Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências
Pós-graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
Disciplina Princípios de Geoquímica
Estrutura e composição
da Terra e Tectônica de Placas
Profa Simone Moraes
(
[email protected])
Press et al. (2006)
Origem da Terra
Nuvem de gases e poeira entra em rotação e começa a contrair
Origem da Terra
Press et al. (2006)
É formado um disco achatado com matéria concentrada
em seu centro (protosol)
Origem da Terra
Planetesimais
Proto-estrela
Press et al. (2006)
São formados grãos que colidem e se agregam
em pequenos blocos (planetesimais)
Origem da Terra
• Eon Hadeano
– Origem do Universo
– Formação do planeta e
seu resfriamento (4,6-4,0
Ga)
• Formação da crosta – grãos
de zircão (4,4Ga)
Formação da crosta e da atmosfera
Formação do planeta Resfriamento da crosta terrestre
Ma
Tempo Geológico 0,0117
2,58
5,3
23,0
33,9
56,0
66,0
Localização 145,0
dos registros
201,3
251,9
11%
298,9
358,9
419,2
443,8
485,4
538,8
43%
Cristais de
zircão (1mm) 2500
Affolter et al. (2020)
33%
4000
13%
4600
Tempo Geológico
• Eon Arqueano (4,0-2,5 Ga)
Kazlev e Boschetto (2002)
– Condensação da água
formando mares e lagos
• Primeiros eventos de erosão
• Formação de rochas
sedimentares
– Mudanças na atmosfera
• Aprisionamento do CO2 aumenta Formação dos mares e lagos
proporção de metano e amônia
Evans (2009)
• Ambientes redutores
– Primeiras formas de vida
• Bactérias anaeróbias
• Bactérias fotossintetizantes
• Cianobactérias
• Primeiros processos de
oxirredução
Tempo Geológico
• Eon Proterozoico (2,5-0,5 Ga)
– Ambiente continental inóspito
• Superfície modificada pela ação
dos fortes ventos e da chuva
• Alta incidência de radiação UV
• Grande movimentação tectônica –
formação de supercontinentes Superfície dos continentes
• Grandes glaciações - Snowball
Earth
– Aumento dos processos de
oxirredução
• Apogeu dos estromatólitos
• Primeiros eucariontes –
fungos e algas
• Primeiros animais –
Fauna de Ediacara Primeiros
supercontinentes
Tempo Geológico
• Eon Fanerozoico (0,5 Ga)
– Aumento da diversidade biológica
– Conquista do ambiente terrestre
– Formação e fragmentação de Pangea – mudanças
na circulação oceânica e no clima
Press et al. (2006)
Escala de tempo dinâmico
A Terra atual
Ferro Matéria Crosta Manto
mais leve (Si e Al) (Fe e Mg) Núcleo externo
(Fe e Ni líquido)
Núcleo interno
(Fe e Ni sólido)
Atmosfera
(CH4, NH3,
CO2, H2O)
Press et al. (2006)
Diferenciação da Terra primitiva formando suas camadas
A Terra atual
Raio polar = 6357 km Topografia da Terra
Raio equatorial = 6378 km Dados técnicos:
• Idade: 4,6 bilhões de anos
• Massa: 6X1029 g
• Densidade: 5,52 g/cm3
• Volume:1,083X1012 km3
• Raio polar: 6357 km
• Raio equatorial: 6378 km
Teixeira (2000)
• Superfície: 70% por água e
30% de áreas emersas
Evidências da Composição da Terra
Teixeira (2000)
Rotação da Terra Ação da gravidade
(23h 56m 4.08s = 1649 km/h no equador)
Forma da Terra
• Esferoide achatado nos polos
• Crosta e núcleo interno são sólidos
• Manto e núcleo externo se comportam como fluidos viscosos ao longo do tempo –
deformação plástica
Evidências da Composição da Terra
Modelos de Compensação Isostática
Teixeira (2000) Teixeira (2000)
Modelo de Airy Iceberg Modelo de Pratt Jangada
Crosta
Crosta continental
oceânica
Manto
Press et al. (2006)
Princípio da Isostasia
• Principio do Equilíbrio Hidrostático de Arquimedes
• Compensação de excessos e deficiências de massa por deflexão da litosfera
Evidências da Composição da Terra
Modelos de Compensação Isostática
Formação da geleira Derretimento da geleira
Press et al. (2006)
Teixeira (2000)
Encurvamento da crosta Recuperação isostática
Modelo flexural
Isostasia e soerguimento pós-glacial
Princípio da Isostasia
• Principio do Equilíbrio Hidrostático de Arquimedes
• Compensação de excessos e deficiências de massa por deflexão da litosfera
Evidências da Composição da Terra
Campo magnético local
NASA (2009)
Wikipédia (2007)
Campo magnético de um imã
Geomagnetismo
• Fluxos de corrente elétrica Extração de ferro em Carajás - Pará
• Campo local - minerais magnéticos (magnetita e hematita)
- Anomalias empregadas na prospecção mineral
Evidências da Composição da Terra
Campo magnético interno 30000 anos atrás Hoje
Pólo norte geográfico Pólo norte magnético
Imã Reversão do campo magnético
Limalhas
de ferro Direção do campo
magnético
Declinação magnética Oceano
Geomagnetismo
• Campo interno - núcleo
Press et al. (2006)
- Declinação magnética – 11,5º Partículas magnéticas no
- Sofre variações de intensidade e reversão sedimento marinho
no tempo geológico Magnetização de depósitos recentes
Evidências da Composição da Terra
Campo magnético externo
Vento solar e a magnetosfera
Evidências da Composição da Terra
Aurora boreal no Alasca
Vento solar e a magnetosfera
Geomagnetismo
• Campo externo - Ionosfera
- Influenciado por ventos solares
- Sofre variações diárias
- Gera tempestades magnéticas Aurora austral na Nova Zelândia
Estrutura interna da Terra
• Crosta - sólida
− Crosta continental – 25-50 km
Litosfera
− Crosta oceânica – 5-10 km
Astenosfera
• Manto
− Manto superior - rochas em
fusão
− Manto inferior – rochas mais
Teixeira 2000 densas (aumento de pressão)
Teixeira et al. (2000)
• Núcleo
− Núcleo externo – líquido
Estrutura interna da Terra − Núcleo interno - sólido
Tectônica de placas
Placas tectônicas
Tectônica de placas
• Histórico
– Francis Bacon (1620) – encaixe das linhas de costa da África
e a América do Sul
– Alfred Wegener (1912) – Pangea
➢Evidências a partir da
distribuição dos fósseis
Cynognathus
Glossopteris
Mesosaurus África
Lystrosaurus
América Austrália
do Sul
Hamblim (1989)
Evidências a Antártida
partir de fósseis
Tectônica de placas
• Histórico
– Alfred Wegener (1912) – Pangea
• Estrias de glaciações com 300Ma no Brasil, sul da África,
Índia, oeste da Austrália e Antártica
Hamblim (1989)
Hoje
Carbonífero (306Ma)
Evidências de glaciação
Tectônica de placas
• Evidências
paleoclimáticas - Oceano Ásia
Pantalássico América Europa
Pangea do Norte
Mar de Tethys
América África
do Sul
Índia
Hamblim (1989)
Austrália
Antártida
Estrias de glaciação Carvão mineral Clima desértico
Evaporitos Dunas de deserto Clima tropical
Evidências
paleoclimáticas Recifes de corais Direção do gelo Glaciação
Tectônica de placas
• Evidências
– Descoberta da Dorsal Meso-
Domingos (2000)
Oceânica do Atlântico
• Maior fluxo térmico que nas áreas
próximas aos continentes - forte atividade
sísmica e vulcânica Relevo submarino
• Rochas mais jovens que as
continentais
• Mudanças dos polos
Teixeira et al. (2000)
magnéticos terrestres
Domingos (2000)
Geocronologia do Atlântico Norte
Paleomagnetismo
Tectônica de placas
• Correntes de convecção
– Fluxos de calor geram o derretimento das rochas e
a ascensão de material do manto
– Zonas de subducção – locais onde a crosta mais densa
mergulha sob a menos densa, se funde e é incorporada ao
manto
Domingos (2000)
Correntes de
convecção Correntes de convecção do magma e zonas de subducção
Tipos de limites entre as placas
• Limites divergentes
– As placas se afastam e se forma uma nova crosta
Press et al. (2006)
Dorsal
Mesoatlântica
Teixeira et al. (2000)
Velocidade (cm/ano) e direção
das placas tectônicas da Terra
Fissura de Laki
(Islândia, 1783)
Expansão do assoalho oceânico na Dorsal Mesoatlântica
Tipos de limites entre as placas
• Limites convergentes
– As placas colidem e a
mais densa mergulha
sob a menos densa,
Teixeira et al. (2000)
destruindo a crosta e
produzindo magma
Velocidade (cm/ano) e direção
das placas tectônicas da Terra
Andes Arquipélago japonês
Fossa do Peru-Chile Fossa do Japão
Placa
Sulamericana Placa eurasiana
Limites
Press et al. (2006)
convergentes
Tipos de limites entre as placas
• Limites conservativos
– As placas deslizam
lateralmente sem
Teixeira et al. (2000)
destruição ou geração
de crostas
Velocidade (cm/ano) e direção
das placas tectônicas da Terra
3m
Press et al. (2006)
Movimento da Falha
Falha de Santo André de Santo André em 1906
Consequências do movimento das placas
• Áreas de intenso vulcanismo e atividade
sísmica
Japão
Teixeira et al. (2000)
Hamblim (1989)
Vulcanismo Eventos sísmicos
Relação entre as placas tectônicas e as áreas de maior atividade sísmica e
vulcanismo
Consequências do movimento das placas
• Áreas de intenso vulcanismo
– Hot spots
Teixeira et al. (2000)
Teixeira et al. (2000)
Press et al. (2006)
Hot spot do Havaí Formação de um hot spot
Consequências do movimento das placas
• Áreas de intensa atividade sísmica
G1(2014)
Concepción, Chile em Chile em 02/04/2014 Epicentro e tremores
27/02/2010 secundários
Consequências do movimento das placas
• Tsunamis
– Deslocam-se com
velocidades de até 800km/h
– Formam ondas maiores
que 20m de altura
Wikipédia (2007)
Vulcão Thira (1623a.C.),
Grécia
0,5km de profundidade
Erupções vulcânicas Bolha de gás Falhas submarinas
Causas dos tsunamis
Consequências do movimento das placas
• Tsunamis
– Tsunami do Oceano Índico-
26/12/2004
• Movimento das placas da Índia e
Birmânia
– Ruptura de 1,2km e deslocamento
de 15m
– Terremoto de 9 pontos por mais de
3min
– Mudança do polo norte (2,5 cm) e
duração do dia (3 milisegundos)
– 174542 mortos
Epicentro e
países afetados
Consequências do movimento das placas
• Tsunamis
Veja (2011)
Natori, Japão, 11/03/2011
SCOTESE, C. R. PLAEOMAP Project. 2008. http://www.scotese.com/earth.htm.
• Deriva dos continentes
Consequências do movimento das placas
Atividade
• Discuta a importância científica, econômica
e/ou social dos estudos sobre a estrutura e
composição da Terra e tectônica de placas
Salvador
1724
Distribuição dos sismos no Brasil.
Círculos azuis: registros
históricos; vermelhos: registros por
sismógrafos.
Disponível em:
https://super.abril.com.br/coluna/deriva-
continental/existem-terremotos-no-brasil-
saiba-onde-e-por-que-eles-acontecem/
Vídeo do Projeto de Extensão "Terremotos na Bahia - Ações de
Popularização das Geociências com foco nas comunidades envolvidas"
Disponível em: https://youtu.be/AJQ3-KPtE2U
Cartilha: https://drive.google.com/file/d/1T3te_3iK6RVr6BvWpIFlkaDxC5N3MHwo/view
Referências
• Livros
– PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T.H. Para
entender a Terra. 4. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
– TEIXEIRA, W., TOLEDO, M. C. M., T. R., TAIOLI, F. (org.)
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
– WICANDER, R., MONROE, J.S. Fundamentos de Geologia.
São Paulo: Cengage Learning, 2009.