Estudante: Fernando Augusto António Ribeiro Júnior
Chimoio, Setembro de 2024
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ÍNDICE
1. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................5
1.1. Descrição do Problema......................................................................................................6
1.1.1. Pergunta de pesquisa............................................................................................7
1.2. Hipóteses......................................................................................................................7
1.2.1. Hipótese Primária:................................................................................................7
1.2.2. Hipóteses Secundárias..........................................................................................7
1.3. Objectivos....................................................................................................................8
1.3.1. Geral.....................................................................................................................8
1.3.2. Específicos...............................................................................................................8
1.4. Justificativa.......................................................................................................................8
2. REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................................10
2.1. Definição dos termos..................................................................................................10
2.1.1. Arbitragem..........................................................................................................10
2.1.1. Conflito...............................................................................................................10
2.2. Literatura sobre o tema...............................................................................................11
2.2.1. Contratos comerciais..........................................................................................11
2.2.2. Arbitragem na resolição de conflitos..................................................................12
2.2.3. Arbitragem em moçambique..............................................................................13
2.2.4. Arbitragem Nos Contratos Empresariais............................................................15
2.2.5. Mediacao na lei de trabalho................................................................................18
3. METODOLOGIA..............................................................................................................20
3.1. Tipo de estudo............................................................................................................20
3.1.1. Quanto a abordagem...........................................................................................20
3.1.2. Quanto aos objectivos.........................................................................................20
3.1.3. Quanto a natureza...............................................................................................20
3.1.1. Quanto aos procedimentos técnicos....................................................................20
3.2. Método de pesquisa....................................................................................................21
3.2.1. Métodos de abordagem.......................................................................................21
3.2.2. Métodos de procedimento...................................................................................21
3.3. Técnica de recolha de dados.......................................................................................22
2
3.4. Técnica de análise de dados........................................................................................22
3.5. Instrumentos de recolha de dados...............................................................................23
3.6. População e amostra...................................................................................................23
3.6.1. população...........................................................................................................23
3.6.2. Amostragem.......................................................................................................24
3.5.3. Amostra....................................................................................................................24
3.8. Formas usadas para a criação de cada instrumento de recolha de dados..........................24
b) Reprodutibilidade dos Resultados (Teste-Reteste).....................................................26
d) Clareza e Estrutura do Instrumento............................................................................27
f) Validação Prévia e Estudos Piloto..............................................................................27
4. RESULTADOS ESPERADOS..........................................................................................28
5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES.............................................................................29
6. ORÇAMENTO..................................................................................................................29
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................30
APÊNDICES/ANEXOS.............................................................................................................34
Guião de Entrevista................................................................................................................34
Formulário de Inquérito..........................................................................................................37
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1. CONTEXTUALIZAÇÃO
O presente projecto tem como tema: A adopção da arbitragem como método
alternativo de resolução de conflitos em contratos comerciais: Uma abordagem à
realidade empresarial em Chimoio, no período compreendido entre 2021 e 2024
A arbitragem emergiu como um método alternativo de resolução de conflitos cada vez
mais relevante para a comunidade empresarial no contexto global. Esta forma de
resolução alternativa de disputas oferece aos negócios uma maneira eficiente,
confidencial e especializada de solucionar divergências que podem surgir durante a
execução de contractos comerciais (Pereira, 2018). Ao mesmo tempo, tem sido
amplamente adoptada em vários países como uma forma de complementar ou até
substituir os litígios tradicionais no sistema judiciário (Lima, 2020). Em Moçambique, a
cidade de Chimoio destaca-se como um importante centro de atividades comerciais e
industriais na província de Manica, com uma diversidade de empresas que operam em
sectores como agricultura, mineração, manufatura e serviços (Dantas, 2019).
Em Moçambique, os métodos de resolução de conflitos encontram amparo legal e
institucional, especialmente no contexto laboral. A Lei nº 10/99, de 7 de Julho, que
aprova a Lei do Trabalho, juntamente com a Lei nº 11/99, de 8 de Julho, que institui a
arbitragem voluntária, formam a base legal para a arbitragem no país, permitindo que as
partes envolvidas em conflitos, especialmente em questões laborais, possam optar por
resolver suas divergências fora do sistema judicial convencional (Marrengula, 2020). A
mediação e a arbitragem, particularmente no sector laboral, são administradas em
Moçambique pelo Centro de Arbitragem, Conciliação e Mediação Laboral (CACM),
uma entidade criada com o objectivo de facilitar a resolução de conflitos trabalhistas de
forma amigável, célere e eficaz. Esses mecanismos proporcionam uma alternativa viável
às longas esperas e aos custos elevados associados aos processos judiciais tradicionais
(Santos, 2021). No entanto, no contexto específico de Chimoio, cidade capital da
província de Manica, esses métodos ainda enfrentam resistência e são subutilizados,
especialmente no setor comercial.
A cidade de Chimoio, é um centro comercial e industrial de grande relevância, abriga
empresas de sectores como agricultura, manufatura e serviços, etc. A crescente
actividade econômica na região tem gerado um aumento nas transações comerciais e,
consequentemente, no surgimento de conflitos contratuais e trabalhistas (Dantas, 2019).
Nesse cenário, a arbitragem e a mediação poderiam ser mecanismos eficazes para
4
resolver esses conflitos, promovendo maior eficiência, especialização e
confidencialidade.
1.1. Descrição do Problema
Nos últimos anos, a arbitragem tem-se destacado como um método alternativo de
resolução de conflitos em contratos comerciais, sendo frequentemente promovida como
uma solução eficiente, rápida e confidencial em comparação aos processos judiciais
tradicionais (Gaitán, 2020). Segundo Cardoso (2019), “a arbitragem oferece vantagens
consideráveis, especialmente em litígios comerciais, onde a celeridade e a experiência
dos árbitros podem ser determinantes para a resolução eficaz de conflitos”. No entanto,
no contexto empresarial de Chimoio, Moçambique, ainda se sabe pouco sobre a
aceitação e a eficácia desse mecanismo entre as empresas locais.
Apesar das vantagens reconhecidas, a arbitragem enfrenta desafios significativos em
Chimoio. Além da falta de familiaridade das empresas com o processo arbitral,
existência de poucos árbitros qualificados localmente e da ausência de uma infra-
estrutura adequada para suportar procedimentos arbitrais (Santos, 2021), há também
uma questão crítica relacionada ao custo. Muitos empresários consideram os custos de
arbitragem elevados em comparação aos tribunais tradicionais, especialmente em um
contexto onde as pequenas e médias empresas predominam.
Outro problema relevante é a pobre regulamentação e supervisão adequadas sobre o
funcionamento dos centros de arbitragem, particularmente em Chimoio. A ausência de
padrões claros pode gerar insegurança jurídica e desconfiança nas decisões arbitrais.
Além disso, há relatos de falta de transparência em alguns processos arbitrais, o que
levanta preocupações sobre a imparcialidade dos árbitros e a equidade dos
procedimentos (Ferreira, 2022).
A resistência cultural também desempenha um papel crucial. Em Chimoio, muitos
empresários continuam a preferir os tribunais tradicionais, não apenas por
desconhecimento, mas também pela percepção de que esses tribunais oferecem maior
legitimidade e previsibilidade nas decisões. A resistência ao novo modelo é agravada
pela falta de campanhas de sensibilização e formação sobre os benefícios e
procedimentos da arbitragem (Santos, 2021).
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A problemática central deste estudo reside na escassez de pesquisas aprofundadas sobre
a aplicação prática da arbitragem em Chimoio. Há uma lacuna no entendimento de
como a arbitragem se adapta às necessidades específicas das empresas locais, do nível
de confiança que este método inspira e das suas limitações em termos de custos, tempo
e imparcialidade. Este projecto, portanto, busca preencher essa lacuna, oferecendo uma
análise crítica sobre a implementação e os resultados da arbitragem na realidade
empresarial de Chimoio.
1.1.1. Pergunta de pesquisa
Diante do excerto, coloca-se a seguinte questão de pesquisa: quais são os factores que
influencia a adopção da arbitragem e mediação como método de resolução de
conflitos comercias na cidade de Chimoio, no período de 2021 a 2024?
1.2. Hipóteses
1.2.1. Hipótese Primária:
A arbitragem não é eficaz como método alternativo de resolução de conflitos
comerciais em Chimoio, sendo sua adopção entre as empresas localmente
insignificante e com barreiras como falta de familiaridade, escassez de árbitros e
custos elevados, que não podem ser superadas com melhorias na divulgação e
infra-estrutura.
1.2.2. Hipóteses Secundárias
A arbitragem é eficaz como método alternativo de resolução de conflitos
comerciais em Chimoio e, com o aumento da divulgação dos seus benefícios,
melhorias na formação de árbitros e no desenvolvimento de infra-estrutura, sua
adopção pode ser significativamente ampliada entre as empresas locais.
A arbitragem é um método eficaz de resolução de conflitos comerciais em
Chimoio, sendo capaz de oferecer uma alternativa mais rápidas, especializada e
confidencial em comparação aos tribunais tradicionais, especialmente quando
são superadas as barreiras de familiaridade, formação de árbitros e
infraestrutura.
6
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral
Analisar a eficácia da arbitragem como método alternativo de resolução de
conflitos em contratos comerciais na realidade empresarial de Chimoio,
Moçambique, identificando as barreiras à sua adoção e propondo recomendações
para promover a sua utilização entre as empresas locais.
1.3.2. Específicos
Identificar os principais desafios enfrentados pelas empresas de Chimoio em
relação à adopção da arbitragem para a resolução de conflitos comerciais.
Apresentar a percepção dos empresários de Chimoio sobre a arbitragem em
comparação com os tribunais tradicionais.
Investigar a disponibilidade e qualidade dos árbitros e instituições arbitrais em
Chimoio.
Analisar os custos e a viabilidade da arbitragem para as pequenas e médias
empresas da região.
Examinar o impacto da formação e da infraestrutura local sobre a eficácia dos
procedimentos arbitrais.
1.4. Justificativa
A arbitragem tem ganhado destaque como um método alternativo de resolução de
conflitos comerciais em várias partes do mundo, sendo considerada uma forma mais
rápida, confidencial e especializada em comparação com os processos judiciais
tradicionais (Pereira, 2018). No entanto, em Chimoio, Moçambique, esse mecanismo
ainda é pouco utilizado pelas empresas locais, que enfrentam desafios específicos
relacionados à familiaridade com o processo, à disponibilidade de árbitros qualificados
e à infraestrutura adequada.
A cidade de Chimoio, localizada na província de Manica, é um importante centro
comercial e industrial, abrigando empresas que operam em sectores-chave como
agricultura, manufatura, serviços, etc. (Dantas, 2019). Com o crescimento das
actividades comerciais e o aumento da complexidade das transações, surgem
frequentemente conflitos contratuais que precisam ser resolvidos de maneira eficiente
7
para não prejudicar o desenvolvimento econômico local. Nesse contexto, explorar o
potencial da arbitragem como um método alternativo pode proporcionar vantagens
significativas, especialmente para pequenas e médias empresas, que muitas vezes
enfrentam dificuldades com os tribunais tradicionais, seja pela morosidade, seja pelos
altos custos envolvidos.
A realização deste estudo justifica-se pela necessidade de aprofundar o entendimento
sobre a arbitragem no contexto empresarial de Chimoio, investigando não apenas os
desafios enfrentados pelas empresas, mas também as oportunidades que esse método
oferece para uma resolução mais eficaz de conflitos comerciais. Além disso, o estudo
visa contribuir para o desenvolvimento de estratégias que possam promover a adoção da
arbitragem na região, desde a formação de árbitros até a criação de uma infraestrutura
adequada para suportar os procedimentos arbitrais.
A pesquisa também pode fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas e
iniciativas do sector privado voltadas para o fortalecimento da arbitragem como uma
ferramenta de resolução de conflitos, melhorando a confiança dos empresários e
contribuindo para um ambiente de negócios mais dinâmico e seguro em Chimoio. Ao
investigar as percepções dos empresários e identificar as barreiras à adopção da
arbitragem, este estudo pode servir de base para o desenvolvimento de soluções práticas
que beneficiem o sector empresarial e impulsionem o uso de métodos alternativos de
resolução de conflitos (Santos, 2021).
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Definição dos termos
2.1.1. Arbitragem
Carmona (1998, p. 27) a conceitua como “uma técnica para a solução de controvérsias
através da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem seus poderes de uma
convenção privada, decidindo com base nesta convenção sem intervenção do Estado,
8
sendo a decisão destinada a assumir eficácia de sentença judicial.” Ele ainda
complementa ressaltando que “[...] a arbitragem é meio alternativo de solução de
controvérsia tomando-se como referência o processo estatal - meio heterocompositivo
por certo mais empregado para dirimir conflitos.” (Carmona, 1998, p. 43).
A Arbitragem é o meio de resolução de conflitos mais simples e objetiva, e os
julgadores, além de imparciais, são técnicos especializados na área científica sobre a
qual recai o objeto litigioso, e, via de regra, do mais alto quilate científico e
respeitabilidade. (Cachapuz, 2000, P.27).
A arbitragem é uma modalidade extrajudicial de resolução de conflito em que um
árbitro, terceiro escolhido pelas partes, decide uma lide (Kamel, 2017, p.26). O autor
ainda destaca que ela é usada quando as partes não querem buscar a solução do impasse
através do Poder Judiciário, optando pela resolução arbitral.
Luiz Antonio Scavone Junior conceitua a arbitragem como “o meio privado e
alternativo de solução de conflitos referentes aos direitos patrimoniais e disponíveis
através do árbitro, normalmente um especialista na matéria controvertida, que
apresentará uma sentença arbitral” (Cavalcante & Cardoso, 2023).
2.1.1. Conflito
Definição Geral de Conflito: “Conflito é um processo que começa quando uma parte
percebe que outra parte a impede de alcançar um objetivo.” (Hocker & Willmot, 2014).
Conflito como Luta de Interesses: “Conflitos ocorrem quando duas ou mais partes
percebem que suas metas são incompatíveis ou que estão em oposição.” (Deutsh, 1973).
Conflito e Comunicação: “O conflito é uma interação entre duas ou mais partes que se
percebem como tendo interesses opostos, resultando em um processo de comunicação
que pode se tornar hostil.” (Fisher & Patton, 2011).
Conflito em Organizações: “Conflitos organizacionais podem ser definidos como um
estado de discordância que surge devido a diferentes interesses, metas ou valores entre
indivíduos ou grupos dentro de uma organização.” (Thomas, 1992).
Conflito Contratual: “Um conflito contratual ocorre quando uma das partes não cumpre
as obrigações estipuladas no contrato, resultando em uma disputa que pode exigir
resolução judicial ou extrajudicial.” (Furtado, 2017).
9
Conflito Comercial: “Um conflito comercial é uma disputa que ocorre entre partes
envolvidas em uma relação comercial, que pode resultar de desacordos sobre obrigações
contratuais, práticas comerciais desleais ou competição desleal.” (Tavares, 2020).
2.2. Literatura sobre o tema
2.2.1. Contratos comerciais
Um contrato comercial é um acordo legalmente vinculativo entre partes que define os
termos de uma transação comercial. De acordo com a Uniform Commercial Code
(UCC) dos Estados Unidos, “Um contrato é uma promessa ou um conjunto de
promessas que o direito reconhece como um dever a ser cumprido.” (UCC, Seção 1-
201).
Os elementos essenciais para a formação de um contrato incluem: oferta, aceitação,
consideração, capacidade e um objecto lícito. Segundo Friedman (2018), “Um contrato
é válido se contiver todos os elementos essenciais. A falta de um único elemento pode
tornar o contrato não vinculativo.” (Friedman, 2018).
Os contratos comerciais podem ser classificados em diversas categorias, como contratos
de compra e venda, prestação de serviços e contratos de distribuição. Segundo Miller e
Jentz (2018), “Os contratos comerciais variam amplamente, reflectindo a diversidade
das transacções empresariais e as necessidades das partes envolvidas.” (Miller & Jentz,
2018).
Cláusulas como obrigações das partes, prazo de duração e condições de pagamento são
frequentemente incluídas. Segundo Stone (2015), “As cláusulas contratuais devem ser
redigidas de maneira clara e inequívoca para evitar ambiguidades e litígios futuros.”
(Stone, 2015).
A resolução de disputas contratuais pode ser feita através de mediação, arbitragem ou
litígios. De acordo com Menkel-Meadow (2016), “A escolha do método de resolução de
conflitos pode impactar significativamente a relação entre as partes e a eficácia da
solução.” (Menkel-Meadow, 2016).
2.2.2. Arbitragem na resolição de conflitos
“A mediação e a arbitragem são métodos alternativos de resolução de conflitos que
buscam evitar o litígio e são frequentemente utilizados em disputas contratuais.”
(Almeida, 2016).
10
A arbitragem tem sido um método amplamente utilizado para solucionar controvérsias
em contratos empresariais ao redor do mundo. Com a crescente complexidade das
transações, a agilidade na resolução de conflitos tornou-se crucial para a continuidade
dos negócios (Cavalcante e Cardoso, 2023).
Nos complexos meandros das transações comerciais contemporâneas, a resolução
eficiente e justa de disputas assume um papel central para a manutenção da estabilidade
e confiabilidade das relações empresariais (Cavalcante e Cardoso, 2023).
A arbitragem pode fornecer soluções mais rápidas e técnicas para problemas de
negócios mais complexos, aumentando assim o grau de certeza e previsibilidade do
negócio. Por esta razão, atualmente, quase todos os grandes contratos empresariais
aderem à arbitragem como meio de resolução de disputas que possam surgir
(Cavalcante e Cardoso, 2023).
Em suma, a arbitragem nos contratos empresariais se mostra como uma ferramenta
valiosa para a promoção da segurança jurídica e o estímulo aos negócios, sendo uma
opção que merece ser considerada pelas empresas na busca por soluções eficazes de
resolução de disputas (Cavalcante e Cardoso, 2023). Sendo assim, este trabalho é de
suma importância para abordar as vantagens de sua utilização nos contratos
empresariais.
Henrique e Soares (2015) afirmam que por ser mais informal, a arbitragem se torna
mais célere, e mais econômica do que os procedimentos judiciais vigentes. Os mesmos
autores destacam sobre a informalidade, flexibilidade e celeridade que o procedimento
proporciona
Esses atributos conferem às partes um julgamento seguro e rápido, sobretudo se
confrontando com os atropelos verificados na jurisdição pública, que se forma por um
exército de juízes com acúmulo de serviço, sem poder operacionalizar o direito dentro
de um prazo razoável ressalta ainda Cachapuz (2000).
A informalidade é característica fundante do método de resolução de controvérsia pela
arbitragem. Os árbitros poderão ser juristas ou não, bastando apenas possuir
conhecimento nos assuntos sobre os quais se impõe a solução, serem capazes e ter a
confiança das partes.
11
Segundo Moore (1998, p. 23), resultado pode ser consultivo ou compulsório. A
arbitragem pode ser conduzida por uma pessoa ou por um conselho de terceiras partes.
O fator crítico é que elas sejam extremas ao relacionamento em conflito. A arbitragem é
um processo privado em que os procedimentos, e frequentemente o resultado, não estão
abertos ao escrutínio público. As pessoas em geral escolhem a arbitragem devido a sua
natureza privada e também porque ela é mais informal, menos dispendiosa e mais rápida
que um processo judicial. Na arbitragem, as partes quase sempre podem escolher seu
próprio árbitro ou conselho de árbitros, o que lhes dá controle sobre a decisão do que se
a terceira parte fosse indicada por uma autoridade ou agência externas.
2.2.3. Arbitragem em moçambique
Em resposta às necessidades criadas pelo desenvolvimento do comércio internacional, o
governo de Moçambique tomou certas iniciativas. São elas de caráter legislativo a fim
de instituir os meios alternativos de solução de conflitos, aprovando assim a Lei de
Arbitragem, Conciliação e Mediação (n° 11/99 de 8 de julho de 1999) ( Aceris Law LLC,
2019)1.
Em seguida, a Constituição da República de Moçambique de 2004 reconheceu a
existência e legitimidade dos tribunais arbitrais. Além disso, outras leis também
reconheceram a arbitragem como meio de resolução de conflitos, tais como a Lei de
Investimentos (n° 3/93), Lei de Petróleos (n°21/2014), Lei das parcerias público-
privadas, Lei do Trabalho de 1998, o Código da Propriedade Industrial de 1999 e a Lei
sobre os Direitos de Autor de 2001 e o próprio Código de Processo Civil a partir de sua
atualização de 2005 (Aceris Law LLC, 2019)2.
2.2.3.1. Instituições arbitrais
Quanto às instituições sediadas em Moçambique, duas delas se destacam: COMAL
(Centro de Mediação e Arbitragem Laboral) o CACM (Centro de Arbitragem,
Conciliação e Mediação). A primeira sendo pública e com representação em todas as
províncias e a segunda privada, criada pela CTA (Confederação das Associações
Econômicas), com sede na capital Maputo. O CACM possui um papel importante em
promover os meios alternativos de resolução de conflitos, formação de árbitros e apoio
nas diferentes fases do procedimento. Visand0 garantir maior organização e
1
https://www.acerislaw.com/arbitragem-em-mocambique/
2
https://www.acerislaw.com/arbitragem-em-mocambique/
12
credibilidade à arbitragem moçambicana. Além disso, o CACM possui regras e
procedimentos próprios, que são inspirados pelos da Corte Internacional de Arbitragem
da Câmara de Comércio Internacional (CCI) (Aceris Law LLC, 2019)3.
2.2.3.2. Características fundamentais da lei n° 11/99
A arbitragem pode ser um meio de resolução de litígios mas também de conflitos de
interesse sem caráter contencioso (arts. 3 e 4) como, por exemplo, a revisão de
contratos. Quanto aos árbitros, esses podem ser indicados pelas partes ou por um
terceiro, como uma instituição arbitral e nada impede que esses árbitros sejam os
próprios juízes (art. 19), desde que os mesmos exerçam a função de árbitros à margem
da sua condição oficial. Quanto à eficácia das sentenças dos procedimentos arbitrais,
essas devem ser idênticas às de um tribunal judicial (art. 43) (Aceris Law LLC, 2019)4.
2.2.3.3. Possíveis modalidades de arbitragem
Uma arbitragem pode ser voluntária, ou seja, depende da vontade das partes,
concretizando-se por meio de uma convenção de arbitragem. A arbitragem também
pode ser necessária, como referem os artigos 1526 e 1528 do Código de Processo Civil,
que impõe a submissão a árbitros de determinados tipos de litígios, o que é bastante
questionado do ponto de vista do direito ao acesso à justiça (Aceris Law LLC, 2019)5.
A arbitragem pode ser dividida também igualmente entre institucionalizada, ou seja
processada e baseada nos regulamentos de uma instituição arbitral ou ad hoc, à margem
das instituições com árbitros escolhidos diretamente pelas partes (Aceris Law LLC, 2019).
Há também a distinção entre privada e pública, baseada na natureza das partes e na
qualidade em que intervém na arbitragem. Dessa forma, a arbitragem privada a
arbitragem ocorre entre particulares ou entre particulares e entes públicos actuando sem
poderes de autoridade. Já aquela de direito público opõe particulares a órgãos da
Administração Pública agindo iure imperii. Em direito moçambicano, a proibição do
Estado se comprometer com uma arbitragem encontra-se superada, pelo menos no que
toca litígios puramente internos (Aceris Law LLC, 2019)6.
3
Idem
4
Idem
5
https://www.acerislaw.com/arbitragem-em-mocambique/
6
Idem
13
A arbitragem representa para Moçambique uma peça-chave para o desenvolvimento
econômico do país. Ela dá às empresas e aos particulares estrangeiros garantias de
resolução de litígios de maneira célere e justa, além de conferir às partes ampla
liberdade para determinar os parâmetros desse procedimento (Aceris Law LLC, 2019)7.
2.2.4. Arbitragem Nos Contratos Empresariais
No que tange a arbitragem nos contratos empresariais, a origem etimológica do
vocábulo contrato conduz ao vínculo jurídico das vontades com vistas a um objeto
específico. O verbo contrahere conduz a contractus, que traz o sentido de ajuste,
convenção ou pacto, sendo um acordo de vontades criador de direitos e obrigações.
(Mello, 2015).
É o acordo entre duas ou mais pessoas para um fim qualquer. É o trato em que duas ou
mais pessoas assumem certos compromissos ou obrigações, ou asseguram entre si
algum direito. Assim, contrato é o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas com a
finalidade de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir direitos (Mello,
2015).
Tem-se na Teoria dos Contratos alguns princípios, como o da autonomia da vontade das
partes, que se remete na liberdade contratual, ou seja, no poder de contratar, de escolher
o tipo e o objeto do contrato e de dispor o conteúdo contratual, e acordo com os
interesses a serem autorregulados (Cavalcante e Cardoso, 2023).
Os litígios envolvendo questões contratuais podem gerar custos elevados, desgaste nas
relações empresariais e perda de oportunidades. Por isso, é importante buscar meios
alternativos de solução de controvérsias, que sejam mais ágeis, eficientes e satisfatórios
para as partes envolvidas (Cavalcante e Cardoso, 2023).
As instituições da arbitragem são um dos meios de solução de conflitos, que consiste em
um método privado e vinculante de solução de controvérsias, no qual as partes delegam
a um árbitro ou a um tribunal arbitral a decisão sobre o caso. A arbitragem pode ser
prevista no contrato ou acordada posteriormente pelas partes, e tem como vantagens a
especialização do árbitro na matéria em disputa, a autonomia das partes na definição das
regras do procedimento, a celeridade na prolação da sentença e a eficácia da decisão,
que tem força de título executivo (Cavalcante e Cardoso, 2023).
7
Idem
14
Nos contratos também pode ser firmado cláusulas arbitrais onde, são definidas formas
extrajudiciais de resolução de conflitos. Ricardo Santos (1997, p. 130-132) aponta como
principais motivadores da inserção de cláusula contratual prevendo a solução de
conflitos através de arbitragem, os seguintes:
a) a desconfiança quanto à imparcialidade dos Judiciários quando uma das partes
litigantes é estrangeira. Temor de o juízo estatal beneficiar a parte litigante com a
mesma nacionalidade, em detrimento da estrangeira. A Arbitragem Internacional
garantiria a imparcialidade da decisão e o tratamento equânime entre as partes,
independentemente de suas nacionalidades;
b) a quase sempre acentuada morosidade dos procedimentos estatais, atrelados a
normas processuais positivas, que as partes, em regra, não podem alterar, ainda que
de comum acordo. Respeitando os princípios da ordem pública, na arbitragem as
partes têm liberdade para criar procedimento;
c) o caráter confidencial da arbitragem. Conhecimento do litígio fica restrito às partes e
ao árbitro, inexistindo publicidade no que tange às provas produzidas, ao valor
econômico do conflito, à razão da disputa, aos reflexos econômicos da controvérsia.
Citando José Carlos Magalhães: “... a confidencialidade cria atmosfera propícia à
conciliação”. No Judiciário, á segredo de justiça nos casos previstos em lei. Grandes
empresas preferem a arbitragem em função desse item;
d) a ideia de uma decisão proferida por experts na matéria, objeto do litígio. Importante
em virtude da complexidade das relações comerciais internacionais;
e) o fato do litígio decorrente do contrato internacional comercial ser arbitrado por
pessoas ou órgãos escolhidos diretamente pelas partes em conflito, diferentemente
da justiça estatal em que a competência está previamente estabelecida nas normas
processuais. A autoridade dos árbitros no procedimento arbitral decorre da vontade
das partes através da pactuação de cláusula contratual própria, prevendo a solução
dos conflitos através da arbitragem, o que ressalta a característica contratual da
arbitragem, fundamentada na autonomia da vontade;
f) progressivo reconhecimento, pelos Judiciários, dos laudos arbitrais proferidos em
território estrangeiro.
De maneira geral a arbitragem funciona nos contratos comerciais através de alguns
procedimentos. Primeiramente temos a inclusão da Cláusula de Arbitragem, nessa
primeira etapa ocorre a inclusão de uma cláusula de arbitragem no contrato comercial.
15
Essa cláusula estabelecerá que, caso surja uma disputa entre as partes, ela será resolvida
por meio da arbitragem. As cláusulas de arbitragem geralmente indicam o local da
arbitragem, as regras que regerão o processo e como os árbitros serão selecionados
(Cavalcante e Cardoso, 2023).
Logo em seguida temos a escolha dos árbitros, onde as partes envolvidas no contrato
geralmente têm o direito de escolher os árbitros que julgarão a disputa. Isso permite
selecionar profissionais especializados na área em questão, o que pode levar a decisões
mais informadas e imparciais (Cavalcante e Cardoso, 2023).
Após a escolha do árbitro, iniciasse o processo da arbitragem, quando surge uma
disputa, uma das partes inicia o processo de arbitragem, apresentando uma notificação
formal à outra parte e ao árbitro ou instituição arbitral escolhido pelas partes. A
notificação deve incluir os detalhes da disputa e os fundamentos legais (Cavalcante e
Cardoso, 2023).
Os procedimentos de arbitragem variam de acordo com as regras escolhidas pelas partes
ou pela instituição arbitral. As partes apresentarão suas alegações e evidências perante
os árbitros, que conduzirão audiências, revisarão documentos e argumentos, e
finalmente emitirão uma decisão (Cavalcante e Cardoso, 2023).
Da decisão arbitral, observa-se que após ouvir todas as evidências e argumentos das
partes, os árbitros emitirão uma decisão conhecida como "sentença arbitral". Essa
decisão é vinculante para as partes, assim como uma decisão judicial. Em muitos casos,
a sentença arbitral não pode ser apelada, a menos que haja evidências de irregularidades
significativas no processo (Cavalcante e Cardoso, 2023).
E por consequência, tem-se o cumprimento da decisão, uma vez emitida a sentença
arbitral, as partes devem cumprir as determinações contidas nela. A sentença pode ser
reconhecida e executada em tribunais nacionais, conforme as leis e tratados
internacionais aplicáveis (Cavalcante e Cardoso, 2023).
Por fim, é importante mencionar que o uso da arbitragem nos contratos empresariais é
visualizado como a melhor maneira para escapar da morosidade da Justiça, brasileira ou
internacional, de forma célere e inteligente, sobretudo pela especialidade dos árbitros
envolvidos, que gera maior confiança na decisão proferida (Cavalcante e Cardoso,
2023).
16
2.2.5. Mediacao na lei de trabalho
Segundo Ouana (2024), o recurso à Mediação laboral, foi sempre tido como obrigatória,
a mando do n.º 1 do artigo 184, da Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto (antiga Lei do
Trabalho), ao dispor que
“salvo os casos de providências cautelares, todos os litígios devem ser
obrigatoriamente, conduzidos para a mediação antes de serem
submetidos à arbitragem ou aos tribunais de trabalho”.
Essa obrigatoriedade, apesar de ter, como finalidade, a busca prévia de um acordo
extrajudicial entre as partes em conflito, colocava em causa o direito de acesso aos
Tribunais (constitucionalmente tutelado), isto porque a parte que se visse lesada, na
relação jurídico-laboral mantida, não poderia, de nenhuma forma, submeter o litígio ao
Tribunal (de Trabalho) ou à Arbitragem, sem que tivesse cumprido previamente com a
condição imposta pela Lei (Ouana, 2024).
Situação essa que leva à arguição da inconstitucionalidade daquela norma por um
aplicador da lei, com legitimidade processual para o efeito, e a consequente suspensão e
remessa do processo, ao Conselho Constitucional, com vista à fiscalização concreta da
sua constitucionalidade, bem como da excepção dilatória, no caso da sua preterição
(Ouana, 2024).
Porém, com a entrada em vigor da Lei n.º 13/2023, de 25 de Agosto (nova Lei de
Trabalho), o cenário mudou ― o recurso prévio à Mediação laboral deixou de ser
obrigatório, tal como mostra a redacção do seu artigo 189, ao dispor que,
“os conflitos emergentes das relações laborais podem ser submetidos à
conciliação e mediação laboral, antes da sua remessa à arbitragem ou aos
tribunais de trabalho, salvo os casos de providências cautelares”.
Com isto, é dada mais liberdade à parte que entende estar lesada, na relação de trabalho,
submeter, querendo, o litígio ao Tribunal (de Trabalho), sem recurso prévio à Mediação
laboral (Ouana, 2024).
Mas também, ao eliminar, a nova Lei de Trabalho, o carácter obrigatório de recurso
prévio àquela, atribui às partes, para além de afastar o obstáculo de acesso aos Tribunais
(de Trabalho), a possibilidade de, através de uma espécie de cláusula compromissória
17
ou compromisso arbitral, determinarem o recurso prévio à Mediação laboral, no âmbito
da sua liberdade contratual (Ouana, 2024).
3. METODOLOGIA
3.1. Tipo de estudo
3.1.1. Quanto a abordagem
Para a realização dos objectivos traçados para o estudo, o presente trabalho baseara
numa abordagem qualitativa. Numa pesquisa do tipo qualitativa, a interpretação dos
fenómenos e a atribuição de significados são essenciais e não requer o uso de métodos e
técnicas estatísticas ao passo que na pesquisa quantitativa recorre-se a uma análise
estatística dos dados (Gil, 1999).
3.1.2. Quanto aos objectivos
Quanto aos objectivos, a pesquisa será exploratória. A pesquisa exploratória é utilizada
quando se procura um entendimento sobre a natureza geral do problema, as possíveis
hipóteses alternativas e as variáveis relevantes que necessitam ser consideradas. Este
tipo de pesquisa contribui para o aumento do conhecimento do problema de pesquisa,
definir o foco e as prioridades do estudo, levantar hipóteses e descobrir características
desconhecidas sobre temas dos quais existe conhecimento ou domínio insuficiente
(Gouveia, 2012).
3.1.3. Quanto a natureza
Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa será. Pesquisa básica objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Envolve verdades e interesses universais (Predanov & Freitas, 2013). Assim, o presente
estudo visa desenvolver o conhecimento sobre o tema em alusão.
3.1.1. Quanto aos procedimentos técnicos
A pesquisa adoptou o procedimento de pesquisa bibliográfica, levantamento e estudo de
campo.
18
A pesquisa é bibliográfica, segundo Fonseca (2002), é feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se
com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se
estudou sobre o assunto... (p.32).
Segundo Nascimento (2016), levantamento é a pesquisa realizada para conhecimento e
descrição de comportamentos e de características de indivíduos por meio de perguntas
diretamente aos próprios indivíduos. É caracterizada pelo questionamento direto aos
indivíduos cujo comportamento se deseja conhecer.
A pesquisa de campo: pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma
resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal
como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de
variáveis que presumimos relevantes, para analisá-los (Predanov / Freitas, 2013).
3.2. Método de pesquisa
Segundo Predanov e Freitas (2013), numa pesquisa existem métodos de abordagem e
métodos de procedimento.
3.2.1. Métodos de abordagem
Para a realização deste estudo, vai se recorrer ao método hipotético-dedutivo. Segundo
Lakatos e Marconi (2010, p.73), “o método inicia pela percepção de uma lacuna nos
conhecimentos acerca da qual formula hipótese e, pelo processo de inferência dedutiva,
testa a predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese”.
3.2.2. Métodos de procedimento
Sobre o ponto de vista de procedimentos, o método de procedimento será usado o
método monográfico. O método monográfico tem como princípio de que o estudo de
um caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou
mesmo de todos os casos semelhantes (Gil, 2008). Esses casos podem ser indivíduos,
instituições, grupos, comunidade etc. Nessa situação, o processo de pesquisa visa a
19
examinar o tema selecionado de modo a observar todos os fatores que o influenciam,
analisando-o em todos os seus aspectos.
3.3. Técnica de recolha de dados
Como técnicas de recolha de dados, o estudo vai usar entrevistas estruturadas,
questionário estruturado e pesquisa documental.
a) Entrevistas Semi-estruturadas: objectivam recolher as percepções detalhadas dos
agentes envolvidos no processo de mediação e arbitragem, como funcionários do
Centro de Arbitragem e Mediação de Conflitos Laborais, advogados, juízes, e
empresas que utilizam esses serviços. Permite explorar as opiniões, dificuldades e
benefícios percebidos da mediação e arbitragem diretamente com os profissionais da
área. Para a sua materialização serão usados Guia de entrevista com perguntas
abertas, gravadores de áudio para transcrição posterior.
b) Questionários Estruturados: objectivam obter uma visão quantitativa do nível de
satisfação e percepção dos agentes comerciais e trabalhadores em relação ao uso da
mediação e arbitragem. Permite obter respostas mensuráveis e comparáveis de um
número maior de participantes. Para a sua materialização serão usados
Questionários com perguntas fechadas aplicados presencialmente ou formulários
impressos.
c) Pesquisa Documental: objectivam analisar documentos legislativos, regulamentos
e relatórios de casos de mediação e arbitragem no contexto de Moçambique,
especialmente em Chimoio. Fornece uma base sólida de análise jurídica e contextual
do uso de métodos alternativos de resolução de conflitos. Para a sua materialização
será feita uma leitura de documentos governamentais, relatórios de casos de
mediação, revisões literárias sobre as leis de trabalho e comerciais em Moçambique.
3.4. Técnica de análise de dados
Para o tratamento da informação ira ser utilizada a análise de conteúdo, que segundo
Bardin (2008) constitui um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando
obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores que permitem a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção ou recepção dessas mensagens.
20
Percebe-se nas ideias do autor que uma importante finalidade da análise de conteúdo é
produzir inferências, pressupondo comparações dos dados obtidos mediante os
discursos que tem significados explícitos ou não nas unidades de contexto, trata-se, pois
de recusar a evidência do saber subjectivo, excluindo a intuição (Bardin, 2008).
Laville e Dionne (1999, p. 214) salientam que “depois de organizado o material é
preciso empreender um estudo minucioso de seu conteúdo, das palavras e frases que o
compõem, procurar-lhes o sentido, captar-lhes as intenções, comparar, avaliar, descartar
o acessório, reconhecer o essencial e seleccioná-lo em torno das ideias principais […]”.
Essa análise apoia-se na técnica de categorização, que consiste na classificação de
elementos que formam um conjunto (Barros & Lehfeld, 1986).
3.5. Instrumentos de recolha de dados
a) Guia de Entrevista - Estruturado para abordar temas como: Experiência com
mediação e arbitragem, vantagens e desvantagens percebidas e propostas de
melhorias nos processos.
b) Formulários de Questionário - Questões fechadas e abertas para medir:
Frequência de uso da mediação e arbitragem, nível de satisfação com os
processos, percepção da e eficiência e rapidez e grau de confiança nos
mediadores e árbitros.
c) Software de Análise de Dados - Microsoft Excel para tabulação de questionários
e produção de gráficos de frequência.
d) Documentos Legislativos - análise das leis trabalho (1998, 2007 e 2023) e
comerciais em Moçambique relacionadas com arbitragem e mediação, como o
caso dos Regulamentos e diretrizes do Centro de Arbitragem e Mediação
3.6. População e amostra
3.6.1. população
Segundo Martins e Ponte (2010 p. 24), População é o conjunto de unidades individuais,
que podem ser pessoas, animais ou resultados experimentais, com uma ou mais
características em comum, que se pretendem analisar. A população deste estudo incluiu:
Empresários de Chimoio: Representantes de empresas comerciais e industriais que
utilizaram, ou poderiam utilizar, métodos de mediação e arbitragem para resolver
conflitos comerciais.
21
Funcionários do Centro de Arbitragem e Mediação de Conflitos Laborais:
Profissionais envolvidos diretamente no processo de mediação e arbitragem de
conflitos laborais.
3.6.2. Amostragem
A amostragem nos levantamentos sociais pode assumir formas diversas, em função do
tipo de população, sua extensão e das condições materiais para realização da pesquisa e
também do tipo da questão em estudo. Neste caso, irá se usar a Amostragem não
probabilística intencional. A seleção dos participantes foi feita com base na
acessibilidade e disponibilidade dos sujeitos que já puderam resolver ou participar na
resoluçã de um conflito usando os meios alternativos de mediação ou arbitragem.
Empresários de diversos sectores e funcionários do centro de arbitragem foram
incluídos com base na sua representatividade no tema em estudo.
3.5.3. Amostra
Amostra é a parte da população que é observada com o objectivo de obter informação
para estudar a característica pretendida. (Martins e Ponte 2010 p. 24). A amostra será
composta por: 20 empresários de setores variados em Chimoio e 5 funcionários do
Centro de Arbitragem e Mediação de Conflitos Laborais.
3.8. Formas usadas para a criação de cada instrumento de recolha de dados
Para realizar estudo científico e utilizar os instrumentos de recolha de dados
menciononados, o processo de criação e obtenção desses instrumentos requereu uma
abordagem estruturada, como descrito abaixo:
a) Guião de Entrevista
O guião de entrevista é um roteiro com perguntas que guiarão a entrevista. Para criá-lo,
foi preciso:
Definir os Objectivos da Entrevista: Determinou-se os tópicos ou informações
específicas que deseja explorar com os entrevistados.
Desenvolver Perguntas: Formularam-se perguntas abertas que incentivem respostas
detalhadas. Evitando perguntas que possam ser respondidas com “sim” ou “não”.
Organizar as Perguntas: Ordenou-se as perguntas de modo lógico, do geral ao
específico, para que a conversa flua naturalmente.
22
Testar o Guião: foram realizadas entrevistas-piloto para verificar a clareza das
perguntas e ajustar o guião conforme necessário.
b) Formulário de Questionário
Para criar um formulário de questionário, considerou-se as etapas abaixo:
Definir o Objectivo do Questionário: Estabeleceu-se claramente quais informações
deseja recolher e quais são os objectivos específicos.
Elaborar Perguntas: As perguntas são: fechadas (com opções predefinidas, como
múltipla escolha ou escala) e abertas (onde o respondente pode dar uma resposta
livre).
Organização: Estruturoe-se o questionário de modo claro e simples, dividindo-o em
seções, se necessário. Por exemplo, há secção para questões demográficas e outra
para perguntas relacionadas ao tema da pesquisa.
Validar o Questionário: Teste-o antes da aplicação para verificar a clareza e a
validade das perguntas.
c) Documentos Legislativos
Documentos legislativos são essenciais para fornecer contexto e enquadramento jurídico
ao seu estudo. Para obtê-los:
Consulta a Sites do Governo: pode-se encontrar legislação específica sobre
arbitragem e mediação laboral nos sites oficiais, como: Boletim da República:
Publicações oficiais de novas leis e regulamentos. Ministério do Trabalho e
Segurança Social: Onde podem ser encontrados documentos legislativos específicos
sobre trabalho e resolução de conflitos laborais. Tribunal Administrativo e outros
órgãos judiciais: Para acessar documentos sobre arbitragem e mediação.
Bibliotecas Acadêmicas: Consultou-se bibliotecas ou repositórios acadêmicos que
possuam coleções de legislação ou livros especializados na área do seu estudo.
Recolha e Organização: Uma vez obtidos os documentos legislativos, organizou-se
de maneira sistemática, criando um arquivo para fácil consulta durante a fase de
análise.
3.9. Garantia de validade de cada instrumento de recolha de dados
23
A fiabilidade refere-se à consistência dos resultados obtidos por meio desses
instrumentos quando aplicados em diferentes momentos, por diferentes pesquisadores,
ou em diferentes condições, mas mantendo-se as mesmas variáveis.
A fiabilidade é um critério crucial porque influencia diretamente a credibilidade e a
precisão das conclusões. Para analisar até que ponto os instrumentos podem garantir
essa fiabilidade ao estudo verificando os seguintes critérios:
a) Consistência Interna
A fiabilidade dos instrumentos depende de sua capacidade de fornecer resultados
consistentes ao longo de várias aplicações. Um questionário ou guião de entrevista bem
elaborado apresenta uma consistência interna elevada, isto é, as questões que medem o
mesmo conceito ou variável devem produzir respostas consistentes.
Exemplo: Se o questionário do seu estudo de arbitragem e mediação inclui várias
perguntas relacionadas à “satisfação com o processo de mediação”, as respostas a essas
perguntas devem ser consistentes. Um alto coeficiente alfa de Cronbach (geralmente
superior a 0,7) indicaria que o instrumento tem alta consistência interna.
b) Reprodutibilidade dos Resultados (Teste-Reteste)
A fiabilidade testada por meio de teste-reteste verifica se os instrumentos fornecem
resultados semelhantes quando aplicados duas vezes ao mesmo grupo de respondentes
em momentos diferentes. Um instrumento com fiabilidade elevada deveria gerar
respostas semelhantes, mesmo quando aplicado em diferentes momentos.
Exemplo: No caso de um guião de entrevista para mediadores, as respostas fornecidas
pelos entrevistados devem ser semelhantes em ocasiões diferentes, indicando que o
instrumento é fiável e que os resultados não são frutos do acaso ou de variações
momentâneas.
c) Fiabilidade Interobservador
Quando um instrumento de recolha de dados é aplicado por diferentes investigadores, a
fiabilidade interobservador verifica se os resultados são consistentes entre diferentes
observadores ou aplicadores.
Exemplo: Se dois investigadores realizarem entrevistas baseadas no mesmo guião com
diferentes mediadores ou árbitros, as respostas e conclusões derivadas dessas entrevistas
24
devem ser comparáveis. Se houver discrepâncias grandes, isso indicaria uma baixa
fiabilidade interobservador.
d) Clareza e Estrutura do Instrumento
A clareza e a estrutura das perguntas ou diretrizes contidas nos instrumentos
influenciam directamente a fiabilidade. Perguntas ambíguas ou mal formuladas podem
gerar respostas variáveis, diminuindo a consistência dos dados.
Exemplo: Um questionário com perguntas claras sobre os métodos de arbitragem e
mediação, sem ambiguidades, reduzirá a probabilidade de interpretações erradas pelos
participantes, garantindo que as respostas sejam mais uniformes e previsíveis.
e) Controlo de Variáveis Externas
Instrumentos fiáveis também são desenhados para minimizar o impacto de variáveis
externas que possam influenciar as respostas, como o ambiente, o estado emocional dos
participantes ou a compreensão errada das questões.
Exemplo: Um questionário sobre a percepção da eficácia da arbitragem pode ser
influenciado pelo estado emocional do respondente no momento. Garantir um ambiente
controlado e a formulação precisa das questões ajudará a manter a consistência nas
respostas.
f) Validação Prévia e Estudos Piloto
A realização de estudos piloto é fundamental para testar a fiabilidade dos instrumentos
antes da aplicação em larga escala. Ao submeter os instrumentos a um grupo de teste, é
possível identificar questões inconsistentes ou problemáticas, ajustando-as para
melhorar a fiabilidade.
Exemplo: Ao testar o guião de entrevista com um grupo pequeno de mediadores antes
de aplicá-lo em um estudo maior, você pode ajustar perguntas que não geram respostas
consistentes, melhorando a fiabilidade do instrumento para a aplicação em larga escala.
4. RESULTADOS ESPERADOS
Para o tema “A adoção da arbitragem e mediação como métodos alternativos de
resolução de conflitos comerciais em Chimoio, no período compreendido entre 2021 a
2024”, os resultados esperados são os seguintes:
25
Verificar se os métodos de arbitragem e mediação são amplamente aceitos e
utilizados pelos agentes comerciais e pelos funcionários do centro de arbitragem e
mediação de conflitos laborais em Chimoio, Moçambique, durante o período de
2021 a 2024.
Avaliar a eficácia desses métodos na resolução de conflitos laborais, medindo a
rapidez e a eficiência com que os casos são resolvidos em comparação com métodos
tradicionais.
Investigar o impacto da arbitragem e mediação na satisfação dos funcionários e na
melhoria das relações laborais nas empresas em Chimoio.
Explorar as percepções dos agentes comerciais e dos mediadores/arbitradores sobre
os benefícios e desafios associados à implementação desses métodos.
Verificar se as práticas de arbitragem e mediação estão alinhadas com as leis
trabalhistas e regulamentações em Moçambique.
Fornecer recomendações baseadas nos resultados da pesquisa para melhorar a
implementação e eficácia da arbitragem e mediação como métodos de resolução de
conflitos laborais em Chimoio e em contextos similares.
5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Actividadea Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Pesquisa
do tema
Pesquisa
bibliográfica
26
Colecta de
dados
Apresentação
e discussão
dos dados
Elaboração
do trabalho
Entrega
do trabalho
6. ORÇAMENTO
Material Custo Unit Quant Custo total Observação
Resma 500.00 1 500.00
Esferográficas 15.00 5 75.00
Bloco de notas 74.00 2 148
Impressão e cópias 3.00 75 225
Transporte para pesquisa 15.00 30 450.00
Total 1398.00
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APÊNDICES/ANEXOS
Guião de Entrevista
Tema: A adopção da arbitragem como método alternativo de resolução de conflitos
em contratos comerciais: Uma abordagem à realidade empresarial em Chimoio, no
período compreendido entre 2021 e 2024.
Objectivo: Obter percepções sobre a utilização da arbitragem e mediação nos conflitos
comerciais e laborais, entender os desafios e benefícios desses métodos, e como a
legislação influencia o processo.
Parte 1: Informações Gerais
Nome: ______________________________________________________________________
Cargo:_______________________________________________________________________
31
Experiência profissional: ______________________________________________________
Tempo na função actual: ______________________________________________________
Parte 2: Conhecimento e Uso de Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos
O que você entende por arbitragem e mediação como métodos de resolução de
conflitos?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Você já participou de algum processo de arbitragem ou mediação? Se sim, como foi a
sua experiência?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Como é tomada a decisão de optar por arbitragem ou mediação nos conflitos laborais e
comerciais em sua organização?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Quais são os principais tipos de conflitos comerciais e laborais que surgem com mais
frequência?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Quais são as vantagens de usar arbitragem e mediação, na sua opinião, em comparação
com os processos judiciais tradicionais?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Parte 3: Desafios e Eficácia dos Métodos
Quais os principais desafios que você enfrenta no uso da arbitragem ou mediação para
resolver conflitos?
32
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Como os agentes comerciais e os funcionários reagem aos métodos de arbitragem e
mediação? Há resistência?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Os resultados obtidos através da mediação e arbitragem são eficazes e aceitos pelas
partes envolvidas?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Parte 4: Impacto da Legislação sobre Mediação e Arbitragem
Como a legislação vigente sobre mediação e arbitragem laboral em Moçambique tem
influenciado a resolução de conflitos?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
A legislação atual é suficiente para apoiar esses métodos? Que melhorias poderiam ser
feitas?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Existe apoio institucional suficiente para a promoção da arbitragem e mediação em
Chimoio?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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Parte 5: Sugestões
Como você vê o futuro da arbitragem e mediação em Moçambique?
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Que sugestões você daria para melhorar a adoção desses métodos no contexto laboral e
comercial?
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Formulário de Inquérito
Tema: A adopção da arbitragem como método alternativo de resolução de conflitos
em contratos comerciais: Uma abordagem à realidade empresarial em Chimoio, no
período compreendido entre 2021 e 2024.
Objetivo: Recolher dados quantitativos e qualitativos sobre a experiência e percepções
dos funcionários e agentes comerciais quanto à utilização da arbitragem e mediação.
Instruções: Responda a cada pergunta de forma clara. A sua participação é anônima e
os dados serão usados apenas para fins de pesquisa.
Parte 1: Dados Pessoais
Idade:
( ) Menos de 25 anos ( ) 25-34 anos ( ) 35-44 anos
( ) 45-54 anos ( ) Mais de 54 anos
Género:
( ) Masculino ( ) Feminino
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Nível de escolaridade:
( ) Ensino Secundário ( ) Ensino Técnico-Profissional
( ) Ensino Superior ( ) Pós-Graduação
Cargo:
( ) Agente Comercial
( ) Funcionário do Centro de Arbitragem e Mediação de Conflitos Laborais
( ) Outro (especifique): _______________________________________________________
Parte 2: Conhecimento sobre Mediação e Arbitragem
Você conhece os métodos de arbitragem e mediação para resolução de conflitos?
( ) Sim ( ) Não
Já participou de algum processo de arbitragem ou mediação?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, como avalia a sua experiência?
( ) Muito Positiva ( ) Positiva ( ) Neutra
( ) Negativa ( ) Muito Negativa
Parte 3: Eficácia da Mediação e Arbitragem
Na sua opinião, os processos de arbitragem e mediação são eficazes na resolução de
conflitos?
( ) Muito Eficazes ( ) Eficazes ( ) Neutros
( ) Pouco Eficazes ( ) Ineficazes
Comparando com processos judiciais, como avalia a rapidez da arbitragem e mediação?
( ) Muito Mais Rápida ( ) Mais Rápida ( ) Igual
( ) Mais Lenta ( ) Muito Mais Lenta
Em que medida a legislação sobre arbitragem e mediação em Moçambique facilita ou
dificulta a resolução de conflitos?
( ) Facilita muito ( ) Facilita ( ) Neutra
( ) Dificulta ( ) Dificulta muito
Parte 5: Sugestões para Melhorias
Que sugestões você daria para melhorar a adoção da arbitragem e mediação nos
conflitos comerciais e laborais?
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Na sua opinião, quais seriam as melhorias necessárias na legislação para apoiar melhor
esses métodos de resolução de conflitos?
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