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O Pacto Do Namorado Bilionário - Kendra Little

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O Pacto Do Namorado Bilionário - Um

Romance Sobre a Família Kavanagh #3

Kendra Little

Traduzido por Tânia Nezio

“O Pacto Do Namorado Bilionário - Um Romance Sobre a


Família Kavanagh #3”

Escrito por Kendra Little

Copyright © 2016 Kendra Little

Todos os direitos reservados

Distribuído por Babelcube, Inc.

www.babelcube.com

Traduzido por Tânia Nezio

“Babelcube Books” e “Babelcube” são marcas comerciais da


Babelcube Inc.

O PACTO DO NAMORADO BILIONÁRIO

Um Romance Sobre a Família Kavanagh # 3

Kendra Little

Copyright 2015 Kendra Little

[email protected]

Visite Kendra no site http://kendralittle.com

Índice Analítico
Página do Título

Página dos Direitos Autorais

Página dos Direitos Autorais

Sobre O PACTO DO NAMORADO BILIONÁRIO

CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 6

CAPÍTULO 7

CAPÍTULO 8

CAPÍTULO 9

CAPÍTULO 10

CAPÍTULO 11

CAPÍTULO 12

Fim

O ERRO DO NAMORADO BILIONÁRIO

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GRÁTIS a | estória de Liam!
LIVROS ESCRITOS POR KENDRA

SOBRE KENDRA

Sobre O PACTO DO NAMORADO BILIONÁRIO

Sophie Mason precisa de dinheiro e ela precisa de dinheiro


rápido. Quando ela despedida de seus

dois empregos acabam repentinamente e seu pai está


devendo dinheiro para um bandido,

ela procura a única pessoa que lhe ofereceu uma tábua de


salvação. A única pessoa que ela

tem evitado desde que descobriu que ele é membro da


família que estragou a vida do pai dela.

Ash Kavanagh, bilionário, CEO e um cara legal, precisa de


uma falsa noiva para ajudar a

fechar um contrato, e ele pede a Sophie para desempenhar


esse papel. Ele está oferecendo para

ela muito dinheiro e um guarda-roupa que qualquer mulher


mataria para tê-lo. Odiando-se por

ver que ela está desesperada o suficiente para aceitar o


acordo, e odiando-se porque ela está se

apaixonando por um Kavanagh, ela tenta resistir ao


controlado Ash. Ela também deve

manter a conexão entre suas famílias inacessível.

Mas Ash mostra não ser tão bom quando descobre que ela
está escondendo algo dele. Então é
tarde demais. Sophie está apaixonada por ele.

CAPÍTULO 1

"Então o que lhe parece trabalhar para o inimigo?" eu


perguntei para Liam.

Ele fez uma pausa e olhou para mim, seu copo de cerveja a
meio caminho da sua

boca. "Kavanagh Corporation não é o inimigo, Sophie."

Rolei meus olhos e enchi três copos de vinho para outra


cliente e peguei o dinheiro dela. "Foi

uma piada," eu disse enquanto ela equilibrava os três copos


precariamente e voltava para sua mesa e

para seus amigos embriagados.

"Sim," Liam disse suavemente. "Claro que você estava


brincando."

"Não acredita em mim?"

"Não."

Evitei o olhar dele e concentrei-me na limpeza da cerveja


derramada na bancada perto do seu

cotovelo esquerdo. Olhar para ele só me permitia ver pena


em seus olhos, e eu não queria ver isso. Não havia nenhum
espaço na

minha vida para receber pena de meus amigos ou de


estranhos. Pena me levaria a me chafurdar na
lama, e eu me recusava a isso. Eu acabaria no psiquiatra se
eu o fizesse.

"Você esquece que eu te conheço muito bem, Soph." Liam


não ia desistir agora que o assunto

sobre os Kavanagh tinha sido levantado.

"Ter sido namorado de uma pessoa faz isso," eu disse com


uma risada. Mas já não tinha vontade

de rir. Falar sobre sua nova posição na Kavanagh


Corporation me trouxe de volta antigas lembranças.

Lembranças que eu achei que estavam enterradas. Ainda


não podia acreditar que um dos meus

melhores amigos agora trabalhava para as pessoas que


tinham feito a minha antiga vida

despreocupada ter um fim desastroso acabando por me


empurrar para esta nova vida onde o ponto

alto do meu dia era não levar porrada dos clientes no The
Saloon.

Liam pousou seu copo e colocou as palmas das suas mãos


no balcão. Inclinou-se um pouco mais

perto e fixou em mim seu olhar verde intenso. "Escute


Sophie. Eu sei que você tem algo contra a

Kavanagh Corp. Você está sempre tentando desacreditá-los


para mim, especialmente desde que eu fui

trabalhar para eles. Mas até você me disser do que é que


você não gosta sobre a empresa, eu vou
continuar a defendê-la. Sei que este é apenas o meu
segundo dia, mas já posso te dizer que eu vou

gostar de trabalhar lá." Ele encolheu os ombros como um


pedido de desculpas.

Eu servi outro cliente, um homem de meia-idade com


cabelo espetado que me deu uma

piscadela quando me fez o pedido. Eu dei uma pausa para


pensar. "Estou feliz por você gostar do seu

novo trabalho," eu disse para Liam, quando o cabelo


espetado se afastou depois de me dar outra

piscadela. "Mas eu tenho minhas razões para não gostar da


Kavanagh Corp."

"O que eles fizeram?"

"Meu pai trabalhava lá. Eles o trataram mal."

Liam se sentou e pegou seu copo novamente. Eu poderia


dizer pelo olhar dele que ele queria

colocar a culpa no meu pai. A reação dele era


compreensível. Liam só conhecia meu pai como um

bêbado fracassado. Ele não o tinha conhecido antes da


Kavanagh Corporation tê-lo

mastigado e cuspido como um pedaço de carne podre.

Sabiamente, Liam não disse nada. Ele era um cara bom. Um


cara legal. E foi por isso que não

funcionou entre nós dois. Eu e os caras legais não éramos


bons juntos. Eles eventualmente vinham a
se ressentir com o meu trabalho como garçonete, me
dizendo que eu poderia arrumar coisa melhor e

sair da rotina que eu tinha caído. E depois conheciam meu


pai e ficavam conhecendo melhor a minha

vida e percebiam que estavam errados. Eu não podia fazer


melhor. Minha vida nunca tinha sido de

almoços corporativos e conversas intelectuais como a deles


e nunca seria. Eu morava em um bairro

merda, dirigia um carro de baixa qualidade e mal tinha


dinheiro suficiente para pagar aluguel

e comida. Eu morava com o fracassado do meu pai depois


que ele perdeu o emprego há três anos, e

minha educação tinha terminado no ensino médio.


Trabalhando em dois empregos me deixava sem

tempo para "seguir em frente" como um ex-namorado tinha


colocado.

Não o Liam. Ele nunca tinha agido como um idiota com


relação as nossas diferenças. Ele tinha

apenas discretamente terminado nosso relacionamento um


dia depois de dizer-me que seria melhor

sermos amigos do que amantes. Eu concordava com ele —


agora — mas isso não quer dizer que não

doeu na época, acontecendo logo depois que ele tinha me


ajudado a levar meu pai para casa depois

dele ficar bebendo no bar por doze horas seguidas.


Eu servi outro cliente, e enquanto eu pegava o dinheiro
dele, olhei de relance para a porta. Meu

coração deu uma pequena vibração, quando um homem


parecendo um Deus grego entrou. Ele era

alto e magro, cabelo escuro cortado curto. Seu terno cinza-


carvão era caro, e as linhas bem cortadas

apenas aumentavam a sua sensualidade. Ele estava com a


barba bem feita e ostentava um rosto de

um modelo de catálogo, mas sem parecer infantil. Ele era


tão masculino como um herói de esporte.

Até a maneira como ele olhava em torno do bar, para


alguns frequentadores que tinham se aventurado

a sair em uma molhada terça à noite, era sexy. Ele não


parecia ser arrogante e não havia nada de

olhe-para-mim-e-veja-como-sou-gostoso nele, mas, no


entanto, ele parecia estar no comando.

Como se ele não se importasse se alguém reparasse nele ou


não. Acho que deuses não precisam se

preocupar conosco, meros mortais.

Mas todo mundo notou. The Saloon era barulhento em


primeiro lugar, mas todas as conversas

cessaram e todas as pessoas se viraram para olhá-lo


Homens e mulheres o avaliaram, alguns

com admiração, outros a contragosto, aceitando que eles já


não eram mais os gostosos do pedaço. O
grupo de três advogadas femininas na mesa mais próxima
da porta flertou com ele descaradamente.

Ele olhou para elas rapidamente e seu olhar continuou a


examinar a sala.

"Cristo,” Liam murmurou.

"Você o conhece?"

"Sim. Ele é... amigo."

"Por que eu nunca o vi?"

"Um novo amigo. Eu não o conhecia quando estávamos


namorando." Liam fez um sinal para o

recém-chegado. O cara veio na nossa direção, seu passo


confiante, mas sem orgulho. As advogadas

estudaram a bunda dele quando ele passou pela mesa


delas, rindo e fazendo piadinhas. Eu tentei

parecer sexy e sofisticada, mas desisti. Não há nada de


sofisticado sobre servir cervejas.

"Você conseguiu chegar," disse Liam, apertando a mão do


outro cara.

Ele se sentou em um banquinho e inclinou o cotovelo no


balcão. "Você falou tão bem deste

lugar e do serviço, que eu pensei que era melhor dar uma


olhada." Ele olhou ao redor da sala de

novo, mais devagar desta vez. "Atmosfera agradável.


Tranqüilo. Isso é raro por aqui."
"Ele é meio escondido," disse Liam. "Só os freqüentadores
conhecem. Tenho vindo aqui desde

que conheci Sophie."

Liam acenou para mim, e ele seguiu o olhar dele. Opa.


Aqueles olhos! Eles eram da cor do

oceano na parte mais profunda — azul com uma pitada de


verde escuro e cinza mal-humorado. Uma

garota poderia se afogar em olhos como aqueles, se ela não


fosse cuidadosa. Mas o que eu realmente

gostei sobre os olhos dele não foi a cor. Foi a maneira que
eles não percorreram

o meu corpo. Nem uma vez ele olhou para o sul do meu
rosto. Na verdade, seu olhar não deixou o

meu. Foi uma experiência mais intensa do que qualquer


olhar que eu já tinha sido submetida.

"Sophie, este é o Ash," disse Liam. "Ash, conheça Sophie."

Ash estendeu sua mão. "Prazer em conhecê-la. Liam me


disse tudo sobre este lugar,

então eu decidi conhecer. Trabalho não muito longe daqui,


mas eu nunca soube que ele existia."

"Oh?" Eu apertei sua mão. Seus dedos eram longos, fortes,


com pequenos calos nas palmas que

não combinavam com sua imagem de homem de negócios.


"Onde você trabalha?"

"Em um dos arranha céus na Quinta Avenida.”


"Ash trabalha para ele mesmo," Liam falou.

Ash levantou ambas as sobrancelhas e olhou para Liam.

Liam deu de ombros. "Posso te pagar uma bebida?"

"Cerveja." Ash me assistiu servindo a cerveja e aceitou o


copo quando eu o deslizei para ele.

"Você trabalha há muito tempo aqui, Sophie?"

"Muito tempo." Eu sorri. Ele sorriu de volta. Caramba, mas


ele também tinha dentes perfeitos e

um sorriso fácil, como se fosse algo que ele fazia sempre.


"Preciso sair mais, espalhar um pouco as

minhas asas." O que diabos eu estava dizendo? Eu parecia


uma idiota.

"Você e eu precisamos," murmurou Ash. "Alguns dias sinto


como se eu nunca deixasse a minha

mesa de trabalho. Ainda não comi uma refeição direita esta


semana, só comida pedida pela minha

P.A. (Personal Assistant – Assistente Pessoal) antes de ela ir


embora para casa."

"O que ela pensa de seus hábitos de trabalho?" eu


perguntei.

"Uma vez ela me disse que eu precisava começar a viver."

"Seus empregados falam assim com você?"

"Só os que me conhecem bem o suficiente. Acho que os


outros acham que sou uma máquina, uma
vez que eu já estou lá quando eles chegam de manhã e
continuo lá quando eles saem à noite. O fato é

que a minha P.A. está certa. Tenho que começar a viver."

"Você está aqui hoje."

Ele suspirou. "É verdade, eu precisava de uma bebida.


Problemas familiares. Não importa o

quanto eu trabalho, não consigo escapar."

"Temos algo em comum." Evitei olhar para Liam enquanto


ele calmamente tomava um gole de sua

cerveja.

Dei-lhe um olhar simpático. "Não um irmão, um pai. Eu sou


a única filha."

"Às vezes eu gostaria de ser filho único," ele murmurou


olhando para eu copo.

"Seu irmão está lhe dando trabalho?"

"Indiretamente, sim. Meu irmão mais velho. Ele consegue


causar problemas mesmo não

morando mais em Roxburg."

"Isso é uma façanha. Quantos irmãos você tem?"

"Quatro."

"Quatro! Irmãs?"

"Nenhuma. Talvez esse seja o problema. Uma irmã iria


suavizar as nossas reuniões de família e
dar um toque feminino. Por outro lado ela poderia ser como
a minha mãe. Ela não tem nem um grão

de instinto maternal no corpo dela."

Fiquei quieta. Eu estava gostando de conversar com Ash e


não queria jogar água fria no humor

dele, trazendo a morte da minha mãe para a conversa.


"Então onde você se encaixa na hierarquia

da testosterona?"

"No meio. E é tão ruim quanto parece, e não, eu não tenho


nenhuma síndrome de filho do meio.

Não muito.” Ele sorriu.

Eu ri, então tive que atender outro cliente. Ash se virou ao


mesmo tempo e eu dei a Liam

um aceno de aprovação com a cabeça. Liam sorriu.

Eu fiquei ocupada nos vinte minutos seguintes, mas


consegui me esgueirar na conversa deles de

vez em quando. Eles falavam de uma maneira fácil um com


o outro, principalmente sobre esporte e as

pessoas que ambos conheciam, mas sem malícia. Liam não


tinha um osso malicioso em seu corpo, e

parecia que Ash era muito parecido com ele. Não era a toa
que eles eram amigos. Ambos tinham um

temperamento fácil, pacato, de homens bem ajustados. Ash


podia ter feito piada sobre seus
problemas familiares e sobre ser o filho do meio, mas eu
suspeitava que fosse somente isso — uma

piada. Ele parecia normal para mim e isso significava ter


tido uma educação normal com pais

amorosos. Invejei a sortuda que tinha roubado seu coração.


Ele não usava aliança, mas isso não

significa que ele não era casado ou comprometido. Por outro


lado, ele não tinha

falado de uma mulher quando ele falou sobre suas noitadas


no trabalho. Talvez ele não tivesse tido

tempo ainda para encontrar a mulher certa.

Olhei em torno do bar. As três jovens advogadas ainda


estavam lá e ainda olhavam de vez em

quando para Ash. Ele ainda não as tinha visto, mesmo elas
sendo tão óbvias. Talvez ele fosse uma

máquina. Ou gay.

Não, eu não acreditava que ele fosse gay. Ele era muito
masculino para ser gay.

Talvez eu estivesse estereotipando, mas trabalhando em um


bar por mais anos do que eu gostava de

contar tinha me dado um bom instinto para as pessoas. Ash


definitivamente não era gay.

De repente ele se virou e me apanhou olhando para ele. Eu


corei até as raízes do meu
cabelo, mas para minha surpresa, ele ficou mais vermelho
do que eu. No entanto ele não desviou o

olhar, então ele não devia estar tão envergonhado.

"Talvez sua namorada possa dar uma solução a esse nossa


discussão," ele disse para Liam.

"Ela não é minha namorada," Liam disse ao mesmo tempo


em que eu murmurei um protesto.

"Não mais," acrescentei. "Costumávamos sair, mas eu


decidi que ele era bom demais para mim."

O sorriso de Liam desvaneceu-se e ele balançou a cabeça,


advertindo-me silenciosamente.

"Agora somos apenas amigos. Venho aqui tomar uma


bebida de vez em quando enquanto ela está

trabalhando."

Eu me agachei no balcão e baixei a minha voz. "Isso é o que


ele diz, mas eu sei que ele está

aqui pela cerveja de graça ocasional, que eu dou para ele."


Eu pisquei e sorri para Ash.

"Cerveja de graça," Liam falou. "Você me deu talvez três


cervejas de graça nestes últimos

meses. A verdade é que eu gosto da atmosfera deste lugar."

"E do serviço," Ash disse sorrindo para mim. "Até agora, foi
excelente." Apesar de sua resposta

casual, senti que algo havia mudado dentro dele. Não era
algo óbvio e eu não podia dizer o que, mas
ele parecia diferente desde que Liam lhe tinha dito que não
éramos um casal.

Ele ficou até que o bar fechou, apesar de Liam ter ido
embora mais cedo. Ele me ajudou

a expulsar um bêbado chorando com sua cerveja e me


esperou enquanto eu trancava tudo. Ele se

ofereceu para me acompanhar até o meu carro.

"Está bem ali," eu disse, acenando para o sedan Ford verde


desbotado.

"Não se pode ser demasiado cuidadoso por aqui." Ele não


parecia estar brincando quando olhou

para o estacionamento. "Alguém pode estar esperando


atrás do carro, ou perto dessas lixeiras

para atacá-la."

Eu o deixei me acompanhar até o meu carro. Liam


costumava fazer isso quando nós estávamos

namorando, mas parou quando percebeu que era uma área


segura com inúmeras câmeras de

vigilância. Eu abri a porta e joguei minha bolsa e o casaco


no banco do passageiro. "O que você

acha Ash? Se não é seguro para mim, então também não é


seguro para você."

Ele me deu um sorriso torto que algumas horas atrás me fez


decidir que eu realmente gostava
dele. Ele ficava ainda mais sexy o que parecia impossível a
princípio. Ele já era muito sexy. Ele

tinha tirado o paletó e eu pude que ver como seu peito e


ombros deixavam as costuras da sua

camisa tensas. Não me importaria de vê-lo sem camisa,


sem as calças também.

Eu engoli e aguardei, uma parte de mim esperando que ele


me convidasse para ir para sua

casa. Não poderia pedir-lhe para ir para a minha com o meu


pai lá. Mas ele não me convidou, e a

decepção vibrou no meu estômago, apesar da minha


convicção de não me apaixonar por um cara

legal de novo. Não creio que caras como Liam e Ash sejam
para longo prazo,

mas quem era eu para eles de qualquer maneira. Talvez


fosse o simples fato de que eles não

podiam ser para mim por um longo tempo era o que me


atraía para eles. Eu podia ter uma

noite (ou várias noites) com Ash e gozar os prazeres de um


corpo bem feito e um rosto bonito.

"Eu posso cuidar de mim mesmo," ele disse, inclinando-se


preguiçosamente contra a porta do

meu carro.

Esperei um momento mais, esperando que ele se


aproximasse para me dar um beijo. Nada.
Apenas um pequeno sorriso que parecia menor do que
qualquer um que ele tinha me concedido

durante toda a noite. E ele tinha me concedido muitos.

"Aposto que você pode," disse sem fôlego.

Seu sorriso aumentou. “Boa noite, Sophie. Foi bom te


conhecer."

"Foi bom te conhecer também, Ash." Entrei no carro,


quando ficou claro que ele não ia

oferecer nada mais do que um sorriso. Eu tentei fingir que


eu era legal, e tão elegante quanto às

mulheres que ele devia namorar.

Ele fechou a porta e acenou. Pelo espelho eu o vi


caminhando pela rua, o paletó pendurado

sobre o ombro e o sorriso ainda no rosto. Em seguida, ele


acenou novamente.

Eu fui para casa andando nas nuvens, mas tudo


rapidamente se evaporou quando entrei no

apartamento que compartilhava com o meu pai.

"Você chegou cedo," ele disse da pequena sala de estar que


também servia como sala de jantar e

ocasionalmente de quarto se eu não conseguisse tirar meu


pai do sofá.

"É quase meia-noite." Eu joguei minha bolsa e as chaves na


mesa ao lado da porta e fui para a
cozinha. Me servi de um copo de água e tomei um gole,
depois tirei meus sapatos.

Eu estava prestes a preparar algo para comer quando


avistei os papéis da faculdade em cima da

geladeira. Estendi a mão para agarrá-los e dar de novo uma


olhada para os requisitos de admissão,

mas meu pai entrou na cozinha e arrotou.

"Você vai fazer um sanduíche para o seu velho?" ele


perguntou.

Eu me virei e com a faca de manteiga na mão falei para ele:


"vá em frente e faça você

mesmo. Você é capaz."

Ele bufou e ignorou a faca, em vez disso, abriu a porta da


geladeira e pegou outra cerveja. Ele

jogou a vazia no lixo, mas errou e a lata foi para o chão,


deixando para trás uma linha de pingos da

cerveja.

"Então, Soph, me dá um empréstimo?"

"Não!" Eu continuava com a faca em sua direção. "Não me


pagaram ainda."

"E aquele dinheiro que você esconde?"

"É para uma emergência." E talvez para a taxa de inscrição


da faculdade. Se eu me matriculasse.
"Isto é uma emergência." Ele baixou a voz. As pupilas se
dilataram e ele passou a mão na boca.

"Eles estão atrás de mim, Soph. Bandidos. Se eles vierem


aqui, não os deixe entrar, está bem?"

Eu suspirei. "Certo." Eu não tinha certeza se acreditava nele


ou não. Ele parecia sério, mas ele

gostava de fazer um drama e eu não podia dizer se era um


problema como ele fazia parecer.

"Não quero que minha garotinha se machuque. Você é tudo


que me resta neste mundo."

Então por que ele não conseguia um emprego para me


ajudar? Ah certo, porque ele era um

bêbado sem esperança, que tinha sido despedido do seu


último trabalho, depois que minha mãe

morreu. Meu pai tinha desmoronado e começou a beber


excessivamente depois da morte dela.

Kavanagh Corporation não tinha perdido tempo e o tinha


despedido, deixando-o à

deriva com o sofrimento dele. Meu pai não tinha sido o


mesmo desde então.

***

Ash foi ao bar toda quinta, sexta e sábado à noite, durante o


mês seguinte. Ele me convidou para

acompanhá-lo numa festa, algo sobre o lançamento de um


novo telefone, mas eu tinha que
trabalhar. Meu arrependimento foi palpável. Eu queria sair
com ele, mas o trabalho tinha que vir em

primeiro lugar. Eu recebia por hora trabalhada e precisava


das gorjetas então eu não podia me dar ao

luxo de não aparecer, a menos que eu estivesse morrendo.


Além disso, uma festa corporativa me

parecia demais para um primeiro encontro. Eu estaria fora


da minha zona de conforto no meu único

vestido social preto e sapatos de salto alto. Eu gostava de


Ash e queria estar com ele, mas num lugar

mais íntimo, apenas nós dois. Como a sua cama.

Ele não me convidou para sair de novo. Acho que estraguei


a minha oportunidade. Nada parecia

ter mudado, no entanto. Ele ainda era amigável e ainda me


levava até o meu carro no estacionamento

ao final do meu turno. Mesmo que eu estivesse ocupada


demais para conversar e Liam não estivesse

lá para lhe fazer companhia, ele esperava pacientemente,


com sua cerveja, até que eu ficasse livre.

Ainda assim ele parecia hesitante de alguma forma, como


se ele não tivesse certeza se devia me

convidar para sair de novo. Talvez. Eu não tinha certeza. Eu


era muito boa para ler caras,

mas Ash era um mistério que eu não estava acostumada.


Seus sinais não eram evidentes. Ou
talvez não houvesse sinais e por isso eu não conseguia ver
nada em seu rosto. Talvez ele estivesse

matando tempo no The Saloon.

"Tem algo errado com Ash?" Perguntei para Liam uma noite
quando ele estava lá e Ash não.

"Como diabos eu deveria saber?" ele surtou.

"Está tudo bem?"

Ele suspirou e arrastou a mão pelo cabelo. "Sim. Não. Eu


não sei. Só um problema de trabalho."

"Quer falar sobre isso?"

"Ela não é um isso."

"Oh. Um problema com uma colega de trabalho." Inclinei-


me com ambos os cotovelos no balcão,

toda ouvidos. "Fale-me sobre ela."

Ele fez e eu não fiquei com ciúmes. Só provava que eu já o


tinha superado. Eu não poderia me

sentir mais livre e tinha que agradecer Ash por isso.


Ultimamente ele tinha ocupado

meus pensamentos dia e noite. Não havia mais lugar para


Liam, ou para qualquer outra pessoa.

Droga. Eu tinha feito outra vez. Me apaixonado por um cara


legal. Ash era totalmente

inadequado, totalmente fora do meu alcance, exceto para o


quarto. Mas parecia que ele não me queria
no quarto dele.

Ele voltou ao The Saloon na noite seguinte e eu podia dizer


imediatamente que ele ia me convidar

para sair de novo. Ele pegava nervosamente o copo dele,


torcendo-o entre as duas mãos, sem beber.

Nem encontrou meu olhar. A única vez que ele olhou para
mim foi quando ele pensou que eu não

estava olhando para ele. Meus nervos estavam agitados a


noite toda e eu derramei algumas bebidas.

A espera foi muito dura para o meu nível de estresse.

Finalmente, após Liam e a maioria dos outros bebedores


saírem, ele tomou coragem. Ele limpou

a garganta. Eu tentei não sorrir, mas admito que eu tenha


gostado de ser o motivo de seu nervosismo.

Era lisonjeiro como o diabo ser o objeto de desejo de um


gostosão como ele.

"Soph, há algo que quero lhe perguntar."

"Vá em frente." Peguei um copo do escorredor de pratos e


comecei a secá-lo. Eu precisava

fazer algo com as mãos ou eu iria pegar o rosto dele e forçá-


lo a me beijar.

Ele limpou a garganta novamente. "Vou te fazer um pedido


estranho."

Eu parei de secar. Ah, Ah! Ele ia me dizer que ele era uma
alfa dominante à procura de uma
submissa. Ou pior, um submisso em busca de uma fêmea
dominante para amarrá-lo com sua gravata

cinza e fazer loucuras com sua bunda.

"Eu preciso de uma noiva."

Eu abaixei o copo. "Huh?" Muito sofisticado, Sophie.

Ele segurou suas mãos. "Eu não me expliquei direito. Preciso


de uma mulher para agir como

minha noiva por alguns dias, talvez umas duas semanas.


Estou tentando fechar um acordo com um

cliente que é um pouco conservador sobre trabalhar com


rapazes da minha idade que não são

casados."

"Oh. Certo. Eu entendo." Suas palavras entraram por um


ouvido e saíram pelo outro. Estava presa

na idéia de ser noiva dele, mesmo que fosse apenas por


algumas semanas. A idéia me emocionou —

e mergulhou no meu coração e meus dedos ao mesmo


tempo. "Obrigada por pensar em mim, mas não

tenho certeza se é uma boa idéia."

"Não diga não ainda," ele disse rapidamente. "Por favor,


pense um pouco nisso." Ele pegou

no bolso de trás um cartão de negócios. Ele escreveu um


número de telefone na parte de trás. "Esse é
meu número de celular privado. Eu não dou esse número
para muitas pessoas, mas quero que você

me ligue quando você tiver pensado sobre isso. Você


provavelmente vai ter algumas perguntas

e vou te responder todas as que você fizer."

Ele entregou o cartão para mim e nossos dedos se tocaram.


Nossos olhares se conectaram. Um

pequeno choque passou ao longo do meu braço e através


de todo o meu corpo, acordando partes

de mim que eu não sabia que estavam dormindo. "Certo" eu


finalmente disse. "Eu te telefono amanhã

quando eu tiver a oportunidade de pensar bem sobre isso.


Mas ainda não acho que seja uma boa

idéia."

Ele vacilou e soltou o cartão. "Eu realmente espero que você


mude de idéia." Ele brincava com

sua gravata. "O cliente é muito importante para o meu


negócio e..." Ele limpou a garganta. "E eu

gostaria de passar algum tempo com você, longe daqui."

Eu engoli. Eu queria gritar para ele me convidar para sua


casa, se ele realmente queria ficar

comigo, e não me pedir para fazer algo que me faria me


sentir tão desconfortável que provavelmente

eu iria vomitar meu almoço assim que entrasse em


qualquer reunião social com seu cliente.
Mas eu não disse nada. Peguei o cartão para colocá-lo no
meu bolso, mas o logotipo chamou a minha

atenção.

E o nome abaixo do logotipo. Ash Kavanagh, CEO –


Kavanagh Corporation.

CAPÍTULO 2

“Kavanagh!" Meu coração parou. Meu corpo ficou frio.


"Você... é um Kavanagh?"

Ele ficou pálido com a minha reação. "Eu pensei que você
soubesse. Por isso eu conheço Liam.

Ele

começou

trabalhar

para

mim

antes

daquela

primeira

noite

que
eu vim aqui. Isso é um problema?"

Peguei outro copo e comecei a secá-lo, mesmo ele estando


seco. "Claro que não. É só que

eu não tinha idéia."

Ele estreitou os olhos. "Então por que você tem um olhar


estranho no seu rosto?"

Eu balancei minha cabeça e guardei o copo. Peguei outro.


"O que me surpreende é um

Kavanagh ter dificuldade em encontrar uma


acompanhante."

Ele soltou uma respiração mais forte. "Certo, eu entendi.


Você está assustada com o meu

pedido. Olha, Sophie, eu sei que a proposta parece


estranha, mas prometo que vai ser estritamente

um acordo de negócios." Ele olhou para o copo vazio. "Se


você quiser isso."

Eu queria dizer-lhe que não era, mas isso levaria a


perguntas sobre o que eu queria dele. E eu não

estava pronta para dizer que eu só queria um bom sexo


com um cara legal. Esse era o problema. Não

seria apenas sexo. Seria algo mais, porque ele não era o
tipo de cara que tinha apenas uma noite de

sexo com uma garota e depois sumia e eu era o tipo de


garota que se apaixonava por caras

como ele, só para ter o coração machucado no final.


"Não posso," foi tudo o que eu disse me afastando. "Eu
tenho que trabalhar quase todas as noites

e você vai precisar de mim e eu não vou poder te fazer


companhia."

"Você tem férias vencidas? Liam disse que você nunca tira
tempo para descansar."

"Isso é porque eu não posso me dar ao luxo de tirar férias.


Desculpe-me, Ash, mas não é viável."

"Mas —" ele parou de falar dando um suspiro. "Olha, se é


uma questão de dinheiro, eu vou pagar

você pelo seu tempo."

Eu olhei para ele embasbacada. "Você está falando sério?


Você vai me pagar? Por quê?

Porque você tem pena de mim?"

"Não," ele se levantou da banqueta e tentou segurar a


minha mão, mas eu estava muito longe. Ele

deixou a mão em cima do balcão. "Eu não tenho pena de


você, Sophie. Longe disso."

"Oh, eu entendi. Então você acha que eu sou uma prostituta


que faz qualquer coisa por dinheiro."

"Não!" ele falou. Seu maxilar tornou-se ainda mais rígido.


"Não é nada disso."

Eu cruzei meus braços e dei-lhe um olhar desafiador. Talvez


se eu ainda não estivesse em
choque por ter descoberto que ele era um Kavanagh, não
teria falado de uma maneira tão severa. Eu

não estava zangada com ele, eu estava com raiva de mim.


Eu tinha me permitido gostar de um

Kavanagh, depois de tudo o que tinham feito com o meu


pai. A família era mais rica que Deus e tão

poderosa quanto. Eles tinham poder para esmagar pobres


almas como o meu pai, ficando ainda mais

ricos ao longo do caminho. Nós, pessoas comuns, não


significávamos nada. Ash podia gostar de mim

agora, mas logo ele ficaria cansado, ou ficaria com


vergonha de mim em público, e então ele iria me

descartar. Eu não permitiria que isso acontecesse. Não


dessa vez.

Ele arrastou a mão pelo cabelo dele. "Estou fazendo papel


de bobo," ele disse. "Sinto muito que

eu tenha sugerido isso. Foi uma idéia idiota."

"Não foi nada inteligente," eu admiti. "Vá fazer a proposta


para uma garota mais adequada. Uma

que não trabalhe em um bar.” Uma com uma boa educação,


uma com um guarda-

roupa mais adequado. Uma cujo pai não vai causar


problemas quando descobrir que ela está

brincando de ser noiva de um Kavanagh.


De repente ele ficou de pé de frente para o balcão do bar.
"Adeus, Sophie. Cuide-se." Ele saiu, e

eu fiquei olhando para ele, meu coração na garganta, as


lágrimas queimando nos meus olhos. Eu

não entendi porque ele ir embora me chateou. Acho que eu


ia sentir falta dele. Eu sabia que ele não ia

voltar. Eu sabia no meu coração que nunca o veria


novamente. Eu olhei para o seu cartão e passei o

dedo em cima do nome dele.

Em seguida amassei e joguei no lixo.

***

“Liam?" Eu falei no telefone quando cheguei ao meu carro


depois do trabalho.

"Hein? Soph? É você?" Parecia que eu o tinha acordado.


Bom. "Está tudo bem?"

"Por que diabos você não me disse que Ash é Ash


Kavanagh?"

"Jesus, isso é tudo? Já passa da meia-noite. Não podia ter


esperado até amanhã?”

"Não. Eu quero uma resposta. Por que você não me disse?"

Ele fez uma pausa e ouvi seus lençóis farfalhando enquanto


ele se sentava ou saía da cama. Ele

suspirou. "Porque o Ash é um cara legal e você é uma ótima


garota e você pareceu se dar bem com
ele na primeira noite. Eu sabia que se eu dissesse quem ele
era, você seria capaz de correr

uma maratona só para não conhecê-lo melhor."

"É isso? E você acha que está tudo bem? Eu agi como uma
tola esta noite quando eu descobri."

"Diga-me o que aconteceu."

Eu coloquei o celular no alto-falante e o deixei no meu colo


para ligar o motor. "Ele me pediu

para fingir ser sua noiva por causa de um grande negócio


da empresa dele."

Ele riu. Riu!

"O que é tão engraçado?"

“Isso é o que te ofende? Deixe-me ver se entendi. Você está


brava porque ele não pediu para

você sair com ele num encontro normal, ou porque ele quis
combinar trabalho com prazer e você o

quer todo para você?"

"Nenhuma das opções acima, seu espertalhão. Estou puta


porque ele acha que pode me comprar.

Deixou claro que não seria um encontro. Ele se ofereceu


para me pagar."

"Ai. Sim, isso é péssimo, eu acho. Estou surpreso com ele.


Isso é uma idiotice de um cara

inteligente. Você tem certeza?"


"Total certeza. Então quando eu disse não, ele saiu do The
Saloon como se eu o tivesse

ofendido."

"Desculpe Sophie. Não pensei que ele fosse fazer algo


assim. Tem que haver uma explicação

para isso."

"Sim, ele é um Kavanagh. Eles fazem coisas sem coração o


tempo todo." Eu saí do

estacionamento e me dirigi para casa, o telefone ainda no


meu colo.

Ele suspirou. "Então você pensou em me acordar e me punir


pelo erro do Ash?"

"Você manteve a identidade dele escondida de mim, Liam.


Se você não tivesse feito isso, nós não

teríamos flertado durante essa semana e ele não teria feito


a oferta." Eu suspirei também. Eu não

estava sendo justa e eu sabia disso. "Sinto muito. Estou


cansada e decepcionada."

"Você ficará bem?"

"Sim. Não se preocupe comigo. A vida é curta demais para


se preocupar com o que poderia

ter sido." Eu me foquei na estrada à frente e agarrei o


volante na tentativa de conter as lágrimas

que pairavam nos meus olhos. Foi bobagem eu ficar


chateada por uma coisa que não tinha existido
e nunca existiria. Se as coisas continuassem como elas
tinham acontecido entre eu e Ash, em algum

momento ele voltaria a ter juízo eventualmente. Talvez


depois de uma ou duas noites quentes em sua

cama. "Desculpe por ter te acordado, Liam. Volte a dormir."

Ele riu. "Tudo bem. Não é como se tivesse alguém comigo."

"E aquela garota do trabalho que você gosta?"

"Quem me dera!"

Nós dissemos boa noite e desligamos. Cheguei em casa


alguns minutos depois e fui direto

para a cozinha preparar um lanche. Meu pai me perguntou


como foi o trabalho, mas não tinha certeza

se ele tinha ouvido a minha resposta. Ele não parou de olhar


para a TV para a reprise do filme

Die Hard (Duro de Matar).

Eu estava fazendo uma salada para mim quando alguém


bateu na porta. Que diabo? Era

quase uma hora da manhã. Alguém batendo tão tarde


deveria ser a Sra. Jackson que morava no fim

do corredor. Ela tinha provavelmente ficado trancada do


lado fora novamente.

"Deixe, Soph," o pai falou.

Eu o ignorei e abri a porta. "Está bem, Sra. Ja —" engoli o


resto da minha frase quando o Golias
na minha porta removeu seus óculos escuros e me olhou
com olhos tão pretos que pareciam

vazios, mortos.

"Onde está ele?" ele rosnou.

Atrás de mim, ouvi o meu pai se levantar do sofá com um


grunhido e um som de latas de

alumínio. Ele tinha acumulado uma grande montanha delas


perto de seus pés ao longo do dia,

enquanto eu estava fora.

"Quem?" Eu disse, fingindo que não sabia por que ele


estava ali, e que eu era mais corajosa do

que o gigante na minha frente. Eu até coloquei as mãos na


minha cintura.

Mas isso não fez diferença. Golias simplesmente cutucou-


me de lado com um golpe de seu braço

e passou por mim como se eu não existisse. Como se eu


não importasse. Ele caminhou até o meu

pai e agarrou a sua camiseta, bem onde o logotipo de uma


marca de surf desbotado ainda era

visível após vinte anos de desgaste constante. Meu pai


lutou para ficar de pé enquanto ele tentava se

livrar das enormes patas do Golias. Eu não tinha certeza


que um urso como Golias poderia mostrar

medo. Se ele pudesse, magricelas perdedores como papai


não iam ser os únicos a conseguir fazê-lo.
Papai, no entanto, parecia que correria se o bruto deixasse.
Mas não havia nenhuma chance disso

acontecer. Eu já tinha visto caras como este bandido antes.


Eles vinham aqui em casa de vez em

quando, coletando as dívidas que meu pai se esquecia de


pagar, ou não podia honrar.

Honra. Não era uma mercadoria que meu pai possuía.

Meu pai me olhou em pânico. "Soph, isto não tem graça!"

"Quer que eu chame a polícia?"

"Não!"

O punho do bandido torcia a camiseta do meu pai, ainda


mais apertado. O rosto do meu pai foi

ficando cada vez mais vermelho, até que se assemelhava a


uma espinha prestes a explodir na

minha sala minúscula.

"Onde está o dinheiro?" o bandido rosnou.

Papai parou de tentar repelir o gigante e encolheu os


ombros em vez disso. "Não tenho."

O Golias deu um soco no estômago dele. Eu engasguei, mas


cobri minha boca para abafá-lo

enquanto meu pai se curvava da melhor maneira possível


com alguém segurando ele. Isto era

novo. Geralmente, havia apenas a ameaça de violência e


meu pai cedia e pagava seu credor com o
dinheiro que ele tinha escondido debaixo do colchão.

Golias não estava brincando. "Eu disse, onde está o


dinheiro?"

"E eu disse que não tenho o dinheiro!" Papai falou


lentamente, suas palavras um pouco arrastadas

por causa da cerveja. "Diga ao Chefe que eu preciso de


mais uns dias."

Quem era o Chefe? Meu pai não tinha jeito. Ele não
trabalhava desde que tinha sido mandado

embora da Kavanagh Corporation três anos atrás.

O bruto estava vestido com um terno escuro, o colarinho da


camisa apertava seu pescoço

grosso. A gravata fina parecia um pedaço de corda e o anel


no dedo mindinho provavelmente

era grande demais para caber no meu dedo polegar. Seu


rosto pálido embaixo de sua careca

parecia uma bola de bilhar no topo de uma montanha.

"Ele já te deu mais alguns uns dias," ele rosnou. "E esses
dias já se passaram. Pague o que você

deve Mason."

"Eu te disse, que não tenho o dinheiro!" A voz do meu pai


estava um pouco atrapalhada. Seus

olhos se mudaram do Golias para mim.


Eu olhei para ele, meus olhos ainda mais abertos. O que ele
esperava que eu fizesse? Eu tinha

desistido das aulas de kickboxing, quando a academia


aumentou a mensalidade e eu não mantinha

armas em casa, exceto o par de facas de cozinha na gaveta


que estavam sem amolar fazia anos.

Golias rosnou baixinho. Então ele deu outro soco no meu


pai.

"Papai!" Corri para ele, mas Golias, de repente, tomou


conhecimento de mim e colocou a mão

para me afastar.

"Isto não tem nada a ver com você, então fique fora disso.
Não vou machucar você... a menos

que seu pai aqui não pague." Seus lábios estampavam um


sorriso torcido.

Eu engoli em seco e dei um passo para trás. "Pai? Você está


bem?"

"Estou." Ele tossiu novamente e ofereceu-me um sorriso que


eu não compraria nem por todo ouro

do mundo. Seu rosto estava cinzento e seus olhos


vermelhos e lacrimejantes. "Preciso de um

segundo para —"

Golias não lhe deu um segundo. Ele deu novamente um


soco no estômago do meu pai. Desta vez

meu pai vomitou no chão.


"Pare!" Eu gritei. "Pare!" Para o inferno com isso. Era hora
de chamar a polícia. Esse cara estava

fora de controle, e eu não o queria em minha casa. Da


próxima vez, eu não abriria a

porta para batidas agressivas.

Fui pegar minha bolsa na mesa, mas Golias era rápido para
um homem grande. Ele soltou o meu

pai e agarrou o meu pulso. Meu pai caiu amassado no chão


como uma boneca de pano. "A não ser

que você vá pegar dinheiro para pagar o Chefe, não se


mova."

Meu estomago se revirou e eu pensei que fosse vomitar


também. Eu olhei de relance

para meu pai, de joelhos no chão, piscando para mim com


olhos em pânico. Eu sabia que ele

tinha dito a verdade quando disse que não tinha o dinheiro.

"Soph?" Ele não precisa dizer mais alguma coisa para eu


saber o que ele estava

pedindo. Ele sabia que eu tinha uma pequena poupança


escondida no meu quarto e ele estava

me pedindo para pagar o Chefe do bandido.

Os dedos em torno do meu pulso se apertaram. Golias


também sabia.

"Por favor, Sophie, querida. Só desta vez. Não vai voltar a


acontecer, prometo."
"Quanto?" Eu perguntei.

"Mil dólares."

Era tudo que eu tinha. A soma total da minha poupança que


fiz trabalhando à noite no The Saloon

e de dia no café. Eu só precisava de mais quinhentos


dólares para pagar a matrícula da escola à

noite. Sorte que eu ainda não tinha assinado os papéis.

"Eu vou te pagar," meu pai me disse.

"Sim," eu murmurei sombriamente. "Vai sim."

Golias me soltou e me seguiu até o quarto. Eu vasculhei


meu armário até que achei os sapatos

onde eu tinha enchido as notas de 50 dólares. Meu corpo


ficou dormente quando eu entreguei o

dinheiro. Era tudo o que eu tinha. Ele lambeu o dedo e


começou a contar as notas, seus lábios se

movendo silenciosamente enquanto ele contava. Quando


terminou, ele embolsou o dinheiro, acenou

para mim e caminhou para fora do apartamento. Sem mais


palavras ou ameaças. Nada. Fechei a porta

e a tranquei.

Então virei para enfrentar meu pai. "O que diabos foi isso?"
Eu gritei. Todas as minhas

frustrações e medo fluíram para fora de mim enquanto eu


dirigia minha raiva
contra a pessoa que tinha se tornado a perdição da minha
vida. O homem que eu costumava

admirar, mas agora tinha pena.

Ele se atirou de joelhos no chão e estendeu os braços para


mim. Eu me virei e fui para a cozinha.

"Não faça isso," eu disse para ele. "Não tente me bajular.


Esse era todo o dinheiro que eu tinha. Você

me entende? Agora não tenho mais nada."

"É só dinheiro."

Eu parei. "Só dinheiro! Só dinheiro!" Eu caminhei até ele e


bati em seu peito, bem onde

Golias tinha pegado sua camiseta. "Pelo amor de Deus, pai,


eu trabalho em dois empregos ruins e

levei um ano para guardar essa quantia. Você acha que eu


gosto de trabalhar em um bar? Você acha

que eu quero ser garçonete o resto da minha vida?"

Ele segurou suas mãos em sinal de rendição. "Se você não


gosta você deve fazer outra coisa."

"O que diabos você acha que eu ia fazer com o dinheiro?"

Ele deu de ombros e me deu um olhar vazio. Ele realmente


não sabia por que eu tinha poupado.

Ele sabia alguma coisa sobre mim ou minha vida?

"Eu precisava do dinheiro para ir para a escola. A faculdade


oferece aulas noturnas de
contabilidade para adultos."

Ele fechou a cara, formando rugas mais profundas na sua


testa e ao redor dos seus olhos.

"Contabilidade? Por que diabos você quer estudar


contabilidade?"

"Então eu posso ter uma vida decente sentada numa mesa


de trabalho ao invés de ficar de pé o

dia inteiro. Onde eu possa me orgulhar de dizer às pessoas


o que eu faço para ganhar a

vida. Então vou poder abrir uma conta bancária e declarar


meus impostos. E nunca mais ser pobre

novamente!" Minha voz estava alta, mas não me importei.


Deixei os vizinhos ouvirem. Eu queria que

o mundo inteiro ouvisse.

Infelizmente, meu pai parecia ser o único que não me ouvia.


Não realmente. Ele ouviu as minhas

palavras, mas não o significado por trás delas. "Mas


contador?" Ele balançou a cabeça, fazendo os

frágeis fios de cabelo de sua cabeça balançar como a grama


perto do rio. "É um trabalho para

homens e para pessoas chatas".

Eu comecei a vasculhar os papéis em cima da geladeira.


"Adivinha: eu sou chata."

"Não, você não é, querida. Você é engraçada, bonita e


inteligente. Não sei por que você ainda
não encontrou um namorado legal para cuidar de você."

"Não quero ninguém para tomar conta de mim. Eu quero


cuidar de mim."

Ele suspirou. "Teimosa como a sua mãe." Ele agarrou meus


ombros, mas eu tirei as mãos dele.

"Não fale nela."

"Se ela estivesse aqui, nada disto teria acontecido. Tudo


estaria bem."

Eu não lhe disse que ele estava nesta confusão, porque ele
se amparava demais nela quando ela

estava viva. Ele tinha razão — a mamãe mantinha o


equilíbrio, reduzia seus excessos, o mantinha na

linha quando ele queria se desviar. Ele tinha se acabado


rapidamente após sua morte, culminando

com a perda de seu emprego na Kavanagh Corp. Em vez de


tomar isso como um sinal e refazer sua

vida, ele tinha tomado o caminho mais fácil de um


vagabundo desempregado que vivia à custa de sua

filha.

Encontrei os papéis que eu estava procurando e joguei na


cara dele. Eu tinha mais um mês

para entregar os papéis. Eles estavam em cima da geladeira


há três semanas e eu ainda não tinha

preenchido. Toda vez que eu ia fazer isso, surgia um


imprevisto e eu simplesmente deixava no mesmo
lugar. Desta vez, eu rasguei e joguei os pedaços no lixo.

De qualquer maneira eu não tinha nascido para ser um


contador. Perder o dinheiro tinha sido um

bom sinal. Que tipo de contabilista não tem uma conta


bancária? Eu tinha completado

o ensino médio, mas tinha abandonado a faculdade depois


de um semestre porque eu detestava.

Naquela época eu queria liberdade depois de estudar que


nem uma louca para conseguir boas notas.

Eu não tive nenhuma vontade de voltar a estudar até a


morte da mamãe, assim que meu pai se mudou

para a minha casa. Eu tinha vinte e seis anos e não queria


ser uma garçonete a minha vida toda.

Mas eu queria ser um contador? Talvez o meu pai tivesse


razão e eu não fosse talhada para

trabalho de escritório. Eu nunca tinha tido um emprego num


escritório, então eu não sabia, mas eu

sabia que ele tinha odiado trabalhar para Kavanagh


Corporation como analista. Talvez eu

também fosse detestar esse tipo de ambiente. Apesar de


sermos muito diferentes,

havia também muitas semelhanças entre meu pai e eu. Nós


dois odiávamos ficar presos, e restritos a

um ambiente. Quando eu tinha idade suficiente, eu havia


saído de casa, tinha deixado a faculdade,
deixado a minha vida antiga para trás e feito uma nova.
Apesar de eu não ser um sucesso no sentido

exato da palavra, eu não odiava a minha vida e eu não tinha


machucado ninguém na minha vida.

Meu pai tinha. Ele me machucava, repetidamente.

"Vou para a cama," eu disse. "Limpa essa bagunça. Não


quero ver essa sujeira quando eu

acordar." Eu apontei para sua pilha de vômito e as latas.


"Amanhã, você pode procurar trabalho para

que você possa me pagar de volta."

"Claro que sim, querida. Eu vou te pagar." Ele agarrou


minha mão e deu um beijo na minha

bochecha. "Prometo."

Eu tirei minha mão e meu rosto. Eu já não acreditava na


palavra dele.

"Onde está a toalha de papel e as esponjas?" ele me


chamou.

"No armário da cozinha. Procure você mesmo. Eu não sou


sua mãe."

"Credo," eu o ouvi murmurar quando eu fechei a porta do


meu quarto.

Eu caí na cama e soquei meu travesseiro. Todas as minhas


economias se foram. Não havia como

meu pai me pagar de volta. Ele não ia conseguir um


emprego, apesar do que ele tinha dito. Ele não
era o tipo que as pessoas gostavam de contratar. Ele bebia
demais, era preguiçoso e não tinha

responsabilidade. Ele não era o mesmo homem desde que


tinha perdido seu emprego na Kavanagh.

Pensar nos Kavanaghs me fez pensar sobre Ash e a


proposta que ele tinha feito. Eu estava

flertando com a idéia de aceitá-la, mas mudei de idéia. Eu


tinha perdido minhas economias,

mas ainda assim eu ia conseguir sobreviver sem ir contra os


meus princípios. Se nada mais

desse errado.

***

Eu não esperava que Ash aparecesse no bar na noite


seguinte, apesar de ser uma sexta-feira. Mesmo

assim eu olhava para a entrada a cada cinco segundos, na


esperança de vê-lo entrar da

forma confiante que ele andava, sorrindo enquanto olhava


para mim.

Ele não foi, e meu coração se partiu muito mais do que eu


pensei que ele poderia.

Eu me odiei por ver o quão magoada e com raiva eu fiquei


por ele não ter aparecido. Não queria me

importar tanto, mas eu me importava. Sentia falta da sua


companhia, do seu sorriso, seu modo fácil
de ser. Eu gostava dele, apesar de ele ser um Kavanagh. E
eu desejava não ter gostado. Os

Kavanaghs machucavam pessoas como eu, mesmo as


aparentemente agradáveis, seja por vontade ou

por acidente. Seria apenas uma questão de tempo antes


que ele fizesse ou dissesse

algo que me colocasse no meu lugar. Eu deveria agradecer


minha estrela da sorte por eu não ter

dormido com ele porque eu cairia com mais força. Pelo


menos assim eu tinha ficado com um pouco

da minha dignidade.

Meu chefe chegou perto do final do meu turno. Era


incomum vê-lo lá no bar e ainda mais com

outro homem. Eles vieram até mim quando o último cliente


saiu e me disseram que eles tinham boas

notícias.

Acontece que a notícia não era boa para mim. Meu chefe
tinha vendido o negócio. Apesar

de dizer as coisas certas e me falar que eu fazia um bom


trabalhado e que eu sempre teria

emprego enquanto eu quisesse, fui dispensada uma semana


depois. O novo proprietário tinha

funcionários leais do outro bar que ele tinha vendido e que


precisavam de trabalho.
Nesta noite eu dirigi para a minha casa dormente. Era como
se meu cérebro estivesse desligado.

Eu não conseguia pensar direito. Não conseguia superar o


fato de que eu precisava encontrar outro

emprego na parte da noite para complementar o meu


salário. E eu precisava disso agora.

A dormência tinha desaparecido na manhã seguinte. Eu


chequei as vagas no jornal e na internet.

Eu escrevi uma carta, detalhando minhas experiências e fui


a alguns bares locais além de colocar

meu pedido em algumas agências de emprego. Uma


semana depois, e eu ainda não tinha sequer uma

entrevista marcada. Ninguém estava contratando.

E então aconteceu o pior. O gerente do café disse a todos


nós que o negócio não estava indo bem

o suficiente para continuar aberto. O café ia fechar em


menos de uma semana.

Aí fudeu.

O aluguel estava atrasado. A geladeira estava vazia. E o


meu pai estava me pedindo dinheiro

novamente.

"Ele vai voltar!" meu pai disse segurando as minhas mãos.


Seus olhos estavam um pouco

vitrificados e seu rosto estava suado. Ele tinha voltado para


casa em pânico e só Deus poderia dizer
onde ele tinha estado. Ele estava assustado e isso me
preocupava mais do que a sua preguiça.

"Quem?"

"O Chefe."

Eu arranquei minhas mãos das dele. "Por que você pediu


dinheiro emprestado para ele

novamente?"

Ele me deu um olhar vazio. "Porque eu preciso de dinheiro.


Você perdeu seu emprego, lembra?"

Ele balançou a cabeça como se ele não pudesse acreditar


que eu tinha esquecido.

"Pai. Ouça-me. Nós não podemos pagar de volta."

"Suas economias —"

"Não tenho mais nada! Nós demos tudo para aquele cara
grande e assustador da última vez."

"Quer dizer que era tudo o que você tinha?"

"Sim." Eu trouxe minhas mãos até o meu cabelo


pressionando os meus dedos no meu couro

cabeludo. Logo fiquei com dor de cabeça. "Não temos


dinheiro suficiente para viver e muito

menos para pagar alguém os seus malditos empréstimos."

"Então arranje outro emprego."


Eu poderia matá-lo. Eu realmente poderia. Ninguém notaria
que ele estava morto, e eu poderia

fazê-lo enquanto ele dormia. Eu empurrei para o lado os


meus pensamentos assassinos e balancei

a cabeça em consternação. Não era culpa dele, ele era tão


patético. Perder a mamãe e o seu trabalho

no mesmo ano tinha sido um grande golpe que o enviou


para a bebida e pior ainda, é que tinha

fritado suas células cerebrais.

"Afinal no que você gasta o dinheiro?" Eu perguntei.

Ele encolheu os ombros. "Cerveja, desde que você parou de


comprá-la. E às vezes recebo uma

boa dica para as corridas."

"Não quero saber mais nada."

"Então você acha que você pode conseguir outro emprego?"

"Eu não sei. Eu vou continuar tentando."

"Olha. Sei que não é o ideal, mas lembra do meu amigo


Mick?"

"Não."

"Bem, ele se lembra de você. Ele disse que se você precisar


de trabalho, ele tem um

emprego para você."


Eu reduzi o meu olhar. E tinha um mau pressentimento
sobre isso. "Onde?"

"Ele é dono de um clube de strip-tease."

"Pai!"

"Você não vai ter que tirar a roupa. Você vai trabalhar no
bar. Você é boa barman, Soph."

Eu gemi. "Pai, eu nunca trabalhei num clube de strip-tease


antes, mas eu tenho certeza que as

mulheres que trabalham no bar usam biquínis minúsculos."

"Não é tão mal usar um biquíni. Você sempre usa para ir à


praia."

Eu balancei minha cabeça. Eu não podia estar tendo esse


tipo de discussão com o meu pai. "Eu

vou conseguir outro emprego," eu disse. "Em algum lugar


que não queira que eu use menos roupa do

que eu estou usando agora."

"Verdade? Você sabe de algum bar que esteja contratando?"

Eu desisti e simplesmente ignorei a sua pergunta. Não tinha


porque eu responder. Ele sabia muito

bem que eu tinha mandado meu currículo para todos os


lugares que eu podia me candidatar. Não tinha

nenhuma maneira de conseguir dinheiro em curto prazo.

A não ser passando por noiva de Ash Kavanagh.


CAPÍTULO 3

Tive que pegar o número do telefone de Ash com Liam


porque eu tinha jogado no lixo o cartão que

ele tinha me dado.

"Tem certeza que isso é o que você quer?" ele perguntou.


Eu podia ouvir a incredulidade na sua

voz.

"Não, mas estou desesperada. Eu preciso do dinheiro e eu


preciso o mais rápido possível."

"Eu posso te emprestar o que você precisa," ele disse


suavemente.

"Obrigada, mas eu não sou um caso de caridade. Vou


trabalhar para ter o meu dinheiro, obrigada.

Contanto que eu possa manter as minhas roupas," eu disse,


pensando sobre a oferta do amigo do meu

pai.

"Uau," Liam falou. "Olha, Ash é um bom rapaz. Ele não vai
fazer nada que você não queira

fazer. Tenho certeza que ele vai manter o trato puramente


profissional. Se é o que você quer."

"Eu não estava me referindo a isso, mas obrigada por me


lembrar novamente sobre Ash ser tão

maravilhoso," eu disse ironicamente. "Não acho que já ouvi


bastante sobre ele ainda."
Eu devo tê-lo ofendido porque houve silêncio do outro lado
por vários segundos. "Eu não sei o

que está errado em ser um cara legal."

"Nada," disse com um suspiro. "Mocinhos são fantásticos.


Você é um mocinho, Ash também..."

"Soph, estou ouvindo sarcasmo na sua voz. Você tem algum


problema com caras legais ou algo

semelhante?"

"Não. Sinto muito. Eu estou tendo um dia ruim e estou


descontando em você. Sinto muito, Liam."

"Tudo bem. Se você quiser que eu fale com o Ash para você,
eu posso. Talvez eu possa

definir algumas regras básicas para ambos, ou explicar a


história da sua família com a

Kavanagh Corp."

"Não, obrigado. Não fale com ele sobre mim, ou sobre meu
pai ou qualquer outra coisa. Está

bem?"

"Certo. Pode deixar."

"Olha, eu tenho que ir. Falo com você mais tarde." Desliguei
antes que ele pudesse se oferecer

para fazer alguma coisa por mim, eu cedesse e deixasse.


Falar com Ash era algo que eu tinha

que fazer, e não deixar a tarefa para outra pessoa.


Liguei para o número que Liam tinha me dado e deixei meu
nome com a mulher que atendeu. Ash

não ligou de volta antes que eu deixasse o meu turno no


café, e não pude atender meu celular até

depois do turno ter terminado. Eu tinha quatro chamadas de


Ash perdidas no meu celular e

recebi outra enquanto eu caminhava até o meu carro.

"Desculpe por que não ter podido atender sua ligação mais
cedo," ele disse.

Ao invés de continuar a dirigir, fiz um desvio para o parque


e me sentei em um banco. "Tudo

bem. Tenho certeza que você está muito ocupado com o


funcionamento de uma grande empresa."

"E algumas funções familiares," disse ele. "Meu irmão mais


velho vai se casar em breve e outro

irmão voltou para Roxburg depois de estar fora por anos. Eu


tenho brincado de ser o fazedor de paz

entre ele e meus pais e a nossa vizinha, e não foi nada fácil.
Desculpe," ele murmurou. "Foi muita

informação sem necessidade."

Eu ri, apesar da minha ansiedade. Ele parecia tão nervoso


quanto eu. "Reece é o irmão que vai se

casar e Blake é o irmão que voltou para casa, certo?"

"Sim," ele disse, com surpresa na voz. "Você se lembrou."


Claro que sim. Lembrava-me de tudo o que Ash tinha dito
para mim e como ele tinha me olhado

quando me contava. Lembrei-me como ele falou com amor


de sua família, mas com exasperação

também. Por nenhum momento ele quis que eu me


lembrasse que ele era O Kavanagh. Era difícil eu

ligar essas estórias com a família sobre a qual eu lia nos


jornais. A família que era dona da metade

de

Roxburg

vivia

numa

propriedade

milionária,

no

subúrbio

super-rico

de Serendipity Bend. Eles inclusive eram os donos do prédio


onde eu trabalhava.

"Sophie, gostaria de te convidar para sair para tomarmos


um drinque. Ou para
jantar. Podemos marcar? Estou livre hoje à noite."

"Obrigada pelo convite." Eu limpei minha garganta. "Eu


aceito."

Silêncio.

"Hum, o emprego," esclareci. "Para ser sua noiva para


impressionar o seu cliente.

“Sim. O trabalho. Certo."

Eu pressionei meus dedos contra minhas têmporas. Eu


esperava que essa conversa fosse ser

constrangedora, mas não esperava que ele tivesse se


esquecido de ter me oferecido o trabalho. A

oferta não tinha saído da minha cabeça desde que ele a


tinha feito, era difícil imaginar que ela não

era tão importante para ele. "O trabalho ainda está


disponível ou você encontrou outra pessoa? Se for

isso, tudo bem, eu vou apenas —"

"Não! Não encontrei ninguém. A oferta ainda está na mesa


e eu adoraria que você a aceitasse.

Você é perfeita."

"Então..."

"Podemos discutir os detalhes no jantar esta noite? Seria


melhor do que falar ao telefone."

"Claro. Hoje à noite." Eu lambi meus lábios que de repente


ficaram secos. Não importava
onde ele sugerisse, seria um lugar muito grã-fino e eu não
teria nada adequado para vestir. "Onde?"

"Kavanagh Corporation comprou um restaurante novo que


abriu na Rua Gilbert. Vai ser um

jantar informal, então não tem necessidade de você se


produzir muito."

Eu consegui respirar. Eu podia comparecer a um jantar


informal.

"Você vai ter oportunidades suficientes para se vestir a


rigor, quando estivermos noivos,"

ele disse com uma risada. "Modo de falar."

Eu ri também apesar de estar passando mal por dentro. Eu


me sentia numa montanha-

russa, meu estômago subia e descia, minha cabeça estava


tonta. "Qual é o endereço?"

"Rua Gilbert nº 5. O restaurante chama-se The Servery e eu


vou fazer a reserva para as sete

horas. Eu vou pegar você em casa."

"Não. Tudo bem. Obrigada, mas vou te encontrar lá."

"Claro. Vai ser muito bom te ver de novo." A voz dele baixou
para um murmúrio suave. "Eu

estava

mesmo

querendo
te

ligar

pedir

desculpas

pela

maneira

como fui embora àquela noite. Agora vou fazê-lo


pessoalmente."

Ele desligou. Eu olhei para as árvores no parque, vendo-as


pela primeira vez. Eu amava esse

parque, muitas vezes ia até lá quando o dia estava


agradável, depois de trabalhar no café. No outono

as cores vermelhas ferrugem das folhas eram


reconfortantes, sempre acalmando o meu estresse. Eu

respirei e respirei novamente, repetindo a conversa na


minha cabeça. Ash tinha soado tão nervoso

quanto eu? Mas isso não era possível. Caras como ele não
ficam nervosos quando falam com garotas

como eu.

Pelo menos essa primeira conversa tinha terminado. Agora,


o que eu tinha que fazer era jantar

com ele e estabelecer algumas regras para esta farsa.


***

Podia ser apenas um jantar casual, mas demorei duas horas


para me preparar. Meu guarda-roupa

era limitado, mas eu experimentei tudo o que tinha nele,


duas vezes, antes de ficar satisfeita com uma

calça preta, um top verde, casaco branco e salto alto. Meu


cabelo era outra história. Depois de

amarrar as tranças pretas em estilos diferentes, eu os deixei


cair solto no meu ombro. Fiquei

aliviada quando cheguei ao The Servery e vi que estava


usando o tipo de roupa correto para o local.

Eu me encaixava no lugar... até que a recepcionista


percebeu que eu estava com Ash.

Ela me recebeu como se eu fosse uma rainha e me mostrou


a mesa onde Ash estava sentado me

esperando. Felizmente ela nos deixou em paz, mas acho


que foi porque Ash deu-lhe um olhar firme

quando ela lhe entregou a carta de vinhos.

Ele colocou o cardápio em cima da mesa e me deu um


sorriso. "Você me parece bem, Sophie.

Ótimo. Obrigado por ter vindo." Ele franziu a testa, mas seu
sorriso permanecia no rosto.

"Você também está muito bem."

E realmente ele parecia muito bem. Ele estava vestido


casualmente com jeans e uma
camisa preta com as mangas arregaçadas até os cotovelos,
um caro relógio de ouro no pulso. Seus

antebraços estavam bronzeados, os músculos neles maiores


do que eu esperava. Eu me perguntei

se isso era por causa do surf. Uma vez ele me disse que ele
e seus irmãos surfavam toda semana.

"Este é um lugar agradável. Sua empresa sempre investe


em restaurantes?" Ugh. Eu parecia uma

repórter tentando preencher uma coluna disponível no


jornal.

"Não, mas este é administrado por um amigo."

"Que bom que você pode fazer coisas assim para os seus
amigos."

"É" ele disse, com cautela. "Caso contrário, a vida não vale
à pena?"

Somente alguém que nunca passou por dificuldades


financeiras diria isso. "Acho que sim."

"Vinho?"

"Claro. Você escolhe."

Ele chamou a garçonete e pediu uma garrafa de vinho tinto


sem olhar para a carta de vinhos.

Quando ela se foi, ele fixou seu olhar azul intenso em mim.

"Olha, Sophie, quero me desculpar pela forma como fui


embora àquela noite."
"Você já o fez quando nos falamos ao telefone."

Ele balançou a cabeça. "Não foi suficiente. Eu queria dizer


olhando nos seus olhos." Seus

dedos acariciaram o garfo. "Eu devia ter te ligado no dia


seguinte."

"Você não tinha o meu número."

Um lado da boca dele se atrapalhou num sorriso. "Tenho


vergonha de pensar como deve ter

parecido para você. Não sabia na época que minha oferta


podia parecer como..." Ele limpou a

garganta. "Você sabe."

"Tudo bem," eu disse, dando de ombros. A verdade era que


eu estava com vergonha de ter tido

uma conclusão que não tinha passado na cabeça dele.


"Talvez eu tenha exagerado. Liam disse-me

que você não é grosseiro. Vamos esquecer isso, está bem?"

Ele parecia aliviado. "Então porque você mudou de idéia?"

Nosso vinho chegou. Eu observei atentamente a garçonete


enquanto ela servia uma

pequena quantidade na taça de Ash e aguardava sua


aprovação. Em seguida ela encheu as duas taças

deixando a garrafa sobre a mesa. Quando ela saiu, eu decidi


que não queria que Ash soubesse que
tinha perdido meus dois trabalhos. Eu tinha feito um baita
estardalhaço sobre ele me oferecer

dinheiro para ser sua noiva, não podia dizer-lhe que era por
essa razão que eu tinha mudado a

minha decisão. Ele pensaria que eu era uma hipócrita. E ele


estaria certo.

O fato é que eu precisava do dinheiro. Seria um ato de


equilíbrio, entre manter minha

dignidade e ele me pagar o suficiente para viver.

"Eu quero ganhar alguma experiência no mundo


empresarial." As palavras saíram sem eu

realmente pensar o que eu estava dizendo. "Eu pensei que


eu poderia fazer alguns contatos,

aprender algo sobre os grandes negócios... esse tipo de


coisa." Peguei minha taça e tomei um gole,

sem olhar para ele. Eu não podia. Certamente ele ia ver que
eu estava mentindo.

"Você está pensando em mudar de carreira?" ele perguntou,


também pegando sua taça.

"Vou estudar contabilidade, assim que eu poupar o


suficiente para as aulas da faculdade." Pronto.

Consegui falar. Não podia voltar atrás. Foi como liberar um


animal em cativeiro na selva —

não sabia o que aconteceria depois, ou se era a coisa certa


a fazer, mas era tarde demais para mudar
de idéia.

Eu arrisquei um olhar para ele. Ele sorriu de volta. "Estou


feliz por poder ajudá-la na sua nova

carreira." Ele levantou sua taça. "Vamos brindar a


faculdade."

Nós brindamos com as nossas taças e bebemos o vinho.

"Deve ser difícil poupar o suficiente," ele disse. "Não


consigo imaginar você recebendo um bom

salário no The Saloon."

"Além do o segundo trabalho, que também não paga bem."

"Então estou feliz que você tenha conseguido tirar umas


férias. Planejo fazer isso valer à

pena." Ele deu um sorriso enorme para mim e foi fácil


esquecer que nós não estávamos em um

encontro, e que ele era um Kavanagh.

Mantenha seus pensamentos firmes, Soph, e não estrague


nada. Especialmente a sua vida.

Olhamos o cardápio e fizemos o pedido, quando a garçonete


voltou. A princípio achei que ela

estava escrevendo o pedido de Ash, mas depois que ele


terminou, ela não se voltou para mim para

saber o que eu queria. Ela se arrumou para que Ash tivesse


uma bela vista da sua bunda e do seu
rosto. Ele pareceu não ter notado, mas ficou claro para mim
que ela estava tentando chamar a atenção

dele. Ficou ainda mais claro para mim quando ela sorriu
para ele antes de sair e não sorriu para

mim. Eu acho que ser um Kavanagh e ser bonito era uma


das vantagens da vida.

"Então vamos falar de negócios," disse Ash. Ele me deu sua


total atenção, algo que tinha me

enervado quando nos conhecemos, mas eu estava ficando


acostumada. "Quanto você recebe no

The Saloon?"

Eu lhe disse.

"Eu dobro este valor."

Minhas sobrancelhas quase se soltaram da minha testa.


"Por quê?"

"Porque ser minha noiva não vai ser fácil. Nós vamos ter
que entreter o meu cliente e ele não é

um cara divertido. Na verdade, sua cultura e status o fazem


muito conservador."

"Posso ser conservadora. Meu guarda-roupa é conservador


de qualquer maneira."

"Esqueça o que você já possui. Eu vou te levar às compras e


você vai ter um guarda-roupa

totalmente novo."
"Minhas roupas não são boas o suficiente para o seu
cliente? Ou para você?"

Ele segurou suas mãos, na defensiva. "Não! Não é isso que


eu estou falando. Meu Deus."

Ele estremeceu. "Eu fiz de novo, não fiz?"

Eu ri. O pobre homem parecia genuinamente preocupado


que ele tivesse me ofendido. "Tudo

bem, eu estava brincando. Eu vou ser totalmente guiada por


você, se é o que você quer. Ele é seu

cliente e este é o seu arranjo. Acho apenas estranho você


me pagar e me comprar roupas novas.

É mais do que eu esperava. Obrigada."

"Você não precisa me agradecer.

"Quando você quer começar?"

"Amanhã. Eu vou levá-lo para jantar amanhã à noite."

"Você pode limpar sua agenda tão rapidamente para fazer


compras?"

"Minha P.A. vai cuidar disso. Não há nada urgente na minha


agenda."

"Então me fale sobre o seu cliente. Qual é o nome dele?"

"Sheik El Habib."

Um sheik! Não me admirava que ele quisesse que eu usasse


roupas adequadas — e mais caras,
sem dúvida. Minhas roupas de brechó seriam uma
vergonha. Ash começou a me contar sobre

o acordo que eles estavam tentando fechar, e por que ele


era importante para a sua companhia. Para

minha surpresa, eu entendi tudo. Ele era bom para explicar


seus negócios porque ele era paciente e

usava palavras que qualquer pessoa conseguia entender.

"Então você é o chefe da Kavanagh Corporation, certo? O


CEO (Chief Executive Officer –

Diretor Presidente)?"

"Mais ou menos." Quando minha sobrancelha levantou, ele


disse, "alguns dos nossos associados

mais velhos preferem lidar com meu pai. Ele ainda não
conseguiu se aposentar totalmente. Problemas

de controle," ele acrescentou com um sorriso. "O papai


tinha todo o controle quando ele era o chefe

da KC e não mandava nada lá em casa. Agora, ele ainda não


manda em casa, e manda muito

pouco na KC. Minha mãe às vezes pode ser um dragão, mas


não lhe diga que eu falei isso."

Eu sentei na minha cadeira e simulei uma risada. Mas a


verdade era que ele estava se movendo

rápido demais. Quando eu poderia contar à mãe dele que


ele tinha me dito isso? Certamente ele não
estava planejando meu encontro com os pais dele. A
menção de seu pai também fez minha cabeça

girar. O Kavanagh Senior foi quem despediu o meu pai. Era


difícil não ter ressentimento por sua

ação precipitada e sem coração, mesmo que eu nunca o


tenha conhecido. Rezei para que eu nunca o

conhecesse. Era mais fácil não gostar de uma pessoa à


distância.

"Deve ser difícil ocupar o lugar do seu pai," eu disse, mais


para preencher o período de calmaria

na conversa sem ter qualquer interesse na sua resposta

Ele deu um suspiro. "Nem sempre foi fácil. As pessoas


esperam que eu seja como ele, e embora

eu seja em alguns aspectos, nós somos muito diferentes em


outros. Meu pai é extremamente

competente, mantendo a calma sob pressão. Espero que eu


seja metade da pessoa que ele é." Ele fez

uma careta. "Sinto muito. Não quero soar como se eu


estivesse me lamentando."

"Você não está."

"Eu sei que tenho sorte, e agradeço tudo o que eu recebi na


vida."

"Talvez nós devêssemos nos conhecer melhor para fazermos


isso direito," eu disse. "Um casal
de noivos deve saber tudo um do outro. Eu já sei um pouco
sobre você, mas gostaria de saber mais.

Qual é sua comida favorita?"

"Nenhuma em particular, minha mãe não sabe cozinhar."

Eu ri. "Pode ser mais específico?"

Ele torceu a boca para o lado. "Bife mal passado."

"Oh, certo."

"Estava esperando que eu dissesse caviar?" O brilho nos


olhos dele se suavizou com a acusação,

mas eu me senti um pouco mal por estereotipar as pessoas.

"Foie gras." O que quer que isso fosse. "Bebida preferida?"

"Café pela manhã, forte e preto, cerveja à noite, e uísque


com gelo bem tarde da noite."

Eu me inclinei e brinquei com o meu copo de vinho. "Lugar


favorito?"

"Os Alpes Suíços.”

Eu senti meus olhos aumentarem e ele riu.

"Estou brincando. Só estive nos Alpes uma vez. Eu não sou


muito bom no esqui. Eu prefiro surfar

com meus irmãos. Sobre meu lugar favorito, eu teria que


dizer qualquer lugar que não tenha conexão

de internet."
"Você acha difícil se desligar do trabalho?"

"Acho mais impossível do que difícil. Minha P.A. é


incrivelmente eficiente, o que eu

não achava ser um problema até que um dia eu não quis


ser encontrado."

"Por que você não quis ser encontrado?"

"Na época eu estava tendo um dia romântico com a minha


namorada."

De repente não sabia para onde olhar. Eu não tinha certeza


porque eu me sentia tão estranha.

Claro que um cara como o Ash tinha que ter uma ex. Ele
provavelmente tinha dezenas. E não havia

nenhuma razão por que ele não deveria mencioná-las para


mim.

Ele pegou seu copo e tomou um longo gole de vinho.

"Então, hum, você é uma pessoa que gosta de cão ou de


gato?" Eu continuei.

"Tanto faz, eu acho, mas no momento eu tenho peixes. Não


tenho tempo para animais de

estimação mais exigentes. Você?"

"Eu gosto de todos os animais, mas não tenho nenhum


animal de estimação. Não seria justo

mantê-los dentro do meu minúsculo apartamento."

"Você mora sozinha?"


"Com meu pai. Ele se mudou há alguns anos e nunca mais
foi embora."

"É bom você ter alguém por perto com quem você possa
contar," ele disse. "Às vezes sinto

falta de não ter pessoas ao meu redor. Pode ser muito


solitário ir para casa, para um apartamento

vazio."

Para mim soou como o céu. Algumas noites eu mataria para


ter alguma paz e sossego, em vez

de ter meu pai roncando no meu sofá, acumulando uma


montanha de latas de cerveja.

"Talvez você devesse pensar em ter um gato," eu disse. "Ou


um cão pequeno. Você pode receber

uma saudação amigável de um animal de estimação canino


ou felino, mas não de um peixe."

"Verdade. Embora eu prefira uma saudação humana." Seus


olhos brilharam tão azuis que chegava

a ser hipnotizante. Não pude deixar de sorrir junto com ele.

"Você não consideraria viver com um dos teus irmãos, ou se


mudar para a casa dos seus pais?"

Ele fez uma careta. "Meus pais me deixariam louco, mas eu


sempre os visito. Meus dois

irmãos mais velhos vivem com suas parceiras. Meus dois


irmãos mais novos ficam em casa muito
menos tempo do que eu, por isso seria mais solitário viver
com eles. Vivi com a minha ex durante

um mês antes que decidíssemos que não estava dando


certo." Ele disse isso com tanta naturalidade,

como se fosse apenas algo que tinha acontecido e não pôde


ser evitado. Não havia nenhum

arrependimento, ou olhos tristes, nada. Ele estava tão certo


sobre o que tinha acontecido que chegava

a ser meio assustador. "Então, não há nenhuma namorado,


que eu tenha que me preocupar?"

ele continuou.

"Não. Liam foi o último cara que eu namorei."

E terminou amigavelmente, certo?"

"Sim. Eu pensei que nós tínhamos lhe contado."

"Você contou, é só que... Acho que estou apenas checando


de novo. Não quero pisar em

ninguém, especialmente num amigo."

"Eu e o Liam definitivamente terminamos. Não se preocupe,


não haverá ninguém tentando

quebrar o seu nariz por ciúme. Embora eu tenha certeza


que você pudesse acabar com qualquer

pessoa." Novamente olhei para seus antebraços nus.

Ele riu suavemente. "Blake iria discordar de você."


"Ele é o irmão número dois, certo?"

"Muito bom. Não é fácil lembrar todos os Kavanaghs. Há


muitos de nós. Alguns diriam que têm

até demais."

'Alguns' deveria ser eu e meu pai.

As nossas refeições chegaram e conversamos amenidades


enquanto comíamos, falamos sobre

filmes, livros e assuntos atuais. Tínhamos mais em comum


do que eu esperava e por um tempo eu me

esqueci com quem eu estava falando. Ele era apenas Ash


novamente, ele não era Ash Kavanagh. Foi

agradável, amigável e não foi intimidante.

Quando ele me perfurou com aqueles olhos azuis intensos


dele, deixou de ser agradável para se

tornar elétrico. Era como se o restaurante tivesse ficado


escuro e só houvesse nós dois. Ninguém

mais existia. Eu não podia arrancar meus olhos dele e


parecia que ele não podia tirar seu olhar

de mim também. Ele estudava meu rosto como se ele


estivesse me vendo pela primeira vez. O calor

subiu pela minha garganta, pelas minhas bochechas, e


vibrou no meu couro cabeludo. Eu nunca me

senti mais bonita, mais interessante, do que naquele


momento.
Foi emocionante e irritante ao mesmo tempo. Foi quase
assustador porque eu não sabia como

reagir. Eu queria atravessar a mesa e acabar com a


distância entre nós, mas não queria me mover e

quebrar a conexão também.

Ele acariciou seu polegar lentamente sobre sua taça de


vinho. Eu queria sentir seus dedos

passeando pelo meu corpo, suas mãos quentes explorando-


o, gastando seu tempo para acalmar

meus nervos até que eu me contorcesse com o seu toque.

A chegada da garçonete quebrou o feitiço. Rapidamente


olhei para fora, enquanto ela recolhia

nossos pratos. Embora eu não estivesse olhando


diretamente para Ash, vi pelo canto do meu olho

que ele se recostou na cadeira dele, e eu o ouvi dar uma


respiração longa e profunda como se

ele apenas tivesse acabado de se lembrar que devia


respirar.

Depois de um momento ele se moveu na cadeira e limpou a


garganta. "O que ele está fazendo

aqui?"

Eu segui seu olhar para a porta onde um casal entrava. Ele


era alto e bronzeado com uma cara

tão impressionantemente bonita como a de Ash. Sua


companheira era tão alta quanto ele no seu salto
alto vermelho, e um vestido preto um pouco elegante
demais para um restaurante casual. Seu rabo de

cavalo preto lustroso, puxado para trás fazendo com que


suas maçãs do rosto ficassem proeminentes.

"Quem são eles?" eu perguntei.

"Meu irmão, Zac e sua mais recente namorada. Zoe ou Zara


ou Zena. Não me lembro."

"Eles namoram há muito tempo?”

"Um mês. Mais do que a maioria das namoradas do Zac."


Ash fez um sinal para o mais novo dos

Kavanagh e Zac veio na nossa direção, puxando uma


inexpressiva Zoe/Zara/Zena atrás dele. "Faça o

que quiser, mas não o encoraje."

Não poderia perguntar-lhe o que ele quis dizer por que os


dois Zs chegaram a nossa mesa.

Zac sorriu para o irmão e vi a semelhança da família em seu


sorriso e seus olhos azuis.

Ash disse "Oi" para a namorada de Zac. Ela acenou de volta,


em seguida olhou para os outros

fregueses do restaurante, me ignorando.

Ash me apresentou para Zac cujo sorriso se alargou. "Você


deve ser a garçonete," ele disse me

estendendo a mão. "Já ouvi muito sobre você."

Ash pigarreou. "Não muito."


Zac continuou sorrindo. "Então você é a noiva do Ash." Ele
piscou. "Estamos felizes que ele

finalmente decidiu se aquietar e com uma garota normal."

Normal. Garçonete. Era assim que Ash tinha me descrito


para sua família? Eles sabiam sobre

noivado

falso,

que

foi

um

alívio.

Mas

será

que

ele

tinha

que

me fazer ser tão apropriada quando eu não era?

"Esta é a Zoe."
Mas Zoe não estava ouvindo. Ela ainda estava olhando ao
redor do restaurante. A expressão dela

tinha mudado de branda para ligeiramente horrorizada, o


lábio em desdém.

"Zoe? Esta é a Sophie, noiva de Ash."

De repente, a inanimada Zoe se tornou positivamente viva.


Sua boca se abriu. Seus olhos

afiados me inspecionando da cabeça aos pés. Parecia que


ela não estava gostando do que via,

porque a expressão inanimada voltou. "Noiva? Por que não


nos conhecemos antes?

Você me disse que eu conhecia toda sua família."

Zac hesitou um momento antes de dizer, "ela é nova."

"Como nova?"

"Foi meio um romance repentino. Eles não namoram há


muito tempo."

"Mais tempo do que nós?"

"Eu, er, não sei." O sorriso do Zac desapareceu. Ele pediu


uma ajuda para seu irmão.

Ash pegou o copo dele e segurou no alto. "Saúde,


irmãozinho. Aproveite sua noite. Zoe,

certifique-se de experimentar o Servery Megaburger. É


delicioso".
Zoe o ignorou. Seus olhos foram diretos para a minha mão
esquerda. "Onde está o anel?"

Eu enrolei meus dedos. E agora, o que fazer?

"Não tivemos chance de comprar um ainda," Ash disse.


"Amanhã vamos às compras e com

certeza vamos comprar o anel, não é querida?" Ele chegou


do outro lado da mesa e colocou sua mão

por cima da minha. Seu polegar esfregando meus dedos


calmamente até que relaxei e soltei meus

dedos. Ele sorriu para mim. Eu sorri de volta.

"Eu estou ainda me acostumando com a idéia de ser noiva,"


eu disse para Zoe. "Como Ash disse,

tudo aconteceu muito rápido. Não tivemos tempo de


comprar um anel ainda."

Zoe me olhou como se eu fosse louca e virou-se para Zac. A


garçonete se aproximou e se

ofereceu para mostrar-lhes a mesa. Ash deu uma piscadela


para mim e disse para o irmão, "Falamos

mais tarde."

"Temos que comer aqui?" Eu ouvi Zoe dizer choramingando


enquanto eles se afastavam. "Não

é o tipo de lugar que frequento. É mais o dela." Ela


empurrou a cabeça em minha direção.

Vaca.
"Não sei o que ele vê nela," Ash disse com um suspiro e
agitando a cabeça.

"Ela é modelo"?

Ele assentiu. "E quer ser apresentadora de televisão."

"Então aí está sua resposta."

Ele franziu a testa.

Eu me abstive de dizer que ela parecia ainda mais bonita de


braço dado com Zac e era por isso

que eles estavam namorando. Não queria insultar Ash. Além


disso, eu poderia pensar em coisas mais

contundentes para lhe dizer sobre sua família, nenhuma


que envolvia Zac e sua namorada modelo.

Ash pagou a conta e saímos do restaurante. Eu comecei a


fantasiar em jogar acidentalmente vinho

em Zoe ao passar por sua mesa, mas isso não ia acontecer.


Ela nos deu um sorriso de má vontade

quando nos despedimos.

Ash me levou até o meu carro e combinamos de nos


encontrar pela manhã. Ele queria me

pegar, mas eu recusei. Quando eu estava prestes a entrar


no meu carro, ele me deu várias notas

de cinquenta dólares.

Olhei para o dinheiro. "Mas eu não fiz nada para merecer


ainda."
Ele riu. "Você tem muito que aprender sobre negócio, Soph.
Sempre pegue o pagamento

adiantado. Demonstra boa fé e é uma maneira de se


assegurar que ambas as partes estão dispostas a

se comprometer com o arranjo. Além disso, você ficou aqui


algumas horas esta noite e você teve o

desprazer de ter que conhecer Zoe." Ele dobrou as notas e


pegou a minha mão, deslizando as notas na

palma da minha mão. "Obrigado," ele disse baixinho. Adorei


esta noite."

Eu queria dizer-lhe que eu tinha me divertido muito, mas eu


não disse. Seu olhar estava muito

intenso, seu corpo muito perto, seu aroma muito inebriante.


Eu tinha medo que se eu dissesse como eu

tinha me divertido, abriria uma lata de vermes que não


podia ser fechada novamente.

Eu coloquei o dinheiro na minha bolsa e entrei no meu carro


antes que ele pudesse chegar mais

perto. "Até amanhã," ele disse alegremente pela janela. Eu


acenei enquanto ia embora, deixando-

o em pé no estacionamento, mãos nos bolsos, olhando eu


me afastar.

CAPÍTULO 4

"O que posso dizer?" Ash disse sentado na poltrona de


veludo vermelho, suas longas pernas
estendidas, tornozelos cruzados. Ele bateu em sua
bochecha com um dedo e considerou a roupa que

eu estava experimentando.

"Que pareço uma prostituta," eu terminei a frase para ele,


olhando meu reflexo no espelho.

Nós estávamos na sala privada de uma boutique em


Riverside Drive, a Rodeo Drive de

Roxburg. A assistente da loja enquanto se ocupava em nos


mostrar todas as roupas da loja jorrava

elogios para Ash, assegurando-lhe que ela conseguiria


qualquer coisa — tudo — o que ele quisesse.

Tive a impressão que ela não estava se referindo as roupas


uma vez que ela

mal olhava para mim. Ela começou a buscar roupas que


eram totalmente erradas para o meu tipo.

O ‘look’ de prostituta, uma micro-saia e um pequeno top


que não cobria nada, foi na verdade apenas

um passo para ela começar a mostrar vestidos duas vezes


maiores que o meu tamanho.

Eu estudei Ash que estava me estudando no reflexo do


espelho. Ele inclinou a cabeça para o

lado e seu olhar provocava fumaça quando ele viu o


comprimento da roupa. "Você parece...

perigosa."
"Perigosa não é apropriado para o seu cliente." Eu voltei
para o provador. "Não acho que vamos

encontrar alguma coisa aqui. Vamos tentar em outro lugar?"

Ouvi um suspiro fraco de algum lugar além da sala.


Suspeitei que a assistente estivesse prestes a

ter um ataque de nervos quando percebeu que Ash e sua


carteira estavam prestes a ir embora. A

próxima coisa que eu vi foi ela batendo na porta do


provador e anunciando que tinha mais roupas

para eu experimentar.

Essas eram muito mais adequadas. O olhar de Ash quase


lançava fogo com calor e

intensidade e eu me senti a vontade nas calças creme


elegantes com camisa preta e jaqueta creme. Eu

era definitivamente uma mulher que ficava melhor usando


calça do que saias ou vestidos, mas

também resolvi levar uma saia lápis elegante e um vestido


de cocktail. Com o cabelo, sapatos e

maquiagem adequados, eu poderia passar por uma mulher


sofisticada. Não manter a minha

boca fechada é que poderia se transformar num problema.


Meus tópicos de conversa eram limitados.

Se o sheik me envolvesse em uma conversa sobre viagens,


iatismo, ou negócios, eu ficaria

em apuros.
"Eu gostaria que nós não precisássemos comprar sapatos,"
Ash disse encarando meus pés

descalços, enquanto eu experimentava as roupas.

Eu tentei esconder meus pés e mordi meu lábio. O que


estava errado com meus pés?

"Eles são um pouco grandes, mas geralmente não tenho


dificuldade em encontrar sapatos que se

encaixem."

Ele riu. "Eu quis dizer que eles são muito bonitos. É uma
pena mantê-los escondidos em sapatos

desconfortáveis de saltos.”

Eu mexi os dedos dos pés. "Oh. Certo."

A assistente de loja riu um pouco alto, cobrindo os lábios


vermelho-sangue com a mão. Nós dois

olhamos fixamente para ela.

Eu corri para o provador e voltei a vestir as minhas roupas


normais. Eu lancei o vestido por cima

da porta da cabine, e ele foi levado embora. Quando eu saí,


Ash tinha pagado tudo e estava me

aguardando com as sacolas na mão. A assistente da loja


inclinou-se no balcão, seus seios mal se

contendo em sua camisa branca. Eu juro que ela tinha


desabotoado outro botão só para se mostrar um
pouco mais. Ash não parecia notar, ou talvez ele estivesse
apenas fingindo.

“Pronta?" ele perguntou, gesticulando para que eu andasse


na frente dele até a saída. "Há uma

loja de sapatos logo ali na esquina."

"Volte breve," a assistente disse enquanto saíamos.

Eu não precisava de uma percepção extra-sensorial para


saber que ela estava falando para Ash e

não para mim, mas de qualquer maneira dei-lhe um aceno.


"Tenha certeza de que vou dizer a todos

quão útil você foi," disse-lhe com um sorriso. "E como seu
gosto é... único."

O rosto dela mostrava sua arrogância. Foi impagável.

Ash levantou uma sobrancelha para mim quando como eu


passei por ele. Eu lhe dei um sorriso.

"Desculpe," eu murmurei. "Minha vadia interior não pôde se


controlar."

"Não se desculpe. A vadia interior dela merecia."

"Obrigada, Ash."

"Pelo quê?"

Por não mostrar nenhum interesse por ela. Por não comprar
nenhuma das roupas que ela achou que estavam boas para
mim. "Por me levar às compras. Não existem muitos
homens que ficariam
calmos fazendo compras durante toda a manhã sem se
queixar."

"Estou surpreso comigo mesmo. Não me lembro quando foi


a última vez que fui às compras, e

definitivamente não me lembro a última vez que eu gostei."

"Deixe-me adivinhar. Sua P.A. geralmente compra suas


roupas?"

Ele riu. "Estou tão estereotipado?"

"Não tanto quanto pensei que você estaria."

Seu rosto se suavizou e seus cílios pretos e longos pareciam


um leque sobre seus olhos.

"Deve ser a sua companhia. Você faz tudo ficar agradável,


Sophie.

Ah, inferno. Foi demais e muito, muito bom de ouvir. Eu


caminhei até seu carro estacionado nas

proximidades, e ele me seguiu. Ele jogou as compras na


parte detrás da Mercedes elegante junto

com as outras roupas que já tínhamos comprado. Em


seguida, fomos para a loja de sapatos e comprei

três pares de sapatos para diferentes trajes e ocasiões. Os


sapatos se juntaram as roupa na parte

de trás da Mercedes.

Ele fechou o porta-malas. "O que vamos fazer em seguida?


Almoço ou o anel?"
"Espere, o que é? Você quer me comprar um anel? Vai ser
um falso, certo?"

"Não." Ele encolheu os ombros. "Ele precisa ser autêntico.


Acho que o sheik saberá se ele é

verdadeiro ou falso."

"Mas vai custar uma verdadeira fortuna."

Ele ficou parado como se esperasse que eu falasse algo que


realmente importava. Como se

o custo não devesse ser levado em consideração. Acho que


para um Kavanagh, não era. Mas era para

mim, e um anel real era um pouco demais. Algumas roupas


eu podia aceitar como parte dos meus

honorários, mas não uma jóia.

"Você não vai comprar um anel para mim, Ash. Por uma
simples razão, se formos a um joalheiro,

a imprensa toda vai ficar sabendo."

"Eu não sou tão interessante como Reece, ou como meus


irmãos mais novos para ser uma matéria

de jornal."

"O noivado de um Kavanagh, de qualquer Kavanagh, é uma


boa matéria para as páginas de fofoca

de qualquer jornal.”

Ele ficou calado. Seus adoráveis cílios nem mesmo


vibravam. "Então?"
"Então, então você terá que enfrentar todas as perguntas
da imprensa depois do término do

nosso acordo. Vai ser confuso."

"Estou acostumado com confusões. Minha família é perita


em fazer confusões." Ele suspirou.

"Para o seu bem, vamos manter nosso noivado o mais


discreto possível. Nenhum joalheiro."

Eu estava prestes a dizer-lhe que isso não importava para


mim, mas eu não disse. Porque

importava. Eu não planejava dizer para os meus amigos


sobre o meu falso noivado, e certamente não

ia dizer ao meu pai. Enquanto meus amigos podiam manter


suas bocas fechadas, meu pai não

conseguiria. Ele iria chamar a imprensa e dizer-lhes como a


sua única filha o tinha traído e ficado

noiva de um de Kavanagh. Ou ele ia querer dinheiro em


troca de seu silêncio.

"Podemos dizer para o seu cliente que não tivemos tempo


para comprar um anel ainda," eu disse.

"Ou que ele está sendo confeccionado de acordo com os


seus desejos. Um diamante gigante que

vai pesar muito na sua mão." Seus olhos brilharam com


malícia: rosa, amarelo ou branco?

Eu sorri. "Os três."


"Agora sim é um anel de diamante, que a nossa amiga
assistente de loja poderia apreciar."

***

Pôr os pés no restaurante Kibuye era como entrar em outro


mundo. Plantas tropicais

exuberantes forneciam privacidade e um toque suave ao


contrário das superfícies de madeira polida,

aço inoxidável e vidro. Muito vidro. O restaurante ocupava o


último andar do edifício mais alto de

Roxburg e a vista fornecia trezentos e sessenta graus das


luzes da cidade abaixo. Era como flutuar

numa nuvem acima das estrelas.

Dentro do restaurante, as luzes estavam baixas, mas eu


ainda conseguia ver alguns clientes enquanto

nos levavam a nossa mesa. Eu reconheci um ator, uma


modelo e vários outros rostos famosos. Me

senti como a Cinderela quando foi ao baile, arrancada de


sua vida normal e empurrada

para uma vida extraordinária. Mas aposto que Cinderela não


se sentiu fora de lugar como eu. Na

frente do príncipe ela sem dúvida lidou com a situação sem


problemas. Eu estava paranóica achando

que eu podia fazer papel de boba com o sheik. Meus passos


estavam nervosos e
minha cabeça estava girando de ver tantas celebridades em
um só lugar.

"Relaxe, Sophie," sussurrou Ash. "Seja você mesma. Você


vai se sair bem. Você é ótima."

Sua confiança em mim teve o efeito oposto. Em vez de me


acalmar, minha pressão arterial subiu

até a estratosfera. Se eu dissesse algo errado, seria ruim


para Ash, e eu não queria que nada de ruim

acontecesse para ele. Eu podia não gostar da família


Kavanagh, mas eu gostava de Ash demais para

querer fazê-lo de tolo.

Ele pegou minha mão e seus dedos se fecharam em torno


dos meus. Ele deu um aperto suave na

minha mão, enviando arrepios pela minha coluna e fazendo


meu coração bater descontroladamente.

Ótimo, agora eu estava mais nervosa do que nunca.

Sheik El Habib se levantou quando nos aproximamos. Ele e


Ash apertaram as mãos, em seguida

Ash apresentou-me como sua noiva. O sheik curvou-se. Ele


não era o que eu esperava. Acho que isso

provava como eu era ignorante, porque eu pensei que ele


estaria usando uma túnica branca

e um pano na cabeça, talvez tivesse uma barba cheia. Mas


ele estava vestido com um terno assim
como Ash e não tinha barba. Sim, eu era uma idiota
ignorante.

"É um prazer conhecê-la, Miss Mason," o sheik disse com


uma voz doce. "Desde que o Sr.

Kavanagh mencionou sua noiva, eu quis conhecer a mulher


que finalmente conseguiu fisgá-lo." Ele

sorriu com seus dentes incrivelmente brancos.

Ash puxou uma cadeira para mim e eu me sentei. "É um


prazer conhecê-lo também." Pronto, foi

um bom começo. Agora era ficar calada e deixar Ash falar.

"Admito que fiquei surpreso com o seu noivado," o sheik


prosseguiu.

"Você não acha que alguém iria querer se casar comigo?"


Ash disse com uma risada.

O sheik riu também. "Nada disso. Não, não vi um anúncio."

O riso de Ash morreu. "Você lê os nossos jornais"

"É claro. Leio notícias do mundo todo no meu iPad, incluindo


as fofocas. Eu li sobre o noivado

de ambos os seus irmãos, mas não sobre o seu,


Sr.Kavanagh."

"Nós ainda não o anunciamos formalmente," Ash disse


rapidamente. "Estamos esperando o

anel ficar pronto antes de contar para o mundo."


Coloquei minha mão em cima da mesa para o sheik ver
meus dedos nus. Os anéis de ouro do

sheik brilharam quando ele apertou os dedos em cima da


mesa na frente dele. "Ah, sim, claro. As

damas gostam de desenhar essas coisas elas mesmas.


Tenho duas filhas casadas, Miss Mason,

e ambas são muito exigentes quando se trata de jóias".

Ele olhou para meus brincos de pérola, uma das poucas


coisas que minha mãe tinha me deixado e

eu tinha escondido do meu pai. Ele tinha vendido quase


todo o resto. Eu estava feliz de ter

decidido usá-los. Nada mais que eu possuía parecia


bastante elegante. Eu não usava nenhuma outra

jóia, nem mesmo um relógio, porque eu estava certa que


meus itens baratos mostrariam a minha

falta de dinheiro para este homem.

"Diga-me como vocês dois se conheceram, Miss Mason,"


disse o sheik. "Sr. Kavanagh me falou

muito pouco sobre vocês."

Graças a Deus tinha ensaiado nossa história no carro no


caminho para o restaurante. "Foi numa

festa," eu disse. "Na casa de um amigo meu que trabalha


para Ash."

"Toda a minha vida gira em torno de trabalho," Ash disse


com um suspiro teatral que fez o sheik
acenar concordando. "Até a minha vida privada."

Pedimos bebidas — não-alcoólicas, desde que a religião do


sheik proíbe álcool — e olhamos o

cardápio. Depois de fazer os nossos pedidos, os dois


homens começaram a conversar

sobre

negócios

mercado

global.

Eu

tentei

seguir,

mas

estava

fora

do meu alcance. Havia tantas palavras que eram


desconhecidas para mim. Quando a nossa refeição

chegou o tópico sobre assuntos que não eram sobre


trabalho voltou para que eu pudesse
me envolver na conversa.

Ou não. Meus medos provaram estar corretos quando eles


falaram sobre as cidades que ambos

conheciam. Depois de alguns minutos pude sentir Ash


percebendo a minha falta de contribuição. Ele

mudou o tema para esportes americanos, mas o interesse


desportivo do sheik se estendia apenas até o

clube de futebol europeu que ele era dono. Eu não sabia


nada sobre futebol.

Literatura também foi um fracasso. O sheik tinha lido


poucos livros da língua inglesa. Filmes foi

um pouco mais fácil, até que esgotamos todos os filmes que


assistimos. Infelizmente, discutir filmes

levou a conversa para o festival de cinema de Cannes e


para a própria cidade francesa. O sheik

tinha ancorado o iate dele lá muitas vezes, assim como Ash.


Ele admitiu isso olhando para mim com

um olhar que parecia quase como um pedido de desculpas.

Eu escutei a conversa tranquila deles até o final da noite


quando o sheik quis ir embora. Ele

levantou e se curvou sobre minha mão.

"Tenho certeza de que verei mais sobre você nas páginas de


fofoca, Miss Mason," ele disse com

um brilho em seus olhos dourados.


Eu quase engasguei e não consegui falar.

"Pretendemos manter segredo", Ash disse, colocando a mão


na minha cintura, o braço nas

minhas costas. Desta vez seu toque me acalmou o


suficiente para que eu pudesse me recuperar. "Os

jornais provavelmente não irão encontrar nada de


interessante para publicar. Nós quase não saíamos,

não é querida?"

"Somos pessoas muito chatas." Eu confirmei. Deus, eu


parecia um idiota novamente. Claramente,

eu era muito ruim para improvisar.

"Mas o casamento do seu irmão é em breve, não é?" o sheik


perguntou para Ash.

Ash não hesitou. "Claro que a Sophie vai estar lá."

"Espero que sim!" O sheik riu. "Eu quis dizer que os


fotógrafos também vão estar lá, certo?"

"Sim." Ash olhou para mim. "Nem o local nem a data são
um segredo. Os fotógrafos estarão

lá." Parecia que ele tinha acabado de perceber o problema


que os paparazzi poderiam nos causar.

Ash Kavanagh não poderia ir ao casamento do irmão sem


sua noiva. Embora esperássemos que a

imprensa não ficasse ciente do nosso compromisso, o sheik


prometeu me procurar nas fotos que sem
dúvida

apareceriam

nos

sites

de

fofoca

nos jornais no dia seguinte. Se eu não aparecesse no braço


de Ash, minha ausência seria notada.

Talvez o negócio já pudesse estar fechado quando o


casamento fosse realizado, e Ash poderia

dizer para o sheik que nosso noivado tinha acabado, caso o


assunto surgisse.

Após as despedidas eu e Ash nos sentamos novamente


após o sheik ter saído. Dois homens

que estavam sentados numa mesa próxima a nossa se


juntaram a ele. Seus seguranças.

"Você o deixou encantado," Ash disse sorrindo. "Eu sabia


que você conseguiria."

"Não acho encantado a palavra certa. Ele é um homem


muito educado." Muito educado para

mostrar que ele tinha ficado entediado com a minha


companhia.
"Não seja tão dura consigo mesma. Você foi perfeita." Ele
chamou o garçom. "Eu preciso

de um uísque. Você quer alguma coisa?"

Eu hesitei, em seguida, acenei com a cabeça. "Você pede


alguma coisa para mim."

Ash pensou e pediu um brandy. Eu nunca tinha bebido


brandy antes. "O sheik está

surpreendentemente bem informado sobre a vida privada


da sua família para alguém que não vive

neste país," eu disse.

"Pelo menos ele não mencionou meus irmãos mais novos e


suas façanhas."

"Oh? Eles têm algo a esconder?"

"Demais para contar," ele murmurou. "Especialmente


Damon. Mas não quero falar sobre meus

irmãos." Os olhos dele estavam presos aos meus. "Eu quero


falar sobre você."

Eu engoli. "E o nosso noivado," eu disse rapidamente. "Acho


que o sheik suspeitou de algo. Você

e eu nunca aparecemos juntos em público até agora."

"Isso pode ser facilmente corrigido. Você vai ao casamento


do meu irmão."

"Não posso!"

"Por que não?"


"É um assunto de família. Eu não sou da família."

"Eles não vão se importar."

"Mas eu me importo!" Mastiguei meu lábio. "E haverá


fotógrafos lá."

Ele sorriu. "Este é o ponto."

Para ele, sim, mas para mim significava explicar as


fotografias no dia seguinte para o meu pai e

para meus amigos. Não estava preparada para isso. Eu


nunca estaria.

Nossas bebidas chegaram e Ash passou os próximos quinze


minutos tentando me convencer que

seus pais e irmãos iriam gostar de ter sua falsa noiva no


casamento. Quando ele pagou a conta, eu

ainda não tinha certeza porque, mas eu tinha concordado


em ir. Quando saímos do restaurante, eu me

perguntei como ele tinha me convencido. Deve ter sido o


conhaque que mexeu com a minha

cabeça. Ela estava girando um pouco, e meu corpo estava


quente. Ou talvez pudesse ser por Ash

estar muito perto quando descemos no elevador. Eu sentia


sua presença sólida nas minhas costas,

sua

mão

descansando
levemente

no

meu quadril. Um gesto íntimo, apropriado para um casal de


noivos de verdade.

Em um momento de loucura, eu apoiei minha cabeça contra


seu ombro e inclinei-me contra seu

corpo. Os músculos de seu peito ficaram tensos, quando ele


foi pego de surpresa. Não sei o que

me

fez

fazer

isso.

Foi

provavelmente

combinação

do

álcool

o
dia incrível com tantas experiências esmagadoras
amontoados em poucas horas —

compras em Riverside Drive, minhas roupas novas, jantar


com dois dos homens mais

ricos do mundo, e a atenção de um cara gostoso, incrível. O


braço de Ash me embalava. Seu perfume

enchia o ambiente. Sua presença magnética me sugou para


o seu campo de força.

Ele acariciou meu braço com as pontas dos dedos,


levemente acariciando minha pele até que fui

inundada com arrepios por todo o meu corpo. Ele abaixou a


cabeça e suavemente

mordeu minha orelha com os lábios.

"Venha para minha casa comigo, Sophie".

Eu deveria dizer não. Eu deveria ir embora, manter nosso


arranjo puramente profissional. Eu

não devia encorajá-lo, ou a mim mesma. Mas eu era uma


grande tola, quando se tratava de caras

como Ash.

"Sim," Eu me ouvi dizendo. "Eu gostaria muito!

CAPÍTULO 5

Eu mal registrei o apartamento dele. Eu estava muito


concentrada no homem e não no imóvel.
Havia um segurança no térreo do edifício. Ash
cumprimentou-o com um amigável "Ei, George." Nós

entramos no elevador. O apartamento dele ficava num


andar bem alto. Havia uma porta, eu me

lembro. Ash não conseguiu abri-la rápido o suficiente. Mas


uma vez lá dentro, eu não notei nada a

não ser a cama. E eu a notei porque ele me levou para ela


no momento em que ele fechou a porta.

Eu poderia permanecer feliz em seus braços, mas ele me


colocou sobre o colchão macio e se afastou.

Cada movimento foi gentil, amoroso, como se ele estivesse


tomando cuidado para fazer tudo no

momento certo.

Parte de mim apreciava a gentileza, mas parte de mim


desejava que ele arrancasse minha roupa e

viesse para perto de mim. De repente eu não sabia o que


fazer. Tarde demais para voltar atrás agora

— e eu não queria — mas ele estava esperando que eu


assumisse a liderança? Caras legais sempre

esperavam isso. Mas Ash era o CEO de uma


megacorporação. Ele controlava milhares de

funcionários e bilhões de dólares. Com certeza ele iria


querer assumir o controle no quarto também.

"Importa-se eu acender a luz bem baixinho?" ele perguntou.


A voz dele tinha um tom
grave profundo que eu gostava. "Quero ver você."

"E eu quero ver você."

A luz se acendeu momentaneamente me cegando até que


ele a diminuiu. Eu o vi olhando para

mim. Os olhos dele tinham aquele olhar confuso e sem foco,


como se ele ainda não estivesse

bastante consciente de si mesmo. Era como se ele estivesse


totalmente imerso na cena. Comigo.

Meu vestido estava na altura das minhas coxas, e uma das


alças tinha caído do meu

ombro. O tecido de seda agarrava-se ao meu corpo e eu


desejei que eu não estivesse usando sutiã. Eu

queria sentir seu olhar quente nos meus seios.

Eu chutei meus sapatos e ele abriu a boca como se


estivesse prestes a protestar, mas calou-se

novamente. Talvez ele tivesse decidido que era cedo demais


me pedir para eu ficar com

meus sapatos de salto enquanto nós fazíamos amor.

Ele se aproximou da cama e sentou-se na borda perto do


meu quadril sem tirar os olhos de mim.

"Você é linda, Sophie. Muito linda."

Eu peguei a mão dele na minha... e senti o choque elétrico


entre nós. Ele deve ter sentido também
porque seus olhos se arregalaram. Ele não se afastou, mas
me permitiu guiar sua mão até o

meu estômago, depois sobre minhas costelas até os meus


seios. Seu polegar me acariciava através

do sutiã de renda, circulando o meu mamilo. Eu senti


cócegas, estava tão gostoso, uma combinação

enlouquecedora que me fez contorcer e sentir meu corpo


quente.

Escorreguei a outra alça do vestido para fora do meu ombro


e puxei o vestido para baixo para

revelar a parte superior do meu sutiã e parte dos meus


seios. Ele se inclinou e apertou os lábios

entre eles e gemeu baixinho de prazer.

"Esperei tanto tempo para fazer isso," ele murmurou contra


a minha pele. Seu beijo foi leve, seu

hálito quente e gostoso.

Eu arqueei as costas e estendi os braços para abrir meu


sutiã, mas ele pegou minha mão.

"Ainda não." Ele gentilmente puxou a renda para baixo,


revelando um pouco mais do meu seio o

que me fez sentir sexy, desejável.

Eu não tinha seios grandes, mas usar sutiã taça com arame
os empurrava para cima. Ele

continuou sua lenta descida até a borda roçando meus


mamilos. Eles apareceram como dois frutos
maduros e rapidamente se inflamaram sob seu olhar
intenso.

Os dedos dele acariciavam e esmiuçavam, sem tocar meus


mamilos, mas acariciando em torno

deles até que eles se tornaram dois pontos que doíam e


formigavam. Eu arqueei minhas costas

novamente, desta vez para me aproximar ainda mais de


suas mãos. Mas não foram suas mãos que

me consumiram, mas a sua boca. Ele chupava um mamilo,


acariciando-o com a língua, até que eu

tinha me tornado uma poça palpitante.

Eu tirei sua gravata e abri sua camisa, puxando-a para fora


de seu ombro. Os botões abertos

revelaram

seu

peito

macio.

Levantei

seu

rosto

para
o

meu

beijei.

Não foi um beijo delicado, doce. Eu estava muito excitada


para beijar com doçura. Foi um beijo

exigente e desesperado. Eu queria muito ele, e ele tinha


que saber que eu o queria,

De repente, ele parou de me beijar e se levantou. "Sem


vestido. Agora." Sua voz estava

rouca, pesada. Ele me ajudou a ficar de pé e abriu o meu


vestido. O tecido de seda caiu aos meus

pés, deixando-me só de calcinha e sutiã.

Ele deu um passo para trás, seu olhar quente sobre mim,
passeou da minha cabeça até os meus

pés e voltou. Havia admiração em seus olhos, mas desejo


também, e esse desejo dissolveu qualquer

ansiedade que eu sentia em estar nua em frente a este


homem. Não havia nada de julgamento da

maneira que ele olhava para mim.

Cheguei perto dele e tirei meu sutiã. Ele caiu no chão e tirei
minha calcinha também, chutando-
a. "Sua vez," eu disse.

Ele me deu um sorriso torto, e em seguida, tirou suas


roupas com pressa. Ficamos em

frente um ao outro, ambos nus, sem nos movermos. Seu


corpo era tão elegante e próximo a perfeição

como eu imaginava que seria. Ele era mais musculoso do


que um CEO tinha o direito de ser, seus

ombros e braços, com músculos perfeitos em todos os


lugares. Seu estômago era definido, e seu pau

era o tipo mais maravilhoso que podia existir e se erguia


duro, com orgulho.

"Vem cá," eu murmurei. "Me beije.”

Ele o fez. Desta vez, o beijo foi mais suave. A urgência foi
substituída por exploração, porque

nós

dois

queríamos

descobrir

tudo

sobre

outro.
Nossos

corpos

pressionados

juntos,

calor

desejo

nos

fundindo.

pau

dele

inchou contra meu estômago, duro e me querendo. Eu


abaixei a minha mão e o acariciei.

Ele gemeu bem baixinho. "Sophie," ele sussurrou contra


meus lábios. "Eu quero muito você.”

"Eu também te quero."

Ele me pegou e me colocou na cama outra vez. Ele voltou a


me beijar, mas não a minha boca.

Ele desceu em uma linha reta do meu queixo, pelos meus


seios, minhas costelas e meu estômago,
até a parte interna das minhas coxas, evitando a minha
vagina. Seus dedos acariciavam

meus quadris e minhas coxas, até que eu já não agüentava


mais esta ‘dança’

maluca.

Minhas

entranhas

estavam

tensas,

apertadas

como

uma

mola, implorando para ser desenrolada. Me lamba agora, já!

Então ele lambeu, e foi incrível. Meu corpo inteiro vibrou em


resposta. Levantei-me para tentar

trazê-lo para mais perto, sua língua mais funda. Ele se


sentiu obrigado. Ele sabia onde tocar-me

para me dar prazer e onde lamber para eu suspirar muitas


vezes o nome dele. Ele sabia como fazer

para eu ficar ainda mais excitada. Ele sabia que eu estava


aprovando totalmente suas manobras e

levou-me próxima a um orgasmo.


"Ash!" Eu falei ofegante, agarrando a colcha em meus
punhos enquanto um frio na barriga tomava

conta de meu corpo. Eu estava literalmente na beira de um


penhasco e me sentia muito bem.

Quando me recuperei, ele tinha se posicionado acima de


mim. Seus olhos estavam vidrados,

sua boca uma linha de tensão, tensa como se ele estivesse


segurando tudo o que ele tinha. Eu

embalava seu rosto em minhas mãos e sorri.

"Camisinha," eu sussurrei.

Ele assentiu com a cabeça e abriu a gaveta ao lado da


cama. Numa fração de segundos ele pegou

a camisinha, colocou e reposicionou-se acima de mim. Ele


lentamente colocou o pau dele dentro

de mim. Houve algum atrito e resistência que foi facilmente


superado. Eu arqueei meus joelhos e

empurrei meu corpo para cima. Ele entrou com mais força,
mais rápido e, em seguida, se virou

ficando de costas, me levando para cima dele.

Eu montei-o, cavalgando-o, saboreando cada pedacinho de


seu pau, cada vibração dos seus

cílios. Eu o beijei, e degustei sua boca e o abracei quando


ele gozou.

Ficamos deitados por vários momentos, ele ainda dentro de


mim. Sua respiração arrepiou meu
cabelo, seu coração bateu contra minha bochecha até seu
ritmo se estabilizar. Ele colocou

seus braços ao meu redor e apenas me abraçou. Foi


maravilhoso.

Eu não pensaria sobre as implicações disso. Ainda não. Hoje


à noite eu queria gostar de sua

companhia e da sensação de plenitude que foi fazer amor


com ele. Amanhã haveria consequências,

mas esta noite seria apenas prazer.

***

Acordei de manhã, meu corpo agarrado ao corpo de Ash,


minha cabeça no seu peito.

Seus braços ainda em volta de mim, como se ele não


quisesse me deixar ir embora. Fiquei

alguns minutos sem me mover, não querendo acordá-lo.


Gostei da maneira que o coração dele batia

num ritmo constante, sem problemas, e como senti seu


corpo relaxado e quente contra

minha pele. Gostei que não tivéssemos falado sobre o que


ontem à noite tinha significado para "nós".

Minha atitude de enterrar a cabeça-na-areia para esquecer


o perigo não durou. Ele acordou.

"Ei," ele murmurou, sua voz grave do sono. Ele beijou o topo
da minha cabeça, em seguida
colocou suas mãos no meu rosto, virando-me para olhar
para ele. Ele sorriu para mim com

preguiça e acariciou a minha bochecha. "Ontem à noite foi


incrível. Você quer ir para o terceiro

round ou quer tomar café da manhã?"

Sentei-me, puxando o lençol. Uma onda de confusão passou


pelo rosto dele, então seus lábios se

franziram e ele deixou suas mãos caírem na cama.

Eu desviei meu olhar, não querendo ver o olhar dele.


"Ontem à noite foi um erro, Ash. Não

deveríamos ter dormido juntos."

"Não concordo," ele disse numa voz firme. "Meu único


arrependimento é não termos feito antes."

Fechei os olhos. Isto não ia ser fácil. Parecia que ele


realmente gostava de mim. Agora. Mais

tarde, na luz fria da realidade, ele ia ver a verdade.

Se ao menos não doesse tanto falar o que eu tinha que


falar. Senti como se fosse bater-lhe

na cara. "Vamos manter o nosso arranjo," eu disse. "Não


mais isto." Indiquei a cama e sua nudez. Ele

não se preocupou em se cobrir. O bronzeado dourado da


sua pele era ainda mais bonito à luz do

dia. Eu engoli pesadamente e desviei o olhar.


Eu comecei a me levantar da cama, mas ele agarrou minha
mão. "Espere, Sophie. O que há

de errado?" O polegar suavemente acariciando meus dedos.


"Eu pensei que estávamos indo bem,

e não estou me referindo ao sexo. Quero dizer tudo. Gosto


muito de você e quero ver até

onde isso vai."

Eu sabia onde ele estava indo. Direto para o lixo como todos
os meus outros relacionamentos

com caras maravilhosos como ele. Ele só precisava


perguntar a Liam. Eu sempre arruinava o

relacionamento quando ele estava indo bem, mostrando-lhe


como a minha vida era realmente, e

então levando séculos para esquecê-lo, quando ele fosse


embora. Ele tinha quebrado o meu coração

e ele não ficou curado até Ash entrar em cena. De jeito


nenhum eu deixaria Ash quebrá-lo

novamente. Desta vez, seria ainda mais confuso e a minha


queda ainda mais profunda, e o pouso mais

difícil.

"Não é algo que eu possa mudar." Me levantei e saí da


cama. "Não somos

compatíveis, e é melhor não nos envolvermos."

"Tarde demais."
"Me desculpe, mas é o melhor que temos a fazer."

Ele não falou por um longo tempo, forçando-me a olhar para


ele. Seu maxilar era uma rocha

sólida, seu olhar direto e brutal. Ele era o implacável CEO e


não mais parecia o Ash suave que eu

conhecia. "Entendi," ele disse com uma voz mais controlada


do que eu jamais tinha ouvido. "Você

quer manter nosso relacionamento... profissional."

Soou tão mercenário quando ele disse, soou tão errado.


Ontem à noite teve tanta paixão e

emoção, nada foi distante e formal. "É realmente o melhor,"


ouvi-me repetir.

Ele saiu da cama e pegou meu vestido. Estendeu-me e eu


aceitei. Vesti-me rapidamente, sentindo-

me como uma puta barata.

Amarrei meus sapatos e peguei minha bolsa, mas não saí.


Eu odiava sair com uma nuvem escura

pairando entre nós. Mas ele não parecia estar com humor
para tentar esclarecer as coisas. "Você nunca mencionou se
haveria

outras festas ou jantares com o Sheik para eu comparecer.”

"Quer saber se ainda preciso de você?" ele perguntou.

"Sim."
Vários minutos se passaram antes de ele colocar as mãos
na cintura e abaixar a cabeça. "O

casamento do meu irmão é este fim de semana. Eu quero


você lá caso haja fotógrafos."

Ele ainda queria que eu fosse ao casamento? Ele estava


louco? Sua família estaria lá. Pareceu-me

uma forma muita extrema para convencer o sheik. Então,


realmente, o negócio que envolvia as

duas empresas era enorme. Um monte de dinheiro devia


estar envolvido. Sem dúvida o resto dos

Kavanaghs acharia que o fim sempre justifica os meios.

"Você tem alguma coisa para vestir?" ele perguntou.

Olhei para meu vestido novo. Poderia usá-lo novamente,


exceto que o sheik poderia pensar

porque alguém com um noivo tão rico não estaria vestindo


algo diferente. Eu tinha um vestido

que podia ser apropriado. Era até o joelho com perolas na


cintura e um decote baixo. Só que era

vermelho, e eu me lembrava vagamente que vestido


vermelho para um casamento era uma gafe, algo

impensável. Ou era um mito? Diabo, eu não sabia.

"Eu vou mandar um vestido para sua casa," ele disse. "Ou
você prefere que eu mande para

o bar?"
Ele me pegou de surpresa. Não esperava que ele fosse se
oferecer para me comprar mais roupas.

"No bar não," disse para ele. Ele não podia descobrir que eu
estava sem emprego. Só me faria

sentir mais desesperada. Já estava me sentindo como uma


puta esta manhã — não queria que

ele pensasse isso também.

"Qual é o seu endereço?"

Eu disse para ele, e foi só depois que eu pensei. Eu


esperava que ele não levasse o vestido

pessoalmente.

"Vejo você sábado," eu disse, só para ter certeza.

Ele assentiu com a cabeça, em seguida, pegou a calça.


"Aqui." Ele sacou um maço de

dinheiro do bolso. "Por ontem à noite. Pelo jantar."

Peguei e coloquei na minha bolsa. "Obrigada pela grande


noite." Ugh. Acho que não é isso que

um amante diz para outro após um orgasmo maravilhoso. E


um amante não deve dar ao outro um

monte de dinheiro quando ela vai embora. Estava tudo


errado, sórdido. Mas precisava ser assim.

Saí antes de dizer qualquer outra coisa que eu pudesse me


arrepender, e antes que a expressão
dele se suavizasse. Foi difícil deixá-lo, vendo-o tão frio e
distante. Seria impossível ele ficar doce

de novo.

Um táxi esperava por mim quando eu cheguei na portaria.


Ash deve ter pedido ao porteiro para

chamar. Graças a Deus meu pai não estava em casa quando


cheguei. Eu me joguei numa cadeira

com um suspiro profundo e joguei minha bolsa na mesa da


cozinha. O dinheiro saiu e eu fiquei

olhando. Ele tinha me pagado em notas de cem dólares, e


não em notas de cinqüenta. Era muito

mais do que tínhamos combinado. Muito mais.

***

Ash não me procurou no dia seguinte, nem qualquer vestido


chegou na minha casa. Imaginava-

o fazendo compras sozinho na Riverside Drive, conversando


com as assistentes paqueradoras e

tentando descrever meu corpo para elas. Ou provavelmente


ele pediria para a P.A. ir na

loja para ele.

Admito que me senti deprimida. O tempo se arrastava. O


fim de semana parecia estar muito

longe. Gostaria de saber se eu tinha cometido um erro e


deveria ter incentivado Ash. Realmente
seria uma má idéia? Só porque tinha sido sempre ruim no
passado não queria dizer que seria ruim no

futuro.

Toda vez que eu começava a pensar assim, meu pai vinha


para casa bêbado, ou pior —

desesperado por dinheiro. Ele vivia reclamando como a vida


era injusta para ele, como ele nunca

conseguia ter uma pausa nos problemas por mais que ele
tentasse. Às vezes ele estava mal-

humorado e pouco comunicativo. Eu gostava dessas noites.


Eram noites tranquilas. Uma

vez, ele dormiu na porta da frente, tendo conseguido chegar


somente até as

escadas. Se a Sra. Jackson não tivesse me contado que ele


estava no corredor, eu poderia tê-

lo deixado lá a noite toda. Talvez tivesse sido melhor se eu


tivesse deixado.

Na quinta-feira à tarde foi diferente. Em vez de entrar


mancando ou rastejando pela porta da

frente, ele bateu a porta rapidamente e a trancou. Seus


olhos estavam enormes e vermelhos como se

ele estivesse totalmente desarmado, encarando o avanço


de um leão. Ele esfregou uma mão

sobre o queixo.

“Não responda," ele disse com a voz tremendo.


"Não responda o que?"

Como num passe de mágica, alguém bateu na porta. Meu


pai tropeçou para trás como se um

punho o tivesse atingido. "Ele está aqui."

"Quem?" Mas o pavor que enchia meu estômago me disse


quem. O Chefe. Ou se não fosse ele,

alguém como ele. Alguém a quem meu pai devesse


dinheiro.

Bateram novamente, desta vez com mais urgência. "Abra a


porta, Mason! Eu sei que você

está aí dentro." Eu reconheci a voz. Era o mesmo Golias da


última vez, o homem que trabalhava para

o Chefe.

Meu pai se apoiou em mim com tanta força que acabou


batendo na mesa da cozinha. Eu fiquei no

mesmo lugar, mas minhas pernas pareciam geléia. Meu


coração bateu. "Quanto?" Perguntei-lhe.

"Huh?" ele disse sem olhar para mim.

"Quanto você está devendo"

"Só uns 2 mil."

"Jesus, por que você pegou emprestado dele novamente?


Você sabia que não poderia pagá-lo."

"Eu pensei que agora você já teria um emprego."


"Bem não tenho. Mesmo que eu tivesse, não teríamos o
suficiente para pagar dois mil dólares." Eu

esfregava minha testa com meus dedos quando Golias


bateu na porta novamente.

"Eu vou contar até três, Mason, e então eu vou arrebentar


essa porta. Um!”

Papai olhou para mim. "Tem um plano, Soph?"

Dei-lhe um olhar fulminante. "Algo que envolva te expulsar


do meu apartamento e nunca mais

atender suas chamadas?"

"Ha ha." Ele pensou que eu não estava falando sério. Só


brincando com ele.

"Dois!" O bandido gritou.

"Abra," Eu disse ao meu pai. "Não podemos consertar a


porta, bem como não temos como pagá-

lo." Eu fui para o meu quarto.

"Três!"

" Espere!" Papai gritou. "Já vou, já vou. Fique calmo."

Encontrei o esconderijo do dinheiro que Ash tinha me dado


e folheei as notas. Mil dólares. Eu

esperava que o Chefe aceitasse parte do pagamento. Eu


tinha comprado comida no dia anterior então

pelo menos tínhamos o suficiente para comer durante uma


semana. Tudo o que eu tinha que fazer era
evitar que o meu pai comprasse cerveja e pedisse mais
dinheiro emprestado.

Eu fui para a sala de estar e entreguei o dinheiro para o


bandido. "Isso é tudo o que eu

tenho. Pago o resto em breve.”

Ele me respondeu. "Você tem uma semana."

Eu engoli. "Mas você precisa dizer ao Chefe algo. Ele não


pode mais emprestar dinheiro para o

meu pai."

"Sophie!" Meu pai gritou. "Você não vai me dar ordens. Eu


sou seu pai."

Virei para ele e bati no seu peito com a minha mão. "Já
estou cheia. Você está me ouvindo?

Quando esta dívida for quitada, não darei nem mais um


dólar para você. Não me importo se o Chefe

enviar uma dúzia de homens para arrancar seus braços e


pernas. Se você sobreviver, já não será bem

vindo aqui. Eu não vou ser uma escrava de suas dívidas."

Os olhos do meu pai se arregalaram e ele me encarou, seu


rosto um pouco pálido. Ele me olhou como

se estivesse vendo um fantasma. Eu tinha esperança que


minhas palavras o fizessem sossegar.

O Golias dobrou o dinheiro e o colocou no bolso da sua


jaqueta. "Da próxima vez,
quero o resto. E se você não entregar..." Inclinou-se mais
para perto do meu pai e sussurrou algo no

ouvido dele, sem tirar o olhar de mim. Ele piscou e me deu


um sorriso que fez minhas entranhas se

agitarem.

Meu pai engoliu pesadamente e olhou para mim. Ele


assentiu rapidamente. "Diga ao Chefe que

ele vai ter a dívida paga na próxima semana. Eu prometo."


Foi o tom mais sério, sóbrio, que vi nele

há muito tempo. Se não tivesse vindo em resposta a


qualquer coisa bruta que o bandido tinha dito

sobre mim, eu teria ficado feliz. Eu fiquei preocupada


porque meu pai estava preocupado, e ele

conhecia o Chefe bem melhor do que eu.

O Golias saiu e meu pai bateu a porta. "Obrigado, Sophie.


Fico te devendo. Desta vez, não vou te

desapontar."

"Você não vai mencionar trabalho no clube de strip-tease do


Mick de novo, vai?"

Ele balançou a cabeça e sentou à mesa. Ele começou


folheando a seção de vagas de emprego do

jornal. "Eu fui até o clube. Você estava certa. As mulheres


que ficam atrás do bar estavam sem a parte

de cima do biquíni: topless. Minha filha é melhor do que


isso." Ele me deu um sorriso triste, em
seguida, olhou de volta para o jornal.

Eu pisquei os olhos, não tinha certeza se este era o meu pai


ou um impostor. A mudança

nele aconteceu muito de repente. Poderia ser possível o


Chefe ter finalmente o assustado?

Parecia algo tão improvável, no entanto, a prova estava


sentada à minha mesa, olhando para

os anúncios de emprego.

Sentei e li os anúncios com ele. Depois de quinze minutos,


tínhamos feito um círculo em

cinco anúncios. Era um milagre.

"De onde veio o dinheiro?" ele perguntou quando nos


recostamos na cadeira após olhar mais uma

vez para a lista. "Você conseguiu o trabalho?"

"Só uma coisa temporária."

"Onde?"

"Através de um amigo. Lembra do Liam?"

"Sim. Um cara legal. Você deveria ter ficado com ele,


especialmente se ele tem mil dólares para lhe

dar um salário antecipado."

Eu não me incomodei de corrigi-lo. Era melhor deixá-lo


pensar que foi Liam que tinha me dado
DADOS DE ODINRIGHT
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um emprego e me pagava o salário adiantado.

"Eu vou pagar você de volta, Sophie. Sem mais


perturbações do Chefe. Eu prometo."

Eu beijei sua bochecha e fui colocar a chaleira no fogo. Eu


tentei não deixar minha esperança

aumentar, desde que esta era provavelmente outra


promessa vazia.

Outra batida na porta me fez dar um salto e meu pai pulou


da cadeira dele. Nossos olhares se

cruzaram.

"Talvez o Chefe ache que mil não é o suficiente." Mastiguei


meu lábio. "Talvez ele tenha voltado

para receber o resto."

"Você tem mais dinheiro?"

Eu balancei minha cabeça e fui abrir a porta.

Meu pai pôs o braço para fora e me parou. "Eu vou." Ele
abriu a gaveta e tirou uma faca

de cozinha.

"Pai, não! Coloca a faca de volta na gaveta."

Mas ele já estava abrindo a porta, a faca escondida nas


suas costas, as articulações da sua mão

brancas.
CAPÍTULO 6

"Entrega para Miss..." O entregador olhou para a etiqueta de


endereço. "Miss Mason." Ele

levantou suas sobrancelhas para o meu pai. "Ela mora


aqui?"

"Sim," eu disse. "Obrigada." Eu assinei o recibo e ele me


entregou uma caixa retangular e saiu.

Eu fui direto para o meu quarto e fechei a porta.

"Soph" ele me chamou. "O que é isso?"

"Um uniforme para o emprego temporário." Meu Deus, eu


estava ficando cada vez mais enrolada

nessa confusão.

Aparentemente isso o deixou satisfeito. Ouvi seus passos se


afastando e a cadeira da cozinha

raspando sobre o assoalho. Eu dei um longo suspiro e abri a


caixa. Uau. Não era apenas

um vestido era um modelo exclusivo de um costureiro


famoso, o tipo que você vê as atrizes usando

no tapete vermelho. Era sem alças e feito de um tecido


prateado que capturava a luz em seus fios. Era

longo, mas com o comprimento perfeito para mostrar os


sapatos de salto altos prata que estava

na

parte
inferior

da

caixa.

Eu

experimentei

me

apaixonei. Eu nunca tinha usado algo tão bem feito que se


encaixasse perfeitamente. Até

mesmo os sapatos eram do tamanho certo.

Ash sabia meu tamanho perfeitamente. Mesmo que ele


tivesse feito sua P. A. escolher o vestido e

sapatos, ele deve ter lhe dado minhas medidas. Isso era
impressionante para um homem. Um pequeno

bolo se formou em minha garganta, mas eu o engoli.


Sentimentalismo não era para mim. Eu não era

Cinderela. Era para Cinderela que as coisas aconteciam. De


certa forma, ela foi uma vítima.

Eu queria ser a garota que fazia as coisas acontecerem.


Aquela que salvava a si mesma.

Começaria por usar o dinheiro de Ash para me matricular na


faculdade como
sempre tive intenção — depois que pagasse o Chefe. Mas
primeiro, eu tinha o casamento de um

Kavanagh para agüentar.

***

O casamento de Reece Kavanagh e Cleo Denny aconteceu


nos jardins de veludo verde

da mansão de Serendipity Bend dos Kavanagh. Rosas


brancas e lírios se derramavam nos enormes

vasos colocados nos cantos e no altar onde o casal trocou


os as alianças. Nuvens de organza branca

escondiam os suportes de metal do jardim coberto onde os


convidados estavam sentados e me fez

sentir que eu estava sob um céu de nuvens branquinhas.


Havia menos convidados do que eu esperava

apenas uns cem, alguns dos quais eu conhecia. Ash tinha


enviado um carro para me buscar no meu

apartamento

eu

tinha

sido

conduzida

para
a

casa

onde

noivo

seus

irmãos

estavam

se

preparando.

Ash

me

encontrou

na

porta

da

frente e me apresentou à sua família antes de todos


voltarem para seus respectivos quartos para

terminar de se preparar. Foi muito formal, muito parecido


com negócios. Eu odiei. Ash não me olhou
nem uma vez, embora eu tenha pegado ele me olhando
quando ele pensou que eu estava distraída.

Durante meia hora eu fiquei sozinha com a equipe da festa


Eles estavam muito ocupados

para me dar atenção. Finalmente fui salva pela Zoe,


namorada do Zac. Trocamos gentilezas e ficamos

em silêncio. Eu teria tentado ter uma conversa se ela não


tivesse abertamente me escrutinado e logo

depois franzido seu nariz. Eu achei que foi um pouco de


inveja uma vez que o vestido que Ash tinha

comprado para mim era lindo.

Zoe eventualmente se afastou quando os convidados


começaram a chegar e eu descobri que

estava com saudades dela depois de ficar cinco minutos


sozinha. Esses cinco minutos pareceram

durar uma hora. Ninguém veio falar comigo. Todos pareciam


conhecer todo mundo.

Graças a Deus não tive que esperar muito tempo antes de


Ash e seus irmãos chegarem ao espaço para

convidados. Eram cinco homens muito bonitos. Mas era Ash


sozinho que exalava calma e

dignidade. Reece, o noivo era certamente impressionante


com um ar de autoridade que ele devia ter

por ser o mais velho, no entanto, era isso que o tornava


menos atraente para mim. Blake, o padrinho
era o maior, seus ombros pareciam montanhas. Ele parecia
um pouco mal-humorado enquanto

vasculhava a multidão, sua sobrancelha ficava com sulcos


cada vez mais profundos uma vez que

a pessoa que ele procurava não podia ser encontrada.


Quando uma ruiva bonita entrou apressada no

local, ele finalmente sorriu. Ela beijou-o, em seguida deu um


beijinho em cada um dos seus irmãos,

antes de sentar-se com o Sr. e a Sra. Kavanagh. O quarto


irmão Kavanagh, Zac, era o mesmo cara

charmoso que eu tinha encontrado no The Servery. A


maioria dos olhares femininos estava nele, mas

achei-o muito amigável. Ele era o último da linha no altar,


cumprimentando tantos

convidados quanto podia antes de Blake agarrar seu


cotovelo e levá-lo para frente. O único

convidado feminino que Zac não saudou com entusiasmo foi


sua própria acompanhante, Zoe. Ela

estava sentada com uma pose de manequim com seus


lábios carnudos e braços cruzados.

O último irmão, Damon, parecia que estava passeando até o


altar. Sombras se escondiam nos

seus profundos olhos azuis e sua boca estava apertada,


soturna. Ele não olhava para ninguém.

Contra a tradição, a noiva estava na hora. Ela não era o que


eu esperava. Acho que eu esperava
um clone de Zoe, alguém com aparência de modelo e um
rosto que poderia decorar telas de TV. Cleo

era muito bonita, mas ela não tinha a perfeição glamorosa


de Zoe. Ela era real, e ela estava radiante

olhando para o seu futuro marido. Reece só tinha olhos para


ela, e eu admito que achei a afeição

dele por ela tão linda que meus olhos se encheram de


lágrimas

A cerimônia foi simples e rápida. Depois disso, tive que


suportar mais tédio com a festa de

casamento enquanto a família se dirigiu para fazer as


fotografias oficiais nos jardins. Eu me divertia

contando o número de mulheres que usavam jóias de


diamante, safira, ou esmeraldas — dezoito,

quatorze e seis respectivamente, e outras com uma


combinação de duas pedras preciosas ou

pérolas. Eu estava tentando pensar em outra maneira de


preencher o tempo quando a ruiva veio até

mim.

"Você é Sophie, não é?" ela disse, sorrindo.

Balancei a cabeça. "Vim com Ash."

"Eu sei. Ele me disse para encontrá-la. Vamos lá." Ela pegou
minha mão e não me deu nenhuma

chance de perguntar-lhe onde estávamos indo. "Eu sou


Cassie, a noiva de Blake."
"Muito prazer."

Ela me levou para longe do jardim coberto, por um caminho


pavimentado entre duas sebes e em

direção a uma cerca mais alta. Senti-me como Alice no País


das Maravilhas, sendo levada pelo

Coelho Branco para uma terra estranha. Passamos por um


bonito jardim com um fluxo de luz fluindo

sobre uma cama de seixos. As fotos do casamento seriam


feias debaixo de um carvalho com um

banco de pedra na sua base. A noiva estava sentada, seu


noivo o lado dela e suas

madrinhas e padrinhos rodeando-os de ambos os lados. O


fotógrafo tirou várias fotos, em

seguida, o grupo se dispersou.

Ash acenou e se juntou a nós. "Estou contente da Cassie ter


te encontrado," Ash disse olhando

para mim. "Você ficou bem sozinha?"

"Fiquei."

"Eu odiei deixar você sozinha. Não é algo que eu


normalmente faria, mas não consegui escapar."

"Ash, eu disse que fiquei bem."

Ele limpou a garganta e olhou ao redor. Deus, isto era


estranho. "Obrigada pelo vestido," eu
disse, me agarrando a um tópico que não o ofendesse ou
causasse constrangimento.

"Eu sabia que lhe serviria quando eu o vi." Então ele tinha
comprado ele mesmo e não mandou

sua P.A. Um pequeno formigamento de alegria atravessou o


meu corpo. Seu olhar suavizou e ele me

deu um sorriso hesitante, como se tentasse que eu também


sorrisse. "Estou feliz porque você gostou."

"É um lindo vestido," Cassie disse. Eu tinha esquecido que


ela estava com a gente, porque eu estava

totalmente focada em Ash. "você está divina nele, Sophie.


Você tem um corpo incrível."

"Obrigada. Ash tem bom gosto."

Seus olhos brilharam com malícia. "Muito bom. Ele também


sabe o que quer e quando quer algo

ele faz qualquer coisa para obter, custe o que custar. É


típico da família Kavanagh."

Não acho que ela quis dizer para eu me lembrar de Ash e o


acordo, mas suas palavras me

perturbaram. O vestido e eu éramos apenas duas coisas


que Ash queria e ele comprou.

Eu deveria estar feliz porque ele me queria, mas eu não era


boba. Ele só me queria

para enganar o sheik e dormir com ele quando tivesse


vontade.
"Sophie será que podemos conversar?" ele perguntou.

Ele quase não conseguiu falar porque Blake se juntou a nós


e escorregou o braço em volta da

cintura da sua noiva. Ele esticou o dedo para tentar afrouxar


o colarinho. "Não sei como você

usa gravatas todos os dias para trabalhar, Ash. Sinto que


estou sufocando"

Ash piscou lentamente, mudando seu foco para seu irmão.


A seriedade em seus olhos

desapareceu, substituída por uma fagulha de humor. "Isso é


porque você tem um pescoço mais grosso

do que o meu."

Os olhos de Blake se estreitaram. "Ou talvez o seu seja


apenas delicado."

"Ignore-os," Cassie me disse com um sorriso. "Eles brigam o


tempo todo, mas isso não

significa nada."

Eu tentei sorrir, mas foi um sorriso forçado. Eu não estava


acostumada às brincadeiras de irmãos,

mas nem Ash nem Blake pareciam ofendidos, então eu


acreditei em Cassie.

Ash inclinou-se e baixou a voz. "Não olhe agora, mas ela


vem em nossa direção."

Eu queria virar e olhar, mas não queria ser apanhada por


quem ele se referia.
Blake suspirou. "Sem dúvida ela vai fazer com que a gente
tire mais fotos."

Só então sua mãe apareceu, posicionando-se entre seus


filhos. Já conhecia Ellen Kavanagh, mas a

apresentação tinha sido breve. Agora eu podia observá-la


plenamente e ela a mim. Eu tentei ser

discreta, mas ela não se incomodou de esconder sua


curiosidade. Seu olhar afiado se arremessou por

cima de mim e eu senti como se eu tivesse sido picada por


mil agulhas. Ela finalmente parou nos

brincos de pérola da minha mãe como se ela estivesse


calculando seu valor e pensando, como uma

garçonete humilde podia ter uma jóia como essa.

Ash abriu a boca para falar com ela, mas ela falou antes
dele. "Você está muito bonita,"

ela me disse, soando um pouco surpresa. Também fiquei


surpresa. Foi um elogio que eu não esperava

receber. Talvez minha avaliação inicial tenha sido feita


muito rapidamente. "Jóia simples combinam

com você."

Ou talvez não.

"Mamãe," Ash disse firmemente, "terminamos com as


fotos?"

"Eu me pareço com o fotógrafo para você?"


"Não, mas eu não espero que termine até você dizer a ele
que terminou."

Ela piscou em surpresa com sua resposta cáustica. "Você se


tornou bastante franco nestas

últimas semanas. E eu que pensava que você fosse o meu


filho mais fácil."

"Talvez eu não queira mais ser o mais fácil." Ele atirou um


olhar por cima do ombro para a

noiva e o noivo. "Eu estou pensando em pegar o manto de


Reece agora que ele se casou.

Talvez até eu faça uma tatuagem. Tenho certeza de que


Damon poderia me apresentar seu tatuador."

"Não se atreva! E se o sheik descobrir?"

"Não me importo se ele, você ou qualquer outra pessoa


descubra mãe. Vou fazer o que me der

vontade, pode ser uma tatuagem ou sair com quem eu


quiser."

"Se você não se importa, porque você precisava de uma


falsa noiva?"

Ash jogou a cabeça para trás. Ele não olhou para mim, mas
meu rosto ficou vermelho.

Ellen tinha um olhar triunfante no rosto, como se ela tivesse


ganhado um argumento. As palavras

dela pesavam fortemente no ar entre nós até que Ash


finalmente quebrou o silêncio.
"Posso não mais ser o filho mais fácil, mas eu sempre vou
ser seu favorito." Ele mostrou a ela um

sorriso vencedor, derretendo o gelo que tinha aparecido


sobre o nosso pequeno grupo. Eu gostaria

de saber qual seria sua resposta se eu não estivesse lá.

Blake limpou a garganta. "Vamos comer. Estou morrendo de


fome."

Zac se juntou a nós e pegou o meu braço antes de Ash.


Andamos atrás de Blake e Cassie enquanto

nos dirigimos para o jardim coberto. "Meu irmão está te


tratando bem?"

"Eu mal o vi," disse resistindo ao impulso de olhar por cima


do ombro para ver se Ash ouviu o

que eu tinha dito.

"Tenho certeza de que isso vai mudar, agora que as fotos


foram feitas." Ele inclinou a cabeça para

perto da minha. "Ele não tira os olhos de você."

Agora queria mesmo olhar por cima do meu ombro. "É o


vestido," eu disse automaticamente.

"Se é verdade, por que ele tem falado de você desde que a
conheceu?"

Meu passo vacilou e ele apertou meu braço, equilibrando-


me. Olhei para ele e ele

piscou de volta.
"Cuidado ao andar com esses sapatos," ele murmurou. "Eles
são assassinos." Para minha

surpresa, ele me deu um beijo na testa e saiu.

Fiquei olhando para ele até que Ash veio para o meu lado.
Ele olhava para seu irmão também. "O

que ele disse?"

"Nada!" Talvez eu tenha dito em uma voz muito alta, mas


não pude evitar. Eu ainda me sentia

um pouco abalada com o que Zac tinha dito. Ash não parou
de falar sobre mim para seus

irmãos, mas o que? Isso era bom ou ele teria me


humilhado? Ele disse que tínhamos dormido juntos?

Claramente

os

Kavanaghs

sabiam

sobre

nosso

acordo.

Era

menos
claro

que eles pensavam. Se eles pensavam que era estranho


que ele tivesse me escolhido ao invés de

alguém mais adequado, nenhum deles demonstrou.

Exceto Ellen. Era óbvio que ela não gostava de mim. Quem
poderia culpá-la?

Eu era uma estranha que tinha aparecido sem ser


convidada para o casamento do filho mais velho.

Após o sheik assinar os contratos, eu voltaria para a


obscuridade de novo. Ela sabia disso e não me

devia nenhum tratamento especial.

Passamos por um buraco nas sebes altas e logo Ash estava


me dirigindo através do labirinto.

Nós fizemos uma pausa enquanto a festa de casamento


continuava animada com muita conversa

e riso em desacordo com o meu próprio coração que não


parava de martelar.

"Preciso me desculpar pela outra noite," ele disse.

"Não, não. Você não fez nada errado."

Com os olhos arregalados ele me encarou. "Não?"

"Não é você, sou eu."


Seus lábios se fecharam. "É assim que sempre se termina
um relacionamento." Ele parecia amargo.

"Você tem que estar namorando para terminar."

Ele apertou meus ombros. Suas mãos aqueciam a minha


pele nua. "Fiz tudo errado, não foi?"

Ele estourou uma respiração. "Eu quero namorar você,


Sophie. Você quer sair comigo?"

Minha garganta inchou, meu peito se apertou. Por que ele


tinha que ser tão bom o tempo todo?

Por que ele precisava fazer tudo tão difícil para mim? Parte
de mim o odiava por me fazer me sentir

como uma puta. Mas mesmo esse sentimento desapareceu


rapidamente. Eu nunca poderia odiá-lo. Ele

era muito, muito maravilhoso.

Eu saí de perto dele. "Como eu disse na outra noite, é


melhor se mantivermos o arranjo

do jeito que está agora."

Seus olhos se tornaram cinza. Suas narinas se alargaram.


"Como um negócio," ele disse

categoricamente.

Eu me virei porque olhar pra ele me machucava demais.


Balancei a cabeça. "Não daria certo

entre nós, Ash, e eu prefiro ter você como amigo."

Ele bufou. "Sim, já ouvi isso antes também."


"É sério. Não quero perder sua amizade. Também significa
muito para mim. "Eu cruzei meus

braços e esfreguei as mãos ao longo deles, tentando


afugentar o frio repentino que tinha se

estabelecido em meus ossos. "Namorar você vai estragar


isso. Confie em mim, eu sei."

"Você não pode saber," ele falou entre dentes cerrados.

"Sim eu posso." Não queria catalogar todos os meus


relacionamentos que fracassaram então eu

deixei ficar assim mesmo. "Por favor, vamos ser amigos."

Ele caminhou, em seguida, voltou. Suas mãos estavam


apertadas e seu rosto parecia feito de

pedra. Nunca o tinha visto tão zangado. Eu não pensei que


alguma vez eu veria. "Você pode ser

capaz de ser minha amiga, mas eu não posso. Não quero


que sejamos amigos, Sophie." Parecia que

ele queria dizer outra coisa, mas ele fechou a boca e saiu de
perto de mim.

Lágrimas queimaram meus olhos. "Ash," eu sussurrei.


Pensei que não tivesse sido

suficientemente alto para ele ouvir, mas ele parou. Ele não
se virou. "Eu não vou suplicar por sua

amizade, mas vou pedi-la. Eu sei que não é muito, mas


amizade é tudo que posso te oferecer." Soou
patético e completamente inadequado. O sangue que corria
pelas minhas veias exigia que eu fizesse

mais, eu devia implorar o perdão dele, ou tentar tirar seu


mau humor com um beijo, e dizer

que eu dormiria com ele, seria sua namorada, qualquer


coisa que ele quisesse.

Mas era assim que eu costumava falar. Atualmente eu não


implorava e certamente não me atirava

para os homens. Eu queria ganhar o respeito de Ash, não


queria a piedade dele ou até mesmo

sua afeição. Desejo sem respeito não era uma base sólida
sobre a qual se pudesse construir qualquer

coisa. No final, seria eu quem iria se machucar novamente.

Olhando para seus punhos e a tensão em seus ombros, eu


quase quis ser a única a se machucar ao

invés dele. Eu odiava que minha rejeição o tivesse


machucado.

Mas era apenas temporário, lembrei-me. Nós não


deixaríamos o que aconteceu entre nós se

tornar uma lesão permanente.

Ele não falou, mas foi embora. Eu o segui e me sentei numa


mesa com Cassie, Zoe e algumas

outras pessoas que logo me esqueci quem eram logo depois


de terem sido apresentadas

para mim. Ash sentou-se com seus irmãos na mesa nupcial.


Eu não estava no clima para festas e a noite se arrastou.
Após os discursos terminarem,

Ash pairou nas proximidades, puxando-me muitas vezes em


suas conversas. Ele era todo sorrisos e

risos, o amigo perfeito e um cavalheiro. Mas eu o conhecia


bem o suficiente agora para saber que era

tudo falso. A dor nos olhos dele ainda estava lá. Ele não me
pediu para dançar e não falamos em

particular novamente. Tudo o que fizemos, fizemos pelo


bem de nosso público. Embora ele não

tivesse me apresentado como sua noiva, ficou claro que


estávamos namorando sério por causa da

minha presença em um casamento da família. Ou assim as


pessoas pensaram.

Durante o resto da noite, cada um de seus irmãos veio até


mim e me perguntou o que estava

errado com Ash. Até mesmo Reece. Fingi não saber. Todos
eles caminharam, franzindo a testa e

sacudindo a cabeça.

Somente no final da noite, depois dos noivos irem embora,


Ash falou comigo longe dos

outros. "Eu levo você em casa?"

Ele ainda não tinha visto o meu apartamento, e eu não


queria que ele visse. Nem eu queria que
meu pai olhasse pela janela e visse Ash, abrindo a porta do
carro para mim, como eu sabia que ele

faria. "Eu vou pegar um táxi."

“Há fotógrafos lá fora. Devemos deixá-los tirar nossa foto


juntos."

"Oh. Certo. É claro." Peguei seu braço e senti seus músculos


tensos.

Eu disse boa noite para os restantes Kavanaghs, terminando


com Ellen. Fingindo beijar

minha bochecha, ela sussurrou no meu ouvido, em vez


disso. "Não machuque meu filho."

Meus lábios se separaram e um pequeno chiado de ar


escapou. Ela se afastou com seu porte

ereto, como se ela não tivesse me dado uma ordem direta


com uma ameaça subjacente a ela.

Ash colocou a mão nas minhas costas e guiou-me para fora,


mas seu pai pediu para que

esperássemos. Harry Kavanagh era um homem bonito, com


cabelos grisalhos e características

agradáveis. Foi difícil conciliar este homem com quem tinha


despedido meu pai sem aviso. "Como

você disse que era o teu nome?"

"Sophie," eu disse.

"Qual é o seu sobrenome?" Havia uma rigidez na sua voz,


como se ele soubesse que eu
estava evitando responder. Lembrou-me Ash — suave e
gentil até que você fizesse algo que ele não

gostasse e aí sua atitude mudava.

"Mason." Eu me preparava para mais perguntas, mas


nenhuma veio. Os olhos de Harry cintilaram

sobre o meu rosto, e por um momento pensei que ele o


tinha reconhecido, mas em seguida ele recuou.

"Boa noite, Sophie. Espero que tenha se divertido."

"Obrigada, eu me diverti. Boa noite, Harry."

Ash e eu saíamos e uma explosão de flashes, brilhantes


como fogos de artifício, fotógrafos

tirando fotos do casal. Eu coloquei minha mão para proteger


meus olhos e Ash circulou o braço ao

redor dos meus ombros, como proteção como se fosse meu


guarda-costas. Me senti como

uma estrela do rock quando ele me empurrou para o seu


carro particular que o estava aguardando

nas proximidades.

“Quem é sua namorada, Sr. Kavanagh?" perguntou um dos


paparazzi.

Ash não respondeu.

"Vamos lá, Ash," disse outro. "Diga o nome dela. Precisamos


do nome para colocar

com as fotos."
Ainda assim Ash não respondeu enquanto entrava no carro
atrás de mim.

"Pense como vai ficar se ela não tiver seu nome incluído," o
mesmo fotógrafo persistiu. "Vai

fazê-la ser apenas mais uma namorada de uma noite de um


dos Kavanaghs, especialmente pela

maneira que você está tentando escondê-la de nós."

Ash colocou a mão para fora, antes de o motorista fechar a


porta. "É Sophie Mason."

"Há quanto tempo vocês namoram?" A questão foi abafada


pelo fechamento da porta. Os

flashes continuavam a disparar através do vidro escuro.

"Eles são persistentes," eu disse enquanto nós fugíamos.

"Me desculpe, Soph," ele disse com um suspiro profundo.

"Não é sua culpa, e não foi tão ruim." Só que agora eles
sabiam o meu nome. E amanhã sairia

nos jornais. Eu tinha que mantê-los longe do meu pai.

CAPÍTULO 7

“Espero que não tenha sido muito doloroso," Ash disse


enquanto passávamos pelas ruas elegantes

de Serendipity Bend. "Eu sei que minha família pode ser


arrogante às vezes. Especialmente

minha mãe."
"Há um monte deles." Eu não estava tecendo um
comentário sobre sua mãe. Suas

palavras de despedida ainda soavam nos meus ouvidos —


não machuque meu filho. "Todo mundo

me tratou muito bem."

Ash bateu em seu joelho e olhou pela janela. Uma grande


extensão de couro do assento do carro

nos separava. Muito grande. Depois de fazer amor com ele


na outra noite, parecia errado não ter

alguma intimidade entre nós. Silêncio pairava no ar


ameaçando nos puxar para ele.

O resgate veio na voz do motorista pelo alto-falante.


"Senhor, um dos fotógrafos está

nos seguindo. O que o senhor quer que eu faça?"

Ash olhou pela janela traseira. "Droga." Ele se virou para


mim. "É apenas um, mas ele vai

descobrir onde você mora, e não acho que é uma boa idéia
ele saber. Ele não vai te deixar em paz."

Eu mordia meu lábio inferior. Se o fotógrafo descobrisse que


meu pai tinha trabalhado na

Kavanagh Corporation... ele poderia desenterrar todos os


tipos de coisas. Coisas que eu queria

manter enterradas.

A mão de Ash cobriu a minha. Seu calor passou através da


minha pele, me reconfortando. "Quer
dar um passeio em vez de ir para casa?"

Eu concordei com a cabeça.

Ele apertou um botão no console central. "Continue


dirigindo até que eu fique entediado."

O carro acelerou, mas após dez minutos depois, o fotógrafo


ainda estava nos seguindo.

Conversamos sobre o casamento e a família dele. Ele falou


sobre seus irmãos com

entusiasmo

amor,

até

mesmo

sobre

selvagem

Damon,

eu

fiquei

com
inveja, apesar da minha convicção de não me envolver com
ele e sua vida. Ash

tinha um bom coração, e eu sabia que ele faria qualquer


coisa por sua família. Pensei sobre a

relação que eu tinha com meu pai. Ele era minha única
família, e ainda assim nós vivíamos as turras.

Os Kavanaghs não eram nada como eu esperava. Não, os


irmãos de qualquer forma. Ellen era

mais da maneira que eu imaginava a família, perfeita até a


unha do dedinho do pé e bruscamente

distante. Eu mal tinha falado com Harry, mas de acordo com


o meu pai, ele era totalmente eficiente

no que se relacionava a trabalho.

"Você acha que Zac vai continuar namorando Zoe?" eu


perguntei. Eu tinha achado seu irmão mais

novo interessante, com seu charme descontraído e a


namorada irritadiça. Eles não combinavam em

nada e eu esperava que ele encontrasse outra pessoa.

"Por quê?" Ash retrucou bruscamente.

Eu franzi a testa. "Só pensando. Ele é tão legal e ela é...


distante, diferente."

Só pude distinguir sua carranca através da luz que entrava


pela janela. "Não sabia que você

gostava dele."
"O que tem para não gostar? Ele é amigável e fácil de
conversar."

“Sim," ele disse silenciosamente. "Assim me disseram."

"Quem disse?"

"Todo mundo. Suas namoradas."

"Ele tem um monte delas?"

"Você está querendo adicionar seu número no celular dele?"


Ele falou casualmente, mas

a amargura estava lá presente como se talvez uma antiga


namorada tivesse se mudado para o

irmão mais jovem, mais encantador.

"Não!" Era tão ridículo que eu comecei a rir. "Zac não faz o
meu tipo."

Ele engoliu audivelmente. "Não acho que já ouvi alguém me


dizer isso antes."

"Tenho certeza de que nem toda mulher cai de amores a


seus pés. Algumas de nós são

imunes ao seu charme e simplesmente gostei de sua


companhia sem necessariamente querer subir na

cama dele."

"Estou feliz em ouvir isso." Seus olhos brilhantes e


entediados se focaram em mim. "Qual é o seu

tipo?"
Você. Eu me virei e olhei pela janela, mas as luzes da rua
tornaram-se turvas e não eu conseguia

ver nada. "Caras que no começo parecem ser maravilhosos,


mas são em última

análise ruins para mim."

Houve um longo silêncio, antes que ele dissesse, "Você teve


seu coração partido."

Eu queria dizer que tinha acontecido mais de uma vez, e


que eu tinha jurado nunca mais deixar

acontecer de novo, e não ser uma vítima de novo. "Não foi


culpa deles," eu me ouvi dizendo.

"Deve ter sido. Você não pode quebrar seu próprio coração."

Eu sorri para a sua lógica. "Eles eram caras legais. Você


conhece o Liam. Ele não machucaria

uma mosca."

Ouvi sua respiração, como se eu tivesse apertado uma


ferida dolorosa. "Você não era a mulher

certa para eles, Sophie."

Eu fechei meus olhos contra algumas lágrimas e inclinei


minha cabeça contra o encosto do carro.

Mesmo ele estando do outro lado do carro, parecia que ele


estava perto. Sua presença era tão forte,

como um ímã. Eu abri meus olhos apenas uma fração de


segundos... e vi que ele estava mais perto de
mim. Ele estava apenas a alguns centímetros de distância.

"Você está cansada," ele disse depois de um longo minuto.

Eu percebi que estava. Tinha sido um dia longo. "Um


pouco."

"Descanse enquanto nós passeamos. Eu te acordo quando


estivermos perto da sua casa."

Eu bocejei e inclinei a cabeça para conseguir uma posição


melhor. Não pensei que eu conseguiria

dormir com ele tão perto, mas dormi. Quando percebi, o


carro estava andando mais devagar e nós

estávamos na minha rua. Ah, e eu estava envolvida nos


braços de Ash, minha cabeça no seu peito,

dobrado ordenadamente sob o queixo.

O coração dele batia constantemente, seu ritmo, como um


canto de sereia para o meu próprio

coração. Minha frequência cardíaca estava alta, tremulando


contra minhas costelas.

Não queria me mexer, mas eu sabia que precisava. O carro


tinha parado na minha portaria, mas

eu gostava de ser abraçada por Ash.

"Chegamos." A voz de Ash soou pesada na escuridão. O


poste de luz em frente ao meu

apartamento estava quebrado há muito tempo, então não


consegui ver a expressão dele. Seus
olhos, no entanto, brilhavam como diamantes olhando
fixamente para mim.

"Que horas são?" Eu perguntei.

"Quase três da manhã."

Eu boquiaberta. "Nós dirigimos por tanto tempo?"

Um sorriso revelou um flash de dentes brancos. "Eu não


queria acordá-la. Só paramos porque eu

me preocupei com David que está ficando cansado."

"David?"

"O motorista."

De repente a porta se abriu e David ficou ali parado. Eu me


encolhi e olhei para a janela do

meu apartamento. Se meu papai estivesse vendo, ele não


apareceria. Mesmo assim, eu odiava Ash ter

visto onde eu morava. Num dia bom, eu podia dizer que o


meu bairro era eclético, mas na

realidade, era eu tentando achar o bom lado das coisas. A


maioria dos edifícios residenciais era

composta de altos blocos de apartamentos sem nenhuma


personalidade. Para ser justa, seria difícil

dar personalidade a um bloco retangular de tijolo e vidro.


Cada janela era do mesmo tamanho, não

havia varandas ou pátios e alguns moradores mostravam


não ter orgulho por seu imóvel. Eu tinha
alguns vasos plantados com ervas empoleirados em minha
janela da cozinha, mas eu era a

única. Algumas casas se refugiavam nas sombras dos


blocos de apartamento, as cercas oferecendo

um pequeno refúgio para os olhares indiscretos. Eu odiava o


meu bairro e queria me mudar.

E agora Ash sabia como parcamente eu vivia em


comparação a ele. Eu tinha que sair do carro

rapidamente — quanto mais cedo eu saísse, mais rápido ele


poderia ir — mas ele pegou minha mão.

“Espere!" A voz dele soou com pânico que me fez virar a


cabeça para olhar para ele.

"Não vá ainda."

Meu coração ficou num impasse. Será que ele ia perguntar


se podia entrar? Me dar um beijo?

"Sim?" eu perguntei, sem fôlego.

"Seu dinheiro." Ele colocou a mão dentro do bolso do paletó.


Ele entregou-me algum dinheiro.

Olhei para ele. Eu queria dizer-lhe para mantê-lo, que a


noite tinha sido agradável e que era

simplesmente um privilégio conhecer sua família e fazer


parte de uma reunião tão íntima. Mas eu não

disse. Eu peguei o dinheiro sem encontrar o seu olhar e


coloquei na minha bolsa. "Obrigada."
"Sophie..." Ele não disse mais nada e eu não o pressionei.
Eu suspeitei que ele estivesse prestes a

perguntar quando me veria de novo, ou se ele poderia me


telefonar. Era uma conversa que eu

queria evitar.

"Boa noite, Ash."

Ele suspirou. "Boa noite."

Afastei-me do carro sem olhar para trás.

***

Não foi fácil manter meu pai longe da seção de fofocas dos
jornais, mas consegui dissecá-lo

antes que ele procurasse os anúncios de emprego. No final


do dia, era óbvio que ele não tinha visto

ou ouvido nada sobre Ash e eu. Ele estava totalmente


calmo.

Meus amigos eram um assunto diferente. O primeiro


telefonema veio no meio da manhã e meu

celular buzinou e tocou o dia todo. Eu tinha que responder


as chamadas longe dos olhares indiscretos

do meu pai, mas ele notou.

"Você está popular hoje," ele disse.

"Jen tem um namorado novo," disse para ele. "Você sabe


como ela é. Ela não pára de falar
sobre ele." Às vezes são precisas muitas mentiras para
sustentar apenas uma.

Ele pareceu aceitar minha explicação e voltou a ver TV.


"Tenho uma entrevista para um trabalho

mais tarde. Trabalhar em um bar, assim como a minha


garota." Ele atirou-me um sorriso.

Eu dei um sorriso. "Você não achou nada para alguém com


sua experiência empresarial?"

Ele balançou a cabeça. "Estou muito velho e parei de


trabalhar na indústria há muito tempo.

Trabalhar em um bar serve-me perfeitamente bem. Como


diz o ditado: cavalo dado não se olha os

dentes."

Eu odiava ele ter sido reduzido a pegar um trabalho bem


abaixo de sua educação e

experiência. Mas ele estava certo. Ninguém contrataria


alguém da idade dele que não trabalhava há

anos. E eu não acreditava que os Kavanaghs lhe dariam


uma boa referência.

"Além disso, eu sei me portar dentro de um bar." Ele piscou


para mime e eu dei-lhe um

sorriso genuíno em troca. Se isso não o incomodava então


eu não deixaria que me incomodasse.

Embora eu não tivesse certeza que ter fácil acesso a tanto


álcool fosse uma boa idéia.
"Obrigada," Eu disse, beijando o topo da sua cabeça.

"Pelo quê"?

Por voltar para mim. "Por estar disposto a compartilhar


comigo um pouco da carga."

Meu telefone tocou novamente, mas desta vez eu não


reconheci o número. Eu respondi com um

cauteloso, "Alô?"

"Miss Mason? Miss Sophie Mason?"

"Sim."

"Meu nome é Caroline Cosgrove sou do jornal The Morning


Herald. Será que você se importaria

em responder a algumas perguntas para mim sobre o seu


relacionamento com Ash Kavanagh?"

"Sim, eu me importaria." Eu desliguei e olhei para o


telefone. Ele tocou quase que

imediatamente com o mesmo número. Eu desliguei e


joguei-o na minha bolsa onde ficou o

resto do dia.

Uma pequena foto. Era tudo o que o The Morning Herald


tinha imprimido sobre Ash e eu.

Ainda assim o jornal tinha criado uma tempestade. Meus


amigos queriam saber como eu tinha

conseguido ter ido com um Kavanagh ao casamento do


irmão, e agora os repórteres queriam
arrancar ainda mais. Como eles tinham conseguido meu
número tão rapidamente? Acho que não tinha

sido tão difícil uma vez que eles sabiam o meu nome.
Quanto tempo levaria antes que um deles

aparecesse na minha porta?

Felizmente meu pai saiu no meio da tarde então se algum


repórter aparecesse, ele não ia vê-lo.

Eu estava armada e pronta com uma resposta não-


comprometedora quando alguém bateu na porta por

volta das seis. Eu abri, e vi Ash lá, segurando um buquê de


rosas cor de rosa.

"Ei," ele disse suavemente.

"Oi." Procurei atrás dele, mas não havia mais ninguém.

"Eu liguei, mas seu telefone cai direto na caixa postal".

"Eu desliguei o telefone. Está tocando sem parar."

Ele estremeceu. "Não me surpreende. Fico feliz que você o


tenha desligado. Você me forçou a vir

aqui e falar com você pessoalmente. Para pedir desculpas,"


ele esclareceu.

"Você não tem que pedir desculpas."

"Eu tenho. Eu te forcei a este acordo e agora a imprensa


não vai te deixar em paz."

"Você não me obrigou, Ash. Eu escolhi aceitar. Além disso,


ele está me beneficiando." Eu
engoli e ele desviou o olhar. Parecia que ele não gostava,
tanto quanto eu, de ser lembrado de

que ele estava me pagando para sair com ele. "Não se


preocupe com os repórteres. Eu posso

lidar com eles."

"Eles vão embora quando eles perceberem que você não vai
informar nada para eles," ele

disse. "Espere alguns dias."

Estávamos ali como dois estranhos que tinham acabado de


se conhecer, nossa conversa

desajeitada e artificial. Ele de repente pareceu se lembrar


das flores e passou-as para mim.

"Parte do pedido de desculpas," ele disse. "E outra razão


que me deixou alegre do seu telefone

estar desligado." Ele olhou por mim para dentro do


apartamento.

Eu cruzei o limiar para o corredor e fechei a porta atrás de


mim. "Obrigada. São lindas." O

silêncio cresceu tão espesso que era difícil respirar.

"O sheik ligou. Ele viu a foto."

"Oh! Que ótimo." Quase tinha esquecido a pessoa por trás


da razão da nossa charada. "Ele ficou

convencido?"
Ele assentiu. "Ele também nos convidou para acompanhá-lo
amanhã num almoço no barco dele.

Eu disse que eu ligaria de volta para confirmar." Ele


levantou as sobrancelhas, esperando por

minha resposta. "Eu sei que está em cima da hora e é à


hora de maior movimento do dia, mas será

que o café pode lhe dar folga?"

Antes que eu soubesse o que estava fazendo, concordei.


"Tudo bem."

Ele sorriu. "Ótimo. Eu te apanho as onze. Você não enjoa em


barco, não é?"

"Não que eu saiba. Eu nunca estive em um barco antes."

As sobrancelhas dele levantaram-se em surpresa.


"Desculpa, eu não deveria ter assumido."

Eu gemia baixinho. No que eu tinha me metido? E se eu


passasse a viagem inteira vomitando?

Não precisaria de outro motivo para me sentir inadequada.

Ash se inclinou e beijou minha bochecha. Os lábios dele se


demoraram no beijo, mas eu não

me importei. Eu gostei do cheiro do seu perfume e do calor


do seu beijo.

Os passos caminhando pelas escadas tinham me deixado


alerta. Eu conhecia esses passos

pesados. Meu pai. Mais um lance de escadas e ele ficaria


cara a cara com Ash.
CAPÍTULO 8

"Amanhã às onze. Eu vou te encontrar lá em baixo." Antes


que ele pudesse responder, eu entrei de

volta no apartamento. Eu me encostei contra a porta


fechada e fiquei tentando ouvir qualquer

conversa do lado de fora.

Não escutei nenhuma voz, apenas passos se aproximando e


outros em retirada. Ouvi meu pai

colocar a chave na fechadura e eu fui para a cozinha.

"Quem era?" Meu pai perguntou quando entrou, carregando


uma sacola de compras.

"Quem?"

"Aquele cara lá fora. Ele me pareceu vagamente familiar."

Dei de ombros enquanto abria a porta do armário e


alcançava um vaso. "Um cara da floricultura.

Ele trouxe essas flores."

Meu coração parou enquanto esperava para ver se meu pai


se lembrava onde ele tinha visto Ash

antes, mas ele apenas disse "você tem um admirador? Não


me surpreende. Quando vou

poder conhecê-lo?"

"Eu não sei. Não é tão sério." Eu olhei de relance para ele,
mas ele estava desempacotando as
compras, meu admirador misterioso e o familiar
'entregador' já tinham sido esquecidos.

***

"Vocês me divertem," disse o sheik, depois que terminamos


nosso almoço. Um garçom tirou

nossos pratos e nós três nos sentamos no deck, felizes com


o almoço de deliciosos frutos do mar que

tinha sido preparado pelo cozinheiro. A comida e o vinho me


embalaram em sonolência e eu me

desliguei da conversa, até que o sheik me atraiu de volta


para ela.

"Por que isso?" Ash perguntou, sorrindo. Ele tinha sido o


perfeito cavalheiro desde que me encontrou

na portaria do meu edifício onde eu o esperava. Enquanto


eu me sentia estranha sobre entrar no

seu carro, me preocupando se eu estava usando a roupa


certa para o almoço em um barco, ele

havia conduzido a conversa, falando sobre tudo e todas as


coisas. Alguns tópicos tinham sido

leves, como Robbie o amigo de Blake que tinha


recentemente raspado uma sobrancelha por causa de

um desafio. E alguns tinham sido graves. Seu irmão mais


novo, Damon, tinha sido avisado

novamente pela polícia para manter o nariz fora de


problemas. Eu não disse nada sobre isso, até
porque eu queria aliviar suas preocupações. Então,
novamente, ele tinha me confidenciado algo

sobre ele. Tudo isso mostrava que uma amizade entre nós
ainda podia funcionar.

"Vocês não agem como noivos e ainda assim o amor que


um sente pelo outro é evidente, mesmo

para este velho." O sheik riu, mas nem eu nem Ash nos
juntamos a ele.

Eu desejei que o barco gigante me engolisse... ou que eu


caísse no mar. Pelo menos criaria uma

distração da humilhação que ameaçava me engolir.

Ash se recuperou primeiro. Ele enfiou a mão por cima da


minha e a apertou delicadamente. "Para

ser honesto, estamos um pouco inseguros como devemos


agir na sua frente. Nós já cometemos um

erro por termos sido cautelosos, como você salientou."

O sheik passou o guardanapo nos cantos de sua boca. "Não


se preocupem comigo. Minha cultura

não proíbe carinhos entre noivos felizes prestes a se casar."


Ele se levantou da cadeira. "Ajam como

seu coração mandar. Agora, com licença enquanto eu me


retiro para meus aposentos para tirar

uma soneca."

Eu o vi pisar cautelosamente nas escadas estreitas,


íngremes. Quando eu já não podia vê-lo, falei
para Ash. "Você acha que ele vai voltar?"

Ele encolheu os ombros. "Eu não sei. Eu esperava que ele


nos acompanhasse durante todo o

passeio."

Nós ficamos sentados, esperando, mas o sheik não voltou.


"Acho que temos à tarde para nós

mesmos" Ash disse esticando as pernas. Sem o sheik


presente, me senti um pouco menos nervosa.

Sempre que ele estava por perto, eu ficava consciente da


nossa mentira e mantinha as

aparências, mas sozinha, eu podia ser eu mesma.

Ash se levantou e estendeu a mão para mim. "Quer apreciar


a vista, Miss Mason?"

"Eu gostaria, Sr. Kavanagh." Eu peguei a mão dele e ele me


levou para frente do barco. Eu

estava de bom humor assim como ele, provavelmente


graças ao vinho e a conversa amigável que

tínhamos compartilhado vindo para a marina. Foi um alívio


muito grande ver que ele não tinha

guardado rancor.

Estávamos lado a lado no convés e vimos à vista


espetacular do litoral e outros barcos que

estavam de passagem. Vimos os peixes seguindo o nosso


barco e Ash jurou que tinha visto um
grupo de golfinhos na distância, mas eu brinquei que ele
devia estar vendo coisas.

"Mas eles estavam lá," ele brincou olhando o mar. "Olha! Lá


estão eles outra vez!"

Eu pude ver um punhado de golfinhos cinzento elegantes,


saltando fora da água bem diante dos

nossos olhos. "Mágico," eu sussurrei. "Eles são tão graciosos


e belos."

"Muito belos" ele sussurrou no meu ouvido.

Eu me virei para vê-lo olhando para mim, seus olhos cheios


de calor. Uma tempestade de

emoções se formou dentro de mim, desejo e necessidade na


maior parte, mas o medo que me

espreitava logo abaixo da superfície também. Medo que


tudo se desfizesse em pedaços se eu agisse

por meus desejos. Eu me afastei dele e me virei para ver os


golfinhos novamente.

"Você acha que o sheik orquestrou tudo isso para o nosso


benefício?" Eu perguntei com um

sorriso que eu tentei fazer tão verdadeiro quanto possível.

Ash deu um suspiro e me olhou. "Não acho que nem mesmo


um homem com a riqueza

dele pode comandar as criaturas do mar."

"Não? E eu achando que o dinheiro podia comprar tudo!"


"Nem tudo," ele disse baixinho. "Não pode comprar as
melhores coisas."

Eu engoli para tentar desalojar o caroço na minha garganta,


mas não consegui. Porcaria. Que tipo

de idiota eu era? Porque eu tinha que sempre trazer a tona


o nosso acordo quando as coisas estavam

tão bem entre nós? Senti como se eu tivesse trazido meu


amigo de volta, e logo depois mandado ele

embora.

Nenhum de nós falou por um longo tempo. Ficamos juntos


no convés, o vento e o mar soprando

nos nossos rostos, até que finalmente o barco diminuiu a


velocidade ao se aproximar das águas mais

calmas da marina. Eu mantive meus olhos para frente até


que outro barco passou por nós. Alguém a

bordo acenou e Ash acenou de volta.

"Seus amigos?" eu perguntei.

"Mamãe e papai. É o barco deles." Ele se posicionou atrás


de mim, em seguida apontou para os

barcos ancorados na marina. O braço estava muito próximo


ao meu rosto e apesar do vento e do mar,

senti o cheiro do perfume deliciosamente masculino que


Ash usava. "Aquele com uma linha azul

pintada no lado é do Reece, e o menor é de Blake. Ele não o


usou muitas vezes, mas agora que ele
está de volta com Cassie, eles vai usá-lo mais."

"Todos têm barcos?"

Mesmo que ele estando atrás de mim, eu sabia que ele


estava sorrindo. "O Damon não, mas o Zac

tem. Segundo ele, barcos são ótimos lugares para sedução."

Claro que eram. Eu estava de repente grata que o vento


estava conseguindo fazer com que meu

rosto não ficasse muito quente com a sua proximidade.


"Cadê o seu?"

"Aquele à direita do barco do Blake."

"É um belo barco." Eu olhei para o elegante barco. "Diga-


me, Ash, você já recriou seu próprio

Titanic?"

Ele começou a rir e eu me juntei a ele, incapaz de parar de


rir imaginando ele e seus irmãos

tentando sair do barco na cena memorável. Ainda sorrindo,


ele mudou sua posição e ele se reclinou

sobre o parapeito. Sua pele estava bronzeada do sol, seus


músculos, firmes e fortes.

Depois de um momento, seu sorriso desvaneceu-se e seus


olhos se amaciaram quando ele olhou

para mim. "Eu gosto de ver você rir, Sophie. Quero que você
seja feliz."
"Eu sou feliz." Mas ouvi a falta de convicção na minha voz, e
eu acho que ele ouviu também.

"Se houver alguma coisa que você queira, qualquer coisa


que você precise, prometa que você

vai falar comigo."

Concordei, o meu coração e a minha garganta apertados.

"É sério. Você diz que quer ser minha amiga... Eu posso ser
o melhor amigo que você já teve. Os

amigos vêm uns aos outros quando precisam de apoio.


Deixe-me ser o teu apoio. Você pode me

telefonar, de dia ou de noite, e vamos só falar se é o que


você quer. Ou... tanto faz." Ele desviou o

olhar.

Eu cruzei meus braços no meu peito e os esfreguei.


"Obrigada. Mas não há nada que

eu precise agora."

Talvez se eu continuasse a dizer isso para mim mesmo,


eventualmente eu acreditaria.

***

As sombras da tarde eram extensas quando Ash me deixou


em casa. Não o convidei para entrar e não

parecia que ele queria. Eu acenei para ele e entrei. Minha


pele estava fria e salgada,
mas meu corpo estava quente por ter ficado tão perto de
Ash. Minha cabeça estava cheia de

pensamentos sobre ele e do nosso dia agradável juntos,


então deixei de notar a carranca do meu

pai até que ele acenou o jornal na minha cara.

"Ei!" Eu protestei. "O que foi isso?" Então eu percebi. Ele


tinha visto a foto.

Ele apontou a página com o dedo. "O que diabo você está
fazendo, Sophie?"

"Acalme-se. Eu posso explicar." Eu passei por ele e me dirigi


para a cozinha, mas ele

bloqueou meu caminho.

"Eu não vou me acalmar até você explicar o que estava


fazendo com um Kavanagh. E num

maldito casamento de um Kavanagh!" Seus olhos estavam


brilhantes e dilatados, sua voz um pouco

arrastada. Ele tinha bebido outra vez. "Então?"

“Eu passei por ele. Ele ainda era mais alto que eu e muito
mais volumoso, mas pelo

menos ele sabia que eu não me encolhia sob a sua fúria.


Sua atitude em relação aos Kavanaghs

realmente

estava

me
irritando.

"Posso

sair

com

quem

eu

quiser. Não preciso da sua permissão. Sim, eu saí com Ash


algumas vezes. E daí?"

"Então ele é um Kavanagh! Eles não têm moral, Sophie. Eu


não confio neles."

“Bem, eu confio. Eu confio em Ash. Ele é um cara legal, e se


eu quero vê-lo, eu vou. Está bem?

Agora saia do meu caminho."

Ele ficou de boca aberta e me encarou até que passei por


ele. Não sei se ele estava mais chocado

porque eu estava discutindo com ele ou porque eu estava


defendendo um Kavanagh. "Quão sério é o

relacionamento de vocês?"

Parte de mim queria mentir e dizer que estávamos noivos.


Mas isso foi só o lado teimoso. Não

pude fazê-lo. Eu não poderia mentir sobre algo tão


importante para o meu próprio pai.
Eu inclinei meu quadril contra a bancada da cozinha e
suspirei. "Eu vou te dizer o que está

acontecendo, se você me contar a história completa sobre


por que você foi demitido da Kavanagh

Corporation. Está bem? A verdade pela verdade."

Ele hesitou, em seguida, inclinou a cabeça em um aceno.


"Acho que você tem idade

suficiente agora."

"O que isso significa?"

"Você primeiro."

Eu soltei um suspiro. "Eu conheci o Ash no The Saloon um


tempo atrás. Nos tornamos amigos. De

qualquer forma, ele precisava de uma mulher para agir


como sua noiva, para ele poder fechar

um acordo com um sheik."

" O quê?" Era metade explosão de incredulidade e metade


de uma risada. "Ele falou essa

merda para você?"

Eu pressionei meus lábios juntos. "O sheik é de um país


muito conservador e não respeita um

homem solteiro da idade do Ash. E combinei agir como sua


noiva. Usamos o casamento do seu irmão

para tirar uma foto juntos para parecer mais real. Não
contamos a ninguém sobre o noivado, só para
ele. Não queremos que nossas vidas fiquem complicadas."

Ele me estudou por um longo instante, como se ele


estivesse tentando reconhecer a menina que

ele tinha criado e que agora era uma mulher de pé diante


dele. "O que você ganha em troca?"

"Dinheiro."

As sobrancelhas dele se levantaram. "Foi assim que você


pagou o Chefe?"

Balancei a cabeça. "É a nossa única fonte de renda agora,


então eu não criticaria se eu fosse

você."

Ele segurou suas mãos em sinal de rendição. "Eu não vou.


Eu estou... feliz por saber que você

não está envolvida com ele romanticamente. Não estou


exagerando quando digo que os Kavanaghs

são cruéis."

"Você não conhece Ash."

"Ele é o cabeça da Kavanagh Corporation agora, não é?"

"Sim."

"Então ele tem um lado cruel que provavelmente tem


escondido de você até agora. Não me

surpreenderia se ele inventasse esta coisa toda de falso


noivado como parte de um esquema
elaborado para você dormir com ele."

Meus dedos se fecharam em torno da borda da mesa da


cozinha. "Por que você diz isso?"

"Porque não consigo imaginar que um negócio tem alguma


coisa a ver com ele ser casado

ou não. Parece tão desnecessário."

"Você não conheceu o sheik. Além disso, é muito elaborado


e desnecessário se sua única intenção

é dormir comigo. Há maneiras mais fáceis de fazer isso."

"Eu não estou discutindo sua vida sexual com você. Isso é
problema seu."

"Foi você quem começou!" Eu rolei meus olhos. "Agora você


pode me dizer por que você foi

demitido da Kavanagh Corporation."

Ele arrastou a mão pelo cabelo dele e suspirou. Quando ele


puxou a mão, fiquei impressionada

como ele parecia velho e abatido. Seu rosto estava cinza, as


linhas em torno da sua boca e

de seus olhos estavam mais profundas, como se ele tivesse


gasto um tempo de sua vida franzindo

testa.

"Harry
Kavanagh

me

demitiu

porque

ele

pensou

que eu estava tendo um caso com sua esposa".

"Ellen!" Desatei a rir. "Sério? Mas ela é tão dura e


arrogante."

"Ela é uma grande mulher, sob a altivez. Você só tem que


conhecê-la."

"Oh meu Deus. Você estava tendo um caso com ela?"

"Não! Nós nos dávamos muito bem. Ela foi muito boa para
mim, depois que sua mãe morreu.

Ela vinha ao meu escritório para ver se eu estava bem ou se


eu precisava de alguma coisa. Não havia

nada de romântico entre nós." Ele deu uma longa respiração


e expirou lentamente. "Eu estava

muito preocupado com sua mãe para olhar para outra


mulher. Eu precisava de um amigo, outro adulto

para conversar. Mas Harry ficou com ciúme. Ele é dedicado


à sua esposa e ele nos viu passar

tanto tempo juntos que ele pensou de uma maneira errada."


"Você disse isso para ele? A Ellen disse?"

"É claro. Mas ele não se importou. Ele me demitiu sem aviso
prévio e sem me ouvir."

"Isso parece duro. Eu conheci Harry e ele me pareceu um


cara legal."

"Admito que na época eu não fosse um funcionário muito


fácil de lidar. Eu não estava muito bem

emocionalmente, e meu trabalho estava sofrendo as


conseqüências. Mas ele não me deu tempo

para me recuperar e não levou em consideração a minha


perda. Um dia que eu estava trabalhando na

Kavanagh Corporation e na manhã seguinte me foi negado


acesso ao prédio como se eu tivesse

cometido um crime. Essa era à maneira de Harry. Cruel,


como eu te disse."

Eu levei alguns minutos para digerir o que ele disse. O


amigável Harry Kavanagh realmente teria

feito isso ao meu pai quando ele precisava de seu emprego


e estabilidade? Ellen realmente não podia

ter qualquer influência sobre seu marido e pedir-lhe para


reconsiderar?

Eu mesma me ocupei em fazer o jantar para meu pai. Eu


me senti um pouco aliviada ao

descobrir que ele não tinha sido despedido por


incompetência, mesmo ele tendo se transformado
num ser humano não muito confiável nos últimos anos.
Ainda assim, era muita coisa para eu aceitar.

Parecia que meu pai também estava pensando sobre a


nossa conversa. Quando nos sentamos para

jantar, ele disse, "Sophie, se você e aquele Kavanagh eram


amigos —"

"Seu nome é Ash."

"Se você e o Ash Kavanagh eram amigos antes que ele te


pedisse para ser sua falsa noiva, porque

você só lhe pediu dinheiro quando você perdeu seu


emprego? Certamente um amigo rico como ele

iria te emprestar dinheiro até você arrumar outra coisa."

"Eu não disse para ele que perdi meu emprego. Eu ainda
não disse."

Ele fez uma pausa com uma garfada de batata purê a meio
caminho da boca. "Por que não?"

Dei de ombros e olhei para o meu prato. "Porque já me sinto


uma fracassada. Ele saber me faria

eu me sentir pior."

"Se ele faz você se sentir assim —"

"Ele não faz. Eu me sinto assim, pai.”

Ele colocou sua faca e garfo no prato. "Querida, você não é


uma fracassada."
Eu acenei minha faca no ar. "Olhe para mim. Não consegui
nada. Eu poderia ter ido para a

faculdade, mas não fui. Eu trabalhava em dois empregos


braçais, e agora nem eles eu tenho. Fui

péssima em tudo o que eu coloquei a minha mão. Não é de


admirar que Liam tenha rompido comigo."

"Liam? O que ele tem a ver com isso?"

Dei de ombros. "Liam é um cara legal. Ash também, mesmo


que você ainda não saiba. Por que

eles gostariam de entrar em um relacionamento em longo


prazo com alguém como eu?"

"Mas você é incrível! Você é bonita, engraçada, carinhosa.


Você é uma pessoa verdadeira em

um mundo cheio de pessoas falsas. Vamos, Sophie, você


sabe tudo isso. Não é?"

Cortei minha salsicha. "Basta desta festa de piedade," eu


resmunguei. "Vou ter minha vida de

volta nos trilhos, começando por me matricular na


faculdade. Agora eu tenho o dinheiro para pagar a

taxa graças ao Ash."

Ele estendeu a mão e acariciou minha mão. "Essa é minha


garota. Você não é o tipo de chafurdar

na autopiedade como seu velho pai. Mostre para este


Kavanagh e para Liam que você é melhor do

que eles."
Eu suspirei. Ele não entendeu. "Não é sobre eles, pai, é
sobre mim. Preciso provar para mim

mesma que eu posso fazê-lo." E então talvez eu pudesse ter


um relacionamento de verdade com Ash,

em igualdade de condições. Se ele não encontrasse alguém


melhor nesse meio tempo.

Uma batida na porta me fez levantar da cadeira. "Quem é?"


eu perguntei.

"É o Chefe," veio uma voz grossa do outro lado.

Meu pai se juntou a mim na porta. "Você disse que me daria


tempo para pagar o resto," ele gritou.

"Sim, mas as coisas mudaram. Coisas como a sua linda


filhinha namorando um Kavanagh porra."

Papai e eu nos olhamos. "O que você que dizer?" ele falou
de volta.

"Quero dizer, abra a porta ou coloco ela abaixo. Não


esconda mais seu dinheiro de mim."

"Não temos dinheiro."

"Verdade? Então que tal se eu pedir para o namorado da


sua filha? Acho que os Kavanaghs

gostariam de saber sobre a escória miserável com quem


eles estão se associando."

CAPÍTULO 9

Eu estava me sentindo doente. O Chefe deve ter visto a


minha foto no jornal também. Nossa
tentativa de fazer o sheik acreditar em nós foi um tiro que
saiu pela culatra. Eu não queria nem

pensar na reação de Ash se o Chefe se aproximasse dele


para falar sobre meu pai e as nossas

dívidas. Seria melhor morrer de humilhação.

Abri a porta antes que meu pai me impedisse. Golias entrou


com sua careca familiar e seu porte

grande, seguido de perto por um homem que achei que era


o Chefe. Ele era tão musculoso quanto

Golias, apenas mais baixo e tinha uma cicatriz esculpida em


sua bochecha em forma de lua crescente.

Ele sorriu, revelando um dente de ouro. O bandido fechou a


porta com o pé.

"Entregue o que você me deve," disse o Chefe. "Com vinte


por cento de juros."

" O quê?" Meu pai explodiu. "Isso não é justo. Não


concordamos com esses vinte por cento."

"Pare de choramingar, ou eu vou fazer os vinte virarem


quarenta por cento." Ele me cutucou com

os dedos. "Venha, menina, eu sei que você me entendeu.


Me dê meu dinheiro."

Cruzei meus braços e coloquei meus pés um pouco


separados. Meu show de rebeldia só fez

o Chefe e seu capanga sorrirem com mais força. "Vou te dar


o resto que o meu pai te deve e nada
mais. Acredito que são mil dólares.”

O chefe deu uma risada fria, frágil. "Você acha que você
pode me dizer o que fazer menina?"

"Não, mas Ash Kavanagh pode e Ash vai fazer qualquer


coisa que eu lhe peça. Incluindo chamar

a polícia ou comprar seus interesses dos seus negócios e


arruiná-lo. Você é muito pequeno, Chefe,”

eu zombei, "e os Kavanaghs não são. Estou disposta a pagar


as dívidas do meu pai para você

justamente porque somos os Masons e um Mason sempre


paga as suas dívidas. Mas não somos

tão orgulhosos em pedir ajuda para o meu namorado se for


necessário."

O sorriso dele sumiu do seu rosto e seu olhar ficou sem


brilho olhando para mim, desta

vez com mais respeito. Eu fui até o meu armário e peguei o


resto do dinheiro que Ash tinha me

dado por assistir o casamento. Foi naquele momento que eu


percebi que ele não tinha me pagado pelo

dia que passeamos no barco do sheik. Parte de mim gostava


que nós dois tivéssemos esquecido, mas

parte de mim estava preocupada. Não tínhamos dinheiro


sobrando.

Entreguei todo o dinheiro para o Chefe. Nós estávamos


pobres novamente. Adeus taxa da
faculdade.

***

Sentei-me de pernas cruzadas na minha cama e olhei para o


meu celular, meu

coração na garganta. Ash não tinha ligado o que significava


que ele ainda não tinha lembrado que

devia me pagar pelo dia anterior. Ou significava que ele


odiava me pagar tanto quanto eu odiava ser

paga por passar tempo com ele? Ele poderia ter decidido
parar a prática mercenária, já que ele não

tinha como saber o quanto eu precisava do dinheiro.

Mas ele não faria isso sem me consultar primeiro. Ash era
um cara honesto. Um acordo era um

acordo e ele iria honrá-lo.

Sim, ele era maravilhoso, sexy e perfeito. Não havia como


ele permanecer solteiro enquanto eu

tentava fazer algo por mim. Isso podia levar anos, e ele ia
ser agarrado num piscar de olhos por uma

mulher bonita e bem sucedida, com uma vida e uma


carreira gratificante. Além disso, não tinha mais

o dinheiro para me inscrever no curso de contabilidade, a


menos que eu lhe pedisse o pagamento do

passeio de barco com o sheik, e eu ia detestar fazer isso. Eu


tinha gostado que ele tivesse esquecido.
Gostei de saber que ele tinha curtido passar tempo comigo
e que ele não sentia o passeio

como parte do nosso negócio.

Lágrimas pairavam a beira das minhas pálpebras, deixando


a minha visão desfocada. Senti-me

tão desesperada, e eu odiava me sentir sem esperança. Eu


queria falar com Ash, confiar a ele meus

problemas e deixá-lo me ajudar, como ele tinha se


oferecido. Mas parte de mim sabia que, se eu não

resolvesse os problemas eu mesma, eu nunca seria


verdadeiramente digna dele. Do seu amor.

Sim. Amor. Eu tinha me apaixonado por ele. A dor no meu


coração me dizia isso. Não era

como

que

aconteceu

com

Liam.

Nunca

me
sentira

tão

horrível

maravilhosa ao mesmo tempo antes, durante ou após essa


relação. Nunca me sentira como se eu fosse

me quebrar em mil pedaços se ele conhecesse todos os


meus segredos sujos. Liam sabia tudo

sobre mim no final, e apesar de ter sido terrível na época,


eu sabia que eu ia me

recuperar. Se Ash visse o meu pai bêbado, com seu humor


sombrio, ou se ele descobrisse que eu

tinha mentido sobre perder meu emprego, eu iria querer me


esconder numa caverna e nunca mais sair.

Ele era perfeito, e eu estava tão longe da perfeição que era


risível. Uma vez que ele

descobrisse as coisas que eu tinha tentado manter


escondidas dele, ele correria uma milha na direção

oposta a mim.

Era mais difícil sair da minha autopiedade do que jamais


tinha tentado. Eu odiava me sentir tão

indefesa


por

causa

de

um

cara

esforcei-me

para parar de olhar para o telefone e sair da cama. Eu tinha


acabado de escovar os

dentes, quando ouvi uma batida na porta da frente.

Eu abri a porta e meu coração bate mais apressado. Não era


Ash, era sua mãe. "Ellen!

Er, bom dia."

Ellen entrou sem ser convidada. Ela usava uma saia preta
com camisa preta e branca, batom

vermelho que proporcionava a única cor na sua aparência.


O cabelo dela estava assustadoramente

perfeito, mas acho que ela era uma Kavanagh e todos eles
eram perfeitos. Exceto talvez Harry e seu

ciúme, se meu pai tinha dito era verdade.


"Sophie." A rápida saudação de Ellen levantou as minhas
defesas. "É bom te ver de novo."

Levantei uma sobrancelha para ela, mas ela não reparou.


Ela estava muito ocupada, lançando um

olhar crítico ao redor do meu apartamento. Graças a Deus


meu pai não estava em casa. Eu o tinha

ouvido sair uma hora antes, mas não sabia para onde, ou
quanto tempo ele ficaria fora. Uma vez que

eu não tinha certeza qual seria a reação dele ao ver Ellen,


eu esperava que ele ficasse fora enquanto

ela estivesse aqui.

Seu desgosto pelo meu apartamento apareceu claramente


no seu nariz franzido e sua boca

franzida.

"Há algo que posso fazer por você?" Eu perguntei.

"Você é Sophie Mason."

"Sim, e?"

"E é um sobrenome bastante comum. Quase não pensei


mais sobre ele até que eu o vi

mencionado no jornal de ontem."

O jornal? Então Harry não tinha dito nada para ela. Ele tinha
sido o único que tinha perguntado

meu sobrenome no casamento. Se ele tivesse me ligado ao


meu pai, ele não tinha dado nenhum sinal.
"Mas então eu não consegui parar de pensar," ela
prosseguiu. "Então comecei a cavar."

Eu balancei minha cabeça. "Eu não estou te entendendo.


Pensando sobre o que. Procurando o

que?"

"Não tente jogar comigo, Sophie. Tenho jogado muito mais


que você e não sou nenhuma amadora.

Você não pode vencer."

"Não estou tentando ganhar nada, eu estou tentando


descobrir o que você está fazendo aqui."

"Gostei de você quando te conheci." O olhar dela encontrou


o meu, os olhos azuis, assim como os de

Ash, presos em mim. "Gostei de você muito. Toda a minha


família gostou. Então se você está

fazendo isso como uma espécie de vingança, eu ficarei


muito infeliz."

Seu brilho e suas palavras me obrigaram a dar um passo


para trás. Eu pisquei para ela. "É isso

que você acha? Que isso tem algo a ver com seu marido
destruindo meu pai? Por

que diabos eu faria isso?"

"Eu já disse. Vingança."

Eu rolei meus olhos. "Uau, você é a rainha do drama, não


é?"
Meu sarcasmo pareceu chocá-la. Seus lábios franzidos se
abriram e ela expulsou um pequeno

suspiro. Felizmente, o choque parecia ter roubado suas


palavras.

"E se eu estiver com raiva o suficiente para me vingar de


toda a sua família? Porque diabos eu

iria fingir um falso noivado com Ash? Como é que funciona?


Oh espere, você acha que eu

vou humilhá-lo na frente do sheik. Ou que eu vou terminar


com ele publicamente, talvez contar

aos jornais como ele beija mal ou algo assim. É isso?"

Seus lábios se uniram novamente. "Não, não é isso o que eu


penso."

"Então o que?" Eu coloquei minhas mãos nos meus quadris,


furiosa porque ela tinha vindo a

minha casa para me acusar de todos os tipos de coisas. Sua


família podia possuir metade

de Roxburg, mas ela não tinha o direito de insinuar que eu


era uma vadia.

Ela inclinou o queixo, desafiadora. "Eu acho que você está


tentando machucar meu filho para

ferir Harry e eu."

Era minha vez de processar as palavras. Eu pisquei os olhos


lentamente para ela e abaixei
minhas mãos para os lados. "Machucar Ash? Como eu posso
fazer isso?" Minha voz soou firme,

uma prova do quanto eu queria ouvir a resposta dela.

O olhar dela se estreitou. "Se você ainda não percebeu que


ele te ama então você é uma tola."

"Eu... nosso relacionamento é apenas negócios." Se eu não


tivesse ouvido a minha voz, eu não

teria percebido o que eu estava falando. As palavras


pareciam sair por sua própria vontade.

Os lábios dela se fecharam de novo. "É isso? Talvez para


você, mas não para ele. Duvido

que alguma vez tenha sido. O sheik não se importa se seus


sócios são casados ou não. Ash não

precisava de uma noiva."

Ah, inferno. Eu me sentia tonta e meu estômago estava


embrulhado. Eu queria vomitar. "Não

quero machucá-lo," disse pateticamente.

"Então desista, se você não vai transformar seu acordo em


algo mais pessoal. Faça isso hoje."

Ela se virou e agarrou a maçaneta da porta. "A propósito,


como está seu pai?"

Levei um momento para reunir meus pensamentos. "Ele


está bem."

Ela assentiu com a cabeça. "Bom." Ela empurrou a porta e


saiu. Eu escutei seu salto alto fazendo
barulho escada abaixo. Assim que parei de ouvi-los, eu me
inclinei contra a porta e soltei um

suspiro. Se eu não tivesse ficado tão chocada por suas


palavras, provavelmente a teria desafiado.

Senti que eu deveria ter dito algo para me defender.

Eu ainda estava um pouco abalada quando Ash me ligou


uma hora mais tarde. Eu tinha saído para

passear, incapaz de ficar dentro de casa por mais tempo. O


dia estava fresco e nublado e as folhas

estavam esparramadas pelo chão, amaciando minhas


passadas. A brisa forte varria as teias de

aranha do meu cérebro e me ajudava a pensar direito.

Mas o telefonema de Ash bagunçou tudo de novo.

"Esqueci de te dar o dinheiro," ele disse depois de uma


estranha troca de gentilezas.

"Oh, certo, você se esqueceu." Eu estava calma e tranquila.


"Quando você puder está bem para

mim."

"Que tal hoje à noite?"

Eu mordia o meu lábio inferior. Se eu dissesse que sim, isso


me faria parecer desesperada? Mas

se eu dissesse que não... Eu não queria dizer não. "Claro.


Onde eu te encontro?"
"Eu vou pegar você. Nós vamos jantar com o sheik. É sua
última noite aqui em Roxburg."

"Oh. Certo. Está bem." Meu coração martelava no meu


peito, mesmo sabendo que eu

estava sendo boba.

"É um jantar formal. Eu vou pegar você às oito horas."

"Ótimo."

"Estou ansioso para vê-la novamente, Sophie. Ontem foi


muito bom." Ele desligou. Não houve

nenhuma menção sobre sua mãe então ele não sabia que
ela tinha vindo me visitar, graças a Deus. Eu

não sabia o que eu teria dito se ele tivesse falado.

Passei o resto do dia temendo a noite e ao mesmo tempo


aguardando-a com expectativa. Não foi

até o meio da tarde que percebi — Ash tinha dito que esta
seria a última noite do sheik em Roxburg –

que Isso significava que o nosso acordo estava chegando ao


fim. Depois desta noite, eu poderia

nunca mais tornar a vê-lo novamente. Parecia que Ellen ia


conseguir o que ela queria.

Sentei-me no sofá, sem fôlego. O que eu faria se Ash


simplesmente desaparecesse da minha

vida?
A enormidade desta verdade era demais e eu não queria
pensar nisso. Eu ainda tinha essa noite

com ele e eu ia aproveitá-la, apesar do tumulto dentro de


mim, apesar do aviso da mãe dele e apesar

da raiva do meu pai.

Ele me apanhou as oito em ponto, desta vez dirigindo um


conversível vermelho

brilhante. "É um pouco exagerado," ele disse com um


sorriso adorável onde eu queria colocar meus

lábios. "Zac de alguma forma me convenceu a comprá-lo."

Eu ri. Só um Kavanagh compraria um carro chamativo por


capricho e depois se arrependeria.

Em vez de ligar o carro, ele pegou seu casaco no banco de


trás e vasculhou os bolsos.

"Isso é por ontem, o passeio de barco" ele disse, tirando um


monte de notas de 50 dólares. "E isto

é por hoje à noite."

"Você pode me pagar mais tarde," eu disse, pegando a


primeira pilha, mas deixando a

segunda. "Vou me sentir melhor após realizar meu


trabalho."

Seu rosto ficou aflito quando ele pegou de volta a segunda


pilha. "Peço desculpa por ter me

esquecido ontem."
"Tudo bem. Também me esqueci."

Seu sorriso torto estava de volta, mas desta vez era


inseguro, hesitante. "Isso significa que você

se divertiu?"

"Muito. Obrigada. Eu me diverti muito, desde que me tornei


sua noiva." Eu sorri. "Tenho

muita sorte por você ter me escolhido."

O sorriso dele desapareceu e ele balançou a cabeça. "Você


faz parecer que eu a escolhi na

prateleira do supermercado."

Eu me foquei na estrada e mordi meu lábio.

"Espero que você realmente não ache isso." Ele tocou o


dedo no meu queixo, gentilmente me

forçando a olhar para ele. "Talvez algum milagre nos tenha


colocado juntos neste acordo, mas isso

é tudo. Você era a única mulher que eu teria pedido para...


me ajudar."

Isso levava a verdade que os outros tinham alegado: que


um noivado não era necessário para

fechar o acordo com o sheik, mas vendo-o admitir roubou o


meu fôlego. "E se eu dissesse não? O

que o sheik faria?"

"Eu acho que nós nunca vamos descobrir."


Seus olhos ficaram escuros com desejo, seus cílios se
abaixaram quando ele se inclinou mais

perto. Ele colocou seus lábios levemente nos meus, o beijo


mais doce que eu já tinha experimentado.

"Venha para minha casa comigo esta noite," ele murmurou


contra a minha boca. "Eu

quero fazer amor com você. Lentamente."

Ele acariciou meu peito através de meu vestido, provocando


tanto meu mamilo que ele ficou

dolorido. Calor dançou pela minha pele e se agrupou entre


as minhas coxas. Cada parte de mim tensa

com antecipação, esperando ele me tocar lá, querendo


muito que ele me tocasse lá. Ele não me

decepcionou. Sua mão encontrou a bainha do meu vestido e


ele acariciou minha coxa subindo cada

vez mais, até as pontas dos dedos encontrarem minha


calcinha úmida.

"Quero te tocar em todos os lugares," ele sussurrou com


uma voz rouca. "Gosto de você. Eu

quero que você fique maluca e eu quero ficar louco com


você. E então eu quero te abraçar até de

manhã e não deixar você ir embora nunca mais. Para o


inferno com o que eles pensam."

O que? Eu pisquei saindo da névoa do desejo e inclinei-me,


longe de seus dedos experientes e de
sua boca deliciosa. Eu limpei a palma da minha mão na
minha testa e tentei reagrupar meus

pensamentos dispersos.

"Talvez eles estejam certos," eu disse. "Nós não deveríamos


deixar isto ir mais longe do que já

foi."

"Sophie, não é o que eu quis dizer. Eu não devia ter dito


nada." Ele chegou para mais perto de

mim, mas eu balancei minha cabeça e ele deixou sua mão


cair no seu joelho. Ele parecia pálido, os

olhos confusos.

"Isso não vai funcionar de qualquer forma," eu disse para


ele, tentando colocar o máximo de

convicção que eu podia. "Você é um Kavanagh pelo amor de


Deus."

"E daí?" ele falou, abrindo os olhos.

"Então, nós não estamos juntos, e sua família sabe disso."

"O que diabos eles sabem?" Mas ele disse calmamente,


como se ele não acreditasse nele próprio.

Eu senti como eu tivesse levado um soco no peito. "Nós


nunca devíamos ter feito amor na

outra noite. Aquela noite complicou tudo e levou a isto —


nos levou — para além de amizade. Não
podemos voltar agora. Desculpa. Depois do jantar desta
noite, precisamos dar uma parada e deixar

de nos encontrar. É o melhor a fazer."

Ele ligou o carro, enfiou o pé na embreagem. "Certo. Se


você diz. Covarde."

Eu me virei para enfrentá-lo. "Perdão?"

"Você me ouviu," ele disse sem tirar seus olhos da estrada.


"Você é uma covarde, Sophie. Você

tem medo do que possa acontecer, você tem medo de algo


que pode nunca vir a acontecer. Você tem

medo

do

que

outras

pessoas

pensarão

sobre

você

eu

estarmos
juntos,

do que vão dizer os meus pais. Eles apenas querem que eu


seja feliz. Você sabia? Essa é a razão pela

qual eles estão preocupados e porque olharam estranhos


para você no casamento. Eles estão tentando

determinar o quão séria você é porque eles sabem o quanto


eu sou —" ele engoliu

pesadamente e flexionou os dedos no volante. "Eles sabem


o quanto eu quero estar com você e eles

estão preocupados que você possa me machucar."

Ele não disse nada sobre a sugestão de sua mãe de que eu


estava com Ash por vingança. Ele

não sabia. Quanto pior tudo seria se ele soubesse?

CAPÍTULO 10

Nós jantamos como se nada estivesse errado. Ash falou


sobre negócios com o sheik e eu entrava na

conversa quando eles mudavam de assunto. Nós sorrimos e


ficamos de mãos dadas na frente do

sheik, rimos quando ele brincou sobre como nossos filhos


seriam lindos.

Mas era tudo mentira e insinceridade, até nossos sorrisos.


Meu estômago estava muito

embrulhado para comer e eu deixei a deliciosa comida


intocada no meu prato. Os olhos de Ash
tinham uma dureza que me preocupava. Geralmente sua
raiva ou tensão se dissolvia tão rapidamente

quanto começava, mas não desta vez. A dureza o perseguia


como uma sombra e deixava sua

boca puxada. Eu queria beijá-lo para que ela fosse embora


uma vez que tinha sido eu que a tinha

colocado lá.

A noite se arrastava. Minhas entranhas estavam dando nós


e meus nervos estavam tensos quando

Ash pagou a conta. Era isto. A última vez que ficaríamos


juntos como um falso casal. Nosso

próximo passo seria decidido em poucos minutos — se eu


iria sucumbir ao meu desejo e iria para

casa com Ash, ou se eu diria adeus a ele, possivelmente


para sempre.

Ainda não tinha decidido quando saímos do restaurante. Só


chegamos até a porta, e nosso

caminho foi bloqueado pela última pessoa que eu esperava


ver. A última pessoa que eu queria ver no

restaurante.

Meu pai.

"Te encontrei," ele rosnou para mim.

A mão do Ash se endureceu contra as minhas costas. Ele se


aproximou, protetor. "Quem é você?"
O olhar inflexível do meu pai perfurou Ash. "O pai de
Sophie." Para meu horror, ele enfiou

o dedo na cara de Ash. "E você, senhor, é um Kavanagh


sujo, sem coração."

Ah Deus. Meu coração pulava no meu peito. Isto não estava


acontecendo. Como se minha

vida não estivesse se desintegrando o suficiente, agora


tinha que colocar meu pai longe de Ash.

E do sheik também.

O sheik limpou a garganta. "Talvez eu deva sair."

"Não," meu pai surtou. "Você precisa ouvir o que eu tenho


para dizer."

Eu agarrei o braço dele. "Não, ele não precisa. Pai, saia


daqui. Você está me envergonhando."

"Sim?" Seu hálito cheirava a cerveja e seus olhos estavam


nublados. "Bom, porque parece que a

única maneira de chegar até você é te envergonhando. Eu


tentei argumentar com você, quando eu vi a

foto. Eu disse para ficar longe dos Kavanaghs. Mas aqui está
você novamente."

Eu tentei levá-lo para a porta, mas ele não se mexia. Ele


estava bloqueando a saída. "Pai. Vá

embora. Agora."

Ash veio para o meu lado. "Vamos discutir isso lá fora," ele
disse silenciosamente. "O
gerente está olhando nervoso e ninguém mais precisa saber
o que está te preocupando."

"Então eu vou dizer-lhes, posso?"

"Pai," eu murmurei através de lágrimas quentes. "Por favor,


porque você não vai embora? A gente

conversa mais tarde."

Mas ele não estava ouvindo. Não acho que ele me ouviu. Ele
olhou para Ash. "Ela só está com

você pelo dinheiro."

Nós não estávamos nos tocando, mas senti o corpo inteiro


de Ash endurecer. O sheik deu um

passo para trás para nos dar privacidade, mas ele ainda nos
ouvia. Ele ouvia tudo. Ele ia descobrir

que o noivado era uma farsa. A pouca comida que eu tinha


comido no jantar se embrulhou no meu

estômago. Talvez passar mal no exclusivo restaurante iria


distrair todos, do que meu pai estava

prestes a dizer.

"Você sabia que ela perdeu seus dois empregos?" ele disse
para Ash.

Ouvi Ash engolir, mas ele não parou de olhar para mim.

"Ela precisa do dinheiro. É por isso que ela está saindo com
você. É a única razão pela qual ela
está saindo com você, um maldito Kavanagh. Minha garota
é uma boa garota, e ela não chegaria perto

de você e da sua família sem uma boa razão. Não depois de


todos os avisos que eu dei para ela e das

coisas que sua família fez para mim."

"Pai," eu falei. "Isso é o suficiente. Agora vá. Por favor."

"Sophie?" Ash franziu a testa para mim e balançou sua


cabeça. Ele tinha uma nuvem de confusão

em seus olhos. Uma fúria interior ameaçava explodir. "O que


ele quer dizer? O que a minha

família fez para ele?"

"Não se preocupe com isso agora," eu disse dando um olhar


sobre o sheik. "É uma história antiga. Eu

vou te contar mais tarde."

Suas narinas se alargaram, mas ele absteve-se de fazer


mais perguntas, embora eu achasse que

ele estava testando sua paciência.

"Eles realmente não estão noivos," meu pai disse para o


sheik. "Ela só quer o dinheiro dele, e

ele só quer seu dinheiro." Ele mostrou os dentes num sorriso


macabro quando o sheik lhe deu

atenção. "Os Kavanaghs são uma família sem escrúpulos.


Eles estão te enganando, senhor, e vão
pegar todo o dinheiro que eles puderem espremer de você
com este falso noivado

entre minha filha e o filho deles. Mas eu não acho certo. Eu


sou o pai dela e não quero que

minha filha seja usada assim para que eles possam ganhar."

Os músculos da mandíbula do sheik se cerraram. Os lábios


dele ficaram brancos. "Isso é

verdade?" ele perguntou para Ash. "Você mentiu para


mim?"

Ash inclinou a cabeça em um aceno.

O sheik empurrou meu pai e caminhou para fora.

Tinha acabado. A mentira tinha chegado ao fim. Tinha


estragado tudo. Meu pai tinha estragado

tudo, e agora ele ia ficar repreendendo a família de Ash na


cara dele. Eu não ia aguardar e deixá-lo

machucar Ash assim, mas não parecia que ele estava indo a
qualquer lugar. A única maneira de fazê-

lo parar foi dar-lhe um motivo para sair. Então eu saí.

Eu corri. As lágrimas escorrendo pelo meu rosto borrando


minha visão para que eu não soubesse

para qual direção eu me dirigia. Tudo o que eu sabia era que


eu estava fugindo do restaurante, do

meu pai e de Ash. Longe da minha vida confusa.


Senti-me doente, com meu coração em pedaços. Como meu
coração ainda conseguia bater

era um mistério para mim porque doía muito. Esfreguei


meus olhos, mas mesmo assim as lágrimas

vieram. Eu continuei a correr. O ar frio acalmou um pouco a


minha pele quente... e o vento varria o

meu cabelo. Meu ombro bateu num poste de luz e quase


tropecei em uma seção desigual do

pavimento.

Então uma mão agarrou meu braço e me empurrou de


volta. "Pare, Sophie!" Ash. Ele parecia

preocupado e aliviado e com raiva ao mesmo tempo. "Jesus.


Você está indo para a estrada.”

Olhei através de meus cílios molhados e vi que eu tinha


quase entrado na pista que levava a

estrada. Meu corpo começou a tremer. Não conseguia parar.


O ar fresco da noite se infiltrou em meus

ossos e alojou-se lá.

Ash me largou e minhas lágrimas começaram a jorrar


novamente. Eu queria o seu toque, mas

precisava de sua ira. Era bem-vinda. Eu merecia depois do


jeito que eu tinha enganado ele.

"Não acredito," ele rosnou. "Não acredito que eu não vi


como realmente você é. É por isso que
você estava fingindo gostar de mim? Foi por isso que você
dormiu comigo? Para se vingar?"

"Não! Meu pai é quem quer se vingar, eu não."

Ele resmungou. "Não me importo com os motivos dele, só


com os seus. Você é a única que

importa para mim."

Soou amargo, mas as próprias palavras me deram algo


positivo para eu me agarrar. Eu precisava

disso, já que tudo ao meu redor estava em movimento,


como um mar tempestuoso.

"Então foi por dinheiro” ele zombou. Não havia nada do


homem gentil e amável que eu

conhecia naquela voz cruel. Os olhos dele brilhavam como


diamantes frios contra a luz ofuscante dos

postes. Ele era o cruel e feroz CEO. "Eu sabia, mas parte de
mim sempre quis acreditar que eu

estava errado." Ele enfiou a mão no bolso do paletó e tirou


algum dinheiro. "Aqui. O pagamento final

pelo seu tempo."

Ele empurrou o dinheiro e tirou sua mão. "Não quero seu


dinheiro. Não é sobre dinheiro."

Eu abri minha bolsa e encontrei o maço que ele tinha me


dado mais cedo. Eu estendi-lhe as notas.

"Eu vou te pagar o resto quando eu tiver. Tudo o que você


me deu."
Ele não aceitou, mas olhou para mim, assim que enfiei o
dinheiro no bolso do paletó. Algumas

notas se derramaram pela calçada e o vento as levou


embora.

Era difícil ver na luz fraca da rua, mas achei que seus olhos
se amoleceram e sua mandíbula

relaxou. "Eu não queria te pagar também. Me sentia sujo e o


que senti por você não era sujo."

Eu queria chegar perto dele e abraçá-lo, dizer a ele que o


amava e que não me importava com

o dinheiro dele. Mas seu corpo se enrijeceu novamente, e


quando ele falava, sua voz era desafiadora

e implacável.

"Por que, Sofia? Por que você fez isso se não era o que você
queria?"

Era o que eu queria! Eu queria gritar para ele, mas se hoje


eu tinha aprendido alguma coisa

era que eu estava certa. Uma relação entre nós não iria
suportar as tempestades jogadas em nós

pelo comportamento de um bêbado e vingativo - meu pai.


Havia muita história ruim sob a ponte

Kavanagh-Mason e não ia levar a lugar nenhum

"Se não é sobre o dinheiro a única razão que posso pensar é


vingança," ele disse. "Porque você
não quer ficar comigo. Você já deixou isso claro em várias
ocasiões." A tristeza e a decepção em sua

voz me machucavam. Eu odiava que ele pensasse isso de


mim, mas talvez fosse melhor. O que

tornou mais fácil para ele ir embora. "Deus, eu sou um tolo.


Confiei em você, Sophie. Eu me

apaixonei por você."

Meu coração parecia morto no meu peito. As palavras dele


pairavam no ar entre nós, uma bela

promessa e uma prisão ao mesmo tempo. Eu segurei um


soluço, mas as lágrimas voltaram.

Ele limpou a palma da sua mão na boca. "Espero que você


esteja dando uma boa risada às

minhas custas." Ele se virou e caminhou de volta para seu


carro. Papai estava pairando à distância, e

agora que ele tinha me visto, vinha na minha direção.

Eu entrei num táxi e fiquei aliviada que ele chegou antes do


meu pai.

CAPÍTULO 11

Eu consegui evitar meu pai naquela noite. Ele bateu na


porta do meu quarto, mas eu pedi para ele

ir embora. Na manhã seguinte, ele me deu um sorriso


tímido quando eu apareci para o café da manhã.

"Você está bem?" ele perguntou, espiando meu rosto com


preocupação.
"O que você acha?"

"Eu acho que você tinha que escapar daquele Kavanagh."

"Pare com isso! Pare com isso, pai. Ash não é o pai ou a mãe
dele. Não o culpe pelos problemas

que você teve com seus pais. Você não tinha o direito de
invadir o restaurante daquele jeito. Você nos

deixou embaraçados e arruinou seu negócio. Você estragou


tudo!"

Ele segurou suas mãos. "Acalme-se."

"Eu não vou me acalmar! Ash não merece isso. Ele é um


cara legal."

"Sim? Então por que ele te pagava para dormir com ele?"

"Ele não estava me pagando para dormir com ele! Ele me


pagou para agir como sua noiva,

nada mais. Eu dormi com ele porque eu quis, não é da sua


conta. Sou uma mulher adulta e posso

fazer o que me der vontade. Incluindo te colocar para fora


do meu apartamento."

"Ei, agora você está sendo precipitada. Acho que eu bebi


um pouco demais na noite passada. Não

vai acontecer de novo."

"Não, não vai porque nós não veremos Ash novamente de


qualquer maneira." Ele não vai querer
nem ser meu amigo depois da noite passada. Meu Deus,
que confusão. "E você vai para o AA."

Ele suspirou. "Está bem."

Sua anuência rápida me pegou de surpresa. "Você vai?"

Ele mostrou um pedaço de papel sobre a mesa. "Eu peguei


o número esta manhã. Tem uma reunião

perto daqui hoje a noite." Ele suspirou novamente. "Eu não


queria que ontem à noite

acontecesse daquela forma. Você é a minha garotinha. Você


é tudo o que me resta no mundo.

E sinto que estou perdendo você."

Minha garganta ficou apertada. "Ah, pai."

"E para um Kavanagh."

Eu o abracei. Não pude evitar. Depois de tudo o que ele


tinha feito e dito, ele era apenas um

desastre emocional confuso como eu. E ele tinha razão — só


tínhamos um ao outro. "A única maneira

que você pode me perder é se você fizer uma proeza que


nem essa, e se você parar de ter

responsabilidade

por

suas

ações,
incluindo

empréstimos

de

dinheiro

com

um vagabundo como o Chefe. Empurrar meus namorados


para longe não vai nos aproximar. Vai

apenas abrir uma brecha ainda maior entre nós. Você


entende?"

Ele me apertou e não disse nada por um longo instante.


Tive um pressentimento que ele também

estava engasgado para falar. Finalmente ele acariciou


minhas costas. Seus olhos brilhavam com

lágrimas.

"Eu sei. Eu tive que ficar sóbrio antes de perceber isso, mas
eu vejo as coisas mais claras hoje.

É por isso que eu vou ao AA. É um sincronismo perfeito


também. A reunião vai terminar antes do

meu primeiro turno."

"Você conseguiu um emprego," eu disse feliz.

Ele assentiu. "Você não está feliz por mim?"

"Pai, é um bar. Não acha que vai ser muita tentação?"


Ele franziu a testa. "Você provavelmente está certa. Mas eu
não posso aceitar o trabalho e desistir

em seguida. Eu vou até lá hoje e vou falar com o meu novo


chefe sobre isso e explicar sobre minha

desistência."

Eu o abracei novamente. "Estou muito feliz por que você


está conseguindo se reerguer."

"Sinto muito, Sophie. Agora, sobre a noite passada — talvez


eu possa telefonar e pedir

desculpas."

"Não faça isso. Você não disse nada que ele não fosse
descobrir eventualmente. Não teria

funcionado entre nós de qualquer maneira. Somos muito


diferentes." Dei de ombros e virei para

esconder as lágrimas que vinham aos meus olhos


novamente.

"Você é boa o suficiente para ele, Sophie. Nunca se esqueça


disso. Dinheiro não compra classe

ou um bom coração, e você tem ambos em abundância."

Eu beijei sua bochecha, mas não disse nada. Não havia


nada mais a dizer.

Eu admito que eu estivesse pensando na possibilidade de


ligar para Ash e me desculpar. Tinha

até pegado meu telefone e olhado o número nos contatos.


Mas não liguei. As feridas que nós dois
tínhamos nos causado ontem à noite eram profundas e
precisavam de tempo para curar. Falar seria

apenas mantê-las frescas e abertas. Mesmo assim, colocar o


telefone de lado era a coisa mais

difícil que eu já tinha feito.

Papai foi para a sua reunião dos Alcoólicos Anônimos depois


do nosso jantar de arroz frito. Era

tudo o que podíamos pagar, mas não me arrependi de ter


dado para Ash seu dinheiro de volta. Passar

fome por alguns dias era melhor do que ter Ash achando
que eu era uma puta, achar que eu fiquei com

ele por causa do seu dinheiro, ou por vingança.

Eu me sentia doente quando eu pensava sobre a cena no


restaurante e sobre o que aconteceu do

lado de fora e no olhar no rosto de Ash quando meu pai


falou sobre o nosso acordo. Sem dúvida ele

deveria ter perguntado a seus pais o que tinha acontecido e


agora ele já sabia da estória toda. Ele

parecia tão magoado e tão zangado também. Quanto tempo


ia demorar para ele me perdoar? Será que

algum dia ele ia me perdoar?

A batida na porta me fez dar um pulo. Não. Certamente ele


não tinha voltado para mim. Eu

abri a porta com os dedos tremendo e engasguei quando vi


Harry e Ellen Kavanagh parados na minha
porta. Eles pareciam um casal perfeito, que tinham acabado
de sair de um anúncio de

planos de aposentadoria.

"Podemos entrar?" Ellen perguntou.

Harry olhou por cima da minha cabeça.

"Ele não está aqui," eu disse. "Tenho certeza de que você


sabe que ele vive comigo agora. Parece

que vocês são capazes de descobrir essas coisas."

"Ele vai voltar para casa em breve?" Harry perguntou.

"Não. É ele que você quer ver?" Eu tentei combinar a


rapidez de Ellen, mas desisti. Eu estava

mais curiosa do que qualquer outra coisa.

"Não particularmente," ela disse. "Mas se ele estivesse aqui,


ele mataria dois coelhos com uma

cajadada."

Harry disse: "Por assim dizer," com um pequeno sorriso.


"Podemos entrar?"

Eu me afastei e deixei-os passar. Fiquei feliz porque meu pai


não estava em casa. Ele podia ter

dito as coisas certas para mim, mas o arrependimento dele


era muito recente para testar com as

pessoas que ele tinha ódio há tanto tempo.


"Sente-se na sala de estar," eu disse. "Ela está limpa," eu
adicionei quando Ellen hesitou.

Ela e o marido trocaram um olhar, em seguida, sentaram-se


no sofá.

"Vocês aceitam alguma coisa?"

"Não, obrigado." Harry limpou a garganta. "Espero que você


não ache que estamos te sufocando

por nós dois termos vindo, mas eu insisti. Queremos


esclarecer quaisquer mal-entendidos que

possam existir entre nossas famílias."

Eu puxei uma das cadeiras da cozinha para a sala de estar e


sentei-me. "Continue."

Ellen assumiu o lugar de seu marido. "Quando eu passei


aqui, eu te avisei para não machucar

Ash. Pedi para você ficar longe dele, se as suas intenções


fossem baseadas em vingança."

"Eu me lembro," disse firmemente.

"Parece-me que já era tarde. Ele já estava apaixonado por


você. Você já o tinha machucado de

qualquer maneira."

Eu dobrei minhas mãos no meu colo. Eu não tinha certeza


quanto mais eu suportaria antes de

cair num choro convulsivo, mas eu queria continuar a ouvir


um pouco mais. Ser repreendida por
essa mulher me fazia me senti bem, de alguma forma.
Como se fosse uma limpeza.

"Mas você tinha que ter dito para ele por que você não
podia ficar com ele?"

"O que você que dizer?"

"Ele veio conversar com a gente hoje," Harry disse,


assumindo. "Ele nos perguntou por que seu

pai estava com tanta raiva e porque ele achou que


precisava se vingar em um membro da nossa

família".

Eu não agüentava mais. Não podia deixar essas pessoas


acharem que eu era tão fria. "Eu não fiz

isso por vingança."

“Viu?" Harry disse para Ellen. "Eu avisei que ela não era
assim."

"Você só tem a palavra dela," Ellen sussurrou.

Ele acariciou a mão dela e ela não as afastou dele. Foi o


primeiro sinal de afeto que eu tinha

visto entre eles. "Então por que deixou Ash pensar que foi?"
Harry perguntou.

Eu suspirei. "É complicado."

"Estamos ouvindo."

"Resumindo é que não sou boa o suficiente para Ash."


Ambos piscaram para mim.

"Eu acho que você vai concordar com essa avaliação, depois
que meu pai bêbado arruinou

seu negócio além de ter se feito de tolo. Tenho certeza de


que Ash lhe contou o que aconteceu."

"Foi o seu pai que fez a besteira," Ellen disse. "Não foi
você."

"Não, mas ele não vai mudar. Ele vai ser sempre meu pai."

Ela deu uma risada. "Você acha que nos importamos com
isso? Acredite, há muito pior em

nossa família. Um bêbado não é nada."

As palavras dela me chocaram. Do que ela poderia estar


falando? Os olhares que eles

trocaram me deixaram curiosa. Qual Kavanagh estava


causando problemas?

"Além disso, não é só meu pai," eu disse. "Eu sou apenas


uma garçonete. Na verdade, nem isso

eu sou. Eu sou uma garçonete desempregada. Eu não sou


inteligente ou sofisticada. Não me lembro

qual garfo usar para peixes, e minha conversa é limitada.


Pessoas como o sheik me acham sem

graça."

"Na verdade ele gostou de você," Harry disse. "Eu falei com
ele hoje. Ele me disse que ficou
decepcionado porque você e Ash não são um casal de
verdade e como ele achava que vocês tinham

sido feitos um para o outro."

Eu engoli, mas o caroço na minha garganta não ia embora.


"Eu vivo em uma lixeira," disse. "Não

tenho nada meu."

"Ash não liga para isso," Ellen disse.

"Isso não nos interessa," ecoou Harry.

Eu funguei. Por que estavam sendo tão legais comigo


depois da maneira como eu tratei

o Ash? "Papai nunca vai te perdoar," eu disse agarrando a


única coisa odiosa que pude pensar.

A mão de Harry apertou a mão da esposa. "O que seu pai


disse para você porque ele deixou a

Kavanagh Corporation?"

"Que você o demitiu depois de descobrir..." Não podia dizer.


Eles pareciam um casal feliz e o

problema que eles tiveram no passado ficou no passado.


Não queria trazê-lo de volta ao presente.

"Não despedi seu pai porque eu pensei que ele estava


tendo um caso com a Ellen," Harry disse.

Eu olhei para ele. "Não?"

"Não! Ellen é tão leal a mim como eu sou para ela."


Ela assentiu com a cabeça.

Harry suspirou. "A verdade é que, seu pai estava passando


por uma fase muito difícil depois que

sua mãe morreu. Eu ignorei alguns erros que ele fez, mas
em seguida ele custou à empresa uma

grande quantidade de dinheiro em um projeto que ele


estava gerenciando. Confiei em Ellen naquela

época como sempre e pedi para ela falar com seu pai, mas
ele negou ser o responsável pelo erro.

Não foi o erro que me incomodou, mas a sua negação.


Tínhamos de ter uma base sólida, ter uma

relação de confiança. Dei-lhe todas as oportunidades para


vir até mim e admitir seu erro, mas ele não

o fez. Ele era orgulhoso demais para pedir ajuda. Foi nessa
época que percebi que ele estava

bebendo muito, e nós tentamos convencê-lo a ter


aconselhamento. Ele se recusou e entrou no meu

escritório, me chamando de todos os tipos de nomes. Senti


o cheiro de bebida nele e eu deveria

ter feito vista grossa. Mas não fiz. Eu o despedi." Ele


arrastou a mão pelo cabelo e não me olhou.

"Eu gostaria de ter sido mais piedoso."

Meu coração estava na minha garganta, batendo num ritmo


rápido. Eu não podia falar, só podia
olhar. Eu deveria saber que seria em parte —
principalmente — culpa do pai, mas eu acho que eu

não queria acreditar.

"Harry ficou mais calmo no dia seguinte," Ellen disse. "Ele é


como Ash. Rápido para ficar com

raiva, mas rápido também para deixar de ficar. Ele ligou


para seu pai, mas não conseguiu encontrá-

lo. Eu fui até a casa dele, mas ele tinha ido embora. Tinha
feito as malas e tinha se mudado. Ele não

deixou endereço."

"Ele veio para cá viver comigo," eu disse calmamente. "Ele


estava mal. Ele está mal desde

então." Eu enterrei minha cabeça em minhas mãos e dei


uma respiração profunda. "Me

desculpe. Sinto muito por todos os problemas que ele


causou no passado e agora."

"Ele não está bem?" Harry perguntou calmamente.

Dei de ombros. "Ele está melhor. Acho que ontem foi um


soco no estomago dele para o início

da recuperação dele, mas acho que no futuro haverá menos


socos. Ele está indo as reuniões do AA

e ele quer voltar a trabalhar."

"Ele amava muito a sua mãe," Ellen disse.


Meu queixo e lábio inferior tremiam. "Eu sei. Obrigado por
terem vindo me contar tudo. Eu

precisava saber a verdade."

"Não foi por isso que viemos."

Balancei a cabeça. "Você queria me dizer o quanto eu


magoei Ash. Bem, vocês não precisam. Eu

sei. Vi nos olhos dele." Puxei uma respiração para acalmar


meus nervos. "Mas ele vai ficar bem.

Ele só precisa de tempo. Não deixamos nossa relação ir


muito longe."

"Você pode continuar pensando assim," Ellen falou. "Mas


não é verdade."

"Ouça," Harry disse antes que eu pudesse perguntar o que


ela quis dizer. Ele se inclinou para

frente. "Ash surgiu com este acordo de um falso noivado,


não por causa do sheik, mas porque ele

não sabia como se aproximar de você."

Pisquei rapidamente através de minhas lágrimas. "Eu não


entendi. Ash pode ter a mulher que ele

quiser. Tudo o que ele tem que fazer é ir até a um bar e ela
vai cair a seus pés."

"Não é isso o que ele quer."

Olhei para ela. Não queria dizer que era isso o que eu queria
fazer, mesmo antes de saber que
ele era um Kavanagh.

"Ash é um workaholic (viciado em trabalho) e não sabe


como convidar uma mulher para sair,"

Harry disse. "Eu sei que soa estranho quando ele tem tanto
para oferecer, mas é verdade."

"Ele puxou o pai." Ellen deu a seu marido um doce sorriso


que me pegou desprevenida. Esse tipo

de sorriso era muito estranho nela.

"Ash está muito mal, miserável," Harry continuou. "Falamos


com ele esta manhã e ele... não está

bem. Será que você pode ligar para ele?"

Eu agarrei meus dedos mais apertados. Depois de tudo o


que tinha acontecido, eles queriam que

eu ficasse com Ash? Era bom demais para acreditar. Senti


como se algo dentro de mim estivesse

desmoronando, e com o choque, percebi que era o muro


que eu tinha construído em torno de meu

coração.

"Foi apenas um acordo financeiro," eu me ouvi dizendo.


"Não é um relacionamento verdadeiro"

"É verdade?" Ellen disse. "Porque eu vi o jeito que você


olhou para ele e ele para você no

casamento. Você quer mais do que um acordo financeiro


como você colocou. E não me venha
com essa bobagem sobre não ser digna dele. Admito que
meu filho seja uma pessoa maravilhosa,

mas ele não é perfeito. Além disso, em comparação com as


mulheres que alguns dos meus filhos

trouxeram para casa de vez em quando, você positivamente


é uma princesa. Você conheceu Zoe."

Eu sorri através de minhas lágrimas e limpei minhas


bochechas.

"E da maneira que o nosso filho mais novo está vivendo,


precisamos de boas notícias," Harry

disse com um toque irônico.

O sorriso de Ellen se tornou soturno. "Acho que você vai ter


que ligar para Ash. Eu não

acredito numa mulher perseguindo o homem, mas é a única


forma desta vez. Ele ainda se sente muito

magoado e vai se sentir assim por algum tempo. Ele pode


ser um homem gentil, mas ele tem o

orgulho dos Kavanaghs fluindo em suas veias. Mas ele te


ama, Sophie. Isso é tudo que importa."

Depois que eles saíram, peguei meu telefone e disquei o


número de Ash com os dedos tremendo.

Foi direto para a caixa postal. Desliguei sem deixar uma


mensagem.

Talvez eles estivessem errados. Talvez Ash não me amasse.


Ou ele me amava e eu tinha
destruído o amor ontem à noite.

Tentei ligar novamente, e mais uma vez caiu na caixa


postal. Eu coloquei o telefone na mesa e fui

fazer

uma

xícara

de

chá.

Eu

não

conseguia

dormir

ainda estava acordada quando meu pai chegou em casa por


volta da uma hora da manhã.

"Você ainda está acordada?" ele disse jogando sua chave na


mesa. Ele entrou e beijou o

topo da minha cabeça.

Ele estava de bom humor e não queria vê-lo desaparecer.


Decidi não falar para ele sobre a visita

de Ellen e Harry. Talvez amanhã. Ou talvez nunca. Eu não


tinha certeza se ele precisava ouvir, ou se
ele estava pronto.

"Eu gostaria de saber como foi a sua noite," eu disse para


ele.

"Tudo bem. Ótimo! E a reunião do AA não foi tão ruim. Todo


mundo está realmente

interessado em ajudar."

"Então você vai voltar?"

"Tenho certeza que sim. Por você, querida." Ele foi para a
cozinha e pegou um copo de água

"E o trabalho?"

"Essa é a melhor parte. Meu chefe me disse que eu


provavelmente não deveria trabalhar com

álcool. Começamos a conversar e quando eu lhe contei


minha experiência profissional anterior, ele

decidiu me contratar para trabalhar em seu escritório. Ele


possui alguns bares e disse que precisava

de alguém para supervisionar as operações existentes


enquanto ele continua expandindo seu

negócio. Eu vou ser testado primeiro lugar, é claro. Ele


deixou claro que se eu beber no trabalho ou

fizer alguma besteira, ele vai me despedir sem hesitação."

Eu sorri para ele. Eu ainda me sentia instável e ferida depois


de pensar sobre Ash a noite
toda, era o melhor que eu podia oferecer. "Estou feliz por
você, pai. Realmente, estou muito feliz.

Só não estrague tudo, está bem? Eu posso não ser mais


uma criança, mas às vezes ainda preciso do

meu pai perto de mim."

Ele voltou para a sala e beijou minha testa. "Eu vou fazer o
meu melhor."

"Pai," eu disse, pegando a mão dele antes que ele fugisse.


"Eu preciso de mais uma coisa de

você."

"Qualquer coisa".

"Preciso que você perdoe Harry Kavanagh."

Estreitei meus olhos e me perguntei se eu tinha dado um


passo grande demais, cedo demais. "Por

quê? Você vai sair voltar a sair com o filho dele?"

Eu suspirei e soltei a mão dele. "Eu não sei. Não é esse o


ponto. O ponto é que você está há

muito tempo com raiva. Se você realmente quer seguir em


frente com a sua vida, você tem que

deixar tudo o que aconteceu entre vocês no passado. É hora


de perdoar."

Ele ficou calado por um longo momento. Então ele


finalmente respirou profundamente e assentiu
com a cabeça. "Eu sei. Eu vou tentar, por sua causa.
Prometo que não vou ficar no seu caminho, se

você quiser namorar um Kavanagh."

Eu dei uma risada. Não dependia de mim eu namorar Ash


ou não. Não quando ele não

retornava minhas ligações.

CAPÍTULO 12

Na manhã seguinte eu tentei o telefone de Ash novamente.


Não tive resposta. Se eu

precisasse de um sinal de que ele não queria nada comigo,


era esse o sinal. Eu não tentaria

mais. Minha dignidade estava pendurada por um fio e outra


ligação sem resposta podia cortar o fio

completamente.

Meu sofrimento aflorou por volta do meio da tarde. Meu pai


tinha começado seu

novo emprego naquela manhã, então não tinha ninguém


para conversar, exceto meus próprios

demônios, e eles eram uma triste companhia. Visitei alguns


amigos e perguntei se eles sabiam de

alguma vaga, de qualquer trabalho. Então pedi um


empréstimo para Jen, minha melhor amiga. Eu
nunca tinha pedido dinheiro emprestado para ninguém
antes, mas eu estava desesperada.

"Somente até meu pai receber seu primeiro salário," disse


para ela.

Ela me deu mais do que eu precisava para passar duas


semanas e não aceitou uma parte do

dinheiro quando tentei entregá-lo de volta. "Vai se


matricular no curso que você está sempre falando

que quer fazer."

"Contabilidade?"

Ela assentiu com a cabeça, mordiscando o lábio inferior com


os dentes.

Eu embolsei o dinheiro e dei-lhe um sorriso. "Eu vou.


Obrigada, Jen. Obrigada por sua amizade."

Ela me deu um abraço e foi bom saber que eu tinha amigos


como ela. Eu a tinha negligenciado

ultimamente.

"Deixe-me saber se há alguma coisa que eu possa fazer por


você," eu disse para ela.

"Tem uma coisa." Eu devia ter fugido uma milha, quando ela
me deu um sorriso malicioso.

"Você pode me dizer o que está acontecendo entre você e


Ash Kavanagh."

Eu suspirei. "Não há nada para dizer. Nós namoramos um


pouco, mas acabou."
"Por quê?"

Dei de ombros. "Porque sim."

Ela colocou o cabelo preto atrás da orelha. "Você não parece


feliz com isso."

Dei de ombros novamente. Eu não estava com vontade de


contar-lhe tudo o que tinha

acontecido. Talvez um dia.

"É provavelmente melhor você não ter nada a ver com


aquela família agora," ela prosseguiu.

Eu franzi a testa. Tinha o sheik publicamente chamado o


Ash de mentiroso? Meu coração

começou a bater mais forte. "Por quê?"

Ela virou a capa do seu iPad e tocou na tela. "Aqui." Ela


estava olhando para um artigo em

um site de notícias. Sob a fotografia de Damon Kavanagh


estava escrito: KAVANAGH PRESO POR

ASSALTO.

“Oh meu Deus," eu disse com um suspiro. Li o resto do


artigo, mas dizia muito pouco. Parecia

haver poucos detalhes disponíveis e eu me perguntei se os


Kavanaghs teriam usado sua

influência para suprimi-los. "Eu tenho que ir."

Jen levantou-se e me seguiu até a porta. "Aonde você vai?"


"Ver Ash."

"Mas você disse que estava tudo acabado."

"Está, mas ele provavelmente precisa de um amigo.


Podemos não estar mais namorando,

mas eu quero que ele saiba que eu sempre vou estar com
ele, se ele precisar de mim."

Agora, os problemas entre Ash e eu pareciam


insignificantes. Tudo o que importava era certificar-me

se ele estava bem.

Ela não parecia convencida. "Espero que você saiba o que


está fazendo. Os

homens Kavanagh não são para brincadeiras."

Dei-lhe um aceno triste. "Eu sei. Obrigada, Jen. Você é a


melhor amiga do mundo."

Nos abraçamos e depois corri até o meu carro. Fui direto


para o prédio de Ash. De acordo com o

porteiro, Ash não estava em casa. Eu não tinha como saber


se isso era uma mentira ou se era uma

maneira de Ash me evitar. Tentei ligar-lhe novamente, mas


a ligação caiu direta na caixa postal. Ele

tinha desligado o telefone. Eu tentei o número do trabalho


dele, mas sua P. A. disse que ele não tinha

ido trabalhar e que se eu era da imprensa deveria ter


vergonha de estar perseguindo um homem
honrado e inocente. Eu não me incomodei de corrigi-la.

Droga.

Ele provavelmente estava na sua casa em Serendipity Bend,


falando com os advogados da

família. Eu não queria me intrometer, mas eu também sabia


que Ash poderia ficar lá por muito tempo.

Ele podia até mesmo ficar para dar suporte a seus pais.

Eu briguei comigo mesma por quinze minutos e


eventualmente decidi desistir. Ele estava com

a família, com as pessoas que o amavam. Ele ficaria bem.


Ele não precisava de mim. Tinha sido uma

idéia tola achar que ele precisaria de mim quando ele tinha
tantos entes queridos perto dele.

Amor. Eu ainda não tinha coragem de falar as palavras de


Ellen. Era demais para eu esperar que

fosse verdade.

Fui para casa. Era fim de tarde e o trânsito estava horrível.


Não importava. Eu não estava com

pressa de estar em qualquer lugar. Eu estacionei na


garagem e subi as escadas.

Parei no topo. Vi Ash sentado no chão, suas longas pernas


estendidas, a cabeça encostada na

porta do meu apartamento, seus olhos fechados. Uma


penugem escura sombreava sua mandíbula e
linhas profundas vincavam sua testa. Ele usava um terno,
mas sem gravata, os dois primeiros botões

da camisa estavam abertos.

Eu respirei. E respirei de novo. "Ash."

Ele deu um saltou e ficou de pé num piscar de olhos. Ele me


encarou. "Sophie! Não te ouvi."

Olhei para meus sapatos. Eles tinham um solado macio e


silencioso. "Seu carro não está parado

aí na frente." Parecia uma coisa estúpida de se dizer, mas


tinha dado um branco na minha mente.

"Eu pedi David para me trazer e me deixar aqui. Eu vou


chamá-lo quando estiver pronto para ir."

Ficamos sem falar por um longo instante, até que me


lembrei de ser educada. "Você quer entrar?"

Ele assentiu. "É provavelmente melhor falar onde nós não


podemos ser ouvidos."

Abri a porta, ciente de que estava perto de Ash e que eu


podia sentir o seu perfume e sentir o

seu calor. Assim que a porta estava aberta, eu me arrependi


de tê-lo convidado. O apartamento

estava limpo, mas agora ele ia ver como eu vivia. Eu tentei


colocar o tapete sobre a maior mancha

que ficava perto do sofá, mas ele pegou minha mão.

"Está tudo bem, Sophie," ele disse com aquela voz suave,
melódica que eu sentia tanta saudade.
"Você não precisa esconder nada de mim."

Como ele sabia o que eu estava fazendo? Eu engoli e ele me


soltou. Eu senti a impressão da sua

mão na minha pele depois que ele a soltou.

Nós nos sentamos em lados opostos do sofá até que me


lembrei de perguntar-lhe se ele queria

uma bebida. Ele balançou a cabeça. "Ouviu sobre Damon?"


ele perguntou.

"Sim. Há poucos minutos. Tentei ligar para ver se você


estava bem, mas você não atendeu."

Ele estremeceu. "Eu desliguei meu celular. Os repórteres


não paravam de ligar e estavam me

deixando louco".

"Eu pensei que era o seu número privado".

"Assim como eu. Não sei onde eles conseguem essas


informações. Eu sei que você ligou ontem à

noite também, mas eu... Eu não estava preparado para falar


com você. Me desculpe."

"Tudo bem. Como você está desde que ele foi preso?"

Ele inclinou os cotovelos sobre os joelhos e abaixou a


cabeça. "Não acho que Damon vai sair

dessa." Ele não parecia zangado com seu irmão, nem o


culpava.

"Ele fez isso?"


Ele assentiu. "Ele tinha suas razões, mas não podemos
negar que ele bateu no outro cara."

"E o outro cara está bem?"

"Ele está no hospital em coma induzido, enquanto eles


esperam o inchaço no seu cérebro

diminuir."

Eu soltei um suspiro. "Ah, Ash. Isso é horrível. E o Damon


está bem?"

"Eu não sei. Ele não está falando com qualquer um de nós.
Se o cara morrer... Damon nunca mais

vai ser o mesmo. Ele vai pirar. Nós nunca vamos ter nosso
irmão mais novo de volta." Ele

apertou seus olhos e beliscou a ponta de seu nariz.

Eu me desloquei para mais perto dele e coloquei a mão em


suas costas. Os músculos dele se

contorceram sob a minha palma. "Sua família é forte," eu


disse para ele. "Você vão passar por isso

juntos e vão sair vitoriosos. Só vai levar algum tempo."

"Eu sei,” ele sussurrou. "Obrigado. Eu precisava ouvir isso."

"Há mais," eu disse, tentando aliviar seu humor negro. "Eu


tenho um monte de palavras de

sabedoria, se você quiser ouvi-las. Há um livro inteiro na


minha prateleira se você puder esperar que

eu vá pegá-lo."
Ele inclinou a cabeça e riu suavemente. "Sério Sophie.
Obrigado por me receber hoje. Eu não

tinha certeza se eu devia vir aqui depois da outra noite."

Eu balancei minha cabeça. "O que aconteceu não é culpa


sua, Ash."

"Eu não devia ter gritado com você." Ele se endireitou e


mexeu no bolso do paletó. "E não devia

ter deixado você me devolver isto." Ele estendeu um maço


de dinheiro.

Eu pisquei volta para ele, não tinha certeza do que dizer, ou


até mesmo como me sentir. Eu deixei

Jen me emprestar dinheiro — porque aceitá-lo de Ash era


diferente? Mas não queria

que ele pensasse que era tudo que eu queria dele.

"Ash... Eu.... um amigo me deu algum dinheiro e novo


emprego do meu pai paga a cada duas

semanas. Obrigada, mas não preciso desse dinheiro."

Sua respiração era audível. "Estou preocupado com você,


Sophie." Ele colocou o dinheiro no

sofá e passou as mãos pelo cabelo dele. "Estou tão


envergonhado da minha resposta na outra noite no

restaurante. Eu vivo em minha torre de vidro, como minha


mãe diz e nem sempre vejo as coisas

do ponto de vista das pessoas ao meu redor. Jesus, Sophie,


você me deixou pensar que estava tudo
bem, que tinha dinheiro de seus outros trabalhos e ao
mesmo tempo estava quase morrendo de fome."

Retirei a minha mão. "Você não sabe se eu estava morrendo


de fome," disse rigidamente.

"Falei com Liam. E tivemos a certeza de que você não tinha


muito."

Maldito Liam e todas as vezes que eu tinha confiado nele.


Eu dobrei minhas mãos no meu colo,

torcendo um dedo ao redor do outro. Olhei para eles que já


estavam ficando brancos. "Obrigada

pelo dinheiro. Eu pagarei de volta, Ash."

"Você não precisa."

"Eu preciso. Mas eu só vou aceitá-lo se você me prometer


que agora podemos ser amigos." Parei

de torcer os dedos e os apertei juntos com mais força. "Eu


quero te ver novamente. Não quero que

você saia da minha vida para sempre e nunca mais ouvir


falar de você ou te ver." Eu funguei

enquanto as lágrimas jorravam. "Será que você, por favor,


pode perdoar meu pai por ter estragado

tudo com o sheik? Você pode, por favor, ser meu amigo
novamente?"

Foi tanto tempo antes de ele falar que eu comecei a entrar


em pânico. O que eu tinha dito? Por
que ele não podia ser meu amigo? O que havia de errado
comigo? Eu estava com muito

medo de olhar para ele e ver a resposta em seus olhos.


Além disso, meus olhos estavam cheios de

lágrimas e eu não queria que ele visse.

"Não," ele falou irritado.

Senti uma batida no meu rosto como se ele tivesse me dado


um tapa. Finalmente, eu estava

olhando para ele. Emoção enchia seus olhos e aparecia no


seu rosto. Não sabia o que fazer com a

mudança, mas uma saudade bateu dentro de mim, tão


profunda e poderosa, como um grito cortante.

"Não?" Eu sussurrei.

"Não." Suas narinas se alargaram enquanto ele lutava por


controle. "Não quero ser seu amigo,

Sophie."

Meu coração se rachou em pequenos pedaços Finalmente


explodi. As lágrimas se derramavam

pela minha face, e eu não me importava o quanto eu


desejava que elas parassem porque isso não ia

acontecer. Coloquei minhas mãos sobre o meu rosto, então


ele não me podia ver chorando, mas já era

tarde demais. Ele devia me achar patética.


Mãos quentes abraçaram meu rosto. Seus polegares
acariciaram minhas têmporas. Sobre o som

dos meus soluços, o ouvi dar um suspiro e soltar sua


respiração lentamente. "Não quero ser seu

amigo, Sophie," ele murmurou no meu ouvido. Por que ele


tinha que repetir novamente? Uma vez não

tinha sido ruim o suficiente? "Eu quero ser seu melhor


amigo. Eu quero ser seu amante, seu

confidente, a pessoa que você procura quando precisa de


ajuda, ou quando você vê algo engraçado e

quer compartilhar."

Eu parei de chorar, mas mantive as mãos sobre o meu


rosto. Eu tinha medo de tirá-las e quebrar o

feitiço das palavras maravilhosas que ele estava me


dizendo.

"Eu quero acordar com você na minha cama e dormir com


você em meus braços. Eu quero

segurar a sua mão e andar ao seu lado na rua. Eu quero que


as pessoas saibam como tenho sorte de

estar com você. Eu quero ouvir seu riso e sua voz de


manhã, de tarde e de noite. Quero dizer para

você todos os meus segredos, meus medos, meus desejos."

Ele colocou as mãos por cima da minha e gentilmente


levou-as para longe do meu rosto.
Eu pisquei meus olhos lacrimejantes, mas não confiava em
minha voz ainda. Felizmente, ele

não queria que eu falasse.

"Nós não podemos ser só amigos, Sophie, porque eu quero


tudo. Acho que sou egoísta assim."

O aperto na minha garganta não me deixava dizer uma


palavra. Eu só olhei para ele, tentando

descobrir como eu tinha tido sorte por esse homem


maravilhoso ter se apaixonado por mim, mesmo

depois de ver o pior de mim e da minha família. Parte de


mim queria dizer-lhe que eu não merecia

seu amor, mas eu enterrei essa pequena voz nos confins da


minha alma. Eu merecia. Eu o merecia. A

gente podia fazer esse relacionamento funcionar.

Seus dedos apertaram os meus. "Sophie?" ele sussurrou.


"Por favor. Isso está me matando. Eu só

quero uma chance para te provar o quanto eu amo você."

"Ash." Foi tudo o que eu consegui dizer. Eu joguei meus


braços ao redor dele e beijei-o

profundamente. Depois de um momento em que ele parecia


estar acreditando no que estava

acontecendo, ele me beijou de volta com toda a paixão que


estava em seu coração. Seu beijo era

possessivo e exigente, mas estava cheio de admiração e de


saudade também.
Sem parar de me beijar, ele tirou o casaco. Pus a mão no
peito dele. Ele piscou para mim,

o peito subindo e descendo com a sua respiração irregular.


"O que está errado?"

"Aqui não. Mau pai vai chegar a qualquer momento."

Seus olhos fecharam. "Graças a Deus. Eu pensei que você


tinha mudado de idéia."

Beijei-o novamente e ele sorriu contra a minha boca. Ele


envolveu seus braços ao meu redor,

mantendo-os depois que eu parei de beijá-lo. "Seu


apartamento?”

"Vou pedir ao David para trazer o carro." Ele pegou seu


celular.

"O vidro do carro entre o David e a parte de trás é grosso?"

Ele levantou suas sobrancelhas.

"Eu não sei se eu posso esperar até chegarmos ao seu


apartamento."

Ele riu e discou. Ele deu as ordens ao motorista para buscar-


nos enquanto eu colocava alguns

produtos de higiene pessoal e roupas em uma mala. Peguei


o suficiente para dois dias.

Estávamos prestes a sair quando a porta abriu. Papai ficou


no limiar e olhou para Ash.

Ele congelou com a boca entreaberta, os olhos bem abertos.


Ash pressionou a minha mão. "Eu sou Ash Kavanagh. Prazer
em conhecê-lo, senhor."

O olhar do meu pai parou na mão de Ash. Por um tempo


achei que ele ia destratá-lo, mas

ele apertou a mão de Ash. "É um prazer conhecê-lo


também. Por favor, me desculpe, pela

outra noite."

"Esquece. Todos nós já dissemos algumas coisas que nos


arrependemos depois. Quero

esquecer tudo e começar de novo."

Papai olhou surpreso de ter sido tão fácil. "Eu gostaria disso.
Então vão a algum lugar?" Ele

assentiu com a cabeça em direção a minha sacola na mão


de Ash.

"Vou passar um tempo na casa dele," disse. "Você vai ficar


bem sozinho?" De repente estava

repensando. Papai estava tentando vencer o alcoolismo.


Não queria que ele desistisse. Ele

ainda precisava de mim.

"É claro," disse ele, beijando minha bochecha. "Além disso,


não posso fazer companhia para

você esta noite, de qualquer forma, ou nas próximas


semanas."

"Por que não?"


Ele levantou a pasta que estava segurando. "Eu tenho que
analisar essas contas. Elas estão uma

bagunça. Eu provavelmente vou trabalhar até tarde e sair


cedo para o escritório todas às manhãs."

Eu sorri e depois o abracei. "Não trabalhe demais." Nunca


pensei dizer isso para ele.

Ele riu suavemente. Para Ash, ele disse, "tome conta dela.
Ela é preciosa para mim."

"Eu sei, e eu vou. Ela é preciosa para mim também."

Eu beijei meu pai novamente e fomos embora. David e o


carro estavam nos esperando do lado

de fora, e Ash entregou-lhe a minha sacola. David fechou a


porta, seu rosto uma máscara de

desinteresse o tempo todo.

O carro mal começou a rodar quando Ash retomou de onde


tínhamos parado no meu

apartamento. Ele me garantiu que o vidro escuro entre os


bancos da frente e de trás era grosso o

suficiente para bloquear qualquer imagem ou ruído. Eu


escolhi acreditar nele.

Minhas roupas estavam espalhadas no banco de trás


quando deixamos a minha rua, e nós

estávamos quase chegando à casa de Ash quando eu tive o


melhor orgasmo da minha vida.

Fim
Agora Disponível:

O ERRO DO NAMORADO BILIONÁRIO

Zac é o quarto irmão Kavanagh e o mais encantador. Certa


vez ele disse que podia ter qualquer

mulher na cama dele. Isso o fazia ser o único homem que


Amy não queria ter nenhum tipo de

relacionamento. Isso e o fato de que ele era o irmão mais


velho do homem que ela tinha colocado

atrás das grades. Ela conseguiu resistir ao seu encanto até


por muito tempo, até acordar numa cama

de hotel em Las Vegas com Zac — casada.

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Página dos Direitos Autorais
Página dos Direitos Autorais
Sobre O PACTO DO NAMORADO BILIONÁRIO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
Fim
O ERRO DO NAMORADO BILIONÁRIO
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