Linguagens e Códigos

SARESP 2023
Ciências da Natureza
2a Série
Ensino Médio
2a Série do Ensino Médio

Confidencial até o momento da aplicação.

2 Confidencial até o momento da aplicação.
 CADERNO 3

03

Leia o texto a seguir, parte introdutória de uma crônica da QUESTÃO 02

Martha Medeiros, para responder às questões de números
01 a 03. A locução “só que” poderia ser substituída, sem alterar o
sentido do texto, por:
Você tem o direito de discordar do que penso. Talvez
tenha se decepcionado com algum texto do passado e (A) “contudo”, “no entanto” ou “entretanto”.
nunca mais tenha restabelecido contato comigo nas rede­s
sociais. [...] Mas você não tem o poder de me cancelar. (B) “portanto”, “porém” ou “ainda que”.
N­inguém cancela ninguém, é só um verbo da moda. (C) “pois”, “apesar de” ou “no entanto”.
Se não foi comigo, foi com outra pessoa. Você discor-
dou das posições de um humorista, de uma influencer, de (D) “porém”, “visto que” ou “embora”.
um jornalista. Só que eles continuam existindo à sua e à
(E) “entretanto”, “mas” ou “portanto”.
nossa revelia, pois você e eu não temos o poder de ani-
quilar a carreira de ninguém, a não ser que a própria pes-
soa tenha colaborado muito para isso – sendo negligente,
mentirosa, corrupta, sei lá. Uma opinião atravessada não é QUESTÃO 03
suficiente, e deixar de segui-la nas redes gera apenas uma
No texto, o verbo “cancelar” assume o seguinte sentido:
falsa ilusão de fracasso. Realidade: a maioria dos seguido-
res volta, porque a razão de seguir era mais forte do que o (A) decepcionar-se com as atitudes e opiniões de uma
desdém temporário. pessoa famosa e, por causa disso, deixar de segui-la
(MEDEIROS, Martha. Só quem pode me cancelar sou eu. nas redes sociais.
O Globo, Revista Ela, 03.09.2023, p. 9. Adaptado)
(B) tentar destruir a carreira de uma pessoa famosa, valen-
do-se de um termo da moda, para gerar nela ilusão de
QUESTÃO 01
fracasso.

(C) deixar de seguir uma pessoa famosa nas redes sociai­s

No segundo parágrafo do texto, o emprego da locução
por discordar de suas opiniões e depois voltar a
“só que” contribui para construir a ideia de que
s­egui-la.
(A) o número de seguidores de uma pessoa famosa sempre
(D) aniquilar a carreira de uma pessoa famosa, deixando
se mantém, mesmo quando ela sofre cancelamento.
de segui-la nas redes sociais por discordar das suas
(B) não temos o poder de cancelar a carreira de uma posições.
p­essoa famosa, embora possamos discordar das suas
(E) discordar de uma pessoa famosa e, por isso, difamá-la
opiniões.
nas redes sociais com o objetivo de prejudicar a sua
(C) pessoas famosas continuam existindo à nossa volta carreira.
porque as cancelamos quando discordamos das suas
opiniões.

(D) deixamos de seguir uma pessoa famosa quando dis-

cordamos de suas posições, mas a carreira dessa pes-
soa só pode ser destruída por ela mesma.

(E) cancelamentos não afetam a vida de pessoas famosas,

apesar de trazer problemas para a sua carreira.

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 QUESTÃO 04 QUESTÃO 05

Para responder à questão, leia a tira a seguir. Leia o texto a seguir, parte de uma matéria sobre o livro
“Outlive: a arte e a ciência de viver melhor”, do cirurgião
Petter Attia.
ANTES DEPOIS DEPOIS

O que a Medicina 3.0 é capaz de fazer por nós?

Era uma vez a Medicina 1.0: se você tivesse enxaque-
cas frequentes, poderia receber uma trepanação crania-
ANTES DEPOIS DEPOIS na (sim, uma perfuração no crânio). A sangria era ampla-
mente utilizada, mesmo para quem sofresse de anemia.
(GALHARDO, Caco. Daiquiri. Folha de São Paulo, 7.10.2021)
E, desconhecendo os micro-organismos que nos rodeiam
Na construção do sentido da tira, é possível afirmar que os – e inclusive nos habitam – médicos estudavam cadáveres
itens antes e depois servem para de manhã e realizavam partos à tarde, infectando jovens
mães. A Medicina 2.0 descobriu as bactérias, criou as vaci-
(A) indicar o modo como a personagem usa o seu telefone nas e abriu caminho para o aumento da longevidade. No
celular em diferentes recortes temporais. entanto, para o cirurgião oncológico Peter Attia, cujo livro
“Outlive: a arte e a ciência de viver mais e melhor” acaba
(B) estabelecer um contraste espaço-temporal entre o
de ser lançado em português, não avançaremos sem a
h­umor da personagem e o seu celular.
Medicina 3.0, fundamentada na prevenção. “A Medicina
(C) situar temporalmente expressões de humor distintas 2.0 erradicou doenças mortais, mas a Medicina 3.0 foca na
e idênticas. saúde a longo prazo, com uma abordagem personalizada,
porque cada pessoa é única. Nossa longevidade é mais
(D) evidenciar que a tristeza sempre prevalece sobre a maleável do que pensamos e prevenção é a chave”, afirma
a­legria com o passar do tempo. o cirurgião.
(TAVARES, Maria. O que a Medicina 3.0 é capaz de fazer por nós?
(E) promover um distanciamento temporal entre bom
G1 – Bem estar. 31.08.2023. Disponível em:
h­umor e mal humor. https://g1.globo.com/. Adaptado)

Do ponto de vista sintático-semântico, o uso de caracteres

numéricos no texto tem a função de

(A) especificar o termo “Medicina” para apresentar mudan­

ças na forma de realizar procedimentos médicos e
combater doenças.

(B) restringir o termo “Medicina” para descrever diferentes

formas e atitudes de evitar doenças e preservar a saúde.

(C) introduzir uma informação acessória ao termo “Medi-

cina” para conscientizar o leitor sobre a importância de
preservar a saúde.

(D) complementar o termo “Medicina” para i­ndicar uma

degradação nas formas de tratamento médico ao lon-
go do tempo.

(E) modificar o termo “Medicina” para mostrar avanços na

descoberta da cura de doenças que sempre afligiram
a humanidade.

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 QUESTÃO 06 QUESTÃO 07

O anúncio a seguir foi publicado no jornal O Farol Paulis- O texto seguinte foi publicado pela revista “Superinteres-
tano em 6 de agosto de 1828. sante” como resposta à dúvida de um leitor sobre o nível
de complexidade das línguas.
João Rost, Cirurgião Dentista, approvado por varias facul-
dades de Medicina tem a honra de avizar a este respeita- A complexidade de uma língua tem a ver com
vel publico, que ele tira, alimpa, chumba dentes, e os faz o número de palavras?
claros por sujos que elles sejão, e tambem transplanta
NÃO. Até porque um falante nativo usa uma fração mi-
os dente da frente como naturaes, ou ainda mais fortes,
núscula do vocabulário da sua língua: o brasileiro médio
sendo a pessoa livre de molestias chrónicas. Tambem em
sabe algo entre mil e 2 mil palavras, enquanto a 1a edição
sua casa se vende elixir antiscorbútico para tirar a dôr de
do dicionário Aurélio, de 1987, tinha 115 mil verbetes. Não
dentes, a sua moradia é na Rua de Santa Thereza número
existem línguas objetivamente mais complexas – apenas
10, e também está prompto a ir a qualquer casa aonde o
idiomas mais ou menos fáceis de aprender em relação a
mandem chamar.
outros. Temos mais facilidade com o francês, por exemplo,
(Guedes, Marymarcia & Berlinck, Rosane (orgs). (2000) do que com o japonês – já que a gramática, o vocabulário
E os preços eram commodos... Anúncios de jornais brasileiros – século XIX.
São Paulo: Humanitas – FFLCH/USP. p. 358. Adaptado)
e a prosódia (musicalidade) dos francófonos é mais pare-
cida com a nossa.
Do exame do anúncio, pode-se depreender que (Oráculo. Superinteressante. Edição 454, agosto de 2023,
Editora Abril, p. 63)
(A) as ocorrências de “avizar”, em lugar de “avisar”, e de
“dôr”, em lugar de “dor”, mostram que a pronúncia des- No texto, a palavra “objetivamente” é usada para indicar que
sas p­alavras era diferente do modo como são pronun-
ciadas atualmente, o que se refletia no modo como (A) existem línguas mais objetivas do que outras, a depen-
eram escritas. der da complexidade da sua gramática, do seu voca-
bulário e da sua prosódia.
(B) a presença de palavras que não mais ocorrem no por-
tuguês contemporâneo, como “chrónicas” e “natura- (B) uma língua não pode ser medida quanto a sua com-
es”, evidencia que o léxico do português sofreu alte- plexidade, e a maior ou menor facilidade do seu apren-
rações, perdendo alguns vocábulos, mas ganhando dizado depende da proximidade com outras línguas.
outros novos. (C) nenhuma língua é complexa, pois todos os falantes
(C) o uso de consoantes dobradas, em itens como “appro- nativos usam apenas uma parte pequena do vocabu-
vado” e “elles”, indica que certas palavras daquela épo- lário da sua língua para se comunicar.
ca podiam ser usadas com um sentido diferente do (D) só é possível mensurar a complexidade de uma lín-
que apresentam no português contemporâneo. gua quando analisamos a sua objetividade, que
(D) a ausência da marca de acento em termos como está relacionada à maior ou menor facilidade do seu
“v­arias”, “publico” e “respeitavel” é um indicativo de aprendizado.
que, naquela época, essas palavras ainda não tinham (E) algumas línguas são complexas, enquanto outras são
sílaba tônica, e por isso não recebiam o acento gráfico. mais simples, mas todas se igualam no que diz respei-
(E) a ocorrência de “sejão” mostra que a sequência “ão” era to ao tamanho médio do seu vocabulário.
usada naquela época para representar a mesma com-
binação de fonemas representada pela sequência “am”
na escrita padrão do português contemporâneo.

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 QUESTÃO 08 QUESTÃO 09

Considere os textos a seguir. O texto a seguir é a introdução de uma resenha sobre o

filme Barbie, lançado em 2023.
Texto I
Me preparo para escrever sobre a Barbie. Para dize­r
PROCAFEINAR que me emocionei com o filme. Que o achei esperto,
(verbo) c­orajoso, transgressor. Que, sim, gosto de rosa. Que talvez
desaponte feministas. E machistas. Homens, mulheres.
Tendência de não Amigos de esquerda, cinéfilos, intelectuais, amigas radi-
fazer nada antes de calmente contra a boneca. E toda a gente que torce o nariz
tomar um cafezinho para tudo o que é pop. E que está na moda.
(RIBEIRO, Maria. Talvez desaponte feministas, machistas e cinéfilos:
me emocionei com a Barbie. Universa UOL. Publicado em 25/7/2023.
Disponível em: https://www.uol.com.br/. Adaptado)

Na elaboração desse texto, vemos o uso de

(A) pontos para introduzir orações que modificam o subs-

(Disponível em: https://www.instagram.com/) tantivo “gente”, com o intuito de caracterizar as pes­
soas que, embora não gostem da boneca, aprovaram
Texto II o filme.

procrastinar (verbo): transferir para outro dia ou deixar (B) vírgulas para relacionar orações ligadas ao verbo
para depois; adiar, delongar, postergar. “e­screver”, com o objetivo de destacar uma opinião
que irá decepcionar quem não gostou do filme.
(Dicionário Houaiss (versão online). Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/
corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php#1. Adaptado) (C) pontos para separar orações que complementam o
verbo “dizer”, no intuito de realçar o desapontamento
A partir do exame dos dois textos, podemos analisar a
que a opinião positiva sobre o filme poderá causar em
p­alavra “procafeinar” como
diferentes pessoas.
(A) uma palavra composta que estabelece sinonímia com
(D) vírgulas para listar uma sequência de termos que com-
“procrastinar” e é formada pela justaposição de três
plementam os verbos “desaponte” e “torce”, na tentati-
elementos (“pro”, “cafeína” e “r”).
va de destacar os efeitos negativos do filme sobre as
(B) uma invenção vocabular que ironiza o sentido de “pro- pessoas.
crastinar” e se forma a partir do item “cafeinar” antece-
(E) pontos e vírgulas para concatenar adjetivos que com-
dido do sufixo “pro”.
plementam o verbo “achei”, visando a imprimir um
(C) uma inovação lexical que se opõe ao sentido de “pro- tom de ironia sobre o conteúdo do filme.
crastinar”, a partir da introdução de “pro” e “inar” como
elementos afixados a “café”.

(D) um neologismo que evoca o sentido de “procrastinar”

e se forma pela afixação dos elementos “pro” e “r” ao
substantivo “cafeína”.

(E) um verbo que preserva a forma e o sentido de “pro-

crastinar”, a partir da afixação do elemento “r” ao subs-
tantivo “procafeína”.

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 QUESTÃO 10 QUESTÃO 11

Para responder à questão, leia o texto a seguir, parte de Leia o soneto do poeta português Luís de Camões.
um artigo de Thiago Camelo sobre usos linguísticos.
Amor é fogo que arde sem se ver;
Não tenho certeza se conscientemente já incorporei É ferida que dói e não se sente;
alguma mudança lexical ou sintática no que escrevo. Acho É um contentamento descontente;
que é um processo mais natural. Os modernistas, Mário de É dor que desatina sem doer;
Andrade especialmente, brigavam pela colocação do pro-
nome à frente do verbo, a próclise. É de fato muito mais É um não querer mais que bem querer;
coerente com o modo de falar brasileiro – nossa dicção, É um solitário andar por entre a gente;
estilo, lógica. Mário de Andrade conscientemente jogava É nunca contentar-se de contente;
o pronome para o início da frase. Eu simplesmente o colo- É um cuidar que ganha em se perder;
co, sem pensar muito. Mas é certo que só faço isso porque
sujeitos como Mário de Andrade se rebelaram contra a É querer estar preso por vontade;
gramática portuguesa do início do século XX. Até hoje nos É servir a quem vence, o vencedor;
manuais é ensinado que não se deve começar frase com É ter com quem nos mata lealdade.
pronome átono. Isso não faz mais sentido. É ter com quem nos mata lealdade.
(CAMELO, Thiago. Uso da língua dobra os manuais.
O Globo, 28.04.2008. Adaptado) Mas como causar pode seu favor
Conforme as ideias e informações apresentadas no artigo, Nos corações humanos amizade,
a colocação pronominal defendida pelos modernistas e Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
condenada pelos manuais de gramática encontra-se em: (Luís de Camões. Obra completa, 2003)

(A) Te amo!
Em contraste com os demais versos do soneto (enun-
(B) Eu te amo! ciados de forma relativamente mais objetiva e neutra),
observa-se um índice de subjetividade na enunciação do
(C) Amo-te! seguinte verso:
(D) Eu amo-te! (A) “É ferida que dói e não se sente;” (1a estrofe)
(E) Amar-te-ei! (B) “É querer estar preso por vontade;” (3a estrofe)
(C) “É ter com quem nos mata lealdade.” (3a estrofe)
(D) “Amor é fogo que arde sem se ver;” (1a estrofe)
(E) “É um cuidar que ganha em se perder;” (2a estrofe)

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Leia o texto para responder às questões de números QUESTÃO 12
12 e 13.
Considerando a canção de Caetano Veloso como um todo,
Queixa pode-se afirmar que
Um amor assim delicado (A) o amador transforma-se no objeto de seu próprio
Você pega e despreza d­esejo.
Não devia ter despertado
(B) o dramaturgo encena uma peça sobre a desespe-
Ajoelha e não reza rança amorosa.
Dessa coisa que mete medo (C) o eu-poemático queixa-se da frieza de uma mulher no
Pela sua grandeza jogo amoroso.
Não sou o único culpado
(D) o cronista elabora uma cantiga cortesã sobre deses­
Disso eu tenho a certeza
perança.
Princesa, surpresa, você me arrasou
(E) o narrador elabora um conto de amor desiludido.
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
QUESTÃO 13
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa Na canção, o eu-lírico dirige-se à sua interlocutora,
É o avesso de um sentimento m­ediante vocativo,
Oceano sem água (A) na terceira e na quarta estrofes.
Ondas, desejos de vingança (B) na quinta estrofe, apenas.
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança (C) na primeira e na terceira estrofes.
Contra a tua dureza (D) na primeira estrofe, apenas.
(...) (E) na terceira estrofe, apenas.

Você pensa que eu tenho tudo

E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
(VELOSO, Caetano. Queixa. In: Cores, Philips, 1982)

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Leia o texto para responder às questões de números QUESTÃO 15
14 e 15.
Considere o título e subtítulo de uma matéria jornalística
O que é o trabalho escravo contemporâneo? publicada em um portal de notícias:
Na legislação brasileira, o artigo 149 do Código Penal Brasil resgatou 918 vítimas de trabalho escravo em 2023,
prevê os elementos que caracterizam a redução de um recorde para um 1o trimestre em 15 anos.
ser humano à condição análoga à de escravo. São eles: a
submissão a trabalhos forçados ou a jornadas exaustivas, a Número foi registrado entre janeiro e 20 de março dest­e
sujeição a condições degradantes de trabalho e a restrição ano, por meio de operações do Ministério do Trabalho.
de locomoção do trabalhador. Volum­e representa uma alta de 124%, em relação aos primei-
ros três meses de 2022.
O conceito de trabalho escravo contemporâneo tra-
zido pelo ordenamento brasileiro representa grande (Paula Salati. Disponível em https://g1.globo.com.
Acesso em 23.08.2023. Adaptado)
avanço no combate a essa dura realidade, pois evidencia
que, nos tempos atuais, sua configuração vai muito além
Relacionado o texto “O que é o trabalho escravo contem-
da privação de liberdade, ocorrendo nas mais amplas
porâneo?” com a chamada para a matéria do portal de
situações de ofensa à dignidade do ser humano, como
n­otícias, conclui-se que
em h­ipóteses de submissão a condições degradantes
de trabalho, jornadas exaustivas ou forçadas por dívidas (A) eles não se comunicam, pois um define o “trabalho aná-
i­mpostas aos trabalhadores. logo à escravidão” e o outro trata de “trabalho e­scravo”.
(Disponível em https://www.cnmp.mp.br.
Acesso em 15.08.2023. Adaptado) (B) o Estado brasileiro é conivente com o trabalho aná-
logo à escravidão, cabendo à imprensa elaborar as
d­enúncias.
QUESTÃO 14
(C) o Ministério Público realizou trabalho análogo à escra-
vidão ao atuar em situações relativas à escravização
Depreende-se da leitura do texto que
contemporânea.
(A) o Código Penal brasileiro prevê os elementos que
(D) o número de trabalhadores em situação análoga à
c­aracterizam a redução de um ser humano à condi-
e­scravidão resgatados no Brasil causa espanto, tendo
ção análoga à de escravo, mas nem todas as situações
em vista a legislação brasileira em vigor.
p­odem ser consideradas indignas para o ser humano.
(E) a legislação brasileira precisa ser reformada, pois não
(B) a submissão a trabalhos forçados ou a jornadas exaus-
diferencia “trabalho análogo à escravidão” de “traba-
tivas, a sujeição a condições degradantes de trabalho e
lho escravo”.
a restrição de locomoção do trabalhador caracterizam
o trabalho escravo contemporâneo.

(C) a legislação brasileira é falha, pois reduz o ser huma-

no à condição análoga à de escravo, o que se percebe
pela classificação do que é considerado como tal.

(D) não há atualmente trabalho escravo contemporâneo,

pois inexiste a privação de liberdade que caracterizou
a escravidão brasileira no passado.

(E) o conceito de trabalho escravo contemporâneo não

representa um avanço no combate a essa realidade
porque generaliza a classificação do que é conside­
rado como tal.

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 QUESTÃO 16 Leia o texto para responder às questões de números
17 e 18.
Leia o soneto do poeta português Luís de Camões.
Era um leilão de escravos. Na fileira dos infelizes que
Amor é fogo que arde sem se ver; estavam ali de mistura com os móveis, havia uma pobre
É ferida que dói e não se sente; criancinha abrindo olhos espantados e ignorantes para
É um contentamento descontente; t­odos. Todos foram atraídos pela tenra idade e triste sin-
geleza da pequena. Entre outros, notei um indivíduo que,
É dor que desatina sem doer;
mais curioso que compadecido, conjeturava a meia voz o
É um não querer mais que bem querer; preço por que se venderia aquele semovente.
É um solitário andar por entre a gente; Travamos conversa e fizemos conhecimento; quando
É nunca contentar-se de contente; ele soube que eu manejava a enxadinha com que agora
revolvo estas terras do folhetim [da crônica], deixou esca-
É um cuidar que ganha em se perder;
par dos lábios uma exclamação:
É querer estar preso por vontade; — Ah!
É servir a quem vence, o vencedor; Estava longe de conhecer o que havia neste — Ah! —
É ter com quem nos mata lealdade. tão misterioso e tão significativo.
Minutos depois começou o pregão da pequena.
Mas como causar pode seu favor O meu indivíduo cobria os lanços, com incrível desespero,
Nos corações humanos amizade, a ponto de pôr fora de combate todos os pretendentes,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? e­xceto um que lutou ainda por algum tempo, mas que afi-
nal teve de ceder.
(Luís de Camões. Obra completa, 2003)
O preço definitivo da desgraçadinha era fabuloso.
A principal figura de linguagem mobilizada pelo eu lírico Só o amor à humanidade podia explicar aquela luta da
na construção do soneto é parte do meu novo conhecimento; não perdi de vista o
comprador, convencido de que iria disfarçadamente ao
(A) o paradoxo. leiloeiro dizer-lhe que a quantia lançada era aplicada à
(B) a metalinguagem. l­iberdade da infeliz. Pus-me à espreita da virtude.
O comprador não me desiludiu, porque, apenas come-
(C) o pleonasmo. çava a espreitá-lo, ouvi-lhe dizer alto e bom som:
(D) o eufemismo. — É para a liberdade!
O último combatente do leilão foi ao filantropo, aper-
(E) a personificação. tou-lhe as mãos e disse-lhe:
— Eu tinha a mesma intenção.
O filantropo voltou-se para mim e pronunciou baixi-
nho as seguintes palavras, acompanhadas de um sorriso:
— Não vá agora dizer lá na folha que eu pratiquei este
ato de caridade.
Satisfiz religiosamente o dito do filantropo, mas nem
assim me furtei à honra de ver o caso publicado e comen-
tado nos outros jornais.
(Machado de Assis. Ao Acaso. Obra Completa. Rio de Janeiro:
Edições W. M. Jackson,1937, vol 21, p 67-69. Texto originalmente publicado
no Diário do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1864)

* Semovente – ser que se move por si próprio ou anda.

* Folhetim – publicação seriada (ficção, critica ou crônica)
* Pregão – em um leilão, ajuste do preço final por meio de lances.
* Filantropo – aquele que age em favor de seu semelhante por amor a
h­umanidade.

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 QUESTÃO 17 QUESTÃO 19

A ironia que permeia a crônica machadiana acaba por Para responder à questão, leia o poema de Manuel Bandeira.
e­videnciar
POEMA DE FINADOS
(A) a falsidade do filantropo.
Amanhã que é dia dos mortos
(B) a falsidade do narrador. Vai ao cemitério. Vai
(C) a benevolência do filantropo. E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
(D) a cumplicidade cínica entre narrador e filantropo.
(E) a benevolência do narrador. Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
QUESTÃO 18 O filho tem mais precisão.

Está empregado em sentido figurado o termo destaca- O que resta de mim na vida
do em: É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
(A) “O filantropo voltou-se para mim e pronunciou
baixinho as seguintes palavras”. E em verdade estou morto ali.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro:
(B) “ele soube que eu manejava a enxadinha com que Cia. José Aguilar, 1967, p. 265)
agora revolvo estas terras do folhetim”.
No poema, são empregados verbos no
(C) “havia uma pobre criancinha abrindo olhos espanta-
dos e ignorantes para todos”. (A) imperativo para solicitar ao pai falecido que aguarde
pelo eu-lirico.
(D) “Só o amor à humanidade podia explicar aquela luta
da parte do meu novo conhecimento”. (B) infinitivo para solicitar ao pai falecido que aguarde
pelo eu-lirico.
(E) “O preço definitivo da desgraçadinha era fabuloso”.
(C) futuro do presente porque o dia dos mortos seria no
dia seguinte.

(D) infinitivo para solicitar a um interlocutor que aja em

nome do eu-lirico.

(E) imperativo para solicitar a um interlocutor que aja em

lugar do eu-lirico.

Confidencial até o momento da aplicação. 11 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 QUESTÃO 20 QUESTÃO 21

Leia o texto a seguir, do escritor moçambicano Mia Couto. Leia a tira.

“Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhan-

do entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tris-
tezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram
cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza,
esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o
céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram
ao chão, em resignada aprendizagem da morte.”
(Mia Couto. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007)

As expressões “se arrastavam” e “se acostumaram ao chão”,

destacadas no texto, têm como sinônimos adequados ao
contexto, respectivamente:

(A) deslocavam-se ferozes / trabalhavam na lavoura.

(https://www.vbout.com. Acesso em 25.07.2023)
(B) deslocavam-se discretamente / trabalhavam na lavoura.
Na tirinha, a partir dos dizeres empregados na sequência
(C) deslocavam-se machucadas / trabalhavam na lavoura. dos três quadros, pode-se inferir que

(D) deslocavam-se velozmente / habituaram-se à dura (A) as duas personagens estão de acordo sobre a impor-
r­ealidade da guerra. tância das ferramentas tecnológicas.

(E) deslocavam-se cansadas / habituaram-se à dura reali- (B) a internet é o espaço favorito para propagação de
dade da guerra. n­otícias falsas e sensacionalismos.

(C) as redes sociais têm prevalência no contato face a face

dos relacionamentos afetivos.

(D) as afirmações feitas pela primeira personagem instau-

ram uma polêmica na interação.

(E) o ambiente virtual permite o compartilhamento de

s­enhas, sem autorização dos usuários.

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 QUESTÃO 22 QUESTÃO 23

Leia a charge. Leia o texto para responder à questão.

Drawing is one of the most ancient forms of visual art.

The medium of drawing is part of us all. It’s our first means
of expression and creativity, says Julia Balchin, principal of
the Royal Drawing School, London: “As a child, before you
can even talk, or walk or read, you can draw. So it’s often
our first way of expressing ourselves”.
Drawing has always been vital to every artist’s practice,
dating from the Renaissance – when drawing flourished,
(http://englishteachermargarita.blogspot.com. Acesso em 28.07.2023) and Leonardo da Vinci created detailed anatomical studies
of the human body – to today.
O segmento “pick it up”, empregado como resposta à per- Though drawing’s popularity has decreased over the
gunta sobre o treinamento para se tornar um coletor de centuries, Balchin identifies a deep decrease in the 1970s,
lixo, significa when the academic art world saw it as “very unfashionable”.
(A) estar ciente dos riscos da profissão. Drawing is enjoying popularity again – appreciated for
its therapeutic qualities and the sense of “flow” it generates,
(B) adquirir uma habilidade pela prática, sem dificuldades. especially since the lockdowns during the pandemic.
The number of students doubled in 2020 from 1,000
(C) usar equipamento de proteção individual. students a week to 3,000 today. “I think that showed there
(D) submeter-se a provas de capacidade física. was a real longing for human touch and contact,” says
Balchin. “If people couldn’t be around other humans, they
(E) saber identificar itens destinados à reciclagem. were drawing them instead.” Students confirmed it helped
mental wellbeing.
(Beverley D’Silva. Why drawing is the perfect digital detox.
https://www.bbc.com. 02.07.2023. Acesso em 30.07.2023. Adaptado)

Conforme o texto, Julia Balchin acredita que a prática de

desenhar
(A) está presente na vida das pessoas desde a mais tenra
idade.
(B) passa atualmente por uma fase de desprestígio nas
escolas.
(C) desenvolve áreas do cérebro humano raramente
estimuladas.
(D) é um dom proveniente da essência de grandes artistas.
(E) constitui elemento facilitador para a sistematização
de ideias.

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 QUESTÃO 24 QUESTÃO 25

Leia o texto para responder à questão. O uso indiscriminado de agrotóxicos pode levar à
contaminação da água e do solo e causar efeitos drásti-
What is it that we hear when we hear nothing at all? cos em espécies não alvo, afetando a biodiversidade, as
In a study, researchers used sonic illusions to show redes alimentares e os ecossistemas aquáticos e terres-
that people perceive silences much as they hear sounds. tres. (...) O acúmulo de pesticidas nas cadeias alimentares
The results suggest that people perceive silence as its own é a maior preocupação, pois afeta diretamente os preda-
type of “sound,” not as a gap between noises. dores de topo.
Rui Zhe Goh and other researchers from Johns Hopkins (4 impactos dos agrotóxicos no meio ambiente.
University tested people recruited online with a series of https://summitagro.estadao.com.br, 20.08.2019)
sound illusions. One test compared a single longer sound
with two shorter sounds. The two shorter sounds together As teias tróficas serão impactadas pelos agrotóxicos em
added up to the same amount of time as the longer sound. razão do
But when people listened to them, they perceived the (A) aumento populacional de consumidores intermediários.
single sound as lasting longer.
To apply that illusion to silence, Mr. Goh and colleagues (B) crescimento desenfreado de consumidores finais.
inverted the test. The scientists used sounds of restaurants,
(C) carecimento de nutrientes para os decompositores.
busy marketplaces, trains or playgrounds, and inserted
chunks of silence for participants to compare. (D) extermínio ambiental dos produtores.
In every case they tested, listeners perceived the
illusion of a period of silence being longer just as they (E) fechamento de estômatos que interrompe a fotos-
would have perceived an illusion of a longer sound. síntese.
(Bethany Brookshire. Silence Is a ‘Sound’ You Hear, Study Suggests.
https://www.nytimes.com. Acesso em 05.08.2023. Adaptado)

No estudo relatado no texto, os resultados dos testes com

ilusões sonoras levaram pesquisadores a supor que as
p­essoas
(A) são incapazes de descrever de forma adequada suas
experiências com barulhos.
(B) distinguem melhor quando os testes envolvem vozes.
(C) acham que a ausência de som é o intervalo entre ruídos.
(D) percebem silêncios tanto quanto ouvem sons.
(E) têm dificuldade para identificar estímulos sonoros
agudos.

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 QUESTÃO 26 QUESTÃO 27

Toda vez que nos alimentamos com uma banana, esta- No metabolismo energético, a degradação da glicose pode
mos ingerindo radioatividade e isso não é exclusivo dela. ocorrer em sucessivas etapas, como apresenta o seguinte
Outros alimentos, como a castanha-do-Pará, a cerveja e quadro:
até a água, também têm esse componente em sua estru-
tura. Mas não precisa ter medo, a quantidade de radiação Etapa Resumo da reação Produtos
não é o suficiente para fazer mal à saúde (…). A pessoa
2 NADH + H+
precisaria comer um milhão de bananas de uma vez só. GLICÓLISE Glicose → 2 Piruvatos
2 ATP
(Vivian Souza. Entenda por que bananas são radioativas, mas não
fazem mal à saúde. G1 – Economia. 11.07.2023) 2 Piruvatos →
→ 2 Lactato
A ingestão moderada destes alimentos é segura quanto FERMENTAÇÃO –
ao desenvolvimento de 2 Piruvatos →
(A) processos alérgicos. → 2 Etanol + 2 CO2

(B) má formação dos ossos. CICLO DE KREBS 8 NADH + H+

2 Piruvatos →
(ou Ciclo do ácido 2 FADH2
(C) alterações hormonais. → 2 CoA → 6 CO2
cítrico) 2 ATP
(D) intoxicação alimentar. NADH + H+ →
(E) tumores malignos. CADEIA → NAD+ + 2 H+
TRANSPORTADORA 28 ATP
DE ELÉTRONS FADH2 → FAD + 2 H+
O2 + 4 H+ → 2 H2O

Importante perceber que o gás oxigênio aparece ape-

nas na cadeia transportadora de elétrons. Nesta etapa, as
m­oléculas de NADH e FADH2 – produzidas nas etapas ante­
riores – liberam prótons H+, que atravessam bombas de
A­TP-sintase na membrana interna da mitocôndria, produ-
zindo ATP. Porém, na ausência deste gás, o processo reali-
zado é a fermentação.

Portanto, na presença de gás oxigênio, a produção máxi-

ma de ATP por molécula de glicose degradada será

(A) 30.

(B) 32.

(C) 2.

(D) 4.

(E) 28.

Confidencial até o momento da aplicação. 15 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 QUESTÃO 28 QUESTÃO 29

Felipe é um adolescente que ainda não fez sua tipagem O desmatamento continua em alta na Amazônia.
sanguínea. Após este sofrer um acidente e precisar de uma S­egundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE),
transfusão sanguínea, seus familiares compareceram ao o número de alertas registrados nos cinco primeiros meses
hospital e discutiram a possibilidade de doar sangue, com de 2022 é o maior desde 2016. No período, foram conta-
base no heredograma a seguir: bilizados 2 744,41 km2 de áreas sob alerta. O acumulado
de 2022 já representa 21% de tudo que foi desmatado no
ano de 2021, quando 13 038 km2 (taxa consolidada) de flo-
O+ AB– restas vieram ao chão. A expectativa é que, se o desmata-
Leandro Carolina mento continuar no ritmo que está, a cifra para este ano
chegue a 15 mil km2 de destruição na Amazônia.
(Cristiane Prizibisczki. Desmatamento acumulado em 2022 na Amazônia é o
maior em sete anos. https://oeco.org.br. 06.06.2022)

Estes dados indicam um impacto sobre o bioma amazô­

B+ B– A+ O– nico que resulta em

Júlia Marcelo Ana Breno (A) queda da riqueza de espécies de animais e vegetais.

(B) redução da variação térmica.

? (C) desenvolvimento de nichos ecológicos.
Felipe (D) aumento da fixação bioquímica do dióxido de carbono.
Os parentes de Felipe listados no heredograma encon- (E) crescimento da produtividade primária líquida.
tram-se saudáveis e aptos para a doação, com exceção de
seu pai, Breno.

A chance de Felipe ser capaz de receber sangue sem rea-

ção adversa é de

(A) 12,5% se Júlia for a doadora.

(B) 50% se Marcelo for o doador.

(C) 25% se Ana for a doadora.

(D) 25% se Leandro for o doador.

(E) 50% se Carolina for a doadora.

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 QUESTÃO 30 Pode-se identificar que, por exemplo, na região 1 do gene,
as versões f e g apresentam a base nitrogenada timina
As árvores filogenéticas podem ser construídas a partir (T), enquanto as versões h, i e j apresentam citosina (C).
de tabelas contendo dados informativos sobre as diferen- Para isto, deve-se considerar que estas bases foram fixadas
tes espécies de seres vivos. Uma fonte de informações é a uma única vez e que versões do gene com bases iguais
m­olécula de DNA, que possui numerosos nucleotídeos, possuem maior grau de parentesco.
cada um contendo uma base nitrogenada dentre as quatro
A filogenia que melhor representa a evolução das versões
a seguir: adenina (A), citosina (C), timina (T) e guanina (G).
deste gene é:
A tabela a seguir apresenta 5 regiões do DNA em diferen-
tes versões – f, g, h, i, j – de um gene que resulta na produ- (A) f
ção da proteína rodopsina 3 (Rh3) na espécie de inseto de g
Drosophila simulans, importante para a visão deste animal. i
h
Regiões j
1 2 3 4 5
Versões

f T C T T A (B) f
g
g T C C T T
h
h C T T C A i
i C T C C T j

j C T T C A
(C) f
(Antonio Solé-Cava, Edson Pereira da Silva e Gisele Lôbo-Hadju.
Evolução, 2010. Adaptado) g
h
i
j

(D) f
g
h
j
i

(E) f
g
i
h
j

Confidencial até o momento da aplicação. 17 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 QUESTÃO 31 QUESTÃO 32

A Colossal Biosciences, uma startup americana de bio- No início do mês de julho, a pequena Tereza, filha
tecnologia e engenharia genética sediada na cidade de dos atores Renato Góes e Thaila Ayala e com apenas dois
Dallas, quer “desextinguir” o dodô, que desapareceu do m­eses, passou por uma cirurgia para tratar um problema
planeta há mais de 360 anos. Esse é o mais novo proje- no coração descoberto ainda dentro do útero. Eles des-
to da empresa, que também se propôs a trazer de volta cobriram que Tereza tinha uma Comunicação Interventri­
o mamute lanoso e o lobo-da-tasmânia, em 2021 e 2022, cular (CIV), uma comunicação entre os dois ventrículos.
respectivamente. (https://g1.globo.com/fantastico/. Acesso em 28.08.2023. Adaptado)

“Estamos claramente no meio de uma crise de extin- Este efeito da CIV no organismo decorre do fato de que o
ção. E é nossa responsabilidade trazer histórias e empolgar coração
as pessoas de uma forma que as motive a pensar sobre o
que está acontecendo agora”, afirma Beth Shapiro, profes- (A) realiza batimentos arrítmicos e espaçados.
sora da Universidade da Califórnia.
(B) bombeia o sangue com menor pressão.
(Leo Caparroz. Cientistas planejam trazer o dodô de volta da extinção.
Superinteressante. 07.02.2023. Adaptado) (C) apresenta lesão no tecido muscular do miocárdio.
Este processo de “desextinção” possui implicações éticas (D) envia sangue com menor oxigenação para a rede
preocupantes, tais como a­rterial.
(A) desenvolver metodologias para combater doenças em (E) permite o refluxo sanguíneo nas cavidades.
organismos silvestres.

(B) interromper discussões sobre experimentos biotecno-

lógicos eugenistas. QUESTÃO 33
(C) desestimular a conservação de espécies atuais em
A sonda Voyager 2 recentemente foi “ressuscitada” gra-
r­isco iminente de extinção.
ças à comunicação via rede de espaço profundo, que
(D) investigar o genoma de animais economicamente e­nviou comandos para endireitar sua antena em direção
i­nteressantes. à Terra, reestabelecendo as comunicações e permitindo
a continuidade de sua missão de explorar os planetas
(E) modificar as relações ecológicas existentes em seus mais d­istantes e o espaço profundo. Essa sonda foi lança-
ecossistemas nativos. da em 1977, ou seja, está viajando há aproximadamente
400 000 horas e já viajou quase 20 bilhões de quilôme-
tros da Terra, estando nos limites do Sistema Solar. O valor
aproximado da velocidade escalar média da sonda é de

(A) 5 000 km/h.

(B) 50 000 km/h.

(C) 500 000 km/h.

(D) 500 km/h.

(E) 50 km/h.

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 QUESTÃO 34 QUESTÃO 35

A sonda Europa Clipper será enviada para estudar a super- Em um acelerador linear de partículas eletrostático, a
fície da lua gelada de Júpiter, Europa, tendo dada prevista diferença de potencial máxima gerada é U = 16 × 106 V,
de lançamento em 2024. Se a sonda se posicionar em uma permitindo acelerar partículas carregadas a velocidades
órbita praticamente circular em torno de Júpiter, no mesmo muito altas. De fato, se o campo elétrico gerador for cons-
raio orbital que a lua Europa (cerca de 700 000 km), qual será tante, a energia potencial liberada por uma carga elétrica
sua velocidade linear orbital em relação a J­úpiter? q ao longo de um percurso retilíneo de comprimento d é
dada por EP = q · U. Assumindo que um próton, de massa
Dados: 1,6 × 10−27 kg e carga 1,6 × 10 − 19 C, seja acelerado dentro
A velocidade orbital de um corpo pode ser expressa da desse acelerador, a partir do repouso, e utilizando o prin-
cípio da conservação da energia mecânica, a velocidade
f­orma . Considere a massa de Júpiter como sendo final aproximada desse próton seria igual a

2 × 1027 kg, a constante universal da gravitação como (A) 6 × 107 m/s.

7 × 10 – 11 Nm2/kg2 e . (B) 3 × 105 m/s.
(A) 1,4 km/s. (C) 3 × 108 m/s.

(B) 1 400 km/s. (D) 6 × 105 m/s.

(C) 14 km/s. (E) 3 × 107 m/s.

(D) 14 000 km/s.

(E) 140 km/s.

Confidencial até o momento da aplicação. 19 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 QUESTÃO 36 QUESTÃO 37

Analise a tirinha para responder à questão. Ao observar a própria imagem em uma colher bem poli­
da, uma pessoa notou que, na face interna, a imagem
era invertida, enquanto na face externa, era direta. Essa é
uma propriedade de espelhos esféricos, respectivamente,
do tipo

(A) elíptico e toroidal.

(B) plano e côncavo.

(C) plano e convexo.

(D) convexo e côncavo.

(E) côncavo e convexo.

(https://tirinhasdogarfield.blogspot.com/2010/04/calor.html.
Acesso em 12.09.2023) QUESTÃO 38

Na tirinha, é possível identificar duas formas de condução O acelerador síncrotron Brasileiro Sirius, em Campinas,
de calor, uma para aquecer outra para resfriar o persona- acelera elétrons até altas energias usando cavidades de
gem. Assinale a alternativa em que esses processos físicos radiofrequência, que são dispositivos capazes de manter
estão corretamente descritos. uma onda eletromagnética com frequência de 500 MHz.
O elétron, estando em fase com a onda eletromagnética,
(A) Apenas irradiação, pois em nenhum dos dois casos há ganha energia e acelera. Considerando que a velocidade
transporte de matéria para a transferência de calor. de propagação da onda eletromagnética é de 3 × 108 m/s,
o comprimento de onda característico para que a onda
(B) Irradiação, transferência do calor por meio de ondas e­stacionária apresente um período completo é igual a
eletromagnéticas; e convecção, transferência do calor
por meio de movimento vertical de matéria. (A) 60 cm.

(B) 6 m.
(C) Apenas condução, pois se não houvesse contato tér-
mico em ambos os casos, não haveria transporte de (C) 6 mm.
calor até o personagem.
(D) 6 cm.
(D) Condução, transferência do calor por meio de conta-
(E) 60 m.
to das ondas térmicas com o ar; e convecção, trans-
porte do calor por movimentos de massa de material
c­ondutor.

(E) Apenas convecção, pois em ambos os casos há o trans-

porte vertical de matéria para a transferência do calor
do Sol até o personagem.

Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03 20 Confidencial até o momento da aplicação.

 QUESTÃO 39 QUESTÃO 41

Em uma tentativa de ter um sistema de transporte com Quando se prepara um café coado, água quente é joga-
emissão zero de CO2, uma pessoa instalou 4 placas solares da sobre o pó de café, com o escorrimento de um líquido
de 250 W cada uma em sua casa, que seriam usadas para através de uma membrana permeável. Nesse processo,
carregar um carro elétrico Tesla modelo Y, cuja banco de duas operações de separação são realizadas em sequên-
baterias possui capacidade máxima de 75 kWh. Assumin- cia, que são, respectivamente,
do que as placas solares apresentam eficiência de carrega-
(A) filtração e decantação.
mento da bateria de 100% e que elas funcionem 5 horas
por dia, o tempo necessário para fornecer a energia total à (B) filtração e sedimentação.
bateria do carro é igual a
(C) extração e decantação.
(A) 10 dias.
(D) extração e sedimentação.
(B) 25 dias.
(E) extração e filtração.
(C) 5 dias.

(D) 15 dias.
QUESTÃO 42
(E) 5 h.
Um sal é formado por três elementos químicos, sendo que
o cátion é composto por dois elementos químicos não
m­etálicos e o ânion é formado por dois elementos quí-
QUESTÃO 40 micos consecutivos do mesmo período na classificação
perió­dica. A fórmula desse sal é
Segundo o modelo cosmológico padrão, o Universo sur-
giu há 13,7 bilhões de anos e, atualmente, acredita-se que (A) NH4Cℓ.
ele continua em expansão acelerada. Para estar de acor-
do com as mais recentes observações experimentais, a (B) NaHSO4.
m­elhor explicação para a formação inicial do nosso uni-
(C) NH4NO3.
verso é fornecida
(D) (NH4)2SO4.
(A) pela fissão nuclear.
(E) NaHCO3.
(B) pela teoria do Big Bang.

(C) pela fusão nuclear.

(D) pelo modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio.

(E) pela evolução estelar.

Confidencial até o momento da aplicação. 21 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 QUESTÃO 43 QUESTÃO 44

Tabletes Campden são comprimidos contendo, cada um, Compósitos (misturas de materiais com qualidades supe-
550 mg de metabissulfito de sódio (Na2S2O5, M = 190 g/mol), riores aos materiais originais) feitos com resíduos da agri-
um composto utilizado na produção de vinhos casei- cultura e materiais termoplásticos (derivados de petróleo)
ros. Cada 1,0 g dessa substância produz 0,56 g de dióxido são utilizados na confecção de materiais como carpetes,
de enxofre (SO2, M = 64 g/mol), um composto sulfitante vasos, cordas, telhas e colchões. Como os resíduos da agri-
que elimina bactérias e leveduras selvagens do sistema, cultura e os materiais termoplásticos apresentam caracte-
prevenindo a contaminação do vinho. Sabendo que, na rísticas diferentes quanto à polaridade de suas moléculas,
produção de 50 litros de vinho, foram utilizados 25 tabletes os resíduos da agricultura são tratados com anidrido acé-
Campden, a concentração de SO2 no vinho, em mol/L, será tico para produzirem uma matéria-prima mais adequada
igual a para interagir com os materiais termoplásticos. A reação
genérica entre resíduos da agricultura e anidrido acético
(A) 2,4 × 10 – 1. está representada na equação a seguir:
(B) 2,4 × 10 – 3. CH3 H3C O O
CH3 O
(C) 4,2 × 10 – 1. OH + O O CH3 +
H3C OH
–3 CH3 CH3
(D) 4,2 × 10 . H3C O
resíduo da anidro matéria-prima para a ácido acético
(E) 1,2 × 10 – 3. agricultura acético produção de compósitos

A reação dos resíduos da agricultura com anidrido acéti-

co é necessária porque esses resíduos são compostos por
moléculas

(A) hidrofílicas (que atraem água) e precisam se tornar

h­
idrofóbicas (que repelem água) para interagirem
m­elhor com os termoplásticos polares.

(B) hidrofílicas (que atraem água) e precisam se tornar

hidrofóbicos para interagirem melhor com os termo-
plásticos anfifílicos (com polaridade intermediária).

(C) hidrofóbicas (que repelem água) e precisam se tor-

nar hidrofílicas (que atraem água) para interagirem
m­elhor com os termoplásticos polares.

(D) hidrofóbicas (que repelem água) e precisam se tor-

nar hidrofílicas (que atraem água) para interagirem
m­elhor com os termoplásticos apolares.

(E) hidrofílicas (que atraem água) e precisam se tornar

h­
idrofóbicas (que repelem água) para interagirem
m­elhor com os termoplásticos apolares.

Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03 22 Confidencial até o momento da aplicação.

 QUESTÃO 45 QUESTÃO 46

A reforma a vapor é uma solução interessante para a Os dados a seguir foram obtidos a partir do estudo ciné­
r­edução de gases de efeito estufa, pois converte metano tico da reação do óxido nítrico com o gás hidrogênio:
em hidrogênio, um combustível menos poluente. As rea-
ções que levam à reação global CH4 + 2H2O  →  CO2 + 4H2, 2 NO (g) + 2H2 (g) → N2 (g) + 2H2O (g)
para a conversão do metano (CH4) em hidrogênio (H2)
e­stão representadas a seguir:
Número do [NO] [H2] Velocidade
CH4 + H2O  →  CO + 3H2    ∆H = +206 kJ/mol o experimento (mol · L – 1) (mol · L – 1) inicial

CO + H2O  →  CO2 + H2     ∆Ho = -41 kJ/mol 1 0,10 0,10 1,23 × 10 – 3

Considerando que a combustão do hidrogênio gera
2 0,10 0,20 2,46 × 10 – 3
286 kJ por mol, o saldo energético entre a reforma de
320 g de metano e a combustão do hidrogênio gerado 3 0,20 0,10 4,92 × 10 – 3
nessa reforma é igual a

(A) 19 580 kJ. Com base nos resultados, verifica-se que as ordens
da r­eação em relação aos reagentes NO e H2 são, res­
(B) 22 880 kJ. pectivamente,

(C) 3 300 kJ. (A) primeira e primeira.

(D) 26 810 kJ. (B) segunda e terceira.

(E) 13 860 kJ. (C) primeira e segunda.

(D) segunda e primeira.

(E) segunda e segunda.

Confidencial até o momento da aplicação. 23 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 QUESTÃO 47 (C) Concentração (mol/L)

Etanol (C2H6O) e ácido acético (C2H4O2) reagem entre si

e estabelecem o equilíbrio químico representado pela
equação a seguir:
etanol

ácido acético
C2H6O (aq) + C2H4O2 (aq) C4H8O2 (aq) + H2O (ℓ)

Considere que, nesse sistema em equilíbrio, adiciona-se

etanol em um determinado instante t1. O gráfico que
mostra o que ocorre com as concentrações de etanol e de
á­cido acético até que se estabeleça um novo equilíbrio é t1 tempo

(A) Concentração (mol/L) (D) Concentração (mol/L)

etanol
etanol

ácido acético
ácido acético

t1 tempo t1 tempo

(B) Concentração (mol/L) (E) Concentração (mol/L)

etanol
etanol
ácido acético
ácido acético

t1 tempo t1 tempo

Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03 24 Confidencial até o momento da aplicação.

 QUESTÃO 48

O reator nuclear da usina de Fukushima, danificado em

2011 devido a um tsunami, contém mais de 1 milhão de
toneladas de água contaminada com materiais radioati-
vos, dentre eles o trítio ( H), um isótopo radioativo emissor
de radiação beta ( β) e que tem tempo de meia-vida de
aproximadamente 12 anos. O governo japonês iniciou em
2023 o despejo controlado dessa água contaminada no
oceano, e prevê que o processo deverá durar cerca de
30 anos.

O isótopo formado no decaimento do trítio e a redução

da atividade do trítio após 36 anos são, respectivamente,

(A) H e 12,5%.

(B) H e 87,5%.

(C) He e 87,5%.

(D) He e 12,5%.

(E) He e 25%.

Confidencial até o momento da aplicação. 25 Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03

 03
Tabela Periódica

Saresp2023 | 015-LC-CN 2.ª Série EM – Cad03 26 Confidencial até o momento da aplicação.

1. Utilizar caneta com tinta azul ou preta.
2. Preencher as respostas conforme o modelo:
3. Assinalar apenas uma alternativa para cada questão.
Mais de uma marcação anulará a resposta.
4. Não será permitido substituir esta folha de respos-
tas.
5. Esta folha de respostas deverá ser devolvida, obri-
gatoriamente, ao aplicador.
6. Qualquer dúvida, informar-se com o aplicador.

QUESTÃO RESPOSTAS QUESTÃO RESPOSTAS QUESTÃO RESPOSTAS

01 A B C D E 17 A B C D E
33 A B C D E

02 A B C D E
18 A B C D E
34 A B C D E

03 A B C D E
19 A B C D E
35 A B C D E

04 A B C D E
20 A B C D E
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06 A B C D E
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QUESTÃO RESPOSTAS QUESTÃO RESPOSTAS QUESTÃO RESPOSTAS

09 A B C D E
25 A B C D E
41 A B C D E

10 A B C D E
26 A B C D E
42 A B C D E

11 A B C D E
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