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Processo Administrativo

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PROCESSO ADMINISTRATIVO

Docente: Msc. Gabriela Ohana.

1. Conceito: PROCESSO ≠ PROCEDIMENTO


RELAÇÃO JURÍDICA RITO

Relação jurídica que envolve a sucessão dinâmica e encadeada de atos administrativos.

2. Legislação: Lei nº 9.784/99 (Esfera Federal).


Lei nº 8.972/20 (Esfera Estadual Pará).
3. Classificações:

• Critério da Litigiosidade:
a) Processo não litigioso: não há conflitos de interesses da Administração;
b) Processo litigioso: há conflito de interesses da Administração;

• Critério Ampliativo e/ou restritivo:


a) Processo ampliativo: busca ampliar os interesses e direitos dos
administrados. Ex.: Uso privativo de bens públicos pelos particulares.
b) Processo restritivo: busca restringir os interesses/direitos (Ex.: Revogar
autorização) ou punir aquele que descumpriu ordem (Ex.: Cassar a licença
profissional de médico que agiu ilegalmente);

• Critério do âmbito de incidência:


a) Interno;
b) Externo;

• Critério do conteúdo:
a) Processo de controle de atos;
b) Processo punitivo;
c) Processo de outorga (Ex.: Reconhecer direitos);
d) Processo de mero expediente;

4. Princípios:
a) Devido processo legal – Art. 5º, LIV da CF/88;
b) Contraditório e ampla defesa;
c) Oficialidade;
d) Formalismo moderado/Informalismo;
e) Verdade real ou material;
f) Publicidade;
g) Razoabilidade e proporcionalidade;
h) Motivação;
i) Razoável duração do processo;
j) Segurança jurídica;
5. Fases processuais:
a) Introdutória/Inicial: De ofício ou por provocação do interessado;
b) Preparatória/Instrutória: Etapa de produção de provas, de apresentação da
defesa e outras alegações pelos interessados, elaboração de relatórios, dentre
outros;
c) Decisória ou de julgamento: Momento da emissão da decisão administrativa
pela autoridade competente;

6. Recursos administrativos:
a) Recurso hierárquico próprio:
Fundado na hierarquia administrativa;
É dirigido para a autoridade hierarquicamente superior àquela que proferiu a decisão recorrida.

b) Recurso hierárquico impróprio:


É interposto fora da entidade que proferiu a decisão recorrida.
Revela medida de vinculação ao cumprimento da decisão.

c) Pedido de reconsideração:
É o requerimento de reexame direcionado à própria autoridade competente que proferiu a
decisão.
Em regra, 10 dias.

d) Revisão:
É o instrumento que possibilita a revisão, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, da decisão
administrativa quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar
a inadequação da sanção aplicada, sendo vedado o agravamento da penalidade já imposta.

7. Legitimidade recursal: Artigo 58 da Lei nº 9.784/99.

8. Reformatio in pejus: Possibilidade? A legislação consagra a possibilidade no art. 64,


parágrafo único da Lei nº 9.784/99. Mas, o entendimento majoritário é de que não pode haver.
Observação: A revisão não pode resultar no agravamento da sanção anteriormente imposta, vide
artigo 65, §único da Lei nº 9.784/99.

9. Decadência: Prazo de 05 anos para a Administração anular seus atos administrativos,


quando geradores de efeitos favoráveis para os destinatários, salvo comprovada má-fé;
10. Preclusão e coisa julgada: Em regra os atos processuais devem ser praticados em 05 dias,
salvo circunstâncias excepcionais que autorizem a dilação temporal (art. 24, caput e
parágrafo único da Lei nº 9.784/99).
Observação: Se o interessado não praticar o ato recursal no prazo legal, opera-se a preclusão
administrativa (art. 63, I e § 2 º da Lei nº 9.784/99).
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD

1. Conceito: Instrumento jurídico utilizado para formalizar a investigação e a punição dos


agentes públicos e demais administrados, sujeitos à disciplina especial administrativa.
2. Âmbito de aplicação: Servidores públicos, por meio de seu Regime Jurídico único.
NÃO SE APLICA:
a) Agentes políticos – Lei de Improbidade Administrativa;
b) Militares;
c) Particulares em colaboração com o Poder Público;
d) Servidores temporários;
e) Terceirizados;
f) Empregados de empresas estatais;

3. Sindicância:
Processo administrativo preliminar que visa apurar a existência de indícios quanto à infração
funcional e à respectiva autoria.
Prazo da Sindicância: 30 dias. Pode prorrogar por uma única vez pelo mesmo período, a critério
da autoridade superior.
Caráter inquisitório - não tem por objetivo principal a aplicação de sanção ao agente, buscando
apenas elementos que servirão de fundamento para instauração futura de PAD.
Havendo aplicação de sanção, com permissão legislativa, deve-se obrigatoriamente ter o direito a
ampla defesa e contraditório do acusado.
Pode ser subdividida em:
a) Sindicância preliminar ao PAD;
b) Sindicância como processo sumário de aplicação de sanções;

4. Fases do PAD:
a) Instauração:
O processo pode ser instaurado de ofício pela Administração ou mediante provocação, exigindo-
se a citação do acusado para apresentar defesa.
É possível a instauração através de denúncia anônima, desde que o Poder Público adote as medidas
prévias a averiguar a verossimilhança da denúncia – Súmula 611 do STJ.
A portaria de instauração do PAD prescinde da exposição detalhada dos fatos a serem apurados –
Súmula do STJ.
Na portaria será indicada a Comissão de servidores que fará parte dos atos investigatórios. A
composição deve ser, em regra, de 03 servidores efetivos e estáveis.

b) Instrução:
Fase de produção de provas que embasarão a futura decisão administrativa;
Admite-se prova emprestada, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente,
respeitado a ampla defesa e o contraditório – Súmula 591 do STJ.

c) Decisória:
A Comissão responsável pelo PAD elaborará Relatório/Parecer final que será encaminhado a
autoridade competente para emissão de decisão administrativa, devidamente motivada,
condenatória ou absolutória.
O Parecer da Comissão não vincula a decisão da autoridade competente.
A decisão somente poderá se ater aos fatos e provas apresentados no PAD.
Em regra, a decisão ocorre em 20 dias da entrega do Relatório Final da Comissão.

5. Prazo de conclusão: 60 dias. Podendo ser prorrogado mais uma vez por igual período, a
critério da autoridade competente.
A prorrogação deve ser a pedido da Comissão e devidamente motivada.

A Lei nº 8.112/1990 dispõe em seu artigo 238 que os prazos previstos serão contados em dias
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para
o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.
Observação: A considerar a legislação do Estado do Pará, por exemplo, estes contam-se em dias
úteis.
Observação 2: O excesso de prazo para a conclusão do PAD só causa nulidade se houver a
demonstração de prejuízo á ampla defesa e contraditório – Súmula 592 do STJ.

6. Defesa técnica no PAD: Súmula 05 do STF.


A Administração Pública deve oportunizar ao acusado o exercício de ampla defesa e
contraditório, sob pena de nulidade.
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.

7. Recurso e Revisão:
O condenado em PAD poderá recorrer da decisão proferida pela autoridade administrativa.
Existindo fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
sanção poderá o condenado entrar com revisão.

8. Sanções disciplinares e prescrição:


A penalidade administrativa deverá ser aplicada imediatamente após efetivado o julgamento, ainda
que pendente a coisa julgada administrativa, tendo em vista a autoexecutoriedade dos atos
administrativos e a ausência, em regra, do efeito suspensivo nos recursos administrativos – art.
109 da Lei nº 8.112/90.
Na aplicação das sanções a autoridade competente deve levar em consideração a natureza e
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a Administração Pública e as
circunstâncias agravantes e atenuantes e antecedentes do agente.
No âmbito da Lei nº 8.112/90 deve-se observar os prazos prescricionais de penalidades, sendo
eles:
05 anos para penas de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição do
cargo em comissão;
02 anos para suspensão;
180 dias para advertência;
A abertura de PAD interrompe a prescrição do fato, até a decisão final proferida pela autoridade
competente.

9. Processo disciplinar e processo penal:


O poder penal não se confunde com o poder disciplinar.
As esferas são independentes, comunicando-se apenas nos casos de:
a) Crime funcional: Ex.: Peculato, prevaricação, corrupção, etc.
• Condenação penal: Obrigatoriedade de sanção administrativa;
• Absolvição penal: A absolvição não influencia diretamente a esfera
administrativa, exceto em casos de absolvição por negativa de autoria ou
inexistência do fato (obrigatoriedade de absolvição administrativa) ou por ausência
de provas (admissibilidade de sanção administrativa atenuada – resíduo
administrativo).

b) Crime não funcional:


• Condenação penal: Observar o estatuto funcional.
• Absolvição penal: Não há influência na seara administrativa, inexistindo sanção
disciplinar a ser aplicada.

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