Psicopatologia
Pós Graduação Logoterapia – Análise Existencial
Tissiana M. F. M Posser – Médica Psiquiatra
CRM-SC 22.924 RQE 13.769
Tópicos
› Psicopatologia
Descritiva*
Psicodinâmica
› Entrevista clínica
Anamnese
› Suma Psicopatológica
Exame do estado mental
› Principais Síndromes e Doenças Psiquiátricas
O que é a Psicopatologia?
› Trata da natureza essencial da doença mental – fenômenos
humanos especiais, vivencias, estados mentais e padrões
comportamentais. Há uma dimensão própria, não é um exagero do
“normal”. Por outro lado, não é um mundo totalmente estranho as
experiências do normal.
› Não faz juízo moral.
› Boa parte das suas raízes na tradição médica.
› “É uma ciência básica que serve de auxílio a psiquiatria” conforme
Jasper.
› Não se pode reduzir o ser humano a conceitos psicopatológicos.
› Exige um pensamento rigorosamente conceitual, sistemático e que
possa ser comunicado de modo inequívoco.
Sintomas
› Forma: estrutura básica, relativamente semelhante nos
pacientes – (alucinação, delírio, labilidade afetiva...)
› Conteúdo: preenche a alteração estrutural – conteúdo de
culpa, perseguição, religioso – de modo geral, são temas
centrais da existência humana : sobrevivência e
segurança, sexualidade, temores como morte, doença,
miséria, falta de sentido existencial, poder, dinheiro.
Tipos de
Fenômenos Humanos
› Fenômenos semelhantes.
› Fenômenos em parte semelhante e em parte diferentes.
› Fenômenos qualitativamente novos.
Tipos de psicopatologia
› Psiquiatria descritiva: interessa a forma das alterações
psíquicas, estrutura dos sintomas.
› Psiquiatria dinâmica: interessa o conteúdo da vivência,
movimentos internos.
Diagnóstico Psiquiátrico/
Psicodiagnóstico
› Anamnese + Exame do estado Mental (Suma
psicopatológica).
› Exames – diagnóstico diferencial – exclusão.
› Não há sintomas patognomônicos (Emil Kraepelin 1913-
1996).
› Por vezes necessita observação longitudinal.
Normal versus
Patalógico
› Ausência de doença
› Contexto social
› Estatística – o que é mais comum?
› Bem-estar
› Funcional
› Processo – criança e idosos
› Subjetiva
› Liberdade
› Operacional
Diagnóstico
Psicopatológico
› Antecede o diagnóstico psiquiátrico.
› Baseado em sinais e sintomas.
“Não existem sinais e sintomas
patognomônicos em psiquiatria”
Emil Kraeplin D.
Psicopatologia
› Aparência.
› Inteligência.
› Atitude.
› Pensamento.
› Psicomotricidade.
› Linguagem/Prosódia.
› Consciência.
› Sensopercepção.
› Atenção.
› Afeto e Humor.
› Orientação.
› Volição, impulso e
› Memória. prospecção.
**Juízo e crítica.
Aparência
› Vestimenta, unhas, cabelo, barba, maquiagem. Esconde-
se ? Quantia de
roupa corresponde a temperatura ? Tem correspondência
com relato ?
Hipertrofia muscular ?
› Deformidades.
› Asseio.
› Cheiros.
› Excentricidade.
› Vou guardar para mim se a aparência dessa pessoa está
integrada a sua personalidade, vou estar atento ao que
ela comunica.
Atitude
› Modo como se movimento, sua postura são muito
reveladoras.
› Está se opondo ? Deseja o atendimento ? Postura
curvada ?
Psicomotricidade
› Aumentada.
› Diminuída – catatonia Inquieto, acelerado,
lentificado, apático.
› Movimentos repetitivos – estereotipias,
maneirismos e tiques.
Consciência
› Neurologia – nível de consciência ****
› Psiquiatria – contatos com realidade, percepção, reconhecimento.
› Capacidade de entender o que está acontecendo dentro e fora de
si.
› Consciência do eu
› Consciência de morbidade
› Alterações normais.
sono/sonho
› Alterações patológicas.
quantitativas
qualitativas
Consciência -
Alterações Quantitativas
AVALIAÇÃO DE REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
› Alerta – vigil pressupõe atenção.
› Obnubilação – sonolento, acorda com estímulo.
› Estupor – acorda só com estímulo doloroso e fala
incompreensível.
› Coma – não se comunica.
Consciência -
Alterações Qualitativas
› Estados crepusculares.
› Dissociação da consciência – recebeu notícia de Ca
terminal – passa a não focar consciente da doença.
› Estado hipnótico – atenção fixada para coisa única e
a forma de reagir a realidade fica prejudicada.
› Experiência de quase morte.
Orientação
› Situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente.
› Alopsíquica – tempo/espaço.
› Temporal é mais sofisticada – criança se orienta
melhor no espaço primeiro.
› Autopsíquica – mais difícil de ser alterada.
Atenção
› Voluntária – ativamente se concentra em uma
tarefa.
› Espontânea – mudança de foco.
› Seletiva - perde a atenção em momentos
específicos.
› Tenacidade – capacidade de fixar atenção.
› Vigilância – capacidade de mudar de foco.
› Hipervigilante – psicótico.
Atenção
› Hipoprosexia – diminuição global da atenção.
› Hiperprosexia – concentra muito.
› Distração – olha para TV e não responde ao
estímulos – facilidade de perder o foco.
› Distraibilidade – qualquer coisa chama atenção da
pessoa.
Memória
› É a função psíquica responsável pela fixação,
armazenamento e evocação dos estímulos e
vivências.
› Registrar - Nossas vivencias são registradas quanto
mais carga afetiva tiverem.
› Reter – Evocar.
Avaliar:
› Remota
› Recente
› Imediata (atenção)
Tipos de Memória e
Técnicas de Avaliação
Inteligência
› Conjunto de habilidades cognitivas do sujeito.
› Capacidade de identificar e resolver problemas,
reconhecer as situações vivenciais.
› Encontrar soluções satisfatórias.
› Aptidão para tarefas específicas.
› Concretude X abstração
› RETARDO MENTAL
Pensamento
Elementos propriamente intelectivos:
› Conceitos – fixos e estáveis- aqui não temos carga
sensorial, ele é cognitivo, intelectivo. Há uma certa
generalização. Ex: cadeira.
› Juízos- Estabelecimento de relações significativas
entre conceitos.
› Raciocínio – ligação entre conceitos, juízos e a
formação de novos juízos.
Pensamento
› Curso: velocidade do pensamento, ou seja, a
velocidade com que as ideias se encadeiam umas
nas outras. O curso pode estar lentificado, acelerado
ou normal.
› Forma: forma como as ideias se encadeiam umas
nas outras. Agregada ou desagregada.
› Conteúdo: as ideias expressas pelo paciente – ideias
suicidas, planos para o futuro, delírios.
Pensamento
Conteúdo X Forma
Mesma forma:
› “Penso várias vezes que minhas mãos estão sujas,
mesmo que não veja a sujeira, não consigo parar de
pensar”.
› “ Tenho ideias que não tem nada a ver com o que
penso, com o que quero. São imagens onde esfaqueio
minha mãe. Já tirei todas facas da casa”.
Pensamento
Mesmo conteúdo:
› “O copo se quebrou, a partir daí entendi que fui
traída”.
› “Não consigo me livrar da ideia de que estou sendo
traído, mas sei que não estou”.
Tipos alterados de
pensamento:
› Mágico – não chega a ser delirante, mas fere os princípios da lógica; uma
relação puramente subjetiva de ideias corresponda uma associação
objetiva de fatos – TOC, TP.
› Dereístico – só obedece a lógica e na realidade naquilo que que interessa
ao desejo do indivíduo, distorce a realidade para que se adapte aos seus
anseios. TP, esquizo e normais.
› Concreto- não ocorre distinção entre dimensão abstrata e simbólica e
dimensão concreta e imediata dos fatos. Falta ironia, subentendido . RM,
demência, esquizofrenia.
› Inibido.
› Vago.
› Prolixo.
› Desagregado – salada de palavras.
Alterações do Processo
de pensar - Curso
› Aceleração do pensamento.
› Lentificação do pensamento.
› Bloqueio do pensamento.
› Roubo do pensamento.
Alterações do Processo
de pensar - Forma
› Fuga de ideias.
› Afrouxamento das associações.
› Descarrilhamento do pensamento.
› Desagregação do pensamento.
Processo de pensar -
conteúdos que
preenchem sintomas:
› Persecutórios.
› De poder, riqueza, prestígio.
› Depreciativos.
› De ruína ou culpa.
› Religiosos.
› Hipocondríacos.
› Sexuais.
Linguagem
› Logorreia.
› Taquifasia.
› Loquacidade.
› Bradifasia.
› Mutismo.
› Ecolalia.
› Neologismo.
Prosodia- tônus afetivo da fala
Juízo de Realidade e suas
alterações patológicas:
› Ideias prevalentes ou
sobrevaloradas.
› Delírio.
Sensopercepção
Apreensão e reconhecimento de dados sensoriais.
› Sensações – resultam dos efeitos produzidos por
estímulos externos sobre os órgãos dos sentidos.
› Percepções – correspondem a fenômenos psíquicos
relacionados ao reconhecimento e ao significado
subjetivo das sensações.
Sensopercepção
Apreensão e reconhecimento de
dados sensoriais.
› Ilusão.
› Alucinação.
› Alucinose.
› Pseudoalucinação.
› Despersonalização.
› Desrealização.
Sensopercepção
› Ilusões – paciente vivencia uma
representação mental distorcida de
um objeto externo presente.
› Mais proeminentes a esfera visual.
Sensopercepção
› Alucinações – representação mental, que é
erroneamente aceita pelo juízo de realidade como
proveniente do meio exterior.
› “Percepção sem objeto” – visual (alucinações visuais),
auditiva (alucinações auditivas), olfativa, táctil ou
gustativa.
Sensopercepção
› Alucinose – o paciente reconhece aquela experiência
perceptiva como algo estranho a si mesmo, como um
acontecimento patológico.
› Alucinose alcoólica.
› Pseudoalucinação – carecem de espacialidade e
corporeidade, ou seja, não existem objetivamente no
espaço para o indivíduo – mais representativas do que
perceptivas.
Humor e Afeto
› Descrição do estado emocional do indivíduo.
› Humor – disposição afetiva de fundo, predominante
durante a entrevista.
› Afeto – expressão de uma emoção – relação com o
conteúdo do pensamento.
Humor e Afeto
› Humor – depressivo, eufórico, irritado
(disfórico) ou ansioso.
› Afeto:
congruente ou incongruente.
hipermodulante, estável ou plano.
ressoante ou pouco ressoante.
Volição, impulso
e Prospecção
› Volição – Vontade
normobulia, hipobulia,
hiperbulica
› Impulso – satisfação imediata
comida, sexo, suicida
› Prospecção – projetar desejos para o futuro
Juízo e Crítica
› Crítica – consciência de seu estado
patológico.
› Alterações do juízo – delírios.
Anamnese
› Dados pessoais;
› História social;
› Queixa principal;
› História familiar;
› História da doença atual;
› Exame do estado mental;
› Anamnese dirigida;
› Avaliação;
› História patológica pregressa;
› Conduta.
› História fisiológica;
Classificações em
psiquiatria