MODALIDADE: Pesquisa em Andamento
EIXO: Eixo 09. Ensino de Línguas e Educação Especial: Aquisição, Aprendizagem, Formação e atuação
Profissional na Perspectiva da Acessibilidade
ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA DE SURDOS: CONTRIBUIÇÕES DE LEV
VIGOTSKI PARA O DEBATE
Carla Andreza Correa REUTER¹
*Lucélia Cardoso CAVALCANTE²
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e
Matemática (PPGECM)
Unifesspa
Pará
Fundação de Apoio à Pesquisa (FUNAPE)
RESUMO: Este trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado acerca da aprendizagem
docente para a alfabetização científica de surdos em contexto amazônico e tematiza as
contribuições da teoria histórico-social de Lev Vigotski para refletir acerca da
alfabetização científica de pessoas surdas em Libras e Língua Portuguesa. Deste modo,
este trabalho objetiva discutir as contribuições de Lev Vigotski para as reflexões acerca da
alfabetização científica de pessoas surdas. Para tal, procedeu-se metodologicamente por
uma pesquisa bibliográfica, na qual, além da leitura da obra de Vigotski, contribuíram para
este estudo autores que analisam a obra deste autor, tais como Maggi (2014) e Nóbrega
(2004). Além destes autores, a fundamentação teórica deste trabalho discute a
alfabetização científica de surdos, referenciando-se em Chassot (2003) e Feltrini e
Gauche (2007). Verificou-se que alguns conceitos propostos por Vigotski contribuem para
se pensar acerca da alfabetização científica de surdos, são exemplos disto os conceitos
de função mental superior, internalização, mediação e outros. Assim, a obra produzida por
Lev Vigotski possui contribuições relevantes para as discussões sobre alfabetização
científica de surdos.
Palavras-chave: libras; linguagem científica; educação dos surdos.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho é parte de uma pesquisa de dissertação do Programa de Pós-
Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM/Unifesspa), a qual
investiga a aprendizagem docente de professores de Ciências e do Atendimento
Educacional Especializado (AEE) para a alfabetização científica de surdos em contexto
amazônico. Deste modo, ao longo deste artigo, apresentaremos as contribuições da teoria
histórico-social de Vigotski para os debates acerca das possiblidades para a alfabetização
científica de surdos.
Sobre esta temática, inicia-se o debate destacando que, de acordo com Silva (2001,
p. 43-44), é comum afirmar que alunos surdos têm dificuldade em determinada disciplina,
porém, tal dificuldade não está na disciplina, mas nas barreiras de acesso à língua, seja
esta oral ou escrita. Em Ciências, este público pode apresentar diversas dificuldades de
aprendizagem, que não necessariamente são patológicas e trata-se, na verdade, de
barreiras linguísticas, pois nem sempre a escolarização de surdos ocorre com uso da
Libras.
Destacar a importância da Libras na escolarização do sujeito surdo não significa
afirmar que a presença de um tradutor/intérprete de Libras-Língua Portuguesa,
isoladamente, será capaz de suprir todas as necessidades do aluno surdo. Na disciplina
de Ciências, por exemplo, há uma linguagem científica para se apropriar, todavia esta não
existe em Libras de maneira que contemple todo o léxico apresentado em Língua
Portuguesa, idioma em que a disciplina é ministrada na maioria das escolas brasileiras.
Sobre a alfabetização científica, explica-se que conforme Chassot (2003, p. 91), a
ciência é uma linguagem e ser alfabetizado cientificamente quer dizer conseguir ler a
linguagem em que está escrita a natureza. Assim, a autor afirma:
A ciência pode ser considerada como uma linguagem construída pelos homens e
pelas mulheres para explicar o nosso mundo natural. Compreendermos essa
linguagem (da ciência) como entendemos algo escrito numa língua que
conhecemos (por exemplo, quando se entende um texto escrito em português) é
podermos compreender a linguagem na qual está (sendo) escrita a natureza.
Desse modo, refletimos que a linguagem em que a ciência tem sido construída ao
longo da história ocorre com o uso de línguas orais-auditivas. Esta construção, feita pela
maioria da sociedade, que é ouvinte, não favorece a construção de conhecimentos em
línguas visuais-motoras, como a Libras. Por isso, a tendência tem sido alfabetizar
cientificamente os alunos surdos por meio do Português, pois nem sempre existe
linguagem científica em Libras e isto
prejudica a compreensão de todo o conteúdo ministrado. Por outro lado, somente
após a compreensão significativa desse conceito pelos alunos surdos, o sinal
correspondente poderá ser criado e incorporado à língua de sinais. Embora o
professor de Ciências seja conhecedor dos conceitos científicos envolvidos em
aulas de Ciências e possa propor sinais específicos, em conjunto com especialistas
em Libras, cabe à comunidade surda validar o uso de sinais correspondentes.
(Feltrini & Gauche, 2007, p. 7).
Assim, mesmo quando é proposto criar sinais, o que só pode ser feito pela
comunidade surda, os surdos responsáveis por esta tarefa precisam compreender um
conceito ainda não nomeado em sua língua. Não se pode negar que muito já se tem feito
a respeito da criação e divulgação de sinais em Libras para a área de Ciências da
Natureza: O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), por exemplo, disponibiliza
um dicionário on-line com sinais inerentes a esta área. Porém, diversos termos científicos
ainda não possuem sinal em Libras. Deste modo, os surdos precisam apreender uma
linguagem científica em Língua Portuguesa e, apenas em um segundo momento, pode
ser proposto a criação de sinais para os referidos termos.
Considerando as especificidades linguísticas que permeiam o processo de
alfabetização científica de surdos, o aprofundamento teórico em escritos de Lev Vigotski
proporcionou reflexões que contribuíram para o debate acerca da alfabetização científica
do público em questão. Sobre ele, cabe destacar que nasceu em Orsha, em 1896, em
uma família judia com considerável poder aquisitivo. Além de psicólogo, obteve formação
também em Medicina e Direito, produzindo uma vasta obra da qual pode-se destacar
algumas de mais repercussão no Brasil, tal como Formação Social da Mente;
Pensamento e Linguagem; e A Construção do Pensamento e da Linguagem.
Influenciado pelo materialismo dialético de Karl Marx e Friedrich Engels, Vigotski
concebe o desenvolvimento humano – e da linguagem – como algo que precisa ser
analisado considerando aspectos sociais, históricos e culturais. Por esta razão, o
paradigma proposto por Vigotski ficou conhecido por diversos nomes que buscam
destacar tais aspectos, a saber: Paradigma Histórico-Cultural, Histórico-Social,
Sociointeracionismo, dentre outros. Apesar disto, Vigotski e outros autores de seu círculo
utilizavam a nomenclatura Psicologia Marxista ou ainda Psicologia Historicista.
Conforme o paradigma supracitado, o desenvolvimento do sujeito, da linguagem e
a sua aprendizagem irão ocorrer de maneira diretamente vinculada à apropriação da
cultura. Por isto, é imprescindível que o ser humano possua uma participação ativa em
hábitos, valores e estilos de vida, de maneira que possa apropriar-se de modos sociais de
pensar, falar, perceber, sentir e interagir com outros indivíduos (Maggi, 2014).
Neste sentido, diversos dos conceitos discutidos por Vigotski irão, em dado
momento, estar diretamente ligados a ideia de interação social com o outro ou ainda
apontar para a necessidade de que esta interação ocorra. Similarmente, ao discutir o
desenvolvimento de crianças com deficiência, Vigotski não elimina a necessidade de
interação para este público, mas propõe caminhos alternativos para que esta ocorra,
sendo a interação um aspecto igualmente importante para o desenvolvimento destas
crianças.
Deste modo, ao longo deste trabalho, problematizou-se: Como a teoria histórico-
social de Vigotski contribui para as reflexões acerca da alfabetização científica de surdos
em Libras e Língua Portuguesa? Assim, consideração a problemática supramencionada,
o trabalho aqui apresentado objetiva discutir as contribuições de Lev Vigotski para as
reflexões acerca da alfabetização científica de pessoas surdas.
2. MÉTODO
O trabalho aqui proposto é parte de uma pesquisa de dissertação do
PPGECM/Unifesspa, a qual discute a aprendizagem docente para alfabetização científica
em Libras e Língua Portuguesa por pessoas surdas em contexto amazônico. Este
trabalho, em específico, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, ou seja, aquela que,
conforme Gil (2202, p. 44) “é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
Para esta pesquisa bibliográfica, procedeu-se pela leitura da obra de Vigotski
acerca do desenvolvimento humano e do desenvolvimento da linguagem, assim como os
escritos do autor sobre o desenvolvimento das pessoas com deficiência. Também foram
lidos alguns autores que analisam os escritos de Vigotski, tais como Nóbrega (2004) e
Maggi (2004). Esta possui estudos na área da educação e psicologia, enquanto aquela
possui estudos na área da aquisição da linguagem, motivo pelo qual consideramos que as
reflexões das referidas autoras podem oferecer reflexões importantes para o debate aqui
proposto.
Dentre as leituras realizadas, ao longo deste trabalho, priorizou-se apresentar
aquelas cujas discussões contribuem para refletir acerca da alfabetização científica de
pessoas surdas. Desde modo, foram discutidas as contribuições da teoria histórico-social
de Lev Vigotski para reflexões acerca da alfabetização científica em Libras e Língua
Portuguesa por pessoas surdas.
3. RESULTADOS
O aprofundamento teórico na teoria histórico-social de Vigotski apontou para
alguns aspectos acerca do pensamento do autor no que diz respeito ao desenvolvimento
de todos os sujeitos e também ao desenvolvimento das pessoas com deficiência de modo
específico. Tais aspectos foram incorporados às reflexões acerca da alfabetização
científica de pessoas surdas.
Para Vigotski, o desenvolvimento do ser humano estaria ligado a internalização de
funções mentais superiores, ou seja, funções vinculadas a sistemas simbólicos,
envolvendo aspectos como ações conscientemente controladas, atenção voluntária,
memorização ativa, pensamento abstrato e comportamento intencional (Nóbrega, 2004, p.
225). As funções mentais superiores são construídas historicamente pelos indivíduos e,
por isto, são uma característica exclusivamente humana.
Para compreendê-las melhor é possível ainda elucidar alguns exemplos: O ato de
vestir roupas e calçar sapatos é um comportamento aprendido socialmente, na interação
com outros indivíduos, além do uso de vestimentas ser uma prática construída
historicamente, inclusive, sendo modificada diversas vezes. Portanto, o ato de vestir
roupas é uma função mental superior, de tal modo que nenhum outro ser vivo além dos
humanos possui este hábito.
Cabe destacar ainda que a linguagem e mesmo o aprendizado de uma língua são
também funções mentais superiores. A linguagem possui papel central para o
desenvolvimento humano e, por isso, é um aspecto que recebe notoriedade na teoria
proposta por Vigotski. O desenvolvimento da linguagem, assim como as demais funções
mentais superiores, também necessitaria da interação para poder ocorrer. Deste modo, à
luz da interação humana como fator importante para o desenvolvimento das funções
mentais superiores e da linguagem, destaca-se que:
Todas as funções psicointelectuais superiores aparecem duas vezes no
decurso do desenvolvimento da criança: a primeira vez, nas atividades
coletivas, nas atividades sociais, ou seja, como funções interpsíquicas; a
segunda, nas atividades individuais, como propriedades internas do
pensamento da criança, ou seja, como funções intrapsíquicas. (Vigotski, 1988,
p. 114).
Neste sentido, para que a criança possa internalizar a linguagem e demais funções
mentais superiores, é necessário que ocorra interação com coletivos de seres humanos,
onde as atividades sociais são construídas e, posteriormente, a criança será capaz de
executar estas atividades sozinha, em processo de internalização mais complexo que a
simples cópia de atividades humanas histórica e culturalmente construídas.
Deste modo, compreendendo a alfabetização científica como a internalização da
linguagem inerente à compreensão da natureza, envolvendo um vocabulário específico,
destaca-se que o processo de alfabetização científica será eficaz na medida em que
forem proporcionadas ao sujeito situações de interação com outras pessoas e com o meio
social em contextos favoráveis ao contato com a natureza e com a linguagem inerentes
às discussões sobre esta.
No caso das pessoas surdas, não será diferente: A alfabetização científica será
também eficaz conforme sejam oportunizadas interações favoráveis a internalização de
conceitos da linguagem científica. Porém, no caso das pessoas surdas, esta linguagem
científica poderá apresentar-se em Língua Portuguesa e/ou em Libras.
A discussão anterior menciona ainda a ideia de “internalização”, que também foi
proposta por Vigotski. A internalização é um processo de reconstrução interna de práticas
que anteriormente foram externas. Nóbrega (2004) explica que, para Vigotski, a
internalização, enquanto um aspecto sócio-cultural, ocorre por meio de um processo que
se dá do interpessoal (ou interpsicológico) em direção ao intrapessoal (ou
intrapsicológico), gerando a formação da consciência como um salto qualitativo na
filogênese.
Além da internalização, outro conceito atrelado ao desenvolvimento das funções
mentais superiores é o conceito de mediação, isto é, um processo de intervenção no qual
uma relação, anteriormente direta, passa a ser mediada. Por exemplo, para o cérebro
humano aprender conceitos abstratos é necessário a mediação da palavra. Ou ainda,
para aprender Matemática, pode ser necessário a mediação de símbolos algébricos.
Nóbrega explica que, para Vigotski, a linguagem também terá uma função mediadora:
Vygotsky também separa o mundo do sujeito em que, para se conhecer o mundo,
eu preciso da linguagem que, portanto, exerce uma função mediadora. Logo, o
sujeito também não pode construir sua linguagem diretamente com o mundo, a não
ser facilitada pela atividade mediada - que se dá tanto externa, através de
instrumentos, como internamente, através dos signos - sendo esta
fundamentalmente importante na formação dos processos psicológicos superiores
a qual culmina com o processo de internalização dos sistemas simbólicos.
(Nóbrega, 2004, p. 224).
Deste modo, compreendendo este conhecimento do mundo como o contato com
práticas culturais de viver e agir para, então, ocorrer a internalização de funções mentais
superiores, infere-se que a linguagem é fundamental para mediar tal internalização e
proporcionar ao sujeito variados aprendizados sociais e culturais. Neste sentido, fica
evidente o papel primordial que Vigotski estabelece para a linguagem ao discutir o
desenvolvimento humano.
Tendo compreendido que a linguagem exerce um papel relevante para o
desenvolvimento humano, cabe destacar que, para Vigotski, esta também será importante
para o desenvolvimento das pessoas com deficiência, ainda que estas precisem utilizar
formas diferentes de comunicação, conforme Vigotski explica:
Formas culturais de comportamento são o único caminho para a educação da
criança anormal. Elas consistem na criação de caminhos indiretos de
desenvolvimento onde este resulta impossível por caminhos diretos. A língua
escrita para os cegos e a escrita no ar para os surdos-mudos são tais caminhos
psicofisiológicos alternativos de desenvolvimento cultural. (VIGOTSKI, 2011, p.
868).
Assim, cabe ressaltar que pessoas com deficiência necessitam de interação social
e cultural tanto quanto pessoas sem deficiência. A linguagem possui papel importante
para ambas, porém, irá ocorrer por processos diferentes: Enquanto as pessoas sem
deficiência tendem a utilizar línguas orais e, posteriormente, internalizam a modalidade
escritas destas, as pessoas surdas, por exemplo, utilizam as línguas de sinais.
Semelhantemente, assim como pessoas sem deficiência tendem utilizar a escrita que é
lida visualmente, as pessoas cegas utilizam a escrita lida por meio do tato.
As línguas de sinais e a escrita em Braille seriam exemplos de caminhos indiretos
que pessoas com deficiência percorrem durante seu desenvolvimento. Sobre tais
caminhos indiretos, Vigotski (2011) explica que as formas complexas de comportamento
em crianças estruturam-se por caminhos indiretos, sempre que a operação psicológica se
revela impedida pelo caminho direto. Assim, é evidente que o uso de caminhos indiretos
não é uma exclusividade do desenvolvimento de crianças com deficiência, porém, no
caso destas, os impedimentos encontrados estimulam a descoberta de caminhos
alternativos de adaptação, isto é, indiretos.
No caso da alfabetização científica para alunos surdos, principalmente no que se
refere à alfabetização científica em Libras, diversos caminhos indiretos podem ser
necessários: Quando não existem sinais para expressar determinado vocabulário inerente
à linguagem científica, podem ser necessários utilizar estratégias como o próprio contato
com a natureza, o uso de experimentos científicos, o contato com surdos e ouvintes
fluentes em Libras que compreendam o conceito, entre outros.
Apenas após a compreensão destes conceitos inerentes à linguagem científica por
um significativo número de pessoas surdas é que se pode ser criado sinais para
expressar tais conceitos. Vale destacar a criação deste léxico contribuirá para uma maior
internalização da linguagem científica e, consequentemente, do processo de alfabetização
científica. Porém, o referido processo enquanto uma função mental superior, vale
destacar que a interação será fundamental a efetividade da alfabetização científica na
formação do sujeito surdo.
4. CONSIDERAÇÕES
Apesar de ter vivido apenas 38 anos, Vigotski produziu uma vasta obra na área
da psicologia em suas discussões sobre o desenvolvimento humano. É notório o papel
central que a linguagem irá tomar na perspectiva deste autor. Sendo assim, a linguagem
possui uma função mediadora para a internalização de funções mentais superiores, as
quais, enquanto característica exclusivamente humana, também são importantes para a
inserção e adaptação do indivíduo nos espaços sociais.
Destaca-se também as contribuições de Vigotski para os debates até hoje
produzidos acerca do desenvolvimento de pessoas com deficiência. Com base em
Vigotski, é possível discutir a educação deste público considerando a necessidade de que
este esteja inserido em sociedade de forma ativa e, por meio da cultura, possa também
desenvolver-se. Além disso, a discussão deste autor sobre os caminhos indiretos
evidencia a capacidade humana de aprender de diversas formas e adaptar-se a diferentes
contextos.
No caso deste trabalho em específico, a proposta de Vigotski possui contribuições
importantes para refletir acerca da alfabetização científica de pessoas surdas em Libras e
Língua Portuguesa. O papel primordial dado à linguagem, os conceitos de função mental
superior, internalização e mediação foram alguns dos aspectos propostos pelo referido
autor que contribuíram para compreender como a alfabetização científica pode ocorrer de
maneira efetiva no caso das pessoas surdas.
A ideia de caminhos indiretos, aplicável para surdos e demais pessoas com
deficiência, porém não de forma exclusiva, foi fundamental para refletir acerca da
alfabetização científica em contextos em que dado vocabulário ainda não possua sinal em
Libras. Neste sentido, a Libras e a Língua Portuguesa serão importantes para a
alfabetização científica de pessoas surdas, porém, diversas estratégias de ensino podem
ser importantes e contribuir para que tal processo ocorra por caminhos indiretos, quando
necessário.
5. REFERÊNCIAS
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Bras. Educ., Rio de Janeiro, 22, 89-100.
Feltrini, G.M, Gauche, R. (2007). Ensino de ciências a estudantes surdos: pressupostos e
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Maggi, N. R., Américo, R. M. (2014). A ação mediada na perspectiva do interacionismo
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Vigotski, L. S. (2011). A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da
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Vygotsky, L.S., Luria, A. R., Leontiev, A.N., (2010). Linguagem, desenvolvimento e
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