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P.I.

S – Projeto de Intervenção Social

TRUMA DO 3° H¹ - MATUTINO

RACISMO INSTITUCIONAL:
Segregação e Violência Policial

2021
P.I.S – Projeto de Intervenção Social

RACISMO INSTITUCIONAL:
Segregação e Violência Policial

Artigo apresentado como requisito parcial


para obtenção da conclusão do Ensino
Médio Regular na matéria de Sociologia
do Colégio Estadual Presidente Costa e
Silva.

Orientador (a): Prof.(a) Otávio Silva Alvarenga

Salvador – BA

2021
1

RESUMO

O objetivo dessa dissertação é demonstrar como o racismo institucional atua na sociedade


brasileira e a forma como as políticas públicas ajudam a impulsioná-las. Sendo necessário
apresentar uma pesquisa sobre a origem desse problema tão viável na sociedade, precisando
chegar às raízes historiográficas e sociológicas dos fatos contundentes que ajudaram a
construir e desenvolver tal problemática em âmbito social. Após o levantamento dos fatos,
podemos concluir que o racismo institucional demonstra a forma como o papel do Estado de
promotor da proteção à igualdade, a liberdade e vida é falho, sendo que o mesmo impulsiona
e promove a desigualdade em questão.

Palavras-chave: Racismo Institucional; Violência Policial; Papel do Estado; Políticas


Públicas; Segregação.

SUMÁRIO

Introdução..........................................................................................................2
Escravidão & América Lusitana.........................................................................2
Das Senzalas aos Cortiços..................................................................................3
Então Nem Todo Preto É Ladrão?......................................................................5
O Racismo E Sua Interferência Nos Serviços Básicos.........................................9
Conclusão............................................................................................................10
Referencial Teórico..............................................................................................11
2

INTRODUÇÃO
O racismo consiste na sociedade como um preconceito de uma raça, hierarquizando uma em relação a
outra, historicamente vinculadas à pessoas brancas sobrepondo-se sobre pessoas negras. Esse
preconceito se manifestou e vem se manifestando na sociedade até hoje, por meio de ameaças,
xingamentos e ofensas, agressão física, e até mesmo fatores que muitas vezes podem soar inofensivos,
como fatores sistemáticos e habituais, como quando uma pessoa não-negra atravessa a rua ou se sente
intimidada perto de um negro. O racismo no Brasil começou com a chegada dos portugueses,
atingindo primeiro os indígenas, e atacando em grande massa os africanos trazidos como escravos;
133 anos depois do fim da escravidão, os pensamentos e termos colonizadores ainda permanecem na
sociedade brasileira. Um dos principais motivos que faz falar sobre racismo ser tão difícil é o fato das
pessoas não racializadas não refletirem sobre seus privilégios, pois são benefícios para os mesmos.
Acontece que a população negra é marginalizada, então tudo que é considerado “de negro” por muito
tempo foi – e ainda é considerado inferior, inútil e sem importância histórica. Falar sobre as
estatísticas envolvendo o povo preto e alguns dos seus costumes ainda é um tabu. Por exemplo, devido
a omissão institucional do Estado em fornecer o conhecimento em relação a cultura afro-descendente
no país, a imagem que a sociedade tem sobre o candomblé e umbanda é totalmente distorcido, pois
acreditam que seja um culto ao diabo, onde seu principio se remete a missão de fazer mal aos outros; e
isso comprova, mais uma vez, que tudo que é considerado “coisa de negro” é visto com maus olhos.
Atualmente, pessoas pretas é o principal alvo de homicídios no Brasil, só em 2019 representaram 77%
das vítimas, e isso está ligado diretamente à agressão policial, que sabem muito bem onde eles têm
passe livre (nas favelas) para entrar atirando em qualquer pessoa que ver pela frente, não se
importando se são criminosos ou não. Isso é consequência do racismo estrutural, já que as pessoas
não-negras crescem vendo ladrões e assassinos que são negros, então a imagem deles (em principal, os
homens) está atrelada à uma pessoa criminosa, não confiável.

ESCRAVIDÃO & AMÉRICA LUSITANA:

A escravidão sempre foi a primazia do sistema lusitano na américa portuguesa. Em primeiro


momento, foi instaurada a escravidão sobre os nativos (os ameríndios) aqui presente; após a
falha em controle das populações indígenas aqui conviventes, os portugueses implementaram
em seu pedaço da América o sistema escravista racial, onde se estabeleceu durante séculos.
Partindo disso, a sociedade brasileira foi construída a partir de uma disputa racial sustentada
pelos padrões da elite em total parte branca, europeia e cristã. Desta forma, o negro foi
colocado em posição inferior e marginalizado tudo que estivesse ligado a esses povos, como
suas culturas, suas estéticas, seus costumes e suas crenças.
Pessoas negras sempre fizeram parte da população brasileira; segundo dados resgatados pelo
IBGE, entre os anos de 1600 á 1660, existiam cerca de 110.000 escravos negros no país,
sendo parte de uma população de 187.000 habitantes (Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de

Janeiro, 2000. p. 221.), representando cerca de 59% da população dos habitantes vivendo no país.
No período do século XIIIV, se calcula uma média de 1,2 milhão de africanos chegaram à
3

Bahia através dos navios negreiros, trazidos de forma forçada em péssimas condições e com o
destino de serem escravos em um sistema perverso e desumano; suas identidades foram
apagadas, suas historias e suas vidas em África, sendo obrigados a trabalhar por quase quatro
séculos, devido a um pensamento racista e hierárquico, sem nunca tendo participado do lucro
de tantos anos de trabalho. O racismo foi o principal motivador dessas atrocidades cometidas,
consistindo em um pensamento irracional, egocêntrico e sem causa, usando um sistema
desumano hierárquico para justifica que existiam raças superiores em relação a outras
(pessoas brancas superiores a pessoas negras); sendo utilizar a fé e os fundamentos da crença
cristã para legítima essas praticam. Como podemos ver na obra de arte do artista plástico
espanhol Modesto Brocos e a sua obra intitulada Redenção de Cam.

A obra feita pelo espanhol se remete a um período pós-escravatura,


onde faz alusão ao ´´perdão´´ divino concebido pelo Deus dos cristão,
devido ao acontecimento presente no primeiro livro da bíblia cristã,
Gênesis referente ao capitulo 9, entre os versos 20 e 27. Essa
redenção seria o fato da miscigenação, onde a ´´mistura´´ entre as
raças, conseguiu gerar uma criança não ´´amaldiçoada´´, ou seja, uma
pessoa não-negra.

Redenção de Cam (BROCOS. Modesto;


1895)

A escravidão foram um dos eventos mais sombrio e brutal da nossa história, mesmo tendo
acontecido a mais ou menos quatro séculos, ela marca gerações até hoje, vemos seus reflexos
nas sociedades contemporânea, e forma como tratamos pessoas negras. Isso nos remete ainda
a um pensamento colonial, que não foi desfeito e sim conservado. Foram milhões
escravizados, milhares mortos.
Foram nações escravizadas, e culturas assassinadas (FERREIA; Bia, 2018)
[Trecho Modificado]

DAS SENZALAS AOS CORTIÇOS

A escravidão legalizada acaba no Brasil no fim do século XIX, no dia 13 de maio de 1888,
depois de uma audiência pública votado no Senado e assinado pela Princesa Isabel, sendo
motivada por pressões extremas dos outros países e questões econômicas da época. O Brasil
4

foi o último país da América a abolir o sistema escravista de seu território, passando logo em
seguida a se tornar uma República. Desde que a escravidão foi abolida pouco se fez pela
população negra, eles foram ´empurrados´ em uma sociedade extremamente branca, europeia
e cristã, sem nenhum suporte ou apoio dos órgãos competentes da época. Mesmo após a sua
liberdade, os povos negros foram cada vez mais margilizados pela sociedade, onde a falta de
políticas públicas para integra-los no âmbito social, fez com que eles fossem assumindo um
sub-papel, onde foram encontrando outras formas de se organizarem. Em seu primeiro
momento, uma dessas formas de organizações sociais foram os cortiços, onde eram lugares
precários, improvisados e isolados aos olhos públicos e políticos, se tornando um lugar de
exclusão social. A medida que o tempo foram criando-se mecanismos para destinar essas
pessoas para regiões mais afastadas dos centros das cidades, excluindo elas do âmbito social
formal. Pode-se perceber essa política de exclusão no período destinado como Brasil Império,
onde D.Pedro II desejava esconder essas pessoas dos turistas e membros da corte; essa
política ficou conhecida com higienismo.
As intervenções higienizas do Estado em zonas habitadas por pobres [...] que desejava
limpar o centro da cidade expulsando os escravos, ex-escravos, vadios e ex-soldados
que poluíam a bela paisagem [...]. Os indesejados eram assim expulsos para áreas
periféricas da cidade e acabavam por juntarem-se a algum quilombo ou formarem
as primeiras comunidades que posteriormente dariam origem às primeiras favelas
(Campos, 2007).
Os cortiços eram visto para aquela sociedade como lugares imundos, violentos e perversos,
graças à generalização feita pela população da época, já que, sendo lugar de negro esse tipo de
pratica devia ser como entre eles; diante a isso, a intervenção policial era comum nestes
lugares.
Os cortiços surgem para preencher esta necessidade de mercado. A herança racista da
Era Colonial aliada à miséria, ao pouco espaço, à falta de saneamento básico e ao
desemprego da maioria de seus moradores contribuía para o alto índice de violência
nestas áreas e para as constantes «batidas» policiais que acabavam sempre por
aumentar ainda mais o estigma social de seus moradores.
(COSTA. Fernando, Gueto ou Favela. p 40)

Como o decorrer do tempo, os cortiços foram assumindo cada vez mais papel de destaque
entre os problemas sociais da época, gerando um impulsionamento dos seus habitantes a
migrarem para regiões cada vez mais periféricas da cidade, onde gerariam as futuras favelas.
As favelas foram se instaurando ao redor das cidades, se os cortiços eram precários, as
favelas eram ainda piores, as moradias eram erguidas de formas irregulares em lugares
íngremes e em regiões ilegais. As favelas diferentes dos cortiços tiveram sucesso em sua
estabilidade. Ela se expandiu muito além do que a malha urbana, servindo de afronta a classe
dominante crescendo de forma descontrolada, sendo um grande problema para a
administração do Estado. Esse descontrole gerou uma ineficiência do Estado na garantira dos
direitos aos habitantes dessas regiões, principalmente em relação à segurança.
5

O Estado cumpre um papel de agente para o mercado e não agente de cidadania.


Existem negligência e abandono desses territórios, de modo a que grupos criminosos
armados – o tráfico ou as milícias acabam por impor a sua própria ordem, seja com a
complacência ou com a indiferença do conjunto da cidade. (FRANCO. Marielle, p
60)

A favela, assim como os cortiços assumiram o papel genérico de lugar de marginal,


generalizando toda a sua população. Hoje em dia as favelas se tornaram um dos principais
pontos de referencia ligado ao tráfico de drogas e ao contrabando armas de fogo no país. Mas,
acima de tudo, dados expostos pelo senso do IBGE, nos mostram que cerca de menos de 1%
da população das favelas são envolvidos com alguma ação em relação ao tráfico de drogas o
porte de armas de fogo (IBGE, 2000). Diante dos fatos, os números do uso da poder exercido
pela violência policial sobre esses territórios, findado sobre esse argumento é extremamente
alarmante, onde a generalização marginalizada ligada a essas pessoas, tem tornado cada vezes
mais espaço nos problemas sócias, dificultando o desenvolvimento da cidade.
O preconceito e a discriminação, que crescem com a atual ênfase na criminalização da
pobreza, ganha predominância na subjetividade coletiva. Tal situação se sobrepõe,
inclusive, à própria objetividade das relações sociais. Por exemplo, há uma visão
impregnada na sociedade de que os moradores de favelas são, em sua maioria,
participantes do varejo das drogas imposto pelo tráfico na comunidade. (FRANCO.
Marielle, pg.61)

ENTÃO NEM TODO PRETO É LADRÃO?


Como dito á alguns tópicos acima, o racismo foi à peça principal para todos esses
acontecimentos. O racismo é uma forma de discriminação racial criada pela ideologia de
raças, onde classificam e hierarquizam pessoas devido a um parâmetro criado pelos europeus
levando em consideração a suas características em comum.
"Raça" é um termo de múltiplos conteúdos que vão, em contínuo, da ciência à
ideologia [...] implicam em seleção ou escolha das características que servem de base
para a construção de esquemas classificatórios. (SEYFERTH. Giralda; UFRJ
p.180)
6

Esse pensamento de raça foi sendo cultivado por séculos entre os europeus e a sua
supremacia branca, sendo fundamental para o desenvolvimento do racismo. O racismo serviu
com principal mecanismo de manipulação da sociedade no período, sendo usado para
impulsionar a inferiorização de pessoas de etnia negra.
Ao passar dos anos, esse mecanismo foi se atualizando e se enquadrando em cada realidade
do período contemplado, se modernizando para exercer domínio sobre esses povos. Nas
sociedades contemporâneas a escravidão racial foi abolida perante a lei, entretanto, o
pensamento racista permaneceu com força até os dias de hoje. Hoje em dia, o racismo atual
em todos os vieses do convívio social, afetando toda a sociedade e seu desenvolvimento. Na
história do Brasil, o racismo se comportou de duas formas no geral, sendo em forma de
estrutural e institucional.
O racismo estrutural se constituiu no primeiro momento da estruturação da sociedade
brasileira com base na discriminação e no privilégio de determinados grupos, sendo
fundamental para explicar a forma como o racismo é mantido até o momento atual. Em 1888,
a lei Áurea garantiu a liberdade a todas as pessoas negras escravizadas sobre território do
Brasil, garantindo a igualdade entre todos, apesar disso, essa tão almejada liberdade e
igualdade é apenas ilusória, o racismo se manteve da mesma forma, surgindo uma nova forma
de desempenhar tal prática, surge então às práticas racistas institucionais.
Racismo institucional se consiste na forma com pessoas negras são tratadas em uma
instituição – seja elas em instituições públicas ou privadas; dentro de uma loja, restaurante ou
até mesmo dentro do próprio Estado. Esse mecanismo se abrangeu além dos limites
normativos das instituições e foram se agregando no cotidiano de pessoas negras da perifeiras
do Brasil, mecanismo em sua grande maioria impulsionado pelo Estado e suas políticas
racistas e opressoras. No ano de 1850, lei que proibiam a posse de terras no Brasil através de
doações ou trabalho, passando a ser concebidas através de comprovação de renda – havendo a
exclusão direta de pessoas negras dessa transação, pois, escravos não ganhavam nenhuma
remuneração pelo seu trabalho. Dentre esse, houve outros casos em relação ao racismo
institucionalizado.
O racismo institucional utiliza de seus privilégios no Estado para designar a opressão de tal
grupo, levando a escassez de provimentos básicos de incumbência do Estado – como saúde,
educação e principalmente segurança. Segundo o sociólogo Max Weber ´O Estado detém o
monopólio do uso legítimo da força física dentro de seu determinado território.´ podemos
7

concluir que o uso da brutalidade está restrito a condição do Estado, onde se dispõe de tal
habilidade.
O racismo institucional abriu uma porta para ao terror em relação ao abuso do poder policial,
vinculado com a negligencia governamental sobre os atos ocorridos nas regiões periféricas,
onde os polícias ditam à forma com eles tratam as pessoas que residem ali. Nos últimos anos,
os casos de abuso de autoridade nas favelas cresceram absurdamente; ´´ No ano de 2020, o n°
de mortos nas favelas pela ação da polícia bate recorde, com um aumento de 10% das em
relação ao ano de 2019 (REIS. Thiago; G1.2021)´´, onde a maioria dos perfis eram de homens
negro e periféricos.

Em decorrência deste artigo, conseguimos o feito de recolher informações com pessoas que
passaram por esse tipo de agressão institucional, elas nos relataram seus sentimentos e analise
sobre a forma como são vistos e tratados por essas instituições.
Entrevistamos o estudante do ensino médio, Alessandro Paulo de 18 anos, ele nos relata que
ao ser abordado pelos policias, foi ofendido por palavras de baixo calão, como palavras
pejorativas, com: ladrão; marginal; desgraça; além disso, nos traz a toma a forma como essas
abordagens são intimidadoras e agressivas, ´´Foi em um sábado à noite, eu estava
atravessando a pista em direção ao campo de futebol pra assistir o jogo; “e aí” veio uma
viatura em minha direção. Quando eu estava passando eles pensaram que eu corri, vieram e
abordaram eu e um rapaz. Eles foram bastante agressivos, me xingaram bastante, a todo
momento me confundindo com ladrão, e a todo momento eu falei que não era um ladrão. Ele
perguntou se eu tinha jogado alguma droga, algo ilícito no chão, eu falei a todo o momento
que não. Nesse momento ele deu um murro em meu peito, eu quase desmaiei e caí no chão.
Alguns policiais tentaram me reanimar, enquanto um deles foi procurar o que ele disse que
eu tinha jogado e não achou nada. Foram bastante agressivos, continuaram me xingando,
tiraram fotos minhas, me chamaram de “marginal”, entre outras coisas. Eu me senti muito
constrangedor, porque não faço parte dessas coisas, ser tratado como um ladrão, é algo que
eu não sou, e jamais serei, porque sempre quero seguir o meu caminho tranquilo e na paz.´´
Destrate disso, perguntamos ao entrevistado, como ele enxergavam toda aquela situação; ´´
Bastante constrangedora, a forma como eles me olhavam era diferente do olhar que eles
dariam ao jovem branco de bairro nobre. O olhar deles só faltava dizer, ´´ tu é ladrão porque
é preto.´´
8

Ao analisar o ocorrido, podemos perceber que o racismo levou a corrupção dos


órgãos de segurança pública, onde seu papel em matriz é defender a vida e a paz, mas, ao
invés disso leva o constrangimento, a insegurança e o terror. O número de encarceramento no
Brasil em relação a pessoas negras é extremamente inferior comparada a população branca,
pois os preceitos raciais possui endereços, pele e cor e todos eles foram marcados pela
escravidão. A população carcerária no Brasil é a 3° maior do mundo e ela não é marcada pelo
multiculturalismo, pois em sua maioria são pessoas negras, de classe baixa e periférica.
Segundo dados levantados pelo InfoPen, em 2012 havia 292.242 negros presos e 175.536
brancos, ou seja, 60,8% da população prisional era negra, mostrando que, a media que a
população carcerária cresce, o números de pessoas negras encarcerados cresce também, de
uma forma aritmética. Isso nos traz a clara alusão de que o sistema jurídico do nosso país tem
sua ligação com o racismo de forma direta, levando em consideração mais a sua cor, do que
os seus feitos.
Além do mais, o sistema carcerário não cumprir o seu papel de reintegrador do individuo
penalizado de volta ao âmbito social. O sistema carcerário oferece ao detendo circunstância
hostil. Muita das instalações do sistema, oferecem péssimas estruturas para os presos, celas
com superlotação, agressão da parte dos carcereiros, agressão sistemática, como a violação
dos seus direitos humanos mesmo dentro do cárcere, além de promover o repudio social para
os presidiários, ao invés de criar o ambiente reintegrador para os mesmo. Tivemos a
oportunidade de conversarmos um pouco com um ex-presidiário e ele nos relatas o ocorrido
na prisão e como foi a sua integração ao convívio social.
Entrevistamos o jovem Jean Souza, que foi preso em 2002 por suspeita de assalto; Ele nos
contou como foi a sua experiência dentro do sistema carcerário ´´ Ali não é lugar de gente
não, para ser humano piorou. Eu tive várias experiências ali dentro, pude ver agressões em
gente inocente, tortura mental pra quem era envolvido com o bagulho, eu não me via como
parte daquele lugar, daquela gente, fiquei traumatizado das coisas que vi ali, então não é a
toa que eu mudei e venho mudando, pra não ter que passar por aquilo de novo´´; além disso,
perguntamos como foi o comportamento da sociedade com a volta ao âmbito social. ´´ A
experiência que eu tive dentro e fora foi horrível, é como que da sua vida toda fosse resumida
aquele momento. O comportamento não foi muito agradável, até hoje eu sinto represália
sobre isso. A família acolhe mais o acontecido, e os amigos (que se dizem amigos), os
conhecidos, ainda falam “e ‘ae’, ladrão”,”’cê’ já conhece lá dentro, ‘cê tá ligado”. Não olha
o que a pessoa passou e o que a pessoa hoje é, então é uma coisa que a gente vai levar pro
9

resto da vida.´´ Ao compreendermos os fatos, podemos ver que não apenas o sistema
carcerário falhou em seu papel integrador, mas também, como a sociedade é preconceituosa
pelo com essas pessoas em especifico.

O RACISMO E SUA INTERFERÊNCIA NOS SERVIÇOS BÁSICOS

Essa interferência racista na sociedade fornecida pelo Estado, não está apenas ligado a
questões de segurança pública, somos capazes de perceber que o investimento público não
está sendo direcionado ao público de fato, pela forma como a cidade está organizada, a forma
como os bairros pertencentes a altas classes sociais tem acesso a recurso de forma ilimitadas,
recurso públicos, como saúde, educação, saneamento básico, segurança efetiva,
disponibilização de empregos e renda.
Ao investigar alguns aspectos de infraestrutura, de desenvolvimento econômico e de
políticas redistributivas, tais quais as políticas habitacionais, educacionais, de saúde
pública, saneamento básico e geração de emprego e renda, deve-se considerar a
perspectiva de desenvolvimento local integrado e sustentável, que pressupõe a
articulação e a cooperação intersetoriais, uma vez que as políticas sociais tendem a
ser marcadas pela fragmentação institucional e pela falta de coordenação das
diferentes iniciativas, inviabilizando soluções efetivas e sustentáveis. (FRANCO.
Marielle, pg.60)

Essa distribuição de renda é mostra no âmbito universitário, mesmo com o sistema de cotas,
dados requisitados pelo IBGE mostra que, entre os anos de 2005 á 2015, o número de pessoas
negras que alcançaram o ensino superior era de 7,3% maior que em relação a outros anos,
mas, em comparação a pessoas brancas essa taxa ainda assim é inferior, pois tinha um déficit
de aproximadamente 13,7% de diferente entre um e outro. Isso se implica diretamente num
questão básica de acesso ao ensino estudantil de qualidade, já que, maior parte da população
negra do país se encontra em situação de baixa renda, tento apenas acesso a uma educação
precária oferecida pelo Estado, onde não se importa em promover tal grupo a uma ascensão
social e sim criar novas massas de manobras para sustentação do seu sistema escravista
moderno, vulgo capitalista. Assim podendo também citar a precarização do sistema público
de saúde, sendo suas públicas principais pessoas de regiões periféricas. O SUS hoje atende
por completo a população de baixa renda do país, prestando atendimento médico de forma
10

´´gratuita´´, visando cumprir o papel de obrigação do Estado diante a Constituição Federal de


1988, de fornecer acesso a saúde a todo cidadão brasileiro. Mas, essa prestação de serviço,
vem sendo cada vez mais sucateada pelo Estado e sua políticas neoliberalista, com seus
aspectos privacionista, deixa o único órgão de apoio e prestação de serviços à saúde para estas
populações marginalizadas pelo sistema, cada vez mais precário e insustentável, pois muitas
verbas que eram para ser destinada a esse serviço vêm sido barradas e ignoradas pelo senado,
levando ao colapso desse órgão fundamental, por falta de verba para compra de utensílios
vitais ou manutenção de suas estruturais de atendimento ao público.

CONCLUSÃO
Ao chegarmos à conclusão do artigo, podemos criar uma analise em cima da nossa sociedade,
e percebermos como o racismo nos limita ao desenvolvimento de uma sociedade saudável e
justa para todos. De uma forma triste, mantivemos o mesmo pensamento colonial dos nos
colonizadores, o mesmo pensamento que nos limitam a pensar que existam raças superiores às
outras, onde uma ideologia de raças trouxe e vem trazendo séculos de sofrimento para pessoas
inocentes. O racismo não interfere apenas na vida de pessoas pertencente a um grupo étnico
especifico, ele afeta a vida de toda uma sociedade, principalmente a sociedade capitalista no
qual estamos inseridos, já que, o racismo afeta em cheio as pessoas que residem na sua base –
o seu proletariado, sendo majoritariamente pessoas de cor. Podemos compreender através do
pensamento de diversos autores e relatos de vivencia de pessoas que presenciaram os abusos
praticados por esse sistema, que por sua vez deveria garantir a igualdade de todos os cidadãos,
como seria previsto em sua Carta Magna, presente no artigo 5° garantindo que ´´Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes. ´´; Ao observamos os fatos expostos,
chegamos a concluir que o Estado falhou em seu papel fundamental, pois, a parti do momento
em que, pessoas negras têm 2,6 vezes chances de morrer em relação a pessoas brancas, a
proteção a igualdade do Estado é falida.
11

REFERENCIAL TEÓRICO

FRANCO. Marielle. UPP – A Redução Da Favela A Três Letras: Uma Análise Da Política De
Segurança Pública Do Estado Do Rio De Janeiro. UFF, 2014.

COSTA. Fernando. Gueto Ou Favela. Unirioja, 2013.

CAMPOS. Andrelino. Do Quilombo à Favela, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

SEYFERTH. Giralda. A Invenção Da Raça E O Poder Discricionário Dos Estereótipos.


UFRJ, 2018.

FERREIRA. Bia. Cota Não É Esmola, 2018.

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