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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES CRÍTICOS

COLETA DE DADOS –
Anamnese (Entrevista)

PROFª SIMONE OLIVEIRA DOS REIS.


DOCENTE, ESPECIALISTA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E
NEFROLOGIA / UNIFESP.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE GRAVE
Entenda o papel de cada profissional nos cuidados com o paciente em UTI

A Unidade de Terapia Intensiva é o setor hospitalar onde ficam internados os pacientes com alto índice de
gravidade e que necessitam de vigilância intensiva e monitoração das funções vitais por 24 horas ao dia. A
assistência ao paciente grave é realizada criteriosamente por uma equipe multidisciplinar composta por
profissionais especialistas na área.

Médicos intensivista e assistente, equipe de enfermagem, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas,


farmacêuticos e fonoaudiólogos formam o time que atua integrado, aliando tratamento humanizado ao apoio físico
e psicológico.
Médico intensivista: o médico intensivista é um profissional especializado e dedicado exclusivamente ao atendimento de
pacientes internados em UTIs. Possui amplo conhecimento clínico e cirúrgico e é responsável por auxiliar o médico
assistente na investigação diagnóstica, controlar as alterações agudas do estado clínico dos pacientes sob sua vigilância
contínua (principalmente em casos de intercorrências ameaçadoras à vida) e pela realização de procedimentos complexos
emergenciais.

Médico assistente: é o médico que solicitou a vaga do paciente na UTI ou que a família do paciente indicará para
acompanhá-lo diariamente, em conjunto com a equipe da UTI e após a alta para o apartamento. É, ainda, o responsável
pelos aspectos globais da condução do caso (investigação diagnóstica, plano terapêutico e alta), bem como por informar
aos familiares sobre o quadro clínico do paciente.
Enfermeiro: possui formação para atender pacientes de alta complexidade e com grande dependência no leito. É
responsável pela supervisão do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, assim como pela higienização e pelo
controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.

Técnico de enfermagem: responsável pelos cuidados integrais de enfermagem, incluindo realização de procedimentos de
higiene e monitoração dos sinais vitais e administração de medicamentos, sempre sob supervisão de um enfermeiro.
Fisioterapeuta: é responsável, junto com o médico intensivista, pelo suporte respiratório por meio da monitoração dos
gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos utilizados para que o paciente respire melhor. Tem, também, o
objetivo de trabalhar a força dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem provocar
contraturas.

Nutricionista: é especializado no diagnóstico e na prescrição nutricional. Diariamente, faz avaliações e mantém o aporte
calórico, proteico, glicêmico e vitamínico equilibrado para a manutenção das atividades vitais do organismo.

Psicólogo: todos os aspectos emocionais do paciente, da família e da equipe intensivista são avaliados e observados por
esse profissional. Sua presença, principalmente durante as visitas, é fundamental para estabelecer a humanização, a
aproximação e o apoio terapêutico necessários.

Fonoaudiólogo: tem como principais objetivos a avaliação, a orientação e a reabilitação da linguagem, deglutição, voz e/ou
fala.
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Estas unidades passam a existir a partir das necessidades de aperfeiçoamento e concentração de recursos
materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado crítico, mas tidos como recuperáveis, e da
necessidade de observação constante e de assistência médica e de enfermagem contínua, centralizando-os em um
único núcleo centralizado.

O surgimento das UTIs teve origem nos anos 1960, durante a Guerra do Vietnã, quando os soldados feridos
necessitavam de um local específico para que pudessem ter acesso a um atendimento, rápido e eficiente, por uma
equipe de médicos e enfermeiros. Foram acrescentadas inovações terapêuticas que contribuíram para o
crescimento da terapia intensiva, como a terapia intravenosa para o choque, a transfusão sanguínea, a anestesia,
além da remoção de pacientes para meios que estavam melhor equipados.
No Brasil, as UTIs foram implantadas na década de 1970, contribuindo para que a enfermagem em um curto
período de tempo adquirisse bases teóricas para sua prática neste novo campo de atuação (GOMES, 1988).
Também foi nessa década que surgiram os primeiros cursos de especialização de enfermagem em terapia
intensiva, e se expandiram por todo o país.

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), a UTI é um local de grande especialização e tecnologia,
identificado como espaço laboral destinado a profissionais da saúde, principalmente médicos e enfermeiros,
possuidores de grande aporte de conhecimento, habilidades e destreza para a realização de procedimentos. Nesse
sentido, subentende-se que os profissionais que atuam nessas Unidades, necessitam de muito preparo, pois
invariavelmente, podem se defrontar com situações cujas decisões definem o limite entre a vida ou a morte das
pessoas.

O potencial humano é o fator mais importante para o bom desempenho da equipe na UTI. O profissional que
trabalha nesse setor deve ser capaz de se destacar, também, nos seguintes aspectos: competência, habilidade e
destreza na execução das tarefas, além de disponibilidade para ficar confinado no ambiente hospitalar, disposição
para cuidar de clientes críticos, preparo para lidar com o ruído dos aparelhos, preparo para a luta diária com a vida
e a morte, busca de conhecimento técnico-científico e permanente atualização, inclusive no manejo do
instrumental tecnológico, fator essencial nestas unidades (FIGUEIREDO, 2006).
O que é imprescindível em uma UTI?
A fim de garantir a segurança e a plena recuperação do paciente, a Unidade de Terapia Intensiva conta com
uma série de equipamentos indispensáveis para a assistência dos pacientes. Alguns destes dispositivos, com
toda a tecnologia utilizada, conseguem suprir com a função dos principais órgãos do corpo humano, como é o
caso do ventilador mecânico para um paciente que necessita de ajuda para respirar, por exemplo. Além de
monitores multiparamétricos, os quais medem continuamente os sinais vitais, a estrutura também é
assessorada por outros equipamentos essenciais, tais como:
Eletrocardiógrafo — aparelho hospitalar cuja função é medir, de forma gráfica, a atividade elétrica do coração
por meio de eletrodos.
Capnógrafo — dispositivo que faz o monitoramento da pressão parcial de dióxido de carbono durante a
respiração do paciente através de sensores colocados nas vias aéreas.
Ventilador Mecânico — aparelho utilizado em pacientes com problemas respiratórios. Por meio da conexão com
o tubo traqueal (dispositivo introduzido na traquéia) é possível a entrada e saída de oxigênio nos pulmões,
mantendo de forma temporária a respiração artificial no paciente enquanto ele se recupera do quadro.
Ventilação mecânica não invasiva – aparelho para auxílio respiratório em pacientes com disfunção deste
sistema, que através da utilização de uma máscara facial, pode ser utilizado para evitar a intubação endotraqueal
e o uso do aparelho invasivo de ventilação mecânica.
Bomba de Infusão — aparelho responsável para o melhor controle de administração de medicamentos e de
nutrientes ao paciente, permite regular de maneira confiável os fármacos mais delicados de acordo com
dosagens de mg/min ou ml/h.
DROGAS VASOATIVAS EM TERAPIA INTENSIVA

INTRODUÇÃO
Comumente empregadas nos pacientes graves, as drogas vasoativas são de uso corriqueiro nas unidades de
terapia intensiva e o conhecimento exato da sua farmacocinética e farmacodinâmica é de vital importância
para o intensivista, pois daí decorre o sucesso ou mesmo o insucesso de sua utilização.

O termo droga vasoativa é atribuído às substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos,
pulmonares ou cardíacos, sejam eles diretos ou indiretos, atuando em pequenas doses e com respostas
dose dependente de efeito rápido e curto, através de receptores situados no endotélio vascular. Então, na
maioria das vezes, é necessário o uso da monitorização hemodinâmica, invasiva, quando da utilização
dessas substâncias, pois suas potentes ações determinam mudanças drásticas tanto em parâmetros
circulatórios como respiratórios, podendo, do seu uso inadequado, advirem efeitos colaterais indesejáveis,
graves e deletérios, que obrigam sua suspensão.
As catecolaminas são ainda os fármacos mais utilizados como vasopressores.
São aminas derivadas do catecol (fenol orgânico formado por dois radicais OH
ligados ao benzeno) ao qual está ligado um grupo amina.

● Noradrenalina: Pode ser utilizada como vasopressor inicial no choque


séptico. Comparada à dopamina, a noradrenalina aumenta mais
consistentemente a pressão arterial com menor efeito sobre o índice
cardíaco.
● Dopamina: Assim como a noradrenalina, pode ser utilizada como
vasopressor para iniciar no choque séptico. Por aumentar menos a pressão
arterial e mais o débito cardíaco, é indicado também no choque
cardiogênico. Não é indicado para pacientes com histórico de taquicardia.
● Adrenalina: Tem como função principal aumentar a pressão arterial
média (PAM), em pacientes que não respondem a outras medicações
(noradrenalina e dopamina), tem tendência a aumentar os níveis de
lactato do paciente, por esse motivo é uma droga vasoativa de alto
risco de administração, não sendo a primeira escolha. Doses
moderadas ou elevadas podem levar o paciente a arritmias cardíacas.
● Dobutamina: Aumenta o débito cardíaco de maneira consistente,
melhorando assim a perfusão periférica do paciente. Aumenta o uso de
oxigênio pelo miocárdio, o que pode dificultar a administração em
pacientes com insuficiência coronariana. Mesmo aumentando o débito
cardíaco, não há evidência de aumento da sobrevida em pacientes em
choque cardiogênico. Importante ser utilizada após a reposição
volêmica, a fim de evitar taquicardia e/ou hipotensão.


Definição

A vasopressina é o nome convencionalmente dado ao hormônio antidiurético


(ADH), que é um hormônio nonapeptídico secretado pela neuro-hipófise em
resposta a um aumento da osmolalidade plasmática ou à presença de
hipovolemia grave.

É importante por sua ação antidiurética sobre o rim, mas também é um


vasoconstritor potente na pele e em alguns outros leitos vasculares.

Análogos da vasopressina são utilizados para tratamento de choque


vasodilatador e em condições em que os mecanismos antidiuréticos estão
alterados, como no diabetes insipidus.

Mecanismos de ação
A vasopressina, em doses terapêuticas usadas para choque
vasodilatador, aumenta a resistência vascular sistêmica e a pressão
arterial média. Em resposta a esses efeitos, pode ser observada uma
diminuição na frequência cardíaca e no débito cardíaco.

Farmacocinética e farmacodinâmica do vasopressina
A vasopressina não é absorvida por via oral, pois é destruída pela tripsina no
trato gastrointestinal. Por isso, deve ser administrado por via parenteral.

O efeito máximo da vasopressina é alcançado com 1 a 2 horas após sua


administração. Quando administrado por via endovenosa, o pico ocorre dentro
de 15 minutos do início da infusão IV contínua. O efeito antidiurético dura até 8
horas, mas o efeito vasopressor dura cerca de 20 minutos após o fim da infusão.

A metabolização ocorre principalmente no fígado e rins. A droga é eliminada


pela urina, sendo que cerca de 5% é eliminada em sua forma original.

A meia-vida é cerca de 10 a 20 min.



Indicações
A principal indicação é para aumentar a pressão arterial em adultos
com choque vasodilatador (por exemplo, sepse) que permanecem
hipotensos apesar da ressuscitação com fluidos e catecolaminas.

Para uso off-label, ou seja, fora das recomendações oficiais, é utilizada


no diabetes insípido central (agudo) e na hemorragia de varizes
gastroesofágicas.

Contraindicações
A principal contraindicação são hipersensibilidade conhecida à
vasopressina ou a qualquer componente da formulação.

Efeitos adversos
Ocorrem poucos efeitos adversos, sendo a maioria de natureza
cardiovascular. Já foram relatados casos fibrilação atrial, bradicardia,
doença cardíaca isquêmica, isquemia de membro (distal), baixo débito
cardíaco, insuficiência cardíaca direita, choque (hemorrágico).

Embora a vasopressina administrada por via endovenosa possa
causar espasmos das artérias coronárias, levando à angina,
porém esse risco pode ser minimizado se os peptídeos
antidiuréticos foram administrados via intravenosa.

Outras alterações relatadas incluem: lesão cutânea (isquêmica),


hiponatremia, isquemia mesentérica, contagem de plaquetas
diminuída, hemorragia (intratável), aumento da bilirrubina sérica
e insuficiência renal.
A tentativa de melhorar a oxigenação tecidual mantendo uma pressão
arterial média que permita a auto regulação orgânica através do uso
de drogas vasopressoras pode trazer consequências hemodinâmicas
graves.
A taquicardia é a manifestação mais frequente, principalmente em
pacientes com hipovolemia, isquemia e necrose de extremidades,
úlceras de estresse, íleo e má absorção, isquemia mesentérica,
deterioração da barreira da mucosa gástrica e entérica
vasoconstrição coronariana (vasopressina). Há possibilidade de
associada à disfunção miocárdica o uso de vasopressores provocarem
diminuição no índice cardíaco e no transporte de oxigenio.
Teste de Allen
Objetivo do Teste de Allen: avaliar o fluxo sanguíneo arterial para a mão.

Posição de teste: sentado.

Realização do teste: o examinador palpa e aplica pressão sobre as artérias radiais e ulnar no pulso, usando

três dedos em cada artéria. Isso oculta o fluxo de sangue para a mão.Faça com que o paciente faça um

punho apertado e depois abra sua mão 10 vezes, terminando com a mão aberta. A hiperextensão dos dedos

e do pulso não deve ocorrer, pois a tensão nos tecidos moles pode parecer branca e levar a um falso

positivo. A palma da mão deve então aparecer branca / pálida. O examinador então remove a pressão de

uma artéria. Um teste positivo ocorre quando leva> 5 segundos para a cor (sangue) para retornar à palma da

mão. Repita o processo, enquanto remove a pressão da outra artéria, para avaliar a artéria não testada.
Importância do teste:

Este teste é ótimo para avaliar o fluxo sanguíneo, porque


quando a pressão é aplicada em ambas as artérias, o
sangue é limitado na sua capacidade de entrar na mão.
Com a abertura repetitiva e o fechamento da mão, o
sangue é empurrado para fora da mão, o que explica a cor
branca / pálida. No ponto em que o testador remove a
pressão de uma artéria, o único caminho para o sangue
entrar na mão torna-se essa artéria, então qualquer
retorno de cor (sangue) à mão significa um bom fluxo
sanguíneo naquela artéria.
Teste de Allen modificado
O procedimento para executar um teste de Allen modificado é o seguinte:

1. Instrua o paciente apertar o punho, ou se o paciente não conseguir, você pode fechar a mão com força.
2. Usando os dedos, aplique pressão oclusiva nas artérias ulnar e radial. Essa manobra obstrui o fluxo de
sangue para a mão.
3. Ao aplicar pressão oclusiva para ambas as artérias, peça ao paciente que relaxe a mão dele. O
branqueamento da palma e dos dedos deve ocorrer. Se não, você não ocluiu completamente as artérias
com os dedos.
4. Libere a pressão oclusiva sobre a artéria ulnar. Você deve notar uma descarga da mão dentro de 5 a 15
segundos. Isso denota que a artéria ulnar se patente e tem bom fluxo sanguíneo. Este rubor normal da
mão é considerado um teste de Allen modificado positivo . Um teste de Allen modificado negativo é
aquele em que a mão não flush dentro do período de tempo especificado. Isso indica que a circulação
ulnar é inadequada ou inexistente. A artéria radial que fornece sangue arterial para aquela mão não
deve ser perfurada.
Medicamentos antiarrítmicos
São medicamentos indicados no tratamento de arritmias cardíacas.
Entre eles, merecem destaque: amiodarona, atropina, propanolol,
digoxina, lidocaína, quinidina, procainamida, deslanosídeo e
verapamil.
O medicamento amiodarona é indicado nos casos de arritmia ventricular. Pode ser administrado por via
oral (comprimidos e gotas) ou endovenosa.

É também umas das principais drogas usada em parada cardiorrespiratória.

Os pacientes em uso de amiodarona podem apresentar, como efeitos colaterais: hipotensão (por
vasodilatação), bradicardia, náuseas, êmese, cefaleia, perda de apetite, tontura, constipação intestinal,
fibrose pulmonar, alveolite e pneumonite intersticial.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à amiodarona:

● Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
● Nos casos de administração por via endovenosa, diluir em solução fisiológica 0,9% ou em solução
glicosada 5%.
● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da enfermagem, devido ao risco de tontura.
O medicamento atropina é indicado nos casos de intoxicação por inseticidas
organofosforados, intoxicação por inibidores de colinesterase e bradicardia
sinusal. Promove a inibição de secreção salivar, de secreção brônquica e da
sudorese, dilata as pupilas e aumenta a frequência cardíaca. Em doses
elevadas, pode diminuir a motilidade gastrointestinal e urinária, assim como
inibir a secreção de ácido estomacal.

A atropina pode ser administrada pelas vias endovenosa, intramuscular ou


subcutânea. O paciente em uso de atropina pode apresentar, como efeitos
colaterais: agitação, alucinação, angina, ataxia, aumento da temperatura
corporal, aumento da frequência cardíaca, confusão mental, constipação
intestinal, desorientação, cefaléia, excitação, insônia, náuseas, palpitação,
retenção urinária, sede, sensibilidade à luz, tontura e êmese.
Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à atropina:

● Atentar para a via de administração e a dosagem prescritas pelo médico.


● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da enfermagem, devido
ao risco de desorientação.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
O medicamento propanolol tem ação antiarrítmica, anti-hipertensiva e
ansiolítica. É indicado nos casos de angina pectoris, enxaqueca, arritmia,
hipertensão arterial e ansiedade. Pode ser administrado por via oral (cápsula e
comprimido) ou endovenosa.

Os pacientes em uso de propanolol podem apresentar, como efeitos colaterais:


ansiedade, nervosismo, fraqueza, congestão nasal, constipação ou diarreia,
diminuição da habilidade sexual, bradicardia, constrição brônquica,
insuficiência cardíaca congestiva, náuseas, êmese, sonolência e hipotensão
ortostática.
Cuidadosespecíficos por parte da enfermagem quanto ao
propanolol:
● Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de
administração prescritas pelo médico.
● Orientar o paciente sobre o risco de dirigir e de operar má-
quinas, devido ao risco de sonolência.
● Nos casos de administração por via endovenosa, controlar a
velocidade de infusão.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
O medicamento digoxina é antiarrítmico, cardiotônico, inotrópico e digital. É
indicado nos casos de insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia
atrioventricular paroxística e fibrilação atrial. Sua administração é por via oral
(comprimido, elixir e solução).

Os pacientes em uso de digoxina podem apresentar, como efeitos colaterais:


agitação, arritmia cardíaca, aumento da intensidade da insuficiência cardíaca
congestiva, cefaleia, fadiga, diminuição de apetite, náusea, parestesia, queda de
pressão arterial, tontura e êmese. Esses sinais e sintomas são característicos de
intoxicação digitálica, que ocorre pois a dose terapêutica é muito próxima à
dose tóxica.
Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à digoxina:
● Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de
administração prescritas pelo médico.
● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da
enfermagem, devido ao risco de tontura.
● Verificar a frequência cardíaca do paciente antes da administração
do medicamento.
● Em casos de bradicardia, não administrar o medicamento e
comunicar o médico.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
O medicamento lidocaína é indicado no tratamento de taquicardia ventricular, fibrilação
ventricular e extrassístoles sintomáticas. Como antiarrítmico, a lidocaína é administrada
apenas por via endovenosa.

O paciente em uso de lidocaína raramente apresenta efeitos colaterais, mas os casos em


que eles ocorrem podem referir ansiedade, nervosismo, sensação de calor ou de frio,
dormência, reações alérgicas e tontura.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à lidocaína:

● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da enfermagem, devido ao risco de
tontura.
● Atentar para a forma de apresentação, a dosagem, a via de administração e a
concentração (1% ou 2%) prescritas pelo médico.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
O medicamento quinidina é indicado nos casos de arritmia ventricular, fibrilação atrial e
flutter atrial. Sua administração é por via oral.

Os pacientes em uso de quinidina podem apresentar, como efeitos colaterais: diarreia,


náuseas, êmese, dor abdominal, cefaleia, vertigem, zumbidos, delírio, desorientação,
anemia hemolítica, urticária, fotossensibilização e dermatite.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à quinidina:

● Atentar para a forma de apresentação e a via de administração prescritas pelo


médico.
● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da enfermagem, devido ao risco
de vertigem.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
O medicamento deslanosídeo tem ações antiarrítmica e digitálica, sendo indicado nos
casos de insuficiência cardíaca congestiva aguda ou crônica, taquicardia paroxística
ou supraventricular. Sua administração é por via endovenosa.

O paciente em uso de deslanosídeo pode apresentar, como efeitos colaterais: náuseas,


vômito, fraqueza, apatia, diarreia, confusão, desorientação, distúrbios visuais e
anorexia.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto à deslanosídeo:

● Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração


prescritas pelo médico.
● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da enfermagem, devido ao
risco de desorientação.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
O medicamento verapamil é antiarrítmico, antianginoso e anti-hipertensivo. É indicado nos casos de
hipertensão arterial, angina do peito crônica estável e taquicardia supraventricular. Pode ser administrado
por via oral ou endovenosa.

O paciente em uso de verapamil pode apresentar, como efeitos colaterais: constipação, confusão mental,
vertigem, fraqueza, nervosismo, prurido, hipotensão, cefaleia, bradicardia, náuseas, desconforto gástrico e
aumento da transaminase.

Cuidados específicos por parte da enfermagem quanto ao verapamil:

● Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de administração prescritas pelo médico.
● Orientar o paciente a não deixar o leito sem auxílio da enfermagem, devido ao risco de vertigem.
● A administração endovenosa da dosagem de manutenção deve ser feita com o uso de bomba de
infusão contínua.
● Nos casos de administração por via endovenosa, manter o paciente sob
monitorizaçãoeletrocardiográfica.
● Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais provocados pelo medicamento. Em casos graves,
pode-se utilizar cálcio in bolus para a sua reversão.
Análise de Gasometria:
Interpretação Básica de Balanço
Ácido-Base
A gasometria arterial é uma parte essencial do diagnóstico e manuseio do estado de oxigenação e equilíbrio ácido-base do
paciente.
Quando o profissional de saúde é capaz de interpretar corretamente os resultados da gasometria, ele vai ser capaz de
diagnosticar e antecipar o tratamento.
Entender as implicações do equilíbrio ácido-base é muito importante.
Mudanças no equilíbrio ácido-base têm efeitos fisiológicos importantes. Alterações significativas no pH do sangue irão interferir
com o funcionamento celular, e, se não corrigidas, podem levar à morte.
Objetivos
*Compreender os componentes da gasometria arterial (GA) e os
intervalos normais
*Identificar acidose/alcalose respiratória e metabólica:
*Causas comuns
*Sinais e sintomas
*Respostas compensatórias
*Intervenções
*Revisão de estudo de casos relacionados a análise de GA
Componentes da gasometria
*pH: concentração de íon de hidrogênio, medida de ácido-base

*pCO : pressão parcial de dióxido de carbono


2
*tCO : dióxido de carbono total
2
*pO : pressão parcial de oxigênio
2
*SatO : Saturação de oxigênio
2
Gasometria arterial

A análise dos gases do sangue arterial é uma parte essencial da


avaliação e manuseio do estado de oxigenação e equilíbrio acidobásico
do paciente. A utilidade deste exame como acessório ao diagnóstico
depende da capacidade de interpretação correta de seus resultados. A
gasometria do sangue arterial consiste na análise dos gases sanguíneos
(oxigênio, dióxido de carbono), bicarbonato e pH, permitindo a
avaliação da oxigenação, da adequação da troca gasosa nos pulmões e
do o estado acidobásico. Os gases sanguíneos devem ser interpretados
conjuntamente com a história clínica do paciente e exame físico.
• Oxigenação

Os valores da gasometria arterial que refletem a oxigenação incluem a pressão


parcial de oxigênio no plasma arterial (PaO2) e a saturação arterial de oxigênio
da hemoglobina (SaO2). a. PaO2 É a pressão parcial de O2 dissolvida no sangue
arterial. A PaO2 normal (ou pO2) é de 80 a 100 mmHg ao nível do mar. A pO2
diminui no idoso; o valor de indivíduos de 60 a 80 anos de idade varia de 60 a 80
mmHg

SaO2

Refere-se à quantidade de oxigênio ligado à hemoglobina. A saturação normal


de hemoglobina varia de 93 a 99%. A SaO2 é muito importante porque a maioria
do O2 fornecido aos tecidos é transportado através da hemoglobina.
Tanto a PaO2 quanto a SaO2 são usadas para avaliar a oxigenação. A diminuição da
oxigenação do sangue arterial (pO2 menor que 80 mmHg) é referida como hipoxemia.
Hipoxemia é diferente da hipóxia, que é a diminuição de oxigênio a nível tissular. A força
com que o oxigênio liga-se à molécula de hemoglobina tem implicações clínicas
importantes. Se o oxigênio liga-se fracamente, a hemoglobina pode liberar o oxigênio
antes que alcance os tecidos que dele necessitam. Se o oxigênio liga-se muito
fortemente, ele pode não ser transferido aos tecidos. A força da ligação
oxigênio-hemoglobina é graficamente representada na curva de dissociação da
hemoglobina, que pode ser usada para estimar a PaO2 se a saturação de oxigênio é
conhecida. Por exemplo, a pO2 é 97 mmHg e está associada com uma SaO2 de 97%. Se a
pO2 cai para 80 mmHg, a SaO2 cai apenas para 95%. Porém, se a pO2 cai de 80 para 60
mmHg, a SaO2 irá cair de 95 para 90%. Embora esses exemplos refletem uma
diminuição da pO2 o paciente não estaria imediatamente comprometido já que a
hemoglobina ainda está bem saturada com O2
A zona crítica da curva da dissociação da oxihemoglobina ocorre quando a pO2 cai abaixo de 60 mmHg. A
este ponto, a curva cai de forma aguda e pequenas mudanças na pO2 são refletidas em grandes mudanças
na saturação de O2. Estas mudanças na SaO2 podem provocar uma diminuição significativa no O2 fornecido
para os tecidos.

• Ventilação / estado ácido-básico

Os valores que refletem a ventilação e o equilíbrio ácido/básico incluem o


pH, pCO2 e o HCO3.O pH: refere-se à concentração de íons hidrogênio (H+)
no sangue. O pH é o logaritmo negativo da concentração de íons H+. O pH
normal varia de 7.35 a 7.45. Se ocorre elevação dos íons H+, ocorre queda do
pH, resultando em acidemia. Por outro lado, uma diminuição de íons H+
resulta em um pH elevado e consequente alcalemia.
PCO2: ou PaCO2

É a pressão parcial de CO2 dissolvida no plasma arterial. A PCO2


normal varia entre 35 a 45 mmHg e sua concentração é regulada pelo
sistema neurológico. Uma pCO2 > 45 mmHg indica acidose
respiratória, e um valor inferior a 35 mmHg indica alcalose
respiratória.
Se um paciente hipoventila, o CO2 é retido, levando a acidose
respiratória.
Se um paciente hiperventila, o excesso de CO2 é eliminado pelos
pulmões, resultando em alcalose respiratória.
HCO3

É a concentração de bicarbonato de sódio no sangue. A sua faixa de


normalidade vai de 22 a 26 mEq/l. O HCO3 é regulado pelos rins. O
bicarbonato neutraliza ácidos. A regulação do equilíbrio acidobásico
ocorre por meio do sistema tampão, que pode ser descrito como um
mecanismo para neutralizar os ácidos. Três sistemas tampão existem
para a manutenção do equilíbrio acidobásico: o sistema tampão no
sangue, no sistema respiratório e no sistema renal.
O sistema tampão do sangue

É ativado quando ocorrem mudanças na concentração


de íons H+; quando estes se elevam, o pH cai,
resultando em acidose. O bicarbonato combina com o
íons H+ para formar ácido carbônico (H2CO3), que por
sua vez quebra-se em CO2 (eliminado pelos pulmões) e
água, através da seguinte reação: H+ + HCO3 ↔ H2CO3
↔ H2O + CO2.
O sistema tampão respiratório

Atua através da eliminação do excesso de CO2 dos pulmões. Este


processo inicia-se assim que ocorre uma alteração ácido/básica.

O sistema tampão renal

Funciona excretando o excesso de íons H+ e retendo bicarbonato.


Este sistema é ativado mais lentamente e pode levar mais de dois
dias para regular o equilíbrio acidobásico.
Compensação

É o termo usado para descrever os mecanismos corporais para a


restauração do pH normal, quando confrontado com estados de acidose
ou alcalose. Em um pH normal, a proporção de bicarbonato para o dióxido
de carbono é de 20:1. A compensação envolve o ajuste do pCO2 ou
bicarbonato usando o componente que não está afetado para voltar esta
relação para 20:1. Por exemplo, durante um problema respiratório, os rins
fazem esta compensação ajustando o bicarbonato (esta resposta é lenta,
leva mais de 24 horas) e em um problema metabólico, os rins compensam
ajustando o dióxido de carbono (resposta rápida, ocorre em questão de
minutos).

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