Curso: Medicina
Disciplina:Clínica Médica I/DIP
Aula - Estreptococcias
Denise Nogueira da Gama Cordeiro
Brasília, 12 de março de 2019
Introdução
n Idade mais acometida - crianças
n Infecções supurativas (piogênicas): amigdalite, faringite,
adenite cervical, escarlatina, impetigo, erisipela,
pneumonia, endocardite, linfangite, septicemia e
infecções perinatais
n Particularidade importante - complicações tardias não-
supurativas
Descrição do patógeno
n Isolado em 1874 por Billroth
n Gram-positivas, catalase-negativas
n Em cadeias em meio líquido e aos
pares, in vivo
n Classificadas pelos padrões de
hemólise, composição antigênica,
características de crescimento e
reações bioquímicas.
Classificação: Brown (1919) e Lancefield (1933)
q Padrão de hemólise:
n β-hemolíticos: S. pyogenes, S.
agalactiae e outras espécies
n α- hemolíticos – grupo viridans
α -hemolítico β -hemolítico
n γ - hemolíticos
q Polissacarídeo C:
n Sorogrupos – A, B, C, .. R, S
γ -hemolítico
q Proteínas M e S:
n Sorotipos do grupo A e B
Fonte: BISNO &RUOFF. In Mandell, 2005
Fonte: LONG & PICKERING. Pediatric Infectious
Diseases, 2008
Desenho esquemático da estrutura celular
Fonte: SANTOS, VF. Estreptococcias. In Farhat et al. Infectologia Pediátrica, 2007
Parede celular- Proteina M
n Fator de virulência
n Identificação de mais de 100 sorotipos
n Imunidade: anticorpos opsonizantes
n Sorotipos M diferentes no impetigo e na faringite
n Cepas nefritogênicas à M12 (faringe) e M49, M55, M57
e M60 (pele)
n Cepas reumatogênicas à algumas cepas da faringe
Ácido lipoteicóico – constituinte da fímbria do S. pyogenes
Fonte: BISNO &RUOFF. In Mandell, 2005
Produtos extracelulares (enzimas)
n Hemolisinas: O e S
Ø Estreptolisina O (SLO) - ação miocardiotóxica
Ø Faringite: ASLO ↑ (80% pacientes)
Ø Infecções de pele: ASLO N ou pouco ↑
Ø Títulos normais
n Hialuronidase
Ø Infecções respiratórias : anti-hialuronidase ↑ (60%
pacientes)
Produtos extracelulares (enzimas)
n Desoxirribonuclease (DNAse) A, B, C, D
Ø Infecção de pele e respiratória: anti-DNAase B ↑
Ø GNDA: anti-DNAase B ↑ (60% dos pacientes)
Ø Coréia: anti-DNAase B ↑
n Estreptoquinase A, C e G
Ø Catalizadoras na conversão de plasminogênio em plasmina
n Nicotinamida Adenina Dinucleotidase( NADse)
Ø O título de anti-NADse acompanha os títulos da ASLO
sendo sua elevação mais acentuada em casos de GNDA
Produtos extracelulares (exotoxinas)
n Toxina eritrogênica (SPE) – cepas lisogênicas
(parasitadas por bacteriófagos)
Ø Pirogênicas : (febre e exantema na escarlatina)
Ø Superantígenos bacterianos
Ø SPE A - infecções invasivas graves, com extensa
destruição tecidual
n Bacteriocinas
Estreptococo β-hemolítico do grupo A (S. pyogenes)
supuração
Patogenia produção de toxinas (STSS)
inflamação mediada imunológicamente (FR, GNDA)
polissacarídeo da parede (carboidrato C)
peptideoglicano
acido lipoteicóico
Antigenicidade proteína M
proteína das fímbrias
proteína de ligação da fibronectina
estreptoquinase ligada à célula
Virulência: proteína M e acido hialurônico da cápsula
Fatores de aderência: acido lipoteicóico, proteina M e proteínas
ligadoras de fibronectina
Mecanismo de defesa na fase aguda: fagocitose
Imunidade tipo-específica (acs opsonizantes anti-proteína M)
Estreptococo β-hemolítico do grupo A - Patogenia
Streptococcus pyogenes
(Estreptococo do grupo A)
Cepas menos invasivas Cepas mais invasivas
Faringite Ácido hialurônico Exotoxinas Fatores de
cápsula pirogênicas disseminação
Cepas Cepas Escarlatina Celulite Celulite/
nefritogênicas reumatogênicas necrotizante/ Erisipela
Fasciíte
Glomerulonefrite Febre Síndrome do
pós- Reumática choque tóxico
estreptocócica
Fonte modificada: LONG & PICKERING. Pediatric Infectious Diseases, 2008
Espectro das infecções por estreptococos do grupo A
(Relativamente) Benigna para Séria e grave
Benigna clinicamente
grave
Portadores no trato Febre reumática
respiratório alto Nefrite aguda
Choque tóxico
Fasciíte necrosante
Sepse/bacteriemia
Colonização na pele
Faringotonsilite e Escarlatina
Febre estreptocócica da infância
Fonte modificada: FEIGIN&CHERRY, 2009
Estreptococo β-hemolítico do grupo A (S.
pyogenes)
Infecções respiratórias
q Lactentes e crianças pequenas (< 3 anos)
q Crianças maiores
q Tipo adulto
Nasofaringite prolongada em menores de 3 anos
Estreptococo β-hemolítico do grupo A (S. pyogenes)
Infecções do trato respiratório
n Hospedeiro natural: homem
n Disseminação: gotículas de saliva ou secreção nasal
n Faixa etária: escolares
n Erradicação: uso de penicilina (70%)
n Pessoas assintomáticas podem ser portadoras
n Taxa média de portadores: 5% (crianças de 4 anos -11,3%;
adultos – 0,8%)
n Idade – crianças maiores
Manifestação clínica supurativa –
Faringoamigdalite n Pouca sintomatologia (30% - 50%)
n PI de 12h a 4 dias
n Febre alta, cefaléia, calafrios, dor de
garganta, prostração, anorexia
n No 2ºdia: exsudato branco-
acinzentado (50%- 90%); petéquias
no palato mole
Fonte: LONG & PICKERING.
Pediatric Infectious Diseases, 2008
n Adenopatia dolorosa
n Regressão em 3 a 7 dias
Faringoamigdalite
n Complicações : adenite cervical, abscesso
retrofaríngeo, abscesso peritonsilar, otite média,
pneumonia, sinusite, mastoidite, infecção meníngea e
abscesso cerebral
n Cultura de orofaringe
n Kits especiais para a detecção do antígeno
n Antibioticoterapia na prevenção de complicações
n Outras bactérias
n Diagnóstico diferencial importante: adenovírus,
mononucleose infecciosa, difteria e angina de Plaut-
Vincent
Abscesso cerebral
J Clin Microbiol. 2006 December; 44(12): 4613–4615
Manifestação clínica por toxemia - Escarlatina
A língua: saburrosa nos
•É rara nos lactentes primeiros 2 dias com papilas
•Início com faringoamigdalite avermelhadas e edemaciadas
sobressaindo; no 3˚dia: em
framboesa
•Eritema e petéquias no palato
•Lingua em framboesa
Fonte:Peters e Pasvot : Atlas Tropical Medicine, 2006
Escarlatina
Em 12 a 48h erupção
típica. Sensação de lixa
• Exantema mais intenso
nas dobras, áspero com
sensação de lixa
Sinal de
Pastia
Descamação em dedo de luva
n Após uma semana: período de Palidez
descamação
Fonte:Peters e Pasvot : Atlas Tropical Medicine, 2006
perioral (sinal de Filatow)
Estreptococo β-hemolítico do grupo A
(S. pyogenes)
Infecções cutâneas
Manifestação clínica supurativa - Impetigo
n É a infecção de pele mais freqüente na criança (< 6 anos)
n Fator predisponente: lesão de pele
n Lesão pápulo-eritematosa à vesícula e pústula à crosta
melicérica
n Pruriginosa e indolor ; sem sintomas sistêmicos
Fonte: BISNO & STEVENS. In
Mandell, 2005
Impetigo
n Áreas expostas – MMII
n Disseminação para outras áreas
n Complicação mais importante: GNDA
n Diagnóstico diferencial: impetigo estafilocócico
n Tratamento
Estreptocócico
Fonte: MOREILLON et al. In Mandell, 2005 Impetigo bolhoso ou estafilocócico
Manifestação clínica supurativa - Ectima
n Infecção profunda da pele (derme)
n Curso crônico nos MMII
Manifestação clínica supurativa - Erisipela
n Pele e tecido celular
subcutâneo -
envolvimento linfático
n Menores de 2 anos e
idosos
n MMII e face
n Através de: traumatismos
locais, úlceras de pele,
lesões eczematosas,
infecções fúngicas,
feridas cirúrgicas e coto
umbilical no RN
n Complicação por
tratamento inadequado:
elefantíase nostra Fonte: BISNO & STEVENS. In Mandell, 2005
Erisipela
n Fatores predisponentes
n Inicio agudo com febre e mal-estar
n Intenso eritema, edema, calor,
prurido e dor
n Pode se estender mais
profundamente à abscesso
subcutâneo e fasciíte necrotizante
n No RN
n Tratamento: penicila procaína ou
amoxicilina ou penicilina cristalina
Fonte: BISNO & STEVENS. In Mandell, 2005
Manifestação clínica supurativa - Celulite
n Áreas com ferimentos, escoriações ou queimadura
n Derme e tecido subcutâneo
n Celulite perineal, perianal, periorbital
n Diagnóstico é clínico
Fonte: GERBER. In LONG & PICKERING. Pediatric Infectious Diseases, 2008
Celulite
n Young girl with bullous, invasive local
infection without trauma or foreign body due
to group A streptococcus. (Courtesy of J.H.
Brien©.)
Fonte: GERBER. In LONG & PICKERING. Pediatric Infectious Diseases, 2008
Celulite
pós-varicela
n Complicações :
q Necrose
q Abscesso
q Trombose venosa profunda
q Pioartrite
q Osteomielite
q Fasciíte necrosante
q Sepse
Celulite perianal por estreptococos do grupo A
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria. REVINTER, 2011
Manifestação clínica supurativa - Fasciíte necrosante
n Celulite à necrose tecidual, da gordura e fáscia subjacente
à gangrena da pele
n Dor intensa e hiperestesia desproporcional à lesão; toxemia
n Não há crepitação - acompanha geralmente a SSTS
n Miosite é rara (mais frequente o SA)
Fonte: BISNO & STEVENS
In Mandell, 2005
Fasciíte necrosante após varicela em criança de 7 anos
Fasciíte necrosante após varicela em criança de 7 anos
Fasciíte necrosante após varicela em criança de 7 anos
Linfadenite cervical Erisipela na bochecha
unilateral
Artrite
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria. REVINTER, 2011
Outras infecções estreptocócicas do grupo A
n Infecções estreptocócicas do grupo A em berçários de
RN
q Propagação de RN para RN
q Coto umbilical colonizado
q Onfalite dias mais tarde
n Sepse estreptocócica
Manifestação clínica por toxemia - Síndrome do
choque tóxico (SSTS)
n Critério clínico
Insuficiência renal
Coagulopatia
Hipotensão Envolvimento hepático
mais 2 SDRA
Rash macular eritematoso disseminado
Necrose de tecido mole
Febre≥ 38,5°C
Diarreia e vômitos
q Caso definido:
n Critério clínico mais isolamento do estreptococo β-hemolítico A de
um sítio normalmente estéril
q Caso provável:
n Critério clínico mais isolamento do estreptococo de sítio não estéril
Fatores que aumentam a probabilidade de SSTS
n Idade (RN e idosos)
n Diabetes; alcoolismo
n Procedimentos cirúrgicos
n Trauma
Ø Penetrantes – picada de
inseto, queimaduras
Ø Não penetrantes- hematoma,
hemartrose, equimoses
n Varicela
n Contato com um caso
n Alta prevalência de cepas
invasivas na comunidade
n Agentes anti-inflamatórios não-
esteroidais
n Absorventes internos Fonte: BISNO & STEVENS. In Mandell, 2005
Complicação não-supurativa - Febre Reumática
n Predisposição genética
n Idade: 5 a 15 anos
n Início dos sintomas após 19 dias da
faringite (<1% das agudas); 2 a 6m
na coreia
n Patogenia: autoimunidade, deposição
de imunocomplexos e citotoxicidade
n Sorotipos reumatogênicos:
1,3,5,6,18,19 e 24
n Fonte: BISNO & STEVENS.
n Reações exsudativas e proliferativas n In Mandell, 2005
em valvula mitral, aórtica, mitral junto
com aórtica
Complicação não-supurativa - Febre Reumática
n Artrite migratória (75%)
n Cardite (40-50%)
n Coréia de Sydeham (10-15%) –
manifestação mais tardia
n Nódulos subcutâneos (<10%)
n Eritema marginado
Complicações não-supurativas :Febre Reumática
Febre Reumática - Tratamento
n Antimicrobianos para erradicar o estreptococo da
orofaringe
n Antiinflamatórios como os salicilatos (melhora muiro
a artrite e/ou cardite leve) e a prednisona para
casos de cardite grave
n Repouso no leito
n Profilaxia de novas infecções estreptocócicas com
penicilina G benzatina, mensalmente
Complicações não-supurativas - GNDA
n Patogenia: deposição de imunocomplexos nos
glomérulos ativando complemento (10-15%)
n Lesões glomerulares proliferativas difusas
n Sorotipos nefritogênicos: M-12 (faringite) e o M-49
(impetigo)
n Infecção de pele e a GNDA à 21 dias (2 a 6 anos)
n Faringite e a GNDA à 10 dias (7 a 10 anos)
n Clínica: edema, hipertensão, hematúria, proteinúria e
hipocomplementonemia
n Tratamento:
à restrição de líquidos e do sal
à controle da PA
à repouso
à diurético
Tratamento das infecções por estreptococo β-hemolítico do grupo A
(S. pyogenes)
n A penicilina é a droga de escolha (10 dias);
q Penicilina G benzatina, DU
n Amoxicilina ou cefalosporina
n Alérgicos à penicilina: eritromicina ou claritromicina ou
azitromicina ou roxitromicina
n SMX-TM não erradica o estreptococo
Tratamento das infecções por estreptococo β-hemolítico do grupo
A (S. pyogenes)
n SSTS e/ou faciíte necrosante: tratamento parenteral
com penicilina e clindamicina, estabilização
hemodinâmica, drenagem cirúrgica, desbridamento,
fasciotomia ou amputação
q Se alérgico a clindamicina fazer linezolida
n Clindamicina: inibe a síntese de proteínas e a produção
de fatores de virulência (proteína M, SPEs); efeito pós-
antibiótico maior que a penicilina
n Imunoglobulinas – pode ser considerado em casos
graves, refratários ao tratamento agressivo já há pelo
menos 6 horas
Outras doenças por infecções estreptocócicas
n Supurativas: OMA, sinusite, Pn, adenite, vaginites e infecções
perianais, endometrite, bacteremia sem foco identificado,
osteomielite, meningite, artrite, pielonefrite, endocardite,
peritonite, tireoidite, CIVD e púrpura, sepse puerperal
n Não-supurativa: Púrpura de Henoch-Schoenlein, eritema
nodoso, artrite reacional, PANDAS (disordem
neuropsiquiátrica autoimune pediátrica associada com
infecção estreptocócica)
Estreptococo β-hemolítico do grupo B (S.
agalactiae)
Infecções neonatais, perinatais e puerperais
Infecções pelos estreptococos do grupo B (Streptococcus agalactiae)
n 10 sorotipos diferentes (mais isolados: II e III)
n Colonizam o TGI, vagina (gestantes - 15% a 40%) e faringe
n 1% a 2% dos RN desenvolvem a doença após colonizados (50%),
15% em prematuros
n Transmissão vertical intra-útero, por via ascendente ou no parto
n O principal fator patogênico é o polissacarídeo capsular B
n Infecção neonatal precoce(<6d) - RNPT ou BP
à pneumonia, meningite e bacteremia sem foco aparente; mortalidade
de 50%
n Infecção neonatal tardia (7d a 5m)
à bacteremia com meningite (75%); artrite séptica, celulite, adenite e
osteomielite; mortalidade de 10%
Patogênese das infecções neonatais precoces pelo
estreptococo do grupo B
n Virulência da cepa
n Inóculo genital
n Parto prematuro
n Trabalho de parto prolongado
n Rotura precoce de membranas
n Bacteriúria materna, amnionite e endometrite
n Febre intraparto >38°C
n Concentração de IgG no soro anti- sorotipo colonizante
Infecções neonatais precoces (grupo B)
n Cultura do trato genital materno para definir a fonte da
infecção precoce
n Detecção de antígenos capsulares por látex e CIE
n Tratamento: penicilina G (confirmado o estreptococo)
n Tratamento empírico inicial: ampicilina mais gentamicina
n Recomendações do CDC para a prevenção
q Culturas de amostras vaginais e retais à com 35 a 37
semanas de gestação
q Quimioprofilaxia materna e nas gestantes de risco
n Osteomielite neonatal no
úmero proximal direto por
estreptococo do grupo B
n
Fasciite necrosante da
área periumbilical pelo
estreptococo do grupo B,
Staphylococcus aureus e
estreptococos anaeróbios
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria. REVINTER, 2011
Infecções causadas pelos estreptococos dos grupos C e G
n Colonizam faringe, intestino, vagina e pele
n Grupo C- maior frequência (colonizam animais domésticos)
n Doenças de base: alcoólatras crônicos, DM, neoplasias
malignas, dermatose crônica, hepatopatia, imunossuprimidos
e uso de drogas ilícitas endovenosas (grupo G)
n Ingestão de leite não-pasteurizado
n Compartilham fatores de virulência do S. pyogenes
n Faringites, infecções de pele, septicemia neonatal,
endocardite, GNDA
n Penicilina é a droga de escolha
Infecções causadas pelos estreptococos do grupo viridans – (α-hemolíticos)
n Flora oral (30% - 60%) e colonizam mucosas respiratória e intestinal
n Oportunistas e de baixa virulência
n Produção de dextrano extracelular à endocardite (S.sanguis – 40% casos)
S. mutans – cárie dental
n S. anginousus – infecções localizadas (abscessos dentários e intra-
abdominais)
n Causa comum de sepse em crianças com câncer (mucosite e
granulocitopenia prolongada)
n Tratamento – penicilina G (10% são tolerantes ou resistentes)
o Adicionar vancomicina nos neutropênicos
o A gentamicina é sinérgica com a penicilina
o Ceftriaxona, teicoplanina, meropenem, cloranfenicol
n Nódulos de Osler em
endocardite por S.
viridans
n Petéquias conjuntivais
em endocardite
subaguda por S. viridans
n Hemorragia conjuntival
em endocardite por
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria.
REVINTER, 2011 enterococos
Streptococcus pneumoniae
(pneumococo)
S. pneumoniae (pneumococo)
n 90 sorotipos descritos (no Brasil: 1 e 5)
n Habitat normal no trato respiratório humano
n Disseminação por gotículas de secreção respiratória
favorecido pela proximidade das pessoas, infecção viral
respiratória concomitante e o clima frio
n Infecções por disseminação contígua ou pela corrente
sanguínea
n Alta taxa de portadores (11% a 93%): menores de 2
anos, frequência em creches, aglomerações, inverno e
fumantes
n O aleitamento materno é fator protetor para os lactentes
n Imunidade tipo-específica (pode recorrer)
Patogenia e resposta imune
n Epitélio da mucosa nasofaríngea íntegroà importante
mecanismo de defesa do homem
n Virulência do pneumococo à Cápsula
Ø Inibe a fagocitose (depende do sorotipo)
Ø Impede a opsonização
n A fagocitose por neutrófilos e macrófagos é o principal
mecanismo de defesa (só é efetiva em presença de acs
opsonizantes anticapsulares da classe IgG)
n Remoção de pneumococos opsonizados da circulação:
fígado
n Remoção de pneumococos não-opsonizados: baço
Infecção pelo S. pneumoniae (pneumococo)
n Fatores para a doença nas crianças
Ø virulência do sorotipo
Ø ausência de imunidade humoral tipo-específica
Ø infecção viral respiratória
n Predisposição para doença invasiva
Ø anemia falciforme
Ø HIV
Ø outras hemoglobinopatias
Ø asplenia funcional ou congênita
Ø sindrome nefrótica com imunodeficiência
Ø terapia imunossupressiva
Ø Implantes cocleares
S. pneumoniae (pneumococo)
n Agente mais comum de otite média aguda
n Doença invasiva mais comum: bacteremia oculta s/
foco;a maior parte das PN.
n Maior incidência: < 2 anos de vida (bacteriemia sem
foco) e > 60 anos (PN)
n Principal agente de PAC com letalidade de 5% em
adultos e 25% nos maiores de 50 anos ou doenças
debilitantes
n Meningite em crianças pequenas e em adultos
(letalidade: 30 a 40%)
n Sequelas neurológicas como deficiência auditiva,
hidrocefalia, convulsão ou retardo mental (29% a 50%
Celulite periorbitária (ou pré-septal)
Por trauma
Por bacteriemia (S. pneumoniae)
Celulite orbitária (pós-septal)
Por uma sinusite (etmoidal)
Por trauma
Paciente com abscesso orbitário (olhos Abscesso subperiosteal
para baixo e fora)
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria. REVINTER, 2011
Sepse por S. pneumoniae
Púrpura fulminante em criança
esplenomectomizada por PTI
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria. REVINTER, 2011
Pneumonia por S. pneumoniae
Pneumonia segmentar
Empiema pleural direito
em criança com anemia falciforme
Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria.
REVINTER, 2011
Otite média supurativa aguda e mastoidite por S.
pneumoniae
Infecção pelo S. pneumoniae (pneumococo)- Manuseio
n PRP e o consumo de antibióticos ou à exposição a
indivíduos altamente colonizados – mecanismo de
resistência
q Taxas de PRP de 15% (crianças com maiores taxas)
n A penicilina é o antibiótico de escolha para
pneumococos sensíveis; OMA e sinusite: ampicilina ou
amoxicilina
n Adultos com PAC: fluoroquinolona respiratória (levo, gati
ou moxifloxacina)
n Na resistência a penicilina usar cefotaxima, ceftriaxona,
vancomicina, imipenem, meropenem
n Taxas de PRP elevadas (doentes de risco) à vanco+
ceftriaxona ou cefotaxima
S. pneumoniae (pneumococo)
Profilaxia
n Vacina polissacarídica 23-valente (PS23v)
Ø maiores de 2 anos com asplenia, imunodeficiência, HIV,
transplantes, uso de drogas imunossupressoras e
síndrome nefrótica; IRC e fistulas liquóricas
Ø ≥ 65 anos e para os cronicamente enfermos
n Vacina pneumocócica conjugada (PC10v)
Ø AAP à todas as cças < 24 m e entre 24m e 59m sob
alto risco de infecção invasiva
Ø Esquema inicial com PC10v e reforço com a PS23v
n Antibióticos preventivos em crianças com asplenia
funcional ou anatômica
n Isolamento desnecessário para os pacientes e para os
contatos próximos não há indicação de vacinação,
Diagnóstico laboratorial das estreptococcias
n Exame microbiológico
Ø Exame direto- Gram no LCR positivo -90-100% lactentes
Ø Pesquisa de antígenos bacterianos
Ø Teste de Neufeld-Quellung (pneumo)
Ø Culturas de amostras de fluidos ou tecidos e
antibiogramas
n Teste de NQ e culturas em amostras de escarro:
etiologia pneumocócica em adultos com PN
n Exame sorológico
Ø ASLO, anti-hialuronidase, antiDNAase B, antiNADase
n Exames inespecíficos: HC, VHS, plaquetas, PCR, alfa-
1-glicoproteína ácida, mucoproteínas, gamaglobulina,
imagens, LCR
Bibliografia
n COURA - Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias, 2005
n LONG -Pediatric Infectious Diseases,2008
n FARAH – Infectologia Pediátrica, 2007
n TAVARES Rotinas de diagnóstico e trata mento das doenças infecciosas e
parasitárias, 2007
n VERONESI – Tratado de Infectologia, 2005
n KRUGMAN’S – Infectious Diseases of Children, 2004
n MANDELL, 2005
n FEIGIN&CHERRY’S. Textbook of Pediatric Infectious Diseases, 2009
n CURRENT-Diagnóstico e tratamento-Pediatria, 2012
n Red Book- Atlas de Doencas Infecciosas em Pediatria. REVINTER, 2011