0% acharam este documento útil (0 voto)
39 visualizações8 páginas

Revisão Alunos

Enviado por

Livia Gomes
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
39 visualizações8 páginas

Revisão Alunos

Enviado por

Livia Gomes
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 8

GRUPO DE ESTUDOS – REVISÃO DAS BASES DA PSICANÁLISE

Mediadoras: Sônia Rios e Livia Gomes dos Santos


O que é psicanálise?

Psicanálise (do grego antigo ψυχή, psychḗ: 'respiração, sopro, alma', e ἀνάλυσις, análysis:
'dissecção', no sentido de 'exame da alma') é um campo clínico de investigação teórica da psique
humana independente da psicologia, desenvolvido por Sigmund Freud.

De acordo com Sigmund Freud, psicanálise é o nome de:

1. Um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase


inacessíveis por qualquer outro modo;
2. Um método (baseado nessa investigação) para o tratamento de distúrbios
neuróticos;
3. Uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo dessas linhas, e que
gradualmente se acumulou numa "nova" disciplina científica.

Ainda segundo o seu criador, a psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início,
tinha apenas um único objetivo — o de compreender algo da natureza daquilo que era
conhecido como doenças nervosas

Os primórdios da psicanálise datam de 1882 quando Freud, médico recém-formado,


trabalhou na clínica psiquiátrica de Theodor Meynert e, mais tarde, em 1885, com o médico
francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França). Sigmund Freud era um médico
interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou
histéricos. Ao escutar seus pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originavam da
não aceitação cultural; ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconsciente. Notou
também que muitos desses desejos eram fantasias de natureza sexual.

O modelo psicanalítico da mente considera que a atividade mental é baseada no papel central
do inconsciente dinâmico. O contato com a realidade teórica da psicanálise põe em evidência
uma multiplicidade de abordagens, com diferentes níveis de abstração, conceituações
conflitantes e linguagens distintas. Mas isso deve ser entendido num dado contexto histórico-
cultural e em relação às próprias características do modelo psicanalítico da mente.
Os modelos do aparelho psíquico

1ª tópica - Modelo

O modelo topográfico, também chamado de teoria topográfica, foi nomeado e descrito pela
primeira vez por Sigmund Freud, no livro A Interpretação dos Sonhos (1899). A teoria levanta
a hipótese de que o aparelho psíquico pode ser dividido nos sistemas Consciente, Pré-
consciente e Inconsciente. Esses sistemas não são estruturas anatômicas do cérebro, mas sim
processos mentais.

• INCONSCIENTE: conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da consciência.


Conteúdos reprimidos, não têm acesso ao pré-consciente/consciente, pela ação de
censura interna. Estão armazenadas as ideias, desejos e sentimentos recalcados, assim
como todos os fatos traumáticos que a pessoa não consegue recordar, porque os
esqueceu, como defesa contra o sofrimento que a lembrança do fato traz como os:
sentimentos bons ou ruins, pensamentos positivos ou negativos, acidentes, raiva, ódio,
castigo, vergonha. O conteúdo inconsciente permanece agindo sobre o nosso
comportamento atual. Ex: fatos acontecidos na infância (traumas, castigos, acidentes,
dores) são armazenados no inconsciente, que no campo atual criam medos,
ressentimentos, angústias, sentimentos ruins.
• PRÉ-CONSCIENTE: conteúdos que não estão na consciência neste momento, mas no
momento seguinte podem estar. São fatos armazenados que exigem um maior esforço
introspectivo para serem chamados à consciência e, muitas vezes, não conservam a
mesma nitidez dos fatos armazenados em nível consciente.
• CONSCIENTE: é o sistema que recebe informações do mundo exterior e interior.
Acontece principalmente o fenômeno da percepção (consciência que o indivíduo possui
frente ao estímulo sensorial - 5 sentidos), principalmente do mundo exterior. É o nível
que armazena os fatos ocorridos, considerados como atuais pela facilidade que se tem
de lembrá-los como por exemplo: que dia é, que mês é, em que dia da semana estamos
e assim por diante. Quando esquecemos esses dados recentes e/ou atuais pode estar
ocorrendo uma patologia.

A teoria topográfica permanece como um dos pontos de vista metapsicológicos para


descrever como a mente funciona na teoria psicanalítica clássica.

Embora Freud tenha mantido essa teoria por um longo tempo, ele complementou pela teoria
estrutural.

2ª tópica - Modelo estrutural

Entre 1920/1924 Freud reformula a teoria do aparelho psíquico e introduz o modelo


estrutural que divide a psique em id, ego e superego.
• ID: instância estruturalmente inconsciente. É responsável pelos processos primários:
fome, sede, sexo, ou seja, o conjunto de impulsos inatos (sexuais e agressivos) e de
desejos recalcados. Esses conteúdos não são estáticos. São dinâmicos e sempre buscam
a satisfação de seus desejos, impulsos e instintos. O id está presente desde o nascimento
como repositório dos instintos básicos, os quais Freud chamou de pulsões (Triebe): ele
é desorganizado e inconsciente, e opera apenas no princípio do prazer, sem realismo ou
previsão.
• EGO: é a parte do psiquismo que faz o contato com a realidade, pois estabelece a
relação com o meio em que vivemos, através da percepção consciente, do pensamento
e da ação. O ego tem o controle de todas as funções cognitivas e se desenvolve lenta e
gradualmente, preocupando-se em mediar a urgência do id e as realidades do mundo
externo; assim, ele opera no princípio da realidade.
• SUPEREGO: é o representante interno das normas e valores sociais. Também é
responsável pela capacidade de socialização pois termina de elaborar a identidade. O
superego é considerado a parte do ego em que se desenvolvem a auto-observação, a
autocrítica e outras faculdades reflexivas e de julgamento.

O ego e o superego estão parcialmente conscientes e parcialmente inconscientes.


Teoria das Pulsões:

Pulsão é uma "fonte de excitação que estimula o organismo a partir de necessidades vitais
interiores e que impulsiona a execução buscando a satisfação ou a descarga desta excitação
tendo em vista um determinado alvo."

O conceito deriva da teoria da personalidade de Freud, que sugere que agimos para resolver
as tensões que temos.

A pulsão é, de acordo com essa corrente, a origem de toda atividade mental. Conta com:

● Fonte. Onde no corpo, nasce a pulsão.


● Força. Quantidade de energia pulsional (aspecto econômico)
● Meta. Consiste na satisfação da excitação, ou descarga
● Objeto. Aquilo que satisfaz. Depósito da descarga (variável e mutável)

Freud sempre considerou a dualidade das pulsões. Inicialmente, ele fez a distinção das
pulsões essenciais, quais sejam:

● Pulsões do Ego (Autoconservação): "Interesses do Ego" - necessidades e exigências


ligadas às funções corporais, desenvolvimento, crescimento…

● Pulsões Sexuais (Preservação da Espécie): encontra-se no limite somatopsíquico;


sendo a parte psíquica denominada libido (desejo).

Ao longo do caminho psicanalítico, Freud percebeu e reconheceu que as pulsões não tinham
natureza diferente, assim, não mais cabia a divisão em pulsões do ego e pulsões sexuais. Não
abriu mão de sua visão dual, porém, concluiu, em Além do Princípio do Prazer, que o Ego tem
energia própria, independente da sexualidade.

A partir daí, de acordo com a teoria de Freud, a psique humana tem uma nova dualidade, a
pulsão da vida, Eros e a pulsão da morte, Tânatos.
As pulsões de vida passaram a abranger as "pulsões sexuais" e as de "autoconservação", na
qual libido = energia da pulsão de vida.

As pulsões de morte, segundo Freud, tem por finalidade a redução de toda carga de tensão
orgânica e psíquica.

Os dois conceitos receberam inspiração direta das divindades da vida e do amor e da morte,
respectivamente.

A pulsão de vida é aquela pulsão que gera tanto ativação quanto excitação no plano orgânico.
Seu objetivo é preservar a nossa sobrevivência.

A pulsão de vida está voltada para a preservação da vida, tanto do indivíduo quanto da
espécie. Esse impulso obriga as pessoas a se envolverem em ações que sustentam suas próprias
vidas, como cuidar de sua saúde e segurança. Ela também se manifesta por meio de impulsos
sexuais, motivando as pessoas a criar e nutrir uma nova vida.

Todo ser humano tem sua porção de amor e ódio, sexualidade e agressividade, etc. Enfim,
tudo é dualidade.

Pode ser uma visão simplista para um mecanismo complexo como nossa mente, mas não há
nada de “fácil” nessa forma de visualizar nossa psique.

O principal problema que envolve as pulsões e afeta diretamente nosso desenvolvimento


psicológico é a forma como essas porções são balanceadas ao longo de nossas vidas.

Com isso, podemos dizer que muito de um e pouco de outro nem sempre é a melhor opção.
E isso vale mesmo no caso de pessoas que valorizam demais a pulsão de Eros. São aqueles
indivíduos exageradamente otimistas, confiantes.

A mesma regra se aplica para quem supervaloriza seu pulso de Tânatos e vive uma vida
imprevisível, guiada por aproveitar apenas o presente e o que lhe dá prazer.

Como já dizia o ditado “Todo o excesso esconde uma falta”. Portanto, a chave para uma
mente sã é o correto equilíbrio entre as duas pulsões.
Freud, Sigmund. "Dois verbetes de enciclopédia" (1923 [1922]) in: Freud Sigmund.
Psicologia de Grupo e a Análise do Ego; in Obras completas de Sigmund Freud (23 v.),
V.18. RJ, Imago, 1996

Langs, Robert. 2010. Freud on a Precipice: How Freud's Fate pushed Psychoanalysis over
the Edge. Lanham, MD: Jason Aronson.

Rapaport, D. A estrutura da teoria psicanalítica (Estudos nº 75). São Paulo: Perspectiva,


1982

Você também pode gostar