UERN – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO – PEDAGOGIA 2022
MARIANDERSON PAULO DA SILVA
MEMORIAL ESCOLAR: MINHA TRAJETÓRIA NA REDE ESCOLAR PÚBLICA.
Mossoró
2022
MARIANDERSON PAULO DA SILVA
MEMORIAL ESCOLAR: MINHA TRAJETÓRIA NA REDE ESCOLAR PÚBLICA.
Memorial escolar apresentado ao curso de
Pedagogia pela Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte – UERN, em
cumprimento das exigências para obtenção de
nota para III unidade da grade curricular.
Orientadora: Profa. Dra. Lays Regina Batista
de Macena Martins dos Santos
Mossoró
2022
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Escola Santa Elisabete..............................................................................................4
Figura 2 - Caderno escolar referente ao 8º ano.........................................................................5
Figura 3 - Salão onde ocorriam as orações...............................................................................6
Figura 4 - Caderno referente ao 9º ano.....................................................................................7
Figura 5 – Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana...........................................8
Sumário
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5
BREVE BIOGRAFIA ........................................................................................................................... 6
TRAJETÓRIA NA ESCOLA SANTA ELISABETE ........................................................................ 6
EXPERIÊNCIAS NO ELISEU VIANA ............................................................................................ 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 12
REFERENÇIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 13
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a minha trajetória escolar na rede
de ensino pública na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, compreendo duas etapas
da educação básica, a Educação Infantil e o Ensino Médio. O trabalho foi produzido a partir
de lembranças e experiências pessoais que obtive na Escola Santa Elisabete e Escola
Integrada Professor Eliseu Viana, as quais são instituições educacionais de ensino público,
desse modo, abordei vivências que marcaram meu período escolar nas duas escolas, pontuei
as características que considero mais relevantes para a construção da narrativa acerca das
instituições, discorri sobre as suas metodologias de ensino e suas práticas educacionais
particulares, apresentei imagens que orientam a interpretação e análise do leitor acerca da
estrutura das escolas, assim como também cadernos que expõem as particulares das
disciplinas de determinada escola. Além disso, abordei a pandemia do Covid-19 como
impasse para a continuidade das minhas atividades presenciais e experiências no ensino
médio, por fim, apresentei as considerações finais acerca de minhas vivências na rede escolar
pública e manifestei opiniões pessoais sobre o caráter do ensino aplicado.
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BREVE BIOGRAFIA
Chamo-me Marianderson Paulo da Silva, tenho 19 anos, nasci e cresci na cidade de
Mossoró (RN), moro com meus pais e tenho 3 irmãos, um deles é uma garota. Iniciei minha
trajetória na educação escolar aos 3 anos no Jardim de Infância, vulgo creche. Tal espaço
escolar se encontrava uma rua após a que eu morava, da qual não me recordo como se
chamava já que ela deixou de funcionar há algum tempo.
TRAJETÓRIA NA ESCOLA SANTA ELISABETE
Após a primeira etapa na educação básica, iniciei meus estudos no ensino
fundamental aos 6 anos na instituição educacional Escola Santa Elisabete. A escola não era
distante da minha residência, a qual se encontrava também em uma rua após a que eu residia,
então me locomover não era um desafio.
Figura 6 - Escola Santa Elisabete
Fonte: Captura de tela retirada a partir de imagens via Google Maps.1
1
Disponível em:
https://www.google.com/maps/uv?pb=!1s0x7ba07264da28163%3A0x80959871638445b3!3m1!7e1
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BR&sa=X&ved=2ahUKEwif2Y3J2JH6AhW7O7kGHS0fCx0Qpx96BAg1EAM. Acesso em: 31 ago. 2022.
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Com relação a sua estrutura, assim como se pode observar pelas imagens, o colégio
apresentava uma arquitetura simples e comum para um ambiente escolar, como era de sua
natureza ser uma instituição filantrópica, não contava com muitos investimentos frequentes.
Uma de suas principais características era sua grade curricular, que contava com ensinos
religiosos, nos quais tínhamos aulas todas sextas. Nestas aulas, eram feitas discussões sobre a
bíblia e o tema que seria escolhido pela professora, ao final, fazíamos uma oração e
concluíamos.
Figura 7 - Caderno escolar referente ao 8º ano.
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
Além disso, todos os dias após o recreio, os alunos do ensino fundamental 1 e 2 eram
encaminhados para o auditório, onde aconteceriam as “orações”, que se tratavam de
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momentos voltados aos ensinos religiosos, estes eram dirigidos pelos próprios professores em
que a cada dia seria um diferente para ministrar esse momento.
Figura 8 - Salão onde ocorriam as orações.
Fonte: Diocese de Mossoró.2
As demais disciplinas eram as típicas, comuns em todas as outras escolas. Entretanto,
havia uma exceção, que seria a matéria chamada de “cidadania”. Nestas aulas aprendíamos o
que é de fato ser um cidadão na sociedade em que vivemos, e não somente isso, mas também
os princípios morais que englobam todos os seres humanos para uma que haja uma
convivência harmônica, como solidariedade, respeito, entre outros.
Ao meu ver, esta disciplina se relaciona intrinsecamente com a sociologia, disciplina
tão imersa no meu curso de graduação, pois o objeto de estudo da cidadania é o próprio
indivíduo meio a sociedade cercada de direitos, deveres e normas morais, os quais a
sociologia capacita os alunos a compressão deles, a formação de um pensamento crítico e os
dirige a um estudo sobre os aspectos que envolvem nossa sociedade. Segundo Zambom e
Araújo (s.d), é tarefa fundamental da escola contribuir para a formação das crianças e
adolescentes no que diz respeito a sua atuação na sociedade, de forma a torna-la mais
democrática, e isto compreende fomentar a consciência de seus direitos e deveres enquanto
cidadãos. Sendo assim, a escola possui o dever de:
2
Disponível em: http://www.diocesedemossoro.com/2019/03/coletiva-de-imprensa-e-realizada-
para_15.html. Acesso em 25 ago. 2022.
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(re) pensar sua maneira de praticar as teorias que fundamentam todo o trabalho
escolar, principalmente para garantir o que constam nas referidas leis, que de modo
resumido solicitam que a educação básica deve fomentar ações para desenvolver o
educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores. (ZAMBOM; ARAÚJO, s.d, p. 184)
Se torna notória, então, a relevância desse campo do conhecimento e sua
singularidade enquanto disciplina na grade curricular, outrossim, para tornar mais claro o
objetivo da cidadania, abaixo se encontra uma imagem do meu caderno no qual se pode
observar do que se tratava.
Figura 9 - Caderno referente ao 9º ano.
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
Além das avaliações comuns como provas e testes, a escola nos instruía a desenvolver
trabalhos conscientizadores que também valeriam nota para o semestre. Estes trabalhos se
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caracterizavam pelas suas temáticas, posso citar de exemplo o de educação ambiental, no
qual nós produzíamos cartazes com frases conscientizadores e saíamos nas ruas para alertar
os moradores do bairro sobre a importância de preservar o meio ambiente. Claro, essa ação só
seria feita com autorização dos nossos pais. Medeiros et. al (2011), ao discutir acerca da
importância da educação ambiental na escola, aponta que o ambiente escolar deve promover
o processo de socialização na medida em que contribui para a formação de indivíduos
responsáveis, os quais a instituições deve promover a consciência mediante a elaboração de
trabalhos conscientizadores, da mesma forma que o Santa Elisabete realiza os seus.
[...] a educação ambiental na infância desperta na criança a consciência de
preservação e de cidadania. A criança passa a entender, desde cedo, que precisa
cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do
uso racional dos recursos naturais. (MEDEIROS ET.AL, 2011, p. 3)
Por ser uma instituição de caráter filantrópico, ou seja, a escola era mantida através de
doações e a maior parte delas eram advindas de outros países, já que pessoas que faziam parte
da direção da escola vinham da Europa, mais especificamente da Alemanha, eram realizadas
doações de alimentos, brinquedos e as vezes, realizavam investimentos financeiros para
melhorias em estruturas, como pintura, reformas nas salas de aula, instalação de ventiladores,
novas cadeiras ou mesas, entre outros.
Apesar da má fama da escola pública, o colégio que eu frequentei dos meus 6 aos 14
anos se tornou não apenas uma lembrança dos meus anos elementares, mas sim um lugar que
marcou minha vida para sempre. Embora eu não seja tão religioso hoje em dia, aquela
instituição fez meu aprendizado se tornar ainda enriquecedor por seus professores muito bem
instruídos e atenciosos com cada aluno, seus ensinamentos sobre valores morais e pessoas
com quem pude criar laços de amizade e compartilhar dessa experiência.
EXPERIÊNCIAS NO ELISEU VIANA
Em 2018, aos meus 15 anos, estava com dúvidas em qual colégio iria frequentar
durante meu ensino médio. Alguns amigos foram para outras escolas, e eu acabei optando por
outra escola pública, o Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana. Ao contrário de
minha antiga escola, o Eliseu se localizava distante da minha casa, mas felizmente eu
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conseguia carona com uma certa amiga, já que pela manhã ninguém (meus pais) teria tempo
para me levar.
Figura 10 – Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana.
Fonte: Mossoró Hoje.3
O colégio possuía uma estrutura agradável e era bem organizada, com um território
abrangente para que conseguisse dar conta da demanda de alunos. Quanto aos professores, de
fato, tinham professores muito bem instruídos e dotados de conhecimento, considerava até
alguns bem severos com relação aos métodos de ensino e avaliação. Determinados
professores adotavam o “teste surpresa” como forma de analisar o desempenho e verificar se
os alunos realmente estavam por dentro do conteúdo transmitido por eles.
Um aspecto peculiar desta instituição era a atividade proposta para os alunos de todas
as turmas, chamada de Gincana. Ela se caracterizava por ser um conjunto de tarefas e
brincadeiras para a participação geral no intuito de promover o trabalho em equipe e uma
dinâmica divertida para a escola. As tarefas ou “missões” nos eram apresentadas através dos
professores, em algumas delas teríamos que fazer doações de sangue ou montar cestas básicas
para entregar a algum indivíduo necessitado, a partir disso, existia um sistema de pontos em
que cada vez que realizávamos tais atividades ganhávamos mais deles, os quais contribuíam
para nossa nota também.
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Disponível em: https://mossorohoje.com.br/noticias/37553-fatima-anuncia-reforma-do-centro-de-educacao-
integrada-professor-eliseu-viana. Acesso em 25 ago. 2022.
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Após todas essas tarefas serem concluídas, no final do ano, a escola inteira se reuniria
para o dia dos desafios e brincadeiras. Essa atividade era proposta em uma quadra grande, em
outro local, já que o espaço escolar não daria conta de juntar todos os alunos na própria
instituição. Desse modo, aconteciam diversos jogos destinados a contribuição com o sistema
de pontos, onde cada sala seria identificada por bandanas e camisas de uma cor específica.
Ocorriam desafios de corrida, brincadeiras com bolas e de interação entre os alunos.
Infelizmente, em meu terceiro e último ano escolar, a pandemia do Covid-19 veio à
tona para comprometer a minha experiência educacional. Não só o Eliseu, mas outras escolas
também passaram um tempo considerável sem propor uma alternativa para as nossas aulas, já
que ninguém tinha noção da gravidade desse vírus ou da duração de sua presença no Brasil.
As aulas remotas vieram a se tornar questão de debate quando o vírus se alastrou de forma
crítica e a quarentena foi decretada em alguns países.
De acordo com Souza (2020), a pandemia só: “mostrou o que já estamos discutindo e
estudando há muito tempo: a educação precisa se reinventar”, em virtude disso, o novo
formato de ensino, as preocupações referentes a mortalidade numerosa e as incertezas de um
futuro melhor acabaram por atrapalhar minha experiência educacional no período de
pandemia. Atrelado a isso, os medos e inseguranças com relação ao Enem eram presentes no
dia a dia, pois não só eu, como muito jovens não tinham escolha a não ser estudar por conta
própria, que foi o que aconteceu. Felizmente, o estado de calamidade que o vírus provocou
acabou por diminuir e o surgimento da vacina implicou no alívio por grande parcela da
população, a partir disso, as aulas presenciais no país foram gradativamente retornando.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como mencionei anteriormente, a escola pública possui essa grande má fama de que o
ensino é precário e sem qualidade, porém, apesar deste estereótipo que me incomoda, as
escolas públicas em que estudei me capacitaram de forma eficiente para que eu pudesse me
tornar tanto uma pessoa respeitosa quanto um estudante bem instruído, não estou afirmando
que elas não tinham seus defeitos, pois tinham, mas o que quero dizer é que, do seu próprio
modo essas instituições conseguiram agregar de forma valiosa em minha vida e transmitiram
ensinamentos ricos em sabedoria.
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Minha experiência escolar em uma instituição pública me fez perceber que não devo
definido por esse estereótipo injusto, visto que meu esforço e intelecto não se resumem
apenas a uma escola que frequentei, e sim pela minha trajetória que percorri (e ainda estou
percorrendo) para alcançar meus objetivos e metas, devo ser notado pela minha persistência e
empenho em direção a minhas conquistas.
REFERENÇIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNANDO, Luiz. Da sociologia cidadã a cidadania socióloga. Acervodigital.ufpr.br,
2009. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br. Acesso em: 10 de maio de 2022.
MEDEIROS, Aurélia. Et al. A Importância da educação ambiental na escola nas séries
iniciais1. Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 1, p.1-17, set. 2011.
MORETTI, Isabelle. O que é Memorial Acadêmico? Veja como fazer e exemplos.
Viacarreira.com, 2021. Disponível em: https://viacarreira.com/memorial-academico. Acesso
em: 10 de maio de 2022.
SOUZA, E. P. de. Educação em tempos de pandemia: desafios e possibilidades. Cadernos de
Ciências Sociais Aplicadas, [S. l.], v. 17, n. 30, p. 110-118, 2020. DOI:
10.22481/ccsa.v17i30.7127. Disponível em:
https://periodicos2.uesb.br/index.php/ccsa/article/view/7127. Acesso em: 13 set. 2022
ZAMBOM, F; ARAUJO, F. CIDADANIA EM CONTEXTO ESCOLAR:
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS. III Jornada de Didática: Desafios para a docência e II
seminário de pesquisa do CEMAD, S.D, p. 177-189.
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