O CONTEXTO DO SUCESSO

BUSINESS MODELING - BMO502 - 4.3

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O CONTEXTO DO SUCESSO
Conteúdo organizado por Claudia Samartin, em 2021, baseado no livro
Reinvent your Business Model: How to Seize the White Space for
Transformative Growth, publicado em 2018 por Harvard Business Review Press.

Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer as etapas macro de um processo de criação de uma ideia ou
inovação
• Entender os 3 aspectos determinantes dentro da cultura de uma empresa
para gerar um processo bem-sucedido de inovação
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Introdução
Discutimos bastante nos temas anteriores que as empresas podem se transformar
e inovar em seus produtos e serviços, processos, paradigmas, fórmulas de lucro e
diversas outras formas bastando reconhecer a oportunidade, encontrar os recursos,
desenvolver a ideia e capturar valor.

RECONHECIMENTO DE UMA OPORTUNIDADE

Existem diferentes gatilhos de inovação no momento do reconhecimento de uma

oportunidade, que surgem de toda e qualquer direção. Pode ser originária de uma
oportunidade tecnológica, novas demandas do mercado, políticas reguladoras de
uma determinada região, concorrência - com a necessidade de se reinventar, compra
de uma nova ideia por alguém de fora da organização, insatisfação em relação a
uma determinada condição, produto ou serviço ou até mesmo de um lampejo
inspirador que apareceu do nada (isso já vimos que é um processo extremamente
difícil de acontecer, para não falar impossível, para geração de novas ideias).
O segredo para captar os indícios desses gatilhos é levantar as antenas para deixar
as ideias entrarem no radar e não deixar de fazer projeções e leitura de cenários
futuros.

ENCONTRAR RECURSOS

Encontrar os recursos também não é uma atividade fácil de se fazer. A inovação por
si só já é um negócio de risco. É preciso comprometer alguns recursos para que essa
ideia tenha alguma chance de prosperar, e, ela prosperando, precisamos achar uma
nova ideia e consequentemente mais recursos, para fazermos com que ela expanda e
escale nos níveis das nossas expectativas. Para ganharmos dinheiro precisamos investir
dinheiro, seja ele qualquer tipo de negócio. São escolhas estratégicas que devemos
fazer nesse momento.
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DESENVOLVER UMA IDEIA

Desenvolver a ideia entra como um processo de implementação de tudo que

havíamos esboçado. É um grande patchwork, onde temos tecnologia, processos,
mercado, parceiros, clientes, todos concatenados para chegarmos em um lugar e
objetivo comum. Nesse processo de prototipagem ou POC é preciso criatividade nas
soluções de milhares de desafios que se farão presentes, funcionando quase como
uma malabarismo de demandas, tempo, dinheiro, pessoas, etc.

CAPTURAR VALOR

Apesar dos esforços para reconhecer oportunidades, encontrar recursos e desenvolver

a ideia, ainda não temos a garantia de que conseguiremos capturar valor, não é uma
consequência óbvia e natural das 3 etapas do processo. Precisamos gerenciar todo o
processo, maximizando os nossos recursos e o nosso potencial de ganho e identificar
caminhos para a escala do negócio. Durante esse período precisamos também usufruir
de todos dos conhecimentos adquiridos, que não são poucos, para que um eventual
novo empreendimento se beneficie de todo esse aprendizado.

O CONTEXTO EM QUE O SUCESSO ESTÁ INSERIDO

O desenvolvimento de uma ideia inovadora não acontece por acaso, como

recorrentemente lembramos. Ele é influenciado por vários fatores, internos e
externos à organização, que precisam ser lembrados e refletidos a medida em que a
concretização desse projeto vai tomando um formato. A inovação exige:
Liderança e direção estratégica bem definida: Por mais bem-sucedida que
seja uma empresa, tenho certeza de que ela não gostaria de desperdiçar recursos,
atirando a esmo, sem alvo definido. Em paralelo a isso, mudança (e entenda aqui uma
mudança que traga inovação) exige trabalho, esforço e dedicação. Juntando essas
duas peças, a empresa não vai investir seu tempo e esforço em algo que ela não
queira que definitivamente dê certo, e que ela já analisou o suficiente para identificar
boas chances de sucesso.
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É importante saber se a direção que está caminhando efetivamente, ou iniciativa de

negócio vai se encontrar com a sua visão mais a longo prazo. A inovação implica em
assumir riscos e entrar em territórios muitas vezes ainda inexplorados e somente a
direção clara e a estratégia bem definida como um todo irão respaldá-la.
Quando falamos em liderança dentro desse tópico queremos dizer que é necessário
muita auto confiança e coragem para inovar, uma vez que ela irá precisar dirigir a
empresa de onde ela se encontra (um lugar conhecido) para algum outro ainda não
confortável. É mais comum a liderança preferir permanecer em um lugar seguro, que
na verdade pode ser seguro por um curto espaço de tempo somente, já que sabemos
que inovação e reinvenção são as novas palavras de ordem.

Espaço para a inovação: A empresas precisam permitir que ideias novas circulem
dentro do território, que a criatividade seja incentivada, que exista um grande
compartilhamento de conhecimento, fazendo com que novos projetos floresçam.
É comum também encontrarmos algumas receitas para se tornar organizações
inovadoras que enfatizam a necessidade de virar tudo de ponta cabeça, ou seja,
eliminar a burocracia, as paredes, a hierarquia como um todo.
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Nem sempre precisamos ir para os extremos, para as polaridades; precisamos entender

a fundo as características e necessidades desse projeto de inovação, principalmente
porque algumas ideias precisam de ambientes mais formais para a sua evolução.
A escassez da ordem e estrutura pode ser tão prejudicial quanto o seu excesso.
Nesse contexto as empresas menores saem na frente pela fluidez e coesão na sua
comunicação e agilidade, unidas por uma visão compartilhada e têm altos níveis de
cooperação e confiança enquanto perdem em capacidade de recursos.
As empresas maiores e mais tradicionais por sua vez, apresentam o formato
totalmente inverso, possuem uma disponibilidade de recursos maior, porém falham
na capacidade de disseminar de forma mais consistente e homogênea a sua visão.
Nesse aspecto é realmente mais desafiante movimentar um transatlântico a um barco
de 30 pés.
Parcerias: “A inovação no século XXI não é uma atividade solitária, mas sim um
jogo de múltiplos participantes que extrapola os limites departamentais da empresa
e alcança agentes internos que possam vir a colaborar no processo de inovação”
(Inovação e empreendedorismo, p. 24).
Identificar parcerias dentro da nova economia é condição sine qua non para o
desenvolvimento de negócios e para a inovação. Dentro desse seleto grupo de
coadjuvantes estão os fornecedores, financiadores, patrocinadores e profissionais
que aportam conhecimentos chave e específicos para o nosso negócio. Atualmente as
nossas conexões e a nossa habilidade de encontrar, formar e explorar relacionamentos
com esse grupo são condições primordiais para a implantação de qualquer projeto.
Já citamos anteriormente algumas competências que foram classificadas pelo Fórum
Econômico Mundial, como cruciais para o nosso futuro, e dentre elas está a nossa
habilidade de coordenar terceiros. O que acabamos de descrever sobre a inovação
não ser um processo solitário é justamente sobre essa competência que estamos
falando.
Esta competência viabiliza a cooperação e facilitação de processos que estejam
além da nossa alçada, bem como um uso efetivo de uma rede de relacionamentos,
em prol de um propósito da organização. Não é preciso saber ou ter tudo a mão, mas
sim onde e como obter esse conhecimento para aportá-la no projeto.
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CONCLUSÃO

Independentemente do seu tamanho, segmento ou produto, toda e qualquer

empresa está buscando os seus caminhos para obter um sucesso maior no crescimento,
reinvenção ou reconfiguração. Infelizmente ou felizmente não existe uma receita ou
uma única estrada para ser percorrida nessa busca. Alguns funcionam melhor no
quesito processo e estruturação, outros em parcerias e fórmula de lucro, ou seja, o que
foi fácil para um pode não ser para outro e vice-versa. Embora não defendemos que a
inovação seja um processo de “sorte”, alguns projetos acabam dando certo contando
com esse ingrediente, porém a verdadeira habilidade de gestão de inovação reside
na capacidade de repetir o feito.
Ainda que qualquer projeto de inovação tenha seus milhares de riscos, ou seja, não
traga nenhuma garantia se fizermos todos os passos de forma adequada, inúmeras
evidências sugerem que empresas podem de fato, aprendem a gerenciar o processo
de busca por sucesso, construindo e desenvolvendo conscientemente sua capacidade
de inovação.
Algumas empresas, recém-entrante no mercado pode não precisar de um processo
muito formal e estruturado para gerenciar a inovação, no entanto, empresas maiores
podem demandar bastante atenção a estruturas e procedimentos.
Atentando-se a algumas características e pontos de atenção acima descritos podemos
mitigar e aumentar significativamente as chances de sucesso do nosso projeto.
Organizar algumas condições genéricas podem facilitar o processo de gestão da
inovação, que é o que fazem muitas organizações, criando células de inovação para
o teste do modelo e formato, para somente mais tarde replicarem e aumentarem o
seu escopo de atuação.
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Saiba Mais
“Células de Inovação”
Descreve como funciona um hub de empreendedorismo e células
de inovação, fornecendo alguns exemplos.Português. Disponível em:
<https://bit.ly/3w3LVVs>
“Cubo”
Mostra como funciona o Cubo Itaú, um dos grandes hubs de inovação.
Português. Meio e Mensagem. Disponível em: <https://youtu.
be/6uYjjEqNa7Q>
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Na ponta da língua

Referências Bibliográficas
BESSANT, J e TIDD, J. Inovação e Empreendedorismo, 3 ed. Bookman, 2019
LIVRO DE REFERÊNCIA:

Reinvent your Business Model: How to Seize the

White Space for Transformative Growth
Mark. W. Johnson
Harvard Business Review Press, 2018

Imagens: Shutterstock