) impetrar mandado de segurança coletivo para amparar
aos bens públicos. direito líquido e certo seu e de todos os cidadãos aos
C) A servidão administrativa é ilegal, pois o nosso princípios da legalidade e moralidade.
ordenamento veda a intervenção do Estado sobre D) ingressar com ação popular apta a proteger o patrimônio
propriedades produtivas. público indevidamente lesado.
D) Não há óbice à constituição da servidão administrativa e
não há de se falar em qualquer indenização. 19 – (IX EXAME DA OAB – 2012 - Questão 29)

16 – (X EXAME DA ORDEM – 2013 – Questão 32) Acerca dos serviços considerados como serviços
públicos uti singuli, assinale a afirmativa correta.
Oscar é titular da propriedade de um terreno adjacente a
uma creche particular. Aproveitando a expansão A) Serviços em que não é possível identificar os usuários e,
econômica da localidade, decidiu construir em seu da mesma forma, não é possível a identificação da parcela
terreno um grande galpão. Oscar iniciou as obras, sem do serviço utilizada por cada beneficiário.
solicitar à prefeitura do município “X” a necessária B) Serviços singulares e essenciais prestados pela
licença para construir, usando material de baixa Administração Pública direta e indireta.
qualidade. Ainda durante a construção, a diretora da C) Serviços em que é possível a identificação do usuário e
creche notou que a estrutura não apresentava solidez e da parcela do serviço utilizada por cada beneficiário.
corria o risco de desabar sobre as crianças. Ao tomar D) Serviços que somente são prestados pela Administração
conhecimento do fato, a prefeitura do município “X” Pública direta do Estado.
inspecionou o imóvel e constatou a gravidade da
situação. Após a devida notificação de Oscar, a 20 – (IX EXAME DA OAB – 2012 – Questão 30)
estrutura foi demolida.
A desapropriação é um procedimento administrativo
Assinale a afirmativa que indica o instituto do direito que possui duas fases: a primeira, denominada
administrativo que autoriza a atitude do município “X”. declaratória e a segunda, denominada executória.
Quanto à fase declaratória, assinale a afirmativa correta.
A) Tombamento.
B) Poder de polícia. A) Acarreta a aquisição da propriedade pela Administração,
C) Ocupação temporária. gerando o dever de justa indenização ao expropriado.
D) Desapropriação. B) Importa no início do prazo para a ocorrência da
caducidade do ato declaratório e gera, para a
17 – (X EXAME DA ORDEM – 2013 – Questão 33) Administração, o direito de penetrar no bem objeto da
desapropriação.
As alternativas a seguir apresentam condições que C) Implica a geração de efeitos, com o titular mantendo o
geram vacância de cargo público, à exceção de uma. direito de propriedade plena, não tendo a Administração
Assinale-a. direitos ou deveres.
D) Gera o direito à imissão provisória na posse e o
A) Falecimento. impedimento à desistência da desapropriação.
B) Promoção.
C) Aposentadoria.
D) Licença para trato de interesse particular.

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21 – (IX EXAME DA OAB – 2012 – Questão 31) particular conjugam esforços na realização de uma atividade
de interesse público.
De acordo com o Art. 2º, inciso XIII, da Lei n. 9.784/98, a B) As parcerias público-privadas preveem que o ente
Administração deve buscar a interpretação da norma público executará uma parcela do serviço ou obra, nunca
que melhor garanta o atendimento do fim público a que inferior a 50%, e o particular o restante do serviço ou obra.
se dirige, vedada a aplicação retroativa da nova C) As parcerias público-privadas não podem ter por objeto,
interpretação. exclusivamente, a execução de obra pública de restauração
do Parque de Esportes.
Assinale a alternativa que indica o princípio consagrado D) As parcerias público-privadas remuneram o ente
por esse dispositivo, em sua parte final. particular integralmente com o valor das tarifas cobradas
dos usuários do serviço, sendo vedado ao ente público o
A) Legalidade. custeio direto das atividades desenvolvidas pelo particular.
B) Eficiência.
C) Moralidade. 24 – (IX EXAME DA OAB – 2012 – Questão 34)
D) Segurança das relações jurídicas.
As contas do Prefeito do Município X não foram
22 – (IX EXAME DA OAB – 2012 – Questão 32) aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Dentre
outras irregularidades, apurou-se o superfaturamento
Atento à crescente especulação imobiliária, e ciente do em obras públicas.
sucesso econômico obtido pelas construtoras do País
com a construção de imóveis destinados ao público de Sobre o controle exercido pelas Cortes de Contas,
alta renda, o Estado “X” decide ingressar nesse assinale a afirmativa correta.
lucrativo mercado. Assim, edita uma lei autorizando a
criação de uma empresa pública e, no mesmo ano, A) O parecer desfavorável emitido pelo Tribunal de Contas
promove a inscrição dos seus atos constitutivos no do Estado pode ser superado por decisão de dois terços
registro das pessoas jurídicas. dos membros da Câmara Municipal.
B) A atuação do Tribunal de Contas configura exemplo de
Assinale a alternativa que apresenta a alegação que as controle interno dos atos da Administração Pública.
construtoras privadas, incomodadas pela concorrência C) A atuação do Tribunal de Contas do estado somente
de uma empresa pública, poderiam apresentar. será possível até que haja a criação de um Tribunal de
Contas do Município, por lei complementar de iniciativa do
A) A nulidade da constituição daquela pessoa jurídica, uma Prefeito.
vez que as pessoas jurídicas estatais só podem ser criadas D) As contas do Prefeito estarão sujeitas à atuação do
por lei específica. Tribunal de Contas somente se houver previsão na Lei
B) O objeto social daquela empresa só poderia ser atribuído Orgânica do Município.
a uma sociedade de economia mista e não a uma empresa
pública. 25 – (VIII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 29)
C) Os pressupostos de segurança nacional ou de relevante
interesse coletivo na exploração daquela atividade Quanto às pessoas jurídicas que compõem
econômica não estão presentes. a Administração Indireta, assinale a afirmativa correta.
D) A criação da empresa pública não poderia ter ocorrido no
mesmo ano em que foi editada a lei autorizativa. A) As autarquias são pessoas jurídicas de direito
público, criadas por lei.
23 – (IX EXAME DA OAB – 2012 – Questão 33) B) As autarquias são pessoas jurídicas de direito
privado, autorizadas por lei.
Um estado da Federação, em processo de recuperação C) As empresas
econômica, pretende restaurar o seu antigo Parque de públicas são pessoas jurídicas de direito público, criadas por
Esportes, uma enorme área que concentra estádio de lei.
futebol, ginásio de esportes coletivos e parque D) As empresas públicas são pessoas jurídicas
aquático. Não dispondo de recursos para custear a de direito privado, criadas
totalidade da obra e nem tendo expertise para promover para o exercício de atividades típicas do Estado.
uma boa gestão do espaço, o Estado pretende firmar
um contrato de parceria público-privada, nos moldes da 26 – (VIII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 30)
Lei n. 11.079/2004.
Uma concessionária de serviço público, em virtude
Sobre o instituto da Parceria Público-Privada, assinale a de sua completa inadequação na prestação do serviço,
afirmativa correta. não consegue executar o contrato.
Nesse caso, segundo a Lei n. 8.987/95, poderá ser decla
A) As parcerias público-privadas têm natureza de convênio, rada, a critério do poder concedente, a extinção do
e não de contrato, uma vez que o ente público e o ente contrato por

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A) caducidade.
B) encampação. Sílvio, servidor público, durante uma diligência com
C) anulação. carro oficial do Estado X para o qual trabalha, se
D) revogação. envolve em acidente de trânsito, por sua culpa,
atingindo o carro de João.
27 – (VIII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 31) Considerando a situação acima e a evolução do
entendimento sobre o tema, assinale a afirmativa
A União, após regular licitação, realiza concessão correta.
de determinado serviço público a uma sociedade A) João deverá demandar Sílvio ou o Estado X, à sua
privada. Entretanto, para a efetiva prestação do serviço, escolha, porém, caso opte por demandar Sílvio, terá que
é necessário realizar algumas desapropriações. comprovar a sua culpa, ao passo que o Estado responde
independentemente dela.
A) A sociedade concessionária poderá promover B) João poderá demandar Sílvio ou o Estado X, à sua
desapropriações mediante autorização expressa, escolha, porém, caso opte por demandar Sílvio,
constante de lei ou contrato. presumir‐se‐á sua culpa, ao passo que o Estado responde
B) As desapropriações necessárias somente poderão ser independentemente dela.
realizadas pela União, já que a concessionária é pessoa C) João poderá demandar apenas o Estado X, já que Sílvio
jurídica de direito privado. estava em serviço quando da colisão e, por isso, a
C) O ingresso de autoridades administrativas nos bens responsabilidade objetiva é do Estado, que terá direito de
desapropriados, declarada a utilidade pública, somente regresso contra Sílvio, em caso de culpa.
será lícito após a obtenção de autorização judicial. D) João terá que demandar Sílvio e o Estado X, já que este
D) Os bens pertencentes ao(s) Município(s) inserido(s) último só responde caso comprovada a culpa de Sílvio, que,
na área de prestação do serviço não poderão ser no entanto, será presumida por ser ele servidor do Estado
desapropriados, mesmo que haja autorização legislativa. (responsabilidade objetiva).

30 – (VIII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 34)


28 – (VIII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 31)
O Presidente da República, considerando necessária
Com a finalidade de minimizar as consequências a realização de diversas obras de infraestrutura,
dos problemas de trânsito na cidade “X”, o Prefeito decide pela criação de uma nova Sociedade de
estabeleceu, por meio de decreto de natureza Economia Federal e envia projeto de lei para o
genérica e abstrata, restrições à circulação de veículos Congresso Nacional. Após a sua regular tramitação, o
na região central, proibindo a circulação de veículos e Congresso aprova a criação da Companhia “X”.
as operações de carga e descarga no período
compreendido entre 6h e 22h, de segunda a sexta‐‐feira, Considerando a situação apresentada, assinale a
em dias úteis, na área de abrangência especificada. afirmativa correta.
Face a esse fato, a Associação Empresarial do ramo de
transporte de mercadorias procura um advogado A) A Companhia “X” poderá editar os decretos de utilidade
para orientá‐‐la na proteção de seus interesses. pública das áreas que necessitam ser desapropriadas para
consecução do objeto que justificou sua criação.
Com base na hipótese apresentada, assinale a B) A Companhia “X” está sujeita à licitação e à contratação
alternativa que indica a linha de atuação mais de obras, serviços, compras e alienações, observados os
apropriada proposta pelo advogado. princípios da administração.
C) A Companhia “X” será necessariamente uma sociedade
A) Impetração de mandado de segurança contra o Decreto, de propósito específico (SPE) e a maioria do capital
ao argumento de que faltaria ao Município competência social deverá sempre pertencer à União.
normativa para estabelecer a referida restrição. D) A Companhia “X” possui foro privilegiado e eventuais
B) Ajuizamento de ação de conhecimento com pedido demandas judiciais correrão perante a Justiça Federal.
de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional com a
finalidade de suspender os efeitos do Decreto, ao 31 – (VII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 29)
argumento de vício de razoabilidade/proporcionalidade.
C) Impetração de mandado de segurança contra o Decreto, Acerca das modalidades de extinção dos atos
ao argumento de vício de administrativos, assinale a alternativa correta.
razoabilidade/proporcionalidade.
D) Ajuizamento de ação de conhecimento com pedido A) A renúncia configura modalidade de extinção por meio da
de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional com a qual são extintos os efeitos do ato por motivo de interesse
finalidade de suspender os efeitos do Decreto, ao público.
argumento de que faltaria ao Município competência B) A cassação configura modalidade de extinção em que a
normativa para estabelecer a referida restrição. retirada do ato decorre de razões de oportunidade e
conveniência.
29 – (VIII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 33)

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C) A revogação configura modalidade de extinção que 34 – (VII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 32)
ocorre quando a retirada do ato se dá por ter sido praticado
em contrariedade com a lei. O Município Y promove o tombamento de um antigo
D) A caducidade configura modalidade de extinção em que bonde, já desativado, pertencente a um colecionador
ocorre a retirada do ato por ter sobrevindo norma jurídica particular. Nesse caso,
que tornou inadmissível situação antes permitida pelo direito
e outorgada pelo ato precedente. A) o proprietário pode insurgir‐se contra o ato do
tombamento, uma vez que se trata de um bem móvel.
32 - (VII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 30) B) o proprietário fica impedido de alienar o bem, mas pode
propor ação visando a compelir o Município a desapropriar o
Em relação às entidades que compõem a administração bem, mediante remuneração.
indireta, assinale a alternativa correta. C) o proprietário poderá alienar livremente o bem tombado,
desde que o adquirente se comprometa a conservá‐lo, de
A) Para a criação de autarquias, é necessária a edição de conformidade com o ato de tombamento.
uma lei autorizativa e posterior registro de seus atos D) o proprietário do bem, mesmo diante do tombamento
constitutivos no respectivo registro como condição de sua promovido pelo Município, poderá gravá‐lo com o penhor.
existência.
B) Para criação de uma empresa pública, é necessária 35 – (VII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 27)
a edição de uma lei específica sem a exigência de registro
de seus atos constitutivos no respectivo registro por se É correto afirmar que o poder de polícia, conferindo a
tratar de uma pessoa jurídica de direito público. possibilidade de o Estado limitar o exercício da
C) Para criação de uma sociedade de economia mista, liberdade ou das faculdades de proprietário, em prol do
é necessária a edição de uma lei autorizativa e registro de interesse público,
seus atos constitutivos no respectivo registro por se
tratar de uma pessoa jurídica de direito privado. A) gera a possibilidade de cobrança de preço público.
D) Por serem pessoas jurídicas, todas necessitam ter seus B) se instrumentaliza sempre, e apenas, por meio de alvará
respectivos atos constitutivos registrados no respectivo de autorização.
registro como condição de sua existência. C) para atingir os seus objetivos maiores, afasta a
razoabilidade, em prol da predominância do interesse
33 – (VII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 31) público.
D) deve ser exercido nos limites da lei, gerando a
A empresa pública federal X, que atua no setor de possibilidade de cobrança de taxa.
pesquisas petroquímicas, necessita ampliar sua 36 – (VII EXAME DA ORDEM – 2012 – Questão 28)
estrutura, para a construção de dois galpões
industriais. Para tanto, decide incorporar terrenos Sobre os bens públicos é correto afirmar que
contíguos a sua atual unidade de processamento,
mediante regular processo de desapropriação. A A) os bens de uso especial são passíveis de usucapião.
própria empresa pública declara aqueles terrenos como B) os bens de uso comum são passíveis de usucapião.
de utilidade pública e inicia as tratativas com os C) os bens de empresas públicas que desenvolvem
proprietários dos terrenos – que, entretanto, não atividades econômicas que não estejam afetados a
aceitam o preço oferecido por aquela entidade. prestação de serviços públicos são passíveis de usucapião.
D) nenhum bem que pertença à pessoa jurídica integrante
Nesse caso, da administração pública indireta é passível de usucapião.

A) se o expropriante alegar urgência e depositar a quantia 37 – (VI EXAME DA ORDEM – 2011 – Questão 27)
arbitrada de conformidade com a lei, terá direito a imitir‐se
provisoriamente na posse dos terrenos. Luiz Fernando, servidor público estável pertencente aos
B) a desapropriação não poderá consumar‐se, tendo em quadros de uma fundação pública federal,
vista que não houve concordância dos titulares dos inconformado com a pena de demissão que lhe foi
terrenos. aplicada, ajuizou ação judicial visando à invalidação da
C) a desapropriação demandará a propositura de uma ação decisão administrativa que determinou a perda do seu
judicial e, por não haver concordância dos proprietários, a cargo público. A decisão judicial acolheu a pretensão
contestação poderá versar sobre qualquer matéria. de Luiz Fernando e invalidou a penalidade disciplinar de
D) os proprietários poderão opor‐se à desapropriação, ao demissão. Diante da situação hipotética narrada, Luiz
fundamento de que a empresa pública não é competente Fernando deverá ser
para declarar um bem como de utilidade pública.
(A) reintegrado ao cargo anteriormente ocupado, ou no
resultante de sua transformação, com ressarcimento de
todas as vantagens.
(B) aproveitado no cargo anteriormente ocupado ou em
outro cargo de vencimentos e responsabilidades

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compatíveis com o anterior, sem ressarcimento das (D) A pessoa jurídica oriunda de um consórcio público não
vantagens pecuniárias. poderá ser, em hipótese alguma, uma pessoa jurídica de
(C) readaptado em cargo de atribuições e responsabilidades direito privado, pois isso não é admitido pela legislação
compatíveis, com ressarcimento de todas as vantagens. aplicável.
(D) reconduzido ao cargo anteriormente ocupado ou em
outro de vencimentos e responsabilidades compatíveis com 40 – (VI EXAME DA ORDEM – 2011 – Questão 31)
o anterior, com ressarcimento de todas as vantagens
pecuniárias. Ambulância do Corpo de Bombeiros envolveu-se em
acidente de trânsito com automóvel dirigido por
38 – (VI EXAME DA ORDEM – 2011 – Questão 29) particular, que trafegava na mão contrária de direção.
No acidente, o motorista do automóvel sofreu grave
Joana D’Arc, beneficiária de pensão por morte deixada lesão, comprometendo a mobilidade de um dos
por ex-fiscal de rendas, falecido em 5/1/1999, ajuizou membros superiores. Nesse caso, é correto afirmar que
ação ordinária em face da União, alegando que
determinado aumento remuneratório genérico (A) existe responsabilidade objetiva do Estado em
concedido aos fiscais de renda em atividade não lhe decorrência da prática de ato ilícito, pois há nexo causal
teria sido repassado. Assim, isso teria violado a regra entre o dano sofrido pelo particular e a conduta do agente
constitucional da paridade remuneratória em ativos, público.
inativos e pensionistas. Acerca de tal alegação, é (B) não haverá o dever de indenizar se ficar configurada a
correto afirmar que é manifestamente culpa exclusiva da vítima, que dirigia na contramão,
excluindo a responsabilidade do Estado.
(A) procedente, pois, embora a regra da paridade (C) não se cogita de responsabilidade objetiva do Estado
remuneratória entre ativos, inativos e pensionistas tenha porque não houve a chamada culpa ou falha do serviço. E,
sido revogada pela EC 41/2003, a pensão por morte rege-se de todo modo, a indenização do particular, se cabível, ficaria
pela lei vigente à época do óbito, quando ainda vigia tal restrita aos danos materiais, pois o Estado não responde
regra. por danos morais.
(B) improcedente, pois, nos termos do verbete 339 da (D) está plenamente caracterizada a responsabilidade civil
Súmula de Jurisprudência do STF, não cabe ao Poder do Estado, que se fundamenta na teoria do risco integral.
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de 41 – (VI EXAME DA ORDEM – 2011 – Questão 32)
isonomia.
(C) improcedente, pois a regra da paridade remuneratória A autorização de uso de bem público por particular
entre ativos, inativos e pensionistas foi revogada pela EC caracteriza-se como ato administrativo
41/2003, sendo absolutamente irrelevante o fato de o ex-
servidor ter falecido antes da edição da referida emenda. (A) discricionário e bilateral, ensejando indenização ao
(D) procedente, pois a CRFB garante o reajustamento da particular no caso de revogação pela administração.
pensão por morte dos benefícios para preservar-lhes, em (B) unilateral, discricionário e precário, para atender
caráter permanente, o valor real, conforme critérios interesse predominantemente particular.
estabelecidos em lei. (C) bilateral e vinculado, efetivado mediante a celebração de
um contrato com a administração pública, de forma a
39 – (VI EXAME DA ORDEM – 2011 – Questão 30) atender interesse eminentemente público.
(D) discricionário e unilateral, empregado para atender a
Quatro municípios celebram um consórcio público para interesse predominantemente público, formalizado após a
desenvolverem um projeto comum para o tratamento realização de licitação.
industrial de lixo coletado em suas respectivas áreas,
criando uma pessoa jurídica para gerenciar as 42 – (V EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 27)
atividades do consórcio.
À luz da legislação aplicável, assinale a alternativa No que tange à chamada ação de improbidade
correta. administrativa, assinale a definição correta segundo a
doutrina do Direito Administrativo.
(A) Como se trata de atividade tipicamente estatal, essa
pessoa jurídica administrativa deverá ser obrigatoriamente (A) Trata -se de ação de natureza civil e penal, uma vez que
uma autarquia, criada por lei oriunda do maior município a Lei 8.429/92 prevê sanções de ambas as naturezas.
celebrante do pacto. (B) Trata -se de ação meramente administrativa, uma vez
(B) O ordenamento jurídico brasileiro admite, no caso, tanto que a Lei 8.429/92 prevê apenas sanções de caráter
a criação de uma pessoa jurídica de direito público (a administrativo.
chamada associação pública) quanto de direito privado. (C) Trata -se de ação civil, muito embora as sanções
(C) O ordenamento jurídico brasileiro não admite a criação previstas pela Lei 8.429/92 ultrapassem o âmbito da simples
de uma entidade desse tipo, pois as pessoas jurídicas ação de ressarcimento e importem em penalidades de
integrantes da Administração Indireta são apenas as natureza penal e administrativa.
indicadas no art. 5º do Decreto-Lei 200/67.

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(D) Não se trata de uma ação judicial e sim de uma ação Em relação a concurso público, segundo a atual
administrativa, com a previsão legal (Lei 8.429/92) de jurisprudência dos tribunais superiores, é correto
sanções penais e administrativas. afirmar que

43 – (V EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 28) (A) os candidatos aprovados em concurso público de provas
ou de provas e títulos e classificados entre o número de
A estruturação da Administração traz a presença, vagas oferecidas no edital possuem expectativa de direito à
necessária, de centros de competências denominados nomeação.
Órgãos Públicos ou, simplesmente, Órgãos. Quanto a (B) os candidatos aprovados em concurso público de provas
estes, é correto afirmar que ou de provas e títulos devem comprovar a habilitação
exigida no edital no momento de sua nomeação.
(A) possuem personalidade jurídica própria, respondendo (C) o prazo de validade dos concursos públicos poderá ser
diretamente por seus atos. de até dois anos prorrogáveis uma única vez por qualquer
(B) suas atuações são imputadas às pessoas jurídicas a prazo não superior a dois anos, iniciando-se a partir de sua
que pertencem. homologação.
(C) não possuem cargos, apenas funções, e estas são (D) os candidatos aprovados em concurso público de provas
criadas por atos normativos do ocupante do respectivo ou de provas e títulos e classificados dentro do limite de
órgão. vagas oferecidas no edital possuem direito subjetivo a
(D) não possuem cargos nem funções. nomeação dentro do prazo de validade do concurso.

44 – (V EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 29) 47 – (V EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 32)

A revogação representa uma das formas de extinção de De acordo com o critério da titularidade, consideram-se
um ato administrativo. Quanto a esse instituto, é correto públicos os bens do domínio nacional pertencentes
afirmar que
(A) às entidades da Administração Pública Direta e Indireta.
(A) pode se dar tanto em relação a atos viciados de (B) às entidades da Administração Pública Direta, às
ilegalidade ou não, desde que praticados dentro de uma autarquias e às empresas públicas.
competência discricionária. (C) às pessoas jurídicas de direito público interno e às
(B) produz efeitos retroativos, retirando o ato do mundo, de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
forma a nunca ter existido. públicos.
(C) apenas pode se dar em relação aos atos válidos, (D) às pessoas jurídicas de direito público interno.
praticados dentro de uma competência discricionária,
produzindo efeitos ex nunc. 48 – (IV EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 27)
(D) pode se dar em relação aos atos vinculados ou
discricionários, produzindo ora efeito ex tunc, ora efeito ex Em âmbito federal, o direito de a Administração Pública
nunc. anular atos administrativos eivados de vício de
ilegalidade, dos quais decorram efeitos favoráveis para
45 – (V EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 30) destinatários de boa-fé.

Tendo o agente público atuado nesta qualidade e dado (A) não se submete a prazo prescricional.
causa a dano a terceiro, por dolo ou culpa, vindo a (B) não se submete a prazo decadencial.
administração a ser condenada, terá esta o direito de (C) prescreve em 10 (dez) anos, contados da data em que
regresso. praticado o ato.
A respeito da ação regressiva, é correto afirmar que (D) decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que
praticado o ato.
(A) em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao
princípio da indisponibilidade. 49 – (IV EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 28)
(B) o prazo prescricional tem início a contar do fato que
gerou a ação indenizatória contra a Administração. A qualificação como Organizações da Sociedade Civil
(C) a prescrição será decenal, com base na regra geral da de Interesse Público (OSCIPs) de pessoas jurídicas de
legislação civil. direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos
(D) o prazo prescricional será o mesmo constante da esfera sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos
penal para o tipo criminal correspondente. previstos na respectiva lei é ato

46 – (V EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 31) (A) vinculado ao cumprimento dos requisitos estabelecidos
O art. 37, II, da Constituição da República Federativa do em lei.
Brasil de 1988, condiciona a investidura em cargo ou (B) complexo, uma vez que somente se aperfeiçoa com a
emprego público à prévia aprovação em concurso instituição do Termo de Parceria.
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as (C) discricionário, uma vez que depende de avaliação
nomeações para os cargos em comissão. administrativa quanto à sua conveniência e oportunidade.

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(D) composto, subordinando -se à homologação da Chefia (C) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico,
do Poder Executivo. subsidiariamente.
(D) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico,
50 – (IV EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 29) solidária e subjetivamente.

O contrato de prestação de serviços de que a


Administração Pública seja a usuária direta ou indireta,
ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento
e instalação de bens, denomina-se concessão

(A) comum.
(B) patrocinada.
(C) administrativa.
(D) de uso de bem público.

51 – (IV EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 30)


O contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, GABARITO
ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento
e instalação de bens, denomina-se concessão 1–D 28 – B
2–A 29 – C
(A) comum. 3–C 30 – B
(B) patrocinada. 4–C 31 – D
(C) administrativa. 5–D 32 – C
(D) de uso de bem público. 6–B 33 – D
7–B 34 – D
52 – (IV EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 31) 8–C 35 – D
9–D 36 – C
A Lei 11.107, de 6 de abril de 2005, dispõe sobre normas 10 – C 37 – A
gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os 11 – B 38 – A
Municípios contratarem consórcios públicos para a 12 – D 39 – B
realização de objetivos de interesse comum. A respeito 13 – D 40 – B
do regime jurídico aplicável a tais consórcios públicos, 14 – A 41 – B
assinale a alternativa correta. 15 – A 42 – C
16 – B 43 – B
(A) É vedada a celebração de contrato de consórcio público 17 – D 44 – C
cujo valor seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões) 18 – D 45 – A
de reais. 19 – C 46 – D
(B) Os consórcios públicos na área de saúde, em razão do 20 – B 47 – D
regime de gestão associada, são dispensados de obedecer 21 – D 48 – D
aos princípios que regulam o Sistema Único de Saúde. 22 – C 49 – A
(C) É vedada a celebração de contrato de consórcio público 23 – C 50 – C
para a prestação de serviços cujo período seja inferior a 5 24 – A 51 – B
(cinco) anos. 25 – A 52 – D
(D) A União somente participará de consórcios públicos em 26 – A 53 – B
que também façam parte todos os Estados em cujos 27 – A
territórios estejam situados os Municípios consorciados.

53 – (IV EXAME DA ORDEM – 2011 – QUESTÃO 32)

Antônio, vítima em acidente automobilístico, foi


atendido em hospital da rede pública do Município de
Mar Azul e, por imperícia do médico que o assistiu, teve
amputado um terço de sua perna direita. Nessa situação
hipotética, respondem pelo dano causado a Antônio

(A) o Município de Mar Azul e o médico, solidária e


objetivamente.
(B) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico,
regressivamente, em caso de dolo ou culpa.

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DIREITO AMBIENTAL Para esta corrente, o ser humano possui mais importância
que o meio ambiente.

Por outro lado, o biocentrismo parte do princípio


que o ser humano e o meio ambiente são iguais, ou seja, o
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ser humano não possui mais importância que o meio
ambiente.

CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL Atualmente, prevalece a ideia do antropocentrismo


alargado, que significa que o homem possui prioridade em
relação ao meio ambiente, porém somente em casos
Ramo do Direito que contém um conjunto de
extremos o interesse do homem pode se sobrepor à
regras que regulamentam a proteção e o uso do meio
proteção do meio ambiente.
ambiente visando uma sadia qualidade de vida das
gerações atuais e futuras.
Preservação X Conservação: Preservação
significa manter o meio ambiente intocável, sem a presença
do ser humano. Conservação significa proteger o meio
C0NCEITO DE MEIO AMBIENTE
ambiente apesar da presença do ser humano. No segundo
caso, o ser humano utiliza os recursos ambientais, mas
Concepção de acordo com o art. 3º da Lei busca formas de preservar o meio ambiente.
6.938/81: Conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que Biota e biótipo: Conjunto de seres vivos que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. residem em um espaço físico.

Porém, este conceito é limitador, visto que trata Biocenose: Conjunto de espécies que vivem em
apenas do meio ambiente natural. O fato é que existem determinado espaço e tempo.
outras categorias de meio ambiente. Vejamos todas:
Ecossistema: Conjunto formado por fauna e flora
Meio ambiente natural: constituído pelo solo, em determinado local.
água, ar e flora.
Biodiversidade: Conjunto de ecossistemas.
Meio ambiente artificial: constituído pelo espaço
urbano construído e pelos equipamentos públicos. Degradação ambiental X Poluição ambiental: a
degradação ambiental é qualquer evento, humano ou não,
Meio ambiente cultural: constituído pelo que altera as características do meio ambiente. Neste
patrimônio histórico histórico, artístico, turístico, etc. sentido, um vulcão em erupção que destrói um ecossistema
também pode ser considerado degradação ambiental.
Meio ambiente do trabalho: constituído pelo local
onde se desenvolvem as atividades do trabalho humano. A poluição ambiental, por outro lado, sempre
decorre da atividade humana.

EXPRESSÕES RELEVANTES EM DIREITO AMBIENTAL Recursos ambientais: Correspondem à


atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
Existem diversas palavras ou expressões que os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os
precisam ser mais bem compreendidas para resolver as elementos da biosfera, a fauna e a flora.
questões com maior segurança.

Uso comum do povo: Apesar da CRFB/88


apresentar que o meio ambiente é de uso comum do povo, PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL
esta expressão não tem o mesmo significado do direito
administrativo.
Os princípios de direito ambiental são a única
Enquanto que o direito administrativo permite a disciplina que, se estudada, ajuda a responder todas as
desafetação e posterior alienação de bens de uso comum questões de direito ambiental. Portanto, especial atenção a
do povo, o direito ambiental não compartilha desta ideia, este conteúdo!
visto que o meio ambiente nunca pode passar por este
processo. Meio ambiente ecologicamente equilibrado
como direito fundamental (caput do art. 225 da CRFB/88):
Para o Direito Ambiental, o Estado é apenas um Doutrinadores consideram o meio ambiente um direito
gestor do meio ambiente. Nunca será proprietário. fundamental, possuindo status de cláusula pétrea.

Antropocentrismo X Biocentrismo: a corrente


antropocêntrica sustenta que o meio ambiente deve ser
preservado, mas a vida do ser humano sempre prevalecerá.

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Desenvolvimento sustentável: por meio deste
princípio o desenvolvimento econômico deve ser DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO
compatibilizado com a proteção do meio ambiente.
AMBIENTE
Solidariedade intergeracional: As ações de hoje
relacionadas ao direito ambiental precisam ser pensadas
nos efeitos futuros. As preocupações com o meio ambiente
começaram a surgir nas periódicas conferências da ONU. A
Função socioambiental da propriedade: o uso partir de 1972, existiram três grandes conferências
da propriedade somente pode ser legitimado com o destinadas exclusivamente ao meio ambiente, que
cumprimento da função socioambiental. passaremos a estudar adiante.
Princípio da prevenção: Diz respeito a medidas
para evitar um risco conhecido.
ESTOCOLMO – 1972 (Conferência das Nações
Princípio da precaução: Diz respeito a medidas Unidas sobre o Meio Ambiente Humano)
para evitar um risco não totalmente conhecido e/ou
comprovado cientificamente. É o risco abstrato, em que se Principais assuntos discutidos:
aplica o princípio in dubio pro ambiente.
Preservacionistas X Desenvolvimentistas: Os
Poluidor pagador: Aquele que polui o meio países mais desenvolvidos eram adeptos do
ambiente é responsável por arcar financeiramente com tudo preservacionismo, defendendo a não intervenção total do
o que for necessário para repará-lo e/ou conservá-lo. O meio ambiente. Os menos desenvolvidos eram adeptos da
poluidor deste modo é responsável financeiro em dois segunda corrente, que defendiam a exploração sustentável
sentidos: a) arca com as custas para evitar a poluição; b) do meio ambiente.
arca com as custas para reparar o meio ambiente poluído.
26 princípios foram confeccionados, para nortear
Usuário pagador: São conferidos valores as políticas de proteção do meio ambiente.
econômicos aos recursos naturais, e quem dele se
aproveitar deverá pagar uma prestação pecuniária. Por este A Comissão Mundial do Meio Ambiente foi
princípio, os recursos naturais possuem um preço e quem criada dez anos após a Conferência de Estocolmo.
quiser usá-los deve pagar.
O Relatório Brundtland foi feito cinco anos após a
Informação ambiental: A população tem o direito Comissão Mundial do Meio Ambiente, e trouxe pela primeira
de ter acesso a qualquer tipo de informação sobre todos os vez um conceito expresso de desenvolvimentos sustentável.
procedimentos que de alguma forma intervenham no meio
ambiente. É obrigação do estado dar publicidade a qualquer
informação ambiental. RIO DE JANEIRO – 1992 (Conferência do Rio de
Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento)
Participação comunitária: A população ambiental
tem o direito de participar ativamente das decisões
Produziu quatro documentos importantes:
relacionadas ao meio ambiente. Por esta razão existem
estas medidas: a) propor ações judiciais; b) participar de
a) Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente: um
políticas públicas administrativas; c) votar por meio de
documento legislativo trazendo preceitos fundamentais
plebiscito, referendo ou inciativa popular.
para o desenvolvimento de uma proteção efetiva do meio
ambiente;
Ubiquidade: Em síntese, este princípio demonstra
que tudo é meio ambiente. Como o meio ambiente
b) Agenda 21: É o instrumento executivo, trazendo
influencia e é influenciado por qualquer medida política ou
prerrogativas para a realização dos objetivos de proteção
econômica, a sua preservação e conservação precisa
do meio ambiente;
sempre ser um critério norteador para qualquer atividade
privada ou pública.
c) Convenção quadro sobre as Mudanças do
Clima: teve por objetivo estabelecer parâmetros para
Cooperação: Todos os entes devem agir de forma
emissão de gases e poluentes. Deu origem ao Protocolo
cooperativa, seja de maneira interna ou de maneira externa.
de Kyoto;
Assim, Estado coopera com Estado; Indivíduo coopera com
Indivíduo e Estado coopera com Indivíduo.
d) Convenção sobre Diversidade Biológica ou da
Biodiversidade;

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JOANESBURGO – 2002 (RIO +10) (Cúpula Mundial Incentivo à equipamentos tecnológicos, que
sobre o Desenvolvimento Sustentável) evitem ou contribuam para a diminuição de poluição no
meio ambiente;
Discutiu o resultado das conferências anteriores;
Criação de espaços territoriais protegidos:
Estabeleceu novos compromissos de alterações como por exemplo as APPS;
nos padrões de sustentabilidade;
Sistema Nacional de Informações sobre o Meio
Confeccionou o a Declaração Política, que Ambiente (SINIMA): Sistema que organiza sistematiza e
ratificou os princípios das Convenções anteriores; divulga as informações ambientais;

O Plano de Implementação, que previu a Cadastro técnico federal de atividades e


erradicação da pobreza, a mudança nos padrões instrumentos de defesa ambiental: as pessoas físicas e
insustentáveis de produção e proteção dos recursos jurídicas que prestam serviços de consultoria técnica sobre
naturais. problemas ambientais são obrigadas a efetuar cadastro
federal, sob pena de multa;

Cadastro técnico federal de atividades


POLÍTICA NACIONAL DO MEIO potencialmente poluidoras ou utilizadoras dos recursos
AMBIENTE ambientais: Refere-se ao registro obrigatório de pessoas
físicas ou jurídicas que se dedicam às atividades poluidoras
ou potencialmente poluidoras;
CONCEITO Penalidades administrativas e disciplinares;

Conjunto de instrumentos legais, técnicos, Relatórios de qualidade do meio ambiente;


científicos, políticos e econômicos instituídos pela Lei.
6.938/81, que tem como objetivo a harmonização do meio Concessão Florestal: delegação onerosa feita
ambiente com o desenvolvimento socioeconômico. pelo poder concedente do direito de praticar manejo florestal
sustentável;
É o principal elemento infraconstitucional no que
diz respeito ao meio ambiente. Obrigação do Estado a prestar informações
relativas ao meio ambiente:

OBJETIVO PRINCIPAL SISNAMA (Sistema Nacional do Meio


Ambiente), que será explorado melhor abaixo.
A preservação, melhoria e a recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida.

SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE
Conjunto de órgãos e entidades da União, dos
Para que os objetivos da PNMA possam ser
estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios,
efetivados, são necessários diversos instrumentos:
bem como fundações instituídas pelo poder público,
responsáveis pela proteção e melhoria do meio ambiente.
Avaliação dos Impactos Ambientais (AIA):
instrumento aplicado às atividades poluidoras ou
potencialmente poluidoras. É um conjunto de estudos
ESTRUTURAÇÃO
ambientais que traz o resultado do impacto de determinado
ação no meio ambiente;
Órgão superior: Conselho de governo:
Assessorar o presidente da República na
Licenciamento Ambiental: procedimento
formulação da política nacional e diretrizes governamentais
administrativo em que o órgão ambiental competente
para o meio ambiente e os recursos ambientais;
licencia as atividades potencialmente poluídoras ou
poluidoras de fato;
Órgão consultivo e deliberativo: CONAMA (federal):
Assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Zoneamento Ambiental: Por meio do zoneamento
Governo diretrizes e políticas governamentais;
regulam-se o uso e a ocupação territorial, visando a
proteção e uso do meio ambiente.
Órgão central: Ministério do Meio Ambiente (federal):
Planejar, coordenar, supervisionar, e controlar a
política nacional e as diretrizes governamentais;

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DIREITO
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ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO
Órgão executor: IBAMA (autarquia federal de regime
especial). Poder de polícia; AMBIENTAL (EPIA)

Órgão Executor: Instituto Chico Mendes (autarquia É um procedimento administrativo para analisar os
federal). Preservar unidades de conservação; possíveis impactos ambientais de um empreendimento ou
atividade, previsto no art. 225 da CRFB/88.
Órgãos seccionais: Estaduais;
Responsável por executar programas, projetos e Para que haja o EPIA, é necessária a real
também por controlar a fiscalização de atividades; possibilidade de degradação ambiental, e não apenas uma
expectativa. Pode-se dizer que o EPIA atua na prevenção e
Órgãos locais: Municipais. não na precaução.
Responsável por executar programas, projetos e
também por controlar a fiscalização de atividades; O EPIA deve sempre ser elaborado por
profissionais cadastrados juntamente ao governo, para
que seja possível sua responsabilização.
MEIO AMBIENTE NA CRFB/88
A legislação apresente um rol apenas
exemplificativo dos impactos ambientais, uma vez que não é
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS possível prever todas as formas existentes.

O caput do art. 225 da CRFB/88 traz a norma Definição de Impacto Ambiental: qualquer
matriz do Direito Ambiental Brasileiro: “Todos têm direito ao alteração das propriedades químicas, físicas ou biológicas,
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso causada pela atividade humana, que afete o meio ambiente.
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de Variáveis a serem consideradas: alternativas
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras tecnológicas disponíveis; localização do projeto;
gerações.” compatibilidade do projeto com programas governamentais,
área de influência do projeto.
Os instrumentos para sua efetividade se
encontram no parágrafo primeiro, e demais determinações Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): reflete
particulares se encontram nos demais dispositivos. as conclusões do Estudo Prévio de Impacto Ambiental de
forma acessível aos cidadãos.
Observações importantes:
1) os efeitos de tais normas são erga omnes, ou seja, os Pagamento do EPIA: Quem paga a realização do
efeitos da lei são válidos para todo o meio ambiente; EPIA é sempre o empreendedor, a pessoa física ou jurídica
2) o estado é apenas um gestor do meio ambiente. que pretende realizar a obra, a atividade, o
3) A criação de normas em direito ambiental pode ser por empreendimento.
decreto, mas sua modificação apenas por lei ordinária;
4) Usinas nucleares são reguladas apenas por lei federal. Audiência pública a respeito do EPIA: Poderá
5) A utilização de recursos minerais depende de concessão ser solicitada por: a) órgão ambiental competente; B)
ou licenciamento ambiental. Ministério Público; c) entidade da sociedade civil; 50 ou
mais cidadãos.

Com a aprovação do EPIA, o empreendedor obtém


GRANDES BIOMAS BRASILEIROS (PATRIMÔNIOS a licença prévia.
NACIONAIS): Floresta Amazônica; Mata Atlântica; Serra do
Mar; Pantanal Mato-grossense; Zona costeira. Nenhum órgão ambiental se vincula ao EPIA, e
assim podem tomar decisões diferentes daquelas
apresentadas no Estudo.
COMPETÊNCIAS

Competência legislativa: concorrente entre União, Estados


e DF. A União edita normais gerais e os Estados e DF
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
editam normas suplementares. O município atua em
relação a interesses locais e se os demais entes foram
omissos. CONCEITO

Competência administrativa: é comum a todos os entes. Procedimento administrativo pelo qual o órgão
Engloba, por exemplo, proteger documentos, obras de valor ambiental competente licencia a localização, instalação,
cultural, preservar a fauna e flora, etc. ampliação e a operação de empreendimentos e atividades
que utilizam recursos ambientais e ou influenciam no meio
ambiente podendo causar degradação.

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Prescrição Imprescritível.
ESTRUTURA E COMPETÊNCIA

IBAMA (federal): Este órgão é o responsável por RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL


conceder o licenciamento quando houver: a) significativo
impacto em nível nacional e regional; b) influência de outro Sujeito Ativo Pessoa Física ou Pessoa
país; mais de um Estado; c) Quando disser respeito a Jurídica.
Energia Nuclear; d) Quando estiverem envolvidas questões Sujeito Passivo A Coletividade ou um
militares. Particular.
Penalidades da pessoa Mesmas do Código Penal:
Órgão Estadual: Este órgão é responsável
física pena privativa de liberdade,
quando: a) há mais de um município envolvido; b) Quando
pena restritiva de direitos e
se tratar de áreas instituídas pelo Código Florestal; c)
multa.
Quando houver uma delegação pelo poder federal.
Penalidades da pessoa Pena Restritivas de Direito,
jurídica Multa e Serviços à
Órgão municipal: Este órgão é responsável
comunidade.
quando houver: a) Impacto local; b) Delegação; c)
Excludentes de ilicitude Estado de Necessidade.
Convênio.
Legítima Defesa.
Estrito cumprimento de
TIPOS DE LICENÇA dever legal.
Exercício regular de um
Licença prévia: Aprova sua localização e Direito.
concepção. O prazo não pode ser superior a cinco anos. Excludentes de Erro de proibição.
culpabilidade Erro de tipo.
Licença de instalação: Autoriza a construção, os E todos os outros do direito
planos e as medidas que serão adotadas em relação ao penal.
controle do meio ambiente. O prazo não pode ser superior a Competência para Justiça Federal.
seis anos. julgamento Justiça Estadual.
Atenuantes Baixo grau de escolaridade
Licença de operação: De quatro a dez anos é o do agente.
prazo. Arrependimento posterior.
Comunicação prévia do
agente.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES Colaboração com os
agentes encarregados da
O órgão ambiental responsável pode alterar as proteção do meio ambiente.
condições para o licenciamento sempre que achar Agravantes Reincidência.
necessário. Vantagem pecuniária.
Abuso da licença,
Pode também suspender ou cassar uma licença concessão ou autorização.
(não existe indenização). Exposição à grave perigo.

A licença ambiental nunca tem caráter definitivo. Observações: a) As penas podem ser aplicadas de
forma isolada, alternada ou cumulativamente b) A ação é
sempre pública e incondicionada.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA,
CIVIL E PENAL
RESPONSABILIDADE ADMNISTRATIVA
AMBIENTAL

Conceito Ação ou omissão que viole


RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
as regras de proteção,
promoção e ou recuperação
Objetiva Não importa se houve dolo ou culpa. do meio ambiente
Solidária Qualquer envolvido no dano Sanções Advertência;
responde. Multa Simples;
Extracontratual Decorre do ato ilícito, do dever de Multa Diária;
indenizar (art. 185 e 927 do CC). Sanções restritivas de
Reparação In natura ou indenizatória. direitos;
Teoria do Risco Não importa se houve caso fortuito ou Suspensão da venda de
Integral força maior, sempre é devida a produtos;
reparação. Embargo de obra ou

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atividade;
Demolição; É uma área protegida nos termos do art. 2 (APP
legal) e art. 3 (APP Administrativa) do Código Florestal, com
Prescrição 5 anos; objetivo de preservar a fauna, flora, recursos hídricos,
Processo administrativo Autuação; estabilidade geológica, etc.
ambiental Defesa;
Instrução e julgamento; APP Legal: matas ciliares, lagoas, lagos, topos de
Recurso. morros, restingas, mangues.

APP Administrativa: Valor científico ou histórico,


beleza cênica, fauna e flora.
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE Supressão da APP: Utilidade pública ou interesse
CONSERVAÇÃO social;

RESERVA LEGAL FLORESTAL


O QUE É UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO?
Dentro de propriedades privadas, uma parcela do
Espaço territorial juntamente com seus recursos meio ambiente precisa ser inteiramente preservada para
ambientais dotado de características naturais relevantes, que o restante possa ser utilizado de maneira sustentável.
que necessitam de conservação, e assim atuam em um Os percentuais são estes:
regime especial da administração pública. Podem ser
unidades de proteção integral ou unidade de uso 80% Amazônia;
sustentável. 35% cerrado;
20% campos;
Unidade de proteção integral: sua principal 20% vegetação nativa ou floresta nas demais
finalidade é a preservação da natureza. São elas: estação regiões do país.
ecológica, reserva biológica, parque nacional, monumento
natural, refúgio de vida silvestre. Estes percentuais devem ser averbados na
matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis.
Unidades de uso sustentável: sua principal
finalidade é conciliar a conservação do meio ambiente com Supressão em RLF: Não pode ser suprimida,
seu uso sustentável. Exemplos: Reserva de fauna, reserva apenas admite-se seu manejo sustentável, que deve ser
extrativista, floresta nacional, etc. aprovado pelo órgão ambiental correspondente.

Zona de amortecimento: é o espaço que fica no


entorno de uma unidade de conservação, onde há IMUNIDADE DE CORTE
restrições para as atividades humanas. (Não é necessário
zona de amortecimento nas Áreas de Proteção Ambiental e Qualquer árvore pode ser declarada como imune
nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural). de corte por alguma condição específica.

É mais fácil criar uma unidade de conservação do


que reduzir seus limites ou até mesmo descaracterizá-la.
Para criar, basta um decreto. Para reduzir os limites ou GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS
descaracterizá-la, é necessária lei específica.

Criação de uma unidade de conservação: por


decreto ou lei, após os estudos técnicos e consulta pública A gestão pode ocorrer de maneira direta, com a
sobre a localização, dimensão ou limites de área. (para criação de florestas nacionais, estaduais e municipais, por
Estação ecológica ou reserva biológica não é necessária meio de concessão florestal ou destinando as florestas
consulta pública). públicas às comunidades locais.

Plano de manejo: Toda unidade de conservação CONCESSÃO FLORESTAL


deve dispor de um, que traz informações importantes sobre
a unidade de conservação, como por exemplo a área e a Conceito: é uma delegação onerosa do direito de
localização. praticar manejo florestal sustentável para exploração de
produtos e serviços.
CÓDIGO FLORESTAL
Procedimento: Processo é feito mediante licitação
na modalidade concorrência. A inexigibilidade é vedada.

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMAMENTE

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O licenciamento ambiental é obrigatório para o imaterial tais como celebrações e
uso sustentável da unidade de manejo da concessão formas de expressão.
florestal. É dispensada a licença de instalação, sendo Inventário - Instrumento de proteção que permite o
obrigatórias as outras duas. levantamento, cadastro e divulgação de
bens culturais materiais e imateriais.
Prazo: no mínimo um ciclo e no máximo quarenta Vigilância - Decorre do poder de polícia
anos. administrativa, para vigiar bens
tombados.
Extinção da concessão florestal: por qualquer Desapropriação - Medida excepcional, para preservação
uma das causas de extinção de um contrato normal; e conservação de monumentos
falência do concessionário ou desistência. históricos.

ORDEM URBANÍSTICA E ESTATUTO DA


CIDADE
THE END

A ordem urbanística está disposta nos art. 182 e


183 da CRFB/88. Dispõe-se que a política de
desenvolvimento urbano deve ser executada pelo Poder
Público municipal. ANEXO 1 – CRIMES AMBIENTAIS

O objetivo é organizar e proporcionar o pleno Abaixo seguem alguns dos crimes ambientais mais
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o cobrados. Porém, é necessária também a leitura completa
bem estar de seus habitantes. da lei 9605/98 para estar bem preparado para a prova!

Plano diretor: instrumento matriz da política de Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
desenvolvimento e expansão urbana. É obrigatório: a) para mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:
as cidades com mais de 20.000 habitantes; b) integrantes
de regiões metropolitanas e de aglomerações urbanas; c) Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
integrantes de áreas de especial interesse turístico; d) em
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência
áreas de significativo impacto ambiental.
dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins
didáticos ou científicos, quando existirem recursos
Estatuto da cidade: estabelece normas de ordem
alternativos.
pública e de interesse social que regulam o uso da
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre
e bem estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio morte do animal.
ambiental.

Estudo de Impacto de Vizinhança: é a lei Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
municipal que definirá quais empreendimentos devem se realizado:
submeter ao EIV para obter licenças ou autorizações. I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente
ou de sua família;
Usucapião especial: aquele que possuir como sua
área urbana em até 250m2, por pelo menos cinco anos, II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua predatória ou destruidora de animais, desde que legal e
expressamente autorizado pela autoridade competente;
moradia ou de sua família, adquir-lhe-á domínio, desde que
não seja proprietário de imóvel urbano ou rural. III – (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado
pelo órgão competente.
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
CULTURAL
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de
Tombamento - Proteção do patrimônio histórico e mangues, objeto de especial preservação:
artístico nacional. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
- É o conjunto de bens móveis e imóveis
existentes no País;
- Possui um valor arqueológico, Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou
etnográfico, bibliográfico ou artístico; degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de
Registro - Proteger bens culturais de natureza

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domínio público ou devolutas, sem autorização do Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
órgão competente: concessão florestal ou qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão:
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
§ 1o Se o crime é culposo:
humana, ou que provoquem a mortandade de animais
ou a destruição significativa da flora: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
§ 1º Se o crime é culposo: decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. enganosa.
§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
ocupação humana;
1 – (Janeiro 2009) De acordo com o que estabelece a
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, legislação de combate aos crimes ambientais:
ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas,
ou que cause danos diretos à saúde da população; a) é crime abusar de animais domésticos ou
domesticados, maltratá-los bem como realizar experiência
III - causar poluição hídrica que torne necessária a dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins
interrupção do abastecimento público de água de uma didáticos ou científicos, quando existirem recursos
comunidade; alternativos.
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; b) é contravenção abusar de animais domésticos ou
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou domesticados, maltratá-los bem como realizar experiência
gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins
desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou didáticos ou científicos, salvo quando estas experiências
regulamentos: resultarem em benefícios para a espécie humana.

Pena - reclusão, de um a cinco anos. c) é crime a utilização, ainda que parcial, do


carboidrato, natural ou geneticamente modificado, na
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo alimentação humana e na engorda do gado de corte.
anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
autoridade competente, medidas de precaução em caso de d) é crime inafiançável executar pesquisa, lavra ou
risco de dano ambiental grave ou irreversível. extração de recursos minerais ainda que se disponha de
competente autorização, permissão, concessão ou licença,
quando a exploração econômica de recursos ambientais
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer nãorenováveis exceder a três quintos da zona de extração
das bacias hidrográficas.
funcionar, em qualquer parte do território nacional,
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
2 – (Janeiro 2009) Quanto ao licenciamento ambiental,
ambientais competentes, ou contrariando as normas
assinale a opção correta.
legais e regulamentares pertinentes:
a) Uma das modalidades de licença ambiental é a
licença de operação, que é concedida após a apresentação
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas dos documentos referentes a determinado empreendimento
as penas cumulativamente. e de seu projeto de implementação e antes da licença de
instalação.
Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar b) O órgão licenciador tem sempre sua decisão
edificação ou monumento urbano: vinculada aos resultados do estudo de impacto ambiental e
ao seu respectivo relatório de impacto ambiental, sendo
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. expressamente vedada a autorização de empreendimentos
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou desaconselhados por este.
coisa tombada em virtude do seu valor artístico, c) A licença ambiental não pode ser concedida a
arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano empreendimentos que não sejam cadastrados no Cadastro
de detenção, e multa. Técnico Federal de Empreendimentos Sustentáveis.
d) O CONAMA definiu, em uma de suas resoluções,
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do estudos ambientais como sendo todos e quaisquer estudos
Poder Público no trato de questões ambientais: relativos aos aspectos ambientais relacionados à
localização, instalação, operação e ampliação de uma
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. atividade ou empreendimento, que sejam apresentados

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como subsídios para a análise de razões para a concessão 5 – (SETEMBRO 2009) Considerando as normas
da licença. constitucionais sobre meio ambiente, assinale a opção
correta.
a) O direito à integridade do meio ambiente, que
constitui prerrogativa jurídica de titularidade individual, e não
3 – (Maio 2009) Tendo em vista as normas sobre meio coletiva, é assim atribuído ao individuo identificado em sua
ambiente constantes da CF, assinale a opção correta. singularidade.
a) Compete à União, aos estados e ao DF legislar b) Além de buscar a conscientização pública para a
sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da preservação do meio ambiente, o poder público tem o
natureza, proteção do meio ambiente e controle da poluição. encargo de promover a educação ambiental em todos os
Aos municípios cabe suplementar a legislação federal e a níveis de ensino.
estadual, no que couber. c) Sendo o meio ambiente bem de caráter difuso, não
b) A floresta amazônica brasileira, a mata atlântica e o se reconhece legitimidade ao cidadão para que proponha,
pantanal mato-grossense são considerados patrimônio isoladamente, ação popular com o objetivo de anulação de
nacional. Assim também o são a Serra do Mar, a zona ato lesivo ao meio ambiente.
costeira, o cerrado e a caatinga, devendo a utilização de d) Incumbe ao poder público definir, em todas as
qualquer dessas áreas dar-se na forma da lei. unidades da Federação, espaços territoriais a serem
c) Em face do princípio constitucional da livre especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
iniciativa, os recursos minerais podem ser explorados permitidas somente por meio de ato do Poder Executivo no
independentemente de autorização ou de concessão do exercício do poder de polícia administrativa.
poder público, mas o explorador deve promover a
recuperação do meio ambiente degradado de acordo com
as normas técnicas exigidas pela administração. 6 – (Setembro 2009) Assinale a opção correta com
relação aos princípios do direito ambiental.
d) O meio ambiente é bem de uso especial, sob
domínio do Estado, e sua utilização se dá por interesse da a) Em conformidade com o princípio do
administração. desenvolvimento sustentável, o direito ao desenvolvimento
deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
as necessidades do tempo presente sem comprometer as
4 – (Maio 2009) Com base na disciplina legal sobre a necessidades das gerações futuras.
política de desenvolvimento urbano, julgue os itens a
b) O princípio do poluidor-pagador estabelece que a
seguir.
pessoa, física ou jurídica, antes de desenvolver atividade
I- Compete aos municípios instituir diretrizes para o considerada causadora de degradação ambiental, terá de
desenvolvimento urbano, incluindo-se habitação, pagar para evitar a contaminação.
saneamento básico e transportes urbanos. c) O ressarcimento do dano ambiental deve ocorrer,
II- O plano diretor, instrumento básico da política de preferencialmente, mediante indenização em dinheiro, e,
desenvolvimento e expansão urbana, é obrigatório para as secundariamente, pela reparação natural do ambiente
cidades com mais de vinte mil habitantes, para as que degradado.
pertencem a regiões metropolitanas e aglomerações d) Conforme o princípio do limite, o particular que
urbanas e para as que integram área de especial interesse pretenda desenvolver atividade ou empreendimento que
turístico. cause significativa degradação ambiental tem o dever de
III- Aquele que possuir, como sua, área ou edificação fixar parâmetros que levem em conta a proteção da vida e
urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por do próprio meio ambiente.
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel 7 – (Janeiro 2010) Considerando a tutela do meio
urbano ou rural. ambiente cultural, assinale a opção correta.
IV- Compete aos municípios, como executores da política a) São bens sujeitos a tombamento os provenientes
de desenvolvimento urbano e no exercício de sua da atividade humana, como os documentos, as obras e
autonomia legislativa, editar normas gerais de direito outros bens de valor histórico, artístico e cultural. Os bens
urbanístico. naturais, como os sítios arqueológicos e as paisagens
naturais, não podem ser objeto de tombamento ambiental.
Estão certos apenas os itens
b) Compete à União, aos estados e ao DF legislar
a) I e II. concorrentemente sobre a proteção do patrimônio histórico,
b) I e IV. cultural, artístico, turístico e paisagístico.
c) II e III. c) O tombamento, como instrumento de proteção do
patrimônio histórico e artístico nacional, pode recair em
d) III e IV. bens particulares, mas não em bens públicos.
d) Um bem somente pode ter reconhecido seu valor
cultural e ser, portanto, objeto de tombamento, por via

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legislativa ou por intermédio de procedimento administrativo, necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
não admitindo a legislação que o tombamento seja feito por família.
determinação jurisdicional.
b) Constitui crime matar, perseguir, caçar, apanhar ou
utilizar espécimes da fauna silvestre sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade
8 – (Janeiro 2009) O § 4.º do art. 225 da CF estabelece
competente. Tal proibição não alcança, entretanto, os
que “a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
espécimes em rota migratória que não sejam nativos.
Serra do Mar, o Pantanal Mato- Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far- c) Comprovada a responsabilidade de pessoa jurídica
se-á, na forma da lei, dentro de condições que na prática de crime ambiental, ficará automaticamente
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive excluída a responsabilidade das pessoas físicas, autoras,
quanto ao uso dos recursos naturais”. Em face desse coautoras ou partícipes do mesmo fato.
dispositivo, assinale a opção correta.
d) Os animais ilegalmente caçados que forem
a) O poder público está impedido de promover a apreendidos deverão ser libertados em seu habitat, não
desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma podendo ser entregues a jardins zoológicos ou a entidades
agrária nas áreas referidas no preceito constitucional em similares.
apreço.
b) Os proprietários dos imóveis particulares inseridos
11 – (Questão 97 - Exame de Ordem - Setembro/2010 –
nas florestas e matas referidas nesse dispositivo
1ª Etapa) Considerando a repartição de competências
constitucional podem utilizar os recursos naturais existentes
ambientais estabelecida na Constituição Federal,
nessas áreas, desde que observadas as prescrições legais
assinale a alternativa correta.
e respeitadas as condições necessárias à preservação
ambiental. a) Deverá ser editada lei ordinária com as normas
c) Tal preceito constitucional converteu em bens para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e Federal e os Municípios para o exercício da competência
pelas matas nele referidas. comum de defesa do meio ambiente.

d) A mata atlântica, que integra o patrimônio nacional, b) A exigência de apresentação, no processo de


é considerada bem da União. licenciamento ambiental, de certidão da Prefeitura Municipal
sobre a conformidade do empreendimento com a legislação
de uso e ocupação do solo decorre da competência do
município para o planejamento e controle do uso, do
9 – (Questão 83 - Exame de Ordem - Junho/2010 – 1ª
parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Etapa) Assinale opção correta de acordo com as
normas constitucionais sobre zoneamento ambiental. c) Legislar sobre proteção do meio ambiente e
controle da poluição é de competência concorrente da
a) Os estados podem, por lei complementar, instituir União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e com fundamento no artigo 24 da Constituição Federal.
microrregiões, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de d) A competência executiva em matéria ambiental não
interesse comum. Para isso, precisam da concordância dos alcança a aplicação de sanções administrativas por infração
municípios envolvidos, os quais devem aprovar leis à legislação de meio ambiente.
municipais com o mesmo teor e conteúdo da lei estadual.
b) Compete à União elaborar planos nacionais e
12 – (Questão 98 - Exame de Ordem - Setembro/2010 –
regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
1ª Etapa) Diante das disposições estabelecidas pela Lei
econômico e social.
n. 9.605/98 sobre as sanções penais e administrativas
c) As zonas de uso predominantemente industrial derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
destinam-se, preferencialmente, à localização de ambiente, assinale a alternativa correta.
estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, líquidos
e gasosos, ruídos, vibrações e radiações possam causar a) A desconsideração da pessoa jurídica somente
danos à saúde, ao bem-estar e à segurança das será admitida se a pena restritiva de direitos se revelar
populações, mesmo depois da aplicação de métodos inócua para os fins a que se destina.
adequados de combate e tratamento de efluentes. b) A pena restritiva de direitos da pessoa jurídica, no
d) É da competência dos estados a promoção, no que que tange a proibição de contratar com o poder público, terá
couber, do adequado ordenamento territorial mediante duração equivalente ao tempo de permanência dos efeitos
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da negativos da conduta delituosa sobre o meio ambiente.
ocupação do solo urbano. c) Constitui inovação da lei de crimes ambientais a
excludente de antijuridicidade relativamente ao comércio
não autorizado de animais da fauna silvestre voltado
10 – (Questão 84 - Exame de Ordem - Junho/2010 – 1ª exclusivamente à subsistência da entidade familiar.
Etapa) Relativamente à tutela penal do meio ambiente,
assinale a opção correta. d) Os tipos penais ambientais, em regra, descrevem
crimes de perigo abstrato, que se consumam com a própria
a) Não constitui crime o abate de animal quando criação do risco, efetivo ou presumido, independentemente
realizado, entre outras hipóteses, em estado de de qualquer resultado danoso.

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c) A exploração dos recursos florestais em terras
indígenas somente poderá ser realizada pelas comunidades
13 – (Questão 90 - Exame de Ordem - Fevereiro/2011 –
indígenas em regime de manejo florestal sustentável, para
1ª Etapa) A Lei 9.985/2001, que instituiu o Sistema
atender à sua subsistência, respeitado o Código Florestal.
Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, previu
que as unidades de conservação devem dispor de uma d) Os indígenas são proprietários das terras que
zona de amortecimento definida no plano de manejo. ocupam em caráter permanente, mas devem explorá-las
segundo as normas ambientais estabelecidas na Lei da
A esse respeito, assinale a alternativa correta. Política Nacional do Meio Ambiente e do Código Florestal.
a) Os parques, como unidades de conservação de
uso sustentado, não têm zona de amortecimento.
16 – (Questão 58 - Exame de Ordem - Julho/2011 - 1ª
b) As Áreas de Proteção Ambiental - APAs não Etapa) Assinale a alternativa correta quanto ao
precisam demarcar sua zona de amortecimento. licenciamento ambiental e ao acesso aos dados e
c) Tanto as unidades de conservação de proteção informações existentes nos órgãos e entidades
integral como as de uso sustentado devem elaborar plano integrantes do Sisnama.
de manejo, delimitando suas zonas de amortecimento. a) Caso a área que sofrerá o impacto ambiental seja
d) As Reservas Particulares do Patrimônio Natural - considerada estratégica para o zoneamento industrial
RPPN são obrigadas a elaborar plano de manejo nacional de petróleo e gás e em áreas do pré-sal, o órgão
delimitando suas zonas de amortecimento, por conta própria ambiental poderá elaborar estudo prévio de impacto
e orientação técnica particular. ambiental sigiloso.
b) Um cidadão brasileiro pode solicitar informações
sobre a qualidade do meio ambiente em um município aos
14 – (Questão 91 - Exame de Ordem - Fevereiro/2011 – órgãos integrantes do Sisnama, mediante a apresentação
1ª Etapa) O Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV é de título de eleitor e comprovação de domicílio eleitoral no
uma espécie do gênero Avaliação de Impacto Ambiental local.
e está disciplinado no Estatuto da Cidade, que
estabelece e enumera os instrumentos da política de c) A exigência de Estudo Prévio de Impacto
desenvolvimento urbano, de acordo com seus arts. 4º e Ambiental para aterros sanitários depende de decisão
36 a 38. A esse respeito, assinale a alternativa correta. discricionária do órgão ambiental, que avaliará no caso
concreto o potencial ofensivo da obra.
a) As atividades de relevante e significativo impacto
ambiental que atingem mais de um Município são d) Uma pessoa jurídica com sede na França poderá
precedidas de estudo de impacto de vizinhança. solicitar, aos órgãos integrantes do Sisnama, mediante
requerimento escrito, mesmo sem comprovação de
b) O estudo de impacto de vizinhança só pode ser interesse específico, informações sobre resultados de
exigido em área rural pelo órgão ambiental municipal. monitoramento e auditoria nos sistemas de controle de
c) A Avaliação de Impacto Ambiental é exigida para poluição e de atividades potencialmente poluidoras das
analisar o adensamento populacional e a geração de tráfego empresas brasileiras.
e demanda por transporte público advindos da edificação de
um prédio.
17 – (Questão 57 - Exame de Ordem - Outubro/2011 – 1ª
d) A elaboração de estudo de impacto de vizinhança Etapa) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em
não substitui a elaboração de estudo prévio de impacto área rural, banhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi
ambiental, requerida nos termos da legislação ambiental. citado para responder a uma ação civil pública proposta
pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza
civilmente por ter cometido corte raso na mata ciliar da
15 – (Questão 57 - Exame de Ordem - Julho/2011 - 1ª propriedade. João alega que o desmatamento foi
Etapa) O inciso VII do §1º do art. 225 da Constituição da cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já
República prevê a proteção da fauna e da flora, vedadas praticava o plantio de milho no local.
as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, enquanto que o §1º do art. 231 do referido Em razão do exposto, é correto afirmar que:
texto constitucional estabelece que são terras indígenas a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva,
as habitadas por eles em caráter permanente e que mas, como não há nexo de causalidade entre a ação do
podem ser utilizadas por esses povos, desde que novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a
necessárias ao seu bem-estar e à sua reprodução física excludente de responsabilidade, e João não será obrigado a
e cultural. reparar o dano.
A esse respeito, assinale a alternativa correta. b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso
a) Os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas prescreve em cinco anos por força da Lei 9.873/99. Logo,
do solo, dos rios e dos lagos nas terras ocupadas em João não será obrigado a reparar o dano.
caráter permanente por eles e, portanto, podem explorá-las, c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como
sem necessidade de licenciamento ambiental. não poderá mais utilizá-la para o plantio do milho, terá
b) Os indígenas podem suprimir vegetação de mata direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por
atlântica sem autorização do órgão ambiental competente força do princípio do protetor-recebedor.
porque são usufrutuários das terras que habitam.

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d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação usina de energia que opera com reatores nucleares. A
propter rem; sendo obrigação de conservação, é respeito do tema, é correto afirmar que:
automaticamente transferida do alienante ao adquirente.
Logo, João terá que reparar a área. a) o Congresso Nacional irá definir, mediante a edição
de lei, qual município receberá a usina nuclear.
b) após a escolha do local para a instalação da usina
18 – (Questão 58 - Exame de Ordem - Outubro/2011 – 1ª nuclear, o município que a receber deverá criar a legislação
Etapa) A Lei 9.605/98, regulamentada pelo Decreto que disciplinará seu funcionamento, bem como o plano de
6.514/2008, que dispõe sobre sanções penais e evacuação da população em caso de acidentes, por ser
administrativas derivadas de condutas e atividades assunto de relevante interesse local.
lesivas ao meio ambiente, trouxe novidades nas normas
ambientais. c) em razão do princípio da predominância do
interesse, a União deverá legislar sobre o tema, após ouvir
Entre elas está a: e sabatinar obrigatoriamente o Ministro de Minas e Energia
no Congresso Nacional, versando sobre os riscos
a) desconsideração da pessoa jurídica, que foi ambientais que a usina pode trazer ao meio ambiente e à
estabelecida para responsabilizar a pessoa física sempre população de cada município postulante.
que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. d) a CRFB não estabelece expressamente qual ente
da federação deverá legislar sobre o tema energia nuclear.
b) possibilidade de assinatura de termos de Mas, em razão do acidente nuclear de Chernobyl, a doutrina
ajustamento de conduta, que somente é possível pelo defende que apenas a União deverá criar normas sobre
cometimento de ilícito ambiental. regras de segurança de usinas nucleares.
c) responsabilidade penal objetiva pelo cometimento
de crimes ambientais.
21 – (Questão 57 - Exame de Ordem - Maio/2012 - 1ª
d) substituição da pena privativa de liberdade pela Etapa) O Prefeito do Município de Belas Veredas, após
restritiva de direito quando tratar-se de crime doloso. estudos técnicos e realização de audiência pública,
decide pela criação de um parque, em uma área onde
podem ser encontrados exemplares exuberantes de
19 – (Questão 57 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 - 1ª Mata Atlântica. Assim, edita decreto que fixa os limites
Etapa) Uma empresa de telefonia celular deseja instalar do novo parque municipal. Passados dois anos, recebe
uma antena próxima a uma floresta localizada no pedidos para que o parque seja reavaliado e
município de Cantinho Feliz. A antena produzirá uma transformado em uma Área de Relevante Interesse
quantidade significativa de energia eletromagnética. Ecológico, com uma pequena redução de seus limites.
Com base no exposto, assinale a alternativa correta. Tendo em vista a situação descrita, assinale a
a) Como a energia é incolor e inodora, e é alternativa correta.
praticamente imperceptível a olho nu, não pode ser a) Em razão do princípio da simetria das formas no
considerada potencialmente poluente. Logo, o Poder direito ambiental, a Unidade de Conservação criada por ato
Público não pode exigir licenciamento e estudo prévio de do Poder Executivo poderá ser reavaliada e ter seus limites
impacto ambiental à empresa de telefonia, porque não há reduzidos também por decreto.
como comprovar o risco de impacto ambiental.
b) Como a Mata Atlântica é considerada patrimônio
b) Como não há certeza científica sobre a existência nacional, por força do art. 225, §4º, da CRFB, apenas a
de riscos ambientais causados pela poluição União possui competência para a criação de unidades de
eletromagnética, o princípio da prevenção deve ser conservação que incluam tal bioma em seus limites.
invocado, e a empresa de telefonia deverá solicitar ao
Município de Cantinho Feliz que faça o licenciamento e que c) A criação do parque é constitucional e legal, mas,
elabore o estudo prévio de impacto ambiental. como a área está definida como Unidade de Conservação
de Proteção Integral, a alteração para Área de Relevante
c) O direito ao meio ambiente ecologicamente Interesse Ecológico, que é de Unidade de Conservação de
equilibrado é visto pelos tribunais superiores como um Uso Sustentável, com redução de limites, só pode ser feita
direito fundamental e possui viés antropocêntrico. Logo, se por lei.
a área não for habitada por seres humanos, o Poder Público
não poderá exigir licenciamento e estudo prévio de impacto d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez
ambiental. que a Área de Relevante Interesse Ecológico também é
uma Unidade de Conservação do grupo de proteção
d) Caso haja licenciamento e estudo prévio de integral.
impacto ambiental para avaliar a possível instalação da
antena, o órgão competente não estará necessariamente
obrigado a marcar a audiência pública. Entretanto, ela pode 22 – (Questão 58 - Exame de Ordem - Maio/2012 - 1ª
ser requerida por abaixo-assinado subscrito por, no mínimo, Etapa) Um shopping center, que possui cerca de 250
50 cidadãos, por entidade civil ou pelo Ministério Público. lojas e estacionamento para dois mil veículos, foi
20 – (Questão 58 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 - 1ª construído há doze anos sobre um antigo aterro
Etapa) Imagine que três municípios, localizados em sanitário e, desde sua inauguração, sofre com a
diferentes estados membros da federação brasileira, decomposição de material orgânico do subsolo,
estejam interessados em abrigar a instalação de uma havendo emissão diária de gás metano, em níveis

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considerados perigosos à saúde humana, podendo a) Ao trazer o animal, Luísa não cometeu qualquer
causar explosões. Em razão do caso exposto, assinale a ilícito ambiental já que a propriedade de animais domésticos
alternativa correta: é livre no Brasil.
a) Como o shopping foi construído há mais de cinco b) Ao trazer o animal, Luísa, em princípio, não
anos, a obrigação de elaborar estudo prévio de impacto cometeu qualquer ilícito ambiental, pois o crime contra o
ambiental e de se submeter a licenciamento já prescreveu. meio ambiente só se configuraria caso Luísa abandonasse
Assim o empreendimento poderá continuar funcionando. ou praticasse ações de crueldade contra o animal por ela
adotado.
b) A licença de operação ambiental tem prazo de
validade de dez anos. Logo o shopping já cumpriu com suas c) Ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental,
obrigações referentes ao licenciamento e ao estudo prévio pois o introduziu no Brasil sem prévio licenciamento
de impacto ambiental, e poderá continuar com suas ambiental, sendo a Justiça estadual de Pernambuco
atividades regularmente. competente para julgar a eventual ação.
c) A decomposição de material orgânico continua d) Ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental,
ocorrendo, e é considerada perigosa à saúde humana e ao pois o introduziu no Brasil sem licença e sem parecer
meio ambiente. Logo, o shopping center em questão poderá técnico oficial favorável, sendo a Justiça Federal
ser obrigado pelo órgão ambiental competente a adotar competente para julgar a eventual ação.
medidas para promover a dispersão do gás metano, de
forma a minimizar ou anular os riscos ambientais, mesmo
que já possua licença de operação válida. 25 – (Questão 35 - Exame de Ordem - Dezembro/2012 -
1ª Etapa) A Lei Complementar n. 140 de 2011 fixou
d) Caso o shopping center possua licença de
normas para a cooperação entre os entes da federação
operação válida, não poderá ser obrigado pelo órgão
nas ações administrativas decorrentes do exercício da
ambiental competente, no caso exposto, a adotar novas
competência comum relativas ao meio ambiente. Sobre
medidas para a dispersão do gás metano. Apenas no
esse tema, assinale a afirmativa correta.
momento da renovação de sua licença de operação poderá
ser obrigado a adquirir novo equipamento para tal fim. a) Compete à União aprovar o manejo e a supressão
de vegetação, de florestas e formações sucessoras em
Áreas de Preservação Ambientais - APAs.
23 – (Questão 35 - Exame de Ordem - Setembro/2012 - 1ª
Etapa) Sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural b) Compete aos Estados e ao Distrito Federal
(RPPN), assinale a afirmativa correta. controlar a introdução no País de espécies exóticas
potencialmente invasoras que possam ameaçar os
a) As RPPN’s são unidades de conservação criadas ecossistemas, habitats e espécies nativas.
em áreas de posse e domínios privados, gravadas com
perpetuidade, e deverão ser averbadas, por intermédio de c) Compete aos municípios gerir o patrimônio
Termo de Compromisso, no Registro Público de Imóveis genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado,
respeitadas as atribuições setoriais.
b) As RPPN’s são unidades de conservação criadas
em áreas de posse pública e domínio privado, e deverão ser d) Compete à União aprovar a liberação de
averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no exemplares de espécie exótica da fauna e da flora em
Registro Público de Imóveis ecossistemas naturais frágeis ou protegidos.

c) As RPPN’s são unidades de conservação criadas


em áreas de posse e domínios privados, deverão ser 26 – (Questão 36 - Exame de Ordem - Dezembro/2012 -
averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no 1ª Etapa) A respeito da responsabilidade administrativa
Registro Público de Imóveis. Porém não serão perpétuas, federal por danos ambientais, regulamentada pelo
em razão do direito fundamental à propriedade privada. Decreto n. 6.514/08 e alterado pelo Decreto 6.686/08,
assinale a afirmativa correta.
d) As RPPN’s são unidades de conservação criadas
em áreas de posse pública e domínio privado. Em razão do a) A demolição de obra só poderá ser aplicada em
princípio da defesa do meio ambiente são instituídas edificações não residenciais e sua execução deverá ocorrer
automaticamente, sem necessidade de avaliação do órgão às custas do infrator.
ambiental, bastando o interesse do proprietário privado e a
averbação, por intermédio de Termo de Compromisso, no b) A demolição de obra é medida excepcional e só
Registro Público de Imóveis. poderá ser aplicada em situações de flagrante ilegalidade e
em edificações com menos de dez anos.
c) A demolição de obra, em respeito ao direito
24 – (Questão 36 - Exame de Ordem - Setembro/2012 - 1ª fundamental à moradia, só poderá ser aplicada em
Etapa) Luísa, residente e domiciliada na cidade de construções residenciais erguidas em unidades de
Recife, após visitar a Austrália, traz consigo para a sua conservação e outros espaços ambientalmente protegidos e
casa um filhote de coala, animal típico daquele país e as custas para a sua realização correrão por conta do
inexistente no Brasil. infrator.
Tendo em vista tal situação, assinale a afirmativa d) A demolição de obra ou construção com fins
correta. residenciais ou comerciais, em razão do princípio da defesa
do meio ambiente, dar-se-á nos casos em que a ausência
da demolição importa em iminente risco de agravamento do

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dano ambiental e as custas para sua realização correrão por 20 – (Questão 36 - Exame de Ordem - Abril/2013 - 1ª
conta do infrator. Etapa) João, militante ambientalista, adquire chácara
em área rural já degradada, com o objetivo de cultivar
alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns
27 – (Questão 35 - Exame de Ordem - Janeiro/2013 - 1ª meses depois, ele é notificado pela autoridade
Etapa) A respeito dos princípios aplicáveis ao ambiental local de que a área é de preservação
Licenciamento e ao Estudo Prévio de Impacto permanente.
Ambiental (EIA), assinale a afirmativa correta.
a) O licenciamento ambiental é norteado pelos Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
princípios da informação e da participação popular. Logo, a
audiência pública é uma etapa fixa do processo de a) João é responsável pela regeneração da área,
avaliação ambiental, não podendo ser dispensada pelo mesmo não tendo sido responsável por sua degradação,
órgão ambiental competente. uma vez que se trata de obrigação propter rem.
b) O licenciamento ambiental e o estudo prévio de b) João somente teria a obrigação de regenerar a
impacto ambiental devem preceder toda obra em área área caso soubesse do dano ambiental cometido pelo
pública, em razão do princípio da função socioambiental da antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé.
propriedade.
c) O único responsável pelo dano é o antigo
c) O licenciamento ambiental pode ocorrer sem que proprietário, causador do dano, uma vez que João não pode
haja audiência pública. Porém, havendo EIA, esta pode ser ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.
realizada de ofício pelo órgão ambiental ao julgar
necessária ou requerida por, no mínimo, 50 cidadãos, por d) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou
entidade civil ou pelo Ministério Público, em razão dos de João, mas da Administração Pública, em razão da
princípios da informação e da participação popular. omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão
da propriedade.
d) O licenciamento ambiental se baseia no princípio
da prevenção de danos. Logo, só atividades em que haja
certeza científica e inconteste de degradação ambiental
estão sujeitas ao estudo prévio de impacto ambiental. 01 A 16 D

02 D 17 D

28 – (Questão 36 - Exame de Ordem - Janeiro/2013 - 1ª 03 A 18 A


Etapa) Com relação ao Sistema Nacional de Unidades
de Conservação, assinale a afirmativa correta. 04 C 19 D

a) As unidades de conservação devem ser criadas 05 B 20 A


por lei, exigindo-se para tal prévia consulta pública e
elaboração de estudo prévio de impacto ambiental. 06 A 21 C

b) São unidades de conservação do grupo de 07 B 22 C


proteção integral a floresta nacional, o parque nacional, a
área de proteção ambiental e a reserva de fauna. 08 B 23 A
c) As unidades de conservação do grupo de proteção 09 B 24 D
integral podem ter seus limites reduzidos, através de lei
específica. 10 A 25 D
d) São unidades de conservação do grupo de uso 11 B 26 A
sustentável a estação ecológica, a reserva extrativista e a
reserva particular do patrimônio natural. 12 D 27 C

13 B 28 C
29 – (Questão 35 - Exame de Ordem - Abril/2013 - 1ª
14 D 29 B
Etapa) Na perspectiva da tutela do direito difuso ao
meio ambiente, o ordenamento constitucional exigiu o 15 C 30 A
estudo de impacto ambiental para instalação e
desenvolvimento de certas atividades. Nessa
perspectiva, o estudo prévio de impacto ambiental está
concretizado no princípio
a) da precaução.
b) da prevenção.
c) da vedação ao retrocesso.
d) do poluidor-pagador.

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PARTE GERAL ABSOLUTA RELATIVA


Ato praticado é nulo; Ato praticado é anulável;
Representação. Assistência.
1 PESSOA NATURAL
Menores de 16 anos; Menores entre 16 e 18 anos;
Ébrios habituais, viciados
1.1 – COMEÇO DA PERSONALIDADE em tóxico e os que por
Alguns alunos ainda fazem confusão na definição causa transitória ou
ou conceituação de pessoa natural. Para que tal não ocorra, definitiva não consigam
basta entender que pessoa natural é todo e qualquer ser exprimir a vontade e os
humana que tenha vida. pródigos.

Sua existência se dá, portanto, quando do seu


A pessoa adquirirá a capacidade de fato, portanto,
nascimento com vida, momento em que adquire a chamada quando deixar de existir a causa da sua incapacidade.
personalidade civil.
Assim se a causa for a menoridade, terá capacidade de fato
quando alcança-la, se a causa for a loucura, quando
Assim sendo, não há que se falar em comprovar a inexistência desta situação e assim por diante.
personalidade antes do nascimento com vida (respiração).
Uma outra possibilidade de extinção da
PESSOA NATURAL = NASCIMENTO COM VIDA = incapacidade e aquisição da capacidade de fato se dá
PERSONALIDADE CIVIL através da emancipação.

1.2 – NASCITURO 1.5 – EMANCIPAÇÃO


Inicialmente, cumpre destacar que nascituro não é Trata-se da antecipação da capacidade civil e não
pessoa natural, uma vez que ainda não possui vida extra- da maioridade civil como costuma aparecer em exames.
uterina.
São três as espécies de emancipação: a)
É, portanto, o ser já concebido, já gerado, que está voluntária; b) judicial e c) legal.
para nascer.
Duas características serão sempre comuns a toda
Os direito do nascituro possuem proteção legal, e qualquer espécie de emancipação: a) o menor deve ter
logo, diz-se que ele possui expectativas de direito que se pelo menos 16 anos e b) a emancipação é irrevogável ou
confirmam quando do seu nascimento com vida. definitiva.

Dentre os direitos protegidos estão a possibilidade VOLUNTÁRIA Concedida exclusivamente pelos pais;
de ser herdeiro, receber doações, ser adotado, reconhecido Sempre por instrumento público;
entre outros. Sem homologação judicial.
JUDICIAL Quando tratar de interesse de menor
1.3 – CAPACIDADE tutelado.
Duas são as espécies de capacidade, podendo ser LEGAL Fatos previstos em lei:
de direito ou de fato. Casamento;
Colação de grau em nível superior;
A primeira delas (direito) é a que todos possuem e Exercício de emprego público efetivo.
vem destacada no artigo 1º do Código Civil: “Toda pessoa é
capaz de direitos e deveres na ordem civil”. 1.6 – EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE CIVIL
A personalidade civil da pessoa termina com o fim
Entende-se como a possibilidade que toda e
da sua existência, ou seja, com a sua morte.
qualquer pessoa tem, independentemente de suas
características individuais, de possuir direitos e deveres.
A morte aparece no Código Civil com três formas
ou espécies, podendo ser real, presumida ou simultânea.
Apesar de todos terem esta possibilidade, nem
todos podem exercer por si só os atos da vida civil, para tal,
Cada uma destas espécies tem as suas
necessitam ter a chamada capacidade fato, também
implicações práticas que veremos a seguir:
conhecida como capacidade de ação ou exercício.
REAL Prevista no artigo 6º do Código Civil;
Aquela em que se faz prova pelo
1.4 – INCAPACIDADE atestado de óbito.
A incapacidade é uma limitação legal à prática dos SIMULTÂNEA Prevista no artigo 8º do Código Civil;
atos da vida civil e pode ser absoluta ou relativa.
Quando duas ou mais pessoas falecem
no mesmo evento, no mesmo lapso
temporal;
Efeito prático no direito sucessório,

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sendo que se herdeiros entre si os


comorientes, um não herdará do outro. Nos casos em que a pessoa residir com ânimo
PRESUMIDA Presume-se a morte, quanto aos definitivo em mais de uma unidade, qualquer uma delas
ausentes, nos casos em que a lei poderá ser considerada como seu domicílio.
autoriza a abertura da sucessão Quanto às pessoas que não tenham residência
definitiva, conforme artigo 6º do Código fixa, o seu domicílio será o local em que for localizada.
Civil em sua segunda parte.
1.8 – DIREITOS DE PERSONALIDADE
1.6.1 – MORTE PRESUMIDA SEM DECRETAÇÃO Os direitos de personalidade podem ser
DE AUSENCIA conceituados como sendo aqueles direitos inerentes à
pessoa e à sua dignidade.
a) quando for provável a Para requerer a decretação
morte de alguém que se de morte presumida, basta Cinco são os seus ícones principais: vida /
encontrava em perigo de que estejam esgotadas as integridade física, honra, imagem, nome e intimidade.
vida (ex.: vitima de buscas.
naufrágio, acidente aéreo É fundamental destacar quais as características
etc). dos direitos de personalidade:
b) quando alguém Nesta hipótese deve-se ter
INATO OU DECORRENTE Inerente a todo e qualquer
desaparecer em campanha passado dois anos do
ser humano, decorre do fato
ou for feito prisioneiro de término da guerra e que
da pessoa existir;
guerra. estejam esgotadas as
Tem aplicação, portanto,
buscas.
erga omnes.
INDISPONÍVEL Trata-se de direito que não
1.6.2 – MORTE PRESUMIDA COM DECRETAÇÃO
pode ser disponibilizado
DE AUSÊNCIA (não se pode abrir mão dos
Entretanto, quando alguém desaparecer de seu direitos de personalidade).
domicílio sem ter deixado notícias suas, ou seja, não se
encontrar nas situações acima descritas, tem-se a Inalienável: não pode ser
necessidade da decretação de ausência antes que seja alienado.
aberta a sucessão definitiva. Irrenunciável: não pode se
renunciar.
Passo 1 Decretação de Faz-se a arrecadação Imprescritível: perpétuo,
Ausência dos bens do ausente. seguindo seu titular mesmo
Passo 2 Abertura da Passados um ano da após o fim da existência da
Sucessão Provisória arrecadação dos bens pessoa natural.
do ausente (três anos
no caso de ter Apesar de ser a característica mais conhecida dos
deixado procurador). direitos de personalidade, a sua indisponibilidade é relativa,
Passo 3 Abertura da Dez anos após a já que pode sofrer violação legal (interesse social e
Sucessão Definitiva abertura da sucessão utilização dos reflexos dos direitos de personalidade).
provisória.

No caso do ausente contar oitenta anos ou mais, e


2 – PESSOAS JURÍDICAS
cinco se fizerem sem que tenha dado notícias, far-se-á a
abertura da sucessão definitiva.
2.1 – ELEMENTOS DE CONSTITUIÇÃO
1.7 – DOMICÍLIO
O ordenamento jurídico brasileiro admite a VONTADE HUMANA Exteriorizada através do ato
chamada pluralidade de domicílios, ou seja, a pessoa pode constitutivo:
possuir mais de um domicílio. a) contrato social: sociedade;
b) estatuto: associação;
c) escritura pública ou testamento:
VOLUNTÁRIO Aquele em que a pessoa fixa
fundação.
residência com ânimo definitivo.
REGISTRO Sociedades – Junta Comercial;
NECESSÁRIO Conhecido como domicílio legal:
Demais – Cartório de Registro
Incapazes; militares; marítimos,
Civil de Pessoas Jurídicas.
servidores públicos e presos.
LICEIDADE Objetivos devem ser lícitos e não
ELEIÇÃO Conhecido como domicílio
nocivos à sociedade.
contratual, estabelecido entre as
partes neste tipo de negócio
jurídico.

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2.2 – CLASSIFICAÇÃO momento em que recebe o autógrafo de alguma pessoa


renomada (artistas, atletas, políticos famosos).
NACIONALIDADE Nacionais e Estrangeiras
ESTRUTURA INTERNA Corporações: reunião de 3.3 – CONSUMÍVEIS (1) E INCONSUMÍVEIS (2)
pessoas com determinado (1) Consumível de fato é aquele bem cujo uso
objetivo (Sociedade e importa destruição imediata. Consumível de direito são
Associações); aqueles destinados à alienação.
Fundações: reunião de
patrimônio para realização (2) São os objetos que admitem o uso reiterado.
de determinado objetivo.
FUNÇÃO Direito Privado: 3.4 – SINGULARES (1) E COLETIVOS (2)
Sociedades, associações, (1) São os bens considerados individualmente,
fundações, partidos políticos ainda que reunidos com outros.
e entidades religiosas.
Direito Público Externo: (2) São os que se consideram em conjunto (ex.:
Estados estrangeiros e coleção de livros).
entidades regidas pelo
direito público internacional. Universalidade de fato é a pluralidade de bens
Direito Público Interno: singulares que pertencem a uma mesma pessoa com
União, Estados, Municípios, destinação unitária (ex.: biblioteca, rebanho).
Territórios, DF, autarquias e Universalidade de direito é aquela definida como tal pela
demais entidades criadas norma jurídica (ex.: patrimônio, herança).
por lei.
3.5 – PRINCIPAL (1) E ACESSÓRIO (2)
3 – BENS (1) É o que existe por si mesmo, independente da
existência de outro.
3.1 – IMÓVEIS (1) E MÓVEIS (2)
(1) O solo (imóvel pela própria natureza) e o que a (2) É aquele cuja existência pressupõe a existência
ele se incorporar, seja por acessão natural ou artificial. do principal

Bens imóveis por determinação legal são os O acessório segue o principal salvo disposição
direitos reais sobre bens imóveis e as ações que os contrária entre as partes.
asseguram bem como o direito à sucessão aberta.
3.6 – BEM DE USO COMUM DO POVO (1), BEM DE
Não perdem o caráter de imóveis as edificações USO ESPECIAL (2) E BEM DOMINICAL (3)
removidas integralmente para outro local e nem os materiais (1) rios, mares, estradas, ruas e praças.
provisoriamente separados da edificação para nele ser
reempregado. (2) edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual ou
(2) São os suscetíveis de movimento próprio ou de municipal, inclusive os de suas autarquias.
remoção por força alheia sem alteração da sua substancia
ou destruição. (3) patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público sem utilização (terras devolutas, prédios
A lei também considera móveis as energias com abandonados).
valor econômico, os direitos reais sobre móveis e os direitos
pessoais de cunho patrimonial. (1) e (2) afetados e inalienáveis.

Não perdem a natureza móvel os materiais (3) desafetado e alienável.


provenientes da demolição de alguma construção, assim
como os destinados a uma construção mas que ainda não 4 – FATOS JURÍDICOS
tenham sido empregados em tal.
4.1 – CONCEITO
3.2 – FUNGÍVEIS (1) E INFUNGÍVEIS (2) É qualquer evento que gere efeitos jurídicos, seja
(1) São os que podem ser substituídos por outro de um fenômeno da natureza ou o resultado de uma ação
mesma qualidade, quantidade e espécie. humana.

(2) São os que não admitem tal substituição.

Vale destacar que para observância destas


situações é necessário vislumbrar qual o contexto da
situação. Uma camiseta pode ser fungível e deixar de ser no

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4.2 – DIVISÃO 4.4 – DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS


Caso o negócio jurídico apresente algum dos
FATOS Ordinários Nascimento, defeitos abaixo descritos ele será considerado anulável.
NATURAIS (1) morte,
maioridade. VÍCIOS DO CONSENTIMENTO
Extraordinários Eventos da ERRO Falsa noção sobre alguma
natureza. coisa. Esse erro precisa ser
FATOS Ato Jurídico Manifestação de substancial.
HUMANOS (2) Estrito Senso vontade humana DOLO Artifício malicioso para enganar
sem opção pelo alguém.
resultado, vez que COAÇÃO Violência física ou moral que
já previsto em lei. impede alguém de proceder
Negócio Jurídico Manifestação de livremente.
vontade humana ESTADO DE PERIGO Circunstância em que alguém
com a assume obrigação
possibilidade de excessivamente onerosa, para
optar pelo salvar-se, ou a pessoa de sua
resultado. família de dano grave conhecido
da outra parte.
(1) acontecimentos que não necessitam da ação LESÃO Quando alguém por
direta do homem, provendo da natureza. necessidade ou inexperiência se
obriga a prestação
(2) acontecimentos necessariamente provenientes manifestamente desproporcional
da ação direta do homem, por isso conhecido também como ao valor da prestação oposta.
atos jurídicos em sentido amplo. VÍCIO SOCIAL
FRAUDE CONTRA Ocorre quando o devedor
Os fatos humanos acima citados são conhecidos CREDORES insolvente ou na iminência de
como atos lícitos, entretanto, os atos ilícitos também são ser desfalcada seu patrimônio,
considerados como fatos jurídicos. onerando ou alienando seus
bens.
Há ato ilícito quando por ação ou omissão,
negligência ou imprudência, causa-se dano a alguém ainda 5 – PRESCRIÇÃO (1) E DECADÊNCIA (2)
que apenas moral. (1) É a extinção da pretensão e decorre da violação
do direito, seguida da inércia do titular pelo tempo previsto
4.3 – NEGÓCIOS JURÍDICOS em lei.
Apresenta como elementos essenciais o objeto
lícito, a forma prescrita ou não proibida em lei e a A renuncia a prescrição pode ser expressa ou
capacidade do agente (1). tácita, mas só é possível depois de consumada e desde que
não haja prejuízo para terceiros.
(1) alguns negócios jurídicos requererão além da
capacidade do agente que ele seja também legitimado (ex.: Os prazos não podem ser modificados pela partes.
outorga uxória).
O juiz deve se pronunciar de ofício a respeito da
Outra espécie de elementos, agora não prescrição.
responsáveis pela validade do negócio são os ditos
acidentais. É, portanto, uma discricionariedade das partes A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a
fazer uso ou não de tais elementos: correr contra o seu sucessor.
a) Condição – subordina os efeitos do negócio
jurídico a um evento futuro e incerto (suspensiva ou (2) É a perda do direito, sendo que o prazo
resolutiva); decadencial não se suspende nem se interrompe, salvo se a
b) Termo – subordina os efeitos do negócio jurídico lei dispuser o contrário. A decadencial pode ser legal ou
a um evento futuro e certo. convencional, sendo que a legal é irrenunciável e por isso o
c) Encargo – subordina os efeitos do negócio juiz deve decretá-la de ofício.
jurídico ao cumprimento de um ônus.
Já a convencional admite renúncia e por isso
precisa ser alegada pela parte a quem aproveita.

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DIREITO DE FAMÍLIA
1.3 – IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
Situações que se opõem à realização do
casamento, isto é, havendo impedimento matrimonial não
1 – CASAMENTO poderá haver casamento.
É o negócio jurídico que dá origem à família
legítima, sendo um ato pessoal e solene por razões óbvias. A desobediência a tal situação acarretará na
nulidade absoluta do casamento.
Diz-se tratar, portanto, da união legal entre o Três sãos as situação que geram impedimento
homem e a mulher com o objetivo de constituir família. matrimonial, ou seja, não podem casar:

1.1 – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL RELAÇÃO INCESTUOSA


Como vimos acima, o casamento é a união legal Ascendentes com descendentes, seja o parentesco
entre homem e mulher com objetivo de constituir família. natural ou civil;
Afins em linha reta;
A união estável se assemelha muito ao casamento Adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado
em suas diretrizes no âmbito do Direito de Família, contudo, com que o foi do adotante;
faz-se fundamental conceitua-la para de imediato distingui- Irmãos, unilaterais ou bilaterais e demais colaterais até o
la da primeira. terceiro grau inclusive;
Adotado com o filho do adotante.
União estável é a simples união entre homem e
mulher ou entre pessoas do mesmo sexo também com o
objetivo de constituir família.
BIGAMIA
Pessoas casadas.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA UNIÃO
ESTÁVEL HOMICÍDIO DOLOSO
Cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio
1 União Pública
ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
2 União Contínua
Os impedimentos matrimoniais podem ser opostos
3 União Duradoura
até o momento da celebração do casamento por qualquer
4 União com a finalidade de constituir família.
pessoa capaz.
O regime de bens que se aplica à união estável é o
O juiz e o oficial de registro, tendo conhecimento
da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito entre
da existência de algum impedimento será obrigado a
as partes.
declará-lo.
1.2 – CAPACIDADE PARA O CASAMENTO
1.4 – CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO
Requisito essencial para existência do casamento
As causas suspensivas do casamento não
válido.
impedem a realização do casamento, apenas suspendem a
sua realização.
Diz-se que se atingi a capacidade para o
casamento quando se alcança a idade núbil, que em nosso
Se infringidas, a sanção será de ordem patrimonial,
ordenamento jurídico acontece aos 16 (dezesseis) anos de
implicando a imposição do regime da separação obrigatória
idade.
de bens.
Contudo, além de completada tal idade, faz-se
As causas suspensivas se dão para evitar
necessária ainda a autorização dos pais ou do
confusão patrimonial, sanguínea ou persuasão sobre a
representante legal do menor.
pessoa tutelada ou curatelada (vide artigo 1.523 do Código
Civil).
Tal autorização pode ser suprida por uma ordem
judicial nos casos em que houve divergência entre os pais
Estas causas suspensivas só podem ser argüidas
ou a denegação do consentimento foi injusta.
pelos parentes em linha reta (consangüíneos ou afins) e
pelos colaterais em segundo grau de qualquer dos cônjuges
Os menores de 16 (dezesseis) anos não podem se
seja o parentesco natural ou civil.
casar, todavia, nos casos de ocorrência de gravidez será
autorizado tal casamento.
As causas suspensivas podem ser afastadas pelo
juiz, a requerimento dos nubentes, se não houver prejuízo
Sempre que for necessária a autorização judicial
às pessoas que a lei quis proteger.
para o casamento, os nubentes não poderão optar pelo
regime de bens da sua união, terão como regime do da
separação obrigatória de bens.

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Para ilustrar esta situação, peguemos como


1.5 – INVALIDADE DO CASAMENTO exemplo o casamento entre pessoas impedidas de se casar.
Enquanto não for anulada tal união teremos ali a existência
1.5.1 – CASAMENTO NULO da sociedade conjugal, contudo, não haverá o vínculo, já
O casamento apresentará nulidade absoluta de que se trata de casamento inválido (vínculo conjugal =
acordo com o artigo 1.548 do Código Civil em duas casamento válido).
ocasiões.
DISSOLUÇÃO DISSOLUÇÃO
Dir-se-á nulo o casamento infringido por DA SOCIEDADE DO VÍNCULO
infringência de impedimento matrimonial. Morte; Morte;
Divórcio; Divórcio.
A legitimidade para propor a ação de decretação Separação;
de nulidade do casamento é de qualquer pessoa Nulidade e Anulação.
interessado e do Ministério Público.
2.1 – DIVÓRCIO
Frisa-se que tal ação é imprescritível.
Vide Emenda Constitucional 66 que dá nova
1.5.2 – CASAMENTO ANULÁVEL redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que
O casamento anulável é eivado de nulidade dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo
relativa, logo, pode subsistir se não houver interesse da divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial
parte vê-lo extinto ou se transcorrido o prazo prescricional por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de
para propositura da ação. fato por mais de 2 (dois) anos.

A argüição da nulidade só poderá ser feita pelo 3 – PARENTESCO


interessado direto. Contagem de graus
São situações que acarretam a nulidade do na linha reta
casamento as seguintes situações: defeito na idade do É o resultante da ascendente ou
contraente; defeito no consentimento; defeito no mandato, NATURAL
consangüinidade. descendente é infinita
defeito na autoridade celebrante e vício da vontade (1). e na colateral se dá
até o 4º grau.
(1) divide-se em coação (ameaça física ou moral) A contagem é
obrigando alguém a contrair núpcias contra a sua própria É o resultante da
idêntica a anterior,
vontade e erro essencial sobre a pessoa do outro adoção ou da
CIVIL pois o tratamento não
cônjuge. inseminação
se diferencia do
artificial heteróloga.
natural.
Para que haja caracterização do erro essencial é Contagem de graus
fundamental que o fato motivador seja anterior ao na linha reta
casamento, que se tome conhecimento do fato após o Laço que nos une ascendente ou
casamento e que tal situação torne insuportável a vida em AFINIDADE aos parentes do descendente se dá
comum ao cônjuge enganado. Tais situações estão outro cônjuge. apenas até o 1º grau
descritas no artigo 1.557 do Código Civil. e na colateral até o 2º
grau.
1.5.2 – CASAMENTO PUTATIVO
Trata-se do casamento nulo ou anulável contraído 4 – FILIAÇÃO
de boa-fé por um dos cônjuges. Há igualdade absoluta de direitos entre os filhos,
tenham eles sido concebidos no casamento ou fora dele,
Todos os efeitos civis do casamento serão sejam consangüíneos ou adotados, sendo proibida,
produzidos quanto ao cônjuge enganado até que venha portanto, qualquer qualificação discriminatória.
transitar em julgado a sentença anulatória.
O reconhecimento dos filhos fora do casamento
2 – DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE E DO VÍNCULO pode ser feito em conjunto ou separadamente pelos pais.
CONJUGAL
A sociedade conjugal é o complexo de direitos e O filho havido fora do casamento, reconhecido por
deveres que formam a vida em comum aos cônjuges, tais um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o
como a coabitação, fidelidade recíproca, mútua assistência consentimento do outro.
entre outros.
Quando se tratar de filho maior, será necessário o
O vínculo conjugal existe nos casamentos válidos, consentimento deste para que possa ser reconhecido.
é, portanto, uma relação ainda mais estreita que simples
sociedade conjugal.

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5 – ADOÇÃO Os nubentes têm plena liberdade de convencionar,


A adoção torna o adotado filho do adotante para como visto, no pacto antenupcial quanto ao regime a ser
todos os fins e efeitos jurídicos. adotado, podendo não só adotar um daqueles prescritos em
lei, como também mesclá-los (salvo situação de separação
Três situações são fundamentais quando se fala obrigatória de bens).
em adoção:
1) O adotante deve ser maior, ou seja, ter pelo 7.1 – REGIME LEGAL
menos 18 (dezoito) anos de idade. Admite-se a Há casos em que a lei indicará o regime de bens a
formalização da adoção em nome de quem ainda ser adotado pelos cônjuges, hipóteses em que teremos o
não tenha completado tal idade, se este, chamado regime legal, que pode ser (1) supletivo ou (2)
comprovar a estabilidade familiar (casamento ou cogente.
união estável) com alguém que já tenha alcançado (1) É o da comunhão parcial de bens. Será
tal idade; estabelecido por lei este regime quando os cônjuges não se
2) O adotante há de ser pelo menos 16 (dezesseis) manifestarem a respeito da situação, ou seja, não optarem
anos mais velho do que a pessoa adotada; por outro; quando a opção for nula, ou seja, não tiver sido
3) Não pode ocorrer adoção simultânea, ou seja, feita através de pacto antenupcial por instrumento público
por duas pessoas, salvo se estas forem casadas ou quando a opção for ineficaz (não lhe seguir o
ou viverem em união estável. Os separados e os casamento).
divorciados poderão adotar em conjunto apenas se (2) É o da separação obrigatória de bens. A lei
o estágio de convivência do menor com eles tiver estabelecerá este regime quando os cônjuges infringirem
se iniciado na constância da sociedade conjugal, uma causa suspensiva do casamento; necessitarem de
acordarem quanto à guarda e quanto ao regime de suprimento judicial para casar e no caso de casamento de
visitas. pessoa maior de 70 (sessenta) anos.

6 – PODER FAMILIAR 7.2 – COMUNHÃO PARCIAL DE BENS


O poder familiar incide tanto em relação à pessoa Comunicam-se, em regra, os bens adquiridos na
quanto aos bens do filho menor não emancipado, que tenha constância do casamento, mesmo que adquiridos em nome
sido reconhecido. de apenas em nome de um dos cônjuges.

Ambos os pais devem exercer o poder familiar, Excluem-se da comunhão os que cada conjugue
sendo que em caso de divergência, definir-se-á a situação possuía ao casar, bem como os que ingressam
judicialmente. posteriormente ao patrimônio por doação ou sucessão, ou
em sub-rogação aos bens particulares.
O poder familiar decorre da filiação e não do
casamento, assim, nenhum dos pais perde o exercício do 7.3 – COMUNHÃO UNIVERSAL
poder familiar, com a separação judicial ou o divórcio. A regra é de que todos os bens se comunicam,
presentes e futuros, ou seja, tanto os que cada cônjuge já
Extingue-se o poder familiar: a) morte dos pais ou possuía ao casar quanto os que vier a adquirir na
do filho; b) maioridade; c) emancipação; d) adoção e e) constância do casamento, seja a titulo gratuito ou oneroso.
decisão judicial.
Entre outros, não se comunicam, os bens doados
7 – REGIMES DE BENS ou herdados com clausula de incomunicabilidade.
O regime de bens vigora desde a celebração do
casamento e vai até o término da sociedade conjugal. 7.4 – PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Neste regime, durante a constância da sociedade
A questão patrimonial do casamento é regida por conjugal, cada cônjuge tem o seu próprio patrimônio e pode
três princípios basilares: (1) variedade dos regimes de bens; administrá-lo livremente. Quando da dissolução da
(2) liberalidade e (3) mutabilidade. sociedade conjugal, os bens adquiridos a título oneroso, na
(1) Vários são os regimes de bens: comunhão constância do casamento, serão divididos entre ambos.
parcial de bens; comunhão universal de bens; separação
convencional de bens; separação obrigatória de bens e 7.5 – SEPARAÇÃO DE BENS
participação final nos aquestos. Sendo este o regime de bens, estes permanecerão
(2) Possibilidade que os nubentes têm de sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges,
livremente optarem por determinado regime de bens. Tal que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
opção deverá ser feita através do pacto antenupcial, sempre
por instrumento público. 8 – ALIMENTOS
(3) Pode-se alterar o regime de bens do São devidos os alimentos quando quem os
casamento, desde que de forma judicial, consensual, pretende não tem bens suficientes, nem pode prover pelo
devidamente motivada e sem acarretar prejuízo a terceiros. seu trabalho à própria mantença, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornecê-los sem desfalque do necessário
sustento.

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Compreende além da alimentação, também o que


for necessário para moradia, vestuário, assistência médica e
instrução. Traduz-se em prestação periódica fornecida a
alguém para suprir as necessidades e assegurar sua
subsistência.

O pressuposto para prestação de alimentos é a


existência de vínculo de parentesco ou relação conjugal de
fato ou de direito; necessidade do requerente, possibilidade
econômica do requerido; proporcionalidade da obrigação.

9 – TUTELA (1) E CURATELA (2)


(1) São postos sob tutela os menores cujos pais
faleceram ou foram declarados ausentes, ou ainda,
destituídos ou suspensos do poder familiar.

A tutela será legítima quando recair sobre parentes


consangüíneos do menor.

Testamentária quando o tutor for nomeado pelos


pais em disposição de última vontade.

Dativa quando recair em pessoa estranha à família


do menor, nomeada pelo juiz.

(2) Tem como finalidade a proteção dos incapazes


(maiores) no tocante a seus interesses e garantir a
preservação dos negócios realizados por eles em relação a
terceiros. O principal aspecto desta relação é o patrimonial,
pois o curador protege essencialmente os bens do interdito,
auxiliando em sua manutenção e impedindo que sejam
dissipados.

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SUCESSÕES 1) HERANÇA TESTAMENTÁRIA: baseada na


vontade do testador, pois vai decorrer de um testamento.

2) HERANÇA LEGÍTIMA: baseada nas disposições


1. CONCEITO DE SUCESSÃO legais de caráter supletivo aplicável na falta de declaração
de vontade do testador ou no caso de nulidade, anulação ou
Em principio sucessão significa o ingresso de caducidade do testamento, devendo ser obedecida a ordem
determinada pessoa na posição jurídica que era ocupada de vocação hereditária.
por outra.
3) HERANÇA NECESSÁRIA: é aquela destinada aos
A sucessão pode, portanto, se dar em por ato inter herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e o
vivos ou causa mortis, sendo este o objeto do Livro V da cônjuge).Se aparecer somente a nomenclatura “legítima” ,
Parte Especial do Código Civil Brasileiro. estamos nos referindo a herança necessária.

Neste sentido, sucessão é o modo de transmissão da Diferença entre LEGADO E HERANÇA


herança. No LEGADO o bem transmitido é individualizado e
discriminado e advém de uma transmissão a título singular
2. CONCEITO DE HERANÇA através de testamento, já a HERANÇA transmite uma
universalidade de bens, direitos e obrigações.
É o conjunto de direitos e obrigações que se
transmitem, em razão da morte, a uma pessoa, ou a um
conjunto de pessoas que sobrevivem ao falecido. 5. ABERTURA DA SUCESSÃO

Pode também ser denominada como espólio, monte A abertura da sucessão é o primeiro momento do
mor ou monte, e é considerada pelo Direito Brasileiro em processo sucessório e é de fundamental importância
virtude de ficção legal como um IMÓVEL, obedecendo às precisar o momento exato de sua ocorrência.
normas peculiares a esta espécie de bens.
Esclarece-se que a abertura da sucessão se dá quando
Deste modo, qualquer que sejam os elementos da ocorrência do evento morte.
integrantes da herança, terá natureza imobiliária,
dependendo, para a sua alienação, de escritura pública, e
sujeitando-se às normas sobre transferência de imóveis. 6. LUGAR DA ABERTURA DA SUCESSÃO
(CC, artigo 80, II).

Diferença entre sucessão e herança: Entende-se como lugar da abertura da sucessão o local
Sucessão é o modo de transmissão, enquanto herança para propositura do inventário.
é o conjunto de bens, direitos e obrigações.
A regra geral é a de que a sucessão abre-se no lugar
3. TRANSMISSÃO DA HERANÇA do último domicílio do falecido.

1) Art. 1785 CC Último domicílio do falecido.


Conforme preceitua o artigo 1784 do CC, com a
* Situação dos bens se o autor
abertura da sucessão transmite-se a herança. Embora o
da herança não possuía
artigo não tenha explicitado de forma clara, será transmitida
domicilio.
tanto a posse como o domínio, devendo os herdeiros
* Lugar da morte se o autor da
defende-la de quem a violar.
herança não tinha domicilio
2) Art. 96 CPC
certo e possuía bens em
Essa transmissão é automática porque nosso
lugares diferentes.
ordenamento jurídico adotou o Princípio da ‘saisine’, de
* Ultimo domicilio do de cujus
origem germânica, que representa uma apreensão
caso tenha morrido no
possessória autorizada.
exterior.
Competência brasileira no
A transferência da herança se completa com a
caso de falecimento de
aceitação do herdeiro, que, tem, todavia, a faculdade de 3) Art. 89, II CPC
estrangeiro em solo nacional e
renunciar a herança.
aqui deixando bens.
3. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE
HERANÇA

Há uma classificação clássica quanto aos tipos de


herança:

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7. FORMAS DE SUCESSÃO 10. DESERDAÇÃO

SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL É um ato de vontade do testador, alcançando tão


somente os herdeiros necessários. É feita em testamento
A sucessão universal também pode ser chamada de sendo obrigatório que conste motivo e o fundamento da
LEGÍTIMA, e ocorre quando decorre de normas legais, sem exclusão.
que o falecido tenha determinado o modo de divisão dos
seus bens, transferindo assim a totalidade do patrimônio e As causas da deserdação são aquelas nominadas nos
não um bem individualizado. artigos 1962, 1963 e 1814 do Código Civil.

ATENÇÃO – PRAZO PARA PROPOSITURA DAS


SUCESSÃO À TÍTULO SINGULAR AÇÕES DE INDIGNIDADE E DE DESERDAÇÃO

Este modo de sucessão ocorre quando há declaração 04 anos contadas da


de última vontade por parte do de cujus, recebendo o Indignidade
abertura da sucessão.
sucessor não o patrimônio inteiro, nem mesmo uma quota 04 anos contados da
deste, mas apenas um bem específico e determinado, sem Deserdação abertura do testamento
ter que responder pelo passivo da herança. em juízo.

O beneficiário é chamado de LEGATÁRIO, enquanto


sua nomenclatura é de HERDEIRO na forma anteriormente
11. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
estudada.

Considerações:
1) Conceito: A cessão da herança, gratuita ou
8. CAPACIDADE PARA SUCEDER
onerosa, consiste na transferência que o herdeiro, legítimo
ou testamentário, faz a outrem de todo o quinhão hereditário
ou de parte dele, que lhe compete após a abertura da
CAPACIDADE NA SUCESSÃO LEGÍTIMA
sucessão;
2) Requer escritura pública – Herança – bem imóvel;
Ativa (transmite) Qualquer pessoa
3) O objeto desse negócio são direitos hereditários;
Pessoa nascida; 4) Há necessidade de sucessão aberta, pois antes da
Passiva (recebe)
Nascituro morte caracterizaria pacto sucessório que é vedado no
ordenamento jurídico brasileiro;
5) Deve ser feita antes da partilha, pois após a
CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA partilha o herdeiro poderá fazer simples contrato de compra
e venda ou um contrato de doação;
Maior de 16 anos e os 6) É negócio jurídico aleatório;
Ativa (transmite)
plenamente capaz 7) A cessão deve ser de toda quota parte, se o
Pessoa nascida; herdeiro quiser fazer a cessão de um bem singularmente
Nascituro; deve haver a concordância dos demais herdeiros;
Pessoa Jurídica (já constituída 8) Há direito de preferência dos herdeiros que se
Passiva (recebe) ou em fase embrionária de quiserem pagar tanto por tanto.
constituição);
Fundação;
Prole eventual. 12. ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA

É o ato pelo qual o herdeiro declara se deseja receber a


9. INDIGNIDADE herança ou não, podendo ser tácita, presumida ou
expressa.
É uma pena civil que consiste na exclusão da sucessão
dos herdeiros ou legatários que tiverem determinados atos Não pode ser aceita a herança condicionalmente,
criminosos e ofensivos à pessoa, à dignidade ou aos dependendo de termo ou de encargo.
interesses do autor da herança, ou membros de sua família.

Podem ser declarados indignos os herdeiros legítimos, 13. RENÚNCIA


herdeiros testamentários e legatários estando as causas
previstas no artigo 1814 do Código Civil, sendo cabível a É o ato pelo qual o herdeiro declara expressamente que
figura do perdão por parte do hereditando. não deseja receber a herança, seja designando um
beneficiário ou não.

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A renúncia só pode se dar de forma expressa e


exigindo forma especial, que pode ser a instrumento público Regras Importantes:
(escritura pública) ou o termo judicial (termo nos autos do
inventário). 1) Todos os filhos possuem
direitos iguais;
Sucessão de 2) Há direito de representação;
14. HERANÇA JACENTE Descendentes 3) Os mais próximos excluem os
mais remotos, salvo os casos de
direito de representação.
Considera-se jacente, a herança cuja após a abertura
1) Não há direito de
da sucessão não seja transmitida a ninguém em razão da
representação para os
inexistência de testamento e de herdeiros legítimos
ascendentes;
notoriamente conhecidos.
2) Os mais próximos excluem os
mais remotos;
Não aparecendo nenhum herdeiro sucessível dentro do 3) Os ascendentes são
prazo de um ano contado da publicação do primeiro edital Sucessão de herdeiros por direito próprio;
(artigo 1820) a herança será declarada vacante, sendo que Ascendentes 4) A herança será dividida em
após cinco anos contados da abertura da sucessão esta linhas (materna e paterna).
incorpora-se definitivamente ao Município, Distrito Federal Obs.: A grande inovação sofrida
ou a União. neste código é o fato de que o
cônjuge concorrerá com os
CUIDADO – A HERANÇA VACANTE NÃO É ascendentes para o
INCORPORAD PELO ESTADO, APENAS PELO recebimento da herança.
MUNICIPIO, DF OU UNIAO. 1) Não pode estar separado
judicialmente;
2) Não pode estar separado de
Sucessão do fato há mais de dois anos;
15. SUCESSÃO LEGÍTIMA
Cônjuge 3) Se estiver separado há mais
de dois anos comprovar que a
SUCESSÃO POR CABEÇA E POR ESTIRPE culpa pela separação foi do
falecido.
Sucessão por cabeça: Quando todos os herdeiros são 1) Não ser casado no regime de
do mesmo grau, a sucessão é por cabeça, ou seja, a cada comunhão universal de bens ou
herdeiro do mesmo grau corresponde uma quota igual da no de separação obrigatória;
herança. 2) Ou se casado no regime de
comunhão parcial de bens, o
Sucessão por estirpe: Quando, ao contrário, Cônjuge autor da herança houver
concorrem na sucessão, descendentes que tinham com o concorrendo com deixado bens particulares;
de cujus grau de parentesco diferentes. Descendente 3) Não estar separado
judicialmente ou de fato há dois
HERDEIRO POR DIREITO PRÓPRIO E HERDEIRO anos salvo se prova neste caso
POR REPRESENTAÇÃO de que a convivência se tornou
impossível sem culpa sua.
Direito Próprio: Quando é chamado diretamente à
1) Participará da sucessão
sucessão, herda por direito próprio.
Sucessão dos somente quanto aos bens
Companheiros adquiridos onerosamente na
Por Representação: Quando representa um ascendente vigência da união estável.
(filho pré-morto ou declarado indigno) 1) Os mais próximos exlcuem os
mais remotos;
CASOS DE REPRESENTAÇÃO: 2) Concorrendo tios e sobrinhos
herdam os sobrinhos;
1) Na linha reta: quando o descendente for pré-morto, 3) Há direito de representação
for declarado por sentença judicial transitada em julgado, no caso o irmão pré-morto;
indigno, deserdado ou ausente; Sucessão dos 4) Concorrendo irmãos bilaterias
Colaterais com irmãos unilaterais estes
2) Na linha colateral, para que os sobrinhos venham herdam a metade;
representar os irmãos pré-mortos. 5) Concorrendo sobrinhos
bilaterais com sobrinhos
Não há direito de representação na sucessão unilaterais estes recebem a
testamentário. Deve-se lembrar ainda que a renúncia da metade.
herança também não gera direito de representação aos
descendentes daquele que a renunciou.
16. SUCESSÃO EM LINHA RETA 17. TESTAMENTO

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coercitivo e não suspensivo. (Ex.: Deixo meus bens para


É um ato unilateral, dito gratuito, solene e Fulano para ele cuidar de meu cão).
essencialmente revogável, produzindo efeito somente após
a morte do testador. Motivo certo: Deixa os bens para determinada pessoa
por conta de um ato ou situação realizada por esta.
FORMAS DE TESTAMENTOS

ORDINÁRIOS 20. REVOGAÇÃO E EXECUÇÃO DO


TESTAMENTO
Lavrado pelo tabelião no livro de
notas, contendo a declaração de Revogação expressa - Quando em testamento
vontade do testador, manifestada em posterior, o testador revoga total ou parcialmente as
Público presença do mesmo oficial e de duas
disposições de última vontade anteriormente feitas.
testemunhas desimpedidas. O
CEGO e o ANALFABETO só
Revogação tácita - Quando da atitude depreende-se
poderão testar na forma pública.
sua vontade de revogar disposições anteriores.
Também chamado secreto ou
místico, é o escrito pelo próprio
ROMPIMENTO DO TESTAMENTO
testador, ou por alguém a seu
rogo, com caráter sigiloso,
Cerrado É a constatação de sua ineficácia em decorrência de
completado pelo instrumento de
um fato superveniente previsto em lei, tal qual dispõe o
aprovação lavrado por oficial
artigo 1973 do Código Civil.
público, presente duas
testemunhas.
Feito em escrito particular do
testador, na presença de 03 21. INVENTÁRIO
Particular testemunhas sendo que para sua
confirmação após a morte deve estar É o processo judicial de levantamento e apuração dos
viva pelo menos uma testemunha. bens pertencentes ao falecido, que visa à realização do
Ocorrerá na existência, por exemplo, ativo e ao pagamento do passivo, a fim de repartir o
Particular de calamidade pública, peste, patrimônio do de cujus entre os seus herdeiros.
excepcional seqüestro, etc..., que o testador não
possa fazê-lo normalmente. SONEGADOS

Sonegados são os bens pertencentes ao espólio ou os


TESTAMENTOS ESPECIAIS adiantamentos de legítima feito em vida pelo de cujus, que o
herdeiro, o inventariante ou o cônjuge meeiro deixam de
Temos como especiais os testamentos marítimo, militar apresentar no inventário.
e aeronáutico.
Colação
18. CODICILOS
É a restituição à reserva legitimaria do valor das
É o ato de última vontade, em que seu autor dispõe liberalidades recebidas do autor da herança por seus
sobre assuntos de menor importância, despesas e descendentes, a fim de nivelar as legítimas de todos os
donativos de reduzido valor. Pode ainda nomear ou descendentes.
substituir testamenteiros, perdoar indigno, sufrágios da
alma. Partilha

É a repartição ou distribuição dos bens do falecido, que


19. DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS tem efeitos meramente declaratórios, pois os haveres do de
cujus transferem-se com o falecimento e
NOMEAÇÃO DE HERDEIRO independentemente da partilha, que se limita a esclarecer
os pertences de cada herdeiro.
Pura e simples: Aquela em que não há imposição de
qualquer cláusula, limitação ou modificação. Sobrepartilha: Havendo bens em lugar remoto, ou
natureza litigiosa, ou ainda, cuja liquidação seja incerta ou
Condicional: Aquela em que a pessoa só receberá difícil, poderão ficar para ser partilhado posteriormente.
herança se cumprir determinada condição, logo, há
subordinação a evento futuro e incerto.
Modo ou encargo: A nomeação sob encargo não tolhe
a aquisição do direito hereditário, sendo o encargo

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H) POSSE VELHA: é a posse de mais de ano e dia.


DIREITO DAS COISAS
I) POSSE NATURAL: posse natural é a posse de fato
sobre a coisa.
J) POSSE CIVIL: posse civil ou jurídica é a que assim se
CONCEITO: o direito das coisas é o complexo das considera por força de lei, sem necessidade de atos físicos
normas reguladoras das relações jurídicas entre os 4
ou materiais. Exemplo: constituto possessório.
homens, em face dos bens corpóreos suscetíveis de
1
apropriação. COMPOSSE: é a situação pela qual duas ou mais
pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DAS COISAS sobre a mesma coisa.
5
Exemplo: marido e mulher no
regime da comunhão de bens.
São características do direito das coisas: 1. sujeito ativo
determinado, 2. relação de poder sobre a coisa, 3. sujeito
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa
passivo indeterminado e 4. bens corpóreos suscetíveis de
indivisa poderá cada uma exercer sobre ela atos
apropriação pelo homem.
possessórios, contanto que não excluam os dos outros
compossuidores. (Lei n. 10.406/02)
POSSE
AQUISIÇÃO DA POSSE
• TEORIA SUBJETIVA: de autoria de Savigny, posse é o corpus
(contato físico com a coisa) e o animus domini (intenção de
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se
ter a coisa como sua).
torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer
dos poderes inerentes a propriedade. (Lei n. 10.406/02)
• TEORIA OBJETIVA: de autoria de Ihering, posse é o corpus
(visibilidade do domínio). LEGITIMIDADE PARA AQUISIÇÃO DA POSSE
TEORIA AUTOR DEFINIÇÃO • PESSOALMENTE: pela própria pessoa que a pretende
Objetiva Ihering Corpus ou por seu representante.
Subjetiva Savigny Corpus + animus
• POR TERCEIRO: por com mandato ou terceiro sem
DETENÇÃO: segundo a teoria subjetiva quando não mandato, dependendo de ratificação.
existe animus a situação será de detenção, já para a teoria
objetiva detenção é a posse degradada pela lei (art. 1.198 e PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
1.208, do Código Civil).
A) AUTOTUTELA: o possuidor turbado, ou esbulhado,
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força,
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço,
A) POSSE JUSTA: é a posse que não tem vício, como os não podem ir além do indispensável à manutenção, ou
vícios da violência, clandestinidade ou precariedade. 6
restituição da posse.
B) POSSE INJUSTA: é a posse com vício. • LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE: ocorre no caso de agressão
atual ou iminente, em caso de turbação da posse.
C) POSSE DIRETA: é quando o possuidor tem o contato
físico com a coisa. • DESFORÇO IMEDIATO: ocorre no caso de agressão
passada, desde que logo após o esbulho.
D) POSSE INDIRETA: é a que o proprietário conserva
2
quando cede a outrem o poder de fato sobre a coisa. B) HETEROTUTELA: é a possibilidade de propor as ações
possessórias.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em
seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, AÇÕES POSSESSÓRIAS (INTERDITOS POSSESSÓRIOS)
ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida,
podendo o possuidor direto defender a sua posse A) INTERDITO PROIBITÓRIO: o interdito proibitório é
contra o indireto. (Lei n. 10.406/02) remédio concedido ao possuidor direto ou indireto que tenha
justo receio de ser molestado na posse (art. 932 do
E) POSSE DE BOA-FÉ: é de boa-fé a posse, se o CPC).
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
3 B) MANUTENÇÃO DE POSSE: a ação de manutenção de
posse é considerada contra os incômodos ou turbações,
F) POSSE DE MÁ-FÉ: é aquela em que o possuidor sabe sendo incômodo (moléstia) qualquer atentado à posse
da existência de vício. legítima, consiste em fatos ou atos praticados contra a
vontade do possuidor. É preciso assim que o ato seja
G) POSSE NOVA: é a posse de menos de ano e dia. praticado com a intenção de exercer um direito sobre a

4
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo:
1
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2003, p.21
5
Saraiva, 2003, p.1 GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo:
2
ROSENVALD. Nelson. Direitos Reais. Rio de Janeiro: Impetus. 2004. p. 7 Saraiva, 2003, p.10
3 6
Lei n.10.406/02, art. 1.201 Lei n. 10.406/02, art. 1.210, §1º.

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coisa e com o ânimo de contrariar o gozo do possuidor. Sua PERDA DA POSSE


função é a de manter na posse e não de restituir nela quem
7
dela tenha sido privado. Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra
a vontade do possuidor, o poder sobre a coisa, ao qual se
C) REINTEGRAÇÃO DE POSSE: tem-se que esse interdito refere o art. 1.196. (Lei n. 10.406/02)
tem por escopo a recuperação da posse perdida ou
8
esbulhada. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não
presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS
abstém de retornar* a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
A) POSSUIDOR DE BOA-FÉ: o possuidor de boa-fé tem
violentamente repelido. (Lei n. 10.406/02) *retomar
direito aos frutos percebidos.
A posse é perdida também em razão do constituto
B) POSSUIDOR DE MÁ-FÉ: o possuidor de má-fé não tem possessório, conforme art. 1.267, parágrafo único, da Lei.
direito aos frutos, mas é merecedor das despesas de n. 10.406/02. (neste particular adotou-se a Teoria Subjetiva)
produção e custeio.
ESQUEMA DE DIREITO REAL E PESSOAL
PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA
PESSOAL REAL
A)POSSUIDOR DE BOA-FÉ: o possuidor de boa-fé não SUJEITO PASSIVO pessoa pessoa
responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não determinada indeterminada
9
der causa. MOMENTO acordo de tradição e
AQUISITIVO vontades transcrição
B) POSSUIDOR DE MÁ-FÉ: o possuidor de má-fé responde OBJETO obrigação direito sobre a
pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, coisa
salvo se provar que de igual modo se teriam dado, MANEIRAS DE autonomia de taxatividade
10
estando ela na posse do reivindicante. AQUISIÇÃO vontades
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO PELAS BENFEITORIAS DESCOBERTA: é um fato jurídico que resulta em
obrigação de fazer, ou seja, entregar coisa.
• NECESSÁRIAS: servem para a conservação da coisa.

• ÚTEIS: são aquelas que aumentam objetivamente o ACHÁDEGO: é o nome dado a recompensa.
valor do bem ou facilitam o uso.
PROPRIEDADE
• VOLUPTUÁRIAS: são as que só consistem em objetos CONCEITO: é o direito que a pessoa física ou jurídica
de luxo e recreio. tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor
de um bem, corpóreo ou incorpóreo, bem como de
14
A) POSSUIDOR DE BOA-FÉ: o possuidor de boa-fé tem reivindicá-lo de quem injustamente o detenha.
direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis,
bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem Assim, usar de uma casa é habitá-la; dela gozar, alugá-la;
pagas, a levanta-las, quando às puder sem detrimento da dela abusar ou dispor, demoli-la ou vendê-la. Usar de um
coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das quadro é empregá-lo na ornamentação da casa; dele gozar,
11
benfeitorias necessárias e úteis. exibi-lo em exposição a troco de dinheiro; dele dispor,
15
destruí-lo ou aliená-lo.
B) POSSUIDOR DE MÁ-FÉ: ao possuidor de má-fé serão
ressarcidos somente as benfeitorias necessárias; não lhe FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o
12
de levantar as voluptuárias. Art. 5º [...]
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
USUCAPIÃO: a posse é requisito fundamental, embora (CRFB/88).
não o único, para o usucapião. Desse modo, a aquisição da
propriedade pelo usucapião é um dos principais efeitos da
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE PROPRIEDADE
posse. Usucapir é adquirir a propriedade pela posse
13
continuada durante certo lapso de tempo.
A) ABSOLUTO: em razão de ser oponível erga omnes, e
ser o mais completo de todos os direitos reais.

B) EXCLUSIVO: o direito de seu titular é exercido sem


concorrência com outra pessoa.

7
PEREIRA. Carlos A. de Campos. A Disputa da Posse. São Paulo: Ltr, C) PERPÉTUO: EM RAZÃO DO DIREITO DE
2000, p.98 PROPRIEDADE SUBSISTIR INDEPENDENTEMENTE DE
8
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das EXERCÍCIO
Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.46
9
Lei n.10.406/02, art. 1.217
10
Lei n.10.406/02, art. 1.218
11 14
Lei n.10.406/02, art. 1.219 DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva,
12
Lei n.10.406/02, art. 1.220 2002, p.106
13 15
VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil Direitos Reais. São Paulo: Atlas, MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das
2004, p.127 Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.88

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TUTELA DO DOMÍNIO NÃO PODEM SER USUCAPIDOS: 1. Os bens insuscetíveis


de apropriação, 2. Legalmente inalienáveis e 3. Bens
AÇÃO REIVINDICATÓRIA: é ação do proprietário que tem públicos: a) de uso comum, b) de uso especial e c)
título, mas não tem posse, contra quem tem posse, mas dominicais.
16
não tem título.
SUSPENDE O PRAZO DA USUCAPIÃO: 1. Contra o incapaz
A ação reivindicatória é imprescritível, todavia, no caso de absolutamente e 2. Entre os cônjuges na constância do
usucapião não mais pode ser proposta a reivindicatória pelo casamento.
antigo proprietário. (Súmula 237 do STF). PRESSUPOSTOS

A) COISA HÁBIL OU SUSCETÍVEL DE USUCAPIÃO (RES


AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL HABILIS): não podem ser objeto de usucapião os bens
públicos e os bens fora do comércio.
A)MODO ORIGINÁRIO: a aquisição é direta não existindo
transmissão por outra pessoa. B) POSSE (POSSESSIO): com ânimo de dono, mansa,
pacífica e contínua. (teoria subjetiva)
B) MODO DERIVADO: a aquisição é realizada por um ato
de transmissão de outra pessoa. Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo
exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua
ORIGINÁRIOS posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que
todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242,
A) ACESSÃO: é modo originário de aquisição da com justo título e de boa-fé. (Lei n. 10.406/02)
propriedade, criado por lei, em virtude do qual tudo o que
se incorpora a um bem fica pertencendo ao seu C) DECURSO DO TEMPO (TEMPUS): de acordo com a
17
proprietário. espécie de usucapião.
1. FORMAÇÃO DE ILHAS: A formação de ilha no leito de D) JUSTO TÍTULO (TITULOS): é o documento que seria
rios não navegáveis dá origem à propriedade dos titulares capaz de transferir a propriedade se o possuidor fosse o
das margens ribeirinhas na proporção de suas testadas: in proprietário legítimo, exigido no caso da usucapião
sula in flumine nata. O fenômeno pode decorrer da ordinário.
sedimentação paulatina que faz nascer a ilha ou pelo
rebaixamento de águas que coloca o solo à mostra no leito E) BOA-FÉ (FIDES): exigida no caso da usucapião
18
do rio. ordinária.

2. ALUVIÃO: é o acrescentamento insensível que o rio


anexa tão vagarosamente às margens, que seria ESQUEMA (USUCAPIÃO)
impossível, num dado momento, apreciar a quantidade
19
acrescida. ESPÉCIE REQUISITOS
ordinário 10 anos + posse mansa, pacífica e
3. AVULSÃO: do latim avellere, avulsum, arrancar, é a ininterrupta + justo título + boa-fé
desagregação repentina de um trecho de terra por força ordinário 5 anos + posse mansa, pacífica e
natural violenta. É o incrementum patens atque conspicuum. ininterrupta + justo título + boa-fé +
Não se confunde, portanto, com a aluvião, acréscimo moradia ou investimento
20
vagaroso e imperceptível. extraordinário 15 anos + posse mansa, pacífica e
4. ABANDONO DE ÁLVEO: cuida-se de situação em que o ininterrupta.
rio seca ou se desvia.
21 extraordinário 10 anos + posse mansa, pacífica e
ininterrupta + moradia ou
5. PLANTAÇÕES E CONSTRUÇÕES: quando resulta de investimento
22 especial (pro 5 anos + posse mansa, pacífica e
trabalho do homem.
labore) ininterrupta + produtiva pelo trabalho
B) USUCAPIÃO: modo originário de aquisição do + área de até 50 hectares
domínio, através da posse mansa e pacífica, por especial (pró- 5 anos + posse mansa, pacífica e
23
determinado espaço de tempo, fixado na lei. moradia ou pro ininterrupta + não propriedade de
misero) imóvel + área de até 250 m²
coletivo 5 anos + posse mansa, pacífica e
16
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo: ininterrupta + baixa renda + moradia
Saraiva, 2003, p.86
17
+ impossível identificação + não
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo: propriedade de imóvel + área de mais
Saraiva, 2003, p.110
18
VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil Direitos Reais. São Paulo: Atlas, de 250 m²
2004, p.198 especial Aquele que exercer, por 2 (dois) anos
19
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das (abandono do lar ininterruptamente e sem oposição,
Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.111
20
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das conjugal) posse direta, com exclusividade,
Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.113 sobre imóvel urbano de até 250m²
21
VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil Direitos Reais. São Paulo: Atlas, (duzentos e cinquenta metros
2004, p.203 quadrados) cuja propriedade divida
22
DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva,
2002, p.130 com ex-cônjuge ou ex-companheiro
23
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.108

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que abandonou o lar, utilizando-o para simbólica: através de ato que representa a entrega da coisa
sua moradia ou de sua família, e c) ficta: quando o alienante retém a coisa por outro título.
adquirir-lhe-á o domínio integral,
desde que não seja proprietário de E) CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO:
outro imóvel urbano ou rural.
• CONFUSÃO: consiste na mistura de coisas líquidas,
pertencentes a diferentes proprietários.
O art. 2.028, das Disposições Transitórias preceitua que os
• COMISTÃO: consiste na mistura de coisas sólidas,
prazos do art. 1.238, parágrafo único e art. 1.242, parágrafo
pertencentes a diferentes proprietários.
único, ambos do CC serão acrescidos de 2 anos, nos dois
anos seguintes a entrada em vigor da Lei n.10.406/02. • ADJUNÇÃO: consiste na justaposição de uma coisa à
outra.
F) ESPECIFICAÇÃO: é o modo de adquirir a propriedade,
DERIVADOS mediante transformação de coisa móvel em espécie
nova, sendo impossível o retorno à forma primitiva.
A) REGISTRO DE TÍTULO: é o modo de aquisição dos
imóveis, existindo após o registro direito real. ESQUEMA (ESPECIFICAÇÃO)
PRINCÍPIOS
SITUAÇÃO SOLUÇÃO
• PUBLICIDADE: com o registro a transação imobiliária se Matéria-prima sua (toda Especificador dono, se a
torna pública, valendo contra terceiros. ou em parte) espécie nova não puder voltar à
forma originária.
• FORÇA PROBANTE: presume-se proprietário a pessoa Matéria-prima alheia + Especificador dono, se a
em cujo nome encontra-se registrado o imóvel. boa-fé espécie nova não puder voltar à
forma originária.
• TERRITORIALIDADE: é imperioso o registro no local em Má-fé ou possível voltar Especificador não é dono da
que se encontra o imóvel. à forma originária. espécie nova, mas se o preço da
mão de obra excede a espécie
• PRIORIDADE: visa proteger o primeiro título registrado, nova, o especificador paga
quem registra primeiro é o proprietário. indenização ao dono é fica com
PECULIARIDADES a espécie nova.
PERDA DA PROPRIEDADE
• MATRÍCULA: é exigência necessária no momento da
primeira alteração na propriedade do imóvel, desde o A) MODOS VOLUNTÁRIOS
advento da Lei n. 6.015/73.
• RENÚNCIA: é o ato unilateral pelo qual o titular, de
• REGISTRO: é o ato que efetivamente acarreta a modo expresso, abre mão da propriedade.
transferência da propriedade.
• ABANDONO: é o fato do titular abrir mão de sua
• AVERBAÇÃO: é necessária quando há modificação nas propriedade, em razão de seu comportamento.
características do imóvel ou do proprietário.
• ALIENAÇÃO: o proprietário, por vontade própria,
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL transfere a coisa ou direito a outrem por compra e venda,
24
doação, dação em pagamento, permuta etc.
A) USUCAPIÃO
B) MODOS INVOLUNTÁRIOS
ESPÉCIE REQUISITOS
ordinário 3 anos + posse mansa, pacífica e • PERECIMENTO DA COISA: tem-se que propriedade, em
ininterrupta + justo título + boa-fé última análise, é o poder do homem sobre a coisa. Se esta
extraordinário 5 anos + posse mansa, pacífica e perece, ou desaparece, extingue-se o direito por falte de
ininterrupta objeto. Dentre os casos de perecimento de imóvel, merece
ser mencionado o do campo definitivamente tomado pelas
25
B) OCUPAÇÃO: é a aquisição de res nullis (coisa que águas do mar, ou da submersão da ilha em pleno oceano.
nunca teve dono) ou res derelictae (coisa abandonada).
• DESAPROPRIAÇÃO: a desapropriação é um ato do
C) ACHADO DO TESOURO poder público, fundado em lei, por força do qual se retira
total o parcialmente um direito ou um bem inerente ao
DESCOBRIDOR LOCAL CONSEQÜÊNCIA patrimônio individual em benefício de um empreendimento
terceiro que prédio alheio metade ao dono do público. Em substância, é uma transformação dos direitos
encontra prédio e metade ao privados no interesse público, sob o princípio fundamental
casualmente. descobridor.
dono, operário do prédio próprio tudo do dono do
dono ou terceiro prédio.
não autorizado. 24
VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil Direitos Reais. São Paulo: Atlas,
2004, p.259
D) TRADIÇÃO: é o modo de aquisição da propriedade 25
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das
móvel, que pode ser: a) real: com a entrega da coisa, b) Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.170

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de estar o interesse do indivíduo subordinado ao interesse Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço
26
da coletividade. ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho.
§ 2o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas
DIREITO DE VIZINHA para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de
largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de
INTRODUÇÃO: São as regras que visam regular a relação
dois metros de altura de cada piso. (Lei n. 10.406/02)
entre vizinhos.

A) USO ANORMAL DA PROPRIEDADE B) PAREDES DIVISÓRIAS

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode
direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à assentar a parede divisória até meia espessura no terreno
segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor
provocadas pela utilização de propriedade vizinha. dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro fixará
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências a largura e a profundidade do alicerce. (Lei n. 10.406/02)
considerando-se a natureza da utilização, a localização do
prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações C) USO DO PRÉDIO VIZINHO
em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos
moradores da vizinhança. (Lei n. 10.406/02) Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado
a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio
B) ÁRVORE LIMÍTROFE aviso, para:
I - dele temporariamente usar, quando indispensável à
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua
presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios casa ou do muro divisório;
confinantes. II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que encontrem casualmente.
ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, § 1 O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza
o

até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno


ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos,
invadido.
poços e nascentes e ao aparo de cerca viva.
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho
§ 2 Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas
o
pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de
propriedade particular. (Lei n. 10.406/02) buscadas pelo vizinho, poderá ser impedida a sua entrada
no imóvel.
C) PASSAGEM FORÇADA: esse direito é assegurado ao § 3 Se do exercício do direito assegurado neste artigo
o

proprietário sem acesso para a via pública. Assiste-lhe,


provier dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento. (Lei
em tal situação, direito de obter passagem através de prédio n. 10.406/02)
27
alheio.
• Restrições: o proprietário poderá fazer restrições
D) LIMITE ENTRE PRÉDIOS E DIREITO DE TAPAGEM
quanto a horários e maneira de entrada.
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar
ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e CONDOMÍNIO GERAL
pode constranger o seu confinante a proceder com ele à
demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos CONCEITO: determinado direito pode pertencer a vários
apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, indivíduos ao mesmo tempo, caso em que se configura a
repartindo-se proporcionalmente entre os interessados comunhão. Se recair tal comunhão sobre um direito de
as respectivas despesas. propriedade tem-se, na concepção de Bonfante, o
o
§ 3 A construção de tapumes especiais para impedir a condomínio ou compropriedade, a que Clóvis considerou
passagem de animais de pequeno porte, ou para outro como um estado anormal da propriedade; uma vez que,
fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade tradicionalmente, a propriedade pressupõe assenhoramento
deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer de um bem com exclusão de qualquer outro sujeito, a
para as despesas. (Lei n. 10.406/02) existência de uma co-titularidade importa uma
28
anormalização de sua estrutura.
• Ação demarcatória: com fulcro nos artigos 946 a
966, do CPC. O que torna a demarcação um direito de • Transitório (pro diviso): a comunhão existe de
vizinhança é a obrigatoriedade da repartição das direito, mas não de fato, uma vez que cada condômino já
despesas entre os vizinhos. se localiza numa parte certa e determinada da coisa.
Exemplo típico de partes pro diviso é o do prédio cujos
DIREITO DE CONSTRUIR andares pertencem a proprietários diversos, o condomínio
29
nos edifícios de apartamentos.
A) DEVASSAMENTO DA PROPRIEDADE VIZINHA

26 28
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.176, DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva,
apud, Serpa Fagundes. 2002, p.184
27 29
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das
Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.140 Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.206

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• Permanente (pro indiviso): a comunhão perdura de • Deliberação: cuja unanimidade decidiu transformar o
fato e de direito, todos os condôminos permanecem na prédio num condomínio de forma tradicional, cada
indivisão, tanto juridicamente como de fato; os condôminos proprietário tornando-se senhor de uma parte ideal do todo.
30
não se localizam na coisa, que se mantém indivisa. Cancela-se no registro de Imóveis a autonomia dos
apartamentos; anula-se a Convenção Condominial, e
33
CONDOMÍNIO EDILÍCIO desaparece o regime de condomínio edilício.

CONCEITO: o regime dos condomínios edilícios se • Consolidação em uma pessoa: pode acontecer que
caracteriza por apresentar uma propriedade singular dos uma pessoa adquira todos os apartamentos, o que
apartamentos e andares, ao lado de uma comunhão extinguirá o condomínio.
necessária e inexorável do terreno e das partes comuns do
prédio. No que concerne às partes divididas e privadas, a PROPRIEDADE RESOLÚVEL
propriedade é singular e exclusiva, como a de uma casa
particular; entretanto, aquilo que surge como substrato do MODALIDADE CONSEQÜÊNCIA
sistema ou que deve por todos ser usado, como o terreno, cláusula de resolução adquirente não pode alegar
as colunas-mestras, a estrutura do prédio; os corredores, que consta no título prejuízo
escadas, elevadores, pátio, vestíbulo etc., é cláusula de resolução cabe indenização em desfavor
necessariamente comum, por se apresentar como condição que consta no do alienante
31
da existência e do funcionamento do sistema. superveniente
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
O condomínio e ente despersonalizado, sendo que o
síndico é o seu representante processual. Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel
de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de
INSTITUIÇÃO E CONSTITUIÇÃO DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO garantia, transfere ao credor. (Lei n. 10.406/02)

• Instituição: pode ser por ato entre vivos ou DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS
testamento, nos termos do art. 1.332, do CC.
A) SUPERFÍCIE: o direito de superfície nasce quando o
• Constituição: através de convenção de condomínio proprietário concede a outrem a prerrogativa de construir
que visa regular os direitos e deveres dos condôminos e ou plantar em seu terreno, por tempo determinado,
ocupantes do edifício. Por isso, é necessário a aprovação mediante escritura pública devidamente registrada no
de pelo menos 2/3 das frações ideais dos condôminos e 34
Cartório de imóveis.
pode ser feita por escritura pública ou instrumento particular,
todavia, para ser oponível contra terceiro deve ser B) SERVIDÕES: restrição imposta a um prédio, para
registrada no Cartório de Registro de Imóveis. uso e utilidade de outro pertencente a dono diverso [...]
nasce da vontade dos proprietários, não se confundindo
• Regulamento ou regimento interno: complementa a com as servidões legais, que são direitos de vizinhança
Convenção. Geralmente, contém regras minuciosas sobre o impostos coativamente. A voluntariedade é, pois, a
uso das coisas comuns e é colocado em quadros, no andar 35
essência da servidão.
térreo, próximo aos elevadores ou à portaria, fixados na
32
parede.
CLASSIFICAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO
• Contínuas: é exercida independente de ato humano.
• Síndico: é a pessoa física ou jurídica que administra o Exemplo: passagem de água (aqueduto).
condomínio edilício compete-lhe, dentre outras atribuições,
representar ativa e passivamente o condomínio, em juízo ou • Descontínuas: é aquela que depende de ato humano.
fora dele. Exemplo: tirar água.

Todos os anos ocorrerão à assembléia geral ordinária, • Aparentes: é aquela que se revelam por obras
que aprovará dentre outros assuntos o orçamento das exteriores, indispensáveis ao seu exercício, como a
despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação servidão de caminho por uma estrada que conduz ao prédio
36
de contas. dominante, ou ao aqueduto.

EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO • Não aparentes: são as que não se revelam por obras
externas, e seu exemplo clássico é a servidão altius non
• Destruição: havendo a destruição e a recusa dos tollendi, ou seja, a servidão de não construir acima de certa
37
condôminos a reconstrução, estará extinto o condomínio altura.
edilício existindo a forma de condomínio tradicional.
C) USUFRUTO, USO E HABITAÇÃO: são direitos de gozo ou
fruição sobre coisa alheia, merecendo estudo conjunto, pois

33
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.233
30 34
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil Direito das
Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.206 Coisas. São Paulo: Saraiva, 2003. p.251
31 35
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.205- GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo:
206 Saraiva, 2003, p.158
32 36
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Coisas vol. 3. São Paulo: RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.283
37
Saraiva, 2003, p.143 RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.283

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o uso e habitação são institutos mais restritos, porém da


mesma natureza, regidos pelo conteúdo geral mais amplo o C) ANTICRESE: é Instituição paralela ao penhor e à
38
usufruto. hipoteca, ficando a meio caminho entre ambos. Enquanto
no penhor típico se transfere a posse da coisa ao credor,
• Usufruto: no usufruto ocorre o desmembramento da que dela não pode se utilizar, e na hipoteca o bem continua
propriedade, cabendo ao usufrutuário os direitos de usar e na posse do devedor, na anticrese o credor assume
gozar da coisa e ao nu-proprietário os direitos de dispor e necessariamente a posse do bem para usufruir seus
de reaver a coisa. frutos, a fim de amortizar a dívida ou receber juros. O
credor anticrético recebe a posse de coisa imóvel frugífera,
45
• Uso: é uma espécie de usufruto de abrangência mais ficando os frutos vinculados à extinção da dívida.
restrita, pois é insuscetível de cessão e é limitado pelas
39
necessidades do usuário e de sua família.

• Habitação: consiste na faculdade de residir num


40
prédio, com sua família.

D) DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR: a promessa


irretratável de venda de um bem de raiz, desde que
registrada no Registro de Imóveis, confere ao promissário
comprador um direito real sobre a coisa vendida, direito real
cujo conteúdo é a oponibilidade erga omnes e a
41
possibilidade de alcançar a adjudicação compulsória.

DIREITOS REAIS DE GARANTIA


Conceito: o direito real de garantia é o que confere a
seu titular a prerrogativa de obter o pagamento de uma
dívida com o valor ou a renda de um bem aplicado
42
exclusivamente à sua satisfação.

Cláusula comissória: é a cláusula que prevê a


possibilidade do credor ficar com a coisa dada em garantia,
não é admitida no ordenamento pátrio, nos termos do art.
1.428, do CC.

A) PENHOR: constitui-se o penhor pela transferência


efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a
quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de
43
uma coisa móvel, suscetível de alienação.

B) HIPOTECA: a hipoteca é, basicamente, o direito real


que o devedor confere ao credor, sobre um bem imóvel de
sua propriedade ou de outrem, para que o mesmo
responda, preferencialmente ao credor, pelo resgate da
44
dívida.

Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:


I – os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente
com eles;
II – o domínio direto;
III – o domínio útil;
IV – as estradas de ferro;
V – os recursos naturais a que se refere o art. 230,
independente do solo onde se acham;
VI – os navios;
VII – as aeronaves.

38
VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil Direitos Reais. São Paulo: Atlas,
2004, p.455
39
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.312
40
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.312
41
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.312
42
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.335 45
43 VENOSA. Sílvio de Salvo. Direito Civil Direitos Reais. São Paulo: Atlas,
Lei n. 10.406/02, art. 1.431
44
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p.389 2004, p.544

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sua parte, será possível a execução por terceiro, além das


DIREITO DAS OBRIGAÇÕES perdas e danos. Este cumprimento por terceiro dependerá
de autorização judicial, sendo que apenas em caso de
1 – CONCEITO urgência poderá ser feito sem ordem judicial.
Trata-se do vínculo jurídico que se estabelece
entre credor e devedor, tendo como objeto uma prestação. 2.3 – OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
É a obrigação na qual o devedor assume a
A obrigação difere-se da responsabilidade, vez que obrigação de abster-se de praticar ato que legitimamente
esta passa a existir quando do cumprimento da primeira. poderia fazer se não se houvesse obrigado de forma
contrária.
2 – MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES
No caso de descumprimento sem culpa extingue-
2.1 – OBRIGAÇÃO DE DAR se a obrigação.

Em havendo culpa poderá o credor exigir que o


2.1.1 – OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA devedor desfaça sob pena de ser desfeito à sua custa
É a obrigação de entregar corpo certo e (dependente de ordem judicial). No caso de urgência
determinado. dispensa-se tal suprimento.

O credor não é obrigado a aceitar outra coisa ainda Sendo impossível o desfazimento e havendo culpa
que mais valiosa. A obrigação de dar coisa certa abrange os do devedor, converter-se-á a obrigação em perdas e danos.
acessórios da coisa, salvo acordo de vontade contrário
entre as partes.
2.4 – OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA
É a prestação em que há multiplicidade de objetos,
Se a coisa for destruída ou deteriorada sem culpa
em que o devedor se exonera satisfazendo uma das
de alguém, o prejuízo será suportado pelo dono da coisa
prestações.
seja ele o credor ou o devedor.
A escolha (também chamada concentração) será
Contudo, tendo o devedor deixado a coisa se
feita pelo devedor, caso estipulação em contrário. O credor
destruir ou deteriorar de forma culposa, responderá ele por
não pode ser obrigado a receber parte em uma prestação e
perdas e danos.
parte em outra se assim não se estipulou.
2.1.2 – OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA Ocorrendo a impossibilidade de uma prestação, do
É a prestação de entregar coisa incerta, mas devedor, a obrigação concentra-se na prestação
indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade. remanescente. Caso todas tenham se tornado impossíveis,
sem que haja culpa do devedor, a obrigação se extingue.
A escolha pela coisa cabe em regra ao devedor,
salvo ajuste em contrário. Havendo a impossibilidade de uma das prestações,
com culpa, com direito de escolha pertencente ao devedor,
Antes da escolha não se fala em perda ou a obrigação concentra-se na prestação remanescente, pois
deterioração da coisa, mas após a escolha passam a valer apenas significa que o devedor escolheu a outra prestação.
as regras da obrigação de dar coisa certa. Mas se a escolha era do credor, este poderá optar entre a
prestação remanescente ou o valor da que se impossibilitou
2.2. OBRIGAÇÃO DE FAZER mais perdas e danos.

2.2.1 – INFUNGÍVEL 2.5 – OBRIGAÇÃO CUMULATIVA


É a prestação que deve ser cumprida por devedor É a prestação em que há multiplicidade de objetos,
determinado, sob pena de perdas e danos. em que o devedor só se exonera satisfazendo todas as
prestações.
Caso a prestação se torne impossível sem culpa do
devedor, resolver-se-á esta. 2.6 – OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL
É a prestação em que o objeto pode ser dividido
Todavia, sendo este culpado pela inexecução da entre os sujeitos.
prestação responderá por perdas e danos.
Na obrigação divisível cada devedor responde
2.2.2 – FUNGÍVEL apenas pela sua parte na obrigação, assim como cada
É aquela na qual o devedor pode ser substituído credor recebe apenas a sua cota no cumprimento da
por outra pessoa no cumprimento da prestação. prestação.

Caso não cumpra a obrigação sem ocorrência de


culpa, resolver-se-á a obrigação, contudo, havendo culpa de

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2.7 – OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL devendo ser apenas reembolsado.


É a prestação que só pode ser cumprida por inteiro QUEM DEVE O pagamento deve ser feito ao credor ou
por conta da sua natureza, por motivo de ordem econômica RECEBER a quem legitimamente o represente.
ou alguma razão determinante do negócio jurídico. Considera-se válido o pagamento feito
ao credor putativo.
Cada devedor se obriga pela divida toda e por isso OBJETO DO O pagamento se faz com a prestação e
cada um deles pode ser cobrado pela divida toda, mas o PAGAMENTO tem como principio o fato de que o
que paga se sub-roga no direito do credor. credor não poderá ser obrigado a
receber prestação diversa da ajustada
No entanto, na pluralidade de credores, embora ainda que mais valiosa seja.
cada um deles possa exigir o cumprimento total da PROVA DO Elemento que comprova o pagamento,
prestação, o devedor pode exigir caução, ou então a PAGAMENTO tal qual um simples recibo de
presença de todos. pagamento.
LUGAR DO O pagamento em regra é feito no
2.8 – OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS PAGAMENTO domicilio do devedor (quérable). Pode,
É a prestação em que há multiplicidade de contudo, ser feito no domicílio do
credores ou de devedores, ou de uns e outros e cada um devedor (portable).
pode receber a quitação de toda. TEMPO DO O pagamento deve ser feito apenas na
PAGAMENTO data ajustada, salvo casos em que a lei
A solidariedade não se presume, resulta da lei ou autoriza vencimento antecipado. Se não
vontade das partes. houver estipulação o pagamento poderá
a) credores – nesta prestação cada credor terá ser exigido a qualquer momento.
direito à totalidade da prestação como se fosse o único
credor. 4.2 – MEIOS INDIRETOS DE PAGAMENTO
b) devedores – nesta prestação cada devedor
estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único
4.2.1 – PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
devedor.
Faz-se o pagamento em consignação quando o
credor se recusar a receber o que lhe é devido ou negar dar
3 – TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
quitação da dívida; se o credor estiver em lugar incerto e
não sabido; se duas ou mais pessoas estiverem se dizendo
3.1 – CESSÃO DE CRÉDITO credoras; quando o credor estiver em lugar de difícil acesso;
Negócio jurídico pelo qual o credor transfere o se houver litígio pendente sobre o objeto do pagamento e
crédito a terceiro, estranho ao negócio original, demais itens do artigo 335 do Código Civil.
independente de anuência do devedor, bastando a sua
notificação. Corresponde, portanto, ao depósito judicial ou em
estabelecimento bancário (dívida em dinheiro) da coisa
O cedente não responde ao cessionário pela devida, devendo ter para que valha como pagamento, todos
solvência do devedor, salvo ajuste de vontade. os elementos desta (pessoas, objeto, lugar, modo e tempo).

Responderá, entretanto, pela existência do crédito 4.2.2 – PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO


ao tempo da cessão, se esta foi onerosa, ou se gratuita,
Situação em que ocorre a substituição do credor
tiver agido de má-fé.
primitivo por novo credor que tem todos os direitos, ações,
privilégios e garantias do primitivo.
3.2 – ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Ocorre quando um terceiro assume a posição 4.2.3 – IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
jurídica do devedor, necessitando, nesta hipótese, da
Operação pela qual o devedor de vários débitos da
anuência expressa do credor.
mesma natureza, a um só credor, declara qual deles quer
extinguir, se todos forem líquidos e vencidos.
4 – ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS
OBRIGAÇÕES O direito à imputação do pagamento pertence ao
devedor, caso não o exerça, poderá o credor faze-lo no ato
4.1 – PAGAMENTO da quitação. Caso nenhum dos dois tenha se valido de tal
É aquilo que se objetiva numa relação obrigacional, prerrogativa a imputação será dita legal, feita através da lei,
ou seja, o seu cumprimento ou adimplemento. recaindo sobre a dívida vencida há mais tempo. Se todas
forem vencidas a mais tempo, recairá sobre a mais onerosa.
QUEM DEVE Qualquer interessado na extinção da
PAGAR dívida pode pagar, sub-rogando-se nos 4.2.4 – DAÇÃO EM PAGAMENTO
direitos do credor. Caso o pagamento Há dação em pagamento quanto no momento da
seja feito por terceiro não interessado, quitação da prestação o credor concorda em receber objeto
este não se sub-roga em tais direitos, diverso daquele inicialmente acordado em receber.

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4.3 – INSTITUTOS QUE PRODUZEM O MESMO 5.4 – CLÁUSULA PENAL


EFEITO DO PAGAMENTO Pacto pelo qual as partes contratantes estipulam,
de antemão, pena pecuniária ou não contra a parte
4.3.1 – NOVAÇÃO infringente da obrigação, como conseqüência de sua
Criação de uma nova obrigação, feita com objetivo inexecução culposa ou de seu retardamento, fixando assim,
específico de extinguir e substituir a antiga. o valor das perdas e danos e garantindo, o exato
cumprimento da obrigação principal.
Na novação pode-se alterar o objeto do pagamento
(novação objetiva) ou o sujeito da obrigação (novação 5.5 – ARRAS OU SINAL
subjetiva). Constituem a importância em dinheiro ou coisa
dada por um contratante ao outro, por ocasião da conclusão
4.3.2 – COMPENSAÇÃO do contrato, com o escopo de firmar a presunção de acordo
Ocorre quando existem dois créditos recíprocos final e tornar obrigatório o ajuste; ou ainda,
entre as mesmas partes. Se ambos os créditos forem de excepcionalmente, com o propósito de assegurar, para cada
mesmo valor, os dois desaparecem (total), caso sejam um dos contratantes, o direito de arrependimento.
diferentes os valores, o maior reduz à importância
correspondente do menor (parcial). Arras confirmatórias: sua principal função é
confirmar o contrato, que se torna obrigatório após sua
4.3.3 – CONFUSÃO entrega, não havendo nenhuma estipulação em contrário,
as arras consideram-se confirmatórias.
Quando na mesma pessoa recaírem as qualidades
de credor e devedor.
Arras penitenciais: as partes podem convencionar
o direito de arrependimento, neste caso as arras
A confusão também pode ser total ou parcial.
denominam-se penitenciais, porque atuam como pena
convencional, como sanção à parte que se valer dessa
4.3.4 – REMISSÃO
faculdade.
Liberalidade efetuada pelo credor, consistente em
exonerar o devedor do cumprimento da obrigação.

A remissão será sempre bilateral, já que o devedor


deve aceitar tal agraciamento, não pode ser feita em
prejuízo de terceiros, pode se dar através de ato inter vivos
ou causa mortis.

5 – INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

5.1 – MORA
Incidirá em mora o devedor que não paga ou
credor que não quer receber a prestação no tempo, lugar e
forma previstos.

A mora pode ser, portanto, do credor ou do


devedor.

5.2 – PERDAS E DANOS


Compreendem o que o devedor efetivamente
perdeu dano emergente e mais o que razoavelmente deixou
de lucrar.

5.3 – JUROS LEGAIS


Podem ser moratórios (1) ou compensatórios (2).

(1) Aqueles devidos em função da mora, ou seja,


do cumprimento defeituoso de uma prestação.

(2) São os decorrentes do uso do patrimônio alheio


e por isso são devidos mesmo quando o devedor cumpre
tempestiva e adequadamente a prestação.

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É o chamado contrato por terceiro ou a cargo de


CONTRATOS E ATOS UNILATERAIS terceiro. Aquele que promete fato de terceiro responderá por
perdas e danos no caso deste não o executar. Só se eximirá
CONTRATOS de tal responsabilidade se o terceiro tiver se obrigado e
faltar à prestação.
CONTRATOS: é o acordo de vontades, que visa
adquirir, modificar, ou extinguir relações jurídicas de
natureza patrimonial. VÍCIOS REDIBITÓRIOS

CONDIÇÕES DE VALIDADE São os defeitos ocultos na coisa, que a tornam


imprópria ao uso esperado ou lhe diminuem o valor.
A) REQUISITOS DE ORDEM GERAL: agente capaz, objeto
COISA MÓVEL Prazo para redibição ou abatimento é
lícito, possível, determinado ou determinável e forma de 30 dias (CC)
prescrita ou não defesa em lei. COISA IMÓVEL Prazo para redibição ou abatimento é
B) REQUISITO DE ORDEM ESPECIAL: acordo de vontades. de 1 ano (CC)
PRODUTOS E SERVIÇOS Prazo para redibição, abatimento ou
PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS DURÁVEIS substituição é de 90 dias (CDC)
PRODUTOS E SERVIÇOS Prazo para redibição, abatimento ou
A) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE: existe uma NÃO DURÁVEIS substituição é de 30 dias (CDC)
ampla liberdade de contratar, sem interferência do
Estado.

B) PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS:


EVICÇÃO
ninguém é obrigado a contratar, mas se contratar deve
respeitar o combinado, pois os pactos devem ser
Dá-se a evicção quando o adquirente de uma coisa se
cumpridos (pacta sunt servanda). vê total ou parcialmente privado da mesma, em virtude de
sentença judicial que a atribui a terceiro, seu verdadeiro
C) PRINCÍPIO DA REVISÃO DOS CONTRATOS: podem as
dono. Portanto, a evicção resulta sempre de uma decisão
partes contratantes pedir a revisão do contrato pelo Poder judicial.
46
Judiciário, em razão da teoria da rebus sic stantibus.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Forma-se o contrato quando a proposta é aceita. O Trata-se do contrato de risco ou de sorte, sujeito a
contrato formação pela passagem das seguintes fases: evento futuro e incerto, pelo qual ambos os contratantes
submetem-se a uma álea, onde a probabilidade de perda ou
PROPOSTA: é a oferta (ou policitação). É uma de lucro é concomintante e depende de causalidade ou de
declaração receptícia de vontade, pela qual o responsável fatores contingentes.
pela oferta manifesta sua intenção de se considerar
vinculada, se a outra parte aceitar. CONTRATO PRELIMINAR

ACEITAÇÃO: é a formulação da vontade concordante do É o chamado pré contrato que se difere do contrato
oblato (pessoa a quem é dirigida a proposta), feita dentro do definitivo apenas em relação à forma, já que deverá conter
prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida. todos os requisitos essenciais do contrato a ser celebrado.

LOCAL DE CELEBRAÇÃO DOS CONTRATOS CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR


Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em Especie na qual no momento da conclusão do
que foi proposto (Código Civil) contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de
indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as
ESTIPUÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS obrigações dele decorrentes.
Essa indicação deve ser comunicada à outra parte
Espécie de contrato em que se beneficia um no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro
terceiro entranho à relação contratual. não tiver sido estipulado.
O que estipula em favor do terceiro pode exigir o
cumprimento da obrigação.
Se ao terceiro for deixado o direito de reclamar a EXTINÇÃO DO CONTRATO
execução do contrato, o estipulante não poderá exonerar o
devedor. A) RESILIÇÃO BILATERAL OU DISTRATO: é o término do
O terceiro pode ser substituído a todo tempo, por contrato por declaração de vontade de ambos os
ato inter vivos ou causa mortis independente da sua contraentes.
anuência. B) RESILIÇÃO UNILATERAL OU REVOGAÇÃO: existem
contratos que, por ser baseado em uma relação de
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO confiança, comportam dissolução pela simples

46
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.70

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declaração de vontade de uma só das partes, como o Segundo Beviláqua, a troca é o contrato pelo qual as
51
mandato. partes se obrigam a dar uma coisa por outra.
C) RESOLUÇÃO OU RESCISÃO: ocorre no caso do Na troca ou permuta aplica-se as mesmas disposições
descumprimento contratual por uma das partes, mediante da compra e venda, apenas com as duas ressalvas
ação judicial. previstas nos incisos do art. 533 do CC.
D) RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: existe no
caso de acontecimento extraordinário e imprevisível, DOAÇÃO
que acarretar em encargo extremo há uma das partes.
E) EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO: se uma das É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade,
partes não cumprir o acordo a outra pode rescindir o transfere seus bens para outra, que aceita.
contrato.
a) Doação pura, simples ou típica: não há qualquer
CONTRATOS EM ESPÉCIE encargo ao donatário.

COMPRA E VENDA b) Doação com encargo, modal ou onerosa: neste


caso o donatário tem alguma incumbência.
Equivale à troca de uma coisa por dinheiro.
c) Doação remuneratória: objetiva retribuir serviço
A) VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE: é prestado pelo donatário.
necessário o consentimento dos demais descendentes e do
cônjuge, sob pena de anulação do ato, no prazo de até 20 d) Doação em contemplação de casamento futuro
anos com base na súmula nº 494 do STF. (proter nuptias) ou condicional: é o presente de
casamento, bastando à realização do casamento.
B) VENDA “AD MENSURAM”: quando a venda é feita tendo
como elemento fundamental para o negócio a descrição da RESTRIÇÃO À LIBERDADE DE DOAR:
área/medidas do bem.
a) Doação de todos os bens do doador: é nula a
C) VENDA “AD CORPUS”: quando a preocupação das doação de bens, que resultem na miserabilidade do doador.
partes é vender e comprar coisa certa e discriminada, na
forma que existem objetivamente, sem que a circunstância b) Doação de parte inoficiosa: é nula a doação
de ter uma ou outra extensão (menção à área/medida) quanto à parte que exceder a metade da herança, pois
constitua motivo de maior relevo na formação do pertence aos herdeiros necessários.
47
consentimento.
c) Doação onde resulta prejuízo para os credores
D) CLÁUSULAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA: do doador: é a realizada por doador insolvente ou que
resulte na insolvência do doador.
• RETROVENDA: pela cláusula de retrovenda o vendedor
de coisa imóvel reserva-se o direito de recobrar, no prazo d) Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice: a
máximo de decadência de três anos, o que vendeu, doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser
restituindo o preço recebido, mais as despesas feitas pelo anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros
48
comprador. necessários, até dois anos depois de dissolvida a
52
sociedade conjugal.
• PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: é, segundo Caio Mário
da Silva Pereira, o pacto adjeto à compra e venda em que o LOCAÇÃO
comprador de coisa móvel ou imóvel fica com a REGULADA PELA LEI Nº 8.245/91 (LEI DO INQUILINATO)
obrigação de oferecê-la, por meio de notificação judicial ou
extrajudicial, a quem lha vendeu, para que este use do seu As disposições da Lei nº 8.245/91 aplica-se somente
direito de prelação em igualdade de condições com terceiro, às locações de prédios urbanos. Conforme o art. 1º da
49
no caso de pretender vende-la ou dá-la em pagamento. referida lei, considera imóvel urbano os imóveis destinados
à moradia ou ao comércio.
• VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: trata-se de
modalidade especial de venda de coisa móvel, em que o a) Locador: havendo mais de um locador ou mais de
vendedor tem a própria coisa vendida como garantia do um locatário, entende-se que são solidários se o
53
recebimento do preço. Só a posse é transferida ao contrário não se estipulou.
adquirente. A propriedade permanece com o alienante e
só passa àquele após o recebimento integral do preço.
50 b) Prazo: o contrato de locação pode ser ajustado por
qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou
54
TROCA OU PERMUTA superior a 10 (dez) anos.

c) Denúncia vazia: nas locações ajustadas por escrito


e por prazo igual ou superior a 30 (trinta) meses, a

47
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.165
48
VENOSA. Silvio de Salvo. Direito Civil Contratos em Espécie. vol III. São
51
Paulo: Atlas, 2003, p.75 GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Obrigações (Parte Especial -
49
DINIZ. Maria Helena. Direito Civil Brasileiro vol. 3. São Paulo: Saraiva, Contratos) vol. 6. São Paulo: Saraiva, 2003, p.75
52
2004, p.204 Lei n. 10.406/02, art. 550
50 53
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito das Obrigações (Parte Especial - Lei n. 8.245/91, art. 2º
54
Contratos) vol. 6. São Paulo: Saraiva, 2003, p.74 Lei n. 8.245/91, art. 3º

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resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado, outra pessoa (consignatário ou destinatário), em local
55 59
independentemente de notificação ou aviso. diverso daquele em que a coisa foi recebida.

Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o Recusa. O transportador pode recusar-se a transportar
contrato a qualquer tempo, concedido prazo de 30 (trinta) coisa cuja embalagem seja inadequada, que possa danificar
56
dias para desocupação. o veículo ou por em risco a saúde das pessoas e deve
recusar-se a transportar coisa que o transporte ou
d) Denúncia cheia: é quando a retomada do imóvel comercialização seja proibida (CC, arts. 746 e 747)
necessita de motivação, na hipótese de prazo inferior a 30
(meses), com fulcro no art. 47 da Lei nº 8.245/91. SEGURO
e) Aluguel: é livre a convenção de aluguel, vedada a Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga,
sua estipulação em moeda estrangeira e a sua vinculação mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse
57
à variação cambial ou ao salário mínimo. legítimo do segurado, relativo a pessoa ou coisa, contra
60
riscos predeterminados. Do seguro destaca-se:
Ação de despejo. É a medida cabível para reaver o imóvel
locado. a) Segurado: é o contratante que mediante o
pagamento de um prêmio obtém a transferência do risco
61
ARRENDAMENTO MERCANTIL OU LEASING para o segurador.

É, fora de dúvidas, uma espécie do gênero locação. b) Segurador: é o contratante que, assumindo o risco,
Trata-se de negócio jurídico complexo pelo qual a empresa, propõe-se a indenizar o segurado dos danos sofridos, na
62
necessitando de certo equipamento (ou mesmo de hipótese de sinistro. Deve ser uma sociedade anônima,
determinado imóvel), em vez de adquiri-lo consegue que sociedade mútua ou cooperativa, legalmente autorizada.
uma instituição financeira o faça, com o intuito de alugá-lo à
mesma empresa, por certo prazo, ao fim do qual o locatário c) Prêmio: é a contraprestação devida pelo segurado,
63
devolverá o equipamento locado; entretanto, do contrato ao segurador, em troca do risco por este assumido.
poderá constar, e ordinariamente consta, a possibilidade de
o locatário optar pela novação da locação, ou pela d) Risco: o objeto do negócio é o risco, que o
aquisição do mesmo equipamento por um preço assegurado transfere ao segurador. Através daquele
residual, que já foi estipulado no momento em que se desembolso limitado, o segurado adquire tranqüilidade
celebrou a avença.
58 resultante de persuasão de que o sinistro não o conduzira à
Recentemente (maio/2007) o TJSC, através dos ruína, pois os prejuízos, que porventura lhe advierem, serão
64
integrantes do Grupo de Câmaras de Direito Comercial, cobertos pelo segurador.
homologaram o Enunciado VII, estipulando que “a cobrança
antecipada do valor residual garantido (VRG) não e) Sinistro: é o desastre que ocorre com a pessoa ou
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil”. coisa segurada.

f) Apólice: é o instrumento do contrato de seguro que


EMPRÉSTIMO deverá conter: as condições gerais e as vantagens
garantidas pela seguradora, bem como consignar os riscos
A) COMODATO: é o empréstimo de coisa infungível.
assumidos; o valor do objeto do seguro; o prêmio devido ou
Tem como característica principal a gratuidade. pago pelo assegurado; o termo inicial e final de sua validade
ou vigência; o começo e o fim dos riscos por ano, mês, dia e
A) MÚTUO: é o empréstimo de coisa fungível. Presume-
hora; a extensão dos riscos, pois, se os limitar ou
se gratuito, mas admite a modalidade onerosa, passando a
particularizar, a seguradora não responderá por outros;
ser denominado mútuo feneratício.
casos de decadência, caducidade, eliminação ou redução
dos direitos do segurado ou do beneficiário; nome do
TRANSPORTE segurado e o do beneficiário e o quadro de garantia
aprovado pelo Departamento Nacional de Seguros Privados
a) Transporte de pessoas: é o contrato em que o e Capitalização (CC, art. 760; Dec.-Lei nº 2.063/40, arts.
transportador deve remover pessoa e sua bagagem de um 107 a 110).
65
lugar para outro, mediante remuneração.
A apólice pode ser nominativa, à ordem ou ao portador,
Responsabilidade. a responsabilidade contratual do salvo o seguro de pessoa que não pode ser ao portador.
transportador por acidente com o passageiro não é elidida (CC, art. 760)
por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. (CC
- art. 735 e Súmula nº 187 do STJ)
ATOS UNILATERAIS
b) Transporte de coisas: é aquele em que o expedidor
ou remetente entrega ao transportador determinado objeto 59
DINIZ. Maria Helena. Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2003,
para que, mediante pagamento de frete, seja remetido a p.454
60
Lei n. 10.406/02, art. 757
61
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.336
62
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.336
55 63
Lei n. 8.245/91, art. 46 RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.337
56 64
Lei n. 8.245/91, art. 46, § 2º RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.330
57 65
Lei n. 8.245/91, art. 17 DINIZ. Maria Helena. Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2003,
58
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.239 p.465

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A declaração unilateral de vontade é uma das fontes


das obrigações resultantes da vontade de uma só pessoa,
formando-se no instante em que o agente se manifesta com
intenção de se obrigar, independentemente da existência ou
não de uma relação creditória, que poderá surgir
66
posteriormente. São atos unilaterais:

a) Promessa de recompensa: é o ato de alguém que,


por anúncio público, dirigido a pessoa indeterminada, se
compromete a gratificar quem preencha certa condição ou
desempenhe certo serviço. A lei impõe ao promitente a
67
obrigação de cumprir o prometido (CC, art. 854).

b) Gestão de negócios: é a intervenção, não


autorizada, de uma pessoa (gestor de negócios) na direção
dos negócios de uma outra (dono do negócio), feita
segundo o interesse, a vontade presumível e por conta
68
desta última.

c) Pagamento indevido: é uma das formas de


enriquecimento ilícito, por decorrer de prestação feita,
espontaneamente, por alguém com o intuito de extinguir
uma obrigação erroneamente pressuposta, gerando ao
accipiens, por imposição legal, o dever de restituir, uma vez
estabelecido que a relação obrigacional não existia, tinha
cessado de existir ou que o devedor não era o solvens ou
69
que o accipiens não era o credor.

d) Enriquecimento sem causa: Aquele que, sem


justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
70
atualização dos valores monetários.

66
DINIZ. Maria Helena. Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2003,
p.510
67
RODRIGUES. Silvio. Direito Civil vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2002, p.389
68
DINIZ. Maria Helena. Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2003,
p.514
69
DINIZ. Maria Helena. Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2003,
p.520
70
Lei n. 10.406/02, art. 884

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O fato do serviço tem basicamente as mesmas


DIREITO DO CONSUMIDOR características que o fato do produto.
Em ambos os casos a responsabilidade é objetiva,
CONSUMIDOR independente de culpa. Já a responsabilidade do
profissional liberal será verificada mediante culpa.
Pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
VÍCIO DO PRODUTO
A coletividade de pessoas se é considerada
consumidor equiparado. São aqueles capazes de torná-lo impróprio ou
inadequados ao consumo, que contenham falha na
informação em razão de disparidade com as indicações
FORNECEDOR constantes do recipiente, embalagem ou mensagem
publicitária.
Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira bem como os entes despersonalizados. Todos os fornecedores são sujeitos passivos pelo
ressarcimento destes vícios, coobrigados e solidariamente.

DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR


VÍCIO DO SERVIÇO
Destacam-se entre estes direitos os seguintes:
São os que fazem com que o serviço se torne impróprio
1. Proteção da vida, saúde e segurança: produtos e
ao consumo ou lhe diminua o valor, bem como quando há
serviços prestados não podem expor o consumidor a riscos
diferença entre a informação dada e o serviço prestado.
quanto a sua integridade.
Prazos para eventuais reclamações – O prazo será de
2. Equilíbrio contratual: gera a possibilidade de se
90 dias para produtos e serviços duráveis e 30 dias para os
alterar clausulas que estabeleçam prestações
não duráveis.
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. Quando se tratar de produto ou serviço defeituoso o
prazo se exaure em 05 anos contados da data do
3. Inversão do ônus da prova: procura restabelecer a
conhecimento do dano e da sua autoria cumulativamente.
igualdade e o equilíbrio na relação processual em razão do
fornecedor, geralmente, dispor de melhores condições
técnicas e econômicas para a disputa judicial.
PUBLICIDADE
Publicidade é diferente de oferta, estando esta contida
PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA na primeira.
Os produtos e serviços oferecidos não poderão É proibida a publicidade enganosa: aquela que induza o
acarretar riscos à saúde e segurança dos consumidores, consumidor a erro sobre o produto ou serviço.
salvo aqueles que pela sua própria natureza apresentam em
É proibida a publicidade abusiva: aquela que se mostra
si um risco inerente.
discriminatória, se aproveita da inexperiência de criança,
Quando a risco no produto a informação deve ser desrespeita valores ambientais ou induza o consumidor a se
ostensiva. comportar de maneira prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.
Caso tome conhecimento dos riscos após a colocação
do produto ou serviço no mercado de consumo deverá
alertar a sociedade através de anúncios publicitários e
PRÁTICAS ABUSIVAS
também às autoridades.
São práticas comerciais que devem ser repelidas
quando da sua observância. Dentre elas destacam-se:
FATO DO PRODUTO
Condicionamento de fornecimento de produto ou
Fato do produto relaciona-se a dano (acidente) ao serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço: trata-
consumidor. se da conhecida venda casada, assim, proibi-se a
vinculação de produto ou serviço a outro, bem como, veda-
Todos os integrantes do ciclo produtivo-distributivo são
se a exigência de que o consumidor adquira quantidades
responsabilizados, excluindo-se inicialmente o comerciante
maiores do que as que ele necessita.
que somente o será quando for desconhecida a origem do
produto ou não tiver armazenado corretamente o mesmo. Recusa de atendimento: o fornecedor não pode recusar
a prestar o serviço ou a vender o produto a qualquer
Fato do produto, portanto, está relacionado a um
consumidor que se disponibilize a pagá-los desde que tenha
defeito do produto e não a um vício do produto.

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os produtos em estoque ou esteja habilitado a prestar o


serviço.
Fornecimento de produto não oferecido: é vedada a
prática de enviar ao consumidor produtos ou prestar
serviços não solicitados por ele.
Orçamento prévio: é necessário que se realize
orçamento prévio e também se tenha autorização expressa
do consumidor para execução de quaisquer serviços.

COBRANÇA DE DÍVIDAS
É um exercício regular de direito, mas deve ser feito de
forma comedida e sem excessos.

CLÁUSULAS ABUSIVAS
Tornam-as nulas de pleno direito, ainda que o
consumidor concorde com o seu conteúdo.
Destacam-se as que impossibilitem a exoneração da
responsabilidade do fornecedor o que quebra o equilíbrio
contratual.
As que subtraiam do consumidor a opção de
reembolso, as que estipulam a inversão do ônus da prova
em desfavor do consumidor, as que estipulam a arbitragem
de maneira arbitrária etc.

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C) somente deverá indenizar os lesados se tiver agido


QUESTÕES dolosamente.
D) deverá indenizar os lesados, pois é responsável pelo
01. Francis, brasileira, empresária, ao se deslocar do dano causado.
Rio de Janeiro para São Paulo em seu helicóptero
particular, sofreu terrível acidente que culminou com a 04. José, solteiro, possui três irmãos: Raul, Ralph e
queda do aparelho em alto-mar. Após sucessivas e Randolph. Raul era pai de Mauro e Mário. Mário era pai
exaustivas buscas, feitas pelas autoridades e por de Augusto e Alberto. Faleceram, em virtude de
empresas privadas contratadas pela família da vítima, acidente automobilístico, Raul e Mário, na data de
infelizmente não foram encontrados os corpos de 15/4/2005. Posteriormente, José veio a falecer em
Francis e de Adilson, piloto da aeronave. Tendo sido 1º/5/2006. Sabendo-se que a herança de José é de R$
esgotados os procedimentos de buscas e averiguações, 90.000,00, como ficará a partilha de seus bens?
de acordo com os artigos do Código Civil que regulam a A) Como José não possui descendente, a partilha deverá
situação supramencionada, é correto afirmar que o ser feita entre os irmãos. E, como não há direito de
assento de óbito em registro público representação entre os filhos de irmão, Ralph e Randolph
A) independe de qualquer medida administrativa ou judicial, receberão cada um R$ 45.000,00.
desde que seja constatada a notória probabilidade de morte B) Ralph e Randolph devem receber R$ 30.000,00 cada. A
de pessoa que estava em perigo de vida. parte que caberá a Raul deve ser repartida entre Mauro e
B) depende exclusivamente de procedimento administrativo Mário. Sendo Mário pré-morto, seus filhos Alberto e Augusto
quanto à morte presumida junto ao Registro Civil das devem receber a quantia que lhe caberia. Assim, Mauro
Pessoas Naturais. deve receber R$ 15.0000,00, e Alberto e Augusto devem
C) depende de prévia ação declaratória judicial quanto à receber R$ 7.500,00 cada um.
morte presumida, sem necessidade de decretação judicial C) Ralph e Randolph receberão R$ 30.000,00 cada um. O
de ausência. restante (R$ 30.000,00) será entregue a Mauro, por direito
D) depende de prévia declaração judicial de ausência, por de representação de seu pai pré-morto.
se tratar de desaparecimento de uma pessoa sem dela D) Ralph e Randolph receberão R$ 30.000,00 cada um. O
haver notícia. restante, na falta de outro colateral vivo, será entregue ao
Município, Distrito Federal ou União.
02. A condição, o termo e o encargo são considerados
elementos acidentais, facultativos ou acessórios do 05. Marcelo, brasileiro, solteiro, advogado, sem que
negócio jurídico, e têm o condão de modificar as tenha qualquer impedimento para doar a casa de
consequências naturais deles esperadas. A esse campo de sua livre propriedade, resolve fazê-lo, sem
respeito, é correto afirmar que quaisquer ônus ou encargos, em benefício de Marina,
A) se considera condição a cláusula que, derivando da sua amiga, também absolutamente capaz. Todavia, no
vontade das partes ou de terceiros, subordina o efeito do âmbito do contrato de doação, Marcelo estipula
negócio jurídico a evento futuro e incerto. cláusula de reversão por meio da qual o bem doado
B) se for resolutiva a condição, enquanto esta se não deverá se destinar ao patrimônio de Rômulo, irmão de
realizar, não vigorará o negócio jurídico, não se podendo Marcelo, caso Rômulo sobreviva à donatária. A respeito
exercer desde a conclusão deste o direito por ele dessa situação, é correto afirmar que
estabelecido. A) diante de expressa previsão legal, não prevalece a
C) o termo inicial suspende o exercício, mas não a cláusula de reversão estipulada em favor de Rômulo.
aquisição do direito e, salvo disposição legal ou B) no caso, em razão de o contrato de doação, por ser
convencional em contrário, computam-se os prazos, gratuito, comportar interpretação extensiva, a cláusula de
incluindo o dia do começo e excluindo o do vencimento. reversão em favor de terceiro é válida.
D) se considera não escrito o encargo ilícito ou impossível, C) a cláusula em exame não é válida em razão da relação
salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, de parentesco entre o doador, Marcelo, e o terceiro
caso em que se invalida o negócio jurídico. beneficiário, Rômulo.
D) diante de expressa previsão legal, a cláusula de
03. Mirtes gosta de decorar a janela de sua sala com reversão pode ser estipulada em favor do próprio doador ou
vasos de plantas. A síndica do prédio em que Mirtes de terceiro beneficiário por aquele designado, caso qualquer
mora já advertiu a moradora do risco de queda dos deles, nessa ordem, sobreviva ao donatário.
vasos e de possível dano aos transeuntes e moradores
do prédio. Num dia de forte ventania, os vasos de Mirtes 06. Rejane, solteira, com 16 anos de idade, órfã de mãe
caíram sobre os carros estacionados na rua, causando e devidamente autorizada por seu pai, casa-se com
sérios prejuízos. Jarbas, filho de sua tia materna, sendo ele solteiro e
Nesse caso, é correto afirmar que Mirtes capaz, com 23 anos de idade.
A) poderá alegar motivo de força maior e não deverá A respeito do casamento realizado, é correto afirmar
indenizar os lesados. que é
B) está isenta de responsabilidade, pois não teve a intenção A) nulo, tendo em vista o parentesco existente entre Rejane
de causar prejuízo. e Jarbas.

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B) é anulável, tendo em vista que, por ser órfã de mãe, C) Empresa locadora de veículos responde, civil e
Rejane deveria obter autorização judicial a fim de suprir o subsidiariamente, com o locatário, pelos danos por este
consentimento materno. causados a terceiro, no uso do carro alugado.
C) válido. D) Na ação de indenização por dano moral, a condenação
D) anulável, tendo em vista o parentesco existente entre em montante inferior ao postulado na inicial implica em
Rejane e Jarbas. sucumbência recíproca.

07. Acerca do instituto da posse é correto afirmar que 11. A proteção da pessoa é uma tendência marcante do
A) o Código Civil estabeleceu um rol taxativo de posses atual direito privado, o que leva alguns autores a
paralelas. conceberem a existência de uma verdadeira cláusula
B) é admissível o interdito proibitório para a proteção do geral de tutela da personalidade. Nesse sentido, uma
direito autoral. das mudanças mais celebradas do novo Código Civil foi
C) fâmulos da posse são aqueles que exercitam atos de a introdução de um capítulo próprio sobre os chamados
posse em nome próprio. direitos da personalidade.
D) a composse é uma situação que se verifica na comunhão Em relação à disciplina legal dos direitos da
pro indiviso, do qual cada possuidor conta com uma fração personalidade no Código Civil, é correto afirmar que
ideal sobre a posse. A) havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando
de morto, não é mais possível que se reclamem perdas e
08. A respeito da perfilhação é correto dizer que danos, visto que a morte põe fim à existência da pessoa
A) constitui ato formal, de livre vontade, irretratável, natural, e os direitos personalíssimos são intransmissíveis.
incondicional e personalíssimo. B) como regra geral, os direitos da personalidade são
B) se torna perfeita exclusivamente por escritura pública ou intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício
instrumento particular. poderá sofrer irrestrita limitação voluntária.
C) não admite o reconhecimento de filhos já falecidos, C) é permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no
quando estes hajam deixado descendentes. todo ou em parte, com objetivo altruístico ou científico, para
D) em se tratando de filhos maiores, dispensa se o depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá ser
consentimento destes. revogado a qualquer tempo.
D) em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos
09. Edgar, solteiro, maior e capaz, faleceu deixando direitos da personalidade das celebridades e das chamadas
bens, mas sem deixar testamento e contando com dois pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido utilizar o
filhos maiores, capazes e também solteiros, Lúcio e seu nome para finalidade comercial, ainda que sem prévia
Arthur. Lúcio foi regularmente excluído da sucessão de autorização.
Edgar, por tê lo acusado caluniosamente em juízo,
conforme apurado na esfera criminal. Sabendo se que 12. A empresa Cristal Ltda., atendendo à solicitação da
Lúcio possui um filho menor, chamado Miguel, assinale cliente Ruth, realizou orçamento para prestação de
a alternativa correta. serviço, discriminando material, equipamentos, mão de
A) O quinhão de Lúcio será acrescido à parte da herança a obra, condições de pagamento e datas para início e
ser recebida por seu irmão, Arthur, tendo em vista que Lúcio término do serviço de instalação de oito janelas e
é considerado como se morto fosse antes da abertura da quatro portas em alumínio na residência da
sucessão. consumidora. Com base no narrado acima, é correto
B) O quinhão de Lúcio será herdado por Miguel, seu filho, afirmar que
por representação, tendo em vista que Lúcio é considerado (A) o orçamento terá validade de trinta dias,
como se morto fosse antes da abertura da sucessão. independentemente da data do recebimento e aprovação
C) O quinhão de Lúcio será acrescido à parte da herança a pela consumidora Ruth.
ser recebida por seu irmão, Arthur, tendo em vista que a (B) Ruth não responderá por eventuais acréscimos não
exclusão do herdeiro produz os mesmos efeitos da renúncia previstos no orçamento prévio, exceto se decorrente da
à herança. contratação de serviço de terceiro.
D) O quinhão de Lúcio se equipara, para todos os efeitos (C) o valor orçado terá validade de dez dias, contados do
legais, à herança jacente, ficando sob a guarda e recebimento pela consumidora; aprovado, obriga os
administração de um curador, até a sua entrega ao contraentes, que poderão alterá-lo mediante livre
sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua negociação.
vacância. (D) uma vez aprovado, o orçamento obriga os contraentes e
não poderá alterado ou negociado pelas partes, que,
10. Em relação à responsabilidade civil, assinale a buscando mudar os termos, deverão fazer novo orçamento.
alternativa correta.
A) A responsabilidade civil objetiva indireta é aquela
decorrente de ato praticado por animais.
B) O Código Civil prevê expressamente como excludente do
dever de indenizar os danos causados por animais, a culpa
exclusiva da vítima e a força maior.

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campeão em aprovação ! DIREITO CIVIL

13. Franco adquiriu um veículo zero quilômetro em 15. A telespectadora Maria, após assistir ao anúncio de
novembro de 2010. Ao sair com o automóvel da certa máquina fotográfica, ligou e comprou o produto
concessionária, percebeu um ruído todas as vezes em via telefone. No dia 19 de março, a câmera chegou ao
que acionava a embreagem para a troca de marcha. seu endereço. Acerca dessa situação, assinale a
Retornou à loja, e os funcionários disseram que tal alternativa correta.
barulho era natural ao veículo, cujo motor era novo. A) A contar do recebimento do produto, a consumidora pode
Oito meses depois, ao retornar para fazer a revisão de exercer o direito de arrependimento no prazo prescricional
dez mil quilômetros, o consumidor se queixou que o de quinze dias.
ruído persistia, mas foi novamente informado de que se B) Mesmo que o produto não tenha defeito, se Maria se
tratava de característica do modelo. Cerca de uma arrepender da aquisição e desistir do contrato no dia 25 de
semana depois, o veículo parou de funcionar e foi março do mesmo ano, os valores eventualmente pagos, a
rebocado até a concessionária, lá permanecendo por qualquer título, deverão ser devolvidos, monetariamente
mais de sessenta dias. Franco acionou o Poder atualizados.
Judiciário alegando vício oculto e pleiteando C) Se, no dia 26 de março do mesmo ano, a consumidora
ressarcimento pelos danos materiais e indenização por pretender desistir do contrato, não poderá fazê lo, pois,
danos morais. Considerando o que dispõe o Código de além de o prazo decadencial já ter fluído, os contratos são
Proteção e Defesa do Consumidor, a respeito do regidos pelo brocardo pacta sunt servanda.
narrado acima, é correto afirmar que, por se tratar de D) Após o prazo de desistência, que é decadencial, Maria
vício oculto, não poderá reclamar de vícios do produto ou de
(A) o prazo decadencial para reclamar se iniciou com a desconformidades entre a oferta apresentada e as
retirada do veículo da concessionária, devendo o processo características do bem adquirido, a não ser que exista
ser extinto. garantia contratual.
(B) o direito de reclamar judicialmente se iniciou no
momento em que ficou evidenciado o defeito, e o prazo
decadencial é de noventa dias.
(C) o prazo decadencial é de trinta dias contados do
momento em que o veículo parou de funcionar, tornando-se
imprestável para o uso.
(D) o consumidor Franco tinha o prazo de sete dias para
desistir do contrato e, tendo deixado de exercê-lo, operou-
se a decadência.
GABARITO
14. Martins celebrou negócio jurídico com a empresa 01 C 09 B
Zoop Z para o fornecimento de dez volumes de
determinada mercadoria para entretenimento infantil. 02 D 10 B
No contrato restava estabelecido que Martins vistoriara
03 D 11 C
toda mercadoria antes da aquisição e que o consumidor
retiraria os produtos no depósito da empresa. 04 C 12 C
Considerando tal situação fictícia, assinale a alternativa
correta à luz do disposto na Lei nº. 8.078/90, de acordo 05 A 13 B
com cada hipótese abaixo apresentada:
06 C 14 B
A) A garantia legal do produto independe de termo expresso
no contrato, bem como é lícito ao fornecedor estipular que 07 D 15 B
se exime de responsabilidade na hipótese de vício de
qualidade por inadequação do produto, desde que fundada 08 A
em ignorância sobre o vício.
B) É nula de pleno direito a cláusula contratual que exonere
a contratada de qualquer obrigação de indenizar por vício
do produto em razão de ter sido a mercadoria vistoriada
previamente pelo consumidor.
C) O contrato poderia prever a impossibilidade de
reembolso da quantia por Martins, bem como ter transferido
previamente a responsabilidade por eventual vício do
produto, com exclusividade, ao fabricante.
D) A Zoop Z tem liberdade para estabelecer
compulsoriamente a utilização de arbitragem, bem como
exigir o ressarcimento dos custos de cobrança da obrigação
de Martins, sem que o mesmo seja conferido contra o
fornecedor.

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RODOLFO FERREIRA PINHEIRO CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988: promulgada, escrita,


analítica, formal, dogmática, eclética e rígida.
1. TEORIA GERAL
CONSEQÜÊNCIAS DO ADVENTO DE NOVA CONSTITUIÇÃO

CONSTITUCIONALISMO
FENÔMENOS
(ALEXANDRE DE MORAES)
É uma experiência eterna que todo o homem que tem
é o nome técnico que se dá à
poder é levado a dele abusar: ele o faz até que encontra manutenção em vigor, perante
limites (Montesquieu). uma nova ordem jurídica, da
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO Constituição anterior, que,
PODER CONSTITUINTE
porém perde sua hierarquia
constitucional para operar
A elaboração da teoria do poder constituinte surge na
como legislação comum.
mente de Sieyès no panfleto Qu’est-ce que lê tiers état? o
consiste no acolhimento que
que é o terceiro Estado?
RECEPÇÃO uma nova constituição posta
CLASSIFICAÇÃO em vigor dá às leis e atos
é aquele que instaura uma nova ordem normativos editados sob a
A) ORIGINÁRIO jurídica, rompendo, por completo, com a égide da Carta anterior, desde
ordem jurídica precedente que compatíveis consigo.
é o poder de revisão, de reformulação do é o nome que se dá ao
Texto Constitucional, bem como o Estado- fenômeno que ocorre quando
B) DERIVADO
Membro de uma Federação de elaborar uma norma revogadora de
sua própria Constituição REPRISTINAÇÃO outra anterior, que, por sua vez,
tivesse revogado uma mais
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO antiga, recoloca esta última
A) INICIAL: estabelece uma nova ordem jurídica. novamente em estado de
B) AUTÔNOMO: é independente de qualquer norma jurídica produção de efeitos.
existente.
C) ILIMITADO JURIDICAMENTE E SOBERANO: não sofre qualquer APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
limitação em sua atuação por norma pré-existente.
CLASSIFICAÇÃO DE JOSÉ AFONSO DA SILVA
PODER CONSTITUINTE DERIVADO são aquelas normas da Constituição
A) NÃO-INICIAL: não estabelece uma nova ordem jurídica. que, no momento em que esta entra
B) LIMITADO JURIDICAMENTE: sofre limitação circunstanciais (estado A) EFICÁCIA PLENA em vigor, estão aptas a produzir
de defesa, estado de sítio e intervenção federal) e materiais todos os efeitos, independentemente
(cláusulas pétreas). de norma infraconstitucional.
embora tenham condições de,
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES quando da promulgação da nova
B) EFICÁCIA CONTIDA
Constituição, produzir todos os seus
ESQUEMA
efeitos, poderá a norma
A) QUANTO À SUA ORIGEM
infraconstitucional reduzir a sua
1. OUTORGADA impostas ao povo
2. PROMULGADA advindas da vontade do povo
abrangência.
B) QUANTO À FORMA
são aquelas normas que, de
1. ESCRITA codificadas em um texto único
imediato, no momento em que a
C) EFICÁCIA LIMITADA Constituição é promulgada, não têm
2. COSTUMEIRA são leis esparsas, jurisprudência e costume
C) QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO
o condão de produzir todos os seus
1. DOGMÁTICA são escritas e resumem dogmas vigentes efeitos, precisando de uma lei
2. HISTÓRICA formada com base na evolução dos costumes integrativa infraconstitucional.
D) QUANTO À SUA IDEOLOGIA
1. ORTODOXA formadas por uma só ideologia 2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
2. ECLÉTICA formadas por várias ideologias
E) QUANTO À SUA EXTENSÃO FUNDAMENTOS
1. SINTÉTICA enumera só os aspectos fundamentais do Estado
2. ANALÍTICA trás matérias desnecessárias na Constituição Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
F) QUANTO À SUA MUTABILIDADE indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
1. RÍGIDA procedimento especial de alteração constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
2. FLEXÍVEL alteração como lei ordinária fundamentos:
3. IMUTÁVEL não poder ser modificada I - a soberania;
II - a cidadania;
Alexandre de Morais classifica a Constituição de 88 em super-rígida,
III - a dignidade da pessoa humana;
em razão da existência de cláusulas pétreas. IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
G) QUANTO AO CONTEÚDO V - o pluralismo político.
1. MATERIAL possui normas estruturais e fundamentais Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
2. FORMAL basta o respeito ao processo de formação meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

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SD de PVC: soberania, dignidade da pessoa humana, que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de
pluralismo político, valores sociais do trabalho e da livre todos os demais direitos (Alexandre de Moraes).
iniciativa e cidadania. Proteção
A) Direito de não ser morto: proibição do aborto, proibição
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada e
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. direito a legítima defesa.
B) Direito à vida digna: respeito à integridade física e moral,
PODERES
proibição de tortura ou qualquer forma de tratamento
desumano ou degradante e vedação das penas de caráter
Art. 2º são Poderes da União, independentes e harmônicos
perpétuo, cruéis, trabalhos forçados e banimento.
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Súmula Vinculante n. 11: Só é lícito o uso de algemas em caso de
OBJETIVOS resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
do Brasil: responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se
II - garantir o desenvolvimento nacional; refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; 2. LIBERDADE
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, É a faculdade que uma pessoa possui de fazer ou não fazer
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. alguma coisa. Envolve sempre um direito de escolha entre
duas ou mais alternativas, de acordo com sua própria
PÉ CONGA: promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de vontade [...] Em termos jurídicos, é o direito de fazer ou não
discriminação, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as fazer alguma coisa, senão em virtude da lei. Um individuo é
desigualdades sociais e regionais, construir uma sociedade livre, livre para fazer tudo o que a lei não proíbe (Rodrigo Pinho).
justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional. Proteção
A) Liberdade de pensamento: O pensamento pertence ao
PRINCÍPIOS RELAÇÕES INTERNACIONAIS próprio indivíduo, é uma questão de foro íntimo. A tutela
constitucional surge no momento em que ele é exteriorizado
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações com a sua manifestação (Rodrigo Pinho).
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional; B) Liberdade de consciência e crença: A escusa de
II - prevalência dos direitos humanos; consciência, i.e., o direito de recusar-se a prestar
III - autodeterminação dos povos; determinadas imposições que contrariem as convicções
IV - não-intervenção; religiosas e filosóficas, pode acarretar a perda de direitos,
V - igualdade entre os Estados; na forma da lei, desde que haja recusa em cumprir
VI - defesa da paz; prestação alternativa (Ricardo Chimenti).
VII - solução pacífica dos conflitos; C) Liberdade de manifestação do pensamento: o
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
pensamento, em si, é absolutamente livre. A tutela
X - concessão de asilo político. constitucional surge no momento em que ele é exteriorizado
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a com a sua manifestação. Se o pensamento, em si, é
integração econômica, política, social e cultural dos povos da absolutamente livre, sua manifestação já não pode ser feita
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- de forma descontrolada, pois o abuso desse direito é
americana de nações. passível de punição (Rodrigo Pinho).
D) Liberdade de expressão coletiva: exercida através do
SIND NIC PRAC: solução pacífica dos conflitos, independência direito de reunião e associação.
nacional, defesa da paz, não-intervenção, igualdade entre os
Estados, cooperação entre os povos para o progresso da
E) Liberdade de profissão: é a livre escolha de atuação
humanidade, prevalência dos direitos humanos, repúdio ao profissional, podendo sofrer limitações estabelecidas em lei
terrorismo e ao racismo, autodeterminação dos povos e concessão infraconstitucional, já que o preceito constitucional é norma
de asilo político. de eficácia contida.
A República Federativa do Brasil buscará a integração F) Liberdade de locomoção: a liberdade de locomoção
econômica, política, social e cultural dos povos da América consiste no direito de ir e vir. A Constituição dispõe que é
Latina, visando à formação de uma comunidade latino- livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
americana de nações.
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens.
3. DIREITOS E GARANTIAS
Súmula Vinculante n. 25: É ilícita a prisão civil de
FUNDAMENTAIS depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.
3.1 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUIS E
3. IGUALDADE
COLETIVOS A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar
desigualmente aos desiguais na medida em que se
DIREITOS
desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à
desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da
1. VIDA
igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho ou da
O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais

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com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a de culto e a suas liturgias (garantia).
norma universal da criação, pretendendo, não dar a cada
um, na razão do que vale, mas atribuir o mesmo a todos, DIREITO DE PETIÇÃO E CERTIDÃO: são a todos assegurados,
como se todos se equivalessem. (Oração aos moços. p. 10-11) independentemente do pagamento de taxas:
Desigualdades a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
A) Diferença estabelecida pela Constituição direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
B) Princípio da razoabilidade: existência de um pressuposto b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
lógico e racional que justifique a desequiparação efetuada, defesa de direitos e esclarecimento de situações de
em consonância com os valores tutelados pela Constituição. interesse pessoal;
Exemplos: assentos reservados para gestantes, idosos e
REMÉDIOS: remédios de direito constitucional são meios
deficientes físicos nos transportes coletivos; preferência
para pessoas nas mesmas condições em filas de banco; colocados à disposição dos indivíduos pela Constituição
exigência de candidatos do sexo masculino para concurso para a proteção de seus direitos fundamentais. Esses meios
de ingresso na carreira de carcereiro de penitenciária são utilizados quando o simples enunciado de direitos
masculina ou de candidatas para o mesmo cargo em fundamentais não é suficiente para assegurar o respeito a
penitenciárias femininas (Rodrigo Pinho). eles. Esses remédios, quando visam provocar a atividade
jurisdicional do Estado, são denominados “ações
4. SEGURANÇA constitucionais”, porque previstas na própria Constituição
Os direitos relativos à segurança do indivíduo abrangem os (Rodrigo Pinho).
direitos subjetivos em geral e os relativos à segurança
1. HABEAS CORPUS: ação penal de natureza constitucional,
pessoal. Dentre os subjetivos em geral encontramos à
legalidade e à segurança das relações jurídicas. Os direitos cuja finalidade é prevenir ou sanar a ocorrência de violência
ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
relativos à segurança pessoal incluem o respeito à liberdade
pessoal, a inviolabilidade da intimidade, do domicílio e das abuso de poder (Ricardo Chimenti).
comunicações pessoais e a segurança em matéria jurídica ► conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém
(Rodrigo Pinho). sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
"a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode de poder.
constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas" (H.C.
70.814-5/SP, DJ de 24-6-1994, Rel. Min. Celso de Mello). Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a
5. PROPRIEDADE pena pecuniária seja a única cominada. (Súmula n. 693 do STF)
Em termos de direito constitucional, o direito de propriedade
é mais amplo, abrangendo qualquer direito de conteúdo 2. HABEAS DATA: a garantia não se confunde com o direito
patrimonial, econômico, tudo que possa ser convertido em de obter certidões (art. 5º, XXXIV, “b”), nem de informações
dinheiro, alcançando créditos e direitos pessoais (Rodrigo de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5º, XXXIII).
Pinho). Havendo recusa no fornecimento de certidões (para defesa
de direitos ou esclarecimentos de situações de interesse
"O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função pessoal, próprio ou de terceiros), ou informações de
social da propriedade" (STF. RE 178.836. Rel. Min. Carlos Velloso. terceiros o remédio próprio é o mandado de segurança e
DJ de 20-8-1999). não habeas data. Se o pedido for para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do
Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido impetrante, como visto o remédio será o habeas data
direito autoral, não-exigível quando a orquestra for de amadores. (Pedro Lenza).
(Súmula n. 386 STF) ►conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações
COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de
Somente no exame das circunstâncias do caso
caráter público;
concreto é que se poderá estabelecer qual direito deve
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-
prevalecer, por possuir uma maior relevância jurídica
lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
(Rodrigo Pinho). É importante utilizar o princípio da
ponderação de interesses. Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, letra a) se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
GARANTIAS (Súmula n. 2 STJ)
A distinção entre direitos e garantias fundamentais, 3. MANDADO DE SEGURANÇA: é uma ação constitucional de
remonta Rui Barbosa, ao separar as disposições meramente natureza civil, qualquer que seja a natureza do ato
declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos impugnado, seja ele administrativo, jurisdicional, criminal,
direitos reconhecidos, e as disposições assecuratórias, que eleitoral, trabalhista etc (Pedro Lenza).
são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder ► conceder-se-á mandado de segurança para proteger
(Alexandre de Moraes). direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus"
Art. 5º [...] ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
(direito) sendo assegurado o livre exercício dos cultos jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
► o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por:

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a) partido político com representação no Congresso Nas empresas de mais de duzentos empregados, é
Nacional; assegurada a eleição de um representante destes com a
b) organização sindical, entidade de classe ou associação finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
com os empregadores.
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados.
3.3 NACIONALIDADE
Direito líquido e certo: é aquele que se prova, documentalmente,
logo na petição inicial. Uma pesquisa na jurisprudência do STF O vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um
mostra que a terminologia está ligada à prova pré-constituída, a certo e determinado Estado, fazendo deste indivíduo um
fatos documentalmente provados na exordial. Não importa se a componente do povo, da dimensão pessoal deste Estado,
questão jurídica é difícil, complexa ou intrincada (Uadi Lammêgo
capacitando-o a exigir sua proteção e sujeitando-o ao
Bulos).
cumprimento de deveres impostos (Alexandre de Moraes).
4. AÇÃO POPULAR: é ação constitucional posta à disposição REGRAS DO BRASIL
de qualquer cidadão para a tutela do patrimônio público ou BRASILEIROS
de entidade de que o Estado participe, à moralidade a) brasileiro nato: art. 12, I, da CF.
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e b) brasileiro naturalizado: art. 12, II, da CF.
cultural, mediante a anulação do ato lesivo (Rodrigo Pinho). c) reciprocidade: português com residência permanente.
► qualquer cidadão é parte legítima para propor ação DISTINÇÕES
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou Feitas apenas pela Constituição.
de entidade de que o Estado participe, à moralidade PERDA DA NACIONALIDADE
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e a) cancelamento da nacionalidade.
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de b) aquisição voluntária de outra nacionalidade.
custas judiciais e do ônus da sucumbência. REAQUISIÇÃO
a) perda por cancelamento = ação rescisória.
Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. b) perda por aquisição voluntária = decreto presidencial.
(Súmula n. 365 do STF)
DISTINÇÕES ENTRE OS BRASILEIROS
5. MANDADO DE INJUNÇÃO: o mandado de injunção consiste
em uma ação constitucional de caráter civil e de CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO
procedimento especial, que visa suprir uma omissão do 1. Ministro do Supremo Tribunal Federal
Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um 2. Presidente e Vice-Presidente da República
direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na 3. Presidente da Câmara dos Deputados
Constituição Federal (Alexandre de Moraes). 4. Presidente do Senado Federal
► conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta 5. carreira diplomática
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 6. oficial das forças armadas
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 7. Ministro de Estado de Defesa
MP3.COM
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
FUNÇÃO: a Constituição Federal, igualmente
3.2 DIREITOS SOCIAIS
diferenciando o brasileiro nato do naturalizado, reserva aos
“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o primeiros (natos), seis assentos no Conselho da
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência República.
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência EXTRADIÇÃO: é o ato pelo qual um Estado entrega um
aos desamparados, na forma desta Constituição” (art. 6º, CF/88)
indivíduo, acusado de um delito, ou já condenado como
MISS PALMATE criminoso, à justiça de outro, que o reclama (a extradição
depende de requerimento de outro país) e que é
TRABALHADOR DIREITOS competente para julgá-lo e puni-lo (Ricardo Chimenti).
todos os trabalhadores enumerados no art. 7º, da CF nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
FIM D P²RAGA (FÉRIAS, caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
IRREDUTIBILIDADE, MÍNIMO, DÉCIMO de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
TERCEIRO, PATERNIDADE, entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
trabalhador doméstico
PREVIDÊNCIA, REPOUSO SEMANAL
EXPULSÃO: o art. 65, da Lei n. 6.815/80, entende
REMUNERADO, AVISO PRÉVIO,
passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma,
GESTANTE E APOSENTADORIA).
atender contra a segurança nacional, a ordem política ou
PECULIARIDADES social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia
É livre a associação profissional ou popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à
Sindicalização sindical, atendidos os requisitos da conveniência e aos interesses nacionais. Cabe
exclusivamente ao Presidente da República, por decreto,
Constituição Federal.
resolver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão
É assegurado o direito de greve, competindo
ou de sua revogação, ficando, contudo, o ato expulsório
direito de greve aos trabalhadores decidir sobre a
sujeito ao controle de Constitucionalidade e legalidade pelo
oportunidade de exercê-lo e sobre os
Judiciário, através do habeas corpus (Pedro Lenza).
interesses que devam por meio dele
defender. DEPORTAÇÃO: assim como os outros dois institutos
estudados, é outro modo de devolução do estrangeiro ao

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exterior. A diferença está no fato de não estar a deportação
ligada à prática de delito, mas sim aos casos de entrada ou A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14
voluntariamente do território nacional no prazo fixado, da Constituição Federal. (Súmula Vinculante n. 18)
consubstanciando verdadeira saída compulsória do
estrangeiro, para o país de sua nacionalidade ou IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO: são partes legitimas
procedência, ou para outro que consinta em recebê-lo para propô-la o Ministério Público, os partidos políticos, as
(Pedro Lenza). coligações e os demais candidatos (Ricardo Chimenti).

ENTREGA: encaminhamento de brasileiro ao Tribunal 1. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral
Penal Internacional, nos termos do art. 89, do Estatuto de no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação
com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
Roma.
2. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS DO BRASIL
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta má-fé.
1. a língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa
do Brasil LEIS ELEITORAIS: a lei que alterar o processo eleitoral
2. São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
entrará em vigor na data de sua publicação, não se
hino, as armas e o selo nacionais
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
3. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
vigência.
símbolos próprios

4. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
3.5 DIREITOS POLÍTICOS
A Constituição de 1988 adotou como forma de Estado o
São prerrogativa, atributos, faculdades, ou poder de federalismo, que na conceituação de Dalmo de Abreu
intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, Dallari é uma “aliança ou união”, baseada em uma
intervenção direta ou indireta, mais ou menos ampla, Constituição onde os Estados que ingressam na federação
segundo a intensidade do gozo desses direitos. São o Jus perdem sua soberania no momento do ingresso,
Civitatis, os direitos cívicos, que se referem ao Poder preservando, contudo, uma autonomia política limitada
Público, que autorizam o cidadão ativo a participar na (Rodrifo César Pinho).
formação ou exercício da autoridade nacional, a exercer o
direito de vontade ou eleitor, os direitos de deputados ou BENS
senador, a ocupar cargos políticos e a manifestar suas a) União: art. 20, da CF.
opiniões sobre o governo do Estado (Pedro Lenza). b) Estados: art. 26, da CF.

SOBERANIA POPULAR COMPETÊNCIAS


Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de (PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE)
representantes eleitos ou diretamente, nos termos da
ENTE FEDERATIVO INTERESSE
Constituição de 19881.
União Geral
DEMOCRACIA DIRETA Estados-membros Regional
a) plebiscito: é a consulta popular prévia; Municípios Local
b) referendo: é a submissão de atitude governamental já Distrito Federal Regional + Local
(art. 22, XVII, da CF)
manifesta ao povo que aprova ou rejeita;
c) iniciativa popular: pode ser exercida pela apresentação à ENTE FEDERATIVO COMPETÊNCIA
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no Administrativa
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído a) exclusiva: art. 21, da CF.
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três b) comum: art. 23, da CF.
décimos por cento dos eleitores de cada um deles União Legislativa
a) privativa:art. 22, da CF.
É de competência exclusiva do Congresso Nacional: autorizar b) concorrente: art. 24, da CF.
referendo e convocar plebiscito. (art. 49, XV, da CF) Municípios art. 30, da CF
Estados art. 25, § 1º, da CF
DEMOCRACIA INDIRETA
a) capacidade eleitoral ativa: o exercício do sufrágio dá-se
pelo voto que pressupõe: a) alistamento eleitoral na forma 5. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
da lei (título eleitoral); b) nacionalidade brasileira (portanto,
não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros – art. O sistema de separação de poderes, consagrado nas
14, §2º) c) idade mínima de 16 anos (art. 14, §1º, II, “c”); e Constituições de quase todo o mundo, foi associado à idéia
d) não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório de Estado Democrático e deu origem a uma engenhosa
(Pedro Lenza). construção doutrinária, conhecida como sistema de freios e
b) capacidade eleitoral passiva: a capacidade eleitoral contrapesos. Segundo essa teoria os atos que o Estado
passiva nada mais é do que a possibilidade de eleger-se, pratica podem ser de duas espécies: ou são atos gerais ou
concorrendo a um mandato eletivo. O direito de ser votado, são especiais. Os atos gerais, que só podem ser praticados
no entanto, só se torna absoluto se o eventual candidato pelo poder legislativo, constituem-se na emissão de regras
preencher todas as condições de elegibilidade para o cargo gerais e abstratas, não se sabendo, no momento de serem
ao qual se candidata e, ainda, não incidir em nenhum dos emitidas, a quem elas irão atingir. Dessa forma, o poder
impedimentos constitucionalmente previstos, quais sejam, legislativo, que só pratica atos gerais, não atua
os direitos políticos negativos (Pedro Lenza). concretamente na vida social, não tendo meios para

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cometer abusos de poder nem para beneficiar ou prejudicar MACETE: Eu Conheço O Diretor do MP DR
a uma pessoa ou a um grupo em particular. Só depois de
emitida a norma geral é que se abre a possibilidade de EMENDA CONSTITUCIONAL
atuação do poder executivo, por meio de atos especiais. O
executivo dispõe de meios concretos para agir, mas esta INICIATIVA
igualmente impossibilitado de atuar discricionariamente,
porque todos os seus atos estão limitados pelos atos gerais Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
praticados pelo legislativo. E se houver exorbitância de proposta:
qualquer dos poderes surge a ação fiscalizadora do poder I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
judiciário, obrigando cada um a permanecer nos limites de Deputados ou do Senado Federal;
sua respectiva esfera de competência (Pedro Lenza). II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das
5.1 PODER LEGISLATIVO unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
pela maioria relativa de seus membros.
O Poder Legislativo tem por atribuições típicas
principais elaborar as leis, exercer o controle político do QUORUM DE VOTAÇÃO
Poder Executivo e realizar a fiscalização orçamentária,
Art. 60 [...]
sendo esta última tarefa exercida com o auxílio dos
§ 2º. A proposta será discutida e votada em cada Casa do
Tribunais de Contas (Dalmo de Abreu Dallari). Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
ESQUEMA DO PODER LEGISLATIVO aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.
LEGISLATIVO PECULIARIDADES
Senado Federal (Eleitos pelo sistema LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS
majoritário simples, para mandato de 8)
Federal Câmara dos Deputados (Eleitos pelo Art. 60 [...]
sistema proporcional, para mandato de 4 § 1º. A Constituição não poderá ser emendada na vigência
anos) de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado
Assembléia Legislativa ou Câmara Distrital de sítio.
Estadual ou
(Eleitos pelo sistema proporcional, para
Distrital
mandato de 4 anos) LIMITAÇÕES MATERIAIS
Câmara dos Vereadores (Eleitos pelo
Municipal sistema proporcional, para mandato de 4 Art. 60 [...]
anos)
§ 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
LEGISLATIVO PECULIARIDADES
Senado Federal - cada Estado e o DF com 3
tendente a abolir:
senadores I - a forma federativa de Estado;
Câmara dos Deputados - cada Estado e o II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
Federal DF com direito a no mimo 8 e no máximo 70 III - a separação dos Poderes;
deputados IV - os direitos e garantias individuais.
Estadual ou até 12 deputados federais X3
Distrital mais de 12 deputados federais + 24 PROMULGAÇÃO
Depende do número de habitantes. Sendo o
Municipal numero mínimo 9 e o máximo 55 vereadores Art. 60 [...]
§ 3º. A emenda à Constituição será promulgada pelas
AUTORIDADES IMUNIDADES Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
Senadores e Deputados a) imunidades matérias com o respectivo número de ordem.
Federais b) imunidades formais
a) imunidades matérias PROPOSTA REJEITADA
Deputados Estaduais
b) imunidades formais
imunidades matérias na Art. 60 [...]
Vereadores
circunscrição do Município § 5º. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
FISCALIZAÇÃO
proposta na mesma sessão legislativa.
INSTRUMENTOS
Tribunal de Contas e Comissão Parlamentar de Inquérito 5.2 PODER EXECUTIVO
PROCESSO LEGISLATIVO
Ao Executivo cumpre o exercício da chefia do Estado,
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: da chefia de governo e a concretização material dos
I - emendas à Constituição; interesses da coletividade, compondo essas o rol de
II - leis complementares; funções típicas do poder. O Executivo, porém, executa
III - leis ordinárias; atipicamente funções primariamente confiadas aos outros
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias; dois Poderes. Ele também “legisla” ao editar medidas
VI - decretos legislativos; provisórias (CF, art. 62) e “julga” sempre que decide os
VII - resoluções. processos e procedimentos administrativos de sua alçada.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, No Brasil, como já visto, adota-se o sistema de governo
redação, alteração e consolidação das leis.
fundado no presidencialismo, e o Executivo é monocrático,

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uma vez que as funções de chefia do Estado e do governo da legalidade e igualdade, sem os quais os demais
estão confiadas a um só agente político (Ricardo Chimenti). tornariam-se vazios (Alexandre de Moraes).

EXECUTIVO PECULIARIDADES GARANTIAS DOS MEMBROS DA MAGISTRATURA

Eleito pelo sistema majoritário de maioria a) vitaliciedade: o juiz somente poderá perder seu cargo por
Federal decisão judicial transitada em julgado
absoluta para mandato de 4 anos
Estadual ou Eleito pelo sistema majoritário de maioria b) inamovibilidade: uma vez titular do respectivo cargo, o
Distrital absoluta para mandato de 4 anos juiz somente poderá ser removido ou promovido por
Eleito pelo sistema majoritário de maioria iniciativa própria, nunca ex officio de qualquer outra
absoluta (quando o número de eleitores for autoridade, salvo em uma única exceção constitucional por
Municipal
superior a 200.000 eleitores) para mandato motivo de interesse público e pelo voto da maioria absoluta
de 4 anos
do respectivo tribunal ou Conselho Nacional da Justiça,
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
assegurada ampla defesa.
c) irredutibilidade de subsídio : o salário, vencimentos, ou
O Presidente da República é quem exerce o Poder como denominado na Emenda Constitucional n. 19/98, o
Executivo Federal, auxiliado pelos Ministros de Estado de subsídio do magistrado não pode ser reduzido como forma
livre nomeação. de pressão, garantindo-lhe assim o livre exercício de suas
atribuições.
REQUISITOS: 1. brasileiro nato, 2. no gozo dos direitos
políticos, 3. ter no mínimo 35 anos, 4. alistamento eleitoral, ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO
5. domicílio eleitoral na circunscrição, 6. filiação partidária,
7. não conscrito ou analfabeto (sistema da maioria absoluta São órgãos do Poder Judiciário:
de votos). 1. Supremo Tribunal Federal;
ATRIBUIÇÕES: enumeradas no art. 84, da CF. 2. Superior Tribunal de Justiça;
3. Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IMPEDIMENTO E VACÂNCIA DOS CARGOS: o Presidente da 4. Tribunais e Juízes do Trabalho;
República será sucedido pelo Vice-Presidente no caso de 5. Tribunais e Juízes Eleitorais;
vaga, ou substituído, no caso de impedimento (art. 79). A 6. Tribunais e Juízes Militares;
vacância nos dá uma idéia de impossibilidade definitiva para 7. Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
assunção do cargo (cassação, renúncia ou morte), Territórios;
enquanto a substituição tem caráter temporário (por 8. Conselho Nacional de Justiça (EC N. 45/2004).
exemplo: doença, férias etc.) Assim, tanto na vacância
como no impedimento, o Vice-Presidente assumirá o cargo, 1. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
na primeira hipótese até final do mandato e, no caso de ■ COMPOSIÇÃO: 11 ministros.
impedimento, enquanto este durar (Pedro Lenza).
■ INGRESSO: 1. o Presidente da República irá escolher
VACÂNCIA DOS CARGOS DE PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE os ministros dentre os cidadãos brasileiros natos, com
DA REPÚBLICA: far-se-á eleição noventa dias depois de mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade, com notável
aberta a última vaga, ocorrendo a vacância nos últimos saber jurídico e reputação ilibada. 2. os ministros escolhidos
dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os deverão passar por sabatina no Senado Federal com
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo aprovação por maioria absoluta. 3. o Presidente da
Congresso Nacional, na forma da lei. República nomeará o aprovado na sabatina.
PERDA DO MANDATO: a perda do mandato do Presidente
■ COMPETÊNCIAS: art. 102, da CF.
e do vice somente ocorrerá nas seguintes hipóteses: a)
cassação (em virtude de decisão do Senado por crime de 2. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
responsabilidade, ou decisão judicial); b) extinção (morte,
renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda ■ COMPOSIÇÃO: mínimo 33 ministros.
da nacionalidade); c) declaração de vacância do cargo feita ■ INGRESSO: 1. o Presidente da República irá escolher
pelo Congresso Nacional (em virtude do não- os ministros dentre os cidadãos brasileiros, com mais de
comparecimento para tomar posse até 11-1); e d) ausência 35 anos e menos de 65 anos de idade, com notável saber
do País por mais de quinze dias sem licença do Congresso jurídico e reputação ilibada. (1/3 juízes dos TRF’s indicados
(art. 83), caso em que próprio Congresso decretada a em lista tríplice pelo STJ, 1/3 desembargadores dos TJ’s
perda. Por isso, a perda do mandato pode ser: a) natural indicados em lista tríplice pelo STJ e 1/3 advogados e
(extinção); b) punitiva (cassação); c) voluntária (não tomar membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
posse ou ausentar-se injustificadamente) (Ricardo Federal e Territórios indicados em lista sêxtuplo pelas
Chimenti). instituições ao STJ que enviará lista tríplice ao Presidente
da República) 2. os ministros escolhidos deverão passar por
5.3 PODER JUDICIÁRIO sabatina no Senado Federal com aprovação por maioria
absoluta. 3. o Presidente da República nomeará o
O Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos aprovado na sabatina.
previstos pela doutrina e consagrado como poder autônomo
e independente de importância crescente no Estado de ■ COMPETÊNCIAS: art. 105, da CF.
Direito, pois, como afirma Sanches Viamonte, sua função
3. JUSTIÇA FEDERAL: a) Tribunais Regionais Federais e
não consiste somente em administrar a Justiça, sendo mais,
b) Juízes Federais
pois seu mister é ser o verdadeiro guardião da Constituição,
com a finalidade de preservar, basicamente, os princípios

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CONSTITUCIONAL
■ INGRESSO: 2 juízes eleitos, dentre os
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS desembargadores do Tribunal de Justiça; 2 juízes eleitos,
dentre juízes de direito, pelo voto do Tribunal de Justiça; 1
■ COMPOSIÇÃO: mínimo 7 juízes. juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do
■ INGRESSO: 1. os lugares serão ocupados por Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz
brasileiros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos de federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional
idade (1/5 dentre advogados com mais de dez anos de Federal respectivo e 2 juízes nomeados pelo Presidente da
efetiva atividade profissional e membros do Ministério República (dentre seis advogados de notável saber jurídico
Público Federal com mais de dez anos de carreira os e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça).
demais, mediante promoção de juízes federais com mais de 6. JUSTIÇA MILITAR: a) Superior Tribunal Militar, b)
cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, Tribunais Militares e c) Juízes Militares.
alternadamente). 2. o Presidente da República nomeará os
juízes. SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
■ COMPETÊNCIAS: art. 108, da CF. ■ COMPOSIÇÃO: 15 membros.
4. JUSTIÇA DO TRABALHO: a) Tribunal Superior do ■ INGRESSO: 10 militares (3 oficiais-generais da
Trabalho, b) Tribunais Regionais do Trabalho e c) Juízes do marinha, 4 oficiais-generais do exército e 3 oficiais-generais
Trabalho. da aeronáutica) 5 civis brasileiros com mais de 35 anos de
idade (3 advogados de notório saber jurídico e conduta
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ilibada com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional
■ COMPOSIÇÃO: 27 ministros. e 2 por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros
do Ministério Público da Justiça Militar).
■ INGRESSO: 1. o Presidente da República irá escolher
os ministros dentre os cidadãos brasileiros, com mais de 7. JUSTIÇA ESTADUAL: a) Tribunal de Justiça e b) Juízes
35 anos e menos de 65 anos de idade, recrutados quando de Direito.
possível na respectiva região (1/5 dentre advogados com TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA
mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de ■ COMPOSIÇÃO: 50 desembargadores.
dez anos de carreira os demais, de juízes dos tribunais
regionais do trabalho, oriundos da magistratura da carreira, ■ INGRESSO: 1/5 dos lugares será ocupado por
indicados pelo Tribunal Superior do Trabalho) 2. os advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
ministros escolhidos deverão passar por sabatina no profissional e membros do Ministério Público do Estado com
Senado Federal com aprovação por maioria absoluta. 3. o mais de dez anos de carreira os demais, mediante
Presidente da República nomeará o aprovado na sabatina. promoção de juízes de direito, por antigüidade e
merecimento, alternadamente.
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
8. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA: a EC n. 45
■ COMPOSIÇÃO: mínimo 7 juízes. introduziu o art. 103-B à Constituição Federal e disciplinou o
denominado controle externo do Poder Judiciário, inserindo-
■ INGRESSO: 1. os lugares serão ocupados por o dentre os órgãos do Poder Judiciário (art. 92, I-A, da CF).
brasileiros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos de O art. 5º da EC n. 45 fixou prazo de transição de cento e
idade (1/5 dentre advogados com mais de dez anos de oitenta dias, contados de sua promulgação, para a
efetiva atividade profissional e membros do Ministério instalação do Conselho Nacional de Justiça (Ricardo
Público do Trabalho com mais de dez anos de carreira os Chimenti).
demais, mediante promoção de juízes do trabalho, por
antigüidade e merecimento, alternadamente). 2. o ■ COMPOSIÇÃO: 15 membros.
Presidente da República nomeará os juízes.
■ INGRESSO: com mandato de dois anos, admitida uma
■ COMPETÊNCIAS: art. 114, da CF. recondução. Serão indicados 9 juízes: 3 indicações do STF
5. JUSTIÇA ELEITORAL: a) Tribunal Superior Eleitoral, b) (1 presidente do STF, 1 desembargador de TJ e 1 juiz de
Tribunais Regionais Eleitorais, c) Juízes Eleitorais e d) direito); 3 indicações do STJ (1 ministro do STJ, 1 juiz de
TRF e 1 juiz federal) e 3 indicações do TST (1 ministro do
Juntas Eleitorais.
TST, 1 juiz de TRT e 1 juiz do trabalho), serão indicados 2
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL membros do Ministério Público: 1 membro do Ministério
■ COMPOSIÇÃO: mínimo 7 membros. Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da
República dentre os nomes indicados pelo órgão
■ INGRESSO: 3 juízes eleitos, pelo voto secreto, do competente de cada instituição estadual e 1 membro do
Supremo Tribunal Federal; 2 juízes eleitos, pelo voto Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral
secreto, do Superior Tribunal de Justiça e 2. escolhidos pelo da República, serão indicados 2 advogados pelo Conselho
Presidente da República (dentre seis advogados de notável Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e 2 cidadãos,
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um
Tribunal Federal). pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
Os membros do Conselho Nacional de Justiça serão
TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS aprovados por maioria absoluta do Senado Federal e
■ COMPOSIÇÃO: 7 juízes. nomeados pelo Presidente da República.

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■ ORGANIZAÇÃO: Presidente – Ministro Presidente do normativo, possuem um vício formal (produzido durante o
STF e na sua ausência o Vice-Presidente do STF, processo de sua formação), ou se possuem um vício em
Corregedor – Ministro do STJ e oficiando junto ao conselho seu conteúdo, qual seja, um vício material (Pedro Lenza).
atuam o Procurador-Geral da República e o Presidente do CONTROLE REPRESSIVO (PODER JUDICIÁRIO)
Conselho Federal da OAB.
● CONTROLE DIFUSO: o controle difuso, repressivo, ou
■ ATUAÇÃO: administrativa e financeira, nos termos do posterior, é também chamado de controle pela via de
art. 103-B, § 4º, da CF. exceção ou defesa, ou controle aberto, sendo realizado por
■ ATUAÇÃO: seus atos estão sujeitos a controle apenas qualquer juízo ou tribunal do Poder Judiciário. Quando
do Supremo Tribunal Federal. dizemos qualquer juízo ou tribunal, devem ser observadas,
é claro, as regras de competência processual, a serem
estudadas no processo civil. O controle difuso verifica-se em
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE um caso concreto e a declaração de inconstitucionalidade
dá-se de formal incidental (incidenter tantum),
O controle de constitucionalidade tem por pressupostos prejudicialmente ao exame do mérito (Pedro Lenza).
que a Constituição é a norma mais importante de um país e
por isso deve ter protegidos sua supremacia e os direitos e CONTROLE DIFUSO NO STF: a inconstitucionalidade de lei
garantias dela decorrentes. Dessa supremacia, oriunda ao federal, estadual, distrital ou municipal, reconhecida em
só do conteúdo da norma constitucional mas também do controle concreto, pode chegar ao STF por meio do recurso
processo especial que cerca a sua elaboração, decorre o extraordinário (art. 102, III, a, b e c, da CF) ou ordinário. Ao
princípio da compatibilidade vertical, segundo o qual a STF também é possível realizar o controle difuso quando
validade da norma inferior depende de sua compatibilidade estiver analisando ação de sua competência originária que
com a Constituição da República (Pedro Lenza). não tenha por objeto a declaração abstrata de
inconstitucionalidade de uma lei. Por fim, o recorrente
FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE deverá demonstrar a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim
A) VÍCIO FORMAL: como o próprio nome induz, a de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente
inconstitucionalidade formal se verifica quando a lei ou ato podendo recusá-la pela manifestação de dois terços dos
normativo infraconstitucional contiver um vício em sua seus membros.
“forma”, ou seja, em seu processo de formação, vale dizer,
no processo legislativo de sua elaboração. A Pela técnica da repercussão geral, questões
inconstitucionalidade formal é também conhecida como constitucionais que no caso concreto são apenas do
monodinâmica e pode aparecer em dois momentos do interesse do recorrente ou de um número reduzido de
processo legislativo: iniciativa ou nas fases posteriores pessoas poderão ser consideradas insuficientes para o
(Pedro Lenza). conhecimento do Recurso Extraordinário. Reconhecendo,
de forma definitiva, a inconstitucionalidade de lei ou ato
B) VÍCIO MATERIAL: vício material diz respeito à “matéria”, normativo em um caso concreto, o STF deve comunicar sua
ao conteúdo do ato normativo. Assim, aquele ato decisão ao Senado (art. 178 do RISF), o qual, no momento
normativo que afrontar alguma matéria da Lei Maior deverá em que julgar oportuno, editará resolução (art. 52, X, da CF
ser declarado inconstitucional, por possuir um vício material. e art. 91 do RI do Senado) suspendendo, no todo ou em
Não nos interessa saber aqui o procedimento de elaboração parte, a execução da norma (federal, estadual, distrital ou
da espécie normativa, mas, de fato, o seu conteúdo. Por municipal). Portanto, quem suspende, com efeito erga
exemplo, uma lei discriminatória que afronta o princípio da omnes, a execução de lei ou ato normativo julgado
igualdade. A inconstitucionalidade material é também inconstitucional pelo STF (Ricardo Chimenti).
conhecida como monoestática (Pedro Lenza).
PECULIARIDADES DO CONTROLE DIFUSO
FORMAS DE CONTROLE 1. efeitos da decisão: inter partes e ex tunc
2. resolução do Senado: erga omnes e ex nunc
CONTROLE PREVENTIVO: o controle preventivo da
constitucionalidade das propostas de emendas à CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: somente pelo voto
Constituição e dos projetos de lei, portanto, têm por da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
finalidade impedir que regras contrárias à Constituição respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
ingressem no ordenamento jurídico. São órgãos inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
controladores preventivos a Comissão de Constituição e Público (art. 97, da CF/88).
Justiça e Redação da Câmara e a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, cujos ● CONTROLE CONCENTRADO: o controle concentrado de
pareceres negativos em regra são conclusivos, salvo se o Constitucionalidade de lei ou ato normativo recebe tal
plenário os invalidar dando provimento a recurso denominação pelo fato de “concentrar-se” em um único
apresentado por, no mínimo 1/10 dos parlamentares da tribunal. Pode ser verificado em cinco situações: a) ADIn ou
Casa Legislativa a que pertence a comissão. Ademais, o ADI (ação direta de inconstitucionalidade genérica) – art.
próprio plenário da Casa pode rejeitar proposta 102, I, “a”; b) ADPF (argüição de descumprimento de
inconstitucional (Ricardo Chimenti). preceito fundamental) – art. 102, §1º; c) ADIn por omissão –
art. 103, §2º ; d) ADIn interventiva – art. 36, III (como
CONTROLE POSTERIOR OU REPRESSIVO: o controle posterior modificações introduzidas pela EC 45/2004); e) ADECON
ou repressivo será realizado sobre a lei e não mais sobre o ou ADC (ação declaratória de Constitucionalidade) – art.
projeto de lei, como ocorre no controle preventivo. Vale 102, I, “a”, e as alterações introduzidas pelas EC n. 3/93 e
dizer, os órgãos de controle verificarão se a lei, ou ato 45/2004 (Pedro Lenza).
normativo, ou qualquer ato com indiscutível caráter

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DIREITO
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CONSTITUCIONAL
Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,
citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o
ato ou texto impugnado. (art. 103, § 1º, § 3º, da CF)
ADI “O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, artigo
103, § 3º) deve ser entendido com temperamentos. O Advogado-
LEGITIMADOS ( ART. 103, DA CF/88)
Geral da União não está obrigado a defender tese jurídica se
1. Presidente da República
sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela sua
2. Mesa do Senado Federal inconstitucionalidade. Ação julgada procedente para declarar
3. Mesa da Câmara dos Deputados inconstitucional a Resolução Administrativa do Tribunal Regional do
4. Mesa de Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa do Trabalho da 6ª Região, tomada na Sessão Administrativa de 30 de
Distrito Federal abril de 1997". (ADI 1616/PE, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ de 24.
5. Governador do Estado ou do Distrito Federal 08. 01 p. 41)
6. Procurador-Geral da República
7. Conselho Federal da OAB
8. partido político com representação no Congresso Nacional 5.4 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
9. confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional
MINISTÉRIO PÚBLICO
ADI POR OMISSÃO: em síntese, a ação visa afastar, com
eficácia erga omnes, omissão quanto à medida normativa O Ministério Público é instituição permanente, essencial
necessária para tornar efetiva norma constitucional que não à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa
é de eficácia plena (e não para que sejam tomadas atitudes da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
administrativas concretas, a exemplo da construção de uma sociais e individuais indisponíveis.
escola ou de um posto de saúde) (Ricardo Chimenti).
A) PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS: unidade, a indivisibilidade e
ADC: Ação direta ou declaratória de constitucionalidade a independência funcional.
é o mecanismo de defesa abstrata do Texto Supremo pelo
qual se busca, na Corte Excelsa, o reconhecimento B) ESTRUTURA
expresso de que determinado ato normativo é constitucional ■ MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO: a) o Ministério Público
(Uadi Lammêgo Bulos). Federal, b) o Ministério Público do Trabalho, c) o Ministério
Público Militar e d) o Ministério Público do Distrito Federal e
O autor de ação declaratória de constitucionalidade deve Territórios.
demonstrar existência de controvérsia judicial na aplicação da
norma pelos tribunais ao questionar a norma perante o Supremo ■ MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS
Tribunal Federal (STF).
CHEFES DAS INSTITUIÇÕES
ADPF: Argüição de descumprimento de preceito ■ MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO:o Ministério Público da
fundamental é o mecanismo especial de controle de normas União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
que permite aos legitimados do art. 103 da Carta Maior nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes
levarem ao conhecimento do Pretório Excelso a ocorrência da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
de desrespeito às normas basilares da ordem jurídica (Uadi aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros
Lammêgo Bulos). do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a
CABIMENTO DA ADPF
recondução.
1. evitar lesão a preceito fundamental pela prática de ato do Poder ■ MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Público
E TERRITÓRIOS: os Ministérios Públicos dos Estados e o do
2. reparar lesão a preceito fundamental pela prática de ato do
Poder Público Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
3. reconhecera a relevância do fundamento da controvérsia integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
municipal, incluídos os anteriores à Constituição Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos,
permitida uma recondução.
PECULIARIDADES DO CONTROLE CONCENTRADO
CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
1. efeitos da decisão: erga omnes e ex tunc
2. ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e ■ COMPOSIÇÃO: 14 membros.
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria ■ INGRESSO: com mandato de dois anos, admitida uma
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela recondução. 1 Procurador-Geral da República será o
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado
presidente, 4 membros do Ministério Público da União,
(Art. 27, 9.868/99) assegurada a representação de cada uma de suas
3. não é necessária resolução do Senado para suspender a carreiras, 3 do Ministério Público Estadual, 2 juízes
eficácia da norma indicados 1 pelo STF e 1 juiz indicado pelo STJ, 2
advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos
O controle da constitucionalidade, em abstrato, das leis municipais Advogados do Brasil e 2 cidadãos, de notável saber jurídico
pode ser feito pelo STF por meio de argüição de descumprimento e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
de preceito fundamental. Deputados e outro pelo Senado Federal. Os membros do
Conselho Nacional do Ministério Público serão aprovados
PARTICIPAÇÃO IMPORTANTE
por maioria absoluta do Senado Federal e nomeados pelo
O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido
nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de Presidente da República.
competência do Supremo Tribunal Federal.

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ADVOCACIA com advocacia; 6. idoneidade moral; 7. prestar
compromisso perante o Conselho (art. 8º do Estatuto da OAB).
ADVOCACIA PÚBLICA: de acordo com EC n. 19/1998, a
DEFENSORIA PÚBLICA: é instituição que visa prestar
Secção II do Capítulo IV do Título IV da CF passa a
denominar-se “Da Advocacia Pública”; portanto, não mais assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
se intitula “Da Advocacia-Geral da União” [...] cabe à insuficiência de recursos.
Advocacia-Geral da União, diretamente, ou por órgãos ESTRUTURA: nos termos do art. 2º da referida LC, a
vinculados (que podem ser procuradorias de autarquias ou Defensoria Pública abrange: 1. a Defensoria Pública da
de outros órgãos autônomos): a representação da União, União, 2. a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
judicial e extrajudicialmente; a consultoria jurídica do Poder Territórios e 3. e as Defensorias Públicas dos Estados [...]
Executivo; o assessoramento do Poder Executivo. A Lei Existe Defensoria Pública Municipal? Não, assim como não
Complementar n. 73/1993 organizou a carreira da há MP e Judiciário municipais. O que existem são núcleos
Advocacia Geral da União (Ricardo Chimenti). da Defensoria Pública, tanto a Federal como a Estadual nos
1. ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO: é a instituição que, Municípios (ou deveria existir, tendo em vista o pouco
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a desenvolvimento da carreira, infelizmente...) (Pedro Lenza).
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia
termos da lei complementar que dispuser sobre sua funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
assessoramento jurídico do Poder Executivo. orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (art. 134,
§ 2º, da CF)
2. PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA:
a Procuradoria-Geral do Estado, subordinada ao Gabinete 6. DEFESA DO ESTADO E DAS
do Governador, e a instituição que, diretamente ou através
de órgão vinculado, representa o Estado judicial e INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e 1. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS:
funcionamento, as atividades de consultoria e dentro do grande tema “defesa do Estado e das instituições
assessoramento jurídico do Poder Executivo (art. 103, democráticas”, a CF/88 estabeleceu dois grupos: a)
CE/SC). instrumentos (medidas excepcionais) para manter ou
restabelecer a ordem nos momentos de anormalidades
CHEFES DAS INSTITUIÇÕES constitucionais, instituindo o sistema constitucional de
crises, composto pelo estado de defesa e estado de sítio
■ ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO: o cargo de chefe da AGU (legalidade extraordinária); b) defesa do País ou sociedade,
é o advogado-geral da União é de livre nomeação, através das Forças Armadas e da Segurança Pública
escolhido pelo Presidente da República, dentre os (Pedro Lenza).
brasileiros maiores de 35 anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada. A) ESTADO DE DEFESA o Presidente da República pode,
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
■ PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA: o Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
cargo de chefe da PGE é de livre nomeação, escolhido pelo prontamente restabelecer, em locais restritos e
Governador do Estado, dentre os brasileiros maiores de 35 determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas
anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 103, por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas
§1º, CE/SC). por calamidades de grandes proporções na natureza.
ADVOCACIA: a) indispensabilidade do advogado, que não
Restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida
é absoluta, como, por exemplo, na interposição do habeas
no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c)
corpus que dispensa o advogado; na revisão criminal; nos
sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; d)
denominados Juizados de “Pequenas Causas” (em âmbito
estadual, nas causas com valor de até vinte salários B) ESTADO DE SÍTIO: o Presidente da República pode,
mínimos [...] Lei n. 9.099/95 e, conforme a Lei n. 10.259 [...] ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais no Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para
âmbito da Justiça Federal, nas causas cíveis de até 60 decretar o estado de sítio nos casos de: 1. comoção grave
salários mínimos, de acordo com a possibilidade de de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
dispensa prevista no art. 10 [...] b) imunidade do advogado, comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado
que também não é irrestrita, devendo obedecer aos limites de defesa e 2. declaração de estado de guerra ou resposta
definidos na lei (Pedro Lenza). a agressão armada estrangeira.
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no em comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência
exercício da profissão, nos limites da lei. de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa, só poderão ser tomadas contra
REQUISITOS: 1. capacidade civil; 2. diploma ou certidão as pessoas as seguintes medidas: 1. obrigação de
de graduação em Direito, obtido em instituição de ensino permanência em localidade determinada; 2. detenção em
oficialmente autorizada e credenciada; 3. título de eleitor e edifício não destinado a acusados ou condenados por
quitação do serviço militar, se brasileiro; 4. aprovação em crimes comuns; 3. restrições relativas à inviolabilidade da
Exame de Ordem; 5. não exercer atividade incompatível correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação
de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e

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televisão, na forma da lei; 4. suspensão da liberdade de 1. POLÍCIA FEDERAL
reunião; 5. busca e apreensão em domicílio; 6. intervenção 2. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
nas empresas de serviços públicos e 7. requisição de bens. 3. POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL
4. POLÍCIAS CIVIS
5. POLÍCIAS MILITARES
6. CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES
MACETE 7. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
1. estado de Defesa = presidente Decreta depois há controle
político do congresso. SIGNIFICADO E AMPLITUDE: Ordem econômica é o
2. estado de Sítio = presidente Solicita ao congresso para depois conjunto de normas constitucionais que regulam as relações
decretar a medida. monetárias entre indivíduos e destes com o Estado. Seu
O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o
objetivo é organizar os elementos ligados à distribuição
término das medidas coercitivas. (art. 138, § 3º, da CF) efetiva de bens, serviços, circulação de riquezas e uso de
propriedade (Uadi Bulos).
2. FORÇAS ARMADAS
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, os seguintes princípios:
sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam- I - soberania nacional;
se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por II - propriedade privada;
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. III - função social da propriedade;
§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições IV - livre concorrência;
disciplinares militares. V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
Não há que se falar em violação ao art. 142, § 2º, da CF, se a diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços
concessão de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar e de seus processos de elaboração e prestação;
militar, volta-se tão-somente para os pressupostos de sua VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
legalidade, excluindo a apreciação de questões referentes ao VIII - busca do pleno emprego;
mérito." (RE 338.840, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-8- IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
03, DJ de 12-9-03) constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem públicos, salvo nos casos previstos em lei.
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se PECULIARIDADES
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
§ 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
que a lei lhes atribuir. público e indicativo para o setor privado.

VEDAÇÕES POLÍTICA URBANA

1. ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
2. o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
partidos políticos; tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
3. SEGURANÇA PÚBLICA: Segurança pública é a § 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório
para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento
manutenção da ordem pública interna do Estado. A ordem básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
pública interna é o inverso da desordem, do caos, da § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando
desarmonia social, porque visa preservar a incolumidade da atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
pessoa e do patrimônio. Paolo Barile associou a idéia de expressas no plano diretor.
ordem pública a uma situação de pacífica convivência § 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
social, distante das ameaças de violências ou sublevação, prévia e justa indenização em dinheiro.
que podem gerar, até mesmo, a curto prazo, a prática de § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
delitos. específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
Como a convivência harmônica reclama a preservação subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
dos direitos e garantias fundamentais, é necessário existir aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
uma atividade constante de vigilância, prevenção e II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
repreensão de condutas delituosas. A finalidade da progressivo no tempo;
segurança pública, pois, é manter a paz na adversidade, III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
preservando o equilíbrio nas relações sociais. Daí a Carta pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal,
de 1988 considerá-la um dever do Estado, direito e com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
responsabilidade de todos, sendo exercida, pelo polícia, e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
para preservar a ordem pública e a incolumidade das legais.
1
pessoas e do patrimônio.
REFORMA AGRÁRIA
ORGÃOS Conceito: é o programa de governo, levado a cabo mediante a
intervenção do Estado na economia agrícola, que, mantendo o
1
modo de produção existente, promoveu a repartição da
BULOS. Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p.1180.

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propriedade e da renda fundiária. 3. proteção ao trabalhador em situação de desemprego
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para involuntário.
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo 4. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos segurados de baixa renda.
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, 5. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano ou companheiro e dependentes.
de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma ASSISTÊNCIA SOCIAL
agrária: (PRESTADA PARA QUEM NECESSITAR)
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, 1. a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e
desde que seu proprietário não possua outra; à velhice.
II - a propriedade produtiva. 2. o amparo às crianças e adolescentes carentes.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela 3. a promoção da integração ao mercado de trabalho.
reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de 4. a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão 5. a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
independentemente do estado civil, nos termos e condições meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
previstos em lei. família, conforme dispuser a lei.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural 2. EDUCAÇÃO: A educação, direito de todos e dever do
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência Estado e da família, será promovida e incentivada com a
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
colaboração da sociedade, visando ao pleno
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
preservação do meio ambiente; da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Art. 205, da
III - observância das disposições que regulam as relações de CF).
trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos GRATUIDADE
trabalhadores. 1. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
2. educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5
(cinco) anos de idade.
8. ORDEM SOCIAL 3. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
PECULIARIDADES: Ao se examinar na Constituição gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
Federal o Título VIII, dedicado à ordem social, impressiona própria.
o grande número de matéria disciplinadas que têm por 4. progressiva universalização do ensino médio gratuito.
finalidade atender a vários segmentos da vida social. De 5. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
fato, este é um dos pontos em que a nossa Constituição
TRATAMENTO ESPECIAL
mais demonstra o seu caráter analítico e abrangente. Todos
1. atendimento educacional especializado aos portadores de
esses preceitos reguladores ou fixadores das bases da deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
nossa sociedade estão fundamentados no primado do 2. atendimento ao educando, em todas as etapas da educação
trabalho, princípio que unifica toda a ordem social e que tem básica, por meio de programas suplementares de material
por objetivo o bem- estar e a justiça social (Celso Ribeiro didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Bastos).
Súmula Vinculante n. 12. A cobrança de taxa de matrícula nas
ORDEM SOCIAL universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da
BASE É o primado do trabalho. Constituição Federal.
OBJETIVOS O bem-estar e a justiça social
3. CULTURA: O Estado garantirá a todos o pleno
1. SEGURIDADE SOCIAL: A seguridade social compreende exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos das manifestações culturais (Art. 215, da CF).
relativos à saúde, à previdência e à assistência social (Art.
194, da CF). PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
1. as formas de expressão; 2. os modos de criar, fazer e viver; 3.
SAÚDE as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 4. as obras,
(PARA TODOS) objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido manifestações artístico-culturais; 5.os conjuntos urbanos e sítios
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e paleontológico, ecológico e científico.
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e FORMAS DE PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
recuperação. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
2. SUS: União, Estados, DF e Municípios. protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários,
3. Instituições Privadas: podem participar do SUS através da registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
celebração de contratos ou convênios formas de acautelamento e preservação

PREVIDÊNCIA SOCIAL “A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício


(PARA OS INSCRITOS) de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão
1. cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade das manifestações, não prescinde da observância da norma
avançada. do inciso VII do artigo 225 da Constituição Federal, no que
2. proteção à maternidade, especialmente à gestante. veda prática que acabe por submeter os animais à

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crueldade. Procedimento discrepante da norma V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
constitucional denominada farra do boi” (STF. RE 153.513. respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
Rel. Ministro Francisco Rezek. DJ de 13.03.1998) quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica,
4. DESPORTO: É dever do Estado fomentar práticas incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento,
desportivas formais e não-formais, como direito de cada um sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou
abandonado;
(Art. 217, da CF).
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à
1. O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da drogas afins. (art. 123, § 3º, da CF)
justiça desportiva, regulada em lei.
2. A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, ÍNDIOS
contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,
4. CIÊNCIA E TECNOLOGIA: O Estado promoverá e costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários
incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
capacitação tecnológicas (Art. 218, da CF). demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles
CIÊNCIA = bem-estar público e progresso das ciências. habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
TECNOLOGIA = voltada principalmente para a solução dos atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias
produtivo nacional. a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições.
5. COMUNICAÇÃO SOCIAL: A manifestação do § 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se
a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das
pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer § 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os
restrição, observado o disposto nesta Constituição (Art. 220, potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais
da CF). em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do
Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
6. MEIO AMBIENTE: Todos têm direito ao meio ambiente lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e lei.
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder § 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
para as presentes e futuras gerações (Art. 225, da CF). § 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras,
salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de
7. FAMÍLIA: A família, base da sociedade, tem especial catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no
proteção do Estado (Art. 226, da CF). interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo
FAMÍLIA que cesse o risco.
1. homem e mulher casados.
2. homem e mulher em união estável. Todos os direitos reservados. É vedada a reprodução
3. um dos pais e seus descendentes. total ou parcial desta apostila, sem a autorização do
PRECEITOS autor, sob as penas da lei.
1. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (EC 66/10)
2. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher
3. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
ANOTAÇÕES
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão
do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e ________________________
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. ________________________
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JOVEM
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à ________________________
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à ________________________
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
________________________
crueldade e opressão.
________________________
O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
________________________
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
________________________
escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato ________________________
infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;
________________________
________________________
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CONSTITUCIONAL
c) A prisão em flagrante durante o dia é um limite a essa garantia,
________________________ mas apenas quando houver mandado judicial.
d) A prisão em quarto de hotel obedecendo a mandado judicial
________________________ pode se dar no período noturno.

_______________________ 7. (OAB-Brasil) Em relação aos remédios constitucionais,


QUESTÕES - FGV assinale a afirmativa correta.
a) O habeas data pode ser impetrado ainda que não haja negativa
1. TEORIA GERAL administrativa em relação ao acesso a informações pessoais.
1. (Inspetor da Polícia Civil/RJ) O Poder Constituinte Originário b) A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica.
tem por características ser: c) O particular pode figurar no polo passivo da ação de habeas
a) incondicionado e irrestrito. corpus.
b) permanente e limitado. d) O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando
c) primário e condicionado. as questões jurídicas forem incontroversas.
d) autônomo e restrito. 8. (OAB/Brasil) João, residente no Brasil há cinco anos, é
e) ilimitado e transitório. acusado em outro país de ter cometido crime político. Nesse
2. (Advogado/BADESC) Considerando os critérios de caso, o Brasil
classificação das constituições quanto à sua origem, a) pode conceder a extradição se João for estrangeiro.
estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição b) pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado e
Federal de 1988 é: tiver cometido o crime antes da naturalização.
a) promulgada, rígida e sintética. c) não pode conceder a extradição, independentemente da
b) outorgada, semi-rígida e analítica. nacionalidade de João.
c) promulgada, rígida e analítica. d) não pode conceder a extradição apenas se João for brasileiro
d) outorgada, semi-rígida e sintética. nato.
e) promulgada, flexível e analítica. 9. (OAB-Brasil) O habeas data não pode ser impetrado em favor
3. (Magistratura/TJ-MT) Assinale a afirmativa incorreta. de terceiro PORQUE visa tutelar direito à informação relativa à
a) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias pessoa do impetrante.
fundamentais têm aplicação imediata. A respeito do enunciado acima é correto afirmar que:
b) As normas constitucionais podem ter eficácia plena, contida e a) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a primeiro justifica a
limitada. segunda.
c) As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que b) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
desde a entrada em vigor da Constituição produzem, ou podem c) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
produzir, todos os efeitos essenciais, relativos aos interesses, d) ambas as afirmativas são falsas.
comportamentos e situações, que o legislador constitucional, direta 10. (Advogado/BESC) O remédio constitucional para garantia
e normativamente, quis regular. do exercício de liberdades constitucionais não aplicáveis em
d) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que razão da falta de norma regulamentadora é:
apresentam aplicação indireta, mediata e reduzida, porque somente a) a ação civil pública.
incidem totalmente sobre os interesses, após uma normatividade b) a ação popular.
ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. c) o mandado de segurança coletivo.
e) As normas constitucionais programáticas são de aplicação d) o mandado de injunção.
diferida e não de aplicação ou execução imediata. e) a ação direta de inconstitucionalidade.
2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 11. (OAB-Brasil) O mandado de segurança coletivo NÃO pode
ser impetrado por
4. (Cartório/TJ-AM) Assinale a alternativa que apresente a) organização sindical.
corretamente os fundamentos da República Federativa do b) partido político com representação no Congresso Nacional.
Brasil. c) entidade de classe de âmbito nacional.
a) soberania, cidadania, direito de resposta, acesso à informação e d) associações paramilitares.
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 12. (OAB-Brasil) A Constituição garante a plena liberdade de
b) soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar
sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. (art. 5°, XVII). A respeito desse direito fundamental, é correto
c) soberania, cidadania, prevalência dos direitos humanos, acesso afirmar que a criação de uma associação
à informação e pluralismo político. a) depende de autorização do poder público e pode ter suas
d) soberania, cidadania, bem-estar social, valores sociais do atividades suspensas por decisão administrativa.
trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. b) não depende de autorização do poder público, mas pode ter
e) soberania, cidadania, autonomia, independência e dignidade da suas atividades suspensas por decisão administrativa.
pessoa humana. c) depende de autorização do poder público, mas só pode ter suas
5. (Fiscal de Rendas/RJ) O Brasil é uma república, a indicar o atividades suspensas por decisão judicial transitada em julgado.
governo como. d) não depende de autorização do poder público, mas só pode ter
a) sistema. suas atividades suspensas por decisão judicial.
b) forma.
3.3 NACIONALIDADE
c) regime.
d) paradigma. 13. (OAB-Brasil) No que tange ao direito de nacionalidade,
e) modelo. assinale a alternativa correta:
3. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS a) O brasileiro nato não pode perder a nacionalidade.
b) O filho de pais alemães que estão no Brasil a serviço de
3.1 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUIS E COLETIVOS empresa privada alemã será brasileiro nato caso venha a nascer no
6. (OAB/Brasil) A Constituição assegura, entre os direitos e Brasil.
garantias individuais, a inviolabilidade do domicílio, afirmando c) O brasileiro naturalizado pode ser extraditado pela prática de
que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela crime comum após a naturalização.
podendo penetrar sem o consentimento do morador” (art. 5º, d) O brasileiro nato somente poderá ser extraditado no caso de
XI, CRFB). A esse respeito, assinale a alternativa correta. envolvimento com o tráfico de entorpecentes.
14. (OAB-Brasil) A Constituição de 1988 proíbe qualquer
a) O conceito de “casa” é abrangente e inclui quarto de hotel.
discriminação, por lei, entre brasileiros natos e naturalizados,
b) O conceito de casa é abrangente, mas não inclui escritório de
exceto os casos previstos pelo próprio texto constitucional.
advocacia.

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Nesse sentido, é correto afirmar que somente brasileiro nato setor exportador, pretende regular a importação de bens de
pode exercer cargo de determinados países, apresentando, nesse sentido, projeto de
a) Ministro do STF ou do STJ. lei à Assembleia Legislativa. Em termos de competência
b) Diplomata. legislativa, esse tema é, nos termos da Constituição Federal,
c) Ministro da Justiça. a) dos Estados
d) Senador. b) da União.
15. (OAB-Brasil) Rafael é brasileiro naturalizado e casado com c) do Distrito Federal
Letícia, de nacionalidade italiana. Rafael foi transferido pela d) dos Municípios.
empresa onde trabalha para a filial na Argentina, 22. (OAB-Brasil) Na ausência de lei federal estabelecendo
estabelecendo-se com sua esposa em Córdoba. Em 02/03/2009, normas gerais sobre proteção de ecossistemas ameaçados,
lá nasceu Valentina, filha do casal, que foi registrada na determinado estado da Federação editou, no passado, a sua
repartição consular do Brasil. De acordo com as normas própria lei sobre o assunto, estabelecendo desde princípios e
constitucionais vigentes, assinale a afirmativa correta. valores a serem observados até regras específicas sobre a
a) Valentina não pode ser considerada brasileira nata, em virtude exploração econômica de tais áreas. Criou, ainda, fiscalização
de a nacionalidade brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo efetiva em seu território e multou empresas e produtores que
derivado e pelo fato de sua mãe ser estrangeira. desrespeitaram a lei.
b) Valentina é brasileira nata, pelo simples fato de seu pai, Anos depois, a União edita lei contendo normas gerais sobre o
brasileiro, se ter deslocado por motivo de trabalho, em nada tema e muitas de suas disposições conflitavam com a anterior
influenciando o modo como Rafael adquiriu a nacionalidade. lei estadual. Com relação a este caso, assinale a afirmativa
c) Valentina somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e correta.
fizer a opção pela nacionalidade brasileira após atingir a a) A União não poderia legislar, uma vez que o assunto é matéria
maioridade. de interesse local, não havendo justificativa para lei nacional sobre
d) Valentina é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de seu o tema. Houve invasão de competência privativa dos estados.
pai ser brasileiro naturalizado e sua mãe, estrangeira. b) No campo das competências legislativas concorrentes, a União
3.5 DIREITOS POLÍTICOS deve legislar sobre normas gerais e o estado pode editar normas
suplementares, mas enquanto inexistir lei federal, a competência do
16. (OAB/Brasil) A respeito dos direitos políticos, assinale a
estado é plena. A superveniência de lei geral nacional suspende a
alternativa correta.
eficácia das disposições contrárias da lei dos estados.
a) O cancelamento de naturalização por decisão do Ministério da
c) A lei aplicável, no caso concreto, será aquela que estabelecer
Justiça é caso de perda de direitos políticos.
padrões mais restritivos, em atenção à proteção do meio ambiente,
b) A condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
não importando se tal norma é a federal ou se a editada pelos
seus efeitos, é caso de cassação de direitos políticos.
estados-membros.
c) A improbidade administrativa é caso de suspensão de direitos
d) O estado não poderia ter estabelecido normas próprias na
políticos.
ausência de lei nacional com disposições gerais que definissem
d) A incapacidade civil relativa é caso de perda de direitos políticos.
marcos a serem seguidos pelos estados. Em consequência, são
17. (OAB-Brasil) Apesar da existência de vários partidos
nulas todas as multas aplicadas anteriormente à publicação da lei
políticos por força de questões regionais, conjunturais e do
editada pela União.
vínculo da fidelidade partidária, é comum a cada ano o
surgimento de novas agremiações no cenário nacional. Quanto 5. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
ao funcionamento dos partidos políticos, à luz das normas
constitucionais, assinale a afirmativa correta. 5.1 PODER LEGISLATIVO
a) Podem receber recursos financeiros de governo estrangeiro. 23. (OAB-Brasil) A iniciativa popular é uma das formas de
b) Devem prestar as contas partidárias perante Conselho Especial. exercício da soberania previstas na Constituição da República.
c) Podem ter caráter regional, representando pelo menos duas O projeto de lei resultante de iniciativa popular deve:
regiões. a) ser dirigido à Mesa do Congresso Nacional.
d) Têm acesso gratuito ao rádio e à televisão nos limites legais. b) ser subscrito por, no mínimo, 2% do eleitorado nacional.
18. (OAB-Brasil) De acordo com a Constituição da República, c) ser subscrito por eleitores de cinco Estados da Federação.
são inalistáveis e inelegíveis d) dispor sobre matéria de lei ordinária.
a) somente os analfabetos e os conscritos. 24. (OAB-Brasil) A Constituição brasileira não pode ser
b) os estrangeiros, os analfabetos e os conscritos. emendada
c) somente os estrangeiros e os analfabetos. a) na implantação do estado de emergência e durante a
d) somente os estrangeiros e os conscritos. intervenção da União nos Estados.
4. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO b) na vigência do estado de sítio e na implantação do estado de
emergência.
19. (OAB-Brasil) Os Estados são autônomos e compõem a c) quando em estado de sítio e durante a intervenção da União nos
Federação com a União, os Municípios e o Distrito Federal. À Municípios.
luz das normas constitucionais, quanto aos Estados, é correto d) na vigência de estado de defesa, de estado de sítio e de
afirmar que: intervenção federal.
a) podem incorporar-se entre si mediante aprovação em referendo. 25. (OAB-Brasil) O Congresso Nacional e suas respectivas
b) a subdivisão não pode gerar a formação de novos territórios. Casas se reúnem anualmente para a atividade legislativa. Com
c) o desmembramento deve ser precedido de autorização por lei relação ao sistema constitucional brasileiro, assinale a
ordinária. alternativa correta.
d) se requer lei complementar federal aprovando a criação de a) Legislatura: o período compreendido entre 2 de fevereiro a 17 de
novos entes estaduais. julho e 1º de agosto a 22 de dezembro.
20. (OAB-Brasil) Lei estadual que regulamenta o serviço de b) Sessão legislativa: os quatro anos equivalentes ao mandato dos
mototáxi é: parlamentares.
a) constitucional porque se trata de competência legislativa c) Sessão conjunta: a reunião da Câmara dos Deputados e do
reservada aos Estados. Senado Federal destinada, por exemplo, a conhecer do veto
b) constitucional porque se trata de competência legislativa presidencial e sobre ele deliberar.
remanescente dos Estados. d) Sessão extraordinária: a que ocorre por convocação ou do
c) inconstitucional porque se trata de competência legislativa dos Presidente do Senado Federal ou do Presidente da Câmara dos
Municípios. Deputados ou do Presidente da República e mesmo por
d) inconstitucional porque se trata de competência legislativa requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas para,
privativa da União. excepcionalmente, inaugurar a sessão legislativa e eleger as
21. (OAB-Brasil) O Governador do Estado K, preocupado com o respectivas mesas diretoras.
resultado da balança comercial do seu Estado, conhecido pelo

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26. (OAB-Brasil) Sabe-se a polêmica ainda existente na d) inconstitucional, uma vez que são de iniciativa privativa do
doutrina constitucionalista pátria no que se refere à eventual Governador do Estado as leis que disponham sobre aumento de
hierarquia da Lei Complementar sobre a Lei Ordinária. Todavia, remuneração de servidores públicos da administração direta e
há diferenças entre essas duas espécies normativas que autárquica estadual.
podem até gerar vícios de inconstitucionalidade caso não 31. (OAB-Brasil) Preocupado com a concorrência de
respeitadas durante o processo legislativo. A partir do eletrodomésticos produzidos na China e com o saldo da
fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta. balança comercial, o Presidente da República, no dia 1º de
a) A Lei Complementar exige aprovação por maioria absoluta, abril, editou medida provisória determinando o aumento da
enquanto a lei ordinária é aprovada por maioria simples dos alíquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para
membros presentes à sessão, desde que presente a maioria os produtos provenientes daquele país. Entretanto, passados
absoluta dos membros de cada Casa ou de suas Comissões. 30 (trinta) dias, o Congresso Nacional rejeitou a medida
b) As matérias que devem ser regradas por Lei Complementar provisória, não a convertendo em lei. Com base no caso acima,
encontram-se taxativamente indicadas no texto constitucional e, assinale a afirmativa correta.
desde que não seja assunto específico de normatização por a) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias,
decreto legislativo ou resolução, o regramento de todo o resíduo perfazendo o total de 60 (sessenta) dias.
competirá à lei ordinária. b) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias,
c) As matérias reservadas à Lei Complementar não serão objeto de período no qual poderá haver nova tentativa de conversão em lei.
delegação do Congresso ao Presidente da República. c) A medida provisória perderá sua eficácia, cabendo ao
d) A discussão e votação dos projetos de lei ordinária devem, Presidente da República, caso haja interesse, reeditá-la
obrigatoriamente, ter início na Câmara dos Deputados. imediatamente.
27. (OAB-Brasil) As Emendas Constitucionais possuem um d) A medida provisória perderá sua eficácia, devendo o Congresso
peculiar sistema de iniciativa. Assim, revela‐se correto afirmar Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
que poderá surgir projeto dessa espécie normativa por dela decorrentes.
proposta de: 5.2 PODER EXECUTIVO
a) mais de dois terços das Assembleias Legislativas das unidades 32. (OAB-Brasil) Em relação aos Ministros de Estado, a
da Federação, sendo que, em cada uma delas, deve ocorrer a Constituição do Brasil estabelece que:
unanimidade de votos. a) como delegatórios do Presidente da República, podem, desde
b) mais de um terço das Assembleias Legislativas das unidades da que autorizados, extinguir cargos públicos.
Federação, sendo que, em cada uma delas, deve ocorrer a maioria b) podem expedir instruções para a execução de leis e editarem
simples de votos. medidas provisórias.
c) mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da c) somente os brasileiros natos poderão exercer a função.
Federação, sendo que, em cada uma delas, deve ocorrer a maioria d) respondem, qualquer que seja a infração cometida, perante o
relativa de votos. Superior Tribunal de Justiça.
d) mais de um terço das Assembleias Legislativas das unidades da 33. (OAB-Brasil) No processo de impedimento do Presidente da
Federação, sendo que, em cada uma delas, deve ocorrer a
República, ocorre a necessidade de preenchimento de alguns
unanimidade de votos.
28. (OAB-Brasil) Sobre o instrumento jurídico denominado requisitos. Com base nas normas constitucionais, é correto
Medida Provisória que não é lei, mas tem força de lei, assinale afirmar que
a afirmativa correta. a) a Câmara autoriza a instauração do processo pelo voto da
a) A sua eficácia dura sessenta dias contados da publicação, maioria absoluta dos seus membros.
podendo a medida ser prorrogada apenas duas vezes, ambas por b) o julgamento ocorre pelo Senado Federal, cuja decisão deverá
igual período. ocorrer pela maioria simples.
b) Se a Medida Provisória perder eficácia por decurso de prazo ou, c) condenado o Presidente, cumprirá sua pena privativa de
em caráter expresso, for rejeitada pelo Congresso Nacional, vedada liberdade em regime semiaberto.
será sua reedição na mesma sessão legislativa. d) no julgamento ocorrido no Senado, funcionará como Presidente
c) A não apreciação pela Câmara dos Deputados e, após, pelo o do Supremo Tribunal Federal.
Senado Federal, no prazo de 45 dias contados da publicação, tem 34. (OAB-Brasil) Assinale a alternativa que relacione
como conseqüência apenas o sobrestamento da deliberação dos corretamente o cargo político e o sistema eleitoral adotado.
projetos de emenda à Constituição. a) Governador: sistema proporcional de dois turnos.
d) A edição de Medida Provisória torna prejudicado o projeto de lei b) Prefeito: sistema majoritário de maioria simples para municípios
que disciplina o mesmo assunto e que, a par de já aprovado pelo com menos de 200 mil eleitores.
Congresso Nacional, está pendente de sanção ou veto do c) Congressista: sistema proporcional.
Presidente da República. d) Vereador: sistema distrital.
29. (OAB-Brasil) Assinale a alternativa que contemple matéria 35. (OAB-Brasil) A Constituição do Estado X estabeleceu foro
para cuja disciplina é vedada a edição de medida provisória. por prerrogativa de função aos prefeitos de todos os seus
a) Instituição ou majoração de impostos. Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados
b) Abertura de crédito extraordinário, ainda que para atendimento a pelo Tribunal de Justiça”. José, Prefeito do Município Y,
despesas imprevisíveis e urgentes. pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de
c) Normas gerais de licitações e contratos administrativos. corrupção ativa em face de um policial rodoviário federal. Com
d) Partidos políticos e direito eleitoral. base na situação acima, o órgão competente para o julgamento
30. (OAB-Brasil) Projeto de lei estadual de iniciativa de José é
parlamentar concede aumento de remuneração a servidores a) a Justiça Estadual de 1ª Instância.
públicos estaduais da área da saúde e vem a ser convertido em b) o Tribunal de Justiça.
lei após a sanção do Governador do Estado. A referida lei é c) o Tribunal Regional Federal.
a) compatível com a Constituição da República, desde que a d) a Justiça Federal de 1ª Instância.
Constituição do Estado-membro não reserve à Chefia do Poder 36. (OAB-Brasil) Em caso de vacância dos cargos de
Executivo a iniciativa de leis que disponham sobre aumento de Presidente da República e Vice‐Presidente da República no
remuneração de servidores públicos estaduais. penúltimo ano de mandato,
b) constitucional, em que pese o vício de iniciativa, pois a sanção a) o Presidente da Câmara dos Deputados assume definitivamente
do Governador do Estado ao projeto de lei teve o condão de sanar o cargo.
o defeito de iniciativa. b) o Presidente do Senado Federal assume definitivamente o cargo.
c) inconstitucional, uma vez que os projetos de lei de iniciativa dos c) far‐se‐á nova eleição direta.
Deputados Estaduais não se submetem à sanção do Governador d) far‐se‐á eleição indireta, pelo Congresso Nacional.
do Estado, sob pena de ofensa à separação de poderes.

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5.3 PODER JUDICIÁRIO a) após reiteradas decisões no mesmo sentido, o STF poderá editar
súmula vinculante.
37. (OAB-Brasil) Esculápio da Silva, advogado, candidata‐se à
b) o STF deverá encaminhar a decisão ao Senado.
vaga destinada ao Quinto Constitucional no Tribunal de Justiça
c) os órgãos fracionários dos tribunais, a partir de então, ficam
do Estado W, logrando obter aprovação, é nomeado pelo
dispensados de encaminhar a questão ao pleno.
Governador do Estado. Um ano após, candidata‐se à vaga
d) a eficácia da decisão é erga omnes.
surgida pela aposentadoria de Desembargador estadual no
43. (OAB/Brasil) Compete ao STF processar e julgar
Superior Tribunal de Justiça, vindo a ser escolhido. Diante de
originariamente os litígios listados a seguir, à exceção de um.
tal enunciado, revela‐se correto afirmar: Assinale-o.
a) No Superior Tribunal de Justiça existem vagas destinadas a a) Entre Estado estrangeiro e Estado membro da federação.
Desembargador oriundo dos Tribunais de Justiça, desde que b) Entre Estado estrangeiro e município.
magistrados de carreira. c) Entre organismo internacional e a União.
b) A divisão de vagas no Superior Tribunal de Justiça permite o d) Entre organismo internacional e Estado membro da federação.
ingresso através de três origens: Desembargadores estaduais,
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Juízes dos Tribunais Regionais Federais e Advogados.
c) O Advogado oriundo do Quinto Constitucional nos Tribunais de 44. (OAB-Brasil) Se Governador de Estado desejar se insurgir
Justiça concorre como magistrado para ocupar vagas no Superior contra súmula vinculante que, a seu juízo, foi formulada com
Tribunal de Justiça. enunciado normativo que extrapolou os limites dos
d) O ocupante do Quinto Constitucional poderá concorrer à vaga precedentes que a originaram, poderá, dentro dos
existente no Superior Tribunal de Justiça na vaga destinada aos instrumentos processuais constitucionais existentes,
advogados. a) ajuizar ADI contra a súmula vinculante.
38. (OAB-Brasil) A respeito do Conselho Nacional de Justiça é b) ajuizar ADPF contra a súmula vinculante.
correto afirmar que: c) interpor reclamação contra a súmula vinculante.
a) é órgão integrante do Poder Judiciário com competência d) requerer o cancelamento da súmula vinculante.
administrativa e jurisdicional. 45. (OAB/Brasil) NÃO pode ser objeto de ação direta de
b) pode rever, de ofício ou mediante provocação, os processos inconstitucionalidade
disciplinares de juízes e membros de Tribunais julgados há menos a) decreto que promulga tratado.
de um ano. b) decreto legislativo que aprova tratado.
c) seus atos sujeitam-se ao controle do Supremo Tribunal Federal e c) resolução.
do Superior Tribunal de Justiça. d) súmula vinculante.
d) a presidência é exercida pelo Ministro do Supremo Tribunal 46. (OAB-Brasil) Declarando o Supremo Tribunal Federal,
Federal que o integra e que exerce o direito de voto em todas as incidentalmente, a inconstitucionalidade de lei ou ato
deliberações submetidas àquele órgão. normativo federal em face da Constituição do Brasil, caberá
39. (OAB-Brasil) Em relação à inovação da ordem a) ao Procurador-Geral da República, como chefe do Ministério
constitucional que instituiu a denominada Súmula Vinculante, Público da União, expedir atos para o cumprimento da decisão
é correto afirmar que: pelos membros do Ministério Público Federal e dos Estados.
a) somente os Tribunais Superiores podem editá-la. b) ao Presidente da República editar decreto para tornar inválida a
b) podem ser canceladas, mas vedada a mera revisão. lei no âmbito da administração pública.
c) a proposta para edição da Súmula pode ser provocada pelos c) ao Senado Federal suspender a execução da lei, total ou
legitimados para a propositura da ação direta de parcialmente, conforme o caso, desde que a decisão do
inconstitucionalidade. Supremo Tribunal Federal seja definitiva.
d) desde que haja reiteradas decisões sobre matéria constitucional, d) ao Advogado-Geral da União interpor o recurso cabível para
o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, impedir que a União seja compelida a cumprir a referida decisão.
aprovar a Súmula mediante decisão da maioria absoluta de seus 47. (OAB-Brasil) O Governador de um Estado membro da
membros. Federação pretende se insurgir contra lei de seu Estado
40. (OAB-Brasil) Leia com atenção a afirmação a seguir, que editada em 1984 que vincula a remuneração de servidores
apresenta uma INCORREÇÃO. O Conselho Nacional de Justiça públicos estaduais ao salário mínimo. Os fundamentos de
(CNJ) tem competência, entre outras, para rever, de ofício ou índole material a serem invocados são a ofensa ao princípio
mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e federativo e a vedação constitucional de vinculação do salário
membros de tribunais (se tiverem sido julgados há menos de mínimo para qualquer fim. A ação constitucional a ser ajuizada
um ano), zelar pela observância dos princípios que regem a pelo Governador do Estado perante o Supremo Tribunal
administração pública e julgar os magistrados em caso de Federal, cuja decisão terá eficácia contra todos e efeito
crime de abuso de autoridade. Assinale a alternativa em que se vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público,
indique o ERRO na afirmação acima. é a(o)
a) O CNJ, sendo órgão do Poder Judiciário, atua apenas mediante a) ação direta de inconstitucionalidade.
provocação, não podendo atuar de ofício. b) mandado de injunção.
b) Não cabe ao CNJ, órgão que integra o Poder Judiciário, zelar por c) arguição de descumprimento de preceito fundamental.
princípios relativos à Administração Pública. d) mandado de segurança coletivo.
c) O CNJ não pode julgar magistrados por crime de abuso de 48. (OAB-Brasil) De acordo com entendimento consolidado do
autoridade. STF e da doutrina, qual, dentre os órgãos e entidades listados
d) O CNJ pode rever processos disciplinares de juízes julgados a abaixo, NÃO precisa demonstrar pertinência temática como
qualquer tempo. condição para ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade?
41. (OAB-Brasil) Um juiz federal proferiu uma sentença em a) Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa
processo relativo a crime político e outra sentença em (DF).
processo movido por Estado estrangeiro contra pessoa b) Conselho Federal da OAB.
residente no Brasil. Os recursos interpostos contra essas duas c) Entidade de Classe de âmbito nacional.
sentenças serão julgados pelo d) Confederação Sindical.
a) STF, no primeiro caso, e pelo TRF, no segundo caso. 49. (OAB-Brasil) Ajuizada uma Ação Direta de
b) TRF em ambos os casos. Inconstitucionalidade (ADI) requerendo expressamente que se
c) STF, no primeiro caso, e pelo STJ, no segundo caso. declare inconstitucional o Art. 2º da Lei X, o Supremo Tribunal
d) TRF, no primeiro caso, e pelo STF, no segundo caso. Federal (STF), ao apreciar o pedido, apenas declarou
42. (OAB/Brasil) Suponha que o STF, no exame de um caso inconstitucional uma interpretação possível da norma
concreto (controle difuso), tenha reconhecido a impugnada, sem declarar sua invalidade, e determinou que sua
incompatibilidade entre uma lei em vigor desde 1987 e a decisão só acarretasse efeitos a partir do seu trânsito em
Constituição de 1988. Nesse caso, é correto afirmar que

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julgado. Com base na situação acima, assinale a afirmativa 54. (OAB/Brasil) Durante competição esportiva (campeonato
correta. estadual de futebol), o clube “A” foi punido com a perda de um
a) O STF como órgão do Poder Judiciário, por força do princípio da ponto em virtude de episódios de preconceito por parte de sua
correlação, não poderia julgar de forma distinta daquela requerida torcida. Com essa decisão de primeira instância da justiça
pela parte autora. desportiva, o clube “B” foi declarado campeão naquele ano. O
b) O STF, no controle abstrato de constitucionalidade, não está clube “A” apresentou recurso contra a decisão de primeira
adstrito ao pedido formulado na inicial, podendo, inclusive, fazer instância. Antes mesmo do julgamento desse recurso,
uma interpretação conforme a Constituição, a despeito de expresso distribuiu ação ordinária perante a Justiça Estadual com o
requerimento pela declaração de invalidade da norma. objetivo de reaver o ponto que lhe fora retirado pela Justiça
c) A modulação dos efeitos das decisões do STF em Ação Direta de arbitral. Diante de tal situação, é correto afirmar que
Inconstitucionalidade (ADI) é possível, desde que com a aprovação a) como o direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una,
da maioria absoluta dos seus membros. tendo o Poder Judiciário o monopólio da apreciação, com força de
d) O STF não pode fixar os efeitos da decisão a partir do seu coisa julgada, de lesão ou ameaça a direito, é cabível a apreciação
trânsito em julgado, pois, em conformidade com o princípio da judicial dessa matéria a qualquer tempo.
supremacia da Constituição, a pecha da inconstitucionalidade b) as decisões da Justiça Desportiva são inquestionáveis na via
contamina a lei desde a sua gênese. judicial, uma vez que vige, no direito brasileiro, sistema pelo qual o
5.4 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Poder Judiciário somente pode decidir matérias para as quais não
50. (OAB/Brasil) A respeito dos Procuradores-Gerais de Justiça exista tribunal administrativo específico.
nos Estados e no Distrito Federal, é INCORRETO afirmar que c) como regra, o ordenamento vigente adota o Princípio da
a) podem ser destituídos pela Assembleia Legislativa (nos Estados) Inafastabilidade da Jurisdição (art. 5º, XXXV, da CRFB); todavia, as
e pela Câmara Legislativa (no Distrito Federal). decisões da Justiça Desportiva consubstanciam exceção a essa
b) podem ser reconduzidos somente uma vez. regra, já que são insindicáveis na via judicial.
c) devem ser integrantes da carreira e exercem o cargo por d) o Poder Judiciário pode rever decisões proferidas pela Justiça
mandato de dois anos. Desportiva; ainda assim, exige-se, anteriormente ao ajuizamento da
d) são nomeados pelo Governador (nos Estados) e pelo Presidente ação cabível, o esgotamento da instância administrativa, por se
da República (no Distrito Federal). tratar de exceção prevista na Constituição.
6. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS GABARITO
51. (Inspetor da Polícia Civil/RJ) Incumbe à Polícia Civil, de
01 A 19 D 37 B
acordo com as disposições constitucionais vigentes, a função
de: 02 C 20 D 38 B
a) polícia administrativa.
b) polícia ostensiva. 03 D 21 B 39 C
c) polícia executiva.
d) polícia judiciária. 04 B 22 B 40 C
e) polícia repressiva.
05 B 23 C 41 C
7. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
52. (Fiscal da Receita/AP) A ordem econômica, fundada na 06 A 24 D 42 A
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 07 C 25 C 43 B
da justiça social, observados determinados princípios.
08 C 26 D 44 D
Assinale a opção cujo conteúdo não corresponde aos
princípios constantes do art. 170, da Constituição. 09 A 27 C 45 D
a) Soberania nacional, propriedade privada, função social da
propriedade, livre concorrência, busca do pleno emprego. 10 D 28 B 46 C
b) Propriedade privada, livre concorrência, defesa do meio
ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 11 D 29 D 47 C
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
12 D 30 D 48 B
elaboração e prestação.
c) Soberania nacional, propriedade privada, função social da 13 B 31 D 49 B
propriedade, livre concorrência, vedação ao tratamento favorecido
para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 14 B 32 A 50 D
brasileiras que tenham sua sede e administração no país.
d) Função social da propriedade, livre concorrência, defesa do meio 15 D 33 D 51 D
ambiente, busca do pleno emprego, redução das desigualdades
16 C 34 B 52 C
regionais e sociais.
e) Soberania nacional, livre concorrência, defesa do consumidor. 17 D 35 C 53 B
8. ORDEM SOCIAL
53. (Inspetor da Polícia Civil/RJ) No que concerne ao dever do 18 D 36 D 54 D
Estado de efetivar a educação, a Constituição Federal/88 prevê
expressamente a garantia de:
a) ensino fundamental facultativo e gratuito, inclusive para todos
que não tiveram acesso na idade própria.
b) progressiva universalização do ensino médio gratuito.
c) atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, obrigatoriamente na rede regular de ensino.
d) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
educador.

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Relatividade: Os direitos humanos podem sofrer
DIREITOS HUMANOS limitações para harmonizá-los com outras regras e valores
dentro de uma ordem jurídica.
DEFINIÇÃO DE DIREITOS HUMANOS
Retrocesso proibido: Uma vez presente o direito
humano em um ordenamento jurídico, ele não pode mais
ser retirado.
São um conjunto de direitos inerentes à
dignidade humana, ou em outras palavras, um conjunto
Historicidade: os direitos humanos são frutos de
de direitos considerados imprescindíveis para que as
uma evolução histórica (portanto não são naturais).
pessoas tenham uma vida digna.
Universalidade X Relativismo Cultural: Os
A palavra inerente significa que só o fato de eu ser
direitos humanos são universais pois sua proteção deve se
uma pessoa, um ser humano, eu tenho o direito de ter
estender os cidadãos. Porém, muitas vezes a cultura
meus direitos humanos garantidos, e o Estado tem o dever
relativiza a aplicação destes direitos humanos, por questões
de assegurá-los.
de religião, costumes, etc.

DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS

A expressão direitos humanos refere-se a um AS GERAÇÕES (OU DIMENSÕES) DE


conjunto de direitos reconhecidos internacionalmente, que DIREITOS HUMANOS
em algumas ocasiões podem estar positivados na ordem
internacional, como em tratados e declarações.

A expressão direitos fundamentais refere-se a Primeira geração: são os direitos civis e políticos,
direitos humanos positivados na ordem interna do Estado. ligados principalmente a ideia de LIBERDADE. Também
são chamados de direitos NEGATIVOS, porque limitam o
Repare que não existe diferença de conteúdo entre poder do estado em face do cidadão.
direitos humanos e direitos fundamentais. Tanto um como o
outro trazem o direito à vida, por exemplo. Também não Segunda geração: são os direitos econômicos,
existe hierarquia. A única diferença é realmente o plano de sociais e culturais, ligados principalmente a ideia de
positivação. IGUALDADE. Também são chamados de direitos
POSITIVOS, porque exigem que o Estado se movimente
Para lembrar, podemos dizer que: os direitos para efetivar tais direitos.
fundamentais são os direitos humanos positivados na
ordem jurídica interna do Estado. Terceira geração: são os direitos difusos, ligados
principalmente a ideia de FRATERNIDADE. São direitos
que dizem respeito a COLETIVIDADE.
_________________________________________
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS
HUMANOS
PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS
DIREITOS HUMANOS
Irrenunciabilidade: Ninguém pode renunciar os
direitos humanos que possui de maneira inerente.
A primeira e segunda guerras mundiais
Inalienabilidade: Os direitos humanos não podem
demonstraram a fragilidade dos governos no que diz
ser alienados (vendidos, doados, permutados, etc.). respeito a proteção do ser humano.
Imprescritibilidade: Os direitos humanos não
Os eventos desastrosos, atos de terrorismo,
prescrevem, isto é, a pessoa sempre pode exigir o execuções em massa, milhares de mortes em campos de
cumprimento e o respeito destes direitos. batalha fizeram com que os Estados percebam a
necessidade de medidas efetivas de proteção à dignidade
Indivisibilidade: Os direitos humanos são
do ser humano.
considerados um bloco único e universal.
Neste sentido surge a proteção dos direitos
Inviolabilidade: em hipótese nenhuma os direitos humanos em nível mundial, cujo marco inicial foi a criação
humanos podem ser descumpridos ou anulados, por da ONU (Organização das Nações Unidas) em 1945 e a
qualquer outra pessoa, sociedade, autoridade ou Estado. Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948.

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PRECEDENTES geralmente o nome de: declaração, convenção, pacto,
tratado, etc.
Direito Humanitário (a partir de ± 1859): conjunto
de normas que surgiram para disciplinar a proteção de Executivo: É a parte responsável pela fiscalização,
direitos em períodos de guerra. observando se aquilo que foi proposto pela lei internacional
está sendo cumprida. Recebe geralmente o nome de
Liga das Nações (1920): criada por alguns países comissão ou comitê.
após a 1ª Guerra Mundial, com o objetivo de promover a
paz e segurança mundial. Judiciário: Julgam os suspeitos de terem desrespeitado os
direitos humanos. Existem tribunais não criminais que
OIT (Organização Internacional do Trabalho) julgam os Estados, e tribunais criminais que julgam
(1920): criada com o objetivo de promover boas condições pessoas. Recebe geralmente o nome de: tribunal ou corte.
de trabalho. Foi motivada devido às péssimas condições de
trabalho na Revolução Industrial. Observação em relação ao órgão executivo: o órgão
executivo tem como instrumentos:

TRIBUNAL DE NUREMBERG Relatório: Previsto em todas as convenções e


obrigatório para aqueles membros.
Surgiu com o objetivo de julgar os atos dos
nazistas após o fim da segunda guerra mundial. O objetivo Comunicações interestatais: Não está previsto
principal era não deixar impunes as pessoas que haviam em todas as Convenções. Não pode ocorrer
cometido tantas atrocidades. litispendência internacional.

Crimes julgados: conspiração, crimes contra a Petições Individuais: Facultativo, veda-se o


paz e atos de agressão; crimes contra a humanidade, anonimato.
perseguição e extermínio.

As condenações se dividiram em pena de morte


por enforcamento, prisão perpétua e prisão por um período
de 10 a 20 anos. SISTEMA GLOBAL DE DIREITOS
HUMANOS
Apesar de contribuir para a efetivação dos direitos
humanos, questiona-se a legitimidade do tribunal, visto que Após uma breve explanação acima, vamos agora
desrespeitou uma série de princípios jurídicos, tais como: aprofundar os conhecimentos no sistema global de direitos
humanos.
- Apenas quem perdeu a guerra foi julgado; ONU (1945)
- O juízo natural foi desrespeitado, uma vez que o tribunal
foi criado após a guerra; A Organização das Nações Unidas é a entidade
- Desrespeito à anterioridade da lei penal; que coordena o sistema global de direitos humanos.
- Desrespeito à legalidade penal; Foi fundada em 1945 após a segunda guerra
- Existência de uma pena de morte; mundial, com o objetivo de promover a paz e a segurança
mundial.
A desculpa utilizada foi a que os nazistas haviam
desrespeitado obrigações internacionais, o que permitia
medidas extremas para coibir tais ações. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
HUMANOS (1948) (L)
OS SISTEMAS GLOBAIS E REGIONAIS O principal instrumento norteador do sistema global
é a Declaração Universal dos Direitos Humanos (encaixa-se
Após a Declaração Universal dos Direitos na esfera legislativa do sistema global).
Humanos, surgiram diversos órgãos de proteção, alguns em
âmbito mundial, outros em âmbito regional. A declaração parte do princípio que todos merecem
a proteção dos direitos humanos, simplesmente porque
Para nós, interessa somente compreender a possuem a condição humana. Assim universalizou-se a
estrutura dos órgãos mundiais e os órgãos regionais busca pelo resguardo dos direitos humanos.
americanos.

Tanto os órgãos globais quanto regionais atuam Direitos previstos na declaração: os direitos civis
em um sistema que lembra a tripartição dos poderes, mais e políticos (primeira geração), os direitos sociais,
ou menos desta forma: econômicos e culturais (segunda geração), e também uma
breve pincelada sobre os direitos de terceira geração.
Legislação: Todo sistema de proteção possui um
documento legislativo que o institui e dá diretrizes. Recebe

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Importante destacar que houve acirrado debate Comitê dos Direitos do Homem (E): É o órgão
acerca dos direitos sociais. A corrente capitalista (EUA) responsável por fiscalizar o cumprimento do instrumento
defendia os direitos liberais, e a corrente socialista (URSS) internacional.
defendia os direitos sociais (devido ao período de guerra
fria). Seus instrumentos fiscalizatórios: relatórios
Finalmente, tantos os direitos liberais quanto (obrigatório), comunicações interestatais(facultativos) e as
sociais foram incluídos na declaração. petições individuais (facultativo).

Seguem abaixo os principais direitos resguardados


por esta declaração (apenas faça uma leitura rápida, não PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS SOCIAIS,
busque decorá-los). ECONÔMICOS E CULTURAIS (L)

vida liberdade segurança igualdade Tais direitos possuem aplicação progressiva, ou


recursos proibição resunção de vida privada seja, uma vez que o Estado se submete a tal legislação,
judiciais de tortura inocência possui a obrigação de implementar tais direitos dentro de
liberdade de trabalho propriedade repouso e um razoável tempo.
locomoção lazer
Segurança saúde direito a não a prisão Sem comitê: o pacto não instituiu nenhum comitê
social nacionalidade arbitrária para fiscalização, e previu como fiscalização apenas os
relatórios (obrigatórios).

Força jurídica da declaração: Discutiu-se se a Apesar de não haver um comitê, o Conselho


declaração teria força de tratado ou resolução. No primeiro Econômico da ONU cuida de sua fiscalização, examinando
caso, teria força jurídica, ou seja, seu cumprimento poderia os relatórios.
ser exigido. Em segundo caso, apenas seria um instrumento
norteador, aconselhador de atitudes.
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (J)
Finalmente, decidiu-se que a declaração seria
apenas uma resolução. O grande problema é que isto fez
Possui natureza civil, o que significa que apenas
com que a declaração não tivesse força coercitiva jurídica.
Estados são julgados, e não pessoas.
Por esta razão, os países se reuniram e criar em
A corte não julga apenas questões dos pactos e
1966 dois tratados, revestidos de força jurídica: o Pacto
declarações, mas tudo relacionado à ONU.
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto
Internacional dos Direitos Sociais, Culturais e Econômicos.
São três características principais:
Competência contenciosa e consultiva: resolve
litígios e também atua preventivamente por meio de
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E
consultas.
POLÍTICOS (L)
Competência facultativa: Só pode atuar em um
Tais direitos possuem aplicação imediata. Isto Estado que tenha declarado reconhecer sua competência.
significa que uma vez que o Estado se submete a tal
legislação, precisa aplicar imediatamente as medidas por Legitimidade: Somente Estados podem recorrer à
ele impostas. esta corte. Pessoas físicas, ONGS ou pessoas jurídicas
estão impedidas.
Não abolição da pena de morte: Aspecto muito
importante é que este pacto não aboliu a pena de morte,
apenas limitou a sua aplicação.
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (J)
Situações excepcionais: Em casos
extraordinários, é possível suspender obrigações Possui natureza penal, o que significa que julga
decorrentes deste pacto, desde que as novas medidas não pessoas (maiores de 18 anos), e não Estados.
sejam incompatíveis com o Direito Internacional como um
todo. Também é chamado Tribunal de Haia, por ser
localizado nesta cidade, nos Países Baixos.
E mesmo assim, nunca será possível, sob hipótese
nenhuma, suspender os seguintes direitos: vida, proibição Jurisdição: complementar à jurisdição penal de
da tortura, proibição de escravidão e servidão, proibição de cada Estado. Isto significa que o TPI atua de forma
prisão por descumprimento de obrigação contratual, subsidiária.
tipicidade penal, personalidade jurídica, liberdade de
pensamento, de consciência e de religião. O Estatuto de Roma (L) é o instrumento legal que
deu criação ao TPI. Um dos deus principais dispositivos é o
não reconhecimento da função oficial pelo Réu. Significa

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que não importa o cargo do Réu, ele será tratado como
igual no momento de seu julgamento. Pode-se dizer que este protocolo é o equivalente
americano ao Pacto Internacional dos direitos sociais,
Penas: prisão perpétua, reclusão, multa e econômicos e culturais. Assim sendo, possui também
sequestro de bens e haveres. aplicação progressiva.

Mesmo que não haja previsão na legislação Para fiscalização, instituiu o sistema de relatórios,
interna, se o país aderiu ao TPI, as penas devem sempre que são enviados ao Secretário geral da OEA, e também as
ser cumpridas. petições individuais, mas apenas para casos de violação da
liberdade sindical e educação.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS


NOSSO SISTEMA REGIONAL – SISTEMA
HUMANOS (E)
INTERAMERICANO DE DIREITOS
HUMANOS A Comissão tem como principal objetivo promover
a observância dos direitos humanos nos Estados
A OEA (Organização dos Estados Americanos) é o Americanos. É composta por sete membros, e não se
órgão que coordena o sistema interamericano de direitos admitem membros de mesma nacionalidade.
humanos. A OEA possui a mesma importância e significado
que a ONU em nível mundial. Instrumentos: relatórios, petições individuais e
comunicações interestatais.
É responsável pela proteção dos direitos humanos
em toda a América.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS
HUMANOS (J)
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS
HUMANOS (PACTO SAN JOSÉ DA COSTA RICA) É o órgão jurídico do sistema americano. É
(L) composta por sete juízes, e não pode haver dois juízes de
mesma nacionalidade.
É o principal documento do Sistema Americano.
Possui apenas proteções de direitos civis e políticos. Não há impedimento pela nacionalidade do juiz,
ou seja, um juiz brasileiro pode estar julgando uma causa
Pode-se dizer que esta Convenção é o equivalente em que o Réu seja o Brasil.
americano ao Pacto Internacional de Direitos Civis e
Políticos. A Comissão está presente em todos os casos
perante a Corte.
A Convenção não aboliu a pena de morte, mas
impôs uma série de restrições à sua aplicação: Algumas características (bem similares a da Corte
Internacional de Justiça):
- Só pode ser imposta aos delitos mais graves, com
lei promulgada antes do delito ter sido cometido; Competência contenciosa e consultiva: resolve
litígios e também atua preventivamente por meio de
- Não pode ser restabelecida por Estados que já consultas.
aboliram;
Competência facultativa: Só pode atuar em um
- Não pode ser imposta a menor de 18 anos, maior Estado que tenha declarado reconhecer sua competência.
de setenta ou grávidas;
Legitimidade: Somente Estados parte e a
- Toda pessoa condenada a morte pode solicitar Comissão podem recorrer à esta corte, ou seja, pessoas
anistia, indulto ou comutação da pena. físicas, ONGS ou pessoas jurídicas estão impedidas.

Em caso de guerra, perigo público ou de outra Decisões: podem ser proferidas decisões finais ou
emergência que ameace a segurança ou independência liminares, quando houver o fumus boni iuris e o periculum in
do Estado, é possível suspender a aplicação das mora. As decisões finais são definitivas e inapeláveis.
obrigações contraídas com o Pacto.

TRATADOS INTERNACIONAIS NA
PROTOCOLO DE SAN SALVADOR (L) CRFB/88
Possui apenas proteções de direitos econômicos,
culturais e sociais.

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Os tratados internacionais podem ser em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
dimensionados de forma diferente dentro do ordenamento três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
jurídico brasileiro: podem ter força de emenda equivalentes às emendas constitucionais”
constitucional; podem ter caráter supra legal ou status de lei Os demais ficam acima das leis mas abaixo da Constituição.
ordinária.
Art. 5º, parágrafo 4º: Possibilidade de submissão ao
Para ter força de emenda constitucional deve Tribunal Penal Internacional.
possuir: (EC 45/04): “Aprovação do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos membros”. Art. 60º parágrafo 4º: Direitos Humanos como cláusula
pétrea.
Os tratados internacionais que foram assinados
pelo Brasil e versam sobre Direitos Humanos, mas não Art. 109, parágrafo 5º: Incidente de deslocamento de
passaram por referida forma de aprovação, possuem status competência para a justiça federal no caso de grave
supra legal. violação de direitos humanos.
Procurador da República – STJ – Justiça Federal.
Os demais tratados, que não tratam dos direitos
humanos, tem força de lei ordinária.

O fato de ser delineada uma hierarquia e


sistematização aos tratados internacionais traz uma série de THE END
consequências:

- Os tratados Servirão como parâmetro para controle QUESTÕES


de constitucionalidade abstrato de normas, atraindo a
competência do STF;
1 – (Questão 13 - Exame de Ordem - Julho/2011 – 1ª
- Terá o STF que estabelecer quais são os tratados
Etapa) Em 2010, o Congresso Nacional aprovou por
internacionais de direitos humanos, distinguindo-os dos
Decreto Legislativo a Convenção Internacional sobre os
demais;
Direitos das Pessoas com Deficiência. Essa convenção
- Superposição e conflito de normas (revogação de
já foi aprovada na forma do artigo 5º, § 3º, da
normas constitucionais pelo advento de tratados).
Constituição, sendo sua hierarquia normativa de:
a) lei federal ordinária.
b) emenda constitucional.
DIREITOS HUMANOS NA CRFB/88 c) lei complementar.

Como vimos no início, os direitos humanos que d) status supralegal.


aparecem de alguma forma na CRFB também podem ser
chamados de Direitos Fundamentais, pois fazem parte da
ordem jurídica interna do Estado. 2 – (Questão 14 - Exame de Ordem - Julho/2011 – 1ª
Etapa) Com relação aos chamados “direitos
Abaixo segue uma lista com os mais relevantes: econômicos, sociais e culturais”, é correto afirmar que:
a) são direitos humanos de segunda geração, o que
Art. 1º, III: Dignidade da pessoa humana: a dignidade significa que não são juridicamente exigíveis,
como norte; diferentemente do que ocorre com os direitos civis e
políticos.
Art. 4º, II: Prevalência dos direitos humanos nas
relações internacionais; b) são previstos, no âmbito do sistema
interamericano, no texto original da Convenção Americana
Art. 5º, parágrafo 1º: Aplicação imediata das normas sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
acerca de direitos humanos. c) formam, juntamente com os direitos civis e
políticos, um conjunto indivisível de direitos fundamentais,
Art. 5º, parágrafo 2º: Direitos e garantias expressos, entre os quais não há qualquer relação hierárquica.
implícitos e previstos em tratados internacionais. Ou
seja, os direitos fundamentais são apenas um rol d) incluem o direito à participação no processo
exemplificativo, já que o Brasil se submete aos direitos eleitoral, à educação, à alimentação e à previdência social.
humanos previstos em tratados internacionais, e os
implícitos na própria CRFB-88.
3 – (Questão 15 - Exame de Ordem - Julho/2011 – 1ª
Art. 5º, parágrafo 3º: A Natureza dos tratados Etapa) Determinado congressista é flagrado afirmando
internacionais sobre direitos humanos. em entrevista pública que não se relaciona com
Emenda constitucional 45-04: “Os tratados e convenções pessoas de etnia diversa da sua e não permite que, no
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, seu prédio residencial, onde atua como síndico,

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pessoas de etnia negra frequentem as áreas comuns, os a) Para assegurar o cumprimento de obrigações
elevadores sociais e a piscina do condomínio. Ciente decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos
desses atos, a ONG TudoAfro relaciona as pessoas de que o Brasil seja parte, o Procurador-Geral da República
prejudicadas e concita a representação para fins pode suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça,
criminais com o intuito de coibir os atos descritos. À luz incidente de deslocamento de competência para a Justiça
das normas constitucionais e dos direitos humanos, é Federal, nas hipóteses de graves violações aos direitos
correto afirmar que: humanos.
a) o crime de racismo é afiançável, sendo o valor b) O incidente de deslocamento de competência,
fixado por decisão judicial. embora garanta o cumprimento de obrigações do Estado
brasileiro em relação aos tratados internacionais de direitos
b) o prazo de prescrição incidente sobre o crime de
humanos, não está relacionado com a razoável duração do
racismo é de vinte anos.
processo para a consecução da finalidade de efetiva
c) nos casos de crime de racismo, a pena cominada é proteção dos direitos humanos.
de detenção.
c) Pelo incidente de deslocamento de competência, a
d) o crime de racismo não está sujeito a prazo Justiça Federal só julgaria os casos relativos aos direitos
extintivo de prescrição. humanos após o Brasil ser responsabilizado
internacionalmente.
d) O incidente de deslocamento de competência se
4 – (Questão 13 - Exame de Ordem - Outubro/2011 – 1ª efetiva contrariamente ao princípio do federalismo
Etapa) A respeito da internacionalização dos direitos cooperativo por não obedecer à hierarquia de competência
humanos, assinale a alternativa correta. para julgamento dos crimes comuns, mesmo no âmbito de
a) Já antes do fim da II Guerra Mundial ocorreu a ferimento aos direitos humanos.
internacionalização dos direitos humanos, com a limitação
dos poderes do Estado a fim de garantir o respeito integral
aos direitos fundamentais da pessoa humana. 7 – (Questão 13 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 – 1ª
Etapa) Numa perspectiva dos direitos humanos, acerca
b) A limitação do poder, quando previsto na dos direitos e deveres dos presos, é correto afirmar
Constituição, garante por si só o respeito aos direitos que:
humanos.
a) o preso conserva todos os direitos não atingidos
c) A criação de normas de proteção internacional no pela perda da liberdade. Assim, afigura-se ofensa à
âmbito dos direitos humanos possibilita a responsabilização dignidade do preso, bem como desrespeito à lei, impedir a
do Estado quando as normas nacionais forem omissas. visita da esposa ou companheira àquele que se encontra
d) A internacionalização dos direitos humanos impõe preso.
que o Estado, e não o indivíduo, seja sujeito de direitos b) a concessão de benefícios é vedada aos presos,
internacional. pois eles possuem o dever geral de obediência pessoal às
5 – (Questão 14 - Exame de Ordem - Outubro/2011 – 1ª normas de execução penal.
Etapa) As Constituições brasileiras se mostraram com c) o trabalho do preso possui natureza de dever social
avanços e retrocessos em relação aos direitos e é remunerado, sendo certo que tal contraprestação não
humanos. A esse respeito assinale a alternativa correta. poderá ser inferior ao salário mínimo.
a) A Constituição de 1946 apresentou diversos d) a possibilidade de o preso manter relações com o
retrocessos em relação aos direitos humanos, mundo exterior, por meio de correspondência e leitura, é
principalmente no tocante aos direitos sociais. recompensa que se confere pelo bom comportamento
b) A Constituição de 1967 consolidou arbitrariedades daquele que se encontra cumprindo pena privativa de
decretadas nos Atos Institucionais, caracterizando diversos liberdade.
retrocessos em relação aos direitos humanos.
c) A Constituição de 1934 se revelou retrógrada ao 8 – (Questão 14 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 – 1ª
ignorar normas de proteção social ao trabalhador. Etapa) Assinale a alternativa correta sobre a questão do
d) A Constituição de 1969, mesmo incorporando as respeito ao direito à vida segundo o Pacto de São José
medidas dos Atos Institucionais, se revelou mais atenta aos da Costa Rica e a CRFB:
direitos humanos que a Constituição de 1967. .a) A CRFB não prevê em seus artigos a pena de
morte. Sendo assim, está em conformidade com o Pacto de
São José da Costa Rica e não poderá incluir disposições
6 – (Questão 15 - Exame de Ordem - Outubro/2011 – 1ª nesse sentido em seu texto constitucional.
Etapa) No âmbito dos direitos humanos, a respeito do
Incidente de Deslocamento de Competência, instituído b) O Pacto de São José da Costa Rica, em respeito à
pela Emenda Constitucional 45, assinale a alternativa soberania estatal, dispõe que o Estado-membro poderá
correta. adotar a pena de morte. Logo, o Estado-parte poderá

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estender a pena de morte a delitos aos quais não se aplique dos Direitos Civis e Políticos preveem em seu texto
atualmente. mecanismos de proteção, efetivação e monitoramento
dos Direitos Humanos consagrados em seus
c) O país poderá adotar a pena de morte, mas essa
respectivos textos. É correto afirmar que, em ambos os
só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em
pactos, encontra-se o seguinte mecanismo:
cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com a lei que estabeleça tal pena, a) envio de relatórios sobre medidas adotadas e
promulgada antes de haver o delito sido cometido. progressos alcançados.
d) O Pacto de São José da Costa Rica, em respeito à b) acusação de regresso de proteção dos direitos,
soberania estatal e ao fato de ser o Poder Constituinte que poderá ser protocolada por qualquer Estado-parte,
originário dos países inicial, autônomo e incondicionado, inclusive o próprio analisado.
dispõe que o Estado-membro poderá adotar a pena de
c) sistemática de petições, que deverão ser
morte. Logo, o Estado-parte que já adotou a pena capital
elaboradas e protocoladas por um Estado-parte diferente
em algum momento de sua história poderá criar novas
daquele que está sendo acusado.
legislações sobre o tema, mesmo que atualmente tenha
abolido sua aplicação. Mas ela só poderá ser imposta pelos d) envio de relatórios sobre medidas adotadas e
delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de progressos alcançados, que deverão ser elaborados e
tribunal competente e em conformidade com a lei que protocolados por um Estado-parte diferente daquele que
estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito está sendo analisado.
sido cometido.

12 – (Questão 15 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 –


9 – (Questão 15 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 – 1ª 1ª Etapa) A Convenção Interamericana de Direitos
Etapa) O Protocolo de San Salvador é complementar à Humanos dispõe que toda pessoa tem direito à vida,
Convenção Americana sobre Direitos Humanos em que deve ser protegida por lei, e que ninguém dela
Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. poderá ser privado arbitrariamente. A respeito da pena
Assim, o direito de petição ao Sistema Interamericano de morte, o documento afirma que:
de Direitos Humanos é estendido pelo Protocolo de San
Salvador aos casos de violação: a) é inadmissível a aplicação da pena de morte em
qualquer circunstância, já que o direito à vida deve ser
a) ao direito de livre associação sindical. protegido por lei desde a concepção.
b) ao direito de vedação ao trabalho escravo. b) não se pode aplicar pena de morte aos delitos
políticos, exceto se forem conexos a delitos comuns sujeitos
c) à proibição do tráfico internacional de pessoas.
a tal pena.
d) ao direito à moradia digna.
c) a pena de morte não pode ser imposta àquele que,
no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito
anos, nem aplicada à mulher em estado gestacional.
10 – (Questão 13 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 –
1ª Etapa) A respeito da Convenção sobre Eliminação de d) não se admite que Estados promulguem pena de
Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, morte, exceto se já a tiverem aplicado e a tenham abolido,
ratificada pelo Brasil, assinale a alternativa correta. hipótese em que a tal pena poderá ser restabelecida.
a) Uma vez que a Convenção tem como objetivo
proteger um grupo específico, não pode ser considerada
13 – (Questão 13 - Exame de Ordem - Maio/2012 - 1ª
como um documento de proteção internacional dos direitos
Etapa) O IBGE estima que nos próximos trinta anos a
humanos.
previsão é de que os idosos ultrapassem cinquenta
b) A Convenção possui um protocolo facultativo, que milhões de pessoas, o que corresponderá a 28% da
permite a apresentação de denúncias sobre violação dos população brasileira. Os Direitos Humanos inerentes à
direitos por ela consagrados. população idosa no Brasil são amplamente
reconhecidos. A Constituição Federal estabelece que a
c) A Convenção permite que o Estado-parte adote, de
família, o Estado e toda a sociedade devem amparar
forma definitiva, ações afirmativas para garantir a igualdade
pessoas idosas, defendendo sua dignidade e bem‐‐estar.
entre gêneros.
Em 1994 foi criado o Conselho Nacional do Idoso, por
d) A Convenção traz em seu texto um mecanismo de meio da Lei nº. 8.842 e, atualmente, o Estatuto do Idoso
proteção dos direitos que consagra, por meio de petições (Lei nº. 10.741/03) contempla políticas diversas de
sobre violações, que podem ser protocoladas por qualquer proteção aos maiores de sessenta anos e estabelece,
Estado-parte. ainda, que os idosos:
a) têm direito a alimentos, mas a obrigação alimentar
é subsidiária e não cabe ao idoso optar por quem os
11 – (Questão 14 - Exame de Ordem - Fevereiro/2012 – prestará, devendo obedecer à ordem estabelecida na lei
1ª Etapa) O Pacto Internacional dos Direitos civil.
Econômicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional

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b) devem contar com direito à prioridade, nisso Sistema Interamericano de Direitos Humanos, é correto
consistindo, inclusive, prioridade no recebimento da afirmar:
restituição do imposto de renda.
a) Como a questão versa sobre propriedade privada,
c) podem ser admitidos em qualquer trabalho ou questão não abordada pelo Pacto de São José da Costa
emprego, vedada, em qualquer hipótese, discriminação e Rica, a população do Quilombo da Cachoeira e da Pedreira
fixação de limite máximo de idade. terá sua petição inadmitida pela falta de cumprimento do
requisito previsto na Convenção Americana de Direitos
d) maiores de sessenta e cinco anos têm direito à
Humanos.
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos,
mesmo os serviços seletivos e especiais, quando prestados b) Como o caso em tela versa sobre o direito do
paralelamente aos serviços regulares. Estado sobre o seu território, a Soberania do Estado
prevalece, e a população do Quilombo da Cachoeira e da
Pedreira terá sua petição inadmitida pela falta de
14 – (Questão 14 - Exame de Ordem - Maio/2012 - 1ª cumprimento do requisito previsto na Convenção Americana
Etapa) Joana, funcionária de um hospital, decide adotar de Direitos Humanos.
um recém‐‐ nascido. Porém seu pedido de
c) Como o caso versa sobre discriminação racial, a
licença‐‐maternidade é negado, por falta de previsão
população do Quilombo da Cachoeira e da Pedreira deverá
legal. Inconformada Joana ingressa na Justiça
estar representada por uma entidade não‐ governamental
Trabalhista, onde recebe decisões favoráveis à luz dos
que seja reconhecida em um ou mais Estados‐membros da
princípios constitucionais, inclusive do Tribunal
Organização dos Estados Americanos, e que inclua em
Superior do Trabalho. Porém, em última análise do
suas finalidades institucionais o combate ao racismo, para
caso, o Supremo Tribunal Federal decide pela
apresentar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos
denegação do pedido de licença maternidade,
a petição que contém denúncia ou queixa de violação da
operando‐‐se o trânsito em julgado da decisão. Segundo
Convenção Americana de Direitos Humanos por um
o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, qual
Estado‐parte.
será a alternativa correta:
d) Como a questão versa, também, sobre a proteção
a) Como a questão já transitou em julgado no Poder
da família, a população do Quilombo da Cachoeira e da
Judiciário do país acusado, Joana terá sua petição
Pedreira poderá protocolar, diretamente por seus indivíduos
inadmitida pela falta de cumprimento do requisito previsto
ou representada por uma entidade não‐ governamental que
na Convenção Americana de Direitos Humanos.
seja reconhecida em um ou mais Estados‐membros da
b) Como a proteção da família não está garantida Organização dos Estados Americanos, a petição que
pelo Pacto de São José da Costa Rica, Joana terá sua contém denúncia ou queixa de violação da Convenção
petição inadmitida pela falta de cumprimento do requisito Americana de Direitos Humanos por um Estado‐parte à
previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos. Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
c) Joana poderá ter sua petição admitida pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que poderá
16 – (Questão 20 - Exame de Ordem - Setembro/2012 - 1ª
continuar a analisar o mérito do assunto mesmo que o Brasil
Etapa) A Convenção sobre os Direitos da Criança
tenha alterado a legislação sobre o tema após a decisão do
estabelece que os Estados‐‐partes reconheçam a
caso de Joana pelo STF, passando a beneficiar mães
importância da função exercida pelos órgãos de
adotivas, em face da impossibilidade de retroatividade da
comunicação social, devendo assegurar o acesso da
norma para atingir coisa julgada.
criança à informação. Do mesmo modo o Estatuto da
d) Joana não poderá ter sua petição admitida, em Criança e do Adolescente assegura que a informação é
razão de ser requisito indispensável que estivesse um direito da criança e do adolescente. Acerca da
representada por um Estado‐membro da Organização dos política de informação envolvendo menores, assinale a
Estados Americanos, para apresentar à Comissão afirmativa correta.
Interamericana de Direitos Humanos a petição que contém
a) No que concerne às Medidas Específicas de
denúncia ou queixa de violação da Convenção Americana
Proteção, é incabível, qualquer que seja o estágio de
de Direitos Humanos por um outro Estado‐parte do qual é
compreensão da criança, prestar‐lhe informações sobre os
nacional.
motivos que determinam a intervenção, o que será
informado apenas aos pais e responsáveis.
15 – (Questão 15 - Exame de Ordem - Maio/2012 - 1ª b) Deve haver o encorajamento dos órgãos de
Etapa) A população do Quilombo da Cachoeira e da comunicação social a levar em conta as necessidades
Pedreira é surpreendida com o lançamento do “Centro linguísticas das crianças indígenas ou que pertençam a um
de Lançamento de Foguetes da Cachoeira e da grupo minoritário.
Pedreira” e pelo consequente processo de
c) Os proprietários das lojas que explorem a locação
desapropriação do local de moradia das populações
de fitas de programação respondem pela falta de
tradicionais. Os quilombolas procuram o Governo
informação no invólucro sobre a natureza da obra e faixa
Federal, que se recusa em conferir os títulos de
etária a que se destinam, isentando os funcionários e
propriedade definitiva para a comunidade. Segundo o
gerentes.

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d) A criança tem direito à liberdade de expressão, que d) Os edifícios de uso público, em que seja obrigatória
compreende, inclusive, liberdade de procurar, receber e a instalação de elevadores, devem atender ao requisito de
expandir informações e ideias, sem restrições, de forma oral percurso acessível que una a edificação à via pública,
ou por qualquer outro meio à escolha da criança. exigindo‐se o mesmo de edifícios de uso privado.

17 – (Questão 21 - Exame de Ordem - Setembro/2012 - 1ª 19 – (Questão 20 - Exame de Ordem - Dezembro/2012 -


Etapa) O Pacto de São José da Costa Rica estabelece 1ª Etapa) A Resolução 96 (I), de 11 de dezembro de
que todas as pessoas são iguais perante a Lei, não se 1946, da Assembleia Geral da Organização das Nações
admitindo qualquer discriminação, sendo assegurada a Unidas declarou que o genocídio é um crime contra o
proteção legal. No que tange ao direito indigenista, Direito Internacional. Nesse passo, a Convenção para a
segundo a norma brasileira, assinale a afirmativa Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio afirmou
correta. que:
a) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios a) as partes contratantes da Convenção confirmam
destinam‐se a sua posse permanente, cabendo‐lhes o que o genocídio configura crime contra o Direito
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos Internacional, exceto se cometido em tempo de guerra.
lagos, irrelevante o interesse público da União, sendo nulos
b) o genocídio é entendido como o assassinato de
e não produzindo efeitos jurídicos os atos que tenham por
membros de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras.
com a intenção de destruí-lo no todo, não se entendendo
b) Os índios e as comunidades indígenas ainda não como tal, dano grave à saúde do grupo.
integrados à comunhão nacional ficam sujeitos ao regime
c) os atos tentados ou consumados, bem como a
tutelar, mas qualquer índio poderá requerer ao juiz
cumplicidade para cometer genocídio, serão punidos, mas a
competente a sua liberação do regime tutelar, mesmo que
incitação ao cometimento de genocídio, ainda que direta e
não conheça a língua portuguesa.
pública, não será punida.
c) O Ministério Público Federal, com exclusão de
d) a transferência forçada de menores de um grupo
qualquer outro órgão público ou privado, deve promover a
religioso para outro grupo religioso, cometida com a
plena assistência ao índio e a defesa judicial ou extrajudicial
intenção de destruir aquele, considera-se genocídio.
dos direitos dos silvícolas e das comunidades indígenas.
d) Os atos praticados entre um índio não integrado e
qualquer pessoa estranha à comunidade indígena, quando 20 – (Questão 21 - Exame de Ordem - Dezembro/2012 -
não tenha havido assistência do órgão tutelar competente, 1ª Etapa) O Pacto de São José da Costa Rica prevê que
são nulos, salvo se o índio revelar consciência e os Estados signatários devem cumprir com as decisões
conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja emanadas pela Corte Interamericana de Direitos
prejudicial, diante da extensão dos seus efeitos. Humanos. Uma das hipóteses de condenação consiste
no pagamento, pelo Estado, de indenização
compensatória à vítima da violação de direitos
18 – (Questão 22 - Exame de Ordem - Setembro/2012 - 1ª humanos. Assinale a afirmativa que indica o
Etapa) A Declaração Universal dos Direitos Humanos procedimento a ser adotado, caso o Estado brasileiro
idealizou a figura do “ser humano livre”, caso fossem não cumpra espontaneamente a sentença internacional
atendidos os elementos que criassem condições que que o obriga a pagar a indenização.
permitissem que os indivíduos usufruíssem de direitos
a) Como é considerada título executivo judicial,
econômicos, sociais e culturais, além dos civis e
poderá ser executada perante o Superior Tribunal de
políticos. No Brasil, a Lei n. 10.098/2003 criou
Justiça, uma vez que goza de status internacional.
mecanismos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade b) Como é considerada título executivo judicial,
reduzida. A respeito de tais disposições legais, as poderá ser executada perante a Vara Federal competente
afirmativas a seguir estão corretas, à exceção de uma. territorialmente.
Assinale‐‐a.
c) A Corte Interamericana, em razão do princípio da
a) A pessoa portadora de deficiência ou com soberania, obrigará o Estado brasileiro a cumprir a
mobilidade reduzida é aquela que em caráter sentença, sendo necessária a propositura de processo de
permanentemente, não temporário, tenha limitada sua execução, autônomo, pela parte interessada na Corte.
capacidade de relacionar‐ se com o meio e de utilizá‐lo.
d) A Corte Interamericana, em razão do princípio da
b) O Programa Nacional de Acessibilidade dispõe de soberania, não poderá obrigar o Brasil a cumprir a sentença,
dotação orçamentária específica a fim de tratar de medidas mas o descumprimento poderá fundamentar uma
de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou advertência da Assembleia Geral da Organização das
com mobilidade reduzida. Nações Unidas, pelo descumprimento da Convenção
Americana de Direitos Humanos.
c) O Programa Nacional de Acessibilidade foi
instituído no âmbito da Secretaria de Estado de Direitos
Humanos do Ministério da Justiça.

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21 – (Questão 22 - Exame de Ordem - Dezembro/2012 - integridade pessoal” e à “proibição da escravidão e da
1ª Etapa) Com relação à Convenção Interamericana para servidão”, assinale a afirmativa correta.
Prevenir e Punir a Tortura, ratificada pelo Brasil em 20
a) Ninguém pode ser constrangido a executar
de julho de 1989, assinale a afirmativa correta.
trabalho obrigatório, mas o serviço militar, nos termos do
a) Os funcionários públicos que ordenem a execução Pacto de São José da Costa Rica, não constitui
da tortura ou a cometam diretamente são responsáveis pelo constrangimento à execução de trabalho forçado ou
delito de tortura, exceto se houverem agido por ordens obrigatório.
superiores, o que eximirá o agente da responsabilidade
b) Os indivíduos processados e os condenados, em
penal correspondente.
regra, não necessitam ficar separados, e os primeiros
b) O Estado Parte somente tomará as medidas devem ser submetidos a tratamento adequado à condição
necessárias para conceder a extradição, em conformidade de pessoa não condenada.
com sua legislação e suas obrigações internacionais, de
c) Os menores, quando puderem ser processados,
pessoa condenada pela prática de delito de tortura, não
devem ser separados de adultos, mas não deve haver
bastando a acusação pela prática do delito.
distinção entre adultos, não merecendo ficar separados os
c) As declarações obtidas por meio de tortura não processados ou condenados.
podem ser admitidas como prova em processo, salvo em
d) A pena privativa de liberdade não pode ser
processo instaurado contra a pessoa acusada de havê-las
acompanhada de trabalho forçado para cumprimento de
obtido mediante atos de tortura e unicamente como prova
pena, vedado em qualquer de suas formas, por afetar a
de que, por esse meio, o acusado obteve tal declaração.
dignidade do recluso.
d) Esgotado o procedimento jurídico interno do
Estado e os recursos que este prevê para a investigação
sobre caso de tortura, o processo deverá ser submetido a 24 – (Questão 22 - Exame de Ordem - Janeiro/2013 - 1ª
instâncias internacionais, mesmo que o Estado não tenha Etapa) Considere como se fosse verdadeira a seguinte
aceitado tal competência. narrativa: foi constatado este ano que na Penitenciária
Anhanguera os presos estão sofrendo diversas formas
de maus tratos - incluindo violência física. Você foi
22 – (Questão 20 - Exame de Ordem - Janeiro/2013 - 1ª procurado por um grupo de familiares que lhe disse ter
Etapa) Sobre a execução da sentença proferida pela boas razões para achar que medidas judiciais no Brasil
Corte Interamericana de Direitos Humanos, assinale a podem ser inócuas no prazo desejado e, por isso,
afirmativa correta. consultaram-no sobre a possibilidade de submeter o
caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos
a) A Corte, findo o processo, profere uma sentença
(CIDH). Considerando as regras de funcionamento desta
fundamentada, passível de recurso de revisão e de
Comissão, você deve informá-los de que
embargos de declaração. Somente após o trânsito em
julgado da decisão o Estado estará obrigado a cumprir a a) a CIDH não é competente para receber esta
decisão da Corte. denúncia uma vez que a violação de normas jurídicas, tal
qual a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a
b) O Estado signatário, em respeito ao princípio da
Tortura (ratificada pelo Brasil em 1989), deve ser julgada
soberania, não está obrigado a cumprir as decisões da
diretamente pela Corte Interamericana de Justiça.
Corte em todo caso em que for parte, mas somente nos
casos em que houver solução amistosa sobre a denúncia. b) a CIDH pode receber a denúncia mas apenas se
forem feitas petições individualizadas, relatando a violação
c) O Estado condenado, em razão de situações
sofrida por cada uma das vítimas e relacionando-as com os
internas como a ocorrência de catástrofes ambientais,
direitos previstos na Convenção Americana.
poderá requerer dilação do prazo para o cumprimento da
sentença proferida pela Corte em até um ano, contados a c) a CIDH pode receber a denúncia e, se considerar
partir do término dos eventos. que há situação de gravidade e urgência, pode instaurar de
ofício um procedimento no qual pode solicitar que um
d) A Assembleia Geral da OEA, na hipótese de
estado adote medidas cautelares de natureza coletiva para
inexecução dos julgados, indicará, em relatório anual, de
evitar danos irreparáveis às pessoas.
maneira especial e com as recomendações pertinentes, os
casos em que um Estado não tenha dado cumprimento a d) a CIDH pode receber a denúncia e, se considerar
suas sentenças. que há situação de gravidade e urgência, pode encaminhar
diretamente o caso à Corte Interamericana de Justiça que
poderá ordenar a medida provisória que julgar necessária à
23 – (Questão 21 - Exame de Ordem - Janeiro/2013 - 1ª cessação da violação.
Etapa). O propósito dos movimentos internacionais de
proteção aos Direitos Humanos é a busca pela
valorização e proteção dos direitos do ser humano, 25 – (Questão 20 - Exame de Ordem - Abril/2013 - 1ª
formado pelos elementos físicos e psíquicos, de Etapa) Sobre as denúncias e o sistema de
personalidade e morais. Sobre as disposições do Pacto responsabilização por violação de Direitos Humanos,
de São José da Costa Rica em relação ao “direito à perante a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, assinale a afirmativa correta.

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a) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado b) Proteção judicial mesmo quando a violação de
como as pessoas naturais e jurídicas, de direito público ou direitos fundamentais for cometida por pessoa atuando em
privado, que cometeram a violação, solidariamente. função oficial.
b) A Comissão não possui competência para c) Direito de retificação ou de resposta, que eximirão
responsabilizar a pessoas naturais, podendo apenas das outras responsabilidades legais.
determinar a responsabilidade das pessoas jurídicas, de
d) Concessão de asilo político em delitos políticos ou
direito público ou privado, que cometeram a violação.
comuns, conexos com delitos políticos.
c) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado
como as pessoas naturais e jurídicas, de direito público ou
privado, que cometeram a violação. Neste caso a
01 B 16 B
responsabilidade do Estado será subsidiária.
d) A Comissão não possui competência para atribuir 02 C 17 D
responsabilidades individuais, podendo apenas determinar a 03 D 18 A
responsabilidade internacional de um Estado membro da
OEA. 04 C 19 D

05 B 20 B
26 – (Questão 21 - Exame de Ordem - Abril/2013 - 1ª
06 A 21 C
Etapa) Sobre o sistema global de proteção dos Direitos
Humanos, assinale a afirmativa correta. 07 A 22 D
a) O Direito Humanitário, a Organização Internacional 08 C 23 A
do Trabalho e a Liga das Nações são considerados os
principais precedentes do processo de internacionalização 09 A 24 C
dos direitos humanos, uma vez que rompem com o conceito
de soberania, já que admitem intervenções nos países em 10 B 25 D
prol da proteção dos direitos humanos.
11 A 26 A
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos
juntamente com a adoção do Pacto Internacional dos 12 C 27 C
Direitos Civis e Políticos formam a Carta Internacional dos
13 B
Direitos Humanos, podendo um Estado adotar ou não os
seus postulados. 14 C
c) O sistema global restringe-se à Carta Internacional 15 D
dos Direitos Humanos. Outros tratados multilaterais sobre
Direitos Humanos, que se referem a violações específicas
de direitos, tais como Convenção Internacional contra a
Tortura, são facultativos e, consequentemente, não são
considerados como parte do sistema global.
d) O sistema global é composto por mecanismos não
convencionais de proteção dos direitos humanos. Tais
mecanismos são aqueles criados por convenções
específicas de Direitos Humanos, de adoção facultativa para
os Estados.

27 – (Questão 22 - Exame de Ordem - Abril/2013 - 1ª


Etapa) A Assembleia Constituinte de 1988 reservou
texto expresso para elevar os Direitos Humanos ao
patamar de princípio fundamental não só no território
nacional, como também nas relações internacionais.
Além de valorizar a independência do país no cenário
internacional, consagrou a proteção dos interesses do
ser humano. Considerando o texto constitucional do
Estado-parte e a Convenção Americana de Direitos
Humanos, as afirmativas a seguir estão corretas, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) Proibição de propaganda a favor da guerra e
repúdio ao terrorismo e ao racismo.

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ESTATUTO DA
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ADOLESCENTE

ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

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ESTATUTO DA
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ADOLESCENTE
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
MEDIDAS PROTETIVAS PARA CRIANÇAS QUE
ADOLESCENTE COMETERAM ATOS INFRACIONAIS
adolescente, tratando-os como pessoas que a) encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
precisam de atenção, proteção e cuidados especiais para termo de responsabilidade;
que se tornem adultos saudáveis. b) orientação, apoio e acompanhamento temporários;
c) matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento
Conceito de Criança: Pessoa com até 12 anos de oficial de ensino fundamental;
idade incompletos. d) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à
Conceito de Adolescente: Pessoa entre 12 e 18 família, à criança e ao adolescente;
anos. e) requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
Obs: Para fins deste cálculo exclui-se o horário do f) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
nascimento, contam-se apenas em dias; E para o indivíduo orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
que foge, e é capturado, pode continuar cumprindo a pena
imposta até os 21 anos.
MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS PARA
Direitos e garantias fundamentais: Toda criança ADOLESCENTES QUE COMETERAM ATOS
e ao adolescente goza dos direitos e garantias INFRACIONAIS
fundamentais. Lembre-se que expressão direitos
a) advertência;
fundamentais diz respeitos aos direitos humanos
b) obrigação de reparar o dano;
positivados na CRFB/88.
c) prestação de serviços à comunidade;
d) liberdade assistida;
Obs.: Significa, em outras palavras, que a criança goza dos
e) inserção em regime de semi-liberdade;
direitos civis e políticos(1ª geração de direitos humanos);
f) internação em estabelecimento educacional;
direitos sociais, econômicos e culturais (2ª geração dos
direitos humanos) e dos direitos difusos e coletivos (3ª
Cuidado!, não confunda:
geração dos direitos humanos).
MEDIDAS PROTETIVAS CRIANÇAS
Quem tem o dever de zelar pela criança e o MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS ADOLESCENTES
adolescente? A família, a comunidade, a sociedade e o
poder público. Obs: a criança ou adolescente nunca será punida com
trabalhos forçados.
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS
- Princípio da Prevenção Geral MEDIDAS APLICADAS AOS PAIS RESPONSÁVEIS
- Princípio da Prevenção Especial a) encaminhamento a programa oficial ou comunitário de
- Princípio do Atendimento Integral proteção à família;
- Princípio da Garantia Prioritária b) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
- Princípio da Proteção Estatal orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
- Princípio da Prevalência do Interesse do Menor c) encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
- Princípio da Indisponibilidade do Direito do Menor d) encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
- Princípio da Reeducação e Reintegração e) obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar
- Princípio do Sigilo sua frequência e aproveitamento escolar;
- Princípio da Gratuidade f) obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
- Princípio do Contraditório tratamento especializado;
- Princípio do Compromisso g) advertência;
h) perda da guarda;
i) destituição da tutela;
PRIORIDADES DA CRIANÇA
j) suspensão ou destituição do pátrio poder família
a) primazia de receber proteção e socorro em
quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços CONSELHO TUTELAR
públicos ou de relevância pública; Conceito: Conselho Tutelar é um Órgão que,
c) preferência na formulação e na execução das encarregado pela sociedade de zelar pelos direitos da
políticas sociais públicas; criança e do adolescente, tem por características:
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. ATRIBUIÇÕES
- Atendimento às crianças e adolescentes que praticarem
PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE atos infracionais ou estiverem em situação de risco;
- Aplicação das medidas protetivas previstas no art. 101, I
Nenhuma criança ou adolescente sofrerá:
ao VI;
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão, seja por ação ou omissão. - Atendimento e aconselhamento aos pais ou ao
responsável;

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- Aplicação aos pais ou responsável das medidas previstas CONTRANGIMENTO
no art. 129, I a VII; Art. 232 - Submeter criança ou adolescente sob sua
- Requisição serviços públicos e representação à autoridade autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
judiciária para o cumprimento de suas deliberações; constrangimento:
- Encaminhamento ao MP da notícia de infração Pena - detenção de 6 meses a 2 anos.
administrativa ou penal contra criança ou adolescente;
- Expedição de notificação e requisições de certidões; Art. 233 - (Revogado pela Lei n.º 9.45597).
- Assessoramento ao Poder Executivo local na elaboração
de proposta orçamentária para planos e programas de DEIXAR DE ORDENAR A LIBERAÇÃO DO MENOR,
atendimento dos direitos da criança e do adolescente; QUANDO A APREENSÃO É ILEGAL
- Representação em nome da pessoa da família contra
Art. 234 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos.
violação a direitos previstos no art. 220 § 3º, II da -
Constituição Federal;
DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DE PRAZO
- Representação ao Ministério Público para efeito das ações
de perda ou suspensão do poder familiar. FIXADO EM LEI, EM BENEFÍCIO DE MENOR PRIVADO
DE LIBERDADE
Art. 235 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos.
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
IMPEDIR OU ATRAPALHAR AÇÃO DE AUTORIDADE
Art. 225 - Crimes praticados contra a criança e o JUDICIÁRIA, CONSELHO TUTELAR OU
adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do REPRESENTANTE DO MP
disposto na legislação penal. Art. 236 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos.
Art. 227 - Os crimes definidos nesta Lei são de ação
pública incondicionada. SUBTRAIR MENOR COM O INTUITO DE COLOCAR EM
LAR SUBSTITUTO
Art. 237 - Pena - reclusão de 2 a 6 anos, e multa.
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
ENTREGAR FILHO OU PUPILO A TERCEIRO, MEDIANTE
DEIXAR O ENCARREGADO DO SERVIÇO OU O PAGA OU RECOMPENSA
DIRIGENTE DO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE DE Art. 238 - Pena - reclusão de 1 a 4 anos, e multa.
REALIZAR O REGISTRO, FORNECER DECLARAÇÃO DE
NASCIMENTO E DEMAIS DOCUMENTOS PREVISTOS ENVIO DE MENOR PARA O EXTERIOR COM FITO DE
NO ART. 10. LUCRO
Art. 228 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos. Art. 239 - Pena - reclusão de 4 a 6 anos, e multa.
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção de 2 a 6 meses, ou multa. APRESENTAÇÃO, PRODUÇÃO, VENDA, PUBLICAÇÃO
DE FOTOGRAFIAS OU IMAGENS PORNOGRÁFICAS
DEIXAR O MÉDICO, ENFERMEIRO OU DIRIGENTE DO ENVOLVENDO CRIANÇA E ADOLESCENTE (INCLUSIVE
ESTABELECIMENTO DE SAÚDE DE IDENTIFICAR PELA INTERNET)
CORRETAMENTE O NEONATO E A PARTURIENTE, BEM Art. 240. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
COMO DEIXAR DE REALIZAR OS EXAMES VISANDO multa.
AO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA DE o
§ 2 A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos:
ANORMALIDADES NO METABOLISMO DO RECÉM- I - se o agente comete o crime no exercício de cargo ou
NASCIDO função;
Art. 229 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos. II - se o agente comete o crime com o fim de obter para si
Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção de ou para outrem vantagem patrimonial.
2 a 6 meses, ou multa.
VENDA, FORNECIMENTO OU ENTREGA DE ARMA,
PRIVAR A LIBERDADE DO MENOR, SEM ESTAR EM MUNIÇÃO OU EXPLOSIVO A CRIANÇA
FLAGRANTE OU INEXISTINDO ORDEM ESCRITA DO Art. 242 - Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
JUIZ
Art. 230 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos. VENDA, FORNECIMENTO OU ENTREGA PRODUTOS
QUE POSSAM CAUSAR DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
DEIXAR, A AUTORIDADE POLICIAL, DE COMUNICAR A PSÍQUICA
AUTORIDADE JUDICIÁRIA E A FAMÍLIA (OU PESSOA Art. 243 - Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
INDICADA POR ELE) DA APREENSÃO multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 231 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos.
VENDA, FORNECIMENTO OU ENTREGA DE FOGOS DE
SUBMETER CRIANÇA OU ADOLESCENTE SOB SUA ESTAMPIDO OU DE ARTIFÍCIO A CRIANÇA OU
AUTORIDADE, GUARDA OU VIGILÂNCIA A VEXAME OU ADOLESCENTE

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Art. 244 - Pena - detenção de 6 meses a 2 anos, e multa. 03. Joana tem 16 anos e está internada no Educandário
Celeste, na cidade de Pitió, por ato infracional equiparado
PROSTITUIÇÃO OU EXPLORAÇÃO SEXUAL ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da Criança
Art. 244-A - Pena - reclusão de 4 a 10 anos, e multa. e do Adolescente regula situações dessa natureza,
§ 2º - Constitui efeito obrigatório da condenação a consignando direitos do adolescente privado de liberdade.
cassação da licença de localização e de funcionamento Diante das diposições aplicáveis ao caso de Joana, é
do estabelecimento. correto afirmar que
A) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na
frequência mínima semanal, e não poderá ser suspenso sob
QUESTÕES pena de violação das garantias fundamentais do adolescente
internado.
01. Considerando os princípios norteadores do Estatuto da B) é expressamente garantido o direito de Joana se
Criança e do Adolescente, a prática de atos infracionais corresponder com seus familiares e amigos, mas é vedada a
fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos. possibilidade de avistar se reservadamente com seu defensor.
Nesse sentido, é correto afirmar que C) a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a
A) se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia visita, exceto de pais e responsável, se existirem motivos sérios
pertencente a uma creche, deverá cumprir medida e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por adolescente.
período não superior a um ano. D) as visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas
B) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional temporariamente, mas em tal situação permanece o seu direito
não é considerada medida socioeducativa, tendo em vista que de continuar internada na mesma localidade ou naquela mais
o adolescente não pode ser responsabilizado civilmente. próxima ao domicílio de seus pais.
C) o acolhimento institucional e a colocação em família
substituta podem ser aplicados como medidas protetivas ou 04. Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de
socioeducativas, a depender das características dos atos 13 de julho de 1990, consagra a doutrina da proteção
infracionais praticados. integral da criança e do adolescente, assegurando-lhes
D) a internação, como uma das medidas socioeducativas direitos fundamentais, entre os quais o direito à educação.
previstas pelo ECA, não poderá exceder o período máximo de Igualmente, é lhes franqueado o acesso à cultura, ao
três anos, e a liberação será compulsória aos 21 anos de idade. esporte e ao lazer, preparando-os para o exercício da
cidadania e qualificação para o trabalho, fornecendo-lhes
02. Um famoso casal de artistas residente e domiciliado elementos para seu pleno desenvolvimento e realização
nos Estados Unidos, em viagem ao Brasil para o como pessoa humana. De acordo com as disposições
lançamento do seu mais novo filme, se encantou por Caio, expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é
de 4 anos, a quem pretende adotar. Caio teve sua filiação correto afirmar que
reconhecida exclusivamente pela mãe Isabel, que, após A) toda criança e todo adolescente têm direito a serem
uma longa conversa com o casal, concluiu que o melhor respeitados por seus educadores, mas não poderão contestar
para o filho era ser adotado, tendo em vista que o famoso os critérios avaliativos, uma vez que estes são estabelecidos
casal possuía condições infinitamente melhores de bem pelas instâncias educacionais superiores, norteados por
criar e educar Caio. Além disso, Isabel ficou convencida do diretrizes fiscalizadas pelo MEC.
amor espontâneo e sincero que o casal de imediato nutriu B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o
pelo menino. Ante a situação hipotética, é correto afirmar ensino fundamental, obrigatório e gratuito, mas sem a
que progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
A) a adoção só é concedida quando for impossível manter a ensino médio.
criança ou o adolescente em sua família, razão pela qual o C) não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de
consentimento de Isabel é irrelevante para a apreciação do ensino àqueles genitores ou responsáveis pela criança ou
pedido do famoso casal, que será deferido caso represente o adolescente que, por convicções ideológicas, políticas ou
melhor interesse de Caio. religiosas, discordem dos métodos de educação escolástica
B) independentemente da manifestação de vontade de Isabel, o tradicional para seus filhos ou pupilos.
famoso casal terá prioridade na adoção de Caio, depois de D) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental
esgotadas todas as possibilidades de colocação de Caio em comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus tratos
uma família brasileira. envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a
C) tendo em vista o consentimento da mãe de Caio, o famoso evasão escolar, esgotados os recursos escolares, assim como
casal terá prioridade em sua adoção em face de outros casais os elevados níveis de repetência.
já previamente inscritos nos cadastros de interessados na
adoção, mantidos pela Justiça da Infância e da Juventude.
D) a adoção internacional é medida excepcional; entretanto, GABARITO
em virtude do consentimento de Isabel para a adoção de seu
01 D 03 D
filho pelo famoso casal, este só não terá prioridade se houver
casal de brasileiro, residente no Brasil, habilitado para a 02 D 04 D
adoção.

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1. DO DIREITO DE EMPRESA econômica exercida pelo empresário é a empresa, a qual é
descrita na sequência pelo mesmo dispositivo legal.
1.1 INTRODUÇÃO → D) Atividade Organizada
- Por “atividade econômica organizada”, deve-se entender
1.1.1 A Teoria dos Atos de Comércio – Sistema Francês que o empresário, no exercício da empresa, organiza os
(Superada) fatores de produção, ou seja, ele articula de forma ordenada
→ Dicotomia do Direito Privado - Civil e sistematizada o capital, a mão-de-obra, a matéria-prima,
- Comercial os insumos, tecnologia, a logística, o marketing e etc.,
→ Ato de Comércio listado em lei (Art. 19 do Reg. empregados no empreendimento.
737/1.850) → E) Produção de Bens
→ Código Comercial, Lei 556/1.850 - Entre os agentes considerados como empresários está o
produtor de bens, aquele que produz mercadorias, ou seja,
1.1.2 A Teoria da Empresa – Sistema Italiano (Atual) o fabricante de produtos, o industrial.
→ Código Civil, Lei 10.406/2.002 → F) Circulação de Bens
- O art. 2.045 da Lei 10.406/2002 (atual Código Civil), Também é considerado empresário quem faz circular os
revogou tanto a Lei 3.071/1916 (antigo Código Civil), quanto bens, ou seja, o comerciante, aquele que intermedia a
a Parte Primeira (Do Comércio em Geral - arts. 1º a 456) da venda de bens, seja no atacado ou no varejo.
Lei 556/1.850 (Código Comercial). → G) Prestação de Serviços
- Portanto, o Código Comercial continua em vigor apenas Em atenção ao que orienta a Teoria da Empresa, os
em sua Parte Segunda (Do Comércio Marítimo – arts. 457 a prestadores de serviços, ausentes da lista legal na Teoria
796), já que a Parte Terceira (Das Quebras – arts. 797 a dos Atos de Comércio, passam a ser considerados
913) já havia sido revogada pelo Decreto 917/1.890, a empresários.
primeira legislação falimentar extravagante (Fora do Código)
brasileira. 1.2.1.2 Não se Considera Empresário
- Incorporou as regras atinentes aos empresários em seu → “Não se considera empresário quem exerce profissão
Livro II (arts. 996 a 1.195), intitulado “Do Direito de intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
Empresa”. com o concurso de auxiliares ou de colaboradores, salvo se
→ Fim da lista de atividades relacionadas em lei, adotando- o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” (§
se um conceito mais moderno e mais amplo, o de único, Art. 966, CC)
“empresário”. (art. 966 CC) OBS 1: Assim, quem exerce profissão intelectual, a exemplo
do profissional liberal (advogado, médico, contador, etc.), os
1.2 DO EMPRESÁRIO pesquisadores, escritores em geral e os artistas, como é o
caso dos pintores, atores, músicos, etc., não serão
1.2.1 Da caracterização considerados empresários, ainda que a profissão seja
→ “Considera-se empresário quem exerce exercida com o auxilio de funcionários ou colaboradores,
profissionalmente atividade econômica organizada para a sendo, portanto, considerados exercentes de atividades de
produção ou a circulação de bens ou de serviços.” (art. 966, natureza civil.
caput, CC) OBS 2: A natureza civil das atividades relacionadas no §
único do art. 966 do CC, reside no fato de que os
1.2.1.1 Elementos Caracterizadores do Conceito de profissionais que as exercem empregam no negócio, como
Empresário principal recurso, suas habilidades pessoais ou, ainda, seus
→ A) Profissionalismo conhecimentos técnicos, os quais se constituem em bens
- O profissionalismo mencionado no caput do art. 966 do intangíveis e, portanto, inalienáveis, ao contrário dos
CC, diz respeito à habitualidade, ou seja, à continuidade do empresários.
negócio, pois não se considera profissional e, portanto,
empresário, quem realiza as tarefas específicas de modo 1.2.1.3 O Elemento de Empresa
esporádico. - Porém, se o exercício de quaisquer das profissões
→ B) Pessoalidade referidas no § único do art. 966 do CC vir a constituir
- A Pessoalidade significa que a atividade empresarial elemento de empresa, quem as exercer será considerado
(Produção de Bens; Circulação de Bens; Prestação de empresário. Portanto, o elemento caracterizador da
Serviços) deve ser exercida sempre em nome do atividade empresarial é o elemento de empresa, ou seja, a
empresário, pessoa física ou jurídica, por sua conta e risco, organização dos fatores de produção, sobretudo o emprego
ainda que, de forma material, seja efetuada por terceiros de capital.
(empregado, preposto, procurador, etc.). OBS: Por exemplo, um médico consultando em seu
→ C) Atividade Econômica consultório com o auxílio de sua secretária, não será
- Segundo a regra do art. 966 do CC, o empresário é aquele considerado empresário. Mas, caso este médico venha
que exerce uma determinada atividade econômica. Assim, o ampliar seus negócios médicos, efetuando aporte de capital,
intuito de lucro, o fim lucrativo, mesmo que eventualmente organizando e implementando seus fatores de produção,
não alcançado, é de sua essência. Portanto, a atividade transformando o pequeno consultório em uma equipada

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clínica, este passará a ser considerado um empresário, por B) Escrituração: Promover a escrituração uniforme de seus
restar presente o chamado “elemento de empresa”. livros, em correspondência com a documentação respectiva,
sendo dispensado desta exigência o pequeno empresário.
(Art. 1.179 CC)
1.2.1.4 O Empresário Rural C) Balanço Patrimonial: Realizar o levantamento do balanço
→ Conforme disciplina o art. 971 do CC, é facultado ao patrimonial e de resultado econômico anualmente. (Art.
exercente de atividade rural, cuja atividade se constitua em 1.179 CC)
sua principal profissão, requerer seu registro junto ao
Registro Público de Empresas Mercantis de sua respectiva 1.2.2 Da Capacidade
sede, situação em que será considerado, para todos os → “Podem exercer a atividade de empresário os que
efeitos jurídicos, um empresário, caso contrário, estará estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
excluído do regime jurídico-empresarial. legalmente impedidos” (Art. 972, CC)

1.2.1.5 O Empresário – Pessoa Física ou Pessoa 1.2.2.1 A Capacidade


Jurídica → Pode-se extrair da regra esculpida no art. 5º do CC, que
→ O Empresário poderá ser tanto uma pessoa física, ter capacidade civil é estar habilitado “à prática de todos os
quando quem exerce a atividade empresarial é uma pessoa atos da vida civil”. Assim, a capacidade civil habilita a
física ou natural (chamado de Empresário Individual), pessoa a administrar a si e a seus bens. É, portanto, o
quanto uma pessoa jurídica, constituída pela união de poder de auto-gestão.
esforços e capital provenientes de seus sócios (chamado, - OBS 1: O incapaz poderá, desde que mediante
neste caso, de Sociedade Empresária - Ltda., S/A, etc.). autorização judicial, exercer a atividade empresarial por
OBS: Os sócios da sociedade empresária, mesmo que meio de um representante ou assistente, continuando a
majoritários ou, ainda, administradores, não são empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus
considerados, para fins jurídicos, como empresários. É a pais ou pelo autor da herança. (Art. 974, CC)
própria sociedade empresária, pessoa jurídica, que, neste
caso é a empresária, pois a atividade empresarial é 1.2.2.2 Os Legalmente Impedidos
exercida em seu nome e não em nome dos sócios, como → Como legalmente impedidos de exercer a atividade
restará claro a seguir no estudo específico das Sociedades empresarial são citados os exemplos a seguir relacionados:
Empresárias. A) O Falido não Reabilitado, conforme dispõe o art. 102 da
Lei 11.101/05 (Lei de Recuperação e Falências);
1.2.1.6 O Empresário Individual B) Os Funcionários Públicos Civis e Militares, por força do
→ O Empresário Individual é a pessoa física ou natural que rege o art. 117, X, da Lei nº 8.112/90 (Regime Jurídico dos
exerce atividade empresarial, nos moldes estabelecidos Funcionários Públicos);
pelo conceito genérico de empresário, contido no art. 966 do C) Os Magistrados, pelo que estatui o art. 36, I e II, da Lei
CC. Complementar nº 35/79 (Lei Orgânica da Magistratura
→ O Empresário Individual é pessoa física, pois não Nacional);
constitui um ente personalizado, distinto de sua D) Os Membros do Ministério Público, conforme determina o
personalidade jurídica civil, para exercer a atividade art. 44, III da Lei 8.625/93;
empresarial em nome deste. Assim, a atividade empresarial E) O Leiloeiro, por força do Decreto 21.981/32;
é exercida sob a responsabilidade direta e pessoal de uma F) Despachantes Aduaneiros, conforme dispõe o Decreto
pessoa física, a qual é a titular da empresa. 646/92;
OBS 1: Assim, as Pessoas Jurídicas de Direito Privado, G) Os Estrangeiros ou Sociedades Não Sediadas no Brasil
segundo a regra estabelecida pelo art. 44 do CC, são: as ou, ainda, não constituídas em conformidade com as leis do
Associações; as Sociedades; as Fundações; as país ou que dependam de autorização, por força do que
Organizações Religiosas; e os Partidos Políticos. determinam os arts. 1.123 a 1.141 do CC);
OBS 2: “Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre H) Os médicos, para o exercício simultâneo da medicina
si ou com terceiros, desde que não tenham casado no com a drogaria, farmácia ou laboratório farmacêutico (Lei
regime da comunhão universal ou no da separação 5.991/73 e Decreto 20.877/31).
obrigatória.” (Art. 977 CC) OBS: “A pessoa legalmente impedida de exercer atividade
OBS 3: “O empresário casado pode, sem necessidade de própria de empresário, se a exercer, responderá pelas
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, obrigações contraídas.” (Art. 973 CC)
alienar os imóveis que integram o patrimônio da empresa ou
gravá-los de ônus real.” (Art. 978 CC) QUESTÕES DE CONCURSOS – 1

1.2.1.7 Das Obrigações dos Empresários 1 - (OAB/RS – 2.007/1) Com relação ao empresário,
→ São 3 as obrigações impostas aos Empresários no assinale a assertiva incorreta.
âmbito do Direito Empresarial: a) O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal
A) Registro: Efetuar seu registro junto ao Registro Público profissão, deverá, sempre, requerer inscrição no Registro
de Empresas Mercantis de sua respectiva sede, antes do Público de Empresas Mercantis da Respectiva sede.
início de sua atividade. (Art. 967 CC)

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b) A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário 1.3 DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. 1.3.1 O Conceito
c) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade → “Considera-se estabelecimento todo complexo de bens
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou
obrigações contraídas. por sociedade empresária.” (Art. 1.142 CC)
d) O empresário casado pode, sem necessidade de OBS: Portanto, o Estabelecimento não deve ser confundido
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, com o Empresário, que é o sujeito de direito, e nem com a
alienar os imóveis que integram o patrimônio da empresa ou Empresa, a qual é a atividade exercida pelo Empresário.
gravá-los de ônus real.
1.3.2 Os Elementos do Conceito de Estabelecimento
2 - (Concurso Juiz de Direito/SP – 2006) O Código Empresarial
Comercial de 1850 A) Complexo de Bens: Por complexo de bens, deve-se
a) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes os entender o conjunto unitário de bens corpóreos (Máquinas,
dispositivos que tratam da compra e venda mercantil. equipamentos, etc.) e incorpóreos (marcas, nome, etc.)
b) foi totalmente revogado. empregados pelo empresário no exercício da empresa.
1
c) não foi revogado. B) Organização: Segundo Gladston Mamede , a
d) Foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes os organização dos bens pelo empresário no exercício da
dispositivos referentes ao comércio marítimo. empresa “pressupõe a consideração de uma lógica e
intenção”. Assim, mais do que o somatório dos bens, o
3 - (OAB/PR – 2006/1) Sobre a capacidade do Estabelecimento Empresarial é o conjunto sistematizado e
empresário, analise as afirmativas abaixo e assinale a funcional destes com o objetivo de auferir vantagem
alternativa correta: econômica adquirindo, assim, um valor agregado.
I – O empresário casado depende da outorga uxória para C) Aviamento ou Fundo de Comércio: O Aviamento ou
praticar qualquer ato que resulte em alienação dos imóveis Fundo de Comércio é o valor agregado aos bens
que integram o patrimônio da empresa. empregados no exercício da Empresa, em razão de sua
II – É facultado aos cônjuges contratar sociedade, entre si organização e sistematização realizada pelo Empresário no
ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime objetivo de auferir vantagem econômica.
da comunhão universal de bens, ou no da separação D) Clientela ou Freguesia: Conforme esclarece Rubens
2
obrigatória. Requião , a clientela é o conjunto de pessoas que se
III – A pessoa legalmente impedida de exercer atividade relacionam continuamente com o Estabelecimento
própria de empresário, caso venha a exercê-la, por motivos Empresarial para a obtenção de bens ou de serviços.
óbvios não pode ser por ela responsabilizado.
IV – Podem exercer a atividade de empresário os que 1.3.3 Da Alienação do Estabelecimento Empresarial
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente impedidos. 1.3.3.1 Considerações Gerais
(A) As afirmativas II e IV estão corretas; → Por integrar o patrimônio do Empresário, o
(B) As afirmativas I e II estão corretas; Estabelecimento Empresarial se constitui em uma garantia
(C) As afirmativas III e IV estão corretas; para seus credores, podendo, ainda, ser objeto alienação,
(D) As afirmativas I e IV estão corretas; usufruto ou arrendamento.
3
OBS: Marcelo Andrade Féres observa que “a alienação de
4 - (Juiz de Direito/PR – 2006) Para o novo Código Civil, um Estabelecimento Empresarial pode se dar por inúmeros
empresário é: títulos. Por exemplo, pode ela ter lugar em desapropriação
a) aquele que exerce profissionalmente atividade levada a efeito pela administração pública, em sucessão
econômica organizada para a produção ou a circulação de mortis causa, em doação ou em contrato de trespasse,
bens ou serviços. sendo este último a hipótese mais freqüente”.
b) a personalidade física.
c) o conjunto de bens utilizados pelo empresário no 1.3.3.2 Do Contrato de Trespasse
exercício de atividade econômica organizada de → O Contrato de Trespasse é o negócio jurídico pelo qual o
fornecimento de bens ou serviços. Estabelecimento Empresarial é alienado, transferindo-se a
d) o exercício de atividade econômica organizada de sua titularidade a um terceiro. É, portanto, o contrato de
fornecimento de bens ou serviços. compra e venda do Estabelecimento Empresarial.
OBS 1: “O contrato que tenha por objeto a alienação, o
5 – (OAB/SP – 124) Pessoa física com menos de 16 anos usufruto ou o arrendamento do Estabelecimento, só
de idade pode ser titular de estabelecimento comercial produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à
se:
A) O explorar com seus recursos próprios. 1
MAMEDE, Gladston. Manual de Direito Empresarial. 4ª ed. Ed. Atlas. São
B) Tiver autorização dos pais ou do tutor. Paulo. 2009. p. 257.
2
C) O receber por herança e tiver autorização judicial. REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial 1º Vol.. 29ª ed. Ed.
Saraiva. São Paulo. 2010. p. 395.
D) For sócia de sociedade empresária. 3
FÉRES, Marcelo Andrade. Estabelecimento Empresarial Trespasse e
Efeitos Obrigacionais. Ed. Saraiva. São Paulo. 2007. p. 40.

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margem da inscrição do empresário, ou da sociedade c) é integrado por bens corpóreos e incorpóreos do
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e patrimônio da empresa e de seus sócios.
de publicado na imprensa oficial.” (Art. 1.144 do CC) d) goza de proteção nacional, uma vez registrado no
OBS 2: Se o empresário alienante não possui outros bens Instituto Nacional da Propriedade Intelectual.
suficientes para garantir o seu passivo, a alienação de seu e) é pessoa jurídica de direito privado, distinta da pessoa do
Estabelecimento Empresarial terá eficácia somente com o comerciante individual.
pagamento ou o consentimento de todos os seus credores,
de forma expressa ou tácita, após 30 dias de sua 4 - (OAB/MG Abril/2008) No trespasse, se o alienante
notificação. (Art. 1.145 CC) não permanecer com bens suficientes para pagamento
OBS 3: O adquirente do Estabelecimento Empresarial dos credores:
responde por todas as obrigações relativas ao a) a eficácia do contrato dependerá do pagamento dos
empreendimento, quando devidamente contabilizadas, credores ou do consentimento deles.
continuando o alienante obrigado solidariamente pelo prazo b) a eficácia do contrato dependerá do seu registro no
de um ano, contado da data da publicação do contrato, Cartório de Títulos e Documentos.
quanto às obrigações vencidas e, da data do vencimento, c) a eficácia do contrato dependerá da assunção pelo
quanto às vincendas. (Art. 1.146 CC) adquirente de todas as obrigações do alienante.
OBS 4: Salvo autorização expressa, o alienante do d) a eficácia do contrato não será atingida.
Estabelecimento Empresarial não poderá fazer concorrência
ao adquirente pelo prazo de 5 anos, contados da celebração 5 – (FGV- 2010- SEFAZ- RJ) Com relação ao
do contrato. (Art. 1.147 CC) estabelecimento empresarial, assinale a afirmativa
incorreta.
QUESTÕES DE CONCURSOS - 2 a) É o complexo de bens organizado para o exercício da
empresa, por empresário ou por sociedade empresária.
1 - (ESAF / BNDS /2002) O Estabelecimento Empresarial b) Refere-se tão-somente à sede física da sociedade
é formado: empresária.
a) por todos os bens corpóreos e incorpóreos que são c) Desponta a noção de aviamento.
utilizados na exploração da atividade empresarial; d) Inclui, também, bens incorpóreos, imateriais e intangíveis.
b) apenas pelos bens de natureza material, como os e) É integrado pela propriedade intelectual.
estoques, os móveis e o imóvel;
c) apenas pelos bens de natureza imaterial; 1.4 DOS INSTITUTOS COMPLEMENTARES
d) apenas pelos bens que estão dentro do estabelecimento
físico do comerciante; 1.4.1 Do Registro
e) apenas pelos bens cuja propriedade pertença à → O registro do Empresário Individual e da Sociedade
sociedade mercantil. Empresária se dá junto ao Registro Público de Empresas
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais e, por sua vez, a
2 - (ESAF / AUDITOR DA PREFEITURA DE FORTALEZA / Sociedade Simples tem seu registro perante o Registro Civil
2003) Considera-se estabelecimento: das Pessoas Jurídicas. (Art. 1.150 CC)
a) o estúdio de um artista plástico, desde que em local
diferente do da residência; 1.4.1.2 Do Registro Público de Empresas Mercantis e
b) o consultório dentário em que são prestados serviços e Atividades Afins
oferecidos aos clientes, para venda, produtos para higiene → Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis
bucal; e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território
c) o escritório de advocacia de que são locatários, em nacional, de maneira uniforme, harmônica e independente,
conjunto, vários profissionais de Direito que dividem tarefas pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis
conforme as diferentes especificações; (Sinrem), composto por órgãos de duas esferas de governo:
d) os locais mantidos por fotógrafos amadores no qual são na esfera federal, o Departamento Nacional do Registro do
revelados os filmes; Comércio (DNRC); e na esfera estadual, as Juntas
e) somente são estabelecimentos, sujeitos à disciplina do Comerciais. (Arts. 2º e 3º da Lei 8.934/94)
Código Civil, aqueles locais nos quais o titular for
empresário. 1.4.1.2.1 O Departamento Nacional do Registro do
Comércio (DNRC)
3 - (PROCURADOR DO ESTADO DO PARANÁ / 2003) → O Departamento Nacional do Registro do Comércio
Assinale a alternativa correta no que se refere ao (DNRC), que é órgão federal subordinado ao Ministério do
estabelecimento comercial: Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, é
a) é definido como o local em que o empresário exerce seu competente (dentre outras atribuições previstas no art. 4º do
comércio. Decreto 1.880/96) para:
b) é sinônimo de fundo de comércio e se caracteriza como A) A fixação das Normas referentes aos procedimentos a
conjunto de bens de que se utiliza o empresário para serem observados pelas Juntas Comerciais;
exercer sua atividade. B) A Supervisão e Coordenação da execução dos registros
dos atos empresariais;

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C) A Orientação e Fiscalização das Juntas Comerciais. da atividade (Ex. 1: Antônio Pereira Comércio de Frutas &
verduras; Ex. 2: Açougue Silva & Souza Ltda.).
OBS 1: Em caso de Sociedade Empresária, se na
1.4.1.2.2 As Juntas Comerciais composição da Firma ou Razão Social faltar o nome ou pré-
→ As Juntas Comerciais, que são órgãos das nome de um ou mais sócios, deve-se acrescentar a
administrações dos respectivos estados, são competentes expressão “& Companhia” ou, na forma abreviada, “& Cia.”
(dentre outras atribuições previstas no art. 7º do Decreto (Ex.: Silva & Cia. Ltda.).
1.880/96) para promover a execução dos serviços de OBS 2: A Firma ou Razão Social (ou Individual), além de ser
registro de empresa. o signo de identificação do Empresário Individual ou da
1.4.1.2.3 Os Atos de Registro de Empresas Sociedade Empresária, será também a sua assinatura.
→ Conforme a regra estabelecida pelo art. 32 da Lei
8.934/94, os atos pertinentes ao Registro Público de 1.4.2.1.2 A Denominação Social
Empresas Mercantis e Atividades Afins, compreendem: A) A → A Denominação Social é a espécie de Nome Empresarial
Matrícula; B) O Arquivamento; C) A Autenticação. que admite em sua composição qualquer expressão
A) A Matrícula: É o ato de registro daqueles profissionais lingüística, até os nomes dos sócios, desde que seja
que exercem atividades chamadas de paracomerciais, como acrescida, obrigatoriamente, a indicação do gênero da
os leiloeiros, os tradutores públicos e administradores de atividade exercida (Ex.: Comércio Atacadista Santa Catarina
armazéns gerais, (Art. 32, I, da Lei 8.934/94); Ltda.)
B) O Arquivamento: É o ato de registro do empresário OBS: Ao contrário da Firma ou Razão Social, a
individual bem como dos atos de constituição, alteração e Denominação Social se constitui apenas na identificação
dissolução das sociedades empresárias e das cooperativas. jurídica da Sociedade Empresária, não é a sua assinatura.
Serão também objeto de arquivamento pelas Juntas Assim, o representante legal da Sociedade Empresária
Comerciais, os atos referentes à transformação, deverá lançar sua assinatura civil sobre a Denominação
incorporação, fusão e cisão de sociedades empresárias em Social desta para que, assim, surta seus efeitos jurídicos.
geral. Em resumo, o arquivamento é o ato de registro de
todas as empresas e cooperativas e suas alterações. 1.4.2.1.3 Quando se Deve Utilizar Firma ou Razão Social
C) A Autenticação: Confere regularidade aos respectivos (ou Individual) ou Denominação Social
instrumentos de escrituração, a exemplo dos livros A) Adotam Exclusivamente Firma ou Razão Social (ou
comerciais, os quais, sendo devidamente autenticados Individual): O Empresário Individual, a Sociedade em Nome
pelas juntas comerciais, gozarão de eficácia probatória (Art. Coletivo e a Sociedade em Comandita Simples que utilizará,
379, CPC). Também se refere ao ato confirmatório entre a apenas, o nome civil dos Sócios de responsabilidade
cópia e o original do documento devidamente arquivado na ilimitada, ou seja, dos comanditados.
respectiva Junta Comercial. B) Adotam Exclusivamente Denominação Social: A
Sociedade Anônima (com o acréscimo, ao final, da
1.4.2 Do Nome Empresarial expressão “Sociedade Anônima” ou “S/A” ou, no início, o
→ “Considera-se nome empresarial a firma ou a vocábulo “Companhia” ou “Cia” - Art. 1.160 CC) e, também,
denominação adotada, de conformidade com este capítulo, a Sociedade Cooperativa (acrescida pelo vocábulo
para o exercício da empresa.” (Art. 1.155 CC) “Cooperativa” - Art. 1.159 CC).
OBS 1: O Nome Empresarial é o elemento de identificação C) Adotam Tanto Firma ou Razão Social Quanto
jurídica do Empresário, o signo pelo qual este se vincula no Denominação Social: A Sociedade Limitada (com o
âmbito empresarial, contraindo direitos e obrigações. acréscimo, ao final, da expressão “Limitada”, ou “Ltda.” –
4
OBS 2: Porém, como bem observa Fábio Ulhoa Coelho , o Art. 1.158 CC) e a Sociedade em Comandita Por Ações
Nome Empresarial não deve ser confundido com outros que, caso venha adotar Firma ou Razão Social, somente
elementos de identificação no âmbito empresarial, como a poderá utilizar os nomes civis dos sócios administradores ou
marca e o título do estabelecimento. Estes, embora diretores.
igualmente protegidos juridicamente, identificam,
respectivamente, produtos ou o ponto, enquanto que o 1.4.3 Dos Prepostos
Nome Empresarial identifica o sujeito de direito que exerce
a Empresa. 1.4.3.1 Considerações Gerais
→ O Empresário, para o exercício da empresa, se vale em
1.4.2.1 Espécies de Nome Empresarial muitas das vezes de agentes que empregam suas ações
concretizando atividades específicas no intuito da realização
1.4.2.1.1 A Firma ou Razão Social (ou Individual) do objeto empresarial. Estes agentes, genericamente, são
→ A Firma ou Razão Social (ou Individual) é o nome chamados de Prepostos.
empresarial que é composto pelo nome do Empresário OBS 1: O preposto não pode, sem autorização expressa,
Individual, completo ou abreviadamente ou, ainda, dos fazer-se substituir ou, ainda, negociar por conta própria ou
nomes ou pré-nomes dos sócios, em caso de Sociedade de terceiro, nem participar, mesmo indiretamente, de
Empresária, podendo-se, facultativamente, incluir o gênero operação do mesmo gênero da qual da que lhe foi
cometida, sob pena de, no caso de substituição
4
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22ª ed. Ed. desautorizada, responder pessoalmente pelos atos do
Saraiva. São Paulo. 2010. p. 73.

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substituto e pelas obrigações por ele contraídas e, no caso escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas
de negociação sem autorização, responder por perdas e ao exercício da Empresa.” (Art. 1.184 CC)
danos e, ainda, de serem retidos, pelo preponente, os lucros
da operação. (Arts. 1.169 e 1.170 CC) 1.4.4.1.2 Os Livros Obrigatórios Especiais
OBS 2: “Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou → São os livros exigidos apenas de certas categorias de
valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os empresários. Portanto, sua exigência não se faz a todos.
recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo OBS: Como exemplos de livros obrigatórios especiais,
para reclamação.” (Art. 1.171 CC) pode-se citar o Livro de Duplicatas, cuja escrituração é
1.4.3.2 O Gerente obrigatória a todos os empresários que utilizam duplicatas; o
→ “Considera-se Gerente o preposto permanente no Livro de Entrada e Saída de Mercadorias, imposto aos
exercício da Empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial armazéns gerais; sendo exemplo, ainda, o Livro de Registro
ou agência.” (Art. 1.172 CC) de Ações Nominativas, obrigatório somente às Sociedades
- OBS: Conforme sintetiza Marcelo Hugo da Rocha & Anônimas.
Vauledir Ribeiro Santos, trata-se, o gerente “de auxiliar
dependente interno, assalariado e sujeito ao poder 1.4.4.1.3 Os Livros Facultativos
hierárquico direto do empresário, que presta serviços → São os livros que o empresário utiliza, como o próprio
internos para a empresa. Além disso, havendo mais de um nome já diz, de forma facultativa, com o objetivo de melhor
gerente e não havendo estipulação em contrário, serão controlar seus negócios, cuja ausência não acarreta
considerados solidários no exercício de sua função. Como nenhuma sanção. Exemplo: Livro Caixa, Livro Contas-
consequência de seus poderes, poderão estar em juízo em Correntes e Livro de Estoque.
nome do preponente. O gerente, que exerce funções de
chefia, é de existência facultativa e suas funções podem ser 1.4.4.2 O Empresário Irregular
5
atribuídas a qualquer pessoa. ” → O Empresário Irregular é aquele que exerce a atividade
empresarial sem, contudo, registrar-se junto ao Registro
1.4.3.3 O Contabilista Público de Empresas Mercantis. Porém, conforme observa
6
→ O Contabilista é, de forma ordinária, um agente auxiliar Fábio Ulhoa Coelho , o registro junto ao órgão de comércio
independente, porém de existência obrigatória, o qual não não é essencial para a caracterização de empresário.
está, necessariamente, subordinado hierarquicamente ao Empresário, como já visto anteriormente, será aquele que
empresário, sendo o responsável técnico pela escrituração exerça a atividade empresarial de forma habitual, mesmo
dos livros empresariais, bem como o responsável pelo que não esteja registrado.
levantamento do balanço patrimonial anual obrigatório,
podendo exercer suas funções na sede da empresa, filial ou 1.4.4.2.1 Restrições ao Empresário Irregular
sucursal ou, ainda, em escritório autônomo. A) Pedido de Falência: O Empresário Irregular não possui
legitimidade ativa para o pedido de falência de seu devedor
1.4.4 Da Escrituração Mercantil (Art. 97, § 1º da Lei 11.101/05 - LRF).
→ Entre as obrigações impostas aos empresários pelo art. B) Pedido de Recuperação Judicial: O Empresário Irregular
Art. 1.179 CC, está a de Promover a escrituração uniforme não tem legitimidade ativa para a sua Recuperação Judicial
de seus livros, em correspondência com a documentação (Art. 51, V da Lei 11.101/05 - LRF)
respectiva, em moeda e idioma nacionais. Esta escrituração C) Autenticação dos Livros: O Empresário Irregular não
deverá ficar a cargo de contabilista legalmente habilitado, a poderá ter seus livros autenticados pela Junta Comercial e,
menos que não houver nenhum na respectiva cidade (Art. portanto, valer-se da eficácia probatória destes, nos moldes
1.182 CC). do art. 379 do CPC.
OBS: Embora não possa requerer a falência de seu
1.4.4.1 Dos Livros dos Empresários devedor, o Empresário Irregular poderá ter a sua falência
→ Os Livros dos Empresários podem ser obrigatórios ou requerida, tanto por credores quanto por ele próprio, no
facultativos, sendo que os obrigatórios se subdividem, caso de autofalência.
ainda, em comuns e especiais.
QUESTÕES DE CONCURSOS – 3
1.4.4.1.1 Os Livros Obrigatórios Comuns 1 - (Juiz de Direito – PR – 2003) Acerca do registro de
→ São os livros cuja escrituração é imposta a todos os empresas, assinale a opção correta:
empresários. Atualmente, o único exemplo de Livro a) A proteção ao nome empresarial é decorrência do
Obrigatório Comum é o Livro Diário, o qual poderá ser registro efetuado em juntas comerciais.
substituído por fichas, no caso de escrituração mecanizada b) O empresário, nos termos do Código Civil de 2002,
ou eletrônica. (Art. 1.180 CC). não está obrigado a promover seu registro em junta
OBS: “No Diário serão lançadas, com individuação, clareza comercial.
e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por c) O registro dos atos constitutivos de empresas
individuais confere ao empresário personalidade jurídica
própria.
5
ROCHA, Marcelo Hugo da & SANTOS, Vauledir Ribeiro. Como se
6
Preparar para o Exame de Ordem Vol. 8 – Comercial. Ed. COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22ª ed. Ed.
Método. São Paulo. 2.010. p. 33. Saraiva. São Paulo. 2010. p. 42.

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d) As sociedades empresárias adquirem sua 5 - ( ESAF- 2010- Auditor Fiscal do Trabalho) Sobre a
personalidade jurídica a partir da celebração do contrato disciplina dos prepostos no Livro do Direito de Empresa
social, ainda que este não esteja registrado. do Código Civil, assinale a opção incorreta.
a) Considera-se o gerente autorizado a praticar todos os
2 - (FGV - 2010 - SEFAZ-RJ - Fiscal de Rendas - Prova 2) atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram
Com relação ao registro da empresa, analise as outorgados, mesmo quando a lei exigir poderes especiais.
afirmativas a seguir. b) Em regra, considera-se perfeita a entrega de papéis,
I. A matrícula, o arquivamento e a autenticação são atos do bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente,
registro de empresa. se os recebeu sem protesto.
II. O empresário que desenvolve atividade rural de grande c) O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se
porte está obrigado a requerer a inscrição no Registro substituir no desempenho da preposição, sob pena de
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. responder, pessoalmente, pelos atos do substituto e pelas
III. Compete ao Departamento Nacional de Registro do obrigações por ele contraídas.
Comércio - DNRC, a execução do ato de registro do d) O gerente pode estar em juízo em nome do preponente,
empresário. pelas obrigações resultantes do exercício da sua função.
Assinale: e) Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários
a) se todas as afirmativas estiverem corretas. os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.
b) se somente a afirmativa I estiver correta.
c) se somente a afirmativa II estiver correta. 1.5 Das Sociedades
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 1.5.1 Disposições Gerais
→ “Celebram contrato de sociedade as pessoas que
3 - (CESPE- 2009- SEFAZ- AC- Fiscal da Receita Federal) reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
Acerca das obrigações dos empresários, assinale a serviços, para o exercício de atividade econômica e a
opção correta. partilha, entre si, dos resultados.” (Art. 981 CC)
a) São obrigações do empresário e da sociedade OBS: Portanto, são elementos que constituem o conceito de
empresária efetuar os seus registros nas juntas comerciais, Contrato de Sociedade: A) Pluralidade de pessoas; B)
manter a escrituração uniforme de seus livros, em Acordo de Vontades; C) Obrigações Recíprocas; D)
correspondência com a respectiva documentação, e Finalidade Econômica; E) Partilha de Resultados.
levantar anualmente o balanço patrimonial e o resultado → “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária
econômico. a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade
b) Os livros empresariais podem ser divididos em própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
obrigatórios, exigidos por lei, e facultativos, não exigidos por simples, as demais” (Art. 982 caput CC)
lei, mas que auxiliam os empresários em sua atividade. → “Independentemente de seu objeto, considera-se
Entre os livros obrigatórios, incluem-se o copiador de cartas, empresária a sociedade por ações; e, simples, a
o livro razão e o livro caixa; e entre os livros facultativos, o cooperativa.” (§ único do Art. 982 do CC)
livro diário, o livro de estoque e o livro borrador. OBS 1: Genericamente, tanto as Sociedades Empresárias
c) São dispensados do dever de escrituração os pequenos e quanto as Sociedades Simples objetivam fins econômicos
médios empresários e as empresas de pequeno porte, na ou lucrativos.
forma definida em lei. OBS 2: No que tange as suas diferenças, pode-se dizer
d) As restrições estabelecidas ao exame da escrituração que, quanto ao objeto social, enquanto que na Sociedade
aplicam-se também às autoridades fazendárias, no regular Empresária a exploração de sua atividade econômica se dá
exercício da fiscalização do pagamento de impostos. com empresarialidade (organização dos fatores de
produção com profissionalidade), na Sociedade Simples o
4 - (FGV- 2008- TCM- RJ- PROCURADOR) A respeito do referido elemento de empresa está ausente.
nome empresarial, assinale a alternativa correta. OBS 3: Muito embora seja considerada uma Sociedade
a) A sociedade em comandita por ações pode adotar firma Simples, o Registro das Sociedades Cooperativas se dá, a
ou denominação, integradas pela expressão "comandita por exemplo das Sociedades Empresárias, perante o Registro
ações". Público de Empresas Mercantis (Juntas Comerciais)
b) A sociedade em conta de participação pode adotar firma → “A sociedade empresária deve constituir-se segundo um
ou denominação, integradas pela expressão "em conta de dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade
participação". simples pode constituir-se de conformidade com um desses
c) A razão social equivale à denominação. tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são
d) A sociedade anônima pode adotar o nome de seu próprias.” (Art. 983 Caput CC)
fundador em sua razão social. OBS: As sociedades mencionadas no caput do art. 983 e
e) São espécies de nome empresarial: firma individual, firma disciplinadas pelos arts. 1.039 a 1.092, são: A) Sociedade
coletiva, razão social e denominação. em Nome Coletivo; B) Sociedade em Comandita Simples; )
Sociedade Limitada; D) Sociedade Anônima; E) Sociedade
em Comandita por Ações.

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→ “A sociedade adquire personalidade jurídica com a integralizar. Porém, em caso de existir Responsabilidade
inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus Solidária entre os sócios (Ex. Sociedade Ltda.), se o sócio
atos constitutivos (Arts. 45 e 1.150).” devedor não tiver bens suficientes em seu patrimônio para
cobrir o débito, outro sócio terá que pagar a dívida.
D) A Responsabilidade Subsidiária ou Benefício de Ordem:
8
Conforme alerta Fábio Ulhoa Coelho , salientando regra
estabelecida pelos arts. 1.024 do CC e 596 CPC, “a
responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade
1.5.2 Do Capital Social (...) é sempre subsidiária”. Ou seja, aos sócios é
→ O Capital é o montante de recursos pertencentes à assegurado o direito de exigirem que os credores da
sociedade, expresso em moeda corrente, previsto no ato sociedade, pela ordem, primeiro esgotem o patrimônio da
constitutivo da sociedade (contrato ou estatuto social) e social para depois cogitarem atingir seus bens particulares.
formado a partir da contribuição dos sócios.
OBS 1: Se diz que o capital é subscrito, quando o sócio se 1.5.4 Das Sociedades Não Personificadas
compromete a entregar à sociedade determinado valor
destinado à formação do capital social. 1.5.4.1 Da Sociedade em Comum
OBS 2: O capital será integralizando, quando o sócio → “Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á
cumprir com seu compromisso e, efetivamente, entregar o a sociedade, exceto por ações em organização, pelo
montante que se comprometeu para a formação do capital disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente, e no
social. que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade
OBS 3: No ato constitutivo da Sociedade (contrato ou simples.” (Art. 986 CC)
estatuto social), o capital social será dividido em pequenas OBS: Assim, a Sociedade em Comum, com exceção da
partes chamadas, em caso de sociedades constituídas por Sociedade por Ações em sua fase de organização, é a
contrato, de “quotas” (que podem ser grafadas também sociedade que estiver em funcionamento, mas cujo ato
como “cotas) e, caso a sociedade seja constituída por constitutivo ainda não tiver sido levado a registro,
estatuto, de “ações”,. constituindo-se, portanto, em uma sociedade irregular.
→ “Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros,
1.5.3 Da Responsabilidade dos Sócios Por Obrigações somente por escrito podem provar a existência da
Sociais e Suas Modalidades sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer
modo.” (Art. 987 CC)
1.5.3.1 Aspectos Gerais → “Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente
→ Genericamente, pode-se dizer que a responsabilidade pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem,
patrimonial do devedor pode ser primária ou secundária. previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
7
Ricardo Negrão destaca que na responsabilidade primária sociedade.”
(art. 591 do CPC) “qualquer pessoa responde sempre de OBS: Assim, em razão de sua despersonificação, não há
forma ilimitada, com bens presentes e futuros pelas que se falar em responsabilidade limitada dos sócios na
obrigações assumidas”. Por sua vez, na responsabilidade Sociedade em Comum, muito menos em subsidiariedade ou
secundária outras pessoas sujeitam “seus patrimônios às benefício de ordem para o sócio que emprestar sua
obrigações do devedor primário”. personalidade à sociedade.
OBS: Sendo assim, na hipótese de existir responsabilidade
dos sócios por obrigações da sociedade, está será sempre 1.5.4.2 Da Sociedade em Conta de Participação
secundária, restando a responsabilidade primária, sempre, a → “Na sociedade em conta de participação, a atividade
cargo da própria sociedade devedora. constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo
sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e
1.5.3.2 As Modalidades de Responsabilidade dos Sócios exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
A) A Responsabilidade Limitada: A Responsabilidade resultados correspondentes.” (Art. 991 do CC)
Limitada existe quando, em caso de insolvência, ou seja, de OBS 1: Na Sociedade em Conta de Participação existem 2
restar exaurido o patrimônio da sociedade, as perdas do espécies de sócios: o Sócio Ostensivo e o Sócio
sócio se limitam ao capital por ele subscrito. participante. Assim, em razão da despersonificação desta
B) A Responsabilidade Ilimitada: Na Responsabilidade sociedade, os negócios são realizados em nome do Sócio
Ilimitada, uma vez exaurido o patrimônio da sociedade, o Ostensivo que, por isso, leva esse nome. Por sua vez, o
sócio responderá ilimitadamente, até a integral satisfação do sócio Participante responde apenas ao Sócio Ostensivo,
crédito. nas condições do contrato. (§ único do art. 991 do CC)
C) A Responsabilidade Solidária: Em geral, ocorrendo a OBS 2: Em razão de sua despersonificação, o contrato da
insolvência da sociedade, o sócio que eventualmente não Sociedade em Conta de Participação não será levado a
tiver integralizado o capital que subscreveu responderá com registro perante o Registro Público de Empresas Mercantis,
seu patrimônio pessoal em relação ao montante que é sendo facultado aos sócios registrarem a mesma perante o
devedor da sociedade, ou seja, o valor que deixou de

7 8
NEGRÃO, Ricardo. Direito Empresarial – Estudo Unificado. 2ª COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22ª ed. Ed.
ed. Ed. Saraiva. São Paulo. 2010. p. 26. Saraiva. São Paulo. 2010. p. 116.

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Registro Civil das Pessoas Jurídicas, ato registrário que não responsabilidade solidária e ilimitada e sócio ou sócios
conferirá personalidade à sociedade. comanditários, com responsabilidade apenas limitada.
OBS 3: Conforme já referido anteriormente, a Sociedade em B) A Sociedade em Comandita Simples adotará, como
Conta de participação não adotará nenhuma espécie de nome empresarial, somente firma ou razão social.
nome empresarial. C) Somente pessoa física poderá ser sócio comanditado.
D) A Firma ou razão social será composta, apenas, pelos
nomes ou pré-nomes dos sócios comanditados.
E) A administração da sociedade somente poderá ficar a
cargo de sócio comanditado.
F) Se algum sócio comanditário emprestar seu nome para a
1.5.5 Das Sociedades Personificadas composição da firma ou razão social ou que cometer atos
de administração da sociedade, atrairá para si a
1.5.5.1 Da Sociedade Simples responsabilidade ilimitada.
→ Conforme já mencionado, a Sociedade Simples é a G) O ato constitutivo e regulamentar da Sociedade em
sociedade não empresária, ou seja, é a sociedade cujo Comandita Simples é o contrato social.
elemento de empresa (organização dos fatores de produção 1.5.5.4 Da Sociedade em Comandita Por Ações
– capital, mão-de-obra, matéria-prima, insumos, tecnologia, → “A sociedade em comandita por ações terá o capital
logística, mascas, etc.) não está presente. Portanto, o que dividido em ações e reger-se-á pelas normas relativas às
predomina em uma Sociedade Simples são os atributos companhias ou sociedades anônimas (...).” (Art. 280 da
pessoais de seus sócios (Ex. sociedade de médicos). LSA)
OBS: Com exceção da Sociedade Cooperativa, o contrato 1.5.5.4.1 Das Características da Sociedade em
social das demais Sociedades Simples deverá ser levado a Comandita Por Ações
registro perante o Registro Civil das Pessoas Jurídicas, nos A) A principal característica da Sociedade em Comandita
30 dias subseqüentes à sua constituição. (Art. 998 do CC) Por Ações é a existência de duas categorias de sócios: os
acionistas diretores que respondem ilimitadamente pelas
1.5.5.2 Da Sociedade em Nome Coletivo obrigações sociais e os acionistas, que respondem de forma
→ “Somente pessoas físicas podem tomar parte na limitada.
sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, B) A Sociedade em Comandita Por Ações poderá adotar,
solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.” (Art. como nome empresarial, tanto firma ou razão social quanto
1.039 do CC) denominação social.
C) Quando adotar firma ou razão social, esta deverá ser
1.5.5.2.1 Das Características da Sociedade em Nome composta, apenas, pelos nomes ou pré-nomes dos
Coletivo acionistas diretores.
A) A Responsabilidade solidária e ilimitada de todos os E) A administração da sociedade somente poderá ficar a
sócios por obrigações sociais é a principal característica da cargo de sócio.
Sociedade em Nome Coletivo. F) Se algum acionista não diretor emprestar seu nome para
B) Somente pessoas físicas ou naturais poderão compor o a composição da firma ou razão social ou que cometer atos
quadro societário da Sociedade em Nome Coletivo. de administração da sociedade, atrairá para si a
C) Somente sócio poderá exercer a administração e responsabilidade ilimitada.
representação da sociedade. G) O ato constitutivo e regulamentar da Sociedade em
D) A Sociedade em Nome Coletivo adotará apenas firma ou Comandita Por Ações é o estatuto social.
razão social como nome empresarial.
E) Rege-se diretamente pelo disposto nos arts. 1.039 a QUESTÕES DE CONCURSOS – 4
1.044 do CC e supletivamente pelas regras relativas à
Sociedade Simples. 4.1 - (OAB/RJ – 32º.85) A respeito da sociedade em
F) O ato constitutivo e regulamentar da Sociedade em conta de participação, assinale a opção incorreta:
Nome Coletivo é o contrato social. (A) O sócio ostensivo é o único que se obriga perante
terceiros e de forma ilimitada.
1.5.5.3 Da Sociedade em Comandita Simples (B) A sociedade é desprovida de personalidade
→ “Na sociedade em comandita simples tomam parte jurídica.
sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas (C) O sócio participante é unicamente obrigado
físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas perante o sócio ostensivo, na forma do contrato.
obrigações sociais; e os comanditário, obrigados somente (D) O sócio participante não pode fiscalizar a gestão
pelo valor de sua cota.” (Art. 1.045 do CC) dos negócios sociais exercidos pelo sócio ostensivo.

1.5.5.3.1 Das Características da Sociedade em 4.2 – (OAB/SP – 124) Com o advento da nova disciplina
Comandita Simples societária pelo Código Civil, tornou-se corrente o uso
A) A principal característica da Sociedade em Comandita da expressão “sociedade simples limitada”, relativa a
Simples é a exigência de prever o contrato social a determinada espécie societária. De acordo com a
existência de sócio ou sócios comanditados, com

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legislação aplicável, o único sentido correto da previsto expressamente no contrato social, a regra supletiva
expressão é o de designar uma sociedade: será a da Sociedade Anônima (art. 1.053 do CC).
(A) Empresária, que adota a forma simples limitada. E) Cessão de Cotas: Poderão as quotas da Sociedade
(B) Não empresária, que adota a forma simples. Limitada ser cedidas, total ou parcialmente, a qualquer outro
(C) Prestadora de serviços, que adota a forma limitada. sócio independentemente de autorização dos demais, salvo
(D) Não empresária, que adota a forma limitada. se o contrato social não autorizar, ou, ainda, a estranho ao
quadro social, desde que, neste caso, não exista a oposição
4.3 – (OAB/SP – 123) É obrigação de qualquer sócio de de sócios titulares de mais de 25% do capital social.
sociedade empresária: F) Deliberações dos Sócios: As deliberações dos sócios na
(A) Contribuir para a formação do patrimônio social. Sociedade Limitada poderão ser tomadas em assembleia
(B) Prestar serviços à sociedade. (obrigatória para sociedades limitadas com mais de 10
(C) Exercer o direito de voto nas deliberações sociais. sócios) ou reunião (com instalação e convocação mais
(D) Abster-se de praticar atos que possam implicar simplificada), salvo se, por escrito, todos os sócios
concorrência com a sociedade. decidirem sobre a matéria sobre a pauta que seria objeto
destas.
4.4 – (OAB/RS – 2007) Uma sociedade do tipo limitada G) Ato Constitutivo e Regulamentar: A Sociedade Limitada é
formada por 4 pessoas (Artur da Silva, contador; constituída e regulamentada pelo contrato social.
Bernardo da Silva, estudante; Carla da Silva, médica; e
Diego Santos, servidor público federal) teve seu ato 1.5.5.5.2 Da Administração na Sociedade Limitada
constitutivo arquivado na Junta Comercial. Artur e Carla → “A Sociedade Limitada é administrada por uma ou mais
são casados em regime de separação parcial de bens, pessoas designadas no contrato social ou em separado.”
enquanto Bernardo é filho menor do casal. O nome (Art. 1.060, caput, do CC)
empresarial adotado pela sociedade foi Padaria Pão OBS 1: A nomeação de todos os sócios no contrato social
Quente Ltda., sendo designado administrador pelo como administradores, não se estende a novos sócios
contrato social o sócio Diego. Para a formação da admitidos na sociedade posteriormente. (§ único do art.
sociedade, todos os sócios integralizaram à vista as 1.060 do CC)
respectivas contribuições, em dinheiro. Neste contexto, OBS 2: O contrato social poderá permitir a nomeação de
assinale a assertiva correta: administradores não sócios, que serão designados desde
(A) O ato constitutivo da sociedade deveria ter sido levado a que, no caso de ainda não estar integralizado o capital da
registro perante o Registro Civil de Pessoas Jurídicas, e não sociedade, houver a aprovação unânime da representação
perante a Junta Comercial. do capital social e de no mínimo 2/3, em caso de
(B) Artur a Carla, em razão do regime de bens do integralização total. (Art. 1.061 do CC)
casamento, não podem ser sócios desta sociedade.
(C) Bernardo somente poderia participar da sociedade se 1.5.5.5.3 Do Conselho Fiscal na Sociedade Limitada
houvesse prévia autorização judicial. → “Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios,
(D) O Sócio Diego está impedido de ser administrador desta pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou
sociedade. mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não,
residentes no País, eleitos na assembleia anual prevista no
1.5.5.5 Da Sociedade Limitada art. 1.078.” (Art. 1.066, caput, do CC)
→ “Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio OBS 1: Os sócios minoritários que representem pelo menos
é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem 20% do capital social terão direito de eleger, em separado,
solidariamente pela integralização do capital social.” (Art. um dos membros do conselho fiscal e seu suplente. (§ 2º do
1.052 do CC) art. 1.066 do CC)

1.5.5.5.1 Das Principais Características da Sociedade 1.5.5.5.3.1 Das Atribuições e Deveres dos Membros do
Limitada Conselho Fiscal na Sociedade Limitada
A) Responsabilidade dos Sócios: Todos os sócios → Conforme dispõe o art. 1.069 do CC, além das
respondem solidária e limitadamente pelas obrigações atribuições previstas no contrato social ou na lei, é de
sociais. incumbência dos membros do Conselho Fiscal, em conjunto
B) Nome Empresarial: A Sociedade Limitada poderá adotar, ou individualmente, os seguintes deveres:
como nome empresarial, tanto denominação quanto firma A) O Exame: Deverão ser examinados os livros, os papéis e
ou razão social. o estado da caixa e da carteira da sociedade pelo menos a
C) Composição do Quadro Social: Tanto pessoas físicas cada trimestre, devendo o resultado desses exames ser
quanto jurídicas poderão compor o quadro social da lavrado no livro de atas e pareceres.
Sociedade limitada. B) Parecer Anual Sobre Negócios e Operações Sociais:
D) Regência Supletiva: A Sociedade Limitada é regida Elaboração, com base no balanço patrimonial e de
diretamente pelo disposto nos arts. 1.052 a 1.087 do CC e, resultados, de parecer anual sobre os negócios e operações
nas omissões destes dispositivos, rege-se, supletivamente, da sociedade, com sua apresentação à assembleia anual
pelas regras relativas às Sociedades Simples ou, se dos sócios.

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C) Denúncia de Erros, Fraudes ou Crimes: Em caso de (B) a maioria dos votos dos presentes à Assembleia Geral.
constatação de erros, fraudes ou crimes no âmbito social, (C) os votos correspondentes a ¾ (três quartos) do capital
deverão os membros do conselho fiscal sugerir providências Social.
úteis à sociedade. (D) a unanimidade dos votos dos cotistas integrantes do
D) Convocação da Assembléia dos Sócios em Substituição Capital Social.
à Diretoria: Caso a diretoria retarde a convocação da
assembleia anual de sócios ou em sempre que ocorram 1.5.5.6 Da Sociedade Anônima ou Companhia
motivos urgentes, poderá o Conselho fiscal providenciar → “Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-
essa convocação. se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente
pelo preço de emissão das ações que subscrever ou
adquirir” (Art. 1.088 do CC)

1.5.5.6.1 Das Principais Características da Sociedade


Anônima
A) Responsabilidade dos Sócios: Na Sociedade Anônima,
QUESTÕES DE CONCURSOS – 5 todos os sócios respondem de forma limitada pelas
5.1 - (OAB/RS – 2006) Sobre as sociedades empresárias obrigações sociais, não havendo solidariedade entre os
que adotam a forma societária de uma limitada, assinale mesmos.
a assertiva correta: B) Natureza Sempre Empresarial: Independente do objeto
(A) A aprovação das contas da administração depende da social, ainda que seja atividade econômica civil, a
deliberação dos sócios em reunião ou assembleia. As Sociedade Anônima terá sempre a natureza empresarial. (§
deliberações infringentes do contrato social ou da lei tornam 1º do art. 2º da LSA)
ilimitada a responsabilidade dos sócios que expressamente C) Nome Empresarial: A Sociedade Anônima deverá adotar,
as aprovam. como nome empresarial, apenas denominação social,
(B) Na omissão do contrato social, o sócio pode ceder sua acompanhada das expressões “companhia”, ou “sociedade
quota, total ou parcialmente, a qualquer pessoa, anônima”, por extenso ou abreviado, vedada a utilização da
independente de audiência dos outros sócios. primeira ao final.
(C) A sociedade pode ser administrada por uma ou mais D) Ato Constitutivo e Regulamentar: A Sociedade Anônima
pessoas designadas no contrato social, necessariamente é constituída e regulamentada pelo estatuto social.
sócios. E) Composição do Quadro Social: Tanto pessoas físicas
(D) O Código Civil veda a instituição de conselho fiscal nas quanto jurídicas poderão compor o quadro social da
sociedades limitadas. Sociedade limitada.
F) Regência Supletiva: A Sociedade Anônima ou
5.2 – (OAB/MG – 2006.3.70) As sociedades limitadas Companhia está disciplinada em lei própria (Lei 6.040/76 -
NÃO são regidas, nem supletivamente: LSA), regendo-se, no caso de omissões, pelas disposições
(A) Pelo Código Civil de 2002. do Código Civil. (Art. 1.089 do CC)
(B) Pelas regras aplicáveis à sociedade simples. G) Cessão de Ações: Por se tratar de uma sociedade
(C) Pelas regras aplicáveis à sociedade em conta de essencialmente de capital, a cessão, transferência ou a
participação. alienação das ações na Sociedade Anônima é plenamente
(D) Pelas regras aplicáveis à sociedade anônima. livre, imperando, neste particular, o princípio da livre
circulação da participação societária.
5.3 – (OAB/MG – 2006.3.71) No regime jurídico das → As Sociedades Anônimas poderão ser “Abertas” ou
sociedades limitadas, é incorreto afirmar: “Fechadas”, conforme estejam ou não os seus valores
(A) A cessão de cotas entre sócios não depende da mobiliários (ações e outros títulos emitidos pela companhia)
anuência dos demais cotistas. admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários
(B) O sócio remisso pode ser excluído da sociedade, sem a (Bolsas de Valores ou Mercado de balcão). (Art. 4º, caput,
devolução do que houver pago, o que significará penalidade da LSA)
pelo inadimplemento; OBS: Para a Sociedade Anônima negocie seus valores
(C) A integralização do capital social não pode ser feita com mobiliários no mercado correspondente ou faça distribuição
prestação de serviços pelo sócio para a sociedade. pública destes, esta deverá estar registradas na CVM
(D) A exclusão do sócio, observadas as condições previstas (Comissão de valores Mobiliários). (§§ 1º e 2º do art. 4º da
na lei e no contrato social, pode se dar pela via judicial e LSA)
também extrajudicial.
1.5.5.6.2 Dos Direitos Essenciais dos Acionistas
5.4 – (OAB/RJ – 28º) Na modificação de um contrato → Os acionistas possuem direitos que não podem ser
social de uma sociedade limitada, a lei exige como suprimidos nem pelo estatuto nem por qualquer deliberação
“quorum” mínimo para que a deliberação dos sócios da Assembleia geral. São eles:
seja tomada: A) Direito de participar dos lucros da companhia.
(A) os votos correspondentes a mais da metade do Capital B) Direito de participar do acervo líquido da companhia, em
Social. caso de liquidação desta.

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C) Direito de fiscalizar os atos praticados pela administração 1.5.5.6.4 Da Assembleia Geral na Sociedade Anônima
da companhia, na forma da lei. → “A Assembleia Geral, convocada e instalada de acordo
D) Direito de preferência em subscrever ações, partes com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os
beneficiária e debêntures conversíveis e ações e bônus de negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as
subscrição. resoluções que julgar convenientes à sua defesa e
E) Direito de retirar-se da sociedade na forma da lei. desenvolvimento.” (Art. 121 da LSA)
A) A Assembleia Geral Ordinária: De funcionamento regular,
1.5.5.6.3 Dos Valores Mobiliários Emitidos Pela será realizada a cada ano, nos 4 meses seguintes ao
Sociedade Anônima término do exercício social, com a finalidade de: a) tomar as
→ Valores mobiliários são títulos emitidos pelas companhias contas dos administradores e examinar, discutir e votar as
como instrumento de captação de recursos no mercado, os demonstrações financeiras; b) deliberar sobre a destinação
quais representam aos seus adquirentes um investimento. do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
c) eleger a Diretores e os membros do Conselho de
1.5.5.6.3.1 As Ações Administração, quando for o caso; d) aprovar a correção da
→ As ações são valores mobiliários cuja peculiaridade se expressão monetária do capital social. (Art. 132 da LSA)
constitui em representar unidade do capital social, B) A Assembleia Geral Extraordinária: Com realização a
conferindo a seus titulares, portanto, qualidade de acionistas qualquer tempo, desde que necessária, tem por finalidade
(sócios) da respectiva companhia. qualquer assunto de interesse da companhia que, porém,
A) Espécies de Ações: não seja de competência exclusiva da Assembleia geral
→ Ordinárias: Conferem a seus titulares os comuns de Extraordinária.
qualquer acionista como o de receber dividendos e votar
nas assembléias. 1.5.5.6.5 Da Administração na Sociedade Anônima
→ Preferenciais: São as que conferem vantagens ou → A administração da Sociedade Anônima ou companhia
restrições a seus titulares em relação aos direitos comuns poderá ser exercida pelo Conselho de Administração e pela
dos demais acionistas, como prioridade no recebimento dos Diretoria.
dividendos ou no reembolso do capital. A) O Conselho de Administração: É órgão de deliberação
→ Fruição: São as ações que substituem as ordinárias ou colegiado, de existência facultativa (exceto nas sociedades
preferenciais após a sua amortização, ou seja, quando da de economia mista, capital aberto e capital autorizado),
antecipação do valor do capital correspondente em caso de eleito pela assembleia geral, composto de, no mínimo, 3
liquidação da companhia. membros que deverão ser, exclusivamente, pessoas físicas
B) Formas das Ações: e acionistas da companhia (sendo possível a previsão da
→ Nominativas: São as ações cuja transferência de participação de representantes de empregados), com
titularidade deverá ser registrada em livro próprio em poder mandato não superior a 3 anos (permitida a reeleição).
da companhia. OBS: As principais competências do Conselho de
→ Escriturais: São as ações cuja transferência de Administração são: a) fixação da orientação geral dos
titularidade deverá ser registrada em assentos da instituição negócios da companhia; b) eleição e destituição dos
financeira depositária. diretores da companhia; c) fiscalização da gestão dos
OBS: Deve-se frisar que a Lei 8.021/90 extinguiu as ações diretores, inclusive exame de livros e papéis; d) convocação
endossáveis e ao portador. da Assembleia Geral em caso de julgar conveniente.
B) A Diretoria: É órgão executivo, composto de dois ou mais
1.5.5.6.3.2 Outros Valores Mobiliários Emitidos Pela diretores, acionistas ou não, eleitos para um mandato de 3
Sociedade Anônima anos (permitida a reeleição) e destituíveis a qualquer tempo
→ Para a captação de recursos junto ao mercado de pelo Conselho de Administração e, quando não existir, pela
investimentos, a companhia poderá emitir outros títulos Assembleia Geral.
além das ações, não necessitando, para tanto, aumentar OBS: As principais competências da Diretoria são: a)
seu capital admitindo o ingresso de novos acionistas. representar a companhia judicial ou extrajudicialmente (no
A) As Debêntures: São valores mobiliários com valor caso de silêncio do estatuto esta representação caberá a
nominal que conferem aos seus titulares (debenturistas), qualquer dos diretores); b) todas as práticas necessárias ao
direito de crédito perante a companhia que os emitiu e de funcionamento regular da companhia.
acordo com as condições de sua emissão.
B) As Partes Beneficiárias: São valores mobiliários emitidos 1.5.5.6.6 Do Conselho Fiscal na Sociedade Anônima
exclusivamente por companhias fechadas, sem valor → “A companhia terá um Conselho Fiscal e o estatuto
nominal, os quais conferem direito de crédito a seus titulares disporá sobre o seu funcionamento, de modo permanente
na eventualidade da ocorrência de lucros anuais, até o limite ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido dos
de 10%. acionistas.” (Art. 161, caput, da LSA)
C) Os Bônus de Subscrição: São os valores mobiliários OBS: O Conselho Fiscal, composto de 3 a 5 membros e
emitidos pelas companhias com o propósito de conferir, aos respectivos suplentes eleitos pela Assembleia geral, auxilia
seus titulares, direito de subscreverem novas ações em a Assembleia Geral na fiscalização da administração
futuro aumento de capital. realizada pelo Conselho de Administração e pela Diretoria,

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analisando a legalidade e a regularidade dos atos (D) Emitidos por uma sociedade por ações, que conferem
praticados. aos seus titulares o direito de subscrição de novas ações,
estabelecendo o benefício do deságio de 10% quando da
QUESTÕES DE CONCURSOS – 6 integralização do seu valor nominal.

6.1 - (OAB/RJ – 31º.51) Na sociedade por ações é 2 DOS TÍTULOS DE CRÉDITO


possível:
(A) ter o capital dividido em ações e a responsabilidade dos 2.1 Aspectos Gerais
acionistas ser limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas; 2.1.1 O Crédito
(B) privar o acionista de participar dos lucros sociais;
(C) criar ações ao portador; 2.1.1.1 Garantia Moral e Jurídica
(D) fixar o capital social expresso em moeda estrangeira. → O Crédito decorre sempre de uma relação de confiança,
a qual poderá ser apenas moral, fruto do bom nome do
6.2 - (OAB/RJ – 31º.55) A sociedade por ações: devedor, ou também jurídica, a qual se alicerça em garantis
(A) pode ser simples ou empresária, dependendo de seu postas a disposição do credor pelo Estado com vistas a
objeto social; compelir o devedor ao pagamento ou o ressarcimento dos
9
(B) não é nem simples e tampouco empresária. Trata-se de prejuízos .
um terceiro tipo societário sui generis, previsto em lei
especial; 2.1.1.2 Operação de Crédito
(C) independentemente de seu objeto é sempre → A operação de crédito é troca de uma prestação atual por
considerada empresária; uma operação futura. (Ex. venda de um sapato em uma loja,
(D) será sempre simples, com capital social dividido em para pagamento em 30 dias: A) Entrega do sapato =
ações e responsabilidade dos sócios limitada ao preço de Prestação atual; B) Pagamento em 30 dias = Prestação
emissão. futura)

6.3 - (OAB/SP – 129) Assinale a afirmativa verdadeira. 2.1.2 Conceito de Título de Crédito
As debêntures emitidas por uma sociedade anônima → O título de crédito é o documento que formaliza ou até
conferem aos seus titulares direitos de crédito contra materializa uma operação de crédito.
elas, nas condições: → O Título de Crédito pode ser entendido como “um
(A) Estabelecidas em lei. instrumento formal que contém obrigação, instrumento esse
10
(B) Constantes da escritura de emissão e, se houver, do a que a lei confere direito literal e autônomo ”.
certificado. 2.1.3 Princípios dos Títulos de Crédito
(C) Estabelecidas pelo Banco Central.
(D) Negociadas entre o seu titular e a companhia. 2.1.3.1 A Documentalidade; Cartularidade ou
Incorporação
6.4 - (OAB/SP – 128) A ação de uma sociedade por → O título de crédito é um documento necessário para o
ações: exercício do direito nele contido, estando o direito de tal
(A) Deverá, obrigatoriamente, ter valor nominal. forma incorporado no documento que sem um o outro não
(B) Pode ou não ter valor nominal. existe.
(C) Só terá valor nominal, quando subscrita e integralizada
em moeda corrente nacional. 2.1.3.2 A Literalidade
(D) Só terá valor nominal, quando subscrita e integralizada → O título de crédito é um documento em que nele se limita
em moeda corrente nacional e, concomitantemente, for toda a amplitude do direito que representa. Daí se
objeto de emissão do respectivo certificado. fundamenta a expressão que diz que quanto ao título de
crédito: vale o que nele está escrito.
6.5 - (OAB/SP – 126) As partes beneficiárias são títulos:
(A) Negociáveis, sem valor nominal, emitidos por uma 2.1.3.3 A Autonomia
sociedade por ações, que atribuem aos seus titulares o → Pelo princípio da autonomia, entende-se que uma vez
direito de crédito eventual, consistente na participação nos emitido um Título de Crédito, o direito referente ao crédito
lucros anuais. que o originou, nele se incorpora, tornando-se autônomo em
(B) Resgatáveis, limitando seu valor a 10% do lucro anual relação ao negócio jurídico que lhe deu origem.
de uma sociedade por ações, que os emitirá em favor de
entidades sem fins lucrativos, para ser aplicado em 2.1.4 Características dos Títulos de Crédito
benefício de obras sociais.
(C) Não negociáveis, sem valor nominal, emitidos por uma 2.1.4.1 A Formalidade
sociedade por ações, por conta e ordem de qualquer de
seus acionistas, por meio dos quais transfere para terceiro 9
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro Vol. 3. 5ª
os direitos aos lucros das respectivas ações. ed. Ed. Atlas. São Paulo. 2009. p. 4.
10
ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e Prática do Títulos de
Crédito. Ed. Saraiva. 19ª ed. p. 8. São Paulo. 1999.

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→ O Título de Crédito, em razão das prerrogativas que lhe subscritor, promete efetuar diretamente o pagamento do
são conferidas, é um documento formal. Isto quer dizer que título ao credor. É exemplo de título com tal estrutura a Nota
tanto sua confecção quanto sua emissão, devem ser Promissória.
realizadas em atenção a determinados rigores, o que faz
com que os Títulos de Crédito possam se distinguir de 2.1.5.3 Quanto à Circulação: Nominativos não à Ordem;
outros documentos, mesmo que estes venham representar Nominativos à Ordem; ao Portador.
relações creditícias, tais como os boletos bancários, por → São Títulos de Crédito Nominativos não à Ordem
exemplo. aqueles que são os emitidos em nome de pessoa
determinada, somente se verificando a sua transmissão por
2.1.4.2 A Circulabilidade meio de termo de transferência lavrado em livro próprio e
→ Diz respeito à faculdade que têm os Títulos de Crédito assinado pelo transmitente ao adquirente. É exemplo de
em poder circular, de forma independente do negócio que Título de Crédito Nominativo a ação nominativa da
lhes deu origem. Com fundamento em tal característica, sociedade anônima.
realizam os títulos de crédito a importante função de → Os Nominativos à Ordem são os que, embora estando
possibilitar que o credor, mediante a sua negociação, efetive mencionado o nome do titular poderão, em razão de conter
de imediato o seu valor, utilizado para negócios atuais a a chamada “cláusula à ordem”, ser transmitidos a terceiros
contraprestação futura prometida pelo seu devedor. por simples endosso.
→ Já os ao portador são os que não consta o nome da
2.1.4.3 A Força Executiva pessoa beneficiada, operando-se a sua circulação por
→ O Credor de um Título de Crédito que não receber o seu simples tradição, ou seja, pela transferência da posse física
crédito nada data indicada poderá, após o seu vencimento, do documento.
executá-lo judicialmente, dispensando, assim, um prévio
processo de conhecimento. Isto significa dizer que os 2.1.6 O Endosso
Títulos de Crédito possuem força judicial idêntica a uma → O endosso é o meio pelo qual a titularidade de um título
sentença judicial transitada em julgado, ou seja, uma nominativo à ordem é transferida a um terceiro, lançando o
sentença a qual não cabe mais qualquer recurso. endossante, a sua assinatura na cártula.
OBS 1: Se diz que o Endosso é “Em Branco”, quando o
2.1.5 A Classificação dos Títulos de Crédito endossatário não está identificado e, por sua vez, será
chamado de Endosso “Em Preto”, quando o beneficiário
2.1.5.1 Quanto às Hipóteses de Emissão: Abstratos e estiver indicado no referido ato de transferência.
13
Causais OBS 2: Conforme destaca Fábio Ulhoa Coelho O endosso
→ Os Títulos de Crédito Abstratos são aqueles que, produz, em regra, dois efeitos: a) transfere a titularidade do
11
conforme ensina Gladston Mamede , não existe uma causa crédito representado no título, do endossante para o
determinada para a sua emissão, podendo esta decorrer de endossatário; b) vincula o endossante ao pagamento do
qualquer tipo de negócio jurídico, como por exemplo: a Letra título, na qualidade de coobrigado.
de Câmbio; a Nota Promissória; e o Cheque.
→ Já os Títulos de Crédito Causais são aqueles, 2.1.7 O Aval
14
conforme é a lição de Mamede, “cuja emissão resulta → Conforme salienta Gladston Mamede , trata-se o Aval
necessariamente de um determinado negócio, como por de um instrumento jurídico específico do Direito cambiário,
exemplo, a Duplicata Mercantil, que somente poderá ser isto é, de uso exclusivo dos títulos de crédito. Assim, o Aval
emitida em decorrência de uma venda mercantil ou, ainda, se constitui em uma declaração unilateral, pela qual o
de uma prestação de serviços, desde que tais negócios declarante (avalista) assume uma obrigação autônoma e
tenham sido formalizados por uma fatura. pessoal de forma solidária ao beneficiário (avalizado).
OBS 1: Mamede destaca ainda que “o avalista garante a
2.1.5.2 Quanto à Estrutura: Ordem de Pagamento e obrigação assumida pelo avalizado e não a pessoa deste”.
Promessa de Pagamento OBS 2: Em razão de, pelo aval, o avalista vir assumir a
→ Se constitui em uma Ordem de Pagamento, conforme obrigação cambiária tal qual seu avalizado, Mamede
12
leciona Marcelo Tadeu Cometti , o Título de Crédito que salienta que “sequer é preciso provar o inadimplemento
seu emissor, “também chamado sacador, ordena a terceiro, deste para afirmar a obrigação do avalista. Basta que o
denominado sacado, que realize o pagamento do título ao título esteja vencido para que se possa exigir, do avalista, o
beneficiário da ordem, denominado tomador.” São exemplos adimplemento da obrigação por ele assumida”.
de títulos com esta estrutura, a Letra de Câmbio; a OBS 3: Cabe ressaltar, de maneira bastante breve, que o
Duplicata; e o Cheque. Aval, não deve ser confundido com a Fiança. O Aval, como
→ Por sua vez, é uma Promessa de Pagamento o Título visto, é uma declaração cambial (relativa a Título de
de Crédito que, segundo é a lição de Marcelo Tadeu Crédito) unilateral pela qual obriga o avalista de maneira
Cometti, seu emitente, neste caso denominado de solidária perante o avalizado. Por sua vez, a Fiança se

11 13
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro Vol. 3. 5ª COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial – Direito
ed. Ed. Atlas. São Paulo. 2009. p. 29. de Empresa Vol. 1. 14ª ed. Ed. Saraiva. São Paulo. 2010. p. 412.
12 14
COMETTI, Marcelo Tadeu. Direito Comercial – Direito de MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro Vol. 3. 5ª
Empresa. Ed. Saraiva. São Paulo. p. 109. ed. Ed. Atlas. São Paulo. 2009. p. 123.

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constitui em um contrato acessório, pelo qual o fiador
assume uma obrigação subsidiária ao devedor principal.

2.1.8 A Prescrição
→ A Prescrição é a extinção da pretensão à ação judicial
correspondente para reivindicar um direito, em razão da
fluência do prazo legal para sua exigência. Em se tratando
de um Título de Crédito, em razão de sua Prescrição, perde
o seu titular o direito a intentar a ação de execução de título
extrajudicial correspondente.
15
OBS: Gladston Mamede salienta que “a prescrição do
título, contudo, traduz apenas a prescrição da declaração 2.2.1.1 Legislação Aplicável
unilateral do crédito, não alcançando o negócio → A Letra de Câmbio está regulamentada pelo Decreto nº
fundamental, se maior o seu prazo prescricional”. Sendo 57.663/1966, anexo I e subsidiariamente pelo Decreto-Lei nº
assim, prescrito o título, pode o seu titular intentar ação de 2.044/1908.
cobrança ou, ainda, monitória utilizando a respectiva cártula
como prova escrita. 2.2.1.2 Conceito
17
→ Conforme leciona Amador Paes de Almeida , “a Letra de
2.1.9 O Protesto Câmbio é uma ordem de pagamento que o sacador dirige
→ O protesto, segundo Erminio Amarildo Darold "é ato
16 ao sacado para que este pague a importância consignada a
formal, requerido ao organismo estatal pelo um terceiro denominado tomador”.
interessado, à salvaguarda dos seus direitos expressos
em título de crédito e à constituição em mora do 2.2.1.3 As Figuras Intervenientes
devedor para todos os efeitos legais". → As figuras intervenientes na Letra de Câmbio são: o
OBS 1: Darold ressalta, que o protesto se constitui em Sacador; o Sacado; e o Tomador. O Sacador, ao promover
relevante instrumento com o objetivo de compelir o saque da cártula, cria o título promovendo a ordem de
legalmente o inadimplente ao pagamento da dívida, pagamento do valor consignado. O Sacado é o destinatário
evitando-se, assim, a via judicial. da referida ordem, o qual poderá ser chamado de aceitante,
OBS 2: O protesto indevido ou abusivo poderá ser sustado caso reconheça a obrigação e lance o seu aceite no corpo
por meio de Ação Cautelar de Sustação de Protesto. Esta da cártula. Por sua vez o Tomador é o beneficiário da ordem
ação deverá ser interposta em prazo máximo de 03 (três) de pagamento, o qual poderá ser um terceiro ou a própria
dias, a serem contados do recebimento da notificação pessoa do sacador.
enviada pelo cartório, sob pena de ser lavrado o protesto.
OBS 3: No caso de necessidade de ajuizamento de Ação 2.2.1.4 A Prescrição
Cautelar de Sustação de Protesto, a liminar requerida → Em face de se encontrar regulamentada conjuntamente
deverá ser fundamentada tanto no periculum in mora, o qual com a Nota Promissória no Decreto nº 57.663/1966 e
deverá atentar-se para o fato de que uma vez lavrado o subsidiariamente no Decreto nº 2.044/1908, a Letra de
protesto, restará abalado ao crédito e ao bom nome do Câmbio possui os mesmos prazos prescricionais, conforme
requerente, quanto no fumus boni júris, o qual poderá se discriminados a seguir:
referir às demonstrações documentais referentes à A) Prescreve em 3 (três) anos, a contar do vencimento, a
inexistência do débito exigido ou, ainda, a caução realizada, ação de execução em face do devedor principal e seu
garantindo-se o juízo. avalista;
OBS 4: Porém, se já passado o prazo de 3 dias e já tiver B) Prescreve em 1 (um) ano, a contar do protesto, a ação
sido lavrado o protesto, deverá ser intentada uma ação de execução em face do sacador, endossantes e
ordinária pedindo a anulação do título protestado com respectivos avalistas;
pedido de antecipação de tutela. Desta feita, o fumus boni C) Prescreve em 6 (seis) meses, a contar do pagamento ou
júris cede lugar a “prova da inequívoca da verossimilhança” do ajuizamento da execução cambial, a ação de regresso
e o periculum in mora, desta feita, será substituído, em sua por qualquer um dos coobrigados (sacador, endossantes e
força argumentativa, pelo “receio de dano irreparável ou de respectivos avalistas).
difícil reparação”, conforme estatui o art. 273 do CPC.
2.2.1.5 Os Requisitos Essenciais
2.2 Os Títulos de Crédito em Espécie → O art. 1º do Decreto 57.663/1966 relaciona determinados
requisitos cuja inexistência invalidará o documento como
2.2.1 A Letra de Câmbio Letra de Câmbio, conforme é a regra do art. 2º, salvo em
situações expressas no referido decreto. São eles:
A) A expressão “Letra” escrita no texto do título no idioma
empregado na sua redação;
B) A ordem de pagamento de quantia determinada;
15
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro Vol. 3. 5ª
ed. Ed. Atlas. São Paulo. 2009. p. 175.
16
DAROLD, Ermínio Amarildo. Protesto Cambial – Duplicatas x Boletos.17Ed.
ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e Prática dos Títulos de
Juruá. Curitiba. 1998. p. 17. Crédito. 19ª ed. Ed. Saraiva. São Paulo. 1999. p. 19.

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C) A identificação de quem deverá efetuar o pagamento (o 2.2.1.5 Os Requisitos Essenciais
sacado); → O art. 75 do Decreto 57.663/1966 relaciona determinados
D) A data que deverá ser efetuado o pagamento e, se requisitos cuja inexistência invalidará o documento como
inexistir, considera-se o título como sendo à vista; Letra de Câmbio, conforme é a regra do art. 76, salvo em
E) O local de pagamento e, se inexistir, considera-se como situações expressas no referido decreto. São eles:
tal o local indicado como o do domicílio do sacado; A) A expressão “Nota Promissória” escrita no texto do título
F) A identificação da pessoa a quem a ordem deve ser paga no idioma empregado na sua redação;
(tomador), podendo ser indicada a pessoa do próprio B) A promessa de pagamento de quantia determinada;
sacador; C) A data que deverá ser efetuado o pagamento e, se
G) A data e o local onde a Letra de Câmbio foi sacada e, se inexistir, considera-se o título como sendo à vista;
inexistir, considera-se como tal o local do domicilio do D) O local de pagamento e, se inexistir, considera-se como
sacador; tal o local indicado como o do domicílio do subscritor;
H) A assinatura do emitente da ordem (sacador). E) A identificação da pessoa a quem ou a ordem de quem
deve ser paga (tomador);
F) A data e o local onde a Nota promissória foi passada e,
2.2.2 A Nota Promissória se inexistir, considera-se como tal o local do domicilio do
subscritor;
G) A assinatura de quem passa a Nota Promissória
(subscritor).

2.2.3 O Cheque

2.2.1.1 Legislação Aplicável


→ A Nota Promissória está regulamentada, a exemplo da
Letra de Câmbio, pelo Decreto nº 57.663/1966, anexo I e
subsidiariamente pelo Decreto-Lei nº 2.044/1908.

2.2.1.2 Conceito 2.2.3.1 Legislação Aplicável


→ A Nota Promissória é uma promessa incondicional, feita → O Cheque está regulamentado pela Lei 7.357/1985.
por escrito pelo subscritor do título em favor do tomador, de
efetuar o pagamento da importância relativa ao crédito 2.2.3.2 Conceito
concedido, nas condições contidas na cártula. → O Cheque é uma ordem de pagamento à vista, que o
sacador do título faz em seu favor ou de terceiro beneficiário
2.2.1.3 As Figuras Intervenientes contra o sacado, o qual deve ser, necessariamente, um
→ As figuras intervenientes na Nota Promissória são: o banco ou instituição financeira equiparada.
Subscritor; e o Tomador. O Subscritor é o emitente do título,
isto é, quem realiza a promessa de pagamento, portanto, é 2.2.3.3 As Figuras Intervenientes
o devedor. O Tomador é o destinatário da promessa, isto é, → As figuras intervenientes no Cheque são: o Sacador; o
o beneficiário, portanto, é o credor. Beneficiário; e o Sacado. O Sacador é o emitente do título,
isto é, quem realiza a ordem de pagamento. O Beneficiário
2.2.1.4 A Prescrição
é aquele em favor de quem a ordem de pagamento é
→ Em face de se encontrar regulamentada conjuntamente emitida, podendo ser este o próprio sacador. Já o Sacado é
com a Letra de Câmbio no Decreto nº 57.663/1966 e o destinatário da ordem de pagamento, isto é, será o banco
subsidiariamente no Decreto nº 2.044/1908, a Nota ou instituição financeira equiparada.
Promissória possui os mesmos prazos prescricionais,
conforme discriminados a seguir: 2.2.3.4 A Prescrição
A) Prescreve em 3 (três) anos, a contar do vencimento, a A) O Caput do art. 59 da Lei 7.357/1985 estabelece que a
ação de execução em face do devedor principal e seu Ação de Execução, em favor do beneficiário do Cheque,
avalista; prescreve em 6 (seis) meses, contados da expiração do
B) Prescreve em 1 (um) ano, a contar do protesto, a ação prazo de apresentação do título que é, conforme a regra do
de execução em face do sacador, endossantes e art. 33 da mesma lei, de 30 (trinta) dias, quando for emitido
respectivos avalistas; na mesma praça de pagamento e de 60 (sessenta) dias,
C) Prescreve em 6 (seis) meses, a contar do pagamento ou quando for emitido fora da praça de pagamento.
do ajuizamento da execução cambial, a ação de regresso B) O § único do art. 59 da Lei 7.357/1985 estabelece que a
por qualquer um dos coobrigados (sacador, endossantes e Ação de Regresso de um obrigado ao pagamento contra o
respectivos avalistas). outro, prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia do

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pagamento ou do em que o autor do regresso foi → As figuras intervenientes na Duplicata são: o Sacador; e
demandado. o Sacado. O Sacador é o emitente do título, isto é, o
C) O art. 61 da Lei 7.537/1985 fixa em 2 (dois) anos a vendedor das mercadorias ou o prestador do serviço, isto é,
prescrição da Ação de Enriquecimento em face do emitente é o credor do crédito referido na respectiva fatura. Já o
e outros obrigados que se locupletaram injustificadamente Sacado é o comprador das mercadorias ou o tomador dos
com o não pagamento do cheque. Este prazo deverá ser serviços prestados pelo Sacador. É o sacado, portanto, o
contado do dia em que se efetivar a prescrição da Ação de destinatário da ordem de pagamento, podendo, ainda, se
Execução em favor do beneficiário do título. tornar o Aceitante, caso lance a sua assinatura no local
apropriado do título e se obrigue assim com o seu
2.2.3.5 Os Requisitos Essenciais pagamento.
→ O art. 1º da Lei 7.357/1985 relaciona determinados
requisitos cuja inexistência invalidará o documento como 2.2.4.4 A Prescrição
Cheque, conforme é a regra do art. 2º, salvo em situações A) O art. 18, I da lei 5.474/1968 estabelece que a Ação de
expressas na referido lei. São eles: Execução em face do sacado e respectivos avalistas
A) A expressão “Cheque”, escrita no texto do título no prescreve em 3 (três) anos, contados da data do
idioma empregado na sua redação; vencimento do título;
B) A ordem incondicional de pagar a quantia de B) A prescrição da Ação de Execução em face do
determinada, expressa em algarismos e por extenso; endossante e seus avalistas é de 1 (um) ano contado da
C) O nome do banco ou instituição financeira equiparada data do protesto, conforme determina o inciso II do art. 18
que deve pagar o valor constante na ordem (sacado); da lei 5.474/1968;
D) A indicação do lugar de pagamento; C) A Ação de Execução de qualquer dos coobrigados em
E) A data e o local de emissão; face dos demais prescreve em 1 (um) ano contado da data
F) A Assinatura do emitente (sacador) ou mandatário com do pagamento da duplicata.
poderes especiais.
2.2.4.5 Os Requisitos Essenciais
2.2.4 A Duplica → O § 1º do art. 2º da Lei 5.474/1968 relaciona
determinados requisitos que a Duplicata deverá conter. São
eles:
A) A expressão “Duplicata”, a data de sua emissão e o
número de ordem;
B) O número da fatura da qual se originou;
C) A data do vencimento ou a declaração de ser o título á
vista;
D) O nome e o domicílio do vendedor (sacador) e do
comprador (sacado);
E) A importância a pagar, em algarismos e por extenso;
F) O local de pagamento;
G) A cláusula “à ordem”;
H) A declaração de reconhecimento de sua exatidão e da
obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador ou o
tomador do serviço (sacado), valendo esta declaração como
o aceite do título;
2.2.4.1 Legislação Aplicável I) A assinatura do sacador.
→ A Duplicata está regulamentado pela Lei 5.474/1968.
2.2.4.6 Da Remessa e da Devolução da Duplicata
2.2.4.2 Conceito → “A remessa de Duplicata poderá ser feita diretamente
→ A Duplicata é uma ordem de pagamento que o sacador pelo vendedor ou por seus representantes, procuradores ou
do título faz em seu favor, com base em uma fatura correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao
representativa de um crédito referente a um negócio comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento,
empresarial correspondente a uma venda de mercadorias podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada,
ou de uma prestação de serviços. A Duplicata é, portanto, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate,
um título causal. segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.”
OBS 1: Em caso de vencimentos parcelados, uma fatura (Art. 6º, caput, da lei 5.474/1968)
poderá gerar várias Duplicatas, caso em que será acrescido OBS 1: “O prazo para a remessa da duplicata será de 30
ao número de ordem uma letra em sequência (ex. 001/A; (trinta) dias, contado da data de sua emissão” (§ 1º do art.
001/B), conforme disciplina o § 3º do art.2º da Lei 6º da Lei 5.474/1968)
5.474/1968. Porém o conjunto de várias faturas não poderá OBS 2: A Duplicata, quando não for à vista, deverá ser
gerar uma única Duplicata. devolvida pelo sacado ao apresentante, no prazo de 10
(dez) dias de sua apresentação, devidamente assinada ou
2.2.4.3 As Figuras Intervenientes

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acompanhada de declaração contendo as razões da falta do
aceite. (Art. 7º da Lei 5.474/1968) 7.3 - (OAB/SC – 2006) Assinale a alternativa correta:
→ De acordo com a regra estabelecida pelo art. 8º da Lei (A) Transfere-se o título nominativo, exclusivamente,
5.474/1968, o sacado só poderá deixar de aceitar a mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo
Duplicata pelos seguintes motivos: proprietário.
A) Avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não (B) Com a inclusão de expressa cláusula não á ordem o
expedidas ou não entregues por sua conta e risco; título de crédito circula pela forma e com efeito de endosso.
B) Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na (C) A transferência de título ao portador pode se fazer por
quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; simples tradição.
C) Divergência nos prazos ou nos preços ajustados. (D) Fica vedado o endosso após o vencimento.
OBS: Caso o sacado não restitua a Duplicata no prazo de
10 (dias) de sua apresentação para aceite, o sacador 7.4 - (OAB/SP – 127) A duplicata é um título de crédito:
poderá providenciar o protesto do referido título, (A) Sem natureza causal, podendo ser emitida
apresentando ao cartório, para tanto, a triplicata (cópia da independentemente de uma fatura.
Duplicata). Poderá, ainda, o protesto ser realizado por (B) De natureza causal, porque decorre da existência de
indicações servindo, para este fim, a apresentação de uma fatura emitida em virtude de uma compra e venda
boleto bancário representativo da respectiva Duplicata. mercantil ou de uma prestação de serviços.
(C) De natureza causal, porque decorre da existência de
2.2.4.7 Do Processo para Cobrança da Duplicata uma fatura emitida em virtude de uma compra e venda
→ Caberá Ação de Execução para a cobrança da Duplicata mercantil ou de uma prestação de serviços, cuja cobrança
vencida e não paga, de acordo com o que dispõe o art. 15 contra o sacado prescreve em 05 (cinco) anos, contados da
da Lei 5.474/1968, desde que: data do vencimento do título.
A) Esteja aceita, protestada ou não; (D) Sem natureza causal, podendo ser emitida
B) Quando não aceita, haja sido protestada e, ainda, esteja independentemente de uma fatura, cuja cobrança contra o
acompanhada de documento hábil comprobatório da avalista s seus endossantes prescreve em 03 (três) anos,
entrega e recebimento da mercadoria e, ainda, o sacado contados da data do protesto.
não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, na forma
prevista nos arts. 7º e 8º da Lei das Duplicatas. 7.5 - (OAB/SP – 125) São títulos de crédito que contêm
ordem de pagamento:
QUESTÕES DE CONCURSOS – 7 (A) Nota promissória e duplicata.
(B) Warrant e partes beneficiárias.
7.1 - (OAB/RS – 2007.1.21) Em relação á duplicata, (C) Nota promissória e debênture.
assinale a assertiva correta: (D) Letra de câmbio e duplicata
(A) O título pode ser devolvido ao vendedor com expressa
recusa de aceite pelo comprador se as mercadorias 7.6 - (OAB/SP – 124) A transmissão dos direitos
vendidas foram entregues avariadas. Em tal caso, a emergentes de um título de crédito é feita mediante o
providência a ser tomada pelo comprador é reter a Cártula e instituto do:
ajuizar ação de resolução de contrato, visando desfazer o (A) Endosso.
contrato de compra e venda. (B) Aval.
(B) A emissão do título é facultativa nas operações de (C) Aceite.
compra e venda mercantil celebradas no Brasil, já que o (D) Saque.
vendedor pode optar por sacar uma letra de câmbio como
título de crédito a documentar o saque pela importância 7.7 - (OAB/SP – 129) Prescreve a ação de execução do
faturada ao comprador. cheque em 6 meses, contados da:
(C) Diversas faturas comerciais podem ser representadas (A) Data de seu protesto.
por uma única duplicata, desde que o pagamento do preço (B) data de sua emissão.
das mercadorias vendidas seja convencionado em parcela (C) Data de sua apresentação.
única. (D) Expiração do prazo de apresentação.
(D) A duplicata não aceita e não devolvida pelo comprador
ao vendedor não constitui óbice à ação executiva, desde 3 O DIREITO CONCURSAL
que o vendedor tenha documento hábil á comprovação da
entrega da mercadoria e o comprador não tenha alegado 3.1 Aspectos Gerais
nenhuma das razões legais que autorizam a recusa. → O Direito Concursal é o ramo do Direito Positivo, ligado
ao Direito Empresarial, que se detém ao estudo e
7.2 - (OAB/MG – 2006) Não é título de crédito: regulamentação tanto da Falência quanto da recuperação
(A) a nota promissória vinculada à compra e venda de Empresas.
imobiliária; OBS: Os institutos da Falência e da Recuperação de
(B) a letra de câmbio em contrato bancário; Empresas estão disciplinados na Lei 11.101/2005.
(C) a duplicata de prestação de serviços;
(D) o boleto bancário. 3.1.1 A Execução Singular

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→ A garantia do credor está no patrimônio do devedor. → O processo de falência compreende três etapas distintas:
Assim, ocorrendo o inadimplemento, poderá o credor buscar 1ª) Etapa Pré-Falencial; 2ª) Etapa Falencial; 3ª) Etapa de
junto ao Poder Judiciário a execução de tantos bens Reabilitação.
quantos bastem para a satisfação de seu crédito. A A) Etapa Pré-Falimentar: Tem início com a petição inicial do
execução processa-se individualmente. Pedido de Falência e se conclui com a Sentença
Declaratória da Falência;
3.1.2 A Execução Concursal B) Etapa Falencial: Se inicia com a Sentença Declaratória
→ Quando, porém, o devedor tem bens inferiores ao total da Falência e se conclui com a Sentença de Encerramento
de suas dívidas, a fim de evitar a injustiça frente a todos os da Falência;
credores, o direito afasta a regra da individualidade da C) Etapa de Reabilitação: Compreende a declaração da
execução e prevê a obrigatoriedade da execução concursal. extinção das responsabilidades de ordem civil do devedor
OBS: A falência é a execução concursal do devedor falido.
empresário.

3.1.3 O Devedor Sujeito à Falência e a Recuperação de


Empresas 3.2.2.1 O Juízo Competente
→ “Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação → A competência para os processos de falência, de
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade recuperação judicial e homologação de recuperação
empresária, doravante referidos simplesmente como extrajudicial, é o do juízo do principal estabelecimento do
devedor.” (Art. 1º da lei 11.101/2005) devedor (que é aquele onde se concentra o maior volume
OBS: Portanto, estão sujeitos à Falência e poderão requerer de negócios da empresa, é o principal estabelecimento do
a sua Recuperação apenas as pessoas físicas ou jurídicas ponto de vista econômico).
que exercerem a atividade empresarial, ou seja, o
Empresário Individual e a Sociedade Empresária. Os 3.2.2.2 A Universalidade do Juízo
18
exercentes de atividades civis não se enquadram neste → Conforme destaca Fábio Ulhoa Coelho “o juízo da
conceito e, portanto, não poderão falir nem requerer sua falência é universal. Isto significa que todas as ações
Recuperação. referentes aos bens, interesses e negócios da massa falida
3.1.4 Empresários Não Sujeitos à Falência ou à serão processadas e julgadas pelo juízo em que tramita o
Recuperação processo de execução concursal por falência (art. 76). É a
→ O art. 2º da Lei 11.101/2005 exclui de sua incidência as chamada aptidão atrativa do juízo falimentar, ao qual
seguintes espécies de empresas: conferiu a lei a competência para conhecer e julgar todas as
A) “Empresa pública e sociedade de economia mista;” (Art. medidas judiciais de conteúdo patrimonial referentes ao
2º, I da Lei 11.101/2005) falido ou à massa falida”.
B) “Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de
crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, 3.2.2.2.1 Exceções à Universalidade do Juízo
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, A) Ações não-reguladas pela lei falimentar em que a massa
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras for autora ou litisconsorte ativa (por exemplo, se a massa
entidades legalmente equiparadas às anteriores.” (Art. 2º, II tiver valores a ser cobrados de um cliente de outra praça);
da Lei 11.101/2005) B) Reclamatórias trabalhistas;
C) Execuções tributárias;
3.2 A Falência D) Ações de conhecimento em que é parte ou interessada a
→ A Falência se traduz em um processo de execução União Federal;
coletiva em que são arrecadados e vendidos judicialmente E) Ações que demanem obrigação ilíquida.
todos os bens, com a distribuição da respectiva arrecadação
entre os credores do falido, de maneira proporcional, 3.2.2.3 O Pedido de Falência
devendo ser obedecida uma ordem legal de preferência. → A lei falimentar impõe ao próprio empresário devedor o
OBS: Em regra, o Processo de Falência é instaurado em dever de requerer a autofalência, quando não atender às
razão de se encontrar o devedor empresário em um estado condições legais para obter a recuperação judicial.
financeiro incapaz de solver suas dívidas. Em geral, este → Além do próprio devedor, a legitimidade para o pedido de
estado de incapacidade de pagamento decorre da falência é também atribuída ao cônjuge sobrevivente, aos
Insolvência do devedor. herdeiros e ao inventariante. Podem também pedir o sócio
da sociedade devedora, mesmo que limitada ou anônima.
3.2.1 A Insolvência OBS: Porém, em regra, quem tem maior interesse no
→ A Insolvência é o estado patrimonial em que se encontra pedido de falência do devedor é o seu credor.
o devedor que possui o ativo inferior ao passivo. Assim, o
devedor insolvente é aquele que deve mais do que tem, ou 3.2.2.3.1 O Pedido de Autofalência
seja, aquele que suas garantias patrimoniais não se → Quando se tratar de autofalência, o pedido do devedor
encontram mais suficientes ante as suas obrigações. deve vir instruído com um balanço patrimonial, a relação

3.2.2 O Processo Falimentar 18


COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22ª ed.
Ed. Saraiva. São Paulo. 2010. p. 323.

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dos credores e o contrato social, ou, se inexistente, a transferência do estabelecimento sem o consentimento dos
relação dos sócios e outros indicados por lei. credores; abandono do estabelecimento. (Art. 94, III da Lei
OBS 1: O devedor também deverá depositar em cartório os 11.101/2005)
livros comerciais, que serão encerrados pelo juiz para ser OBS 1: Deve-se destacar que nas situações tipificadas
entregues ao administrador judicial da falência. pelos incisos II e III, Execução Frustrada e Atos de Falência
OBS 2: Não estando o pedido adequadamente instruído, o respectivamente, não há valor mínimo para o pedido e,
juiz determinará sua emenda, caso contrário, profere a ainda, não há exigência específica quanto ao protesto dos
sentença declaratória da falência, sem prévia oitiva do títulos.
Ministério Público. OBS 2: Em relação ao credor a lei estabeleceu que deverá
provar a regularidade do exercício empresarial, exibindo sua
3.2.2.3.2 O Pedido de Falência Apresentado Pelo Credor inscrição individual ou o registro dos atos constitutivos da
→ A Falência se destina ao empresário insolvente, ou seja, sociedade empresária
aquele que, como visto, não apresenta mais em seu OBS 3: O credor não domiciliado no país deverá prestar
patrimônio bens suficientes para garantir suas dívidas. caução, garantindo assim o pagamento de uma eventual
19
OBS: Conforme destaca Fábio Ulhoa Coelho “não é indenização, caso venha restar comprovado que agiu com
necessário ao requerente da quebra demonstrar o estado dolo manifesto em seu Pedido de Falência
patrimonial de insolvência do requerido para que se instaure
a execução concursal falimentar, nem, por outro lado, se 3.2.1.1 da Citação e Resposta do Réu
livra da execução concursal o empresário que lograr → Se a falência é requerida pelo credor, ou ainda outros
demonstrar eventual superioridade do ativo em relação ao terceiros interessados que tenham legitimidade ao pedido, o
passivo”. A Insolvência, que se refere a LRF, deverá ser rito prevê a citação do empresário devedor para responder
meramente PRESUMIDA. no prazo de 10 dias. Sua resposta só pode consistir na
CONTESTAÇÃO, já que a lei não prevê a reconvenção ou o
3.2.1.1 A Insolvência Presumida reconhecimento da procedência do pedido.
→ Em termos práticos, porém, a prova objetiva da OBS: Se o pedido de falência se baseia na impontualidade
insolvência do devedor empresário na falência, nos moldes injustificada ou na execução frustrada, o devedor pode
referidos a cima, se torna demasiadamente difícil. Sendo ELIDI-LO depositando em juízo, no prazo da resposta o
assim, a lei, em termos práticos, estabelece que a valor correspondente ao total do crédito em atraso,
insolvência, para fins de instauração do processo falimentar, acrescido da correção monetária, juros e honorários
deverá ser demonstrada, conforme é a regra do art. 94 da advocatícios (DEPÓSITO ELISIVO – ELISÃO – ELIDIR A
Lei 11.101/2005, de forma presumida, nas seguintes FALÊNCIA POR MEIO DE DEPÓSITO DA QUANTIA
modalidades: A) A Impontualidade; B) A Execução RECLAMADA).
Frustrada; C) Os Atos de Falência, conforme será visto a
diante. 3.2.1.1.1 Das Possibilidades do Réu Após a Citação
A) A Impontualidade: Nesta modalidade, o credor deverá A) SÓ CONTESTAR: o juiz acolhendo as razões da defesa,
instruir o pedido de falência de seu devedor com título ou profere a sentença denegatória da falência e condena o
títulos executivos, devidamente protestados, cuja soma requerente nas verbas da sucumbência; não as acolhendo,
ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos deve proferir sentença declaratória de falência.
na data do pedido de falência. (Art. 94, I da Lei B) CONTESTAR E DEPOSITAR: o juiz deve apreciar a
11.101/2005). Poderá ainda, conforme prevê o § 1º do art. contestação. Se acolher as razões da defesa, profere a
94 da LRF, credor cujo crédito individualmente não sentença denegatória da falência, condena o requerente
ultrapasse a 40 (quarenta) salários mínimos se reunir em nas verbas sucumbenciais, e eventuais perdas e danos,
litisconsórcio com outro ou outros credores e pedir a bem como determina o levantamento da quantia depositada
falência do devedor comum. pelo requerido. Se as desacolher, profere igualmente a
B) A Execução Frustrada: Nesta situação, tendo ajuizado sentença denegatória da falência, mas imputa ao requerido
uma Ação de Execução e não tendo o executado os ônus da sucumbência e autoriza o levantamento do
empresário, no prazo de lei, pago a dívida, depositado o depósito em favor do requerente.
valor correspondente à execução e nem, ao menos, C) SÓ DEPOSITAR: o juiz profere sentença denegatória da
nomeado bens à penhora, o credor solicitará a expedição de falência, impõe ao requerido a sucumbência e determina o
uma certidão judicial certificando o ocorrido e instruirá o levantamento do depósito em favor do requerente.
Pedido de Falência com este. (Art. 94, II da Lei D) DEIXAR TRANSCORRER O PRAZO SEM
11.101/2005) CONTESTAR: o juiz profere a sentença denegatória da
C) Atos de Falência: Nesta espécie de pedido de falência, a falência, instaurando a execução concursal do patrimônio do
insolvência presumida reside na circunstância de devedor.
determinados atos praticados pelo devedor empresários, os E) REQUERER SUA RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Assim,
quais venham evidenciar o estado de ruína financeira, tais no prazo da contestação, o devedor deverá apresentar
como: liquidação precipitada dos ativos; negócio simulado; Pedido de Recuperação Judicial e apresentar prova de tal
pedido junto aos autos do Pedido de Falência, não sendo,
19
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e desta forma, decretada a Falência, conforme dispõe o art.
de Recuperação de Empresas. Ed. Saraiva. São Paulo. 2005. p. 96, VII.
254.

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→ Cumprindo suas funções jurisdicionais, o Magistrado
3.2.1.1 A Sentença Declaratória de Falência preside a Falência, praticando, assim, todos os atos
→ É, em específico, a decisão judicial que, reconhecendo a designados pela lei no intuito do regular desenvolvimento do
procedência do Pedido de Falência, acaba por decretar a processo, tais como despachos e sentenças
Falência do devedor empresário.
3.2.2.1.2 O Magistrado e Suas Funções Administrativas
3.2.1.1 Da Natureza Jurídica da Sentença Declaratória de → O Magistrado exerce funções administrativas na Falência
Falência enquanto superintendente das funções exercidas pelo
→ Em que pese o legislador denominar a sentença que Administrador Judicial. Cabe a ele, portanto, entre outras
decreta a quebra do empresário individual ou da sociedade atribuições, nomear o Administrador Judicial, substituí-lo ou
empresária de “Sentença Declaratória de Falência”, sua destituí-lo e aprovar a sua prestação de contas e, ainda,
natureza jurídica há de ser considerada não como autorizá-lo a vender antecipadamente os bens.
“Declaratória” e sim como “Constitutiva”.
OBS 1: “Com sua edição pelo juiz, opera-se a dissolução da 3.2.2.2 O Representante do Ministério Público
sociedade empresária falida, ficando seus bens, atos → O Representante do Ministério Público, cumprindo suas
jurídicos, contratos e credores submetidos a um regime funções institucionais de fiscal da lei, intervém no processo
jurídico específico, o falimentar, diverso do regime geral do de falência em diversos momentos e fiscaliza a
direito das obrigações. É a sentença declaratória da falência administração da massa falida por parte do Administrador
que introduz a falida e seus credores nesse outro regime. Judicial.
Ela não se limita, portanto, a declarar fatos ou relações
preexistentes, mas modifica a disciplina jurídica destes, daí
20
o seu caráter constitutivo ”. 3.2.2.3 Os Órgãos da Falência
OBS 2: Da sentença declaratória de falência cabe o → Como referido anteriormente, tratam-se os Órgãos da
RECURSO DE AGRAVO, na modalidade por Falência de figuras especificas do Processo de Falência.
INSTRUMENTO. O prazo é o mesmo da legislação comum. São, portanto, agentes criados pelo legislador falimentar
3.2.1.1 A Sentença Denegatória de Falência para atuar especificamente na Falência. São eles: o
→ Trata-se, em concreto, da decisão do juiz que, seja pela Administrador Judicial; a Assembleia-Geral de Credores; e o
improcedência do Pedido de Falência ou pela ocorrência do Comitê de Credores.
Depósito Elisivo, denega a Falência, não instaurando,
assim, o processo falimentar. 3.2.2.3.1 O Administrador Judicial
OBS 1: O juiz, ao julgar o pedido de falência, deve examinar → Trata-se, o Administrador Judicial, do administrador e o
o comportamento do requerente. Se ocorreu dolo manifesto representante legal da massa falida. É quem desempenha
de sua parte, quando do ajuizamento daquele, o juiz deve, as atribuições relacionadas exclusivamente com a
na própria sentença denegatória da falência, condená-lo ao administração da falência. É o agente auxiliar do juiz, que,
pagamento de indenização em favor do requerido. em nome próprio, deve cumprir com as funções atribuídas
OBS 2: Se a denegação não tiver por fundamento a por lei.
improcedência do pedido, mas a sua elisão provocada pelo OBS 1: A escolha do Administrador Judicial cabe ao juiz e,
depósito do valor da obrigação em atraso, o juiz determinará conforme dispõe o art. 21 da LRF, deve recair sobre
o levantamento deste em favor do requerente e condenará o profissional idôneo, preferencialmente, advogado,
requerido no reembolso das despesas e nos honorários de economista, administrador de empresas ou contador, ou,
advogado. ainda, pessoa jurídica especializada.
OBS 3: A sentença que denega o pedido de falência pode OBS 2: O Administrador Judicial responde civilmente por má
ser objeto de RECURSO DE APELAÇÃO, no mesmo prazo administração ou por infração à lei, sendo que até o
do CPC. encerramento da Falência apenas a Massa falida tem
legitimidade para acioná-lo.
3.2.2 A Administração da Falência
→ Para a administração da massa falida, a lei atribui 3.2.2.3.1.1 Atos Praticados Pelo Administrador Judicial
funções ao Magistrado e ao Representante do Ministério A) A Verificação dos Créditos: Conjunto de procedimentos
Público, que se constituem em agentes inespecíficos da praticados pelo Administrador Judicial com vistas a
Falência e os Órgãos da Falência (Administrador Judicial, formação do quadro geral de credores admitidos na
Assembléia dos Credores e Comitê dos Credores), estes Falência, conforme será tratado a seguir.
figuras específicas do processo falimentar. B) O Relatório Inicial: Deve conter as circunstâncias e
motivos específicos que motivaram a decretação da
3.2.2.1 O Magistrado falência, bem como um parecer relativo a atuação do falido
ou representante legal da sociedade empresária falida no
3.2.2.1.1 O Magistrado e Suas Funções Jurisdicionais intuito de configuração ou não da ocorrência de crime
falimentar. Deverá ser apresentado dentro de 40 dias após
a assinatura do termo de compromisso por parte do
20COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e Administrador Judicial.
de Recuperação de Empresas. Ed. Saraiva. São Paulo. 2005. p.
273.

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C) As Contas Mensais: O Administrador Judicial deverá OBS 1: Decretada a Falência, a pedido do credor ou sócio
elaborar e apresentar ao juiz da Falência, prestações dissidente, o falido ou o representante legal da sociedade
mensais de suas contas, as quais deverão ser entregues empresária falida será intimado, conforme determina o art.
até o décimo dia do mês subseqüente ao mês específico 99, III da LRF, para que em 5 dias elabore e apresente a
das contas prestadas. relação de seus credores, sob pena de crime de
D) Relatório Final: Terminada a liquidação, o Administrador desobediência à ordem judicial. Esta será publicada, por
Judicial terá 10 dias, a contar do julgamento de suas contas, providência do Administrador Judicial, em órgão de
que apresentar o seu relatório final, o qual conterá o valor imprensa oficial.
do ativo e o valor do fruto de sua arrecadação e as OBS 2: Caso o falido ou o representante da sociedade
obrigações que, eventualmente, restar o falido, com o saldo empresária falida não apresente a relação dos seus
remanescente de cada credor. credores, optando, assim, por responder por desobediência,
tal relação deverá ser providenciada pelo Administrador
3.2.2.3.2 A Assembleia-Geral de Credores Judicial e, após, publicada.
→ “A Assembleia-Geral de Credores será convocada pelo OBS 3: Dentro de 15 DIAS SEGUINTES À PUBLICAÇÃO
juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de da relação, conforme estatui o § 1º do art. 7º da LRF, os
grande circulação nas localidades da sede e filiais, com credores deverão conferi-la. Os que não se encontram
antecedência mínima de 15 (quinze) dias (...)” contemplados devem apresentar a HABILITAÇÃO DE
OBS: A Assembleia-Geral de Credores tem competência SEUS CRÉDITOS perante o administrador judicial. Estão
para: a) aprovar a constituição do comitê de credores e dispensados da habilitação: o credor fiscal e os titulares de
eleger seus membros; b) adotar modalidades créditos remanescentes da recuperação judicial se tinham
extraordinárias de realização do ativo do falido; c) deliberar sido incluídos no quadro geral desta quando da convolação
sobre assuntos de interesse geral dos credores. em falência.
OBS 4: Os que estiverem na relação, mas discordarem da
3.2.2.3.3 O Comitê de Credores classificação ou do valor atribuído aos seus créditos devem,
→ O Comitê de Credores é composto por um representante em atenção ao § 1º do art. 7º da LRF, requerer a retificação
dos credores trabalhistas, um dos titulares de direito reais da relação de credores publicada apresentando perante o
de garantia e privilégios especiais e um dos demais (cada Administrador Judicial sua SUSCITAÇÃO DE
qual com dois suplentes) eleitos pela assembléia. Sua DIVERGÊNCIA.
função mais importante é fiscalizar o administrador judicial. 2º) A REPUBLICAÇÃO DA RELAÇÃO DE CREDORES: O
Administrador Judicial deverá, em 45 dias após o fim do
3.2.3 A Dissolução do Patrimônio do Falido prazo para a apresentação das habilitações e Divergências,
→ O objetivo fundamental da Falência é, na prática, buscar providenciar a Republicação da Relação de Credores, de
o pagamento dos credores do falido, de acordo com uma acordo com o que disciplina o § 2º do art. 7º da LRF, tendo
ordem classificatória, por meio da obtenção de recursos como base as informações e documentos apresentadas.
oriundos da venda de seus bens. Isto se dá com a OBS 1: Republicada a Relação de Credores, poderão os
Dissolução do Patrimônio do falido. interessados (QUALQUER CREDOR - O COMITÊ - O
OBS: Para que ocorra a Dissolução do Patrimônio do falido, FALIDO - O SÓCIO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA
há a necessidade de se definir o seu passivo para que isso FALIDA - MP), dentro do PRAZO DE 10 DIAS,
ocorra, há a necessidade de se definir o seu passivo e apresentarem ao juiz suas IMPUGNAÇÕES AOS
liquidar o seu ativo. Isto acontece promovendo-se a CRÉDITOS, conforme dispõe o art. 8º da LRF.
Verificação de Créditos e a Definição e Liquidação do Ativo, OBS 2: As diversas impugnações serão autuadas de acordo
respectivamente, conforme será tratado a seguir. com o crédito impugnado, conforme o § único do art. 13 da
LRF, sendo que os respectivos credores serão intimados
3.2.3.1 A Verificação de Créditos para, EM 5 DIAS CONTESTAREM, juntando documentos e
→ Incumbe ao Administrador Judicial promover a indicando as provas que pretendem produzir, conforme
Verificação de Créditos na Falência, procedimento pelo qual determina o art. 11 da LRF.
se define a natureza e o montante do passivo do falido, na OBS 3: Serão intimados, em seguida, o falido ou o
forma estabelecida pelo art. 7º da LRF. representante legal da sociedade empresária falida e o
OBS: Caso resulte algum conflito, quanto á Verificação de comitê (caso exista), para, de acordo com o que prevê o
Créditos na falência, entre o Administrador Judicial e algum caput do art. 12 da LRF, se manifestarem sobre as
dos credores, o juiz decidirá o conflito, repelindo ou impugnações no PRAZO COMUM DE 5 DIAS. Após, o
acolhendo o respectivo crédito, nos moldes a serem vistos a Administrador Judicial será intimado para, em 5 DIAS,
diante. apresentar seu parecer, nos moldes estabelecidos pelo §
único do mesmo art. 12 da LRF.
3.2.3.1.1 A Sequência dos Procedimentos na Verificação 3º) A PUBLICAÇÃO DO QUADRO-GERAL DE CREDORES
de Créditos CONSOLIDADO: Com base na relação dos credores a que
1º) A PUBLICAÇÃO DA RELAÇÃO DOS CREDORES: A se refere o art. 7º, § 2º, da LRF, e nas decisões proferidas
Verificação dos Créditos na Falência se dá com a nas impugnações oferecidas, o Administrador promoverá a
Publicação da Relação de Credores. Tal providência será consolidação do quadro-geral de credores, conforme
tomada pelo Administrador Judicial. disciplina o art. 18 da LRF, caput).

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OBS: No prazo de 5 dias, contados da data da sentença 3.2.3.3.1 A Realização do Ativo
que julgar as impugnações, quadro-geral será assinado → Conforme já foi mencionado anteriormente, os bens do
pelo juiz e pelo administrador judicial e mencionará a devedor se constituem na garantia de seus credores. Assim,
importância e a classificação de cada crédito na data da buscando satisfazer os credores do falido, seus bens são
decretação da Falência, sendo juntado aos autos principais arrecadados e vendidos judicialmente, de forma englobada
e publicado em órgão de imprensa oficial.o requerimento da ou separadamente, pelo maior valor ofertado em Leilão, por
recuperação Propostas Fechadas ou pregão, mesmo que este valor seja
inferior ao da avaliação do respectivo bem.
3.2.3.2 A Arrecadação e a Guarda dos Bens do Falido OBS 1: Buscando otimizar a obtenção de recursos
provenientes dos bens do falido, estes poderão, de acordo
3.2.3.2.1 A Arrecadação dos bens do falido com a sua natureza, ser vendidos de maneira desarticulada
→ A Arrecadação se constitui no ato de constrição dos bens e separadamente ou, ao contrário, de forma englobada
na Falência. Portanto, não há o que se falar em penhora evitando, assim, a descaracterização e, por consequência, a
dos bens do falido em um processo falimentar. Penhora se perda do valor agregado ao conjunto.
constitui no ato de constrição de bens do executado em um OBS 2: A realização da alienação dos bens do falido, em
processo de execução. quaisquer modalidades (Leilão, Propostas Fechadas ou
OBS 1: Logo após assinar o termo de compromisso, o Pregão) será antecedida por publicação por anúncio
Administrador Judicial promoverá a Arrecadação tanto dos publicado em jornal de grande circulação, com antecedência
bens quanto dos livros e demais documentos do falido (Art. de 15 dias para a alienação de bens móveis e de 30 dias a
108, caput, da LRF). alienação for da empresa do falido ou de seus bens imóveis.
OBS 2: Em ato contínuo, o Administrador Judicial (§ 1º do art. 142 da LRF)
promoverá também a avaliação, em bloco ou
separadamente, dos bens arrecadados (Art. 108, caput, da 3.2.3.3.1.1 As Modalidades de Realização do Ativo
LRF). A) A Venda Por LEILÃO: A Venda por Leilão se constitui na
OBS 3: Conforme determina o § 4º do art. 108 da LRF, não alienação dos bens arrecadados ao interessado que ofertar
serão objeto de Arrecadação os bens absolutamente lance oral com maior valor, aplicando-se, no que couber, as
impenhoráveis (Arts. 649 e 650 do CPC e Lei 8.009/90) regras do CPC. (§ 3º do art. 142 da LRF)
21
OBS 4: Conforme destaca Fábio Ulhoa Coelho , “também B) A Venda Por Propostas Fechadas: Na modalidade de
não poderão ser Arrecadados os bens da meação do venda por Propostas Fechadas, os interessados entregarão
Cônjuge protegidos pela Lei 4.121 (Estatuto da Mulher em cartório e sob recibo, envelopes lacrados contendo o
Casada).” valor de suas propostas, os quais serão abertos pelo juiz no
dia, hora e local designados no edital. (§ 4º do art. 142 da
3.2.3.2.2 A Guarda dos Bens do Falido LRF)
→ “Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do C) A Venda Por Pregão: Trata-se, a venda dos bens do
administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob falido por Pregão, de modalidade híbrida, iniciando com
responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de propostas fechadas e concluindo por leilão de lances orais.
seus representantes ser nomeado depositário dos bens.” (§ Assim, se ao abrir as propostas fechadas, o juiz verificar
1º do art. 108 da LRF) que é pequena a diferença entre as propostas (até 10%),
OBS 1: “Os bens arrecadados poderão ser removidos, intimará os proponentes para um leilão, entre estes
desde que haja necessidade de sua melhor guarda e principais concorrentes. (§§ 5º e 6º do art. 142 da LRF)
conservação, hipótese em que permanecerão em depósito OBS 1: “Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério
sob a responsabilidade do administrador judicial, mediante Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade”
compromisso.” (Art. 112 da LRF) (§ 7º do art. 142 da LRF)
OBS 2: “Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos á OBS 2: Na realização do ativo também está presente a
considerável desvalorização ou que sejam de conservação cobrança, amigável ou judicial, dos créditos do falido, que
arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos deverá ser proposta pelo administrador judicial.3
antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação,
mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no 3.2.3.3.1 O Pagamento dos Credores
prazo de 48 (quarenta e oito) horas.” (Art. 113 da LRF) → Com o fruto arrecadado com a venda dos bens do falido,
o Administrador Judicial deverá efetuar o pagamento dos
3.2.3.3 A Liquidação do Ativo do Falido credores admitidos no processo falimentar, obedecida a
→ A Liquidação do ativo do falido, no processo falimentar, ordem classificatória estabelecida nos arts. 83 (créditos
tem dois objetivos: A REALIZAÇÃO DO ATIVO, vendendo- concursais) e 84 (créditos extraconcursais) da LRF.
se os bens arrecadados, e o PAGAMENTO DO PASSIVO, OBS 1: “Os créditos trabalhistas de natureza estritamente
satisfazendo-se os credores admitidos, de acordo com a salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação
natureza do crédito e as forças da massa. da falência, até o limite de 5 (cinco) salários mínimos por
trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em
caixa.” (Art. 151 da LRF)
21
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e OBS 2: “Os credores restituirão em dobro as quantias
de Recuperação de Empresas. Ed. Saraiva. São Paulo. 2005. p. recebidas, acrescidas dos juros legais, se ficar evidenciado
297.

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dolo ou má-fé na constituição do crédito ou da garantia.” E) Os créditos com privilégio geral, tais como: o crédito por
(Art. 152 da LRF) despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto
OBS 3: “Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será e o costume do lugar; o crédito por despesas com a doença
entregue ao falido.” (Art. 153 da LRF) de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte;
o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor
3.2.3.4 A Ordem Classificatória de Pagamentos na falecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento;
Falência etc.
→ Os pagamentos na Falência obedecerão a uma ordem F) Os créditos quirografários na seguinte ordem, incluindo-
classificatória de créditos, divididos em dois grupos: os se nesta classificação os créditos excedentes ao limite de
Créditos Extraconcursais (Art. 84 da LRF) e os Créditos 150 salários mínimos por credor trabalhista.
Concursais (Art. 83 da LRF). G) As multas contratuais e penas pecuniárias por infração à
OBS: Em atenção ao que estatui o caput do art. 84 da LRF, legislação penal ou administrativa, inclusive as tributárias.
o pagamento dos Créditos Extraconcursais precede ao dos H) Os créditos subordinados, aqueles previstos em lei
Concursais. ou em contrato e aqueles relativos aos sócios ou
administradores sem vínculo empregatício.
3.2.3.4.1 Os Créditos Extraconcursais
→ Os Créditos Extraconcursais são aqueles derivados das 3.2.3.4 O Encerramento do Processo Falimentar e a
despesas realizadas com a administração da Falência e Extinção das Obrigações do Falido e Sua Reabilitação
serão pagos antes dos Créditos sujeitos ao concurso de
credores do falido, inclusive sobre os titulares de direito à 3.2.3.4.1 O Encerramento do Processo Falimentar
restituição em dinheiro, obedecida a seguinte ordem → Arrecadados os bens do falido, vendidos os mesmos e
estabelecida no art. 84 da LRF. distribuído o fruto arrecadado entre os credores admitidos
A) Os honorários do Administrador Judicial e seus na falência, o processo falimentar deverá, uma vez
auxiliares; credores trabalhistas ou de acidente de trabalho atendidos determinados requisitos previstos na LRF, ser
relativos a serviços prestados após a decretação da encerrado.
Falência. (Art. 84, I) OBS 1: “Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído
B) As quantias fornecidas à massa pelos credores. (Art. 84, o produto entre os credores, o administrador judicial
II) apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta)
C) As despesas provenientes da arrecadação, dias.” (Art. 154 da LRF)
administração, realização do ativo e distribuição do produto OBS 2: “julgadas as contas do administrador judicial, ele
arrecadado, bem como as custas processuais. (Art. 84, III) apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 (dez)
D) As custas decorrentes de processos judiciais em que a dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua
massa falida tenha sido vencida. (Art.84, IV) realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos
E) As obrigações resultantes de atos jurídicos válidos aos credores, e especificará justificadamente as
praticados durante a Recuperação Judicial ou após a responsabilidades com que continuará o falido.” (Art. 155
decretação da Falência, e tributos relativos a fatos da LRF)
geradores ocorridos após a decretação da falência, OBS 3: “Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a
observada a ordem prevista nos art. 83 da LRF. (Art. 84, V) falência por sentença.” (Art. 156 da LRF)

3.2.3.4.1 Os Créditos Concursais 3.2.3.4.2 A Extinção das Obrigações do Falido e Sua


→ Os Créditos Concursais, sujeitos ao concurso de Reabilitação
credores portanto, são aqueles constituídos pelo empresário → Após o encerramento da Falência, as obrigações do
individual ou pela sociedade empresária antes da falido serão declaradas judicialmente extintas, o que
decretação da Falência. A ordem de pagamentos dos reabilitará o falido ao exercício das atividades empresariais.
Créditos Concursais obedece a seguinte ordem de Para tanto, o falido terá que demonstrar a ocorrência de
classificação estabelecida pelo art. 83 da LRF: alguma das seguintes situações previstas no art. 158 da
A) Os créditos trabalhistas até o limite de 150 salários- LRF:
mínimos por credor e os decorrentes de acidente de A) O pagamento de todos os créditos.
trabalho. B) O pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais
B) Os créditos com garantia real, até o limite do bem de 50% do passivo quirografário, sendo facultado o depósito
gravado, por exemplo aqueles em que a satisfação do da quantia necessária para se atingir esta percentagem.
direito do credor encontra-se garantida por penhor ou C) O decurso do prazo de 5 anos, após o encerramento da
hipoteca. falência, se o falido ou seu representante legal da sociedade
C) Os créditos de natureza tributária, exceto as multas empresária falida não incorreu em crime falimentar.
relativas a tributos. D) O decurso do prazo de 10 anos, após o encerramento da
D) Os créditos com privilégio especial, tais como: o credor falecia, se houve condenação do falido ou do representante
por benfeitorias necessárias ou úteis sobre a coisa legal da sociedade empresária falida por crime falimentar.
beneficiada; o credor da obra, pelos direitos do contrato de E) A Prescrição das obrigações cujo prazo prescricional,
edição, sobre os exemplares dela na massa do editor, etc. que havia sido suspenso com a Sentença Declaratória da
Falência, voltou a fluir com o encerramento do processo

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falimentar, tendo este chegado ao seu fim antes do término mínimo 5 (cinco) dias, quando será instalada com a
dos prazos decadenciais mencionados anteriormente. presença de qualquer número de credores. (§ 2º do art. 37
OBS: Configurada qualquer das situações discriminadas da LRF)
anteriormente, o falido ou o representante legal da OBS 4: Cada credor presente na assembléia terá o voto
sociedade empresária falida, poderá requerer ao juízo da proporcional ao valor do seu crédito admitido na
falência que declare, por sentença, suas obrigações recuperação judicial, com ressalva referente as deliberações
extintas. (Art. 159 da LRF) sobre o plano de recuperação judicial. (Art. 38 da LRF)
B) O Administrador Judicial: é a pessoa de confiança do
3.2.3.5 A Continuação da Empresa juiz, por ele nomeado no despacho que manda processar o
→ Na sentença declaratória da falência deverá o juiz se pedido de recuperação judicial.
pronunciar sobre a continuação provisória das atividades do C) O Comitê: é órgão facultativo da recuperação judicial.
falido ou a lacração do seu estabelecimento. (Art. 99, XI da Sua constituição depende do tamanho da atividade
LRF) econômica em crise. Quem decide sobre sua existência são
OBS: Caberá ao administrador judicial a gerência da os credores.
atividade durante a continuação provisória. OBS 1: Para a composição do Comitê de Credores, caso
haja, cada classe de credores elege um membro titular e
3.2.3.6 Os Efeitos da Falência Quanto aos Credores do dois suplentes.
Falido OBS 2: A principal função do comitê é fiscal. Cabe aos
→ A sentença declaratória da falência produz quatro efeitos membros do comitê fiscalizar tanto o administrador como a
quanto aos credores: sociedade empresaria em recuperação.
A) A formação da massa falida subjetiva (a massa falida
subjetiva é o sujeito de direito despersonalizado voltado à 3.3.2 O Processo de Recuperação Judicial
defesa dos interesses gerais dos credores de um A) Fase Postulatória: a sociedade empresária em crise
empresário falido); apresenta seu pedido de recuperação judicial e se encerra
B) A suspensão das ações individuais contra o falido (é a com o despacho judicial mandando processar o pedido.
conseqüência da sentença declaratória da falência, que dá B) Fase Deliberativa: após a verificação de crédito, discute-
início ao processo de execução concursal do devedor se e aprova-se um plano de reorganização. Tem início com
empresário); o despacho que manda processar a recuperação judicial e
C) O vencimento antecipado dos créditos; se conclui com a decisão concessiva do benefício.
D) A suspensão da fluência dos juros (apenas os juros C) Fase de Execução: compreende a fiscalização do
devidos à data da decretação da falência podem ser cumprimento do plano aprovado. Começa com a decisão
cobrados da massa). concessiva da recuperação judicial e termina com a
sentença de encerramento do processo.
3.3 A Recuperação Judicial
→ A recuperação judicial é um processo peculiar, em que o 3.3.3 A Recuperação Judicial do Microempresário e do
objetivo buscado (a reorganização da empresa explorada Empresário de Pequeno Porte
pela sociedade empresária devedora, em benefício desta, → Tratando-se o devedor empresário, requerente da
de seus credores e empregados e da economia) pressupõe Recuperação Judicial, de um Microempresário ou de um
a prática de atos judiciais. Empresário de Pequeno Porte, os quais são assim
considerados por não possuírem faturamento anual superior
3.3.1 Os Órgãos da Recuperação Judicial a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e R$
→ São três os órgãos específicos da recuperação judicial: A 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais),
Assembléia Geral de Credores, O Administrador Judicial e o respectivamente, poderá este apresentar o Plano Especial
Comitê. de Recuperação. (Arts. 70 a 72 da LRF)
A) A Assembléia Geral: é o órgão colegiado e deliberativo
responsável pela manifestação do interesse ou da vontade 3.3.3.1 Do Plano Especial de Recuperação
predominantes entre os credores que titularizam crédito → O Plano Especial de Recuperação Judicial, a que fazem
perante o falido ou a sociedade empresária falida jus os Microempresários e os Empresários de Pequeno
requerente da recuperação judicial, sujeitos aos efeitos Porte, será apresentado no prazo previsto no art. 53 da LRF
desta. nas seguintes condições:
OBS 1: A legitimidade para a sua convocação cabe ao juiz e 1) Abrangerá exclusivamente os créditos quirografários.
aos credores, desde que a soma de seus créditos 2) Este passivo poderá ser pago em até 36 parcelas
representem, pelo menos 25%, do total do passivo da mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e
sociedade requerente. acrescidas de juros de 12% a.a. (doze por cento ao ano).
OBS 2: O anúncio será feito no Diário Oficial e em jornal de 3) A primeira parcela terá vencimento em, no máximo, 180
grande circulação, com pelo menos 15 dias de dias, contados da distribuição do pedido de Recuperação
antecendência. judicial.
OBS 3: A validade da assembléia depende da presença de 4) Estabelecerá a necessidade de autorização judicial, após
50% dos credores titulares do valor total do crédito. Caso ouvido o Administrador Judicial e o Comitê de Credores,
não atinja o quorum, a segunda chamada ocorrerá após no

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para o devedor promover o aumento de despesas ou a especial, que habilitarem seu crédito em sua maioria,
contratação de empregados. submetendo-se os demais credores ao mesmo foro dos
OBS: Optando o devedor pelo Pleno Especial de credores privilegiados.
Recuperação Judicial, a Assembleia-Geral de Credores não (D) Em regra, a competência é do juízo do local onde estiver
será convocada para deliberar sobre o plano, concedendo o situado o principal estabelecimento do devedor, ou caso o
juiz a Recuperação judicial nos moldes requeridos se principal estabelecimento esteja situado fora do país, será
atendidas as demais exigências da LRF. competente o Supremo Tribunal Federal.

3.3.4 A Convolação da Recuperação em Falência 8.4 - (OAB/SP – 128) O prazo para o credor apresentar
→ Dá-se a convolação em falência em quatro hipóteses: ao administrador judicial a sua habilitação ou a sua
A) Por deliberação dos credores reunidos em assembléia, divergência quanto ao crédito relacionado é de 15
pelo voto da maioria simples do plenário, quando a situação (quinze) dias, contados da
da crise econômica, financeira ou patrimonial da sociedade (A) Publicação do Edital
devedora é de suma gravidade e que não há sentido em (B) Intimação por via postal, com aviso de recebimento.
qualquer esforço de reorganização. (C) Publicação do despacho do deferimento do
B) Por não apresentação do plano pelo devedor no prazo, processamento da recuperação judicial.
que não pode ser prorrogado. (D) Realização da Assembleia para a Constituição do
C) Por rejeição do plano pela assembléia de credores. Comitê de Credores.
D) Por Descumprimento do Plano de Recuperação.

8.5 - (OAB/RS – 2006.2.19.20) Segundo a Lei de


QUESTÕES DE CONCURSOS – 8 Falências (Lei n. 11.101/2005), assinale a assertiva
correta:
8.1 - (OAB/RJ – 30) As normas da Lei n. 11.101/2005, que (A) É possível, para as microempresas e empresas de
regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência pequeno porte, apresentar pedido especial de concordata
do empresário e da sociedade empresária: preventiva ou suspensiva.
(A) aplicam-se às instituições financeiras, sejam públicas ou (B) Qualquer credor, independente do valor do título
privadas; executivo, desde que vencido, protestado e não pago, tem
(B) aplicam-se às sociedades operadoras de plano de legitimidade para requerer a falência do devedor.
assistência à saúde; (C) Quanto à classificação dos créditos da falência, os com
(C) não se aplicam às sociedades seguradoras; garantia real até o limite do valor do bem gravado preferem
(D) não se aplicam às sociedades em comandita por ações. aos tributários.
(D) Estão sujeitas ao processo de recuperação judicial
8.2 - (OAB/RO – 42) Quando o pedido de falência funda- quaisquer sociedades empresárias, inclusive as instituições
se no art. 94, III da Lei n. 11.101/2005 – atos de falência -, financeiras públicas ou privadas.
a defesa do requerido:
(A) denomina-se embargos, deve ser apresentada em 24 GABARITO DAS QUESTÕES DE CONCURSOS
horas, inexistindo a possibilidade de elisão;
(B) denomina-se contestação, deve ser apresentada em 48 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL E
horas, existindo a possibilidade de elisão; EMPRESÁRIO
(C) denomina-se contestação, deve ser apresentada em 24 1.1 → A / 1.2 → D / 1.3 → A (II e IV) / 1.4 → A / 1.5 → C
horas, existindo a possibilidade de elisão; 2 – ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
(D) denomina-se contestação, deve ser apresentada em 10 2.1 → A / 2.2 → E / 2.3 → B / 2.4 → A / 2.5 → B
dias, inexistindo a possibilidade de elisão. 3 – DOS INSTITUTOS COMPLEMENTARES
3.1 → A / 3.2 → B / 3.3 → A / 3.4 → A / 3.5 → A
8.3 - (OAB/RO – 43) Qual o juízo competente para 4 – DIREITO SOCIETÁRIO – PARTE GERAL E
apreciar pedido de falência, recuperação judicial e SOCIEDADES MENORES
extrajudicial? 4.1 → D / 4.2 → D / 4.3 → A / 4.4 → D
(A) Em regra, a competência é do juízo do local onde estiver 5 – DIREITO SOCIETÁRIO – SOCIEDADE LIMITADA
situado o principal estabelecimento do devedor. Caso o 5.1 → A / 5.2 → C / 5.3 → B / 5.4 → C
principal estabelecimento deste esteja situado fora do país, 6 – DIREITO SOCIETÁRIO – SOCIEDADE ANÔNIMA
será competente o juízo do local onde estiver situada sua 6.1 → A / 6.2 → C / 6.3 → B / 6.4 → B / 6.5 → A
filial no Brasil. 7 – TÍTULOS DE CRÉDITO
(B) A competência é da Justiça do Trabalho até serem 7.1 → D / 7.2 → D / 7.3 → C / 7.4 → B / 7.5 → D / 7.6 → A /
quitadas as obrigações trabalhistas, de caráter prioritário, 7.7 → D
após o qual os Autos serão remetidos à Justiça comum. 8 FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
(C) A competência é do domicílio legal dos credores 8.1 → C / 8.2 → D / 8.3 → A / 8.4 → A / 8.5 → C
titulares de crédito com garantia real ou de privilégio

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06. Sobre as marcas, é correto afirmar que
QUESTÕES A) a marca de alto renome é sinônimo de marca
notoriamente conhecida.
01. A respeito das sociedades limitadas, assinale a
B) a vigência do registro da marca é de 5 (cinco) anos,
alternativa correta.
sendo prorrogável por períodos iguais e sucessivos.
A) A sociedade limitada, nas omissões das normas
C) é permitida a cessão do pedido de registro de marca,
estabelecidas pelo Código Civil, será regida pela Lei
caso o cessionário atenda aos requisitos legais.
6.404/1976.
D) a marca de produto ou serviço é aquela usada para
B) A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade
identificar produtos ou serviços provindos de membros de
limitada para outro quotista da mesma sociedade dependerá
uma determinada entidade.
de prévia autorização estatutária.
C) A sociedade limitada é administrada por uma ou mais
07. Sobre os direitos dos acionistas, é correto afirmar
pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
que
D) Não dependerá de deliberação dos quotistas a
A) o direito de voto é garantido a todo acionista,
nomeação ou a destituição dos administradores.
independente da espécie ou classe de ações de que seja
titular.
02. A respeito das invenções ou modelos de utilidade, é
B) os acionistas deverão receber dividendos obrigatórios em
correto afirmar que
todos os exercícios sociais.
A) podem incluir os programas de computador em si.
C) o acionista terá direito de se retirar da companhia caso
B) podem consistir em técnicas e métodos operatórios ou
cláusula compromissória venha a ser introduzida no estatuto
cirúrgicos.
social.
C) bastam atender aos requisitos de novidade e atividade
D) o acionista tem o direito de fiscalizar as atividades sociais
inventiva para serem patenteáveis.
e sendo titular de mais de 5% do capital poderá requerer
D) são considerados novos quando não compreendidos no
judicialmente a exibição dos livros da companhia, caso haja
estado da técnica.
suspeita de irregularidades dos administradores.
03. Com relação ao instituto do aceite de títulos de
crédito, assinale a alternativa correta.
A) A duplicata pode não ser aceita, sem qualquer
fundamentação pelo sacado; neste caso, ele não será
responsável pelo pagamento do título.
B) Para a cobrança de uma duplicata não aceita, é GABARITO
necessária apenas a realização de seu protesto.
C) O aceite de cheque é condição essencial para que o 01 C 05 D
beneficiário possa executar o sacado.
02 D 06 C
D) O aceite de uma letra de câmbio torna o sacado devedor
direto do título. 03 D 07 D

04. Em relação à Sociedade em Conta de Participação 04 A


NÃO é correto afirmar que
A) é uma sociedade empresária personificada e de pessoas.
B) a atividade constitutiva do objeto social deve ser exercida
unicamente pelo sócio ostensivo.
C) o contrato social produz efeito somente entre os sócios.
D) as contribuições dos sócios participante e ostensivo
constituem patrimônio especial.

05. Com relação ao instituto do aval, é correto afirmar


que
A) é necessário o protesto para a cobrança dos avalistas do
emitente e dos endossantes de notas promissórias.
B) o avalista, quando executado, pode exigir que o credor
execute primeiro o avalizado.
C) o aval pode ser lançado em documento separado do
título de crédito.
D) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a
obrigação que ele garantiu ser nula, exceto se essa
nulidade for decorrente de vício de forma.

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ESTATUTO
DA OAB

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ESTATUTO DA OAB tolhido do advogado o direito de chamar um representante.


Caso este não atenda o chamado do profissional, a prisão
Prof. Luiz Eduardo Cleto Righetto, MSc.
será legal.
[email protected]
busca e apreensão em escritório de advocacia,
somente se acompanhado por representante da OAB.
As atividades privativas do Advogado são: postular em
examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
“qualquer” (ADIN 1127) órgão do Poder Judiciário (inclusive
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de
Juizados Especiais); atividades de consultoria, assessoria e
processos findos ou em andamento, mesmo sem
direção jurídica.
procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo,
Habeas Corpus não é atividade privativa. Qualquer
assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar
pessoa pode impetrar! Inclusive o advogado.
apontamentos;
Atos e contratos CONSTITUTIVOS de Pessoas Jurídicas
examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem
devem ser visados por advogados.
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em
É proibida a divulgação da advocacia em conjunto com
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo
outra atividade.
copiar peças e tomar apontamentos;
O exercício da atividade no território brasileiro e a
retirar autos de processos findos, mesmo sem
denominação advogado são privativos dos inscritos na OAB.
procuração, pelo prazo de dez dias (não se aplica aos
Sujeitam-se ao Estatuto da OAB, além do regime
processos em regime de segredo de justiça, quando
próprio a que se subordinam, os integrantes da Advocacia
existirem nos autos documentos originais de difícil
Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional,
restauração ou ocorrer circunstância relevante que
Defensoria Pública, das Procuradorias e Consultorias
justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria
Jurídicas dos Estados, DF, dos Municípios e suas respectivas
ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho
entidades de administração indireta e fundacional. (AGU,
motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a
PFN, DP, PCJ e ADINFU)
requerimento da parte interessada; até o encerramento do
O estagiário devidamente inscrito na OAB pode
processo, ao advogado que houver deixado de devolver os
praticar os atos do art. 1.º em conjunto e sob a
respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de
responsabilidade do advogado.
intimado);
São nulos os atos praticados por pessoa não inscrita
ser publicamente desagravado, quando ofendido no
na OAB, bem como por advogado impedido, suspenso,
exercício da profissão ou em razão dela;
licenciado ou que passa a exercer atividade incompatível
recusar-se a depor como testemunha em processo no
com a advocacia.
qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado
O advogado postula em juízo ou fora dele fazendo
com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando
prova do mandato. Em caráter de urgência ele pode atuar
autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre
sem mandato, porém tem que apresentá-lo no prazo de 15
fato que constitua sigilo profissional;
dias prorrogável por mais 15.
retirar-se do recinto onde se encontre aguardando
O advogado que renunciar ao mandato continuará,
pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário
durante os 10 dias seguintes à notificação da renúncia, a
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a
representar o mandante, salvo se for substituído antes do
autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação
término desse prazo.
protocolizada em juízo.
Não há hierarquia nem subordinação entre advogados,
O advogado tem imunidade profissional, não
magistrados e membros do MP, devendo-se todos
constituindo injúria, difamação “ou desacato”
consideração e respeito recíprocos. Autoridades, servidores
(Inconstitucional pela ADIN 1127) puníveis qualquer
públicos, serventuários da justiça devem dispensar ao
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade,
advogado tratamento compatível com a dignidade da
em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções
advocacia e condições adequadas a seu desempenho.
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.
SÃO DIREITOS DO ADVOGADO (art. 7.º e
Para inscrição como advogado é necessário:
incisos):
I - capacidade civil; II - diploma ou certidão de graduação
comunicar-se com seus clientes, pessoal e
em direito; III - título de eleitor e quitação do serviço
reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se
militar, se brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem;
acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI
civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
- idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o
ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos
conselho.
tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte
A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional
reservada aos magistrados; d) em qualquer assembléia ou
em cujo território se localize seu curso jurídico.
reunião de que participe ou possa participar o seu cliente,
A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa,
ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido
deve ser declarada mediante decisão que obtenha no
de poderes especiais;
mínimo dois terços dos votos de todos os membros do
dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e
conselho competente, em procedimento que observe os
gabinetes de trabalho, independentemente de horário
termos do processo disciplinar.
previamente marcado ou outra condição, observando-se a
Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele
ordem de chegada;
que tiver sido condenado por crime infamante, salvo
prisão em flagrante, decorrente da atividade, deve
reabilitação judicial.
ser acompanhada de representante da OAB, sob pena de
Para inscrição como estagiário é necessário: I -
nulidade. O STF entende que a nulidade só ocorrerá se for
capacidade civil; II - título de eleitor e quitação do serviço

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militar, se brasileiro; III - não exercer atividade totalmente proibido de advogar.


incompatível com a advocacia; IV - idoneidade moral; V - O licenciamento do sócio para exercer atividade
prestar compromisso perante o conselho; VI - ter sido incompatível com a advocacia em caráter temporário deve
admitido em estágio profissional de advocacia. ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua
A inscrição principal do advogado deve ser feita no constituição.
Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de
o seu domicílio profissional (a sede principal da atividade de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que
advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
física do advogado). O advogado empregado não está obrigado à prestação
Além da principal, o advogado deve promover a de serviços profissionais de interesse pessoal dos
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos empregadores, fora da relação de emprego.
territórios passar a exercer habitualmente a profissão A jornada de trabalho do advogado empregado, no
considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária
exceder de 5 causas por ano. de 4 horas contínuas e a de 20 horas semanais, salvo
No caso de mudança efetiva de domicílio profissional acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação
para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a exclusiva.
transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional A prestação de serviço profissional assegura aos
correspondente. inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados,
Cancela-se a inscrição do profissional que: aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
I - assim o requerer; II - sofrer penalidade de exclusão (o Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são
novo pedido de inscrição também deve ser acompanhado fixados por arbitramento judicial, em remuneração
de provas de reabilitação); III - falecer; IV - passar a compatível com o trabalho e o valor econômico da questão,
exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a não podendo ser inferiores aos estabelecidos na
advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.
necessários para inscrição. Salvo estipulação em contrário, 1/3 dos honorários é
Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o devido no início do serviço, outro 1/3 até a decisão de
cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho primeira instância e o restante no final.
competente ou em virtude de comunicação por qualquer Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de
pessoa. honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento
Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos
restaura o número de inscrição anterior - deve o diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo
interessado fazer prova dos requisitos: I - capacidade civil; constituinte, salvo se este provar que já os pagou.
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI Os honorários incluídos na condenação, por
- idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado,
conselho. tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta
Licencia-se o profissional que: parte, podendo requerer que o precatório, quando
I - assim o requerer, por motivo justificado; II - passar necessário, seja expedido em seu favor.
a exercer, em caráter temporário, atividade A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o
incompatível com o exercício da advocacia; III - sofrer contrato escrito que os estipular são títulos executivos e
doença mental considerada curável. constituem crédito privilegiado na falência, concordata,
É obrigatória a indicação do nome e do número de concurso de credores, insolvência civil e liquidação
inscrição em todos os documentos assinados pelo extrajudicial.
advogado, no exercício de sua atividade. A execução dos honorários pode ser promovida nos
Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado,
prestação de serviço de advocacia, na forma disciplinada se assim lhe convier.
nesta lei e no regulamento geral, adquirindo esta O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte
sociedade, personalidade jurídica com o registro aprovado contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe
dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os
em cuja base territorial tiver sede. concedidos por sentença.
A sociedade de advogados adquire personalidade Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de
jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos honorários de advogado, contado o prazo: I - do
no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver vencimento do contrato, se houver; II - do trânsito em
sede. julgado da decisão que os fixar; III - da ultimação do
As procurações devem ser outorgadas individualmente serviço extrajudicial; IV - da desistência ou transação; V -
aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte. da renúncia ou revogação do mandato.
Nenhum advogado pode integrar mais de uma O advogado substabelecido, com reserva de poderes,
sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que
territorial do respectivo Conselho Seccional. lhe conferiu o substabelecimento.
Os advogados sócios de uma mesma sociedade A incompatibilidade determina a proibição total, e
profissional não podem representar em juízo clientes de o impedimento, a proibição parcial do exercício da
interesses opostos. advocacia.
Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as EU SOU O QUE? IncompaTível (tem o T, a proibição é
sociedades de advogados que apresentem forma ou total); Impedido (não tem o T, a proibição é parcial)
características mercantis, que adotem denominação de A advocacia é incompatível, mesmo em causa
fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, própria, com as seguintes atividades: I - chefe do Poder
que incluam sócio não inscrito como advogado ou Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus

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substitutos legais; II - membros de órgãos do Poder (C) VIII - Estabelecer entendimento com a parte adversa
Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos sem autorização do cliente ou ciência do advogado
de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes contrário;
classistas, bem como de todos os que exerçam função de (C) IX - Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao
julgamento em órgãos de deliberação coletiva da seu patrocínio;
administração pública direta e indireta; III - ocupantes de (C) X - Acarretar, conscientemente, por ato próprio, a
cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração anulação ou a nulidade do processo em que funcione;
Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas (C) XI - Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de
empresas controladas ou concessionárias de serviço decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
público; IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados (C) XII - Recusar-se a prestar, sem justo motivo,
direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder assistência jurídica, quando nomeado em virtude de
Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; impossibilidade da Defensoria Pública;
V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou (C) XIII - Fazer publicar na imprensa, desnecessária e
indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; VI habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas
- militares de qualquer natureza, na ativa; VII - ocupantes pendentes.
de cargos ou funções que tenham competência de (C) XIV - Deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação
lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos,
contribuições parafiscais; VIII - ocupantes de funções de documentos e alegações da parte contrária, para confundir
direção e gerência em instituições financeiras, inclusive o adversário ou iludir o juiz da causa;
privadas. (C) XV - Fazer, em nome do constituinte, sem autorização
A incompatibilidade permanece mesmo que o escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como
ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo crime;
temporariamente. (C) XVI - Deixar de cumprir, no prazo estabelecido,
São impedidos de exercer a advocacia: I - os determinação emanada do órgão ou autoridade da Ordem,
servidores da administração direta, indireta e fundacional, em matéria da competência desta, depois de regularmente
contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja notificado;
vinculada a entidade empregadora, não incluindo os (C) XXIX - Praticar, o estagiário, ato excedente de sua
docentes dos cursos jurídicos; II - os membros do Poder habilitação;
Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das
pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, Art.36 do EOAB
sociedades de economia mista, fundações públicas, II - Violação a preceito do Código da Ética e Disciplina;
entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou III - Violação a preceito desta Lei, quando para a infração
permissionárias de serviço público. não se tenha estabelecido sanção mais grave.
Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a A suspensão é aplicável nos casos de: (quem sofrer
qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, fica impedido) de 30 dias a 12 meses
deve deter o advogado no exercício da profissão. I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;
O advogado é responsável pelos atos que, no exercício II - reincidência em infração disciplinar.
profissional, praticar com dolo ou culpa.
As infrações e suas respectivas sanções: (S) XVII - Prestar concurso a clientes ou a terceiros para
I - censura; II - suspensão; III - exclusão; IV - multa. realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
As sanções devem constar dos assentamentos do (S) XVIII - Solicitar ou receber de constituinte qualquer
inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não importância para aplicação ilícita ou desonesta;
podendo ser objeto de publicidade a de censura. (S) XIX - Receber valores, da parte contrária ou de
A censura é aplicável nos casos de: terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem
I - infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. expressa autorização do constituinte;
34; II - violação a preceito do Código de Ética e Disciplina; (S) XX - Locupletar-se, por qualquer forma, à custa do
III - violação a preceito desta lei, quando para a infração cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;
não se tenha estabelecido sanção mais grave. (S) XXI - Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas
ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por
(C) I - Exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, conta dele;
ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não (S) XXII - Reter, abusivamente, ou extraviar autos
inscritos, proibidos ou impedidos; recebidos com vista ou em confiança;
(C) II - Manter sociedade profissional fora das normas e (S) XXIII - Deixar de pagar as contribuições, multas e
preceitos estabelecidos nesta lei; preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente
(C) III - Valer-se de agenciador de causas, mediante notificado a fazê-lo;
participação nos honorários a receber; (S) XXIV - Incidir em erros reiterados que evidenciem
(C) IV - Angariar ou captar causas, com ou sem a inépcia profissional;
intervenção de terceiros; (S) XXV - Manter conduta incompatível com a advocacia;
(C) V - Assinar qualquer escrito destinado a processo
judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível:
que não tenha colaborado; a) Prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por
(C) VI - Advogar contra literal disposição de lei, lei;
presumindo-se a boa fé quando fundamentado na b) Incontinência pública e escandalosa;
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em c) Embriaguez ou toxicomania habituais.
pronunciamento judicial anterior;
(C) VII - Violar, sem justa causa, sigilo profissional; A exclusão é aplicável nos casos de: (quem sofrer fica

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impedido) Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade


I - aplicação, por três vezes, de suspensão; II - infrações jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos
definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos
Territórios.
(E) XXVI - Fazer falsa prova de qualquer dos requisitos As Subseções são partes autônomas do Conselho
para inscrição na OAB; Seccional, na forma desta lei e de seu ato constitutivo.
(E) XXVII - Tornar-se moralmente inidôneo para exercício As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de
da advocacia; personalidade jurídica própria, são criadas pelos Conselhos
(E) XXVIII - Praticar crime infamante; Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e
quinhentos inscritos.
MACETE! A OAB, goza de imunidade tributária total em
relação a seus bens, rendas e serviços.
F – Fraudar a Lei; Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo
R – Reter autos; = SUSPENSÃO quando reservados ou de administração interna,
I – Inépcia profissional; devem ser publicados na imprensa oficial ou afixados no
C – Conduta incompatível com advocacia; fórum, na íntegra ou em resumo.
O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os
F – Fazer falsa prova; inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da
I – Inidoneidade moral; = EXCLUSÃO contribuição sindical.
C - Crime infamante; O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de
órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório,
SOBRA = CENSURA considerado serviço público relevante, inclusive para fins de
disponibilidade e aposentadoria.
Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é Os presidentes do Conselho e das subseções tem
necessária a manifestação favorável de dois terços dos legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos
membros do Conselho Seccional competente. inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados
A multa, variável entre o mínimo correspondente ao ou ofendidos os inscritos na OAB.
valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é O Conselho Federal compõe-se:
aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, I - dos conselheiros federais, integrantes das delegações
em havendo circunstâncias agravantes. de cada unidade federativa; II - dos seus ex-presidentes,
As circunstâncias atenuantes são: na qualidade de membros honorários vitalícios. Cada
I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; delegação é formada por três conselheiros federais. Os ex-
II - ausência de punição disciplinar anterior; III - exercício presidentes têm direito apenas a voz nas sessões.
assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sessões
órgão da OAB; IV - prestação de relevantes serviços à do Conselho Federal, têm lugar reservado junto à delegação
advocacia ou à causa pública. respectiva e direito somente a voz.
É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção Compete ao Conselho Federal (art. 54 e incisos): XIV -
disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas
reabilitação, em face de provas efetivas de bom legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de
comportamento. segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações
Quando a sanção disciplinar resultar da prática de cuja legitimação lhe seja outorgada por lei; XVII –
crime, o pedido de reabilitação depende também da participar de concursos públicos, em todas as suas fases,
correspondente reabilitação criminal. quanto tiverem abrangência nacional ou interestadual.
A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares O Conselho Seccional compõe-se de conselheiros em
prescreve em 5 anos, contados da data da constatação número proporcional ao de seus inscritos, segundo critérios
oficial do fato. estabelecidos no regulamento geral.
Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar São membros honorários vitalícios os seus ex-
paralisado por mais de 3 anos, pendente de despacho presidentes, somente com direito a voz em suas sessões.
ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a Compete privativamente ao Conselho Seccional (art.
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem 58 e incisos): V - fixar a tabela de honorários, válida para
apuradas as responsabilidades pela paralisação. todo o território estadual; VI - realizar o Exame de Ordem;
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço XII - aprovar e modificar seu orçamento anual; XIII –
público, dotada de personalidade jurídica e forma definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética
federativa. e Disciplina e escolher seus membros.
A OAB é considerada para o Estatuto uma entidade sui A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional,
generis e para o Direito Administrativo como uma Autarquia que fixa sua área territorial e seus limites de competência e
com personalidade jurídica e forma federativa. autonomia.
A OAB não mantém com órgãos da Administração A área territorial da Subseção pode abranger um ou
Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. O uso da mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital
sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil. do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados,
São órgãos da OAB: I - o Conselho Federal; II - os nela profissionalmente domiciliados.
Conselhos Seccionais; III - as Subseções; IV - as Caixas de O Conselho Seccional, mediante o voto de 2/3 de
Assistência dos Advogados. seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar
O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica grave violação desta lei ou do regimento interno daquele.
própria, com sede na capital da República, é o órgão Compete à Subseção, no âmbito de seu território (art.
supremo da OAB. 61 e incisos)

CURSO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA OAB/SC 138


campeão em aprovação ! ESTATUTO DA OAB

Compete à Subseção instaurar e instruir processos O exercício da advocacia exige conduta compatível
disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e com os preceitos deste Código, do Estatuto, do
disciplina. Regulamento Geral, dos Provimentos e com os demais
Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete princípios da moral individual, social e profissional.
exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na São deveres do advogado (art. 2.º e incisos do CED):
forma do regimento interno deste, e ainda: instaurar e abster-se de: b) patrocinar interesses ligados a outras
instruir processos disciplinares, para julgamento pelo atividades estranhas à advocacia, em que também atue; e)
Tribunal de Ética e Disciplina. entender-se diretamente com a parte adversa que tenha
A Caixa de Assistência dos Advogados, com patrono constituído, sem o assentimento deste.
personalidade jurídica própria, destina-se a prestar O exercício da advocacia é incompatível com qualquer
assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se procedimento de mercantilização.
vincule. É proibido ao advogado expor os fatos em Juízo
Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na
recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor má-fé.
resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. É proibido o oferecimento de serviços profissionais que
O Conselho Seccional, mediante voto de 2/3 de seus impliquem, direta ou indiretamente, inculcação ou captação
membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos de clientela.
Advogados, no caso de descumprimento de suas O advogado deve informar o cliente, de forma clara e
finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e
a intervenção. das conseqüências que poderão advir da demanda.
A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB A conclusão ou desistência da causa, com ou sem a
será realizada na segunda quinzena do mês de extinção do mandato, obriga o advogado à devolução de
novembro, do último ano do mandato, mediante cédula bens, valores e documentos recebidos no exercício do
única e votação direta dos advogados regularmente mandato, e à pormenorizada prestação de contas, não
inscritos. excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a
A eleição, na forma e segundo os critérios e qualquer momento.
procedimentos estabelecidos no regulamento geral, é de Concluída a causa ou arquivado o processo,
comparecimento obrigatório para todos os advogados presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato.
inscritos na OAB. O advogado não deve aceitar procuração de quem já
O mandato em qualquer órgão da OAB é de 3 anos, tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste,
iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais
ao da eleição, salvo o Conselho Federal. urgentes e inadiáveis.
Os conselheiros federais eleitos iniciam seus A renúncia do advogado à causa, implica na omissão
mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao dos motivos e a continuidade da responsabilidade, durante
da eleição. o prazo estabelecido em lei, não excluindo, todavia, a
responsabilidade pelos danos causados dolosa ou
CONSELHO FEDERAL (FEVEREIRO), CONSELHO culposamente aos clientes ou terceiros.
A revogação do mandato judicial por vontade do
SECCIONAL E SUBSEÇÃO (JANEIRO)
cliente não o desobriga do pagamento das verbas
honorárias contratadas, bem como não retira o direito do
Todos os prazos necessários à manifestação de
advogados, estagiários e terceiros, nos processos em geral advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual
da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de verba honorária de sucumbência, calculada
recursos. proporcionalmente, em face do serviço efetivamente
O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB prestado.
Advogados da mesma sociedade não podem
compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja
representar em juízo clientes com interesses opostos.
base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for
Sobrevindo conflito de interesses entre seus
cometida perante o Conselho Federal.
constituintes, e não estando de acordo os interessados,
Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho
Seccional competente, julgar os processos disciplinares, com a devida prudência, optará o advogado por um dos
instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio mandatos, renunciando aos demais, assegurado o sigilo
conselho. profissional.
O processo disciplinar instaura-se de ofício ou O advogado que postular em nome de terceiros,
contra ex-cliente ou ex-empregador judicial ou
mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa
extrajudicialmente, deverá resguardar o sigilo profissional.
interessada.
ABSTER-SE: renunciar, abnegar, deixar de...
Recebida a representação, o Presidente deve designar
O advogado deve abster-se de patrocinar causa
relator, a quem compete a instrução do processo e o
oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao contrária à ética, à moral ou à validade de ato jurídico em
Tribunal de Ética e Disciplina. que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consulta;
O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por da mesma forma, deve declinar seu impedimento ético
motivo relevante, a juízo do relator. quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta lhe
houver revelado segredos ou obtido seu parecer.
É direito e dever do advogado assumir a defesa
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa
DA OAB do acusado.
O advogado não é obrigado a aceitar a imposição de
seu cliente que pretenda ver com ele atuando outros

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advogados, nem aceitar a indicação de outro profissional A compensação ou desconto dos honorários
para com ele trabalhar no processo. contratados de valores que devam ser entregues ao
É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, constituinte ou cliente só podem ocorrer se houver prévia
simultaneamente, como patrono e preposto do empregador autorização ou previsão contratual.
ou cliente. Os honorários profissionais devem ser fixados com
O substabelecimento do mandato, com reserva de moderação podendo se levar em conta a competência e o
poderes, é ato pessoal do advogado da causa. 1º. O renome do profissional.
substabelecimento do mandato sem reservas de poderes A falta ou inexistência de definição ou orientação ética
exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente. 2º. O neste código enseja consulta e manifestação do TED ou do
substabelecido com reserva de poderes deve ajustar CF.
antecipadamente seus honorários com o substabelecente. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para
O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se orientar e aconselhar sobre ética profissional, respondendo
o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à vida, à às consultas em tese, e julgar os processos disciplinares.
honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo O Tribunal reunir-se-á mensalmente ou em menor
próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar período, se necessário, e todas as sessões serão plenárias.
segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa. Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina mediar e
O advogado deve guardar sigilo, mesmo em conciliar nas questões que envolvam controvérsias surgidas
depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu quando da dissolução da sociedade de advogados.
ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha O processo disciplinar instaura-se de ofício ou
em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre mediante representação dos interessados, que não pode ser
fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido anônima.
advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo O relator pode propor ao Presidente do Conselho
constituinte. Seccional ou da Subseção o arquivamento da
As confidências feitas ao advogado pelo cliente podem representação, quando estiver desconstituída dos
ser utilizadas nos limites da necessidade da defesa, desde pressupostos de admissibilidade.
que autorizado aquele pelo constituinte. Compete ao relator do processo disciplinar determinar
O anúncio deve mencionar o nome completo do a notificação dos interessados para esclarecimentos, ou do
advogado e o número da inscrição na OAB, podendo fazer representado para a defesa prévia, em qualquer caso no
referência a títulos ou qualificações profissionais, prazo de 15 (quinze) dias.
especialização técnico-científica e associações culturais e Oferecidos a defesa prévia, que deve estar
científicas, endereços, horário do expediente e meios de acompanhada de todos os documentos, e o rol de
comunicação, vedadas a sua veiculação pelo rádio e testemunhas, até o máximo de cinco, é proferido o
televisão e a denominação de fantasia. despacho saneador e, ressalvada a hipótese do 2° do artigo
O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou 73 do Estatuto, designada a audiência para oitiva do
indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de interessado e do representado e das testemunhas, devendo
emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de o interessado, o representado ou seu defensor incumbir-se
captar clientela. do comparecimento de suas testemunhas, na data e hora
O anúncio deve ser em português. Porém se estiver marcadas.
em outra língua, deverá ser acompanhado da tradução.
O anúncio em forma de placa deve observar a PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
descrição quanto ao conteúdo, forma, dimensão, sem
qualquer aspecto mercantilista, sendo PROIBIDA a *** A representação é feita de ofício ou mediante
utilização de OUTDOOR! representação que não pode ser anônima.
O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações,
cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou símbolos NA SUBSEÇÃO OU NA SECCIONAL!
incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo 1) O presidente da Subseção/Seccional recebe a
proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam Representação
utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil. 2) Designa um relator que poderá propor ao Presidente o
São vedadas referências a valores dos serviços, arquivamento
tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou O Presidente decide pelo arquivamento
expressões que possam iludir ou confundir o público, Representação contra Presidente da Seccional e
informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, Membros do CF são processadas e julgadas pelo CF
direta ou indiretamente, captação de causa ou clientes, 3) O relator determina a notificação do interessado
bem como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da (esclarecimento) e do representado (defesa prévia – 5
sede profissional. testemunhas) – prazo 15 dias – pode ser prorrogado por
O advogado deve abster-se de: motivo justificável (TODOS OS PRAZOS)
I - responder com habitualidade consulta sobre matéria Representado não encontrado – REVEL - Dativo
jurídica, nos meios de comunicação social, com intuito de 4) Despacho saneador
promover-se profissionalmente; 5) Audiência para oitiva – interessado / repres./ testem.
II - debater, em qualquer veículo de divulgação, causa 6) O relator pode determinar diligências
sob seu patrocínio ou patrocínio de colega; 7) 15 dias para as Razões Finais
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade 8) Relator profere PARECER PRELIMINAR
da profissão e da instituição que o congrega;
IV - divulgar ou deixar que seja divulgada a lista de ENVIO DOS AUTOS PARA O TED
clientes e demandas; 1) O Presidente do TED recebe o PD e designa relator
V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas. para VOTO

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2) 20 dias após – será o julgamento uma das filhas do referido diretor. À luz das normas
3) 15 dias antes do julgamento o representado é intimado estatutárias, é correto afirmar que:
da defesa oral A) a defesa dos interesses dos familiares dos dirigentes da
4) APÓS O VOTO DO RELATOR – 15 minutos para defesa empresa está ínsita na atuação profissional do advogado
oral empregado.
5) Lavratura do acórdão pelo membro que tiver o voto B) a atuação do advogado empregado nesses casos pode
vencedor ocorrer voluntariamente, sem relação com o seu emprego.
6) Caberá recurso ao CS e deste ao CF C) a relação de emprego retira do advogado sua
independência profissional, pois deve defender os
REGULAMENTO GERAL interesses do patrão.
D) em casos de dedicação exclusiva, a jornada de trabalho
máxima do advogado será de quatro horas diárias e de
É defeso (PROIBIDO) ao advogado funcionar no
vinte horas semanais.
mesmo processo, simultaneamente como patrono e
preposto do empregador ou cliente.
2) Terêncio, após intensa atividade advocatícia, é
Sem prejuízo de atuação de seu defensor, contará o
acometido por mal de origem psiquiátrica, mas
advogado com a assistência de representante da OAB nos
diagnosticado como passível de cura após tratamento
inquéritos policiais ou nas ações penais em que figurar
prolongado. Não podendo exercer os atos da vida
como indiciado, acusado ou ofendido, sempre que o fato a
civil, apresenta requerimento à OAB. No concernente
ele imputado decorrer do exercício da profissão ou a este
ao tema, à luz das normas aplicáveis, é correto
vincular-se.
afirmar que é caso de:
O inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente
A) cancelamento da inscrição como advogado.
em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da
B) impedimento ao exercício profissional, mantida a
OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo
inscrição na OAB.
Conselho competente, de ofício, a seu pedido ou de
C) licença do exercício da atividade profissional.
qualquer pessoa.
D) penalidade de exclusão por doença.
O advogado regularmente notificado, deve quitar seu
débito relativo as anuidades, no prazo de quinze dias da
3) Mévio, advogado, é procurado por Eulâmpia, que
notificação, sob pena de suspensão, aplicadas em processo
realiza consulta sobre determinado tema jurídico.
disciplinar.
Alguns meses depois, o advogado recebe uma
Compete ao Conselho Seccional ajuizar, após
intimação para prestar depoimento como testemunha
deliberação, ação civil pública, para defesa de interesses
em processo no qual Eulâmpia é ré, pelos fatos
difusos de caráter geral e coletivos e individuais
relatados por ela em consulta profissional. No
homogêneos.
concernente ao tema, à luz das normas estatutárias,
O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos
é correto afirmar que
na OAB, sob pena de multa equivalente a 20% do valor da
A) o advogado deve comparecer ao ato e prestar
anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser
depoimento como testemunha dos fatos.
apresentada pela Diretoria do Conselho Seccional.
B) é caso de recusa justificada ao depoimento por ter tido o
O Salário Mínimo do Advogado é fixado pela Seccional.
advogado ciência dos fatos em virtude do exercício da
As horas noturnas - 20h de um dia até as 05h do dia
profissão.
seguinte - adicional de 25%.
C) a simples consulta jurídica não é privativa de advogado,
O prazo de validade da carteirinha de estagiário de 3
equiparada a mero aconselhamento protocolar.
anos não podendo ser prorrogado (art. 35).
D) o advogado poderá prestar o depoimento, mesmo contra
Medalha Rui Barbosa: A “Medalha Rui Barbosa” é a
sua vontade, desde que autorizado pelo cliente.
comenda máxima conferida pelo Conselho Federal às
grandes personalidades da advocacia brasileira. A Medalha
4) Após recebida representação disciplinar sem
só pode ser concedida uma vez, no prazo do mandato do
fundamentos, cabe ao relator designado pelo
Conselho, e será entregue ao homenageado em sessão
presidente do Conselho Seccional da OAB, à luz das
solene.
normas aplicáveis,
Apurar infrações – Competência exclusiva do CS, salvo
A) arquivar o processo ato contínuo.
se a infração foi no CF.
B) propor ao presidente o arquivamento do processo.
C) designar data para a defesa oral pelo advogado.
__________________________________________
D) julgar improcedente a representação.
__________________________________________
__________________________________________
5) Caio, próspero comerciante, contrata, para
__________________________________________
prestação de serviços profissionais de advocacia,
__________________________________________
Mévio, que se apresenta como advogado. O cliente
outorga a devida procuração com poderes gerais para
ESTATUTO DA OAB o foro. Usando o referido instrumento, ocorre a
propositura de ação judicial em face de Trácio. Na
1) Mévio é advogado empregado de empresa de contestação, o advogado do réu alega vício na
grande porte atuando como diretor jurídico e tendo representação, uma vez que Mévio não possui
vários colegas vinculados à sua direção. Instado por registro na OAB, consoante certidão que apresenta
um dos diretores, escala um dos seus advogados para nos autos judiciais. Diante de tal circunstância, é
atuar em processo judicial litigioso, no interesse de correto afirmar que

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A) os atos praticados pelo suposto advogado não ofendem escritório, coloridos, indicando as especialidades de
qualquer dispositivo legal. atuação e apresentando determinados temas que
B) verificada a ausência de inscrição profissional, deverá ser seriam considerados acessíveis à multidão de
outorgado prazo para sua regularização. interessados. O projeto é realizado.
C) os atos praticados por Mévio são nulos, pois foram Em relação a tal projeto, consoante as normas aplicáveis
praticados por pessoa não inscrita na OAB. aos advogados, é correto afirmar que
D) a declaração de nulidade dos atos processuais esgota o A) a moderna advocacia assume características
rol de atos sancionatórios. empresariais e permite publicidade como a apresentada.
B) atividades moderadas como as sugeridas são
6) Raul, advogado, é acusado, em processo admissíveis.
disciplinar, de ter perdido prazos em diversos C) desde que autorizada pela OAB, a propaganda pode ser
processos, de ter atuado contra os interesses dos realizada.
seus clientes e de ter um número exagerado de D) existem restrições éticas à propaganda da advocacia,
indeferimento de petições iniciais, por ineptas, entre as quais as referidas no texto.
desconexas, com representações sucessivas à OAB.
Em relação a tais circunstâncias, à luz das normas 10) Semprônia, advogada há longos anos, é
estatutárias, é correto afirmar que as condutas imputadas a contratada para representar os interesses de
Raul Esculápio, que está preso à disposição da Justiça
A) não caracterizam infração disciplinar. criminal. Ao procurar contatar seu cliente, verifica
B) são consideradas desvios processuais exclusivamente. que ele está em penitenciária, considerado
C) demandam atuação da OAB no sentido educativo. incomunicável, por determinação de normas
D) caracterizam inépcia da atuação profissional. regulamentares do sistema. Apesar disso, requer o
acesso ao seu cliente, que foi indeferido. Consoante
7) Caio ajuíza ação em face da empresa Toupeira e as normas legais e estatutárias, é correto afirmar que
Lontra S.A. buscando a devolução de numerário por A) a atuação do advogado deve estar submetida aos
ter recebido produto com defeito oculto. O pedido é regulamentos penitenciários, para a sua própria segurança.
julgado improcedente por ausência de provas. Houve B) os estabelecimentos penitenciários civis devem organizar
recurso de apelação. No início do julgamento, o as visitas dos advogados por ordem de chegada.
relator apresentou críticas à atuação do advogado do C) o advogado, quando for contatar o seu cliente em prisão,
recorrente, que não teria instruído o processo deve ser acompanhado por representante da OAB.
adequadamente. Presente no julgamento, o advogado D) é ilegal vedar a presença do advogado no contato com
pediu a palavra, que lhe foi negada, por já ter seu cliente, ainda que considerado incomunicável.
apresentado sua sustentação oral.
Com base no relato acima, de acordo com as normas 11) No caso de arbitramento judicial de honorários,
estatutárias, é correto afirmar que pela ausência de estipulação ou acordo em relação a
A) a sustentação oral esgota a atividade do advogado no eles, é correto afirmar, à luz das regras estatutárias,
julgamento. que
B) só esclarecimentos de situação de fato serão admitidos A) os valores serão livremente arbitrados pelo juiz, sem
no caso. parâmetros, devendo o advogado percebê-los.
C) somente em momento posterior poderá o advogado B) a fixação dos honorários levará em conta o valor
tomar providências. econômico da questão.
D) é assegurado ao advogado o direito de usar a palavra C) a tabela organizada pela OAB não é relevante para essa
para replicar a acusação feita contra ele, ainda que já forma de fixação.
proferida sua sustentação oral. D) havendo acordo escrito, poderá ocorrer o arbitramento
judicial de honorários.
8) Mévio, advogado recém-formado com dificuldades
de iniciar sua atividade profissional, propõe a colegas 12) Mévio, advogado de longa data, pretendendo
de bairro e de escola a participação percentual nos despachar uma petição em processo judicial em curso
honorários dos clientes que receber para consultas ou perante a Comarca Y, é surpreendido com aviso
que pretendam ajuizar ações judiciais. Consoante as afixado na porta do cartório de que o magistrado
normas aplicáveis, assinale a alternativa correta em somente receberia para despacho petições que
relação à conduta de Mévio. reputasse urgentes, devendo o advogado dirigir-se ao
A) Caracteriza agenciamento de causas com participação assessor principal do juiz para uma prévia triagem
dos honorários. quanto ao assunto em debate. À luz das normas
B) É possível, desde que conste em contrato escrito entre estatutárias, é correto afirmar que
as partes. A) a organização do serviço cartorário é da competência do
C) O agenciamento de clientela é admitido em situações juiz, que pode estabelecer padrões de atendimento aos
peculiares como essa. advogados.
D) Desde que os serviços advocatícios sejam prestados por B) a triagem realizada por assessor do juiz permite melhor
Mévio, inexiste infração disciplinar. eficiência no desempenho da atividade judicial e não colide
com as normas estatutárias.
9) Daniel, advogado, resolve divulgar seus trabalhos C) o advogado tem direito de dirigir-se diretamente ao
contratando empresa de propaganda e marketing. magistrado no seu gabinete para despachar petições sem
Esta lhe apresenta um plano de ação, que inclui a prévio agendamento.
contratação de jovens, homens e mulheres, para a
distribuição de prospectos de propaganda do

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D) a duração razoável do processo é princípio que permite a C) Ao falar em juízo, durante uma audiência, o advogado
triagem dos atos dos advogados e o exercício dos seus deve permanecer de pé.
direitos estatutários. D) O advogado que desejar falar com magistrado deve
agendar previamente um horário, devendo estar presente à
13) Com relação a infrações cometidas por advogados audiência com, pelo menos, quinze minutos de
e às sanções disciplinares a eles aplicadas, assinale a antecedência.
opção correta.
A) O Tribunal de Ética e Disciplina não pode instaurar, de 17) Assinale a opção correta acerca da inscrição do
ofício, processo sobre ato considerado passível de advogado nos quadros da OAB.
configurar, em tese, infração a princípio ou a norma de A) Promotor de justiça aposentado pode solicitar inscrição
ética profissional. nos quadros da OAB como advogado.
B) É possível a instauração, perante o Tribunal de Ética e B) Oficial das Forças Armadas formado em curso de direito
Disciplina, de processo disciplinar, mediante representação e aprovado no exame de ordem pode solicitar inscrição nos
apócrifa, contra advogado. quadros da OAB como advogado.
C) Não constitui infração disciplinar a recusa, sem justo C) Considere que Juan, cubano, bacharel em direito por
motivo, do advogado a prestar assistência jurídica, quando faculdade de seu país de origem, fixe residência no Brasil.
nomeado por decisão judicial diante da impossibilidade da Nessa situação hipotética, Juan pode requerer inscrição,
defensoria pública, visto que ninguém pode ser compelido a como advogado, nos quadros da OAB, desde que revalide
trabalhar sem remuneração. seu diploma no Brasil.
D) São consideradas condutas incompatíveis com a D) Considere que Hugo, venezuelano, após revalidar, no
advocacia a prática reiterada de jogo de azar não Brasil, diploma de bacharel em direito obtido no Equador,
autorizado por lei e a embriaguez habitual sem justo requeira sua inscrição, como advogado, na OAB, sem ter
motivo. sido aprovado no exame de ordem, sob o argumento de
que, em seu país, inexiste tal exigência. Nesse caso
14) No que concerne à capacidade postulatória do específico, a OAB poderá dispensá-lo do exame.
advogado, assinale a opção correta.
A) O advogado que renunciar à procuração que lhe foi 18) Em cada uma das opções a seguir, é apresentada
outorgada fica obrigado a representar o outorgante pelo uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
prazo de dez dias, a contar da notificação da renúncia, ser julgada. Assinale a opção que apresenta assertiva
ainda que outro advogado o substitua. correta com relação à inscrição do advogado na OAB.
B) A procuração para o foro confere, em geral, poderes A) Marcelo, advogado, e Ana, juíza federal substituta, são
especiais ao advogado. casados entre si e residem em Manaus – AM. Ana foi
C) Em caso de urgência, pode o advogado postular em juízo transferida para Roraima, para assumir a titularidade de
sem procuração, devendo apresentá-la no prazo de quinze uma vara naquele estado. Nessa situação, Marcelo, ao
dias. mudar seu domicílio profissional para Roraima, não será
D) Caso o advogado não junte procuração, o juiz mandará obrigado a requerer a transferência de sua inscrição na OAB
intimá-lo para que a apresente imediatamente, sob pena de para aquele estado.
indeferimento da petição inicial. B) André, advogado, foi convidado a assumir
temporariamente cargo incompatível com a advocacia.
15) Acerca do exercício da advocacia, assinale a Nessa situação, caso pretenda aceitar o convite, André
opção correta. deverá requerer o cancelamento de sua inscrição na OAB.
A) A única petição que o estagiário pode assinar sozinho é a C) José, advogado, tem sua inscrição principal na OAB/DF e
de solicitação de preferência no julgamento do processo. também atua na comarca de Luziânia – GO, onde advoga
B) Com a instituição das defensorias públicas nos estados e para uma empresa, assumindo mais de seis causas por ano
no DF, regidas por lei específica, os defensores públicos não nessa comarca. Nessa situação, José deve requerer sua
podem exercer atividade de advocacia e, por isso, não se inscrição suplementar na OAB/GO.
sujeitam à Lei n.o 8.906/1994. D) Paulo, advogado, obteve aprovação em concurso público
C) Os procuradores da fazenda nacional, por serem e passou a exercer cargo incompatível com a advocacia.
funcionários públicos, não se sujeitam à Lei n.o Nessa situação, para que ocorra o cancelamento de sua
8.906/1994. inscrição, somente Paulo poderá comunicar o fato à OAB.
D) Ao estagiário devidamente inscrito na OAB é permitido
praticar os atos privativos de advogado, desde que em 19) A respeito das sociedades de advogado, assinale
conjunto com o advogado e sob sua responsabilidade, a opção correta.
podendo assinar isoladamente petição de juntada de A) Considere que Rogério e Daniel sejam sócios na XYZ
documentos. Advogados, com sede em Belém – PA, e que André convide
Rogério para integrar a equipe de sua sociedade, a MNP
16) No que se refere aos direitos e deveres do Advocacia, com sede em Santarém – PA. Nessa situação,
advogado, assinale a opção correta. não há qualquer impedimento ao fato de Rogério integrar a
MNP Advocacia, uma vez que a sede das referidas
A) O advogado devidamente inscrito na OAB só pode sociedades está situada em cidades diferentes.
advogar no estado onde tenha homologado sua inscrição. B) A sociedade de advogados só adquire personalidade
B) O advogado pode ter vista, mesmo sem procuração, de jurídica após o registro na seccional da OAB em cuja base
qualquer processo, administrativo ou judicial, que não territorial estiver situada a sede da sociedade.
esteja sujeito a sigilo, podendo copiá-lo e anotar o que bem C) As procurações podem ser outorgadas à sociedade de
entender. advogados, bastando que se faça menção ao registro dos
advogados que a compõem.

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D) A personalidade jurídica da sociedade de advogados é direito do consumidor. No ano de 2006, atuou


adquirida com o seu registro na junta comercial. excepcionalmente como advogado em quatro ações
de indenização perante o TJDFT. Em 2007, ajuizou
20) Com relação ao advogado empregado, assinale a quinze ações em face da mesma empresa perante o
opção correta. TRT, em Brasília – DF, e, em 2008, atuou como
A) Considere que Fabiana, advogada da empresa SW, tenha advogado constituído em mais de dez causas.
ganhado processo para seu empregador. Nessa situação, Na situação hipotética apresentada, Célio, de acordo com o
caso haja honorários de sucumbência, estes devem ser Regulamento Geral do Estatuto da OAB,
repassados à empresa, haja vista que Fabiana já é A) cometeu infração disciplinar por ter exercido, em 2006, a
remunerada para defender os interesses da empresa SW. advocacia fora de seu domicílio de inscrição.
B) Considere que Daniel, advogado empregado do banco Z, B) está obrigado, desde 2007, à inscrição suplementar na
tenha sido chamado à sala do diretor-presidente e lá Seccional da OAB/DF.
recebido ordem para fazer contestação do processo de C) está dispensado de comunicar à OAB o exercício da
separação desse diretor-presidente. Nessa situação, Daniel advocacia perante o TRT.
não está obrigado a prestar seus serviços profissionais, D) está impedido de requerer a inscrição suplementar na
visto que a causa é de interesse pessoal do diretor- OAB/DF, dada a regular inscrição na OAB/SC.
presidente, sem relação com o contrato de trabalho.
C) Considere que Marcos, advogado empregado do banco X, 25) Assinale a opção correta acerca das caixas de
tenha recebido ordem para elaborar parecer favorável em assistência dos advogados.
um contrato manifestamente ilegal. Nesse caso, por ser A) As caixas de assistência dos advogados, no âmbito dos
empregado do banco, ele não possui independência estados, têm personalidade jurídica própria, não podendo
profissional para fazer, por convicção, parecer contrário ao sofrer intervenção dos respectivos conselhos seccionais.
referido contrato. B) O estatuto da Caixa de Assistência dos Advogados deve
D) O advogado empregado, no exercício da profissão, não ser aprovado pela diretoria dessa entidade e registrado pelo
pode ter regime de trabalho superior a trinta horas presidente na secretaria estadual da fazenda.
semanais, independentemente de acordo coletivo ou de C) A coordenação nacional das caixas de assistência é o
contrato de dedicação exclusiva. órgão de assessoramento do Conselho Federal da OAB para
a política nacional de assistência e seguridade dos
21) Antônio, advogado que nunca fora punido advogados.
disciplinarmente, está respondendo, na OAB, a D) A Caixa de Assistência dos Advogados tem caráter
processo disciplinar sob a acusação de violação de nacional e é administrada pelo presidente do Conselho
sigilo profissional. Federal da OAB.
Nessa situação hipotética, se for condenado, Antônio deverá
ser punido com a pena de 26) No que se refere às eleições na OAB, assinale a
A) exclusão. opção correta.
B) suspensão. A) São permitidas candidaturas isoladas ou que integrem
C) censura. mais de uma chapa.
D) multa. B) Estagiários inscritos na OAB poderão integrar chapas que
QUESTÃO 10 tenham em seus programas a Comissão OAB Jovem.
22) O Código de Ética e Disciplina da OAB não admite C) Os advogados que compõem a comissão eleitoral
que o advogado poderão integrar as chapas concorrentes, estando apenas o
A) renuncie ao mandato no curso de um processo, ainda presidente da comissão impedido de integrá-las.
que comunique ao cliente, via carta com AR, essa decisão. D) Para integrar uma chapa, o advogado deverá exercer
B) cobre honorários por valores acima dos fixados pela efetivamente advocacia há mais de cinco anos, excluído o
tabela de honorários da OAB. período de estagiário.
C) inclua, em anúncio de sua atividade, qualificação de
mestre em direito privado e membro efetivo de instituto de 27) A punição disciplinar dos advogados compete ao
advogados. A) conselho seccional do estado onde a infração for
D) condicione, ao término da causa, a devolução dos cometida, ainda que não seja o local onde o advogado
documentos do cliente mediante o pagamento dos tenha a inscrição principal ou suplementar, desde que a
honorários devidos. infração não seja praticada perante o Conselho Federal.
B) conselho seccional do estado onde o advogado tenha
23) Compete ao presidente do Conselho Federal da inscrição principal ou onde tenha inscrição suplementar,
OAB indistintamente.
A) aplicar penas disciplinares, no caso de infração cometida C) conselho seccional do estado onde o advogado tenha sua
no âmbito do Conselho Federal. inscrição principal.
B) alienar ou onerar bens móveis. D) conselho seccional do estado onde se tome,
C) presidir o Órgão Especial, com direito a voto de primeiramente, conhecimento da infração.
qualidade, no caso de empate.
D) definir os critérios para despesas com transporte e 28) Assinale a opção correta acerca do processo
hospedagem dos conselheiros, membros das comissões e disciplinar a que se sujeitam os advogados inscritos
convidados. na OAB.
A) No processo disciplinar, a pena de suspensão só pode ser
24) Célio, advogado regularmente inscrito na imposta após decisão irrecorrível, não se mostrando lícita
OAB/SC, tem escritório próprio de advocacia em qualquer espécie de suspensão preventiva.
Florianópolis, onde atua na área trabalhista e na do

CURSO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA OAB/SC 144


campeão em aprovação ! ESTATUTO DA OAB

B) De acordo com o Estatuto da OAB, o processo disciplinar B) Falecendo o advogado durante o curso de um processo,
contra advogado deve tramitar, de regra, com a publicidade os honorários de sucumbência serão integralmente
devida a qualquer feito. recebidos pelo profissional que o suceder na causa.
C) É possível a revisão do processo disciplinar caso haja C) Na situação em que advogados se reúnam em sociedade
erro de julgamento ou condenação baseada em falsa prova. civil, devem as procurações ser outorgadas individualmente
D) Apenas o Conselho Federal pode punir disciplinarmente o a cada causídico, com a indicação da sociedade de que
advogado inscrito na OAB. façam parte.
D) É proibido que a sociedade de advogados ostente, na
29) Considerando o disposto no Estatuto da razão social, o nome de sócio falecido. Assim, em caso de
Advocacia e da OAB e no Código de Ética e Disciplina falecimento de algum sócio, deve-se, obrigatoriamente,
da OAB, assinale a opção correta. providenciar a alteração do registro da sociedade.
A) A lei prevê, expressamente, o termo prescricional para a
ação de prestação de contas pelas quantias que o advogado
recebe de seu cliente ou de terceiros por conta deste. GABARITO
B) De acordo com o Código de Ética, o advogado deve
recusar-se a depor como testemunha em processo no qual 1 B 12 C 23 A
tenha atuado, salvo quando autorizado pelo cliente.
C) Os prazos recursais no processo disciplinar seguem as 2 C 13 D 24 B
disposições do CPP.
3 B 14 C 25 C
D) Em nenhuma hipótese, o Código de Ética permite a
participação de advogado em bens particulares de clientes 4 B 15 D 26 D
comprovadamente sem condições pecuniárias.
5 C 16 B 27 A
30) Considere que Salvador, advogado regularmente
inscrito na OAB, tenha sido eleito deputado estadual 6 D 17 A 28 C
e tomado posse. Considere, ainda, que, durante o
mandato parlamentar, Salvador tenha sido 7 D 18 C 29 A
constituído por Manoel e ingressado em juízo com
8 A 19 B 30 D
uma ação trabalhista contra a empresa privada XYZ.
Nessa situação, de acordo com o Estatuto da 9 D 20 B 31 B
Advocacia e da OAB, o ato processual praticado por
Salvador é considerado 10 D 21 C 32 C
A) anulável, pois qualquer parlamentar está impedido de
advogar. 11 B 22 D
B) nulo, visto que o advogado está no exercício de atividade
incompatível com a advocacia.
C) anulável, devendo o advogado ser punido pela OAB.
D) plenamente válido.
QUESTÕES COMPLEMENTARES
1. ( ) É permitido ao advogado divulgar, em conjunto,
31) Assinale a opção correta de acordo com o
outras atividades a que estiver devidamente habilitado.
Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da
2. ( ) As atividades de consultoria, assessoria e direção
OAB.
jurídicas são privativas de advocacia.
A) As funções de diretoria e de gerência jurídicas em
3. ( ) A impetração de habeas corpus em qualquer
qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive
instância ou tribunal é atividade privativa de advocacia.
em instituições financeiras, são privativas de advogado,
4. ( ) São atividades privativas da advocacia, a
permitindo-se, entretanto, seu exercício por quem não
postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário.
esteja inscrito regularmente na OAB.
5. ( ) Qualquer ato e contrato de Pessoa Jurídica deve
B) Considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia
ser visado por advogado.
a participação anual mínima em cinco atos privativos da
6. ( ) Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao
profissão de advogado, em causas ou questões distintas.
regime estipulado no Estatuto da OAB, além do regime
C) Procurador de Estado está desobrigado de inscrever-se
próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia
na
Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da
OAB, visto que sua capacidade postulatória já deriva da
Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias
própria assunção desse cargo público.
Jurídicas dos Estados, Distrito Federal, dos Municípios e das
D) Os honorários de sucumbência a que o advogado
respectivas entidades de administração indireta e
empregado faça jus, como regra, devem integrar o salário
fundacional, além dos presidentes e vices das casas
ou remuneração e, por isso, devem ser considerados para
legislativas.
efeitos trabalhistas ou previdenciários.
7. ( ) São anuláveis os atos praticados por advogado
QUESTÃO 10
impedido no âmbito do impedimento suspenso.
32) Assinale a opção correta de acordo com o
8. ( ) São anuláveis os atos privativos de advogados
Estatuto da Advocacia e da OAB.
praticados pessoas não inscritas na OAB.
A) O sócio de sociedade de advogados que cause danos a
9. ( ) O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem
clientes deve responder por seu ato comissivo ou omissivo,
procuração, obrigando-se a apresenta-la no prazo de cinco
sendo tal responsabilidade pessoal, não havendo
dias, prorrogável por igual período.
implicações para a pessoa jurídica.

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10. ( ) Advogado que renunciar ao mandato continuará 29. ( ) As procurações devem ser outorgadas à
durante cinco dias representando o consulente. sociedade de advogados e não aos sócios individualmente.
11. ( ) A procuração para o foro em geral habilita o 30. ( ) Os advogados sócios de uma mesma sociedade,
advogado a praticar, sem exceção, quaisquer atos judiciais podem representar em juízo clientes de interesses opostos,
lícitos, em defesa do cliente. desde que cientes das partes.
12. ( ) O advogado tem direito a examinar, em qualquer 31. ( ) A sociedade de advogados adquire personalidade
órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da jurídica com o registro aprovado de seus atos constitutivos
Administração Pública em geral, autos de processos findos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial
ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiver sua sede.
estejam sujeitos a sigilos, assegurada a obtenção de cópias. 32. ( ) As sociedades de advogados não podem incluir
13. ( ) O advogado tem direito a dirigir-se diretamente sócios não inscritos como advogados.
aos magistrados, nas salas e gabinetes de trabalho, 33. ( ) A execução dos honorários pode ser promovida
respeitado o horário determinado pela autoridade. nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o
14. ( ) O advogado tem direito a ingressar livremente advogado, assim lhe convindo.
nas salas de sessões dos tribunais, respeitados os cancelos 34. ( ) Na falta de estipulação ou de acordo, os
que separam a parte reservada aos magistrados. honorários são fixados por arbitramento judicial, em
15. ( ) Há hierarquia somente funcional entre remuneração compatível com o trabalho e o valor
Advogados, Magistrados e membros do Ministério Público. econômico da questão, independentemente da tabela
16. ( ) É um direito do advogado comunicar-se organizada pelo Conselho Seccional da OAB.
reservadamente com seu cliente que esteja preso, desde 35. ( ) Salvo estipulação em contrário, metade dos
que de posse da devida procuração. honorários é devido no início do serviço e a outra metade
17. ( ) Ingressar livremente em qualquer assembléia ou até a decisão de primeira instância.
reunião de que participe o seu cliente, ou perante o qual 36. ( ) O Vice-Presidente da Assembléia Legislativa do
esse deva comparecer, desde que munido de poderes Estado, se advogado, e estando em cumprimento de
especiais. mandato popular, só pode advogar, perante o judiciário, em
18. ( ) Desde que munido de procuração, retirar autos causa própria.
de processos findos tramitados em segredo de justiça ou 37. ( ) O Vice-Presidente da Assembléia Legislativa do
não, pelo prazo máximo de 60 dias. Estado, se advogado, e estando em cumprimento de
19. ( ) Ser publicamente desagravado, quando for mandato popular, está impedido de advogar.
ofendido em sua dignidade pessoal. 38. ( ) É incompatível com a advocacia, a atividade dos
20. ( ) Recusar-se a depor como testemunha, em juizes e promotores, aposentados, devido a concorrência
qualquer processo, tenha ou não funcionado como desleal.
Procurador. 39. ( ) É incompatível com a advocacia, os militares de
21. ( ) O advogado tem direito de retirar-se do recinto qualquer natureza, na ativa ou na reserva.
onde se encontra aguardando pregão para ato judicial, após 40. ( ) É incompatível com a advocacia, os ocupantes de
trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não funções de direção e gerencia em instituições financeiras,
tenha comparecido a autoridade que deva presidira a ele, públicas, permitido, porém, se a instituição é privada.
mediante comunicação protocolizada em juízo. 41. ( ) É incompatível com a advocacia, os ocupantes de
22. ( ) Examinar em qualquer repartição policial, mesmo cargo ou função vinculado direta ou indiretamente à
sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos atividade policial militar, permitida se a atividade policial é
ou em andamento, podendo copiar peças e tomar de caráter civil.
apontamentos, salvo aqueles conclusos a autoridade. 42. ( ) A incompatibilidade desaparece quando o
23. ( ) No caso de mudança efetiva do domicílio ocupante de cargo ou função que a imponha, deixa de
profissional para outra unidade federativa, deve o advogado exerce-la temporariamente.
prestar novo Exame de Ordem. 43. ( ) É incompatível com a advocacia, os ocupantes de
24. ( ) Além da principal, o advogado deve promover a cargo ou função vinculado direta ou indiretamente a
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem
territórios passar a exercer com habitualidade a profissão, serviços de registro, permitindo, contudo, para os que
considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exercem serviços notariais.
exceder de cinco causas por ano. 44. ( ) Por ser independente, o advogado sempre poderá
25. ( ) Para inscrição como advogado, é necessário entender-se diretamente com a parte adversa, mesmo que
prestar compromisso perante o presidente da Comissão de esta tenha patrono constituído.
Exame de Ordem. 45. ( ) Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar
26. ( ) Terá cancelada sua inscrição na OAB-SC, em paralisado por mais de um ano, devendo ser arquivado de
razão da incompatibilidade, o advogado que for nomeado e ofício.
empossado Desembargador do Tribunal de Justiça de SC. 46. ( ) É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção
27. ( ) O advogado nomeado e empossado disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a
Desembargador do Tribunal de Justiça de SC ficará reabilitação.
licenciado da advocacia até o seu efetivo desligamento do 47. ( ) Todas as sanções disciplinares impostas a
TJ-SC. advogado devem constar dos assentamentos do inscrito,
28. ( ) É obrigatória a indicação do nome e do número podendo ser objeto de publicidade, somente após o transito
de inscrição, em todos os documentos assinados pelo em julgado da decisão.
advogado, no exercício de sua profissão, apresentados 48. ( ) Constitui infração disciplinar: valer-se de
perante o Poder Judiciário, sendo facultado as demais agenciador de causas, mediante participação dos honorários
hipóteses. a receber.

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49. ( ) Constitui infração disciplinar: fazer, em nome do 68. ( ) Para inscrição como advogado é necessário título
constituinte, com autorização escrita deste, imputação a de eleitor e quitação do serviço militar, mesmo sendo
terceiro de fato definido como crime. estrangeiro.
50. ( ) Constitui infração disciplinar: abandonar a causa 69. ( ) Para inscrição como advogado é necessário
sem justo motivo, ou antes de decorridos os quinze dias da diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em
comunicação da renúncia. instituição de ensino, independente do credenciamento
51. ( ) Constitui infração disciplinar: fazer publicar na oficial desta.
imprensa, em freqüência eventual, alegações forenses ou 70. ( ) Sobre a prática de exercício efetivo da advocacia
relativas a causas pendentes. é correto afirmar que corresponde à participação, no
52. ( ) A multa variável entre o mínimo correspondente período de um ano, em pelo menos cinco atos privativos de
ao valor de um terço de uma anuidade e o máximo de seu advogado em causas distintas, como por exemplo petição
décuplo, é aplicada cumulativamente com a censura ou inicial em juizado comum, recurso em Juizado Especial Cível
suspensão, em havendo circunstâncias agravantes. e sustentação oral em Tribunal.
53. ( ) Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão 71. ( ) A advocacia constitui serviço público e função
é necessária a manifestação favorável da maioria simples social, mesmo quando em atividade privada.
dos membros do Conselho Seccional competente. 72. ( ) A sociedade não pode contar com sócio
54. ( ) As sanções disciplinares consistem em censura, majoritário que tenha impedimento para a advocacia.
suspensão, exclusão, desagravo e multa. 73. ( ) A sociedade de advogados não pode se associar,
55. ( ) O advogado apenado por duas vezes com sem vínculo empregatício, a advogados que não
suspensão poderá ser excluído dos quadros da OAB. componham o quadro societário, para participação em
56. ( ) São órgãos da OAB: Conselho Federal, Conselho honorários.
Seccional, Subseção, Caixa de Assistência dos Advogados e 74. ( ) A Diretoria do Conselho Federal é escolhida por
Tribunal de Ética e Disciplina. eleição indireta.
57. ( ) A OAB, por constituir serviço público, goza de 75. ( ) Os empregados da OAB, ressalvadas as situações
imunidade tributária total em relação a seus bens, rendas e consolidadas anteriormente ao vigente Estatuto da OAB,
serviços. são contratados pelo regime celetista, independentemente
58. ( ) Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, mesmo de concurso público.
os de administração interna, devem ser publicados na 76. ( ) As Conferencias dos Advogados, Nacional e
imprensa oficial ou afixados no fórum, na integra ou e Estaduais, devem ocorrer a cada três anos, em data não
resumo. coincidente com o ano eleitoral.
59. ( ) O pagamento da contribuição anual à OAB, não 77. ( ) O Presidente do Conselho Seccional pode interpor
isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento da recurso das decisões tomadas por maioria pelo respectivo
contribuição sindical. Conselho.
60. ( ) O cargo de conselheiro ou de membro de João, administrador de empresas desempregado, e Júlio,
diretoria de órgão da OAB é remunerado e seu valor é mecânico, por não disporem dos recursos financeiros
baseado no valor da URH de cada seccional. necessários à constituição de advogado, resolveram
61. ( ) Os presidentes dos Conselhos e das Subseções ingressar em juízo pessoalmente. João impetrou habeas
da OAB têm legitimidade para intervir, inclusive como corpus em favor de seu irmão Jânio, e Júlio ingressou com
assistentes, nos inquéritos e processo em que sejam ação no juizado especial civil. Tendo como referência essa
indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB. situação hipotética, responda.
62. ( ) Compete ao Conselho Federal da OAB participar 78. ( ) Em ambas as circunstâncias descritas, seria
de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição impossível ingressar em juízo sem constituir advogado.
e na lei, em todas as suas fases, mesmo quando tiverem 79. ( ) Para ingressar com ação no juizado especial civil
abrangência estadual apenas. sem constituir advogado, é necessário que se comprove
63. ( ) O mandato de qualquer órgão da OAB é de dois formação universitária.
anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte 80. ( ) Tanto na impetração de habeas corpus quanto no
ao da eleição, salvo o Conselho Federal. juizado especial civil, em causas cujo valor seja inferior a
64. ( ) Advogado que teve o mandato judicial revogado vinte salários mínimos, é possível ingressar em juízo
pelo cliente em processo de indenização por danos morais e pessoalmente, prescindindo-se da constituição de
que, sabedor do trânsito em julgado da sentença, onde seu advogado.
ex-cliente foi vencedor, reivindica proporcional participação 81. ( ) Apenas na impetração de habeas corpus é
nos honorários sucumbenciais configura uma infração possível ingressar em juízo pessoalmente, prescindindo-se
disciplinar. da constituição de advogado.
65. ( ) Com intenção de abandonar uma determinada Considere que um advogado que nunca tenha sido punido
causa, o Advogado comunica seu cliente para que este o disciplinarmente seja processado pela OAB, sob a acusação
substitua em até dez dias, sendo que neste período se de violação de sigilo profissional, e venha a ser condenado.
compromete a participar de audiência de instrução e Nessa situação, deve-se aplicar pena de:
julgamento previamente marcada configura uma infração 82. ( ) exclusão, com retenção de honorários.
disciplinar. 83. ( ) suspensão.
66. ( ) Advogado que se recusa a trabalhar em conjunto 84. ( ) multa progressiva.
com outro advogado que seu cliente expressamente 85. ( ) censura.
recomenda configura uma infração disciplinar. Um advogado regularmente inscrito na OAB percebeu que
67. ( ) Um advogado, na falta de um representante de os conflitos existentes entre uma cliente que representa e o
empresa que é sua cliente, atua, numa audiência judicial, esposo dela devem-se à dificuldade deste em expressar a
ao mesmo tempo como patrono e preposto desta configura ela o seu afeto. Tendo profunda convicção religiosa quanto
uma infração disciplinar. à indissolubilidade dos laços conjugais, o causídico

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resolveu, por livre e espontânea vontade, intervir no 96. ( ) não incorreu em infração disciplinar, pois agiu
conflito do casal, convidando o esposo de sua cliente para amparado pelo princípio da ampla defesa.
tomar uma cerveja em sua companhia, ocasião em que 97. ( ) não incorreu em infração disciplinar, visto que
estabeleceu entendimento, em relação à causa, com este, não deturpou o teor de nenhum dispositivo legal ou
sem que sua cliente o tivesse autorizado a fazê-lo. Na documento, tendo, apenas, inventado uma estória
situação acima descrita, a conduta do referido advogado fantasiosa sobre Kelsen.
86. ( ) foi perfeitamente regular, pois fundamenta-se na
utilização de métodos alternativos para a resolução de CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
conflitos.
87. ( ) não constituiu infração disciplinar, posto que o DA OAB E REGULAMENTO GERAL
advogado agiu em defesa dos interesses de sua cliente.
88. ( ) constituiu infração disciplinar, visto que o 1. ( ) Na defesa criminal, o advogado deve considerar
advogado estabeleceu entendimento com a parte adversa sua própria opinião sobre a culpa do acusado.
sem autorização de sua cliente. 2. ( ) A revogação do mandato judicial por vontade do
89. ( ) constituiu infração disciplinar tão-somente pelo cliente não o desobriga do pagamento das verbas
fato de o advogado utilizar-se de meio impróprio — a honorárias contratadas, mas retira o direito do advogado de
ingestão de bebida alcoólica — para a obtenção do receber o quanto lhe seja devido em eventual verba
entendimento com a parte adversa. honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente,
Considere que uma advogada regularmente inscrita na OAB em face do serviço efetivamente prestado.
e que tem como cliente uma vidente recolhida à prisão em 3. ( ) Os advogados integrantes da mesma sociedade
função da prática reiterada do crime de estelionato, profissional, ou reunidos em caráter permanente para
acreditando no dom premonitório de sua cliente, tenha cooperação recíproca, podem representar em juízo clientes
solicitado e recebido desta considerável quantia em dinheiro com interesses opostos.
para que pudesse apostar no jogo do bicho, cujo resultado 4. ( ) O advogado não é obrigado a aceitar a imposição
havia sido supostamente antecipado pela vidente. Quanto à de seu cliente que pretenda ver com ele atuando outros
conduta da advogada em questão, assinale a opção correta. advogados, nem aceitar a indicação de outro profissional
90. ( ) Como o Estatuto da Advocacia e da OAB só prevê para com ele trabalhar no processo.
punição para o advogado que freqüentar cassinos 5. ( ) O advogado deve abster-se de: responder com
clandestinos, onde, além da prática da contravenção, há, habitualidade consulta sobre matéria jurídica, exceto nos
com freqüência, o concurso de crimes, tais como a meios de comunicação social, e sem o intuito de promover-
exploração do lenocínio e o tráfico de drogas, a advogada se profissionalmente.
não incorreu em infração disciplinar. 6. ( ) O advogado deve abster-se de: divulgar ou
91. ( ) A advogada incorreu em infração disciplinar, pois deixar que seja divulgada a lista de clientes e demandas.
feriu dispositivo do Estatuto da Advocacia e da OAB, que 7. ( ) O advogado deve abster-se de: insinuar-se para
proíbe ao advogado o recebimento de qualquer importância reportagens e declarações públicas.
de seu constituído sem emitir recibo e informar à Seccional 8. ( ) O advogado deve abster-se de: debater, em
sobre o valor recebido. qualquer veículo de divulgação, causa sob seu patrocínio ou
92. ( ) Por ter solicitado e recebido de sua cliente patrocínio de colega.
importância para aplicação ilícita ou desonesta, já que o 9. ( ) Nos processos ético-disciplinares da OAB:
chamado jogo do bicho é uma contravenção penal, a compete ao relator do processo disciplinar determinar a
advogada incorreu em infração disciplinar. notificação dos interessados para esclarecimentos, ou do
93. ( ) A advogada não incorreu em infração disciplinar, representado para a defesa prévia, em qualquer caso no
pois o jogo em questão consiste em contravenção que vem prazo de 10 (dez) dias.
sendo historicamente tolerada pelas autoridades 10. ( ) O processo disciplinar instaura-se somente
constituídas. mediante representação dos interessados, que não pode ser
João, advogado, dotado de reconhecida inteligência e anônima.
fluente oratória, ao substituir um colega de escritório 11. ( ) Nos processos ético-disciplinares da OAB, o
acometido por mal súbito, teve apenas alguns minutos relator pode propor ao Presidente do Conselho Seccional ou
antes da audiência para tomar ciência do pleito. Lançando da Subseção o arquivamento da representação, quando
mão de informações colhidas no corredor do fórum acerca estiver desconstituída dos pressupostos de admissibilidade.
das preferências doutrinárias do juiz da causa, resolveu 12. ( ) Nos processos ético-disciplinares da OAB, a
improvisar sua defesa, fantasiando sobre determinado defesa prévia deve estar acompanhada de todos os
manuscrito que teria sido elaborado por Hans Kelsen em documentos e o rol de testemunhas, até o máximo de oito.
seu leito de morte, em que este teria defendido tese inédita 13. ( ) O advogado deve informar o cliente, de forma
sobre a aplicabilidade da norma em questão, conseguindo, clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua
com isso, impressionar o referido magistrado e intimidar o pretensão, e das conseqüências que poderão advir da
adversário com a profundidade de seus conhecimentos demanda.
jurídico-filosóficos. Na situação hipotética apresentada, de 14. ( ) O sigilo profissional deve ser sempre reservado,
acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB, João: salvo quando o advogado tiver de prestar depoimento
94. ( ) incorreu em infração disciplinar, posto que o judicial. Nesse caso, antes de iniciar o depoimento, o
Estatuto da OAB proíbe o uso do argumento pacta non sunt advogado deverá declinar sua condição processual.
servanda. 15. ( ) O sigilo profissional é inerente à profissão,
95. ( ) incorreu em infração disciplinar, visto que impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à
deturpou o teor de citação doutrinária para confundir o vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo
adversário e(ou) iludir o juiz da causa. próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar
segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa.

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16. ( ) O advogado não pode funcionar, no mesmo 34. ( ) O advogado pode compensar, a título de
processo, simultaneamente, como patrono e preposto do honorários, valores que recebeu judicialmente em nome do
empregador, exceto se comprovar inequivocamente que cliente, desde que: não haja disposição em contrário no
foram celebrados contratos de prestação de serviços contrato e procuração.
específicos para cada uma dessas atividades profissionais. 35. ( ) O dever de prestar contas recai exclusivamente
17. ( ) Segundo as regras deontológicas fundamentais, sobre o mandatário que recebe valores destinados ao
se for para preservar os interesses do seu cliente e as mandante.
relações profissionais entre ambos, o advogado pode faiscar 36. ( ) Quanto as Sociedade de Advogados: as
deliberadamente a verdade dos fatos, desde que o faça procurações devem ser outorgadas à sociedade de
perante o magistrado e o representante do Ministério advogados e não aos sócios individualmente.
Público. 37. ( ) Os advogados sócios de uma mesma sociedade
18. ( ) Segundo as regras deontológicas fundamentais, de advogados podem representar em juízo clientes de
exercício da advocacia exige conduta compatível com os interesses opostos, desde que cientes as partes.
preceitos do Código de Ética, do Estatuto, do Regulamento 38. ( ) Os advogados sócios de uma mesma sociedade
Geral, dos Provimentos e com os demais princípios da moral de advogados podem representar em juízo clientes de
individual, social e profissional. interesses opostos, desde que as procurações sejam
19. ( ) A sociedade de advogados não pode ser outorgadas aos sócios individualmente.
constituída com qualquer nome fantasia. 39. ( ) Com relação a sua natureza jurídica, pode-se
20. ( ) O ajuizamento de ação de cobrança de dizer que a OAB é: uma autarquia pura, com personalidade
honorários interrompe a obrigação do advogado em prestar jurídica de forma federativa.
contas ao cliente. 40. ( ) Com relação a sua natureza jurídica, pode-se
21. ( ) É permitido ao advogado figurar como sócio de dizer que a OAB é: uma instituição sui generis, que presta
mais de uma sociedade de advogados com sede ou filial na serviço público independente e com personalidade jurídica
mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. de forma federativa.
22. ( ) O advogado pode oferecer serviços gratuitos de 41. ( ) Com relação a sua natureza jurídica, pode-se
orientação jurídica a vítimas de violência em delegacias. dizer que a OAB é: um sindicato especial, com
23. ( ) Nas eleições da OAB, o voto é obrigatório para personalidade jurídica própria, submetido ao direito público.
todos os advogados inscritos na OAB, sob pena de multa 42. ( ) Com relação a sua natureza jurídica, pode-se
equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da anuidade, dizer que a OAB é: uma associação de classe, com
salvo ausência justificada por escrito, a ser apreciada pela personalidade jurídica própria e independente.
diretoria do Conselho Seccional. 43. ( ) Não precisa o advogado abster-se: de insinuar-se
24. ( ) O Tribunal de Ética e Disciplina também é para reportagens e declarações públicas.
competente para orientar e aconselhar sobre ética 44. ( ) Não precisa o advogado abster-se: de responder
profissional, respondendo às consultas em tese. com habitualidade consulta sobre matéria jurídica nos
25. ( ) Nos processos em geral, na OAB, todos os meios de comunicação social, com o intuito de promover-se
prazos necessários à manifestação de advogados, profissionalmente.
estagiários e terceiros são de dez dias, inclusive para a 45. ( ) Não precisa o advogado abster-se: de compensar
interposição de recursos. ou descontar dos honorários contratados dos valores que
26. ( ) Para que o advogado possa integrar mais de devam ser entregues ao constituinte, havendo previsão
uma sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma contratual.
área territorial do respectivo Conselho Seccional, é 46. ( ) Não precisa o advogado abster-se: de divulgar
necessária a autorização do Tribunal de Ética e Disciplina da lista de clientes e demandas.
OAB. Você é advogado e recebe um cliente que lhe explica um
27. ( ) O ajuizamento de ação de cobrança de caso, mas você constata que a ação é inviável, por causa
honorários não substitui a prestação de contas devida ao da prescrição.
cliente. 47. ( ) Informa ao cliente e não ajuíza a ação, mas
28. ( ) Ao aceitar substabelecimento de mandato sem indica um colega que certamente ajuizará a mesma.
reserva de poderes, deve o advogado ajustar previamente 48. ( ) Informa ao cliente e ajuíza a ação na esperança
seus honorários com o seu cliente. de que a parte contrária não perceba o detalhe.
29. ( ) Em casos especiais, o advogado pode funcionar 49. ( ) Não informa ao cliente e ajuíza a ação, na
no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e esperança de que a parte contrária não perceba o detalhe.
preposto do empregador. 50. ( ) Informa ao cliente e não ajuíza a ação, por causa
30. ( ) Concluída a causa ou arquivado o processo, dos riscos da mesma.
presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato. 51. ( ) O anúncio publicitário pode conter o valor a ser
31. ( ) O advogado pode compensar, a título de cobrado para determinados serviços, desde que este
honorários, valores que recebeu judicialmente em nome do respeite a tabela de honorários da OAB.
cliente, desde que: haja disposição expressa no contrato de 52. ( ) O advogado pode fazer publicação de seus
honorários. serviços através de outdoor, desde que informe o seu
32. ( ) O advogado pode compensar, a título de número na OAB e apenas indique as suas especialidades
honorários, valores que recebeu judicialmente em nome do profissionais.
cliente, desde que: haja disposição expressa no 53. ( ) O advogado pode fazer publicidade discreta no
instrumento de mandato. Brasil, em língua espanhola; caso o texto seja pequeno, não
33. ( ) O advogado pode compensar, a título de é obrigatória a tradução.
honorários, valores que recebeu judicialmente em nome do 54. ( ) O Tribunal de Ética e Disciplina deverá sempre se
cliente, desde que: comprove despesas relativas ao reunir pelo menos duas vezes a cada trinta dias.
processo.

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55. ( ) O Tribunal de Ética e Disciplina é competente Antônio, advogado inscrito na OAB, participa semanalmente
para mediar e conciliar, nas questões que envolvam de um programa de televisão, esclarecendo dúvidas dos
controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade telespectadores a respeito de relações de consumo. Nessas
de advogados. oportunidades, além de divulgar os telefones de um
56. ( ) A falta ou inexistência no Código de Ética e instituto de defesa do consumidor que oferece assistência
Disciplina de definição ou orientação sobre questão ética jurídica aos seus associados a preços módicos, fundado e
profissional, que seja relevante para o exercício da dirigido por ele mesmo, Antônio aconselha os
advocacia ou dele advenha, enseja consulta e manifestação telespectadores a comparecer ao referido instituto.
do Tribunal de Ética e Disciplina, Conselho Estadual ou do Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a
Conselho Federal. opção correta com base no Código de Ética e Disciplina da
57. ( ) O anúncio publicitário de um advogado não deve OAB.
mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função 73. ( ) Antônio deve continuar a divulgar os telefones do
ou relação de emprego e patrocínio que ele tenha exercido, referido instituto de defesa do consumidor, pois o Código de
e que seja passível de captar clientela. Ética e Disciplina da OAB impõe ao advogado o dever da
58. ( ) O advogado pode patrocinar interesses ligados a transparência, de acordo com o princípio da publicidade e
outras atividades estranhas à advocacia, desde que nelas da livre expressão, sendo, portanto, permitidas todas as
também atue. formas de manifestação pública do profissional
59. ( ) É vedado o oferecimento de serviços profissionais regularmente inscrito na Ordem.
que impliquem, direta ou indiretamente, inculcação ou 74. ( ) Antônio deve abster-se de responder com
captação de clientela. habitualidade consulta sobre matéria jurídica, nos meios de
60. ( ) O advogado não deve aceitar procuração de comunicação social, com o intuito de promover-se
quem já tenha patrono constituído, sem prévio profissionalmente.
conhecimento deste, mesmo para adoção de medidas 75. ( ) Antônio deve, tão-somente, abster-se de debates
judiciais urgentes e inadiáveis. sensacionalistas.
61. ( ) Cabe ao Conselho Seccional julgar originalmente 76. ( ) Antônio deve deixar de participar do programa de
os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou televisão, visto que o Código de Ética e Disciplina da OAB
por relatores do próprio Conselho. proíbe essa participação aos advogados regularmente
É permitido ao advogado: inscritos na Ordem, salvo em noticiários e, exclusivamente,
62. ( ) Substabelecer a um outro advogado, sem para fins informativos, sendo vedados pronunciamentos
reservas, o mandato judicial, sem comunicação prévia ao ilustrativos, educacionais ou instrutivos.
cliente/outorgante. Acerca do desagravo público e das disposições do
63. ( ) Contratar honorários profissionais em valores Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB,
inferiores aos da Tabela de Honorários elaborada pela OAB, julgue os itens subseqüentes.
desde que apresente motivo plenamente justificável. 77. ( ) O inscrito na OAB, quando ofendido
64. ( ) Compensar ou descontar os honorários comprovadamente em razão do exercício profissional ou de
contratados de valores que devam ser entregues ao cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público
constituinte ou cliente, desde que haja previsão no promovido pelo conselho competente, de ofício, a seu
instrumento de mandato. pedido ou de qualquer pessoa.
65. ( ) Publicar um pequeno anúncio, com seu nome, 78. ( ) Na sessão de desagravo, o presidente lê a nota a
número de inscrição, especialização, endereço e valores dos ser publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às
honorários das ações mais freqüentes. autoridades e registrada nos assentamentos do inscrito,
Com relação ao trâmite do processo disciplinar previsto no bem como no livro tombo do Conselho Nacional de
Estatuto da Advocacia e da OAB: Imprensa.
66. ( ) O processo tramita em sigilo até o seu término, 79. ( ) O desagravo público, como instrumento de
tendo acesso às suas informações apenas as partes, seus defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não
defensores e a autoridade judiciária competente. depende de concordância do ofendido, que não pode
67. ( ) Apenas o relator tem acesso às informações do dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do conselho.
processo. 80. ( ) O relator não pode propor o arquivamento do
68. ( ) O prazo para a defesa prévia no processo é pedido, ainda que a ofensa seja eminentemente pessoal,
improrrogável. visto que a opinião pública poderá relacioná-la com o
69. ( ) O processo somente pode ser instaurado exercício profissional ou com as prerrogativas gerais do
mediante representação da pessoa interessada advogado. O arquivamento só é possível quando for
Viola o Código de Ética e Disciplina da OAB o advogado que configurada crítica de caráter doutrinário, político ou
70. ( ) divida seus honorários em parcelas mensais e religioso.
induza o cliente a assinar notas promissórias, com os O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB prevê, considerada
respectivos valores e vencimentos. a natureza da infração ética cometida, a suspensão
71. ( ) receba, a título de patrocínio pela ação temporária da aplicação das penas de advertência e
reivindicatória de um imóvel, automóvel de cliente que não censura impostas, desde que o infrator
disponha de dinheiro para efetuar o pagamento dos 81. ( ) assine termo de compromisso para a prestação
honorários. de serviços comunitários voltados ao atendimento das
72. ( ) distribua livreto com mensagens bíblicas às demandas judiciais da população de baixa renda, mesmo
famílias das vítimas de um acidente aéreo, tendo o cuidado não sendo primário.
de inserir seu cartão profissional entre as páginas do 82. ( ) seja primário e sofra de doença incurável ou
livreto, de maneira que o cartão só possa ser percebido por contagiosa.
quem folheie o livreto.

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campeão em aprovação ! ESTATUTO DA OAB

83. ( ) seja primário e, dentro do prazo de 120 dias, como sócia, os quadros de outra sociedade de
passe a freqüentar e conclua curso de formação em civismo advogados, esta com sede em São Paulo e sem filiais.
constitucionalista. Aceitou o convite e rapidamente providenciou sua
84. ( ) seja primário e, dentro do prazo de 120 dias, inscrição suplementar na OAB/SP, tendo em vista que
passe a freqüentar e conclua curso, simpósio, seminário, ou passaria a exercer habitualmente a profissão nesse
estado.
atividade
A) Lara agiu corretamente, pois, considerando‐se que
equivalente, sobre ética profissional do advogado,
passaria a atuar em mais do que cinco causas por ano em
realizados por entidade de notória idoneidade São Paulo, era necessário que promovesse sua inscrição
suplementar nesse estado.
GABARITO B) Lara não agiu corretamente, pois é vedado ao advogado
ESTATUTO DA OAB integrar mais de uma sociedade de advogados com sede ou
1. (F) 21. (V) 41. (F) 61. (V) 81. (F) filial na mesma área territorial do respectivo Conselho
2. (V) 22. (F) 42. (F) 62. (F) 82. (F) Seccional.
C) Lara não agiu corretamente, pois é vedado ao advogado
3. (F) 23. (F) 43. (F) 63. (F) 83. (F)
integrar mais de uma sociedade de advogados dentro do
4. (V) 24. (V) 44. (F) 64. (F) 84. (F) território nacional.
5. (F) 25. (F) 45. (F) 65. (F) 85. (V) D) Lara agiu corretamente e sequer era necessário que
6. (F) 26. (V) 46. (V) 66. (F) 86. (F) promovesse sua inscrição suplementar, pois passaria a
7. (F) 27. (F) 47. (F) 67. (V) 87. (V) exercer a profissão em São Paulo na qualidade de sócia e
8. (F) 28. (F) 48. (V) 68. (F) 88. (F) não de advogada empregada da sociedade em questão.
9. (F) 29. (F) 49. (F) 69. (F) 89. (F)
Questão 2
10. (F) 30. (F) 50. (F) 70. (V) 90. (F) Determinado advogado, valendo‐se dos poderes para
11. (F) 31. (V) 51. (F) 71. (V) 91. (F) receber, que lhe foram outorgados pelo autor de
12. (V) 32. (V) 52. (F) 72. (F) 92. (V) certa demanda, promove o levantamento da quantia
13. (F) 33. (V) 53. (F) 73. (F) 93. (F) depositada pelo réu e não presta contas ao seu
14. (F) 34. (F) 54. (F) 74. (V) 94. (F) cliente, apropriando‐se dos valores recebidos. Por tal
15. (F) 35. (F) 55. (F) 75. (V) 95. (V) infração disciplinar, qual a sanção prevista no
16. (F) 36. (F) 56. (F) 76. (V) 96. (F) Estatuto da Advocacia e da OAB?
A) Censura, com possibilidade de conversão em
17. (V) 37. (F) 57. (V) 77. (V) 97. (F)
advertência, caso o advogado infrator preste contas ao
18. (F) 38. (F) 58. (F) 78. (F) seu cliente antes do fim do processo disciplinar instaurado
19. (F) 39. (F) 59. (F) 79. (F) na OAB.
20. (F) 40. (F) 60. (F) 80. (V) B) Suspensão pelo prazo de 30 (trinta) dias a 12 (doze)
meses, perdurando a suspensão até que o advogado
satisfaça integralmente a dívida.
C) Suspensão pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias.
GABARITO
D) Exclusão.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB
1. (F) 21. (F) 41. (F) 61. (V) 81. (F) Questão 3
2. (F) 22. (F) 42. (F) 62. (F) 82. (F) Aparecida, advogada da autora no âmbito de
3. (F) 23. (V) 43. (F) 63. (V) 83. (F) determinada ação indenizatória, bastante irritada
4. (V) 24. (V) 44. (F) 64. (F) 84. (V) com o conteúdo de sentença que julgou improcedente
5. (F) 25. (F) 45. (V) 65. (F) o pedido formulado, apresenta recurso de apelação
em cujas razões afirma que o magistrado é burro e
6. (V) 26. (F) 46. (F) 66. (V)
ignora as leis aplicáveis ao caso em exame. Disse
7. (V) 27. (F) 47. (F) 67. (F) ainda que tal sentença não poderia ter outra
8. (V) 28. (V) 48. (F) 68. (F) explicação, senão o fato de o magistrado ter recebido
9. (F) 29. (F) 49. (F) 69. (F) vantagem pecuniária da outra parte. A respeito da
10. (F) 30. (V) 50. (V) 70. (V) conduta de Aparecida, é correto afirmar:
11. (V) 31. (V) 51. (F) 71. (F) A) Aparecida não praticou crime nem conduta antiética,
12. (F) 32. (F) 52. (F) 72. (V) pois fez tais afirmações no exercício da profissão, devendo
atuar sem receio de desagradar ao magistrado.
13. (V) 33. (F) 53. (F) 73. (F)
B) Aparecida praticou o crime de injúria, ao afirmar que o
14. (F) 34. (F) 54. (F) 74. (V) magistrado é burro e ignora as leis aplicáveis ao caso e o de
15. (V) 35. (V) 55. (V) 75. (F) calúnia, quando afirmou que o magistrado prolatara a
16. (F) 36. (F) 56. (F) 76. (F) sentença em questão por ter recebido dinheiro da outra
17. (F) 37. (F) 57. (V) 77. (V) parte. Além disso, por todas as ofensas irrogadas, violou
18. (V) 38. (F) 58. (F) 78. (F) dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB, que
impõe ao advogado o dever de urbanidade.
19. (V) 39. (F) 59. (V) 79. (V)
C) Aparecida violou apenas dispositivo do Código de Ética e
20. (F) 40. (V) 60. (F) 80. (F) Disciplina da OAB, por desrespeitar o dever de urbanidade,
mas não praticou crime, uma vez que tem imunidade
profissional, não constituindo injúria, difamação ou calúnia
puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício
MAIS QUESTÕES de sua atividade, em juízo ou fora dele.
D) Aparecida violou dispositivo do Código de Ética e
Questão 1 Disciplina da OAB, por desrespeitar o dever de urbanidade e
Lara é sócia de determinada sociedade de advogados praticou o crime de calúnia ao afirmar que o magistrado
com sede no Rio de Janeiro e filial em São Paulo. Foi prolatara a sentença em questão por ter recebido dinheiro
convidada a integrar, cumulativamente e também da outra parte. Não praticou crime quando afirmou que o

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campeão em aprovação ! ESTATUTO DA OAB

magistrado é burro e ignora as leis aplicáveis ao caso, pois que dispõem as normas aplicáveis à hipótese,
tem imunidade profissional, não constituindo injúria punível assinale a alternativa correta:
qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua A) A inviolabilidade de escritórios de advocacia é absoluta,
atividade, em juízo ou fora dele. sendo ilegal e inconstitucional, em qualquer hipótese, a
realização de medida de busca e apreensão em seu interior.
Questão 4 B) A inviolabilidade de escritórios de advocacia é relativa,
O advogado João apresentou petição em determinada podendo‐se determinar medida de busca e apreensão em
Vara Cível, pela qual fazia juntar o contrato de seu interior quando houver certeza de que serão
honorários celebrado com seu cliente para aquela encontradas provas do crime praticado pelo cliente do
causa, bem como requeria a expedição de mandado advogado que ali trabalhe.
de pagamento em seu nome, a fim de receber seus C) A inviolabilidade de escritórios de advocacia é relativa,
honorários diretamente, por dedução da quantia a ser podendo‐se determinar medida de busca e apreensão em
recebida por seu constituinte. Sobre a hipótese e à seu interior quando houver indícios de autoria e
luz do que dispõe o Estatuto da Advocacia e da OAB, materialidade da prática de crime por parte de advogado
assinale a alternativa correta: que ali trabalhe, sendo, no entanto vedada a utilização de
A) O advogado tem direito à expedição de mandado de documentos pertencentes a clientes do advogado
pagamento em seu nome, para que receba diretamente investigado, quando os mesmos não estejam, por sua vez,
seus honorários, por dedução da quantia a ser recebida pelo sob formal investigação.
constituinte, devendo, para tanto, fazer juntar aos autos o D) A inviolabilidade de escritórios de advocacia é relativa,
contrato de honorários. podendo‐se determinar medida de busca e apreensão em
B) O advogado tem direito à expedição de mandado de seu interior quando houver indícios de autoria e
pagamento em seu nome, para que receba diretamente materialidade da prática de crime por parte de advogado
seus honorários, por dedução da quantia a ser recebida pelo que ali trabalhe. Neste caso, a garantia da inviolabilidade
constituinte, devendo, para tanto, fazer juntar aos autos o resta absolutamente afastada, não havendo limites para a
contrato de honorários, bem como declaração expressa de realização da medida.
seu constituinte anuindo com a realização do pagamento
diretamente ao advogado. Questão 7
C) O advogado não tem direito à expedição de mandado de Tício é advogado prestando serviços à Junta
pagamento em seu nome, para que receba diretamente Comercial do Estado Y. Exerce a atividade
seus honorários, por dedução da quantia a ser recebida pelo concomitantemente em escritório próprio, onde atua
constituinte, mas o magistrado pode assim determinar, em causas civis e empresariais. Um dos seus clientes
caso entenda conveniente. postula o seu visto em atos constitutivos de pessoa
D) O advogado não tem direito, em hipótese alguma, à jurídica que pretende criar. Diante do narrado, à luz
expedição de mandado de pagamento em seu nome, para das normas do Regulamento Geral do Estatuto da
que receba diretamente seus honorários, por dedução da Advocacia e da OAB, assinale a alternativa correta:
quantia a ser recebida pelo constituinte. Mandados de A) Sendo um cliente do escritório, é inerente à atividade da
pagamento, incluindo‐se aqueles referentes aos honorários advocacia o visto em atos constitutivos de pessoa jurídica.
do advogado, são sempre expedidos em nome da parte. B) Ao prestar serviços para Junta Comercial, surge
impedimento previsto no Regulamento Geral.
Questão 5 C) A análise do conteúdo dos atos constitutivos pode ser
Mévio é advogado, especializado em causas cíveis, realizada pelo advogado tanto no escritório quanto na Junta
exercendo a profissão por longos anos, tendo Comercial.
sobressaído na defesa dos seus clientes e D) A atuação na Junta Comercial gera impedimento para
percebendo, como remuneração, os seus honorários. ações judiciais, mas não para vistos em atos constitutivos.
Sendo figura conhecida no município, onde exerce a
profissão e possui domicílio, é convidado a ministrar Questão 8
palestra em estabelecimentos de ensino, divulgando Esculápio, advogado, deseja comprovar o exercício da
a atuação do advogado e sua posição na sociedade. atividade advocatícia, pois inscreveu‐se em processo
Um dos aspectos abordados está relacionado à seletivo para contratação por empresa de grande
atividade do advogado como indispensável à porte, sendo esse um dos documentos essenciais
administração da justiça. Nesses limites, consoante para o certame. Diante do narrado, à luz das normas
as normas estatutárias, é correto afirmar que do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da
A) o advogado exerce função pública. OAB, o efetivo exercício da advocacia é comprovado
B) exerce ministério privado, exercendo função social. pela participação anual mínima em
C) atua na defesa de interesses patrimoniais privados, com A) seis petições iniciais civis.
função pública. B) três participações em audiências.
D) no seu ministério privado, deixa de exercer função C) quatro peças defensivas gerais.
social. D) cinco atos privativos de advogado.

Questão 6 Questão 9
O escritório Alpha, Beta e Gama Advogados A multiplicidade de opções para atuação do advogado
Associados, especializado em advocacia criminal, foi desenvolveu o ramo da Advocacia Pública. Assim, à
alvo de medida cautelar de busca em apreensão, luz das normas do Regulamento Geral do Estatuto da
determinada por juiz criminal, no âmbito de ação Advocacia e da OAB, nela podem ser integrados o(a),
penal em que diversos clientes do escritório exceto:
figuravam como acusados. O magistrado A) Advogado‐Geral da União.
fundamentou a decisão de deferimento da medida de B) Defensor Público
busca e apreensão apontando a gravidade dos crimes C) Advogado (Procurador) de Autarquia.
atribuídos pelo Ministério Público aos acusados, D) Advogado de Sociedade de Economia Mista.
clientes do escritório em questão, bem como a
impossibilidade de obtenção, por outros meios, de Questão 10
prova dos crimes por eles praticados. Considerando o

CURSO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA OAB/SC 152


campeão em aprovação ! ESTATUTO DA OAB

Tício, advogado militante há longos anos, tem


entrevero com o Juiz da Comarca W que, em altos
brados, afirma que o causídico é praticante de
chicanas e atos de má‐fé processual, sendo conhecido
como exímio procrastinador da atividade processual,
obstando o bom desenvolvimento da Justiça. À luz
das normas do Regulamento Geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB, é correto afirmar:
A) Tais atos permitem o agravo do advogado se houver
requerimento pessoal ao Presidente da Seccional.
B) Havendo requerimento de qualquer pessoa poderá
ocorrer o desagravo após decisão do Relator do processo.
C) O desagravo é público e promovido pelo Conselho
competente podendo ocorrer de ofício.
D) Caso constatado que a ofensa é decorrente do exercício
da profissão poderá ocorrer o arquivamento sumário.

Questão 11
Nos termos das normas do Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB, o Estágio
Profissional de Advocacia é requisito para inscrição
no quadro de estagiários da OAB, sendo correto
afirmar:
A) É ministrado pela Seccional da OAB sem intervenção de
entidade de ensino superior.
B) Pode ser ofertado por instituição de ensino superior em
convênio com a OAB.
C) Deve ter carga horária mínima de 360 horas distribuídas
em dois anos de atividade.
D) Pode ocorrer a complementação de carga horária em
escritórios sem credenciamento junto à OAB.

Questão 12
Nos termos do Regulamento Geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB quanto à aquisição de patrimônio
pela Ordem dos Advogados do Brasil, revela‐se
correto afirmar que
A) a alienação de bens é ato privativo do Presidente da
Seccional da OAB.
B) a aquisição de bens depende de aprovação da Diretoria
da OAB.
C) a oneração de bens é ato do Presidente do Conselho
Federal.
D) a disposição sobre os bens móveis é atribuição do
Presidente da Seccional.

GABARITO
1B; 2B; 3D; 4A; 5B; 6C; 7B; 8D; 9D; 10C; 11B; 12B

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FILOSOFIA DO
campeão em aprovação !
DIREITO

FILOSOFIA DO
DIREITO

CURSO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA OAB/SC 154


FILOSOFIA DO
campeão em aprovação !
DIREITO
exemplo o que falavam, o que defendiam; 2) fazendo-se
FILOSOFIA DO DIREITO questionamentos de como a filosofia, ou como aquele
conceito de determinado filósofo, pode auxiliar o operador
DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA do Direito em sua profissão. Portanto, para cada conteúdo
estudado, é importante tentar responder estas perguntas,
mentalmente.
Vem do grego “filos”, que significa Amigo ou
Amor Eterno, e “sofia”, que significa conhecimento.
Portanto, Filosofia é a eterna busca pelo conhecimento em
suas diversas formas (ética, arte, sociedade, verdade). ORIGEM DA FILOSOFIA NA GRÉCIA
A busca é sempre na compreensão de algo em sua ANTIGA
totalidade (respondendo a pergunta “o que é isto?”) e não
apenas em aspectos específicos. Ex: O que é a felicidade? A filosofia ocidental poderia ter sua origem em
O que é a justiça, etc. outros lugres, mas porque seu berço foi na Grécia? Eis a
resposta:
É também a busca das causas dos fenômenos
(respondendo a pergunta “porque é deste modo?”) Ex: Cidades-estados: A aglutinação do povo grego
Porque chove? Porque sentimos saudade? etc. em cidades-Estado (como Atenas, Esparte, etc.) favoreceu
a troca de ideias, a unificação e consolidação de
pensamentos, bem como a possibilidade de se analisar e
compreender fenômenos sociais (como a política, o direito e
DEFINIÇÃO DE FILÓSOFO a economia);

Língua unificada: Como todos falavam grego a


É o amigo do saber, aquele indivíduo que está comunicação era muito mais fácil entre as pessoas, o que
sempre à busca do conhecimento, utilizando para isto seu contribuiu para a efervescência do raciocínio filosófico.
intelecto, sua racionalidade.
Ausência de uma religião forte, o que contribuiu
para busca racional do conhecimento, sem a presença de
paradigmas e dogmas religiosos.
PREMISSAS QUE AUXILIAM NA
RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES Período de paz por questões geográficas, já que
a Grécia possuía um terreno acidentado com montanhas e
planaltos, o que dificultava a invasão por outros povos.
Todo o conteúdo é interligado, ou seja, o assunto
que se estuda agora se relaciona com seu antecessor e
Economia relativamente forte, com as
também com seu sucessor. Ao estudar filosofia, imagine-se
navegações internas e o plantio da terra acidentada, o que
como lendo um romance, em que todo conteúdo tem um
fazia com que os gregos não necessitassem buscar outras
propósito dentro do contexto geral.
terras e consequentemente entrar em guerra.
Ausência de conceitos extremamente rígidos,
portanto desconfie de questões que fecham demais os
significados; DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA DO DIREITO
Descubra o significado das palavras identificando É o pensamento filosófico aplicado ao Direito.
sua etimologia (como fizemos, por exemplo, com a palavra Assim, conforme a própria definição de Filosofia, a Filosofia
Filosofia). O conhecimento de alguns radicais auxilia na do Direito busca responder questões como: “O que é o
interpretação de palavras desconhecidas; Direito?”; “O que é a justiça?”; “Qual a relação do Direito
com outras áreas da vida?”; “Qual a conduta ideal do
Teorias filosóficas sempre estão relacionadas operador do Direito?”; “O que devo fazer para compreender
aos fatos históricos que lhes foram contemporâneos. o Direito?”.
Assim, por exemplo, se o filósofo que você busca
compreender viveu na época da Revolução Francesa, é
bem provável que seu pensamento tenha relação
(influenciou, foi influenciado ou foi rejeitado) com a DIFERENÇAS ENTRE FILOSOFIA DO
Revolução Francesa.
DIREITO E OUTRAS ÁREAS
Como a filosofia busca conhecer as coisas em sua
totalidade, associe uma palavra chave ou frase a cada Filosofia do Direito X Teoria Geral do Direito:
filósofo, para facilitar a sua memorização. Esta descreve algumas categorias do Direito, mas não está
preocupada em buscar a verdade ou questionar os saberes,
A filosofia pode ser cobrada de duas formas: 1) mas apenas descrever algumas categorias.
fazendo-se questionamentos sobre os filósofos, como por Filosofia do Direito X Ciência Jurídica: Ela
responde a pergunta “Como deve ser o Direito”, e está

CURSO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA OAB/SC 155


FILOSOFIA DO
campeão em aprovação !
DIREITO
relacionada muito mais às técnicas, ao “saber fazer”, ao demonstrando coragem, inteligência, respeito ao próximo e
aspecto prático do Direito. honra para com a população que representa.

Por isto nossa faculdade é de Ciência Jurídica, pois São exemplos de herói de Homero Odisseu (ou
nos preocupamos em aprender o “como fazer”. Ulisses) e Aquiles, que, por serem perspicazes e valentes,
são responsáveis pela vitória da Grécia na guerra.

CAMPOS DE ESTUDO DA FILOSOFIA DO


HESÍODO
DIREITO
Sua principal obra é “Teogonia” e “Os trabalhos e
Epistemologia Jurídica: O objetivo aqui é os dias”. Na primeira, traz a vida dos deuses, demonstrando
conhecer a verdade das coisas, como por exemplo, o que como estes possuíam características humanas,
realmente acontece no fenômeno de aplicação da lei aproximando assim o povo grego de seus deuses; na
brasileira em nossa sociedade. segunda, traz a importância do trabalho para a formação do
caráter, já que somente pelo esforço árduo e diário o
Ontologia Jurídica: Busca identificar a essência homem poderia alcançar seus objetivos.
das coisas. Por ex: Qual a função do Direito? Para que ele
realmente serve? Outro exemplo: Qual o significado da
norma? E de que forma difere do conceito de lei? PERÍODO COSMOLÓGICO
Axiologia Jurídica: Estuda os valores que
conferimos às coisas, como por exemplo, qual o valor que Os gregos começam a observar a natureza na
damos à Justiça? busca pela explicação das coisas. Utilizando a razão como
ferramenta principal, surge a necessidade de identificar a
Deontologia Jurídica: Estuda a ética, ou seja, essência das coisas, o que muda para cada filósofo.
uma conduta ou comportamento de hábitos. Dentro do
Direito, a Deontologia Jurídica estuda, por exemplo, qual a Os filósofos deste período são chamados de Pré-
conduta esperada do Advogado, de que modo ele deve se Socráticos. São alguns deles:
comportar na sociedade, etc.
Tales de Mileto: Considerado o primeiro filósofo de
E C O S de A D V (A) todos. Para ele, a essência de tudo era água, já que tudo
continha água em sua composição.

Pitágoras: Para ele, a essência de tudo era o


ESTUDO DOS PERÍODOS número. Formulou o teorema de Pitágoras.
FILOSÓFICOS
Heráclito: Tudo está em constante movimento, em
um constante “vir-a-ser”. O movimento é a essência de tudo.

PERÍODO MITOLÓGICO Parmênides: Conhecido pela frase “o ser é, o não


ser não é”. Em resumo, significa que tudo possui uma
Apesar da racionalidade não ser ainda amplamente essência, e tudo aquilo que não é essencial não faz parte do
utilizada neste período, sendo que a fé e os mitos ainda ser.
exerciam forte influência, já é possível os primeiros indícios
de um pensamento filosófico, que iria preponderar nos Anaxímenes: A essência de todas as coisas é o
momentos posteriores da Grécia Antiga. ar.

Nesta fase, os mitos exerciam uma função muito


importante na sociedade grega: a pedagogia. Os gregos PERÍODO ANTROPOLÓGICO
valiam-se das histórias mitológicas para ensinar valores
como: coragem, honra, respeito à família, importância do
trabalho, etc. Seus principais expoentes foram Homero e Neste período a atenção volta-se para o ser
Hesíodo. humano. O objeto de estudo passa a ser o homem e suas
relações, e não mais a natureza, como no período
cosmológico. Estuda-se a ética, a política, o direito, dentre
HOMERO outros temas que tenham relação com o homem.

Sua principal obra é a “Ilíada”, que tem como


narração principal a guerra entre Grécia e Tróia. A figura SÓCRATES
mais presente é a do herói, aquele indivíduo que em meio a
todas as adversidades consegue cumprir seus objetivos, O homem deve sair em busca do
autoconhecimento para que possa compreender os
fenômenos à sua volta. Além disto, precisa estar ciente de

CURSO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA OAB/SC 156


FILOSOFIA DO
campeão em aprovação !
DIREITO
sua própria ignorância, pois o homem somente poderá
aprender se reconhecer que não conhece os fenômenos ao Equidade: Significa “dar aos iguais coisas iguais e
seu redor. aos desiguais coisas desiguais”. Este termo não tem o
mesmo significado que igualdade, como se observa no
“Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo” são exemplo abaixo:
frases que marcam seu pensamento.
Para ensinar seus pupilos, valia-se de duas técnicas:
Maiêutica e Ironia.

Maiêutica: Significa em grego parto das


ideias. Sócrates nunca dava a resposta pronta
de um questionamento, mas ia fazendo
perguntas indiretas até que o próprio
interlocutor chegasse à evidência da verdade.

Ironia: Sócrates fazia com que seus


interlocutores caíssem na contradição de seus
próprios argumentos, para que eles
compreendessem a falha de seus raciocínios. Igualdade Equidade
Respeito à lei e à coletividade: Sócrates pregava o Concepções de justiça: Existe a justiça
respeito à lei institucionalizada, tanto é que aos setenta distributiva e a corretiva. A distributiva procura aplicar a
anos foi condenado à morte por Atenas, e mesmo tendo a equidade, ao passo que a corretiva busca a igualdade.
oportunidade de fugir, aceitou a sentença, tomando a cicuta
e falecendo. Acreditava assim que seguiria de exemplo de Meio termo: Todos os indivíduos devem atingir o
cidadão que respeita as leis. equilíbrio de suas condutas. Mas para isto devem tomar
medidas diferentes, cada um de acordo com sua deficiência.
Ex: Aquele que é demasiadamente corajoso, a ponto de se
PLATÃO tornar inconsequente, precisa diminuir seu grau exagerado
de coragem, ao passo que aquele que é covarde, precisa
Discípulo de Sócrates, concebia o mundo ideal e fazer um esforço para se tornar mais corajoso.
o mundo dos homens. O mundo dos homens era uma
cópia imperfeita do mundo ideal, e todos os indivíduos No entanto, se duas pessoas são covardes, mas a
deveriam buscar a excelência em suas atividades, na primeira é mais covarde que a segunda, então aquela deve
constante busca por um mundo ideal. fazer mais esforço que esta.
Repare que a ideia de meio termo se relaciona com
Cada um precisa desempenhar a sua função equidade, e também com a ideia do proporcional e do
com excelência para o bem de toda a sociedade. Ex: razoável.
preciso ser um exímio advogado para ajudar aquele médico
a não ter problemas jurídicos, para que então aquele
médico possa ajudar o máximo número de pessoas, e daí SOFISTAS
por diante. Os sofistas contrariavam as concepções de
Sócrates, Platão e Aristóteles que defendiam a existência
Uma das obras mais relevantes: “A República”. de uma verdade única das coisas. Para os sofistas, tudo era
relativo, e a concepção considerada “verdadeira” era tão
Definição de justiça para Platão: “Dar a cada um o somente aquela que tinha sido mais bem argumentada pelo
que é seu”. seu interlocutor.

Assim, os sofistas defendiam o relativismo de


ARISTÓTELES valores e incentivavam o desenvolvimento da oratória e
técnicas de persuasão.
Ele, que foi discípulo de Platão, acreditava que o
objetivo final de qualquer ser humano era a felicidade. E Outra característica é que Viajavam de cidade em
para alcança-la, o homem precisava ter uma conduta cidade, cobrando por seus ensinamentos acerca da
virtuosa. retórica e da oratória.

Virtudes cardeais para Aristóteles: coragem, Até o século XIX, possuía-se uma visão negativa
temperança, sabedoria e justiça. dos Sofistas, já que o que se conhecia deles era
proveniente dos relatos de Platão e Aristóteles.
As virtudes também podem ser divididas em
morais e intelectuais. As morais advêm dos bons hábitos, Porém, estudos recentes revelam a importância
ao passo que as intelectuais são provenientes do estudo dos sofistas, já que ao cobrar em troca de conhecimento
técnico.

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FILOSOFIA DO
campeão em aprovação !
DIREITO
contribuíram para a construção moderna da ideia de
professor. Seu principal expoente é Francis Bacon. Ao
nascer, o homem possui uma mente em branco, uma
tábula rasa. E tudo que ele vier a conhecer será por meio
de sua experiência sensorial.
FILOSOFIA MEDIEVAL
Assim, para os empiristas, não existe pré-conceitos
SANTO AGOSTINHO ou concepções a priori, pois qualquer pensamento é
construído com base nos cinco sentidos.
Pensamento semelhante ao de Platão. Para ele,
existe o mundo de Deus e o mundo dos Homens. Os
CONTRATUALISTAS
homens devem agir de tal forma a buscar a Cidade de
Deus.
Os filósofos que fazem parte desta corrente partem
da ideia que existe um contrato social. O homem, para
SÃO TOMÁS DE AQUINO poder conviver em sociedade, entrega algum de seus
direitos naturais (vida, liberdade) ao Estado, e em troca o
Estado protege estes direitos de todos os outros cidadãos.
Baseia-se em Aristóteles para a criação de sua
doutrina. Segundo o filósofo, existem cinco leis:
Ex: A liberdade é minha, mas eu fiz um contrato
social e a entreguei para o Estado. Agora, tenho algumas
- Lei divina: Vem de Deus. Bíblia, 10 mandamentos,
restrições impostas pela lei, mas também o Estado me
etc. (é aquilo que está escrito e que veio de Deus).
ajudará a resguardar minha liberdade (caso eu seja raptado,
- Lei eterna: Plano racional que ordena o universo.
por exemplo).
- Lei natural: Lei eterna aplicada ao homem.
- Lei humana: Lei feita pelo homem.
Thomas Hobbes
Concepções de justiça – Comutativa: é a justiça
aplicada na relação entre dois homens. Distributiva: Justiça
O homem é mau por natureza. É preciso que viva
aplicada na relação do homem com seu meio.
em sociedade para que esta sua conduta maligna seja
controlada. Como o homem é o lobo do homem, caso não
Ficou também conhecido por fazer as cinco provas da
existam leis e imposições, o homem invariavelmente
existência de Deus com argumentos racionais.
atacará outro homem.

A vida é o bem valor mais valorizado por ele.


FRANCISCANOS

Contribuíram substancialmente para a criação do John Locke


Direito tal como conhecemos hoje, principalmente no que
diz respeito aos direitos reais. A vida social precisa existir para a proteção da
propriedade, pois caso contrário tudo aquilo que conquistei
pode ser usurpado por outrem de mais poder, apesar de
FILOSOFIA MODERNA não ter ele adquirido a coisa que possuo.

A propriedade é o bem mais valorizado por ele.


RACIONALISMO

Seu principal expoente é René Descartes. Nesta Jean Jacques Rousseau:


corrente, o pensamento racional está no centro de toda
sua teoria. “Penso, logo existo”, ou seja, a única prova Existe a vontade individual (aquilo que eu quero), a
confiável de que eu existo é justamente o fato de que eu vontade de todos (aquilo que todos querem individualmente)
penso. e a vontade geral (a soma das vontades que prevalece). A
sociedade existe para que a vontade vencedora sempre
Todo o resto pode ser uma invenção minha ou de seja a geral, a não a individual.
alguém, mas o “pensar” é algo concreto, e, portanto a base
de toda a construção da verdade. A liberdade é o bem mais valorizado por ele.

Também, para os racionalistas existe uma


“ordem universal”, e o homem precisa identificar esta
ordem valendo-se de sua racionalidade. IDEALISMO ALEMÃO
Esta corrente sustenta que a realidade da natureza
EMPIRISMO é mental. O mundo externo é um reflexo das estruturas de

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FILOSOFIA DO
campeão em aprovação !
DIREITO
pensamento interna. Um de seus expoentes é Immanuel
Kant.

IMMANUEL KANT

Divide as ações em heterônomas e autônomas.

Ação heterônoma: feita por meio de um cálculo de


vantagens e desvantagens externas: Ex: não furtarei porque
irei preso, mas se eu pudesse cometeria tal delito.
Neste sentido, respeitar e cumprir as leis para
evitar as sanções é um exemplo de ação heterônoma.
Nota importante: Utiliza-se frequentemente a
tragédia grega antiga “Antígona” para explicar o Direito
Ação autônoma: Faço porque eu acho certo. Ex:
Natural e o Direito Positivo.
devolvo o troco que me deram a mais porque não acho
certo ficar com um dinheiro que não é meu.
Estória: O rei da cidade, Creonte, impede Antígona
Neste sentido, respeitar e cumprir as leis porque eu
de enterrar seu irmão Polinice.
acho que elas são corretas é um exemplo de ação
Desrespeitando a ordem do rei, Antígona enterra o
autônoma.
irmão, argumentando que uma autoridade política não
A ação autônoma relaciona-se com a moral interna
poderia se sobrepor a lei divina, que tem como mandamento
do sujeito, ou seja, as suas concepções sobre o que é certo
o enterro dos mortos.
ou errado.
Assim, Creonte representa o Direito Positivo (a
Moral X Direito: Levando em conta os conceitos
lei imposta socialmente, por um monarca, ou código de leis,
de ação autônoma e heterônoma, pode-se dizer que a
etc.), e Antígona representa o Direito Natural (neste caso,
diferença entre o Direito e a Moral não está tanto nas
o preceito divino).
premissas (visto que ambos podem dar a mesma ordem),
mas sim na intenção.
Se é apenas um cumprimento externo, é Direito.
Se é um cumprimento interno, ou seja, porque acho certo, é
JUSNATURALISMO
Moral.
O Jusnaturalismo é a corrente filosófica que admite
Dever-ser: ideia central no pensamento de Kant a existência dos dois direitos: natural e positivo. O
significa basicamente que para toda ação existe um dever- Juspositivismo, no entanto, admite a existência apenas de
ser, ou seja, uma conduta ideal que se espera seja um Direito Positivo.
praticada pelo agente. Ele deve praticar esta ação ideal, no
entanto não sabemos se o fará.
EXPOENTES DO JUSNATURALISMO

FILÓSOFO Para ele, o Direito Natural é:


CORRENTES JURÍDICO
FILOSÓFICAS
Platão Expressão de ordem e da justiça
perfeita.
JUSNATURALISMO X JUSPOSITIVISMO
Aristóteles Ação justa, e, portanto virtuosa.
Antes de adentrar o estudo de ambas correntes,
faz-se necessária a distinção entre o Direito Natural e o
Direito Positivo. São Tomás de Expressão da lei eterna
Aquino
Em síntese, o Direito natural é aquele já existente,
não posto pelo homem, mas sim por uma ideia universal Jusnaturalismo Expressão da “razão universal”.
(seja uma razão ou um Deus). É o “correto”, o “certo”, aquilo moderno
que se considera como a conduta justa. (Descartes,
Bacon)
O Direito Positivo é aquele criado pelo homem.
São as leis escritas criadas pelos monarcas, pelos países, Jusnaturalismo O Direito é o justo, ato de razão.
etc. moderno O Direito independe da vontade de
(Hugo Grócio) Deus (foi o primeiro a separar Deus
do Direito)
Jusnaturalismo Liberdade, vida, propriedade. São
Moderno estes os direitos inerentes que já
(contratualistas) nascem com o indivíduo.
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FILOSOFIA DO
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DIREITO

Regras secundárias: Regulam a produção de


JUSPOSITIVISMO outras regras: Ex: Normas que autorizam o Legislativo a
criar leis.
Admite apenas a existência do Direito Positivo.
Abaixo seguem as principais diferenças:

HISTORICISMO JURÍDICO

Seu principal expoente é Savigny. O Historicismo


critica o Jusnaturalismo, pois para tal corrente não existe
uma razão universal, uma lei que vale para todos, mas sim
leis que variam conforme a cultura e os costumes de um
povo.

Ao mesmo tempo, critica também o


Juspositivismo, já que as leis positivadas tornam o direito
muito rígido.

REALISMO JURÍDICO

Seu principal expoente é Alf Ross. Esta teoria


confunde o conceito de validade com o de eficiência. Ou
EXPOENTES DO JUSPOSITIVISMO seja, não existem leis válidas se elas não forem eficientes.
Valoriza-se muito a realidade do Direito e não sua Teoria.
Hans Kelsen

Principal expoente do Positivismo Jurídico por sua


TEORIA TRIDIMENSIONAL DO
obra “Teoria Pura do Direito”. Foi Kelsen quem conferiu um
caráter científico ao Direito, sendo considerado por muitos o DIREITO
criador da concepção de “Ciência Jurídica”.
Juntou conceitos do Realismo, Historicismo e
Na Ciência Jurídica, o objeto de estudo é tão Juspositivismo. Criou assim a teoria tridimensional que
somente a “norma jurídica”. Não se discutem valores, como constitui em Fato, Valor e Norma.
por exemplo, o que é justo. Não se discute, por exemplo, se
determinada norma é certa ou errada, mas apenas se é Para um determinado fato, é dado um valor; e para
válida ou inválida. proteger este valor, é criada uma norma. Ex: O fato matar
possui um valor negativo, é algo repreendido pela
A “norma jurídica” opera-se com a regra da sociedade. Logo, cria-se uma norma para proibi-lo.
imputação: espera-se que o indivíduo tenha determinada
conduta que seja conforme a lei ou não a contrarie. Os três itens estão em constante movimento. Às
vezes um valor dado ao fato se modifica com o passar do
No entanto, não se pode ter certeza de como o tempo, e consequentemente sua lei. Ex: adultério - antes
indivíduo irá agir, por isto dá-se o nome de regra da era um fato a que se atribuía um valor tão negativo a ponto
imputação, e não causalidade (causa e efeito). de se criar uma lei para coibi-lo.

Norma fundamental: Uma lei, para ser válida


precisa ser criada por outra. Esta, por sua vez, precisa ser
criada pela Constituição. E a Constituição, para ser válida CONSTRUTIVISMO JURÍDICO
precisa ter sido criada pela Norma Fundamental, que nada
mais é que a lei primeira, a lei que não foi criada por outra, Seu principal expoente é Ronald Dworkin.
mas sim pressuposta. Contrariamente à Hart e Kelsen, defende que não existem
apenas normas (ou regras), mas também admite a
Herbert Hart presença dos princípios na Ciência Jurídica. Para tanto,
diferencia regras de princípios:
Desenvolveu um conceito de direito baseado em
um sistema de regras. REGRAS PRINCÍPIOS
São aplicadas ou não. É Não são absolutos, em cada
Regras primárias: Regulam condutas, impondo absoluto. caso pondera-se sua
obrigações. Ex: Normas penais. utilização.

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FILOSOFIA DO
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DIREITO
Se duas regras se Princípios não se anulam, mas Errado
conflitam, uma deve ser se complementam.
inválida. 3) DEFENSOR PÚBLICO 2010 /SP. Ao comentar a
Sua aplicação é feita pelo Os princípios não são doutrina aristotélica da justiça, Tércio Sampaio Ferraz
silogismo ao caso aplicados no formato das Júnior, em sua obra Estudos de Filosofia do Direito,
concreto. Ou seja, se o regras “cópia e cola”. São indica aquele que seria o “preceito básico do direito
caso concreto reflete o observadas outras variáveis, e justo, pois só por meio dele a justiça se revelaria em
preceito da lei, aplica-se a até mesmo outros princípios. sua atualidade plena”. Este preceito, que também pode
lei. ser definido como “uma feliz retificação do justo
estritamente legal” ou ainda “o justo na concretude”, é
OBSERVAÇÃO: O CONTEÚDO SOBRE denominado:
HERMENÊUTICA ESTÁ DIRETAMENTE NOS (A) liberdade.
(B) dignidade.
SLIDES! Bons estudos.
(C) vontade.
(D) equidade.
(E) piedade.

4) DFE 2012 DEFENSORIA PÚBLICA - A concepção de


THE END justiça que mais se aproxima de um dos objetivos,
positivado, das Defensorias Públicas no Brasil é:
(A) Justiça enquanto tranquilidade.
QUESTÕES (B) Justiça enquanto cumprimento da lei.
(C) Justiça que manda dar aos iguais coisas iguais e aos
1) FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público - DFE PR desiguais coisas desiguais.
2012. A contribuição da Filosofia para o exercício do ser (D) Justiça como realização da liberdade.
Defensor Público que somente se realiza sendo (E) Justiça enquanto vida feliz do homem, que só é atingida
Defensor Público, é: na paz individual ou social.
a) A Filosofia contribui na medida em que é,
unilateralmente, visão de mundo e da Ciência, confere ao 5) CESPE - Defensor Público Federal/2010.
Defensor Público uma visão peculiarmente distante e Considerando concepções teóricas do empirismo e do
abrangente das partes. racionalismo, julgue o item que se segue.
b) A Filosofia torna livre no Defensor o seu Ser, a Segundo o racionalismo, todo e qualquer conhecimento
necessidade interna de resgate de sua essência mais é embasado na experiência e só é válido quando
própria, de modo a conferir a essa essência a sua dignidade verificado por fatos metodicamente observados.
de ser Defensor Público. Certo
c) A Filosofia é o pensar do pensar descompromissado, Errado
ainda que eventualmente, possa alcançar qualquer utilidade
prática ou teórica para a função de Defensor Público. 6) Defensor público são Paulo 2012. A Ciência do Direito
d) A Filosofia é a visão panorâmica e histórica dos filósofos (...), se de um lado quebra o elo entre jurisprudência e
e a partir daí, a escolha de uma delas para filtragem do procedimento dogmático fundado na autoridade dos
olhar e elaboração de teses de defesa. textos romanos, não rompe, de outro, com o caráter
e) A Filosofia é erudição, conhecimentos abrangentes sobre dogmático, que tentou aperfeiçoar, ao dar-lhe a
a vida, conferindo ao Defensor Público experiência na qualidade de sistema, que se constrói a partir de
solução de problemas e desafios do cotidiano forense. premissas cuja validade repousa na sua generalidade
racional. A teoria jurídica passa a ser um construído
2) CESPE - Defensor Público Federal/2007. Muitas têm sistemático da razão e, em nome da própria razão, um
sido as explicações das causas históricas para a origem instrumento de crítica da realidade”.
da filosofia na Jônia. Alguns consideram que as Esta caracterização, realizada por Tercio Sampaio
navegações e as transformações técnicas tiveram o Ferraz Júnior, em sua obra A Ciência do Direito, evoca
poder de desencantar o mundo e forçar o surgimento de elementos essenciais do:
explicações racionais sobre a realidade. Outros a) Jusnaturalismo moderno.
enfatizam a invenção do calendário (tempo abstrato), da b) historicismo.
moeda (signo abstrato para a ação de troca) e da escrita c) realismo crítico.
alfabética (transcrição abstrata da palavra e do d) positivismo jurídico.
pensamento), que teriam propiciado o desenvolvimento e) humanismo renascentista.
da capacidade de abstração dos gregos, abrindo
caminho para a filosofia. 7) DEFENSOR PÚBLICO 2010 SP. Em sua teoria da
Idem, ibidem. norma jurídica, Noberto Bobbio distingue as sanções
Tendo como referência inicial o texto acima, julgue o jurídicas das sanções morais e sociais. Segundo esta
item a seguir. distinção, a sanção jurídica, diferentemente da sanção
A formação da polis, a cidade-Estado, é a principal moral, é sempre uma resposta de grupo e,
determinação histórica para o nascimento da filosofia. diferentemente da sanção social, a sanção jurídica é
Certo regulada em geral com as mesmas formas e através das

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FILOSOFIA DO
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DIREITO
mesmas fontes de produção das regras primárias. Para fundamental que se confunde com a Constituição, já que
o autor, tal distinção oferece um critério para distinguir, ambas são postas e impostas.
por sua vez, as normas jurídicas das normas morais e (E) Segundo Mata Machado, Kelsen, enquanto
das normas sociais. Considerando-se este critério, jusnaturalista, reduz o direito à norma, mas desenvolve a
pode-se afirmar que são normas jurídicas as normas noção de direito objetivo enquanto coisa devida e a de
cuja execução é garantida por uma sanção. justiça como Direito Natural.
(A) externa e institucionalizada.
(B) interna e não-institucionalizada. 11) DEFENSOR PÚBLICO 2010 PR. “Na fase madura de
(C) interna e institucionalizada. seu pensamento, a substituição da lei pela convicção
(D) externa e não-institucionalizada. comum do povo (Volksgeist) como fonte originária do
(E) interna e informal. direito relega a segundo plano a sistemática lógico-
dedutiva, sobrepondo-lhe a sensação (Empfindung) e a
8) DEFENSOR PÚBLICO 2010 SP - Em sua Teoria Pura intuição (Anschauung) imediatas. Savigny enfatiza o
do Direito, Hans Kelsen concebe o Direito como uma relacionamento primário da intuição do jurídico não à
“técnica social específica”. Segundo o filósofo, na obra regra genérica e abstrata, mas aos ‘institutos de direito’
O que é justiça?, “esta técnica é caracterizada pelo fato (Rechtsinstitute), que expressam ‘relações vitais’
de que a ordem social designada como ‘Direito’ tenta (Lebensverhältnisse) típicas e concretas”.
ocasionar certa conduta dos homens, considerada pelo Esta caracterização, realizada por Tercio Sampaio
legislador como desejável, provendo atos coercitivos Ferraz Júnior, em sua obra A Ciência do Direito,
como sanções no caso da conduta oposta”. Tal corresponde a aspectos essenciais da seguinte escola
concepção corresponde à definição kelseniana do filosófico-jurídica:
Direito como: (A) Historicismo Jurídico.
(A) uma positivação da justiça natural. (B) Realismo Jurídico.
(B) uma ordem estatal facultativa. (C) Normativismo.
(C) uma ordem axiológica que vincula a interioridade. (D) Positivismo jurídico.
(D) um veículo de transformação social. (E) Jusnaturalismo.
(E) uma ordem coercitiva.

9) HANS KELSEN DEFENSOR PÚBLICO 2010. “Esse 12) DEFENSOR PÚBLICO SÃO PAULO 2010. No ensaio
princípio tem, nas regras de Direito, uma função “A Política como vocação”, Max Weber realiza uma
análoga a que tem o princípio da causalidade nas leis caracterização de três tipos de dominação legítima, a
naturais por meio das quais a ciência natural descreve a saber:
natureza. Uma regra de direito, por exemplo, é a − A dominação que repousa sobre a “autoridade do
afirmação de que, se um homem cometeu um crime, ‘passado eterno’, isto é, dos costumes santificados pela
uma punição deve ser infligida a ele, ou a afirmação de validez imemorial e pelo hábito, enraizado nos homens,
que, se um homem não paga uma dívida contraída por de respeitá-los”.
ele, uma execução civil deve ser dirigida contra sua − A dominação que se funda em “dons pessoais e
propriedade. Formulando de um modo mais geral: se extraordinários de um indivíduo”, na “devoção e
um delito for cometido, uma sanção deve ser confiança estritamente pessoais depositadas em
executada”. alguém que se singulariza por qualidades prodigiosas,
No trecho reproduzido acima, em sua obra O que é por heroísmo ou por outras qualidades exemplares que
justiça?, Hans Kelsen refere-se ao princípio: dele fazem o chefe”.
(A) da eficácia. − A dominação que se impõe “em razão da crença na
(B) da imputação. validez de um estatuto legal e de uma ‘competência’
(C) do monismo metodológico. positiva, fundada em regras racionalmente
(D) da imperatividade do direito. estabelecidas”.
(E) da validade. Estes modos de dominação correspondem,
respectivamente, ao que Weber entende por dominação:
(A) legal, tradicional e carismática.
10) DEFENSOR PÚBLICO PR 2012. Um argumento (B) carismática, tradicional e legal.
correto quanto à doutrina da norma para Hans Kelsen é: (C) tradicional, carismática e legal.
(A) Para Kelsen as normas jurídicas são juízos, isto é, (D) carismática, legal e tradicional.
enunciados sobre um objeto dado ao conhecimento. São (E) tradicional, legal e carismática.
apenas comandos do ser.
(B) Para Kelsen, na obra Teoria Pura do Direito, norma é o 13) Em sua teoria do ordenamento jurídico, Norberto
sentido de um ato através do qual uma conduta é prescrita, Bobbio estuda os aspectos da unidade, da coerência e
permitida ou, especialmente, facultada, no sentido de da completude do ordenamento. Relativamente ao
adjudicada à competência de alguém. aspecto da coerência do ordenamento jurídico, "a
(C) Kelsen não reconhece a distinção entre normas jurídicas situação de normas incompatíveis entre si" refere-se ao
e proposições normativas. problema:
(D) Para Kelsen a norma que confere validade a todo o a) das antinomias.
sistema jurídico ou conjunto de normas é a norma b) da analogia.
c) do espaço jurídico vazio.

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FILOSOFIA DO
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DIREITO
d) das lacunas.
e) da incompletude. 01 B

14) Somente os soldados são cantores. Algum cantor 02 CERTO


não é fumante. Conclui-se, logicamente, que:
(A) algum soldado é fumante. 03 D
(B) algum soldado não é fumante.
04 C
(C) algum fumante não é soldado.
(D) algum cantor é fumante. 05 ERRADO
(E) algum fumante não é cantor.
06 A
15) (OAB Abril/2013) “Manter os próprios compromissos
não constitui dever de virtude, mas dever de direito, a 07 A
cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue
08 E
sendo uma ação virtuosa (uma demonstração de
virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção possa 09 B
ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da
virtude não são, consequentemente, distinguidas tanto 10 B
por seus diferentes deveres, como pela diferença em
sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro 11 A
com a lei”. Pelo trecho acima podemos inferir que Kant 12 C
estabelece uma relação entre o direito e a moral. A esse
respeito, assinale a afirmativa correta. 13 A

a) O direito e a moral são idênticos, tanto na forma 14 B


como no conteúdo prescritivo. Assim, toda ação contrária à
15 B
moralidade das normas jurídicas é também uma violação da
ordem jurídica. 16 D
b) A conduta moral refere-se à vontade interna do
sujeito, enquanto o direito é imposto por uma ação exterior e
se concretiza no seu cumprimento, ainda que as razões da
obediência do sujeito não sejam morais.
c) A coerção, tanto no direito quanto na moral, é um
elemento determinante. É na possibilidade de impor-se pela
força, independentemente da vontade, que o direito e a
moral regulam a liberdade.
d) Direito e moral são absolutamente distintos.
Consequentemente, cumprir a lei, ainda que
espontaneamente, não é demonstração de virtude moral.

16) (OAB Abril 2013) A hermenêutica aplicada ao direito


formula diversos modos de interpretação das leis. A
interpretação que leva em consideração principalmente
os objetivos para os quais um diploma legal foi criado é
chamada de:

a) interpretação restritiva, por levar em conta apenas


os objetivos da lei, ignorando sua estrutura gramatical.
b) interpretação extensiva, por aumentar o conteúdo
de significado das sentenças com seus objetivos
historicamente determinados.
c) interpretação autêntica, pois apenas as finalidades
da lei podem dar autenticidade à interpretação.
d) interpretação teleológica, pois o sentido da lei deve
ser considerado à luz de seus objetivos.

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DIREITO
campeão em aprovação !
INTERNACIONAL

DIREITO
INTERNACIONAL

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DIREITO
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INTERNACIONAL
Depois de um período complicado para seus
DIREITO INTERNACIONAL
negócios, a empresa brasileira procura um escritório de
advocacia para orientá-la em relação às suas obrigações e
1. Advertências preliminares
conseqüências do descumprimento.
O leitor já deve ter observado, pelas explicações
Não obstante todas as limitações de espaço
iniciais, que o tema está situado na área do DIPrv, afinal são
envolvidas numa proposta como a desta obra coletiva, o
entidades privadas que estão envolvidas em um negócio
candidato ao Exame da OAB deve seguir algumas
que pode gerar a aplicação de normas de ordenamentos
orientações prévias ao estudar essa disciplina.
jurídicos distintos, brasileiro e argentino. Porém, o advogado
Em primeiro lugar, cumpre registrar que o Direito
versado em Direito Internacional terá de examinar outros
Internacional é uma espécie de “super-disciplina”,
pontos do problema, não podendo restringir-se a uma
conectada a todas as outras áreas do Direito. Tratados
resposta breve calcada nos ditames da Lei de Introdução ao
internacionais podem interferir sobre alíquotas de impostos,
Código Civil, base para o DIPrv no País. Essa resposta
procedimentos penais e execução de obrigações
estará condicionada a outras variáveis, que já recaem no
alimentares, por exemplo. Assim, o maior esforço ao
domínio do DIP. São elas: há algum tratado vigente entre os
estudar o Direito Internacional concerne à estrutura formal
dois países que modifique as restrições previstas no DIPrv
da ordem jurídica internacional, apenas pincelando notas
brasileiro? O juiz brasileiro é obrigado a segui-lo? O
esparsas sobre alguns de seus conteúdos mais afetos à
Mercosul influencia nesse contrato? E a OMC?
compreensão dessa mesma ordem.
Outro esclarecimento, de caráter terminológico,
3. Direito Internacional Privado
deve ser prestado de antemão. É que o nome “Direito
Como visto no exemplo, os grandes problemas do
Internacional” presta-se a equívocos, por abranger duas
DIPRv são relacionados à determinação de quem pode
possibilidades distintas. Sem as especificações “público” e
julgar um conflito havido entre as partes e que norma ele
“privado”, “Direito Internacional” pode significar apenas o
deve aplicar. Se o leitor está intrigado com a disjunção das
Direito Internacional Público ou o gênero que engloba as
duas questões, esclarecemos que pode sim haver uma
duas disciplinas. O Direito Internacional Público (DIP) é a
dissonância entre o foro com jurisdição e o direito aplicável,
disciplina que se ocupa mormente das relações entre os
o que pode obrigar um juiz brasileiro a valer-se do direito
Estados, embora produza efeitos na ordem interna de cada
argentino para decidir o caso. Quando isso acontece?
um dos Estados e, por conseqüência, acabe por afetar as
Examinemos o nosso caso. Segundo a lei brasileira, o
vidas dos indivíduos. O Direito Internacional Privado
judiciário nacional tem jurisdição exclusiva apenas nas
(DIPrv), por sua vez, cuida das relações entre entidades de
causas que digam respeito a imóveis (inclusive em questões
Direito Privado, - empresas ou indivíduos, grosso modo -,
sucessórias) – CPC, art. 89. Para as demais, a jurisdição
que, por um motivo ou por outro, provoquem a interferência
brasileira qualifica-se como concorrente (admite que outra
de mais de um ordenamento jurídico nessa sua relação.
também possa ser escolhida). Porém, ainda para estes
Nosso plano aqui é o de apresentar ao candidato
casos, é preciso que esteja presente uma das seguintes
um panorama genérico dessas duas disciplinas. Dada a
causas de atração da jurisdição brasileira: réu brasileiro,
impossibilidade prática de fazê-lo de forma aprofundada e
obrigação a cumprir no Brasil ou que o ato ou fato que
completa, preferimos partir de um exemplo representativo
origina a ação tenha ocorrido no território nacional.
da utilidade do Direito Internacional na vida dos profissionais
Então, pensando na possibilidade de
da área jurídica. Com ele pretendemos pôr em relevo os
descumprimento do contrato pela empresa brasileira,
aspectos práticos dessas disciplinas e sua inter-relação,
haverá jurisdição para o caso, ou seja, a empresa argentina
para depois sistematizar os conceitos envolvidos.
poderá, à primeira vista, intentar a ação no Brasil.
Recebida a ação, o juiz deve examinar a validade
2. Um exemplo prático
da cláusula de eleição do foro argentino, prevista no
Imagine o leitor que em uma dessas inúmeras
contrato. Com base em que regras ele o fará? Naquelas
feiras de negócios, nas quais se expõem produtos e
previstas no direito interno do seu país. Chama-se a isso a
serviços, com participação de várias empresas ligadas a
lex fori, ou lei do foro. Protocolada a ação aqui, é conforme
todos os elos da cadeia produtiva e de vendas de um
o direito brasileiro que se regula o processo, inclusive a
determinado setor, uma empresa brasileira desenvolveu os
jurisdição. Logo, é segundo a lei brasileira que vamos
primeiros contatos para iniciar suas exportações para a
examinar se as partes podem ou não escolher o foro que
Argentina. A empresa compradora voltou ao Brasil poucas
terá jurisdição sobre suas controvérsias. Se tiverem essa
semanas depois, já que o valor oferecido pela empresa
liberdade, predominará a autonomia da vontade das
brasileira ficava 10% abaixo do preço praticado pelo
partes. Existiu divergência jurisprudencial a esse respeito.
fornecedor usual, que era argentino. Firmaram no Brasil o
Todavia, hoje é majoritário o entendimento que permite a
contrato. Cada unidade do produto foi negociada a US$
cláusula de eleição de foro estrangeiro, respeitadas as
50,00 FOB (v. glossário, ao final). O pagamento seria feito
questões de ordem pública e excluídos os casos em que há
por carta de crédito. Na parte final do contrato, vê-se a
jurisdição exclusiva. Ademais, vários tratados internacionais
cláusula que escolhe Buenos Aires como foro para solução
consagram a autonomia das vontades nesse tocante. Um
de controvérsias. A legislação aplicável ao contrato seria a
deles é de particular interesse aqui: o Protocolo de Buenos
argentina.

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Aires, que, em seu artigo 4º, adota essa solução. Também o da Unidroit, regras mundialmente conhecidas, mesmo que
Código de Bustamante, art. 318, já fazia idêntica previsão. não formalmente obrigatórias no Brasil. Mas poderiam as
O juiz deveria então declarar a insubsistência da ação, partes mudar da jurisdição estabelecida no contrato para a
forçando a empresa argentina a recorrer ao judiciário do seu arbitragem? Sim, pois o recurso à arbitragem não se faculta
país. apenas no caso de cláusula compromissória. É possível,
Definida a jurisdição, decidir-se-á sobre o direito já surgido o conflito, fazer um compromisso arbitral.
material aplicável conforme as regras de DIPrv do Estado Apartando, por ora, os tratados vigentes, pode-se
que tem jurisdição. E o que diz o direito argentino? Dá ele afirmar que, de acordo com o direito brasileiro:
margem para a autonomia da vontade em relação a essa 1. A jurisprudência admite a cláusula de
segunda questão? Sim. eleição de foro, ressalvados os casos de jurisdição
Se as partes, porém, tivessem escolhido o foro exclusiva, previstos no art. 89 do CPC.
brasileiro, o juiz teria de aplicar a Lei de Introdução ao 2. Por outro lado, os tribunais interpretam
Código Civil. De acordo com o artigo 9º, aplicaria a lei restritivamente o ditame do art. 9º da LICC, impedindo a
brasileira, que determina que as obrigações serão regidas eleição do direito aplicável pelas partes de um contrato.
pelo direito do país onde foi celebrado o contrato. Esta Será sempre o lugar onde foi celebrado o contrato. Quanto
resposta vale mesmo quando o contrato mandar aplicar a à forma de execução das obrigações, aí será conforme a lei
legislação de outro país, porque não se aceita na do lugar onde devem ser executadas.
jurisprudência brasileira a autonomia da vontade das partes 3. Sentenças proferidas no exterior só têm
para eleição do direito aplicável. A doutrina critica essa validade no Brasil depois de homologadas pelo Superior
posição dos tribunais. Tribunal de Justiça, que deve zelar pelo atendimento dos
Há questões procedimentais importantes em DIPrv. requisitos previstos no RISTJ.
Se a empresa argentina pretender acionar a brasileira no 4. Atos judiciais determinados por juízes
foro de Buenos Aires, terá de solicitar cartas rogatórias ao estrangeiros podem ser realizados no Brasil, quando
juiz para promover todos os atos de que dependam do autorizados pelo STJ, mediante carta rogatória.
judiciário brasileiro. Como o juiz argentino não pode ordenar 5. A lei brasileira autoriza as partes de um
citações no Brasil, terá de rogar ao judiciário brasileiro que o contrato a optarem pela arbitragem, procedimento que
faça. O mesmo para ouvir testemunhas e para outros atos admite a escolha da lei aplicável. Contudo, laudos
necessários ao processo. Ao final, quando tiver a sentença, proferidos no exterior terão igualmente de ser homologados
se esta lhe for favorável e ele quiser executá-la, terá de pelo STJ.
requerer a homologação da sentença estrangeira perante
o STJ, conforme artigo 105, I, “i”, da CF e 483 CPC. Alguns 4. Direito Internacional Público
detalhes são importantes na jurisprudência de nossos Em vários pontos da consulta acima exposta as
tribunais: 1) não se admite carta rogatória de caráter respostas dadas poderiam variar se houvesse um tratado
executório (medidas cautelares de penhora, busca e em vigor entre as partes. Com efeito, tratando-se de Brasil e
apreensão, etc.); 2) a sentença somente será homologada Argentina, seriam aplicáveis o Código de Bustamante, a
se respeitar os requisitos previstos no Regimento Interno do Convenção Interamericana e o Protocolo de Buenos Aires
STJ, em especial: a) ter sido proferida por juízo competente; sobre juridição em matéria contratual, que validariam a
b) ter havido citação regular; c) haver prova do trânsito em eleição do foro constante do contrato. O Protocolo de
julgado; d) não ferir a soberania nacional, os bons costumes Medidas Cautelares autorizaria o Judiciário brasileiro a
e a ordem pública (art. 17 LICC). Em relação a este último esquivar-se de sua tradicional jurisprudência em matéria de
requisito, houve divergência no STF (que antes da EC 45/04 cartas rogatórias e, por conseqüência, conceder exequatur
tinha a competência para julgar essas ações), em matéria a medida judicial de caráter executório (v. art. 4º). A falta de
de dívidas de jogo. A mais recente decisão admite a respeito ou a interpretação demasiado restritiva de um
homologação de sentença que visa cobrar valores devidos dispositivo do tratado poderiam ensejar reclamações
por brasileiro em país estrangeiro derivados de dívidas de internacionais perante tribunais do Mercosul e da OMC.
jogo. Todas essas questões estão no domínio do DIP.
A situação deve ter parecido ao leitor demasiado A primeira questão importante para aplicar a norma
complexa para ainda guardar alguma utilidade prática. Que de um tratado é saber se ele reúne condições de obrigar ou,
outros recursos as partes teriam para fugir dessas em outros termos, se ele está em vigor. Para sabermos se
remissões infindáveis? A prática aponta sobretudo para a um tratado está em vigor, temos de diferenciar dois
arbitragem. Permitida no Brasil há tempos, recobrou momentos de vigência, a internacional e a interna. No
importância apenas depois do advento da Lei n. 9.307/96. âmbito internacional, segue-se o padrão estabelecido na
Se as partes preferirem a arbitragem, podem determinar o Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969.
foro e a legislação aplicável, mesmo que ela não seja uma Ali está escrito que um tratado entra em vigor na forma
norma vigente entre os Estados envolvidos. No nosso estipulada pelas partes. Ou seja, há liberdade para os
exemplo, não só seriam válidas as cláusulas de eleição de Estados determinarem o momento exato da entrada em
foro, no caso substituída pela arbitragem, mas no local vigor. Contudo, a prática diplomática costuma dar muito
eleito pelas partes, com árbitros por elas escolhidos, como valor a dois momentos da confecção do tratado: a
também o direito aplicável, que poderia incluir os princípios assinatura e a ratificação. Estes são marcos de peso no

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complexo processo que culmina com a vigência do tratado. como se fossem dois atos distintos, com âmbitos diferentes
Acompanhemos seus passos mais usuais, de acordo com a de vigência.
prática diplomática brasileira: a) negociação, promovida, em Um alerta sobre essa matéria: não há
nome do Brasil, pelo Poder Executivo, especialmente pelo conseqüência jurídica que derive da diferença da
Ministério das Relações Exteriores; b) assinatura, pelo nomenclatura do ato internacional. Tratado, convenção,
plenipotenciário brasileiro, geralmente um diplomata com protocolo, são nomes em uso na prática diplomática, que
carta de plenos poderes ou o próprio Ministro das Relações distinguem o grau de importância política do ato, porém não
Exteriores, que está dispensado de apresentá-la, assim geram qualquer efeito no campo do Direito. Todos têm o
como o Presidente da República e o embaixador brasileiro mesmo valor.
no país com o qual se estabelece tratado bilateral (CVDT, Determinada a vigência, deve-se considerar a
art. 7º); c) ratificação, também pelo Poder Executivo. O leitor validade do ato. Requisitos são estabelecidos pela CVDT,
deve se perguntar onde está o Congresso Nacional nesse mas o mais freqüente exame judicial diz respeito ao conflito
iter, cuja intervenção nessa questão é determinada pelo com outras normas. A hierarquia na ordem internacional
artigo 49, I, da Constituição. A resposta é simples: a pode ser simplicada num esquema que põe no topo da
aprovação congressional é ato interno, que não diz respeito pirâmide normativa as normas imperativas de DIP, previstas
à vigência internacional. Esta tomará por base sempre um no art. 53 da CVDT, rol em que se encontram, entre outras,
dos dois momentos citados. Na prática brasileira, é mais a proibição do genocídio, a restrição ao uso da força nas
comum valer-se da ratificação como momento inicial da relações internacionais e o dever de não intervenção. No
vigência, seja no momento exato da troca ou depósito dos patamar seguinte, estão as demais fontes: tratados,
respectivos instrumentos, seja em data posterior costume e princípios gerais de Direito. Não há hierarquia
determinada pelas partes. entre elas. É verdade, porém, que um tratado pode
No âmbito interno, aquele procedimento se subordinar-se a outro ou decretar sua primazia sobre os
repete, porém do ponto “b” (assinatura) em diante, há vários demais, como ocorre com a Carta da ONU em relação aos
outros passos até que o Poder Executivo, na pessoa do tratados dos Membros da Organização, por força do artigo
Presidente da República, possa chegar à ratificação. A 103. Em caso de conflito entre um tratado assinado pelo
matéria é regulada pela Constituição e não pela CVDT. Brasil, que é Membro da ONU, e a Carta, esta prevalecerá.
Então retomemos o caminho já iniciado: a) negociação; b) Quanto não há hierarquia, os critérios subsidiários, -
assinatura; c) envio, pelo Executivo (normalmente a posterioridade e especialidade -, devem ser postos em
exposição de motivos vem assinada pelo Ministro das prática para resolver o conflito.
Relações Exteriores), do projeto de aprovação de tratado, No Brasil, os tribunais decidiram que os tratados
ao Congresso Nacional; d) exame, na Câmara dos têm força de Lei Ordinária (RE 80004; ADI 1480). Porém,
Deputados e depois no Senado, passando pelas respectivas existem exceções a essa regra geral, relativas à legislação
comissões temáticas e pelas comissões de relações tributária (art. 98 do CTN), extradição (aplicação do critério
exteriores de cada Casa; e) aprovação do tratado pelo da lex specialis em favor do tratado), transporte
Congresso Nacional, com a publicação de Decreto internacional (art. 178 da CF) e, principalmente, direitos
Legislativo; f) promulgação do tratado pelo Presidente da humanos (art. 5º, §3º), que podem ter status de emendas
República, mediante Decreto, com publicação no Diário constitucionais. Acesa controvérsia jurisprudencial sobre o
Oficial da União. Esse último ato foi considerado conflito entre normas internacionais de direitos humanos e o
indispensável pela jurisprudência recente do STF. Assim, os direito interno dura mais de uma década, com fulcro no §2º
tratados em questão só terão vigência interna se e quando do art. 5º da CF. A introdução do §3º não resolveu o
promulgados no Brasil. Discute-se se têm validade os problema dos tratados anteriores à EC 45, que o introduziu.
acordos executivos, ou seja, aqueles tratados que não são Existe tendência majoritária no STF a reconhecer o caráter
submetidos ao Congresso Nacional. A posição mais supralegal (mas infraconstitucional) desses tratados. Essa é
coerente com o sistema brasileiro é aquela que concebe a a síntese do tema posição hierárquica dos tratados na
validade internacional desses atos, rejeitando, contudo, a ordem jurídica brasileira.
possibilidade de eles terem aplicação no Direito interno Os tratados perdem vigência quando alcançam o
brasileiro, salvo quando promulgados pelo Presidente. A termo de duração previsto pelas partes no próprio tratado,
promulgação sem o aval do Congresso poderia ocorrer quando ocorre condição previamente estabelecida, quando
apenas na hipótese de não haver ônus para o patrimônio uma das partes viola substancialmente o tratado ou, - o que
nacional, pois este é o critério estabelecido no art. 49, I, da é mais comum -, quando o Estado voluntariamente
CF. manifesta sua intenção de não mais seguir vinculado pelo
Sobre o tema anterior, são muitos os tratado. Esse seu ato é denominado denúncia. Uma lista
apontamentos doutrinários relativos a correntes monistas e completa das hipóteses de extinção encontra-se nos
dualistas. Como se observa, o Brasil adota uma postura artigos 54 e ss. e as causas de nulidade estão enumeradas
dualista, pois a vigência internacional do tratado não nos artigos 46 a 53 da CVDT.
repercute diretamente na vigência interna e vice-versa. Um Outra das condições de validade de um tratado diz
tratado pode estar ratificado, obrigando o País perante os respeito à capacidade das partes. Segundo o DIP vigente,
outros Estados Partes, e não estar promulgado, fato que somente podem firmar tratados os Estados e as
retira a possibilidade de o juiz nacional aplicá-lo. Age-se

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Organizações Internacionais. Isso remete ao problema da Estados chama-se fusão (ex. Iêmen), exceto quando um
personalidade jurídica. dos anteriores preserva a identidade, à qual todos os
Os Estados são as pessoas jurídicas típicas do demais se subordinam, caso de incorporação (ex.
DIP. Para qualificar-se como tal, a entidade política que Alemanha). Haverá separação de um território, quando
ambiciona o reconhecimento de sua personalidade jurídica consentida pelo Estado central (ex. Montenegro). A
deve reunir: 1) população permanente; 2) território dissociação pela força contra o “pacto colonial”, apoiada
determinado; 3) governo; 4) capacidade de entrar em pelo princípio da autodeterminação dos povos, chama-se de
relações com os demais Estados (Convenção sobre os descolonização (ex. Argélia). Já o mesmo ato, fora da
Direitos e Deveres dos Estados, de Montevidéu, 1933). relação de metrópole e colônia, é considerado uma
Argüi-se ainda a necessidade da legalidade da reivindicação secessão (ex. Croácia). A desintegração de um Estado em
do reconhecimento perante o DIP. Um território adquirido várias outras unidades é reconhecida como dissolução (ex.
com violação às obrigações internacionais não poderia obter URSS). Existem regras delimitando as conseqüências de
reconhecimento da comunidade internacional. cada uma dessas situações para os tratados em vigor
O território compreende as terras e águas doces (Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em
(rios, lagos, estuários e ilhas fluviais); as águas salgadas Matéria de Tratados, de 1978), para os bens, dívidas e
(mar territorial e vias marítimas interiores), seu solo e arquivos (Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados
subsolo; e o espaço aéreo (acima do território e do mar em Matéria de Bens, Arquivos e Dívidas do Estado, de
territorial). A porção terrestre delimita-se por tratados, 1983), além de parâmetros consuetudinários para questões
costume e decisões arbitrais ou judiciais, geralmente de nacionalidade e da legislação anterior vigente no
valendo-se de limites naturais (rios, cordilheiras, lagos) ou território. À guisa de exemplo, aponte-se que os tratados
das linhas geodésicas (paralelos e meridianos). Já a porção anteriores à descolonização e as dívidas “odiosas”,
marinha divide-se segundo os critérios da Convenção das referentes à manutenção do regime colonial, não se
Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de Montego Bay, transmitem ao novo Estado, salvo quando ele próprio assim
1982. Ela fraciona as zonas contadas a partir da linha de determinar. A regra geral determina preservarem-se os
baixa mar da costa de um país da seguinte forma: o mar direitos adquiridos dos particulares. Em casos de fusão, a
territorial pode estender-se até 12 milhas, a zona contígua sucessão é universal. É comum o novo Estado conceder um
do limite do mar territorial até 24 milhas, a zona econômica prazo para que os locais optem relativamente a sua
exclusiva até 200 milhas, e, dali em diante, será nacionalidade. A legislação anterior pode ser mantida em
considerado alto mar. O solo e subsolo está dividido entre a vigor provisoriamente até que novas leis sejam produzidas
plataforma continental, que pertence ao estado costeiro, e no âmbito dos novos poderes constituídos.
os fundos marinhos, ou “área”, nos termos da CNUDM. O Estado possui direitos e deveres pelo Direito
Mesmo o Estado costeiro possuindo soberania sobre o mar Internacional. A rigor, todas as normas de DIP exercem
territorial, assegura-se aos navios estrangeiros o direito de essa função. Como corolários imediatos da soberania,
passagem inocente (arts. 17 a 26). A jurisdição civil e certos princípios fundamentais asseguram: independência,
penal nessa área está regulada pelos artigos 27 e 28 da ou não subordinação a outro poder estatal; autonomia
CNUDM. O alto mar e os fundos marinhos, assim como o constitucional, que é a liberdade para organizar-se
espaço sideral, inclusive a Lua e os demais corpos celestes, internamente; presunção de regularidade dos atos estatais,
não são suscetíveis de apropriação por nenhum Estado. ou presunção de legalidade do ato praticado pelo Estado
Eles compõem espaços de domínio público internacional. em seu território; direito à legítima defesa, conforme art. 51
Como dissemos, a entidade política deverá pleitear da Carta da ONU; direito à integridade territorial, conforme
o reconhecimento internacional. Isto virá mediante atos artigo 2.4 da Carta da ONU; igualdade jurídica, princípio
unilaterais de cada um dos Estados, que indicarão inscrito no artigo 2.1 da Carta da ONU. São deveres
identificar as qualidades acima na entidade pleiteante. elementares dos Estados: a) respeito ao Direito
Admite-se também o reconhecimento coletivo, por ato de Internacional; b) dever de cooperação internacional; c) não
uma organização internacional da qual participem vários intervenção em assuntos internos de outro Estado; d)
Estados. O reconhecimento pode também referir-se a proibição do uso da força; e) solução pacífica de
apenas um dos elementos do Estado, o governo. Nessa controvérsias (vide Carta da ONU, art. 2º; Carta da
situação, advinda da mudança não constitucional no Organização dos Estados Americanos, arts. 10 a 23).
governo de um Estado, os demais Estados verificarão As Organizações Internacionais são entidades
apenas a efetividade do novo governo e, se assim criadas pelos Estados. Por isso, são denominadas de
acordarem, concederão o reconhecimento. Cumpre ainda organizações intergovernamentais. São estabelecidas por
dizer que o reconhecimento pode ser tácito, notadamente um tratado, que lhes dota de personalidade jurídica, pelo
quando o Estado aceita uma missão diplomática da que poderão adquirir e alienar patrimônio, ter corpo
entidade pleiteante em seu território ou quando com ela funcional próprio e independente dos Estados Membros,
firma tratado internacional. firmar tratados e agir em causa própria perante tribunais
O reconhecimento do Estado é necessário sempre internacionais. Geralmente possuem uma sede física,
que houver uma sucessão de Estados. Territórios que se definida mediante um tratado entre a Organização e o país-
integram ou que se partem, formando novas entidades, são sede, que não precisa ser Membro. Os funcionários da
os fatos ensejadores da sucessão. A união de dois ou mais ONU, por exemplo, têm prerrogativas semelhantes àquelas

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conferidas aos diplomatas. Isto significa que não podem obrigação internacional da qual se reclama violação pode
ser chamados perante a justiça estrangeira para deporem decorrer de tratado, costume, princípios gerais de Direito,
como testemunhas, não podem ser presos, não podem ser determinação de Organização Internacional reconhecida
processados criminalmente, nem mesmo civilmente, salvo pelo Estado ou ato unilateral seu (Projeto, art. 12). As
quanto a bens particulares. Os diplomatas também gozam excludentes de ilicitude são as mesmas de outros campos
de isenções tributárias relativas aos bens que importarem do Direito: o consentimento do ofendido na prática do ato; a
para seu uso pessoal, à residência do Embaixador e aos legítima defesa; o estado de necessidade; o perigo extremo;
imóveis da Embaixada e às rendas obtidas por seu trabalho a força maior; o cumprimento de normas imperativas e as
ou por seus serviços ao país de origem. A lista completa contra-medidas em relação a um ato considerado ilícito
das prerrogativas encontra-se na Convenção de Viena (Projeto, arts. 20 a 27). A reparação consiste em
sobre Relações Diplomáticas de 1961. Aos cônsules, indenização, retratação (satisfação) ou restitutio in integrum
representantes dos nacionais do país que os envia e não (devolução das coisas ou pessoas ao estado anterior)
propriamente do Estado (faculdade esta reservada aos (Projeto, art. 34 e ss.). Contra-medidas são admitidas,
diplomatas), aplica-se regime diferente, previsto na desde que respeitadas as obrigações fundamentais dos
Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963. Estados quanto aos direitos humanos, ao direito
Eles podem ser processados por atos não relativos à sua humanitário, às normas imperativas e à abstenção do uso
função. Podem ser presos se cometerem crime grave e ou da ameaça do uso da força (Projeto, art. 50 e ss.).
podem responder civilmente por acidentes de trânsito e por Prosseguindo ainda em nosso exemplo,
relações de trabalho com pessoas contratadas para fim imaginemos que a causa das dificuldades para cumprir o
distinto da atividade consular. Suas prerrogativas não se contrato esteja na ação do governo do país onde está
estendem aos familiares, algo que, ao contrário, concedeu- localizado o importador, que decidiu elevar as tarifas do
se aos diplomatas. Em comum a ambas as categorias, imposto de importação de 1% para 15% sobre o valor da
cônsules e diplomatas, os locais das missões são isentos de mercadoria, o que encarece substancialmente a operação.
impostos e invioláveis, e sua correspondência e suas Se houver um tratado comercial em vigor que consolide as
comunicações também são invioláveis. tarifas desse produto em 5%, isso não seria lícito. Hoje em
Quando um particular tem um direito violado, ele dia tais tratados são muitíssimo freqüentes, abarcam
pode requerer a seu Estado que endosse seu pleito e enorme gama de temas, mesmo além do comércio, e têm
promova, por este meio, a sua reclamação em âmbito aparatos institucionais para sua tutela. Disso são exemplo o
internacional. Este instituto chama-se proteção Mercosul, a União Européia e a Organização Mundial do
diplomática. Para isso, dois requisitos principais serão Comércio. Com efeito, Organizações internacionais dão a
sempre exigidos. Primeiro, a nacionalidade do postulante certos campos da vida internacional um grau maior de
da proteção. Se for pessoa física, terá de enquadrar-se nos efetividade e institucionalização. Assim, as tais “contra-
critérios do direito interno, pois o Direito Internacional admite medidas” previstas no regime do Direito Internacional geral
que cada Estado determine as condições para concessão ganham outras cores e regulação própria no âmbito de
de sua nacionalidade, exigindo apenas um vínculo algumas Organizações. Para o nosso exemplo, interessam
substancial entre o Estado e o indivíduo. Normalmente, os o Mercosul e a OMC.
critérios combinam o jus solis (direito à nacionalidade pelo O Mercosul, criado pelo Tratado de Assunção, de
local do nascimento) e o jus sanguinis (direito à 1991, adquiriu personalidade jurídica com o Protocolo de
nacionalidade pelo parentesco). Assim é também no Brasil, Ouro Preto, de 1994. O sistema original de solução de
conforme artigo 12 da CF. A nacionalidade da pessoa controvérsias foi substituído em 2002 pelo Protocolo de
jurídica no Brasil depende do registro dos atos constitutivos, Olivos. Este estabeleceu um procedimento que exige
conforme artigo 11 da LICC. Segundo, o particular ou a negociações diretas, faculta o recurso à intervenção do
empresa deverão comprovar o esgotamento dos recursos Grupo Mercado Comum, institui a possibilidade de reclamar
internos, isto é, antes de o Estado agir em nome de seu ante um tribunal arbitral ad hoc e criou um Tribunal
nacional, deverá certificar-se que este usou de todos os Permanente de Revisão para receber recursos dos laudos
meios legais existentes no país com o qual conflita. do tribunal ad hoc. Todo esse procedimento pode ser
Seja promovida em nome de um direito violado de substituído pelo recurso à OMC pelas Partes do conflito,
um nacional ou de um direito do próprio Estado, a segundo o art. 2º do Protocolo.
reclamação internacional adentra na seara da Na Organização Mundial do Comércio, os
responsabilidade internacional. O Estado violador Estados podem recorrer a grupos de especialistas,
responde por seus atos perante o Direito Internacional. Para nomeados a partir de uma imensa lista composta por
isso, é necessário que tenha havido ato ilícito, que depende, indicações provindas dos Membros. Do laudo emitido por
para sua caracterização, de uma ação ou omissão atribuível esses grupos cabe recurso, relativo apenas a questões de
ao Estado consoante o DIP, que constitua uma violação de direito, ao Órgão de Apelação, composto por sete juízes
uma obrigação internacional do Estado (art. 2º do Projeto da com mandato definido. Todas as decisões precisam ser
Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas sobre referendadas por um órgão político, o Órgão de Solução de
Responsabilidade Internacional dos Estados). Via de regra, Controvérsias, que é um desdobramento funcional do
quem exerce o poder público pode ensejar a Conselho Geral. O OSC decide de acordo com a regra do
responsabilidade do Estado (Projeto, arts. 4º a 11). A consentimento negativo, isto é, somente se todos os

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Membros, - inclusive o seu beneficiário maior -, forem contra pela prática generalizada, constante e uniforme dos Estados
uma decisão é que ela não será referendada. Uma vez (e Organizações Internacionais), acompanhada da
adotada, o OSC acompanhará as medidas tomadas pelo convicção de sua obrigatoriedade (opinio juris). É a fonte
Estado condenado para cumprimento da decisão. O por excelência do Direito Internacional Geral, o conjunto de
reiterado descumprimento ou a solução insatisfatória normas que obriga todos os Estados.
sujeitam o Estado condenado às medidas de retaliação
solicitadas pelo Estado reclamante, que devem ser 6. Deportação, Expulsão e Extradição
autorizadas pelo OSC. A estrutura funcional está prevista no Deportação
Acordo Constitutivo da Organização Mundial do Comércio, A deportação consiste em fazer sair do território
de 1994, e os procedimentos para resolução de conflitos brasileiro o estrangeiro que nele tenha entrado
estão estipulados no Entendimento para Solução de clandestinamente ou nele permaneça em situação de
Controvérsias, de 1994. irregularidade legal, se do País não se retirar
voluntariamente dentro do prazo que lhe for fixado (art. 57).
5. Glossário complementar Segundo estabelece o art. 98, do Decreto
Pagamento internacional: geralmente feito à vista 86.715/81, o estrangeiro que entrou ou se encontra em
ou mediante carta de crédito. Esse mecanismo requer a situação irregular no país, será notificado pela Polícia
interferência de instituições bancárias. Uma delas receberá Federal, que lhe concederá um prazo variável entre um
o pedido do comprador (importador) e notificará o banco do mínimo de três e máximo de 8 dias, conforme o caso, para
exportador. Este receberá os documentos que comprovam o retirar-se do território nacional. Se descumprido o prazo, o
envio da mercadoria pelo exportador e os enviará ao banco Departamento de Polícia Federal promoverá a imediata
do importador. O comprador paga o banco e obtém os deportação.
documentos para retirar a mercadoria no porto. Vale ressaltar que a deportação só ocorrerá se o
Incoterms: o contrato internacional de compra e estrangeiro não se retirar voluntariamente depois de haver
venda na atualidade reveste-se de simplicidade e recebido a notificação da autoridade competente. A retirada
padronização. Os comerciantes valem-se de padrões voluntária é, pois, o elemento que diferencia,
estabelecidos pela Câmara de Comércio Internacional, fundamentalmente, a deportação dos outros dois meios de
afastamento compulsório, a expulsão e a extradição.
entidade não governamental. Os Incoterms resumem as
A previsão legal de que ao estrangeiro será dado
responsabilidades do comprador e do vendedor. A sigla
um prazo para que se retire do país não é absoluta. Se for
FOB, por exemplo, indica Free On Board. Quando utilizada,
conveniente aos interesses nacionais, a deportação será
o vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria a
efetivada independentemente de ser concedido ao
bordo do navio. Desse momento em diante, os riscos de
estrangeiro o prazo fixado no Decreto 86.715/81 (art.98, 2º).
danos à mercadoria e os custos de transporte correm por
A deportação afasta o estrangeiro do país, mas
conta do comprador. Outra sigla muito utilizada é a CIF
não impede seu regresso, de forma regular. Exige-lhe a Lei
Cost, Insurance and Freight. Neste caso, é o exportador que
6815/80 que para retornar ao Brasil, o deportado deverá
arca com o frete e o seguro do transporte até o porto de
ressarcir ao Governo brasileiro as despesas efetuadas com
destino.
sua deportação.
Tratados de cooperação comercial: são acordos
No que tange ao país de destino, a Lei 6815/80,
entre Estados que visam criar previsibilidade para os fluxos art. 58, parágrafo único: “A deportação far-se-á para o país
de comércio. A existência desse gênero de tratado dá ao de nacionalidade ou de procedência do estrangeiro, ou para
exportador maior segurança, pois ele conhecerá os limites outro que consinta em recebê-lo”. Dá-se direito de opção ao
da ação do governo estrangeiro com relação a medidas deportando.
alfandegárias e tributárias. Esses tratados costumam prever Finalmente, assegura o Estatuto do Estrangeiro
tarifas preferenciais, isto é, aplicação de tributos em nível que não se procederá a deportação se esta medida implicar
mais baixo do que o aplicado aos demais Estados. Formas em extradição não admitida pela Lei brasileira (art. 63, Lei
mais avançadas de integração comercial são conhecidas 6815/80).
como Zona de Livre Comércio (não há imposto de
importação para circulação entre os Estados Membros da Expulsão
Zona); União Aduaneira (adiciona-se à ZLC uma tarifa A expulsão do estrangeiro que se encontre em
externa comum); União Econômica (acrescenta-se à UA a território brasileiro está disciplinada na Lei 6815/80, nos
coordenação de políticas macroeconômicas); União artigos 65 a 75 e no Decreto 86.715/81, art. 100 a 109.
Monetária (adoção de moeda comum). O artigo 65 (Lei 6815/80) determina: “É passível de
Princípios contratuais da Unidroit: regras para os expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar
contratos internacionais elaboradas por uma importante organização contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a
internacional (http://www.unidroit.org/english/principles/contracts/main.htm). tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular,
Sua aplicação depende de alusão explícita das partes em ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos
seus contratos ou compromissos arbitrais. A validade dessa interesses nacionais”.
escolha será julgada conforme a lex fori. Mas, não se esgotam ali as causas de expulsão,
Costume: uma das fontes do DIP, segundo o art. sendo igualmente passível de deportação, o estrangeiro que
38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Forma-se (parágrafo único do art. 65):

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3
a)“praticar fraude a fim de obter sua entrada ou O Ministério da Justiça, no Guia para estrangeiros
permanência no Brasil; no Brasil, expressa que a extradição é ato de defesa
b) havendo entrado no território nacional com internacional, forma de colaboração na repressão do crime.
infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for Objetiva a entrega de um infrator da lei penal, que, no
determinado, não sendo aconselhável a deportação; momento, se encontra em nosso país, para que possa ser
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou julgado e punido por juiz ou tribunal competente do país
d) desrespeitar proibição especialmente prevista requerente, onde o crime foi cometido. Trata-se, pois, de um
em lei para estrangeiro”. ato com fundamento na cooperação internacional no
A expulsão é formalizada através de Decreto de combate e repressão à criminalidade.
competência exclusiva do Presidente da República, a quem A extradição está definida nos artigos 76 a 94 do
cabe resolver sobre a conveniência e a oportunidade da Estatuto do Estrangeiro, e constitui uma faculdade do País
expulsão e de sua revogação (art. 66). Uma vez decretada e concedê-la (“poderá ser”), como se depreende do art.76: “A
efetivada a expulsão, uma de suas graves conseqüências é extradição poderá ser concedida quando o governo
a impossibilidade do estrangeiro retornar ao Brasil. O requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer
1
retorno é crime, tipificado no Código Penal brasileiro , no ao Brasil a reciprocidade”. Baseia-se, pois, em pedido de
Capítulo dos Crimes contra a Administração da Justiça, cujo governo estrangeiro, fundamentado em tratado existente
art. 338 estabelece: “Reingressar no território nacional o com o Brasil ou em compromisso de reciprocidade.
estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusão, de um a A legislação brasileira é taxativa quanto às
quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o situações em que a extradição não será concedida (art. 77):
cumprimento da pena”. Somente a revogação, de I – se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição
competência exclusiva do Presidente da República, dessa nacionalidade se verificar após o fato que motivar o
permitirá seu regresso. pedido;
Ao Ministro da Justiça compete instaurar o II – quando o fato que está à base do pedido não
2
inquérito, que na maior parte das infrações , será sumário, for crime no Brasil ou no Estado requerente;
não excedendo ao prazo de 15 dias. É assegurado o direito III – nos casos em que o Brasil for competente,
de defesa, mas não cabe pedido de reconsideração. O segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao
Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, determinar a extraditando;
prisão, por noventa dias, do estrangeiro em processo de V – no caso em que o extraditando estiver
expulsão, podendo, igualmente, prorrogar tal medida por respondendo processo ou já houver sido condenado ou
outro igual período. Caso o processo não se conclua no absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se funda o
prazo de até 6 meses, o estrangeiro será posto em pedido de extradição;
liberdade vigiada e, se vier a descumprir as condições de VI – quando estiver a extinta a punibilidade pela
conduta impostas, pode ter sua prisão decretada prescrição de acordo com a lei brasileira ou a do Estado
novamente. requerente;
Conforme já referido em capítulo anterior, é VII – se o for pedida com base em crime político;
inexpulsável o estrangeiro que tenha cônjuge brasileiro, de mas essa exceção não impedirá a extradição, quando o
quem não esteja separado de direito ou de fato, ou filho crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato
brasileiro sob sua guarda e manutenção econômica (art. principal;
75). Contudo, o parágrafo 1º do mesmo artigo, ressalva que VIII – se o extraditando tiver que responder, no
não impedem a expulsão, a adoção ou reconhecimento de Estado requerente, perante um Tribunal ou Juízo de
filho brasileiro superveniente ao fato que a motivar. Exceção.
Igualmente, em se configurando o abandono do filho, o A apreciação do caráter da infração alegada pelo
divórcio ou a separação do casal, a expulsão poderá ocorrer Estado requerente é de competência exclusiva do Supremo
a qualquer tempo (Parágrafo 2º). Ainda com base no art. 75, Tribunal Federal (Art. 77, parágrafo 2º).
da lei 6815//80, não se procederá a expulsão se esta Importante ressaltar ainda que “nenhuma
implicar em extradição inadmitida pela lei brasileira. extradição será concedida sem o prévio pronunciamento do
Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade
Extradição e procedência, não cabendo recurso da decisão” (art. 83).
A extradição é o ato pelo qual um Estado faz a Aspecto que vem sendo mantido com pleno rigor
entrega, para fins de ser processado ou para a execução de pelo Supremo Tribunal Federal é a prisão do extraditando
uma pena, de um indivíduo acusado ou reconhecido ao longo de todo o processo, em cumprimento ao
culpável de uma infração cometida fora de seu território, a estabelecido no parágrafo único, do art. 84: “A prisão
outro Estado que o reclama e que é competente para julgá- perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal
lo e puni-lo. Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão
domiciliar, nem a prisão-albergue”.
1
Lei 2848, de 07 de dezembro de 1940.
2
Incluem-se os casos de infração contra a segurança nacional, a
ordem política ou social e a economia popular, assim como os
casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de
3
substância entorpecente ou que determine dependência física ou Ministério da Justiça: Guia para Orientação a estrangeiros no
psíquica, bem como o desrespeito a proibição especialmente Brasil, Departamento de Estrangeiros da Secretaria de Justiça ,
prevista me lei para estrangeiros. Brasília-DF, 1997.

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Para continuar...
Se o candidato, em sua preparação, visa dedicar
apenas mais 20 minutos ao estudo dessa matéria, sugere-
se a leitura dos seguintes documentos:
- Lei de Introdução ao Código Civil
- Artigos citados do CPC e da CF
- Leitura da Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados.
Para aquele que tiver quatro horas para uma leitura
complementar, é salutar consultar a jurisprudência do STF,
em especial: ADI-1480; AgCR 8279-4; HC 90.172-7, e os
seguintes tratados: Convenção de Viena sobre Sucessão de
Estados em Matéria de Bens, Arquivos e Dívidas do Estado,
de 1983, Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
de 1961, Convenção de Viena sobre Relações Consulares
de 1963, Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar, de Montego Bay, 1982 Convenção sobre os Direitos e
Deveres dos Estados, de Montevidéu, 1933, Carta da OEA,
Carta da ONU, Projeto da Comissão de Direito Internacional
das Nações Unidas sobre Responsabilidade Internacional
dos Estados, Tratado de Assunção, de 1991, Acordo
Constitutivo da Organização Mundial do Comércio, de 1994,
Entendimento para Solução de Controvérsias, de 1994,
Protocolo de Ouro Preto, de 1994, Protocolo de Olivos, de
2002. Todos estes tratados, à exceção da Convenção de
1983, estão em SALIBA, Aziz. Legislação de Direito
Internacional. 2. ed. Belo Horizonte: Rideel, 2007. Outra
fonte de pesquisa é o site www.cedin.com.br.
Para o candidato que pode investir mais tempo
para uma preparação mais completa, recomenda-se ler
ainda:
- Jurisprudência do STF: RE 80004; CR 9897; HC
72.131; RE 297.901; HC 74.383-8; HC 58.727.
- Jurisprudência do STJ: AgRResp 109210; HC
18.799.
- Jurisprudência em matéria de DIPrv, listada em
www.dip.com.br.
- FRAGA, Mirtô. O conflito entre o tratado e o
Direito Interno. São Paulo: Saraiva, 1998.
- LUPI, André L. P. B. O problema do depositário
infiel persiste: reflexões acerca da interpretação do art. 5º,
par. 3º da Constituição Federal. www.jusnavigandi.com.br
- RECHSTEINER, Beat Walter. Direito
Internacional Privado: Teoria e Prática. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
- REZEK, J. Francisco. Direito Internacional Público.
10. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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QUESTÕES 03. A embaixada de um estado estrangeiro localizada no


01. A sociedade empresária do ramo de comunicações Brasil contratou um empregado brasileiro para os
A Notícia Brasileira, com sede no Brasil, celebrou serviços gerais. No final do ano, não pagou o 13º
contrato internacional de prestação de serviços de salário, por entender que, em seu país, este não era
informática com a sociedade empresária Santiago Info, devido. O empregado, insatisfeito, recorreu à Justiça do
com sede em Santiago. O contrato foi celebrado em Trabalho. A ação foi julgada procedente, mas a
Buenos Aires, capital argentina, tendo sido estabelecido embaixada não cumpriu a sentença. Por isso, o
como foro de eleição pelas partes Santiago, se reclamante solicitou a penhora de um carro da
porventura houver a necessidade de resolução de litígio embaixada. Com base no relatado acima, o Juiz do
entre as partes. Trabalho decidiu
Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito (A) deferir a penhora, pois a Constituição atribui
Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução competência à justiça brasileira para ações de execução
às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto contra Estados estrangeiros.
processual civil pátrio (Código de Processo Civil – (B) indeferir a penhora, pois o Estado estrangeiro, no que
CPC), assinale a alternativa correta. diz respeito à execução, possui imunidade, e seus bens são
(A) No tocante à regência das obrigações previstas no invioláveis.
contrato, aplica-se a legislação chilena, já que Santiago foi (C) extinguir o feito sem julgamento do mérito por entender
eleito o foro competente para se dirimir eventual que o Estado estrangeiro tem imunidade de jurisdição.
controvérsia. (D) deferir a penhora, pois o Estado estrangeiro não goza
(B) Nos contratos internacionais, a lei que rege a de nenhuma imunidade quando se tratar de ações
capacidade das partes pode ser diversa da que rege o trabalhistas.
contrato. É o que se verifica no caso exposto acima.
(C) Como a execução da obrigação avençada entre as 04. Em janeiro de 2003, Martin e Clarisse Green,
partes se dará no Brasil, aplica-se, obrigatoriamente, no cidadãos britânicos domiciliados no Rio de Janeiro,
tocante ao cumprimento do contrato, a legislação brasileira. casam-se no Consulado-Geral britânico, localizado na
(D) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda Praia do Flamengo. Em meados de 2010, decidem se
expressamente o foro de eleição, razão pela qual é nula divorciar. Na ausência de um pacto antenupcial,
ipso jure a cláusula estabelecida pelas partes nesse sentido. Clarisse requer, em petição à Vara de Família do Rio de
Janeiro, metade dos bens adquiridos pelo casal desde a
02. Arnaldo Butti, cidadão brasileiro, falece em Roma, celebração do matrimônio, alegando que o regime legal
Itália, local onde residia e tinha domicílio. Em seu vigente no Brasil é o da comunhão parcial de bens.
testamento, firmado em sua residência poucos dias Martin, no entanto, contesta a pretensão de Clarisse,
antes de sua morte, Butti, que não tinha herdeiros argumentando que o casamento foi realizado no
naturais, deixou um imóvel localizado na Avenida consulado britânico e que, portanto, deve ser aplicado o
Atlântica, na cidade do Rio de Janeiro, para Júlia, neta regime legal de bens vigente no Reino Unido, que lhe é
de sua enfermeira, que vive no Brasil. Inconformada mais favorável. Com base no caso hipotético acima e
com a partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do nos termos da Lei de Introdução às Normas do Direito
falecido, que há dois anos vivia de favor no referido Brasileiro, assinale a alternativa correta.
imóvel, questiona no Judiciário brasileiro a validade do (A) O juiz brasileiro não poderá conhecer e julgar a lide, pois
testamento. Alega, em síntese, que, embora obedecesse o casamento não foi realizado perante a autoridade
a todas as formalidades previstas na lei italiana, o ato competente.
não seguiu todas as formalidades preconizadas pela lei (B) Clarisse tem razão em sua demanda, pois o regime de
brasileira. Com base na hipótese acima aventada, bens é regido pela lex domicilli dos nubentes e, ao tempo
assinale a alternativa correta. do casamento, ambos eram domiciliados no Brasil.
(A) Fernanda tem razão em seu questionamento, pois a (C) Martin tem razão em sua contestação, pois o regime de
sucessão testamentária de imóvel localizado no Brasil rege- bens se rege pela lei do local da celebração (lex loci
se, inclusive quanto à forma, pela lei do local onde a coisa celebrationis), e o casamento foi celebrado no consulado
se situa (lex rei sitae). britânico.
(B) Fernanda tem razão em questionar a validade do (D) O regime de bens obedecerá à lex domicilli dos
testamento, pois a Lei de Introdução às Normas do Direito cônjuges quanto aos bens móveis e à lex rei sitae (ou seja,
Brasileiro veda a partilha de bens imóveis situados no Brasil a lei do lugar onde estão) quanto aos bens imóveis, se
por ato testamentário firmado no exterior. houver.
(C) Fernanda não tem razão em questionar a validade do
testamento, pois o ato testamentário se rege, quanto
àforma, pela lei do local onde foi celebrado (locus regit GABARITO
actum). 01 B 02 C 03 B
(D) O questionamento de Fernanda não será apreciado,
pois a Justiça brasileira não possui competência para 04 B
conhecer e julgar o mérito de ações que versem sobre atos
testamentários realizados no exterior.

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DIREITO
PENAL

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DIREITO PENAL perigo atual, que não provocou por sua vontade nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

CRIME Nesse sentido, os requisitos necessários para


configurar estado de necessidade são:
Para que uma conduta seja considerada crime, são • Perigo atual.
necessários três requisitos: • Ameaça a direito próprio ou alheio.
• Fato típico • Inexigibilidade do sacrifício desse direito.
• Antijuridicidade • Situação não provocada voluntariamente pelo
• Culpabilidade sujeito.
• Elemento subjetivo, que consiste na consciência do
O fato típico consiste na previsão da conduta em lei. De agente de estar agindo em estado de necessidade.
acordo com o princípio da legalidade ou da reserva legal,
“não há crime sem lei anterior que o defina”. É importante considerar também que nos termos do
artigo 24 parágrafo 1º, não pode alegar estado de
A antijuridicidade (ou ilicitude) consiste na necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo,
contrariedade ao ordenamento jurídico. como no caso do bombeiro, por exemplo.

A princípio, todo fato típico é também antijurídico, a não


ser que seja praticado sob a égide de uma excludente de CULPABILIDADE
antijuridicidade. São elas:
• Legítima defesa É o terceiro requisito do crime, havendo teoria
• Estado de necessidade minoritária que defende que a culpabilidade seria somente
• Estrito cumprimento do dever legal uma condição necessária para a aplicação da pena.
• Exercício regular de um direito
A princípio, todo crime é culpável (reprovável), a não
As excludentes acima relacionadas são também ser que haja uma excludente de culpabilidade. São elas:
denominadas excludentes de ilicitude ou excludentes de • Menoridade
criminalidade. • Doença mental
• Embriaguez acidental
• Coação moral irresistível
LEGÍTIMA DEFESA • Obediência hierárquica

Por excluir a antijuridicidade da conduta, não há crime O menor de 18 anos, ao cometer um crime, não sofre
na prática de fato em legítima defesa. pena, mas sim MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA.

Nos termos do artigo 25 do Código Penal, entende-se O doente mental, ao cometer um crime, não sofre pena,
em legítima defesa quem, usando moderadamente dos mas sim MEDIDA DE SEGURANÇA.
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem.
MEDIDA DE SEGURANÇA
Assim, os requisitos necessários à caracterização da
legítima defesa são os seguintes: É uma sanção aplicada aos inimputáveis por doença
mental. Pode ser de dois tipos:
• Agressão atual ou iminente. • Internação em hospital de custódia e tratamento
• Agressão injusta. psiquiátrico.
• Direito próprio ou alheio. • Tratamento ambulatorial.
• Uso dos meios necessários.
• Moderação no uso desses meios. Na prática, por parte do doente mental, de crime cuja
• Elemento subjetivo, que consiste na consciência do pena é reclusão, a medida de segurança deve ser a
agente de estar agindo para salvar direito próprio ou alheio. internação em hospital psiquiátrico.

No entanto, se a pena cominada for de detenção, o juiz


ESTADO DE NECESSIDADE poderá submeter o doente mental ao tratamento
ambulatorial, nos termos do artigo 97 do Código Penal.
Por excluir a antijuridicidade da conduta, não há crime
se o agente comete o fato em estado de necessidade. A medida de segurança, ao contrário da pena, não tem
prazo fixo, ficando o doente mental ficar internado no
Segundo o artigo 24 do Código Penal, considera-se em hospital psiquiátrico por tempo indeterminado.
estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de

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Até mesmo o limite máximo de 30 anos não se aplica Assim, se o agente, com 17 anos, atirar em alguém, e a
às medidas de segurança, uma vez que somente vale para vítima somente morrer dois anos depois, não se fala em
a execução das penas privativas de liberdade. aplicação de pena, em decorrência da menoridade no
tempo da ação.
A execução da medida de segurança encontra-se
sujeita à avaliação da periculosidade do agente. LUGAR DO CRIME

Nesses termos, em um prazo mínimo de 1 a 3 anos Considera-se praticado o crime no lugar em que
será realizado exame de cessação de periculosidade, ocorreu a ação ou omissão e também no local onde se
finalizando a execução da medida de segurança em caso de produziu o resultado.
aprovação.
Em relação ao lugar do crime, o nome da teoria
Em caso de reprovação, esse mesmo exame será adotada pelo Direito brasileiro é teoria mista ou teoria da
realizado anualmente, ou a qualquer tempo (desde que ubiqüidade.
determinado pelo juiz), até que o doente mental não seja
mais considerado perigoso e tenha condições de voltar ao PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
convívio social.
Trata-se da regra geral de aplicação da lei brasileira.
É importante considerar que o término da medida de
segurança pela cessação de periculosidade será sempre Segundo este princípio, aplica-se a lei brasileira quando
condicional. Assim, a medida de segurança pode ser o crime (pode ser ação ou resultado) for cometido no
restabelecida se, no prazo de 1 ano, o doente mental pratica território brasileiro.
fato indicativo da persistência da sua periculosidade.
EXTRATERRITORIALIDADE

DIFERENÇA ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO Exceção, segundo a qual em alguns casos a lei
brasileira é aplicável mesmo que o crime ocorra totalmente
Crime e contravenção são duas espécies de fora do território brasileiro.
infração penal. Essas espécies não apresentam
diferenças significativas entre si, cabendo ao legislador Os casos de extraterritorialidade estão previstos no
definir se determinado fato é crime ou contravenção. artigo 7º do Código Penal e, entre eles, podemos citar:

O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal • Crimes contra a vida ou liberdade do presidente da
(Decreto-Lei nº 3.914/41) assim os definiu: república
• Crimes contra bens da União, Estados, municípios,
“Considera-se crime a infração penal que a lei comina autarquias (...)
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
• Crimes contra administração pública, por quem
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina,
está a seu serviço
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou • Genocídio (brasileiro ou domiciliado no Brasil)
ambas. alternativa ou cumulativamente.”

Assim, a diferença entre ambos é a pena aplicada. TENTATIVA


Ao crime, reclusão e detenção; às contravenções, prisão
simples ou apenas a pena de multa. Considera-se o crime tentado quando, iniciada a
execução, esta não se consuma por CIRCUNSTÂNCIAS
Assim, a contravenção é uma infração penal de ALHEIAS à vontade do agente.
menor intensidade, de menor potencial lesivo para a
sociedade. Alguns autores a definem como crime-anão. A tentativa pode ser de duas espécies:
• Perfeita: quando o agente pratica todos os atos
Elas estão definidas no Decreto-lei 3.688/41, executórios e, por circunstância alheia, o resultado não
também conhecido como Lei das Contravenções Penais. acontece.
Entre elas, podemos citar: jogo do bicho, mendicância, • Imperfeita: quando a execução é interrompida por
perturbação da tranqüilidade, uso ilegítimo de uniforme, circunstâncias alheias à vontade do agente.
etc.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
TEMPO DO CRIME
E ARREPENDIMENTO EFICAZ
Considera-se praticado o crime no tempo da ação,
ainda que outro seja o momento do resultado.

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Se os atos executórios forem interrompidos por desejo levianamente que esse resultado não aconteça, trata-se de
do agente, não se fala em tentativa, mas em DESISTÊNCIA culpa consciente.
VOLUNTÁRIA.

Se, mesmo tendo realizado todos os atos executórios, o


agente impede que o resultado se produza, não se fala em
tentativa, mas em ARREPENDIMENTO EFICAZ.

Tanto na desistência voluntária como no


arrependimento eficaz, o agente não responde por tentativa,
mas apenas pelos atos já praticados.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR
(ARTIGO 16 DO CP)

Ocorre quando, nos crimes cometidos sem violência ou


grave ameaça à pessoa, o agente repara o dano ou restitui
a coisa até o recebimento da denúncia ou queixa.

É uma causa de diminuição de pena, reduzindo-a de


um a dois terços.

CRIME IMPOSSÍVEL

Situação em que a consumação do crime não é


possível por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, como atirar em um cadáver, por
exemplo.

Se o meio for relativamente ineficaz, a tentativa será


punível, como no caso de uma arma que eventualmente não
disparou, mas que encontra-se em estado razoável de
funcionamento.

CRIME DOLOSO

É aquele em que o agente quer o resultado ou assume


o risco de produzi-lo. Temos então duas espécies de dolo:
• Dolo direto: quer o resultado
• Dolo eventual: quando assume o risco.

Para “assumir o risco”, o agente deve prever o


resultado e aceitar a possibilidade da sua produção.

CRIME CULPOSO

É aquele em que o agente não quer o resultado, mas


este acontece por imprudência, negligência ou imperícia.

Assim, são três as modalidades de culpa:


• Imprudência: ação sem a devida cautela.
• Negligência: omissão
• Imperícia: incapacidade no exercício da profissão.

Se o agente não prevê o resultado, trata-se de culpa


inconsciente. Se o agente prevê, mas não aceita, esperando

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES


CONCURSO DE PESSOAS
• Crime instantâneo: é aquele que se consuma num
determinado momento, sem se prolongar no tempo. Ex:
homicídio.
CONCURSO NECESSÁRIO E EVENTUAL

• Crime permanente: é aquele em que a * Concurso Necessário: o concurso de pessoas é


consumação se prolonga no tempo, sendo que a qualquer descrito pelo próprio tipo penal, como no delito de formação
momento o agente pode ser preso em flagrante. Ex: de quadrilha.
seqüestro, em que a consumação acontece por todo o
* Concurso Eventual: não faz parte do tipo a quantidade
período em que a vítima está sendo mantida em cativeiro.
de pessoas, podendo ser praticado por apenas um agente.
• Crime comissivo: aquele que ocorre através de
uma ação.
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO
• Crime omissivo: aquele que ocorre através de uma * Autor: é o sujeito que executa a conduta expressa
omissão. Pode ser próprio (omissão de socorro) ou pelo verbo típico da figura delitiva. É quem mata, subtrai
impróprio (homicídio praticado por uma mãe que deixa de etc., ou o mandante (autor intelectual). Trata-se da teoria do
amamentar o filho). domínio final do fato.

• Crime material: precisa do resultado para a sua * Partícipe: é o sujeito que, não praticando atos
consumação, tais como homicídio (em que é necessário que executórios do crime, concorre de qualquer modo para a
ocorra a morte) sua realização (induzindo, instigando, etc). Não tem poder
de decisão sobre a execução ou consumação do crime.
• Crime formal: não precisa do resultado para
consumar. É também chamado crime de consumação
antecipada, como a extorsão (art. 158 do CP), em que o PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE
simples constrangimento já consuma o delito, sem a Participação de menor importância: art. 29 § 1º, apenas
necessidade de obter a vantagem.
para o partícipe, quando a sua participação não for decisiva
para o delito (apenas vigiou um roubo, por exemplo).
• Crime unissubsistente: quando a conduta é
composta apenas de um ato, não podendo ser fracionado. Cooperação dolosamente distinta: art. 29, § 2º, em que
Esse tipo de crime não admite a tentativa. Exemplo: injúria o partícipe que deseja participar de crime menos grave
quando praticada verbalmente. responderá apenas por este. A pena será aumentada até a
metade se o resultado mais grave for previsível.
• Crime plurissubsistente: quando a conduta pode
ser fracionada em vários atos, admitindo a forma tentada.
COMUNICAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS
• Crime comum: pode ser praticado por qualquer PESSOAIS
pessoa. Ex: homicídio, furto, roubo, etc.
Como regra geral, as circunstâncias pessoais não se
• Crime próprio: exige uma qualidade especial do comunicam (atenuante de ser maior de 70 anos, por
sujeito ativo. Ex: auto-aborto (mulher grávida), peculato exemplo), a não ser que sejam circunstâncias elementares
(funcionário público). do crime (crimes próprios).

• Crime habitual: aquele em que a consumação Um particular, quando auxilia um funcionário público na
somente acontece quando configurada a habitualidade, com subtração de um bem móvel da administração, responde
uma reiteração costumeira dos atos. Ex: formação de por peculato, uma vez que a circunstância elementar de ser
quadrilha. funcionário público comunica-se para ele.

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PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE


CONCURSO DE CRIMES
Podem ser de reclusão ou detenção, sendo que não há
diferença significativa entre ambas. São termos utilizados
CONCURSO MATERIAL somente para determinar os regimes iniciais de
cumprimento de pena.
Ocorre quando o agente, através de MAIS DE UMA
AÇÃO OU OMISSÃO, pratica dois ou mais crimes. Nesse • A reclusão pode ser cumprida inicialmente em
caso, somam-se as penas dos crimes cometidos. regime fechado, semi-aberto ou aberto.

• A detenção pode ser cumprida inicialmente em


CONCURSO FORMAL
regime semi-aberto ou aberto.
Ocorre quando o agente, através de UMA AÇÃO OU
O regime semi-aberto consiste no cumprimento da
OMISSÃO, pratica dois ou mais crimes.
pena nas colônias agrícolas ou industriais.
Pode ser:
O regime aberto consiste no cumprimento da pena na
• Próprio: quando a intenção do agente é única,
casa do albergado – local onde o condenado deve se
situação em que se aplica a mais grave das penas
recolher somente durante o período noturno ou dias de
aumentada de um sexto até a metade.
folga, trabalhando normalmente durante o dia.
• Impróprio: quando o agente tem várias intenções
O regime inicial será determinado pelo juiz, na sentença
(desígnios autônomos), situação em que as penas são
condenatória, de acordo com as regras do artigo 33 § 2º do
aplicadas cumulativamente.
CP.

CRIME CONTINUADO
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Ocorre quando o agente pratica dois ou mais crimes da
MESMA ESPÉCIE e, pelas condições de tempo, lugar, Não se aplicam de imediato, mas apenas em
maneira de execução, os subseqüentes podem ser substituição às penas privativas de liberdade, nas hipóteses
considerados como continuação do primeiro. do artigo 44 do CP.

Nesse caso, aplica-se a pena de um dos crimes, Assim, as penas restritivas de direito são aplicáveis
aumentada de um sexto até dois terços. nas condenações não superiores a 4 anos, quando o crime
for doloso e sem violência ou grave ameaça à pessoa ou
nos crimes culposos em geral.
PENAS
Nos termos do artigo 44 §2º, se a condenação for igual
CONCEITO ou inferior a 1 ano, poderá haver substituição por multa ou
por uma pena restritiva de direitos.
É a sanção imposta pelo Estado ao autor de uma
infração penal, desde que presente o requisito da Se a condenação for superior a 1 ano, poderá haver
culpabilidade. substituição da privativa de liberdade por uma pena
restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de
OBJETIVOS direitos.
• Punição
As penas restritivas de direitos são:
• Prevenção
• Prestação de serviços à comunidade: consiste no
• Reintegração Social
trabalho gratuito a hospitais, escolas, entidades
assistenciais, etc. O trabalho geralmente é executado em
ESPÉCIES uma hora por dia de condenação, não comprometendo a
• Penas Privativas de Liberdade jornada de trabalho do condenado.
• Penas Restritivas de Direitos
• Pena de Multa • Interdição temporária de direitos: proibição do
exercício de profissão, atividade ou ofício relacionado com a
infração, bem como suspensão da habilitação para dirigir
veículos.

• Limitação de fim de semana: consiste na obrigação


de permanecer nos finais de semana na casa do albergado

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ou outro estabelecimento adequado para palestras Na causa de diminuição de pena, não há alteração da
educativas. pena base. O crime, portanto, continua o mesmo, sendo que
a pena correspondente será aumentada ou diminuída por
• Prestação pecuniária: pagamento em dinheiro para uma FRAÇÃO.
a vítima, seus dependentes ou entidade assistencial de
importância fixada pelo juiz entre 1 e 360 salários mínimos. Exemplificando, temos o artigo 155 parágrafo 1º,
segundo o qual a pena correspondente ao furto simples
• Perda de bens e valores: consiste na perda, em será aumentada de UM TERÇO, quando o crime é cometido
favor do Fundo Penitenciário Nacional, de bens e valores durante o repouso noturno.
pertencentes ao condenado, tendo como limite máximo o
prejuízo causado ou provento obtido pelo condenando em
decorrência do crime. ERRO DE TIPO

Ocorre quando o agente possui uma falsa apreciação


PENA DE MULTA da realidade, errando sobre uma circunstância do tipo penal.

Pagamento ao Fundo Penitenciário de quantia fixada Como exemplo, temos o caso do caçador que tem a
na sentença condenatória e calculada em dias-multa (artigo certeza de atirar em sua caça, quando na verdade atirava
49 do CP). em um homem.

Poderá ser aplicada como pena única, cumulativa, Pode ser de dois tipos:
alternativa, ou ainda poderá substituir a pena privativa de • Inevitável: situação em que o agente fica isento de
liberdade igual ou inferior a 1 ano. pena.
• Evitável: situação em que o agente responde na
modalidade culposa.
DOSIMETRIA DA PENA

No Direito Penal Brasileiro, a aplicação da pena é ERRO DE PROIBIÇÃO


realizada em três fases (sistema trifásico), assim divididas:
Ocorre quando o agente erra em relação ao caráter
• Primeira fase: fixação da PENA BASE (pena prevista ilícito do fato, imaginando que determinada conduta
no Código), nos termos do artigo 59 do CP. Nessa criminosa não é proibida.
fase, o juiz deve respeitar os limites mínimo e
máximo. Pode ser de dois tipos:
• Inevitável: situação em que o agente fica isento de
• Segunda fase: ATENUANTES e AGRAVANTES, pena.
segundo os artigos 61 e 65 do CP. Nessa fase, o juiz • Evitável: causa de diminuição de pena de um sexto
aumenta ou diminui a pena base, mas ainda deve a um terço.
respeitar os limites mínimo e máximo previstos no
Código.
ERRO NA EXECUÇÃO
• Terceira fase: CAUSAS DE AUMENTO e
DIMINUIÇÃO DE PENA (podem aparecer na Parte Encontra-se previsto no art. 73 do CP. Ocorre quando o
Geral ou Especial, em forma de fração). Nessa fase, agente, por erro no uso dos meios de execução, acaba
o juiz pode ultrapassar os limites mínimo e máximo acertando pessoa diversa da que pretendia.
previstos no Código.
Nessa situação, o agente responde como se tivesse
praticado o crime contra a pessoa que pretendia atingir, com
DIFERENÇA ENTRE QUALIFICADORA E as qualificadoras e agravantes correspondentes.
CAUSA DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA
Caso ambas as pessoas sejam atingidas, aplica-se a
Na qualificadora, há uma mudança da pena base. regra do concurso formal.
Assim, o crime qualificado constitui outro crime, diferenciado
do comum. É também conhecido como aberratio ictus.

É o caso, por exemplo, do artigo 155 parágrafo 4º do


Código Penal, que comina a pena de 2 a 8 anos para o furto RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO
qualificado, enquanto que para o furto simples a pena
correspondente é de 1 a 4 anos. Encontra-se previsto no art. 74 do CP. Ocorre quando o
agente, por erro no uso dos meios de execução, acaba
praticando delito diverso do que pretendia.

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Nessa situação, o agente responde pelo crime Não haverá reincidência se, mesmo com a prática de
cometido na modalidade culposa. Caso ambos os crimes crime anterior, houver decorrido mais de 5 anos entre a data
sejam cometidos, aplica-se a regra do concurso formal. do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior.
Nesse caso, o agente é TECNICAMENTE PRIMÁRIO.
É também conhecido como aberratio delicti.
Não geram reincidência:
• Contravenções;
• Condenação após 5 anos;
LIVRAMENTO CONDICIONAL • Casos de perdão judicial;

Concessão de liberdade antecipada ao condenado


após o cumprimento de parte da pena, mediante
PRESCRIÇÃO
determinadas condições fixadas pelo juiz, desde que este
preencha certos requisitos.
É a perda do direito do Estado de punir ou executar a
pena pelo decurso do tempo.
É um direito subjetivo do condenado e não uma
faculdade do juiz.
Espécies de prescrição:
• Prescrição da pretensão punitiva
CUMPRIMENTO DE PARTE DA PENA
• Prescrição da pretensão executória
Para obter o livramento condicional, é necessário
que o condenado cumpra parte da pena. A quantidade de
pena a ser cumprida depende da sua situação, nos
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
seguintes termos: • Consiste na perda do direito de punir pelo Estado.
• Ocorre antes do trânsito em julgado da sentença
• Mais de 1/3 – primário e bons antecedentes condenatória.
• Mais de 1/2 – reincidente • Regula-se pelo máximo da pena abstrata cominada
• Mais de 2/3 – condenado por crime hediondo ou ao crime.
equiparado, desde que não seja reincidente específico.

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA


• Consiste na perda do direito de executar a pena
SUSPENSÃO CONDICIONAL pelo Estado.
DA PENA (SURSIS) • Ocorre depois do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
Consiste na suspensão do cumprimento da pena • Regula-se pela pena concreta.
privativa de liberdade mediante condições, desde que o
condenado preencha determinados requisitos, previstos no Prescrição etária: quando o condenado for menor de 21
artigo 77 do CP. ou maior de 70 anos, os prazos prescricionais serão
reduzidos pela metade.
A suspensão é concedida na própria sentença
condenatória, não havendo cumprimento de parte da pena. Se o agente for reincidente, o prazo da prescrição
executória é aumentado de um terço.
Trata-se de direito subjetivo do condenado, e não de
faculdade do juiz. Há certas causas que interrompem a prescrição (artigo
117 do CP), tais como o recebimento da denúncia, a
Como regra geral, o sursis pode ser concedido para pronúncia, sentença recorrível.
penas até 2 anos, com exceção para os crimes ambientais
(3 anos) e no sursis etário (4 anos). No caso de CONCURSO DE CRIMES, a prescrição
será analisada isoladamente em relação a cada crime.

REINCIDÊNCIA A pena de multa prescreve em 2 anos se for a única


aplicada, e no mesmo prazo das penas privativas de
É uma das espécies de agravante, prevista no artigo 63 liberdade quando for aplicada cumulativamente.
do Código Penal, ocorrendo quando o agente, condenado
por crime anterior com sentença transitada em julgado volta Alguns crimes, por disposição constitucional, são
a delinqüir. imprescritíveis:
• Racismo;
Não haverá reincidência se o agente foi condenado • Ação de grupos armados civis ou militares contra a
anteriormente por contravenção, uma vez que a lei refere-se ordem constitucional e o Estado democrático.
apenas a crime.

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DECADÊNCIA Trata-se de crime hediondo, nos termos do artigo 1º da


Lei 8.072/90.
É a perda do direito do ofendido ou seu representante
legal de oferecer representação ou queixa-crime, pelo As qualificadoras previstas nos incisos I, II e V são de
decurso do tempo. natureza subjetiva, tendo relação com os motivos do crime.
Assim, é qualificado o homicídio praticado mediante
Como regra geral, o prazo decadencial é de 6 meses, recompensa, por motivo torpe (reprovável), por motivo fútil
contados do conhecimento do autor do crime. ou para assegurar a execução ou ocultação de outro crime.

Nos crimes de imprensa o prazo é de 3 meses, As demais qualificadoras dizem respeito à forma de
contados da publicação ou transmissão da notícia. execução do homicídio. Assim, também é qualificado o
homicídio cometido com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio cruel, bem como por
meio de traição, emboscada ou recurso que torne
PEREMPÇÃO impossível a defesa da vítima (matar dormindo, por
exemplo).
É a perda do direito de prosseguir na ação penal
privada, por inércia processual do querelante. As qualificadoras alteram a própria pena base do crime,
passando o agente a ser punido com reclusão de 12 a 30
Ocorre nas seguintes situações, previstas no artigo 60 anos.
do Código de Processo Penal:

• Quando o querelante deixar de promover o HOMICÍDIO CULPOSO QUALIFICADO


andamento do processo durante 30 dias seguidos.
• Quando, falecido o querelante, não comparecerem Ocorre quando o crime resulta de inobservância de
em juízo as pessoas qualificadas em 60 dias. regra técnica de profissão, arte ou ofício (imperícia), ou se o
• Quando o querelante deixar de comparecer, sem agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
motivo justo, a qualquer ato do processo a que deva procura diminuir as conseqüências do seu ato ou foge para
estar presente. evitar prisão em flagrante.
• Quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta
se extinguir sem deixar sucessor. Nessas situações, a pena do homicídio culposo simples
(1 a 3 anos) é aumentada de um terço.

HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL


SEGUIDA DE MORTE
PARTE ESPECIAL
A diferença entre essas figuras encontra-se na intenção
do agente. No homicídio, o agente possui o animus necandi,
HOMICÍDIO
ou seja, a intenção de matar a vítima.
O crime de homicídio, previsto no artigo 121 do CP,
Por outro lado, lesão corporal seguida de morte, a
possui as seguintes formas:
intenção se revela apenas no sentido de provocar a lesão,
• Simples (caput)
mas o agente acaba se excedendo e provoca a morte, com
• Privilegiado (§1º)
dolo no antecedente e culpa no conseqüente. Trata-se de
• Qualificado (§2º) caso típico de CRIME PRETERDOLOSO.
• Culposo (§3º)
• Culposo qualificado (§4º)
CALÚNIA

HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Para a caracterização da calúnia (artigo 138 do CP),


são necessários dois requisitos:
Ocorre nos casos de relevante valor social ou moral • Imputação falsa de um FATO
(como no caso do pai que mata o estuprador da filha), ou • Esse fato deve configurar um CRIME.
mediante violenta emoção, logo após injusta provocação da
vítima. Nessas situações, há uma causa especial de É necessário, pois, que se descreva um fato
diminuição de pena de um sexto a dois terços. (acontecimento). Não basta chamar de ladrão, assassino,
situações essas que configuram a injúria.
HOMICÍDIO QUALIFICADO

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DIFAMAÇÃO pessoa, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a


detenção da coisa para ele ou para terceiro.
Para a caracterização da difamação (artigo 139 do CP),
são necessários dois requisitos: No parágrafo 2º do artigo 157, estão previstas cinco
• Imputação de um FATO causas especiais de aumento de pena (um terço). São elas:
• Esse fato deve ser ofensivo à reputação. • Emprego de arma.
Assim, na difamação, o fato apontado não configura • Concurso de duas ou mais pessoas.
crime, mas somente ofende a reputação da vitima, como por • Vítima em serviço de transporte de valores.
exemplo afirmar que esta vem mantendo relações • Subtração de veículo automotor transportado para
homossexuais com determinada pessoa. outro Estado ou exterior.
• Manutenção da vítima em seu poder.

INJÚRIA
LATROCÍNIO
Para a caracterização da injúria (artigo 140 do CP), não
é necessária a imputação de qualquer fato, mas tão
Previsto no artigo 157 § 3º do Código Penal, consiste
somente ofender a dignidade ou o decoro de alguém.
em roubo seguido de morte. É considerado hediondo pelo
Assim, qualificar a vítima de ladrão, assassino, gay,
artigo 1º da Lei 8.072/90.
prostituta, seja de forma oral, escrita ou até mesmo valendo-
se de gestos constitui o crime de injúria.
Não é da competência do Tribunal do Júri, uma vez que
é considerado crime contra o patrimônio, e não contra a
vida.
FURTO

Consiste em subtrair coisa alheia móvel, sem violência CORRUPÇÃO ATIVA


ou grave ameaça.
Crime previsto no artigo 333 do Código Penal, nos
A consumação ocorre somente com a posse tranqüila
seguintes termos: “oferecer ou prometer vantagem a
da coisa, quando esta sai da esfera de disponibilidade da
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
vítima. Assim, se houver perseguição policial, haverá
retardar ato de ofício”.
apenas tentativa, e não furto consumado.
Trata-se, portanto, de crime comum, que pode ser
Espécies de furto:
cometido por qualquer pessoa.
Simples
Durante o repouso noturno, situação em que a
Ocorre a consumação com o oferecimento da
pena sofre aumento de um terço.
vantagem, sendo irrelevante a aceitação da mesma pelo
Privilegiado, quando o agente é primário e a coisa
funcionário público. No entanto, se este realmente retarda,
furtada é de pequeno valor.
omite ou pratica o ato funcional em desacordo com a lei, a
Qualificado, quando praticado com destruição ou
pena é aumentada de um terço.
rompimento de obstáculo, abuso de confiança,
fraude, escalada, destreza, chave falsa ou em
concurso de agentes.
CORRUPÇÃO PASSIVA

ROUBO Delito previsto no artigo 317, a seguir transcrito:


“solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
Consiste em subtrair coisa alheia móvel, com violência
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
ou grave ameaça.
aceitar promessa de tal vantagem.”
A consumação ocorre da mesma maneira que o furto,
Trata-se de crime próprio, uma vez que apenas pode
ou seja, quando o agente detém a posse tranqüila da coisa.
ser praticado por funcionário público.
Possui duas formas típicas simples:
A simples solicitação ou aceitação da promessa já
consuma o delito de corrupção passiva, não sendo
Roubo próprio – previsto no caput do artigo 157, é a
imprescindível receber a vantagem. Se o funcionário
forma clássica de roubo, na qual o agente, valendo-se da
efetivamente deixa de praticar ou retarda ato funcional, a
violência ou grave ameaça, subtrai coisa alheia móvel.
pena é aumentada de um terço.
Roubo impróprio – previsto no parágrafo 1º do artigo
O particular que oferece a vantagem ao funcionário
157, ocorre quando o sujeito, logo após subtrair coisa
público comete o crime de corrupção ativa.
alheia, emprega violência ou grave ameaça contra a

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É necessário também que fique configurada certa


No entanto, o particular que auxilia o funcionário público habitualidade, estabilidade, permanência entre os membros
na solicitação ou no recebimento da vantagem, comete da associação.
também o crime de corrupção passiva, uma vez que a
circunstância elementar (funcionário público) a ele se Esse requisito pode ser verificado pela expressão “para
comunica. cometer crimes”, prevista no final do artigo citado.

Assim, se houve a reunião dos agentes em apenas


uma ocasião, para cometer delitos específicos, trata-se
CONCUSSÃO apenas de concurso de pessoas, e não do delito de
associação criminosa.
Crime descrito no artigo 316 do Código Penal, nos
seguintes termos: “exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de CRIMES HEDIONDOS
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”.
O critério para classificar um crime como hediondo é
Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser estritamente legal. Assim, crime hediondo são os previstos
cometido por funcionário público. nos incisos do artigo 1º da Lei 8.072/90, a seguir
relacionados:
A diferença entre concussão e corrupção passiva
encontra-se no núcleo do tipo. Enquanto na corrupção • Homicídio quando praticado em atividade típica de
passiva o funcionário público solicita, na concussão este grupo de extermínio e homicídio qualificado.
exige a vantagem indevida. • Latrocínio.
• Extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante
seqüestro e na forma qualificada.
PREVARICAÇÃO • Estupro.
• Epidemia com resultado morte.
A prevaricação encontra-se no artigo 319 do Código • Falsificação, corrupção, adulteração, alteração de
Penal, nos seguintes termos: “retardar ou deixar de praticar produtos destinados a fins terapêuticos ou
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, medicinais.
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. • Genocídio.

Trata-se de crime próprio, uma vez que somente pode Temos também os crimes equiparados a hediondos,
ser cometido por funcionário público. que juridicamente não são hediondos, mas apresentam os
mesmos efeitos. São eles a tortura, o tráfico ilícito de
É também crime unilateral, uma vez que o funcionário entorpecentes e drogas afins e o terrorismo.
público atua contra o seu dever funcional não visando
receber qualquer tipo de vantagem, mas por interesse ou Os efeitos dos crimes hediondos e equiparados a
sentimento pessoal, tais como amizade, ódio, inveja, entre hediondos encontram-se previstos na Lei 8.072/90, e são os
outros. seguintes:

Proibição da anistia, graça e indulto.


ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA Proibição de fiança
Progressão de regime com 2/5 para o réu primário
O delito de associação criminosa encontra-se previsto e 3/5 para o reincidente.
no artigo 288 do CP (modificado pela Lei 12.850/13), nos Prisão temporária de 30 dias prorrogável por mais
seguintes termos: 30.
Livramento condicional somente pode ser obtido
“Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim com o cumprimento de 2/3 da pena.
específico de cometer crimes:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Há também um benefício: apesar de não ser a regra,
em caso de sentença condenatória, o juiz poderá permitir
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a que o réu apele em liberdade.
associação é armada ou se houver a participação de
criança ou adolescente.” Antigamente, havia a proibição para a liberdade
provisória. Essa proibição foi revogada pela Lei 11.464/07,
Assim, é necessária a presença mínima de três em função do princípio da presunção de inocência.
pessoas, sendo que para esse número consideram-se os
menores doentes mentais, etc, tendo em vista que a lei não
faz distinção.

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crimes de diferentes espécies, e pelas condições de


QUESTÕES tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos
01) De acordo com o Código Penal Brasileiro, assinale como continuação do primeiro.
a alternativa ERRADA. b) São excludentes da culpabilidade o estado de
a) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há necessidade e a legítima defesa.
pena sem prévia cominação legal. c) Ocorre concurso material quando o agente, mediante
b) Considera-se praticado o crime no momento da ação uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
ou omissão, ainda que outro seja o momento do idênticos ou não.
resultado. d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
c) Considera-se praticado o crime no lugar em que responde o agente que o houver causado ao menos
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem culposamente.
como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado. 06) ZEUS, marido de THEMIS, era conhecido na
d) A emoção ou a paixão excluem a imputabilidade penal. comunidade pelas cenas de ciúmes que
protagonizava. A esposa, cansada da situação,
02) Segundo o artigo 28 do Código Penal exclui a solicitou um tempo para que pudessem rever o
imputabilidade penal a embriaguez completa pelo relacionamento. Com objetivo de reverter a
álcool ou substâncias de efeitos análogos, quando: situação, Zeus encomendou um jantar e, na
a) preordenada. ocasião, ministrou no prato preferido da esposa
b) culposa. poderoso veneno. No entanto, após vê-la ingerir
c) voluntária. parte da refeição, ele tomou providências no
d) acidental. sentido de socorrê-la e salvá-la, conseguindo seu
intento. Como se enquadraria a conduta praticada
03) Assinale a alternativa CORRETA. por Zeus?
a) As leis excepcionais são aquelas que possuem vigência a) Tentativa de homicídio privilegiado.
previamente fixada pelo legislador. Consumado o lapso b) Tentativa de homicídio qualificado.
temporal, nova lei determina sua revogação. c) Arrependimento eficaz.
b) Josué, ao pretender envenenar Tibúrcio, mistura d) Desistência voluntária.
veneno em sua bebida enquanto o mesmo não está
presente. No entanto, antes do mesmo começar a 07) De acordo com o Código Penal Brasileiro, assinale
beber, Josué propositadamente esbarra no copo, a alternativa ERRADA.
perdendo-se seu conteúdo. Trata-se de crime a) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de
impossível. caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
c) Dá-se a embriaguez pré-ordenada (a exemplo da actio b) Entende-se em legítima defesa quem, usando
libera in causa), quando o agente coloca-se em estado moderadamente dos meios necessários, repele injusta
de inconsciência ou incapacidade de auto-controle para agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
assim cometer um crime. c) Pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever
d) A lei posterior mais benéfica cessa a execução e os legal de enfrentar o perigo.
efeitos penais e civis da sentença condenatória. d) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
salvo disposição expressa em contrário, não são
04) Assinale a alternativa INCORRETA. puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
a) Dentre as penas de interdição temporária de direitos tentado.
está a proibição do exercício de função pública, a qual
não se confunde com a perda de função pública, que 08) Uma "pegadinha" de popular programa de TV
constitui efeito específico da condenação. consistia em convidar uma "vítima" para visita a um
b) As penas restritivas de direito, que são sempre sítio ecológico, onde, a certa altura, um ator,
substitutivas, são: prestação pecuniária, perda de bens fantasiado de gorila, saltava inospinadamente de
e valores, prestação de serviços à comunidade ou a trás de um arbusto, grunhindo e gesticulando como
entidades públicas, interdição temporária de direitos e se, fosse atacar o incauto. Este, em geral, fugia
limitação de final de semana. apavorado, arrancando gargalhadas dos
c) A medida de segurança trata-se de pena aplicável aos espectadores. Uma das "vítimas", porém, mesmo
inimputáveis e semi-imputáveis. assustada, conseguiu apanhar um porrete, com ele
d) A decadência é a perda do direito da ação penal desferindo violento golpe na cabeça da "fera", que
privada (queixa-crime) ou representação, pelo não desabou no solo. A violência do golpe provocou
exercício no prazo legal. concussão cerebral, com risco de vida para o ator,
que, todavia, recuperou-se totalmente.
05) De acordo com o Código Penal Brasileiro, assinale Considerando que a "vítima" da brincadeira julgava
a alternativa CORRETA. mesmo estar diante de perigoso animal, a hipótese
a) Ocorre o crime continuado quando o agente, mediante configura, na sistemática da nossa lei penal:
mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais

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a) erro na execução (aberratio ictus). 12) De acordo com o Código Penal brasileiro, assinale a
b) resultado diverso do pretendido (aberratio delicti). alternativa CORRETA:
c) erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição). I. conceitua-se a tentativa perfeita, também chamada
d) erro de tipo. crime falho, quando a fase de execução do delito é
integralmente realizada pelo agente, mas o
09) O regime de prisão, em regime fechado, admite: resultado não se verifica por circunstâncias alheias
a) que o condenado fique sujeito a trabalho em comum a sua vontade, e imperfeita quando a execução do
colônia agrícola. crime é interrompida por circunstâncias alheias à
b) que o condenado deverá trabalhar sem vigilância. vontade do agente;
c) a freqüência a curso superior. II. a abolitio crime trata-se de causa de extinção da
d) o trabalho externo em serviços ou obras públicas. punibilidade e ocorre quando uma lei posterior
deixa de considerar como crime um fato que era
10) Assinale a alternativa CORRETA. anteriormente punido, acarretando a cessação dos
a) O instituto da abolitio criminis, causa de extinção da efeitos penais e civis da sentença condenatória;
punibilidade que ocorre quando uma lei posterior deixa III. a violenta emoção e a embriaguez preordenada são
de considerar como crime um fato que era causas excludentes da imputabilidade penal;
anteriormente punido, tem como conseqüência o IV. pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
desaparecimento de todos os efeitos penais; entretanto, responde o agente que o houver causado ao menos
subsiste o nome do réu no rol dos culpados. culposamente.
b) B realiza uma conduta punível sob a vigência da Lei X, Analisando as proposições, pode-se afirmar:
que comina pena de dois a quatro anos de reclusão. a) somente as proposições I e III estão corretas.
Antes de ser proferida a sentença, passa a vigorar a Lei b) as proposições I, II e III estão corretas.
Y, determinando para a mesma conduta a pena de c) somente as proposições I e II estão corretas.
reclusão de um a quatro anos. Aplica-se a lei posterior d) somente as proposições I e IV estão corretas.
em face do princípio da irretroatividade da lei mais
benigna.
c) No crime permanente, o momento consumativo se 13) De acordo com o Código Penal brasileiro, assinale a
alonga no tempo sob a dependência da vontade do alternativa CORRETA:
sujeito ativo, e, portanto, se iniciado sob a eficácia de I. ocorre concurso material quando o agente,
uma lei e prolongado sob a eficácia de outra, aplica-se mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
esta última, mesmo que mais severa. dois ou mais crimes, idênticos ou não;
d) Se D, faltando alguns dias para completar dezoito anos II. o concurso material e o concurso formal diferem
de idade, desfere golpes de faca na vítima, a qual vem pela conduta: no concurso material o agente
a morrer depois do autor da conduta completar dezoito comete dois ou mais crimes por meio de duas ou
anos, este responde por crime. mais condutas (ação ou omissão); no concurso
formal, com uma só conduta (ação ou omissão) o
11) De acordo com o Código Penal brasileiro, assinale a agente realiza dois ou mais delitos;
alternativa correta: III. ocorre o crime continuado quando o agente,
I. considera-se praticado o crime no momento da mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento dois ou mais crimes de diferentes espécies, e pelas
do resultado; condições de tempo, lugar, maneira de execução e
II. considera-se praticado o crime no lugar em que outras semelhantes, devem os subseqüentes ser
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, havidos como continuação do primeiro; no
bem como onde se produziu ou deveria produzir- concurso de crimes, a pena de multa se subordina
se o resultado; às regras do concurso formal e do crime
III. João, dias antes de completar 18 anos, desfere continuado.
golpes na vítima, que vem a falecer dias depois IV. A prescrição incidirá sobre a soma das penas,
daquele completar a maioridade penal. João sempre que houver concurso de crimes.
praticou o crime de homicídio, devendo responder Analisando as proposições, pode-se afirmar:
penalmente pela sua conduta, não estando sujeito a) somente as proposições I e IV estão corretas.
às medidas previstas no Estatuto da Criança e do b) somente as proposições I e II estão corretas.
Adolescente (Lei nº 8.069/90); c) somente as proposições II e IV estão corretas.
IV. são causas de exclusão da culpabilidade o estado d) as proposições I, II e III estão corretas.
de necessidade e a legítima defesa.
Analisando as proposições, pode-se afirmar: 14) João, funcionário público, apropriou-se de dinheiro
a) somente as proposições I e II estão corretas. de que tinha a posse em razão do seu cargo, em
b) somente as proposições I e IV estão corretas. proveito próprio. O particular Cícero auxiliou João
c) somente as proposições I e III estão corretas. na qualidade de participe do delito, e tinha
d) as proposições I, II e III estão corretas. conhecimento da qualidade funcional de João. De
acordo com o Código Penal brasileiro, analise a

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situação apresentada e assinale a alternativa IV. Com base no Código Penal é correto afirmar que
correta: ocorre a tentativa quando o agente ao iniciar a
a) João praticou o delito de peculato e Cícero praticou o prática de um crime não chega a consumá-lo
crime de apropriação indébita. porque desistiu de praticá-lo.
b) João praticou concussão e Cícero praticou o delito de a) III e IV estão corretas
furto. b) II e III estão corretas
c) João e Cícero praticaram o crime de peculato. c) I, II e III estão corretas
d) João e Cícero praticaram o delito de concussão. d) I, II e IV estão corretas

15) Analise as alternativas e assinale a correta: 18) Assinale a alternativa correta:


a) Comete o crime de prevaricação o funcionário público I. O delito de furto é crime material e instantâneo, já o
que deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, delito de manutenção de casa de prostituição é
para satisfazer sentimento pessoal. formal e permanente.
b) Comete o crime de peculato-furto o funcionário público II. Decadência é a perda do direito de ação privada ou
que dá às verbas ou rendas públicas aplicação diversa de ação pública condicionada, já a perempção é a
da estabelecida em lei. perda do direito de prosseguir na ação penal
c) O crime de peculato só ocorre se o funcionário público privada.
se apropriar de dinheiro, valor ou qualquer outro bem III. No caso de concurso de crimes, a extinção da
móvel, público, de que tem a posse em razão do cargo, punibilidade incidirá sobre a soma das penas.
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. a) I e III estão corretas
d) O funcionário público que solicita, para si ou para b) I e II estão corretas
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da c) II e III estão corretas
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, d) I, II e III estão corretas
vantagem indevida, ou aceita promessa de tal
vantagem, pratica o crime de concussão. 19) Assinale a alternativa correta.
a) as penas restritivas de direito são, prestação
16) Considerando-se os crimes contra a honra, pecuniária, perda de bens e valores, prestação de
tipificados no capítulo V do Código Penal é correto serviços à comunidade ou a entidades públicas,
afirmar que: interdição temporária de direitos, limitação de fins de
a) Todos os crimes contra a honra admitem retratação. semana e multa.
b) Os crimes previstos neste capítulo são todos b) para efeitos de reincidência, não prevalece a
considerados de menor potencial ofensivo. condenação anterior, se entre a data do cumprimento
c) Nunca constituí injúria punível o conceito desfavorável ou extinção da pena e a infração posterior tiver
emitido por funcionário público, em apreciação que decorrido período de tempo superior a 2 (dois) anos,
preste no cumprimento de dever de ofício. computando o período de prova da suspensão ou do
d) Todos os crimes previstos neste capítulo se processam livramento condicional, se não ocorrer revogação.
mediante queixa do ofendido. c) o trabalho do preso será sempre remunerado, não
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência
Social.
17) Assinale a alternativa correta: d) a limitação de fim de semana consiste na obrigação de
I. "A", quando serviu o exército, respondeu a permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco)
processo militar por insubordinação, foi horas diárias, em casa de albergado ou outro
condenado. Passados 04 (quatro) anos e 11 (onze) estabelecimento adequado.
meses e 28 (vinte e oito) dias do transito em julgado
daquela sentença, conforme certidão de 20) Assinale a alternativa correta:
antecedentes, e já fora do serviço militar, "A" a) Alcebíades, funcionário público, apropriou-se de
respondeu a processo crime pelo delito de furto, dinheiro de que tinha a posse em razão do seu cargo,
onde restou provada a sua culpabilidade. Na em proveito próprio. O particular Osvaldo auxiliou
sentença proferida pelo juiz, quando da aplicação Alcebíades na qualidade de partícipe do delito, e tinha
da pena, este considerou "A" reincidente, conhecimento da qualidade funcional deste. De acordo
agravando a pena de "A". Conforme o Código Penal com o ordenamento, ambos responderão por Peculato,
está correta a aplicação da reincidência. artigo 312, pois embora circunstância de caráter
II. Segundo o Direito Penal é correto afirmar que a pessoal é elementar do crime a condição de funcionário
maioria das infrações penais é de natureza público, comunicando-se aos demais agentes.
unissubjetiva, no entanto alguns crimes só podem b) Joaquim decide realizar furto na residência de António,
ser caracterizados se determinada situação sabendo que este estava ausente. Munido de pé de
ocorrer, são os crimes de natureza plurissubjetiva. cabra, aproxima-se de madrugada, cerca de cinquenta
III. Conforme o direito penal os crimes metros da casa visada, mas percebendo a presença de
unissubsistentes não comportam a tentativa, já os um vigia no local, retira-se, adiando seus planos. Desta
crimes plurissubsistentes comportam a tentativa. forma, Joaquim praticou o delito de furto na forma

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tentada, uma vez que a execução do crime foi


interrompida por circunstâncias alheias a sua vontade. 24) A ausência de lesão ao bem jurídico tutelado pela
c) O artigo 159, parágrafo quarto do Código Penal traz a norma ofendida pelo agente acarreta o
figura da delação eficaz que consiste na diminuição de reconhecimento de hipótese de:
pena, por crime praticado por dois ou mais agentes e a) Excludente de culpabilidade.
que qualquer deles venha a arrepender-se e delate os b) Excludente de punibilidade.
demais para a autoridade pública, independente se as c) Excludente de ilicitude.
informações prestadas colaborem ou não para a d) Atipicidade da conduta.
localização e libertação da vítima.
d) Pratica o crime de corrupção passiva o particular que 25) Assinale a alternativa correta:
oferece vantagem indevida a funcionário público, para a) O agente que durante o trâmite de ação penal para
determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. apurar a prática de conduta delituosa, pratica outro
crime, será considerado reincidente.
21) Assinale a alternativa correta: b) A potencial consciência da ilicitude, para a teoria
a) Segundo a teoria finalista, crime é um fato típico e normativa pura, é elemento que integra a culpabilidade.
antijurídico. Assim, se alguém praticar um fato descrito c) Na culpa consciente, o agente não tem a previsão do
no ordenamento jurídico, sob alguma excludente de resultado - é o que a diferencia do dolo eventual.
ilicitude, não haverá crime e a sentença prolatada será d) A tentativa é admissível nos crimes em que há culpa
absolutória, não se aplicando o sistema trifásico de consciente.
Nélson Hungria.
b) Pode, em uma mesma oportunidade, ocorrer 26) "Olho Vivo", com dolo de matar, com seu revólver
concurso de pessoas e de crimes, respondendo calibre 38, defere dois disparos contra "Alemão". A
cada agente pelos crimes em que concorreram, na vítima, atingida no braço e na perna, tenta fugir,
medida de sua culpabilidade. Neste caso, a pena de mas, perseguida por "Olho Vivo", cai ao solo em
cada um dos crimes será aplicada em conjunto para virtude dos dois ferimentos. No chão, suplica por
todos os participantes do intento criminoso. sua vida. Sensibilizado, ainda com a arma
c) No concurso formal imperfeito, o agente, por visar à municiada, "Olho Vivo" afasta-se do local. A vítima
produção do resultado múltiplo, responde por um só é socorrida por terceiros e levada a um hospital,
dos crimes, se idênticos, ou pelo mais grave, se onde se restabelece. Diante dos fatos é correto
diversos, porém aumentada a pena, em qualquer caso, afirmar:
de um sexto até a metade. a) Trata-se de hipótese de arrependimento posterior.
d) Existem dois tipos de concursos de crimes: concurso b) Olho Vivo deverá responder apenas pelas lesões
material e concurso formal, podendo ser considerados cororais causadas em Alemão.
homogêneos ou heterogêneos. c) Trata-se de hipótese de arrependimento eficaz.
d) Olho Vivo deverá responder pelo delito de tentativa de
22) Quanto ao momento do crime, é correto afirmar que homicídio tendo em vista que a morte de Alemão não
o Código Penal adotou qual das seguintes teorias: ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade.
a) Teoria da ubiqüidade.
b) Teoria finalista 27) Assinale a opção correta acerca do direito penal.
c) Teoria da ação. a) O princípio da consunção pressupõe a existência de um
d) Teoria do resultado. nexo de dependência das condutas ilícitas, para que se
verifique a possibilidade de absorção da menos grave
23) São hipóteses de ultraterritorialidade pela mais danosa.
incondicionada da Lei Penal brasileira: b) Nos delitos instantâneos de efeitos permanentes, a
a) Os crimes praticados em embarcações mercantes atividade criminosa se prolonga no tempo, tendo o
brasileiras quando em território estrangeiro e lá não agente a possibilidade de cessar ou não a sua conduta
sejam julgadas e os crimes de genocídio por e seus efeitos.
estrangeiro domiciliado no Brasil. c) O crime de extorsão é considerado crime de mera
b) Os crimes contra a vida ou liberdade do Presidente da conduta e se consuma independentemente de o agente
República, os crimes contra o patrimônio de empresa auferir a vantagem indevida almejada.
pública e os crimes de genocídio, quando o agente for d) O crime de cárcere privado constitui espécie de delito
brasileiro. instantâneo.
c) Os crimes contra a vida ou liberdade do Presidente da
República, os crimes praticados no estrangeiro por 28) É cabível o arrependimento posterior no crime de
brasileiro e os crimes que, por tratado ou convenção, o a) lesão corporal dolosa.
Brasil obrigou-se a reprimir. b) homicídio.
d) Os crimes contra a administração pública, por quem c) roubo.
está a seu serviço, os crimes que, por tratado ou d) furto.
convenção, o Brasil obrigou-se a reprimir e os crimes
contra a vida do Presidente da República. 29) De acordo com o Código Penal, são imputáveis

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a) oligofrênicos e esquizofrênicos. b) ter cometido o crime em ocasião de incêndio,


b) os menores de 18 anos. inundação ou qualquer calamidade pública.
c) os silvícolas inadaptados. c) desconhecer a lei.
d) os surdos-mudos inteiramente capazes de entender o d) ter cometido o crime sob coação a que pudesse resistir.
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento. 34) Acerca do instituto da prescrição penal e seus
efeitos, assinale a opção correta.
30) Pedro, funcionário público, deixou de praticar ato a) Ocorrendo a prescrição da pretensão executória, o
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo título executório é formado com o trânsito em julgado;
à influência de Daniele, sua namorada. entretanto, o Estado perde o direito de executar a
Nessa situação hipotética, a conduta de Pedro se sentença penal condenatória.
amolda ao tipo de crime, previsto no Código Penal, b) Ocorrendo a prescrição da pretensão executória, a
de vítima não tem à sua disposição o título executivo
a) prevaricação. judicial para promover a liquidação e execução cível.
b) concussão. c) A partir do trânsito em julgado da sentença penal
c) tráfico de influência. condenatória, começa a correr o prazo da prescrição da
d) corrupção passiva. pretensão punitiva.
d) O reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva
31) Sobre a aplicação da lei penal e da lei processual significa que o réu pode ser considerado reincidente
penal, assinale a opção incorreta. caso pratique novo crime.
a) O dispositivo constitucional que estabelece que a lei
não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, aplica-se à 35) Leonardo, indignado por não ter recebido uma
lei penal e à lei processual penal. dívida referente a venda de cinco cigarros, desferiu
b) Lei penal que substitua outra e que favoreça o agente facadas no devedor, que, em razão dos ferimentos,
aplica-se aos fatos anteriores à sua entrada em vigor, faleceu. Logo após o fato, Leonardo escondeu o
ainda que decididos por sentença condenatória cadáver em uma gruta.
transitada em julgado. Com base na situação hipotética acima, é correto
c) Os atos processuais realizados sob a vigência de lei afirmar que
processual anterior são considerados válidos, mesmo a) Leonardo praticou crime de homicídio qualificado por
após a revogação da lei. motivo torpe.
d) As normas processuais têm aplicação imediata, ainda b) o fato de Leonardo ter cometido o crime por não ter
que o fato que deu origem ao processo seja anterior à recebido uma dívida é circunstância que agrava a pena.
entrada em vigor dessas normas. c) a ocultação de cadáver é crime permanente.
d) há concurso formal entre o homicídio e a ocultação de
32) Alonso, com evidente intenção homicida, praticou cadáver.
conduta compatível com a vontade de matar Betina.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção 36) Para aferição da inimputabilidade por doença
correta. mental oudesenvolvimento mental incompleto ou
a) Caso Alonso fosse interrompido, durante os atos de retardado, assinale a alternativa que indica o
execução, por circunstâncias alheias à sua vontade, critério adotado pelo Código Penal vigente.
não chegando a fazer tudo que pretendia para a) Biológico.
consumar o crime, não se caracterizaria a tentativa de b) Psicológico.
homicídio, mas lesão corporal. c) Psiquiátrico.
b) Caso Alonso não fosse interrompido e, após praticar d) Biopsicológico.
tudo o que estava ao seu alcance para consumar o
crime, resolvesse impedir o resultado, obtendo êxito 37) No ano de 2005, Pierre, jovem francês residente na
neste ato, caracterizar-se-ia o arrependimento Bulgária, atentou contra a vida do então presidente
posterior, mas ficaria afastado o arrependimento eficaz. do Brasil que, na ocasião, visitava o referido país.
c) Caso Alonso interrompesse voluntariamente os atos de Devidamente processado, segundo as leis locais,
execução, caracterizar-se-ia desistência voluntária, e Pierre foi absolvido. Considerando apenas os
ele só responderia pelos atos já praticados. dados descritos, assinale a afirmativa correta.
d) Caso Alonso utilizasse os meios que tinha ao seu a) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como Pierre
alcance para atingir a vítima, mas não conseguisse foi absolvido no estrangeiro, não ficou satisfeita uma
fazê-lo, ele só responderia por expor a vida de terceiro das exigências previstas à hipótese de extraterritorialida
a perigo. de condicionada.
b) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado
33) Entre as circunstâncias que sempre atenuam a trazhipótese de extraterritorialidade incondicionada,
pena, não está incluído o fato de o agente exigindo-se, apenas, que o fato não tenha sido
a) ter cometido o crime sob a influência de multidão em alcançado por nenhuma causa extintiva de punibilidade
tumulto, se não o tiver provocado. no estrangeiro.

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c) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado 40) Wilson, competente professor de uma autoescola,
traz hipótese de extraterritorialidade incondicionada, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No
sendo irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido banco do carona está sua noiva, Ivana. No meio do
no estrangeiro. percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a
d) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como o moça reclama da alta velocidade empreendida.
agente é estrangeiro e a conduta foi praticada em Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se
território também estrangeiro, as exigências relativas à ele continuasse naquela velocidade, poderia
extraterritorialidade condicionada não foram satisfeitas. facilmente perder o controle do carro e atropelar
alguém. Wilson, por sua vez, responde que Ivana
38) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda deveria deixar de ser medrosa e que nada
a Lara, amiga de longa data, com quem debate a aconteceria, pois se sua profissão era ensinar os
melhor maneira de executar o crime, o melhor outros a dirigir, ninguém poderia ser mais
horário, local etc. Após longas discussões de como competente do que ele na condução de um veículo.
poderia executar seu intento da forma mais Todavia, ao fazer uma curva, o automóvel derrapa
eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma na areia trazida para o asfalto por conta dos ventos
pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A do litoral, o carro fica desgovernado e acaba
amiga prontamente atende ao pedido. Sofia ocorrendo o atropelamento de uma pessoa que
despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo passava pelo local. A vítima do atropelamento
correr conforme o planejado, executará o homicídio falece instantaneamente.
naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, Wilson e Ivana sofrem pequenas escoriações.
apesar dos cuidados, tudo é descoberto pela Cumpre destacar que a perícia feita no local
polícia. A respeito do caso narrado e de acordo com constatou excesso de velocidade. Nesse sentido,
a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa com base no caso narrado, é correto afirmar que,
correta. em relação à vítima do atropelamento, Wilson agiu
a) Sofia é a autora do delito e deve responder por com
homicídio com a agravante de o crime ter sido praticado a) dolo direto.
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas b) dolo eventual.
partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem c) culpa consciente.
a presença da circunstância agravante. d) culpa inconsciente.
b) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do
crime de homicídio, incidindo, para ambas, a 41) Lúcia, objetivando conseguir dinheiro, sequestra
circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado Marcos, jovem cego. Quando estava escrevendo um
contra ascendente. bilhete para a família de Marcos, estipulando o valor
c) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do do resgate, Lúcia fica sabendo, pela própria vítima,
crime de homicídio. Todavia, a agravante de ter sido, o que sua família não possui dinheiro algum. Assim,
crime, praticado contra ascendente somente incide em verificando que nunca conseguiria obter qualquer
relação à Sofia. ganho, Lúcia desiste da empreitada criminosa e
d) Sofia é a autora do delito e deve responder por coloca Marcos dentro de um ônibus, orientando-o a
homicídio com a agravante de ter sido, o crime, descer do coletivo em determinado ponto. Com
praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é base no caso apresentado, assinale a afirmativa
apenas partícipe do crime, mas a agravante também correta.
lhe será aplicada. a) Lúcia deve responder pelo delito de sequestro ou
cárcere privado, apenas.
39) Paula, com intenção de matar Maria, desfere contra b) Lúcia não praticou crime algum, pois beneficiada pelo
ela quinze facadas, todas na região do tórax. Cerca instituto da desistência voluntária.
de duas horas após a ação de Paula, Maria vem a c) Lúcia deve responder pelo delito de extorsão mediante
falecer. Todavia, a causa mortis determinada pelo sequestro em sua modalidade consumada.
auto de exame cadavérico foi envenenamento. d) Lúcia não praticou crime algum, pois beneficiada pelo
Posteriormente, soube-se que Maria nutria instituto do arrependimento eficaz.
intenções suicidas e que, na manhã dos fatos, havia
ingerido veneno. Com base na situação descrita, 42) Bráulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um
assinale a afirmativa correta. show de rock, em uma casa noturna. Os dois, após
a) Paula responderá por homicídio doloso consumado. conversarem um pouco, resolvem dirigir-se a um
b) Paula responderá por tentativa de homicídio. motel e ali, de forma consentida, o jovem mantém
c) O veneno, em relação às facadas, configura concausa relações sexuais com Paula. Após, Bráulio
relativamente independente superveniente que por si só descobre que a moça, na verdade, tinha apenas 13
gerou o resultado. anos e que somente conseguira entrar no show
d) O veneno, em relação às facadas, configura concausa mediante apresentação de carteira de identidade
absolutamente independente concomitante. falsa.

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A partir da situação narrada, assinale a afirmativa b) Em um bar, Caio, por notar que Tício olhava
correta. maliciosamente para sua namorada, desfere contra
a) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável este um soco no rosto. Aturdido, Tício vai ao chão,
doloso. levantando-se em seguida, e vai atrás de Caio e o
b) Bráulio deve responder por estupro de vulnerável interpela quando este já estava saindo do bar. Ao
culposo. voltar-se para trás, atendendo ao chamado, Caio é
c) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de surpreendido com um soco no ventre. Tício praticou
erro de tipo essencial. conduta típica, mas amparada por uma causa
d) Bráulio não praticou crime, pois agiu em hipótese de excludente de ilicitude.
erro de proibição direto. c) Mévio, atendendo a ordem dada por seu líder religioso
e, com o intuito de converter Rufus, permanece na
43) João, com intenção de matar, efetua vários residência deste à sua revelia, ou seja, sem o seu
disparos de arma de fogo contra Antônio, seu consentimento. Neste caso, Mévio, mesmo cumprindo
desafeto. Ferido, Antônio é internado em um ordem de seu superior e mesmo sendo tal ordem não
hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos manifestamente ilegal, pratica crime de violação de
ferimentos, mas queimado em um incêndio que domicílio (Art. 150 do Código Penal), não estando
destrói a enfermaria em que se encontrava. amparado pela obediência hierárquica.
Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual d) O consentimento do ofendido não foi previsto pelo
João será responsabilizado. nosso ordenamento jurídico-penal como uma causa de
a) Homicídio consumado. exclusão da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante
b) Homicídio tentado. é pacificamente aceita, desde que, entre outros
c) Lesão corporal. requisitos, o ofendido seja capaz de consentir e que tal
d) Lesão corporal seguida de morte. consentimento recaia sobre bem disponível.

44) Jaime, brasileiro, passou a morar em um país 46) Débora estava em uma festa com seu namorado
estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu Eduardo e algumas amigas quando percebeu que
falecido pai, Jaime tinha por hábito sempre levar Camila, colega de faculdade, insinuava-se para
consigo acessórios de arma de fogo, o que não era Eduardo. Cega de raiva, Débora esperou que Camila
proibido, levando-se em conta a legislação vigente fosse ao banheiro e a seguiu. Chegando lá e
à época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal hábito foi percebendo que estavam sozinhas no recinto,
mantido no país estrangeiro que, em sua legislação, Débora desferiu vários tapas no rosto de Camila,
não vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime causando-lhe lesões corporais de natureza leve.
resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as Camila, por sua vez, atordoada com o acontecido,
saudades dos familiares, Jaime também queria somente deu por si quando Débora já estava saindo
apresentar o país aos seus dois filhos, ambos do banheiro, vangloriando se da surra dada. Neste
nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias momento, com ódio de sua algoz, Camila levanta-se
após sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por do chão, agarra Débora pelos cabelos e a golpeia
portar ilegalmente acessório de arma de fogo, com uma tesourinha de unha que carregava na
conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, bolsa, causando-lhe lesões de natureza grave.
verbis: “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter Com relação à conduta de Camila, assinale a
em depósito, transportar, ceder, ainda que afirmativa correta.
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, a) Agiu em legítima defesa.
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, b) Agiu em legítima defesa, mas deverá responder pelo
acessório ou munição, de uso permitido, sem excesso doloso.
autorização e em desacordo com determinação c) Ficará isenta de pena por inexigibilidade de conduta
legal ou regulamentar”. Nesse sentido, podemos diversa.
afirmar que Jaime agiu em hipótese de d) Praticou crime de lesão corporal de natureza grave,
a) erro de proibição direto. mas poderá ter a pena diminuída.
b) erro de tipo essencial.
c) erro de tipo acidental. 47) Coriolano, objetivando proteger seu amigo
d) erro sobre as descriminantes putativas. Romualdo, não obedeceu à requisição do Promotor
de Justiça no sentido de determinar a instauração
45) Acerca das causas excludentes de ilicitude e de inquérito policial para apurar eventual prática de
extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa conduta criminosa por parte de Romualdo. Nesse
incorreta. caso, é correto afirmar que Coriolano praticou
a) A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, crime de
enquanto que a coação física irresistível exclui a própria a) desobediência (Art. 330, do CP).
conduta, de modo que, nesta segunda hipótese, sequer b) prevaricação (Art. 319, do CP).
chegamos a analisar a tipicidade, pois não há conduta c) corrupção passiva (Art. 317, do CP).
penalmente relevante. d) crime de advocacia administrativa (Art. 321, do CP).

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campeão em aprovação ! DIREITO PENAL

48) José, rapaz de 23 anos, acredita ter poderes


GABARITO
espirituais excepcionais, sendo certo que todos
conhecem esse seu “dom”, já que ele o anuncia 01 D 17 B 33 B
amplamente. Ocorre que José está apaixonado por
Maria, jovem de 14 anos, mas não é correspondido. 02 D 18 B 34 A
Objetivando manter relações sexuais com Maria e C D C
03 19 35
conhecendo o misticismo de sua vítima, José a faz
acreditar que ela sofre de um mal espiritual, o qual 04 C 20 A 36 D
só pode ser sanado por meio de um ritual mágico
de cura e purificação, que consiste em manter 05 D 21 A 37 C
relações sexuais com alguém espiritualmente 06 C 22 C 38 A
capacitado a retirar o malefício. José diz para Maria
que, se fosse para livrá-la daquilo, aceitaria de bom 07 C 23 B 39 B
grado colaborar no ritual de cura e purificação.
Maria, muito assustada com a notícia, aceita e 08 D 24 D 40 C
mantém, de forma consentida, relação sexual com 09 D 25 B 41 C
José, o qual fica muito satisfeito por ter conseguido
enganá-la e, ainda, satisfazer seu intento, embora 10 C 26 B 42 C
tenha ficado um pouco frustrado por ter descoberto
11 A 27 A 43 B
que Maria não era mais virgem.
Com base na situação descrita, assinale a 12 D 28 D 44 A
alternativa que indica o crime que José praticou.
a) Corrupção de menores (Art. 218, do CP). 13 B 29 D 45 B
b) Violência sexual mediante fraude (Art. 215, do CP).
14 C 30 D 46 D
c) Estupro qualificado (Art. 213, § 1º, parte final, do CP).
d) Estupro de vulnerável (Art. 217-A, do CP). 15 A 31 A 47 B
16 C 32 C 48 B

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PROCESSO DO
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TRABALHO

PROCESSO DO
TRABALHO

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PROCESSO DO
campeão em aprovação !
TRABALHO
• ENAMATRA – Escola Nacional de Formação e
PROCESSO DO TRABALHO Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho
• CSJT - Conselho Superior da Justiça do Trabalho
1. DA JUSTIÇA DO TRABALHO: ORGANIZAÇÃO E
COMPETÊNCIA
Art. 112 - A lei criará varas da Justiça do Trabalho,
1.1 Organização da Justiça do Trabalho (art. 111 e ss da podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição,
CF/88) atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o
respectivo Tribunal Regional do T rabalho.
Art. 111 - São órgãos da Justiça do Trabalho:
Art. 113 - A lei disporá sobre a constituição, investidura,
I - o Tribunal Superior do Trabalho; jurisdição, competência, garantia e condições de Exercício
dos órgãos da Justiça do Trabalho.
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juízes do Trabalho 1.2 Competência

Art. 111-A - O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á 1.2.1 Competência MATERIAL da Justiça do Trabalho
de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com (art. 114 CF/88 – alterações feitas pela EC 45/2004)
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos, nomeados pelo Presidente da República após
A competência em razão da matéria é absoluta (ratione
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
materiae). Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou
Resumindo: mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau
de jurisdição (Art. 795, § 1º, CLT e Art. 113, CPC).
• Quantos Ministros no TST: 27 ministros
• Ministro do TST não precisa ser brasileiro nato; Art. 114 - Compete à Justiça do Trabalho processar e
• Idade: mais de 35 até 65 anos julgar:
• Nomeação: Presidente da República
• Sabatina: Senado Federal (maioria absoluta) I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de dos Municípios;
efetiva atividade profissional e membros do Ministério II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,
exercício, observado o disposto no art. 94; entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores;
Resumindo: IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas
data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à
• 1/5 dos Ministros do TST devem ser oriundos da
sua jurisdição;
advocacia e do Ministério Público do Trabalho;
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
• Advogados e membros do MPT devem ter mais de trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o";
10 anos de atividade VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
decorrentes da relação de trabalho;
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do VII - as ações relativas às penalidades administrativas
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização
pelo próprio Tribunal Superior. das relações de trabalho;
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior previstas no art. 195, I, "a", e II, e seus acréscimos legais,
do Trabalho. decorrentes das sentenças que proferir;
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
na forma da lei.
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras eleger árbitros.
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
promoção na carreira; § 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-
acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica,
lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito,
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao
Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com
Resumindo: possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
• Os orgãos que funcionam junto ao TST são: Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

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TRABALHO
relação de trabalho estampada no incido I do art. 114 da
Atenção: CF.
Em que pese o inciso I do art. 114 da CF/88 pretendesse
atribuir à Justiça do Trabalho a competência para apreciar O STJ edidou em 11/2008 a Súmula 363, a qual
causas envolvendo servidor público, tal competência não é possui a seguinte redação:
da Justiça do Trabalho, em decorrência de decisão do STF
na ADI nº 3395, a qual suspendeu toda e qualquer STJ - Súmula 363 - Compete à Justiça estadual
interpretação que inclua na competência da Justiça do processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por
Trabalho a apreciação de causas que sejam instauradas profissional liberal contra cliente.
entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados
por típica relação de ordem estatutária ou de caráter
jurídico-administrativo. Logo, para efeito de prova, a competência para
apreciar cobrança de honorários advocatícios será da
Desta forma, servidor público estaturário não demanda Justiça estadual, salvo a exceção da OJ 421 da SDI-I do
na JT, somente será de competência da Justiça do TST, cujo texto segue abaixo.
Trabalho, ações propostas por Empregados Públicos
regidos pela CLT (ex.: empregado da Casa, Celesc, Caixa OJ-SDI1-421 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Econômica Federal, etc). AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE
• Súmulas Vinculantes do TST sobre competência: TRABALHO OU DE DOENÇA PROFISSIONAL.
AJUIZAMENTO PERANTE A JUSTIÇA COMUM
Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do ANTES DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA
Trabalho é competente para processar e julgar a CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. POSTERIOR
ação de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes das relações de trabalho propostas por REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA DO
empregado contra empregador, inclusive aquelas TRABALHO. ART. 20 DO CPC. INCIDÊNCIA. (DEJT
que não possuíam sentença de mérito em primeiro divulgado em 01, 04 e 05.02.2013)
grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional 45/2004. A condenação em honorários advocatícios nos autos
de ação de indenização por danos morais e materiais
Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do decorrentes de acidente de trabalho ou de doença
Trabalho é competente para processar e julgar ação profissional, remetida à Justiça do Trabalho após
possessória ajuizada em decorrência do exercício do ajuizamento na Justiça comum, antes da vigência da
direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa Emenda Constitucional nº 45/2004, decorre da mera
privada.
sucumbência, nos termos do art. 20 do CPC, não se
Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão de sujeitando aos requisitos da Lei nº 5.584/1970.
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito. • Ação indenizatória proposta por viúva ou filhos de
empregado falecido em acidente de trabalho:
• Matéria criminal:
Mesmo em se tratando de ação proposta por viúva
A doutrina é divergente quanto ao tema, porém, ou filhos de empregado falecido em acidente de trabalho,
entendimento do STF (ADI 3.684) aponta no sentido que a certamente a competência será da justiça do trabalho,
Justiça do Trabalho não tem competência para processar uma vez que o autor da ação não irá alterar a natureza da
e julgar questões envolvendo matéria penal. causa (relação de trabalho), uma vez que se trata de ação
fruto de acidente de trabalho.
• Servidor temporário:
Importante salientar que o STJ editou em 2008 a
O servidor temporário é aquele contratado na forma Súmula 366 que tinha seguinte redação:
do art. 37, IX da CF: “IX - a lei estabelecerá os casos de
contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público”. STJ - Súmula 366 - Compete à Justiça estadual
processar e julgar ação indenizatória proposta por
Segundo reiteradas decisões do STF, as quais vem viúva e filhos de empregado falecido em acidente de
sendo acompadas pelo TST, a Justiça do Trabalho é trabalho (CANCELADA em 9/2009)
incompetente para processar e julgar casusas que
envolvam o Poder Público e servidores vinculados a ele por Referida Súmula foi cancelada, de modo que
relação jurídico-administrativa, uma vez que essas ações subsiste a competência da Justiça do Trabalho.
não se reputam oriundas da relação de trabalho (art. 114, I)
Cuidado! É comum que o examinador ainda faça
• Honorários advocatícios: referência ao texto da Súmula 366 já cancelada, na tentativa
de pegar candidatos desatualizados.
O TST entende não ser da competência da Justiça
do Trabalho a cobrança de honorários advocatícios, uma
vez que se trata de relação de consumo, diferente da

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1.2.2 Competência em EM RAZÃO DO LUGAR – independentemente da observância da legislação do
territorial (art. 651 e ss da CLT) local da execução dos serviços:

A competência em razão do lugar é relativa II - a aplicação da legislação brasileira de proteção


(ratione loci), de modo que só será possível a sua ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o
decretação mediante provocação da parte interessada, disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a
nunca de ofício. O momento para argüir a incompetência em legislação territorial, no conjunto de normas e em
razão do lugar será a primeira audiência, ocasião em que relação a cada matéria.
será ofertada igualmente a contestação e eventual
reconvenção pela parte reclamada. 2. DAS VARAS DO TRABALHO E DOS TRIBUNAIS
REGIONAIS DO TRABALHO: JURISDIÇÃO E
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e COMPETÊNCIA
1
Julgamento é determinada pela localidade onde o
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao • Segundo a Constituição Federal de 1988:
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local
ou no estrangeiro.
Art. 112 - A lei criará varas da Justiça do Trabalho,
podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição,
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o
comercial, a competência será da Junta da localidade em respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da
localização em que o empregado tenha domicílio ou a Art. 113 - A lei disporá sobre a constituição, investidura,
localidade mais próxima. jurisdição, competência, garantia e condições de Exercício
dos órgãos da Justiça do Trabalho.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e
Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos Art. 116 - Nas Varas do Trabalho a jurisdição será exercida
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro*, por juiz singular.
desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário. • Segundo a CLT:

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova Art. 652 - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento
realização de atividades fora do lugar do contrato de (Varas do Trabalho):
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da a) conciliar e julgar:
prestação dos respectivos serviços.
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento
* Atenção: da estabilidade de empregado;

O parágrafo § 2º acima mencionado era regulado II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e


pela Súmula 207 do TST, tinha se seguinte redação: indenizações por motivo de rescisão do contrato individual
de trabalho;
Súmula 207, TST - CONFLITOS DE LEIS
TRABALHISTAS NO ESPAÇO. PRINCÍPIO DA III - os dissídios resultantes de contratos de
"LEX LOCI EXECUTIONIS". A relação jurídica empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da
prestação de serviço e não por aquelas do local da
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato
contratação.
individual de trabalho;

Referida Súmula foi cancelada 04.2012, de modo


b) processar e julgar os inquéritos para apuração de
que a lei a ser aplicada será aquela que for mais favorável,
falta grave;
no conjunto de normas e em relação a cada matéria, ao
trabalhador, nos termos do que dispõe o inciso II do art. 3º
da Lei 7.064/1982 que dispõe sobre a situação de c) julgar os embargos opostos às suas próprias
trabalhadores contratados ou transferidos para prestar decisões;
serviços no exterior. In verbis:
d) impor multas e demais penalidades relativas aos
Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de atos de sua competência;
trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á,
V - as ações entre trabalhadores portuários e os
operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra -
OGMO decorrentes da relação de trabalho;
1
Sempre que aparecer o termo Juntas de Conciliação e
Julgamento (JCJ), leia-se Varas do Trabalho. Com a EC
24/1999 as JCJ foram substituídas pelas Varas do Trabalho.
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Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os Art. 674 - Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais,
dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que o território nacional é dividido nas 24 (vinte e quatro)
derivarem da falência do empregador, podendo o Regiões seguintes:
Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir
processo em separado, sempre que a reclamação também 1ª Região - Estado do Rio de Janeiro;
versar sobre outros assuntos. 2ª Região - Estado de São Paulo (Capital);
3ª Região - Estado de Minas Gerais;
Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de Conciliação e 4ª Região - Estado do Rio Grande do Sul;
Julgamento: 5ª Região - Estado da Bahia;
6ª Região - Estado de Pernambuco;
7ª Região - Estado do Ceará;
a) requisitar às autoridades competentes a realização 8ª Região - Estado do Pará e do Amapá;
das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos 9ª Região - Estado do Paraná;
sob sua apreciação, representando contra aquelas que não 10ª Região - Distrito Federal
atenderem a tais requisições; 11ª Região - Amazonas e de Roraima;
12ª Região - Estado de Santa Catarina;
b) realizar as diligências e praticar os atos processuais 13ª Região - Estado da Paraíba;
ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou pelo 14ª Região - Estado de Rondônia e Acre;
Tribunal Superior do Trabalho; 15ª Região - São Paulo (Campinas)
16ª Região - Estado do Maranhão;
c) julgar as suspeições arguidas contra os seus 17ª Região - Estado do Espírito Santo;
membros; 18ª Região - Estado de Goiás;
19ª Região - Estado de Alagoas;
20ª Região - Estado de Sergipe;
d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem 21ª Região - Rio Grande do Norte;
opostas; 22ª Região - Estado do Piauí;
23ª Região - Estado do Mato Grosso;
e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem 24ª Região - Estado do Mato Grosso do Sul.
deprecadas;
Parágrafo único. Os Tribunais têm sede nas cidades: Rio
de Janeiro (1ª Região), São Paulo (2ª Região), Belo
f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do
Horizonte (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região), Salvador
Trabalho, quaisquer outras atribuições que decorram da sua
(5ª Região), Recife (6ª Região), Fortaleza (7ª Região),
jurisdição.
Belém (8ª Região), Curitiba (9ª Região), Brasília (10ª
Região), Manaus (11ª Região), Florianópolis (12ª Região),
2.1 Tribunais Regionais do Trabalho João Pessoa (13ª Região), Porto Velho (14ª Região),
Campinas (15ª Região), São Luís (16ª Região), Vitória (17ª
• Segundo a Constituição Federal de 1988: Região), Goiânia (18ª Região), Maceió (19ª Região),
Aracaju (20ª Região), Natal (21ª Região), Teresina (22ª
Art. 115 - Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se Região), Cuiabá (23ª Região) e Campo Grande (24ª
de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na Região).
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando divididos em
de sessenta e cinco anos, sendo. Turmas, compete:

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de I - ao Tribunal Pleno, especialmente:
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios
exercício, observado o disposto no art. 94; coletivos;
b) processar e julgar originariamente:
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por
antigüidade e merecimento, alternadamente. 1) as revisões de sentenças normativas;

2) a extensão das decisões proferidas em dissídios


§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça coletivas;
itinerante, com a realização de audiências e demais funções
de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da 3) os mandados de segurança;
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. 4) as impugnações à investidura de Juízes classistas e seus
suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento;
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a c) processar e julgar em última instância;
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo. 1) os recursos das multas impostas pelas Turmas;

• Segundo a CLT: 2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de


Conciliação e Julgamento, dos Juízes de Direito investidos

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TRABALHO
na jurisdição trabalhista, das Turmas e seus próprios Art. 710 - Cada Junta terá 1 (uma) secretaria, sob a
acórdãos; direção de funcionário que o Presidente designar, para
exercer a função de secretário, e que receberá, além dos
3) Os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os vencimentos correspondentes ao seu padrão, a gratificação
Juízes de Direito investidos na jurisdição trabalhista, as de função fixada em lei.
Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aquelas e
estas; Art. 711 - Compete à secretaria das Juntas (Varas):
d) julgar em única ou última instância:
a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda
1) os processos e os recursos de natureza administrativa e a conservação dos processos e outros papéis que lhe
atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos forem encaminhados;
servidores;
b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos
2) as reclamações contra ato administrativo de seu processos e demais papéis;
Presidente ou de qualquer de seus membros, assim como
dos Juízes de Primeira instância e de seus funcionários; c) o registro das decisões;
II - às Turmas:
d) a informação, às partes interessadas e seus
a) julgar os recursos ordinários previstos no Art. 895, (a); procuradores, do andamento dos respectivos processos,
cuja consulta lhes facilitará;
b) julgar os agravos de petição de instrumento, estes de
decisões denegatórias de recurso de sua alçada; e) a abertura de vista dos processos às partes, na
própria secretaria;
c) impor multas e demais penalidades relativas a atos de
sua competência jurisdicional, e julgar os recursos
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos
interpostos das decisões das Juntas e dos Juízes de Direito
respectivos processos;
que as impuserem.

Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos
recurso para o Tribunal Pleno, exceto no caso do inc. I da livros ou do arquivamento da secretaria;
al. c do item 1, deste artigo.
h) a realização das penhoras e demais diligências
Art. 679. Aos Tribunais Regionais não divididos em processuais;
Turmas, compete o julgamento das matérias a que se refere
o artigo anterior, exceto a de que trata o inc. I da al. "c" o
i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem
item 1 como os conflitos de jurisdição entre Turmas.
cometidos pelo Presidente da Junta, para melhor execução
Art. 680. Compete, ainda, aos Tribunais Regionais, ou
dos serviços que lhe estão afetos.
suas Turmas:

a) determinar às juntas e aos Juízes de Direito a realização Art. 712 - Compete especialmente aos secretários das
dos atos processuais e diligências necessárias ao Juntas de Conciliação e Julgamento (Varas):
julgamento dos feitos sob sua apreciação;
a) superintender os trabalhos da secretaria, velando
b) fiscalizar o cumprimento de suas próprias decisões; pela boa ordem do serviço;

c) julgar as suspeições argüidas contra seus membros;


b) cumprir e fazer cumprir as ordens emanadas do
e) julgar as exceções de incompetência que lhe forem Presidente e das autoridades superiores;
impostas;
c) submeter a despacho e assinatura do Presidente o
f) requisitar às autoridades competentes as diligências expediente e os papéis que devam ser por ele despachados
necessárias ao esclarecimento dos feitos sob apreciação, e assinados;
representado contra aquelas que não atenderem a tais
requisições; d) abrir a correspondência oficial dirigida à Junta e ao
seu Presidente, a cuja deliberação será submetida;
g) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho,
as demais atribuições que decorrem de sua jurisdição.
e) tomar por termo as reclamações verbais nos casos
de dissídios individuais;
3. DOS SERVIDORES AUXILIARES DA JUSTIÇA DO
TRABALHO: DAS SECRETARIAS DAS VARAS DO f) promover o rápido andamento dos processos,
TRABALHO E DOS DISTRIBUIDORES especialmente na fase de execução, e a pronta realização
dos atos e diligências deprecadas pelas autoridades
superiores;
3.1 Das Secretarias das Varas do Trabalho

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g) secretariar as audiências da Junta, lavrando as Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos
respectivas atas; submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão
sempre sujeitos à conciliação.
h) subscrever as certidões e os termos processuais;
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais
i) dar aos litigantes ciência das reclamações e demais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e
atos processuais de que devam ter conhecimento, persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos
assinando as respectivas notificações; conflitos.

j) executar os demais trabalhos que lhe forem § 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório
atribuídos pelo Presidente da Junta. converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo
decisão na forma prescrita neste Título.
Parágrafo único - Os serventuários que, sem motivo
justificado, não realizarem os atos, dentro dos prazos § 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha
fixados, serão descontados em seus vencimentos, em termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o
tantos dias quantos os do excesso. juízo conciliatório.

3.2 Dos Distribuidores Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão


ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo
andamento rápido das causas, podendo determinar
Art. 713 - Nas localidades em que existir mais de uma qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
Junta de Conciliação e Julgamento haverá um distribuidor.
Art. 766 - Nos dissídios sobre estipulação de salários,
Art. 714 - Compete ao distribuidor: serão estabelecidas condições que, assegurando justos
salários aos trabalhadores, permitam também justa
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e retribuição às empresas interessadas.
sucessivamente a cada Junta, dos feitos que, para esse fim,
lhe forem apresentados pelos interessados; Art. 767 - A compensação, ou retenção, só poderá ser
argüida como matéria de defesa
b) o fornecimento, aos interessados, do recibo
correspondente a cada feito distribuído; Art. 768 - Terá preferência em todas as fases
processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada
c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos perante o Juízo da falência.
distribuídos, sendo um organizado pelos nomes dos
reclamantes e o outro dos reclamados, ambos por ordem Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual
alfabética; comum será fonte subsidiária do direito processual do
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, normas deste Título.
verbalmente ou por certidão, de informações sobre os feitos
distribuídos;
5. DOS ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS
e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for
determinado pelos Presidentes das Juntas, formando, com Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo
as fichas correspondentes, fichários à parte, cujos dados quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-
poderão ser consultados pelos interessados, mas não serão se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
mencionados em certidões.
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em
Art. 715 - Os distribuidores são designados pelo domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do
Presidente do Tribunal Regional dentre os funcionários das juiz ou presidente.
Juntas e do Tribunal Regional, existentes na mesma
localidade, e ao mesmo Presidente diretamente
subordinados. Art. 771 - Os atos e termos processuais poderão ser
escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.
4. DO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO
Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam
ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por
4.1 Disposições Preliminares motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a
rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que
Art. 763 - O processo da Justiça do Trabalho, no que não houver procurador legalmente constituído.
concerne aos dissídios individuais e coletivos e à aplicação
de penalidades, reger-se-á, em todo o território nacional, Art. 773 - Os termos relativos ao movimento dos
pelas normas estabelecidas neste Título. processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas
pelos secretários ou escrivães.

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TRABALHO
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos 6. DAS CUSTAS E EMOLUMENTOS
previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir
da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios
notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal
coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de
oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do
competência da Justiça do Trabalho, bem como nas
Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na
demandas propostas perante a Justiça Estadual, no
sede da Junta, Juízo ou Tribunal.
exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao
processo de conhecimento incidirão à base de 2%,
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e
caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa quatro centavos) e serão calculadas:
de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de
responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 I. quando houver acordo ou condenação, sobre o
(quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. respectivo valor;
II. quando houver extinção do processo, sem
CONTAGEM DOS PRAZOS PROCESSUAIS: julgamento do mérito, ou julgado totalmente
improcedente o pedido, sobre o valor da causa;
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se III. no caso de procedência do pedido formulado em ação
com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da
vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, causa;
entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente IV. quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz
necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força fixar.
maior, devidamente comprovada.
• Quem paga as custas (2%)?
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em
o
sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia § 1 As custas serão pagas pelo vencido, após o
útil seguinte. trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as
custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do
Art. 776 - O vencimento dos prazos será certificado nos prazo recursal.
processos pelos escrivães ou secretários.
o
§ 2 Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-
Art. 777 - Os requerimentos e documentos lhe-á o valor e fixará o montante das custas processuais.
apresentados, os atos e termos processuais, as petições ou
razões de recursos e quaisquer outros papéis referentes • Em caso de acordo, quem paga as custas (2%)?
aos feitos formarão os autos dos processos, os quais ficarão
sob a responsabilidade dos escrivães ou secretários. o
§ 3 Sempre que houver acordo, se de outra forma
não for convencionado, o pagamento das custas caberá
Art. 778 - Os autos dos processos da Justiça do em partes iguais aos litigantes.
Trabalho, não poderão sair dos cartórios ou secretarias,
salvo se solicitados por advogados regularmente constituído o
§ 4 Nos dissídios coletivos, as partes vencidas
por qualquer das partes, ou quando tiverem de ser
responderão solidariamente pelo pagamento das custas,
remetidos aos órgãos competentes, em caso de recurso
ou requisição. calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo
Presidente do Tribunal.

Art. 779 - As partes, ou seus procuradores, poderão


consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios • Custas na fase de execução:
ou secretarias.
Art. 789-A. No processo de execução são devidas
Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser custas, sempre de responsabilidade do executado e
desentranhados somente depois de findo o processo, pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:
ficando traslado.
I – autos de arrematação, de adjudicação e de
Art. 781 - As partes poderão requerer certidões dos remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo valor, até
processos em curso ou arquivados, as quais serão lavradas o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, novecentos e quinze
pelos escrivães ou secretários. reais e trinta e oito centavos);

Parágrafo único - As certidões dos processos que II – atos dos oficiais de justiça, por diligência
correrem em segredo de justiça dependerão de despacho certificada:
do juiz ou presidente.
a. em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis
Art. 782 - São isentos de selo as reclamações, centavos);
representações, requerimentos. atos e processos relativos à
Justiça do Trabalho. b. em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze
centavos);

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o
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e § 3 É facultado aos juízes, órgãos julgadores e
quatro reais e vinte e seis centavos); presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
reais e vinte e seis centavos); instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as
penas da lei, que não estão em condições de pagar as
V – embargos à execução, embargos de terceiro e custas do processo sem prejuízo do sustento próprio
embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais ou de sua família.
e vinte e seis centavos);
• Isenção de custas:
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco
reais e trinta e cinco centavos);
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas,
além dos beneficiários de justiça gratuita:
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35
(cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas
VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial –
federais, estaduais ou municipais que não explorem
por dia: 0,1% (um décimo por cento) do valor da avaliação;
atividade econômica;

IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do II – o Ministério Público do Trabalho.


juízo – sobre o valor liquidado: 0,5% (cinco décimos por
cento) até o limite de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito
reais e quarenta e seis centavos). Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não
alcança as entidades fiscalizadoras do exercício
profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no
Art. 789-B. Os emolumentos serão suportados pelo inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais
Requerente, nos valores fixados na seguinte tabela: realizadas pela parte vencedora.

I – autenticação de traslado de peças mediante cópia • Quem paga honorários periciais?


reprográfica apresentada pelas partes – por folha: R$ 0,55
(cinqüenta e cinco centavos de real);
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos
honorários periciais é da parte sucumbente na
II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 (vinte e oito
pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de
centavos de real);
justiça gratuita.

III – autenticação de peças – por folha: R$ 0,55


7. DAS PARTES E PROCURADORES; DO JUS
(cinqüenta e cinco centavos de real);
POSTULANDI; DA SUBSTITUIÇÃO E REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAIS; DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA; DOS
IV – cartas de sentença, de adjudicação, de remição e HONORÁRIOS DE ADVOGADO
de arrematação – por folha: R$ 0,55 (cinqüenta e cinco
centavos de real);
Na Justiça do Trabalho faculta-se a representação
do empregado e do empregador por advogado, porém, caso
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco reais e seja esta a opção da parte, o advogado deverá fazer
cinqüenta e três centavos). constar nos autos a devida procuração. Sem este
instrumento de mandato, não poderá ingressar nos
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, autos.
nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma
de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às • Jus postilandi na Justiça do Trabalho:
instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do
Trabalho.
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão
o reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
§ 1 Tratando-se de empregado que não tenha obtido o acompanhar as suas reclamações até o final.
benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o
sindicato que houver intervindo no processo
responderá solidariamente pelo pagamento das custas § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e
devidas. empregadores poderão fazer-se representar por intermédio
do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito
o na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2 No caso de não-pagamento das custas, far-se-á
execução da respectiva importância, segundo o
procedimento estabelecido no Capítulo V deste Título. § 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos
interessados a assistência por advogado.

• Justiça Gratuita:

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TRABALHO
Importante: quanto ao Jus Postulandi (art. 791 acima), a conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o
recente Súmula nº 425 do TST estabelece que: proponente.

Súmula nº 425, TST - Jus Postulandi na Justiça do A literalidade do § 1º acima deixa claro que o
Trabalho. Alcance. O jus postulandi das partes, preposto deve conhecer dos fatos, nada se referindo
estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas quando à necessidade de ter presenciado os fatos, ou
do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, mesmo que o preposto tenha que ser contemporâneo do
não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o trabalhador (autor) à epoca dos fatos.
mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho. Importante lembrar que o preposto irá figurar como
representante da parte no processo, daí porque basta que
tenha conhecimento dos fatos. Tais informações podem
Art. 792 - Os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 facilmente ser repassadas pelo RH da empresa.
(vinte e um) anos e as mulheres casadas poderão pleitear
perante a Justiça do Trabalho sem a assistência de seus Outro aspecto de destaque é que as declarações do
pais, tutores ou maridos. preposto obrigam a empresa; aqui também ganha destaque
aquelas situações nas quais o preposto não sabe responder
Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 questões relativas á fatos envolvendo o reclamante. O
anos será feita por seus representantes legais e, na falta desconhecimento pelo preposto induz à confissão quanto à
destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo matéria fática.
sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador
nomeado em juízo.
• O preposto não precisa ser empregado:
7.1 Da Substituição e Representação Processuais
Súmula 377, TST. PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA
A substituição processual se verifica quando alguém CONDIÇÃO DE EMPREGADO. Exceto quanto à
pleiteia em nome próprio direito alheio. No processo do reclamação de empregado doméstico, ou contra
trabalho, esta situação é comum quanto ao Sindicato que micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser
atua como substituto processual, em nome próprio, necessariamente empregado do reclamado.
defendendo os interesses da categoria. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
Hipóteses de substituição processual pelo sindicato 2006.
prevista na CLT e legislação esparsa:
Resumindo, o preposto deve:
Art. 195, § 2º da CLT - Arguida em juízo
a) Ser empregado da empresa (regra)
insalubridade ou periculosidade, seja por
b) Ter conhecimentos dos fatos
empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de
associado, o juiz designará perito habilitado na forma
• Pergunta: o que ocorre se apenas o advogado da
deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia
reclamada comparecer, sem a presença do
ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
preposto?
Resposta: revelia e confissão quanto à matéria de
• Lei 7.238/84
fato. Importante lembrar que na audiência trabalhista
quem deve estar presente são as partes.
Art. 3º [...]
Exceção à regra está prevista na Súmula 122 do
§ 2º Será facultado aos Sindicatos, independente da
TST, segundo a qual:
outorga de poderes dos integrantes da respectiva
categoria profissional, apresentar reclamação na Súmula 122 - REVELIA. ATESTADO MÉDICO - A
qualidade de substituto processual de seus
reclamada, ausente à audiência em que deveria
associados, com o objetivo de assegurar a apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu
percepção dos valores salariais corrigidos na forma
advogado munido de procuração, podendo ser ilidida
do artigo anterior. a revelia mediante a apresentação de atestado
médico, que deverá declarar, expressamente, a
• Presença das partes na audiência: impossibilidade de locomoção do empregador ou
do seu preposto no dia da audiência.
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar
presentes o reclamante e o reclamado,
independentemente do comparecimento de seus § 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso,
representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas devidamente comprovado, não for possível ao empregado
ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar
fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. por outro empregado que pertença à mesma profissão,
ou pelo seu sindicato.
Preposto:
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à
§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-
gerente, ou qualquer outro preposto que tenha comparecimento do reclamado importa revelia, além de
confissão quanto à matéria de fato.

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Ao contrário da assistência judiciária, os honorários
Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo advocatícios não são cabíveis no benefício da justiça
relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, gratuita (OJ 305, SDI – 1, TST).
designando nova audiência.
Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a
audiência acompanhados das suas testemunhas, forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá
apresentando, nessa ocasião, as demais provas. às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior
do Trabalho.
7.2 Da Assistência Judiciária e da Justiça Gratuita § 1º. Tratando-se de empregado que não tenha obtido o
benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o
Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária será sindicato que houver intervindo no processo responderá
prestada pelo sindicato da categoria profissional a que solidariamente pelo pagamento das custas devidas.
pertencer o trabalhador. Assim sendo, terá direito a § 2º. No caso de não-pagamento das custas, far-se-á
assistência judiciária, prestada pelo sindicado, todo aquele execução da respectiva importância, segundo o
que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo procedimento estabelecido no Capítulo V deste Título.
legal. O benefício também é garantido ao trabalhador de § 3º. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes
maior salário, uma vez provado que sua situação econômica dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a
não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
ou da família (art. 14, § 1º, Lei 5584/70). inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
Importante destacar que na assistência judiciária são perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo
cabíveis os honorários advocatícios reversíveis ao sindicato legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em
assistente (art. 16, Lei 5584/70). condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família.
Art. 14 da Lei 5584/70. Na Justiça do Trabalho, a
assistência judiciária a que se refere a Lei 1.060, de 5 de OJ 305 nº da SDI-I – Na Justiça do Trabalho, o
fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à
profissional a que pertencer o trabalhador. constatação da ocorrência concomitante de dois
§ 1º. A assistência é devida a todo aquele que perceber requisitos: o benefício da justiça gratuita e a
salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assistência por sindicato. O benefício da justiça
assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, gratuita implica apenas a isenção do pagamento de
uma vez provado que sua situação econômica não lhe despesas processuais. Outro aspecto de ressalte é
permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da que a sua concessão independe da assistência
família. judiciária pelo sindicato, de forma que é possível que
um trabalhador representado por advogado goze
Art 16 da Lei 5584/70. Os honorários do advogado pagos deste benefício.
pelo vencido reverterão em favor do Sindicato assistente.
7.3 Dos Honorários de Advogado
O §2º e §3º do artigo 14 perderam sua eficácia, tendo em
vista que a OJ 304, SDI – 1 do TST dispensa as exigências Em regra, não há honorários advocatícios na Justiça
realizadas por estes dispositivos, firmando a posição de que do Trabalho, devendo cada parte arcar com os honorários
atendidos os requisitos da Lei 5584/70 para a concessão da do profissional (advogado) que contratar. Entretanto, em
assistência judiciária, basta a simples afirmação do casos bem específicos há possibilidade de deferimento dos
declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se referidos honorários. As súmulas 219 e 329 e na OJ 305 da
considerar configurada a sua situação econômica. SDI-1, TST, estabelecem que, em regra, nas relações de
emprego, não cabem honorários sucumbenciais no
OJ 304, SDI – 1, TST. Atendidos os requisitos da Lei processo do trabalho, exceto em um caso, se observados
5584/70 (art. 14, § 2), para a concessão da dois requisitos cumulativos: beneficio de justiça gratuita +
assistência judiciária, basta a simples afirmação do assistência por sindicato (os dois requisitos são
declarante ou de seu advogado, na petição inicial, cumulativos). Nesse caso, os honorários serão de até 15%,
para se considerar configurada a sua situação reversíveis ao sindicato da categoria.
econômica.
Súmula nº 219 I – Na Justiça do Trabalho, a
Portanto, “na assistência judiciária, temos o condenação ao pagamento de honorários
assistente (sindicato) e o assistido (trabalhador), cabendo advocatícios, nunca superiores a 15%, não decorre
ao primeiro oferecer serviços jurídicos em juízo ao segundo. pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
A assistência judiciária gratuita abrange o benefício da parte estar assistida por sindicato de categoria
justiça gratuita. profissional e comprovar a percepção de salário
inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se
Já a justiça gratuita está prevista no artigo 790, §3 em situação econômica que não lhe permita
da CLT, que faculta aos juízes de qualquer instância demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
conceder este benefício, àqueles que perceberem salário respectiva família. II. É incabível a condenação ao
igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, pagamento de honorários advocatícios em ação
sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar rescisória no processo trabalhista, salvo se
as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou preenchidos os requisitos da lei 5.584/70.
de sua família.

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Súmula 329. Mesmo após a promulgação da CF/88, Art. 817 - O registro das audiências será feito em livro
permanece válido o entendimento consubstanciado próprio, constando de cada registro os processos
no Enunciado nº 219 do TST. apreciados e a respectiva solução, bem como as
ocorrências eventuais.
OJ nº 305 da SDI-I – Na Justiça do Trabalho, o
deferimento de honorários advocatícios se sujeita à Parágrafo único - Do registro das audiências poderão
constatação da ocorrência concomitante de dois ser fornecidas certidões às pessoas que o requererem.
requisitos: o benefício da justiça gratuita e a
assistência por sindicato. (...)
Ainda, conforme dispõe o art. 5° da IN 27/2005 do
TST, cabem honorários em decorrência da mera
sucumbência na Justiça do Trabalho quando se Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à
tratar de ações relativas à nova competência da audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-
Justiça do Trabalho, nos termos do art. 20 CPC, a comparecimento do reclamado importa revelia, além de
razão de até 20%. confissão quanto à matéria de fato.

IN 27/2005. Art. 5º - Exceto nas lides decorrentes da Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo
relação de emprego, os honorários advocatícios são relevante, poderá o presidente suspender o julgamento,
devidos pela mera sucumbência. designando nova audiência.

Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à


8. DAS AUDIÊNCIAS: DE CONCILIAÇÃO, DE
audiência acompanhados das suas testemunhas,
INSTRUÇÃO E DE JULGAMENTO; DA NOTIFICAÇÃO apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
DAS PARTES; DAS PROVAS; DAS NULIDADES; DAS
EXCEÇÕES; DO ARQUIVAMENTO DO PROCESSO; DA
REVELIA E CONFISSÃO. Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente
proporá a conciliação.
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do
Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo § 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado
ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e
(oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 demais condições para seu cumprimento.
(cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria
urgente. § 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo
anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o
local para a realização das audiências, mediante edital pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem
afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência prejuízo do cumprimento do acordo.
mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da
convocadas audiências extraordinárias, observado o prazo reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as
do parágrafo anterior. partes.

Art. 814 - Às audiências deverão estar presentes, Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução
comparecendo com a necessária antecedência. os do processo, podendo o presidente, ex officio ou a
escrivães ou secretários. requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os
litigantes.
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente
declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou § 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos
escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu
pessoas que devam comparecer. representante.

Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a § 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os
hora marcada, o juiz ou presidente não houver peritos e os técnicos, se houver.
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o
ocorrido constar do livro de registro das audiências. Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua;
mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-
Cuidado! A tolerância de 15 min é para o Juiz, não para as la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua
partes no processo. continuação para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificação.
Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas
audiências, podendo mandar retirar do recinto os Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes
assistentes que a perturbarem. aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez)
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente

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renovará a proposta de conciliação, e não se realizando
esta, será proferida a decisão. I - É ônus do empregador que conta com mais de
10 (dez) empregados o registro da jornada de
Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-
solução do dissídio, tomará os votos dos vogais e, havendo apresentação in-justificada dos controles de
divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir frequência gera presunção relativa de veracidade
decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por
equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social. prova em contrário.

II - A presunção de veracidade da jornada de


Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da trabalho, ainda que prevista em ins-trumento
reclamação serão resumidos em ata, de que constará, na normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
íntegra, a decisão. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, III - Os cartões de ponto que demonstram horários
será dispensável, a juízo do presidente, o resumo dos de entrada e saída uniformes são inválidos como
depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do meio de prova, invertendo-se o ônus da prova,
Tribunal quanto à matéria de fato. relativo às ho-ras extras, que passa a ser do
empregador, prevalecendo a jornada da inicial se
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao dele não se desincumbir.
processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de
48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que
julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à não souberem falar a língua nacional será feito por meio
mesma audiência. de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.

§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo,


Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não
pessoalmente, ou por seu representante, na própria saiba escrever.
audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela
forma estabelecida no § 1º do art. 841. § 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as
despesas correrão por conta da parte a que interessar o
DAS PROVAS depoimento.

Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas
as fizer. pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu
intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus
Atenção! representantes ou advogados.

É comum que se pense que o ônus da prova sempre • Quantidade de testemunhas


recai sobre a empresa (reclamada), porém, esta assertiva é
falsa, pois, o ônus de provar incumbe à parte que alegar, Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar
conforme dispõe o art. 818 acima referido. mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de
inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6
O art. 333 do CPC igualmente é aplicado de forma (seis)
subsidiária ao processo do trabalho, por força do art. 769 da
CLT, in verbis: Rito ordinário: até 3 testemunhas para cada parte
Rito sumaríssimo: até 2 testemunhas para cada
Art. 333. O ônus da prova incumbe: parte (§ 2º do art. 852-H)
Inquérito para apuração de falta grave: até 6
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu testemunhas para cada parte;
direito;
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu
modificativo ou extintivo do direito do autor. comparecimento para depor, quando devidamente arroladas
ou convocadas.
Exemplo: imaginemos a hipótese de o empregado
ingressar com reclamação trabalhista alegando existência Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou
de vinculo de emprego (o ônus de provar é do trabalhador); militar, e tiver de depor em hora de serviço, será
ao oferecer contestação, a empresa admite o trabalho requisitada ao chefe da repartição para comparecer à
prestado, entretanto, sustenta se tratar de trabalhador audiência marcada.
autônomo. Neste caso caberá à empresa a prova do fato
impeditivo do direito ao reconhecimento de vínculo. Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o
depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas
Súmula 338 do TST – horas extras e ônus da demais que tenham de depor no processo.
prova:
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência
Súmula 338 - JORNADA DE TRABALHO. independentemente de notificação ou intimação.
REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

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Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da
Obs.: Lembrar que no rito sumaríssimo, só será deferida Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar
intimação de testemunha que, comprovadamente dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a
testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão
condução coercitiva (art. 852-H, § 3º) mediante provocação das partes, as quais deverão
arguilas à primeira vez em que tiverem de falar em
Parágrafo único - As que não comparecerem serão audiência ou nos autos.
intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando
sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. § 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a
730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação. nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso,
serão considerados nulos os atos decisórios.
Art. 826 - É facultado a cada uma das partes
apresentar um perito ou técnico. Cuidado! A expressão “foro” deve ser entendida não como
fórum, lugar, território, mas sim, como sinônima de
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá arguir os peritos “jurisdição”, ou seja, o “foro trabalhista”, “a Justiça do
compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto Trabalho.
ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
Tal observação é importante, uma vez que se trata de
• Qualificação da testemunha incompetência em razão da matéria (absoluta), a qual
deverá ser declarada de ofício pelo Juiz; o mesmo não
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o ocorrerá em relação à competência em razão do lugar
compromisso legal, será qualificada, indicando o nome, (relativa), a qual só poderá ser declarada desde que
nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando requerida pela parte interessada.
empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador,
ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. § 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente
determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas processo, com urgência, à autoridade competente,
serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário fundamentando sua decisão.
da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a
súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:
depoentes.
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o
• Testemunha – informante ato;
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro
grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade
não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como declarará os atos a que ela se estende.
simples informação.
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova posteriores que dele dependam ou sejam consequência.
poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob
sua responsabilidade pessoal.
DAS EXCEÇÕES
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia,
a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do
devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do
serventuário competente proceder à conferência e certificar feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
a conformidade entre esses documentos.

• Empregado que tem ação contra a mesma empresa § 1º - As demais exceções serão alegadas como
pode ser testemunha? matéria de defesa.

Resposta: sim. A lei não impede de testemunhar Obs.: Trata-se da oposição de exceção de incompetência
pessoa que esteja litigando ou tenha litigado contra o em razão da matéria, a qual será alegada como matéria de
mesmo empregador. defesa, em preliminar de contestação.
Esta é a posição do TST – Súmula 357:
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e
Súmula 357 - TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do
MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO - Não torna feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes
suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando alegá-las novamente no recurso que couber da decisão
ou de ter litiga-do contra o mesmo empregador.
final. (Ver súmula 214 do TST)

DAS NULIDADES
Art. 800 - Apresentada a exceção de incompetência
(relativa), abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por 24 horas

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improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na Parágrafo único - Se o recusante houver praticado
primeira audiência ou sessão que se seguir. algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não
mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo
novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar- processo constar que o recusante deixou de alegá-la
se por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de
seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se
procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima; Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz
c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o ou Tribunal designará audiência dentro de 48 horas, para
terceiro grau civil; (impedimento) instrução e julgamento da exceção.
d) interesse particular na causa.
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e
Perceba que a CLT faz referência apenas às exceções nos Tribunais Regionais, julgada procedente a exceção de
de suspeição e incompetência (relativa), nada se referindo à
suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou
exceção de impedimento. Em verdade, a alínea “c” do art.
sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito,
891 acima diz respeito à exceção de impedimento.
o qual continuará a funcionar no feito até decisão final.
Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dos
Nestes termos, entende-se que o CPC será utilizado membros se declarar suspeito.
de forma subsidiária (arts. 134 e 135 do CPC):

§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será


Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções
no processo contencioso ou voluntário: este substituído na forma da organização judiciária local.
(impedimento)
I - de que for parte; 9. DOS DISSÍDIOS INDIVIDUAIS: DA FORMA DE
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou RECLAMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO; DA RECLAMAÇÃO
como perito, funcionou como órgão do Ministério ESCRITA E VERBAL; DA LEGITIMIDADE PARA
Público, ou prestou depoimento como testemunha; AJUIZAR.
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição,
tendo-lhe proferido sentença ou decisão; Art. 837 - Nas localidades em que houver apenas 1
IV - quando nele estiver postulando, como advogado (uma) Junta de Conciliação e Julgamento, ou 1 (um)
da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, escrivão do cível, a reclamação será apresentada
consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha diretamente à secretaria da Junta, ou ao cartório do Juízo.
colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim,
de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, Art. 838 - Nas localidades em que houver mais de 1
até o terceiro grau; (uma) Junta ou mais de 1 (um) Juízo, ou escrivão do cível, a
VI - quando for órgão de direção ou de administração reclamação será, preliminarmente, sujeita a distribuição, na
de pessoa jurídica, parte na causa. forma do disposto no Capítulo II, Seção II, deste Título.
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só
se verifica quando o advogado já estava exercendo o Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada:
patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado
pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente,
juiz.
ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe;
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de
parcialidade do juiz, quando: (suspeição) b) por intermédio das Procuradorias Regionais da
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das Justiça do Trabalho.
partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA RECLAMAÇÃO
de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta
ou na colateral até o terceiro grau; • Reclamação trabalhista – escrita ou verbal
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de
alguma das partes;
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o
processo; aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa, ou subministrar meios para atender § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a
às despesas do litígio; designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a
V - interessado no julgamento da causa em favor de quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do
uma das partes. reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou
suspeito por motivo íntimo. de seu representante.

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§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo
em 2 vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a
observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser
convocado para atuar simultaneamente com o titular.
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o
escrivão ou secretário, dentro de 48 horas, remeterá a Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade
segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, para determinar as provas a serem produzidas, considerado
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou
audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou
depois de 5 dias. protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial
valor às regras de experiência comum ou técnica.
§ 1º - A notificação será feita em registro postal
com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as
recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará
por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o os meios adequados de persuasão para a solução
expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência.
ou Juízo.
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da resumidamente os atos essenciais, as afirmações
apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo fundamentais das partes e as informações úteis à solução
anterior. da causa trazidas pela prova testemunhal.

Art. 842 - Sendo várias as reclamações e havendo Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os
identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só incidentes e exceções que possam interferir no
processo, se se tratar de empregados da mesma empresa prosseguimento da audiência e do processo. As demais
ou estabelecimento. questões serão decididas na sentença.

10. DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na


audiência de instrução e julgamento, ainda que não
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não requeridas previamente.
exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data
do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao § 1º Sobre os documentos apresentados por uma das
procedimento sumaríssimo. partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem
interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento critério do juiz.
sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração
Pública direta, autárquica e fundacional. § 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada
parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no independentemente de intimação.
procedimento sumaríssimo:
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que,
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não
o valor correspondente; comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá
determinar sua imediata condução coercitiva.
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor
a correta indicação do nome e endereço do reclamado; § 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for
legalmente imposta, será deferida prova técnica,
incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no perícia e nomear perito.
prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo
constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o
movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. § 5º (VETADO)

§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto § 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o
nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da laudo, no prazo comum de cinco dias.
reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o
valor da causa. § 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e
a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz
mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, da causa.
reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local
anteriormente indicado, na ausência de comunicação. Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de
convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes
ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

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§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do
da lei e as exigências do bem comum. Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei nº
13.015, de 2014)
§ 2º (VETADO)
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria 13.015, de 2014)
audiência em que prolatada. o
§ 2 A divergência apta a ensejar os embargos deve
ser atual, não se considerando tal a ultrapassada por
11. RECURSOS
súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo
Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória
Os recursos trabalhistas estão regulados entre os arts. jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído
893 ao 902 da CLT. pela Lei nº 13.015, de 2014)
o
Importante a leitura atenta de tais dispositivos legais, § 3 O Ministro Relator denegará seguimento aos
sobretudo porque que a Lei 13.015/2014 promoveu embargos: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
inúmeras alterações na matéria recursal, fato que
certamente ensejará a cobrança de muitas questões em I - se a decisão recorrida estiver em consonância
prova. Segue a literalidade de tais artigos da CLT: com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa,
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do
recursos: Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la; (Incluído pela Lei nº
13.015, de 2014)

I - embargos; II - nas hipóteses de intempestividade, deserção,


irregularidade de representação ou de ausência de qualquer
II - recurso ordinário; outro pressuposto extrínseco de admissibilidade. (Incluído
pela Lei nº 13.015, de 2014)
III - recurso de revista; o
§ 4 Da decisão denegatória dos embargos caberá
agravo, no prazo de 8 (oito) dias. (Incluído pela Lei nº
IV - agravo. 13.015, de 2014)

§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio RECURSO ORDINÁRIO


Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do
merecimento das decisões interlocutórias somente em
recursos da decisão definitiva. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:

Obs.: É a partir deste parágrafo que se extrai a regra I - das decisões definitivas ou terminativas das
segundo a qual as decisões interlocutórias na Justiça do Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e
Trabalho não ensejam recurso de imediato.
II - das decisões definitivas ou terminativas dos
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Tribunais Regionais, em processos de sua competência
Federal não prejudicará a execução do julgado. originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios
individuais, quer nos dissídios coletivos.
EMBARGOS AO TST
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento
sumaríssimo, o recurso ordinário:
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem
embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
I - (VETADO).

I - de decisão não unânime de julgamento que:


II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido
no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em 10 dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo
dissídios coletivos que excedam a competência imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;
territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e
estender ou rever as sentenças normativas do III - terá parecer oral do representante do Ministério
Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos Público presente à sessão de julgamento, se este entender
em lei; e necessário o parecer, com registro na certidão;
b) (VETADO)
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão
de julgamento, com a indicação suficiente do processo e
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das
parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente.
decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou

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Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a inclusive em processo incidente de embargos de terceiro,
certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de
de acórdão. ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal

§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, • Outras regras em matéria recursal promovidas


poderão designar Turma para o julgamento dos recursos Lei 13.015/2014
ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas
demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. o
§ 3 Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão,
obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência
RECURSO DE REVISTA e aplicarão, nas causas da competência da Justiça do
Trabalho, no que couber, o incidente de uniformização de
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do Título IX
Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em do Livro I da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos de Processo Civil). (Redação dada pela Lei nº
Tribunais Regionais do Trabalho, quando: 13.015, de 2014)

o
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal § 4 Ao constatar, de ofício ou mediante provocação de
interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, a
Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito do
de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto
ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme de recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho
dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal determinará o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de
Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014) que proceda à uniformização da jurisprudência. (Redação
dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, o o
Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, § 5 A providência a que se refere o § 4 deverá ser
sentença normativa ou regulamento empresarial de determinada pelo Presidente do Tribunal Regional do
observância obrigatória em área territorial que exceda a Trabalho, ao emitir juízo de admissibilidade sobre o recurso
jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão de revista, ou pelo Ministro Relator, mediante decisões
recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; irrecorríveis.(Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)

o
c) proferidas com violação literal de disposição de lei § 6 Após o julgamento do incidente a que se refere o
o
federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. § 3 , unicamente a súmula regional ou a tese jurídica
prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não
o conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do
§ 1 O recurso de revista, dotado de efeito apenas Tribunal Superior do Trabalho servirá como paradigma para
devolutivo, será interposto perante o Presidente do viabilizar o conhecimento do recurso de revista, por
Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão divergência.(Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo. (Redação
dada pela Lei nº 13.015, de 2014) o
§ 7 A divergência apta a ensejar o recurso de revista
o deve ser atual, não se considerando como tal a
§ 1 -A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho
parte: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e
notória jurisprudência do Tribunal Superior do
I - indicar o trecho da decisão recorrida que Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto
do recurso de revista; (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) o
§ 8 Quando o recurso fundar-se em dissenso de
julgados, incumbe ao recorrente o ônus de produzir prova
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou
contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver
com a decisão regional; (Incluído pela Lei nº 13.015, de sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela
2014) reprodução de julgado disponível na internet, com indicação
da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as
III - expor as razões do pedido de reforma, circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão confrontados. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de
cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula o
§ 9 Nas causas sujeitas ao procedimento
ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por
aponte. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do
Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do
• Recurso de Revista na fase de Execução: Supremo Tribunal Federal e por violação direta da
Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 13.015, de
o 2014)
§ 2 Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do
Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença,
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§ 10. Cabe recurso de revista por violação a lei pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do
federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
Constituição Federal nas execuções fiscais e nas
o
controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão § 4 Caberá ao Presidente do Tribunal de origem
Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei admitir um ou mais recursos representativos da
o
n 12.440, de 7 de julho de 2011. (Incluído pela Lei nº controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal
13.015, de 2014) Superior do Trabalho, ficando suspensos os demais
recursos de revista até o pronunciamento definitivo do
§ 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.015,
formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do de 2014)
Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo,
o
julgando o mérito. § 5 O relator no Tribunal Superior do Trabalho
poderá determinar a suspensão dos recursos de revista ou
§ 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no de embargos que tenham como objeto controvérsia idêntica
prazo de 8 (oito) dias. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) à do recurso afetado como repetitivo. (Incluído pela Lei nº
13.015, de 2014)
§ 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de
o
um dos membros da Seção Especializada em Dissídios § 6 O recurso repetitivo será distribuído a um dos
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela Ministros membros da Seção Especializada ou do Tribunal
maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se Pleno e a um Ministro revisor. (Incluído pela Lei nº 13.015,
o
refere o § 3 poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. (Incluído de 2014)
pela Lei nº 13.015, de 2014)
o
§ 7 O relator poderá solicitar, aos Tribunais
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no Regionais do Trabalho, informações a respeito da
recurso de revista, examinará previamente se a causa controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze)
oferece transcendência com relação aos reflexos gerais dias. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
de natureza econômica, política, social ou jurídica.
o
§ 8 O relator poderá admitir manifestação de
pessoa, órgão ou entidade com interesse na controvérsia,
Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que
inclusive como assistente simples, na forma da Lei nº 5.869,
couber, as normas da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo
1973 (Código de Processo Civil), relativas ao julgamento
Civil). (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
dos recursos extraordinário e especial repetitivos. (Incluído
pela Lei nº 13.015, de 2014) o
§ 9 Recebidas as informações e, se for o caso, após
o
cumprido o disposto no § 7 deste artigo, terá vista o
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído
recursos de revista fundados em idêntica questão de pela Lei nº 13.015, de 2014)
direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada
em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão
§ 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público
da maioria simples de seus membros, mediante
e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o
requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção
processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou
Especializada, considerando a relevância da matéria ou a
no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência
existência de entendimentos divergentes entre os Ministros
sobre os demais feitos. (Incluído pela Lei nº 13.015, de
dessa Seção ou das Turmas do Tribunal. (Incluído pela Lei
2014)
nº 13.015, de 2014)

o
§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do
§ 1 O Presidente da Turma ou da Seção Trabalho, os recursos de revista sobrestados na
Especializada, por indicação dos relatores, afetará um ou origem: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
mais recursos representativos da controvérsia para
julgamento pela Seção Especializada em Dissídios I - terão seguimento denegado na hipótese de o
Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos acórdão recorrido coincidir com a orientação a respeito da
repetitivos. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou (Incluído pela
o
Lei nº 13.015, de 2014)
§ 2 O Presidente da Turma ou da Seção
Especializada que afetar processo para julgamento sob o II - serão novamente examinados pelo Tribunal de
rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da
aos demais Presidentes de Turma ou de Seção orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da
Especializada, que poderão afetar outros processos sobre a matéria. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
questão para julgamento conjunto, a fim de conferir ao
órgão julgador visão global da questão. (Incluído pela
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste
Lei nº 13.015, de 2014)
artigo, mantida a decisão divergente pelo Tribunal de
o origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso de
§ 3 O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho revista. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
oficiará os Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho
para que suspendam os recursos interpostos em casos
§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito
idênticos aos afetados como recursos repetitivos, até o
dos recursos repetitivos também contenha questão

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constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não estiver subordinado o prolator da sentença, observado o
obstará o conhecimento de eventuais recursos disposto no art. 679, a quem este remeterá as peças
extraordinários sobre a questão constitucional.(Incluído pela necessárias para o exame da matéria controvertida, em
Lei nº 13.015, de 2014) autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido
determinada a extração de carta de sentença.
§ 14. Aos recursos extraordinários interpostos
perante o Tribunal Superior do Trabalho será aplicado o § 4º - Na hipótese da alínea “b” deste artigo, o agravo
procedimento previsto no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 será julgado pelo Tribunal que seria competente para
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao conhecer o recurso cuja interposição foi denegada.
Presidente do Tribunal Superior do Trabalho selecionar um
ou mais recursos representativos da controvérsia e o
§ 5 Sob pena de não conhecimento, as partes
encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando
promoverão a formação do instrumento do agravo de
os demais até o pronunciamento definitivo da Corte, na
o o
forma do § 1 do art. 543-B da Lei n 5.869, de 11 de janeiro modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do
recurso denegado, instruindo a petição de interposição:
de 1973 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº
13.015, de 2014)
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada,
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho da certidão da respectiva intimação, das procurações
poderá oficiar os Tribunais Regionais do Trabalho e os outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da
Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do petição inicial, da contestação, da decisão originária, do
Tribunal para que suspendam os processos idênticos aos depósito recursal referente ao recurso que se pretende
selecionados como recursos representativos da controvérsia destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e
o
e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu do depósito recursal a que se refere o § 7 do art. 899 desta
pronunciamento definitivo. (Incluído pela Lei nº 13.015, de Consolidação;
2014)
II - facultativamente, com outras peças que o agravante
§ 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.
será aplicada aos casos em que se demonstrar que a
situação de fato ou de direito é distinta das presentes no o
§ 6 O agravado será intimado para oferecer resposta
processo julgado sob o rito dos recursos ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças
repetitivos. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) que considerar necessárias ao julgamento de ambos os
recursos.
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em
julgamento de recursos repetitivos quando se alterar a o
situação econômica, social ou jurídica, caso em que será § 7 Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o
respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a julgamento do recurso principal, observando-se, se for o
égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Superior do caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso.
Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha
o
alterado. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) § 8 Quando o agravo de petição versar apenas sobre
as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a
AGRAVO (Petição e Instrumento) extração de cópias das peças necessárias, que serão
o
autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3 , parte final, e
remetidas à instância superior para apreciação, após
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: contraminuta.

a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


execuções;
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu
interposição de recursos. julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão
subsequente a sua apresentação, registrado na certidão,
§ 1º - O agravo de petição só será recebido quando o admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no
valores impugnados, permitida a execução imediata da exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por
carta de sentença. o
§ 1 Os erros materiais poderão ser corrigidos de
ofício ou a requerimento de qualquer das partes. (Redação
§ 2º - O agravo de instrumento interposto contra o dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
despacho que não receber agravo de petição não suspende
o
a execução da sentença. § 2 Eventual efeito modificativo dos embargos de
declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção
o
§ 3 Na hipótese da alínea “a” deste artigo, o agravo de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte
será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade contrária, no prazo de 5 diias. (Incluído pela Lei nº 13.015,
recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 2014)
de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento
competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que
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o
§ 3 Os embargos de declaração interrompem o Art. 901 - Sem prejuízo dos prazos previstos neste
prazo para interposição de outros recursos, por qualquer Capítulo, terão as partes vistas dos autos em cartório ou na
das partes, salvo quando intempestivos, irregular a secretaria.
representação da parte ou ausente a sua assinatura.
Parágrafo único - Salvo quando estiver correndo prazo
Art. 898 - Das decisões proferidas em dissídio coletivo comum, aos procuradores das partes será permitido ter
que afete empresa de serviço público, ou, em qualquer vista dos autos fora do cartório ou secretaria.
caso, das proferidas em revisão, poderão recorrer, além dos
interessados, o Presidente do Tribunal e a Procuradoria da Art. 902 - (Revogado pela Lei nº 7.033, de 5.10.1982)
Justiça do Trabalho.

FUNDAMENTOS DOS RECURSOS


Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples
petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as
exceções previstas neste Título, permitida a execução Como todo ser humano, o juiz também pode errar, e é
provisória até a penhora. normal que a parte vencida entenda que foi injustiçada e
que o erro foi da justiça. Por isto, as sentenças são
passíveis de reexame por um órgão colegiado, composto
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o por juízes que ascenderam o Tribunal por antiguidade ou
salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será
por merecimento. (critérios de promoção). A função do
admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante
Tribunal de revisar as decisões é conhecido como duplo
prévio depósito da respectiva importância. Transitada em
grau de jurisdição. (apesar de poder ter mais um grau de
julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento
imediato da importância de depósito, em favor da parte jurisdição).
vencedora, por simples despacho do juiz.
O recurso é interposto por uma petição (de
interposição) que postula o reexame do recurso ( a análise
§ 2º Tratando-se de condenação de valor
do recurso), a qual é direcionada para o juízo que prolatou a
indeterminado, o depósito corresponderá ao que for
decisão. Lei 9800/99 autoriza a interposição de recurso por
arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo de
fax, devendo a peça original ser protocolada em até cinco
Direito, até o limite de 10 (dez) vezes o salário-mínimo da
região. dias do esgotamento do prazo ou do fax.

Aplicando-se subsidiariamente o CPC, o recorrente


§ 3º - (Revogado pela Lei nº 7.033, de 5.10.1982) pode desistir do recurso sem anuência da parte contrária
(art. 501), sendo que o recurso será aproveitado para todos
§ 4º - O depósito de que trata o § 1º far-se-á na conta os litisconsortes, salvo se interesses opostos (Art. 509). Se
vinculada do empregado (FGTS) a que se refere o art. 2º o advogado falecer ou houver força maior, o prazo será
da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, aplicando-se- devolvido (art. 507)
lhe os preceitos dessa Lei observado, quanto ao respectivo
levantamento, o disposto no § 1º.
O art. 893 da CLT relaciona os recurso cabíveis no
§ 5º - Se o empregado ainda não tiver conta vinculada Processo do Trabalho. Observe-se:
aberta em seu nome, nos termos do art. 2º da Lei nº 5.107,
de 13 de setembro de 1966, a empresa procederá à Art. 893, CLT. Das decisões são admissíveis os
respectiva abertura, para efeito do disposto no § 2º. seguintes recursos:
I. embargos;
§ 6º - Quando o valor da condenação, ou o arbitrado II. recurso ordinário;
para fins de custas, exceder o limite de 10 (dez) vezes o III. recurso de revista;
salário-mínimo da região, o depósito para fins de recursos IV. agravo.
será limitado a este valor.
Ainda, conforme Súmula 196 do TST, é compatível
o
§ 7 No ato de interposição do agravo de com o processo do trabalho o Recurso Adesivo.
instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% do
valor do depósito do recurso ao qual se pretende Os recursos serão interpostos por simples petição e
destrancar. terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções
previstas neste Titulo, permitida a execução provisória até
o a penhora (art. 899 da CLT).
§ 8 Quando o agravo de instrumento tem a
finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge
contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Constitui exceção à regra o recurso interposto de
Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas decisão normativa da Justiça do Trabalho, o qual terá efeito
súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá suspensivo, na medida e extensão conferidas em despacho
obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho (Art. 14, Lei
o
7 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) 10.192/2001).

Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o A fim de conseguir efeito suspensivo, o TST admite a
recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao propositura de ação cautelar:
que tiver tido o recorrente.

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Súmula 414 do TST – MANDADO DE
SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU a) Legitimidade: é a habilitação conferida pela lei
LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA (art. 499 do CPC) à pessoa natural ou jurídica que
SENTENÇA tenha participado, como parte, do processo em
I - A antecipação da tutela concedida na sentença primeiro grau, ainda que revel. Outros legitimados:
não comporta impugnação pela via do mandado de sucessor ou herdeiro; responsável solidário/
segurança, por ser impugnável mediante recurso subsidiário; o subempreiteiro, o empreiteiro
ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se principal ou o dono da obra (art. 455, CLT); o
obter efeito suspensivo a recurso. Ministério Público.
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser
concedida antes da sentença, cabe a impetração do b) Capacidade: não basta ser parte legítima, é
mandado de segurança, em face da inexistência de necessário que o recorrente esteja plenamente
recurso próprio. capaz no momento da interposição do recurso
III - A superveniência da sentença, nos autos (arts. 3º, 4º e 5º do CC); trata-se da capacidade
originários, faz perder o objeto do mandado de recursal.
segurança que impugnava a concessão da tutela
antecipada (ou liminar). c) Interesse: o interesse recursal repousa no binômio
utilidade-necessidade. O recurso deve ser
PRINCÍPIOS RECURSAIS necessário ao recorrente, como meio de obter a
• Taxatividade: significa dizer que só serão cabíveis os reforma ou anulação da decisão, em razão de
recursos previstos no Lei Processual do Trabalho, seja gravame/ prejuízo. Além disso deve ser útil ao
na CLT ou mesmo em outras normas aplicáveis ao recorrente, pois, se o bem jurídico for
processo do trabalho. espontaneamente satisfeito pelor recorrido depois
de proferida a decisão impugnada, não haverá
Temos os seguintes recursos cabíveis no Processo do utilidade do recurso.
Trabalho:

Recurso Ordinário (art. 895, CLT) • EXTRÍNSSECOS OU OBJETIVOS:


Recurso de Revista (art. 896, CLT)
Embargos ao TST (art. 894, CLT) a) Recorribilidade do ato: somente poderá ser
Agravo de Instrumento (art. 897, CLT) admitido recurso, se inexistir, no ordenamento
Agravo de Petição (art. 897, CLT) jurídico, óbice ao exercício do direito de recorrer.
Embargos de Declaração (art. 897-A, CLT) (ex.: despachos de mero expediente e decisões
Agravo Regimental (art. 709, § 1º, CLT) interlocutórios são irrecorríveis);
Pedido de Revisão do valor da causa (art. 2º, § 1º
da Lei 5.584/70) b) Adequação/ cabimento: o recurso deve ser
Recurso Adesivo (Súmula 283, TST) adequado, nos termos dos requisitos previstos na
Recurso Extraordinário (art. 102, CF/88) lei. (ex.: de sentença da vara, caberá recurso
Remessa necessária (ex officio) – art. 475 do CPC ordinário).
e Decreto-lei 779/69
c) tempestividade: o direito de recorrer deve ser
exercido dentro do prazo legal (8 dias em regra);
• Singularidade ou Unirrecorribilidade: só será d) regularidade de representação: se a parte estiver
cabível um recurso para cada decisão. Não se admite assistida por advodado, este deve estar
a duplicidade de recursos ao mesmo tempo. Os devidamente constituído nos autos, mediante
recursos devem ser interpostos sucessiva e não instrumento de mandato (procuração);
simultaneamente.
e) preparo: pagamento das custas e depósito
recursal; A União e demais entidades estão
• Fungibilidade: consiste no fato de o recorrente
dispensadas do depósito;
interpor um recurso (equivocado) ao invés de outro
quando presentes alguns requisitos. Decorre da
• DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS:
instrumentalidade das formas e do aproveitamento dos
atos processuais.
Na processo do trabalho vigora o princípio da
irrecorribilidade das decisões interlocutórias (art. 893, § 3º
• Variabilidade: o princípio da variabilidade não é
da CLT. Logo, caso o juiz do trabalho indeferir a oitiva de
unamidade entre os autores. Em suma, tal princípio
uma das 3 testemunhas possíveis no rito ordinário, estará
autoriza a troca de um recurso interposto por outro
proferindo decisão interlocutória da qual não caberá recurso
diverso e sucessivo, que se deseja, efetivamente
de imediato. O advogado da parte prejudicado deverá fazer
utilizar.
constar seus protestos na ata da audiência para posterior
recurso ordinário.
PRESSUPOSTOS RECURSAIS: Art. 893, § 1º, CLT. Os incidentes do processo são
resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
• INTRINSSECOS OU SUBJETIVOS: se a apreciação do merecimento das decisões
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interlocutórias somente em recurso da decisão Prazo: 08 dias para interpor o recurso e para
definitiva. contrarrazoar o recurso. Se for Reclamada tem que efetuar
o depósito recursal e ambos têm que pagar custas.
Exceções ao princípio da irrecorribilidade das
decisões interlocutórias estão relacionadas na Súmula 214 • Quando o recorrente não recorrer de toda matéria do
do TST: julgado, aquela que não for objeto de recurso
transitará em julgado.
Súmula nº 214 do TST – Na Justiça do Trabalho,
nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões • O Recurso ordinário que ataca uma decisão de um
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo dissídio coletivo, será julgado pelo TST (seção
nas hipóteses de decisão: especializada de dissídio coletivo), porém, quando a
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à decisão atacada for oriunda de um dissídio
Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal individual com competência originária do TRT
Superior do Trabalho; (mandado de segurança ou ação rescisória), o
b) suscetível de impugnação mediante recurso para recurso será encaminhado para a seção
o mesmo Tribunal; especializada de dissídio individual (o presidente do
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, TRT analisará os pressupostos e o relator.
com a remessa dos autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo Procedimento:
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § - Ordinário: quando a parte é intimada da sentença e
2º, da CLT. não fica contente com a decisão, terá o prazo de oito dias
para interpor recurso ordinário. O juiz prolator da decisão
Considerando que a regra é a irrecoribilidade das analisará os pressupostos de admissibilidade e conhecendo
decisões interlocutórias, há possibilidade de atacar eventual do recurso, determinará a parte contrária para contra-razoar
decisão que viole direito líquido e certo mediante mandado o recurso no prazo de oito dias (art. 900 da CLT). Se o juiz
de segurança. negar seguimento ao recurso caberá agravo de instrumento.
O recurso subirá ao Tribunal, juntamente com o processo, e
EFEITOS DOS RECURSOS após distribuído, passará para a Procuradoria opinar no
prazo de oito dias (da distribuição), após, os autos irão ao
Devolutivo (art. 899, CLT) relator e após ao revisor, quando é posto em mesa para
Suspensivo (S. 414, TST e lei 10.192/2001) julgamento. No julgamento, três juízes votarão (art. 555 do
Extensivo (art. 509, CPC) CPC), apesar da turma ser composta de cinco juízes. O
Translativo (art. 515, 516, 267, § 3º, 296, CPC) julgamento proferido pelo tribunal será feito pelo acórdão, o
Substitutivo (art. 512, CPC) qual substituirá a sentença. Todo acórdão deve conter
Regressivo (art. 285-A, § 1º, CPC) ementa (art. 563 do CPC).

- Sumaríssimo: Ao chegar ao tribunal, o processo é


RECURSO ORDINÁRIO (art. 895) distribuído ao relator (não passa pela procuradoria), o qual
deverá marcar julgamento pelo prazo de 10 dez dias da
Objetivo: atacar a sentença que lhe foi desfavorável, distribuição, não havendo revisor (art. 895, §1º CLT), se
com argumentos onde se discute matéria fática, probatória necessário o procurador fará seu parecer oral na tribuna. O
ou de direito. acórdão não terá relatório, e a fundamentação será sucinta,
sendo que quando confirmar a sentença pelos mesmos
Cabimento: fundamentos da sentença, o acórdão deverá conter apenas
que confirma os fundamentos (Art. 895 § 2º CLT) o que
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e viola o art. 93 IX da CF.
Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e
RECURSO ADESIVO
II - das decisões definitivas ou terminativas dos (art. 500 CPC e Súmula 283 TST)
Tribunais Regionais, em processos de sua competência
originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios Objetivo: É a possibilidade de quando ocorrer a
individuais, quer nos dissídios coletivos. sucumbência recíproca, a parte que não tiver recorrido no
prazo recursal, poderá utilizar-se do recurso adesivo, caso a
Algumas ações de competência originária dos parte contrária tenha recorrido no prazo recursal.
TRTs:
Cabimento: para atacar as decisões de recurso
• dissídio coletivo ordinário, de revista, Embargos e Agravo de Petição.
• ação rescisória
• mandado de segurança Pressuposto específico: tem que ter a preexistência
de um recurso e a sucumbência recíproca, além dos demais
• hábeas corpus
pressupostos como custas e depósito.
• agravo regimental, etc.
*Se o recurso principal, não for conhecido, seja qual for
o motivo, o recurso adesivo também não o será.

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Súmula 283 do TST: PREQUESTIONAMENTO: a questão deve ser posta


pelo juízo “a quo”, para que se tenha condições de
Súmula 283 - RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA mensurar se ocorreu a alegada violação de lei federal, de
NO PROCESSO DO TRABA-LHO. CORRELAÇÃO DE C.F. ou divergência da jurisprudência; A parte poderá
MATÉRIAS - O recurso adesivo é compatível com o interpor Embargos Declaração para que o juízo “a quo”
processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 dias, nas pronuncie sobre o tema (Súmula 297 do TST)
hipóteses de interposição de recurso ordinário, de
agravo de petição, de revista e de embargos, sendo Súmula 297 - PREQUESTIONAMENTO.
desnecessário que a matéria nele veiculada esteja OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO
relacionada com a do recurso interposto pela parte
contrária. I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando
na decisão impugnada haja sido adotada,
explicitamente, tese a respeito.
RECURSO DE REVISTA (art. 896)
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria
Objetivo: orientar a jurisprudência especializada para a haja sido invocada no recurso principal, opor
uniformização. É um recurso restrito aos aspectos legais e embargos declaratórios objetivando o
de interpretação do Direito, não devolvendo ao juízo a pronunciamento sobre o tema, sob pena de
matéria fática ou probatória. O recurso de revista exprime o preclusão.
funcionamento do TST como um terceiro grau de jurisdição
trabalhista. III. Considera-se prequestionada a questão jurídica
invocada no recurso principal sobre a qual se omite o
Prazo:08 dias da intimação do acórdão que julgou RO., Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos
bem como contra-razões. embargos de decla-ração.

Cabimento:
COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA: é necessário
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do que seja transcrita a ementa do acórdão indicado como
Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em paradigma e a indicação da fonte oriunda de um repositório
grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos idôneo de jurisprudência, quando a violação for da lei ou
Tribunais Regionais do Trabalho, quando: CF, deverá transcrever o dispositivo.

a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal TRANSCENDÊNCIA - ART. 896-A (desde 2001):
interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Caberá RR quando houver transcendência com relação
Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social
de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou jurídica. Seria mais um requisito para aceitação do RR,
ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme para aceitar o recurso quando refletir algo muito relevante
dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal nestes campos, principalmente para o governo por tais
Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014) assuntos serem mais importantes do que os outros.

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, • PROCEDIMENTO:


Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo,
sentença normativa ou regulamento empresarial de Rito Ordinário: O recurso será interposto ao TST no
observância obrigatória em área territorial que exceda a prazo de oito dias, sendo apresentado ao Presidente do
jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão TRT que pode recebê-lo ou denegá-lo (art. 896§ 1º CLT).
recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; Se negar seguimento, o recorrente poderá entrar com
Agravo de instrumento. Se recebido pelo Presidente do
c) proferidas com violação literal de disposição de lei TRT, abrirá vistas para parte contrária contra-razoar e
federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. remeterá os autos para o TST, onde passará pelo Ministério
Público para dar o parecer e será distribuído ao relator e
depois ao revisor. Marcado o julgamento, as partes poderão
O depósito recursal é obrigatório, salvo quando
fazer sustentação oral e havendo empate na votação, será
decorrer de decisão de agravo de petição, pois o juízo já
convocado outro ministro de outra turma.
estará garantido através dos bens constritos que originaram
a interposição dos Embargos à Execução, exceto quando
Rito Sumaríssimo: Nas causas sujeitas ao
tiver elevação do valor, de acordo com item IV, alina “c” da
procedimento sumaríssimo, só será admitido recurso de
instrução normativa nº 3 de 03/03/93 do TST.
revista se a decisão atacada contrariar Súmula do TST e
*Quando o vencedor em primeiro grau for vencido em
violação direta da Constituição Federal (art. 896 § 6º), não
segundo grau (em RO), se interpuser Recurso de Revista
cabendo RR por violação a Orientação Jurisprudencial,
deverá recolher as custas e se empregador o depósito
por falta de previsão legal (OJ 442 da SDI-I do TST)
prévio, devido a inversão da sucumbência.
Não caberá Recurso de Revista:
• Pressupostos específicos de admissibilidade:

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Súmula 333 do TST: RECURSOS DE REVISTA.
CONHECIMENTO - Não ensejam recurso de revista Erros materiais: § 1º O recurso de revista, dotado de
decisões superadas por iterativa, notória e atual efeito apenas devolutivo, será interposto perante o
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por
decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo.
(Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
(art. 535 CPC e art. 897-A da CLT) Ex.: troca de letras ou nome (quando na decisão,
ocorrer erro de digitação ou algo do gênero, o juiz pode
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da regularizar de ofício ou a requerimento da parte – ao invés
sentença ou acórdão, no prazo de 5 dias, devendo seu de constar João, na sentença aparece Pedro. Outro
julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão exemplo: na fundamentação, o juiz condena a reclamada a
subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, pagar intervalo intrajornada, porém, no dispositivo consta
admitido efeito modificativo da decisão nos casos de intervalo interjornada (houve claro erro de digitação).
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco
no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Efeito modificativo: § 2º - Eventual efeito modificativo
dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em
• Objetivo: corrigir uma irregularidade formal da decisão virtude da correção de vício na decisão embargada e desde
(sentença ou acódão) que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.

• Cabimento: Súmula 278 do TST: “ A natureza da omissão


suprida pelo julgamento de embargos declaratórios
a) Quando a sentença ou acórdão contenha pode ocasionar efeito modificativo no julgado.
obscuridade ou contradição (obscuridade é falta de
clareza e contradição ocorre quando se afirma algo na Prazo: 5 dias
sentença e ao mesmo tempo se nega tal afirmação. o
Ex: vislumbrou que o recte. trabalhava além da oitava Interrupção do prazo dos outros recursos: § 3 - Os
hora diária e quadragésima quarta semanal....isto embargos de declaração interrompem o prazo para
posto julgo improcedente o pedido de horas extras); interposição de outros recursos, por qualquer das partes,
salvo quando intempestivos, irregular a representação da
b) quando for omitido ponto sobre o qual devia parte ou ausente a sua assinatura.
pronunciar-se o juiz ou tribunal (quando o juiz ou
tribunal deixa de se pronunciar sobre certo ponto que Embargos Protelatórios: Quando manifestamente
deveria pronunciar-se. Ex: reclamante. pede horas protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando
extras e reflexos mas juiz só fala das horas extras na que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado
decisão). multa não excedente de 1% sobre o valor da causa. Na
reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a
até 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer
Prequestionamento: a Súmulas 184 e 297 do TST: outro recurso ao depósito do valor respectivo (art. 538 §
único do CPC).
Súmula 184 - EMBARGOS DECLARATÓRIOS.
OMISSÃO EM RECURSO DE RE-VISTA. Procedimento: Os Embargos são apresentados por
PRECLUSÃO - Ocorre preclusão se não forem petição ao juiz ou relator (segundo grau), não havendo
opostos embargos declaratórios para suprir omis-são intimação para as contrarrazões, salvo se houver
apontada em recurso de revista ou de embargos. possibilidade de efeito modificativo. O juiz deverá julgá-los
no primeiro dia útil seguinte e os juízes dos tribunais os
Súmula 297 - SUM-297 PREQUESTIONAMENTO. julgará na primeira sessão subseqüente à sua apresentação
OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (não comporta sustentação oral)
(...)
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria AGRAVO DE INSTRUMENTO
haja sido invocada no recurso principal, opor (art. 544 o CPC e art. 897, “b” da CLT)
embargos declaratórios objetivando o
pronunciamento sobre o tema, sob pena de Conceito: tem este nome porque não vai com os autos
preclusão. para o Tribunal e sim, com a formação dos autos apartados,
sendo feito um instrumento para esse fim
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica
invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Objetivo: destrancar os recursos anteriores
Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos
embargos de decla-ração. Cabimento: contra despacho que denegar seguimento
ao RO, RR, AP e RE. Não cabe contra decisão
Atenção para a Súmula 98 do STJ: interlocutória, contra despacho denegatório de Embargos à
Embargos de declaração manifestados com notorio Execução, contra despacho que não admite Agravo de
proposito de prequestionamento não tem carater Instrumento (agravo regimental desde que haja previsão no
protelatorio (súmula 98 do stj) regimento interno do tribunal, art. 557 do CPC)

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• Em razão do AI não entrar no mérito do processo, RECURSO PRAZO


contra sua decisão não caberá Recurso de Revista Embargos ao TST 8 dias
• Não precisa de preparo nem custas (já tem no
recurso) Recurso Ordinário 8 dias
• Não possui efeito suspensivo Recurso de Revista 8 dias
• As peças obrigatórias (art. 897 §5º ,I da CLT): cópia Agravo de Instrumento 8 dias
da decisão agravada, certidão da respectiva
intimação, das procurações dos representantes do Agravo de Petição 8 dias
agravado e agravante, da petição inicial, Agravo Regimental (TST) 8 dias
contestação, decisão originária, comprovação do
Recurso de Revisão (Pedido de Revisão) 48 horas
preparo (depósito e custas) e outras
facultativamente. Embargos de Declaração 5 dias
Recurso Extraordinário 15 dias
Prazo: oito dias, inclusive para contra-minutar o AI
Obs.: Apenas para lembrar, o art. 900 da CLT dispõe que,
Procedimento: Apresentado em até oito dias da
uma vez interposto o recurso, será notificado o recorrido
intimação, será concluso ao juiz prolator do despacho
para oferecer as suas razões (contrarrazões ou
agravado para reforma ou confirmação da decisão contraminuta), em prazo igual ao que tiver tido o
impugnada. Mantido o despacho, será intimado o agravado recorrente.
a apresentar contra-razões do agravo (pode requerer
traslado de outras peças) e simultaneamente do recurso
principal. Nos autos principais será certificado a interposição
EXECUÇÃO TRABALHISTA
do Agravo ou da decisão que reconsidera o despacho
denegatório.
A execução trabalhista está regula entre os arts. 876
Recebido o Agravo no Tribunal, o procedimento é ao 892 da CLT os quais exigem leitura atenta:
parecido ao do RO, porém no Agravo a maioria entende que
não cabe sustentação oral e elimina o revisor em benefício
da celeridade do julgamento. Provido o Agravo, o recurso Títulos executivos na justiça do trabalho
(s) deverá ser julgado.
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das
AGRAVO REGIMENTAL quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os
(previsto no reg. interno do TST (art. 338) e dos TRTs) acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de
conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e
os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conceito: É o meio de se obter o reexame e a Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida
cassação de ato de um dos membros do Tribunal que esteja neste Capítulo.
entravando apreciação de outro recurso ou de ação da
competência do próprio Tribunal. Parágrafo único. Serão executadas ex-
officio as contribuições sociais devidas em decorrência de
Prazo: costuma ser de cinco dias, mas é previsto no decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resu
regimento (art. 147 do RI do TRT 12 Região): prazo de oito ltantes de condenação ouhomologação de acordo, inclusive
dias sobre os salários pagos durante o período contratual reconh
ecido.
Cabimento: para impugnar os atos, decisões ou
despachos do Presidente do Tribunal ou das Turmas, do Art. 877 - É competente para a execução das decisões
Corregedor ou do Relator, salvo quando houver previsão de o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou
recurso específico.(contra decisão que indeferir petição julgado originariamente o dissídio.
inicial de ação de competência do Tribunal, contra decisões
do Ministro Corregedor Geral, contra decisão do Ministro Art. 877-A - É competente para a execução de título
Relator que denegar prosseguimento a recurso, do executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o
Presidente do Tribunal que conceder ou negar efeito processo de conhecimento relativo à matéria.
suspensivo a RO em Dissídio Coletivo de natureza
econômica, e contra decisão do Presidente do Tribunal ou
Art. 878 - A execução poderá ser promovida por
de Turma que denegar seguimento a recurso de Embargos.)
qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou
Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo
Procedimento: o AR será protocolado e submetido ao anterior.
prolator do despacho que poderá reconsiderar ou não, após
será distribuído a Relator que, após 48 hs o submeterá a
Parágrafo único - Quando se tratar de decisão
julgamento na primeira sessão ordinária, onde não
dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida
participará da votação.
pela Procuradoria da Justiça do Trabalho.
PRAZOS RECURSAIS:

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Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento § 1º - O mandado de citação deverá conter a decisão
imediato da parte que entender devida à Previdência Social, exeqüenda ou o termo de acordo não cumprido.
sem prejuízo da cobrança de eventuais diferenças
encontradas na execuçãoex officio. § 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência.

Liquidação de sentença: § 3º - Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no


espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for encontrado,
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqUenda, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na
ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5
ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. (cinco) dias.

§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou Art. 881 - No caso de pagamento da importância


inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria reclamada, será este feito perante o escrivão ou secretário,
pertinente à causa principal. lavrando-se termo de quitação, em 2 (duas) vias, assinadas
pelo exeqüente, pelo executado e pelo mesmo escrivão ou
o
§ 1 -A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das secretário, entregando-se a segunda via ao executado e
contribuições previdenciárias devidas. juntando-se a outra ao processo.

o
§ 1 -B. As partes deverão ser previamente intimadas Parágrafo único - Não estando presente o exequente,
para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da será depositada a importância, mediante guia, em
contribuição previdenciária incidente. estabelecimento oficial de crédito ou, em falta deste, em
estabelecimento bancário idôneo.
§ 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz
poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 dias para Garantia do Juízo, observada a ordem preferencial
impugnação fundamentada com a indicação dos itens e de bens contida no art. 655 do CPC:
valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
Art. 882 - O executado que não pagar a importância
o
§ 3 Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxi reclamada poderá garantir a execução mediante depósito
liares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da mesma, atualizada e acrescida das despesas
da União para manifestação, no prazo de 10 dias, sob pen processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a
a depreclusão. ordem preferencial estabelecida no art. 655 do Código
Processual Civil.
o
§ 4 A atualização do crédito devido à Previdência
Social observará os critérios estabelecidos na legislação CPC - Art. 655 - A penhora observará,
previdenciária. preferencialmente, a seguinte ordem:

o
§ 5 O Ministro de Estado da Fazenda poderá, median I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em
te ato fundamentado, dispensar a manifestação da União qu instituição financeira;
ando o valor total das verbas que integram o salário-de-
o
contribuição,na forma do art. 28 da Lei n 8.212, de 24 de jul II - veículos de via terrestre;
ho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuaç
ão do órgão jurídico. III - bens móveis em geral;
o
§ 6 Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, IV - bens imóveis;
o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará,
depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos
honorários com observância, entre outros, dos critérios de V - navios e aeronaves;
razoabilidade e proporcionalidade. (Incluído pela Lei nº
12.405, de 2011) VI - ações e quotas de sociedades empresárias;

DO MANDADO E DA PENHORA VII - percentual do faturamento de empresa devedora;

Art. 880 - Requerida a execução, o juiz ou presidente do VIII - pedras e metais preciosos;
tribunal mandará expedir mandado de citação do
executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito
prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, Federal com cotação em mercado;
quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de
contribuições sociais devidas à União, para que o faça em
48 horas ou garanta a execução, sob pena de penhora. X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
(Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)
XI - outros direitos.

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avaliador escolhido de comum acordo pelas partes, que
Não pagando, nem garantido a execução: perceberá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do
tribunal trabalhista, de conformidade com a tabela a ser
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho.
execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos
bastem ao pagamento da importância da condenação, § 1º Não acordando as partes quanto à designação de
acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em avaliador, dentro de cinco dias após o despacho que o
qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada determinou a avaliação, será o avaliador designado
a reclamação inicial. livremente pelo juiz ou presidente do tribunal.

DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO E DA SUA § 2º Os servidores da Justiça do Trabalho não poderão


IMPUGNAÇÃO ser escolhidos ou designados para servir de avaliador.

Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os Arrematação:


bens, terá o executado 5 dias para apresentar embargos,
cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de 10 dias,
contados da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede
de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver,
prescrição da divida. com a antecedência de vinte (20) dias.

§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas § 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar


testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, anunciados e os bens serão vendidos pelo maior lance,
caso julgue necessários seus depoimentos, marcar tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.
audiência para a produção das provas, a qual deverá
realizar-se dentro de 5 dias. § 2º O arrematante deverá garantir o lance com o
sinal correspondente a 20% do seu valor.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o
executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao § 3º Não havendo licitante, e não requerendo o
exeqüente igual direito e no mesmo prazo. exequente a adjudicação dos bens penhorados, poderão os
mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou
o
§ 4 Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e Presidente.
as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores
trabalhista e previdenciário. § 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro
de 24 horas o preço da arrematação, perderá, em
o
§ 5 Considera-se inexigível o título judicial fundado benefício da execução, o sinal de que trata o § 2º dêste
em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo artigo, voltando à praça os bens executados.
Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação
tidas por incompatíveis com a Constituição Federal. Na execução, aplica-se subsidiariamente a Lei de
Execuções Fiscais – Lei 6.830/1980
DO JULGAMENTO E DOS TRÂMITES FINAIS DA
EXECUÇÃO Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da
execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem
Art. 885 - Não tendo sido arroladas testemunhas na ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos
defesa, o juiz ou presidente, conclusos os autos, proferirá executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da
sua decisão, dentro de 5 dias, julgando subsistente ou Fazenda Pública Federal.
insubsistente a penhora.
Art. 889-A. Os recolhimentos das importâncias devidas,
Art. 886 - Se tiverem sido arroladas testemunhas, finda referentes às contribuições sociais, serão efetuados nas
a sua inquirição em audiência, o escrivão ou secretário fará, agências locais da Caixa Econômica Federal ou do Banco
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, conclusos os autos ao do Brasil S.A., por intermédio de documento de arrecadação
juiz ou presidente, que proferirá sua decisão, na forma da Previdência Social, dele se fazendo constar o número do
prevista no artigo anterior. processo.

o
§ 1º - Proferida a decisão, serão da mesma notificadas § 1 Concedido parcelamento pela Secretaria da Receita
as partes interessadas, em registrado postal, com franquia. Federal do Brasil, o devedor juntará aos autos a comprovaç
ão do ajuste, ficando a execução da contribuição socialcorre
§ 2º - Julgada subsistente a penhora, o juiz, ou spondente suspensa até a quitação de todas as parcelas.
presidente, mandará proceder logo à avaliação dos bens o
penhorados. § 2 As Varas do Trabalho encaminharão mensalmente à S
ecretaria da Receita Federal do Brasil informações sobre os
recolhimentos efetivados nos autos, salvo se outro prazo for
Art. 887 - A avaliação dos bens penhorados em virtude estabelecido em regulamento.
da execução de decisão condenatória, será feita por
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DA EXECUÇÃO POR PRESTAÇÕES SUCESSIVAS a qual foi acolhida pelo juiz, que determinou a remessa dos
autos para o TRT/GO.
Art. 890 - A execução para pagamento de prestações Dessa decisão, Pedro
sucessivas far-se-á com observância das normas a) poderá interpor agravo de instrumento, porque a remessa
constantes desta Seção, sem prejuízo das demais dos autos equivale ao trancamento da ação, dada a
estabelecidas neste Capítulo. hipossuficiência do empregado.
b) poderá interpor recurso ordinário.
c) poderá impetrar mandado de segurança
Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo d) nada poderá fazer, por se tratar de decisão interlocutória,
determinado, a execução pelo não-pagamento de uma que é irrecorrível na Justiça do Trabalho
prestação compreenderá as que lhe sucederem.
04. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XV
Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por - Tipo 1 – Branca) Simone, ré em uma demanda trabalhista
tempo indeterminado, a execução compreenderá ajuizada por sua ex-empregada doméstica, em audiência
inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso una requereu ao juiz o adiamento para juntada de
na execução. documento suplementar, que não conseguiu obter, pois se
referia ao depoimento prestado pela ora autora em outro
processo como testemunha, no qual confessava nunca
haver laborado em horário extraordinário. O documento não
QUESTÕES DE PROCESSO DO TRABALHO foi obtido por Simone, pois, logo após a audiência daquele
OAB – FGV processo, os autos seguiram para conclusão, sem que fosse
permitido a ela o acesso ao depoimento. O juiz da causa ora
em audiência indeferiu o adiamento requerido por Simone,
01. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XV e, ao sentenciar, condenou a ao pagamento de horas
- Tipo 1 – Branca) A Lei nº 5.010/1966, Art. 62, inciso I, extras. No prazo de recurso ordinário, Simone finalmente
considera “feriados na Justiça Federal, inclusive nos teve acesso ao documento que comprovava a inexistência
Tribunais Superiores” os dias compreendidos entre 20 de do labor extraordinário.
dezembro e 6 de janeiro, inclusive. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa
Na ótica do Tribunal Superior do Trabalho, o prazo para correta.
apresentação de recurso de revista, que se inicia três a) Simone poderá juntar o documento no recurso ordinário
dias antes do início do recesso forense, deve ser b) Não cabe juntada do documento em recurso ordinário
contado do seguinte modo: c) Precluiu a possibilidade de produção da prova
a) o prazo recomeça sua contagem, desde o início, no documental por Simone.
primeiro dia útil após o fim do recesso. d) Simone só poderia juntar o documento em embargos de
b) o prazo retoma sua contagem de onde parou, no primeiro declaração.
dia útil após o fim do recesso
c) o prazo continua a ser contado, prorrogando-se apenas o 05. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XV
seu termo final para o primeiro dia útil após o fim do - Tipo 1 – Branca) Jorge, que presta serviços a uma
recesso. companhia aérea na China, é autor de um processo em face
d) o prazo se encerra ao atingir seu termo final, em razão da da Viação Brasil S/A, sua ex empregadora. Na data da
possibilidade de se cumprir o prazo por peticionamento audiência, Jorge estará, comprovadamente, trabalhando na
eletrônico. China.
Considerando que Jorge tem interesse no desfecho
02. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XV rápido de seu processo, deverá
- Tipo 1 – Branca) A sociedade empresária “V” Ltda., a) requerer o adiamento para data próxima.
executada em ação trabalhista, apresentou embargos à b) dar procuração com poderes específicos ao seu
execução arrolando testemunhas, o que foi indeferido pelo advogado para que este o represente.
juiz, ao argumento de que não se tratava de processo de c) fazer-se representar por outro empregado da mesma
conhecimento. profissão ou pelo seu sindicato.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. d) deixar arquivar a demanda e ajuizar uma nova
a) Correta a decisão do juiz, pois já fora ultrapassada a fase
de conhecimento. 06. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIV
b) Errada a decisão do juiz, pois era cabível a prova - Primeira Fase) Determinada audiência, designada para as
testemunhal em sede de embargos à execução, podendo o 10h, só teve início às 12h, ocasião em que o preposto e o
juiz indeferir as testemunhas se desnecessários os advogado da empresa já tinham se ausentado. A pauta de
depoimentos. audiências fora pontualmente iniciada pelo juiz; porém, a
c) Errada a decisão do juiz, sendo cabível a prova complexidade de processos e depoimentos gerou atrasos
testemunhal, não podendo indeferir as testemunhas, substanciais.
cabendo, nesse caso, arguição de nulidade da decisão A partir da situação sugerida, assinale a opção correta.
d) Correta a decisão do juiz, já que a matéria da execução a) Não haverá a revelia, pois o atraso do juiz está limitado a
está restrita a valores. 15 minutos, podendo as parte se retirar.
b) Diante do atraso, o juiz deverá adiar a audiência, já que a
03. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XV parte ré está ausente, mas se fez presente no horário inicial.
- Tipo 1 – Branca) Pedro trabalhou por um ano em c) O juiz deverá aguardar a parte ausente por 15 minutos,
Goiânia/GO e quatro anos em Varginha/MG. Ao ser pelo princípio da reciprocidade.
dispensado, retornou para Goiânia, onde ajuizou ação d) A audiência deverá ser realizada normalmente, cabendo
trabalhista em face do ex-empregador. Na audiência, foi a aplicação da revelia e confissão à parte ré.
apresentada exceção de incompetência em razão do lugar,
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07. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIV 10. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIV
- Primeira Fase) Em ação que tramitou sob o procedimento - Primeira Fase) Sandro Vieira ajuizou reclamação
sumaríssimo, o juiz decidiu determinado pedido de forma trabalhista contra a empresa Trianon Bebidas e Energéticos
contrária ao disposto em orientação jurisprudencial do TST. Ltda. pleiteando o pagamento de horas extras, pois alegou
Em sede de recurso ordinário, com o mesmo fundamento, o trabalhar de 2ª feira a sábado, das 9h às 19h, com intervalo
TRT manteve a decisão de primeiro grau. Diante disso, a de uma hora para refeição. Em defesa, a ré negou a jornada
parte entendeu por bem interpor recurso de revista. descrita na petição inicial, mas não juntou os controles de
A partir do caso apresentado, assinale a opção correta. ponto. Em audiência, ao ser interrogado, o preposto
a) O recurso de revista não deverá ser admitido, pois o informou que a ré possuía 18 empregados no
fundamento da decisão não é contrário à Constituição estabelecimento.
Federal ou à Súmula do TST. Diante da situação retratada, e considerando o
b) É cabível o recurso, pois a decisão é contrária ao entendimento consolidado do TST, assinale a opção
entendimento do TST. correta.
c) O recurso de revista é incabível no procedimento a) Aplica-se a pena de confissão pela ausência de juntada
sumaríssimo. Logo, não deverá ser admitido. dos controles, sendo então considerada verdadeira a
d) Deverá ser admitido o recurso de revista, em razão do jornada da petição inicial, na qual o juiz irá se basear na
princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório. condenação de horas extras.
b) Haverá inversão do ônus da prova, que passará a ser da
08. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIV empresa, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se
- Primeira Fase) Plínio, empregado da Padaria Pão Bom desincumbir com sucesso.
Ltda., insatisfeito com o trabalho, procurou seu empregador c) Diante do impasse, e considerando que, com menos de
pedindo para ser mandado embora. O empregador aceitou 20 empregados, a empresa não é obrigada a manter
a proposta, desde que tudo fosse realizado por intermédio controle escrito dos horários de entrada e saída dos
de um acordo na Justiça do Trabalho, motivo pelo qual foi empregados, o juiz decidirá a quem competirá o ônus da
elaborada ação trabalhista pedindo verbas rescisórias. No prova.
dia da audiência, as partes disseram que se conciliaram, d) A falta de controle quando a empresa possui mais de 10
mas o juiz, ao indagar Plínio, compreendeu o que estava empregados é situação juridicamente imperdoável, o que
ocorrendo e decidiu não homologar o acordo. autoriza o indeferimento da oitiva das testemunhas da
Para a hipótese, assinale a opção correta. empresa porventura presentes à audiência.
a) Plínio deverá impetrar Mandado de Segurança para obter
a homologação do acordo. 11. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII
b) A homologação do acordo é faculdade do juiz, que - Primeira Fase) Paulo ajuizou ação em face de sua ex-
poderá não homologá-lo. empregadora, a empresa Peças ABC Ltda. Na audiência, o
c) Sendo a conciliação um princípio do processo do Juiz propôs a conciliação, que foi aceita pelas partes, nada
trabalho, deverá o processo ser remetido para outra Vara tendo sido discutido sobre custas.
para homologação por outro juiz. Sobre o caso, assinale a opção que indica a hipótese
d) Plínio deverá interpor reclamação correicional para obter correta para a fixação das custas.
a homologação do acordo. a) O valor das custas ficará sempre a cargo da empresa,
razão pela qual não haverá dispensa das mesmas, pois não
09. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIV há gratuidade de justiça para pessoa jurídica.
- Primeira Fase) Geraldo requereu na sua petição inicial, e b) O valor das custas, não tendo sido convencionado pelas
teve deferida, a concessão de tutela antecipada para sua partes, caberá em partes iguais ao autor e à ré, podendo o
imediata reintegração, haja vista ser dirigente sindical. O ex- autor ser dispensado de sua parte pelo Juiz.
empregador, cientificado, impetrou Mandado de Segurança, c) O valor das custas ficará a cargo do autor, pois este está
no qual obteve liminar revogando a tutela antecipada recebendo o valor acordado.
concedida. Logo depois, a reclamação trabalhista de d) Tendo em vista o acordo, não há que se falar em custas
Geraldo foi instruída na Vara do Trabalho e encaminhada
para sentença, que julgou procedente o pedido, tendo o juiz 12. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII
concedido novamente a tutela antecipada, agora na - Primeira Fase) Paulo ajuizou reclamação trabalhista em
sentença. face de sua ex- empregadora, empresa Ouropuro Ltda.. No
Diante do quadro retratado, de acordo com o dia da audiência, a ré apresentou exceção de
entendimento sumulado pelo TST, assinale a opção incompetência em razão do lugar, aduzindo fatos que eram
correta. desconhecidos até então pelo advogado de Paulo.
a) O juiz poderia conceder a tutela na sentença, e, nesse De modo a possibilitar a melhor defesa de Paulo e para
caso, o Mandado de Segurança perde o objeto. evitar o possível acolhimento da exceção, de acordo
b) O Juiz não poderia conceder novamente a tutela com a legislação trabalhista, assinale a opção que
antecipada, haja vista que ela havia sido revogada pelo indica o procedimento correto a ser adotado.
Tribunal. a) Deverá ser requerido prazo de 10 dias para manifestação
c) Se a tutela antecipada foi revogada, somente havendo com o consequente adiamento da audiência.
autorização do TRT ela poderia ser revigorada, de modo b) Deverá o Juiz conceder prazo a Paulo por 24 horas para
que o juiz subverteu a ordem processual vigente, cabendo manifestação, prolatando a sentença da exceção de
reclamação correicional. incompetência na primeira audiência.
d) Poderá a parte ré impetrar novo mandado de segurança, c) O Juiz deverá adiar a audiência para a decisão, não
agora contra a tutela antecipada concedida na sentença. sendo cabível a concessão de prazo à parte contrária, para
manifestação.
d) O Juiz apreciará imediatamente a arguição de exceção
de incompetência, não havendo previsão de concessão de
prazo a Paulo, já que as audiências são unas.
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13. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII 17. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X -
- Primeira Fase) Rômulo impetrou mandado de segurança Primeira Fase) Sobre o manejo do recurso adesivo na
contra ato praticado por Juiz do Trabalho que teria violado Justiça do Trabalho, assinale a afirmativa correta.
um direito seu, líquido e certo. Por descuido, Rômulo deixou a) É cabível e a matéria nele veiculada não precisa estar
de juntar os documentos pertinentes, indispensáveis. relacionada ao recurso principal.
Verificando o equívoco, o Relator deverá, de acordo com a b) É incabível na Justiça do Trabalho porque não há
jurisprudência consolidada do TST, previsão dele na CLT.
a) conceder prazo improrrogável de 10 dias para o c) É cabível, pressupondo sucumbência recíproca e, caso
impetrante sanar o vício, sob pena de indeferimento da interposto pela empresa, ela fica isenta de preparo.
petição inicial. d) É cabível, mas a matéria nele veiculada precisa estar
b) prosseguir normalmente no trâmite processual, pois a relacionada ao recurso principal.
matéria não pode ser conhecida de ofício
c) indeferir a petição inicial de plano e extinguir o processo 18. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X -
sem resolução do mérito. Primeira Fase) José ajuizou reclamação trabalhista contra
d) solicitar à autoridade coatora que, juntamente com as a empresa Libertação Ltda., valendo-se do procedimento
informações que serão prestadas, envie cópia dos sumaríssimo. Contudo, José não liquidou os pedidos.
documentos faltantes. De acordo com a CLT, o juiz deve
a) conceder prazo de 10 dias para que José sane o vício.
14. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII b) enviar os autos ao calculista da Vara, que liquidará o
- Primeira Fase) Em outubro de 2013, Gilberto ajuizou ação pedido.
contra a empresa CSC Computadores Ltda., na qual ainda c) arquivar a reclamação trabalhista e condenar o autor em
trabalha, postulando o pagamento de vale-transporte de 2 custas.
meses e o ticket refeição de 3 meses. O juiz julgou d) prosseguir na reclamação e enfrentar o assunto caso
procedente o pedido e, para tanto, valeu-se da Lei nº provocado pela ré.
7.418/85 (Lei do Vale-transporte) e da análise da norma
coletiva da categoria do autor, que, na cláusula 8ª, garante 19. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X -
o benefício da alimentação. A sentença foi prolatada de Primeira Fase) Uma reclamação trabalhista é ajuizada em
forma líquida, no valor total de R$ 657,00, mesmo valor de São Paulo (TRT da 2ª Região) e, na audiência designada, a
alçada arbitrado na audiência. reclamada apresenta resposta escrita sob a forma de
Diante do que prevê a Lei, assinale a afirmativa correta. contestação e exceção de incompetência relativa em razão
a) Desta sentença não caberá recurso, tendo em vista a do lugar, pois o autor sempre trabalhara em Minas Gerais,
matéria discutida, bem como por se tratar de causa de que na sua ótica deve ser o local onde tramitará o feito.
alçada exclusiva da Vara. Após conferida vista ao exceto, na forma do Art. 800, da
b) Caberá recurso de apelação, já que a Constituição CLT, e confirmada a prestação dos serviços na outra
Federal garante o duplo grau de jurisdição. localidade, o juiz acolhe a exceção e determina a remessa
c) Caberá recurso ordinário, no prazo de 8 dias, por dos autos à capital mineira (MG – TRT da 3ª Região).
qualquer dos litigantes.
d) Por envolver análise de Lei Federal, a sentença deve ser Dessa decisão, de acordo com o entendimento do TST,
submetida ao duplo grau de jurisdição obrigatório. e independentemente do seu mérito,
a) cabe de imediato recurso de agravo de instrumento para
15. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII o TRT de São Paulo, por tratar-se de decisão interlocutória.
- Primeira Fase) Pedro, estivador, logo trabalhador avulso, b) nada há a fazer, pois das decisões interlocutórias, na
está insatisfeito com os repasses que lhe são feitos pelos Justiça do Trabalho, não é possível recurso imediato.
trabalhos no Porto de Tubarão. Pretende ajuizar ação em c) compete à parte deixar consignado o seu protesto e
face do operador portuário e do Órgão Gestor de Mão de renovar o inconformismo no recurso ordinário que for
Obra – OGMO. Como advogado de Pedro, indique a interposto após a sentença que será proferida em Minas
Justiça competente para o processamento e julgamento Gerais.
da demanda a ser proposta. d) cabe de imediato a interposição de recurso ordinário para
a) Justiça Comum Federal, dado que o avulso não tem o TRT de São Paulo.
vínculo de emprego com os réus e a matéria portuária é de
âmbito nacional. 20. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X -
b) Justiça do Trabalho. Primeira Fase) A requerimento do credor e após não
c) Justiça Comum Estadual, pela ausência de relação localizar bens da pessoa jurídica ex-empregadora, o juiz
empregatícia, sendo o avulso uma espécie de trabalhador desconsiderou a personalidade jurídica numa reclamação
autônomo. trabalhista, incluiu um dos sócios no polo passivo e o citou
d) Poderá optar pela Justiça Comum Estadual ou Justiça do para pagamento. Este sócio, então, depositou a quantia
Trabalho, caso pretenda o reconhecimento de vínculo de exequenda, mas pretende questionar o valor da execução.
emprego. Assinale a alternativa que indica a maneira pela qual ele
materializará seu inconformismo.
16. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X - a) Ação Rescisória.
Primeira Fase) Em reclamação trabalhista movida contra b) Embargos de Terceiro.
um município, este não comparece à audiência inaugural. c) Impugnação de Credor.
Diante dessa hipótese, assinale a afirmativa correta. d) Embargos à Execução.
a) Não se cogita de revelia porque o direito é indisponível.
b) Aplica-se a revelia contra o ente público.
c) Não há revelia, mas se aplica a confissão.
d) O juiz deve designar audiência de instrução, haja vista
tratar-se de ente público.
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21. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XI - (perícia). Para a audiência de prosseguimento, as partes
Primeira Fase) Tendo em vista a proximidade de realização estavam intimadas pessoalmente para depoimentos
de grande evento na área de esportes, a cidade de Tribobó pessoais, sob pena de confissão, mas não compareceram,
do Oeste decidiu reformar seu estádio de futebol. Para estando presentes apenas os advogados. Declarando as
tanto, após licitação, contratou a empresa Alfa Ltda. para partes que não têm outras provas a produzir, o Juiz
executar a reforma no prazo de um ano. Faltando dois encerrou a fase de instrução, seguindo o processo concluso
meses para a conclusão da obra e a realização do mega para sentença.
evento, os operários entraram em greve paralisando os Com base nestas considerações, analise a distribuição
trabalhos integralmente. do ônus da prova e assinale a afirmativa correta.
Diante destes fatos, assinale a afirmativa que se a) A ausência das partes gera a confissão ficta recíproca,
coaduna com a legitimidade ativa para instauração do devendo ser aplicada a regra de que para os fatos
dissídio coletivo. constitutivos cabe o ônus da prova ao autor, e para os
a) Tanto a empresa Alfa Ltda. como o Sindicato da extintivos, modificativos e impeditivos, o ônus será do réu.
categoria dos empregados poderá instaurar a instância, Assim, todos os pedidos deverão ser julgados
sendo o ato privativo das partes litigantes. improcedentes.
b) Apenas o Sindicado dos Empregados poderá requerer a b) Não há confissão em razão da presença dos advogados.
instauração do dissídio coletivo, já que se trata do sujeito Mas não havendo outras provas, os pedidos deverão ser
ativo no caso de greve, sendo a empresa Alfa ré no julgados improcedentes.
processo. c) Em razão da confissão, presumem-se verdadeiros os
c) Por haver interesse público a legitimidade ativa é fatos alegados. Tal aliado ao princípio da proteção ao
exclusiva da empresa e do sindicato, bem como do hipossuficiente leva à presunção de que Paulo foi coagido a
Ministério Público do Trabalho, em caráter excepcional. pedir demissão, trabalhava extraordinariamente e faz jus ao
d) O dissídio poderá ser instaurado pelas partes por adicional de insalubridade. Logo, os pedidos procedem.
representação escrita ao Presidente do Tribunal; bem como d) Em razão da confissão, os pedidos de horas extras e
por iniciativa do próprio Presidente e, ainda, por nulidade do pedido de demissão procedem. Porém,
requerimento do Ministério Público do Trabalho. improcede o de adicional de insalubridade, pois necessária
a prova pericial para configurar o grau de insalubridade.
22. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XI - Logo, este pleito improcede.
Primeira Fase) Ícaro, piloto de avião, foi empregado da
empresa VoeAlto Linhas Aéreas S/A de 12 de maio de 2010 24. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XI -
a 20 de abril de 2012. Ao ser dispensado, deixou de receber Primeira Fase) Um determinado trabalhador ajuizou uma
parte de seus haveres trabalhistas da extinção, razão pela reclamação trabalhista e, na data designada, faltou
qual ajuizou reclamação trabalhista. A audiência foi injustificadamente à audiência. Seu advogado requereu o
designada para 10/10/2013. Porém, nessa data Ícaro estaria desentranhamento dos documentos, no que foi atendido.
fora do país, já que necessitado de emprego e com a Dois meses depois, apresentou a mesma reclamação, mas
escassez do mercado nacional, empregou-se como piloto posteriormente resolve desistir dela em mesa de audiência,
na China, onde reside, e não faz voos para o Brasil. Você é o que foi homologado pelo magistrado, sendo extinto o
o advogado de Ícaro que, naturalmente, tem pressa em processo sem resolução do mérito.
receber seus direitos sonegados. Caso queira ajuizar uma nova ação, o trabalhador
Assinale a alternativa que indica a medida legal a ser a) terá de aguardar o prazo de seis meses, pois contra ele
adotada para o mais rápido desenrolar do processo. será aplicada a pena de perempção.
a) Deverá ser requerido o adiamento da audiência sem data b) poderá ajuizar a nova ação de imediato, contanto que
posterior e, tão logo Ícaro informe quando poderá estar no pague o valor de uma multa que será arbitrada pelo juiz.
Brasil, será requerido ao juiz a designação da realização da c) não precisará aguardar nenhum prazo para ajuizar nova
audiência. ação.
b) Como advogado de Ícaro você deverá ter procuração d) deverá aguardar seis meses para ajuizar ação contra
com poderes especiais para representá-lo e assisti-lo em aquele empregador, mas não para outros que porventura
audiência suprindo assim a ausência. venha a ter.
c) Tendo em vista tratar-se de motivo relevante, e estar
devidamente comprovado, Ícaro poderá fazer-se 25. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XI -
representar por outro empregado de mesma profissão ou Primeira Fase) No acordo coletivo em vigor firmado pela
por seu sindicato de classe. empresa Pluma Comércio de Óculos Ltda. existe uma
d) Tendo em vista tratar-se de motivo poderoso, e estar cláusula na qual os seus empregados podem adquirir as
devidamente comprovado, Ícaro poderá fazer-se mercadorias lá produzidas a preço de custo. Emerson,
representar por membro de sua família ou outro empregado empregado desta firma, pretendia comprar um par de
da mesma empresa empregadora. óculos, mas o empregador exigiu que ele pagasse também
o valor da margem mínima de lucro do comércio local.
23. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XI - Diante do ocorrido, assinale a alternativa que contempla
Primeira Fase) Após trabalhar como empregado durante 6 a ação que, de acordo com a CLT, deverá ser ajuizada
meses, Paulo ajuizou reclamação trabalhista em face de por Emerson para fazer prevalecer o seu direito.
sua ex- empregadora, a empresa Alfa Beta Ltda., a) Execução de Título Extrajudicial.
pretendendo horas extras, nulidade do pedido de demissão b) Mandado de Segurança.
por coação, além de adicional de insalubridade. Na primeira c) Ação de Cumprimento.
audiência o feito foi contestado, negando a ré o trabalho d) Ação Monitória.
extraordinário, a coação e a atividade insalubre. Foram
juntados controles de ponto e carta de próprio punho de
Paulo pedindo demissão, documentos estes que foram
impugnados pelo autor. Não foi produzida a prova técnica
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26. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - c) O juiz deverá manter a audiência, podendo o preposto
Primeira Fase) Carlos Alberto foi caixa numa instituição apresentar defesa oral no prazo legal de 20 minutos, já que
bancária e ajuizou reclamação trabalhista, postulando o vigora o jus postulandi.
pagamento de horas extras, já que em uma das agências, d) Face aos princípios da celeridade e economia
na qual trabalhou por dois anos, cumpria jornada superior à processual, o juiz deverá manter a audiência, mas em razão
legal. Em contestação, foram apresentados os controles, da presença da ré, evidente o ânimo de defesa, não aplicará
que não continham sobrejornada, e por essa razão foram a revelia.
expressamente impugnados pelo acionante. Na instrução, o
banco não produziu prova, mas Carlos Alberto conduziu 29. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII -
uma testemunha que com ele trabalhou sete meses na Primeira Fase) Pedro realizou um acordo em reclamação
agência em questão e ratificou a jornada mais extensa trabalhista que moveu contra o seu ex-empregador,
declarada na petição inicial. conferindo quitação quanto ao extinto contrato de trabalho
Diante desta situação e de acordo com o entendimento e, em contrapartida, recebeu, no ato da homologação
consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. judicial, a quantia de R$ 2.500,00 em espécie. Dez dias
a) Uma vez que a testemunha trabalhou com o autor após, Pedro arrependeu-se de ter aceitado a transação,
somente sete meses, este é o limite de tempo que limitará entendendo que a quantia recebida seria inferior à que faria
eventual condenação. jus.
b) Se o juiz se convencer, pela prova testemunhal, que a Considerando as circunstâncias do caso e de acordo
sobrejornada ocorreu nos dois anos, poderá deferir as horas com o entendimento legal e jurisprudencial, assinale a
extras em todo o período. afirmativa correta.
c) Uma vez que a testemunha trabalhou com o autor em a) Pedro poderá ajuizar ação rescisória, no prazo de dois
período inferior à metade do tempo questionado, não anos, cujo prazo se inicia oito dias após a homologação do
poderá ser fator de convencimento acerca da jornada. acordo.
d) Considerando que os controles foram juntados, uma b) Pedro poderá ajuizar ação anulatória, buscando o
única testemunha não poderia servir de prova da jornada desfazimento do ato jurídico.
cumprida. c) Pedro nada poderá fazer, pois houve trânsito em julgado,
impedindo recursos, além do que o motivo apresentado não
27. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - autoriza ação rescisória.
Primeira Fase) Paulo ajuizou reclamação trabalhista pelo d) Pedro poderá ajuizar nova ação, postulando outros
rito sumaríssimo em face da sua empregadora Carregada direitos que não aqueles postulados na ação que redundou
Ltda.. Arrolou suas testemunhas na petição inicial e pediu a no acordo, permitindo a dedução dos R$ 2.500,00
notificação das mesmas, solicitação que foi indeferida. Na recebidos.
audiência, o advogado de Paulo requereu o adiamento pela
ausência das testemunhas, dizendo que protestava pelo
indeferimento da notificação e por isso não convidou
espontaneamente as testemunhas. O requerimento foi
indeferido pelo juiz, que prosseguiu com a audiência.
Sobre a decisão do juiz, a partir da hipótese
apresentada, assinale a opção correta.
GABARITO
a) A decisão foi equivocada, devendo ser deferido o
adiamento, pois o prosseguimento do feito poderia gerar a 01 B 11 B 21 D
nulidade por cerceamento de defesa.
b) A decisão foi correta, já que o procedimento sumaríssimo 02 B 12 B 22 C
não contempla a oitiva de testemunhas.
c) A decisão foi correta, pois o procedimento sumaríssimo 03 B 13 C 23 A
não admite a intimação de testemunhas.
d) A decisão foi correta, pois no procedimento sumaríssimo 04 A 14 A 24 C
as testemunhas deverão comparecer à audiência
05 C 15 B 25 C
independentemente de intimação. Em caso de ausência e
mediante comprovação de convite, as testemunhas serão 06 D 16 B 26 D
intimadas.
07 A 17 A 27 D
28. (FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII -
Primeira Fase) Em 10/04/2013 a empresa AlfaBeta Ltda. 08 B 18 C 28 B
recebeu cópia da petição inicial de ação em face dela
ajuizada, com notificação citatória para audiência no dia 09 A 19 D 29 C
14/04/2013. Nesta data, compareceu apenas o preposto da
ré, munido da respectiva carta e carteira de trabalho, sem 10 B 20 D
portar defesa, requerendo oralmente o adiamento da
audiência.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa
correta.
a) O juiz deverá manter a audiência e aplicar a revelia por
ausência de defesa.
b) O juiz deverá adiar a audiência pela exiguidade de tempo
entre a citação e a realização da audiência.

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DIREITO
PROCESSUAL
PENAL

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O Código de Processo Penal adotou a territorialidade


PRIMEIRA PARTE: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
absoluta (mas cheio de ressalvas).
1. Conceito: é o corpo de normas jurídicas cuja finalidade é Pergunta: o que é território nacional no processo penal? É
regular o modo, os meios e os órgãos encarregados de o espaço físico mais o espaço jurídico por
punir do Estado, realizando-se por intermédio do Poder ficção/equiparação ou extensão previsto no artigo 5º §1 do
Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao Código Penal.
caso concreto (Nucci).
Artigo 1º CPP: o processo penal reger-se-á em todo o
2. Finalidades
território brasileiro, por este código, ressalvados:
a. Instrumentalizar o Direito Material (Direito Penal); Inciso I
b. Conter o poder punitivo estatal, garantindo ao Situações: o diplomata é processado pelas regras do país
acusado presumidamente inocente, meios de de origem ainda que o crime seja praticado no Brasil.
defesa diante de uma acusação (Regras do “jogo Imunidade diplomática; o Cônsul tem imunidade relativa –
processual penal”). Assim, o Processo Penal é um só alcança o cônsul em suas atividades funcionais.
instrumento de atuação de jurisdição, mas é
também a garantia do cidadão contra a ingerência Inciso II
arbitrária do Estado.
Traz a questão dos Tribunais Políticos: Impeachment.
3. Sistemas Processuais
Inciso III
a) Inquisitivo (inquisitório)
A Justiça Militar tem Código de Processo Penal próprio.
As funções de acusar/defender/julgar se reúnem numa só
pessoa (juiz = inquisidor). Lembrar que os guardas municipais não se equiparam a
policia militar. São julgados pela justiça comum.
Características: Processo sigiloso, sem contraditório,
visando sempre a confissão do réu. (aqui, a confissão do Inciso IV
réu era chamada de rainha das provas) Esse inciso não foi recepcionado pela CRFB/88. Não há
b) Acusatório mais tribunal de exceção. Aplica-se o CPP com
competência da Justiça Federal.
As funções de acusar/defender/julgar são distribuídas para
personagens diferentes, especializados. Inciso V

Características: Pressupõe processo no qual, todas as A ADPF 130-7/2009 (arguição de descumprimento de


garantias constitucionais são observadas. preceito fundamental) declarou a não recepção de 20
artigos da Lei de Imprensa, logo, aplica-se hoje o CPP.
c) Sistema misto
Agora, vejam:
É uma combinação dos sistemas anteriores dividido em
duas fases: uma primeira inquisitiva (presidida por um Juiz) O direito penal adota o princípio da territorialidade.
e uma segunda acusatória. Pergunta: exista extraterritorialidade na lei penal? Sim,
existe.
E no processo penal, existe? Não. A lei processual penal
4. Lei Processual Penal no tempo não desfruta de extraterritorialidade. Há, porém, 3 exceções:
Uma lei tem vigência da sua publicação até a sua a) Aplicação da lei processual brasileira aos territórios sem
revogação. Diz-se que a lei está em plena atividade. soberania;
É possível que esta lei penal tenha efeitos pretéritos. Lei b) Se houver autorização do país estrangeiro;
retroativa.
c) Em casos de território ocupado em tempo de guerra.
É possível que a lei penal, ainda que revogada, continue
provocando efeitos: Lei ultrativa
A lei processual é diferente da penal, pois não retroage SEGUNDA PARTE: INQUÉRITO POLICIAL
e depois de revogada, não possui extra-atividade: Persecução penal: é o caminho necessário que o Estado
Princípio tempus regit actum, previsto no art. 2º Código de deve percorrer para se chegar (legitimamente) a uma pena
Processo Penal. (punir).
A questão das leis híbridas: existem algumas leis que são Divide-se em duas etapas. Uma primeira chamada
hibridas/mista. São parte processual e parte penal. Se a lei extrajudicial, ou pré-processual, e uma segunda chamada
é hibrida, quem manda é a parte penal. Retroage se mais de judicial, ou processual.
benéfica e não retroage se mais maléfica.
A primeira é administrativa e inquisitiva; a segunda é judicial
Atenção? Há leis processuais que a doutrina dá tratamento e contraditória.
de lei penal. Leis processuais diretamente ligadas ao status
libertatis. Exemplo: leis processuais que tratam de 1. Conceito de Processo Penal
prisão/fiança. É o “corpo de normas jurídicas cuja finalidade é regular o
5. Lei Processual Penal no Espaço modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do
Estado, realizando-se por intermédio do Poder Judiciário,

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constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao caso h) Inquisitivo: Não há acusado, mas somente
concreto” (Nucci). “investigado”, pelo que, não se aplicam ao inquérito
policial o contraditório e a ampla defesa.
Os elementos aqui colhidos servem para o deferimento de
medidas cautelares (prisão preventiva, busca e apreensão i) Indisponível: Art. 17, CPP. A autoridade policial
domiciliar, interceptação telefônica, etc). Vide art. 155 do não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
CPP.
j) Temporário: é uma garantia constitucional (Art.
O objetivo é angariar provas da materialidade + indícios 5º, LXXVIII), pela razoável duração do processo e
autoria. Esses elementos mínimos são obtidos em regra os meios que garantam a celeridade de sua
através do inquérito policial. tramitação.
Atenção: investigações contra autoridades que desfrutam Condição de Punibilidade nos Crimes Tributários: nesses
de foro de prerrogativa de função – é presidida pelo Tribunal casos, o encerramento do procedimento administrativo fiscal
onde a autoridade possui prerrogativa de foro. é condição de punibilidade. O MP não pode agir, ainda que
com provas, enquanto não encerrar o procedimento
Autoridade Competente: Art. 4º, do CPP.
declarando definitivamente o débito. É uma condição de
Importante: o fato de a Polícia Civil investigar crimes de punibilidade (STF).
competência da Policia Federal, não causa qualquer
Vícios na investigação: eventuais vícios ocorridos na fase
nulidade. Os autos devem ser encaminhados para a Justiça
de inquérito não contaminam a ação penal. Isso porque o
Federal. O mesmo ocorre no caso de a Policia Federal
inquérito policial é meramente informativo.
invadir a atribuição da Policia Civil. Não há alteração da
competência. Os autos vão para a Justiça Federal. Vejam Pergunta: O promotor que acompanhou o inquérito pode
que aqui não se trata de “competência”, mas de atribuições. ser o mesmo que oferecerá a denúncia? Conforme a
Súmula 234 do STJ, a participação de membro do MP na
A lei 10.446/02 alargou a atribuição da policia federal, sem
fase investigatória não acarreta o seu impedimento para
necessariamente alargar a competência da justiça federal.
oferecimento da denúncia.
Então, policia não tem competência, mas sim atribuição.
4. Formas de Instauração do inquérito (CPP, art. 5)
A atribuição da policia, em regra, é ditada pelo lugar da
infração. a) De ofício;
Dúvida: pode um delegado, no curso de uma investigação, b) Por requisição judicial ou do MP;
avançar na comarca de outro? Conforme o art. 22 do
Código de Processo Penal, pode, mas desde que essa c) Por requerimento do ofendido;
diligência tenha repercuta em sua atribuição. d) Por meio do Auto de Prisão em Flagrante;
e) Por noticia oferecida por qualquer um do povo.
2. Natureza jurídica
Não é processo, vez que não se constitui em relação No caso de ação penal pública incondicionada
trilateral. É um procedimento administrativo. O investigado
não é alvo de uma acusação, mas sim objeto de uma Com relação ao 5º, do CPP, deve-se acrescentar a
investigação. expressão INCONDICIONADA após “ação pública”.
3. Características do Inquérito Policial a) De oficio: sem provocação. A autoridade policial toma
conhecimento diretamente da ação penal. A peça
a) Instrumental: O IP tem por finalidade apurar inaugural é a ‘Portaria’. É a chamada “Cognição
materialidade da infração penal e indícios da imediata”.
autoria.
b) Mediante requisição da autoridade judiciária ou do
b) Obrigatório: havendo justa causa, o delegado não MP: duas peças inaugurais. Pode ser tanto a própria
pode deixar de instaurar procedimento ‘requisição’ como a ‘portaria’. É a chamada “Cognição
investigatório. mediata”.
c) Discricionário: Os atos de investigação são da Dúvida: O delegado pode recusar-se a instaurar o inquérito
análise exclusiva da autoridade policial, que com requisição do MP ou do Juiz? Não pode.
estudará sua conveniência e oportunidade (Art. 14,
CPP). E por quê? Por dois motivos:

d) Dispensável: Se o titular da ação penal conseguir a) A requisição do juiz ou MP tem caráter de ordem;
prova da materialidade e indícios da autoria por b) Em virtude do principio da obrigatoriedade. É dever
outro meio, o IP é dispensável (Art. 39, §5º). funcional dele, instaurar.
e) Informativo: Os elementos colhidos no inquérito Requisição judicial: a doutrina moderna afirma que a
servirão apenas para subsidiar o eventual requisição judicial não foi recepcionada pela CRFB/88, visto
Processo Penal. que afetaria a imparcialidade do juiz. Assim, caso o juiz
f) Procedimento escrito: Art. 9º, CPP. visualize a ocorrência de algum crime, deve enviar ao MP.

g) Sigiloso: Art. 20, CPP. Não se aplica ao juiz, ao Chefe de Polícia: há autores que entendem que ‘chefe de
MP nem ao advogado (art. 7º, XIV Estatuto OAB). policia’ significa Delegado Geral de Policia. Outros dizem
que se trata do ‘Secretário de Segurança do Estado’. Na

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esfera federal, trata-se do Diretor Geral da Polícia Federal INTERROGATÓRIO INTERROGATÓRIO


ou o Ministro da Justiça. JUDICIAL POLICIAL
Há contraditório Não há contraditório
c) Requerimento da vítima (ou de seu representante
legal): peça inaugural pode ser a própria petição da 1º entrevista reservada com Se houver defensor, é
vitima, ou então, o delegado inicial através de portaria. o defensor possível entrevista
reservada
Trata-se de “Cognição mediata”.
Observação: a presença de A presença de advogado é
d) Flagrante (Auto de prisão em flagrante). Trata-se de advogado é indispensável dispensável
“Cognição coercitiva”.
Curador: a lei 10.792/03 aboliu o curador no interrogatório
e) Notícia formulada por qualquer pessoa: a peça judicial. Vejam que o artigo 15 do CPP foi implicitamente
inaugural é a portaria. “Delatio criminis” ou “Notícia revogado pelo CC, visto que com 18 anos já há a
criminis”. capacidade civil.
Inciso VI: proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
a acareações.
Nos casos de ação penal pública condicionada
Pergunta: É possível reconhecimento fotográfico? Sim. E
Não admitem a primeira e nem a última situação:
por quê? Porque a lei só traz exemplos. O rol do artigo 6º do
a. De ofício; CPP é meramente exemplificativo. Além disso, há o
princípio da liberdade da produção de provas. Por fim, o
b. Por requisição judicial ou do MP (desde que com artigo 6º, III, do CPP, autoriza a colheita de todas as provas
requerimento da vítima); que servir para o esclarecimento dos fatos.
c. Por requerimento do ofendido; Inciso VII: determinar, se for caso, que se proceda a exame
d. Por meio do Auto de Prisão em Flagrante (com de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. Vejam que
autorização da vítima); a Lei 11.690/08 deu nova redação ao artigo 159 do CPP.
Não precisa mais de dois peritos oficiais, basta um. Na falta
e. Por noticia oferecida por qualquer um do povo; de perito oficial, aí sim há necessidade de duas pessoas
idôneas. A perícia é modalidade de “prova irrepetível”.

Nos casos de ação penal de iniciativa privada (art. 5º, § 5º): Inciso VIII: ordenar a identificação do indiciado pelo
As mesmas da ação penal pública condicionada. Com as processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos
mesmas restrições e as mesmas possibilidades sua folha de antecedentes. Lembra aqui do art. 5º, LVIII, da
CRFB/88: “todos que puderem ser reconhecidos civilmente
não é necessária a identificação datiloscópica, exceto em
casos expressamente previstos em lei”.
5. Atos do Inquérito Policial (diligências): Arts. 6º
e 7º, do CPP Inciso IX: averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
ponto de vista individual, familiar e social, sua condição
Acesso do Advogado ao IP: O STF sumulou entendimento
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois
de que o advogado tem acesso às diligências realizadas e
do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
acostadas ao Inquérito Policial (Súmula Vinculante nº 25).
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e
Mas veja que esse profissional não tem acesso às
caráter. Isso é importante para futura fixação da
diligências em curso, que não foram juntadas ao inquérito.
individualização da pena, orientação do dia-multa pelo juiz.
Artigo 6º:
Reprodução simulada dos fatos (art. 7º, CPP)
Inciso I: resguardar os vestígios do crime (o corpo de delito).
É discricionário, pois a lei fala em “(...) poderá”
Resguardar o sucesso de futura perícia. Exceção: Lei
5.970/73, art. 1º. No caso de acidente de trânsito em que Participação do Indiciado: o indiciado não é obrigado a
esteja prejudicando a malha viária, não precisa manter o participar. No entanto, prevalece na doutrina que o seu
estado de conservação do local. comparecimento é obrigatório, desde que devidamente
intimado para tanto. Outros (Pacelli, por exemplo), dizem
Inciso II: apreender os objetos que tiverem relação com o
que não é obrigado a comparecer. Mas, atenção a um
fato, após liberados pelos peritos criminais. O objeto pode
detalhe, sendo ou não obrigado a comparecer, JAMAIS será
estar sujeito a perdimento em favor da união.
o indiciado obrigado a participar ativamente da
Inciso III: colher todas as provas que servirem para o reconstituição, isso em razão do direito ao silêncio.
esclarecimento do fato e suas circunstâncias Lembrar que o Indiciamento
delegado só deve que observar a produção de prova por
meios legais. Conceito: É apontar alguém como provável autor do delito. É
um ato privativo da autoridade policial e geralmente é feito ao
Inciso IV: ouvir o ofendido. E será que o delegado pode
final das investigações.
determinar a condução coercitiva da vítima? A lei 11.690
deu nova redação ao artigo 201, onde prevê a possibilidade O pressuposto para que alguém possa ser indiciado é a
de condução coercitiva da vítima da infração. prova da existência do crime e indícios de autoria.
Inciso V: ouvir o indiciado, devendo o respectivo termo ser Espécies: De acordo com a doutrina, o indiciamento pode ser
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a de duas espécies:
leitura:

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a) Direto: ocorre quando o indiciado está Discordância do pedido de arquivamento feito pelo MP:
presente.
a) Na Justiça Estadual (art. 28, CPP): o MP requer –
b) Indireto: ocorre quando o indiciado está Juiz discorda e envia para o PGJ que pode
ausente. oferecer denúncia, designar outro membro ou
insistir no arquivamento (doutrina entende que o
procurador geral pode ainda requerer diligências
Valor Probatório do Inquérito Policial antes de decidir).
A doutrina confere pouco valor para o inquérito. Deve-se, b) Na Justiça Federal: o Procurador da República
para tanto, analisar o art. 155, do Código de Processo requer – Juiz federal discorda e envia para o MPF
Penal, parte que será estudada no capítulo que trata da (princípio da devolução). Há então um parecer da
“Prova em Processo Penal”. Câmara de Revisão (art. 62, IV, LC 75/93) e depois
manifestação do Procurador Geral da República. O
parecer da Câmara de Revisão não vincula o
Prazos para conclusão do Inquérito Policial Procurador Geral da República.

Indiciado preso: 10 dias;


Indiciado solto: 30 dias. TERCEIRA PARTE: AÇÃO PENAL

Prevalece o entendimento de que os prazos são de 1. Conceito: é o direito que tem o acusador (público
natureza processual penal, computados nos termos do ou particular) mediante o devido processo penal,
artigo 798, § 1º do CPP. No entanto, se o iniciado estiver de provocar o Estado a dizer o direito ao caso
PRESO, o prazo passa a ser penal, computados nos termos concreto.
do artigo 10, do Código Penal. 2. Características:
Prorrogação do Prazo: conforme o CPP, se o investigado a) Direito público: A atividade jurisdicional que se
estiver preso, o prazo para conclusão é de até 10 dias, não pretende provocar é de natureza pública;
podendo se prorrogar; se o indiciado estiver solto, são 30
dias prorrogáveis por mais quantos o juiz autorizar (via de b) Direito subjetivo: O titular tem o direito de exigir a
regra, a prorrogação se dá por mais 30 dias). prestação jurisdicional;
Prazos Especiais: c) Direito autônomo: Não se confunde com o direito
material que se pretende tutelar;
a) Lei 5.010/66 (inquérito no âmbito da Justiça
Federal): na JF o prazo é de 15 dias, e não de 10, d) Direito abstrato: Independe da procedência ou
podendo ser prorrogado mesmo com o indiciado improcedência do pedido;
preso. Para indiciado solto, segue a regra do CPP e) Direito específico: Relacionado a um caso
(30 dias) concreto.
b) Lei de drogas: esta lei autoriza a “duplicação”
prazo, ainda que o indiciado esteja preso.
3. Condições da ação penal (para o Processo
Indiciado preso: 30 dias + 30 dias; Penal)
Indiciado solto: 90 dias + 90 dias. 3.1 Condições genéricas
Devem estar presentes em toda ação penal, sob pena de
Conclusão do inquérito policial: art. 10. § 1º, do CPP rejeição e posterior extinção do processo sem julgamento
do mérito.
A lei requer um minucioso relatório. No entanto, relatório
não minucioso ou até mesmo ausência de relatório é mera a) Possibilidade jurídica do pedido: O pedido
irregularidade. formulado deve encontrar amparo no ordenamento
jurídico.
Concluso o Inquérito Policial, os autos são encaminhados
ao juiz. Este verifica se se trata de ação penal privada ou b) Legitimidade para agir (legitimatio d causam): é
caso de ação penal pública. chamada de pertinência subjetiva da ação. No
processo penal, a legitimidade para ocupar o pólo
Enviados os autos ao Ministério Público, este órgão pode: ativo é do MP na ação penal pública ou do
a) Requerer o arquivamento; ofendido na ação penal de iniciativa privada; no
pólo passivo, a pessoa contra quem foi instaurado
b) Oferecer Denúncia; o Processo.
c) Requerer novas diligências; Legitimidade Ordinária: Alguém age em nome próprio
pleiteando a defesa de interesse próprio.
d) Declinar da competência ou atribuição.
Legitimidade extraordinária: Alguém age em nome próprio
Pergunta: Há caso em que o juiz determina o arquivamento
em defesa de direito alheio (exceção).
sem requerimento do Ministério Público? Sim, em caso de
trancamento do IP via Habeas Corpus determinado pelo Hipóteses:
Tribunal, por exemplo, por ausência de justa causa
(constrangimento ilegal).

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1. Ação penal privada: o ofendido ingressa em juízo,


pleiteando a defesa de um interesse do Estado
5. Princípios da Ação Penal Pública
(direito de punir);
2. Quando a vítima for pobre, cabe ao MP promover a) Princípio da oficialidade: exercício do direito da ação é
realizado por um órgão oficial;
a execução da sentença condenatória ou a ação
civil ex delicto. Observação importante: Para o STF b) Princípio de obrigatoriedade ou legalidade processual:
o artigo 68 do CPP, é dotado de havendo justa causa, o M.P. é obrigado a agir. Esse
inconstitucionalidade progressiva, ou seja, nas princípio é mitigado pela Lei dos Jecrim: nesta, vigora o
comarcas em que não houver defensoria pública, princípio da discricionariedade regrada, na medida em que
continua podendo o MP ingressar em juízo cabe transação penal.
pleiteando a tutela de reparação do dano em favor
de vítima pobre (STF RE 135.328). c) Princípio da indisponibilidade (art. 142, CPP): é
decorrência lógica do princípio da obrigatoriedade. O art. 89
c) Interesse de agir: é composto pela necessidade, da Lei 9.099/95 também mitigou esse princípio (suspensão
adequação e utilidade. condicional do processo: princípio da indisponibilidade
d) Justa causa (para muitos doutrinadores trata-se de regrada)
uma quarta condição da ação penal) d) Princípio da Intranscendência: a ação penal não pode
passar da pessoa do agente.
Conforme o art. 395, III do CPP, justa causa passa a ser
considerada uma condição da ação sui generis. Justa causa e) Princípio da Indivisibilidade: havendo dois ou mais
deve ser compreendida como um lastro probatório mínimo agentes sobre os quais pesam indícios de autoria e prova
indispensável para a instauração de um processo penal. da materialidade, ambos têm que ser denunciados.
Prova da materialidade e indícios da autoria.

6. Características da Ação Penal Privada


3.2 Condições específicas
a) Não-oficialidade: os atos processuais ocorrem
Presente apenas em alguns casos. por requerimento do querelante.
a) Representação do ofendido; b) Não-obrigatoriedade: o ofendido pode oferecer
ou não a queixa.
b) Requisição do Ministro da Justiça;
c) Retratabilidade: o querelante pode perdoar a
c) Condição de militar no crime de deserção.
vítima durante a ação penal.
d) Indivisibilidade: a ação penal contra um dos
4. Classificação das ações penais autores impõe a ação penal contra todos.
Ação penal pública (titular MP: art. 129, I, A queixa-crime é peça privativa de advogado. Deve conter
CRFB/88) os requisitos do artigo 41 do CPP, com o rol das
testemunhas de acusação.
a) Incondicionada (regra): o MP não está sujeito ao
implemento de qualquer condição. Como regra geral, deverá ser oferecida dentro de 6 meses a
partir da data de conhecimento do autor do fato.
b) Condicionada: o MP fica dependendo do
implemento de uma condição. 7. Requisitos da Inicial Acusatória
c) Privada: Esses requisitos estão no art. 41, do CPP (ele traz um
roteiro):
1. Personalíssima: Não há sucessão
processual, ou seja, morrendo o Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a
ofendido estará extinta a punibilidade exposição do fato criminoso, com todas
(art. 236, § único do CP); as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado ou esclarecimentos pelos quais
2. Exclusivamente privada: Há sucessão se possa identificá-lo, a classificação do
processual. crime e, quando necessário, o rol das
3. Subsidiária da pública: Como o próprio testemunhas.
nome já diz só é cabível diante da Este artigo traz uma síntese dos requisitos:
inércia do MP.
a) Exposição do fato criminoso com todas as
4.1 A questão da Lesão corporal leve qualificada suas circunstâncias.
envolvendo violência doméstica e familiar contra a
mulher E o que há de mais importante aqui, é um termo que vamos
usar muito: imputação: Imputação é a atribuição a
É crime de ação pena pública incondicionada (art. 41 da Lei alguém da prática de determinada infração penal.
11.340/06): STJ HC 96992. Lembrar que lesão leve
qualificada pela violência doméstica, desde que contra a Isso é importante. Na peça acusatória estará sendo
mulher, é sempre de natureza pública incondicionada, delimitada a imputação.
porque não se aplica a LMP as infrações penais praticadas
Pergunta: Qual é a consequência de uma denúncia que
nessas circunstâncias.
não expõe o fato criminoso?

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Pergunta: Posso oferecer denúncia sem a data do crime? Quanto a esse ponto, fica a dúvida: se por acaso for feita
Ou essa denúncia seria inepta? Cuidado com isso! É uma classificação equivocada? O juiz deve rejeitar a peça
preciso saber diferenciar os chamados elementos acusatória?
essenciais da peça acusatória dos chamados elementos
acidentários. A classificação do crime não é um requisito obrigatório. Um
erro quanto à classificação não vai dar ensejo à rejeição da
1º. Elemento essencial da peça acusatória: É peça acusatória. E por um motivo muito simples: lembre-se!
aquele elemento que deve estar presente em toda De acordo com a posição que prevalece, no processo
e qualquer peça acusatória, pois é necessário penal, o acusado defende-se dos fatos que lhes são
para identificação do fato típico praticado pelo atribuídos. O que importa, no processo penal é a imputação
agente. e não a classificação feita pelo titular da ação penal.
2º. Elementos acidentais da peça acusatória:
São aqueles relacionados à circunstância de tempo e
8. Representação do ofendido ou de seu
de espaço, os quais, nem sempre afetam a reação do
representante legal
acusado.
Agora atenção para a questão da Denúncia Genérica: Conceito: é a manifestação do ofendido ou de seu
representante legal no sentido de que tem interesse na
A denúncia genérica vai ocorrer nos chamados crimes persecução penal do agente.
societários, que são aqueles praticados pelos
administradores da pessoa jurídica. O MP não consegue Natureza jurídica: condição específica objetiva de
dizer o que cada um dos indivíduos praticou. procedibilidade. Não é necessário um formalismo na
representação.
Hoje, para o Supremo, a Denúncia Genérica ofende os
postulados constitucionais da ampla defesa, de modo que o Observação: a representação não vincula o MP, apenas
contraditório não pode ser exercido em sua plenitude. autoriza o MP a agir.
Vejam o HC 105.953-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão Prazo: sujeita ao prazo decadencial de seis meses
monocrática, julgamento em 5-11-2010, DJE 11-11-2010. (decadência). O prazo é PENAL (NÃO SE SUSPENDE
Há aí duas possibilidades com maior preponderância para NEM INTERROMPE) e sua inobservância acarreta extinção
a não aceitação da Denúncia Genérica. A partir dessa da punibilidade. Também se aplica à queixa-crime.
discussão, alguns doutrinadores, a exemplo do Pacelli,
fazem uma diferenciação importante que pode ser aparecer
em concursos: 9. Legitimidade para representação e queixa-crime

Acusação geral ocorre quando o órgão da acusação a) Vítima MAIOR de 18 anos pode representar,
imputa a todos os acusados o mesmo fato delituoso, independentemente de representante legal;
independentemente das funções por eles exercidas na b) Vítima MENOR de 18 anos: quem tem legitimidade
empresa. é o representante legal (representante é qualquer
Pergunta: e o que seria a Acusação Genérica? pessoa que, de algum modo, seja responsável
pelo menor).
Pergunta: E qual a importância disso? A importância é que
já há decisões do STJ adotando exatamente essa Pergunta: e se o representante legal perder o prazo? Neste
diferenciação, refutando a acusação genérica e aceitando a caso, prevalece que, cuidando-se de incapaz, o prazo não
geral: É possível atribuir aos denunciados a prática de corre para ele enquanto não cessar a incapacidade, pois
um mesmo ato (denúncia geral), porquanto todos dele não se pode falar em decadência de um direito que não
participaram, mas não é possível narrar vários atos pode ser exercido (STF, HC 75.697)
sem dizer quem os praticou, atribuindo-os a todos, pois c) Morte da vítima: sucessão processual (art. 31 do
neste caso não se tem uma denúncia geral, mas CPP = CADI). Vejam que essa ordem é
genérica. Recurso provido para declarar a inépcia da preferencial. Caso haja divergência, prevalece a
denúncia e a nulidade dos atos que lhe sucederam. vontade de quem deseja processar.
(RHC 24515, DJe 16/03/2009)
b) Identificação do Acusado
10. Retratação da representação
Esse é o segundo pressuposto da peça
acusatória. De acordo com o Código de Processo Penal, A retratação é possível até o oferecimento da denúncia
art. 41, que vimos, caberia denúncia contra pessoa incerta. (NÃO DO RECEBIMENTO), conforme o art. 25 do CPP. A
O que é essa pessoa incerta? exceção fica por conta da Lei Maria da Penha, que autoriza
a retratação da representação até o momento anterior ao
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a RECEBIMENTO da denúncia (art. 16).
exposição do fato criminoso, com todas
as suas circunstâncias, a qualificação do Quanto à Requisição do Ministro da Justiça, NÃO HÁ
acusado ou esclarecimentos pelos quais PRAZO DECADENCIAL, porém o delito está sujeito ao
se possa identificá-lo, a classificação do prazo prescricional.
crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
11. Renúncia
c) Classificação do Crime

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É um ato unilateral do ofendido ou de seu representante (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
legal, abrindo mão do direito de promover a ação penal couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
privada, com a conseqüente extinção da punibilidade.
III - quando o querelante deixar de comparecer,
Em virtude do princípio da indivisibilidade, renúncia sem motivo justificado, a qualquer ato do processo
concedida a um dos coautores, estende-se aos demais. Ela a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pode ser: pedido de condenação nas alegações finais;
a) Expressa: é aquela feita por declaração IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica,
inequívoca. esta se extinguir sem deixar sucessor.
b) Tácita: ocorre diante da prática de ato incompatível
com a vontade de processar.
No decurso de 30 dias, tratados no inciso I, a sanção é
Atenção à regra especial dos Jecrim: a composição civil automática, sem necessidade de intimação do querelante
dos danos implica na renúncia do direito de representação para o prosseguimento do processo.
se a ação penal depender da representação (art. 74,
No caso do inciso II, não é necessária a intimação dos
parágrafo único, Lei 9.099/95).
sucessores. A sanção é automática.

12. Perdão do ofendido


QUARTA PARTE: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
É o ato pelo qual o ofendido ou seu representante legal
1. JURISDIÇÃO:
desiste de prosseguir com o andamento do processo,
perdoando o seu ofensor, com a extinção da punibilidade. 1.1 Auto-tutela
Só é cabível após o inicio do processo, e até o trânsito • Caracteriza-se pelo emprego da força bruta.
em julgado de sentença penal condenatória.
• É autorizada em caso de estado de necessidade.
Assim como na renúncia, só é cabível o perdão na ação
penal privada. Em se tratando de ação penal privada 1.2 Auto-composição
subsidiária da pública o perdão não extingue a punibilidade,
• É admitida pela CRFB/88, no artigo 98, I, nas
pois o MP reassume a ação.
infrações de menor potencial ofensivo.
É ato bilateral: depende da concordância da parte contrária.
• Renúncia: quando o autor abre mão do seu
Princípio da indivisibilidade: o perdão concedido a um interesse;
estende-se aos demais, que, no entanto, não estão
obrigados a aceitá-lo. • Submissão: quando o réu se sujeita a vontade do
autor;
Além disso, o silêncio do querelado por três dias importa em
aceitação tácita do perdão. • Transação: caracteriza-se por concessões mutuas.

CPP - Art. 58 - Concedido o perdão, mediante


declaração expressa nos autos, o querelado 1.3 Jurisdição
será intimado a dizer, dentro de 3 (três) dias, se
o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser É a união das expressões Júris + dictio (direito + dizer). É
cientificado de que o seu silêncio importará uma das funções do Estado, mediante a qual o juiz se
aceitação. substitui aos titulares dos interesses em conflito, para
aplicar de maneira imparcial o direito objetivo ao caso
concreto, fornecendo uma pacifica solução do litígio.
13. Perempção a) Princípio do juiz natural: CRFB/88, art. 5º, XXXVII:
É a perda do direito de prosseguir no exercício da ação não haverá juízo ou tribunal de exceção. Tribunal
penal exclusivamente privada ou personalíssima, em virtude de exceção é um tribunal criado após a prática do
da negligência do querelante, com a conseqüente extinção delito, especificamente para julgá-lo. Disso:
da punibilidade. CRFB/88, Art. 5º, LIII: Ninguém será processado nem
Na ação penal privada subsidiária da pública, caso o sentenciado senão pela autoridade competente.
querelante seja negligente, o MP reassume a ação.
Art. 60 - Nos casos em que somente se procede b) Do princípio do juiz natural, derivam três regras de
mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação proteção:
penal:
1. Só podem exercer jurisdição os órgãos instituídos pela
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de CF;
promover o andamento do processo durante 30
(trinta) dias seguidos; 2. Ninguém pode ser julgado por órgão criado após o fato
delituoso;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo
sua incapacidade, não comparecer em juízo, para 3. Entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 taxativa de competência que afasta qualquer critério de
discricionariedade.

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2. COMPETÊNCIA ressalvada a competência da Justiça


Militar e da Justiça Eleitoral;
É a medida e o limite da jurisdição dentro dos quais o órgão
jurisdicional poderá dizer o direito. c) Crimes de menor potencial ofensivo
(competência do JECRIM);
Espécies de competência:
a) Ratione materiae: estabelecida de acordo com a
natureza da infração penal; 2.2 EM RAZÃO DA PESSOA (RATIONE PERSONAE) – É
ABSOLUTA
b) Ratione personae: de acordo com a função do
agente; É também conhecida como competência por prerrogativa de
função. É fixada em virtude da qualidade das pessoas
c) Ratione loci: territorial;
acusadas.
d) Funcional: a competência é fixada de acordo com a Verifica-se, aqui, que órgão jurisdicional estará incumbido
função que cada órgão jurisdicional exerce no do julgamento: Juiz, Tribunal, Tribunal Superior, etc.
processo.
Pergunta: quem estabelece o foro por prerrogativa de
Atenção para esse guia para definição da competência. É função? Quem faz isso é a própria CRFB;88:
só analisar a questão a partir desse guia, de forma
concatenada, para definir a fixação da competência. a) STF: art. 102, I, “b” e “c”;
a) Competência de jurisdição: Qual é a Justiça b) STJ: art. 105, I, “a”;
competente? Militar, eleitoral, comum (federal, estadual)?
Observação importante: a competência federal está c) TRF’s: art. 108, I, “a”.
delimitada no art. 109, IV, da CRFB/88. Exemplos: Prefeito réu eu processo penal será julgado, via
b) Competência originária: O acusado tem foro por de regra, pelo Tribunal de Justiça; em caso de crime doloso
prerrogativa de função? contra vida praticado por Deputado Federal, o julgamento
cabe ao STF, pois se trata de competência originária
c) Competência de foro ou territorial: Qual é a expressa; promotores de justiça e juízes de direito: não
comarca competente? importa a natureza da infração nem o local onde o delito
tenha sido praticado. Serão julgados pelo Tribunal de
d) Competência de juízo: Qual é a vara Justiça do Estado onde exercem suas funções, etc.
competente? Isso é importante porque, às vezes,
dependendo da cidade, há varas especializadas (acidente Pergunta: Delegados de Polícia tem foro privilegiado? Não.
de trânsito, drogas, etc.). O STJ considerou inconstitucional dispositivo da
Constituição Estadual do Rio de Janeiro que atribuía foro
e) Competência interna: Qual é a vara competente? especial aos delegados de polícia, já que não há garantia
f) Competência recursal: Para onde vai o recurso? equivalente na Constituição (STJ, RHC 478/RJ).
Ou seja, qual é o órgão recursal competente. 1.3 EM RAZÃO DO LUGAR DA INFRAÇÃO (RATIONE
Vejam que, conforme o art. 5º, LIII, da CF/88, ninguém será LOCI) – É RELATIVA.
processado nem sentenciado senão pela autoridade 1º critério: Lugar da infração.
competente. Assim, para que o juiz possa atuar de forma
válida na relação processual, é necessário que ele 2º Critério: Prevenção.
apresente capacidade objetiva, ou seja, deve ser o juiz
3º critério: domicílio do réu.
competente tanto em razão da matéria quanto em razão do
local da infração. A competência, via de regra, será determinada pelo lugar
O assunto está previsto nos artigos 69 a 91 do CPP, e deve em que se consumar a infração (art. 70, CPP). Exemplos:
seguir a ordem seguinte: a) Furto qualificado pela fraude, praticado por meio da
2.1 EM RAZÃO DA MATÉRIA (RATIONE MATERIAE) – É internet: consuma-se o delito de furto no local em
ABSOLUTA que o bem é retirado da esfera de disponibilidade
da vítima, ou seja, onde está localizada a agência
É também conhecida como competência pela natureza da bancária do indivíduo prejudicado.
infração:
E atenção: a vítima é a instituição bancária (STJ CC
a) Crimes dolosos contra a vida (Tribunal do Júri); 65.343)
b) Crimes praticados em detrimento de bens e b) Apropriação indébita praticada por representante
serviços da União (competência federal – CRFB/88, art. comercial: define-se a competência pelo local onde
109, IV): deveria ser realizada a prestação de contas.
Art. 109. Aos juízes federais compete c) Crime de extorsão praticado por telefone: extorsão
processar e julgar: (...) é crime formal, consuma-se com o
constrangimento ilegal. Logo, o foro competente é
IV - os crimes políticos e as infrações
o do local em que a vítima foi constrangida. Pouco
penais praticadas em detrimento de bens,
interessa o local da entrega dos valores. Trata-se
serviços ou interesse da União ou de suas
de mero exaurimento do delito.
entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e d)

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e) Crimes Plurilocais e Crimes à distância: Justiça Militar:


Crime plurilocal Crime à Crime em Crime propriamente militar: é a infração específica e
distância trânsito funcional do militar (só pode ser praticado por militar.
Crime que envolve Crime que Crime que Exemplos: deserção, insubordinação, etc.). São sempre
duas ou mais envolve dois envolve três ou julgados pela Justiça Militar.
comarcas países mais países
Crime impropriamente militar: apesar de comum em sua
e) Crime plurilocal de homicídio doloso: atenção ao natureza, cuja prática é possível a qualquer cidadão (civil ou
exemplo: conduta se dá em Itajaí e ocorre a morte militar), passa a ser considerado crime militar, porque
da vítima em Joinville. Entende a jurisprudência praticado em certas condições. Exemplo: um militar que se
que o foro competente é o do local da conduta. apropria de determinado bem em razão do cargo.
Isso por razões probatórias, além do que, é no Responderá perante a Justiça Militar.
local da conduta que o crime provocará Crimes não militares: que não estão previstos no CPM.
perturbações negativas e repercutirá no seio da Assim, jamais serão julgados pela Justiça Militar. Exemplos:
sociedade.
Crimes de Tortura, Crimes de Abuso de Autoridade, Crimes
f) Falsificação e posterior uso de cheque pelo mesmo ambientais, etc.
agente: define-se o foro competente pelo local da
Agora vejam: Imaginem um crime de abuso de autoridade
falsificação, visto que a jurisprudência tem em concurso formal impróprio com lesão corporal grave
entendido que o uso é pos factum impunível (STJ,
praticado por militar em serviço. Quem julgará esses
CC 90.084). Obs.: a questão 68 da prova tipo 1
crimes?
do VIII Exame de Ordem tratou esse tema de
forma absurdamente errada. Apesar dos Neste caso, temos um crime militar impróprio (praticado por
recursos, não anularam a questão. militar em serviço e um crime NÃO militar. Haverá, assim,
cisão do processo e julgamento, de forma que o abuso de
g) Estelionato mediante cheque sem fundos: o foro
autoridade será julgado pela justiça comum, enquanto que o
competente é o do local da recusa do pagamento,
crime militar de lesão corporal grave será julgado pela
ou seja, onde está a agência bancária (súmula justiça militar (Súmula 90 STJ).
521, do STF e 244, do STJ). Agora, cuidado para
não confundir com estelionato mediante cheque Crime praticado por civil contra instituições militares
falso. O foro competente, neste caso, é o do local estaduais: será julgado pela justiça comum (súmula 53
da obtenção da vantagem ilícita (Súmula 48, do STJ).
STJ).
Homicídio doloso:
Pergunta: E se o local da consumação não for conhecido, a
competência territorial será determinada pelo domicilio do a) Homicídio doloso praticado por militar do exército
acusado (Art. 72 do CPP). contra militar do exército: Justiça Militar da União;

A questão da ação penal privada: nos casos de exclusiva b) Praticado por militar do exército em serviço contra
ação privada, mesmo que conhecido o local da civil: Tribunal do júri na Justiça Comum Federal;
consumação, pode o querelante optar pelo foro do domicilio c) Praticado por civil contra militar: duas situações:
do acusado (foro de eleição/optativo).
• Se esse militar for integrante das forças armadas e
Observação: na ação subsidiária da pública não incide estiver em serviço, a competência será da Justiça
essa regra. Militar da União (STF HC 91.003);

Competência absoluta Competência relativa • Se esse militar for dos Estados (Polícia Militar, por
exemplo), a competência é do Tribunal do Júri na
Proteção de um interesse Interesses Justiça Estadual.
público; preponderantemente das
Regras de competência partes; Outra dúvida: Militar querendo matar outro militar, por erro
improrrogáveis (imodificáveis);
Competência prorrogável na execução, atinge um civil, nesse caso, apesar da
A inobservância de uma regra existência de erro na execução, para fins de competência,
de competência absoluta (derrogável);
A inobservância de uma trata-se de crime de homicídio doloso cometido por militar
produz nulidade absoluta; contra civil, logo da competência do Tribunal do Júri (STJ,
Pode ser declarada de ofício. regra de competência relativa
* Pode ser argüida a qualquer vai produzir, no máximo, CC, 27.368).
momento, sem necessidade de nulidade relativa; Execução Penal: A competência do juízo das execuções
comprovação do prejuízo, pois Pode ser declarada de oficio. será determinada de acordo com a natureza do
este é presumido. * Deve ser argüida no estabelecimento prisional (Súmula 192 do STJ)
momento oportuno, sob pena
Competências absolutas: de preclusão. O prejuízo
Ratione materiae
deve ser provado. 3. CONEXÃO E CONTINÊNCIA
Ratione personae
Funcional Competências relativas:
Ratione loci a) Conexão:
Por distribuição Art. 76 - A competência será determinada pela
Por prevenção conexão:

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I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem b) No concurso de jurisdições de diversas


sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias categorias, prevalece a de maior graduação;
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em
c) Prevalece o foro da comarca em que foi
concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por
várias pessoas, umas contra as outras; praticado o delito mais grave;
d) Se a gravidade da infração for igual, prevalece o
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou foro do local em que foi praticado o maior número
para conseguir impunidade ou vantagem em de infrações;
relação a qualquer delas; e) Se a gravidade dos delitos for idêntica, assim
III - quando a prova de uma infração ou de como o número de infrações a competência será
qualquer de suas circunstâncias elementares influir determinada pela prevenção (o primeiro juiz que
na prova de outra infração. praticar ato decisório assume a competência para
si).
1. Intersubjetiva
Pergunta: até quando é possível a atração do outro
Obrigatoriamente envolve vários crimes e várias pessoas. processo? - O juízo atrativo deve avocar o processo
enquanto não houver sentença de primeiro grau (Súmula
1.1. Por simultaneidade: duas ou mais infrações 235 STJ).
praticadas ao mesmo tempo por diversas pessoas,
ocasionalmente reunidas, aproveitando-se das Observação: a inobservância da regras de conexão e
circunstâncias de tempo e de local; continência é causa de mera nulidade relativa.
1.2. Por concurso: quando ou mais infrações tiverem
sido cometidas por várias pessoas em concurso
QUINTA PARTE: SUJEITOS DO PROCESSO
em tempo e local diversos;
1.3. Por reciprocidade: quando uma ou mais infrações
tiverem sido cometidas por diversas pessoas, 1. Notas introdutórias
umas contra as outras.
a) Processo Penal deve ser analisado sob dois aspectos:
2. Objetiva lógica ou material ou teleológica: quando
um crime ocorre para facilitar, ocultar, assegurar 1º. INSTRUMENTO DE LIMITAÇÃO DO PODER PUNITIVO
impunidade ou vantagem em relação a outro. ESTATAL;

3. Instrumental ou probatória ou processual: a prova 2º INSTRUMENTO DE REALIZAÇÃO DO DIREITO


de um crime influencia na existência de outro. MATERIAL (DIREITO PENAL).
b) Sujeitos Processuais: são as pessoas que participam da
relação processual. Essas pessoas são divididas em
b) Continência sujeitos principais (essenciais) e sujeitos secundários
Art. 77 - A competência será determinada pela (acessórios ou colaterais). O processo penal pressupõe ao
continência quando: menos a existência de três sujeitos: as partes da relação
processual e o juiz, a quem cabe aplicar o direito
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela substancial.
mesma infração;
c) Fala-se, portanto, em partes parciais (demandante e
II - no caso de infração cometida nas condições demandado) e parte imparcial (juiz).
previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54
do Código Penal. d) Os principais são o juiz, o autor (que pode ser o
Ministério Público ou o ofendido) e o acusado. Os
acessórios ou colaterais são o assistente, os auxiliares da
justiça e os terceiros, interessados ou não, que atuam no
1. Por cumulação subjetiva: quando várias pessoas
processo.
são acusadas pela mesma infração penal;
e) Na categoria de auxiliares, integram-se todos os que,
2. Por cumulação objetiva: ocorre em todas as
voluntária ou coativamente, participam do apoio à
hipóteses de concurso formal de crimes (art. 70), distribuição da Justiça, tem caráter público ou oficial, quer
erro na execução (art. 73) e resultado diverso do em caráter privado ou eventual, mas não estão no
pretendido (art. 74 – aberratio criminis). contraditório perante o juiz.
2. A compreensão da figura do juiz no Sistema
c) Efeitos da conexão e da continência Acusatório (CPP, arts. 251-256)

1º. Efeito: processo e julgamento único (economia a) O órgão jurisdicional pode ser monocrático ou colegiado.
processual); Monocrático é o juízo de primeiro grau, que o CPP
denomina de juiz singular, salvo o júri, que é colegiado.
2º. Efeito: um juízo vai exercer força atrativa. Vamos ver as Colegiados são os tribunais, em instância ordinária, especial
situações em que isso se dá: ou extraordinária.
a) Tribunal do júri exerce força atrativa, salvo em b) Processo: Ao contrário do processo civil, no processo
relação a crimes eleitorais e militares; penal condenatório o autor da ação não exerce direito em

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face do Estado, mas somente o dever que resulta do fato, a) Conceito: É aquele em face de quem se deduz a
previsto em lei, de ser ele o legitimado para a persecução pretensão punitiva; é o sujeito passivo. Para ser sujeito
penal. Assim como “o Estado deve jurisdição a quem não passivo é necessário que a pessoa a quem se imputa a
está autorizado por lei a resolver o conflito de outra prática de um crime preencha alguns requisitos: a)
maneira, deve ele também a persecução penal em juízo a capacidade para ser parte; b) capacidade processual.
quem teve retirada a sua iniciativa e legitimação para
fazê-lo, ou seja, a vítima.” Pergunta: E o doente mental (CP, art. 26) possui
capacidade processual?
c) Função: como se sabe, o direito material penal não pode
ser voluntariamente aplicado pelas partes. Assim, o juiz b) Legitimidade ad causam: Impõe a ordem jurídica que o
acusado possua legitimidade passiva ad causam, isto é,
coloca-se entre elas para dizer, no caso concreto, qual o
direito substancial aplicável. Sua maior virtude é a que exista coincidência entre a pessoa apontada na peça
IMPARCIALIDADE. inicial como o autor do fato e o suspeito da prática do
crime, indicado no IP ou nas peças de informação.
Agora, atenção: A função do juiz no processo penal, diante
do sistema constitucional acusatório é de guardião da c) Necessidade de acusação formal: tecnicamente, só pode
Constituição e da máxima eficácia dos direitos fundamentais haver acusado após a elaboração formal da acusação
do réu a ele submetido. Por isso, não cabe ao juiz a missão d) A Pessoa Jurídica como acusado em processo penal
de revelar a verdade, o que é de fato impossível. (Discutível): A CRFB/88 assinalou essa possibilidade nos
d) Os juízes não estão imunes aos sentimentos e casos de crime contra a ordem econômica e financeira e
imperfeições característico dos homens. Por isso, a lei prevê contra a economia popular (Art. 173, § 5º) e também nas
1
três gêneros de situações que afastam o magistrado do condutas e atividades lesivas ao meio ambiente (art. 225,
processo, já que evidenciam a ausência de imparcialidade: § 3º).
os impedimentos, as incompatibilidades e a suspeição.
e) Impedimento (CPP, art. 252): as hipóteses são objetivas e 5.1 A identificação do acusado:
proíbem o juiz de exercer a jurisdição naquele caso
específico. Em regra essas causas são encontradas dentro a) Conceito: Identificação é a individualização do acusado
do processo. O juiz, neste caso, fica proibido de exercer perante as demais pessoas, ditada pena necessidade em
jurisdição. se certificar que aquela submetida ao processo é a mesma
à qual se imputam os fatos.
f) Suspeição (CPP, art. 454): As hipóteses de suspeição são
fatos ou circunstâncias que poderão influenciar o ânimo do e) Finalidade: 1. Sujeitar somente o verdadeiro autor do
juiz e que são encontradas externamente ao processo. A delito ao processo e a eventual pena; 2. Conhecer a vida
questão da amizade e inimizade não é de direito penal ou pregressa do agente, pois há dados que influirão na
processual penal. É um dado da realidade a ser dosimetria da pena, no regime inicial de cumprimento de
examinado no caso concreto. pena, etc.

Pergunta: A suspeição provocada (ato praticado no f) CPP, art. 41: exige que a denúncia ou queixa conste a
processo para tornar o juiz suspeito) torna o juiz suspeito? qualificação do acusado ou os esclarecimentos pelos quais
se possa identificá-lo. Esse artigo prevê a necessidade de
g) Obrigatoriedade da prestação jurisdicional (CRFB, art. se especificarem quais os elementos que diferenciam o
5º, XXXV): uma vez provocado, o órgão jurisdicional não acusado das demais pessoas. Ainda assim, não sendo
pode eximir-se de decidir a questão submetida a sua possível identificar o acusado por meio de tais elementos,
apreciação. deve o órgão acusador indicar as características pessoais
que permitam conhecer sua identidade física.

2. O Ministério Público (CPP, arts. 257 e 258) e) Ausência ou erro na identificação (CPP, art. 259):
eventual ausência ou erro de identificação nominal não
a) Origem: A origem do MP remonta ao século XVIII, na impede o exercício da ação penal, nem implica seu
França, resultante da ampliação dos poderes da retardamento, desde que certa a identidade física. (NÃO
intervenção estatal no campo penal, visando a impedir a HÁ NULIDADE)
vingança privada. Possui nítida influência do iluminismo.
No Brasil, a instituição de um modelo essencialmente
acusatório ocorreu somente em 1988, com a redefinição do 4.2 A presença do acusado em juízo no processo:
papel do MP.
a) Dispensabilidade: Não é indispensável a presença do
3. O Querelante: Em regra, a acusação é afeta, com réu em juízo, ficando a critério dele comparecer ou não,
exclusividade, ao órgão do MP. Excepcionalmente ela será conforme entender mais conveniente. Note bem: é
do ofendido, desde que haja desídia daquele (CRFB, art. indispensável, sob pena de NULIDADE ABSOLUTA, que
5º, LIX; CPP, art. 29), ou que a norma penal assim ele seja validamente citado ou então, intimado a
determina, como nos casos da ação penal privada (CP, art. comparecer em juízo, deixando-se a sua discricionariedade
100). a análise da conveniência de fazê-lo ou não, pois essa é a
própria essência da autodefesa.
b) Antes da reforma de 2008: Antes das modificações
operadas pela lei 11.689/08, havia casos em que a
4. Acusado:
1
Ver art. 3º da Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais).

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presença do acusado era indispensável, como nos crimes j) Tempo de suspensão do prazo prescricional (Súmula 415
4
inafiançáveis da competência do Tribunal do Júri, cujo do STJ ): com exceção dos crimes imprescritíveis, é
julgamento não se realizava à revelia (Antigo art. 451, § 1º necessário se buscar um período máximo, após o qual o
do CPP). processo continuaria suspenso, mas a prescrição voltaria a
correr pelo tempo restante. Esse período máximo não pode
c) Condução coercitiva (CPP, art. 260): há casos em que a ser o mesmo para todos os crimes, sob pena de ofensa ao
ausência do acusado autoriza o juiz a mandar conduzi-lo princípio da proporcionalidade. Dessa forma, o período
coercitivamente a sua presença. máximo da suspensão deve ser o da prescrição calculada
d) Condução para de acusado preso para o interrogatório com base no máximo cominado abstratamente para a
(CPP, art. 399, §1º): o acusado preso será requisitado para espécie (CP, art. 109).
comparecer ao interrogatório, devendo o poder público k) Principais direitos e garantias constitucionais do
providenciar sua apresentação. acusado: aparecem no art. 5º. 1. Devido processo legal
Pergunta: O acusado (solto) é regularmente intimado para (LIV): 2. Contraditório e ampla defesa (LV):; 3. Inadmissão
o interrogatório e não comparece. Pode o juiz decretar sua de provas obtidas por meios ilícitos (LVI); 4. Direito de não
prisão preventiva? ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo
e) Direito ao silêncio: Como forma de manifestação da nos casos de transgressão militar ou de crime propriamente
autodefesa, o réu pode optar por calar-se (CRFB/88, 5º, militar, definidos em lei (LXI); 5. Direito à presunção de
LXIII), sem que o exercício desse direito se possa extrair inocência (LVII); 6. Em caso de prisão, direito de ser
2
qualquer presunção em seu desfavor. Alterado o art. 186 comunicada imediatamente ao juiz competente, à sua
do CPP. Não recepcionado (CRFB/88) o art. 198, segunda família ou à pessoa por ele indicada (LXII); 7. Ainda, em
parte, do CPP. caso de prisão, tem o direito de ser informado sobre seus
3
f) Revelia: se o acusado for validamente citado ou intimado direitos, ser assistido por advogado, bem como de
e não comparecer em juízo, o processo seguirá à sua conhecer a identidade dos responsáveis por sua prisão e
revelia. O mesmo ocorrerá quando o réu, depois de citado, por seu interrogatório policial (LXIII e LXIV). 8. Direito de
mudar de residência ou dela se ausentar por mais de oito imediato relaxamento da prisão ilegal e a não ser levado ou
dias, sem comunicar à autoridade processante o lugar onde mantido na prisão quando a lei admitir a liberdade
possa ser encontrado (CPP, art. 367). provisória (LXV e LXVI); 9. Direito de não ser submetido à
identificação criminal quando identificado civilmente (LVIII);
Pergunta: E quando a citação pessoal não é possível por 10. Direito ao silencia (LXIII); 11. Direito à indenização por
estar o acusado em local incerto? erro judiciário ou pelo tempo que ficar preso além do fixado
em sentença (LXXV).
g) Citação por edital: a citação por edital pode se dar em
duas hipóteses: 6. Defensor: Ao contrário do que ocorre no processo civil,
no processo penal o contraditório deve ser real e efetivo.
1. Quando o acusado não for encontrado para
citação pessoal. Ele deve ser procurado em todos os locais a) Ampla defesa: no processo penal, divide-se em duas
constantes nos autos sob pena de nulidade da citação ordens: autodefesa (genérica) e defesa técnica
editalícia. O oficial de justiça deverá certificar, o que valerá (específica). A autodefesa subdivide-se em direito de
como prova. Mas e se estiver preso? E se estiver viajando? audiência e direito de presença.
O Prazo é de 15 dias;
A ampla defesa divide-se em:
2. Quando inacessível o lugar em que o réu se
encontra. 1. Autodefesa: A autodefesa é de titularidade
exclusiva do réu e NÃO É OBRIGATÓRIA.
h) Suspensão do prazo prescricional (CPP, art. 366): em
caso de citação por edital e não atendimento por parte do Pergunta: Eu, acusado, posso abrir mão da autodefesa?
acusado, sem constituir defensor, o processo e o prazo A autodefesa se manifesta através de:
prescricional da pretensão punitiva serão suspensos,
podendo o juiz determinar a produção antecipada de * Direito de audiência.
provas urgentes, bem como decretar a prisão preventiva do * Direito de presença.
acusado.
O direito de presença poderá ser:
i) Crimes imprescritíveis: estão elencados taxativamente no
texto constitucional (art. 5º): racismo (XLII) e ações de a) Direito de presença direta;
grupos armados civis ou militares contra a ordem
b) Direito de presença remota: O art. 185, § 8º,
constitucional e o estado democrático (XLIV). Não podem
ser ampliadas pela legislação infraconstitucional, do do CPP fala da videoconferência.
contrário, estaríamos criando uma causa de Pergunta: O juiz pode restringir o direito de presença por
imprescritibilidade. razões de eficiência do Estado?
2. Defesa Técnica: A defesa técnica, por outro
lado, é desempenhada por pessoa legalmente habilitada
(advogado), objetivando garantir o direito ao contraditório.
2
Diferentemente do que ocorre no Processo Civil, no Processo Penal não
há confissão ficta.
3
Citação é o ato processual que tem por finalidade dar conhecimento ao
4
acusado da existência de ação penal contra sua pessoa, do teor da Referida Súmula registra que “O período de suspensão do prazo
acusação, bem como cientificá-lo do prazo para apresentação de defesa. prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”.

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b) Importância da defesa técnica (CPP, art. 261 e 263): a processo administrativo sem defesa técnica é processo
defesa técnica é tão indispensável que pode ser exercida administrativo sem contraditório e sem ampla defesa.
ainda que contra a vontade do representado, ou mesmo na Simplesmente, não é processo.
sua ausência. Assim, se o acusado não constituir defensor,
OBS: Para o concurso, no entanto, registrar a resposta
o juiz deverá nomear um.
conforme a Súmula Vinculante nº 05.
Pergunta: E se o réu não é advogado, porém, possui vasto
saber jurídico, necessita deste profissional? Pergunta: A nomeação do defensor dativo está vinculada a
desfavorável situação econômica do acusado?
Pergunta: E sendo o acusado advogado, precisará ele ser
representado por outro profissional? Note bem: conclui-se, disso, que defensor dativo é
diferente de defensor público. A Defensoria Pública é a
c) Espécies de sujeitos que atuam na defesa técnica: há “instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
quatro tipos de defensor: incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos
os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV
1. Constituído: é o advogado com procuração do (CRFB, art. 134). Defensor público, então, é reservado aos
acusado ou que por ele foi indicado no interrogatório (CPP, pobres; defensor dativo, aqueles que, podendo, não
art. 266); constituíram advogado.
2. Dativo; 7. Assistente de acusação (CPP, art. 268 e ss.): Assim, é
3. Ad hoc; possível também, que o ofendido (titular do bem jurídico
violado) ou seu representante legal, ou, na falta, seu
4. Curador. cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31),
Note bem: não há mais nomeação de curador para o intervenham na ação penal, como assistentes do MP.
acusado maior de 18 e menor de 21 anos. a) Hipóteses de assistência: é possível somente na ação
d) Maiores poderes ao defensor constituído: 1. A penal de iniciativa pública, condicionada ou
jurisprudência tem admitido maiores poderes ao defensor incondicionada.
constituído do que ao dativo, o que é compreensível em b) Quando pode ser admitido? Isso pode ocorrer em
virtude da sua maior vinculação com o acusado e da qualquer fase do processo enquanto não transitar em
relação de confiança entre eles. Poderes especiais do réu: julgado a sentença condenatória. Ele receberá a causa no
1. Aceitar o perdão (arts. 55 a 59); 2. Para apresentar estado em que se encontra (CPP, art. 269). Lembre-se:
exceção de suspeição (art. 98) e 3. Para argüir a falsidade não se admite assistente durante o IP ou na fase de
de documento (art. 146). execução penal.
e) Defensor X Procurador: entende-se por defensor o c) Participação: uma vez habilitado, o assistente será
patrono dativo do réu, isto é, nomeado pelo juiz. Procurador intimado de todos os atos do processo, na pessoa de seu
é o advogado constituído (por procuração). advogado. Sua atuação é de direito estrito, podendo
f) Concurso de agentes: havendo mais de um réu, o juiz praticar somente os atos relacionados no art. 271 do CPP,
deve nomear um defensor para cada um deles. Por outro o qual merece interpretação estrita. Pergunta: o assistente
lado, o entendimento predominante é de que inexistir pode arrolar testemunhas?
nulidade quando as defesas conflitantes são exercidas por d) Então, conforme o art. 271 do CPP, ao assistente é
um mesmo procurador. permitido: 1. Propor meios de prova; 2. Requerer perguntas
g) Abandono da causa sem justo motivo pelo defensor às testemunhas (CPP, art. 212, caput e 473, caput e § 1º);
(CPP, art. 265): O defensor não poderá abandonar a 3. Aditar os articulados, conforme os arts. 403, § 3º e 404,
causa, salvo por motivo imperioso, comunicado par. único do CPP. O prazo é de cinco dias e sempre
previamente o juiz, sob pena de multa de 10 a 100 salários posterior ao do MP; 4. Participar do debate oral: é possível
mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. ao assistente participar das alegações finais nos
procedimentos ordinário (CPP, art. 403, § 2º), sumário
Pergunta: Advogado que passou no concurso da (CPP, art. 534, § 2º) e também no sumário da culpa, nos
Defensoria e esqueceu de notificar os clientes que não crimes de competência do Tribunal do Júri (CPP, art. 411, §
poderia mais atuar nos processos. Isso é abandono? Ele 6º). O tempo destinado ao assistente nesses casos é de 10
será multado? minutos. No caso do juízo da causa (plenário), o tempo de
manifestação em plenário será acordado com o MP; 5.
h) Participação de advogado em processo administrativo
Requerer desaforamento (CPP, art. 427, caput); 6. Arrazoar
disciplinar: Há participação de advogado no processo
os recursos interpostos pelo MP ou pelo próprio assistente,
administrativo disciplinar?
nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598, todos do CPP; 7.
Súmula Vinculante 05: A falta de defesa Atenção para a novidade: com a lei 12.403-11, agora é
técnica por advogado no processo possível que o assistente requeira a Prisão Preventiva do
administrativo disciplinar não ofende a Acusado (CPP, art. 311).
Constituição.

SEXTA PARTE: TEORIA GERAL DA PROVA


Atenção: Existe ampla defesa no processo administrativo
A palavra “prova” é originária do latim probatio, que por sua
disciplinar?
vez emana do verbo probare, com o significado de
A Súmula Vinculante 05 vem sendo duramente criticada examinar, persuadir, demonstrar. Paulo Rangel conceitua
por grande parte da doutrina. E as razões são óbvias: prova como instrumento de que se valem os sujeitos

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processuais (autor, juiz e réu) de comprovar os fatos da ciência à outra parte. (Alterado pela L-
causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas partes como 011.689-2008)
fundamento do exercício dos direitos da ação e de defesa.
Atenção: Antes a lei só falava em três dias. Hoje fala em três
Tem como principal finalidade o convencimento do juiz:
dias úteis.
CPP, Art. 155. O juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova d) 4ª Exceção: Exame de corpo de delito nos
produzida em contraditório judicial, não crimes materiais cujos vestígios não tenham desaparecido.
podendo fundamentar sua decisão Cuidado porque em relação ao exame de corpo de delito, o
exclusivamente nos elementos CPP é peremptório. Veja o que diz o art. 158:
informativos colhidos na investigação, CPP, Art. 158. Quando a infração deixar
ressalvadas as provas cautelares, não vestígios, será indispensável o exame de
repetíveis e antecipadas. corpo de delito, direto ou indireto, não
Parágrafo único. Somente quanto ao podendo supri-lo a confissão do acusado.
estado das pessoas serão observadas as
restrições estabelecidas na lei civil.
e) 5ª Exceção: Questões prejudiciais heterogêneas
(arts. 92 e 93, do CPP).
1. Destinatário da prova QUESTÃO RELACIONADA:
No processo penal, o destinatário da prova é o órgão Dados do concurso: CESPE - 2004 - TJ - DFT - Juiz
jurisdicional. Substituto. Assinale a alternativa correta:
Dispõe o Código de Processo Penal que "No juízo penal,
somente quanto ao estado das pessoas, serão observadas
2. Vige o princípio da liberdade das provas as restrições à prova estabelecidas na lei civil" ( art. 155 ).
Assim sendo, a menoridade do réu, para efeito de
Pergunta: Qual dos dois princípios vige no processo penal? contagem do prazo prescricional por metade (art. 115 do
a) Princípio da taxatividade das provas? C.P.):
a) requer prova por documento hábil;
b) Princípio da liberdade das provas? b) uma vez afirmada por ele e não contestada pela
Pergunta: Será que essa liberdade é ampla, completa e acusação, prescinde de prova documental;
absoluta? Ou tem limites? c) pode também ser provada exclusivamente por
testemunhas;
No processo penal podem ser utilizados quaisquer meios de d) dispensa prova documental, pois o juiz forma sua
prova, ainda que não especificados na lei, mas desde que convicção pela livre apreciação do conjunto probatório.
não sejam inconstitucionais, ilegais ou imorais.
Exceções ao Princípio da Liberdade de Provas
3. Sistemas de valoração da prova:
a) 1ª Exceção: Em relação ao estado das pessoas,
a prova deve observar as restrições estabelecidas na lei civil. A avaliação da prova é ato eminentemente pessoal do juiz.

CPP, Art. 155: Parágrafo único. Somente 3.1. Sistema da certeza moral, ou da íntima convicção do
quanto ao estado das pessoas serão juiz:
observadas as restrições estabelecidas na Permite que o juiz avalie a prova com ampla liberdade,
lei civil. decidindo ao final de acordo com a sua livre convicção, sem
necessidade de fundamentar a decisão. Prevalece no
tribunal do júri.
b) 2ª Exceção: Certas pessoas são proibidas de
depor – art. 207, do CPP.
CPP, Art. 207. São proibidas de depor as 3.2. Sistema da verdade legal ou Sistema tarifado de
pessoas que, em razão de função, provas:
ministério, ofício ou profissão, devam A lei atribui o valor a cada prova, cabendo ao juiz
guardar segredo, salvo se, desobrigadas simplesmente fazer o cálculo aritmético. (via de regra, não
pela parte interessada, quiserem dar o seu vige no Brasil)
testemunho.
Exemplos de prova tarifada no CPP:
1º exemplo: Quanto ao estado das pessoas, a
c) 3ª Exceção: Exibição e leituras de documentos prova está sujeita às restrições estabelecidas na lei civil.
no plenário do júri que não tenham sido juntados com três
dias úteis de antecedência (CPP, art. 479). 2ª Exemplo: Quando a infração deixar vestígios
será indispensável o exame pericial.
Art. 479. Durante o julgamento não será
permitida a leitura de documento ou a 3.3. Sistema do Livre convencimento motivado ou
exibição de objeto que não tiver sido Sistema da persuasão racional do juiz:
juntado aos autos com a antecedência
O juiz tem ampla liberdade na valoração das provas, mas
mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se
deve fundamentar seu convencimento.

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Toda prova tem valor relativo (é o sistema adotado no entanto, tais elementos não devem ser completamente
Brasil – CRFB/88, art. 93, IX e CPP, art.155). desprezados, podendo se somar a prova produzida em
juízo e servir como mais um elemento na formação da
São efeitos da adoção desse sistema: convicção do juiz.
a) Não existe prova com valor absoluto. As provas têm seu regime jurídico ligado ao contraditório
b) O juiz deve valorar todas as provas produzidas no judicial. São aquelas produzidas com a participação do
processo, mesmo que para rechaçá-las. O juiz é obrigado a acusador e do acusado e mediante a direta e constante
valorar a prova. supervisão do julgador (princípio da identidade física do juiz).

c) Somente são válidas as provas constantes do Art. 399. (...)


processo, ou seja, conhecimentos privados do juiz não § 2º O juiz que presidiu a instrução deverá
podem ser usados como prova. proferir a sentença.
Elementos informativos de maneira isolada não são aptos a
4. Elementos informativos e provas fundamentar uma condenação.

Anteriormente esta discussão era meramente doutrinária. Pergunta: Uma vez que não são produzidos com o
Atualmente esta distinção é colocada dentro da lei. contraditório, qual seria a sua importância?
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela a) A fundamentação de medidas cautelares.
livre apreciação da prova produzida em b) Para auxiliar na formação da opinio delicti que,
contraditório judicial, não podendo
nada mais é do que a convicção do titular da
fundamentar sua decisão exclusivamente
ação penal.
nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas A prova é colhida na presença do juiz e, como detalhe
cautelares, não repetíveis e antecipadas. extremamente importante, a agora adoção do princípio da
identidade física do juiz.
Elementos informativos Prova
São aqueles colhidos na fase Em regra, é aquela A Prova e o contraditório: A prova tem como elemento
investigatória. produzida e colhida na fundamental, pressuposto inafastável, a observância do
fase judicial. contraditório. Há a participação dialética das partes.
Não é obrigatória a É obrigatória a
observância do contraditório e observância do
da ampla defesa. contraditório e da 4.1 Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas
ampla defesa.
Para a conclusão da análise do art. 155, é preciso explicar
Atuação jurisdicional: não deve Atuação jurisdicional: a
conceitos de provas cautelares, não repetíveis e
o juiz agir de ofício; deve atuar prova deve ser
antecipadas.
apenas quando provocado produzida na presença
como garante das regras do do juiz. Hoje essa a) Provas CAUTELARES são aquelas em que
jogo. presença pode ser: existe um risco do desaparecimento do objeto
direta ou remota. da prova em razão do decurso do tempo.
- Foi introduzido o
princípio da identidade Pergunta: Como é que o contraditório geralmente é exercido
física do juiz a partir de em uma interceptação telefônica?
2008. b) Provas NÃO REPETÍVEIS são aquelas que
Finalidade: Finalidade: não têm como ser novamente coletadas ou
- Funcionam como subsídio Tem o objetivo de formar produzidas, em virtude do desaparecimento ou
para a decretação de medidas a convicção do juiz. destruição da fonte probatória.
cautelares. -
- Servem para fundamentação Pergunta: e como fica o contraditório? Veja que desde 2008,
da opinio delicti. no processo penal, também é possível a indicação de um
- Funcionam como justa causa assistente técnico.
para o início do processo Pergunta: Qual o momento de intervenção do assistente
Pergunta: Se os elementos informativos não são colhidos técnico?
com o contraditório, será que eu posso usá-los para o
Art. 159, § 4 O assistente técnico atuará a
incriminar alguém? partir de sua admissão pelo juiz e após a
Outra pergunta: Será que o art. 155 estaria em desacordo conclusão dos exames e elaboração do
com a Constituição? laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.
Pergunta: Então, será que eu posso condenar alguém o
somente com aqueles elementos produzidos na fase pré- § 5 Durante o curso do processo
processual (IP)? judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia:
Então, atenção a expressão “exclusivamente”:
Elementos informativos isoladamente considerados não (...)
podem servir de fundamento para um decreto condenatório,
sob pena de violação ao contraditório e a ampla defesa. No

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II – indicar assistentes técnicos que civil, afirmando que a verdade material informa o processo
poderão apresentar pareceres em prazo a penal e a verdade formal o processo civil.
ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em
audiência. Isso, no entanto, é um problema. Hoje, a própria lei, agora,
reserva ao juiz um papel subsidiário. O juiz, quanto menos
agir de ofício, melhor, porque preserva o que há de mais
sagrado, que é a imparcialidade.
c) Provas ANTECIPADAS são aquelas
produzidas com a observância do contraditório
real, perante o juiz, antes de ser o momento
7. ÔNUS DA PROVA
processual oportuno e até mesmo antes de
iniciado o processo, em razão de sua relevância Conceito: É o encargo que tem a parte de provar a
e urgência. veracidade do fato alegado.
Exemplo de prova antecipada que vem sendo citada pela
doutrina é o art. 225, do CPP.
Ônus da acusação Ônus da defesa
CPP, Art. 225. Se qualquer testemunha I. Existência de fato I. Fatos extintivos;
houver de ausentar-se, ou, por enfermidade penalmente ilícito II. Fatos impeditivos;
ou por velhice, inspirar receio de que ao (materialidade); III. Fatos modificativos,
tempo da instrução criminal já não exista, o II. Autoria;
juiz poderá, de ofício ou a requerimento de III. Nexo causal;
qualquer das partes, tomar-lhe IV. O dolo ou a culpa.
antecipadamente o depoimento. MP obrigado a produzir um Em relação às
Aqui as declarações ficam juntadas aos autos com o mesmo juízo de certeza. excludentes da ilicitude ou
valor legal que teria caso fossem prestadas durante a da culpabilidade,
instrução. não é necessário um juízo
de certeza, devendo o juiz
Outro exemplo é o art. 366, do CPP. absolver o acusado caso
CPP, Art. 366. Se o acusado, citado por haja dúvida sobre sua
edital, não comparecer, nem constituir existência.
advogado, ficarão suspensos o processo e Então, conforme a corrente tradicional (ainda majoritária),
o curso do prazo prescricional, podendo o a acusação tem que provar
juiz determinar a produção antecipada das
provas consideradas urgentes e, se for o a) A existência de fato penalmente típico;
caso, decretar prisão preventiva, nos b) A autoria;
termos do disposto no Art. 312.
c) A relação de causalidade; e
Neste caso, imaginando alguma prova que seja urgente e
extremamente relevante, o juiz pode antecipar. d) O elemento subjetivo (dolo ou culpa).
Falamos que, conforme a corrente tradicional, a acusação
prova fato típico, prova autoria, relação de causalidade e o
5. Princípio da Comunhão da prova elemento subjetivo. Então, perguntamos: O que a defesa
Quer dizer que a prova, uma vez no processo, pertence a tem que provar? De acordo com essa corrente “eventuais
todos os sujeitos processuais (partes e juiz), mesmo que fatos modificativos, impeditivos ou extintivos deverão
tenha sido levada ao processo apenas por um deles. ser provados pela defesa.”

Exceção: Prova Testemunhal. Perguntas: Essa ainda é a posição que prevalece,


inclusive nos tribunais. A acusação prova a tipicidade e a
Este princípio deriva de outros dois princípios: verdade defesa prova uma excludente de ilicitude e culpabilidade
processual e igualdade de partes, pois as partes não abrem que eventualmente alegar? Mas, diante do princípio da
mão do meio de prova levado aos autos para se chegar a presunção de inocência, a prova do crime não deveria ser
verdade pretendida. feita pela acusação?

6. Verdade REAL e verdade PROCESSUAL 7.2 A distribuição do ônus da prova segundo a corrente
5
Verdade formal seria a que emerge do processo, conforme CONSTITUCIONALISTA :
os argumentos das provas trazidas pelas partes. (art. 319 e Para essa corrente, basicamente, o ônus da prova, no
330, II, do CPC). A verdade real seria aquela que se situa processo penal, seria exclusivo da acusação, devendo ela
mais próximo possível da realidade. provar, não só a tipicidade (já que a tipicidade não é o
Aqui uma doutrina mais tradicional trabalha como se no único elemento do crime), mas deveria também provar a
processo penal se empregaria o princípio da verdade ilicitude e a culpabilidade do agente.
material, ou da verdade real. E esse princípio da verdade
material teria como oposto o chamado princípio da verdade
5
formal. E essa doutrina mais antiga e bem conservadora faz Corrente sustentada por Antônio Magalhães Gomes Filho, Gustavo
essa distinção em relação ao processo penal e ao processo Badaró, Geraldo Prado, Aury Lopes Junior, Jacinto Nelson Miranda
Coutinho, Alexandre Morais da Rosa, Paulo Rangel, dentre outros.

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Atenção especial aqui porque esta é a corrente, além Resumidamente, para a doutrina moderna, no processo
de mais adequada, deve ser considerada para as penal, não há distribuição de cargas probatórias: a carga
provas da Defensoria Pública. da prova está inteiramente nas mãos do acusador, não só
porque a primeira afirmação é feita por ele na pela
Fundamentos:
acusatória, mas também porque os réus estão protegidos
a) CRFB/88, art. 5º, LVII: declara que ninguém será pela presunção de inocência.
considerado culpado até o trânsito em julgado de O Supremo Tribunal Federal prolatou acórdão consagrando
sentença penal condenatória. Diante desse a tese de que compete, exclusivamente, ao MP o ônus da
regramento constitucional, não é o réu que tem prova na decisão unânime que deferiu HC 84580/SP, Rel.
que provar sua inocência, mas sim o Estado (MP) Celso de Mello. Julgado em 25/08/2009, 2ª Turma – STF.
que tem que provar sua culpa. Essa regra inverte
totalmente o ônus da prova para o Ministério Enfim, para a corrente constitucionalista, ao lado da
Público. presunção de inocência, como critério de solução da dúvida
judicial, o princípio do in dúbio pro reo confirma que, em
b) Errônea definição de CRIME por parte da
Processo Penal, o ônus da prova é exclusivamente do
corrente tradicional: é de comum entendimento
acusador, de forma que não se pode condenar sem que a
que não há crime sem lei anterior que o defina tipicidade, ilicitude e culpabilidade tenham sido
nem pena sem prévia cominação legal (CRFB, art. suficientemente demonstradas.
5º XXXIX). Se o MP tem que narrar na inicial o
fato criminoso com todas as suas circunstâncias QUESTÃO RELACIONADA:
(CPP, art. 41), há de se identificar e definir um
crime quando há Dados do concurso: FCC - 2010 - DPE - SP - Defensor
Público
1. FATO TÍPICO; 2. ILICITUDE; 3. CULPÁBILIDADE: Atenção: Para responder à questão, assinale a
alternativa correta em relação ao assunto indicado.
Quando o art. 5. º, LVII, assegura que ninguém pode ser Disciplina da prova no processo penal.
considerado culpado até trânsito em julgado da sentença a) Considerando a repartição do ônus da prova, para que
penal condenatória, cabe indagar se a ilicitude da conduta se alcance uma absolvição, à defesa incumbe a prova da
é ou não necessária para a condenação. Evidentemente alegação de ter agido o réu em situação que exclua a
que a resposta é positiva e, em consequência, a ilicitude da ilicitude da conduta.
conduta também é objeto da presunção de inocência: se b) Desistindo o Ministério Público das testemunhas
houver dúvida sobre uma causa de excludente de ilicitude, arroladas porque estas não foram localizadas na fase
o acusado deve ser absolvido (Gustavo Badaró). judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com
Assim, o MP deve narrar um fato criminoso comportando base nos depoimentos de inquérito porque a prova colhida
essas três esferas (tipicidade, ilicitude e culpabilidade) e na investigação se tornou irrepetível.
provar que o fato não está amparado por nenhuma c) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova
excludente de ilicitude e que seu autor é culpável, ou seja, posteriormente declarada ilícita não pode ser o mesmo a
se possui as condições mínimas indispensáveis para prolatar a sentença, sob pena de nulidade.
atribuir-lhe esse fato, o que significa dizer, que está d) A reforma parcial do código de processo penal permitiu
mentalmente são e conhece a ilicitude do fato. que a prova ilícita por derivação seja considerada válida
para a condenação quando obtida através de fonte
Enfim, o réu alega, mas o ônus da prova, hoje, diante do independente ou quando, por raciocínio hipotético, sua
modelo Constitucional, é exclusivo da acusação. descoberta teria sido inevitável.
c) CPP, art. 386. Teve sua redação alterada em e) No processo penal, é inadmissível uma condenação
2008, e de certa forma, vem ao encontro da quando a prova da autoria é feita exclusivamente por
corrente constitucionalista: indícios.

Art. 386 - O juiz absolverá o réu,


mencionando a causa na parte 8. O ÔNUS DA PROVA E O PODER INSTRUTÓRIO DO
dispositiva, desde que reconheça: (...) JUIZ
VI - existirem circunstâncias que excluam 8.1 O juiz Inquisidor
o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20,
21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
Código Penal), ou mesmo se houver sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
fundada dúvida sobre sua existência;
a) Inciso I: antes do início da ação penal;
(Alterado pela L-011.690-2008)
b) Inciso II: durante o curso do processo.
Pergunta: Então, se o juiz estiver na dúvida quanto a uma
excludente da ilicitude, quanto a uma excludente da I - ordenar, mesmo antes de iniciada a
culpabilidade, ele deve fazer o quê? ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e
O juiz vai absolver o acusado quando houver dúvida relevantes, observando a necessidade,
acerca da existência de causa excludente da ilicitude do adequação e proporcionalidade da
fato ou da culpabilidade do agente. Assim, por exemplo, se medida;
ao final do processo, o juiz tem dúvida se o agente furtou
ou se furtou por estado de necessidade, deve absolver. II - determinar, no curso da instrução, ou
antes de proferir sentença, a realização de

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diligências para dirimir dúvida sobre 1. Que o art. 156, inciso I é um problema.
ponto relevante.
2. Por isso, para a doutrina, a nova redação do
SISTEMA INQUISITORIAL SISTEMA art. 156, I, é inconstitucional por ofensa ao
ACUSATÓRIO Sistema Acusatório e o Princípio da
(CRFB/88) Imparcialidade.
As três funções (acusar,
3. Finalmente, se fôssemos fazer uma leitura do
defender e julgar) concentram-se
Separação das art. 156, diríamos o quê? Quando a gente ler
nas mãos de uma só pessoa,
funções de acusar, o art. 156, teremos que ignorar o inciso I
iniciando o juiz, de ofício, a
defender e julgar. (riscar o inciso I) e interpretar o inciso II
acusação, quebrando, assim, a
conforme a CRFB/88.
sua IMPARCIALIDADE.
Caracteriza-se por não haver Então, resumidamente, temos:
publicidade. O processo é regido
Há publicidade. INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ:
pelo sigilo, de forma secreta,
longe dos olhos do povo. Antes do início da ação Durante o curso do
Vigência do penal processo
O acusado é considerado mero
contraditório e da Iniciativa probatória viola o Admite-se desde que o
objeto de investigação, não é
ampla defesa. Aqui, o princípio da juiz não substitua as
titular de direitos perante o
acusado é sujeito de imparcialidade e o sistema partes na produção da
Estado-Juiz, de modo que não
direitos. Passa a ser acusatório, prova. Caso o faça, sua
há contraditório nem ampla
titular de direitos criando a figura do juiz imparcialidade também
defesa.
perante o Estado-Juiz. inquisidor. ficará prejudicada.
Sistema Processual Penal é o conjunto de princípios e Evidentemente, o artigo 156, I do CPP com redação dada
regras constitucionais, de acordo com o momento político pela Lei 11.690, viola o princípio da imparcialidade e o
de cada Estado, que estabelece as diretrizes a serem sistema acusatório.
seguidas à aplicação do Direito Penal a cada caso concreto
(Paulo Rangel) QUESTÃO RELACIONADA:

a) No Estado Democrático de Direito vigora o 1. (Defensoria Pública – SP, Técnico). Julgue os itens a
Sistema Acusatório. seguir:
I – O sistema acusatório tem como característica marcante
b) No Estado Totalitário vigora o sistema a rígida separação entre as funções de acusar, defender e
inquisitivo. julgar.
Pergunta: Qual o sistema processual que vige no Brasil? II – No sistema acusatório puro, o Juiz deve ter uma função
de ator, devendo atuar de ofício, inclusive para produzir
Vejam os seguintes dispositivos no CPP, dentre outros: provas.
III – Segundo o Código de Processo Penal, o juiz pode
a) CPP, art. 156 inciso I, do CPP.
decretar a prisão do réu de ofício, independentemente de
b) Art. 127 CPP. pedido do Ministério Público.
Estão corretos os itens:
c) Art. 196 CPP. a) I, II e III.
d) Art. 209 CPP. b) I e III.
c) somente o III.
e) Art. 385 CPP. d) I e II.
Pergunta: Qual e o papel do juiz no sistema acusatório?
Outra dúvida: Isso quer dizer que o juiz não pode produzir 9. A PROVA PROIBIDA
provas de ofício?
A CRFB/88 estabeleceu como direito e garantia
8.2 Produção de provas de ofício pelo juiz fundamental, a inadmissibilidade, no processo, das provas
Será que o juiz pode ter iniciativa probatória? Será que ele obtidas por meios ilícitos:
pode trabalhar na gestão da prova? A resposta vai Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no
depender de qual momento isso seja feito. processo, as provas obtidas por meios
a) Produção de provas de ofício pelo juiz ANTES do ilícitos;
processo: Sistema Inquisitivo (Inconstitucional); O Código de Processo Penal, com a reforma de 2008, traz
b) Produção de provas de ofício pelo juiz DURANTE o nova redação ao art. 157:
processo: Parte da doutrina admite, mas desde que não Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
substitua a parte. desentranhadas do processo, as provas
Então, pode o juiz querer produzir prova de ofício antes do ilícitas, assim entendidas as obtidas em
início do processo? violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690,
Será que ele irá julgar de maneira imparcial? E durante o de 2008)
curso do processo isso e considerado válido?
§ 1º. São também inadmissíveis as
De tudo o que foi dito, o que se pode concluir? provas derivadas das ilícitas, salvo

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quando não evidenciado o nexo de E as provas ilegítimas? Essa terceira diferença, embora de
causalidade entre umas e outras, ou importância máxima, não é trabalhada de forma coerente
quando as derivadas puderem ser obtidas nos manuais. A prova ilegítima não é excluída, mas
por uma fonte independente das declarada nula. Deve ele ser avaliada a partir da Teoria
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de das Nulidades.
2008)
Pergunta: E como é que esse Direito de Exclusão se
§ 2º. Considera-se fonte materializa? Por meio do quê?
independente aquela que por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, Pergunta: E como eu resolvo o problema da PROVA
próprios da investigação ou instrução ILEGÍTIMA no processo? Vejam o art. 479 do CPP que
criminal, seria capaz de conduzir ao fato vamos utilizar a título exemplificativo.
objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 9.2 Provas ilícitas por derivação e a teoria dos “frutos
11.690, de 2008) da árvore envenenada” (fruits of the poisonous tree):
§ 3º. Preclusa a decisão de Há duas teorias que orientam a aceitação ou a rejeição à
desentranhamento da prova declarada prova obtida por meio ilícito:
inadmissível, esta será inutilizada por
decisão judicial, facultado às partes a) PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO (“frutos da
acompanhar o incidente. (Incluído pela árvore envenenada” ou “efeito à distância”), que advém do
Lei nº 11.690, de 2008) preceito bíblico de que a “árvore envenenada não pode dar
bons frutos”. Assim, quando uma prova for produzida por
§ 4º. (VETADO) (Incluído pela Lei nº mecanismos ilícitos, tal como a escuta ilegalmente
11.690, de 2008) realizada, não se pode aceitar as provas que daí advenha.
Em princípio, são admissíveis os meios de prova de O aluno não pode esquecer: as garantias fundamentais e
qualquer natureza em processo penal (Princípio da o próprio processo penal funcionam como LIMITES AO
Liberdade da Prova). É a chamada prova admissível, ou PODER PUNITIVO.
seja, aquela não proibida em lei, não contrária a moral e
aos bons costumes. Vedação legal da prova ilícita por derivação: Hoje em
dia, não há mais discussão com relação a admissão ou não
É, portanto, uma LIMITAÇÃO ao Princípio da Liberdade da da prova lícita derivada da ilícita: estão, legalmente
Prova. vedadas. O CPP veda essa espécie de prova
Perguntas: O legislador veda a admissão da prova obtida expressamente.
ilegalmente. Mas se ela for admitida? E se for valorada? Conclusão geral: A lei processual penal prevê
expressamente (art. 157, § 1º) a inadmissibilidade da prova
ilícita por derivação. Segundo essa teoria, a prova em si
9.1 Espécies de prova proibida mesma lícita, mas que foi obtida por intermédio de ação
ilícita, deve também ser considerada ilícita. A prova
A vedação da prova pode estar estabelecida em derivada da ilícita deve ser expurgada do processo, pois é
1. Norma processual (Ilegítima); inadmissível para a formação da convicção do julgador.

2. Norma de direito material (Ilícita). Essa teoria é adotada de forma pacífica pelo Supremo.
a) Provas ilícitas: são aquelas para cuja obtenção
há violação de norma de direito material. b) TEORIA DA PROPORCIONALIDADE, ou
Normalmente, para sua produção, pratica-se um razoabilidade, ou TEORIA DO INTERESSE
crime. Obs.: pode ser admitida em fator do réu, PREDOMINANTE: para os defensores dessa
quando definitiva. b) Provas ilegítimas: afrontam teoria, a prova ilícita, em certos casos, tendo em
normas de direito processual, quer na produção, vista a relevância do interesse público a ser
quer na introdução no processo. preservado e protegido, poderá ser admitida. A
3. Prova ilícita e ilegítima simultaneamente: Viola teoria abranda a proibição para admitir a prova
uma regra de direito material e processual ilícita, em casos excepcionais e realmente graves,
concomitantemente. quando a obtenção e admissão forem
consideradas a única forma possível e razoável
Perceberam então a primeira diferença entre a prova ilícita para proteger a outros valores fundamentais. , não
e a prova ilegítima? se admitindo, pois, a rejeição contumaz das
E qual é a segunda distinção entre elas? Em relação à provas obtidas por meios ilícitos. Sustentam os
prova ilícita, em regra essa prova ilícita é obtida fora do defensores dessa posição que é preciso ponderar
processo. os interesses em jogo.

E a prova ilegítima? Onde é que ela, em regra, é Vejam que PREVALECE no STF a inaplicabilidade deste
produzida? Cuidado com isso! princípio como instrumento legitimador da prova ilícita.

Agora, atenção para esta terceira diferença: Pergunta: E em favor do réu, é possível a adoção dessa
teoria?
Perguntas: O que é que se faz com a prova ilícita que
instrui o processo? Prova ilícita dá origem ao chamado Atenção agora para esta teoria:
direito de exclusão (CPP, art. 157, caput).

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Aplicação do princípio da proporcionalidade sob a ótica do “J.P.C., segurança de uma boate, é acusado de ter
direito de defesa: é garantido constitucionalmente, e de matado Carlos, com quem havia brigado semanas
forma prioritária no processo penal, onde impera o antes do crime, ocasião em que várias pessoas
princípio do favor rei. É de aceitação praticamente assistiam à luta e testemunharam quanto J.P.C. que
unânime pela doutrina e pela jurisprudência. Até mesmo mataria Carlos. J.P.C. toma ciência de que seu primo
quando se trata de prova ilícita colhida pelo próprio Paulo tem uma carta na qual seu também primo Fábio,
acusado, tem-se entendido que a ilicitude é eliminada por confessa a autoria do referido crime. Eis o teor da
causas de justificação legais da antijuridicidade, como a carta: “Querido primo Paulo, não consegui sossegar
legítima defesa. desde que descobri que Carlos tinha um caso amoroso
com a minha mulher e, sem outra saída para meu
Assim, a vedação da prova obtida por meio ilícito é DE sofrimento, acabei matando o desgraçado. Agora, temo
CARÁTER RELATIVO, NÃO ABSOLUTO. que me descubram e, por isso, fugi. Por favor, dê
O estado de necessidade exclui a ilicitude, pois a auxílio a minha filha e não diga a ninguém sobre essa
necessidade de salvar o interesse maior (liberdade de carta. Talvez quando as coisas se acalmarem eu possa
locomoção), sacrificando o menor (sigilo das comunicações voltar para minha casa.” Desesperado com a ameaça
telefônicas) e uma situação não provocada de conflito de ser condenado neste processo em que é acusado de
extremo, justifica a conduta do réu. ter praticado o homicídio, J.P.C. invade a casa de Paulo
e furta um cofre, no interior do qual se achava
A aplicação do princípio da proporcionalidade sob a ótica guardada a tal carta. Após, requer a juntada da carta
do direito de defesa, também garantido referida aos autos. O magistrado defere o pedido de
constitucionalmente, e de forma prioritária no processo juntada. Mais tarde, vem a conhecimento do juízo que a
penal, onde impera o princípio do favor rei, é de aceitação carta havia sido obtida mediante furto. Pergunta-se:
praticamente unânime pela doutrina e jurisprudência. Poderá J.P.C. ser absolvido por força da convicção
Temos então, resumidamente, o seguinte: obtida através do conteúdo da carta?”
1º. Prova ilícita pró reo: Doutrina e b) Dados do concurso: FCC - 2011 - DPE - RS - Defensor
jurisprudência admitem a utilização de prova ilícita em favor Público de Classe Inicial. Sobre provas ilícitas, é
do acusado (no direito norte americano chamado de INCORRETO afirmar:
balancing test). a) A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser
2º. Prova ilícita pro societate: Alguns excepcionalmente afastada em favor do acusado.
doutrinadores admitem em situações excepcionalíssimas. b) A doutrina processual penal faz uma distinção
Para o STF não é possível a utilização de prova ilícita em conceitual entre a prova ilícita e a prova ilegítima, sendo
favor da sociedade (HC 80.949). aquela a obtida com violação ao direito substantivo e esta a
obtida com violação ao direito adjetivo.
QUESTÃO RELACIONADA: c) As provas derivadas das ilícitas não se considerarão
contaminadas quando puderem ser obtidas de uma fonte
Dados do concurso: TJ - SC - 2007 - TJ - SC - Juiz
independente destas, ou quando não evidenciado o nexo
Substituto. A conduta do réu que intercepta uma ligação
de causalidade entre umas e outras, segundo o disposto na
telefônica, sem ordem judicial, com o fim de
norma processual penal.
demonstrar sua inocência no processo criminal é
d) Consoante previsto no Código de Processo Penal,
amparada pelo Direito? Considerando que a
preclusa a decisão de desentranhamento da prova
Constituição da República proíbe as provas obtidas por
declarada inadmissível, esta será inutilizada por de cisão
meios ilícitos, é correto afirmar:
judicial.
I. O réu praticou o fato em estado de necessidade
e) Contra a decisão interlocutória que não reconhece a
justificante.
ilicitude de prova cabe recurso em sentido estrito.
II. O réu praticou o fato em legítima defesa.
III. O réu praticou o fato em estrito cumprimento de dever
legal.
IV. O réu praticou o fato no exercício regular de direito. 10.4 Atenção agora para as situações em que a prova
V. O réu praticou o crime de interceptação telefônica. ilícita não será excluída dos autos. São quatro:
Está correta: Vejam o que diz o art. 157, § 1º, do CPP:
a) Somente a proposição IV está correta.
b) Somente a proposição II está correta. CPP – Art. 157, § 1º São também
c) Somente a proposição V está correta. inadmissíveis as provas derivadas das
d) Somente a proposição III está correta. ilícitas, salvo quando não evidenciado o
e) Somente a proposição I está correta. nexo de causalidade entre umas e outras,
6
ou quando as derivadas puderem ser
9.3 QUESTÕES RELACIONADAS : obtidas por uma fonte independente das
a) No IX Concurso para ingresso na classe inicial da primeiras.
carreira de Delegado de Polícia do Estado do Rio de Assim, conforme o art. 157, § 1º do CPP, essa regra
Janeiro, prova específica, ponto sorteado nº 2, realizada segundo a qual a prova obtida por meio ilícito deve ser
em 2002, os examinadores fizeram a seguinte pergunta excluída do processo não é aplicável em duas situações
voltada para o tema “prova”: de similares efeitos, mas de circunstâncias diferenciadas.
1ª Situação: QUEBRA DO NEXO CAUSAL: Para que
ocorra contaminação da prova pela ilicitude do meio de
6
Proposta por RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 18. ed. Rio de obtenção, faz-se necessário que haja inequívoco nexo de
Janeiro: Lumen Juris, 2011, p. 481-487.

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causalidade entre ela e a ação ilegal, ou seja, é preciso 4ª SITUAÇÃO: TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE
constatar que a ação ilícita foi condição essencial para o PROVAS: Ocorre quando a autoridade policial, no
alcance da prova. cumprimento de uma diligência, casualmente encontra
provas que não estão na linha de desdobramento natural
§ 1º São também inadmissíveis as provas
da investigação. Essa teoria é importante porque é muito
derivadas das ilícitas (PROVA ILÍCITA
usada, inclusive no Brasil.
POR DERIVAÇÃO), salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre Então, aplica-se essa teoria nos caso em que no
umas e outras (TEORIA DO NEXO cumprimento de uma diligência relativa a um delito, a
CAUSAL EVIDENCIADO), ou quando as autoridade policial casualmente encontre provas de outra
derivadas puderem ser obtidas por uma infração penal, que não estavam na linha de
fonte independente das primeiras desdobramento da investigação.
(TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE).
Solução: Se houve desvio de finalidade, a prova será
considerada ilícita. Se não houve, a prova é considerada
válida.
2ª SITUAÇÃO: FONTE INDEPENDENTE: Não será,
também, envenenada pela ilicitude a evidência obtida por Perceberam a importância disso? E sabem em que
meio de fonte independente. Esta é a Teoria/limitação da casos isso é cobrado nos concursos? Exatamente nos
fonte independente: casos em que a prova é produzida por meio da
interceptação telefônica.
3ª SITUAÇÃO: A terceira situação em que a prova ilícita
não será excluída dos autos encontra-se no art. 157, § 2º, QUESTÃO RELACIONADA:
do CPP:
Dados do concurso: FMP - 2010 - DPE - RO - Defensor
CPP – Art. 157, § 2º. Considera-se fonte Público Substituto: Considere a seguinte situação: A
independente aquela que por si só, autoridade policial representa ao juiz pela quebra do sigilo
seguindo os trâmites típicos e de praxe, telefônico de JOÃO, em face da suspeita de seu
próprios da investigação ou instrução envolvimento em crime de tráfico de drogas, obtendo a
criminal, seria capaz de conduzir ao fato respectiva ordem judicial. Ao proceder a referida
objeto da prova. interceptação, descobre o delegado de polícia que,
juntamente com o investigado, participam da distribuição de
DESCOBERTA INEVITÁVEL: o art. 157, § 2º do CPP traz drogas as pessoas de PAULO, PEDRO e MANOEL, nomes
hipótese de descoberta inevitável. Neste caso, a prova até então ignorados. Ainda, nos últimos dias das diligências
deve ser acolhida quando evidenciado que a rotina da de interceptação, obtém a autoridade policial o registro de
investigação levaria à obtenção legal da prova que, no conversas que apontam um homicídio cometido por JOÃO
caso, foi alcançada por meios ilícitos. em razão do tráfico investigado. Diante dessa situação, no
Atenção: Não é possível ser valer dessa teoria com base que toca à validade dos registros fortuitos obtidos com
em dados meramente especulativos, sendo indispensável a base na interceptação telefônica realizada pelo delegado
existência de dados concretos que demonstrem que a de polícia, é correto afirmar:
descoberta seria inevitável. a) São lícitos em relação à descoberta fortuita do
homicídio praticado por João; são ilícitos em relação à
Vejam o termo utilizado pelo legislador: “seria capaz”. descoberta fortuita do envolvimento de Paulo, Pedro e
Apesar de o legislador dizer que seria a da fonte Manoel no tráfico.
independente, ele conceituou de maneira equivocada. Na b) São ilícitos em relação à descoberta fortuita do
verdade, quando o art. 157, § 2º, faz menção à fonte homicídio praticado por João; são lícitos em relação à
independente, quis, na verdade, trazer o conceito da descoberta fortuita do envolvimento de Paulo, Pedro e
limitação da descoberta inevitável. Mais uma vez Manoel no tráfico.
conceitua-se de maneira errada. c) São ilícitos em relação à descoberta fortuita do
QUESTÃO RELACIONADA: homicídio praticado por João; são ilícitos em relação à
descoberta fortuita do envolvimento de Paulo, Pedro e
Dados do concurso: TRF 4ª Região - 2000 - TRF 4ª Região Manoel no tráfico.
- Juiz Federal Substituto. Assinalar a alternativa correta: d) São lícitos em relação à descoberta fortuita do
a) A doutrina dos "frutos da árvore envenenada" justifica a homicídio praticado por João; são lícitos em relação à
nulidade de todas as provas colhidas no processo. descoberta fortuita do envolvimento de Paulo, Pedro e
b) Considera-se ilícita a prova colhida por gravação da Manoel no tráfico.
conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem o e) A licitude ou ilicitude dos registros fortuitos não pode ser
conhecimento do outro, pois não se pode admitir nenhuma definida com base em uma regra objetiva, dependendo das
afronta ao sigilo das comunicações. particularidades do caso concreto. Assim, havendo outras
c) A interceptação telefônica, sem autorização judicial, é provas contra João, relativamente ao homicídio, e outros
prova ilícita, mas não contamina as demais provas que dela elementos angariados contra Paulo, Pedro e Manoel, no
não decorram direta ou indiretamente. tocante ao tráfico, as respectivas captações telefônicas
d) Mesmo autorizada judicialmente, a escuta telefônica é poderão ser consideradas lícitas. Caso contrário, tratando-
prova ilícita se pelo menos um dos interlocutores não tiver se de elementos isolados, os registros fortuitos deverão ser
conhecimento da interceptação, caso em que todas as considerados ilícitos.
demais provas ficam contaminadas.

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10. Prova emprestada conhecimento da prova ilícita (seu teor) não estará viciado
e tendente a decidir conforme essa prova?
a) Conceito: É aquela que foi produzida em um processo e
transladada (transferida) para outro (Paulo Rangel). Para esclarecer, vejam as perguntas:
Significa introduzir em um processo “A” uma prova colhida
em outro “B”. O que é a descontaminação do processo?

b) Limitação do alcance: Conforme o Informativo 321, o A descontaminação se aplica no Processo Penal


STJ firmou de que a prova produzida em um processo Brasileiro?
somente possui valor probatório se à ambas as partes for Parte da doutrina defende que NÃO BASTA ANULAR O
dada integral ciência e possibilidade para o exercício do PROCESSO OU DESENTRANHAR A PROVA ILÍCITA:
contraditório. DEVE-SE SUBSTITUIR O JUIZ DO PROCESSO.
Pergunta: E qual a natureza jurídica da prova emprestada? Essa descontaminação estava prevista no artigo 157, § 4º,
Ou seja, ela entra em outro processo assumindo que que, no entanto, foi vetado.
espécie de prova?
Por esta razão, esse critério não se aplica, atualmente, no
São dois requisitos para a utilização da prova emprestada: processo penal brasileiro.
1º requisito: Ser produzida em processo formado 7
12.1 Exercício para fixação do tema :
entre as mesmas partes e com contraditório efetivo. É
necessário que as mesmas partes do segundo processo Esta questão contempla uma assertiva correta. Então,
(“B”) tenham participado, em efetivo contraditório, do vamos analisar cada uma delas para descobrir a resposta:
processo em que foi produzida a prova que se visa a) Constitui prova ilícita a gravação, por um dos
aproveitar (“A”). interlocutores, sem autorização judicial, de conversa
É unânime na doutrina e jurisprudência de que a validade telefônica, em que esteja sendo vítima de crime de
da prova emprestada está condicionada ao efetivo extorsão.
contraditório no processo em que a prova foi produzida, b) É necessariamente nulo todo o processo em que se
contraditório este exercido pelas partes onde se pretende descobre uma prova ilícita.
introduzir a prova:
c) É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente
Disso, extraem-se duas observações: durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para
1. Embora atenda aos reclamos da economia apuração de crime diverso.
processual, deve ser encarada com reserva pelo juiz, pois d) A proibição do uso de prova ilícita não opera no âmbito
não foi produzida sob o crivo do contraditório do processo do processo administrativo.
que a tomou por empréstimo.
e) A escuta telefônica determinada por membro do
2. Grande parte da doutrina defende que esse Ministério Público para apuração de crime hediondo não
tipo de prova não pode gerar efeitos contra quem não constitui prova ilícita.
tenha figurado como uma das partes no processo
originário, em obediência ao princípio do contraditório.
13. Princípio do nemo tenedor se detegere
2º requisito: Ser colhida perante o juiz natural Conforme este princípio, ninguém é obrigado a produzir
da causa. prova contra si mesmo. É vedada a auto incriminação.
De 2008 para cá, essa corrente ganhou força, pois esse Auto Incriminação: Não é exigível no processo penal,
princípio agora figura no CPP, no art. 399, § 2º: significando que o réu não está obrigado a fornecer prova
contra si mesmo. O princípio que protege o réu contra a
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá auto-incriminação é consagrado na doutrina e na
proferir a sentença. jurisprudência, especialmente pelo STF.
Previsões:
11. Teoria da Boa fé CRFB-88, Art. 5°, LXIII - o preso será
Para esta teoria, deve ser considerada lícita a prova obtida informado de seus direitos, entre os quais
com violação a direitos fundamentais, caso o agente o de permanecer calado, sendo-lhe
responsável por sua produção tenha agido de boa fé. assegurada a assistência da família e de
advogado;
Atenção: No Brasil essa teoria não pode ser acolhida, pois
a inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos A Convenção Americana de Direitos
tem como objetivo a proteção dos direitos fundamentais. Humanos (CADH) também prevê este
Logo, pouco importa se o agente agiu de boa ou má-fé. principio (art. 8°, n. 2, g).

12. Descontaminação do processo


Pergunta: o que é algo contaminado? Pode-se dizer que é 7
Questão nº 16 da prova de Direito Constitucional do concurso de Analista
algo viciado, corrompido. Será que o juiz que tem Administrativo da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (certame
realizado pela Esaf em 16/04/2006).

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Esse princípio envolve: alguma parte dele. Agora veja: Um fio de cabelo caído ao
chão ou uma guimba de cigarro dispensado pelo fumante:
a) Direito ao silêncio ou de ficar calado (art. 5º, eu posso utilizar? Será que eu posso puxar o seu fio de
LXIII – “o preso será informado de seus
cabelo para produzir prova ou isso seria uma prova
direitos, entre os quais o de permanecer invasiva? E será que eu posso pedir ao juiz um mandado
calado, sendo-lhe assegurada a assistência de busca e apreensão e apreender a escova do suspeito
da família e de advogado”). para utilizar o material contido na escova?
O exercício do direito não pode resultar nenhum gravame: É perfeitamente possível que objetos descartados pelo
CPP, Art. 186. Depois de devidamente investigado sejam apreendidos para exames periciais.
qualificado e cientificado do inteiro teor
Perguntas: é possível o acusado ser obrigado a fazer
da acusação, o acusado será informado
exame de DNA no Processo Penal? E no Processo Civil,
pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório,
como funciona isso?
do seu direito de permanecer calado e de
não responder perguntas que lhe forem 2. Prova não invasiva: Consiste numa
formuladas. inspeção ou verificação corporal, não
implicando na extração de nenhuma parte do
corpo humano.
Atenção: Em razão do direito ao silêncio, o art. 198 do
CPP, parte final, não foi recepcionado pela CRFB-88:
f) No Tribunal do Júri, direito ao silêncio não
Art. 198. O silêncio do acusado não
pode ser usado como argumento para
importará confissão, mas poderá
convencer os jurados.
constituir elemento para a formação do
convencimento do juiz. Essa vedação foi trazida pela nova lei, 11.689 e é um
aspecto muito interessante. Isso era muito explorado pelo
promotor.
b) Direito de não praticar qualquer Com a Lei 11.689, a presença do acusado não é mais
comportamento ativo que possa lhe
obrigatória no dia do julgamento, mesmo em se tratando de
incriminar. infração inafiançável.
Perguntas: E o comportamento passivo, pode o acusado
ser obrigado a submeter-se?
13.1 Advertência quanto ao direito ao silêncio
Este direito também está abrangido pelo nemo tenetur. O
acusado não é obrigado a praticar nenhum comportamento CRFB - Art. 5°, LXIII: Nota de ciência das
ativo. Eu não posso obrigá-lo a fazer alguma coisa. Ele é garantias constitucionais: pessoa presa deve
obrigado a participar da reconstituição do crime? E o ter ciência dos seus direitos e garantias.
reconhecimento? Posso fazer a condução coercitiva do
reconhecimento?
8
14. ÁLIBI

Atenção agora para estas situações práticas: Historicamente, álibi significava a afirmação pelo réu de
que estava em outro lugar que não aquele em que ocorreu
Será que a pessoa é obrigada a submeter-se: o crime (em suma, negativa de autoria). Hoje, se entende
como toda e qualquer afirmação que vise demonstrar a
1ª. Ao bafômetro?
impossibilidade material do agente ter participado do crime
2ª Ao exame grafotécnico? (essa prova cabe à defesa).
3ª À reconstituição do crime?
4ª Ao reconhecimento pessoal? SÉTIMA PARTE: PROVAS EM ESPÉCIE

c) Direito de não ser constrangido a confessar a 1. BUSCA E APREENSÃO


prática de ilícito criminal. a) Importância da medida: a medida cautelar de
d) Inexigibilidade de dizer a verdade. busca e apreensão é destinada a evitar o
desaparecimento das provas.
Pergunta: Eu posso mentir quando aos dados pessoais?
b) Tempo de realização: pode ser realizada tanto fase
e) Direito de não produzir nenhuma prova policial como no decorrer da ação penal, e até
incriminadora que envolva o seu corpo mesmo durante a execução provisória da pena.
humano.
c) Natureza jurídica: para a lei, é meio de prova, de
E aí vem um detalhe importante. O acusado não é obrigado natureza acautelatória e coercitiva; para a doutrina,
a praticar nenhum comportamento desse tipo. E aí surge a é medida acautelatória, destinada a impedir o
diferença entre as chamadas provas invasivas e provas perecimento de coisas e pessoas.
não invasivas. Atente para essa diferença.
1. Prova invasiva: É uma prova que envolve o
corpo humano e implica na utilização ou extração de 8
Etimologicamente, significa “em outra parte”, “em outro lugar”.

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d) Objeto: Conforme registra o art. 240 do CPP, o 2ª Corrente (Majoritária: STF): a expressão “dia”
objetivo da medida é prender criminosos, apreender deve ser compreendida entre a aurora e o
armas, objetos, etc. crepúsculo.
e) Documentos em poder do advogado: conforme j) Requisitos: estão previstos no art. 243, observado
preceitua o art. 243, § 2º, não será permitida a o disposto nos arts. 245, 247 e 248, todos do
apreensão de documento em poder do defensor do Código de Processo Penal.
acusado, salvo quando constituir elemento do corpo
k) Em escritório de Advocacia (Lei 8.906/94, art. 7º):
de delito.
é inviolável o local de trabalho do advogado, bem
f) Busca em repartição pública: prevalece que SIM. como os instrumentos de trabalho, suas
sempre que possível e indispensável tal correspondências (escritas, eletrônicas, telefônicas
diligência, incumbirá à autoridade policial ou e telemáticas) pertinentes ao exercício da profissão.
judiciária requisitar o objeto da busca e RESSALVAS: Pode ser quebrada por ordem
apreensão, comunicando-se antecipadamente judicial, devidamente fundamentada, através de
com o respectivo ministro ou secretário, ou até MBA específico e detalhado. Vejam o HC 91.610
mesmo com o chefe de serviço. (STF), Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 8-6-
2010, Segunda Turma, DJE de 22-10-2010.
g) Busca domiciliar: é permitida, “quando fundadas
razões a autorizarem” (CPP, art. 240, § 1º). A
expressão “domicílio” não tem o significado a ela
Dúvidas frequentes que aparecem em concursos:
atribuído pelo direito civil, não se limitando a
residência do indivíduo, ou seja, o local onde o 1ª Dúvida: Órgão público é casa?
agente se estabelece com ânimo definitivo de
moradia (CC, art. 70). A interpretação deve ser a 2ª Dúvida: E quando o agente guardar drogas em seu
mais ampla e protetiva possível, conforme o domicílio, necessita-se de mandado?
disposto no art. 150, § 4º do CP e art. 246 do CPP. 3ª Dúvida: Qual flagrante autoriza a violação de
h) Art. 5º, XIII, da CRFB: O texto constitucional, como domicílio?
fundamento de validade de todo o ordenamento 4ª Dúvida: A Polícia Militar (polícia preventiva) pode
jurídico processual penal, que nos fornece hipóteses cumprir Mandado de Busca de Apreensão? Seria lícita a
em que a garantia da inviolabilidade do domicílio prova produzida diante da apreensão feita pela polícia
(garantia individual) cede passo ao interesse público militar em cumprimento de busca domiciliar?
na persecução penal, RELATIVIZANDO O DIREITO
A INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO. l) Cláusula de reserva de jurisdição: somente
podem ser restringidos com base em determinação
1. Durante a noite: judicial.
a) com o consentimento do titular do direito; Exemplo: Há situações em que as CPI´s podem intervir sem
b) em caso de flagrante delito; que necessitem de autorização judicial. No entanto, há
questões que são reservadas ao judiciário, ou seja, há
c) em caso de desastre, e garantias que só podem ser restringidas com autorização.
d) para prestar socorro. QUESTÃO RELACIONADA:
2. Durante o dia: Dados do concurso: CESPE - 2002 - TJ - DFT - Juiz
Substituto. Assinale a única alternativa correta.
a) em todos os casos acima mencionados;
a) A busca domiciliar há de ser realizada sempre pela
b) por determinação judicial. autoridade policial ou judiciária.
b) A busca domiciliar somente será possível com
Pergunta: Conforme o art. 241 do Código de Processo
autorização judicial.
Penal, não será necessária ordem judicial quando a busca c) A busca e apreensão domiciliar realizada pela
for executada por ele (juiz) ou pelo delegado de Polícia. autoridade policial e seus agentes, mesmo sem autorização
Pergunto: esse dispositivo ainda vigora? judicial, é válida e eficaz, não podendo ser incluída no rol
Outra: O artigo 240, § 1º, “f”, registra que a busca também se das provas ilícitas.
destinará à apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao d) A busca e apreensão, ainda que domiciliar, é ato de
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o rotina policial devendo, entretanto, ser comandada, por
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do delegado de polícia, sendo inadmissível a prática desse ato
fato. É possível a apreensão dessas cartas lacradas? inquisitorial pelo simples agente da autoridade.
i) Horário de realização da medida: só pode ser
executada de dia, salvo se o morador consentir que 2. BUSCA PESSOAL
se realize à noite. Mas o que é “dia”? Há duas
correntes: a) Quando ”houver fundada suspeita de que alguém
oculte consigo arma proibida”, ou outros objetos. É
1ª Corrente (Paulo Rangel): compreende-se “dia”
realizada na pessoa (incluindo também bolsas,
o período entre 6:00 hs e 20:00 hs, e, malas, etc.) e em veículos que estejam em posse
consequentemente, “noite” é o espaço de tempo (automóveis, motocicletas, etc.).
entre 20:00 hs e 6:00 hs.

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Vejam que aqui há uma carga de subjetividade na ação OBS1: Apesar de ser um trabalho opinativo, não vincula
policial que objetiva a busca em determinada pessoa, pois o juiz, que pode discordar das conclusões dos peritos,
quando alguém será suspeito? A lei não diz. Alguém pode embora só possa fazê-lo de forma fundamentada (CPP,
parecer suspeito para o policial “A” e não parecer suspeito art. 182)
para o policial “B”.
b) NATUREZA JURÍDICA: A perícia está colocada em
Pergunta: Mas, o que é “fundada suspeita”? nossa legislação como um meio de prova, à qual se
atribui um valor especial (está em uma posição
Vejam: o simples olhar do policial, entendendo tratar-se de intermediária entre a prova e a sentença). É também
carro suspeito ou de uma pessoa suspeita, por exemplo, não chamada de prova crítica.
pode autorizar a busca e apreensão, sem que haja um dado
objetivo impulsionado sua conduta. PERÍCIA COMPLEXA: Cabe consignar que quando a perícia
abranja mais de uma área do conhecimento especializado,
BUSCA NA MULHER: A busca em mulher deve ser feita por
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial (§
outra mulher, se tal providência não importar em 7º).
retardamento das investigações ou da diligência (CPP, art.
249). Agora, ATENÇÃO: o grau de abrangência desse c) DETERMINAÇÃO DAS PERÍCIAS: Tanto a
regramento deve ser avaliado com reservas. Na verdade, autoridade policial (CPP, art. 6º, VII) como o juiz
hoje, a busca pessoal na mulher deve, SEMPRE, ser podem determiná-las de ofício ou a requerimento
realizada por outra mulher. As situações excepcionais das partes. No caso de omissões ou falhas no
deverão ser avaliadas no caso concreto. Exemplo: suspeita- laudo, somente o juiz pode determinar a retificação
se (há motivos seguros para isso) que uma mulher e, mesmo assim, após ouvir as partes.
perturbada esconde uma arma de fogo por entre as vestes e
pode disparar contra alguém. Imagine que só há policiais Divergência: Se houver divergências entre os peritos, a
masculinos no local. A demora na chegada da policial autoridade nomeará um terceiro, e, se este também divergir,
feminina pode desencadear um crime de homicídio ou coisa poderá ser realizado um novo exame. No caso de crime de
parecida. Neste caso, os policiais masculinos estariam lesões corporais, se o exame visar a demonstração da
autorizados a fazer a busca pessoal na mulher. qualificadora do art. 129, § 1º, I, do Código Penal, dever-se-á
proceder a novo exame decorrido o prazo de 30 dias,
b) Requisitos: O mandado de busca pessoal deve contado da data do delito.
conter os requisitos mencionados na busca
domiciliar e poderá, excepcionalmente, ser realizada 1. Perícia vinculatória: verifica-se nos casos
sem ordem escrita da autoridade judiciária, nas em que o juiz fica adstrito à conclusão do
hipóteses do art. 244 do CPP. perito, sem poder efetuar qualquer juízo de
valor sobre aquilo que foi examinado.
c) Restrições: Deve ser realizada sempre que existir
fundada suspeita, bem como de maneira que não 2. Perícia liberatória: despoja o magistrados
seja vexatória para o atingido, sob pena de de maior liberdade quanto à opinião
configurar crime de abuso de autoridade. exarada pelo perito, ou seja, poderá aceitar
ou não a avaliação do perito. O juiz tem
d) Advogado: Em relação a busca a apreensão na liberdade de aceitar ou não o laudo. É o
pessoa do advogado, documentos em seu poder sistema decorrente do princípio do livre
não podem ser apreendidos, salvo quando o convencimento motivado, sendo o adotado
documento for o próprio corpo de delito ou, é claro, pelo CPP (art. 182).
quando o advogado for também alvo da
investigação. 3. Perícia oficial: é aquela elaborada por um
técnico ou profissional integrante dos
Pergunta: Em situação de busca domiciliar com autorização quadros funcionais do Estado. Em
judicial, a polícia pode realizar busca pessoal nos que se contraposição à perícia oficial, tem-se a
encontram no interior desse recinto? perícia não oficial, que é aquela realizada
por peritos particulares, toda vez que
Outra: E a busca realizada em boates, bares, etc., é legal inexistirem no local peritos oficiais.
esta medida?
OBS: Os jurados, no Tribunal do Júri, não estão vinculados
ao laudo pericial, podendo, inclusive, recusá-lo. Porém, em
3. DA PROVA PERICIAL sendo essa decisão manifestamente contrária a prova dos
autos, cabível será o recurso de apelação pelo mérito,
a) CONCEITO DE PERÍCIA: Originário do latim peritia excetuando o princípio da soberania dos veredictos.
(habilidade especial), é um meio de prova que
consiste em um exame elaborado por pessoa, em d) REALIZAÇÃO DAS PERÍCIAS: Pode ocorrer na
regra profissional, dotada de formação e fase do Inquérito Policial ou durante o processo.
conhecimentos técnicos específicos acerca dos Pergunta: Será que a prova pericial realizada somente na
fatos necessários ao deslinde da causa. fase judicial ofende o princípio do contraditório?
OBS: Só pode recair sobre circunstância ou situação
Outra: E como é que eu exerço o contraditório dessa prova?
que tenham relevância no processo, já que a prova não
tem como objeto fatos inúteis. Assim, a perícia pode ter 1. Iniciativa: sempre da autoridade policial, em se
por objetos escritos, cadáveres, pessoas lesionadas, tratando de IP, ou da autoridade judiciária, se a ação for
instrumentos do crime, etc. instaurada. No caso de prova obrigatória, a autoridade
policial deve agir de ofício e imediatamente.

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Pergunta: O representante do Ministério Público não pode Essa segunda corrente apresente uma concepção mais
determinar perícia? técnica porque se se fala em exame de corpo de delito
indireto, é preciso ter um exame.
2. Corporificação: a perícia materializa-se por uma peça
técnica denominada LAUDO PERICIAL, que pode ser Atenção: Para concursos, a melhor posição é a da
definida como toda peça escrita na qual os peritos primeira corrente.
lançam o resultado do exame efetivado, mencionando o
4. INDISPENSABILIDADE DO EXAME DE CORPO DE
que observaram e consignando suas conclusões
(Capez). DELITO:

3. Laudo Pericial: documento elaborado pelos peritos, o Conforme o art. 158 do CPP, é obrigatória a realização do
qual deve conter: descrição minuciosa do objeto exame de corpo de delito, direto ou indireto, nas infrações
examinado; respostas aos quesitos formulados; que deixam vestígios. Ex: homicídio, estupro, furto
fotografias, desenhos, etc., sempre que possível. qualificado pelo arrombamento, incêndio, lesões corporais,
etc, não podendo supri-lo nem mesmo a confissão do
acusado.
g) Exame de Corpo de Delito: 5. IMPOSSIBILIDADE DO EXAME DE CORPO DE DELITO
DIRETO EM INFRAÇÃO QUE DEIXA VESTÍGIO:
1. CORPO DE DELITO:
Neste caso, o art. 167 dispõe que uma vez inviabilizada a
É o conjunto de elementos sensíveis (vestígios) realização do exame pelo desaparecimento dos vestígios, a
deixados pelo crime, ou seja, todas aquelas alterações prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (Prova não
perceptíveis no mundo das coisas e derivadas da pericial. Então, não confundir com a prova pericial
ocorrência do delito que, de alguma forma, comprovam a indireta!).
existência de um fato. O corpo de delito é o próprio crime
em sua tipicidade OBS: Para que se aceite a prova testemunhal é necessário
que o desaparecimento não possa ser imputado aos órgãos
2. EXAME DE CORPO DE DELITO:
estatais incumbidos da persecução penal.
É a atividade voltada para captação desses vestígios e 6. EXAME COMPLEMENTAR
posterior elaboração de documento que registre a existência
de tais elementos (laudo) – CP, art. 13. Talvez a única importância desse exame complementar seja
o de lesão corporal grave do qual resulta a incapacidade
3. EXAME DE CORPO DE DELITO DIREITO E INDIRETO:
para as ocupações habituais por mais de 30 dias.
a) Direto: é feito sobre o próprio corpo de delito: ex: sobre o
É que se apresenta a importância desse exame
cadáver, a janela arrombada, a chave utilizada, etc. complementar, cuja realização está prevista no art. 168:
b) Indireto: Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o
Há duas diversas correntes acerca do Exame de Corpo de primeiro exame pericial tiver sido
Delito Indireto: incompleto, proceder-se-á a exame
complementar por determinação da
1ª Corrente: O exame indireto ocorre quando a autoridade policial ou judiciária, de ofício,
prova testemunhal ou documental supre a ausência do ou a requerimento do Ministério Público, do
exame direto, em virtude do desaparecimento dos ofendido ou do acusado, ou de seu
vestígios deixados pela infração penal. defensor.
De acordo com esse conceito, é fácil perceber que não há Nesse primeiro exame o perito pode olhar e dizer que você
um laudo. Na verdade, ele é a prova testemunhal. vai ficar por uns 70 dias parados? Ele pode fazer esse
Esse primeiro conceito é basicamente o conteúdo do art. prognóstico ou será que eu preciso do exame
167, do CPP: complementar?

Art. 167. Não sendo possível o exame de Pergunta: E como é que eu faço a contagem desses trinta
corpo de delito, por haverem desaparecido dias? Pelo direito penal ou pelo processo penal?
os vestígios, a prova testemunhal poderá
suprir-lhe a falta.
4. INDÍCIO E PRESUNÇÃO
Isso está certo? Não, não está. E onde está o problema?
O problema disso é que esta concepção de exame de corpo Esse tema é de importância primeira no Processo Penal.
de delito indireto se confunde com a prova testemunhal, De início, começamos com uma pergunta: Há diferença
coisas completamente distintas: neste caso, onde está o entre indício e presunção? A doutrina processual penal
laudo? Ele não existe. O que existe são as declarações que aponta diferenças ente os termos: Vejamos:
alguém, conforme o art. 167 que, na verdade, é PROVA a) Indício vem da palavra indiciu, que significa
TESTEMUNHAL. Embora de construção problemática, esta apontar, indicar, sinal, indicação: é todo e qualquer
primeira corrente é a que prevalece na jurisprudência. fato, ou circunstância, certo e provado, que tenha
2ª Corrente: O exame indireto é um exame feito relação o fato, mais ou menos incerto, que se
pelos peritos, porém a partir da análise de vestígios procura provar. (Rangel) Indício é o sinal
paralelos: Ex: ficha médica da vítima, documentos, ou demonstrativo do crime.
até mesmo, a partir daquilo que testemunhas relatarem. b) Presunção: vem do latim praesumptione, que
É a melhor solução. significa opinião ou juízo baseado nas aparências;

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suposição ou suspeita (Rangel). É o conhecimento Art. 312. A prisão preventiva poderá ser
fundado sobre a ordem normal das coisas. Podem decretada como garantia da ordem pública,
ser RELATIVAS ou ABSOLUTAS. da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal, ou para assegurar a
c) Previsão legal: Conforme o art. 239 do CPP, aplicação da lei penal, quando houver prova
“Considera-se indício a circunstância conhecida e da existência do crime e indício suficiente
provada que, tendo relação com o fato, autorize, por de autoria.
indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias”. Esses conceitos são muito importantes e são muito cobrados
em concursos.
d) Dedução ou Indução: Ao contrário do que traz o
Código de Processo Penal, o indício é extraído de
um exercício de “dedução” e não de “indução”.
5. QUESTÃO RELACIONADA
Lembra de um silogismo.
Então, o fato certo e provado é o INDÍCIO. O raciocínio que Agora vamos comentar algumas questões da nossa
se faz para se chegar ao fato incerto que se pretende provar disciplina da prova objetiva do concurso de 2010 para
é a PRESUNÇÃO. Por isso, se diz que a presunção é a Defensor Público do Estado de São Paulo. Identifique a
operação mental que liga um fato conhecido a outro que se assertiva correta:
quer conhecer. O que se quer provar é a autoria do (A) Considerando a repartição do ônus da prova, para que
homicídio. Por isso, fizemos um raciocínio lógico diante dos se alcance uma absolvição, à defesa incumbe a prova da
fatos certos e provados que estavam presentes. alegação de ter agido o réu em situação que exclua a
e) Conclusão parcial: então, para finalizar aqui, o ilicitude da conduta.
indício não se confunde com a presunção, embora (B) Desistindo o Ministério Público das testemunhas
alguns autores os tratem como sinônimos. O indício arroladas porque estas não foram localizadas na fase
vincula a um FATO REAL, apontando para a judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com
demonstração de algo. O raciocínio que se fará base nos depoimentos de inquérito porque a prova colhida
concluindo-se (certa ou equivocadamente) acerca na investigação se tornou irrepetível.
do fato a ser provado chama-se presunção.
(C) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova
f) A Prova Indiciária posteriormente declarada ilícita não pode ser o mesmo a
Pergunto: a prova indireta autoriza a condenação de prolatar a sentença, sob pena de nulidade.
alguém? (D) A reforma parcial do código de processo penal permitiu
Então, a prova indireta, desde que formados em um que a prova ilícita por derivação seja considerada válida
conjunto coeso e coerente, autoriza um decreto para a condenação quando obtida através de fonte
condenatório. Sendo meio de prova, é entendimento independente ou quando, por raciocínio hipotético, sua
majoritário que os indícios poderão servir de fundamento seja descoberta teria sido inevitável.
à condenação, seja à absolvição do acusado. (E) No processo penal, é inadmissível uma condenação
Então, quando a prova da autoria é feita exclusivamente por
indícios.
a) Prova DIRETA: é aquela que recai diretamente
sobre o fato que se pretende provar.
b) Prova INDIRETA: Provada a existência de um fato, OITAVA PARTE: PROCESSO E PROCEDIMENTO
chega-se à conclusão acerca da existência de outro Aqui
por meio de dedução ou raciocínio lógico.
Para identificar o procedimento, o aluno deve se atentar aos
Para melhor entender: A palavra indício, geralmente, é seguintes critérios:
usada pela doutrina como sinônimo de prova indireta. Mas aí
é que está o detalhe. A palavra indício pode ser usada em 1º. Verificar a pena – se a pena máxima for igual ou
dois sentidos absolutamente distintos: inferior a 2 anos, aplica-se o rito comum SUMARÍSSIMO
(Lei n. 9.099/95). Neste caso, deve-se lembrar do instituto
1º. Você pode usar a palavra indício como prova da transação penal, prevista no art. 76 da Lei 9.099/95.
indireta, conceito que pode ser extraído do art. 239, do CPP: Aliás, aqui há uma questão NOVA E RELEVANTE: no ano
Art. 239. Considera-se indício a passado (2014), o Supremo editou a Súmula Vinculante nº
circunstância conhecida e provada, que, 35, que trata dos efeitos em caso de descumprimento da
tendo relação com o fato, autorize, por transação penal por parte do autor da infração. Segundo a
indução, concluir-se a existência de outra Súmula:
ou outras circunstâncias. A homologação da transação penal não faz
2. A palavra “Indício” também pode ser usada coisa julgada material e, descumpridas suas
como prova semiplena (e isso falta nos manuais): Prova cláusulas, retoma-se a situação anterior,
semiplena é aquela prova de menor valor persuasivo. É possibilitando-se ao Ministério Público a
interessante ficar atento a essa distinção porque, em alguns continuidade da persecução penal mediante o
momentos, o Código trata disso, a exemplo do art. 312, do oferecimento da denúncia.
CPP:

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2º. Se a pena é superior a 2 anos, verificar se a) Fundamento: artigos 396 e 396-A, do Código de
existe PROCEDIMENTO ESPECIAL (rito especial); Processo Penal.
3º. Não existindo rito especial, verificar a pena b) Conceito: Trata-se de peça OBRIGATÓRIA e exclusiva
máxima. Se ela for superior a 2 anos, mas inferior a 4 anos, da defesa em que o acusado deve arguir preliminares e
o rito comum será o SUMÁRIO; se a pena for igual ou alegar tudo mais que interesse à sua defesa ou lhe favoreça
superior a 4 anos, aplica-se o rito comum ORDINÁRIO. neste sentido. Nesta peça, é possível ainda que o
denunciado requeira a juntada de documentos, ofereça
Vejam que o respeito ao procedimento é essencial para justificações, especifique provas pretendidas.
validade do Processo Penal. Em outras palavras, o aluno
deve: c) Testemunhas: é este o momento próprio para que sejam
arroladas testemunhas. O número legal de testemunhas a
a) Verificar a pena máxima da infração. Se a pena
serem arroladas vai depender do rito. Veja que, caso o
máxima não suplantar 2 (dois) anos, o
acusado não arrole testemunhas, ocorrerá preclusão
procedimento é o do JECRIM (sumaríssimo),
consumativa. Neste caso, se arroladas em momento
em conformidade com a Lei 9.099/95. Exceções: posterior, o juiz não estará obrigado a atender ao pedido.
crimes envolvendo violência doméstica e familiar Neste caso, se o problema da prova trazer outras pessoas
contra a mulher e crimes militares; que conheçam os fatos ou circunstâncias a ele relacionadas
b) Verificar se há procedimento especial para o crime (tais como um álibi, por exemplo), o candidato deverá
com pena máxima superior a 2 (dois) anos (se for arrolar, OBRIGATORIAMENTE, estas pessoas como
até 2 anos, é do JECRIM). Neste caso, deve-se testemunhas. Caso o problema não cite nomes específicos,
adotar o procedimento especial. Exemplos de o examinando deverá, sem inventar dados, demonstrar
procedimentos especiais: conhecimento arrolando testemunhas sem qualificá-las.
Basta colocar, por exemplo: “Testemunha 01; Testemunha
Do Código: 02 e Testemunha 03” no espaço dedicado ao rol.
• Crimes de competência do júri; d) Prazo: Conforme preceitua o artigo 396 do CPP, o prazo
será sempre de 10 (dias) contados a partir da citação.
• Habeas corpus;
A Resposta à acusação é ato processual de natureza
• Revisão Criminal;
obrigatória, conferindo à defesa como primeira
• Crimes contra a propriedade industrial; manifestação no processo penal.

• Crimes contra a honra; A falta de resposta acarreta a NULIDADE DO PROCESSO


por cerceamento de defesa, vez que a ampla defesa se
• Crimes de Responsabilidade; divide em defesa técnica e autodefesa. Vamos fazer uma
breve análise acerca disso:
• Crimes praticados por funcionários públicos, e
outros.
Nas Leis Especiais: Citação do acusado:
• Crimes de responsabilidade dos agentes a) Conceito: é o ato processual pelo qual se leva ao
políticos; conhecimento do acusado a notícia de que contra ele foi
recebida uma peça acusatória, para que possa se defender.
• Abuso de autoridade;
b) Importância: a consequência da falta de citação ou
• Crimes da Lei de Licitações; citação inválida será dotada de nulidade absoluta. A
• Crimes falimentares; ausência de citação pode ser suprida com o
comparecimento do acusado (art. 570 do CPP). É a única
• Crimes de drogas; nulidade absoluta que pode ser sanada.
• Crimes praticados com violência doméstica e c) Espécies de citação no processo penal: citação real e
familiar contra a mulher. citação presumida/ficta.
c) Se não existir rito especial, o aluno deve verificar a Citação real é aquela feita direta e pessoalmente ao
pena máxima da infração, nos seguintes termos: acusado; esta é a forma ordinária de citação no processo
será ORDINÁRIO nos crimes cuja sanção máxima penal. Exceções a citação pessoal:
cominada for igual ou superior a 4 anos de pena
privativa de liberdade; será SUMÁRIO nos crimes a) citação por edital;
cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 anos b) citação por hora certa;
de pena privativa de liberdade e superior a 2 anos.
c) citação do inimputável por doença mental (é
citado na pessoa do seu curador);
Atenção: Art. 394-A. Os processos que apurem a d) citação da pessoa jurídica nos crimes ambientes
prática de crime hediondo terão prioridade de (é citada na pessoa de seu representante legal).
tramitação em todas as instâncias.
Veja que não existe confissão ficta no processo penal, pois
o acusado tem direito ao silêncio.
1. RESPOSTA À ACUSAÇÃO

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Atenção para não confundir: d) As hipóteses de excludentes de ilicitude e de


culpabilidade.
Não se pode confundir resposta à acusação com defesa
preliminar (que é a que se dá entre o oferecimento e o Cuidado com a situação do inimputável no júri. No
recebimento da peça acusatória). procedimento comum, o inimputável não pode ser absolvido
sumariamente. No procedimento do júri, o inimputável pode
Conteúdo da resposta à acusação: ser absolvido sumariamente, desde que a sua condição seja
1. Pode apresentar preliminares; a sua única tese defensiva. (art. 415, parágrafo único do
CPP).
2. Pode juntar documentos;
Decisão fundamentada: Essa absolvição sumária, sob
3. Pode juntar justificações (justificação é um pena de nulidade, deve ser fundamentada (art. 93, IX da
procedimento cautelar não contencioso, instaurado com o CRFB/88).
objetivo de produzir determinada prova);
Recurso cabível: Nas hipóteses do art. 397, incisos I, II e III
4. Provas pretendidas e do CPP, estamos diante de uma verdadeira sentença de
5. Apresentar o rol de testemunhas. mérito, o recurso cabível é de apelação. No entanto, na
absolvição sumária com base em causa extintiva de
Se não for apresentado o rol de testemunhas na resposta à punibilidade não há uma análise do mérito. A decisão então
acusação, há preclusão. Mas nada impede que as é declaratória extintiva da punibilidade, sem que o juiz
testemunhas sejam ouvidas com base no princípio que adentre na análise da procedência ou improcedência do
busca a verdade. pedido (Súmula 18 do STJ). Assim, como não é sentença
de mérito, o recurso cabível é de RESE, com base no art.
TESES: deve-se manter a seguinte ordem na elaboração
581, inc. VIII do CPP.
das teses e pedidos:
Pergunta: A absolvição sumária faz coisa julgada formal ou
1. Preliminares: Alegar aqui tudo que interessa a defesa;
material? Essa decisão de absolvição sumária faz coisa
(Alegar tudo o que levaria a absolvição sumaria do 397, I, II,
julgada formal e material, pois uma vez absolvido
III e IV do CPP). OBS: Lembrar que aquilo que não for
sumariamente, jamais poderá ser instaurado novo processo
reconhecido como rejeição será argüido como preliminar de
com a mesma acusação.
nulidade;
1.1 Nulidades;
2. DEFESA PRELIMINAR (LEI DE DROGAS)
1.2 Exceções (art. 95 do CPP); Fazer em apartado
para resposta de pergunta dissertativa (396-A), mas se for Fundamento: art. 55 da Lei n.º 11.343/06.
em peça, será junto! Na peça, arguir as exceções como
preliminar de resposta como tese de nulidade. Prazo: 10 dias.

a) Suspeição; Para quem é endereçada: ao juiz de primeiro grau.

b) Incompetência; Qual é o objetivo dela? O que se deve requerer? Deve-se


procurar convencer o juiz a rejeitar a inicial acusatória,
c) Litispendência; motivo pelo qual devem ser deduzidos todos os argumentos
de defesa. Assim, as teses devem ser construídas com
d) Ilegitimidade de parte;
fundamento naquilo que dispõe o art. 395 do Código de
e) coisa julgada. Processo Penal:
Art. 395. A denúncia ou queixa será
rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº
Absolvição sumária no procedimento comum (CPP, art. 11.719, de 2008).
397):
I - for manifestamente inepta; (Incluído
Excludente da ilicitude; excludente da culpabilidade, salvo pela Lei nº 11.719, de 2008).
inimputabilidade; atipicidade da conduta; e extinção da
punibilidade. Ocorre antes do início da instrução processual; II - faltar pressuposto processual ou
é por isso que vem sendo chamada de julgamento condição para o exercício da ação penal; ou
antecipado da lide. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Absolvição sumária no procedimento do júri (CPP, art. III - faltar justa causa para o exercício
415): da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
Acontece após a primeira fase do procedimento do júri, por
ocasião dos MEMORIAIS. Isso significa que é feita uma
instrução (ouve-se o acusado, as testemunhas etc.).
Testemunhas: arrolar até o máximo de cinco.
Hipóteses:
Observação importante: como a prisão do acusado não
a) Quando provada a inexistência do fato; encontra respaldo nas hipóteses do artigo 302 do CPP, é
inegável a ilegalidade de sua prisão também. Assim, é
b) Quando provado não ser o acusado autor ou partícipe; possível requerer, nesses casos, cumulativamente, o
c) Quando provada a atipicidade do fato; e relaxamento da prisão (que é ilegal).

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3. DEFESA PRELIMINAR (CRIMES FUNCIONAIS) 5.1 Impronúncia (CPP, art. 414): é decisão terminativa,
pois encerra o processo sem julgamento do mérito, sendo
Defesa Preliminar: Crimes Funcionais (CP, arts. 312 a 326). cabível recurso de apelação (CPP, art. 593, II)
Fundamento: artigo 514 do Código de Processo Penal; o Art. 414. Não se convencendo da
procedimento está previsto nos arts. 513 a 518 do CPP. materialidade do fato ou da existência de
Conceito: é a primeira manifestação da defesa após o indícios suficientes de autoria ou de
OFERECIMENTO da denúncia. Trata-se de peça participação, o juiz, fundamentadamente,
pertencente a rito especial, cabível nas hipóteses de crimes impronunciará o acusado.
afiançáveis cometidos por funcionários públicos contra a O juiz impronuncia o acusado quando não estiver
Administração (Título XI, Capítulo I, do CP). convencido da existência do crime ou de indícios suficientes
Crimes inafiançáveis: lembrar que hoje, todos os crimes de sua autoria.
funcionais são AFIANÇÁVEIS. Natureza jurídica da impronúncia: Trata-se de uma decisão
Prazo: 15 (quinze) dias. mista (porque põe fim a uma fase procedimental) e
terminativa (porque põe fim ao processo).
Observação importante: Vejam o que diz a Súmula 330 da
Súmula do STJ: “É desnecessária a resposta preliminar de Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a
que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na extinção da punibilidade, poderá ser
ação penal instruída por inquérito policial”. formulada nova denúncia ou queixa se houver
prova nova.
A impronúncia só faz coisa julgada formal, ou seja, surgindo
provas novas é possível o oferecimento de nova peça
4. ALEGAÇÕES FINAIS (MEMORIAIS) acusatória, enquanto não extinta a punibilidade (nova
denúncia ou queixa contra o acusado).
a) Fundamento: artigos 403, § 3º, e 404, parágrafo único,
ambos do CPP. Crime conexo: como a impronúncia se refere ao crime
doloso contra a vida, deve o crime conexo ser remetido para
b) Conceito: é a peça cabível ao término da instrução julgamento do juízo competente. Então, no caso de
probatória, quando a causa for considerada complexa e em impronunciar o acusado pelo crime contra a vida narrada na
substituição aos debates orais. É que, via de regra, após denúncia, o juiz não poderá julgar os crimes conexos ali
encerrada a audiência de instrução e julgamento, as partes descritos, devendo remeter o feito ao juízo competente, ou,
manifestam-se oralmente, e, logo após, é proferida a se também for ele o competente para julgá-los, deverá
sentença. Apenas em hipóteses excepcionais a aguardar a preclusão da decisão.
manifestação pode ser feita por meio de memoriais.
Despronúncia: ocorre quando a decisão proferida pelo juiz
c) Prazo: 05 (cinco) dias. de pronúncia é alterada no julgamento de um recurso,
transformando-se em impronúncia. Então, esse termo é
utilizado quando, depois de ter sido o réu pronunciado, o
e) E no rito do Júri? Neste caso, é o momento para pedir a apelo do réu é provido no Tribunal e o acusado é
absolvição sumária (CPP, art. 415), desclassificação (CPP, impronunciado. Veja que a despronúncia pode ser feito pelo
art. 419) ou impronúncia (CPP, art. 414), a depender do juízo “a quo” em sede de juízo de retratação (no RESE,
caso. CPP, art. 581, IV); ou pelo juízo “ad quem”, pelo Tribunal.
f) Abrangência da peça: Em memoriais da defesa, o aluno Recurso cabível contra a impronúncia: art. 416 do CPP; é a
deve requerer todos os benefícios possíveis para o apelação, a partir de 09/08/08. Antes era o RESE.
acusado. Deve fazer ainda, pedido alternativo, de forma Interpõem esta apelação, regra geral, o MP e o assistente
que, “em caso de uma eventual condenação” (princípio da da acusação.
eventualidade)
E o acusado pode recorrer? O acusado tem interesse
1. A pena deve ser fixada no mínimo legal (CP, art. recursal contra a decisão de impronúncia, caso pretenda
68: dosimetria); sua alteração para uma decisão de absolvição sumária, a
qual faria coisa julgada formal e material.
2. Fazer menção ao regime mais brando possível
(CP, art. 33);
3. A possibilidade de substituição da pena privativa 5.2 Desclassificação (CPP, art. 419): Trata-se de uma
de liberdade aplicada por penas restritivas de direitos (CP, decisão interlocutória que deve ser proferida pelo juiz
art. 44). quando o crime não for doloso contra a vida: (narra-me o
fato e te darei o direito).
4. A possibilidade de o réu apelar em liberdade
(CPP, art. 387, § 1º), diante da ausência dos fundamentos Primeiro detalhe: esta desclassificação pode ser imprópria
que autorizam a prisão preventiva. ou própria. Na desclassificação imprópria, o juiz pronuncia o
réu como incurso nas penas do artigo que entender tenha
g) Importância dos memoriais: a ausência de memoriais sido violado (outra infração de competência do tribunal do
gera nulidade absoluta, desde aquele momento. júri):
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição
5. MEMORIAIS NO PROCEDIMENTO DO JÚRI jurídica diversa da constante da acusação,

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embora o acusado fique sujeito a pena mais b) Se durante a instrução surgir prova a respeito fato
grave. novo não contido na denúncia, aplica-se o art. 384
e parágrafos do CPP. Então, se o réu for
Assim, se a denúncia descreve um homicídio e o Promotor denunciado por homicídio simples (CP, art. 121) e
classifica a conduta como infanticídio, pode e deve o Juiz na peça acusatória não constar nenhuma
corrigir, pronunciando o réu, se for o caso, como autor de qualificadora, nem explícita nem implicitamente, e
homicídio. Mas, se for denunciado por infanticídio e na na instrução surgir prova a seu respeito, é óbvio
instrução se apura ter havido homicídio, a regra do art. 384 que o juiz da pronúncia, não obstante seja essa
e parágrafos é de rigor. Além disso, se no curso da uma decisão de natureza processual, não poderá
instrução surgir prova a respeito de uma qualificadora, pronunciá-lo como autor de um homicídio
entende-se que o proveito no art. 384 e parágrafos devem qualificado sem tomar aquela providência do art.
ser observados (mutatio). 384 do CPP. Assim, devem os autos retornar ao
Na desclassificação própria, o juiz se convence da promotor para aditar a pena acusatória.
existência de crime que não seja da competência do Júri, Detalhe: Não confundir desclassificação com
proferirá decisão neste sentido. Por via de tal decisão, o juiz desqualificação: Desqualificação é a exclusão de
está reconhecendo a inexistência de prova da ocorrência de qualificadoras. De acordo com a jurisprudência, esta é
crime doloso contra a vida e, assim, a existência de excepcionalíssima, somente sendo possível quando a
elementos que evidenciam a prática de infração estranha à qualificadora não tiver amparo nos autos.
competência do Tribunal do Júri.
Recurso cabível: da decisão de desclassificação, cabe
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em
recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, II).
discordância com a acusação, da existência
de crime diverso dos referidos no § 1o do
art. 74 deste Código e não for competente
para o julgamento, remeterá os autos ao juiz 5.3 Absolvição Sumária (CPP, art. 415): não é apenas
que o seja. decisão interlocutória, mas verdadeira SENTENÇA, com
análise do mérito e que passou a ser impugnada pela via do
Recurso de Apelação.
Em tal hipótese, o juiz remeterá os autos ao juiz Assim, o juiz absolverá sumariamente o réu quando se
competente, ficando o réu preso a disposição deste: convencer da existência de circunstância que exclua o crime
ou isente o réu de pena, ou seja, quando estiverem
Art. 419, Parágrafo único. Remetidos os
presentes:
autos do processo a outro juiz, à disposição
deste ficará o acusado preso. a) Excludentes de criminalidade
b) Excludentes de culpabilidade.
Importante: a desclassificação tanto se pode dar para crime Também deverá o juiz absolver sumariamente o réu se se
menos grave (de tentativa de homicídio para lesão corporal convencer:
de natureza grave, por exemplo), como para delito mais
grave (de homicídio para latrocínio). O que importa é que o c) Da inexistência do fato (atipicidade) ou de que
juiz, ao entender que não se trata de crime de competência d) Sem dúvida, o réu não é seu autor ou partícipe
do júri, determine a remessa dos autos ao juízo competente. (negativa de autoria).
Pergunta: deve o juiz, na decisão de desclassificação, dar a E por que isso? Porque não tem cabimento remeter alguém
qualificação jurídico-penal ao fato? Não, mesmo porque o a júri, mantendo o constrangimento do processo se já está
juiz competente pode dele discordar, criando-se uma provado que o fato não existiu ou que o réu não é seu autor.
situação bem complicada. Na verdade, caso pudesse o juiz,
neste momento, dar a tipificação específica, tal Art. 415. O juiz, fundamentadamente,
procedimento implicaria antecipação do julgamento quanto absolverá desde logo o acusado, quando:
à gravidade da lesão. Então, na hora da desclassificação I – provada a inexistência do fato;
não deve o juiz fixar a nova capitulação legal. (animus II – provado não ser ele autor ou partícipe do
necandi). fato;
O mais comum exemplo de desclassificação ocorre em III – o fato não constituir infração penal;
crime de trânsito: dolo eventual x culpa consciente.
IV – demonstrada causa de isenção de pena
Então, o que vocês não podem esquecer é o seguinte: ou de exclusão do crime.
a) Se a desclassificação for para crime de Parágrafo único. Não se aplica o disposto
competência de júri, aplica-se o art. 418 do CPP: o no inciso IV do caput deste artigo ao caso
juiz dará definição jurídica diversa ao fato, embora de inimputabilidade prevista no caput do art.
o acusado fique sujeito a pena mais grave. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
Exemplo: se o promotor, na denúncia, diz que a mulher dezembro de 1940 – Código Penal, salvo
matou o próprio filho que acabara de nascer e assim o fizera quando esta for a única tese defensiva.
sobe o influência do estado puerperal, e classifica tal Veja que os incisos I e II iniciam pela exigência de estar
conduta como homicídio (CP, art. 121), o juiz, na pronúncia, “provado (a)” a inexistência do fato ou de que o réu não é
valendo-se do art. 418 do CPP, dará a perfeita qualificação autor ou partícipe do fato. Trata-se de situação que exige
jurídico-penal ao fato (CP, art. 123). prova robusta, que conduza ao pleno convencimento do juiz

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de que o fato não existiu (em processo de homicídio a) crime militar próprio (ou infração disciplinar militar).
consumado, produz prova cabal de que a vítima está viva,
por exemplo) ou de que o réu não é autor ou partícipe. b) em período de exceção.

Atenção: Não se confunde com “não haver prova suficiente c) a recaptura do réu evadido.
da autoria ou materialidade”. A exigência é de
convencimento e não de dúvida do magistrado.
2. Espécies de prisão:
No inciso III, permite a absolvição sumária quando o fato
narrado não constitui infração penal. Significa dizer que o a) Prisão-pena ou prisão penal: é aquela imposta em
fato é atípico. virtude de sentença condenatória transitada em
julgado. NÃO TEM FINALIDADE ACAUTELATÓRIA,
No inciso IV, prevê a possibilidade de absolvição sumária NEM NATUREZA PROCESSUAL. No Brasil, só
quando estiver demonstrada a presença de qualquer causa existe no âmbito penal.
de exclusão de ilicitude ou da culpabilidade (são
excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, b) Prisão sem pena ou prisão processual: Trata-se de
inexigibilidade de outra conduta, estado de necessidade prisão de natureza puramente processual, imposta
exculpante, excesso de legítima defesa exculpante, com finalidade cautelar, destinada a assegurar o
descriminantes putativas, coação moral irresistível, bom desempenho da investigação criminal, do
obediência hierárquica e o erro de proibição). processo penal ou da execução da pena, ou ainda a
impedir que, solto, o sujeito continue a praticar
Atenção: no procedimento comum (art. 397, IV) é diferente a crimes. Depende do preenchimento dos
hipótese de absolvição sumária do procedimento do júri (art. pressupostos do fumus commissi delicti e do
397, I, II e III). periculum libertatis. É a chamada PRISÃO
Na absolvição sumária é necessário um juízo de certeza. PROVISÓRIA, compreendendo as seguintes
espécies:
Note bem: O juiz em relação à prova, no procedimento do
1. Prisão em flagrante (CPP, arts. 301 a 310);
júri, pode produzir três estados de convencimento: em
relação à materialidade: 2. Prisão preventiva (CPP, arts. 311 a 316);
1º estado: Se o juiz tiver certeza da materialidade, 3. Prisão domiciliar (CPP, arts. 317 e 318);
a decisão deve ser de pronúncia;
4. Prisão temporária (Lei 7.960/89);
2º estado: Se o juiz tiver dúvida quanto à
materialidade, a decisão deve ser de impronúncia; c) Prisão Civil: o Pacto de São José da Costa Rica e a
EC nº 45/2004: A prisão civil é medida de coação
3º estado: E se o juiz tiver certeza quanto à executiva para compelir alguém ao cumprimento de
inexistência do fato delituoso, a decisão deve ser de um dever civil. Segundo a Constituição brasileira,
absolvição sumária. pode ocorrer no caso de dever de cumprimento da
E qual a implicação jurídica disso? Hoje a impronúncia só obrigação alimentar e da devolução da coisa pelo
9
faz coisa julgada formal. A absolvição sumária faz coisa depositário infiel (art. 5º, LXVII, da CRFB/88 e art.
10
julgada formal e material. 320 do CPP ). Observa-se, no entanto, que quanto
a este último caso, havia enorme polêmica sobre a
subsistência da prisão, sobretudo, em face da
Convenção Americana de Direitos Humanos
NOVA PARTE: DA PRISÃO, DAS MEDIDAS
chamado Pacto de São José da Costa Rica.
CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
Solução: Toda a discussão foi dirimida a partir da edição
O Título IX do Código, “DA PRISÃO, DAS MEDIDAS da Súmula Vinculante nº 25: “É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL
CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA”, antes DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A
intitulado “Da prisão e da liberdade provisória”, foi o que mais MODALIDADE DO DEPÓSITO.” A proposta foi acolhida
sofreu modificações desde sua vigência. por unanimidade em 16 de dezembro de 2009:
No dia 07 de abril de 2011, foi finalmente aprovado pela Conclusão: não é mais possível a prisão civil do
Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4.208/01, depositário infiel no Brasil. A única prisão civil ainda
posteriormente transformado na Lei 12.403/11, com vigência legítima é aquela decorrente do descumprimento da
em 04 de julho de 2011. Referida lei altera dispositivos do obrigação alimentar.
Código de Processo Penal relativos às medidas cautelares
de natureza pessoal, sistematizando e atualizando o Prisão Administrativa: Esta modalidade de prisão foi
tratamento da PRISÃO, das MEDIDAS CAUTELARES e da abolida pela nova ordem constitucional. Com efeito, o
LIBERDADE PROVISÓRIA, com ou sem fiança. art. 319 do CPP não foi recepcionado pelo art. 5º, LXI e
LXVII, da CRFB/88.
1. Conceito: É a privação da liberdade de locomoção
determinada por ordem escrita da autoridade competente ou
em caso de flagrante delito.
Exceções: Além das hipóteses de flagrante delito e
9
ordem escrita e fundamentada do juiz, consubstanciada LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
em um documento denominado Mandado (CF, art. 5º, inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
LXI), a CRFB/1988 permite a constrição da liberdade nos depositário infiel; (...)
10
seguintes casos: Art. 320. A prisão decretada na jurisdição cível será executada pela
autoridade policial a quem forem remetidos os respectivos mandados.

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d) Prisão Disciplinar: é permitida pela CRFB/88 no 5. Custódia.


caso de transgressões militares e crimes militares
(CRFB, art. 5º, LXI). 6. Comunicação da prisão e o local onde o
preso se encontra ao juiz, ao MP, a família
e) Prisão para averiguação: é a privação momentânea do autuado ou a pessoa por ele indicada.
da liberdade, fora das hipóteses de flagrante e sem (CPP, art. 306, § 1º); A própria Constituição
ordem escrita do juiz competente, com a finalidade diz isso: que haverá comunicação imediata
de investigação. Além de inconstitucional, configura ao juiz e a remessa em 24 horas.
crime de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65,
art. 3º, a e i). Importante: Na prisão em flagrante o delegado deverá
comunicar o juiz e o MP. Isso vai está aparecendo muito em
concursos e provas da Defensoria e Exame de Ordem, pois e
mais uma garantia para o acusado.
3. PRISÃO EM FLAGRANTE
Atenção, agora, o mais importante: essas 24 horas são
a) Conceito: é a medida restritiva da liberdade, de
contadas a partir de qual momento?
natureza cautelar e processual, consistente na prisão,
independente de ordem escrita do juiz competente, de Por último: depois da comunicação ao juiz (remessa do
quem é surpreendido cometendo, ou logo após cometido, APF), qual seria o passo de número seis?
.
um crime ou uma contravenção
7. Comunicação da prisão à Defensoria
b) Funções processuais da prisão em flagrante: Pública: A CRFB/88 diz que o preso será
São três. informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe
1ª função: evitar a fuga do infrator;
assegurada a assistência da família e de
2ª função: auxiliar na colheita de elementos advogado. Por isso o código foi alterado e
informativos; prevê um detalhe muito importante que é a
comunicação à Defensoria Pública.
3ª função: impedir a consumação da infração, ou de seu
exaurimento. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontre serão comunicados
Pergunta: E a prisão em flagrante não serve, também, de imediatamente ao juiz competente, ao
medida acautelatória? Conforme preceitua o art. 310 do CPP, Ministério Público e à família do preso ou à
o juiz, ao receber o APF, fundamentadamente deverá: pessoa por ele indicada.
I - relaxar a prisão ilegal; ou § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a
II - converter a prisão em flagrante em realização da prisão, será encaminhado ao
preventiva, quando presentes os requisitos juiz competente o auto de prisão em
constantes do art. 312 deste Código, e se flagrante e, caso o autuado não informe o
revelarem inadequadas ou insuficientes as nome de seu advogado, cópia integral para
medidas cautelares diversas da prisão; ou a Defensoria Pública. (...)

III - conceder liberdade provisória, com ou


sem fiança. Dúvida: Por que e para quê o juiz é comunicado da prisão?
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo O juiz é comunicado por três motivos que vocês não podem
auto de prisão em flagrante, que o agente esquecer. Vejam que a prisão em flagrante converte-se em
praticou o fato nas condições constantes ato judicial a partir do momento em que a autoridade
dos incisos I a III do caput do art. 23 do judiciária é comunicada da prisão do autuado. Então,
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de recebendo o APF o juiz vai fazer o quê?
1940 - Código Penal, poderá, Art. 310. Ao receber o auto de prisão em
fundamentadamente, conceder ao acusado flagrante, o juiz deverá
liberdade provisória, mediante termo de fundamentadamente:
comparecimento a todos os atos
processuais, sob pena de revogação. I - relaxar a prisão ilegal; ou

O flagrante, porquanto, não é mais prisão cautelar. Logo, a II - converter a prisão em flagrante em
prisão sustentada apenas na prisão em flagrante deixou de preventiva, quando presentes os requisitos
existir. Não pode manter o flagrante por si só! constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as
medidas cautelares diversas da prisão; ou
c) Fases da Prisão em Flagrante: Pode-se identificar III - conceder liberdade provisória, com
na prisão em flagrante cinco momentos distintos: ou sem fiança.
1. Prática da Infração Penal. Atenção ao detalhe: E se o preso for um agente “muito
2. Captura. perigoso, a prisão ainda assim deve ser relaxada?

3. Condução à presença da autoridade Então, temos como motivos da comunicação da prisão


policial. ao juiz:

4. Lavratura do auto de prisão em flagrante.

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1. Verificada a ilegalidade da prisão em flagrante, adotar todas as providências possíveis e imediatas para que
deve esta ser objeto de relaxamento. a vítima seja socorrida.
2. Conversão da prisão em flagrante em prisão Em caso de omissão de socorro, poderá ser preso em
preventiva. flagrante e ainda será causa de aumento de pena.
3. Deve o juiz verificar o cabimento da liberdade d) Espécies de Flagrante:
provisória com ou sem fiança.
1. Flagrante próprio: também chamado de flagrante
Veja o que diz o art. 48, § 2º, da Lei de Drogas: real ou perfeito. Abrange as situações descritas nos
incisos I e II.
Art. 48, § 2º. Tratando-se da conduta
prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá 1.1 Inciso I: Considera-se em situação de flagrante
prisão em flagrante, devendo o autor do aquele que está cometendo o crime.
fato se imediatamente encaminhado ao
juízo competente ou, na falta deste, assumir 1.2 Inciso II: O agente é flagrado quando acaba de
o compromisso de a ele comparecer, cometer o crime, permanecendo ainda no local.
lavrando-se termo circunstanciado e Conforme esse inciso, encontra-se em flagrante
providenciado-se as requisições dos quem já encerrou os atos de execução, mas é
exames e perícias necessários. encontrado no local do crime em situação indicativa
de que praticou a infração penal.
Em relação ao usuário de drogas, não se imporá a prisão em
flagrante. Eu pergunto: o que isso significa dizer? Já 2. Flagrante Impróprio: também chamado de imperfeito
imaginou? A lei de drogas diz que não se imporá prisão em ou quase-flagrante. Assim, considera-se em
flagrante em relação ao usuário. Na lei dos Juizados flagrante quem é perseguido, logo após, pela
Especiais (Lei 9.099/95) tem lá o mesmo “não se imporá”. autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
Vejam: em situação que faça presumir ser ele o autor da
infração (CPP, art. 302, III). Esse flagrante exige a
Art. 69. A autoridade policial que tomar conjugação de 3 fatores:
conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará a) perseguição.
imediatamente ao Juizado, com o autor do b) logo após o cometimento da infração
fato e a vítima, providenciando-se as penal.
requisições dos exames periciais
necessários. c) situação que faça presumir a autoria.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após Em tal dispositivo, o sujeito fugiu do local do delito e foi
a lavratura do termo, for imediatamente perseguido. A perseguição não precisa ter-se iniciado de
encaminhado ao juizado ou assumir o imediato, uma vez que a expressão “logo após” abrange o
compromisso de a ele comparecer, não se tempo necessário para que a polícia seja chamada,
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá compareça no local, tome informações acerca das
fiança. Em caso de violência doméstica, o características físicas dos autores da infração e da direção
juiz poderá determinar, como medida de por eles tomada, e saia ao encalço destes. Dessa forma,
cautela, seu afastamento do lar, domicílio sendo a perseguição iniciada logo após a prática do crime,
ou local de convivência com a vítima. não existe prazo para sua efetivação, desde que seja ela
ininterrupta. Não tem qualquer fundamento a regra
popular de que é de vinte e quatro horas o prazo entre a
Eu pergunto a vocês: Na Lei de Drogas e na Lei dos hora do crime e a prisão em flagrante, pois, no caso do
flagrante impróprio, a perseguição pode levar até dias,
Juizados, quando diz não se imporá prisão em flagrante, o
DESDE QUE ININTERRUPTA.
que isso significa dizer? O detalhe aqui é o seguinte:
c) Na lei 9.099/95, art. 69, par. único: é possível a 3. Flagrante Presumido (CPP, art. 302, IV): também
lavratura do APF mesmo em decorrência da prática conhecido como flagrante ficto ou assimilado.
de infração penal de menor potencial ofensivo. Considera-se em flagrante quem é encontrado, logo
depois, com instrumentos, objetos ou papéis que
d) Na Lei 11.343/06, art. 48, § 2º: não é possível a façam presumir ser ele o autor da infração.
lavratura do APF, vez que o dispositivo não traz
qualquer condicionante. Nesta hipótese não é necessário que haja perseguição,
bastando que a pessoa seja encontrada logo depois da
Só para concluir: esse “não se imporá” também existe no prática do ilícito em situação suspeita. Essa espécie de
Código de Trânsito (9.503/97). Neste caso, não se lavra nem flagrante usa a expressão “logo depois”, ao invés de “logo
o termo circunstanciado. após” (somente empregado no flagrante impróprio). Embora
ambas as expressões tenham o mesmo significado, a
Art. 301. Ao condutor do veículo, nos casos
doutrina tem entendido que o “logo depois” do flagrante
de acidentes de trânsito de que resulte
presumido, comporta um lapso temporal maior do que o “logo
vítima, não se imporá a prisão em flagrante,
depois”, do flagrante impróprio.
nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela. Pergunta: E se o agente for encontrado várias horas depois,
sem qualquer perseguição, com objetos que façam presumir
Vejam que esse artigo só se aplica à lesão corporal e ao ser ele o autor da infração, é possível a prisão em flagrante?
homicídio culposo. Prestar pronto e integral socorro significa

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Note bem: Não há flagrante caso a prisão seja ocasional. você efetua a prisão. Nesse exemplo, o agente vai responder
DEVE SER “CAUSAL” E NÃO “CASUAL”. pelo crime de tráfico de drogas? O flagrante é legal? É
flagrante esperado ou é flagrante preparado? O professor vai
4. Flagrante compulsório: o agente é obrigado a explicar a resposta ideal para este exemplo.
efetuar a prisão em flagrante. Encontra-se previsto
no art. 301, segunda parte. Exceção: flagrante Após isso, reflita o seguinte: Em relação ao verbo vender,
prorrogado ou retardado. trata-se de flagrante preparado. Porém, como o delito de
tráfico de drogas é um crime de ação múltipla, nada impede
5. Flagrante facultativo: consiste na faculdade de que o agente responda pelos demais verbos, desde que a
efetuar ou não a prisão em flagrante. Refere-se às posse da droga seja preexistente e para este fim.
pessoas comuns do povo. Previsão: art. 301,
primeira parte, do CPP. a) Flagrante prorrogado ou retardado:
previsão do flagrante prorrogado na Lei de
6. Flagrante preparado ou provocado: também Drogas (art. 53, II):
chamado de delito de experiência ou delito de
ensaio, ou ainda, delito putativo por obra do agente Art. 53. Em qualquer fase da persecução
provocador. Ocorre quando alguém, de forma criminal relativa aos crimes previstos nesta
insidiosa provoca o agente à prática de um crime, Lei, são permitidos, além dos previstos em
ao mesmo tempo em que toma providências para lei, mediante autorização judicial e ouvido o
que a infração não se consume. Trata-se de Ministério Público, os seguintes
modalidade de crime impossível pois, embora o procedimentos investigatórios:
meio empregado e o objeto material sejam idôneos,
I - a infiltração por agentes de polícia, em
há um conjunto de circunstâncias previamente
tarefas de investigação, constituída pelos
preparadas que eliminam totalmente a possibilidade
órgãos especializados pertinentes;
da produção do resultado.
Atenção a Súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a II - a não-atuação policial sobre os
portadores de drogas, seus precursores
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
químicos ou outros produtos utilizados em
consumação.”
sua produção, que se encontrem no
Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo território brasileiro, com a finalidade de
Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: identificar e responsabilizar maior número
Imprensa Nacional, 1964, p. 82. de integrantes de operações de tráfico e
distribuição, sem prejuízo da ação penal
cabível.
Pergunta: E quanto a venda simulada de droga, é válida Parágrafo único. Na hipótese do inciso II
essa prisão em flagrante? Atenção para a situação deste artigo, a autorização será concedida
especial dos Tipos Mistos Alternativos. desde que sejam conhecidos o itinerário
Vejam essa situação: imagine que um policial, fazendo-se provável e a identificação dos agentes do
passar por usuário de drogas, dirige-se à determinada praça delito ou de colaboradores.
onde tem conhecimento que determinada pessoa esteja 8. Flagrante forjado: Nesta espécie, os policiais ou
vendendo drogas. Com a intenção de confirmar que o particulares criam provas de um crime inexistente,
traficando traz consigo substância entorpecente, solicita a colocando, por exemplo, no interior de um veículo,
este determinada quantidade de droga, efetuando a prisão substância entorpecente. Neste caso, além de,
no exato momento em que a droga lhe é entregue. Com o obviamente, não existir crime, restará o policial ou
vendedor são apreendidos inúmeros papelotes de cocaína e terceiro pelo delito previsto no art. 339 do Código
maconha, além da pequena porção supostamente vendida à Penal (denunciação caluniosa).
11
autoridade policial. É legal essa prisão?
7. Flagrante esperado: neste caso, a atividade do
policial ou do terceiro consiste em simples aguardo 8.1 Flagrante em crimes formais: Crime formal é aquele
do momento do cometimento do crime, sem crime de consumação antecipada, ou seja, é aquele
qualquer atitude de induzimento ou instigação. em que existe um resultado, mas esse resultado
Considerando que nenhuma situação foi não precisa ocorrer para que se verifique a
artificialmente criada, não há que se falar em fato consumação do delito. Exemplo: Crime de
atípico ou crime impossível. O agente comete crime concussão.
e, portanto, poderá ser efetuada a prisão em
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem,
flagrante.
direta ou indiretamente, ainda que fora da
Isso aparece muito em concursos porque é comum no função ou antes de assumi-la, mas em
dia a dia policial, principalmente em ações de repressão razão dela, vantagem indevida:
ao comércio ilegal de drogas. Vejam: você é um
investigador da polícia civil e sabe que determinado indivíduo Veja, a prisão em flagrante em crimes formais é plenamente
estaria vendendo droga na praça. Você chega até ele na possível, mas desde que ocorra enquanto o agente estiver
hora que ele vai entregar a maconha que você comprava, em situação de flagrância, e não no momento do
exaurimento do delito.
Notem bem: Não se deve confundir consumação com
11
Situação extraída de: LIMA, Renato Brasileiro de. Nova prisão cautelar: exaurimento. Determinados crimes, chamados de formais,
doutrina, jurisprudência e prática. Niterói: Ímpetus, 2011, p. 192.

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possuem em seu tipo penal a descrição de uma ação e de um Então, no caso de adolescentes, é possível que ocorra sua
resultado, mas a redação da lei dispensa a efetivação do apreensão (não se deve usar o termo prisão) em duas
resultado para fim de consumação, de tal forma que o delito se situações:
consuma no exato momento da ação. O exaurimento,
portanto, ocorre quando, após a consumação, sobrevém o 1. Flagrante de ato infracional;
resultado descrito na norma. Diz-se, nesse caso, que o crime 2. Casos de internação provisória.
está exaurido.
Quanto ao momento consumativo, os crimes dividem-se em:
c) Prisão por apresentação: também é inadmissível,
a) Materiais. pois descaracteriza qualquer situação flagrancial
b) Formais. exigida pelo CPP.

c) Mera conduta. Com o advento da Lei 12.403/2011, percebe-se que o


Capítulo IV, que tratava da prisão por apresentação
Resumindo: Nos crimes formais, o agente deve ser preso espontânea do acusado, passou a dispor da prisão
em flagrante quando da consumação do crime, e NÃO domiciliar. Apesar de tal modificação, a doutrina afirma que a
QUANDO DO EXAURIMENTO, pois neste caso, o flagrante apresentação espontânea daquele que praticou a infração
será ILEGAL. continua figurando como causa impeditiva da prisão em
flagrante. Afinal, não tem cabimento prender em flagrante o
sujeito que se entrega a polícia, que não o perseguia, e
8.2 Casos especiais: confessa o crime. Além disso, quando há apresentação
a) Código Eleitoral, art. 236: veda a prisão do eleitor espontânea, não há flagrante própria, impróprio, nem
nos 5 dias que antecedem as eleições, até 48 horas após o presumido. Caso o juiz entender a necessidade da prisão,
encerramento da votação. Essa norma, contudo, não se deve decretar a prisão preventiva, caso se revelem
aplica à prisão em flagrante. inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão previstas no art. 239 do CPP (Renato Brasileiro)
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá,
desde 5 (cinco) dias antes e até 48 d) Advogados: no exercício da profissão, somente
(quarenta e oito) horas depois do poderá ser preso por crime inafiançável (Lei
encerramento da eleição, prender ou deter 8.906/94, art. 7º, § 3º):
qualquer eleitor, salvo em flagrante delito Art. 7º - São direitos do advogado: IV - ter a
ou em virtude de sentença criminal presença de representante da OAB, quando
condenatória por crime inafiançável, ou, preso em flagrante, por motivo ligado ao
ainda, por desrespeito a salvo-conduto. exercício da advocacia, para lavratura de
b) Menores de 18 anos: ficam sujeitos às medidas auto respectivo, sob pena de nulidade e,
socioeducativas e às medidas específicas de nos demais casos, a comunicação expressa
proteção, previstas no ECA. Neste caso, não se à seccional da OAB;
imporá prisão em flagrante.
1. Cuidando-se de criança, vejam o que diz o 3.1 Auto de Prisão em Flagrante:
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
9.069/90): a) Conceito: é o documento elaborado sob a
presidência da autoridade policial (delegado de
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses
polícia) no qual consta as circunstâncias do delito e
previstas no art. 98, a autoridade
da prisão.
competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas: (...) b) Procedimentos iniciais: estão descritos no art. 304
do CPP:
§ 1º O acolhimento institucional e o
acolhimento familiar são medidas Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
provisórias e excepcionais, utilizáveis como competente, ouvirá esta o condutor e
forma de transição para reintegração colherá, desde logo, sua assinatura,
familiar ou, não sendo esta possível, para entregando a este cópia do termo e recibo
colocação em família substituta, não de entrega do preso. Em seguida,
implicando privação de liberdade. procederá à oitiva das testemunhas que o
acompanharem e ao interrogatório do
acusado sobre a imputação que lhe é feita,
2. Cuidando-se de adolescente, o art. 106 registra colhendo, após cada oitiva suas
que: respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado
de sua liberdade senão em flagrante de ato § 1º Resultando das respostas fundada a
infracional ou por ordem escrita e suspeita contra o conduzido, a autoridade
fundamentada da autoridade judiciária mandará recolhê-lo à prisão, exceto no
competente. caso de livrar-se solto ou de prestar fiança,
e prosseguirá nos atos do inquérito ou
processo, se para isso for competente; se

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não o for, enviará os autos à autoridade que constitucionais do preso em flagrante, seja em relação à
o seja. documentação que deve ser feita, sob pena de a prisão ser
considerada ILEGAL, do que deriva seu RELAXAMENTO.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não
Mas essa ilegalidade que, por ventura, ocorra, contaminará o
impedirá o auto de prisão em flagrante;
processo?
mas, nesse caso, com o condutor, deverão
assiná-lo pelo menos duas pessoas que Local: Deve ser lavrado no município em que se deu a
hajam testemunhado a apresentação do prisão, ainda que outro tenha sido o local da infração (CPP,
preso à autoridade. art. 290):

o
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido,
§ 3 Quando o acusado se recusar a passar ao território de outro município ou
assinar, não souber ou não puder fazê-lo, comarca, o executor poderá efetuar-lhe a
o auto de prisão em flagrante será prisão no lugar onde o alcançar,
assinado por duas testemunhas, que apresentando-o imediatamente à autoridade
tenham ouvido sua leitura na presença local, que, depois de lavrado, se for o caso,
deste. o auto de flagrante, providenciará para a
remoção do preso.
o
§ 4 Da lavratura do auto de prisão em
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em
flagrante deverá constar a informação
perseguição do réu, quando:
sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
o nome e o contato de eventual interrupção, embora depois o tenha perdido
responsável pelos cuidados dos filhos, de vista;
indicado pela pessoa presa.
b) sabendo, por indícios ou informações
fidedignas, que o réu tenha passado, há
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo
Ouve-se ofendido, testemunhas e por último, o suspeito da lugar em que o procure, for no seu encalço.
prática da infração. Lembra que: deve o presidente do auto § 2º - Quando as autoridades locais tiverem
assegurar ao preso: fundadas razões para duvidar da
1. A possibilidade de que seja ouvido (é um direito do legitimidade da pessoa do executor ou da
preso); legalidade do mandado que apresentar,
poderão pôr em custódia o réu, até que
2. Lembrar o preso, antes do início das declarações, fique esclarecida a dúvida.
que ele tem direito ao silêncio (CRFB, art. 5º, LXIII);
Se no município onde se deu a prisão não existir autoridade
3. Assistência a família; apta a presidir a lavratura do auto, deverá o preso ser
conduzido até o município mais próximo (CPP, art. 308).
4. Assistência de advogado (é admitida, porém não é
Deve-se, contudo, remeter-se cópia dos autos a autoridade
necessária);
policial onde o crime se consumou porque a ele competirá as
5. Direito de comunicar a prisão à família ou à pessoa investigações, pois é o local onde tramitará o Inquérito e a
por ele indicada (CRFB/88, art. 5º, LXII, LXIII). Ação Penal.
Imagine que o preso, por ocasião de confronto com a polícia d) Nota de culpa: a necessidade está estampada no
foi baleado e se encontra hospitalizado. Pergunta-se: isso art. 306, § 2º:
impede a prisão em flagrante?
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao
c) Prazo: deve o auto de prisão em flagrante ser preso, mediante recibo, a nota de culpa,
lavrado no prazo de 24 horas a contar da assinada pela autoridade, com o motivo da
captura, pois o art. 306, § 1º, do CPP, exige que a prisão, o nome do condutor e os das
autoridade envie ao juiz cópia desse auto dentro do testemunhas.
mencionado prazo.
O prazo é de até 24 após a realização da prisão (leia-se, da
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o CAPTURA). A entrega será feita mediante recibo. Caso o
local onde se encontre serão comunicados preso não saiba, não possa ou não queira assinar, duas
imediatamente ao juiz competente, ao testemunhas assinarão o recibo pelo preso, atestando a
Ministério Público e à família do preso ou à entrega do documento.
pessoa por ele indicada.
Pergunta: A nota de culpa importa em confissão?
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, será encaminhado ao
juiz competente o auto de prisão em 3.2 Relaxamento da Prisão em Flagrante:
flagrante e, caso o autuado não informe o
nome de seu advogado, cópia integral para a) Prisão ilegal: Nos termos do art. 5°, LXV, da CF, a
a Defensoria Pública. prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária.
Todas as formalidades legais devem ser observadas quando
de sua lavratura, seja no tocante à efetivação dos direitos b) A expressão relaxamento: significa unicamente uma
via de controle da legalidade da prisão,

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independentemente da modalidade, não se restringindo à b) Finalidade: a prisão temporária dirige-se exclusivamente


hipótese de flagrante delito, embora a sua aplicação prática, à tutela das investigações policiais, daí porque não se
via de regra, se dê em relação a essa. pode pensar na sua aplicação quando já instaurada a
ação penal.
c) Não confundir: ao contrário do relaxamento, a
revogação da prisão preventiva deverá ter por fundamento a Atenção: Não pode ser decretada de ofício pelo juiz,
falta de motivo para que subsista, nos termos do art. 316 do somente podendo ser decretada em face de representação
CPP: da autoridade policial ou de requerimento do MP.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão c) Prazo: a prisão temporária tem prazo certo e
preventiva se, no correr do processo, expressamente previsto na lei, que somente em caso de
12
verificar a falta de motivo para que extrema e comprovada necessidade poderá ser prorrogado
subsista, bem como de novo decretá-la, se e por uma única vez, findo o qual o aprisionado deverá ser
sobrevierem razões que a justifiquem. posto em liberdade, salvo se já decretada a sua prisão
preventiva.
d) Liberdade Provisória: não confundir relaxamento de prisão
em flagrante com a concessão de liberdade provisória. E qual seria esse prazo?
Embora ambas se refiram a prisão em flagrante, na liberdade
provisória a prisão é legal, mas desnecessária (CPP, art. 1. Tratando-se de crimes previstos no rol da Lei nº 7.960/89,
310, III e par. único). Já, no caso do relaxamento, a prisão é o prazo de duração será de 5 dias;
ilegal. 2. Cuidando-se de crimes hediondos ou equiparados, o prazo
Pergunta: Como é que isso aparece nos concursos? será de 30 dias; também prorrogável por igual período, em
caso de extrema e comprovada necessidade (art. 2º, § 4º, da
Em suma, a prisão será relaxada quando: Lei 8.072/90).
a) o auto de prisão em flagrante não noticiar a Note bem: Terminado o prazo, o preso deve ser
prática de ilícito penal; imediatamente solto, salvo se tiver sido decretada sua prisão
preventiva. E se o preso não for liberado?
Exemplo: atipicidade material da conduta. Lembram dela?
Isso é muito comum aparecer em provas da Defensoria e da Pergunta: Cabe prisão temporária em relação ao crime de
OAB. Sob que perspectiva essa espécie de atipicidade deve falsificação de remédios, previsto no art. 273?
ser analisada? Sob os aspectos MATERIAL e FORMAL.
Art. 273. Falsificar, corromper, adulterar ou
Então vejam. A prisão em flagrante deve ser relaxada alterar produto destinado a fins
quando o APF não noticiar infração penal. Nada mais lógico, terapêuticos ou medicinais:
já que a condição primeira para admitir-se a prisão é a
prática de infração penal. Então, precisamos saber o que é Além desses crimes, também cabe prisão temporária em
CRIME. relação aos crimes hediondos e equiparados. E é
exatamente o caso da falsificação de remédio, que é crime
b) o agente não tiver sido preso em situação de hediondo. Art. 2º, § 4º, da Lei 8.072/90
flagrante (CPP, art. 302);
d) Hipóteses de Cabimento:
c) alguma formalidade legal não tiver sido
observada; I. Quando for imprescindível para as investigações durante o
inquérito policial. No entanto, é de se considerar possível a
d) Haver alguma norma impeditiva para lavratura do decretação da prisão temporária sem que esteja instaurado
auto naquele caso específico. qualquer IP quando os elementos de convicção forem
extraídos de investigação realizada pelo MP ou peças de
Consequências do relaxamento: uma vez relaxada a prisão, informação.
a consequência imediata será a soltura do preso, sem a
imposição a ele de quaisquer restrições de direitos, uma vez II. Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não
que não se cuida de concessão de liberdade provisória, mas fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
de anulação de ato praticado com violação à lei. identidade;
Caso a ilegalidade refira-se a forma, tão somente (ex: falta de III. Quando houver indícios de autoria ou de participação de
entrega de nota de culpa), o juiz, ao receber o APF, poderá um dos seguintes crimes: a) homicídio doloso; b) sequestro
relaxar a prisão em flagrante, mas decretar a prisão ou cárcere privado; c) roubo; d) extornção; e) extorsão
preventiva (se estiver presente alguma das hipóteses do art. mediante sequestro; f) estupro; g) epidemia com resultado
312 do CPP) quando então o acusado permanecerá preso. morte; h) evenenamento de água potável ou substância
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte; i) quadrilha
Recurso: Da decisão que relaxa a prisão em flagrante cabe ou bando; j) genocídio; k) tráfico ilícito de entorcentes; l)
recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, V). Da decisão
crimes contra o sistema financeiro.
que nega o relaxamente cabe ação de Habeas Corpus
(CRFB/88, art. 5º, LXVIII). Pergunta: Há prisão temporária em crimes de tortura?
A doutrina entende ainda que esse rol foi ampliado por força
do art. 2º, § 4º, da Lei 8.072/90, de modo a incluir os crimes
4. PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei 7.960/89)
a) Conceito: prisão cautelar de natureza processual 12
A prorrogação da medida, sempre em caso de extrema e comprovada
destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes necessidade, deve ser fundamentada, sob pena de dar ensejo a
graves, durante o inquérito policial. constrangimento ilegal (In BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo
penal. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 464)

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equiparados a hediondos e que não fazem parte do rol do Me digam: O inquérito policial é peça obrigatória para que
art. 1º da Lei, mas tem tratamento idêntico aqueles: alguém seja preso preventivamente?
a) prática de tortura, Pergunta: E as leis processuais e penais especiais que
admitem a prisão de ofício pelo juiz, como ficam? Aplica-se a
b) terrorismo e lei nova ou a específica?
c) Tráfico de drogas. Quadro comparativo entre a PRISÃO PREVENTIVA E A
e) Observações Gerais: PRISÃO TEMPORÁRIA

1. O entendimento doutrinário majoritário é de que a prisão Prisão preventiva Prisão temporária


temporária só é cabível nos crimes mencionados no inciso III Pode decretada durante a fase Só cabe durante a fase
(ou então, crime hediondo ou equiparado) e desde que pré processual e durante o curso pré-processual (Lei
também presente a hipótese do inciso I ou inciso II. do processo (CPP, art. 311) 7.960,/89, art. 1º, I, II e III)
2. Efetuada a prisão, deverá o delegado informar o preso Prazo indeterminado Prazo pré-determinado: 5
sobre seus direitos constitucionais (art. 2º, § 6º). Além disso, (Prazo razoáel do Processo dias para crimes comuns
uma das vias do mandado de prisão expedido por ocasião da Penal) (Lei 7.960,/89, art. 2º) e
decretação da medida cautelar será entregue ao indiciado 30 dias para crimes
para servir como nota de culpa (art. 2º, § 4º). hediondos e equiparados
3. A pessoa sujeira à prisão temporária deve, (art. 2, § 4º Lei 8.072/90)
obrigatoriamente, permanecer separada dos demais
detentos (provisórios ou condenados). Art. 3º. Pode ser decretada de oficio Não pode ser decretada
durante o curso do processo de ofício (Lei 7.960,/89,
4. O prazo da prisão temporária não se computa (CPP, art. 311) art. 2º)
conjuntamente com o de eventual prisão preventiva
decretada posteriormente, para apreciação de eventual Não há rol taxativo de delitos em Só e cabível em relação a
excesso de prazo. relação aos quais seja cabível a um rol taxativo de delitos
5. Somente é possível na fase pré-processual. Não decretação, bastando, para listados no art. 1º, inc. III
necessariamente é preciso de um inquérito policial, apesar tanto, o preenchimento dos da Lei 7.960/89 e art. 2º, §
de constar do art. 1º, inciso I – “Quando imprescindível para pressupostos constantes do art. 4º da Lei 8.072/90
as investigações do inquérito policial”. 313 do CPP.

6. A prisão temporária será decretada em face da QUESTÃO RELACIONADA:


representação da autoridade policial ou requerimento do MP. Dados do concurso: MPE - RS - 2009 - MPE - RS –
O ofendido não tem legitimidade para requerer a temporária, Promotor. Leia o relato abaixo. Hermenegildo,
ao contrário do que se dá na preventiva em que ele é funcionário público estadual, foi indiciado em inquérito
legitimado a requerer. policial na comarca de São Sebastião do Caí, pela
prática do delito do art. 213, do Código Penal. A
denúncia foi apresentada com a mesma capitulação
5. PRISÃO PREVENTIVA (estupro). No pé da inicial, o Promotor de Justiça
a) Conceito: É uma prisão cautelar de natureza requereu a segregação do denunciado por 15 ( quinze )
processual decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da dias para aprofundamento da investigação acerca da
ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do autoria e da materialidade, ante indícios da existência
querelante ou do assistente, ou por representação da de provas ainda ocultas. A postulação foi deferida nos
autoridade policial, sempre que estiverem preenchidos os termos do pleito. Considerando-se os dados
requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores (CPP, apresentados, é correto afirmar que se trata de prisão
arts. 311 e 312), e desde que se revelem inadequadas ou a) temporária, que pode ser decretada a qualquer tempo
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão (CPP, no nosso sistema processual; portanto, é legal.
art. 319). b) preventiva, mas que não obedeceu aos pressupostos do
art. 312 do CPP; portanto, é ilegal.
Atenção: O magistrado, agora, só pode decretar prisão c) administrativa, dada a sua condição de servidor público.
preventiva ex officio durante o curso do processo criminal, e d) preventiva, que obedeceu aos pressupostos do art. 312
não mais durante o inquérito policial, pois, nesta hipótese, é do CPP; portanto, é legal.
exigida a representação da autoridade policial ou o e) temporária, mas que só tem previsão durante o inquérito
requerimento do Ministério Público Estadual. policial; portanto, é ilegal.
Antes de tudo, um alerta importante: vejam a redação do
art. 311 do CPP:
b) Natureza Jurídica: é uma espécie de prisão
Art. 311. Em qualquer fase da investigação provisória, de natureza tipicamente cautelar, e que visa a
policial ou do processo penal, caberá a eficácia de um futuro provimento jurisdicional, o qual pode
prisão preventiva decretada pelo juiz, de tornar-se inútil em algumas hipóteses, se o acusado
ofício, se no curso da ação penal, ou a permanecer em liberdade até que haja um pronunciamento
requerimento do Ministério Público, do jurisdicional definitivo.
querelante ou do assistente, ou por
representação da autoridade policial.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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c) Caráter excepcional: somente pode ser decretada a legalidade de uma prisão decretada arbitrariamente, não
quando haver efetiva necessidade, ou seja, ficar autoriza, por si só, a decretação da preventiva.
demonstrado o periculum libertatis.
Interessante essa posição. Ou seja, você pratica um delito
d) Presunção de inocência e prisão cautelar: a e foge para não ser preso em flagrante. Será que essa fuga
prisão preventiva, bem como todas as demais modalidades sua seria garantia de aplicação?
de prisão provisória, não afronta o princípio constitucional do
estado de inocência, mas desde que a decisão seja Veja: Situação do estrangeiro sem domicílio no Brasil que
fundamentada e estejam presentes os requisitos da tutela pratica um crime: Um turista argentino pratica um crime em
cautelar. Balneário Camboriú. O que acontece? Vai preso ou volta
para seu país?
e) Pressupostos para a decretação: como toda
prisão cautelar, a prisão preventiva também está A jurisprudência mais antiga entendia que, caso o
condicionada à presença concomitante do: estrangeiro não tivesse residência no Brasil, poderia ser
preso preventivamente com base na garantia de aplicação da
1. Fumus comissi delicti: é a Prova da existência lei penal (e ainda há muitos julgados nesse sentido).
do crime (trata-se da materialidade delitiva) e Indícios
Hoje o STF tem dito o seguinte: Caso o Brasil possua
suficientes da autoria ou participação (CPP, art. 312).
acordo de assistência judiciária com o país de origem do
2. Periculum libertatis: Consubstancia-se na investigado, não será necessária a decretação de sua
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por preventiva.
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal (CPP, art. 312), além da demonstração
da inevicácia ou impossibilidade de aplicação de qualquer 3ª SITUAÇÃO:
das medidas cautelares diversas da prisão.
A garantia da ordem econômica, como requisito de
O art. 312 do CPP enumera as hipóteses autorizadoras de decretação da prisão preventiva é, para Pacelli,
decretação da prisão preventiva, quais sejam: absolutamente inadequada não resistindo a qualquer análise
1. como garantia da ordem pública ou econômica; mais aprofundada; Inclusive, tal modalidade de prisão foi
incluída no art. 312 do CPP, por obra da Lei 8.884/94 (Lei
2. por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar Antitruste) que trata dos ilícitos administrativos e civis,
a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência contrários à ordem econômica. Quais seriam esses crimes
do crime e indício suficiente de autoria. contra ordem econômica? São previstos nas seguintes leis:
Observações 1: Os requisitos relativos à conveniência da a) Lei 1.521/51 (Crimes contra a economia popular)
instrução criminal e a seguridade da aplicação da lei penal
são evidentemente instrumentais, porque se dirigem à tutela b) Lei 7.134/83 (Aplicação ilegal de créditos)
do processo, funcionando como medida cautelar para c) Lei 7.492/86 (Crimes contra o Sistema Financeiro
garantia da efetividade do processo principal. Nacional)
d) Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)
1ª SITUAÇÃO: e) Lei 8.137/90 (Crimes contra a Ordem Tributária,
A conveniência da instrução criminal (TUTELA DA Relações de Consumo e Ordem Econômica)
PROVA) há de ser entendida como a prisão decretada em f) Lei 8.1796/91 (Adulteração de combustíveis)
razão de perturbação ao regular andamento do processo.
Ex: acusado ou qualquer outra pessoa em seu nome, estiver g) Lei 9.279/96 (Propriedade Imaterial)
intimidando testemunhas, peritos, o próprio ofendido. h) Lei 9.613/98 (Lavagem de Capitais)
Pergunta: É possível prender o imputado para ser
interrogado? É possível prendê-lo para forcá-lo a participar
de algum ato probatório (acareação, reconhecimento, por 4ª SITUAÇÃO:
exemplo)?
A prisão para garantia de ordem pública é tema dos mais
controvertidos nos tribunais e mesmo na doutrina. Não se
destina a proteger o processo. Enquanto instrumento de
2ª SITUAÇÃO: aplicação da lei penal, dirige-se à proteção da comunidade
Assegurar a aplicação da lei penal significa risco real de como um todo, pressupondo que ela seria duramente
fuga do acusado, risco de não-aplicação da lei na hipótese atingida pelo não-aprisionamento de autores de crimes
de decisão condenatória. A prisão preventiva nestes casos, causadores de comoção social. Seja como for, a expressão
há de se fundar em dados concretos da realidade, não garantia da ordem pública é de dificílima definição por
podendo revelar-se fruto de mera especulação teórica dos prestar-se a justificar um perigoso controle da vida social,
agentes públicos. arrimando-se na noção de ordem e de pública, sem qualquer
referência ao que seja efetivamente, a contrario sensu , a
No caso, há dados concretos que demonstram que o desordem.
acusado pretende fugir, inviabilizando a futura execução da
pena. O clamor social provocado pelo delito: É possível a
decretação da prisão preventiva, para preservar a ordem
MAS Atenção: Uma ausência momentânea, seja para evitar pública, tão-somente com base no clamor social? Duas
a configuração do estado de flagrância, seja para questionar correntes:

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1ª Corrente: Fernando Capez, Eugenio Pacelli de Atenção ao item 3º: situação da violência doméstica
Oliveira entendem que se um crime provoca um clamor contra a mulher - Lei Maria da Penha (CPP, art. 313, III):
social, a permanência dele em liberdade criaria esse
sentimento de impunidade e de descrédito. A Lei 11.340/2006 criou uma nova hipótese de cabimento de
decreto de prisão preventiva, além das hipóteses existentes
2ª Corrente: Não é possível atribuir a prisão no art. 313 do CPP: se o crime envolver violência doméstica
cautelar finalidades de prevenção geral, as quais são e familiar contra a mulher. Com efeito, o art. 313 do CPP
próprias da prisão penal. (STF HC 80.719 – É o HC do caso passou a vigorar acrescido do inciso IV.
“Pimenta Neves”). Recomenda-se a leitura.
Vejam que este dispositivo foi REVOGADO pela Lei
Note bem: No Brasil, a noção de ordem pública deverá ser 12.403/2011. E o que isso quer dizer? Não será mais
extraída do risco ponderável da repetição da ação possível a prisão preventiva para os agentes que praticarem
delituosa objeto do processo. crimes de vilência doméstica e familiar contra a mulher?
Pergunta: Pode ser decretada a prisão preventiva do Tanto que o fim (objetivo) da prisão, nesses casos, foi
acusado para garantir a sua integridade física? mantido: para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência.
Importante: o inciso III não faz qualquer menção quanto à
i) Condições de admissibilidade:
natureza ou quantidade da pena.
CPP, Art. 313. Nos termos do art. 312 deste
Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva: Item 4º: Dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou não
fornecimento de elementos suficientes para seu
I - nos crimes dolosos punidos com pena esclarecimento (CPP, art. 313, par. único): Havendo
privativa de liberdade máxima superior a 4
dúvida sobre a identidade civil da pessoa, ou caso esta não
(quatro) anos;
forneça elementos suficientes para seu esclarecimento, a
II - se tiver sido condenado por outro crime prisão preventiva poderá ser decretada para assegurar a
doloso, em sentença transitada em julgado, aplicação da lei penal ou a conveniência da instrução
ressalvado o disposto no inciso I do caput criminal, evitando possíveis erros judiciáiros, por conta da
do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de instauração de processos criminais contra eventuais
dezembro de 1940 - Código Penal; homônimos do autor do crime.
III - se o crime envolver violência doméstica Mas veja que se o indivíduo não fornecer ou não indicar
e familiar contra a mulher, criança, elementos para esclarecer sua identidade, e esta omissão for
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com suprida pela identificação criminal, não se justifica a
deficiência, para garantir a execução das decretação de sua prisão preventiva.
medidas protetivas de urgência;
IV - (revogado). Prisão preventiva em casos de excludentes de ilicitude e
Parágrafo único. Também será admitida a culpabilidade (CPP, art. 314)
prisão preventiva quando houver dúvida
Registra o art. 314 que:
sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta não fornecer elementos Art. 314. A prisão preventiva em nenhum
suficientes para esclarecê-la, devendo o caso será decretada se o juiz verificar pelas
preso ser colocado imediatamente em provas constantes dos autos ter o agente
liberdade após a identificação, salvo se praticado o fato nas condições previstas
outra hipótese recomendar a manutenção nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
da medida. Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal.

Não cabe, portanto:


As excludentes de ilicitude estão previstas no art. 23 do
a) Em caso de crime culposo; Código Penal:
b) Contravenção penal; Art. 23. Não há crime quando o agente
c) Em crimes em que o réu se livre solto, pratica o fato:
independente de fiança; I - em estado de necessidade;
d) Em crimes com pena privativa de liberdade máxima II - em legítima defesa;
de até quatro anos, caso o sujeito seja primário (a exceção
fica por conta de crimes praticados no âmbito de violência III - em estrito cumprimento de dever legal
doméstica – inciso III); ou no exercício regular de direito.
e) Não se decreta, também, no caso de ter o réu agido Nada mais óbvio. Se o juiz já visualiza uma futura e
acobertado por causa excludente de ilicitude. provável absolvição do agente, com fundamento no art. 386,
VI, do CPP, não há como fundamentar a necessidade de
uma prisão preventiva.

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j) Recurso: a decisão que decreta a prisão preventiva é providência mais ajustada ao caso concreto, dentro de
13
irrecorrível, podendo, entretanto, ser impetrado habeas critérios de legalidade e de proporcionalidade.
corpus.
Atualmente, antes da condenação transitada em julgado, só
k) Revogação: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, é possível cogitar da
no decorrer do processo, verificar falta de motivo que para
que subsista (CPP, art. 316). a) Prisão em flagrante;

l) Apresentação espontânea: não impede a decretação da b) Prisão preventiva e


prisão preventiva, ao contrário do que ocorre com a prisão c) Prisão temporária (Lei n. 7.960/1989).
em flagrante.
Nada obstante, a primeira hipótese passa a ter um tempo
m) Prisão Preventiva ex ofício: Em qualquer fase da diminuto, ou seja, até a comunicação formal ao juiz criminal.
investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão Daí por que a doutrina a tem denominado de prisão pré-
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da cautelar. Pelo novo texto, surgem três espécies de prisões
ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do preventivas no sistema processual penal:
querelante ou do assistente, ou por representação da
autoridade policial. (CPP, art. 311). a) a prisão preventiva originária (decretada
pelo juiz);
Note bem: a normatização constitucional afastou o juiz das
funções investigatórias, de modo a preservar ao máximo a b) a prisão preventiva derivada (convertida
sua imparcialidade. Para essas funções de investigação, da prisão em flagrante) e a
foram instituídos o MP (art. 127 da CRFB/88) e a Polícia c) prisão preventiva substitutiva (decorrente
Judiciária (art. 144 da CRFB/88). Por isso que: do descumprimento de medidas cautelares penais).
1. A prisão preventiva na fase investigatória somente pode Importante: Essas medidas JAMAIS poderão ser adotadas
ser decretada a requerimento dos responsáveis pela como efeito automático da prática de determinada infração
investigação e legitimados à persecução em juízo; penal.
2. No curso da ação penal será possível a decretação de Vejamos agora, cada uma das medidas cautelares diversas
ofício da prisão preventiva, já que, uma vez em curso a da prisão:
atividade jurisdicional, pode e deve o juiz velar pelo seu
desenvolvimento regular e finalístico. Art. 319. São medidas cautelares
diversas da prisão: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
n) Duração da prisão preventiva: I - comparecimento periódico em juízo,
Excesso de prazo é caso de relaxamento da prisão: no prazo e nas condições fixadas pelo
juiz, para informar e justificar atividades;
Os tribunais têm entendido que estará caracterizado o
excesso em três hipóteses: II - proibição de acesso ou frequência a
determinados lugares quando, por
a) Quando o excesso for provocado pelo circunstâncias relacionadas ao fato,
Poder Judiciário – em alguns casos, não por deva o indiciado ou acusado
culpa do juiz, os processos se arrastam por permanecer distante desses locais para
anos e anos. evitar o risco de novas infrações;
b) Excesso de diligências suscitadas pelo MP III - proibição de manter contato com
– Às vezes o MP provoca o excesso. Exemplo pessoa determinada quando, por
comum: Perícia para verificação de circunstâncias relacionadas ao fato,
autenticidade de voz. deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante;
c) Excesso for abusivo, gritante,
desproporcional. IV - proibição de ausentar-se da
Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a
4 MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA DIVERSA investigação ou instrução;
DA PRISÃO
V - recolhimento domiciliar no período
Até antes de 4 de julho de 2011, o sistema brasileiro era o noturno e nos dias de folga quando o
BINÁRIO: ou prisão ou liberdade provisória. investigado ou acusado tenha
residência e trabalho fixos;
Seguindo a orientação do direito comparado, e com o
objetivo de colocar fim a essa bipolaridade cautelar do VI - suspensão do exercício de função
sistema do CPP, a Lei 12.403/2011 ampliou de maneira pública ou de atividade de natureza
significativa o rol de medidas cautelares pessoais diversas da econômica ou financeira quando houver
prisão cautelar, proporcionando ao juiz a escolha da justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;

13
LIMA, Renato Brasileiro de. Nova prisão cautelar: doutrina,
jurisprudência e prática. Niterói: Ímpetus, 2011, p. 354.

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VII - internação provisória do acusado CPP, Art. 334. A fiança poderá ser prestada
nas hipóteses de crimes praticados com enquanto não transitar em julgado a
violência ou grave ameaça, quando os sentença condenatória.
peritos concluírem ser inimputável ou
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) a) 1ª Situação: concessão da fiança pela
e houver risco de reiteração; Autoridade Policial (CPP, art. 322):

VIII - fiança, nas infrações que a


admitem, para assegurar o Código de Processo CPP após a Lei
comparecimento a atos do processo, Penal de 1941 12.403/2011
evitar a obstrução do seu andamento ou Art. 322. A autoridade Art. 322. A autoridade
em caso de resistência injustificada à policial somente poderá policial somente poderá
ordem judicial; conceder conceder fiança nos casos
IX - monitoração eletrônica. fiança nos casos de de infração cuja pena
infração punida com privativa de liberdade
detenção máxima não seja superior
ou prisão simples. a 4 (quatro) anos.
5. DA LIBERDADE PROVISÓRIA
Parágrafo único. Nos Parágrafo único. Nos
A partir da CRFB/88, o princípio da inocência tornou-se demais casos do art. 323, a demais casos, a fiança será
efetivamente uma realidade normativa com toda carta de fiança será requerida ao requerida ao juiz, que
positividade que vem expressa no art. 5°, § 1°, segundo o juiz, que decidirá em 48 decidirá em 48
qual as normas definidoras dos direitos e garantias (quarenta e oito) horas. (quarenta e oito) horas.
fundamentais têm aplicação imediata. A privação de
liberdade deve ser sempre exceção, dependente de ordem Art. 335. Recusando ou Art. 335. Recusando ou
escrita e fundamentada da autoridade judicial competente e demorando a autoridade retardando a autoridade
com base exclusivamente em razões de natureza cautelar. policial a concessão da policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém fiança, o preso, ou alguém
a) Conceito: instituto processual que garante ao acusado o por por ele, poderá prestá-la,
direito de aguardar em liberdade o transcorrer do precesso ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
até o trânsito em julgado, vinculando ou não a certas mediante simples petição, perante o juiz competente,
obrigações, podendo ser revogado a qualquer tempo, diante perante o juiz competente, que decidirá em 48
do descumprimento das condições impostas. que decidirá, depois de (quarenta e oito) horas
b) Previsão Constitucional: nos termos do art. 5º, LXVI, ouvida aquela autoridade.
ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei Perguntas: E se, cabendo a fiança, a autoridade policial não
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. conceder?
c) Espécies de LIBERDADE PROVISÓRIA: Há alguma sanção para a autoridade policial neste caso?
a) Liberdade provisória sem fiança (CPP, art.
310, par. único e art. 350);
b) 2ª Situação: concessão de fiança pelo
b) Liberdade provisória com fiança (CPP, art. magistrado:
14
322 a 349).
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em
c) Liberdade provisória em que é vedada a flagrante, o juiz deverá
fiança (Crimes hediondos e equiparados). fundamentadamente:
Conceito de Fiança: é uma contracautela, uma garantia I - relaxar a prisão ilegal; ou
patrimonial, caução real, prestada pelo imputado e que se
destina, inicialmente, ao pagamento das despesas II - converter a prisão em flagrante em
processuais, multa e indenização, em caso de condenação, preventiva, quando presentes os requisitos
mas, também, como fator inibidor da fuga (Lopes Jr.) constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como medidas cautelares diversas da prisão; ou
fiança servirão ao pagamento das custas,
da indenização do dano, da prestação III - conceder liberdade provisória, com ou
pecuniária e da multa, se o réu for sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
condenado. 2011). (...)
Parágrafo único. Este dispositivo terá Com a entrada em vigor da Lei 12.403/2011, a fiança passa
aplicação ainda no caso da prescrição a ter duas dimensões diversas:
depois da sentença condenatória (art. 110
1ª. Aplicada no momento da concessão da liberdade
do Código Penal).
provisória (CPP, art. 310).

5.1 Liberdade provisória com fiança 14


Tópico construído com base na doutrina de Aury Lopes Junior, in O novo
Momento para concessão da fiança: regime jurídico da prisão processual, liberdade provisória e medidas
cautelares diversas: Lei 12.403/2011. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011, p.
155-171.

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2ª. Como medida cautelar diversa (CPP, art. 319) II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários
mínimos, quando o máximo da pena
Nos termos do art. 310, III, o juiz, recebendo o APF privativa de liberdade cominada for
poderá: superior a 4 (quatro) anos.
a) Decretar a prisão preventiva do autuado; § 1º Se assim recomendar a situação
b) Conceder a liberdade provisória, com ou econômica do preso, a fiança poderá ser:
sem fiança. I - dispensada, na forma do art. 350 deste
Neste momento, tem uma característica mais clara da Código;
contracautela, para evitar a decretação da prisão preventiva II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços);
e vinculada à concessão da liberdade provisória. Importante ou
destacar que o art. 310 é expresso: conceder liberdade
provisória com ou sem fiança. III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
Significa dizer que neste momento, é possível homologar o § 2º (Revogado):
flagrante e conceder a liberdade provisória sem fiança, pois
I - (revogado);
não é a “inafiançabilidade” condição sine qua non para
liberdade provisória. II - (revogado);
E qual a relevância disso? III - (revogado);
Vejamos agora a fiança do art. 319, VIII do CPP: Art. 326. Para determinar o valor da fiança,
Art. 319. São medidas cautelares diversas a autoridade terá em consideração a
da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, natureza da infração, as condições
de 2011). (...) pessoais de fortuna e vida pregressa do
acusado, as circunstâncias indicativas de
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, sua periculosidade, bem como a
para assegurar o comparecimento a atos do importância provável das custas do
processo, evitar a obstrução do seu processo, até final julgamento.
andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial;
(...) 5.4 Reforço da Fiança:

Veja que essa fiança se situação no Capítulo das medidas Nos termos do art. 340 do CPP, será exigido o reforço da
cautelares diversas e, por isso, tem aplicabilidade em fiança, ou seja, um acréscimo a ser pago pelo imputado,
qualquer momento, conforme art. 334: quando:

Art. 334. A fiança poderá ser prestada Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
enquanto não transitar em julgado a I - quando a autoridade tomar, por engano,
sentença condenatória. fiança insuficiente;
Aplicação isolada ou cumulativa: Como as demais medidas II - quando houver depreciação material ou
cautelares diversas da prisão, essa fiança pode ser aplicada perecimento dos bens hipotecados ou
de forma isolada ou cumulada com outra medida prevista caucionados, ou depreciação dos metais ou
no art. 319. pedras preciosas;
Funções: principalmente, assegurar o comparecimento a atos III - quando for inovada a classificação do
do processo, evitar obstrução do seu andamento ou em caso delito.
de resistência à ordem judicial.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito
e o réu será recolhido à prisão, quando, na
5.3 Valor da Fiança conformidade deste artigo, não for
reforçada.
Fixada em salários mínimos, a fiança deve observar o
binômio gravidade do delito x possibilidade econômica
do agente, nos termos dos artigos 325 e 326: 5.5 Destinação da Fiança (CPP, art. 336 e 337):
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela Duas situações:
autoridade que a conceder nos seguintes
limites: a) Se o réu for condenado e se apresentar para
cumprir a pena imposta será devolvido a ele o valor
a) (revogada); dado em garantia, abatendo-se o valor das custas,
b) (revogada); multa e da indenização (aquele fixada na sentença,
CPP, art. 387);
c) (revogada).
b) Se absolvido, a fiança é deixada sem efeito,
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, devolvendo-se todos os valores.
quando se tratar de infração cuja pena
privativa de liberdade, no grau máximo, não Neste sentido, é importante a leitura dos artigos 336
for superior a 4 (quatro) anos; e 337:

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Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como III - descumprir medida cautelar imposta
fiança servirão ao pagamento das custas, cumulativamente com a fiança;
da indenização do dano, da prestação
pecuniária e da multa, se o réu for IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
condenado. V - praticar nova infração penal dolosa.
Parágrafo único. Este dispositivo terá
aplicação ainda no caso da prescrição
depois da sentença condenatória (art. 110 Consequência:
do Código Penal). Art. 343. O quebramento injustificado da
Art. 337. Se a fiança for declarada sem fiança importará na perda de metade do seu
efeito ou passar em julgado sentença que valor, cabendo ao juiz decidir sobre a
houver absolvido o acusado ou declarada imposição de outras medidas cautelares ou,
extinta a ação penal, o valor que a se for o caso, a decretação da prisão
constituir, atualizado, será restituído sem preventiva.
desconto, salvo o disposto no parágrafo O quebramento da fiança acarretará perda da metade do
único do art. 336 deste Código. valor caucionado e caberá ao juiz decidir sobre a imposição
Parágrafo único do art. 336: se o réu for condenado, de outras medidas cautelares, ou, em último caso, decretar a
mas tiver declarada extinta a punibilidade pela prescrição, a prisão preventiva.
fiança prestada continuará respondendo pelas custas Competência jurisdicional: só pode ser determinado pela
processuais e indenização pelo dano causado em autoridade judiciária.
decorrência do crime.
Como se percebe da própria redação do art. 343, o
recolhimento ao cárcere NÃO DEVE SER AUTOMÁTICO,
5.6 Cassação da fiança: devendo o magistrado antes verificar a possibilidade de
substituição da medida, imposição de outra medida cautelar
Nos termos dos artigos 338 e 339 do CPP: ou cumulação, ou em último caso, a decretação da
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser preventiva.
cabível na espécie será cassada em Inconstitucionalidade do inciso V do art. 341: o inciso V é
qualquer fase do processo. de constitucionalidade discutível por violar a presunção de
1ª situação: Quando for concedida por equívoco. inocência. A mera “prática de outra infração” não pode
justificar o quebramento da fiança, pois manifesta seria a
Art. 339. Será também cassada a fiança violação da presunção de inocência.
quando reconhecida a existência de delito
inafiançável, no caso de inovação na Atenção: o descumprimento dos deveres processuais
classificação do delito. previstos nos artigos 327 e 328 também acarreta o
quebramento da fiança.
2ª situação: Quando ocorrer uma inovação na
Art. 327. A fiança tomada por termo
tipificação do delito, reconhecendo-se a existência de
obrigará o afiançado a comparecer perante
infração inafiançável.
a autoridade, todas as vezes que for
3ª situação: Se houver aditamento da denúncia, intimado para atos do inquérito e da
acarretando a inviabilidade de concessão de fiança. instrução criminal e para o julgamento.
Quando o réu não comparecer, a fiança
E neste caso, qual será a destinação daquilo que havia sido será havida como quebrada.
pago pelo acusado?
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob
E, neste caso, não cabendo a fiança e sento ela cassada, pena de quebramento da fiança, mudar de
deverá o réu ser preso? Ou seja, haverá prisão automática? residência, sem prévia permissão da
A decisão de cassação da fiança comporta RESE (CPP, art. autoridade processante, ou ausentar-se por
581, V). mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem
comunicar àquela autoridade o lugar onde
será encontrado.
5.7 Quebramento da fiança:
A fiança será quebrada quando: 5.8 Perda da fiança:
CPP, art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança Está prevista no art. 344 do CPP:
quando o acusado:
Art. 344. Entender-se-á perdido, na
I - regularmente intimado para ato do totalidade, o valor da fiança, se, condenado,
processo, deixar de comparecer, sem o acusado não se apresentar para o início
motivo justo; do cumprimento da pena definitivamente
II - deliberadamente praticar ato de imposta.
obstrução ao andamento do processo; Assegurar a aplicação da lei penal: Transitada em julgado a
sentença condenatória, não pode o condenado frustrar a
efetivação da punição, esquivando-se da apresentação à

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prisão, ou evadindo-se para não ser encontrado pelo oficial Em 1977, a Lei 6.416/77, criou-se o parágrafo único do art.
de justiça ou outra autoridade encarregada de levá-lo ao 310 do CPP, quando a questão foi completamente alterada.
cárcere. Se o fizer, a fiança será julgada perdida. Referido dispositivo passou a estabelecer que o juiz deve
conceder a liberdade provisória, independente de fiança,
Após as deduções (pagamento de custas, da indenização do sempre que entender que não estão presentes os
dano, da prestação pecuniária e da multa), o que sobrar será requisitos da prisão preventiva.
destinado aos cofres federais (CPP, art. 345).
Com as alterações promovidas pela lei 12.403/2011, o par.
único do art. 310 estabelece redação distinta: a liberdade
6. Regimes de liberdade provisória e provisória para os comportamentos típicos em que, ao que
inafiançabilidade tudo indica, deram-se amparados por causa justificante.
6. 1. Explicações preliminares: Pergunta: e como fica a liberdade provisória para os demais
casos? A resposta fica por conta dos incisos II e III do art.
O fato de não ser permitida para determinados crimes, a 310. Ou seja: sempre que a pessoa for presa em flagrante, o
liberdade com fiança, daí serem inafiançáveis, não poderá juiz deve formular, hipoteticamente, algumas questões:
significar nunca a impossibilidade da aplicação da liberdade
provisória sem fiança, tal como admitida no próprio art. 5°, a) Se essa pessoa estivesse solta, seria o
LXVI, da CRFB/88, porque tal implicaria a interpretação da caso de eu decretar sua prisão preventiva? Caso a resposta
norma constitucional a partir da legislação ordinária, o que é seja negativa, prevalece a liberdade. Caso seja positiva,
absolutamente inadmissível e mesmo impensável. É o que faz-se uma segund9968a indagação:
ocorre em relação aos crimes de racismo e aos crimes de b) É adequada ou suficiente a aplicação de
tortura, considerados inafiançáveis. uma ou mais medidas cautelares diversas da prisão para
O problema todo somente existe em razão do fato de, esta pessoa? Se a resposta for positiva, prevalece a
atualmente, o regime de liberdade provisória sem fiança ser liberdade. Se for negativa, converte-se a prisão em flagrante
imensamente mais favorável e menos oneroso que o regime em prisão preventiva. Só assim.
de liberdade provisória com fiança. Nada mais. Lembre-se: para a liberdade provisória com base no art. 310,
II ou III, é pressuposto necessário que a prisão seja válida,
porque, se não for, deve ela ser relaxada, devolvendo-se ao
6.2. Vedações quanto a fiança: suspeito a liberdade pura e incondicionada.
A CRFB/88 e a legislação vedam expressamente a fiança em Vejam que a liberdade provisória reconhece a validade do
determinados crimes: racismo (CRFB/88, art. 5º, XLII); flagrante, mas reconhece também a desnecessidade do
crimes hediondos, tráfico ilícito de entorpecentes, encarceramento. Ou não estão presentes qualquer das
15
terrorismo e tortura (CRFB/88, art. XVIII); delitos de grupos hipóteses que autorizam a prisão preventiva, ou, alguma
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o delas está presente, mas, ainda assim, as medidas
Estado Democrático (CRFB, art. 5º, XLIV); crimes contra o cautelares diferentes da prisão (CPP, art. 319) são
sistema financeiro, punidos com reclusão (Lei 7.492/86, art. suficientes e adequadas naquele caso.
31); crimes de lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98, art. 3º).
CPP, art. 310, III: neste caso, apenas o juiz pode conceder a
Vejam essas duas situações: liberdade provisória, nunca a autoridade policial. O juiz deve,
1ª situação: a lei 10.826/03 veda a liberdade ainda, primeiro ouvir o MP.
provisória com a concessão de fiança em seus arts. 14, par.
único e 15, par. único. Solução: ambos os parágrafos foram
declarados inconstitucionais pela ADIN 3.112/2007, com o 6.4 Prisão ex lege
argumento de que tais condutas não possuem gravidade A prisão ex lege é uma prisão imposta por força de lei, que
suficiente para justificar a vedação. resulta da negativa do legislador em conceder liberdade
2ª situação: a Lei 11.343/06, em seu art. 44, veda a provisória com ou sem fiança àquele que foi preso em
concessão de liberdade provisória para aquele preso em flagrante.
flagrante pela prática do crime de tráfico de drogas. Solução:
É como se você imaginasse uma prisão automática,
Em maio de 2012, o Plenário do Supremo declarou, obrigatória. O melhor exemplo hoje é o art. 44 da Lei de
incidentalmente, a inconstitucionalidade de parte do artigo Drogas (Lei 11.343/06).
44, especialmente no que se referia a proibição da
concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico de Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33,
entorpecentes. (HC 104339) caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis (então não cabe liberdade
provisória com fiança) e insuscetíveis de
6.3 A LIBERDADE É A REGRA sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas
A redação original do Código de Processo penal trazia que penas em restritivas de direitos.
nos crimes inafiançáveis (na época, aqueles em que a pena
mínima era superior a 2 anos), quem fosse preso em Então, a Lei de Drogas não admite a concessão de
flagrante deveria permanecer nessa condição até o Liberdade Provisória para aquele preso em flagrante pelo
julgamento final. crime de tráfico. Será que isso está correto? O problema
não é a questão do tráfico em si, mas você estabelecer
uma prisão obrigatória.
15
Também previstos no art. 2º, II, da Lei 8.072/90.

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Isso não é correto porque há situações completamente


distintas uma das outras. Além disso, a prisão ex lege retira
do Poder Judiciário a possibilidade de análise da 2. Motivação ou fundamentação: art. 381, III e IV,
necessidade da prisão cautelar no caso concreto. do CPP: é a indicação dos motivos, de fato e de direito, que
conduzem à conclusão.
O mais grave, porém, é que a vedação legal do art. 44
Pergunta: Por que a necessidade de fundamentação?
contem uma flagrante inversão da ordem constitucional, cujo
comando, é o da presunção de inocência e de Vejam: Primeiro, porque decorre de mandamento
fundamentação obrigatória de todo e qualquer ato judicial constitucional (Artigo 93, inciso IX da CRFB/88). Segundo,
que venha a restringir direitos. Pela regra da lei indigitada a porque nesse modelo constitucional, não se admite
conservação obrigatória da prisão em flagrante nada mais é nenhuma imposição de pena:
do que a presunção de culpa e a dispensa de a) Sem que se pratique uma infração penal;
fundamentação judicial para tanto.
b) Sem que ele esteja previamente tipificado em lei;
Conclusão: É plenamente possível a concessão da
Liberdade Provisória para aqueles presos em flagrante pela c) Sem que exista necessidade de sua proibição e
prática de qualquer crime, desde que ausentes os requisitos punição;
do artigo 312 do Código de Processo Penal e ainda, d) Sem que os efeitos da conduta sejam lesivos para
suficiente alguma medida cautelar prevista no art. 319 do terceiros;
CPP.
e) Sem o caráter exterior ou material da ação
criminosa;
DÉCIMA PARTE: SENTENÇA E OUTROS PROVIMENTOS f) Sem a culpabilidade do autor;
JURISDICIONAIS
g) E sem que isso seja verificado através de uma
1. Requisitos formais (da sentença penal): prova empírica, levada pela acusação a um juiz
A sentença tem requisitos formais intrínsecos e imparcial em um processo público, contraditório,
extrínsecos. com amplitude de defesa e mediante um
16
procedimento legalmente estabelecido.
Os requisitos intrínsecos são:
A fundamentação da sentença é uma grande garantia da
a) O relatório; justiça quando consegue reproduzir exatamente, como num
b) A fundamentação e o levantamento topográfico, o itinerário lógico que o juiz
percorreu para chegar à sua conclusão, pois se esta é
c) Dispositivo ou conclusão. errada, pode facilmente encontrar-se, através dos
fundamentos, em que altura do caminho o magistrado se
Os extrínsecos são desorientou ou foi induzido a um erro.
a) A data e Conforme o Supremo:
b) A assinatura, que a autenticam (CPP, art. 381, A exigência de motivação dos atos
VI), e as rubricas nas folhas, se for datilografada (CPP, art. jurisdicionais constitui, hoje, postulado
388). constitucional inafastável, que traduz, em
Conforme art. 381 do CPP: “A sentença conterá: sua concepção básica, poderoso fator de
limitação do próprio poder estatal, além
I - os nomes das partes ou, quando não possível, de constituir instrumento essencial de
as indicações necessárias para identificá-las; respeito e proteção às liberdades
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; públicas. Atos jurisdicionais, que
descumpram a obrigação constitucional
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em de adequada motivação decisória, são
que se fundar a decisão; atos estatais nulos. (Min. Celso de Mello,
do STF, como relator do HC 68.530/SP)
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
OBS: sentença sem motivação é ato nulo (CPP, art. 564,
V - o dispositivo;
III, ‘m’ e CF, art. 93, IX).
VI - a data e a assinatura do juiz.

3. Dispositivo: art. 381, V, do CPP: é a parte em


A seguir os requisitos intrínsecos: que o juiz, coerente com a fundamentação, aplica a lei ao
caso concreto e condena ou absolve o acusado, apontando
1. Relatório: art. 381, I e II, do CPP: é o resumo os dispositivos legais que incidem na hipótese.
das ocorrências do processo, desde a identificação das
17
partes, exposição sucinta da acusação e da defesa, até à Na parte dispositiva deve constar:
prova colhida e eventuais incidentes resolvidos. Havendo
mais de um réu, deve-se obrigatoriamente consta o nome 16
de todos, não podendo ser usado termo a exemplo JUNIOR, Aury Lopes. Direito Processual Penal e sua Conformidade
“FULANO DE TAL E OUTROS”. Constitucional, volume 2. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2010.p. 352.
17
SCHMITT, Ricardo Augusto. Sentença Penal Condenatória: aspectos
Pergunta: E qual a consequência de uma sentença sem práticos e teóricos à elaboração. 3ª ed. Salvador: Juspodivm, 2008. p.
relatório? 66/67.

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a) o estabelecimento do regime prisional para o da pena é pena ou modo de cumprimento da pena, não
cumprimento da pena privativa de liberdade; pode o juiz deixar de apreciar a sua concessão, ou não, no
momento da prisão.
b) a substituição da pena privativa de liberdade
aplicada por outra espécie de pena, se cabível; III - aplicará as penas de acordo com
essas conclusões;
c) a concessão do benefício da suspensão
condicional da execução da pena (sursis), se cabível; IV - fixará valor mínimo para reparação
dos danos causados pela infração,
d) a possibilidade de o sentenciado recorrer ou considerando os prejuízos sofridos pelo
não em liberdade (em caso negativo deverá fundamentar ofendido;
os motivos para manter ou decretar a prisão preventiva;
Na redação anterior do inciso IV, havia previsão de
e) a expedição de mandado de prisão ou de alvará imposição de medida de segurança. Agora deverá fixar
de soltura, se for o caso; valor mínimo para reparação dos danos causados pela
f) os efeitos não automáticos da condenação, se infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido,
houver; e, o qual deverá ser aplicado somente quando houver
ofendido ou prejudicado determinado.
g) o regramento das disposições finais:
pagamento das custas processuais, inclusão do nome do V - atenderá, quanto à aplicação
réu no rol dos culpados, expedição de guia de recolhimento provisória de interdições de direitos e
ou de execução, comunicação da condenação ao Tribunal medidas de segurança, ao disposto no
Regional Eleitoral do respectivo Estado, para fins eleitorais, Título Xl deste Livro;
recolhimento do valor referente a pena de multa, se houver No caso de semi-imputabilidade, deverá decidir se haverá
condenação nesse sentido, comunicação ao órgão redução da pena e conversão desta em medida de
estadual competente que mantém cadastro de segurança.
antecedentes criminais e comando para publicação,
registro e intimação da sentença. VI - determinará se a sentença deverá ser
publicada na íntegra ou em resumo e
Atenção: A falta de dispositivo também implica em designará o jornal em que será feita a
nulidade absoluta. o
publicação (art. 73, § 1 , do Código Penal);
Parágrafo único. O juiz decidirá,
18 fundamentadamente, sobre a manutenção
2. Efeitos da sentença CONDENATÓRIA (CPP,
art. 387) ou, se for o caso, imposição de prisão
preventiva ou de outra medida cautelar,
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: sem prejuízo do conhecimento da
I - mencionará as circunstâncias apelação que vier a ser interposta. A
agravantes ou atenuantes definidas no sentença condenatória, se não houver
Código Penal, e cuja existência fundamento cautelar, não poderá
reconhecer; acarretar a prisão do réu.

Tanto na pena-base quanto nos aumentos, dispensa-se a Note bem: Mesmo que o réu tenha respondido ao
fundamentação somente quando há a aplicação da pena processo preso, o juiz terá que fundamentar sobre a
mínima. A pena é fixada de acordo com o critério trifásico manutenção da segregação deste. Ou, se for o caso, da
previsto no art. 68 do CP. decretação da prisão preventiva. Em caso de decretação
da prisão preventiva ao réu que estiver solto, deverá o juiz
II - mencionará as outras circunstâncias determinar a expedição de mandado de prisão.
apuradas e tudo o mais que deva ser
levado em conta na aplicação da pena, de Observações: Esgota-se com a sentença o poder
acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 jurisdicional do magistrado que a prolatou, não podendo
o
do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro mais este praticar qualquer ato jurisdicional, a não ser
de 1940 - Código Penal; correção de erros materiais (CPP, art. 382).

O juiz definirá, fundamentadamente, o primeiro regime de A saída do juiz da relação processual é obrigatória
cumprimento da pena privativa de liberdade, segundo os porquanto, transitando a sentença em julgado, a relação se
critérios do Código Penal, e se é feita, ou não, a conversão extingue; caso haja recurso, o sujeito da relação processual
desta em multa, bem como se concede, ou não o perdão que entra como órgão do Estado é o tribunal ad quem.
judicial nos casos em que a lei o admite. No caso de
conversão da pena privativa de liberdade em multa, essa
providência não excluirá a imposição da multa cominada ao 3. Princípio da Correlação entre a demanda e a
crime, de modo que serão duas multas impostas, tendo sentença
elas fundamento diverso e diverso sistema de regressão.
Também decidirá sobre a concessão, ou não, da Também denominado princípio da vinculação do juiz aos
suspensão condicional da pena nos casos em que a lei a fatos da causa ou princípio da correspondência entre
admite. Tendo em vista que hoje a suspensão condicional postulado e pronunciado, significa que “o juiz não pode
conhecer de fatos não alegados pelas partes”. Também é
princípio garantidor do direito de defesa do acusado, cuja
18
Tópico construído com base da doutrina de GRECO FILHO, Vicente. observância acarreta a nulidade da decisão. Deste modo,
Manual de Processo Penal. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 316-319. por princípio da correlação entende-se que deve haver uma

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correlação entre o fato descrito na denúncia ou queixa e o direito). Tal instituto está previsto no art. 383 do CPP, a
fato pelo qual o réu é condenado. O juiz não pode julgar o seguir:
acusado extra petita, ultra petita ou citra petita; vale dizer,
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição
não pode desvincular-se o magistrado da inicial acusatória
do fato contida na denúncia ou queixa,
julgando o réu por fato do qual ele não foi acusado.
poderá atribuir-lhe definição jurídica
Antes de tratar especificamente do princípio da correlação, diversa, ainda que, em conseqüência,
farei algumas considerações acerca da inicial acusatória tenha de aplicar pena mais grave.
(denúncia ou queixa): o
§ 1 Se, em conseqüência de definição
a) Exposição do fato criminoso com todas as jurídica diversa, houver possibilidade de
suas circunstâncias. proposta de suspensão condicional do
processo, o juiz procederá de acordo com
E o que há de mais importante aqui, é um termo que vamos o disposto na lei.
usar muito: imputação: Imputação é a atribuição a
o
alguém da prática de determinada infração penal. § 2 Tratando-se de infração da
competência de outro juízo, a este serão
Isso é importante. Na peça acusatória estará sendo encaminhados os autos.
delimitada a imputação.
ATENÇÃO: Essa classificação feita, por exemplo, no
Pergunta: Posso oferecer denúncia sem a data do crime? flagrante, onde é importante, entre outras conseqüências,
Ou essa denúncia seria inepta? Cuidado com isso! É para definir a afiançabilidade, ou não, da infração, pode
preciso saber diferenciar os chamados elementos sofrer modificação por ocasião da denúncia, outra na
essenciais da peça acusatória dos chamados elementos sentença e outra na decisão em segundo grau.
acidentários.
Pergunta? Qual é o momento para a emendatio libelli de
Agora atenção para a questão da Denúncia Genérica:
acordo com o Código?
A denúncia genérica vai ocorrer nos chamados crimes Outra: É possível emendatio libelli no início do processo?
societários, que são aqueles praticados pelos
administradores da pessoa jurídica. O MP não consegue Há duas correntes:
dizer o que cada um dos indivíduos praticou.
1ª Corrente (mais tradicional) – Somente é
Hoje, para o Supremo, a Denúncia Genérica ofende os possível a emendatio libelli no momento da
postulados constitucionais da ampla defesa, de modo que o sentença. Infelizmente, ainda é a que
contraditório não pode ser exercido em sua plenitude. prevalece.
Vejam o HC 105.953-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão
2ª Corrente – Não é possível que o acusado
monocrática, julgamento em 5-11-2010, DJE 11-11-2010.
seja privado do exercício de direitos quando a
classificação for claramente excessiva
19
(princípio da correção do excesso).
b) Identificação do Acusado
Mas vejam que a única classificação definitiva é a que se
Esse é o segundo pressuposto da peça estabilizou com o trânsito em julgado da sentença; as
acusatória. De acordo com o Código de Processo Penal, demais são provisórias e podem ser modificadas na
art. 41, que vimos, caberia denúncia contra pessoa incerta. decisão seguinte. A alteração da classificação independe
de qualquer providência ou procedimento prévio,
inexistindo nisso qualquer cerceamento de defesa ou
c) Classificação do Crime surpresa, porque o acusado defende-se de fatos e não da
Quanto a esse ponto, fica a dúvida: se por acaso for feita classificação legal, ainda que o juiz deva aplicar pena mais
20
uma classificação equivocada? O juiz deve rejeitar a peça elevada em virtude de nova classificação.
acusatória? Note bem: A emendatio libelli pode ser mais benéfica ao
A classificação do crime não é um requisito obrigatório. Um réu.
erro quanto à classificação não vai dar ensejo à rejeição da No caso do parágrafo 1º do art. 383 do CPP, o juiz não
peça acusatória. E por um motivo muito simples: lembre-se! condenará imediatamente o réu, mas prolatará sentença
De acordo com a posição que prevalece, no processo desclassificatória e determinará vista dos autos ao
penal, o acusado defende-se dos fatos que lhes são Ministério Público, para fins de suspensão condicional do
atribuídos. O que importa, no processo penal é a imputação processo. Se houver negativa pelo Ministério Público para
e não a classificação feita pelo titular da ação penal. propor a suspensão condicional do processo, o magistrado
procederá na forma do art. 28 do Código de Processo
Penal (remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça
3.1 Emendatio libelli (CPP, art. 383) o
§ 1 Se, em consequência de definição
Na emendatio libelli, o fato encontra-se descrito na jurídica diversa, houver possibilidade de
denúncia, ainda que implicitamente, com todas as proposta de suspensão condicional do
elementares. Apenas a classificação legal é incorreta. O
juiz, então, corrige a classificação. Essa correção da 19
classificação legal feita pelo juiz é uma aplicação do Dentre os defensores dessa segunda corrente estão Geraldo Prado, Aury
Lopes Junior e Nereu Giacomolli.
princípio iuria novit cúria (o juiz ou tribunal conhece o 20
GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal. 8ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2010. p. 307.

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processo, o juiz procederá de acordo com Mutatio libelli em ação penal privada subsidiária da pública
o disposto na lei. é possível o aditamento pelo MP.
Na hipótese do parágrafo 2º, o juiz também não condenará Observação:
imediatamente o réu, mas prolatará sentença
desclassificatória, intimará as partes da desclassificação e Não existe em segunda instância (Súm. 453, STF).
remeterá o processo para o juízo competente. Súmula nº 453, STF. Não se aplicam à
§ 2
o
Tratando-se de infração da segunda instância o art. 384 e parágrafo
competência de outro juízo, a este serão único do Código de Processo Penal, que
encaminhados os autos. possibilitam dar nova definição jurídica ao
fato delituoso, em virtude de
circunstância elementar não contida,
21 22 explícita ou implicitamente, na denúncia
3.2 Mutatio libelli - (CPP, art. 384) ou queixa.
Na mutatio libelli, há prova nos autos de que o fato não é Então, aqui, durante o curso da instrução processual, surge
aquele descrito na denúncia ou na queixa. Há uma uma elementar ou circunstância que já existia, porém, que
elementar que não se encontra descrita explícita ou não contida na peça acusatória. Nessa hipótese, a fim de
implicitamente na denúncia ou queixa, com a qual a se evitar violação aos princípios da ampla defesa e da
classificação legal do fato se altera. Portanto, na mutatio correlação entre acusação e sentença, deve o MP aditar a
libelli ocorre à mudança da imputação fática e também da
peça acusatória, ouvindo-se a defesa no prazo de 5 dias.
classificação jurídica, e não apenas da classificação
jurídica. Na mutatio libelli não se poderia corrigir apenas a
classificação, pois, indiretamente, acarretaria uma
A mutatio libelli está prevista no CPP, art. 384:
mudança da imputação, ou seja, do fato imputado. O juiz
Encerrada a instrução probatória, se estaria violando o princípio da correlação (a denúncia ou a
entender cabível nova definição jurídica queixa estaria se referindo a um fato e o juiz estaria
do fato, em conseqüência de prova condenando por outro diverso) e o princípio da iniciativa
existente nos autos de elemento ou das partes.
circunstância da infração penal não Por isso, para aplicação do art. 384, caput, do CPP deve
contida na acusação, o Ministério Público
haver o aditamento da denúncia pelo Ministério Público,
deverá aditar a denúncia ou queixa, no
seja para o caso de imputação de fato com pena igual ou
prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude
inferior ao crime que se estava apurando quanto para a
desta houver sido instaurado o processo
pena mais grave.
em crime de ação pública, reduzindo-se a
termo o aditamento, quando feito Regra geral, se essa circunstância aponta para crime
oralmente. menos grave, a sentença só poderá ser absolutória, porque
o o mais grave não poderá ser reconhecido, já que os dados
§ 1 Não procedendo o órgão do
fáticos da realidade não correspondem ao que estava
Ministério Público ao aditamento, aplica-
contido na imputação, e o menos grave também não, pois
se o art. 28 deste Código.
não houve imputação quanto a ele. Se a circunstância nova
o
§ 2 Ouvido o defensor do acusado no não contida na denúncia indica infração mais grave,
prazo de 5 (cinco) dias e admitido o evidentemente não poderá ser reconhecida sem o
aditamento, o juiz, a requerimento de procedimento do art. 384, § 1º, e a sentença deverá limitar-
qualquer das partes, designará dia e hora se a reconhecer a procedência ou improcedência do
para continuação da audiência, com estritamente contido na inicial.
inquirição de testemunhas, novo
a) E cabe recurso dessa rejeição do aditamento?
interrogatório do acusado, realização de
debates e julgamento. b) Qual o momento do aditamento?
o o
3 Aplicam-se as disposições dos §§ 1 e A fase do art. 384 é a última oportunidade para se fazer a
o
2 do art. 383 ao caput deste artigo. adequação da imputação à realidade fática, por duas
o razões:
§ 4 Havendo aditamento, cada parte
poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, 1ª razão: porque o procedimento não pode ser
no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, adotado em segundo grau de jurisdição, conforme se expôs
na sentença, adstrito aos termos do ao se comentar a súmula 453 do STF, em virtude de
o
aditamento. § 5 Não recebido o configurar supressão de um grau de jurisdição quanto a
aditamento, o processo prosseguirá. uma elementar;
2ª razão: porque a absolvição sobre o fato fará
coisa julgada material sobre o fato por completo, ainda que
não julgado por inteiro.
21
GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal. 8. ed. São Paulo: Ação penal pública: O caput do art. 384 fala se o
Saraiva, 2010, p. 309-310. processo for instaurado em crime de ação pública, que
22
FEITOZA, Denílson. Direito Processual Penal. 6. ed. Niterói: Editora somente se iniciará mediante queixa quando a ação penal
Impetus, 2009, p. 977-979. for privada subsidiária da pública.

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I – estar provada a inexistência do fato; (A absolvição


criminal faz coisa julgada no cível e exclui a possibilidade
4. Art. 385 do CPP
de indenização.
Este dispositivo prevê que: II – não haver prova da existência do fato (A dúvida não
Nos crimes de ação pública, o juiz poderá impedirá a ação civil de ressarcimento, em que poderão ser
proferir sentença condenatória, ainda que feitas outras provas e a cognição do juiz é diferente);
o Ministério Público tenha opinado pela III – não constituir o fato infração penal (Mesmo que o juiz
absolvição, bem como reconhecer
reconheça que o fato é atípico, a indenização civil
agravantes, embora nenhuma tenha sido
permanece possível, porque o que não é ilícito penal pode
alegada.
bem ser ilícito civil.
Esse artigo contém dois preceitos: IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração
1º preceito: primeiro assegura a penal (Essa hipótese equivale ao inciso I, de modo que faz
indisponibilidade da ação penal pública, pois coisa julgada no cível e exclui, regra geral, indenização
se o parecer do Ministério Público propondo a pelo fundamento da autoria, porque a sentença penal
absolvição fosse vinculante, estaria ele conclui pela inexistência do fato em face de alguém.
dispondo da ação penal. Esse dispositivo tem V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração
o condão de preservar o interesse público da penal (A dúvida quanto a autoria ou participação também
persecução da ação penal e atuação da lei leva à absolvição, mas não exclui a reparação civil se na
penal nos crimes de ação penal pública. ação de conhecimento civil o juiz se convencer do
2º preceito: o segundo admite como implícita contrário, segundo as mesmas observações feitas no inciso
o pedido de acentuação da pena por II);
agravantes. A denúncia quando pede a VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou
condenação nas penas do crime imputado, isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art.
implicitamente propõe a fixação de pena entre 28, todos do CP), ou mesmo se houver fundada dúvida
o mínimo e o máximo, limites dentro dos quais sobre sua existência (Se a circunstância é subjetiva, fica
atuam as agravantes legais ou judiciais. sempre aberta a possibilidade de ação civil de
A regra do art. 385, contudo, somente se aplica às ressarcimento, porque a culpa penal é diferente da civil e,
agravantes propriamente ditas ou em sentido estrito. As também, existem casos de responsabilidade civil
circunstâncias de especial aumento de pena e as independentemente de culpa, a chamada responsabilidade
qualificadoras, para serem reconhecidas, dependem de objetiva. e,
expressa imputação na denúncia, sob pena de VII – não existir prova suficiente para a condenação (essa
cerceamento de defesa, como tem reconhecido o STF. Se hipótese deixa totalmente aberta a possibilidade de exame
aparecer circunstância de especial aumento de pena ou da responsabilidade civil, uma vez que a convicção penal
qualificadora não constante na denúncia, o juiz somente depende de circunstâncias de prova mais intensas que a
poderá reconhecer qualquer delas se houver aditamento. 23
convicção civil)” (CPP, art. 386, caput).
Para o Concurso da Defensoria, o mais sensato é dizer que
o juiz não pode condenar quando o Ministério Público pede
a absolvição do réu. Quando o juiz condena nesse caso, se c) Absolvição Sumária: Também existe a
torna inquisidor, ferindo o sistema acusatório ditado pela hipótese de absolvição sumária do art.
nossa Constituição. Nem há de se argumentar de outra 415 do CPP, na final da primeira fase
maneira, pois assim agindo o magistrado ataca de ofício. do procedimento de competência do
Além do mais, o Ministério Público é o agente exclusivo da tribunal do júri (iudicium accusationis),
acusação, sendo assim, se este entende ser o réu bem como a nova absolvição sumária
inocente, não cabe ao Magistrado condená-lo. do art. 397 do CPP, após a resposta
do acusado (Resposta à Acusação).
5. Sentença Absolutória (CPP, art. 386)
A sentença absolutória divide-se em própria e imprópria:
5.1 Efeitos
a) Sentença Absolutória Própria é aquela
em que o juiz absolve o réu e não Art. 386, parágrafo único, CPP: I –
impõe medida de segurança; mandará, se for o caso, pôr o réu em
liberdade; II – ordenará a cessação das
b) Sentença Absolutória Imprópria é aquela medidas cautelares e provisoriamente
em que o juiz absolve, mas impõe aplicadas; III – aplicará medida de
medida de segurança, diz imprópria, segurança, se cabível.
porque, apenas formalmente é uma
absolvição, uma vez que, A ressalva contida no inciso I (se for o caso) é imprópria,
materialmente, impõe medida de porquanto era compatível com o Código em sua versão
segurança, que é uma intervenção em original, de modo que com a inadmissibilidade de efeito
direitos fundamentais do absolvido.
Conforme registra o art. 386 do CPP, o juiz absolverá o réu, 23
As considerações foram retiradas da obra de Vicente Greco Filho, in
mencionando a causa na parte dispositiva, desde que Manual de Processo Penal. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 312-315.
reconheça:

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suspensivo da apelação da acusação, o acusado será publica ou mandato eletivo, nos crimes
sempre posto em liberdade. praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a
As sentenças absolutórias impróprias: Se juiz Administração Publica quando a pena
reconhecer que o fato é típico e ilícito, mas o fundamento aplicada for superior a quatro anos; I - a
da absolvição for a inimputabilidade (CP, art. 26), este perda de cargo, função pública ou
imporá medida de segurança. mandato eletivo: a) quando aplicada pena
Esta sentença, então, está fundada no reconhecimento da privativa de liberdade por tempo igual ou
inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento superior a um ano, nos crimes praticados
mental incompleto ou retardado que implique na com abuso de poder ou violação de dever
incapacidade de entendimento do fato ou de determinação para com a Administração Pública; b)
de acordo com esse entendimento. quando for aplicada pena privativa de
liberdade por tempo superior a 4 (quatro)
anos nos demais casos. II - a
6. Sentença Condenatória incapacidade para o exercício do pátrio
poder, tutela ou curatela, nos crimes
A sentença condenatória é a que acolhe total ou dolosos, sujeitos à pena de reclusão,
parcialmente o pedido em ação penal que imputa um fato cometidos contra filho, tutelado ou
delituoso a alguém. curatelado; III - a inabilitação para dirigir
veículo, quando utilizado como meio para
a prática de crime doloso. Parágrafo único
6.1 Efeitos da sentença condenatória recorrível - Os efeitos de que trata este artigo não
são automáticos, devendo ser
Consoante prevê o art. 393 do CPP, os efeitos da sentença motivadamente declarados na sentença.
condenatória são:
I – ser o réu preso ou conservado na
prisão, assim nas infrações inafiançáveis DÉCIMA PRIMEIRA PARTE: NULIDADES NO
como nas afiançáveis enquanto não PROCESSO PENAL
prestar fiança; e II – ter seu nome lançado
1. Conceito: Nulidade é um vício processual decorrente da
no rol dos culpados.
inobservância de exigências legais capaz de invalidar o
Mas, muito cuidado com este artigo. Em relação ao processo no todo ou em parte (Capez).
inciso I, do art. 393, do CPP, após o advento da Lei
2. Pode haver:
11.719/2008, que acrescentou o parágrafo único ao art.
387 do CPP, e revogou o art. 594 do CPP, afirma-se a a) Ato Processual Perfeito: é aquele praticado de
natureza cautelar da prisão durante o processo penal, bem acordo com o modelo típico, sendo considerado válido e
como o direito de recorrer, independentemente de eficaz
recolhimento à prisão. Portanto, seja para determinar a
prisão do réu que se encontra solto ou para manter preso o b) Ato meramente irregular: São aqueles que a
acusado que já se encontrava preso, o juiz, na sentença irregularidade não gera qualquer consequência ou apenas
condenatória, deverá fundamentar, cautelarmente, consequências extraprocessuais. Esses atos meramente
conforme o caso, tanto a ordem de prisão como a irregulares são válidos e eficazes
manutenção da prisão, segundo os requisitos da prisão c) Ato nulo: A falta de adequação ao modelo típico
preventiva (CPP, art. 312). O mesmo ocorre com relação à pode levar ao reconhecimento de sua inaptidão para
sentença de pronúncia produzir efeitos.
Ainda, com relação ao inciso II, é pacífico na doutrina e d) Ato inexistente: O vício é de tamanha gravidade
na jurisprudência que esse efeito não tem mais que sequer se pode considerar o ato como ato processual.
validade, diante do princípio da presunção da inocência. Exemplo: sentença proferida por uma pessoa que não é
Também, têm-se os efeitos genéricos e específicos juiz.
contidos nos arts. 91 e 92 do Código Penal, in verbis: Quanto aos atos eivados de nulidade (letra “c”), pode-se
Art. 91 - São efeitos da condenação: I - dizer que pode ser ela ABSOLUTA ou RELATIVA:
tornar certa a obrigação de indenizar o NULIDADES RELATIVAS NULIDADES ABSOLUTAS
dano causado pelo crime; II - a perda em Ocorre violação de norma Ocorre a violação de
favor da União, ressalvado o direito do que protege o interesse das norma que protege o
lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos partes. interesse público.
instrumentos do crime, desde que Súmula 155 do STF: é
consistam em coisas cujo fabrico, relativa a nulidade do
alienação, uso, porte ou detenção processo criminal por falta de
constitua fato ilícito; b) do produto do intimação da expedição de
crime ou de qualquer bem ou valor que precatória para inquirição de
constitua proveito auferido pelo agente testemunha.
com a prática do fato criminoso. O prejuízo deve ser O prejuízo é presumido.
Art. 92 - São também efeitos da comprovado. Em alguns julgados mais
condenação: I - a perda de cargo, função Na prática a comprovação do recentes do STF tem se

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prejuízo é algo hipotético, exigido a comprovação do decretada se houver instrumento processual e


difícil de fazer. prejuízo mesmo para momento adequados.
nulidades absolutas.
e) Do interesse: Ninguém pode arguir nulidade
Deve ser arguida Pode ser arguida a
referente a formalidade que só interesse a parte
oportunamente, sob pena qualquer momento,
contrária. Então, só a parte prejudicada é que
de preclusão. inclusive após o trânsito
pode argüir nulidade. Não se declara nulidade se
em julgado da sentença
a parte prejudicada não a arguir (565), tampouco
penal CONDENATÓRIA
dê causa ou concorra para a ocorrência da
ou ABSOLUTÓRIA
nulidade. (Lembrar que tal princípio só vale para
IMPRÓPRIA.
as nulidades relativas, pois as absolutas o juiz
Verificam-se nas nulidades Verificam-se nas
pode declarar de ofício).
cominadas do art. 564, nulidades cominadas no
ressalvadas no art. 572, art. 564 do CPP, não
ambos do CPP. ressalvadas no art. 572 do
Como o art. 572 e incisos CPP. Observação: O tema “Recursos no Processo Penal”
refere-se especificamente às serão estudados com base na “legislação seca”, ou seja,
nulidades que podem ser Atenção: Sempre que no Código de processo Penal e na CRFB/88.
sanadas, conclui-se que as houver norma de interesse
demais não são sanáveis, público previstas na
constituindo, por Constituição Federal ou AUTORES UTILIZADOS
conseguinte, nas nulidades nas Convenções • Aury Lopes Junior;
absolutas. São as previstas internacionais das quais o
• Denilson Feitosa Pacheco;
no art. 564, I, II e III, letras a, Brasil for signatário, ter-
• Eugênio Pacelli de Oliveira
b, c, e (primeira parte), f, i, j, se-á nulidade absoluta.
• Fernando Capez;
k, l, m, n, o e p. Para elas
não há preclusão, podendo • Gustavo Henrique Badaró;
ser argüidas a qualquer • Paulo Rangel, e
tempo, ainda que haja • Renato Brasileiro de Lima.
sentença transitada em
julgado, obedecida as regras
dos artigos 565 a 569, que
tratam de casos especiais.
Também são casos de
nulidade relativa, portanto
sanáveis, as situações
contidas nos artigos 568, 569
e 570.
3. Efeitos: Havendo nulidade absoluta ou nulidade relativa
não sanada, deve o juiz fazer com que o ato seja
novamente praticado ou corrigido (art. 573).
Por outro lado, conforme registra o § 1º do art. 573, “a
nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos
que dele diretamente dependam ou sejam consequência”.
Trata-se da Teoria da Causalidade ou da
Consequencialidade. (Exemplo: nula a citação, os seus
efeitos alcançam os demais atos subsequentes).
4. Princípios
a) Princípio da tipicidade das formas: Prevendo o
Código quais os atos que devem ser praticados e
como devem ser praticados, impõe-se o respeito a
esse modelo
b) Princípio do prejuízo (art. 566). Não existe
nulidade, desde que da preterição legal não haja
resultado prejuízo para uma das partes
c) Princípio da instrumentalidade: Se o processo ou o
ato, mesmo contendo defeito acidental, atingir
seus fins, sem prejuízo para as partes, a nulidade
não será aplicada (566 e 572, II). Exemplo:
Citação defeituosa suprida pelo comparecimento
do acusado.
d) Princípio da restrição processual à decretação da
invalidade: A invalidação de um só pode ser

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DIREITO
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DIREITO
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DO TRABALHO
- aplica-se quando da ausência de lei ou parâmetros.
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio da boa-fé
- honestidade; lealdade, fidúcia na relação contratual
Princípio da Proteção:
O princípio da proteção é o princípio basilar do
Direito do Trabalho. Visa à estabelecer igualdade entre as FONTES
partes contratantes, haja vista a superioridade do
empregador na relação de emprego. Ele é subdividido em É a própria origem, o fundamento de validade das
outros três princípios, a saber: normas jurídicas e a exteriorização do direito. A divisão
clássica das fontes é: Formais, Materiais, Autônomas e
• in dubio pro operário: Princípio de interpretação; Heterônomas.
diante de um texto jurídico que possa oferecer dúvidas a
respeito do seu verdadeiro sentido e alcance, o intérprete • Fontes Formais: CF/88, Leis, Decretos, Acordos e
deve pender para a hipótese científica que for mais benéfica Convenções Coletivas de Trabalho, Contrato Individual
de Trabalho, Costumes, etc.
ao trabalhador; tal princípio deve ser aplicado com a
análise do ônus da prova;
• Fontes Materiais: Também conhecidas como REAIS
ou PLÚRIMAS, representem um conjunto de forças
• aplicação da norma mais favorável: Quando da políticas, filosóficas, sociológicas, econômicas que
aplicação das normas, caso houver mais de uma regra resultam no surgimento de normas. Ex.: Movimentos
aplicável ao caso concreto, deve-se aplicar àquela que for sindicais, Greves, Correntes filosóficas
mais favorável ao empregado.
• Fontes Autônomas: Caracterizam-se pela imediata
• preservação da condição mais benéfica: vantagens participação dos destinatários. Ex.: Contrato Individual
já conquistadas nas cláusulas contratuais, que são mais de Trabalho, Acordo e Convenção Coletiva de
benéficas ao trabalhador não podem ser modificadas para Trabalho, etc.
pior – é a aplicação da regra do direito adquirido (art. 5º
XXXVI da CF). No que se refere às cláusulas • Fontes Heterônomas: Não há participação imediata
regulamentares, uma cláusula menos favorável ao de seus beneficiários, geralmente emanam do Estado.
trabalhador só tem validade em relação aos novos obreiros, Ex.: CF/88, Leis, Decretos, etc.
e não em relação aos empregados antigos.
DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS
Princípio da Irrenunciabilidade:
Em regra, o empregado não pode renunciar/ abrir O art. 7º da Constituição Federal de 1988 relaciona,
mão de direitos trabalhistas. Os direitos do empregado não de forma exemplificativa, os direitos dos trabalhadores
podem ser por este renunciados sob pena de nulidade (art. urbanos e rurais, bem como dos empregados domésticos,
9º, CLT); exceção à regra são as normas de flexibilização sendo eles:
do direito do trabalho, a exemplo dos incisos VI e XIV da
CRFB/88; é válida a renúncia judicial. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
Princípio da Primazia da realidade: condição social:
Deve-se privilegiar a realidade dos fatos em
detrimento de documentos. Princípio que estabelece maior I - relação de emprego protegida contra despedida
valor probante ao fato real, do que aos documentos formais, arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
ou seja, apesar dos registros feitos pelo empregador em complementar, que preverá indenização compensatória,
CTPS ou Contrato de Trabalho, deverá ser considerada a dentre outros direitos;
real situação do empregado na empresa. Como por II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
exemplo: o cartão-ponto pode perder força probante se involuntário;
prova testemunhal contundente demonstrar jornada de III - fundo de garantia do tempo de serviço;
trabalho diversa daquela lançada no controle de jornada. IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
O referido princípio parte da premissa que, no educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
contrato de trabalho, o empregado é a parte que menos tem previdência social, com reajustes periódicos que lhe
interesse em extinguir a relação empregatícia. Em preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
decorrência há a presunção: (a) de que a ruptura do para qualquer fim;
contrato de trabalho se deu de forma mais onerosa ao V - piso salarial proporcional à extensão e à
empregador (dispensa sem justa causa); (b) de complexidade do trabalho;
continuidade da relação empregatícia quando houver VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
divergência entre as partes sendo do empregador o ônus de convenção ou acordo coletivo;
provar a ruptura do vínculo (S. 212, TST); (c) presunção de VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
que o contrato de trabalho foi firmado sem pré-determinação para os que percebem remuneração variável;
do prazo (os contratos por prazo determinado são exceção). VIII - décimo terceiro salário com base na
remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
Princípio da Razoabilidade

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DIREITO
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DO TRABALHO
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
diurno; trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
crime sua retenção dolosa; XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
XI - participação nos lucros, ou resultados, estabelecidas em lei e observada a simplificação do
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, cumprimento das obrigações tributárias, principais e
participação na gestão da empresa, conforme definido em acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas
lei; peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
XII - salário-família pago em razão do dependente do e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72,
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
de 2013)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante CONCEITUAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado Direito do trabalho “é o ramo da ciência jurídica que
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação regula a relação de emprego e as situações conexas, bem
coletiva; como a aplicação das medidas de proteção ao trabalhador”.
XV - repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO
superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo Objeto de grande divergência doutrinária. Alguns
menos, um terço a mais do que o salário normal; doutrinadores entendem, ser de direito privado, pelo seu
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego cunho contratual, e sua base nos preceitos do direito civil e
e do salário, com a duração de cento e vinte dias; comercial regulando as locações de serviços
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; (modernamente o entendimento mais aceito)
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; Outros, todavia, entendem se tratar de direito público,
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, com base da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; pois é uma garantia do Estado.
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança; A terceira corrente, entende por se tratar de um ramo
XXIII - adicional de remuneração para as atividades misto, por ser composto por normas de ordem pública e
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; privado (entendimento este pouco considerado).
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes DIVISÃO
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
e pré-escolas; O Direito do Trabalho divide-se em:
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
de trabalho; Direito individual do trabalho: trata dos direitos
XXVII - proteção em face da automação, na forma da individuais de cada trabalhador, em relação às atividades
lei; por ele realizadas.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que este está Direito coletivo do trabalho: este já trata dos direitos
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; regulados em benefício de uma classe, ocupando-se das
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das negociações coletivas, convenções, acordos coletivos,
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos conflitos coletivos de trabalho, etc.
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
DA RELAÇÃO DE TRABALHO
XXX - proibição de diferença de salários, de
E RELAÇÃO DE EMPREGO
exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no Relação de trabalho: lato sensu (sentido amplo)
tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador É de caráter genérico. Refere-se, pois, a toda
portador de deficiência; modalidade de contratação de trabalho humano
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, modernamente admissível. Ex.: trabalhador avulso,
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; autônomo, estagiário, etc.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a Relação de emprego: (espécie do gênero relação trabalho)
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, Trata-se de espécie do gênero Relação de Trabalho,
a partir de quatorze anos; porém, com características próprias. Na relação de
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador emprego encontramos a figura do Empregado, detentor de
com vínculo empregatício permanente e o trabalhador direitos trabalhistas, tais como férias, 13º salário, horas
avulso. extras, etc.

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Logo: Todo empregado é trabalhador, porém, nem todo Estagiário
trabalhador é empregado. Cabo eleitoral
Padre, pastor, etc.
Requisitos da relação de emprego: Detento
Médico residente (trata-se de pós-graduação)
• Pessoa Física Servidor público estatutário
• Pessoalidade Pessoa não concursada trabalhando para a
• Não eventualidade (habitualidade) Administração Pública (não gera vínculo de emprego)
• Onerosidade (salário)
• Subordinação jurídica Súmula 386 do TST - POLICIAL MILITAR.
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO
Atenção: exclusividade, subordinação econômica e COM EMPRESA PRIVADA - Preenchidos os requisitos
subordinação técnica não são requisitos da relação de do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de re-
emprego. lação de emprego entre policial militar e empresa
privada, independentemente do eventual cabimento de
Entendendo os requisitos da relação de emprego: penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Mi-
litar.
Pessoa Física: também chamada de pessoa natural
OJ nº 164 da SDI-I – OFICIAL DE JUSTIÇA "AD HOC".
Pessoalidade: A pessoalidade na prestação do trabalho diz INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO - Não
respeito somente ao empregado. A substituição do se caracteriza o vínculo empregatício na nomeação para
empregado por outro, não desnatura a relação de emprego, o exercício das funções de oficial de justiça "ad hoc",
mas é passível da constituição de outra. ainda que feita de forma reiterada, pois exaure-se a
cada cumprimento de mandado.
Não-eventualidade: Traduz-se na idéia de permanência da
relação. Decorre do Princípio da Continuidade da Relação Cuidado!
de Emprego. O intuito dos contratantes tem de demonstrar
um caráter de permanência e longevidade do contrato (Não Empregado Público (de empresa pública ou sociedade de
confundir com intermitência da prestação). economia mista), bem como o aprendiz são empregados,
logo, têm os direitos trabalhistas assegurados.
Onerosidade: A relação de emprego é uma relação de Ex: empregado da Casan, Celesc, Banco do Brasil, Caixa,
cunho essencialmente econômico. Por isso a prestação do etc)
trabalho tem de ser feita pelo prestador visando uma
retribuição econômica do tomador (contrato sinalagmático Adiante serão melhor analisados as quatro primeiras
oneroso). A relação demonstra obrigações recíprocas onde modalidade de relação de trabalho acima, de modo a
tanto prestador como tomador são credores e devedores facilitar a compreensão.
mútuos.
Autônomo
Subordinação Jurídica: Dentro do contexto da relação de
emprego o elemento subordinação se mostra com maior É o serviço prestado, habitualmente ou não, por conta
proeminência. Subordinação deriva de sub (baixo) e própria a uma ou mais pessoas ou empresas, não estando
ordinare (ordenar), traduzindo no estado de dependência e subordinado a estas, sendo suas relações jurídicas de
obediência em relação a uma hierarquia de posição ou de cunho civil ou comercial.
valores. É a idéia básica de “submetimento, sujeição ao
poder de outros, às ordens de terceiros, uma posição de Eventual
dependência”. (Amauri Mascaro do Nascimento). Na prática
é o acolhimento e sujeição do trabalhador as ordens e O trabalhador eventual, presta serviço de forma
direcionamentos do tomador, tanto de ordem funcional eventual, com subordinação, ou seja, aquele que presta
como administrativa. serviços de caráter temporário, trabalhando apenas em
certa ocasião, como no caso do: pedreiro, jardineiro, pintor,
Atenção: etc. Este trabalhador é regulado pelas normas de direito civil
no âmbito da locação de serviços.
Várias são as modalidade de Relação de Trabalho lato
sensu (portanto sem vínculo de emprego), que são Avulso
comumente mencionadas em provas, tentando induzir a
erro. Para facilitar a compreenção, abaixo estão Trabalhador avulso é, por excelência, o estivador e os
relacionadas as modalidade de relação de trabalho mais serviços a ele equiparados, representado pelo seu sindicato
comuns, nas quais não há vinculo empregatício (o ou o Orgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) que ajusta o
trabalhador não é empregado): trabalho com o tomador do serviço, distribuindo as tarefas
aos sindicalizados, que repartem os ganhos na proporção
Trabalhador Autônomo de seu trabalho.
Trabalhador Eventual
Trabalhador Avulso A Lei 8.212/91 ampliou o conceito de avulso, para todos
Trabalhador Temporário (com a tomadora de serviços) os trabalhadores que prestam serviços sem vínculo

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empregatício, com intervenção do sindicato de sua • Terceirização:
categoria, ou do órgão gestor de mão-de-obra (OGMO),
este último criado com o advento da Lei 8.630/93. A súmula 331 do TST acima mencionada trata do
instituto da terceirização. Aqui o importante a ser
Atenção: o trabalhador avulto não possui relação de lembrado é que só será lícita a terceirização quando se
emprego, com as empresas tomadoras porém, a CF/88 tratar de atividade meio (ex.: vigilância, conservação e
estende os direitos dos trabalhadores com vínculo de limpeza); a utilização da terceirização em atividade fim
emprego (empregados), aos trabalhadores avulsos (art. 7º, é ilegal, formando-se o vínculo diretamente entre o
XXXIV). prestador do serviço e a tomadora.

Temporário Ainda, é importante lembrar que a contratação


irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,
O Trabalho Temporário está regulado na Lei não gera vínculo de emprego com os órgãos da
6.019/74 e apresenta os requisitos para contratação de administração pública direta, indireta ou fundacional,
pessoas nesta modalidade de contrato por prazo pois, só é possível acessar cargos ou empregos públicos
determinado. mediante aprovação em concurso público (art. 37, II, da
CF/1988).
O trabalho temporário é aquele no qual o trabalhador
é contratado por empresa de trabalho temporário (também • Dono da obra e subempreitada:
chamada de empresa interposta ou fornecedora de mão-de-
obra) e esta coloca seus empregados a disposição de Nos contratos de subempreitada responderá o
outras empresas (tomadoras de serviço); subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de
trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o
Temos aqui uma relação tripartite (ou triangular): direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo
inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro
Empregado (art. 455 da CLT).

Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos


Trabalha Vínculo de emprego termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e
aqui a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia
das obrigações previstas neste artigo.
Tomadora de Empresa de Trabalho
serviços Temporário (interposta) Dono da obra. Responsabilidade. Diante da
Contrato de prestação inexistência de previsão legal, o contrato de empreitada
de serviços entre as 2 entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja
responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono
Segundo a lei 6.019/74, a contratação de temporário da obra uma empresa construtora ou incorporadora (OJ nº
só pode ocorrer em dois casos, sendo eles: 191 da SDI-I)
________________________________________________
a) suprir necessidades transitórias de substituição de
pessoal regular e permanente ou Súmula nº 331 - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS. LEGALIDADE
b) acréscimo extraordinário de serviço. I- A contratação de trabalhadores por empresa
interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente
O trabalhador temporário apesar da remuneração e com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho
subordinação a empresa de trabalho temporário, não é temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
empregado da empresa tomadora de serviço, desde que II - A contratação irregular de trabalhador, mediante
respeitado o período máximo de 03 meses de serviço, empresa interposta, não gera vínculo de emprego com
prorrogável por mais 03, com autorização do Ministério do os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou
Trabalho e Emprego; exige contrato escrito e a fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
remuneração deve ser equivalente a dos empregados da III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a
empresa tomadora de serviço (OJ 383 da SDI-I). Não pode contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de
haver contratação de estrangeiro. 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a
de serviços especializados ligados à atividade-meio do
Conforme visto, trata-se de modalidade de contrato a tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a
termo (prazo determinado), de modo que os direitos subordinação direta.
trabalhistas são aqueles típicos desta modalidade de IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por
contrato, a saber: saldo de salário; férias proporcionais +1/3; parte do empregador, implica a responsabilidade
13º salário proporcional e saque do FGTS. subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas
Atentar ao fato de não haver aviso prévio, nem obrigações, desde que haja participado da relação
tampouco a multa de 40% sobre o FGTS, eis que se trata processual e conste também do título executivo judicial.
de contrato por prazo determinado. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta
e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas

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condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta prévia aprovação em concurso público (DJe
culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 25/10/2010).
8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do
cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento Sujeitos da Relação de Emprego
das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada. EMPREGADO (art.3º da CLT) – considera-se empregado
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de toda a pessoa física que prestar serviços de natureza não
serviços abrange todas as verbas decorrentes da eventual a empregador, sob a dependência deste e
condenação referentes ao período da prestação laboral. mediante salário.

OJ nº 321 da SDI-I - VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM Diante disso, os requisitos para a caracterização do
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PERÍODO ANTERIOR empregado são os mesmos da relação de emprego: a)
À CF/1988 – Salvo os casos de trabalho temporário e de Pessoa Física b) Pessoalidade c) Não eventualidade d)
serviço de vigilância, previstos nas Leis nºs 6.019, de Onerosidade e e) Subordinação Jurídica.
03.01.74, e 7.102, de 20.06.83, é ilegal a contratação de ________________________________________________
trabalhadores por empresa interposta, formando-se o
vínculo empregatício diretamente com o tomador dos EMPREGADOR (art. 2º, CLT) – empregador é a pessoa
serviços, inclusive ente público, em relação ao perío-do física ou jurídica que assumindo os riscos da atividade
anterior à vigência da CF/88. econômica, admite, dirige e assalaria a prestação pessoal
de serviços.
OJ nº 366 da SDI1 – ESTAGIÁRIO.
DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO DE ESTÁGIO. Empregadores Equiparados: Equiparam-se a empregador
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO para efeitos exclusivos da relação de emprego, os
COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
INDIRETA. PERÍODO POSTERIOR À CONSTITUIÇÃO associações recreativas ou outras instituições sem fins
FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE - Ainda que lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
desvirtuada a finalidade do contrato de estágio
celebrado na vigência da Constituição Federal de 1988, Grupo de empresarial (Grupo Econômico): Sempre que
é inviável o reconhecimento do vínculo em-pregatício uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
com ente da Administração Pública direta ou indireta, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
por força do art. 37, II, da CF/1988, bem como o controle ou administração de outra, constituindo grupo
deferimento de indenização pecuniária, exceto em industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
relação às parcelas previstas na Súmula nº 363 do TST, econômica, serão, para efeitos da relação de emprego,
se requeridas. solidariamente responsáveis a empresa principal e cada
uma das subordinadas.
OJ nº 383 da SDI1 – TERCEIRIZAÇÃO.
EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE Súmula n. 129. O trabalho em mais de uma empresa do
SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de
“A”, DA LEI N.º 6.019, DE 03.01.1974 - A contratação trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um
irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
não gera vínculo de emprego com ente da
Administração Pública, não afastando, contudo, pelo Sucessão de empresas: A sucessão de empresas não
princípio da isonomia, o direito dos empregados afeta os direitos trabalhistas do empregado, valendo ainda
terceirizados às mes-mas verbas trabalhistas legais e as obrigações anteriores não cumpridas. Na sucessão o
normativas asseguradas àqueles contratados pelo empregado não poderá se recusar a trabalhar, e dar o
tomador dos serviços, desde que presente a igualdade contrato por rescindido, pois continua a relação
de funções. Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei empregatícia (pessoalidade é elemento do prestador do
n.º 6.019, de 03.01.1974. serviço, não do tomador).

Súmula nº 363 – CONTRATO NULO. EFEITOS – A Acerca do tema sucessão, importante a leitura dos arts. 10
contratação de servidor público, após a CF/1988, sem e 448 da CLT:
prévia aprovação em concurso público, encontra óbice
no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da
direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em empresa não afetará os direitos adquiridos por seus
relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o empregados.
valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes
aos depósitos do FGTS. Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura
jurídica da empresa não afetará os contratos de
Súmula 466 do STJ – O titular da conta vinculada ao trabalho dos respectivos empregados
FGTS tem o direito de sacar o saldo respectivo quando
declarado nulo seu contrato de trabalho por ausência de Para exemplificar a situação, imaginemos que a empresa
“Beta” compre a empresa “Alfa”. Cada qual possui

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empregados, CNPJ próprios, enfim, vida própria. Com a A validade do contrato pressupõe a prestação de
compra da empresa Alfa pela Beta, os empregados da serviços lícitos. A contrariu sensu, caso o trabalho prestado
sucedida (Alfa) passarão a ser empregados da sucessora for ilícito, ou seja, o contrato será considerado nulo.
(Beta), porém, os contratos de trabalho não poderão sobre Exemplo clássico é o caso dos apontadores de jogo do
alteração in pejus, ou seja, para prejudicar. Ainda que haja bicho.
alteração do CNPJ, a sucessora não estará isenta de
responsabilidade em relação aos contratos dos empregados A este respeito, o TST firmou entendimento na OJ
da sucedidade, pois, com a compra de uma para outra, 199 da SDI-I do TST:
transferem-se tanto o bônus quanto o ônus;
JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO.
CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO NULIDA-DE. OBJETO ILÍCITO - É nulo o contrato
de trabalho celebrado para o desempenho de
Conceito: “Contrato individual de trabalho é o ajuste de atividade ineren-te à prática do jogo do bicho, ante
vontades pelo qual uma pessoa física (empregado) se a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o re-quisito
compromete a prestar pessoalmente serviços subordinados, de validade para a formação do ato jurídico.
não eventuais, a outrem (empregador), mediante
pagamento de salário” Obs: Trabalho ilícito não é o mesmo que trabalho
proibido. O trabaho proibido não é considerado nulo,
O conceito legal está esculpido no art. 442, da CLT: podendo gerar direitos trabalhistas. É o caso do empregado
“Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou menor que trabalha em atividades insalubres; o
expresso, correspondente a relação do emprego” ordenamento jurídico proíbe o trabalho do menor em locais
insalubre, entratanto, caso se verificar que um menor
O objeto do contrato de trabalho é a prestação de laborou em contato com agente insalubres, o magistrado
trabalho pessoal subordinado. deverá condenar a empresa ao pagamento do respectivo
adicional. Trata-se de regra de proteção.
Características do contrato individual de trabalho:

• Bilateral: sinalagmático - origina direitos e obrigações • Forma prescrita ou não defesa em lei:
recíprocas; Os contratos de trabalho são do tipo não solene, ou
seja, podem ser celebrados inclusive de forma verbal.
• Consensual: em regra, independe de forma própria; Entretanto, a maioria dos contratos por prazo determinado
devem ser celebrados por escrito (ex.: aprendizabem;
• Oneroso: não é gratuito, gera ônus para ambas as estágio; trabalhador temporário, etc.)
partes;
Classificação dos Contratos de Trabalho:
• Comutativo: possui prestações que se equivalem;
Conforme visto acima, os contratos de trabalho são
• De trato sucessivo: não se exaure em uma única informais, não exigem forma solene para que tenham
prestação; existência, podendo ser expresso (escrito ou verbal) ou
tácito (art. 442 e 443 da CLT);
• Alteridade: o trabalho é executado em favor de outrem,
por conta alheia; Quanto ao prazo, os contratos de trabalho podem ser
classificados em:
• Intuito personae: o empregado não pode se fazer
substituir; 1. Contrato de Trabalho por Prazo Indeterminado
• Subordinação jurídica: fato caracterizador do contrato;
Trata-se daquele contrato que se perpetua no tempo
sem termo ou condição resolutiva. É a regra dos contratos
de trabalho no Direito do Trabalho. Significa dizer que no
Elementos essenciais à validade do contrato:
contrato, em princípio, não há intenção das partes
contratantes no seu término.
• Agente capaz:
2. Contrato de Trabalho por Prazo Determinado
Em regra, os contratos serão celebrados por
pessoas que atingiram a maioridade (18 anos), entretanto, É o contrato que possui um término já conhecido e
os contratos de trabalho podem ser celebrados por previsto pelas partes. “considera-se como de prazo
menores, observadas as regras previstas na CF/88 e determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa
legislação infraconstitucional. É vedado qualquer tipo de de termo prefixado ou da execução de serviços específicos
trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de
aprendiz a partir dos 14 anos. previsão aproximada” (art. 443, §1°, CLT)

• Objeto Lícito, Determinado ou Determinável: Trata-se de contrato excepcional na legislação. A


CLT prevê as hipóteses em que é possível a contratação
por prazo determinado.

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aviso prévio ao empregado, pois, as regras a serem
O contrato por prazo determinado só é válido nas aplicadas a esta modalidade de rescisão serão as
hipóteses do art. 443, §3°, da CLT: mesmas de um contrato por prazo indeterminado. (ex.:
I - de serviço cuja natureza ou transitoriedade seria o caso do empregado que foi contratado por 30
justifique a predeterminação do prazo; dias, porém, com apenas 20 dias trabalhados a
II - de atividades empresariais de caráter transitório; empresa quer dispensar o trabalhador)
III - de contrato de experiência.
b) SEM a cláusula assecuratória de direito recíproco de
São exemplos de contrato por tempo determinado os rescisão (art. 479 da CLT): não havendo cláusula que
seguintes: contrato de safra (parágrafo único do art. 14, da permita a extinção antecipada, caso o empregado
Lei n° 5.889/73); atleta profissional (art. 30 da Lei n° dispense o empregado antes do termo final do
9.615/98); de artistas (art. 9° da Lei n° 6.533/78), técnico contrato, este terá de indenizar o trabalhador em
estrangeiro (Dec. Lei n° 691/69), de obra certa (Lei n° metade dos dias faltantes até o término do contrato.
2.959/56), de aprendizagem (art. 428, CLT).
Obs.: as regras previstas nas hipóstes “a” e “b” igualmente
Como regra geral o contrato por prazo determinado podem ser aplicadas para as rescisões antecipadas de
não pode ser estipulado por mais de dois anos e sua iniciativa do empregado, porém, neste caso, o empregador
renovação é limitada há uma única oportunidade. deverá provar que o trabalhador lhe trouxe prejuízos com o
pedido antecipado de demissão (Art. 480 da CLT)
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado
não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, O empregado contratado anteriormente por prazo
observada a regra do art. 451. determinado não pode ser submetido a prazo de
experiência, pois, já foi provado, salvo se contratado para
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado outra função.
que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de
uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. Súmula nº 163 - AVISO PRÉVIO. CONTRATO DE
EXPERIÊNCIA. Cabe aviso prévio nas rescisões
Mesmo na prorrogação o contrato não pode antecipadas dos contratos de experiência, na forma do
ultrapassar o prazo de dois. Caso aconteça será art. 481 da CLT.
considerado contrato por prazo indeterminado para todos os
efeitos. Exceção ao prazo de dois anos encontramos nos Súmula nº 188 - CONTRATO DE TRABALHO.
contratos de experiência (90 dias – art. 445, parágrafo EXPERIÊNCIA. PRORROGAÇÃO - O contrato de
único), que se submete a regra de uma única renovação. experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite
máximo de 90 (noventa) dias.
Em regra são contratos que não se submetem ao
aviso prévio pois as partes já conhecem seu termo final. Alteração das Condições do Contrato de Trabalho:
Contudo, se for estipulado o direito recíproco de rescisão
antecipada serão regidos pelas regras do contrato por prazo Dispõe o art. 468, da CLT, que “nos contratos
indeterminado, inclusive com o aviso prévio (art. 481, CLT). individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde
2.1 Contrato de experiência. que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente
Possui várias denominações, tais como: período de desta garantia”.
experiência, contrato de tirocínio, contrato de prova, pacto
de experiência, etc. Durante algum tempo foi considerado Assim, as condições para alteração das cláusulas do
cláusula do contrato por prazo indeterminado. Este contrato individual de trabalho são:
entendimento se encontra superado, sendo considerado um
contrato por prazo determinado. - mútuo consentimento dos contratantes;
- ausência de prejuízo, direto ou indireto, ao empregado.
O prazo máximo é de 90 dias e poderá ser
prorrogado uma vez desde que não exceda este prazo. Não - Jus Variandi: ocorre quanto o empregador altera
há prazo mínimo de duração, porém, recomenda-se que unilateralmente condições do contrato, ou seja, por ser o
seja celebrado por pelo menos 15 dias. As hipóteses mais empregador o gerenciador da atividade econômica, existem
comuns de pactuação por experiência são 30 + 30 ou 45 + situações nas quais poderá alterar unilateralmente o
45, entretanto, nada impede de celebrar referido contrato contrato sem que isso seja considerado prejudicial ao
por 40 + 50 ou 20 + 70 e assim por diante. empregado.

Rescisão antecipada: a rescisão antecipada do - recondução para o cargo anterior, após exercer cargo
contrato de experiência pode se dar tanto por iniciativa do de confiança (art. 468, parágrafo único da CLT);
empregador (mais comum), quanto pelo empregado. Duas
serão as hipóteses de rescisão antecipada: - recondução ao cargo anterior do empregado chamado
a ocupar interinamente cargo de comissão, ou em
a) COM a cláusula assecuratória de direito recíproco de substituição eventual ou temporariamente (art. 450 da CLT);
rescisão (art. 481 da CLT): neste caso, será devido

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- readaptação em nova função, em razão de deficiência § 2º O contrato de trabalho não poderá ser suspenso
física e mental atestada pela Previdência Social (art. 461, em conformidade com o disposto no caput deste artigo mais
§4º da CLT); de uma vez no período de dezesseis meses.

- alteração do local de trabalho aos empregados que § 3º O empregador poderá conceder ao empregado
exerçam cargo de confiança ou cujo contrato preveja a ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante
possibilidade de transferência, sendo real a sua o período de suspensão contratual nos termos do caput
necessidade (art.469, §1º da CLT) deste artigo, com valor a ser definido em convenção ou
acordo coletivo.
- alteração do local de trabalho pela extinção do
estabelecimento (art. 469, §2º da CLT); § 4º Durante o período de suspensão contratual para
participação em curso ou programa de qualificação
- alteração do local de trabalho no caso de necessidade profissional, o empregado fará jus aos benefícios
de serviço, cabendo o adicional de transferência de 25%, voluntariamente concedidos pelo empregador.
enquanto perdurar a situação provisória (art. 469, §3º da
CLT). § 5º Se ocorrer a dispensa do empregado no
transcurso do período de suspensão contratual ou nos três
Suspensão e Interrupção do Contrato De Trabalho: meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, o
empregador pagará ao empregado, além das parcelas
SUSPENSÃO: A suspensão do contrato de trabalho indenizatórias previstas na legislação em vigor, multa a ser
é paralisação temporária de alguns dos seus efeitos. Na estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de,
suspensão o empregado não presta trabalho e no mínimo, cem por cento sobre o valor da última
consequentemente está a empresa autorizada a não efetuar remuneração mensal anterior à suspensão do contrato.
o pagamento do salário, bem como contar tempo de serviço.
§ 6º Se durante a suspensão do contrato não for
• Aposentadoria por invalidez: ministrado o curso ou programa de qualificação profissional,
ou o empregado permanecer trabalhando para o
Art. 475 - O empregado que for aposentado por empregador, ficará descaracterizada a suspensão,
invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o sujeitando o empregador ao pagamento imediato dos
prazo fixado pelas leis de previdência social para a salários e dos encargos sociais referentes ao período, às
efetivação do benefício. penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, bem
como às sanções previstas em convenção ou acordo
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade de coletivo.
trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á
assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da § 7º O prazo limite fixado no caput poderá ser
aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito prorrogado mediante convenção ou acordo coletivo de
de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o
termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele empregador arque com o ônus correspondente ao valor da
portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser bolsa de qualificação profissional, no respectivo período.
paga na forma do art. 497.
São exemplos de suspensão:
§ 2º - Se o empregador houver admitido substituto
para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo Faltas injustificadas;
contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha
havido ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o Suspensão disciplinar (gancho);
contrato.
Aposentadoria por invalidez;
• Curso ou programa de qualificação profssional
Auxílio doença após 15º dia, cessando a obrigação do
Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser pagamento do salário, que passará a ser efetuado pelo
suspenso, por um período de 2 a 5 meses, para INSS;
participação do empregado em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador, com Greve, salvo acordo, convenção coletiva, laudo arbitral
duração equivalente à suspensão contratual, mediante ou sentença normativa dispondo em contrário (art.7º
previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e da Lei nº7.783/89);
aquiescência formal do empregado, observado o disposto
no art. 471 desta Consolidação. Intervalos intrajornada (para refeição e descanso);
assumir encargo público, etc.
§ 1º Após a autorização concedida por intermédio de
convenção ou acordo coletivo, o empregador deverá INTERRUPÇÃO: A interrupção é a paralisação
notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima temporária do contrato de trabalho, quando há o dever legal
de quinze dias da suspensão contratual. do empregador em remunerar os dias de afastamento e
contar o tempo de serviço.

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São exemplos de interrupção: O instrumento de rescisão ou recibo de quitação,
qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do
Todas as hipóteses elencadas no art. 473 da CLT: contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela
paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo
I. até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas
cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa parcelas.
que, declarada em sua carteira de trabalho e
previdência social, viva sob sua dependência Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos
econômica; previstos neste artigo, a assistência será prestada pelo
Represente do Ministério Público ou, onde houver, pelo
Defensor Público e, na falta ou impedimento deste, pelo Juiz
II. até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;
de Paz.
III. licença paternidade de 5 dias (art. 10, § 1º dos ADCT); O pagamento a que fizer jus o empregado será
efetuado no ato da homologação da rescisão do contrato de
IV. por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme
caso de doação voluntária de sangue devidamente acordem as partes, salvo se o empregado for analfabeto,
comprovada; quando o pagamento somente poderá ser feito em dinheiro.

V. até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se Qualquer compensação no pagamento de que trata o
alistar eleitor, nos têrmos da lei respectiva; parágrafo anterior não poderá exceder o equivalente a um
mês de remuneração do empregado.
VI. no período de tempo em que tiver de cumprir as
exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do O pagamento das parcelas constantes do instrumento
art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos
do Serviço Militar); seguintes prazos (art. 477, § 6º):

VII. nos dias em que estiver comprovadamente realizando a) até o primeiro dia útil imediato ao término do
provas de exame vestibular para ingresso em contrato; ou
estabelecimento de ensino superior;
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da
demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização
VIII. pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que
do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.
comparecer a juízo;
O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º)
IX. pelo tempo que se fizer necessário, quando, na será sem ônus para o trabalhador e empregador.
qualidade de representante de entidade sindical,
estiver participando de reunião oficial de organismo A inobservância do disposto no § 6º sujeitará o infrator
internacional do qual o Brasil seja membro. ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor
equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo
Entre outras hipóteses ... índice de variação do BTN, salvo quando,
comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
Resumindo:
INTERRUPÇÃO SUSPENSÃO Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado,
o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado
• Não há trabalho • Não há trabalho será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do
contrato.
• Há salário • Não há salário
Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não
TERMINAÇÃO DO CONTRATO (RESCISÃO) se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena
de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que
desse fato lhe resultarem.
Segundo a CLT:
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder
É assegurado a todo empregado, não existindo àquela a que teria direito o empregado em idênticas
prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e condições.
quando não tenha dado motivo para cessação das relações
de trabalho, o direto de haver do empregador uma Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que
indenização, paga na base da maior remuneração que
contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de
tenha percebido na mesma empresa (art. 477). rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se,
caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os
O pedido de demissão ou recibo de quitação de princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo
rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado
indeterminado.
com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando
feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a
autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Despedida Sem Justa Causa:

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não caracteriza justa causa por ser medida
desproporcional.
É uma das hipóteses mais comuns de terminação do
contrato. Trata-se de resilição contratual, pois, o término do • Nexo de causalidade: a falta grave cometida pelo
contrato se operou sem que o empregado tenha dado empregado há de ser o fator determinante para sua
causa. despedida, ou seja, deve haver nexo causal entre a
conduta faltosa do empregado e a despedida.
Nesta modalidade terminação de contrato, o
empregado receberá a maior gama de verbas, sendo elas: • Non bis in idem: não poderá haver dupla penalidade
saldo de salário; aviso prévio; férias vencidas e para a mesma conduta faltosa (ex: suspender o
proporcionais + 1/3, 13º salário, saque do FGTS, multa de empregado e, no retorno, despedir por justa causa
40% sobre o FGTS e saque das parcelas do seguro com base no mesmo fato).
desemprego.
Hipóteses de justa causa (art. 482 da CLT):
Indenização: a despedida arbitrária ou sem justa
causa será acompanhada de uma indenização, conforme se Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do
extrai do art. 7º, I da CF/88, o qual determinada que referida contrato de trabalho pelo empregador:
indenização será regulada por lei complementar. Entretanto,
até a presente data tal lei não foi instituída. a) ato de improbidade:
Desta forma, de aplicação analógica, temos que o Ex.: Furto, Roubo, falsificação de atestado médico, etc.
empRegado será indenizado quando da despedida arbitrária
ou sem justa causa, ou ainda em caso de rescisão indireta, b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
nos termos do art. 18, §1º da lei 8.036/90, o qual assegura
um indenização, em favor do empregado, equivalente a - incontinência de conduta: desvios de comportanto
40% sobre os depósitos do FGTS recolhidos pelo de cunho sexual. Ex.: gestos, palavras ou atos obscenos em
empregador que despediu o empregado. serviço (assédio sexual) – cantadas – disk sexo – sites
pornográficos
Direitos na despedida sem justa causa:
- mau procedimento: a doutrina é divergente quanto
Menos de 1 anos Mais de 1 anos à conceituação do mau procedimento, entretanto, parte dos
Saldo de salário* Saldo de salário juslaboralistas entende que, quando a conduta do
Aviso Prévio Aviso Prévio empregado não puder ser enquadrada em outra das alíneas
13º salário proporcional 13º salário proporcional previstas neste artigo, utiliza-se o mau procedimento como
Férias proporcionais + 1/3 Férias proporcionais + 1/3 tipificador da justa causa.
FGTS + multa 40% Férias vencidas + 1/3
FGTS + multa 40% c) negociação habitual por conta própria ou alheia
* número de dias trabalhados até o dia da despedida sem permissão do empregador, e quando constituir ato
de concorrência à empresa para a qual trabalha o
Despedida por Justa Causa: empregado, ou for prejudicial ao serviço:

Trata-se de resolução contratual, ou seja, a Ex.: empregada da “natura” que vende produtos da
terminação do contrato se operou por culpa do empregado. “avon”; empregado da empresa de TV a cabo que induz o
As hipóteses de justa causa estão tipificadas, basicamente, cliente a contratar seus serviços fora do seu horário de
no art. 482 da CLT, os quais serão analisados abaixo. trabalho, por preço mais baixo; conceder descontos sem
permissão; vender a preços baixos
Na aplicação da justa causa, mister se faz a
verificação de alguns elementos essenciais à sua d) condenação criminal do empregado, passada
caracterização, quais sejam: em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução da pena;
• Tipicidade: a conduta faltosa deve estar prevista em
lei; A condenação deve ser criminal e não pode ter havido
suspensão da execução da pena (sursis), ou seja, o
• Gravidade: o ato praticado deve ser suficientemente empregado foi recolhido à prisão e não pode cumprir com
grave; suas obrigações contratuais (não pode trabalhar)

e) desídia no desempenho das respectivas


• Imediatidade: a penalidade deve ser aplicada
funções;
imediatamente, sob pena de caracterizar perdão tácito;
Falta de cuidado ou de atenção: desleixo, incúria,
• Proporcionalidade: a justa causa deve ser
negligência; indolência, preguiça:
proporcional a falta grave cometida pelo empregado,
de modo que, uma simples falta injustificada, por si só,

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Ex.: atrasos, faltas injustificadas; redução no a intenção do empregado em não mais trabalhar para o
rendimento; empregado que ministrou medicamento trocado empregador “X”, sendo aplicável a justa causa por
e contaminou paciente sadio. abandono nestes casos.

f) embriaguez habitual ou em serviço; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no


serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas
Atenção: atualmente a “embriaguez habitual” é mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa,
considerada doença, classificada pela OMS como Síndrome própria ou de outrem;
da Dependência do Álcool), de modo que não é mais
justificável a despedida por justa causa nestes casos; o Ofensas físicas ou verbais (ou por escrito) praticadas
empregado deve ser encaminhado a tratamento. no serviço, contra qualquer pessoa (colegas de trabalho,
visitantes, etc), salvo legítima defesa.
Quanto a embriaguez “em serviço”, permanece o
entendimento de ser cabível a justa causa. k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas
físicas praticadas contra o empregador e superiores
Ex: motorista de ônibus que, não sendo alcólatra, hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria
comparece embriagado para dirigir. ou de outrem;

g) violação de segredo da empresa; A diferença desta alínea em relação a anterior é


quanto ao fato de que neste caso, as ofensas físicas ou
Ex.: violação de métodos de trabalho; segredos de verbais, contra o empregador e superiores hierárquicos
fabricação, formulas industriais, etc. podem ocorrer fora do serviço (ex: empregado que agride o
patrão no futebol de final de semana)
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
l) prática constante de jogos de azar.
- ato de indisciplina: descumprimento de ordens
geral, indistintas, a serem observadas por todos os Atualmente não tem sido objeto de prova, nem
empregados. Ex: proibido fumar tampouco há registros significativos na jurisprudência. A
intenção era coibir a “jogatina” que fatalmente trás
- ato de insubordinação: descumprimento de ordens consequência danosas ao trabalho, em especial àqueles
específicas, direcionadas a determinado empregado. Ex: que trabalham com manuseio de valores. O ilustre
empregado que se nega, injustificadamente, a digitar um doutrinador Vagner Giglio afirma que “o jogo degrada o
relatório. indivíduo e arrasta-o a desonestidade”.

i) abandono de emprego; Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa


para dispensa de empregado a prática, devidamente
O abandono pode ser analisado sob dos critérios; o comprovada em inquérito administrativo, de atos
objetivo e o subjetivo. atentatórios à segurança nacional. (ex: atentado contra a
esplanada dos ministérios em Brasília... tal como ocorreu
Pelo critério objetivo, a ausência ao trabalho por nos EUA contra as torres gêmeas).
período superior a 30 dias consecutivos importa a
terminação do contrato por justa causa. O artigo 482 da CLT relaciona as hipóteses de faltas
graves que resultam na despedida por justa causa,
Este prazo de 30 dias não está na lei, de modo que se entretanto, alguns outros dispositivos espalhados pela CLT
utiliza por analogia a súmula 32 do TST, in verbis: e até em outras leis igualmente apresentam outras
hipóteses.
Súmula nº 32 - ABANDONO DE EMPREGO:
Presume-se o abandono de emprego se o Ferroviário: a recusa, sem causa justificada, por parte
trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 de qualquer empregado (ferroviário), à execução de serviço
(trinta) dias após a cessação do benefício extraordinário será considerada falta grave. (art. 240)
previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.
Bancário: Considera-se justa causa, para efeito de
O critério subjetivo, leva em conta o animus rescisão de contrato de trabalho do empregado bancário, a
abandonandi, ou seja, a real intenção do empregado de falta contumaz de pagamento de dívidas legalmente
abandonar o trabalho. Neste caso, poderá ser configurado o exigíveis. (art. 508)
abandono com ausência inferior a 30 dias.
Aprendiz: aquele que não freqüenta curso de
Imaginemos a hipótese de um vendedor, empregado aprendizagem ou não os aproveita. (art. 432)
da loja “X”, não comparece ao trabalho há 8 dias; em tese,
pelo critério objetivo (30 dias), não seria cabível o Segurança do trabalho: Constitui ato faltoso do
abandono, porém, após esses 8 dias de ausência, o empregado a recusa injustificada ao uso dos EPIs
empregador “X” verfica de forma inequívoca que seu fornecidos pela empresa (art. 158)
empregado está trabalhado na empresa “Y”, no mesmo
horário em que deveria estar na empresa “X”. Está flagrante

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Declaração falsa de Vale Transporte: o empregado - Superiores às suas forças: exigir da empregada
que faz declaração falsa para recebimento do VT ou utiliza mulher emprego de força muscular superior a 20 quilos para
de forma indevida comete falta grave passível de despedida o trabalho continuo, ou 25 quilos para o trabalho ocasional;
por justa causa (§ 3º, do art. 7º do Decreto 95.247/87)
- Defesos por lei: exigir do empregado menor
Grevista: que pratica excessos durante o movimento trabalho em local insalubre, periculoso ou mesmo noturno;
grevista (ex: depredação do patrimônio da empresa)
- Contrários aos bons constumes: exigir de
Direitos na despedida por justa causa: empregada atendente de lanchonete que se ponha em
trajes sensuais para atrair clientela;
Menos de 1 anos Mais de 1 anos
Saldo de salário* Saldo de salário - Alheios ao contrato: desvio ou acúmulo de funções
Férias vencidas + 1/3 é exemplo prático desta conduta;
* número de dias trabalhados até o dia da despedida
b) for tratado pelo empregador ou por seus
Obs.: com mais de um ano de trabalho é comum que o superiores hierárquicos com rigor excessivo;
empregado tenha direito somente às férias vencidas + 1/3
caso ainda não as tenha gozado, porém, isto não impede - Ex.: proibição do uso de banheiros
que outros direitos já adquiridos sejam pagos na justa causa
(ex.: 13º salário nunca pago) c) correr perigo manifesto de mal considerável;

Importante! - Empregador que não atende às normas de higiene


e segurança do trabalho, expondo os empregados a riscos à
A justa causa fulmina qualquer estabiliade provisória, integridade física ou a própria vida.
como é o caso do membro da CIPA representante dos
empregados ou mesmo a empregada gestante. Desta d) não cumprir o empregador as obrigações do
forma, a despedida se dá nos moldes de qualquer outro tipo contrato;
de extinção do contrato, sem a necessidade de intervenção
judicial. Ex.: deixar de pagar salários (atenção que o decreto-
lei nº368/68 prevê que o atraso deve ser de 3 ou mais
Entretanto, há hipótese na qual exige-se ação meses)
judicial; trata-se da despedida do Dirigente Sindical, a qual
requer inquérito para apuração de falta grave (S. 379, TST) e) praticar o empregador ou seus prepostos,
contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da
Súmula nº 77 – PUNIÇÃO - Nula é a punição de honra e boa fama;
empregado se não precedida de inquérito ou
sindicância internos a que se obrigou a empresa por Ex.: empregador que profere ofensas verbais (“seu
norma regulamentar. burro, incompetente”; “isto é serviço de preto”, etc.)

Súmula nº 379 DIRIGENTE SINDICAL. f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no


DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria
JUDICIAL. NECESSIDADE - O dirigente sindical ou de outrem;
somente poderá ser dispensado por falta grave
mediante a apuração em inquérito judicial, Ex.: empregador que agride fisicamente empregado
inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. (desfere socos e chutes no empregado)

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo


Despedida Indireta: este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente
a importância dos salários.
Trata-se de resolução contratual, ou seja, a
Ex.: Empregado que fabrica peças para montar
terminação do contrato se operou por culpa do empregador.
brinquedos e, portanto, recebe por peça fabricada e o
Popularmente conhecida como a “justa causa” do
empregador reduz sensivelmente a quantidade de peças a
empregador. As hipóteses de rescisão indireta estão
serem fabricadas. Geralmente é uma tentativa do
previstas no art. 483 da CLT, sendo elas:
empregador em forçar o empregado a pedir demissão.
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido
§ 1º - O empregado poderá suspender a
o contrato e pleitear a devida indenização quando:
prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando
tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis
a) forem exigidos serviços superiores às suas
com a continuação do serviço.
forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes,
ou alheios ao contrato;
§ 2º - No caso de morte do empregador
constituído em empresa individual, é facultado ao
São várias as hipóteses previstas nesta alínea:
empregado rescindir o contrato de trabalho.

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O aviso prévio corresponde à comunicação que uma
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o das partes deve fazer a outra, informando acerca da
empregado pleitear a rescisão de seu contrato de intenção de por fim ao contrato de trabalho por prazo
trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, indeterminado. Desta forma, representa mera comunicação
permanecendo ou não no serviço até final decisão do entre as partes que, apesar de não haver previsão legal a
processo. respeito, recomenda-se que seja feito por escrito. É
obrigatório na rescisão imotivada de todos os contratos por
Observação: o art. 474 prevê que a suspensão do prazo indeterminado, a fim de evitar a surpresa com a
empregado por mais de 30 dias consecutivos importa na rescisão abrupta do contrato.
rescisão injusta (indireta) do contrato de trabalho
Trata-se de instituto de proteção ao contrato, por isso
Direitos na despedida Indireta: o empregado também tem obrigação de dar o aviso prévio
ao empregador.
Menos de 1 anos Mais de 1 anos
Saldo de salário* Saldo de salário Prazo de duração:
Aviso Prévio Aviso Prévio
13º salário proporcional 13º salário proporcional A CF/88 assegura a duração mínima de 30 dias, de
Férias proporcionais + 1/3 Férias proporcionais + 1/3 modo que não foi recepcionada pela Constituição o prazo
FGTS + multa 40% Férias vencidas + 1/3 de 8 dias previsto no art. 487, I da CLT. Desta forma, não
FGTS + multa 40% existe aviso prévio inferior a 30 dias.
* número de dias trabalhados até o dia da despedida
Em outubro de 2011 foi publicada a Lei nº 12506/11,
que regulamentou o inciso XXI, do Artigo 7º da Constituição
Federal. Agora, após 1(um) ano de contrato, o Aviso Prévio
Culpa Recíproca:
pode passar de 30 (trinta) dias, podendo chegar até 90
(noventa) dias, acrescentando-se 3 dias de Aviso Prévio
Trata-se de resolução contratual, na qual empregado para cada ano de labor do Empregado.
e empregador concorreram para a terminação do contrato.
Só será caracterizada judicialmente. Segundo o art. 484 da Atenção: Também será devido aviso prévio nas
CLT: Havendo culpa recíproca no ato que determinou a despedidas indiretas.
rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho
reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa Modalidades:
exclusiva do empregador, por metade.
Pode ser trabalhado, quando o empregado pode
Desta forma, na culpa recíproca, tendo em vista que optar em reduzir a jornada diária em 2 horas, ou 7 dias
o empregado teve “metade” de culpa, seus direitos serão corridos. O trabalhador rural terá direito a redução diária de
reduzidos pela metade, ou seja, as férias, 13º salário, aviso um dia na semana. Quando o empregado pede sua
prévio e a multa de 40% serão pagos somente pela metade demissão, não terá direito a redução de jornada.
(50%), conforme súmula 14 do TST.
Pode ser indenizado, no caso de afastamento
DICA: empregado teve metade de culpa, logo, receberá os imediato do trabalho, devendo ser pago no equivalente a, no
direitos pela metade. mínimo, 30 dias, observando-se as disposições da Lei
12506/2011.
Súmula nº 14 - CULPA RECÍPROCA - Reconhecida
a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho O aviso prévio integra tempo de serviço para todos
(art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% os efeitos legais, de modo que a data da baixa na CTPS do
(cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do empregado será a data da projeção do aviso, ainda que
décimo terceiro salário e das férias proporcionais. indenizado (OJ 83 da SDI-I do TST).
Direitos na Culpa Recíproca: Liberação do Aviso Prévio:

Menos de 1 anos Mais de 1 anos Pode ocorrer que, durante o cumprimento do aviso
Saldo de salário* Saldo de salário prévio, o empregado queira se desligar do emprego por ter
Aviso Prévio (50%) Aviso Prévio (50%) conseguido nova colocação. Neste caso, existem dois
13º salário proporc. (50%) 13º salário proporc. (50%) tratamentos diferentes, dependendo de quem concedeu o
Férias proporc. + 1/3 (50%) Férias proporc. + 1/3 (50%) aviso:
FGTS + multa 20% Férias vencidas + 1/3
(100%) a) Sendo o aviso prévio dado pelo empregado, a
FGTS + multa 20% liberação é facultada ao empregador, pois neste caso, o
* número de dias trabalhados até o dia da despedida patrão pode não ter encontrado outra pessoa para substituir
o empregado que está saindo, e exigir que o empregado
cumpra integralmente o aviso prévio.
AVISO PRÉVIO

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b) Sendo o aviso prévio dado pelo empregador, a OJ n° 83 da SDI-1 - AVISO PRÉVIO. INDENIZADO.
liberação é obrigatória. Para tanto, o empregado deve PRESCRIÇÃO. A prescrição começa a fluir no final da
apresentar para o empregador um comprovante que já data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º, da CLT.
conseguiu nova colocação (Súmula 276 do TST)
OJ nº 367 da SDI1 - AVISO PRÉVIO DE 60 DIAS.
Reconsideração: ELASTECIMENTO POR NORMA COLETIVA.
PROJEÇÃO. REFLEXOS NAS PARCELAS TRA-
Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva BALHISTAS. O prazo de aviso prévio de 60 dias,
depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre
notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra alcance de seus efeitos jurídicos, computa-se
parte é facultado aceitar ou não a reconsideração (Art. 489 integralmente como tempo de serviço, nos termos do §
da CLT). 1º do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas
________________________________________________ rescisórias.

Súmula nº 44 - AVISO PRÉVIO. A cessação da


atividade da empresa, com o pagamento da
indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só,
o direito do empregado ao aviso prévio.

Súmula nº 73 - DESPEDIDA. JUSTA CAUSA. A


ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de ESTABILIDADES
emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO
empregador, retira do empregado qualquer direito às
verbas rescisórias de natureza indenizatória. Dirigente sindical:

Súmula nº 230 - AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO O empregado sindicalizado goza de estabilidade


PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA provisória desde o registro da candidatura a cargo de
JORNADA DE TRABALHO. É ilegal substituir o período direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
pelo pagamento das horas correspondentes. cometer falta grave nos termos da lei (artigo 8º, VIII da
CF/88) e o parágrafo 3º do artigo 543 da CLT. A lei limita
Súmula nº 276 - Aviso prévio. Renúncia pelo em sete o número de dirigentes sindicais.
empregado. O direito ao aviso prévio é irrenunciável
pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento Membro do conselho fiscal do sindicato, por não
não exime o empregador de pagar o respectivo valor,
atuar diretamente na defesa dos interesses da categoria
salvo comprovação de haver o prestador dos serviços
não tem direito à estabilidade (OJ 365 da SDI-I do TST).
obtido novo emprego.

Súmula nº 348 - AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA 369. Dirigente sindical. Estabilidade provisória.
FLUÊNCIA DA GARANTIA DE EMPREGO.
INVALIDADE - É inválida a concessão do aviso prévio I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado
na fluência da garantia de emprego, ante a dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro
incompatibilidade dos dois institutos. da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada
fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde
Súmula nº 369 - DIRIGENTE SINDICAL - que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. (...) V - O registro da na vigência do contrato de trabalho.
candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical
durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição
não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a
regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes
Trabalho. sindicais e igual número de suplentes.

III - O empregado de categoria diferenciada eleito


Súmula nº 371 - Aviso prévio indenizado. Efeitos.
dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na
Superveniência de auxílio-doença no curso deste. A
empresa atividade pertinente à categoria profissional do
projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela sindicato para o qual foi eleito dirigente.
concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos
limitados às vantagens econômicas obtidas no período IV - Havendo extinção da atividade empresarial no
de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para
rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no subsistir a estabilidade.
curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os
efeitos da dispensa depois de expirado o benefício V - O registro da candidatura do empregado a cargo de
previdenciário. (ex-OJs nos 40 e 135 - Inseridas dirigente sindical durante o período de aviso prévio,
respectivamente em 28.11.1995 e 27.11.1998). ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade,
visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da
Consolidação das Leis do Trabalho.

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SÚMULA Nº 378. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
ACIDENTE DE TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº
Súmula nº 379 DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. 8.213/91.
FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991
NECESSIDADE - O dirigente sindical somente poderá que assegura o direito à estabilidade provisória por
ser dispensado por falta grave mediante a apuração em período de 12 meses após a cessação do auxílio-
inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da
CLT. SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da
estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a
conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário,
Cipeiro:
salvo se constatada, após a despedida, doença
profissional que guarde relação de causalidade com a
O artigo 10, II, a do ADCT assegura ao empregado execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-
eleito para cargo de direção de comissões internas de OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
prevenção de acidentes, desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato, a III – O empregado submetido a contrato de trabalho
estabilidade provisória no emprego. por tempo determinado goza da garantia provisória de
emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista
Súmula nº 339 - CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE no art. 118 da Lei nº 8.213/91.
EMPREGO. CF/1988.
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego Membro do Conselho Curador do FGTS
prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da
promulgação da Constituição Federal de 1988. Os representantes dos trabalhadores e seus
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui suplentes no Conselho Curador do FGTS (três
vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos representantes) terão garantia de emprego desde a
membros da CIPA, que somente tem razão de ser nomeação até um ano após o término do mandato (2 anos),
quando em atividade a empresa. Extinto o somente podendo ser dispensados por falta grave. (Art. 3,
estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, Lei 8.036/90)
sendo impossível a reintegração e indevida a
indenização do período estabilitário. Membro do Conselho Nacional da Previdência
Social
Empregada gestante:
Os representantes dos trabalhadores no CNPS e seus
O mesmo artigo 10, II, b do ADCT assegurou à suplentes terão a mesma garantia dos representantes do
empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até Conselho do FGTS, conforme disposto pela Lei 8.213/91.
cinco meses após o parto a estabilidade provisória no
emprego, sendo alçada ao patamar de norma constitucional Dispensa discriminatória: É proibida a adoção de
a proteção à maternidade. qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de
acesso à relação de emprego ou sua manutenção, por
SÚMULA Nº 244. GESTANTE. ESTABILIDADE motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação
PROVISÓRIA. familiar ou idade, ressalvadas as hipóteses de proteção ao
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo menor. (Lei 9.029/95)
empregador não afasta o direito ao pagamento da
indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do O rompimento do contrato de trabalho motivado por
ADCT). ato discriminatório gera ao empregado duas opções: 1.
II. A garantia de emprego à gestante só autoriza a Readmissão com ressarcimento integral de todo período de
reintegração se esta se der durante o período de afastamento; 2. Percepção em dobro da remuneração do
estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos
período de afastamento.
salários e demais direitos correspondentes ao período
de estabilidade.
III. A empregada gestante tem direito à estabilidade DURAÇÃO DO TRABALHO
provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na Composição da Jornada de Trabalho
hipótese de admissão mediante contrato por tempo
determinado. São três os critérios básicos para o cálculo da
composição da jornada de trabalho: tempo efetivamente
Acidentado no trabalho: trabalhado; tempo à disposição no centro de trabalho e
tempo despendido no deslocamento residência-trabalho-
Prevê o art. 118, da Lei 8.213/91 que o “segurado residência.
que sofreu acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo
de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho Além deste três critérios básicos, existem outros dois
na empresa, após a cessação do auxílio-doença que dizem respeito as peculiaridades de certas categorias
acidentário, independentemente da percepção de auxílio- profissionais: tempo de prontidão e tempo de sobreaviso.
acidente”.
• Tempo Efetivamente Trabalhado:

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acesso ou não servido por transporte público, o
Este critério defende que se inclua na jornada de empregador fornecer a condução.
trabalho somente aquele tempo em que o empregado
efetivamente prestou serviço, rejeitando períodos como Cuidado!
intervalos intrajornadas.
Poderão ser fixados, para as microempresas e
Este critério não tem respaldo expresso no empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou
ordenamento brasileiro, por força do art. 4º da CLT, que convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo
considera como de “serviço efetivo” o período em que o empregador, em local de difícil acesso ou não servido por
empregado está a disposição do empregador, aguardando transporte público, o tempo médio despendido pelo
ou executando suas ordens. empregado, bem como a forma e a natureza da
remuneração. (art. 58, § 3º da CLT)
Da mesma maneira que não possui aceitação
expressa, ele não foi rejeitado expressamente. Isto porque a Sobre o tema o TST publicou a Súmula nº 90:
lei brasileira admite o pagamento do salário por peça,
respeitado o limite mínimo mensal. Esta forma de cálculo do Súmula 90 - HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE
salário provoca indiretamente uma relação de ganho SERVIÇO
diretamente proporcional ao tempo trabalhado.
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução
fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de
difícil acesso, ou não servido por transporte público
• Tempo à Disposição: regular, e para o seu retorno é computável na jornada de
trabalho.
Considera como componente da jornada o tempo à II - A incompatibilidade entre os horários de início e
disposição do empregador no centro de trabalho. Assim, término da jornada do empregado e os do transporte
agrega-se ao tempo de trabalho, além do tempo público regular é circunstância que também gera o
efetivamente gasto na prestação do serviço, como aquele direito às horas "in itinere".
em que o trabalha está a disposição do trabalhador. III - A mera insuficiência de transporte público não
enseja o pagamento de horas "in itinere".
A CLT adota este critério como regra padrão de IV - Se houver transporte público regular em parte do
cômputo da jornada de trabalho, através de art. 4º. trajeto percorrido em condução da empresa, as horas "in
itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado
• Tempo de Deslocamento: pelo transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são
O terceiro critério considera como elemento computáveis na jornada de trabalho, o tempo que
computável da jornada de trabalho o período que o extrapola a jornada legal é considerado como
trabalhador leva no trajeto residência-trabalho-residência. extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional
respectivo.
A critério é adotado como regra pela legislação
previdenciária, que assim diz: “Equiparam-se ao acidente do • Tempo de Prontidão:
trabalho (...) o acidente sofrido pelo segurado, ainda que
fora do local e horário de trabalho (...) no percurso da Regra destinada ao ferroviário, que compreende o
residência para o local de trabalho ou deste para aquela período que o obreiro fica disposição do empregador nas
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive de dependências deste. Por analogia, tem sido aplicado à
veículo de propriedade do segurado” (art. 21, IV, d, da Lei nº condições análogas em se tratando de outros empregados.
8.213/91)
Art. 244, § 3º. “Considera-se de ‘prontidão’ o empregado
No entanto, na legislação trabalhista este que ficar nas dependências da Estrada, aguardando
entendimento não tem prevalecido, ao menos como regra, ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze
por força do art. 4º, da CLT. horas. As horas de prontidão serão, para todos os
efeitos, contada à razão de 2/3 (dois terços) do salário-
• Horas In Itinere: hora normal”.

Trata-se de exceção ao terceiro posicionamento. • Tempo de Sobreaviso:


Admite-se em determinadas situações o cômputo das horas
despendidas no deslocamento da casa para o trabalho e É período em que o ferroviário fica sem prestar
vice-versa como horas a disposição do empregador. (art. serviço efetivo mas aguardando um chamado do
58, § 2º da CLT): empregador, nas dependências de sua residência.

O tempo despendido pelo empregado até o local de Art. 244, § 2º da CLT:


trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de
transporte, não será computado na jornada de “Considera-se de ‘sobreaviso’ o empregado efetivo que
trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil permanecer em sua própria casa, aguardando a
qualquer momento o chamado para o serviço. Cada

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escala de ‘sobreaviso’ será, no máximo, de vinte e legal sobre a sua duração. No ordenamento jurídico
quatro horas. As horas de ‘sobreaviso’, para todos os brasileiro existe apenas um caso: domésticos. No caso, não
efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do existe jornada de trabalho legalmente fixada pela lei o que
salário normal.” autoriza a ausência de controle e, por conseqüência, a não
caracterização de labor extraordinário.

Embora a lei expressamente destinou este instituto aos


ferroviários, a jurisprudência já reconheceu sua extensão Jornada Padrão de Trabalho:
analógica para outras categorias.
Com a Constituição Federal de 1988 a jornada de
Súmula nº 428 do TST. Sobreaviso. Aplicação trabalho padrão no país passou a ser de 8 horas diárias e
analógica do art. 244, § 2º da CLT. 44 horas semanais (art. 7º, XII, CF).
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados
fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não • Trabalho Extraordinário (horas extras):
caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à
Todo trabalho que ultrapassar o limite legal (geral ou
distância e submetido a controle patronal por
especial) deverá ser remunerado com, no mínimo 50%,
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer
em regime de plantão ou equivalente, aguardando a sobre o valor da hora normal. Outros percentuais maiores
qualquer momento o chamado para o serviço durante o podem ser fixados por convenção ou acordo coletivo.
período de descanso.
Atenção: a CF/88 estabelece com percentual
mínimo (50%) quando se tratar de horas extras, o que leva
à conclusão de que qualquer previsão legal ou convencional
de percentual inferior não poderá ser aplicado por afronta
• Tempo Residual à Disposição: direta à constituição. É o que ocorre com os arts. 413, II e
61, § 2º e 413, II da CLT, os quais asseguram um adicional
A jurisprudência ao longo dos anos criou pequenos de tão somente 25%.
períodos, antes e após a jornada, em que mesmo o
empregado estando a disposição do empregador o tempo Em regra a jornada de trabalho só pode ser
não é computado para fixação da jornada. acrescida de até duas horas extras. Caso ultrapassado este
limite, tem-se configurada a jornada irregular ou ilícita, que
Após ser consolidado o entendimento, a legislador pode acarretar punições administrativas do empregador,
incluiu-o no texto legal, na forma do §1º, do art. 58, da CLT. sem prejuízo da remuneração especial do empregado. (art.
Não serão descontadas nem computadas como jornada 59, CLT)
extraordinária as variações de horário no registro de ponto
não excedentes de cinco minutos, observado o limite Súmula nº 291 HORAS EXTRAS - A supressão, pelo
máximo de dez minutos diários. empregador, do serviço suplementar prestado com
habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura
MODALIDADES DE JORNADA: ao empregado o direito à indenização correspondente
ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas para cada
Jornada Controlada: São aquelas jornadas em que a lei ano ou fração igual ou superior a seis meses de
obriga o controle da prestação efetiva de serviços ou do prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo
tempo em disposição do obreiro (controle de ponto). São, na observará a média das horas suplementares
verdade, a regra no direito brasileiro. O descumprimento da efetivamente trabalhadas nos últimos 12 (doze) meses,
norma pelo empregador pode ensejar, além de multas multiplicada pelo valor da hora extra do dia da
administrativas, a presunção de trabalho extraordinário pelo supressão.
empregado.
Súmula nº 376 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART.
A previsão legal está no art. 74, da CLT, que prevê 59 DA CLT. REFLEXOS. I - A limitação legal da jornada
uma exceção a regra de obrigatoriedade do controle de suplementar a duas horas diárias não exime o
ponto. É o caso previsto no §2º que fala, em interpretação empregador de pagar todas as horas trabalhadas.
reversa, que naqueles estabelecimentos onde não houver II - O valor das horas extras habitualmente prestadas
mais de dez empregados, o controle será dispensado. integra o cálculo dos haveres trabalhistas,
independentemente da limitação prevista no "caput" do
Jornada Não Controladas: São aquelas jornadas que art. 59 da CLT. (ex-OJ nº 89 da SBDI-1 - inserida em
estão dispensadas do controle pelo empregador, em face de 28.04.1997)
sua impossibilidade acarretando o não pagamento de
adicional por trabalho extraordinário. São os casos previstos Banco de Horas: mediante acordo escrito o excesso
pelo art. 62, da CLT. Se por qualquer modo houver controle de horas em um dia de trabalho pode ser compensado em
de jornada, o empregado passará a fazer direito ao outro dia, de maneira que não exceda dez horas diárias
pagamento extraordinário. nem a soma das jornadas semanais de trabalho no período
de um ano. (art. 59, CLT).
Jornada Não Tipificada: São aquelas jornadas em
que não há controle de ponto por absoluta falta de previsão

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As horas no banco de horas podem acumular por no horas do dia seguinte. A hora noturna para o trabalhador
máximo 1 ano, salvo prazo inferior previsto em norma urbano é equivalente a 52 minutos e 30 segundos. O que
coletiva. significa dizer que o empregado trabalha sete horas e
recebe oito horas..
Acordo de compensação de horas: conforme
prevê a CF/88, a jornada padrão estabelecida pelo Para o rural os horários são diferentes. Para o
constituite originário é de 8 horas diárias e 44 horas trabalho agrícola, aquele prestado das 21 horas de um dia
semanais, podendo haver a redução e a compensação de até as 5 horas do dia seguinte, com adicional de 25% da
jornada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. hora norma de 60 minutos. Para o trabalho pecuário aquele
prestado das 20 horas de uma dia até as 04 horas do dia
Estamos diante das hipóteses nas quais o seguinte, com adicional de 25% da hora norma de 60
empregador exige do empregado jornada superior a 8 horas minutos.
diárias, sem que tal acréscimo seja considerado labor
extraordinário. Dica: PELANO 20, 21, 22, 4, 5, 5, onde:

Exemplo: empregado que trabalha de segunda a PE = pecuária; LA = lavoura e NO = normal, sendo os


sexta, laborando 44 horas na semana. Neste caso, o números 20, 21 e 22 indicativos do início do horário e 4, 5 e
empregador exige 8:48 do empregado, de modo que os 48 5 indicativos do término do horário, respectivamente.
minutos diários, ao final da semana, perfazem as 4 horas
que teria de trabalhar no sábado. Logo, houve uma Assim:
conpensação durante a semana para não trabalhar no
sábado. Esta compensação só será possível mediante PE - 20 às 4 horas – hora comum
acordo ou convenção coletiva de trabalho, ou ainda, LA - 21 às 5 horas – hora comum
mediante acordo individual escrito, conforme súmula NO - 22 às 5 horas – hora reduzida (52’30”)
abaixo:
Importante observar que, caso o empregado cumpra
integralmente o horário noturno (22h às 05h) e prorrogar a
Súmula nº 85 - COMPENSAÇÃO DE JORNADA jornada, às horas prorrogadas serão aplicadas as mesmas
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser regras do trabalho noturno (art. 73, § 5º da CLT) e súmula
ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou 61 do TST. (ex.: empregado que trabalhou das 22h às 07h
convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 - primeira parte - do dia seguinte. Neste caso haverá 2h extras noturnas.
alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II. O acordo individual para compensação de horas é Súmula nº 60 - ADICIONAL NOTURNO – SALÁRIO.
válido, salvo se houver norma coletiva em sentido I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra
contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 - inserida em o salário do empregado para todos os efeitos.
08.11.2000) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno
III. O mero não atendimento das exigências legais para a e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto
compensação de jornada, inclusive quando encetada às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
mediante acordo tácito, não implica a repetição do
pagamento das horas excedentes à jornada normal Diferente será a hipótese dos horários mistos, ou
diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo seja, aqueles que abrangem parte do horário em período
devido apenas o respectivo adicional. (ex-Súmula nº 85 - noturno e parte diurno. Nestes casos, só serão
segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ consideradas noturnas as horas efetivamente trabalhados
21.11.2003). no horários noturno (art. 73, § 4º da CLT). Ex: empregado
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza que trabalha das 03h às 12h.
o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese,
as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal Jornada 12 x 36: muito comum em atividade de
deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto vigilância, na qual o empregado trabalha em um dia e/ou
àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a noite para folgar outro (a). (Ex: das 07 às 19). Nestes casos,
mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex- as horas prorrogadas após às 5h da manhã ainda serão
OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001). consideradas noturnas.
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam
ao regime compensatório na modalidade “banco de OJ nº 388 da SDI-I - JORNADA 12X36. JORNADA
horas”, que somente pode ser instituído por negociação MISTA QUE COMPREENDA A TOTALIDADE DO
coletiva. PERÍODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO.
DEVIDO. O empregado submetido à jornada de 12
• Trabalho noturno: horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda
a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional
É considerado trabalho noturno todo aquele que a lei noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas
assim considerar. É remunerado, em regra, com 20% sobre da manhã.
o valor da hora normal. (art. 73, CLT).
• Trabalho em turnos de revezamento
Para o trabalhador urbano considera-se noturno o
trabalho prestado entre as 22 horas de um dia a até as 05

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O trabalho por revezamento é aquele exercido pelo § 1º – Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será,
regime de turnos, realizado pelos empregados que sucedem entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze)
na utilização de máquinas e equipamentos, escalados em minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
horários que permitem o funcionamento da empresa § 2º – Os intervalos de descanso não serão
ininterruptamente. De acordo com o art. 7º, inciso XIV, computados na duração do trabalho.
CF/88 a jornada de trabalho é de seis horas, salvo § 3º – O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou
negociação coletiva. refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do
Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e
Súmula Nº 423 - TURNO ININTERRUPTO DE Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento
REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios e quando os
TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA.
respectivos empregados não estiverem sob regime de
VALIDADE. Estabelecida jornada superior a seis horas
trabalho prorrogado a horas suplementares.
e limitada a oito horas por meio de regular negociação § 4º – Quando o intervalo para repouso e alimentação,
coletiva, os empregados submetidos a turnos previsto neste artigo, não for concedido pelo
ininterruptos de revezamento não tem direito ao empregador, este ficará obrigado a remunerar o período
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras. correspondente com um acréscimo de no mínimo 50%
(cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.
Semana espanhola: empregado que trabalha 48 horas em
uma semana e 40 em outra. Este tipo de jornada será Empregados contratados para trabalhar 6 horas
válido, desde que previsto em acordo de compensação de diárias (bancário, telefonista e etc.) que tiverem suas
jornada. jornadas prorrogadas com habitualidade, terão direito a 1h
de intervalor intrajornada.
OJ 323 da SDI-I - ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE
JORNADA. “SEMANA ESPANHOLA”. VALIDADE. É Súmula 437. Intervalo intrajornada para repouso e
válido o sistema de compensação de horário quando a alimentação. Aplicação do art. 71 da CLT.
jornada adotada é a denominada "semana espanhola", I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão
que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo,
40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, da para repouso e alimentação, a empregados urbanos e
CLT e 7º, XIII, da CF/1988 o seu ajuste mediante acordo rurais, implica o pagamento total do período
ou convenção coletiva de trabalho. correspondente, e não apenas daquele suprimido, com
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da
• Intervalos Legais remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da
CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de
Intervalos interjornada ou entre jornadas: é o labor para efeito de remuneração.
tempo destinado para repouso, não remunerado, entre duas
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva
jornadas de trabalho. Em regra, de no mínimo 11 horas. A
de trabalho contemplando a supressão ou redução do
supressão do intervalo interjornada obriga o empregador a intervalo intrajornada porque este constitui medida de
remunerar as horas trabalhadas como extraordinárias. higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por
norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII,
Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para
descanso. III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71,
§ 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923,
Súmula nº 110 - JORNADA DE TRABALHO. de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou
INTERVALO. No regime de revezamento, as horas reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo,
horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser
remuneradas como extraordinárias, inclusive com o IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas
respectivo adicional de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada
mínimo de uma hora, obrigando o empregador a
Intervalos intrajornada, infrajornadas ou remunerar o período para descanso e alimentação não
endojornadas normais: tempo destinado ao repouso usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional,
na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
ou alimentação dentro da jornada, não remunerada. Em
regra de no máximo de 02 horas. É regulada no art. 71
Súmula nº 118 - JORNADA DE TRABALHO. HORAS
da CLT.
EXTRAS. Os intervalos concedidos pelo empregador na
jornada de trabalho, não previstos em lei, representam
Art. 71 da CLT – Em qualquer trabalho contínuo, cuja
tempo à disposição da empresa, remunerados como
duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e,
salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário,
não poderá exceder de 2 (duas) horas.

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Jornada de trabalho Intervalo intrajoranda
Até 4 horas Não tem direito
Súmula nº 346 - DIGITADOR. INTERVALOS De 4h a 6 h 15 min
INTRAJORNADA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. No mínimo 1h e no máximo
72 DA CLT. Os digitadores, por aplicação analógica do Mais de 6 h
2h, salvo ACT ou CCT
art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos
serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou O trabalho prestado em feriados e não compensado,
cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de gera direito ao pagamento em dobro.
descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de
trabalho consecutivo. Súmula n° 146 - TRABALHO EM DOMINGOS E
FERIADOS, NÃO COMPENSADO. O trabalho prestado
art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos em domingos e feriados, não compensado, deve ser
serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa
cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de ao repouso semanal.
descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de
trabalho consecutivo. O empregado que não cumprir integralmente a
jornada na semana, perderá o direito à remuneração do
Intervalos intrajornada especiais: (computáveis na descanso. Logo, eventuais faltas injustificadas no decorrer
jornada de trabalho): da semana, implicam a perda da remuneração dos
respectivos dias de falta, bem como quanto ao RSR.
• SERVIÇOS DE MECANOGRAFIA – (datilografia/
escrituração/ cálculo) art. 72 CLT – a cada período de Súmula nº 354 - GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA.
90 min. de trabalho um intervalo de 10 min; REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo
empregador na nota de serviço ou oferecidas
• SERVIÇOS EM FRIGORÍFICO – (art. 253) – espontaneamente pelos clientes, integram a
empregados que trabalham em câmara fria – após um remuneração do empregado, não servindo de base de
intervalo de 1h e 40min. de trabalho contínuo fica cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional
assegurado um intervalo de 20 min.; noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

• MINEIROS – (art. 298) – intervalo de 15 min. p/ Súmula nº 225 - REPOUSO SEMANAL. CÁLCULO.
repouso após cada período de 3 horas consecutivas GRATIFICAÇÕES POR TEMPO DE SERVIÇO E
de trabalho; PRODUTIVIDADE. As gratificações por tempo de
serviço e produtividade, pagas mensalmente, não
• MULHER EM FASE DE AMAMENTAÇÃO – a mulher repercutem no cálculo do repouso semanal remunerado.
que se encontra em fase de amamentação p/ filho até
6 meses de idade, tem direito a dois intervalos de 30 Súmula nº 172 - REPOUSO REMUNERADO. HORAS
min (art. 396); a lei não prevê se o intervalo será EXTRAS. CÁLCULO. Computam-se no cálculo do
computado na jornada de trabalho, entretanto, repouso remunerado as horas extras habitualmente
entende-se que será contado na duração normal. prestadas.

DESCANSO SEMANAL REMUNERADO Súmula nº 113 - BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL. O


sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de
Conhecido pelas abreviaturas RSR ou DSR e repouso remunerado. Não cabe a repercussão do
também pelo pelo epíteto de Descanso Hebdomadário. pagamento de horas extras habituais em sua
remuneração.
É um período de 24 horas consecutivas,
remunerado, destinado ao descanso do empregado, SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
devendo recair, preferencialmente, aos domingos (art. 7º,
XV da CF/88). Regulamentado pela Lei n° 605/49. Remuneração: Conjunto de contraprestações
econômicas pagas pelo empregador ao empregado, além
Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um do salário. (457, CLT)
descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência Salário: Valor econômico devido e pago pelo
pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá empregador ao empregado, como contraprestação do
coincidir com o domingo, no todo ou em parte. trabalho.

Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos Gorjetas: considera-se gorjeta não só a importância
domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como
será estabelecida escala de revezamento, mensalmente também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente,
organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à
distribuição aos empregados.
Os feriados, civis e religiosos, municipais, estaduais
ou federais se equiparam ao descanso semanal Composição do Salário:
remunerado.

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Parcelas salariais: Salário básico; abono,
percentagens ou adicionais legais (periculosidade, I – vestuários, equipamentos e outros acessórios
insalubridade, horas extras, transferência, etc); fornecidos aos empregados e utilizados no local de
gratificações, diárias de viagem que excedem 50% do trabalho, para a prestação do serviço;
salário; comissões, gratificação natalina, gorjetas, utilidades,
prêmios, etc. II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou
de terceiros, compreendendo os valores relativos a
Parcelas não-salariais: ajudas de custo; reembolso matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material
de despesas, diárias de viagem que não excedam 50% do didático;
salário, férias não gozadas, multas e indenizações de CCT,
indenização por adesão em programa de demissão III – transporte destinado ao deslocamento para o
voluntária (PDV), etc. trabalho e retorno, em percurso servido ou não por
transporte público;
Tipos de Salário:
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica,
⇒ Salário mínimo: é a contraprestação mínima a ser prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
recebida pelo empregado por uma jornada normal de
trabalho. O valor do salário mínimo é divulgado V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
periodicamente através de Lei Federal e tem como
objetivo satisfazer, em qualquer região do país, as VI – previdência privada;
necessidades vitais básicas do empregado e de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, VII – (VETADO)
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social (artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal/88). VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.

⇒ Piso salarial: instituído através de convenção coletiva § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como
de trabalho, após acordo entre sindicato patronal e salário-utilidade deverão atender aos fins a que se
sindicato dos trabalhadores; destinam e não poderão exceder, respectivamente, a
25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do
⇒ Salário normativo: decorre de sentença normativa salário-contratual.
(dissídio coletivo);
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do
⇒ Salário mínimo profissional: é o mínimo devido a salário-utilidade a ela correspondente será obtido
certos profissionais que tem o seu mínimo fixado em mediante a divisão do justo valor da habitação pelo
lei (aos médicos são devidos 3 salários mínimos por 4 número de co-habitantes, vedada, em qualquer
horas diárias de trabalho). hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por
mais de uma família. (Incluído pela Lei nº 8.860, de
⇒ Salário Variável: comissões, horas extras, noturno, 24.3.1994)
reflexos.
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a
⇒ Adicionais (salário condicional): de insalubridade,de modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por
periculosidade, de transferência etc. período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a
comissões, percentagens e gratificações.
⇒ Salário complessivo: Nula é a cláusula que fixa
determinada importância ou percentagem para atender Equiparação Salarial:
englobadamente vários direitos legais ou contratuais
do trabalhador (súmula 91, TST) A matéria é definida pelo art. 461, da CLT e Súmula 6,
do TST.
⇒ Salário in natura (Salário Utilidade): É um
complemento do salário em pecúnia, pago com bens Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de
ou serviços de natureza econômica. (art. 458, CLT). O igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma
salário mínimo pago em dinheiro não poderá ser localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de
inferior a 30% (art. 82, CLT). sexo, nacionalidade ou idade.
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste
A habitação, a energia elétrica, e veículo fornecidos Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com
pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de
para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.
ainda que, no caso de veículos, seja ele utilizado pelo
empregado também em atividades particulares. O cigarro § 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão
não se considera salário utilidade em faze de sua quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro
nocividade à saúde. (súmula 367, TST) de carreira, hipótese em que as promoções deverão
obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento.
Ainda, não serão considerados salário in natura
(utilidade), as parcelas previstas no art. 458, § 2º da CLT:
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§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções Equivalência salarial – tal regra é utilizada quando
deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por não tenha sido estipulado salário, ou não exista prova sobre
antingüidade, dentro de cada categoria profissional. a importância ajustada, ocasião em que o salário deva ser
pago em razão do serviço equivalente.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por
motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão Proteção ao Salário:
competente da Previdência Social não servirá de paradigma
para fins de equiparação salarial. • Defesa em face do empregador:

Súmula nº 6 - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 - deve ser pago diretamente ao empregado ou
DA CLT: procurador habilitado

I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só - menor de 18 anos pode firmar recibo de salário, mas
é válido o quadro de pessoal organizado em carreira deve ser assistido na rescisão
quando homologado pelo Ministério do Trabalho,
excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de - o pagamento deverá ser feito mediante recibo (o
carreira das entidades de direito público da comprovante de depósito bancário em conta para esse fim
administração direta, autárquica e fundacional aprovado tem a mesma força probatória)
por ato administrativo da autoridade competente.
- a abertura de conta bancária só pode ser feita com o
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de consentimento do empregado
trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e
não no emprego. - o estabelecimento bancário deve ser próximo do local
de trabalho
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado
e o paradigma exercerem a mesma função, - as contas deverão ser individuais, sendo vedada a
desempenhando as mesmas tarefas, não importando se conta coletiva
os cargos têm, ou não, a mesma denominação.
- o salário só pode ser reduzido mediante convenção ou
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação acordo coletivo de trabalho (irredutibilidade dos salários)
sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma
estejam a serviço do estabelecimento, desde que o - o salário deve ser pago em moeda corrente no país
pedido se relacione com situação pretérita. (real). Pago de outra forma entende-se como não realizado.

V - A cessão de empregados não exclui a equiparação - o pagamento feito com cheque deve observar os
salarial, embora exercida a função em órgão seguintes critérios: 1. Concessão de horário para desconto
governamental estranho à cedente, se esta responde do cheque; 2. Pagamento de qualquer despesa com o
pelos salários do paradigma e do reclamante. desconto do cheque; 3. Condição que impeça o atraso no
recebimento.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é
irrelevante a circunstância de que o desnível salarial - o pagamento deve ser feito em dia útil, dentro do
tenha origem em decisão judicial que beneficiou o horário de serviço ou logo após, salvo se realizado por
paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal depósito bancário.
ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de
Corte Superior. - o salário não pode ser estipulado por período superior
a um mês, salvo para comissões ou gratificações.
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da
CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho - pagamento até o 5 dia útil.
intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição
técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. - é vedado o desconto nos salários, salvo nos casos
previstos em lei (art. 462, CLT), convenção ou acordo
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato coletivo (intangibilidade do salário).
impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação
salarial. • Defesa em face dos credores do empregado:
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é
parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no - o salário é impenhorável, salvo para pagamento de
período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. pensão alimentícia. (gorjetas não estão inclusas na regra)

X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. • Defesa em face dos credores do empregador:
461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo
município, ou a municípios distintos que, - o crédito trabalhista é privilegiado. Por isso, na
comprovadamente, pertençam à mesma região liquidação da massa falida os créditos derivados da
metropolitana. legislação trabalhista, limitados a 150 salários mínimos por
credor, serão os primeiros a serem pagos. Os valores

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restantes serão considerados créditos quirografários. (art. Extinção do direito as férias: em princípio, as férias
83, Lei 11.101/05) são um direito irrenunciável e obrigatório, havendo extinção
quando:
- os créditos de natureza estritamente salarial vencidos a) deixar o emprego e não for readmitido (no mesmo
nos três meses anteriores a decretação da falência, até o emprego) em 60 dias subseqüentes a sua saída (salvo
limite de cinco salários mínimos, serão pagos assim que quando indenizadas);
houver disponibilidade no caixa. b) permanecendo no gozo da licença remunerada por
mais de 30 dias;
- os créditos decorrentes de contratação após a c) deixar de trabalhar, por 30 dias corridos, recebendo
decretação da falência serão pagos com precedência sobre salário, devido a motivo de paralisação parcial ou total dos
os demais (créditos extraconcursais). serviços da empresa;
d) Recebendo auxílio acidente de trabalho e auxílio-
OBS: o limite de 150 salários mínimos diz respeito doença por mais de 06 meses, mesmo que de forma
somente a falência, por isso não é aplicado a recuperação descontínua.
judicial.
Férias coletivas: a empresa pode conceder férias
• Defesa em face dos interesses da família do coletivas a todos os seus empregados, ou de um setor da
empregado: empresa, podendo ainda ser dividido em dois períodos, não
podendo ser cada período inferior a 10 dias. Cabendo
- Segundo o art. 5, da Convenção 95, da OIT, o comunicação à Delegacia Regional do Trabalho e ao
salário deverá ser pago diretamente ao empregado. Se o Sindicato dos Trabalhadores, com antecedência de 15 dias.
empregador pagar ao cônjuge, ou outro familiar, deverá
provar que o pagamento reverteu em benefício do obreiro, - No caso dos empregados com menos de 01 ano de
sob pena de ter de pagar novamente. serviço, poderá gozar as férias coletivas iniciando um novo
período aquisitivo independente do tempo de trabalho.

Obs: a prescrição das férias é contada a partir do fim


do período concessivo e não do período aquisitivo.

Abono Pecuniário (venda) de férias: é proibida a


conversão total das férias em pagamento em dinheiro,
permitindo-se a conversão de 1/3 em abono pecuniário.

Remuneração: O empregado receberá durante as


FÉRIAS férias, a remuneração da data da concessão.

Trata-se de um período de descanso a que faz jus o • Salário pago por hora e jornada variável = média do
empregado conforme sua frequência ao trabalho. período aquisitivo

São características das Férias: • Salário pago por tarefa = média da produção feita no
período aquisitivo
- Causa de interrupção do contrato de trabalho
(pagamento da remuneração, contagem do tempo de • Salário percentagem, comissão ou viagem = média 12
serviço, sem prejuízo dos demais direitos); meses que precedem o gozo

- Período aquisitivo: conta-se 12 meses de serviço a • Os adicionais de Horas Extras, Noturno, Insalubridade
partir da data da contratação; ou Periculosidade, serão computados no salário que
servirá de base para o cálculo da remuneração das
- Período concessivo: período que o empregador tem férias
para conceder as férias – as férias deverão ser
gozadas/fruidas “dentro” do período de 12 meses após o Prazo para pagamento: As férias deverão ser
período aquisitivo. concedidas dentro do período concessivo e pagas, no
máximo, até 2 dias antes do início do gozo.
Duração: em princípio é de 30 dias corridos, podendo
ainda sofrer redução por faltas injustificadas (art. 130, CLT): Pagamento em dobro: Caso o empregador não
conceda as férias dentro do período CONCESSIVO e/ou
⇒ Até 5 faltas – 30 dias de férias não as pague nos 2 dias que antecedem o gozo, deverá
⇒ De 06 a 14 faltas – 24 dias de férias pagá-las em DOBRO.
⇒ De 15 a 23 faltas – 18 dias de férias
⇒ De 24 a 32 faltas – 12 dias de férias Efeitos da extinção do contrato de trabalho:
⇒ Mais de 32 faltas – o empregado perde o direito
- as férias adquiridas serão devidas em qualquer
hipótese de rescisão contratual;

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- as férias proporcionais serão sempre devidas, salvo na ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze)
hipótese de despedida por justa causa. meses (art. 147 da CLT)

Generalidades: Súmula nº 261 - FÉRIAS PROPORCIONAIS. PEDIDO


DE DEMISSÃO. CONTRATO VIGENTE HÁ MENOS DE
• A época de concessão das férias será a que melhor UM ANO. O empregado que se demite antes de
consulte os interesses do empregador; complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a
férias proporcionais.
• A concessão será participada por escrito, mediante
recibo, no mínimo 30 dias antes Súmula nº 328 - FÉRIAS. TERÇO CONSTITUCIONAL.
O pagamento das férias, integrais ou proporcionais,
• As férias deverão ser gozadas, em regra, em um só gozadas ou não, na vigência da CF/1988, sujeita-se ao
período (30 dias cf. o caso) acréscimo do terço previsto no respectivo art. 7º, XVII.

• Membros de 1 mesma família poderão gozar férias no FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO/ FGTS
mesmo período, desde que não resultar prejuízo para
o serviço Regime obrigatório a partir da CF/88. Regulado pela
lei 8.036/90.
• Empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito
a coincidir suas férias com as escolares Todos os empregadores ficam obrigados a depositar,
até o dia 7 de cada mês, em conta bancária vinculada, a
• O empregado não poderá trabalhar a outro importância correspondente a 8% da remuneração paga ou
empregador no período de férias devida, no mês anterior, a cada trabalhador.

• Não serão concedidas férias enquanto o empregado Obs.: Os contratos de aprendizagem terão a
estiver com os efeitos do contrato interrompidos ou alíquota reduzida para 2%.
suspensos
Os empregadores se obrigam a comunicar
Súmula nº 7 - FÉRIAS. A indenização pelo não- mensalmente aos trabalhadores os valores recolhidos ao
deferimento das férias no tempo oportuno será calculada FGTS e repassar-lhes todas as informações sobre suas
com base na remuneração devida ao empregado na contas vinculadas recebidas da Caixa Econômica Federal,
época da reclamação ou, se for o caso, na da extinção órgão gestor do FGTS.
do contrato.
Os depósitos do FGTS serão obrigatórios nos casos
de afastamento para prestação do serviço militar
Súmula nº 10 - Professor. Dispensa sem justa causa. obrigatório e licença por acidente do trabalho.
Término do ano letivo ou no curso de férias
escolares. Aviso prévio. O direito aos salários do Multa de 40%: Na hipótese de despedida pelo
período de férias escolares assegurado aos professores empregador sem justa causa, depositará este, na conta
(art. 322, caput e § 3º, da CLT) não exclui o direito ao vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a 40%
aviso prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa montante de todos os depósitos realizados na conta
ao término do ano letivo ou no curso das férias vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
escolares. atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros, mesmo que o empregado já tenha sacado alguma
Súmula nº 46 - ACIDENTE DE TRABALHO. As faltas importância, como nos casos de aposentadoria em que o
ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não empregado continua trabalhando.
são consideradas para os efeitos de duração de férias e
cálculo da gratificação natalina. Obs.: quando ocorrer despedida por culpa
recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do
Súmula nº 81 – FÉRIAS. Os dias de férias gozados Trabalho, o percentual será de 20%.
após o período legal de concessão deverão ser
remunerados em dobro. Hipóteses de movimentação da conta do FGTS (saque):

Súmula nº 89 - FALTA AO SERVIÇO. Se as faltas já As hipóteses de saque estão previstas no art. 20 da


são justificadas pela lei, consideram-se como ausências lei 8.036/90, sendo elas:
legais e não serão descontadas para o cálculo do
período de férias. I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de
culpa recíproca e de força maior;
Súmula nº 171 - FÉRIAS PROPORCIONAIS.
CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO. Salvo na II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer
hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a de seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de
extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador parte de suas atividades, declaração de nulidade do
ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda
falecimento do empregador individual sempre que qualquer

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dessas ocorrências implique rescisão de contrato de de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta
trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, por cento) do saldo existente e disponível em sua conta
suprida, quando for o caso, por decisão judicial transitada vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
em julgado; data em que exercer a opção.

III - aposentadoria concedida pela Previdência Social; XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus
dependentes for portador do vírus HIV;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a
seus dependentes, para esse fim habilitados perante a XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus
dependentes estiver em estágio terminal, em razão de
Previdência Social, segundo o critério adotado para a
doença grave, nos termos do regulamento;
concessão de pensões por morte. Na falta de dependentes,
farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a
seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará setenta anos.
judicial, expedido a requerimento do interessado,
independente de inventário ou arrolamento; XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade
decorra de desastre natural, conforme disposto em
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de regulamento, observadas as seguintes condições:
financiamento habitacional concedido no âmbito do Sistema
Financeiro da Habitação (SFH), desde que: a) o trabalhador deverá ser residente em áreas
comprovadamente atingidas de Município ou do Distrito
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de Federal em situação de emergência ou em estado de
trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo
empresas diferentes; Governo Federal;

b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante b) a solicitação de movimentação da conta vinculada
o prazo de 12 (doze) meses; será admitida até 90 (noventa) dias após a publicação do
ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) de emergência ou de estado de calamidade pública; e
por cento do montante da prestação;
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será
definido na forma do regulamento.
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo
devedor de financiamento imobiliário, observadas as
XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o
condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre o
disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5 desta Lei,
elas a de que o financiamento seja concedido no âmbito do permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do
SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para cada saldo existente e disponível na data em que exercer a
movimentação; opção.

VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição


de moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social Súmula nº 206 – FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE
não construído, observadas as seguintes condições: PARCELAS PRESCRITAS - A prescrição da pretensão
relativa às parcelas remuneratórias alcança o respectivo
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) recolhimento da contribuição para o FGTS.
anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma
empresa ou empresas diferentes; Súmula nº 362 – FGTS. PRESCRIÇÃO – É trintenária a
prescrição do direito de reclamar contra o não-
b) seja a operação financiável nas condições vigentes recolhimento da contribuição para o FGTS, observado o
para o SFH; prazo de 2 (dois) anos após o término do contrato de
trabalho.
VIII - quando o trabalhador permanecer três anos
ininterruptos, a partir de 1º de junho de 1990, fora do regime OJ nº 42 da SDI-I – FGTS. MULTA DE 40%
do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a I - É devida a multa do FGTS sobre os saques corrigidos
partir do mês de aniversário do titular da conta. monetariamente ocorridos na vigência do contrato de
trabalho. Art. 18, § 1º, da Lei nº 8.036/90 e art. 9º, § 1º,
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos do Decreto nº 99.684/90.
trabalhadores temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito
janeiro de 1974; com base no saldo da conta vinculada na data do efetivo
pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de
ou superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração previsão legal.
do sindicato representativo da categoria profissional.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus OJ nº 195 da SDI-I – FÉRIAS INDENIZADAS. FGTS.
dependentes for acometido de neoplasia maligna. NÃO-INCIDÊNCIA – Não incide a contribuição para o
FGTS sobre as férias indenizadas.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de
Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro

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OJ nº 232 da SDI-I – FGTS. INCIDÊNCIA. I - a admissão;
EMPREGADO TRANSFERIDO PARA O EXTERIOR. II - na demissão;
REMUNERAÇÃO – O FGTS incide sobre todas as III - periodicamente.
parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em
virtude de prestação de serviços no exterior. Outros exames complementares poderão ser
exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou
OJ nº 302 da SDI-I – FGTS. ÍNDICE DE CORREÇÃO. aptidão física e mental do empregado para a função que
DÉBITOS TRABALHISTAS - Os créditos referentes ao deva exercer.
FGTS, decorrentes de condenação judicial, serão
corrigidos pelos mesmos índices aplicáveis aos débitos
O empregador manterá, no estabelecimento, o
trabalhistas.
material necessário à prestação de primeiros socorros
OJ nº 361 da SDI-I – APOSENTADORIA médicos, de acordo com o risco da atividade.
ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CON-TRATO DE
TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O resultado dos exames médicos, inclusive o exame
O PERÍODO – A aposentadoria espontânea não é causa complementar, será comunicado ao trabalhador,
de extinção do contrato de trabalho se o empregado observados os preceitos da ética médica.
permanece prestando serviços ao empregador após a
jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, Adicional de Insalubridade:
o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre
a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto Serão consideradas atividades ou operações
laboral. insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
Cabe às empresas: de exposição aos seus efeitos.

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e O art. 190 da CLT dispo que:
medicina do trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de O MTE aprovará o quadro das atividades e
serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar operações insalubres e adotará normas sobre os
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; critérios de caracterização da insalubridade, os
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas limites de tolerância aos agentes agressivos, meios
pelo órgão regional competente; de proteção e o tempo máximo de exposição do
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela empregado a esses agentes.
autoridade competente.
A regulamentação das atividades insalubres se deu
Obs.: O simples fornecimento do EPI pelo empregador não por meio da Instrução Normativa (IN) número 15 do MTE –
o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe- IN 15;
lhe a fiscalização quanto ao efetivo uso do equipamento
pelo empregado. O exercício de trabalho em condições insalubres,
acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo MTE,
Cabe aos empregados: assegura a percepção de adicional respectivamente de
40%, 20% e 10% do salário-mínimo, segundo se
I - observar as normas de segurança e medicina do classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do
artigo anterior; A eliminação ou a neutralização da insalubridade
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos ocorrerá:
dispositivos deste Capítulo.
I - com a adoção de medidas que conservem o
Constitui ato faltoso do empregado a recusa ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
injustificada:
II - com a utilização de equipamentos de proteção
a) à observância das instruções expedidas pelo individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do
empregador na forma do item II do artigo anterior; agente agressivo a limites de tolerância.

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual


fornecidos pela empresa. Súmula nº 17 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O
adicional de insalubridade devido a empregado que, por
Exames médicos: força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa,
percebe salário profissional será sobre este calculado.
Será obrigatório exame médico, por conta do
empregador, de acordo com as instruções complementares Súmula nº 47 INSALUBRIDADE. O trabalho
a serem expedidas pelo MTE: executado em condições insalubres, em caráter

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intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o
direito à percepção do respectivo adicional. OJ nº 171 da SDI-I – ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. ÓLEOS MINERAIS. SENTIDO DO
Súmula nº 80 INSALUBRIDADE. A eliminação da TERMO "MANIPULAÇÃO". Para efeito de concessão
insalubridade mediante fornecimento de aparelhos de adicional de insalubridade não há distinção entre
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder fabricação e manuseio de óleos minerais - Portaria nº
Executivo exclui a percepção do respectivo adicional. 3214 do Ministério do Trabalho, NR 15, Anexo XIII.

Súmula nº 139 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. OJ nº 173 da SDI-I – ADICIONAL DE


Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU ABERTO.
a remuneração para todos os efeitos legais. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO CALOR.
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de
Súmula nº 248 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto,
DIREITO ADQUIRIDO. A reclassificação ou a por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7
descaracterização da insalubridade, por ato da da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE).
autoridade competente, repercute na satisfação do II – Tem direito ao adicional de insalubridade o
respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima
ao princípio da irredutibilidade salarial. dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo
com carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da
Súmula nº 289 INSALUBRIDADE. ADICIONAL. NR 15 da Portaria nº 3214/78 do MTE.
FORNECIMENTO DO APARELHO DE PROTEÇÃO.
EFEITO. O simples fornecimento do aparelho de OJ nº 278 da SDI-I – ADICIONAL DE
proteção pelo empregador não o exime do pagamento INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO
do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as DESATIVADO. A realização de perícia é obrigatória
medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da para a verificação de insalubridade. Quando não for
nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do possível sua realização, como em caso de fechamento
equipamento pelo empregado. da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros
meios de prova.
Súmula nº 293 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO Adicional de Periculosidade:
APONTADO NA INICIAL A verificação mediante perícia
de prestação de serviços em condições nocivas, A Lei 12740/2012 alterou o Artigo 193 da CLT,
considerado agente insalubre diverso do apontado na que passou a vigorar com a seguinte redação:
inicial, não prejudica o pedido de adicional de
insalubridade. Art. 193. São consideradas atividades ou operações
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Súmula nº 448 - ATIVIDADE INSALUBRE. Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO acentuado em virtude de exposição permanente do
MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. trabalhador a:
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS - Não basta a
constatação da insalubridade por meio de laudo pericial
para que o empregado tenha direito ao respectivo I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
adicional, sendo necessária a classificação da atividade
insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do II - roubos ou outras espécies de violência física nas
Trabalho. atividades profissionais de segurança pessoal ou
II – A higienização de instalações sanitárias de uso patrimonial.
público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva
coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em
residências e escritórios, enseja o pagamento de § 1º - O trabalho em condições de periculosidade
adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por
disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo gratificações, prêmios ou participações nos lucros da
urbano. empresa.

OJ nº 103 da SDI-I – ADICIONAL DE § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de


INSALUBRIDADE. REPOUSO SEMANAL E insalubridade que porventura lhe seja devido.
FERIADOS – O adicional de insalubridade já remunera
os dias de repouso semanal e feriados. § 3º Serão descontados ou compensados do adicional
outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao
OJ nº 121 da SDI-I – SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. vigilante por meio de acordo coletivo.
DIFERENÇA DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
LEGITIMIDADE. O sindicato tem legitimidade para atuar o
§ 4 São também consideradas perigosas as
na qualidade de substituto processual para pleitear atividades de trabalhador em motocicleta.
diferença de adicional de insalubridade.

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OJ nº 347 da SDI-I - ADICIONAL DE


OBS.: Caso o empregado trabalhe em uma ambiente PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE
insalubre e periculoso ao mesmo tempo, deverá optar um POTÊNCIA. LEI Nº 7.369, DE 20.09.1985,
dos adicionais, não podendo cumular. REGULAMENTADA PELO DECRETO Nº 93.412, DE
14.10.1986. EXTENSÃO DO DIREITO AOS CA-
Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em BISTAS, INSTALADORES E REPARADORES DE
condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos LINHAS E APARELHOS EM EMPRESA DE
a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos TELEFONIA. É devido o adicional de periculosidade aos
quadros aprovados pelo MTE. empregados cabistas, instaladores e reparadores de
linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que,
Súmula nº 39 PERICULOSIDADE. Os empregados no exer-cício de suas funções, fiquem expostos a
que operam em bomba de gasolina têm direito ao condições de risco equivalente ao do trabalho exercido
adicional de periculosidade. em contato com sistema elétrico de potência.

Súmula nº 132 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. OJ nº 385 da SDI-I - ADICIONAL DE


INTEGRAÇÃO. I - O adicional de periculosidade, pago PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE
em caráter permanente, integra o cálculo de indenização LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO
e de horas extras; II - Durante as horas de sobreaviso, o VERTICAL. É devido o pagamento do adicional de
empregado não se encontra em condições de risco, periculosidade ao empregado que desenvolve suas
razão pela qual é incabível a integração do adicional de atividades em edifício (construção vertical), seja em
periculosidade sobre as mencionadas horas. pavimento igual ou distinto daquele onde estão
instalados tanques para armazenamento de líquido
Súmula nº 191 ADICIONAL. PERICULOSIDADE. inflamável, em quantidade acima do limite legal,
INCIDÊNCIA. O adicional de periculosidade incide considerando-se como área de risco toda a área interna
apenas sobre o salário básico e não sobre este da construção vertical.
acrescido de outros adicionais. Em relação aos
eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade OJ nº 259 - ADICIONAL NOTURNO. BASE DE
deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de CÁLCULO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
natureza salarial. INTEGRAÇÃO – O adicional de periculosidade deve
compor a base de cálculo do adicional noturno, já que
Súmula nº 361 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. também neste horário o trabalhador permanece sob as
ELETRICITÁRIOS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. O condições de risco.
trabalho exercido em condições perigosas, embora de
forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o Súmula nº 453 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
adicional de periculosidade de forma integral, porque a PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO
Lei nº 7.369, de 20.09.1985, não estabeleceu nenhuma DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A
proporcionalidade em relação ao seu pagamento. PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. -
O pagamento de adicional de periculosidade efetuado
por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma
proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em
Súmula nº 364 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
percentual inferior ao máximo legalmente previsto,
EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art.
INTERMITENTE. Tem direito ao adicional de 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do
periculosidade o empregado exposto permanentemente
ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de trabalho em condições perigosas.
risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de
forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, PERÍCIA TÉCNICA: A caracterização e a
sendo habitual, dá-se por tempo extremamente classificação da insalubridade e da periculosidade,
reduzido. segundo as normas do MTE, far-se-ão através de perícia a
cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,
OJ nº 172 SDI-I - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE registrados no Ministério do Trabalho.
OU PERICULOSIDADE. CONDENAÇÃO. INSERÇÃO
EM FOLHA DE PAGAMENTO. Condenada ao Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade,
pagamento do adicional de insalubridade ou seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo
periculosidade, a empresa deverá inserir, mês a mês e de associado, o juiz designará perito habilitado e, onde não
enquanto o trabalho for executado sob essas condições, houver, requisitará perícia ao órgão competente do MTE.
o valor correspondente em folha de pagamento.
OJ nº 165 SDI-I – PERÍCIA. ENGENHEIRO OU
OJ nº 279 da SDI-I - ADICIONAL DE MÉDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E
PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIOS. BASE DE PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT. O art.
CÁLCULO. LEI Nº 7.369/85, ART. 1º. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e
INTERPRETAÇÃO. O adicional de periculosidade dos o engenheiro para efeito de caracterização e
eletricitários deverá ser calculado sobre o conjunto de classificação da insalubridade e periculosidade,
parcelas de natureza salarial.

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bastando para a elaboração do laudo seja o profissional § 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor
devidamente qualificado. o trabalho:
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista,
cinemas, boates, cassinos, cabarés, dancings e
EPI (equipamentos de proteção individual): estabelecimentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de acrobata,
Equipamentos fornecidos obrigatoriamente pelo saltimbanco, ginasta e outras semelhantes;
empregador ao empregado naqueles trabalhos em c) de produção, composição, entrega ou venda de
condições prejudiciais à saúde. Devem ser certificados pelo escritos, impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas,
MTE e fiscalizado seu uso correto pela empresa. emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que
possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, formação moral;
gratuitamente, equipamento de proteção individual d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e § 4º Nas localidades em que existirem, oficialmente
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não reconhecidas, instituições destinadas ao amparo dos
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o
danos à saúde dos empregados. patrocínio dessas entidades será outorgada a autorização
do trabalho a que alude o § 2º.
OBS.: O equipamento de proteção só poderá ser § 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu
posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado parágrafo único.
de Aprovação do Ministério do Trabalho.
Art. 406 - O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor
DO TRABALHO DO MENOR: o trabalho a que se referem as letras "a" e "b" do § 3º do art.
405:
Segundo dispõe o art. 7º, XXXIII da CF/88, XXXIII – I - desde que a representação tenha fim educativo ou a
é proibido ao menor o trabalho noturno, perigoso ou peça de que participe não possa ser prejudicial à sua
insalubre; ainda é proibido qualquer tipo de trabalho ao formação moral;
menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir II - desde que se certifique ser a ocupação do menor
de quatorze anos, até 24 anos (art. 428 da CLT). indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós
ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta moral.
Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos.
Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas Art. 407 - Verificado pela autoridade competente que o
disposições do presente Capítulo, exceto no serviço em trabalho executado pelo menor é prejudicial à sua saúde, ao
oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela
família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva
tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas
na Seção II. as facilidades para mudar de funções.
Parágrafo único - Quando a empresa não tomar as
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de medidas possíveis e recomendadas pela autoridade
dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a competente para que o menor mude de função, configurar-
partir dos quatorze anos. se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do art.
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser 483.
realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em Art. 408 - Ao responsável legal do menor é facultado
horários e locais que não permitam a freqüência à escola. pleitear a extinção do contrato de trabalho, desde que o
serviço possa acarretar para ele prejuízos de ordem física
Art. 404 - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o ou moral.
trabalho noturno, considerado este o que for executado no
período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 Art. 409 - Para maior segurança do trabalho e garantia
(cinco) horas. da saúde dos menores, a autoridade fiscalizadora poderá
proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos locais de
Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho: trabalho.
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres,
constantes de quadro para esse fim aprovado pelo Diretor Art. 410 - O Ministro do Trabalho, Indústria e Comercio
Geral do Departamento de Segurança e Higiene do poderá derrogar qualquer proibição decorrente do quadro a
Trabalho; que se refere a alínea "a" do art. 405 quando se certificar
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. haver desaparecido, parcial ou totalmente, o caráter
§ 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros perigoso ou insalubre, que determinou a proibição.
logradouros dependerá de prévia autorização do Juiz de
Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é Art. 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á
indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, pelas disposições legais relativas à duração do trabalho em
avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir geral, com as restrições estabelecidas neste Capítulo.
prejuízo à sua formação moral.

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Art. 412 - Após cada período de trabalho efetivo, quer aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas
contínuo, quer dividido em 2 (dois) turnos, haverá um necessárias a essa formação.
intervalo de repouso, não inferior a 11(onze) horas. § 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja
trabalho do menor, salvo: concluído o ensino médio, e inscrição em programa de
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo coletivo qualificada em formação técnico-profissional metódica.
nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o § 2º Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável,
excesso de horas em um dia seja compensado pela será garantido o salário mínimo hora.
diminuição em outro, de modo a ser observado o limite § 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser
máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se
inferior legalmente fixada; tratar de aprendiz portador de deficiência.
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o § 4º A formação técnico-profissional a que se refere o
máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo salarial de, pelo caput deste artigo caracteriza-se por atividades teóricas e
menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora normal e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de
desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de
funcionamento do estabelecimento. trabalho.
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do § 5º A idade máxima prevista no caput deste artigo não
menor o disposto no art. 375, no parágrafo único do art. se aplica a aprendizes portadores de deficiência.
376, no art. 378 e no art. 384 desta Consolidação. § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a
comprovação da escolaridade de aprendiz portador de
Art. 414 - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for deficiência mental deve considerar, sobretudo, as
empregado em mais de um estabelecimento, as horas de habilidades e competências relacionadas com a
trabalho em cada um serão totalizadas. profissionalização.
(...) § 7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino
médio para o cumprimento do disposto no § 1o deste artigo,
Art. 424 - É dever dos responsáveis legais de menores, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a freqüência
pais, mães, ou tutores, afastá-los de empregos que à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino
diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo, fundamental.
reduzam o tempo de repouso necessário à sua saúde e
constituição física, ou prejudiquem a sua educação moral. Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são
obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços
Art. 425 - Os empregadores de menores de 18 (dezoito) Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes
anos são obrigados a velar pela observância, nos seus equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por
estabelecimentos ou empresas, dos bons costumes e da cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada
decência pública, bem como das regras da segurança e da estabelecimento, cujas funções demandem formação
medicina do trabalho. profissional.

Art. 426 - É dever do empregador, na hipótese do art.


a) revogada;
407, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar
de serviço.
b) revogada.
Art. 427 - O empregador, cuja empresa ou
estabelecimento ocupar menores, será obrigado a
§ 1 -A. O limite fixado neste artigo não se aplica quando o
o
conceder-lhes o tempo que for necessário para a freqüência
às aulas. empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por
Parágrafo único - Os estabelecimentos situados em objetivo a educação profissional.
lugar onde a escola estiver a maior distancia que 2
(dois) quilômetros, e que ocuparem, permanentemente,
§ 1 As frações de unidade, no cálculo da percentagem de
o
mais de 30 (trinta) menores analfabetos, de 14
(quatorze) a 18 (dezoito) anos, serão obrigados a manter que trata o caput, darão lugar à admissão de um aprendiz.
local apropriado em que lhes seja ministrada a
instrução primária. § 2 Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão
o

vagas de aprendizes a adolescentes usuários do Sistema


Aprendiz:
Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
condições a serem dispostas em instrumentos de
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de
cooperação celebrados entre os estabelecimentos e
trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo
determinado, em que o empregador se compromete a
os gestores dos Sistemas de Atendimento
assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e Socioeducativo locais
quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem
formação técnico-profissional metódica, compatível com o Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de
seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o Aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas suficientes

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para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá
ser suprida por outras entidades qualificadas em formação Art. 438 - São competentes para impor as penalidades
técnico-profissional metódica, a saber: previstas neste Capítulo:
I – Escolas Técnicas de Educação; a) no Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do
II – entidades sem fins lucrativos, que tenham por Departamento Nacional do Trabalho;
objetivo a assistência ao adolescente e à educação b) nos Estados e Território do Acre, os delegados
profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos regionais do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio ou
da Criança e do Adolescente. os funcionários por eles designados para tal fim.
§ 1º As entidades mencionadas neste artigo deverão Parágrafo único - O processo, na verificação das
contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos infrações, bem como na aplicação e cobrança das multas,
programas de aprendizagem, de forma a manter a será o previsto no título "Do Processo de Multas
qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e Administrativas", observadas as disposições deste artigo.
avaliar os resultados.
§ 2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento
aprendizagem, com aproveitamento, será concedido dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato
certificado de qualificação profissional. de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar,
§ 3º O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao
para avaliação da competência das entidades mencionadas empregador pelo recebimento da indenização que lhe for
no inciso II deste artigo. devida.

Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não
pela empresa onde se realizará a aprendizagem ou pelas corre nenhum prazo de prescrição.
entidades mencionadas no inciso II do art. 430, caso em
que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora Art. 441 - O quadro a que se refere o item I do art. 405
dos serviços. será revisto bienalmente.

Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não DO TRABALHO DA MULHER:


excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada. Art. 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino
§ 1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito são aplicáveis ao trabalho feminino, naquilo em que não
horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado colidirem com a proteção especial instituída por este
o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas Capítulo.
destinadas à aprendizagem teórica. Parágrafo único - Não é regido pelos dispositivos a que
se refere este artigo o trabalho nas oficinas em que sirvam
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no exclusivamente pessoas da família da mulher e esteja esta
seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e sob a direção do esposo, do pai, da mãe, do tutor ou do
quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art. filho.
428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas
seguintes hipóteses: Art. 373 - A duração normal de trabalho da mulher será
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do de 8 (oito) horas diárias, exceto nos casos para os quais for
aprendiz; fixada duração inferior.
II – falta disciplinar grave; Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais
III – ausência injustificada à escola que implique perda destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da
do ano letivo; ou mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades
IV – a pedido do aprendiz. estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado:
I - publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual
§ 2º Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar,
Consolidação às hipóteses de extinção do contrato salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública
mencionadas neste artigo. e notoriamente, assim o exigir;
II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa
Art. 434 - Os infratores das disposições deste Capítulo do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar
ficam sujeitos à multa de valor igual a 1 (um) salário mínimo ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da
regional, aplicada tantas vezes quantos forem os menores atividade seja notória e publicamente incompatível;
empregados em desacordo com a lei, não podendo, todavia, III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar
a soma das multas exceder a 5 (cinco) vezes o salário- como variável determinante para fins de remuneração,
mínimo, salvo no caso de reincidência em que esse total formação profissional e oportunidades de ascensão
poderá ser elevado ao dobro. profissional;
IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza,
Art. 435 - Fica sujeita à multa de valor igual a 1 (um) para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão
salário-mínimo regional e ao pagamento da emissão de ou permanência no emprego;
nova via a empresa que fizer na Carteira de Trabalho e V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para
Previdência Social anotação não prevista em lei. deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em
empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação
Art. 436 e 437 - REVOGADOS familiar ou estado de gravidez;

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VI - proceder o empregador ou preposto a revistas
íntimas nas empregadas ou funcionárias. Art. 389 - Toda empresa é obrigada:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a I - a prover os estabelecimentos de medidas
adoção de medidas temporárias que visem ao concernentes à higienização dos métodos e locais de
estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se
mulheres, em particular as que se destinam a corrigir as fizerem necessários à segurança e ao conforto das
distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao mulheres, a critério da autoridade competente;
emprego e as condições gerais de trabalho da mulher. II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos
sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número
Art. 374 a 376 - REVOGADOS suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande
esgotamento físico;
Art. 377 - A adoção de medidas de proteção ao trabalho III - a instalar vestiários com armários individuais
das mulheres é considerada de ordem pública, não privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos
justificando, em hipótese alguma, a redução de salário. comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que
não seja exigida a troca de roupa e outros, a critério da
Art. 378 a 380 - REVOGADOS autoridade competente em matéria de segurança e higiene
do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou
Art. 381 - O trabalho noturno das mulheres terá salário escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus
superior ao diurno. pertences;
§ 1º - Para os fins desse artigo, os salários serão IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade
acrescidos duma percentagem adicional de 20% (vinte por competente, os recursos de proteção individual, tais como
cento) no mínimo. óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa
§ 2º - Cada hora do período noturno de trabalho das dos olhos, do aparelho respiratório e da pele, de acordo
mulheres terá 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) com a natureza do trabalho.
segundos. § 1º - Os estabelecimentos em que trabalharem pelo
menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis)
Art. 382 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho, haverá anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às
um intervalo de 11(onze) horas consecutivas, no mínimo, empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus
destinado ao repouso. filhos no período da amamentação.
§ 2º - A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio
Art. 383 - Durante a jornada de trabalho, será concedido de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante
à empregada um período para refeição e repouso não convênios, com outras entidades públicas ou privadas,
inferior a 1 (uma) hora nem superior a 2 (duas) horas salvo pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a
a hipótese prevista no art. 71, § 3º. cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais.

Art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, Art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a
será obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mulher em serviço que demande o emprego de força
mínimo, antes do início do período extraordinário do muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho
trabalho. continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho
ocasional.
Art. 385 - O descanso semanal será de 24 (vinte e Parágrafo único - Não está compreendida na
quatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte determinação deste artigo a remoção de material feita por
com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de
necessidade imperiosa de serviço, a juízo da autoridade mão ou quaisquer aparelhos mecânicos.
competente, na forma das disposições gerais, caso em que
recairá em outro dia. Art. 390-A. (VETADO).
Parágrafo único - Observar-se-ão, igualmente, os
preceitos da legislação geral sobre a proibição de trabalho Art. 390-B. As vagas dos cursos de formação de mão-
nos feriados civis e religiosos. de-obra, ministrados por instituições governamentais, pelos
próprios empregadores ou por qualquer órgão de ensino
Art. 386 - Havendo trabalho aos domingos, será profissionalizante, serão oferecidas aos empregados de
organizada uma escala de revezamento quinzenal, que ambos os sexos.
favoreça o repouso dominical.
Art. 390-C. As empresas com mais de cem empregados,
Art. 387 - REVOGADO de ambos os sexos, deverão manter programas especiais
de incentivos e aperfeiçoamento profissional da mão-de-
Art. 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade obra.
competente, o Ministro do Trabalho, Industria e Comercio
poderá estabelecer derrogações totais ou parciais às Art. 390-D. (VETADO).
proibições a que alude o artigo anterior, quando tiver
desaparecido, nos serviços considerados perigosos ou Art. 390-E. A pessoa jurídica poderá associar-se a
insalubres, todo e qualquer caráter perigoso ou prejudicial entidade de formação profissional, sociedades civis,
mediante a aplicação de novos métodos de trabalho ou pelo sociedades cooperativas, órgãos e entidades públicas ou
emprego de medidas de ordem preventiva. entidades sindicais, bem como firmar convênios para o

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desenvolvimento de ações conjuntas, visando à execução
de projetos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher. Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado
por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso
Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o
contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído direito de retornar à função que ocupava antes de seu
matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. afastamento.

Parágrafo único - Não serão permitidos em Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que
regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos ou este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá
individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois)
seu emprego, por motivo de casamento ou de gravidez. descansos especiais, de meia hora cada um.
Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da
advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante autoridade competente.
o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à
empregada gestante a estabilidade provisória prevista na Art. 397 - O SESI, o SESC, a LBA e outras entidades
alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições públicas destinadas à assistência à infância manterão ou
Constitucionais Transitórias. subvencionarão, de acordo com suas possibilidades
financeiras, escolas maternais e jardins de infância,
Proteção à maternidade: distribuídos nas zonas de maior densidade de
trabalhadores, destinados especialmente aos filhos das
Art. 392. A empregada gestante tem direito à mulheres empregadas.
licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem
prejuízo do emprego e do salário. NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO
§ 1º A empregada deve, mediante atestado médico,
notificar o seu empregador da data do início do afastamento 1) Bancário
do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo os bancários trabalham 06 horas diárias, com
oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. exceção dos gerentes e exercentes de cargo de
§ 2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, confiança; (OBS.: o TST cancelou os enunciados
poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um, nº 233, 234, 237, 238);
mediante atestado médico. Para aqueles que tem jornada de 08 horas, fazem
§ 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito jus a uma gratificação de 1/3 a mais do salário
aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo. efetivo;
§ 4º É garantido à empregada, durante a gravidez, O sábado do bancário é dia útil não trabalhado,
sem prejuízo do salário e demais direitos: não dia de repouso remunerado. Não cabe a
I - transferência de função, quando as condições de repercussão do pagamento de horas extras
saúde o exigirem, assegurada a retomada da função habituais em sua remuneração (Súmula113 do
anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; TST);
II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo Trabalho essencialmente diurno, com exceções
necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas (DL 546/69).
médicas e demais exames complementares.
§ 5º (VETADO) 2) Empregados em Serviço de Telefonia
Jornada fixa em 06 horas;
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver 20 min. de descanso após trabalho contínuo;
guarda judicial para fins de adoção de criança será Folga de 17 horas entre jornadas de horário
concedida licença-maternidade nos termos do art. 392, variado;
observado o disposto no seu § 5º. Admite-se troca de turno por iniciativa do
empregado;
§§§ 1º, 2º e 3º - REVOGADOS Trabalhos nos domingos e feriados são
§ 4º A licença-maternidade só será concedida mediante remunerados, conforme Convenção Coletiva;
apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou Almoço entre 10 e 23 horas e jantar entre 16 e
guardiã. 19:30 horas.

Art. 393 - Durante o período a que se refere o art. 392, a 3) Operadores Cinematográficos
mulher terá direito ao salário integral e, quando variável, Jornada de 06 horas;
calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos Intervalo entre 02 jornadas é de 12 horas.
meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens
adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverter à função que 4) Professores
anteriormente ocupava. Vedado ministrar mais do que 4 aulas por dia no
mesmo estabelecimento, ou mais de 06
Art. 394 - Mediante atestado médico, à mulher grávida é intercaladas;
facultado romper o compromisso resultante de qualquer Não trabalham aos domingos;
contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à Remuneração fixada por aula e paga por mês;
gestação.

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Nas férias, só podem ser convocados para Passe: importância devida por um empregador a
exames, não trabalhando mais de 08 horas por dia; outro, na cessão do atleta; ( conforme §3º, do art.
A demissão no final do ano letivo, sem justa causa, 29 da Lei nº 9.615/98, é pode ser cobrado no
da direito ao recebimento de salário até o início do primeiro contrato)
ano letivo seguinte. Luvas: importância paga pelo empregador ao
atleta, na assinatura do contrato.
5) Ferroviário (CLT, art. 236 a 247)
Computa-se tempo de serviço, aquele gasto em 10) Trabalhador contratado para prestar serviços
viagens até o local onde presta serviço; no exterior (Lei nº 7.064/80):
Prorrogação de jornada para o pessoal da Direitos da lei vigente no país da prestação de
equipagem até 12 horas com intervalo de 10 horas serviço (súmula 207 do TST), assegurados os
entre jornadas; direitos previstos na Lei nº7.064/82;
O telegrafista, nas estações de tráfego intenso, é Salário-base em moeda nacional e adicional de
de 06 horas e do cabineiro é de 08 horas; transferência;
Os trabalhadores em estações de pouco Duração máxima do contrato 03 anos no exterior,
movimento não têm direito a horas extras; salvo se assegurado o direito de gozar as férias no
Brasil;
6) Empregados em minas e subsolo Remessa de valores correspondentes a
Jornada normal de 06 h/d e 36h/s; remuneração para local de trabalho;
Computa-se para tempo de serviço o tempo gasto Despesas com viagem paga pela empresa;
entre a boca da mina e o local de trabalho; Assegurado o retorno ao Brasil, no caso de
Intervalo de 15 min. a cada 03 horas de trabalho – rescisão do contrato de trabalho ou motivo de
o intervalo é computado na jornada de trabalho; saúde.
Prorrogação admissível de 08 horas, mediante
acordo.
REPRESENTAÇAO COLETIVA – SINDICATOS
7) Aeronauta (Lei 7.183)
Profissional de exerce atividade a bordo da Sindicato – conceito: Associação trabalhista de
aeronave (comandante, co-piloto, mecânico de pessoas naturais ou jurídicas, com objetivo de defesa dos
vôo, navegador, radioperador de vôo e comissário); interesses individuais homogêneos da mesma categoria
Jornada de trabalho: 11h (tripulação simples), 14h profissional ou econômica.
(tripulação composta), ou 20h (tripulação de
revezamento);
Início da jornada com a apresentação no local de Princípios:
trabalho, 30 min. antes do vôo e 30 min. após o
pouso;
Liberdade: É livre a associação sindical, observadas
Limite de prorrogação de 60 min.
as regras gerais estabelecidas em lei.
Limite de jornada semanal 60h semanais e 176h
mensais;
Autonomia: a lei não poderá exigir autorização do
Limite de tempo de vôo: 9,5h e 05 pousos
Estado para fundação do sindicato, vedada a interferência
(simples), 12h e 06 pousos (composta) 15h e 04
do Poder Público nas suas deliberações.
pousos (revezamento);
Repouso entre jornada: 12, 16 ou 24h, conforme
Unicidade: É vedada a criação de mais de um
jornada de trabalho.
sindicato, em qualquer grau, na mesma base territorial
representativo da mesma categoria. A base territorial não
8) Aeroviário (Dec. Nº 1.1.232/62):
poderá ser inferior a área de um município.
Exerce função remunerada nos serviços terrestres
de empresa aérea (manutenção, operação,
Obrigatoriedade de participação nas negociações
auxiliares e gerais);
coletivas: indispensável para imprimir legitimidade às
Jornada normal, 08 horas e 44 semanais;
negociações.
Serviços de pista, jornada de 06 horas;
Os sindicatos possuem natureza de pessoa jurídica
9) Atleta profissional de futebol (Lei nº6.354/76,
de direito privado.
9.615/98, 9981/00):
Contrato de trabalho com vigência mínima de 03
Categoria Profissional Diferenciada: caracteriza-
meses e máxima de 05 anos;
se por empregados que exerçam profissões ou funções
Jornada semanal de 44 horas, incluído partidas e
diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou
treinos; (O art. 6º, da Lei nº 6.354/76, é que
em conseqüência de condições de vida singulares (art. 511,
regulamentava a jornada de trabalho. Entretanto,
CLT) Ex: médico ou advogado empregados.
este art. Foi revogado pelos artigos 93 e 96 da Lei
nº 9.615/98)
O empregado integrante de categoria profissional
Período de concentração não superior de 03 dias
diferenciada não tem direito de haver de seu empregador
por semana;
vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a

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empresa não foi representada por órgão de classe de sua mediante negociação coletiva de trabalho.(Súmula 277
categoria.(súmula 374, TST) do TST).

Estrutura Sindical: Direito de greve:

- Sindicatos: organizações de primeiro graus, jamais É assegurado o direito de greve, competindo aos
inferiores ao limite de um município. trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
- Federações: possuem base estadual, organizadas com sobre os interesses que devam por meio dele defender (art.
no mínimo 5 sindicatos, podendo ser interestadual. 9º CF/88)
-Confederações: organizam-se por no mínimo 3
federações. Tem sede no DF e abrangência nacional. Conceito (Lei 7783/89): Considera-se legítimo
exercício do direito de greve a suspensão coletiva,
Receitas Sindicais: temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal
de serviços a empregador. (art. 2º)
- Contribuição sindical: caráter compulsório, anual, no
valor de um dia de trabalho do empregado. A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
- Contribuição assistencial: também chamada de taxa disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
assistencial, desconto assistencial ou desconto sindical. da comunidade.
Costuma ser estipulada em Convenções ou Acordo
Coletivos e só podem ser cobradas compulsoriamente dos Deflagração da greve:
empregados sindicalizados. Os demais tem de anuir
expressamente. (Precedente Normativo 119, SDC) Frustrada a negociação ou verificada a
- Contribuição para custeio do sistema confederativo: impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a
também chamada de contribuição confederativa ou cessação coletiva do trabalho. (art. 3º)
constitucional. Fixada por assembléia geral e destina ao
custeio das confederações. Só pode ser cobrada A entidade patronal/empregador diretamente
compulsoriamente do empregado sindicalizado. interessados serão notificados, com antecedência mínima
- Mensalidade Sindical: também chamada de de 48 horas, da paralisação.
contribuição associativa ou estatutária. Fixada pelo próprio
sindicato em seu Estatuto e cobrada dos associados. O estatuto da entidade sindical deverá prever as
- Rendas eventuais: decorrentes de doações, legados, formalidades de convocação e o quorum para a deliberação,
multas, etc (art. 548, CLT) tanto da deflagração quanto da cessação da greve (art. 4º, §
1º). Na falta de sindicato, será constituída comissão de
negociação.
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
A entidade sindical ou comissão de trabalhadores irá
Vige nas negociações coletivas o Princípio da representá-los nas negociações ou na Justiça do Trabalho.
Irrecusabilidade que preconiza que nenhum sindicato pode
se recusar à negociação coletiva quando provocado (616, Direitos dos grevistas:
CLT)
ATENÇÃO: Normas de medicina e segurança do • O emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir
trabalho não podem ser suprimidas nem mesmo por meio ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;
de negociação coletiva.
• A arrecadação de fundos e a livre divulgação do
Convenção Coletiva do Trabalho: acordo normativo
movimento
por meio do qual dois ou mais sindicatos representantes de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições
• Em nenhuma hipótese, os meios adotados por
de trabalho aplicáveis nas relações individuais de trabalho.
empregados e empregadores poderão violar ou
(na CLT é utilizado o termo contrato coletivo de trabalho
constranger os direitos e garantias fundamentais de
como sinônimo)
outrem.
Acordo Coletivo de Trabalho: acordo normativo pelo
• É vedado às empresas adotar meios para constranger
qual um sindicato representativo de categoria profissional e
o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem
uma ou mais empresas estipulam condições de trabalho
como capazes de frustrar a divulgação do movimento
aplicáveis aos contratos individuais de trabalho.
(lock out)
Tanto as CCT como os ACT entram em vigor 3 dias
após o depósito no Órgão Fiscalizador, sendo cópias • As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos
afixadas nas sedes dos sindicatos e nos locais de trabalho grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho
dentro de 5 dias do depósito. nem causar ameaça ou dano à propriedade ou
pessoa.
Possuem vigência de máxima de 2 anos. As cláusulas
normativas dos acordos coletivos ou convenções Reflexos da greve no contrato de trabalho:
coletivas integram os contratos individuais de trabalho e
somente poderão ser modificadas ou suprimidas
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Ocorre a suspensão do contrato. Cabe ao acordo, Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos,
convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de
Trabalho regular relações obrigacionais dentro desse comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos
período. serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade (art. 11)
É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante
a greve, bem como a contratação de trabalhadores São necessidades inadiáveis, da comunidade
substitutos, exceto (arts. 9º e 14). aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Caberá a Justiça do Trabalho decidir acerca da
procedência total ou parcial ou improcedência das O Poder Público assegurará a prestação dos
reivindicações, publicando acórdão de imediato. serviços indispensáveis, caso não assegurados pelos reais
coobrigados.
Durante a greve, deve-se assegurar os serviços cuja
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela Abuso do direito de greve:
deterioração irreversível de bens, máquinas e
equipamentos, bem como a manutenção daqueles A inobservância das normas contidas na Lei, bem
essenciais à retomada das atividades da empresa quando como a manutenção da paralisação após a celebração de
da cessação do movimento. acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.

Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, Não constitui abuso do direito de greve a
enquanto perdurar a greve, o direito de contratar paralização que:
diretamente os serviços necessários a que se refere o item
anterior. I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de
cláusula ou condição;
LOCKOUT: Vedada a paralisação por iniciativa do
empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou II - seja motivada pela superveniência de fatos novo
dificultar o atendimento de reivindicações dos empregados. ou acontecimento imprevisto que modifique
Esta prática assegura o direito aos salários durante o substancialmente a relação de trabalho.
período da paralisação.
A prática de ilícito ou crime praticado no curso da
Serviços ou atividade essenciais (art. 10) greve, será devidamente apurado, conforme o caso,
segundo as leis trabalhista, civil ou penal.
I - tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; Greve no serviço público:

II - assistência médica e hospitalar; A CF/88, em seu art. 37, VII dispõe que o direito de
greve será exercido nos termos e nos limites definidos em
III - distribuição e comercialização de medicamentos lei específica. Ocorre que até a presente data referida lei
e alimentos; ainda não foi editada, de modo que o STF fixou
entendimento no sentido de que, até que venha lei a regular
IV - funerários; a greve no serviço público, aplica-se, por analogia, a lei da
iniciativa privada, ou seja, a lei 7783/89.
V - transporte coletivo;
O STF se manifestou acerca do tema ao apreciar os
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; Mandados de Injunção nº 670, 708 e 712, impetrados,
respectivamente, pelo Sindicato dos Servidores Policiais
VII - telecomunicações; Civis do Estado do Espírito Santo (Sindpol), pelo Sindicato
dos Trabalhadores em Educação do Município de João
VIII - guarda, uso e controle de substâncias Pessoa (Sintem) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do
radioativas, equipamentos e materiais nucleares; Poder Judiciário do estado do Pará (Sinjep).

IX - processamento de dados ligados a serviços


essenciais;

X - controle de tráfego aéreo;

XI compensação bancária. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Em caso de serviços ou atividades inadiáveis, a Previsão legal: Lei 9.958/00, que introduziu o título
paralisação deverá ser comunicada aos empregadores e VI-A na CLT (arts. 625-A e ss);
aos usuários com antecedência mínima de 72 horas.
As CCPs surgem como forma de auto-composição
no que diz respeito à conflitos de ordem trabalhista. Têm por

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objetivo a celeridade na resolução de conflitos, tão Estarão isentos de passagem pela CCP quando
complicados, morosos e burocráticos, quando instaurados houver motivo relevante que impossibilite tal procedimento.
no âmbito processual (justiça laboral). Esta situação será informada na inicial.

As empresas e os sindicatos podem instituir Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado
Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, pelo empregado, pelo empregador ou seu preposto e pelos
com representantes dos empregados e dos empregadores, membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais
do trabalho (art. 625-A). O termo de conciliação é título executivo
extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto
As CCPs podem ser constituídas por grupos de quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Quer
empresas ou de caráter intersindical. dizer, uma vez firmado acordo perante a CCP, não
caberá mais ao empregado reclamante perante a justiça
No âmbito da empresa, será composta de no mínimo do trabalho em face do empregador, salvo em relação
2 e máximo 10 membros. às parcelas expressamente ressalvadas.

Metade de seus membros será indicada pelo Exemplo: Empregador fez acordo na CCP, no qual constou
empregador e a outra metade eleita pelos empregados, em que o empregado estava recebendo férias, 13º salário e
escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria aviso prévio (ocorreu quitação total do contrato), entretanto,
profissional. houve uma ressalva quanto às horas extras laboradas e não
pagas no decorrer do contrato. Quanto às horas extras, o
Haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem empregado poderá demandar na justiça do trabalho, eis que
os representantes titulares. houve ressalva expressa.

O mandato dos seus membros, titulares e suplentes, As CCPs têm prazo de 10 dias da provocação destas
é de um ano, permitida uma recondução. para instaurar a sessão.

Confere-se estabilidade provisória aos titulares e A demanda será formulada por escrito ou reduzida a
suplentes, representantes dos empregados, não podendo termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo
ser dispensados sem justa causa até um ano após o final do entregue cópia datada e assinada pelo membro aos
mandato, salvo falta grave prevista em lei. interessados.

O representante dos empregados desenvolverá seu Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será
trabalho normal na empresa, afastando-se de suas fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se
atividades apenas quando convocado para atuar como refere o § 2º do art. 625-D.
conciliador, sendo computado como tempo de trabalho
efetivo o despendido nessa atividade. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da CCP, recomeçando a fluir, pelo que lhe
Quando instituída no âmbito do sindicato, será regida resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
pela CCT ou ACT. esgotamento do prazo previsto no Art. 625-F.

O art. 625-D da CLT dispõe que, qualquer demanda DA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:


de natureza trabalhista será submetida à CCP se, na
localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Prescrição:
Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da
categoria. Entretanto, o STF já se pronunciou acerca do
É a perda da pretensão, vista esta última como o
tema, asseverando que a passagem pelas CCPs não
poder de exigir, pelas vias judiciais, a prestação
constitui condição da ação, de modo que o trabalhador
descumprida pelo devedor.
poderá ingressar diretamente na justiça do trabalho, ainda
que não tenha passado pela CCP, mesmo que esta tenha
A prescrição deve ser alegada em matéria de defesa,
sido implantada na empresa e/ou sindicato.
ou seja, em prejudicial de mérito na contestação, de modo
que se o juiz acolher a prescrição, haverá extinção do
A demanda será formulada por escrito ou reduzida a
processo com resolução de mérito (art. 269, IV do CPC).
termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo
entregue cópia datada e assinada pelo membro aos
• Momento para arguir a prescrição:
interessados.

Não havendo êxito na conciliação, o membro da Nos termos da Súmula 153 do TST, a prescrição só
CCP entregará às partes cópia da tentativa conciliatória, poderá ser ser arguida até a instância ordinária, ou seja, até
informando seu objeto, que deverá ser juntada em eventual o Recurso Ordinário.
Súmula nº 153 – PRESCRIÇÃO – Não se conhece
reclamatória trabalhista (§ 2º do art. 625-D).
de prescrição não argüida na instância ordinária

• Prescrição ex offício:

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Conforme mencionado anteriormente, a prescrição é O início da prescrição bienal coincide com o término
matéria de defesa e acarreta a extinção do processo com do contrato de trabalho e, caso o aviso prévio for
resolução de mérito (art. 269, IV do CPC), entretanto, o indenizado, o início da prescrição bienal coincidirá com o
questionamento que se apresenta é: a prescrição pode e/ou término do aviso, ou seja, com a projeção ficta. (OJ 83 da
deve ser declarada de ofício pelo juiz? SDI-I)

A resposta não é simples, porém, encontra amparo no OJ nº 83 da SDI-I – AVISO PRÉVIO. INDENIZADO.
art. 219, § 5º do CPC, o qual assevera que “o juiz PRESCRIÇÃO - A prescrição começa a fluir no final
pronunciará, de ofício, a prescrição”. da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º,
CLT.
Aparentemente, a questão está devidamente
respondida com base no dispositivo legal acima, pois, o • Quinquenal:
dispositivo é claro ao dizer que o juiz pronunciará, ou seja,
não está criando nenhuma faculdade ao magistrado, pois, Conforme dispõe o art. 7º da CF/88, são direitos dos
se assim fosse, seguramente o legislador teria se utilizado trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
de expressão poderá. melhoria de sua condição social:
(...)
Independentemente da previsão legal mencionada, não XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
é pacífica esta discussão no âmbito do direito do trabalho, relações de trabalho, com prazo prescricional de
pois, há entendimento nos dois sentidos. cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
Desta forma, sugerimos que o candidato analise com contrato de trabalho;
cautela o enunciado da questão e, caso esta se refira
especificamente ao CPC, deverá responder O prazo de 5 anos começa a fluir da data da
afirmativamente, no sentido de que a prescrição pode ser propositura da ação e não da extinção do contrato (S. 308
declarada de ofício na seara laboral. Entretanto, caso a do TST):
questão fazer referência à CLT, o examinando deverá
responder negativamente, pois, o texto consolidado não Súmula nº 308 – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL –
trata da matéria. I. Respeitado o biênio subseqüente à cessação
contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne
No direito do trabalho temos a prescrição bienal, às pretensões imediatamente anteriores a cinco
quinquenal e trintenária. anos, contados da data do ajuizamento da
reclamação e, não, às anteriores ao qüinqüênio da
• Bienal: data da extinção do contrato.
II. A norma constitucional que ampliou o prazo de
Segundo art. 7º da CF/88, são direitos dos prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à de aplicação imediata e não atinge pretensões já
melhoria de sua condição social: alcançadas pela prescrição bienal quando da
(...) promulgação da CF/1988.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de • Prescrição trintenária:
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato A única verba trabalhista que não está sujeita à
de trabalho; prescrição quinquenal é o FGTS, pois, neste caso o
empregado poderá “retroagir” até 30 anos para alcançar
A CLT, em seu art. 11, I igualmente trata da depósitos não realizados pelo seu ex-empregador, desde
prescrição bienal: que obedeça o prazo de dois anos após o término do
contrato (prescrição bienal).
Art. 11 - O direito de ação quanto a créditos
resultantes das relações de trabalho prescreve: Súmula nº 362 – FGTS. PRESCRIÇÃO – É
trintenária a prescrição do direito de reclamar contra
I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o o não-recolhimento da contribuição para o FGTS,
limite de dois anos após a extinção do contrato; observado o prazo de 2 (dois) anos após o término
do contrato de trabalho.
Il - em dois anos, após a extinção do contrato de
trabalho, para o trabalhador rural. • Prescrição Intercorrente:

Assim sendo, o empregado terá 2 anos para Segundo entendimento sumulado do TST (S, 114), é
ingressar com reclamação trabalhista contra se ex- inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição
empregador, a fim de cobrar verbas oriundas das relações intercorrente. Entretanto, há entendimento igualmente
de trabalho. sumulado pelo STF, no sentido de que a prescrição
intercorrente é aplicável na Justiça do Trabalho (S. 327 do
Atenção! STF)

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Em face esta divergência, caso alguma questão da Pode ocorrer de não ter início o prazo prescricional
prova objetiva versar sobre o tema, o candidato deverá em razão de alguma causa impeditiva, a exemplo do que
observar atentamente o enunciado para saber qual o acontece com o empregado menor, contra o qual não flui
entendimento que o examinador objetiva extrair do aluno. nenhum prazo prescricional (art. 440 da CLT).

Súmula nº 114 do TST PRESCRIÇÃO • Interrupção da contagem do prazo prescricional:


INTERCORRENTE – É inaplicável na Justiça do
Trabalho a prescrição intercorrente. A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe
a prescrição, porém, somente em relação aos pedidos
Súmula nº 327 do STF – DIREITO TRABALHISTA idênticos.
– ADMISSIBILIDADE – PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE – O direito trabalhista admite a Imaginemos a hipótese do empregado que tinha
prescrição intercorrente. somente 1 mês para ingressar com reclamação trabalhista,
sob pena de se operar a prescrição bienal. Com a
• Imprescritibilidade: propositura da reclamação, interrompe a prescrição. Em
termos práticos, isto significa que caso o empregado não
Inocorre prescrição nas ações meramente compareça na primeira audiência, o processo será arquivo e
declaratórias, ou seja, que tenham por objeto anotações o empregado terá mais 2 anos para entrar com nova
para fins de prova junto à Previdência Social. (art. 11, § 1º reclação, entretanto, só poderá fazê-lo repetindo os
daCLT) mesmos pedidos da ação arquivada, pois, caso queira
acrescentar algum pedido, estes estará prescrito.
• Prescrição total:
Súmula nº 268 – PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO.
Ocorre prescrição total quando o empregador, em AÇÃO TRABALHISTA ARQUIVADA – A ação
ato único, suprimir/ reduzir algum direito do empregado que trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a
não está amparado em lei. Ex.: Redução ou alteração dos prescrição somente em relação aos pedidos
percentuais de comissões ou, ainda, empregador que retira idênticos.
o chamado adicional de quebra de caixa. É dizer, a partir do
ato que retirou indevidamente o adicional é que inicia-se o OJ nº 359 da SDI-I – SUBSTITUIÇÃO
prazo prescricional. PROCESSUAL. SINDICATO. LEGITIMIDADE.
PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO – A ação movida
OJ nº 175 da SDI-I – COMISSÕES. ALTERAÇÃO por sindicato, na qualidade de substituto processual,
OU SUPRESSÃO. PRESCRIÇÃO TOTAL – A interrompe a prescrição, ainda que tenha sido
supressão das comissões, ou a alteração quanto à considerado parte ilegítima “ad causam”.
forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado,
é suscetível de operar a prescrição total da ação, nos • Suspensão da contagem do prazo prescricional:
termos da Súmula nº 294 do TST, em virtude de
cuidar-se de parcela não assegurada por preceito de Diferentemente da interrupção, na suspensão o
lei. prazo paralisa diante da causa suspensiva e volta a contar
pelo que lhe resta quando cessar a causa suspensa. Em
• Prescrição parcial: outras palavras, o prazo fica congelado, paralisado
temporariamente.
Neste caso, as parcelas não pagas tornam-se
exegíveis anteiores a 5 anos a contar do ajuizamento da Ex.: empregado que passa pela Comissão de
ação. Nesta hipótese, a prescrição é parcial, pois, as Conciliação Prévia (art. 625-G da CLT):
prestações têm previsão legal e renovam-se mês-a-mês,
sempre que a parcela não for paga. Ex: equiparação Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a
salarial. A cada mês que não for paga a diferença, renova- partir da provocação da Comissão de Conciliação
se este direito de buscar esta diferença por meio de ação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a
judicial. partir da tentativa frustada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
A respeito da prescrição total e parcial, o TST
pacificou entendimento na súmula 294: Importante notar que nas hipóteses de suspensão do
contrato de trabalho, como é o caso do empregado
Súmula nº 294 – PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO recebendo auxílio-doença, o prazo prescricional não se
CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO - suspende nem interrompe:
Tratando-se de ação que envolva pedido de
prestações sucessivas decorrente de alteração do OJ nº 375 da SDI-I – AUXÍLIO-DOENÇA.
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO
direito à parcela esteja também assegurado por DO CONTRATO DE TRABALHO. PRESCRIÇÃO.
preceito de lei. CONTAGEM – A suspensão do contrato de trabalho,
• Impedimento da contagem do prazo prescricional: em virtude da percepção do auxílio-doença ou da
aposentadoria por invalidez, não impede a fluência

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da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de à ação de cumprimento de decisão normativa flui
absoluta impossibilidade de acesso ao Judiciário. apenas da data de seu trânsito em julgado.

______________________________________________ Súmula nº 382 – MUDANÇA DE REGIME


CELETISTA PARA ESTATUTÁRIO. EXTINÇÃO DO
OJ nº 242 da SDI-I – PRESCRIÇÃO TOTAL. CONTRATO. PRESCRIÇÃO BIENAL – A
HORAS EXTRAS. ADICIONAL. INCORPORAÇÃO transferência do regime jurídico de celetista para
Embora haja previsão legal para o direito à hora estatutário implica extinção do contrato de trabalho,
extra, inexiste previsão para a incorporação ao fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da
salário do respectivo adicional, razão pela qual deve mudança de regime.
incidir a prescrição total.

OJ 392 da SDI-I – PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. Decadência:


AJUIZAMENTO DE PROTESTO JUDICIAL.
MARCO INICIAL – O protesto judicial é medida Tanto a prescrição estudada anteriormente, quanto a
aplicável no processo do trabalho, por força do art. decadência possuem um traço em comum, ou seja,
769 da CLT, sendo que o seu ajuizamento, por si só, decorrem da inércia do titular de um direito após o
interrompe o prazo prescricional, em razão da transcurso de certo período de tempo.
inaplicabilidade do § 2º do art. 219 do CPC, que
impõe ao autor da ação o ônus de promover a A decadência extingue o próprio direito do titular pela
citação do réu, por ser ele incompatível com o sua inércia e tem como marco inicial o nascimento do
disposto no art. 841 da CLT. próprio direito, diferentemente da prescrição que começa a
fluir a partir da violação deste direito.
OJ 401 da SDI-I – PRESCRIÇÃO. MARCO INICIAL.
AÇÃO CONDENATÓRIA. TRÂNSITO EM Os prazos decadenciais comuns na seara laboral
JULGADO DA AÇÃO DECLARATÓRIA COM são:
MESMA CAUSA DE PEDIR REMOTA AJUIZADA
ANTES DA EXTINÇÃO DO CONTRATO DE a) Ajuizamento de inquérito judicial para
TRABALHO – O marco inicial da contagem do prazo despedida de empregado estável (dirigente
prescricional para o ajuizamento de ação sindical):
condenatória, quando advém a dispensa do
empregado no curso de ação declaratória que Art. 853 da CLT - Para a instauração do inquérito
possua a mesma causa de pedir remota, é o trânsito para apuração de falta grave contra empregado
em julgado da decisão proferida na ação declaratória garantido com estabilidade, o empregador
e não a data da extinção do contrato de trabalho. apresentará reclamação por escrito à Vara ou Juízo
de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da
Súmula nº 452 - DIFERENÇAS SALARIAIS. data da suspensão do empregado.
PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.
DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO b) Impetrar mandado de segurança:
NÃO OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL -
Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças
Art. 23 da Lei 12.016/09 - O direito de requerer
salariais decorrentes da inobservância dos critérios
mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120
de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e
(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo
Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável
interessado, do ato impugnado.
é a parcial, pois a lesão é sucessiva e se renova mês
a mês.
c) Ajuizamento de ação rescisória
Súmula nº 156 – PRESCRIÇÃO. PRAZO – Da
Art. 495 do CPC – O direito de propor ação rescisória
extinção do último contrato começa a fluir o prazo se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito
prescricional do direito de ação em que se objetiva a em julgado da decisão.
soma de períodos descontínuos de trabalho.

Súmula nº 275 – PRESCRIÇÃO. DESVIO DE


FUNÇÃO E REENQUADRAMENTO
I - Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a
prescrição só alcança as diferenças salariais
vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu
o ajuiza-mento.
II - Em se tratando de pedido de reenquadramento, a
prescrição é total, contada da data do
enquadramento do empregado.

Súmula nº 350 – PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL.


AÇÃO DE CUMPRIMENTO. SENTENÇA
NORMATIVA. – O prazo de prescrição com relação

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1. NOÇÕES GERAIS 2. TRIBUTO


O Direito Tributário tem suas origens no Direito FINALIDADES DO TRIBUTO
Financeiro. Historicamente, quando foram disciplinadas as
funções do Estado, notadamente na prestação de serviços Existem tributos cuja finalidade principal é FISCAL,
públicos atinentes aos interesses da coletividade, restou neste caso, o intuito primordial é carrear recursos aos cofres
inevitável o reconhecimento e também disciplina da públicos (Ex. IR, ICMS, ISS).
ATIVIDADE FINANCEIRA do poder público.
Há, entretanto, tributos com finalidade de intervenção no
O Direito Financeiro trata dos seguintes institutos: domínio econômico, denominado EXTRAFISCAL. (Ex.
Orçamento Público, Despesas Públicas e Receitas Públicas. Elevar o Imposto de Importação para coibir a importação de
E esta última é o tema que interessa ao estudo do Direito
calçados e proteger a indústria nacional ou diminuir o IPI
Tributário.
para evitar a demissão em massa da indústria
Receita Pública é a entrada de dinheiro aos cofres automobilística).
públicos de maneira definitiva. Essa definição implica
assumir que nem toda e qualquer entrada é Receita, mas Além das finalidades acima, há também a denominada
apenas as que possuem caráter definitivo. finalidade PARAFISCAL que ocorre quando o destino da
arrecadação ou a função de arrecadar o tributo é destinado
A entrada provisória de dinheiro aos cofres públicos é a outra pessoa jurídica de direito público (SESI, SENAI,
denominada “INGRESSO”, pois já é sabido, de antemão, etc...) que não aquela que instituiu (União, Estado, DF ou
seja por força lei ou contrato, que terão de ser retirados do Município).
Erário. (Exemplos: caução, fiança, empréstimos ________________________________________________________________________
compulsórios, etc...) CONCEITO
________________________________________________________________________

Classificação das receitas quanto à origem: Dispõe o art. 3° do CTN que “Tributo é toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
• TRANSFERIDAS: Decorre da mera transferência de
recursos entre os Entes da Federação, portanto, não possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
emana da relação entre particulares e Estado. instituída em lei e cobrada mediante atividade
Exemplo: repartição da arrecadação tributária prevista administrativa plenamente vinculada.”
nos artigos 157 a 162 da CF. (50% da arrecadação do
IPVA pertencem ao município) Assim, segue análise detalhada do conceito legal de
tributo:
• ORIGINÁRIAS: Decorre das atividades do Estado
como ente particular e por isso são submetidas ao a) Prestação pecuniária em moeda – Significa que o
regime de direito privado. O particular entrega recursos Tributo deve ser quitado em dinheiro, não podendo ser
ao Erário não por imposição, mas por mero exercício através de prestação de serviços (in labore – ex. cortador de
de vontade. Está-se diante de uma relação horizontal
árvores) ou in natura (uma parte da mercadoria importada).
entre Estado e particular. Exemplos: contratos de
locação; preços públicos; tarifas; atividades
prestadas por sociedades de economia mista b) Cujo valor nela se possa exprimir – A intenção do
(Banco do Brasil) ou empresas públicas (Caixa legislador foi possibilitar a cobrança de tributo com base em
Econômica Federal). indexadores econômicos, a exemplo da UFIR – Unidade
Fiscal de Referência; OTN – Obrigação do Tesouro
Nacional, BTN – Bônus do Tesouro Nacional.
• DERIVADAS: São aquelas cuja origem decorre do
poder de império do Estado em face do particular, c) Compulsória – O tributo é uma receita derivada, com
portanto, trata-se de uma relação de verticalidade, não isso, o Estado usa de seu Poder Soberano, de Império, para
havendo margem discricionária ao cidadão. Neste arrecadar, não tendo o contribuinte qualquer autonomia de
caso regem-se os princípios da supremacia do
vontade neste sentido, diferentemente do que ocorre nas
interesse público sobre o privado e
indisponibilidade do interesse público. Exemplos: relações privadas.
Tributos, multas e reparações de guerras.
d) Que não constitua sanção de ato ilícito – A
O tributo, portanto, é uma das espécies de receita obrigação tributária decorre de um fato lícito previsto em lei
derivada e de tão importante, passou a ter regulamentação e em hipótese alguma deve surgir para coibir ato ilícito. A
própria. Verifica-se que o tributo é apenas uma das formas norma determina que o tributo não pode ser cobrado em
de receita do Estado e não a única. virtude do indivíduo ter praticado um ato ilícito, possuindo
nítido caráter de sanção, a exemplo de qualquer espécie de
multa.

e) Instituída em lei – É uma decorrência lógica do


princípio da legalidade (ARTIGO 5°, II e artigo 150, I, CF). O

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tributo só poderá ser cobrado por lei ou por ato de igual Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,
força (medida provisória). porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e
tem sua cobrança condicionada a prévia autorização
orçamentária, em relação a lei que as instituiu (Súmula n.
f) Mediante atividade administrativa plenamente 545, do STF).
vinculada - O ato administrativo vinculado não dá margens
à administração para realizar ou não o ato, não há “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
conveniência ou oportunidade. É poder-dever do agente públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de
fiscal realizar o previsto em lei, sob pena, inclusive, de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo
responsabilidade administrativa e criminal. 145, II, da Constituição Federal”. (Súmula Vinculante n° 19)

ESPÉCIES “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado


mediante taxa”. (Súmula n° 670, do STF)
TEORIAS
CTN Imposto, taxa e contribuição de melhoria. 3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – A contribuição de
Imposto, taxa, contribuição de melhoria, empréstimo melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
CF compulsório e contribuições especiais. (STF)
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
1. IMPOSTO - Trata-se de tributo não vinculado, pois públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
independe de qualquer atividade estatal específica ao limite total a despesa realizada e como limite individual o
contribuinte (Art. 16 do CTN). Tem caráter obrigatório e sua acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
principal finalidade é prover os gastos da administração beneficiado (Art. 81, CTN).
pública, portanto, possui finalidade preponderantemente
arrecadatória (fiscal), intervindo na economia de maneira Trata-se de tributo vinculado e seu fato gerador decorre
indireta. de uma valorização imobiliária decorrente de obra pública,
tendo como base de cálculo o valor acrescido. Não ocorre
a cobrança do tributo pelo serviço de recapeamento de
2. TAXAS - Dispõe o artigo 145, II que: vias públicas.

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Tem como princípio ético-jurídico a vedação do


Municípios poderão instituir os seguintes tributos: enriquecimento sem causa.

II - taxas, em razão do exercício do poder de 4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO - A União possui


polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, competência exclusiva para instituir e cobrar empréstimos
compulsórios e só pode ser criado mediante lei
de serviços públicos específicos e divisíveis, complementar.
prestados ao contribuinte ou postos a sua
Situação que podem ensejar a criação do tributo (Art.
disposição”. 148 da CF):

Percebe-se que há duas espécies: Taxa de Serviço e • Calamidade pública / guerra externa ou sai
Taxa de Polícia. iminência – Pode ser cobrado de imediato;

Trata-se de tributo cuja competência para instituição e • Investimento público urgente de relevante
cobrança é comum a todos os Entes da Federação, sendo interesse nacional – Deve obedecer aos
competente aquele que efetivamente prestar um serviço em princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
relação ao contribuinte (art. 80 do CTN).
5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS - As contribuições estão
Possui fato gerador vinculado, ou seja, é enumeradas no artigos 149 e 149-A da CF, repartidas em
contraprestacional, só podendo ser cobrado se houver contribuições sociais, de intervenção no domínio
alguma atividade estatal específica relativa ao contribuinte. econômico (CIDE) e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, de exclusiva competência
da União; contribuições estaduais e municipais, cobradas de
“É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de seus servidores e em seu benefício, relativamente ao
um ou mais elementos da base de cálculo própria de regime previdenciário, de competência dos Estados, DF e
determinado imposto, desde que não haja integral Municípios; e contribuições municipais, para o custeio do
identidade entre uma base e outra”. (Súmula Vinculante serviço de iluminação pública (COSIP), de competência
n° 29) dos Municípios.

“Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa


Via de regra, a repartição desses tributos (exceto
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”. COSIP) não está sujeita à repartição de receitas tributárias,
(Súmula n. 667, do STF). por isso, trata-se de uma espécie tributária que desperta
distinto interesse à União Federal.

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“A Contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da pessoas de direito privado, do encargo de arrecadar tributos
Constituição só é exigível dos filiados do sindicato (art. 7°, § 3°, CTN).
respectivo.” (Súmula n° 666, do STF) 4. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO
PODER DE TRIBUTAR
FATO GERADOR
O Poder de Tributar do Estado não é absoluto, pois
Estabelece o art. 4° do CTN: existem vários limites que visam proteger o contribuinte de
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é eventuais abusos. A relação jurídico-tributária não é
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la: meramente uma relação de império, de poder, pois se trata
I - a denominação e demais características formais
adotadas pela lei;
de uma relação jurídica. As limitações ao Poder de Tributar
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. compreendem os princípios e as imunidades.

Referido artigo prevalece na teoria tripartida, porém, na


atual constituição, o STF tem adotado a teoria quintapartida PRINCÍPIOS
e por isso, para alguns tributos a destinação legal do
produto é relevante e fundamental para identificar sua 1. LEGALIDADE - Artigo 5°, II da CF; artigo 3° do CTN e
natureza jurídica. Exemplos: CSLL, EMPRÉSTIMO artigo 150, I da CF:
COMPULSÓRIO, CIDE – COMBUSTÍVEIS E COSIP.

Em razão disto, muitos doutrinadores afirmam que o Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
inciso II do artigo 4° do CTN não foi recepcionado pela CF. ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
A CF aponta para o Fato Gerador e Base de Cálculo I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
para identificar a natureza jurídica do tributo (artigos 145 §
2° e 154, I).
Pelo princípio do paralelismo das formas, para extinguir
ou diminuir tributo também é necessários lei.
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
O art. 97 do CTN trata da estrita legalidade ou legalidade
Competência tributária é o poder que a Constituição cerrada:
Federal atribui a determinado ente político para que este
institua um tributo, descrevendo, legislativamente, sua Art. 97 - Somente a lei pode estabelecer:
hipótese de incidência, seu sujeito ativo, seu sujeito passivo, I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
sua base de cálculo e sua alíquota. II - a majoração de tributos, ou sua redução,;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária
Lembrar que a CF não cria os tributos, apenas confere principal;
competência para que os Entes Federados o façam através IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de
– em regra – de lei ordinária e – excepcionalmente – lei cálculo;
complementar. V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões
contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
No direito tributário nacional, a regra é a instituição de definidas;
tributos por lei ordinária, porém, há quatro que só VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de
devem ser criados através de lei complementar: créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
empréstimos compulsórios, impostos residuais, imposto penalidades.
sobre grandes fortunas e contribuições especiais residuais.
§ 1º - Equipara-se à majoração do tributo a modificação de
Medidas provisórias não podem versar sobre assuntos sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
reservados à lei complementar.
§ 2º - Não constitui majoração de tributo, para os fins do
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor
O não exercício da competência tributária por
monetário da respectiva base de cálculo.
determinada pessoa política não autoriza que outro ente
político passe a exercitá-la. Tal competência é indelegável e
irrenunciável (Ricardo Cunha Chimenti).
É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante
A capacidade tributária ativa não se confunde com decreto, em percentual superior ao índice oficial de
competência, pois esta vem em decorrência de uma regra correção monetária. (Súmula 160, do STJ)
constitucional, já aquela vem delegada em decorrência de
uma lei ordinária. O CTN admite a delegação da atribuição
das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. Ressalta-se O artigo 153 § 1° aduz que é facultado ao Poder
que a atividade de legislar não pode ser delegada e que não Executivo, atendidas as condições e os limites
constitui delegação de competência o cometimento, a estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V. (II, IE, IPI e IOF)

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ATENÇÃO: A CF prevê alteração das alíquotas e o Lei Fato Gerador
CTN (artigo 97,IV) prevê também para bases de cálculo,
todavia, tal previsão não fora recepcionada pela CF/88. A lei tributária só poderá atingir fatos geradores que
lhes sejam supervenientes.
A EC 33/2001 inseriu outras exceções:
Exceção:
CIDE-COMBUSTÍVEIS – Redução e
restabelecimento das alíquotas. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
ICMS monofásico sobre combustíveis – fixação interpretados;
de alíquotas, inclusive aumentar ou diminuir, II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
mediante convênio do CONFAZ. a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de
2. ISONOMIA ou IGUALDADE – O principio da isonomia ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não
também é denominado proibição dos privilégios odiosos, tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
pois a isonomia não proíbe qualquer tipo de discriminação, c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na
lei vigente ao tempo da sua prática.
mas apenas aquelas desarrazoadas, decorrentes de opção
sexual, origem, sexo, raça, ou seja, sem qualquer
fundamente jurídico plausível, devendo existir correlação 4. ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESINAL
lógica entre o tratamento tributário diferenciado e o (NOVENTENA) – Tratam do plano de eficácia da lei
elemento de discriminação tributária. tributária e não do plano de vigência.

Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao Art. 150 da CF - Sem prejuízo de outras garantias
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Federal e aos Municípios: (...) Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer publicada a lei que os instituiu ou aumentou( anual); c)
distinção em razão de ocupação profissional ou função por antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
eles exercida, independentemente da denominação jurídica publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o
dos rendimentos, títulos ou direitos; disposto na alínea b; (anterioridade nonagesimal)

Este princípio será concretizado por meio de técnicas de A anterioridade anual sempre existiu e a nonagesimal
variação de alíquotas, a saber: adveio com a EC 42/2003, assim, a partir de 2004 temos
ambas anterioridades, que devem ser aplicadas
PROGRESSIVIDADE: Variação de alíquota conforme a cumulativamente.
mudança da base de cálculo. Quem ganha mais, paga
proporcionalmente mais. (Ex. IR)
Com a anterioridade anual, o tributo criado ou majorado
SELETIVIDADE – Técnica de variação de alíquotas na somente será cobrado, no mínimo, em 1° de janeiro do ano
razão inversa da essencialidade do bem (mercadoria seguinte e com a anterioridade nonagesinal, noventa dias
ou serviço). Quanto mais sejam os produtos ou depois da criação ou majoração do tributo.
mercadorias necessários à alimentação, vestiário,
4.1 - Exceções à anterioridade tributária
moradia, tratamento médico, higiênico, por exemplo,
menores devem ser as alíquotas. Noutro giro, as
alíquotas devem ser maiores para os produtos As exceções ao princípio da anterioridade tributária
supérfluos, a exemplo das bebidas, cigarros, estão previstas no artigo 150, § 1° da CF:
cosméticos, etc...
“A vedação do inciso III, b (anterioridade anual), não se
Dois são os impostos que observam a seletividade: IPI aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (empréstimos
(Obrigatório - deverá) e ICMS (facultativo - poderá) compulsórios em caso de guerra ou calamidade), 153, I
(importação), II (exportação), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II
(IEG); e a vedação do inciso III, c (anterioridade
3. IRRETROATIVIDADE – Princípio da segurança jurídica nonagesimal), não se aplica aos tributos previstos nos arts.
relacionado ao princípio da não surpresa. Via de regra, 148, I, (empréstimos compulsórios em caso de guerra
esses princípios preservam o passado, a exemplo do que ou calamidade), 153, I (II), II (IE), III (IR) e V (IOF); e 154,
dispõe o artigo 5°, XXXVI da CF: “A lei não prejudicará o II (IEG), nem à fixação da base de cálculo dos impostos
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
julgada”.
O disposto acima pode ser resumido na tabela a seguir:
Art. 150, III, “a” da CF: Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos EXCEÇÃO EXECEÇÃO
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar ANTERIORIDADE ANUAL ANTERIORIDADE NONA...
tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do Empréstimo Empréstimo
início da vigência da lei que os houver instituído ou compulsório em caso de compulsório em caso de
aumentado. guerra e calamidade guerra e calamidade

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II II CF) de forma a preservar o efeito da proporcionalidade na
tributação. Também entendido e assim nominado por alguns
IE IE autores como Princípio da Proporcionalidade Razoável. Tal
dispositivo, apesar de pouco esclarecedor, é uma das
IPI IR
grandes garantias individuais, já que prestigia diretamente o
IOF IOF direito de propriedade evitando a perda da propriedade
através de uma tributação demasiadamente onerosa.
IEG IEG
É muito importante ressaltar que a identificação do efeito
Bases de cálculo IPTU e
confiscatório deve ser realizada à luz da totalidade da
IPVA
carga tributária e não apenas através da análise de um
tributo específico. Ex. Deve-se analisar a tributação do IR
juntamente com as contribuições sociais, sendo que a soma
Conclusões em relação às exceções: de ambos não pode prejudicar o mínimo vital do
contribuinte.
a) São tributos de exigência imediata no Brasil: II, IE,
IOF, IEG e empréstimos compulsórios em caso de Em regra, o princípio em tela não é aplicável aos tributos
guerra ou calamidade. cuja finalidade é extrafiscal (II, IE, IPI e IOF) e também aos
impostos seletivos (IPI e ICMS), pois, pela própria função e
b) No caso de empréstimo compulsório para investimento natureza desses impostos, às vezes, se faz necessária a
público de caráter urgente e de relevante interesse exacerbação das alíquotas.
nacional não há exceções, devendo respeitar ambas
anterioridades. A perda de perdimento não constitui tributo com efeito
de confisco, pois o perdimento não é tributação, mas uma
c) IPI – Caso seja majorado, a lei incidirá depois de 90 penalidade pelo cometimento do ilícito penal (descaminho,
(noventa) dias, não respeitando a anterioridade anual. contrabando, etc...).
d) O IR e alterações nas bases de cálculo do IPTU e 9. LIBERDADE DE TRÁFEGO - Repercussão tributária do
IPVA são exceções à anterioridade nonagesimal, mas princípio constitucional de ir e vir previsto no artigo 5°, XV
não à anual, não importando a data de sua majoração, da CF: XV – “É livre a locomoção no território nacional
serão cobradas sempre em 1° de janeiro. em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
e) Em relação às contribuições para a seguridade termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
social, não serão aplicáveis as anterioridades previstas seus bens”.
no artigo 150, III “b” e “c”, visto que possui um princípio
próprio, previsto no artigo 195 § 6° da CF. Trata-se do Está previsto no artigo 150, V da CF:
princípio da noventena (na prática, são os mesmos 90
dias previsto na alínea “c” do art. 150), este princípio
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
sempre existiu na CF/88, não tendo sido incluído por
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
emenda.
Federal e aos Municípios:
IV - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
5. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA - Sempre que possível,
bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
segundo a capacidade econômica do contribuinte,
conservadas pelo Poder Público;
facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o A essência é que não podem ser criados tributos que
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do impeçam o direito de ir e vir, de modo que não há proibição
de tributação sobre a circulação de mercadorias ou pessoas
contribuinte (art. 145, § 1º, da CF). se não ocorrer a limitação.
6. UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA - É vedado a União
instituir tributo que não seja uniforme em todo o território 10. PECUNIA NON OLET – que significa “dinheiro não tem
nacional ou que implique distinção ou preferência em cheiro”. Este princípio teve origem na Roma antiga quando
relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em o Imperador chamado Vespasiano instituiu tributo pelo uso
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos de sanitários públicos, a céu aberto e seu filho Tito
fiscais destinados a promover o equilíbrio do questionou-lhe acerca do absurdo desta cobrança. Foi
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes quando o Imperador tirou uma moeda do bolso e deu ao
regiões do País (art. 151, I, da CF). filho e questionou: Cheira? Não cheira!
7. NÃO DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA - É vedado aos
Portanto, com base neste princípio, não importa se a
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
atividade é lícita ou ilícita, se auferiu renda, deve haver a
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
tributação.
natureza, em razão de sua procedência ou destino (art. 152,
da CF).
Nesta medida, são dados que não importam: ilicitude
do ato, incapacidade civil, constituição formal da pessoa
8. NÃO CONFISCO – O tributo não deve ser excessivo, ser jurídica, exercício regular de profissão.
sim “razoável” com o fato sobre o qual será incidindo,
vedando a sua utilização com efeito de confisco (art. 150, IV

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DIREITO
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A propósito, o artigo 118 do CTN aduz que: Toda delimitação de competência tributária prevista na
CF é imunidade, portanto, não se limitam ao artigo 150, VI
Art. 118 - A definição legal do fato gerador é da CF.
interpretada abstraindo- se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados São exemplos de imunidades tributárias fora do artigo
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem 150 da CF:
como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem
E ainda, o artigo 126 do mesmo diploma legal: insuficiência de recursos;

Art. 126 - A capacidade tributária passiva independe: LXXVI - são gratuitos para os
I - da capacidade civil das pessoas naturais; reconhecidamente pobres, na forma da lei:
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que a) o registro civil de nascimento;
importem privação ou limitação do exercício de b) a certidão de óbito;
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da
administração direta de seus bens ou negócios; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, corpus e habeas data, e, na forma da lei, os
bastando que configure uma unidade econômica ou atos necessários ao exercício da cidadania.
profissional.
Se tem previsão constitucional, é imunidade,
independentemente da denominação: Art. 195, § 7º - São
11 - VEDAÇÃO À CONCESSÃO DE ISENÇÃO isentas de contribuição para a seguridade social as
HETERÔNOMA - Está previsto no artigo 151, III da CF: entidades beneficentes de assistência social que atendam
às exigências estabelecidas em lei.
Art. 151 - É vedada à União: III - instituir isenções de
tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou IMUNIDADES EM ESPÉCIES
dos Municípios.
Estas previstas no artigo 150 da CF são destinadas
A isenção autônoma é aquela que é concedida pelo apenas aos impostos, por isso, não abrange às taxas e
Ente que instituiu o tributo que está sendo isentado. contribuições.

Parte do pressuposto que o poder de isentar decorre do Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
poder de tributar, por isso, não pode um Ente que não tem contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
competência para instituir um determinado tributo, conceder Federal e aos Municípios:
isenção a este mesmo tributo que foi instituído por Ente VI - instituir impostos sobre:
diverso (isenção heterônoma ou heterotópica), haja vista a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
que tal fato caracterizaria invasão de competência tributária b) templos de qualquer culto;
e comprometeria o pacto federativo. c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
Trata-se de exceção a isenção heterônoma decorrente trabalhadores, das instituições de educação e de
do tratado internacional. Segundo o STF “o âmbito de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
aplicação do artigo do artigo 151 da CF é o das relação das requisitos da lei;
entidades federadas entre si. Não tem por objeto a União, d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
quando esta se apresenta na ordem externa”. impressão.
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias
Nestes casos, o Presidente da República atua como e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
chefe de Estado e não como chefe de governo. no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
IMUNIDADES
1. IMUNIDADE RECÍPROCA - Trata-se de imunidade
Imunidade é uma limitação ao poder de tributar do subjetiva e visa proteger o pacto federativo e a autonomia
Estado, consistente na delimitação de competência dos Entes Políticos, por isso, trata-se de cláusula pétrea.
tributária constitucionalmente conferida aos Entes
tributantes. É uma barreira constitucional que impede a Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
instituição do tributo. (atua no âmbito da delimitação da contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
competência) Federal e aos Municípios: VI – Cobrar impostos sobre: a)
Patrimônio, renda e serviços uns dos outros.
Difere da isenção, pois esta consiste na dispensa
legal do pagamento do tributo. Assim, o Ente político tem Por força do parágrafo 2° do artigo 150 da CF, esta
competência para instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por imunidade é extensiva às autarquias e fundações públicas,
dispensar o pagamento em determinadas situações. (atua no que se refere ao patrimônio, renda ou serviços
no âmbito do exercício da competência) vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes. A CF nada dispõe acerca das empresas
públicas e sociedades de economia mista prestadoras de

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serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do livre manifestação do pensamento, liberdade de atividade
Estado.
intelectual, artística, científica e de comunicação.
2. IMUNIDADE RELIGIOSA - Trata-se de imunidade Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
subjetiva, pois não se limita ao prédio onde ocorrem os
cultos, mas sim à entidade religiosa. contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: VI – Cobrar impostos sobre:
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: VI – Cobrar impostos sobre: b) impressão.
Templos de qualquer culto.

Sua principal função é propiciar a atividade religiosa, Trata-se de imunidade puramente objetiva.
preservando o interesse social que a religião possui.
Segundo o STF, são casos de imunidade:
Temos como exemplo o entendimento da expansão da
Área destinada a batismo;
imunidade às listas telefônicas, apostilas (RE 183.403-0),
Casa da igreja cedida para moradia do pároco;
Cemitério da igreja anglicana, pois, funciona como uma encadernações acadêmicas , álbuns de figurinhas (RE
verdadeira extensão do tempo;
221239), os papéis e filmes fotográficos e importação de
Imóvel locado a terceiros, cuja renda é aplicada às suas
finalidades essenciais. encartes e capas para livros didáticos a serem distribuídos
em fascículos semanais aos leitores do jornal (RE 225.955).
3. IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, SUAS
FUNDAÇÕES, DAS ENTIDADES SOCIAIS DOS
São excluídos da imunidade outros insumos, tais como
TRABALHADORES, DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO
E ASSISTÊNCIA SOCIAL, ATENDIDOS OS REQUISITOS as máquinas e as tintas.
DA LEI.

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 5. IMUNIDADE MUSICAL – Incluída pela EC 75/2013. Ficou
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito estabelecido que fica vedada a cobrança de impostos (e
Federal e aos Municípios: VI – Cobrar impostos sobre: apenas dessa espécie tributária) sobre os fonogramas e
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
trabalhadores, das instituições de educação e de obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os como os suportes materiais ou arquivos digitais que os
requisitos da lei; contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser. A vedação alcança tanto os
A imunidade concedida aos Partidos políticos visam imposto já criados quanto os que vierem a ser criados.
proteger o Estado democrático de Direito e o pluralismo
político, evitando de que o partido que esteja no Poder Logo, a produção brasileira de CD e DVD que contenham
abuse do seu direito de tributar para subjugar os demais obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros
partidos. ficarão protegidas da tributação em razão da nova
imunidade constitucional.
Somente as entidades sindicais dos trabalhadores
estão imunes, justamente por sua natureza hipossuficiente. Fonogramas são as próprias músicas, enquanto os
Portanto, o sindicato patronal não é imune a impostos. videofonogramas podem ser entendidos como os vídeos
que possuem sons musicais. Os dois conceitos englobam a
As entidades educacionais e assistenciais, sem fins obra intelectual em si, sem natureza física. A imunidade
lucrativos, também estão imunes, desde que atendam os abrange também as mídias físicas que dão vida às músicas,
requisitos estipulados em lei (CTN): aos filmes ou aos videoclipes, que são os suportes materiais
ou arquivos digitais que os contenham.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
entidades nele referidas: contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas Federal e aos Municípios: VI – Cobrar impostos sobre: e)
rendas, a qualquer título; fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na contendo obras musicais ou literomusicais de autores
manutenção dos seus objetivos institucionais; brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.
4. IMUNIDADE LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS, E
PAPEL - Esta imunidade visa garantir o acesso à cultura e a

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instrumento de arrecadação (função fiscal dos impostos)
(Ricardo Cunha Chimenti).

Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação


de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes
6. IMUNIDADE DO IPI - O imposto sobre produtos no território nacional.
industrializados não incidirá sobre aqueles destinados ao Art. 20. A base de cálculo do imposto é:
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada
exterior (art. 153, § 3º, III, da CF).
pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o
7. IMUNIDADE DO ITR - O imposto sobre propriedade produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em
territorial rural não incidirá sobre pequenas glebas rurais, uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no
definidas em lei, quando as explore o proprietário que não porto ou lugar de entrada do produto no País;
possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II, da CF). III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado
a leilão, o preço da arrematação.
8. IMUNIDADE DO IOF - É imune do imposto sobre
operações financeiras o ouro, quando definido em lei como 3. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO: o imposto de exportação é
ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 155, § 2º, X, c, de competência da União, tem função predominantemente
da CF). extrafiscal e incide sobre exportação, para o estrangeiro, de
produtos nacionais ou nacionalizados, tendo como fato
9. IMUNIDADE DA REFORMA AGRÁRIA - São imunes de gerador a saída destes do território nacional (Ricardo Cunha
impostos federais, estaduais e municipais as operações de Chimenti).
transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária (art. 155, § 5º, da CF). Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação,
para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem
como fato gerador a saída destes do território nacional.
Art. 24. A base de cálculo do imposto é:
6. IMPOSTOS EM ESPÉCIES I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada
pela lei tributária;
IMPOSTOS FEDERAIS II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o
produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em
1. IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER uma venda em condições de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega
NATUREZA: Imposto de competência da União Federal e que
como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os
deve ser utilizado como instrumento de redistribuição de tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e,
renda. Sua função é nitidamente fiscal, até porque nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado
representa a principal fonte de receita tributária da União internacional o custo do financiamento.
(Ricardo Cunha Chimenti).
4. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS: Embora
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e freqüentemente tenha função extrafiscal, já que é seletivo
proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a em razão da essencialidade do produto, o IPI tem grande
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: relevância no orçamento da União, dos Estados, do Distrito
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou Federal e dos Municípios, razão por que prevalece sua
da combinação de ambos; função fiscal (Ricardo Cunha Chimenti).
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os
acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos
industrializados tem como fato gerador:
TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - INDENIZAÇÃO POR
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência
DANOS MORAIS E MATERIAIS - NATUREZA DA VERBA -
estrangeira;
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL - NÃO-INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo
REPARAÇÃO INTEGRAL - PRECEDENTESDO STJ. A
único do artigo 51;
indenização por danos materiais e morais não é fato gerador do
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e
imposto de renda, pois limita-se a recompor o patrimônio material e
levado a leilão.
imaterial da vítima, atingido pelo ato ilícito praticado. (STJ. REso
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se
1068456-PE)
industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer
operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o
2. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (TARIFA ADUANEIRA): Dentre os aperfeiçoe para o consumo.
impostos atribuídos de forma expressa à União (art. 153 da
CF), aparece o imposto de importação, também conhecido 5. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E
por “tarifa aduaneira”. Tal imposto grava a introdução, no SEGURO, OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS: A
território nacional, de bens procedentes de outros países função maior do IOF é extrafiscal; é a função de intervir na
(art. 19 do CTN). Destaque-se, porém, que não basta o política de crédito, câmbio e seguro (Ricardo Cunha
simples ingresso físico da mercadoria no território nacional Chimenti).
para restar caracterizado o fato gerador, já que para a
incidência do imposto de importação os bens devem estar 6. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL: Hoje
destinados a nele permanecer de forma definitiva. A função o Município recebe 50% do produto arrecadado com o
do imposto de importação é predominantemente extrafiscal, imposto incidente sobre os imóveis nele situados. Sua
ou seja, visa muito mais disciplinar uma situação econômica função, atualmente, é extrafiscal, devendo servir inclusive
e proteger a indústria nacional do que servir como como instrumento de combate aos latifúndios improdutivos.
Afinal, conforme determina o §4º do art. 153 da Constituição

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Federal, o ITR deve ter suas alíquotas fixadas de forma a
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. 3. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS
Por outro lado o ITR não incide sobre pequenas glebas AUTOMOTORES: O fato gerador é a propriedade (e não o uso)
rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua de veículo automotor (automóvel, motorcicleta, caminhão,
família, o proprietário que não possua outro imóvel (Ricardo aeronave, embarcação etc. (Ricardo Cunha Chimenti).
Cunha Chimenti).
IMPOSTOS MUNICIPAIS
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade
territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil 1. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA: O
ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, fato gerador é a propriedade, domínio útil ou a posse de
localização fora da zona urbana do Município. bem imóvel localizado em zona urbana (Irapuã Beltrão).
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular
de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da
existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos
7. IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS: O fato gerador incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
será a posse de grandes fortunas, mas este conceito é I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
ainda dependente de definição por lei complementar, que II - abastecimento de água;
deverá ainda estabelecer os demais elementos do tributo III - sistema de esgotos sanitários;
(Irapuã Beltrão). IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar;
IMPOSTOS ESTADUAIS V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3
(três) quilômetros do imóvel considerado.
1. IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis,
ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados
DOAÇÃO DE BENS OU DIREITOS: O tributo, que também é
pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou
chamado de imposto sobre herança e doações, a;em de ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos
incidir sobre a transmissão de direitos, incide sobre a termos do parágrafo anterior. (art. 32, do CTN)
transmissão de bens móveis e imóveis. Relativamente aos
bens imóveis e respectivos direitos, o imposto é de É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto
competência do Estado da situação do bem (ou do DF, caso predial e territorial urbano em função do número de imóveis do
o bem lá esteja localizado). Quanto aos bens móveis, títulos contribuinte. (STF. Súmula n. 589)
e créditos, o imposto é de competência do local (Estado ou
DF) onde se processar o inventário ou arrolamento 2. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO INTER VIVOS DE BENS
(sucessão causa mortis). Caso seja decorrente de doação, IMÓVEIS E DIREITOS A ELES RELATIVOS: O fato gerador do ITBI é
o imposto sobre bens móveis, títulos e créditos é de a transmissão inter vivos, a qualquer título (exceção
competência do local onde o doador tiver seu domicílio doação), por ato oneroso, de imóveis, por natureza ou por
(Ricardo Cunha Chimenti). acessão física. (Ricardo Cunha Chimenti).

A alíquota máxima é fixada pelo Senado Federal 3. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA: O
fato gerador é a prestação e execução de serviços, desde
2. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E que estejam previstos em listagem taxativamente (numeros
SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E causus) em lei complementar do Congresso Nacional
DE COMUNICAÇÃO: Este tributo surge, quando ocorre a (Irapuã Beltrão).
operação mercantil. A saída é uma simples decorrência da
transmissão da titularidade da mercadoria. É quando se 7. REPARTIÇÃO DE RECEITAS
exterioriza tal transmissão (Roque Carrazza).
A repartição das receitas tributárias está prevista entre
Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de os artigos 157 e 162 da CF.
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte (STJ. Súmula 166)
Art. 157 - Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
Convênio dos Estados e do Distrito Feral podem estabelecer renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
isenções do ICMS. sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
As alíquotas do ICMS combustíveis e lubrificantes são fixadas por II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto
convênio dos Estados e do Distrito Federal. que a União instituir no exercício da competência que lhe é
atribuída pelo Art. 154, I.
O ICMS não incidirá:
a) sobre operações que destinem ao exterior produtos
industrializados, excluídos os semi-elaborados definidos em lei Art. 158 - Pertencem aos Municípios:
complementar; I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
derivados, e energia elétrica;
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
c) sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
instrumento cambial
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de imposto da União sobre a propriedade territorial rural,
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
gratuita. (art. 155, §2º, X, da CF)

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totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,
4º, III; ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo,
imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
automotores licenciados em seus territórios; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
imposto do Estado sobre operações relativas à circulação definidas;
de mercadorias e sobre prestações de serviços de VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base
de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no
Art. 159 - A União entregará: inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e base de cálculo. (CTN)
proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: CONSTITUIÇÃO FEDERAL
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo Art. 146 Cabe à lei complementar:
de Participação dos Estados e do Distrito Federal; I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
de Participação dos Municípios; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária.
c) três por cento, para aplicação em programas de
financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, TRATADOS E CONVENÇÕES
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições
financeiras de caráter regional, de acordo com os planos Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou
regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi- modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela
árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à que lhes sobrevenha. (CTN)
Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, DECRETOS
que será entregue no primeiro decêndio do mês de
dezembro de cada ano; Código Tributário Nacional:
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos
leis em função das quais sejam expedidos, determinados com
industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas Constituição Federal:
exportações de produtos industrializados. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
III - do produto da arrecadação da contribuição de IV. Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir
intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § decretos e regulamentos para sua fiel execução.
4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito
Federal, distribuídos na forma da lei, observada a NORMAS COMPLEMENTARES
destinação a que se refere o inciso II, c, do referido
parágrafo. Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
8. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
O Código Tributário, cumprido o mandamento III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
constitucional, inicia dispondo sobre legislação tributária, administrativas;
inclusive para examinar quais normas infralegais disporão IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
sobre matéria tributária. Além de proclamar os atos
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo
normativos tributários, sua vigência, aplicação e exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a
interpretação, o CTN qualifica as funções, restrições e atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
cabimento de cada um deles como fonte formal do direito
tributário (Irapuã Beltrão). VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 1. VIGÊNCIA ESPACIAL


Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os Nesta vale a própria noção de territorialidade. A
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas legislação tributária terá então vigência na parte de território
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e correspondente ao ente que editou a norma. Assim, ato
relações jurídicas a eles pertinentes. (CTN) federal vigerá no território federal, se estadual no território
do Estado respectivo e o mesmo acontecendo com o
LEI Distrito Federal e os Municípios. Contudo, as legislações
próprias de Estados, Distrito Federal e Municípios vigerão
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: fora de seu território, quando existirem convênios entre
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
estes Entes Públicos, e não ferirem o disposto na legislação
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; da União (Irapuã Beltrão).
2. VIGÊNCIA TEMPORAL

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TRIBUTÁRIO
Na questão do tempo de entrada em vigor da legislação III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
devemos observar a LICC e o CTN a fim de fixar o termo IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. (CTN)
inicial de cada elemento integrante da legislação tributária
(Irapuã Beltrão). 9. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
NORMA VIGÊNCIA
FATO GERADOR
Leis 45 dia após a publicação
Decretos na data de sua publicação A lei, ao instituir determinado tributo, estabelece a
atos normativos de autoridades sua hipótese de incidência, ou seja, a previsão abstrata da
na data de sua publicação
administrativas situação a que atribui o efeito jurídico de gerar a obrigação
decisões de órgãos singulares de pagar.
30 dias após sua publicação
ou colegiados
Convênios na data prevista no acordo Rigorosamente, pode-se distinguir tal previsão abstrata
(hipótese de incidência) da sua concretização no plano
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
fático (fato gerador). A hipótese de incidência integra o
antecedente ou pressuposto da norma tributária impositiva.
Obedecendo ao já conhecido Princípio da O fato gerador é a própria situação que, ocorrida, atrai a
Irretroatividade Tributária, a aplicação da legislação incidência da norma.
tributária dar-se-á tão somente em relação aos fatos
geradores futuros àqueles que ainda vão ocorrer e nem se
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida
iniciaram, e aos pendentes, assim entendidos aqueles no em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
qual o fato gerador apesar de já ter se iniciado ainda não se Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação
completou pela inexistência de todas as circunstâncias que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a
materiais necessárias e indispensáveis à produção de seus abstenção de ato que não configure obrigação principal.
efeitos (Irapuã Beltrão).
A referência à “legislação tributária” remete à definição
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: constante do art. 96 do CTN, que abrange os decretos e
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
normas complementares, principalmente as instruções
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados; normativas e portarias.
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não
tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na As obrigações tributárias dividem-se em principais e
lei vigente ao tempo da sua prática. (CTN) acessórias.

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA O art. 113 do CTN denomina as obrigações de prestar
dinheiro, seja a título de tributo ou de multa,
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade de obrigações tributárias principais (§ 1º) e as
competente para aplicar a legislação tributária utilizará
sucessivamente, na ordem indicada: obrigações de fazer, deixar de fazer ou tolerar – os
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário; deveres formais – de obrigações tributárias acessórias (§
III - os princípios gerais de direito público; 2º).As obrigações principais (de pagar) estão sob reserva
IV - a eqüidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de legal absoluta (art. 150, I, da CF e 97, V, do CTN),
tributo não previsto em lei. dependendo de lei que defina seus diversos aspectos.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do
pagamento de tributo devido. Já as obrigações acessórias estão sob reserva legal
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, relativa (art. 5º, II, da CF), obrigando exclusivamente a
conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos quem a lei imponha o dever formal, independentemente de
tributários. serem ou não contribuintes. Criadas por lei, podem ser
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado,
detalhadas pelo Executivo.
utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal,
pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Pode ocorrer, contudo, o descumprimento das
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar obrigações acessórias, ensejando a aplicação de multa.
competências tributárias. Ou seja, a infração à obrigação acessória (deveres formais)
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que
disponha sobre: poderá implicar o surgimento de obrigação principal (pagar
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; multa).
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. SUJEITOS
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina
penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, SUJEITO ATIVO
em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato; É a entidade credora da obrigação tributária = ESTADO
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza (via de regra, acompanha a repartição das competências
ou extensão dos seus efeitos;

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TRIBUTÁRIO
tributárias), ex.: IPI sujeito ativo a União Federal; IPTU
sujeito ativo o Município (Irapuã Beltrão). A solidariedade passiva em matéria tributária
caracteriza-se toda vez que duas ou mais pessoas são
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito simultaneamente obrigadas a pagar o tributo, nos casos
público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. previstos em lei. Na solidariedade não existe benefício de
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de ordem, não existe a figura do devedor principal. Sendo
direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de assim, o Fisco poderá cobrar o tributo de qualquer um dos
outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
devedores solidários.
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
SUJEITO PASSIVO I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal;
O sujeito passivo da obrigação tributária principal pode II - as pessoas expressamente designadas por lei.
ser o contribuinte, normalmente denominado sujeito Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta
passivo direto, ou o responsável, também chamado de benefício de ordem.
sujeito passivo indireto. As regras estão previstas nos arts. Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os
121 e 128 do Código Tributário Nacional e a capacidade efeitos da solidariedade:
tributária passiva é de natureza objetiva, pois decorre da lei I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos
e não da vontade daquele que deve cumprir a obrigação. demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados,
salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse
O art. 121 do CTN cuida do sujeitos passivo da
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
obrigação tributária principal. Ao fazê-lo, limita-se a dizer III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos
que sujeito passivo “é a pessoa obrigada ao pagamento obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
de tributo ou penalidade pecuniária” e que pode ser
“contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
com a situação que constitua o respectivo fato gerador”
ou “responsável, quando sem revestir a condição de A expressão “responsabilidade” utilizada de forma
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição estrita no Direito Tributário significa a imposição do dever de
expressa de lei”. pagar o tributo a uma determinada pessoa (natural ou
jurídica) que não possui com o fato gerador daquela
O contribuinte guarda relação pessoal e direta com a obrigação uma relação pessoal e direta (Irapuã Beltrão).
situação que constitua o respectivo fato gerador. Nos
A atribuição da responsabilidade a terceiro jamais
tributos com fato gerador não vinculado, contribuinte é a
pessoa cuja capacidade contributiva é objeto de será presumida ou implícita; decorrerá, necessariamente, de
dispositivo do CTN ou da legislação ordinária que assim
tributação, ou seja, uma das pessoas que pratica o ato ou
determine. A par da norma tributária que estabelece a
negócio jurídico ou que está na situação indicada por lei
obrigação do contribuinte, teremos, ainda, uma norma
como geradora da obrigação tributária.
específica impondo a responsabilidade tributária a outra
pessoa.
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO
De forma genérica, podemos conceituar o domicílio A essência da responsabilidade por sucessão é a
como sendo o local onde a pessoa desenvolve suas transferência patrimonial, imputando ao adquirente do
atividades ou reside com ânimo definitivo, presumindo-se patrimônio transferido a responsabilidade pelos tributos
que ali será encontrada para responder por suas ocorridos antes da alienação. Vale dizer que não importa se
obrigações. Em termos tributários, o sujeito passivo terá o no momento da alienação a dívida já estivesse constituída,
direito de escolher livremente seu domicílio fiscal. Caso não mas sim com o fato gerador tributário ocorrido e surgida a
eleja algum domicílio voluntário, deve ser observado o art. obrigação tributária (Irapuã Beltrão).
127 do CTN (Irapuã Beltrão).
São pessoalmente responsáveis: 1. o adquirente ou
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou
domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se remidos (remitente é aquele que praticou a remição que é o
como tal:
ato de o devedor pagar dívida e resgatar o bem); 2. o
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo
esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação,
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do
que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; legado ou da meação (sucessor a qualquer titulo é aquele
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas que passa a ser proprietário em virtude do falecimento do
repartições no território da entidade tributante. proprietário anterior. Como a meação não é herança, o CTN
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em se refere ao sucessor e ao meeiro, que é o cônjuge
qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio
sobrevivente ao seu consorte); 3. o espólio, pelos tributos
tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão
obrigação. (espólio é o patrimônio de uma pessoa depois de sua morte
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, e antes de concluído o respectivo inventário).
quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do
tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. SUCESSÃO DE EMPRESAS
SOLIDARIEDADE

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TRIBUTÁRIO
A pessoa jurídica de direito privado que resultar de tiver como circunstância elementar o dolo específico do
fusão, transformação ou incorporação ou cisão de outra ou agente; 3. quando as infrações decorram direta e
em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do exclusivamente de dolo específico.
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas,
transformadas ou incorporadas (art. 132 do CTN). DENÚNCIA ESPONTÂNEA

A pessoa natural ou jurídica de direito privado que A responsabilidade é excluída pela denúncia
adquirir de outra, por qualquer titulo, fundo de comércio ou espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e pagamento do tributo devido e dos juros de mora ou do
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra depósito da importância arbitrada pela autoridade
razão social ou sob firma ou nome individual, responde administrativa, quando o montante do tributo dependa de
pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento apuração (art. 138 do CTN).
adquirido, devidos até a data do ato (art. 133 do CTN): 1. Não configura denúncia espontânea a denúncia
integralmente (responde sozinho), se o alienante cessar a efetuada quando já iniciado algum procedimento
exploração do comércio, indústria ou atividade; 2. administrativo relacionado com a infração, tampouco
subsidiariamente com o alienante (primeiro responde o descumprimento da obrigação acessória.
alienante; se este não tiver como pagar, será cobrada do
adquirente), se este prosseguir na exploração ou iniciar 10. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova
atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
indústria ou profissão.
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO Crédito tributário é a quantia devida a título de tributo. É
o objeto da obrigação jurídica tributária. “O crédito decorre
A lei pode atribuir a responsabilidade tributária (sujeito da obrigação principal e tem a mesma natureza desta” (art.
passivo da obrigação tributária) a uma pessoa qualquer, 139 do CTN). Geralmente, o crédito tributário surge ilíquido,
diversa daquela que possui relação direta com o ato, fato ou não podendo ser voluntariamente pago pelo contribuinte e
negócio tributado. Ex.: Imposto de Renda retido na fonte, nem exigido pela Fazenda Pública, dependendo, portanto,
em que o contribuinte é o empregado (substituído), mas o de uma liquidação (seja certo quanto à existência e
responsável pelo recolhimento é o empregador (substituto). determinado quanto ao objeto). Tal liquidação é feita pelo
lançamento. Com o lançamento a obrigação jurídica
A lei poderá atribuir a sujeito passivo a condição de tributária que já existia, mas é ilíquida e incerta, passa a ser
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, líquida e certa, exigível em data e prazo predeterminado.
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada
a imediata restituição da quantia paga, caso não se realize o LANÇAMENTO
fato gerador presumido (substituição tributária para frente).
Segundo conceito do próprio Código Tributário Nacional
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS (art.142), o lançamento é “o procedimento administrativo
Nos casos de impossibilidade de exigência do tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, obrigação correspondente, determinar a matéria
respondem solidariamente (subsidiariamente conforme tributável, calcular o montante do total devido,
jurisprudência dominante) com este nos atos em que identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis aplicação da penalidade cabível”.
(arts. 134 e 135 do CTN): 1. pais, pelos tributos devidos por
seus filhos menores; 2. tutores e curadores, pelos tributos ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
devidos por seus tutelados e curatelados; 3. No atual sistema jurídico-tributário, existem três espécies
administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos de lançamento:
por estes; 4. o inventariante, pelos tributos devidos pelo
espólio; 5. o síndico e o comissário, pelos tributos devidos a) Lançamento direto (de ofício) é aquele feito pela
pela massa falida e pelo concordatário; 6. os tabeliães, autoridade administrativa sem qualquer colaboração do
escrivães c demais serventuários de oficio, pelos tributos contribuinte.
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles,
em razão de seu oficio; 7. os sócios, no caso de liquidação b) Lançamento por declaração (misto) é aquele feito em
de sociedade de pessoas. face da declaração prestada pelo contribuinte ou por
terceiro (art. 147 do CTN), sem a obrigação do pagamento
RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES antecipado.
Salvo disposição de lei em contrário, a
responsabilidade por infrações da legislação tributária c) Lançamento por homologação (ou autolançamento) é
independe da intenção do agente ou do responsável aquele feito quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
(responsabilidade objetiva) e da efetividade, natureza e sujeito passivo o dever de calcular o tributo e antecipar o
extensão dos efeitos do ato (art. 136 do CTN). seu pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa. É uma forma de pagamento antecipado
Respondem pessoalmente os agentes sujeito à condição posterior da homologação (art. 150, § 1º,
(responsabilidade subjetiva) nos seguintes casos (art. 137 do CTN). Praticada a homologação, extingue-se o crédito
do CTN): 1. quando a infração for conceituada como crime tributário (art. 156, VII, do CTN).
ou contravenção penal, salvo se o ilícito for cometido no
exercício regular de suas atribuições; 2. quando a infração

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TRIBUTÁRIO
Conforme consta da Súmula 436 do STJ, “A entrega de VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos
declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º
do artigo 164;
providência por parte do fisco’’.
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a
definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de
Segundo o artigo 149 do CTN, o lançamento por ação anulatória;
declaração e o auto lançamento não impedem que o Fisco X - a decisão judicial passada em julgado.
faça o lançamento de ofício, hipótese que normal mente é XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e
verificada quando o contribuinte não cumpre sua obrigação condições estabelecidas em lei.
ou apresenta dados considerados incorretos pela Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total
Administração Tributária. ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da
sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A maioria dos autores considera a enumeração do art.
156 do CTN taxativa (ou exaustiva), e não meramente
O art. 151 do CTN regula a suspensão da exigibilidade exemplificativa. Isso significa que, em regra, apenas as
do crédito tributário. Arrola hipóteses em que o Fisco fica modalidades expressamente nela elencadas podem dar
impedido de exigir a sua satisfação e, mesmo, de tomar ensejo à válida e legítima extinção do crédito tributário, e
qualquer medida com vista a constranger o contribuinte ao qualquer acréscimo de outras hipóteses à lista requer lei
pagamento: complementar da União sobre normas gerais tributárias.
Essa também tem sido a orientação disposta em recentes
julgados do Supremo Tribunal Federal.
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral; EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras
do processo tributário administrativo; Art. 175. Excluem o crédito tributário:
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. I - a isenção;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em II - a anistia.
outras espécies de ação judicial; Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o
VI – o parcelamento. cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
cumprimento das obrigações assessórios dependentes da
obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
Como o CTN artificialmente aparta o surgimento da
conseqüentes.
obrigação tributária (art. 114) da constituição do crédito
tributário (art. 142), estabelecendo momentos distintos para
cada qual, pode-se concluir que a exclusão do crédito se dá
Essas hipóteses suspensivas estabelecidas pelo art. 151, pressupondo o prévio surgimento da obrigação respectiva.
podem ser assim sintetizadas: a) foi dado prazo para
pagamento do tributo ou penalidade, seja por força de A isenção e a anistia, ao excluírem o
moratória ou de parcelamento concedido ao contribuinte crédito, dispensam o contribuinte de apurar e de cumprir
(incisos I e VI); b) há incerteza quanto à existência do a obrigação tributária principal. De outro lado, impedem
crédito, colocado em dúvida por impugnação, manifestação o fisco de constituir o crédito pelo lançamento e de
de inconformidade ou recurso ainda não definitivamente exigi-lo, seja administrativa ou judicialmente.
julgados na esfera administrativa, ou suspenso por decisão
judicial que tenha reconhecido a relevância ou
verossimilhança dos argumentos do sujeito passivo em
ação por este ajuizada (incisos III, IV e V); ou c) o crédito
está garantido por depósito em dinheiro (inciso II). Vale dizer que a exclusão do crédito não dispensa o
sujeito passivo de cumprir as obrigações tributárias
acessórias (art. 175, parágrafo único, do CTN). Mesmo as
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO pessoas isentas continuam sujeitas aos deveres de
colaboração com a administração e à fiscalização tributária.
Diferentemente dos casos de suspensão, pelos quais
se retira a exigibilidade por tempo certo, para posterior
cobrança, nas hipóteses de extinção dá-se a supressão do 11. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
crédito, liberando definitivamente o sujeito passivo da
obrigação que possuía diante do Estado (sujeito ativo), com A administração tributária envolve a fiscalização e a
o desaparecimento da dívida e da própria obrigação arrecadação de tributos, bem como autos de infração,
tributária surgida com o fato gerador (Irapuã Beltrão). orientação aos contribuintes e expedição de certidões
(Maximilianus).
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento; FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
II - a compensação;
III - a transação; A fiscalização administrativa atendendo posição de
IV - remissão; supremacia que possuía diante do particular, desde que
V - a prescrição e a decadência; autorizada por lei, e nos limites desta, pode controlar as
VI - a conversão de depósito em renda; atividades do cidadão que detenham algum interesse no
campo tributário (Irapuã Beltrão).

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Prova: alegação de ilicitude da obtida mediante apreensão de ________________________


documentos por agentes fiscais, em escritórios de empresa -
compreendidos no alcance da garantia constitucional da
inviolabilidade do domicílio - e de contaminação das provas daquela
________________________
derivadas: tese substancialmente correta, prejudicada no caso,
entretanto, pela ausência de qualquer prova de resistência dos ________________________
acusados ou de seus prepostos ao ingresso dos fiscais nas
dependências da empresa ou sequer de protesto imediato contra a
diligência. (STF. Plenário. HC 79512-RJ. Relator Ministro
________________________
Sepúlveda Pertence) ________________________
DÍVIDA ATIVA ________________________
A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção
de certeza e liquidez.
________________________
CERTIDÃO ________________________
CERTIDÃO NEGATIVA ________________________
A certidão negativa contendo informações quanto a ________________________
pessoa, domicílio e ramo de negócio pode ser requerida
pelo interessado, devendo ser entregue no prazo de dez
dias a contar da entrada do requerimento.
________________________
CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA
________________________
Tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão ________________________
de que conste a existência de créditos não vencidos, em
curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a ________________________
penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
________________________
Todos os direitos reservados. É vedada a reprodução
total ou parcial desta apostila, sem a autorização do ________________________
autor, sob as penas da lei.
________________________
ANOTAÇÕES _______________________

________________________
________________________
________________________
________________________ QUESTÕES - FGV
________________________
2. TRIBUTO
________________________
1. (Advogado/BESC) As características da “efetividade
________________________ ou potencialidade” do serviço público ensejam a
criação e cobrança de:
________________________ a) taxa.
b) imposto.
________________________ c) tarifa.
d) contribuição de melhoria.
________________________ e) empréstimo compulsório.

________________________ 2. (OAB-Brasil) No que se refere aos empréstimos


compulsórios, NÃO é correto afirmar que
________________________ a) são restituíveis.
b) podem ser instituídos por medida provisória, desde que
________________________ haja relevância e urgência.
c) a competência para sua instituição é exclusiva da União

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Federal. d) a lei tributária não poderá prever tratamento desigual
d) podem ser instituídos em caso de guerra externa ou sua para contribuintes que se encontrem em situação
iminência e, neste caso, não respeitam o princípio da equivalente.
anterioridade. e) os tributos não podem ser cobrados em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
3. (Advogado/Senado Federal) É tributo instituiu ou aumentou.
contraprestacional:
a) a CSLL. 7. (Advogado/BESC) É vedado à União, aos Estados, ao
b) o IRPJ. Distrito Federal e aos Municípios:
c) a COFINS. a) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos
d) a contribuição para o CREA. após o início da vigência da lei que os houver instituído ou
e) a taxa judiciária. aumentado.
b) cobrar tributo no exercício financeiro seguinte àquele em
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
c) exigir tributo sem lei que o estabeleça, admitido, todavia,
independentemente de lei, o aumento do que fora
4. (Cartório/AM) Assinale a alternativa falsa. anteriormente criado.
a) A competência para instituir impostos sobre a d) cobrar taxas dos templos de qualquer culto.
propriedade territorial rural é da União. e) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por
b) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua conservadas pelo poder público.
procedência ou destino.
c) Compete aos Municípios instituir impostos sobre 8. (Advogado/BESC) São impostos sujeitos ao princípio
transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, da não-cumulatividade:
de bens móveis e imóveis, por natureza ou acessão física, e a) o IPI e o ICMS. b) o IPI, o ICMS e o IPTU.
de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem c) o IPI e o IOF. d) o ISS e o IPTU.
como cessão de direitos à sua aquisição. e) o IPI, o IPTU e o ITR.
d) O IPTU é imposto da competência dos Municípios.
e) O imposto de transmissão causa mortis e doação, de 9. (OAB/Brasil) Considere a seguinte situação
quaisquer bens ou direitos relativamente a bens imóveis e hipotética: lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao ITR e
respectivos direitos, compete ao Estado da situação do estabeleceu que a alíquota relativa aos imóveis rurais
bem, ou ao Distrito Federal. situados no Rio de Janeiro seria de 5% e a relativa aos
demais Estados do Sudeste de 7%. Tal enunciado
5. (OAB/Brasil) A competência tributária não se normativo viola o princípio constitucional
confunde com a capacidade tributária ativa. Aquela se a) da uniformidade geográfica da tributação.
traduz na aptidão para instituir tributos, enquanto esta é b) da legalidade tributária.
o exercício da competência, ou seja, a aptidão para c) da liberdade de tráfego.
cobrar tributos. Nesse sentido, é correto afirmar que d) da não diferenciação tributária entre a procedência e o
a) compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos destino do produto.
Municípios instituir impostos, taxas, contribuições de
melhoria, assim como as contribuições para o custeio do 10. (OAB-Brasil) No exercício de 1995, um contribuinte
serviço de iluminação pública. deixou de recolher determinado tributo. Na ocasião, a
b) em virtude do princípio federativo, que, entre outras lei impunha a multa moratória de 30% do valor do
consequências, delimita entre os entes políticos o poder de débito. Em 1997, houve alteração legislativa, que
tributar, ao Distrito Federal compete apenas instituir reduziu a multa moratória para 20%. O contribuinte
espécies tributárias próprias dos Estados-membros da recebeu, em 1998, notificação para pagamento do
federação. débito, acrescido da multa moratória de 30%. A
c) a União pode instituir, via lei ordinária, impostos além dos exigência está.
previstos na Constituição, mediante dois requisitos: que eles a) correta, pois aplica-se a lei vigente à época de ocorrência
sejam não cumulativos e que não tenham fato gerador do fato gerador.
próprio dos impostos já previstos constitucionalmente. b) errada, pois aplica-se retroativamente a lei que defina
d) em Território Federal, os impostos estaduais são de penalidade menos severa ao contribuinte.
competência da União. Caso o Território não seja dividido c) correta, pois o princípio da irretroatividade veda a
em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais aplicação retroagente da lei tributária.
também são de competência da União. d) errada, pois a aplicação retroativa da lei é regra geral no
direito tributário.
6. (Advogado/BESC) O princípio constitucional
tributário da reserva da lei significa que: 11. (OAB/Brasil) Visando fomentar a indústria brasileira,
a) os impostos só podem ser cobrados no ano posterior ao uma nova lei, publicada em 18/02/2010, majorou a
de sua criação ou aumento. alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados
b) os tributos só podem ser instituídos ou aumentados (IPI), bem como majorou a alíquota do Imposto sobre
através de lei. Exportação (IE). A partir de que data a nova alíquota
c) a lei poderá reservar percentuais dos tributos para poderá ser exigida para o IPI e para o IE?
determinadas finalidades. a) Imediatamente para ambos.
b) No exercício financeiro seguinte para ambos.

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c) 90 dias após a publicação da lei para o IPI e 16. (Magistratura/MT) Com base nos Princípios
imediatamente para o IE. Constitucionais Tributários, analise as afirmativas a
e) 90 dias após o exercício financeiro seguinte para o IPI e seguir:
no exercício financeiro seguinte para o IE. I. A vedação que impede a União, os Estados, o DF e os
Municípios de exigir ou aumentar tributo sem lei que o
12. (Advogado/Senado Federal) Em determinado estabeleça consagra o princípio da legalidade tributária.
município houve a cobrança de IPTU sobre área que a II. O princípio da irretroatividade tributária veda a cobrança
Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como de tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido
cemitério. Essa cobrança: publicada a lei que o instituiu ou majorou.
a) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, III. O princípio da uniformidade geográfica admite
b refere-se tão-somente aos templos de qualquer natureza. excepcionalmente que sejam concedidos incentivos fiscais
b) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b” só destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
compreende os templos e a casa do celebrantes. socioeconômico entre as diferentes regiões do país.
c) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, Assinale:
“b”, que protege a liberdade de expressão religiosa. a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
d) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
com a exploração do cemitério. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
bem como todas as atividades relacionadas à liberdade e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
religiosa.
17. (Agente Tributário Estadual/MS) É incorreto afirmar
13. (OAB/Brasil) A imunidade recíproca impede que que somente a lei poderá dispor sobre:
a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das a) a instituição de tributos.
aplicações financeiras dos Estados e dos Municípios. b) a extinção do crédito tributário.
b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da c) a majoração de tributos.
União. d) atualização monetária da base de cálculo dos tributos.
c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a e) cominação de penalidades.
bem do Município valorizado em decorrência de obra
pública. 18. (Agente Tributário Estadual/MS) Não cabe ao Estado
d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da do Mato Grosso do Sul instituir imposto sobre:
União. a) circulação de mercadorias.
b) prestação de serviços de comunicação.
14. (OAB-Brasil) A Lei X, promulgada em 20 de outubro c) prestação de serviços de transporte municipal.
de 2008, determinou a majoração do ISS. Já a Lei Y, d) transmissão causa mortis.
promulgada em 16 de novembro de 2009, reduziu o e) prestação de serviços de transporte interestadual.
ICMS de serviços de telecomunicação. Por fim, o
Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF para 19. (Agente Tributário Estadual/MS) São imunes dos
compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto impostos estaduais os itens a seguir, à exceção de um.
afirmar que Assinale-o.
a) o ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 a) os livros pautados ou em branco.
dias da publicação da Lei X, ao passo que os novos valores b) os serviços dos partidos políticos.
do ICMS e do IOF poderão ser cobrados a partir da c) o papel destinado à impressão de periódicos.
publicação dos diplomas legais que os implementaram. d) os templos religiosos.
b) todos os impostos mencionados no enunciado somente e) o patrimônio dos municípios.
poderão ser cobrados no exercício financeiro seguinte à
publicação do diploma legal que os alterou por força do
princípio da anterioridade. 4. IMPOSTOS
c) na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS
estão sujeitos ao princípio da anterioridade nonagesimal, 20. (Agente Tributário Estadual/MS) O fato gerador do
considerada garantia individual do contribuinte cuja violação imposto sobre produtos industrializados é:
causa o vício da inconstitucionalidade. a) a sua arrematação, quando apreendido e levado a leilão.
d) o IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em b) a sua entrada no país, quando de procedência
relação ao princípio da anterioridade, está sujeito apenas à estrangeira.
anterioridade nonagesimal, o que significa que bastam 90 c) a industrialização do produto.
dias da publicação do decreto que alterou sua alíquota para d) a sua entrada no estabelecimento arrematante.
que possa ser cobrado. e) a sua adjudicação quando abandonado e levado a leilão.
21. (OAB/Brasil) Caso determinado município venha a
15. (Magistratura/PA) São princípios constitucionais atualizar o valor monetário da base de cálculo do IPTU,
tributários, que estão literalmente expressos na tal hipótese:
Constituição:
a) deve vir regulada por lei.
a) o da personalização do imposto e o da tipicidade. b) deve vir regulada por lei complementar.
b) o da capacidade contributiva e o do imposto proibitivo. c) enquadra-se como majoração de tributo.
c) o da vedação das isenções heterônomas e da d) poderá ser disciplinada mediante decreto.
transparência fiscal.
d) o da solidariedade fiscal e o da legalidade tributária. 22. (OAB/Brasil) Nos autos de uma ação de divórcio, os
e) o da uniformidade tributária e o da justiça tributária. ex-cônjuges, casados em regime de comunhão total de

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bens, dividiram o patrimônio total existente da seguinte c) imposto de importação.
maneira: o imóvel situado no Município X, no valor de d) imposto de exportação.
R$ 50.000,00, pertencerá ao ex-marido, enquanto o e) imposto sobre prestação de serviço de transporte
imóvel situado no Município Y, no valor de R$ 30.000,00, interestadual.
pertencerá à ex-esposa. Assinale a alternativa correta
quanto à tributação incidente nessa partilha. 27. (OAB/Brasil) Semprônio dos Santos é proprietário
a) O tributo a ser recolhido será o ITCMD, de competência de um sítio de recreio, local destinado ao lazer, na área
do Estado, e incidirá sobre a base de cálculo no valor de R$ de expansão urbana, na região serrana de Paraíso do
10.000,00. Alto. A área é dotada de rede de abastecimento de água,
b) O tributo a ser recolhido será o ITBI, sobre ambos os rede de iluminação pública e esgotamento mantidas
imóveis, cada qual para o município de localização do bem. pelo município, embora não existam próximos quer
c) O tributo a ser recolhido será o ITBI, de competência do escola, quer hospitais públicos. Neste caso Semprônio
Município, e incidirá sobre a base de cálculo no valor de R$ deve pagar o seguinte imposto:
10.000,00. a) o IPTU, por ser área de expansão urbana, dotada de
d) Não há tributo a ser recolhido, pois, como o regime de melhoramentos.
casamento era o da comunhão total de bens, não há b) o ITR, por ser sítio de recreio, não inserido em área
transferência de bens, mas simples repartição do patrimônio urbana.
comum de cada ex-cônjuge. c) o IPTU, por ser sítio, explorado para fins empresariais.
d) o ITR, por não haver escola ou hospital próximos a
23. (Advogado/BADESC) Com relação às isenções e
menos de 3km do imóvel.
benefícios fiscais relativos ao ICMS, assinale a
alternativa correta. 28. (Advogado/BADESC) Considerando os verbos e
a) Exigem a edição de convênio entre os Estados e o complementos sublinhados, assinale a alternativa que
Distrito Federal, apenas por meio de autorização impositiva. contém hipótese não geradora da incidência de tributo
b) Podem ser concedidos ou revogados, unilateralmente, instituído e cobrado pelo Estado de Santa Catarina.
por lei ordinária do Estado. a) Prestador de serviço de decoração e jardinagem fornece
c) Exigem autorização dos Estados e do Distrito Federal, as mercadorias necessárias à respectiva prestação.
apenas para sua concessão. b) Pai doou R$ 1.000,00 a seu filho.
d) Podem ser concedidos por meio de convênio autorizativo, c) Indústria catarinense importou bem destinado ao seu
mas apenas para revogação. ativo permanente.
e) Exigem a edição de convênio entre os Estados e o d) João Silva é proprietário de um jet ski.
Distrito Federal, para sua concessão e revogação. e) Sociedade empresária catarinense interpõe recurso ao
24. (Advogado/BESC) No caso de prestação de serviços Tribunal Administrativo Tributário - TAT, em face de
de transporte rodoviário por terceiro, entre pontos exigência de ITCMD objeto de autuação fiscal.
situados em diferentes Municípios do mesmo Estado:
29. (OAB/Brasil) Uma construtora com sede no
a) é devido ISS ao Município em que estiver situado o
Município do Rio de Janeiro constrói um edifício sob
estabelecimento prestador.
regime de empreitada na cidade de Nova Iguaçu, onde
b) é devido ISS ao Município destinatário dos bens
não possui estabelecimento. A competência para a
transportados.
imposição do Imposto Municipal Sobre Serviços (ISS)
c) é devido ICMS ao Estado onde ocorreu a prestação do
caberá à municipalidade
serviço.
a) do Rio de Janeiro, porque é o município onde a
d) são devidos ISS e ICMS a ambos os Municípios.
construtora tem a sua sede social.
e) não há incidência de ISS, nem de ICMS.
b) de Nova Iguaçu, porque é o local onde foi construído o
25. (OAB-Brasil) A respeito do ICMS, é correto afirmar edifício.
que. c) do Rio de Janeiro, porque construção civil não é
a) é não cumulativo, significando que, em qualquer prestação de serviços.
hipótese, deverá ser assegurado o crédito para d) do Rio de Janeiro, porque a construtora não tem
compensação com o montante devido nas operações ou estabelecimento em Nova Iguaçu e, em razão do princípio
prestações seguintes. da territorialidade, não pode ser exigido o tributo sobre
b) incide sobre prestação de serviços de transporte contribuintes estabelecidos fora do território de cada Ente
interestadual e intermunicipal e de comunicação, assim Federado.
como sobre o valor total da operação, quando as
mercadorias forem fornecidas com serviços não 6. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
compreendidos na competência impositiva municipal.
c) sendo de competência tributária do Estado-Membro 30. (OAB/Brasil) Conforme a Constituição Federal, o
somente a legislação estadual pode excluir da incidência do veículo legislativo adequado para dispor sobre conflitos
imposto, nas exportações para o exterior, serviços, e de competência entre os entes políticos em matéria
produtos determinados. tributária é a
d) tem as suas alíquotas estabelecidas pelo Senado a) medida provisória. b) lei complementar.
Federal, aplicáveis às operações e prestações internas, c) emenda constitucional. d) lei ordinária.
interestaduais e de exportação.
31. (Agente Tributário Estadual/MS) A respeito dos
26. (Agente Tributário Estadual/MS) Identifique o tributo tratados internacionais, pode-se afirmar que:
que não pode incidir sobre derivados de petróleo, em a) não podem dispor sobre matéria tributária.
face de regra estabelecida pela Constituição. b) não dependem de aprovação pelo Congresso Nacional.
a) imposto sobre produto industrializado. c) têm tratamento diverso das convenções internacionais.
b) imposto de circulação de mercadorias.

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d) não obrigam os contribuintes brasileiros a cumprirem d) impossibilidade de exigência de tributo não previsto em
seus ditames. lei.
e) revogam e modificam a legislação tributária interna.
37. (OAB-Brasil) Determinada Lei Municipal, publicada
32. (Agente Tributário Estadual/MS) Pode-se afirmar que em 17/01/2011, fixou o aumento das multas e alíquotas
as normas complementares previstas no CTN: relativo aos fatos jurídicos tributáveis e ilícitos
a) complementam apenas leis e decretos. pertinentes ao ISS daquele ente federativo.
b) complementam apenas tratados e convenções Considerando que determinado contribuinte tenha sido
internacionais. autuado pela autoridade administrativa local em
c) complementam apenas leis, tratados e convenções 23/12/2010, em razão da falta de pagamento do ISS dos
internacionais. meses de abril de 2010 a novembro de 2010, assinale a
d) complementam apenas tratados internacionais. alternativa correta a respeito de como se procederia a
e) complementam leis, tratados e convenções internacionais aplicação da legislação tributária para a situação em
e decretos. tela.
a) Seriam mantidas as alíquotas e multas nos valores
33. (OAB/Brasil) Em Direito Tributário, cumpre à lei previstos na data do fato gerador.
ordinária: b) Seriam aplicadas as alíquotas previstas na lei nova e as
a) estabelecer a cominação ou dispensa de penalidades multas seriam aplicadas nos valores previstos na data do
para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos. fato gerador.
b) estabelecer a forma e as condições como isenções, c) Seriam mantidas as alíquotas nos valores previstos na
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos em matéria data do fato gerador e as multas seriam aplicadas nos
de ISS. valores previstos de acordo com a nova lei.
c) estabelecer normas gerais em matéria tributária, d) Seriam aplicadas as alíquotas e multas nos valores
especialmente sobre adequado tratamento tributário ao ato previstos de acordo com a nova lei.
cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) estabelecer normas gerais em matéria tributária, 7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
especialmente sobre a definição de tratamento diferenciado
e favorecido para as microempresas e empresas de 38. (Cartório/AM) Assinale a alternativa que defina
pequeno porte. corretamente o fato gerador da obrigação principal.
34. (OAB/Brasil) De acordo com o Código Tributário a) É a situação definida em atos administrativos como
Nacional, aplica-se retroativamente a lei tributária na necessária e suficiente à sua ocorrência.
hipótese de: b) É a situação definida em convenções ou tratados
a) analogia, quando esta favorecer o contribuinte. internacionais como necessária e suficiente à sua
b) extinção do tributo, ainda não definitivamente constituído. ocorrência.
c) graduação quanto à natureza de tributo aplicável, desde c) É a situação definida em lei como necessária e suficiente
que não seja hipótese de crime. à sua ocorrência.
d) ato não definitivamente julgado, quando a lei nova lhe d) É a situação definida em contrato como necessária e
comine penalidade menos severa que a prevista na lei suficiente à sua ocorrência.
vigente ao tempo de sua prática. e) É a situação decorrente de declaração unilateral de
vontade como necessária e suficiente à sua ocorrência.
35. (Fiscal de Rendas/MS) Um contribuinte é autuado
por infração à legislação do imposto sobre produtos 39. (Magistratura/PA) A responsabilidade solidária em
industrializados e, apesar de defender-se judicialmente, matéria tributária entre empresas pertencentes ao
não obtém decisão que lhe seja favorável. Intimado a mesmo conglomerado se caracteriza, precipuamente:
pagar o imposto e a multa devida, ele toma a) pelo comando empresarial exercido pela mesma diretoria.
conhecimento da entrada em vigor de uma lei que b) pela realização conjunta da situação que caracterize o
comina penalidade menos severa que aquela vigente ao fato gerador.
tempo da infração. Assinale a afirmativa correta c) pela existência de operações de caráter econômico que
aplicável à situação acima narrada. vinculem as empresas.
a) A lei vigente na época da infração somente não será d) pela efetiva participação nos lucros obtidos pelo
aplicável à hipótese, se tiver sido expressamente revogada conglomerado, por ambas as empresas.
pela posterior. e) pela existência entre elas de contrato de rateio de
b) A nova lei não é aplicável à hipótese, porque se trata de despesas.
ato definitivamente julgado. 40. (OAB/Brasil) A Cia. de Limpeza do Município de Trás
c) A nova lei retroage, porque é mais benéfica ao os Montes, empresa pública municipal, vendeu um
contribuinte. imóvel de sua titularidade situado na rua Dois, da
d) A nova lei retroage, apenas para efeito de excluir a multa quadra 23, localizado no nº 06. Neste caso, o novo
devida. proprietário
e) A lei que estabelece normas gerais de Direito Tributário a) não paga o imposto de transmissão de bens imóveis, em
jamais se aplica a ato ou fato pretérito. função de ser bem público.
36. (OAB/Brasil) O emprego da analogia, em matéria b) fica isento do imposto predial e territorial urbano, ante a
tributária, resultará na: imunidade do patrimônio público.
a) majoração de tributo. c) paga o IPTU, mas não paga o ITBI, uma vez que, nesta
b) instituição de tributo. última hipótese, quem transmite a propriedade do bem é
c) exclusão do crédito tributário. empresa pública.

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d) fica obrigado a pagar todos os tributos que recaiam sobre estaria isenta de qualquer responsabilidade referente aos
o bem. tributos devidos pela Pizza Já até a data da incorporação.
44. (OAB/Brasil) Na denúncia espontânea, o sujeito
41. (OAB/Brasil) Determinada pessoa física adquire de
passivo tem direito à exclusão
outra um estabelecimento comercial e segue na
a) da multa e dos juros.
exploração de suas atividades, cessando ao vendedor
b) da multa e da correção monetária.
toda a atividade empresarial. Nesse caso, em relação
c) apenas dos juros.
aos tributos devidos pelo estabelecimento comercial até
d) apenas da multa.
a data da aquisição do referido negócio jurídico, o novo
adquirente responde 45. (OAB/Brasil) Determinada pessoa, havendo
a) pela metade dos tributos. arrematado imóvel em leilão judicial ocorrido em
b) subsidiariamente pela integralidade dos tributos. processo de execução fiscal para a cobrança de
c) integralmente por todos os tributos. Imposto Predial Urbano, vem a sofrer a exigência pelo
d) solidariamente, com o antigo proprietário, por todos os saldo devedor da execução não coberto pelo preço da
tributos. arrematação. Essa exigência é
a) legal, pois o arrematante é sucessor do executado em
42. (OAB/Brasil) Mauro Ricardo decidiu não pagar o relação ao imóvel, e em sua pessoa fiscal ficam sub-
imposto de renda do último ano, pois sua esposa Ana, rogados os créditos dos tributos incidentes sobre o mesmo
servidora pública, sofreu acidente de carro e foi imóvel.
declarada absolutamente incapaz, em virtude de b) ilegal, pois o crédito do exequente se sub-roga sobre o
traumatismo craniano gravíssimo. Ocorre que a Receita preço da arrematação, exonerando o arrematante quanto ao
Federal efetuou o lançamento e notificou Mauro, nos saldo devedor.
termos da lei, acerca do crédito tributário em aberto. c) legal, pois o valor pago pelo arrematante não foi
Quando Mauro recebeu a notificação, ele se dirigiu à suficiente para a cobertura da execução.
Receita e confessou a infração, prontificando-se a d) legal, pois a arrematação não pode causar prejuízo ao
pagar, de imediato, o tributo devido, sem multa ou juros Fisco.
de mora. A partir do exposto acima, assinale a
afirmativa correta. 8. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
a) A confissão de Mauro tem o condão de excluir a sua
responsabilidade, sem a imposição de qualquer penalidade.
46. (Agente Tributário Estadual/MS) Constitui-se o
Entretanto, ele deve pagar o tributo devido acrescido dos
crédito tributário:
juros de mora.
a) pela materialização da hipótese de incidência.
b) Mauro somente se apresentou à Receita após a
b) pelo surgimento da obrigação tributária principal.
notificação, o que exclui qualquer benefício oriundo da
c) pela ocorrência do lançamento.
denúncia espontânea, devendo ele recolher o tributo devido,
d) pela sua inscrição como dívida ativa.
a penalidade imposta e os juros de mora.
e) pela ocorrência do fato gerador.
c) A incapacidade civil de Ana tem reflexo direto na sua
capacidade tributária, o que significa dizer que, após a 47. (Agente Tributário Estadual/MS) Entende-se por
sentença judicial de interdição, Ana perdeu, igualmente, a lançamento:
sua capacidade tributária, estando livre de quaisquer a) o procedimento administrativo tendente a verificar a
obrigações perante o fisco. ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
d) Caso Mauro tivesse procedido com mera culpa, ou seja, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
se a sonegação tivesse ocorrido por mero esquecimento, tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso,
ele poderia pagar somente o tributo e os juros de mora, propor a aplicação da penalidade cabível.
excluindo o pagamento de multa. b) o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
43. (OAB/Brasil) Pizza Aqui Ltda., empresa do ramo dos
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
restaurantes, adquiriu o estabelecimento empresarial
passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade
Pizza Já Ltda., continuando a exploração deste
cabível.
estabelecimento, porém sob razão social diferente –
c) o procedimento administrativo tendente a verificar a
Pizza Aqui Ltda. Neste caso, é correto afirmar que:
ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável,
a) a Pizza Aqui responde solidariamente pelos tributos
calcular o montante do tributo devido e propor a aplicação
devidos pela Pizza Já, até a data do ato de aquisição do
da penalidade cabível.
estabelecimento empresarial, se a Pizza Já cessar a
d) o procedimento administrativo tendente a determinar a
exploração da atividade.
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido e
b) caso a Pizza Já prossiga na exploração da mesma
identificar o sujeito passivo.
atividade dentro de 6 (seis) meses contados da data de
e) o procedimento administrativo tendente a verificar a
alienação, a Pizza Aqui responde subsidiariamente pelos
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
tributos devidos pela Pizza Já Ltda. até a data do ato de
calcular o montante do tributo devido e identificar o sujeito
aquisição do estabelecimento.
passivo.
c) caso a Pizza Já mude de ramo de comércio dentro de 6
(seis) meses contados da data de alienação, então a Pizza 48. (OAB-Brasil) A obrigação tributária principal tem por
Aqui será integralmente responsável pelos tributos devidos objeto:
pela Pizza Já até a data do ato de aquisição desta. a) a escrituração de livros contábeis.
d) caso o negócio jurídico não fosse a aquisição, mas a b) o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
incorporação da Pizza Já pela Pizza Aqui, esta última

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c) a prestação de informações tributárias perante a e) legal, se houver circunstância que o faça necessário, mas
autoridade fiscal competente. deve ser seguido do pedido ao Juiz que o convalide.
d) a inscrição da pessoa jurídica junto ao Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica – CNPJ. 54. (Magistratura/TJ-PA) A Empresa Delta Ltda. sofreu
penhora em parte de seus bens (maquinário) em função
49. (Cartório/AM) Assinale a alternativa correta. de execução fiscal. A dívida é de R$ 1 milhão. Os bens
a) A exclusão do crédito tributário se dá pela isenção ou penhorados, à época em que adquiridos (há 2 anos),
pela anistia. custaram R$ 1.250 mil. A Delta quer participar de uma
b) Apenas o despacho do juiz que ordenar a citação em licitação e necessita de certidão positiva com efeitos de
execução fiscal faz interromper a prescrição. negativa. A esse respeito é correto afirmar que:
c) Não são extraconcursais os créditos tributários a) será impossível emitir a certidão, já que, com a
decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do passagem do tempo, provavelmente o débito não está
processo de falência. garantido.
d) Laudêmio é tributo. b) a certidão deve ser emitida, visto que a eventual
e) A obrigação legal de pagamento do laudêmio é do insuficiência da penhora não lhe retira os efeitos próprios,
comprador. dentre os quais o de suspender a exigibilidade do débito.
c) é possível negar a emissão da certidão, pois a penhora
50. (OAB/Brasil) Segundo o Código Tributário Nacional, não incorreu sobre depósito em dinheiro.
remissão é d) efetivada a penhora, está suspensa a exigibilidade do
a) uma modalidade de extinção dos créditos tributários e crédito, entretanto deve a constrição garantir a execução.
consiste na liberação da dívida por parte do credor, e) a certidão deve ser emitida, condicionada à penhora de
respaldada em lei autorizativa. bens suficientes, cabendo a prova da suficiência ao
b) a perda do direito de constituir o crédito tributário pelo interessado.
decurso do prazo.
c) uma modalidade de exclusão dos créditos tributários com 55. (OAB/Brasil) Determinado contribuinte, devedor de
a liberação das penalidades aplicadas ao sujeito passivo, tributo, obtém o seu parcelamento e vem efetuando o
respaldada em lei autorizativa. pagamento conforme deferido. Apesar disso, sofre
d) uma modalidade de extinção dos créditos tributários em processo de execução fiscal para a cobrança do
razão da compensação de créditos entre o sujeito ativo e o referido tributo. Nos embargos de devedor, o
sujeito passivo, respaldada em lei autorizativa. contribuinte poderá alegar
a) a carência da execução fiscal, em face da novação da
51. (Agente Tributário Estadual/MS) A retificação da dívida, que teria perdido a sua natureza tributária pelo seu
declaração para efeito de lançamento, por iniciativa do parcelamento.
próprio declarante, com o objetivo de reduzir o valor do b) a improcedência da execução fiscal, por iliquidez do título
tributo, somente é admissível mediante comprovação exequendo, pelo fato de que parte da dívida já foi paga.
do erro em que se funde e, ainda: c) o reconhecimento do direito apenas parcial à execução
a) antes de extinto o crédito. fiscal, por parte do Fisco, em face da existência de saldo
b) antes de notificado o lançamento. devedor do parcelamento.
c) antes do lançamento. d) a carência da execução fiscal em face da suspensão da
d) antes da homologação. exigibilidade do crédito tributário.
e) antes da notificação para depósito.
52. (OAB/Brasil) A expiração do prazo legal para
lançamento de um tributo, sem que a autoridade 56. (OAB-Brasil) Fulano de Araújo, proprietário de um
administrativa fiscal competente o tenha constituído, único imóvel em que reside com sua esposa, no
caracteriza hipótese de Município do Rio de Janeiro, é réu em ação de execução
a) remissão. fiscal promovida pela Fazenda Pública Municipal por
b) prescrição. falta de pagamento do IPTU. Tendo em vista as
c) decadência. disposições gerais contidas no Código Tributário
d) transação. Nacional acerca do crédito tributário, assinale a
alternativa correta.
a) O imóvel residencial próprio do casal é impenhorável, não
9. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA devendo responder por qualquer tipo de dívida.
b) Os bens e rendas do sujeito passivo respondem pelo
53. (Magistratura/TJ-PA) Agentes do Fisco Estadual pagamento de todo crédito de natureza tributária, sem
apreenderam notas e livros fiscais, durante determinada comportar exceções.
atividade fiscalizadora na empresa Beta, sem estarem c) Bens gravados por ônus real ou por cláusulas de
munidos de mandado judicial para tal fim. Esse inalienabilidade não podem ser alcançados para saldar
procedimento é considerado: dívidas tributárias.
a) ilegal, pois qualquer apreensão de bem de empresa só d) A impenhorabilidade do bem de família não é oponível
pode ser feita através de mandado judicial. em face da cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano.
b) abusivo, por representar excesso do exercício do poder
de fiscalização. 57. (OAB/Brasil) A empresa ABC ingressou com medida
c) inconstitucional, pois desta forma estariam quebrando o judicial destinada a questionar a incidência da
sigilo de dados da empresa. contribuição social sobre o lucro. Em sede de exame
d) legal, sendo os documentos de exibição obrigatória pelo liminar, o juiz concedeu a medida liminar para que a
contribuinte. empresa não recolhesse a contribuição. Durante a
vigência da medida judicial, a Receita Federal iniciou

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DIREITO
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TRIBUTÁRIO
procedimento de fiscalização visando à cobrança da
contribuição social sobre o lucro não recolhida naquele
período. Com base no relatado acima, assinale a
alternativa correta.
a) A Receita Federal não pode lavrar auto de infração, em
virtude da liminar concedida na medida judicial em questão.
b) A Receita Federal pode lavrar auto de infração, mas
somente com a exigibilidade suspensa para prevenir a
decadência.
c) A empresa ABC, diante da abertura do procedimento de
fiscalização, pode solicitar ao juiz nova medida liminar, a fim
de que determine o encerramento de tal procedimento.
d) A Receita Federal pode lavrar auto de infração, já que a
medida liminar possui caráter provisório.

GABARITO
01 A 20 A 39 B
02 B 21 D 40 D
03 E 22 A 41 C
04 C 23 A 42 B
05 D 24 C 43 B
06 B 25 B 44 D
07 E 26 B 45 B
08 A 27 A 46 C
09 A 28 A 47 A
10 B 29 B 48 B
11 C 30 B 49 A
12 C 31 E 50 A
13 A 32 E 51 B
14 A 33 A 52 C
15 A 34 D 53 D
16 C 35 B 54 B
17 D 36 D 55 D
18 C 37 A 56 D
19 A 38 C 57 B

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