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Gestão Dos Resíduos Sólidos Urbanos em Goiás

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GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

EM GOIÁS: COMO A REGIONALIZAÇÃO PODE


CONTRIBUIR PARA ESSE PROCESSO?
Código: 56

Tema: III - Resíduos Sólidos: reciclagem, coleta, tratamento, disposição final e aterros

Subtema: 14 - Planejamento urbano e resíduos sólidos/ Planejamento de cidades e resíduos sólidos

Formato: Oral

 Sobre o trabalho
 Avaliação
 Recusar avaliação

Sobre o trabalho
Introdução

Estima-se que em 2022 o Brasil gerou aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de


resíduos sólidos urbanos (RSU) o que corresponde a cerca de 211 mil toneladas geradas por
dia (ABREMA, 2023). Devido ao grande volume e a extensão territorial continental, a
destinação adequada dos RSUs é um desafio para o Brasil.

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS) 73,3%
dos resíduos coletados em 2021 foram enviados para aterros sanitários enquanto os 26,7%
restantes foram encaminhados aterros controlados e/ou lixões (SNIS, 2022).

Em 2010 foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) por meio da Lei Federal
n°12.305, que exige como instrumento para acesso a recursos federais, os planos de gestão
integrada de resíduos sólidos e prioridade de acesso a estes recursos para os municípios que
optarem por soluções consorciadas intermunicipais (BRASIL, 2010). O Estado de Goiás
visando atender a legislação federal publicou em 2017, o Plano Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS-GO) propondo arranjos intermunicipais como forma de apoiar os municípios na
definição dos consórcios públicos a serem instituídos como forma de atender as demandas da
legislação federal.

Em 2020 foi publicada a Lei Federal n° 14026/2020, que atualizou o marco legal do
saneamento que instituiu a necessidade de gestão regionalizada dos serviços de saneamento
básico. O Estado Goiás, em cumprimento a exigência do governo federal, instituiu a Lei
Complementar nº182/2023 que divide o estado em Microrregiões de Saneamento Básico
(MBS) (BRASIL,2020; GOIÁS,2023).

Desta forma, estão em vigor, no âmbito estadual, 2 ferramentas de reordenamento da gestão


dos RSU no território goiano, no entanto, nota-se certas diferenças nos arranjos propostos. A
divisão do espaço geográfico levando em consideração aspectos ambientais, econômicos e
sociais coopera para que as soluções sejam integradas e que possam promover as melhorias
que o setor.

O processo de regionalização aplica-se aos 4 eixos do saneamento (água, esgoto, RSU e


drenagem urbana), no entanto, resta-nos discutir como este processo contribuir
especificamente para melhoria da gestão do RSU, aliando-se ao PERS-GO como forma de
buscar a universalização do acesso aos serviços e infraestruturas relacionadas a este setor.

Objetivo do trabalho
A partir de levantamento de dados da gestão dos RSU no Estado de Goiás, este trabalho se
propõe a analisar a condução do processo e os critérios adotados para regionalização dos RSU
em Goiás, comparando a regionalização instituída com os arranjos propostos pelo PERS-GO
de forma a compatibilizar as informações e avaliar criticamente as ferramentas de gestão em
vigor no território goiano.

Metodologia utilizada

Será realizado um levantamento da atual gestão dos resíduos sólidos no Estado de Goiás
consultando os dados disponibilizados pela SEMAD-GO, SNIS e ABREMA.

Para análise do processo de regionalização da gestão dos RSU serão descritas as etapas que
culminaram no modelo atualmente em vigor, demonstrando a atuação do Estado para a
consolidação da estrutura instituída.

Para avaliar o modelo proposto de regionalização serão elencados os critérios adotados para o
planejamento, fazendo-se uma análise da relevância de cada um do ponto de vista técnico-
ambiental, econômico e social, caso aplicável.

O modelo de regionalização atual será comparado com os modelos de arranjos intermunicipais


previamente propostos no PERS-GO, avaliando a compatibilidade dos dados.

Posteriormente, serão comparados os dois planejamentos e a estrutura da regionalização


avaliando como este novo arranjo poderá contribuir para a melhoria da gestão dos RSU em
Goiás.

Resultados obtidos ou esperados

Os resultados apresentados são parciais e serão apresentados de forma completa, em caso de


aprovação do trabalho.

Atualmente, o estado possui 19 aterros licenciados em operação nos quais cerca de 50 dos
246 municípios depositam seus resíduos, correspondendo a aproximadamente 21% da
disposição ambientalmente correta. Os índices de reciclagem são inferiores em torno de 2,31%
(Semad - GO, 2023, SINIR, 2019).

Para a delimitação das MSBs instituídas pela Lei Completar nº 182/2023, foram definidos
parâmetros baseados nas legislações nacionais bem como complementaridades e sinergias já
existentes entre os municípios. A determinação para a macro estruturação da gestão de RSU
foi ancorada nos pilares: serviços de manejo de resíduos sólidos, rede de centrais de triagem
(CT) e rede de centrais de tratamento de resíduos sólidos (CTR). Ao avaliar os municípios
para a delimitação das MSBs foram analisados o porte para a definição de possíveis locais
para a instalação de CTs e quais municípios atenderiam os critérios para a receber a instalação
de CTRs. Nesta avaliação foram verificados municípios:

a) com aterro licenciado pela Semad com capacidade para atender o compartilhamento;

b) com maior geração de resíduos ou municípios que traduzisse o centro de massa da MSB;

c) interligados ao município sede da CTRS compartilhada por meio de rodovias pavimentadas;

d) disponibilidade de terreno em área ambientalmente adequada para implantação das


instalações;

e) distância máxima de até 100 km do município sede, com tolerância de 10%


f) população da ordem de 340 mil habitantes, ou superior, para área de abrangência de cada
CTRS.

Quanto à quantidade de resíduos para a operação de CTRS, adotou-se 300 t/dia e geração
média de 0,88 kg/hab/dia.

A delimitação das MSBs também levou em consideração as Unidades de Planejamento e


Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) em Goiás.

A primeira proposta de regionalização apresentada previa a criação de 2 MSBs. Após consulta


pública e manifestações de entidades municipais foi definido a instituição de 3 MSBs : Oeste,
Centro e Leste (Figura 1).
Figura 1 – Microrregiões de Saneamento Básico do Estado de Goiás.

Espera-se que os resultados posteriormente obtidos permitam comparar os instrumentos


(PERS-GO e Decreto n° 182/2023) em vigor no âmbito da gestão de RSU e avaliar como a
regionalização pode contribuir para melhorias deste setor no Estado de Goiás.

Análise dos resultados


Nota-se que ainda há muito a se avançar no âmbito da gestão dos RSU em Goiás,
considerando que até o momento, as metas de disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos ainda não foi atingida. Para contribuir com a melhoria da gestão foi publicado o Decreto
Estadual nº 10367/2023 que instituiu o Programa Lixão Zero. Ademais, esta é uma iniciativa
que visa, não somente encerrar os lixões, mas também reabilitar estas áreas, aumentar os
índices de reciclagem e a disposição ambientalmente adequada dos rejeitos e posteriormente,
numa fase definitiva, incorporar os arranjos regionalizados no sistema de gestão dos RSU.

Nota-se também que o planejamento das MSBs favorece o atendimento das exigências da
PNRS e irão colaborar para a redução do custo tarifário devido ao ganho de volume definidos
pelos arranjos, maior viabilidade para a implantação de rota tecnológicas para tratamento de
resíduos visando a sua valorização, além de contratação de equipe qualificada para execução
das atividades e disposição final ambientalmente adequada.

De acordo com Macedo et al. (2020) os arranjos intermunicipais operantes no Brasil têm se
mostrado excelente alternativa a pois favorecem os municípios de pequeno porte nas soluções
para tratamento, disposição final, ganho de escala, otimização dos recursos e na minimização
de impactos ambientes. Além de colaborar para a eliminação dos lixões e redução das
emissões de gases de efeito estufa (GEE) e contribuírem para melhores resultados dos
indicadores de sustentabilidade.

Quanto ao PERS-GO (Goiás, 2017), observa-se que não houveram políticas públicas ou ações
posteriores visando o atingimento das metas e instituição dos arranjos propostos dentro desta
ferramenta de gestão, e a compatibilização destes arranjos com os instituídos pela
regionalização permitirá uma avaliação crítica destes dados de planejamento e uma visão
macro de como o PERS deverá ser atualizado para que os instrumentos instituídos estejam em
consonância e cooperem para a melhoria da gestão dos RSU.

Conclusões / recomendações

Apesar dos índices ainda não positivos de gestão dos RSU o estado tem trabalhado para
instituição de mecanismos a longo prazo que promovam a mudança do atual cenário.

A regionalização adotada pelo Estado permitirá a sustentabilidade econômico-financeira da


gestão e gerenciamento de RSU, o ganho em escala, o encerramento dos lixões, investimento
e implantação de rotas tecnológicas de destinação ambientalmente adequada, beneficiamento
dos municípios de pequeno porte e a descentralização da governança. O que trata impactos
positivos para a qualidade de vida aos cidadãos, contribuirá com a conservação dos recursos
naturais, com a preservação do meio ambiente e a redução das emissões de GEE. Assim,
cooperará para um avanço da gestão dos RSU no âmbito municipal e consequentemente
estadual.

A atualização do PERS e compatibilização deste instrumento com a regionalização instituída


pela Lei Complementar n° 182/2023 fazem-se urgentes, para que as políticas públicas
estaduais convirjam na mesma direção rumo a uma gestão eficaz e eficiente.

Referências bibliográficas

ABREMA – Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente. Panorama dos Resíduos


Sólidos no Brasil 2023. Brasil, 2023. Disponível
em: https://abrema.org.br/pdf/Panorama_2023_P1.pdf. Acesso em: 18 de dezembro de 2023.

BRASIL. Lei nº 12.305. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 2010. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 15 de
dezembro de 2023.
BRASIL. Lei nº 14.026. Atualiza o marco legal do saneamento básico. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm. Acesso em: 14 de
dezembro de 2023.

GOIÁS (Estado). PERS- Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Goiás. Coordenação de


Adjane Damasceno de Oliveira et al. – Goiás: SECIMA, 2017. Disponível
em: https://www.meioambiente.go.gov.br/arquivos/pers_versao_final_forum_de_residuos_solid
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GOIÁS (Estado). Lei Complementar nº 182. Institui as Microrregiões de Saneamento Básico–


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Acesso em: 15 de dezembro de 2023.

MACEDO, L.A.R.; LANGE, L.C.; JUNIOR, A.B.C; GUTIERREZ, R.A.; LEVATINO, M.B.
Regionalização para Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos: Avanços e Desafios
para a Sustentabilidade em Consórcios Públicos Operantes no Brasil e Argentina. Revista
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SEMAD - GO - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de


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