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Literatura Chinesa Moderna I

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Elson Alves dos Santos – 8567790


Jamilly Brandão Alvino – 8571562

YU XUANJI:
UMA VOZ FEMININA NA POESIA DA DINASTIA TANG

Docente: Prof. Dr. Antônio Meneses Bezerra Júnior


Disciplina: Literatura Chinesa Moderna I
Departamento de Letras Orientais

SÃO PAULO
2016
1

A ambição, a guerra, a traição, a exploração e o assassinato são características

importantes da longeva história chinesa. Suas dinastias, a partir de a dos Três Augustos e os

Cinco Imperadores (2070 a.C), até a dos Qing (1644-1912); são marcadas por períodos de

intermitências entre a paz e a guerra; esta última quase sempre fomentada pela ambição dos

comandantes, ou dos comandados insatisfeitos. Embora seja historicamente reconhecida como

uma época de grande produção intelectual e liberdade feminina, – para os padrões da China –,

a Dinastia Tang (618-907 d.C) também se aproveitou do caos e da desordem que permeava o

efêmero governo dos Sui (589-618), a qual era decorrente da exploração do povo, da inépcia

em controlar gastos, os sucessivos fracassos nas batalhas contra a Coréia, a insatisfação

popular, camponesa, e, sobretudo, dos atos de traições ocorridas de parte a parte para chegar

ao poder, pavimentaram o caminho para usurpação do trono dos Sui pela família Li.

Alinhados com os turcos, Li Yuan, funda em 618 a Dinastia Tang, a partir da tomada da

cidade de Changan, tornando-se o primeiro imperador e passando a nominar-se Gao Zu.

No ano de 626, Gao abdica ao trono em favor de seu filho Li Shimin que, ao

ascender ao poder, também adota a troca de nome passando a chamar-se TaiZong. Por ser um

hábil político, o filho de GaoZu foi capaz de contentar tanto a elite, quanto o campesinato, sob

o domínio de Zong, foram tomadas medidas que contribuíram para o desenvolvimento do

povo chinês, como a desapropriação de terras dos inimigos do governo para a reforma agrária,

atitude que permitia angariar a simpatia da nobreza aliada e também o apoio e a fidelidade dos

camponeses. De origem sino-turca, portanto mestiça, TaiZong prestou considerável

contribuição para aceitação do díspar na China, em especial, por abrir-se à mescla dos

costumes e por assentir às inovações culturais, promovendo um rompimento com antigas

tradições chinesas. Essa característica miscigenadora permitiu que o Imperador tivesse ampla

aceitação em todas as camadas sociais.


2

Reconhecidamente, por eruditos e historiadores, nenhuma das transformações

ocorridas na Dinastia Tang, tornou-se mais indelével e impactante que a poesia. O

florescimento artístico era notável, de forma que o próprio Imperador Xuan Zong foi poeta,

músico e ator. Essa efervescência cultural culminou em uma população de 2.300 poetas na Era

Tang. Dentre os mais famosos encontram-se Li Bo, Du Fu, Wang Wei e Gao Shi, os quais,

por pertencerem à média classe erudita e terem cargos no governo, seus poemas

transformaram-se fontes de inspiração para jovens cantoras cortesãs, rompendo assim com o

círculo que previamente pudessem pertencer, fosse na capital, fosse nas províncias.

Os poemas do período Tang ficaram conhecidos como SHI, uma das variedades da

época. Eram rigorosos na aplicação da rima, da métrica e do paralelismo verbal. Assim, nesta

compleição, acabavam por serem curtos e líricos em sua grande maioria, chegando ao máximo

à caracterização de pequenas narrativas, mas nunca tendo sido desenvolvido o estilo épico, à

moda dos Clássicos da Grécia. O verso sino é de cunho espiritual, grosso modo, depende do

estado de sublevação da alma do poeta, o qual, ao seu turno tomará o tema de forma alusiva e

conectada à cultura local, mormente, as lendas do passado. A natureza passa a tomar forma de

companheira constante, seja nas referências feitas às montanhas, rios, pássaros, flores, vento,

feras, seja nos raros momentos de apreciação da beleza do mar. Os poemas de amor aparecem

em grande parte da história da China. Ainda que tenham vieses leves, os poemas tratam das

dores humanas com intencionalidade e sucinta profundidade.

A efervescência cultural chinesa da era Tang, foi propícia à aparição de grandes

autores e de muitas produções artísticas; ideal para o surgimento das poetisas da China.

Muitas das quais, quase sempre, eram provenientes das camadas abastadas da sociedade,

podendo ter contato com as letras, aprendiam a erudição e a submissão ao sexo masculino. Em

confrontamento com outras épocas, nenhuma outra Dinastia havia sido tão profícua às

mulheres. Nessa sociedade transformada pela cultura e pela liberdade feminina, foi que
3

surgiram as mais renomadas líderes e as mais destacadas poetisas da China. Dos mais de 50

mil poemas compostos por, aproximadamente, 2.300 autores, cerca de 190 eram mulheres;

dentre as quais há de destacar-se ao menos duas. A primeira, Wu Hou, a única mulher a ser

conclamada oficialmente como a primeira Imperatriz chinesa. A segunda trata-se de Yu

Xuanji, uma mulher à vanguarda de seu tempo; que ao demonstrar arrojo e perspicácia eleva o

patamar poético chinês, em especial, pela quebra das normas clássicas de composição.

Considerada uma das mais afamadas vozes femininas da literatura chinesa, Yu

Xuanji nasceu em 844 e foi executada por volta de 869. Demonstrando talento poético desde

criança, aos 12 anos tornou-se discípula de um relevante poeta da Dinastia Tang: Wen

Tingyun (a quem chamava Feiqing), dedicando e dirigindo muitos de seus poemas a ele.

Aos 16 anos, casou-se como concubina com Li Yi – funcionário provincial e poeta –,

com o quem partilhou uma relação conturbada, marcada por diversos términos e retomadas.

Uma grande quantidade de seus poemas também é dedicada a ele.

Após três anos de relacionamento, separaram-se. A poetisa, então, converteu-se em

monja taoísta e cortesã, e, segundo Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao (2011, p.16), “Yu

Xuanji é seu nome de monja, tomado no mosteiro; “Xuanji” significa, aproximadamente,

“mistério profundo” (o nome tem implicações teológicas referentes ao taoísmo). “Yu” (Peixe)

é o sobrenome que, em chinês, precede o nome atribuído.”.

Apesar de ser bastante conhecida, a biografia de Yu Xuanji não é totalmente

fidedigna. Há incertezas a respeito dos motivos de sua separação, do provável envolvimento

amoroso com seu mestre e do possível assassinato de sua criada, pelo qual foi acusada e

executada.

Ao escrever sobre sua biografia, empregando pessoalidade e sensualidade, a autora

se tornou um marco na poesia chinesa já que, até então, o poema clássico chinês referia-se
4

majoritariamente a contextos vivenciais. Sobre a postura autoral da poetisa, Ricardo Primo

Portugal e Tan Xiao (2011, p.17) afirmam que:

A leitura de sua obra completa apresenta uma poetisa elegante, mas capaz de
ousadias e provocações; corajosa e desafiadora das convenções sociais, na
afirmação franca da sensualidade e do desejo; que demonstrava consciência
da tradição e do público a que dirigia sua poesia.

De forma inovadora, Yu Xuanji abordou a solidão, o amor, o desejo, entre outros

temas, pela perspectiva da mulher, utilizando recursos e modelos provindos da poesia

clássica chinesa, o que demonstrou domínio formal, técnica e relação direta com a tradição

literária do China.

Além disso, a poetisa manteve as referências à filosofia taoísta em sua obra ao

mencionar o vinho, a contemplação da natureza, a experiência do “Tao”, bem como ao

aplicar a ideia recorrente de pares opostos sucessivos, positivo e negativo (ying e yang).

Neste trabalho, dois poemas da autora em questão foram escolhidos para análise e

tradução1: 寄飞卿 (Jì Fēiqīng) e 送别(Sòngbié), destinados ao mestre de Yu Xuanji e ao ex-

cônjuge, respectivamente.

Como decisão tradutológica, optou-se por manter a semântica dos versos e o esquema

rítmico 2 de cada um deles, ou seja, a sequência de rimas. Além disso, manteve-se nas

traduções por nós propostas o mesmo número de palavras toantes 3 , com sentido, de cada

verso, ainda que na tradução haja artigos, preposições e outros termos conectivos próprios da

gramática do português brasileiro, como demonstra a tabela a seguir:

1
Duas traduções publicadas de cada poema foram selecionadas para que fossem, aqui, expostas. Vide anexos,
p. 10 - 11.
Os termos aqui empregados foram baseados em: BANDEIRA, Manuel. “Versificação em língua portuguesa”. In:
2

Seleta em prosa. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1986.


3
Consideramos palavras toantes aquelas que se destacam fonologicamente e que, se retiradas, prejudicam o
sentindo do verso. Sendo assim, seguindo o exemplo da tabela proposta, o verso traduzido poderia ser lido da
seguinte forma: “Sobre escadas, estrilam grilos confusão.”.
5

Poema original 阶砌乱蛩鸣,


Verso 1, 5 ideogramas. jiē qì luàn qióng míng
Poema traduzido Sobre as escadas, estrilam grilos em confusão.
Verso 1, 5 palavras toantes.

O primeiro poema – 寄飞卿 (Jì Fēiqīng) –, é composto por 8 versos (oitavas), com 5

ideogramas em cada, e apresenta esquema rítmico ABCA/DCDB de rimas com consoantes de

apoio. Já o segundo poema, –送别(Sòngbié) –, é composto por duas partes, cada uma com 4

versos (quadra) de 7 ideogramas, e não apresenta esquema rítmico, ou seja, é formado

completamente por versos livres. Essas características poderão ser observadas nas traduções

propostas a seguir, nas quais as palavras consideradas por nós como toantes foram

sublinhadas:

A Fēiqīng
寄飞卿
Jì Fēiqīng

阶砌乱蛩鸣, Sobre as escadas, estrilam grilos em


jiē qì luàn qióng míng
confusão.
庭柯烟露清。 O orvalho translúcido repousa em galhos
tíng kē yān lù qīng
enevoados.
月中邻乐响,
yuèzhōng lín lè xiǎng Ao luar, ecoa o lépido tanger das
proximidades.
楼上远山明。
lóushàng yuǎn shānmíng Da alcova, vislumbro montanhas distantes
na imensidão.
珍簟凉风著,
zhēn diàn liángfēng zháo
No bambu da esteira, a álgida brisa recosta.
瑶琴寄恨生。 Valioso jade afasta o lamento das idades.
yáo qín jì hèn shēng

嵇君懒书札, Carta alguma, a apatia do Mestre4 é


jī jūn lǎn shūzhá exposta.

底物慰秋情。 Neste outono os sentimentos continuarão


dǐ wù wèi qiū qíng desolados.
4
Referência a Fēiqīng, que foi professor e
conselheiro de Yu Xuanji.
6

送别 Despedida (I)
Sòngbié

(一)
No edifício Qin5 deleitamo-nos por
秦楼几夜惬心期, incontáveis noites de alucinante prazer.
qín lóu jǐ jī yè qièxīn qī jí

Inesperadamente, nossas diferenças


不料仙郎有别离。 fizeram meu anjo partir.
bùliào xiān láng yǒubié lí
Deito-me inerte, sem questionar o
睡觉莫言云去处, paradeiro das nuvens errantes.
shuìjiào mò yán yún qùchù
Como a solitária mariposa que circunda
残灯一盏野蛾飞。 incansavelmente o lume que finda.
cán dēng yī zhǎn yě é fēi

送别 Despedida (II)
sòngbié

(二)
Calmamente, a água segue o curso, apesar
水柔逐器知难定,
shuǐ róu zhú qì zhī nán dìng das repentinas intempéries.

云出无心肯再归。 Inconstantes: nuvens se aproximam e se


yún chū wúxīn kěn zài guī. afastam sem motivo ou explicação.

Junto à brisa da primavera corre desolado o


惆怅春风楚江暮,
chóuchàng chūnfēng chǔ jiāng mù rio Chu.

鸳鸯一只失群飞。 Isolado do bando, o pato-mandarim trilha


yuānyang yī zhǐ zhī shī qún fēi seu caminho desacompanhado.

5
Edifício construído pelo Duque Mu. Metáfora
para “casa de prazeres”, motel.
7

No primeiro poema, Yu Xuanji apresenta elementos da paisagem campestre chinesa

– o grilo, o orvalho, as montanhas –, bem como traços e objetos culturalmente marcados dessa

sociedade – a esteira de bambu, a música, o jade.

Com a melancólica caracterização desses elementos, a poetisa reproduz

imageticamente a solidão e a inquietude vivenciadas por ela enquanto aguardava as respostas

das cartas que mandava para o Mestre Fēiqīng, o qual demonstrava apatia e preguiça.

A sonoridade desse poema é marcada pela alternância entre versos altos e baixos

(como um zigue-zague), o que, provavelmente, representa a oscilação dos sentimentos da

própria autora que escrevia para Fēiqīng em busca de consolo.

Já no segundo poema, a autora narra os momentos de angústia que marcaram o

término de seu relacionamento com Li Yi. Para tanto, utilizou metáforas e elementos típicos

da literatura clássica chinesa como a mariposa e o pato-mandarim que foram reproduzidos na

tradução aqui proposta.

A sonoridade desse poema demonstra o sentimento aflitivo da autora, já que os

versos são mais longos e a leitura exige fluidez, como em um desabafo. Na tradução proposta

manteve-se a extensão dos versos, os quais foram traduzidos de forma proseada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decurso da Dinastia Tang, a China Imperial experimentou grande desenvolvimento

técnico, material e cultural. Dentre os destaques do período pode-se assinalar o

aprimoramento da impressão de livros, ou seja, uma melhoria na produção, divulgação e

distribuição artística da sociedade sino asiática. Essa capacidade de produzir e reproduzir com

certa agilidade proporcionou alguma vantagem aos artistas chineses; pois, enquanto outros

continentes lutavam para expandir seus conhecimentos e suas artes através da cópia manual,

na China era possível imprimir vários exemplares de um mesmo exemplar.


8

Assim, as produções artístico-poéticas tornaram-se partícipes do desenvolvimento

civilizatório do Império, em especial, por permitirem a fecunda participação das mulheres

nesse processo; a qual, dá-se destaque especial, nesta cata, à Yu Xuanji. Esta, por seu turno,

ainda que desterrada, desalentada, ou subjugada pelas intempéries da vida; soube transformar

as adversidades em poesia. A ruptura com as formas clássicas de estruturação poética dá à

Xuanji, um caráter vanguardista na forma de compor.

Em suma, coube à poetisa sintetizar os pormenores das dores das mulheres desoladas

da China; ainda que grande parte delas tenham conseguido erudição e letramento, ainda

assim, continuavam fazendo parte do setor menos privilegiado do estrato social chinês. Ou

seja, as minorias que passam ter expressividade cultural e artístico-poético, também fazem-na

pela perspectiva de Yu Xuanji.


9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANDEIRA, Manuel. “Versificação em língua portuguesa”. In: Seleta em prosa. Rio de


Janeiro: José Olímpio, 1986.

CHENG, Anne. História do Pensamento Chinês. São Paulo: Vozes, 2008.

CHINA IMPERIAL. Dinastias Sui e Tang. Disponível em:<http://www.virtualvale.com.br


/galeria>. Acesso em: 25 Julho. 2016.

GOLDMAN, Merle; FAIRBANK, John. China: Uma Nova História. SP: L&PM. 3ª ed.,
2008.

NG, Leonard (Tradução). The Complete Poems of Yu Xuanji: Poems from a courtesan in Tang
Dynasty China. Leonard Ng, 2011.

PORTUGAL, Ricardo Primo; XIAO, Tan (tradução, organização, apresentação e notas).


Poesia completa de Yu Xuanji. São Paulo: Editora UNESP, 2011.
10

ANEXOS

Sent to Feiqin6

By the stone steps, a confusion of crickets;


out in the courtyard, misty dewdrenched branches.
Music from the house next door echoes in the moonlight;
Hills seen from the room above shimmer in the distance.
A cool breeze softly strokes the precious bamboo mat;
the jadelike qin pours forth sorrow.
It seems that you, sir, are too lazy to write letters;
lesser things, I guess, will have to soothe these autumn feelings.

Para Feiqing7

Grilos cricrilam nos degraus de pedra


Orvalho novo recobre os arbustos
Bem perto à luz do luar soar música
Montanhas: sombras, do terraço, ao longe
Vem brisa fresca deitar-se na esteira
Jade frio corta entre as notas à cítara
Preguiça tens de escrever, Mestre ji!
Nenhum consolo terei neste outono

6
NG, Leonard (Tradução). The Complete Poems of Yu Xuanji: Poems from a courtesan in Tang Dynasty China.
Leonard Ng, 2011. p. 74
7
PORTUGAL, Ricardo Primo; XIAO, Tan (tradução, organização, apresentação e notas). Poesia completa de Yu
Xuanji. São Paulo: Editora UNESP, 2011. p. 33.
11

Farewell (I)8

I spent those nights of comfort in the Qin Tower


without ever realising my lover had to go…
Waking now, I don’t ask where the clouds have gone;
round the lamp, now almost spent, a wild moth is circling.

Farewell (II)9

Water fits itself to the vessel that contains it.


Clouds drift artlessly, not thinking of return.
Spring breezes bear sorrow over the Chu river at dusk:
separated from the flock, a lone duck is flying.

Dizendo adeus (I)10

Acreditava intermináveis as noites


neste quarto, entre delícias. Mas viajas,
nuvens erram. Deito só e não reajo,
fina-se a lâmpada; em torno, a mariposa.

Dizendo adeus (II)

Eira nem beira, a água segue a si mesma


Nuvens vêm sem aviso, vão sem promessas
Longa é a primavera no Grande Rio
só, sem o par, nada um pato-mandarim

8
NG, Leonard (Tradução). The Complete Poems of Yu Xuanji: Poems from a courtesan in Tang Dynasty China.
Leonard Ng, 2011. p. 94
9
NG, Leonard (Tradução). The Complete Poems of Yu Xuanji: Poems from a courtesan in Tang Dynasty China.
Leonard Ng, 2011. p.98
10
PORTUGAL, Ricardo Primo; XIAO, Tan (tradução, organização, apresentação e notas). Poesia completa de Yu
Xuanji. São Paulo: Editora UNESP, 2011. p. 44-48.

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