Agronegócio no Brasil e no mundo
Qual é a importância do agronegócio para a economia dos países na
atualidade?
Foto: Revista Veja
Agronegócio é toda relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva agrícola ou
pecuária.
A grande questão é : Como produzir tanto, sem comprometer o futuro de nossas gerações?
O ciclo do agronegócio
Insumos
Trabalho do agropecuarista, através do cultivo
do solo e/ou criação de animais, transformação
do produto agropecuário em subprodutos,
Produção
Matérias-primas,mão-de-obra,
energia, tributos),
Consumidor dos produtos agropecuários, que
os recebe in natura ou processados
Distribuição
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O ciclo do agronegócio
E o campo gera empregos
-.
Revista Veja
Principais produtos do agronegócio
Alimentos
Envolve toda a cadeia do setor de alimentos, como frigoríficos, usinas de beneficiamento de leite,
indústria de óleo, rações, empacotadores, distribuidores de grãos, beneficiadores.
Têxtil
Ramo do agronegócio que produz e transforma bens agropecuários em produtos têxteis, como
vestuário, artigos de cama, mesa e banho, bens de decoração, insumos para a indústria
moveleira, entre outros.
Madeira
Explora o solo através, principalmente, do cultivo de árvores, que serão transformadas em
madeira, celulose ou produtos químicos, para posterior utilização como matéria-prima de várias
indústrias, como por exemplo a moveleira e construção civil, a indústria papeleira, ou mesmo a
obtenção de lenha para combustível.
Biocombustíveis
É o setor do agronegócio que cuida do cultivo de plantas, que serão transformadas em
combustíveis orgânicos, os chamados biocombustíveis.
Qual é a melhor forma de
produção?
A produção deve servir para:
- somar,
- contribuir e
- preservar para poder colher,
pois o importante é produzir, hoje, de
forma responsável e eficiente, para
viabilizar a produção nas gerações
futuras. . .
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Produção pecuária é, de forma geral, um sistema de grande
complexidade com inúmeros elementos envolvidos que se
interagem por meio do tempo e cujo produto final apresenta
alto nível de interdependência associada a mudanças de clima
e de panorama econômico.
A complexidade pode levar a uma decisão equivocada se
forem utilizadas apenas ferramentas de pesquisa tradicional,
devido ao enfoque estático, determinístico e analítico.
Conseqüentemente, torna-se importante a utilização de
enfoque de sistema, e simulação dinâmica, metodologias que
suportam a tomada de decisões e o estabelecimento de
sistemas mais eficientes, através da integração, de forma
dinâmica, de variáveis físicas, biológicas e econômicas.
Sistemas pecuários são complexos e somente por meio de uma
metodologia com determinados passos lógicos e ordenados é
possível iniciar o entendimento.
Para conceituar determinado sistema de produção, Spedding (1979)
sugere nove considerações que devem ser analisadas:
1) Propósito - define as características principais de funcionamento do sistema;
2) Limite – define a extensão e as partes relevantes para o estudo;
3) Contorno – ambiente externo (físico e econômico) e fatores limitantes externos;
4) Componentes – partes principais (pode-se incluir subsistemas);
5) Interações – conseqüências e efeitos entre os componentes;
6) Recursos – componentes de dentro do sistema;
7) Insumos (inputs);
8) Produtos (outputs); e,
9) Subprodutos – produtos da atividade biológica que permanecem dentro do sistema
para uso e/ou conversão em outro processo.
Respostas às perguntas para caracterização do sistema de
produção:
1) Propósito – produção de bezerros, rentabilidade (raças, uso de recursos,
comercialização, etc.);
2) Limites – perímetro da fazenda (tipo de solo, invernadas, etc.);
3) Contorno – Pantanal dos Paiaguás (ambiente, precipitação, mercado,
disponibilidade de insumos, etc.);
4) Componentes – rebanho de 2000 vacas, 300 novilhas de recria, 100
touros, etc.;
5) Interações – biológicas, zootécnicas e econômicas (fertilidade, lotação,
mãode-obra, etc.);
6) Recursos – naturais e adquiridos (tratores, poços, instalações, etc.);
7) Input – todas as entradas no sistema;
8) Output – produtos principais que saem do sistema; e
9) Subprodutos – itens que não saem do sistema (alternativas de manejo,
novilhas de reposição, etc.)
O estoque de recursos é formado principalmente por três tipos: naturais,
compras e recursos produzidos na fazenda.
O estoque pode ser considerado um grande armazém que inclui todos os
fatores de produção. Entretanto, didaticamente, pode-se dividir os fatores
conforme o período considerado. Por exemplo, sal mineral é um recurso a
ser utilizado em curto prazo; novilhas de reposição, em médio prazo; e
reforma de pastagens, em longo prazo.
Entretanto, o recurso principal da maior parte dos sistemas de produção é o
dinheiro.
Deve-se desenvolver sistemas que sejam economicamente sustentáveis e
não apenas pensar nos ganhos em curto prazo.
Isto implica que os sistemas devem ser ecologicamente sustentáveis.
A saída biológica se transforma em dinheiro que forma a entrada do sistema
econômico.
A agropecuária depende dos recursos naturais para
sua existência e funcionamento, sendo que podem
ser classificados em recursos renováveis,
semirenováveis e não renováveis, tanto em nível
micro (fazenda) como em nível macro (região).
Para alcançar o desenvolvimento sócio-econômico
sustentável é essencial utilizar os recursos de
maneira que seja assegurada sua renovação.
Em outras palavras, não se deve gastar os recursos
naturais a uma velocidade mais rápida que sua
regeneração natural.
O manejo possui três importantes funções: define e prioriza os objetivos do
sistema de produção, escolhe os meios com que os recursos (geralmente
escassos) serão utilizados e determina a melhor combinação e maneira de utilizar
os recursos.
Qualquer produto pecuário é submetido às leis do mercado. O preço em si varia
de acordo com as relações entre a oferta e a demanda.
Neste sentido, por definição, todos os recursos são escassos. Assim, os recursos
dos quais necessita a agropecuária são limitados, sendo que a distribuição de
recursos pode ser mais importante que o simples total de capital disponível.
A classificação dos sistemas de produção em grupos depende do propósito do
estudo.
O importante é pensar nas principais zonas agroecólogicas e classificar os
sistemas de produção predominantes em cada zona, sendo relevante levar em
consideração não apenas os fatores ambientais de cada zona, mas também outros
fatores como distância dos centros consumidores, infra-estrutura de transporte,
etc.
Deve-se considerar que existem tantos sistemas diferentes em função das
diferenças entre produtores, quanto as suas habilidades, recursos, preferências e
objetivos que determinam a escolha do sistema mais apropriado em cada caso
particular.
Diferentes fatores que afetam o sistema, como política
de crédito, características do ambiente, clima, etc., são
difíceis de modificar em curto prazo.
O fator mais fácil de controlar é a estratégia de manejo,
que combina os recursos disponíveis com objetivo de
aumentar a eficiência do sistema como um todo.
Definir as diferenças entre sistemas distintos não quer
dizer que um sistema é melhor que outro, apenas
determina o sistema mais apropriado levando em
consideração os fatores disponíveis e avaliando as
diversas opções.
O conceito de subsistemas é importante, pois quando são estudados
sistemas grandes os subsistemas permitem dividir o sistema em partes mais
manejáveis e fáceis de entender.
Grande parte da diferença entre um sistema e um subsistema depende de
onde se fixa o limite do sistema, o que depende do objetivo de análise.
Outro determinante dos subsistemas é a possibilidade de funcionar como um
sistema propriamente dito. Assim, podemos imaginar uma fazenda de gado
de corte que pode ser conceituada em três subsistemas (cria, recria e
engorda).
As saídas de um subsistema convertem-se em entradas para outros
subsistemas.
Todo output oriundo de diferentes subsistemas são inputs da atividade
biológica do subsistema correspondente.
Conceitualmente, produtos retornam ao estoque de recursos onde são
disponibilizados para serem insumos de outros subsistemas, na prática,
passam diretamente de um subsistema para outro, sendo difícil diferenciar
entre as situações que os estados são inputs ou são outputs.
O termo agricultura sustentável é utilizado desde agricultura
orgânica até agricultura que maximize o retorno econômico.
Entretanto, o conceito de sustentabilidade é baseado numa filosofia
holística, com uma série de princípios e valores, mas envolve
também práticas específicas (Olesen et al., 2000; Piorr, 2003).
A utilização atual do termo para a pesquisa agropecuária significa
não avaliar apenas o impacto econômico dos sistemas de produção,
em curto prazo, mas também os impactos ecológicos e sociais em
longo prazo (Gibon et al., 1999a).
Os sistemas agroecológicos de produção animal se baseiam na
criação de espécies de animais de interesse econômico, capazes de
aproveitar com eficiência os recursos naturais, especialmente as
pastagens.
Em geral, estas espécies são adaptadas aos fatores ecológicos do
meio em que se desenvolvem (Martín Bellido et al., 2001).
O desenvolvimento de sistema extensivo não significa nem retorno à natureza, nem
intensificação a baixo custo.
Significa que, com o desenvolvimento de tecnologias e de experiência no manejo deste tipo de
sistema, pode-se aumentar a eficiência dos mesmos por possuírem a importante característica
de serem adaptados a regiões específicas (Boyazoglu, 1998).
Segundo Marzali e Almeida (2000), o desenvolvimento de indicadores com o objetivo de avaliar
a sustentabilidade de um sistema, monitorando-o ao longo do tempo, poderá permitir que se
avance de forma efetiva em direção a mudanças consistentes na tentativa de solucionar
inúmeros problemas ambientais, agrícolas, econômicos e sociais.
Há, para isso, necessidade de entendimento maior do desenvolvimento rural, o que desafia
pesquisadores e técnicos a realizarem trabalho interdisciplinar, quebrando barreiras entre os
diferentes setores da ciência com objetivo de dinamizar as atividades de pesquisa e
desenvolvimento.
Apesar dos esforços interdisciplinares e os significativos avanços na direção do conhecimento
das interações entre os aspectos da biota e a produtividade agrícola, a agrobiodiversidade
ainda continua sendo tratada como uma “caixa preta” dentro da pesquisa agropecuária (Altieri,
2002).
Há necessidade dos pesquisadores da área de agropecuária avaliarem em conjunto aspectos da
sustentabilidade, integrado a sistemas reais de produção, para desenvolvimento de métodos
apropriados para mensuração da sustentabilidade (Pacini et al., 2003).
O aumento no conhecimento das bases ecológicas e biológicas da produção
animal é o primeiro passo na identificação dos pontos de transformação dos
sistemas de produção.
Na Europa, segundo Wright (1997), há enorme diversidade de sistemas de
produção animal em áreas marginais, em que se produzem leite, carne, lã e
pele, por grande número de raças de bovinos, caprinos e ovinos. Estas áreas
são consideradas como “menos favorecidas” com impossibilidade de
sustentar atividade agrícola mais intensiva devido a fatores ambientais como
altitude, fertilidade do solo, relevo, freqüência de chuvas, etc. as quais são
ocupadas por sistemas pecuários adaptados às características peculiares das
mesmas. Há grande diversidade de tipos, mas com as seguintes
características em comum:
1. Os sistemas dependem exclusivamente dos recursos forrageiros nativos;
2. A produção de pastagens é sazonal; e
3. Tanto a qualidade como a quantidade das pastagens nativas, são limitantes para a
boa suplementação nutricional dos animais.
Sistemas de produção em áreas marginais
são limitados devido a imposições de
características ambientais. Entretanto existem
dois caminhos básicos, não excludentes, para
aumentar a eficiência do sistema:
1. Escolha da espécie animal mais adequada e o genótipo
mais adaptado às condições ambientes da região; e
2. Manejo do sistema visando alterar, principalmente, o
ambiente e o manejo nutricional sem causar impacto
significativo no ecossistema.
A importância econômica da contribuição da produção animal nos países em
desenvolvimento não tem sido adequadamente analisada e avaliada (Sansoucy, 1995).
Estatísticas oficiais subestimam a contribuição de sistemas pecuários agroecológicos,
principalmente em seus aspectos de difícil quantificação econômica.
O mesmo autor enfatiza que o pré-requisito para sustentabilidade dos sistemas de
produção é o desenvolvimento e teste de tecnologias, em sistemas reais de produção,
que utilizem recursos locais acessíveis aos produtores.
Em muitos casos, o interesse em integrar aspectos sociais, ecológicos e produtivos
surgiu com o desenvolvimento de projetos em regiões marginais, pois foi identificado
nos sistemas de produção animal destas regiões, a necessidade de integrar ao estudo
zootécnico, outras áreas de pesquisa (como economia e administração rural), com
objetivo de analisar a informação e repassá-la ao produtor.
Portanto, conceitos oriundos da teoria de sistemas, de ecologia, de economia e de
tomada de decisão, auxiliaram no desenvolvimento de modelos com práticas de manejo
e estratégias, visando dar suporte ao manejo diferenciado de fazendas (Farm
Management).
Há o desafio, para o desenvolvimento da pesquisa em produção animal, de integrar as
informações oriundas de pesquisas especializadas em sistemas reais de produção
visando a análise de eficiência da informação e dos resultados à agroecologia (Gibon et
al., 1999a).
Um sistema técnico de criação de animais pode ser definido como a combinação dos
diferentes itinerários de conhecimento (conjunto lógico e ordenado de operações
aplicadas a uma espécie vegetal ou a um produto animal) empregados na exploração.
Uma fazenda de criação de bovino de corte representaria um conjunto de técnicas
interdependentes, podendo ser a fase de cria de bovinos, também considerada um
arranjo espacial e cronológico das populações com entradas de alimentos e água, e
saídas de carne e outros produtos animais (Porto, 2003).
No Brasil, os sistemas de produção de bovino de corte são baseados quase que
exclusivamente em pastagens (Euclides Filho, 2000), podendo ser considerado
extensivos na sua maioria (Bliska e Gonçalves, 1998).
De maneira geral, os índices de produtividade da pecuária de corte no país são baixos
(De Zen, 1999), especialmente a taxa de natalidade (58%). Uma das principais
características dos sistemas baseados em pastagens é a sazonalidade de oferta da
produção de forrageiras, especialmente quando as mesmas são tropicais (por exemplo,
as cultivares dos gêneros Brachiaria e Panicum).
Na situação das forrageiras serem nativas, tais características ficam ainda mais
marcantes, causando conseqüências negativas diretas aos índices produtivos dos
sistemas, como ocorre nos sistemas de cria (Pott et al., 1989).
Obrigado!!!