Introdução ao Estudo de Direito
Conceito de Direito: “sistema de normas de conduta social, assistido de
proteção coativa”.
O Direito (ius), no dizer do brocardo romano tradicional, a arte do bom e do
equitativo (ars boni et aequi) diante do exposto, observamos o Direito como
arte e como ciência.
A palavra direito, com vários significados ainda que ligados e que se
entrelaçam. Direito como arte ou técnica.
Procura melhorar as condições sociais ao sugerir e estabelecer regras justas
e equitativas de conduta. Pois e justamente como arte que o Direito na
busca do que pretende, se vale de outras ciências como Filosofia, História,
Sociologia, Política, etc.
Quid juris (Direito): usa-se para questionar qual é a solução que dá o direito,
a jurisprudência (decisões de tribunais).
Origem etimológica: locução latina que significa “que coisa de direito?”.
O Direito decorre de 2as premissas
Ubi homo, ibi societas: o Homem (animal social) tem uma natureza
eminentemente social.
A necessidade de o Homem viver em sociedade funda-se em diversas
causas, é uma necessidade:
— vital e psicológica: conversam, geram amizades/afetos, constituem
família.
— segurança e defesa militar: defendem-se melhor dos perigos da
natureza e das tendências agressivas e organizam-se melhor para enfrentar
as agressões de comunidades exteriores
— económica e política: procede à divisão de trabalho e sentem-se parte
do mesmo projeto coletivo.
Ubi societas, ibi ius: o Homem vive em sociedade, em convivência com
os seus pares, pelo que é o Direito que vai “promover a solidariedade de
interesses e resolver o conflito de interesses”, surgindo como uma ordem
normativa.
Com o fito de obstar à anarquia e os caos, existe na vida em sociedade uma
autoridade social, que recebe o poder diretivo destinado a:
estabelecer regras de conduta para todos os membros do grupo – poder
normativo.
tomar decisões concretas em relação a cada problema do dia a dia –
poder decisório.
impor, com autoridade, as regras de conduta e as decisões concretas aos
respetivos destinários e, caso as não cumpram, aplicar-lhes as
correspondentes sanções – poder sancionatório.
Compete à autoridade social conciliar, harmonizar os interesses de cada
um, fixando a esfera de faculdades, responsabilidades, deveres e ónus de
cada um, mediante a criação de regras ou normas de conduta, isto é,
mediante a criação de uma ordem normativa.
Por outro lado, a autoridade toma as decisões que foram necessárias em
nome de todos. E, finalmente, impõe o respeito por aquelas regras e por
estas decisões.
Como seria a vida dos Homens em sociedade sem uma
autoridade social?
“A liberdade de cada Homem termina onde começa a liberdade dos outros”
Existem duas conceções da sociedade, uma naturalista que encontra o seu
fundamento na natural sociabilidade do Homem e uma contratualista onde
pensadores como Hobbes, Locke e Rosseau defendem que a vida em
sociedade não era natural, pois resulta de um acordo de vontades. Assim o
Homem que vivia num estado de natureza transitou por celebração de um
contrato social, para o Estado de sociedade.
Neste momento priva-se dalguns dos seus direitos naturais para fomentar o
equilíbrio da sociedade regida por uma ordem social.
2 dimensões de Direito
Direito Objetivo
Conjunto de normas jurídicas de conduta social com proteção coativa.
Regras de conduta que se impõem a todos os homens, estabelecidas
objetivamente e todos devem obediência. Norma de Agir (somos
obrigados a respeitar, está acima do homem)
ex: direito civil, direito do trabalho.
Direito Subjetivo
Vantagens, faculdades, poderes que, por aplicação de regras de direito
objetivo, são atribuídas a pessoas determinadas, uma vez verificados certos
eventos previstos naquelas mesmas regras. Faculdade de Agir (direito
individual, não é a lei que nos impõe, está inerente ao sujeito)
ex: direito de propriedade, direito de crédito.
Tipos de Direito Subjetivo
Direito em sentido restrito: direito de casas, constituir família.
Direito potestativo (obrigação passiva universal, sujeição (submissão às
alterações que a vontade do sujeito ativo haja produzido na esfera jurídica o
sujeito passivo); faculdade nossa que impõe consequências noutra pessoa).
Lado ativo: dá o impulso e titular do direito – d. crédito (relativos), d.
personalidade e d. real (absolutos).
Lado passivo: alguém que tem o dever jurídico ou a obrigação passiva (de
não fazer nada).
— Constitutivo: constituir algo para alguém (ex: servidão), ex: art.1543 cc
— Modificativo: ex: divórcio, ex: art.1767 cc
— Extintivo: extingue algo, ex: art.1781 cc (ex: compra e venda de algo
pessoal, adotar uma criança)
Estado (Estado-Sociedade)
Elementos: povo, território e poder político.
Funções: política, legislativa (assembleia da república e legislador),
jurisdicional e administrativa.
Relação Estado-Direito: não há estado se não houver quem nos organize,
leis.
O Estado só pode ser Direito. Direito supra-estadual e infra-estadual.
Ordens Normativas
Norma Jurídica Norma da natureza ou lei física
Dirigem-se com carácter imperativo Referem-se explicativamente aos
à vontade do Homem, podendo ser fenómenos naturais, não tendo
violadas. sentido falar-se em obediência.
Norma Jurídica Normas morais
Intersubjetividade (regula as Intrasubjetividade (respeita à
relações entre os Homens) / “eu conduta isolada do homem) / “eu
social”. O Direito é bilateral. Criada pessoal”. A Moral é unilateral. Tem
pelos Homens que as escreveram e relevância interior (basta pensar).
pensaram. Tem relevância exterior, Finalidades: aperfeiçoamento
ou seja, pressupõe sempre uma individual; realização do bem.
exteriorização. Essência: consciência ética / pessoa
Finalidades: estabelecimento de consigo mesma.
regras essenciais de uma Coercibilidade psíquica (remorso)
sociedade, para o convívio social.
Essência: compatibilizar interesses
conflituantes.
Coercibilidade material, ou seja,
poder sancionatório
Norma Jurídica Norma religiosa
Criada pelos Homens. Regula Criadas por Ser transcendente.
relações entre os Homens, para Regula as relações entre os crentes
assegurar o respeito pela justiça, em si e com Deus.
segurança e pelos direitos Não é coercível materialmente:
humanos. obrigam apenas os crentes e são
Coercibilidade material: obrigam dotadas de sanções espirituais ou
todos os cidadãos, sob a ameaça de intraindividuais (castigo
sanções temporais ou terrenas. supraterreno).
Norma Jurídica Norma de trato social
Estabelece regras essenciais para o Aperfeiçoa o convívio social,
convívio social. tomando-o mais ameno e cordial.
Coercibilidade material. Não é coercível materialmente
(reprovação social).
Relações entre a ordem jurídica e as demais ordens
normativas
Relações de coincidência: assume e jurisdiciza algumas ordens
normativas, incorporando-as na ordem jurídica.
Relações de indiferença: coloca-se numa posição neutra ou de
indiferença em relação à maior parte das normas de outras ordens (no que
toca à ordem religiosa e de cortesia).
Relações próximas com as normas morais: ex: legítima defesa.
Relações de conflito: ex: questão do aborto, divórcio e casamento
homossexual.
Normas tendencialmente caracterizadoras da ordem jurídica:
necessidade, alteridade, imperatividade, coercibilidade, exterioridade,
estalidada.
Conceitos e problemas fundamentais do Direito
Direito Positivo (ius civilate positum): o direito “posto na sociedade”,
nela inserido com algo tangível. Forma-se devido ao conjunto de normas
jurídicas reguladoras da convivência humana que neste momento estão em
vigor em Portugal ou que alguma vez vigoraram numa comunidade,
expressas nos códigos e em leis avulsas.
É a obra humana e é contingente, é tangível e varia de época para época e
de país para país.
Direito Natural: definido como o direito que devia vigorar, já que assenta
na dignidade da pessoa humana e representa o reflexo imediato da Justiça.
Trata-se de regras fundadas na essência humana e não são localizadas no
tempo e no espaço. Não estão vertidas em nenhum código, nem foram
gizadas pela mão humana.
O Direito Natural deve nortear o Direito Positivo já que se impõem
e é superior, condicionando-o.
Foi a doutrina jurídica dominante desde o séc. V a.c ao séc. XVI d.c,
apareceram mais correntes do direito natural que alertaram para o ponto
fraco do direito natural eterno e universal. Nos séculos XIX e XX, há
contestação com o movimento filosófico do positivismo jurídico.
Direito natural não é direito porque:
Não pode ter origem divina, uma vez que Deus não existe.
Não é promulgado por nenhuma autoridade social legitimada e
reconhecida para o fazer.
O seu conteúdo é desconhecido e não há qualquer consenso.
Costumes variam de época para época e de lugar para lugar, não é uma
lei eterna e universal, válida e imutável.
A violação das suas regras não acarreta a imposição de quaisquer
sanções.
“A lei é dura mas é a lei” (dura lex sed lex) – art.8 n2, cc. Apesar de
considerarmos algo injusto ou imoral, é a lei por isso temos que respeitar e
seguir.
Cronologia
Jusnaturalismo greco-romano: direito natural/das gentes (direito
natural advém deste, as pessoas começaram a pensar mais racionalmente e
no porquê das normas).
Jusnaturalismo medieval (lex naturalis)
Jusnaturalismo racionalista (droit naturele): ideias iluministas.
Positivismo jurídico
Principais escolas do positivismo jurídico:
Positivismo legalista ou exegético: primazia absoluta ao texto da lei
escrita, o importante é o que está escrito
Positivismo científico ou conceitual: estudo sistemático e objetivo das
normas, baseado em fatos e conceitos lógicos e racionais
Positivismo normativista: direito como um sistema normativo
autónomo, separado da moral. desgarrado do pensamento que pode
condicionar o direito.
Positivismo sociológico: o direito é influenciado por fatores sociais,
culturais e económicos; o direito reflete a organização da sociedade
Os fins do Direito
Justiça
Primeiro e principal fim do Direito. Deve ser, "para o direito, uma bússola e
um farol".
Iustitia est constants et perpetua voluntas ius suum cuique tribuere: A
justiça é uma vontade constante e perpétua de atribuir a cada um o seu
direito.
Noção: a justiça é um conjunto de valores que se impõem quer ao Estado,
quer aos cidadãos, no sentido de dar a cada um o que lhe é devido, e o
critério geral acerca do que, em nome da justiça, é ou não devido a cada
um, deve ser definido em função da dignidade da pessoa humana.
Modalidades:
Comutativa: visa corrigir os desequilíbrios que se verifiquem nas relações
contratuais e nos atos involuntários ilícitos interpessoais.
Distributiva: rege a repartição dos bens comuns pelos membros da
sociedade, segundo o critério da igualdade proporcional que atende à
finalidade da distribuição.
Geral ou legal: rege a participação dos membros da sociedade nos
encargos comuns, segundo critérios de igualdade proporcional.
Equidade: Forma de solução de conflitos jurídicos que assenta na aplicação
da Justiça conforme as circunstâncias especificas de cada caso. art.4 cc
Segurança
segurança internacional: tentativa de existir paz entre os povos.
segurança pública interna: manter a ordem e a tranquilidade pública.
segurança individual: autoridades e polícia devem garantir para
prevenir a prática de crimes contra a vida, a liberdade ou a propriedade das
pessoas.
segurança social: procura assegurar a todos a base material do seu
sustento, exigências do direito de trabalho.
segurança socioeconómica: consegue-se através do estímulo à
poupança individual e do recurso às companhias de seguros, etc.
segurança jurídica: impõe a criação de mecanismos capazes de
contribuir para a certeza do Direito.
ex: — princípio ignorantia iuris non excusat (art.6 cc – sem esta lei não
existiam sanções).
— efeito de caso julgado (art.628 cpc).
— princípio da irretroatividade da lei (art.12 n1 cc, art.29 n1 crp).
— usucapião (art.1287 cc).
— prescrição (art.309 cc, art.115 cp) – extinção de um direito subjetivo
se ele não for exercido durante um determinado período.
— caducidade (art.329 cc) – instituto pela via a qual um direito se
extingue por ter corrido esse prazo.
Declarações dos Direitos Humanos
Ideia jusnaturalista que se vem afirmando desde o séc. XVIII: declaração dos
direitos subjetivos que devem ser reconhecidos em toda a parte a todos os
indivíduos, por derivarem da sua natureza humana.
1215: Magna Charta Libertatum
1776: Bill of Rights
1789: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos
1950: Convenção Europeia dos Direitos Humanos
Elementos do conceito de Direito
Considerando a definição de direito (Castro Mendes) como sistema de
normas de conduta social, assistido de proteção coativa, podemos
concluir que tal noção assenta em três ideias fundamentais:
Sistema.
Norma.
Proteção coativa.
Direito como sistema
O direito é um sistema normativo, ou seja, um conjunto articulado e
coerente de normas jurídicas ditadas por princípios e orientadas para certos
fins. Porque:
O conjunto de regras ou normas encontra-se articulado em termos de
coerência, em torno de uma ideia central – a ideia de Direito.
As suas regras objetivas têm de ser interpretadas de acordo com certos
critérios lógicos e técnicos, em harmonia com a sua função num dado
conjunto.
Os casos omissos têm de ser resolvidos de harmonia com
determinados métodos integradores, que em última análise se reconduzam
à descoberta e aplicação do "espírito do sistema" (art.10 n3 cc).
O conjunto de normas que o compõem está organizado, enquadrado e
enformado por princípios gerais.
Preocupa-se em assegurar, tanto quanto possível "uma interpretação e
aplicação uniformes do direito" (art.8 n3 cc), estando previstos diversos
modos de garantir a uniformização da jurisprudência.
Nele vigora o principio da plenitude da ordem jurídica (art.10, art.8 n1
cc, art.20 crp).
Caracteres e aspetos do sistema jurídico
Coercibilidade, âmbito de aplicação, equidade.
O direito atua:
ao impor condutas (positivas ou negativas).
ao permitir (autonomia da vontade)
Princípio da plenitude da ordem jurídica
Dos princípios que enformam o sistema jurídico, dada a sua generalidade,
podem extrair-se as soluções para a maioria das questões jurídicas não
previstas positivamente.
É possível resolver os casos não previstos diretamente na lei, através
da integração de lacunas, nos termos do art. 10º do CC.
art.8 n1 cc.
O nosso sistema jurídico é pleno porque constrói critérios que permite
encontrar respostas. (art.20 do crp). Todas as decisões do tribunal são
escrutinadas.
"Existe sempre uma solução adequada a oferecer ao cidadão que reclama
justiça, mesmo que não exista uma lei expressa diretamente aplicável ao
caso." - casos análogos, semelhantes.
Quando não há lei para um caso concreto, pode se encontrar resposta à
norma jurídica mais semelhante.
Noção e estrutura da norma jurídica em sentido estrito
Noção: Em sentido estrito, a norma é um elemento do conceito de Direito e
traduz-se na "ligação de uma estatuição à previsão de um evento ou
situação”.
Estrutura:
— Previsão/Hipótese: representação da vida social que se pretende
regular, ou seja, é uma determinada situação facto.
— Estatuição: refere-se à conduta que há de obrigatoriamente ser
prosseguida, quando e se, a hipótese apresentada na precisão se
concretizar, mas corresponde também nos efeitos jurídicos que são
impostos a uma situação, efeitos essas que se traduzem na atribuição de
poderes ou faculdades.
A assembleia da República pode rever a constituição: estatuição (art.284
cc). decorridos cinco anos sobre a data da publicação da ultima lei de
revisão ordinária: previsão
— Sanção: é o resultado para aquele a quem se destina a norma que lhe
advém/que resulta do facto de ter tido um comportamento diferente
daquele que está previsto na estatuição. Resultado da violação da
estatuição.
Caracteres de norma jurídica em sentido estrito (características
da norma para ser norma jurídica)
Hipoteticidade: os efeitos jurídicos que ela estatui/prevê só se produzem
se se verificarem os factos previstos (se não ocorrerem a norma jurídica não
se aplicará).
Generalidade: a norma jurídica aplica-se a uma categoria abstrata de
pessoas.
— Generalidade vertical: definem as competências de um cargo ou de um
oficio, se ela se destinar a uma categoria de pessoas.
ex: normas da constituição que definem em abstratos as competências e os
deveres (do Presidente da República ou do PM).
— Generalidade horizontal: as normas aplicam-se simultaneamente a
todos que estão numa certa situação. Ideia de igualdade, preocupação de
que a norma se aplique de forma igual.
ex: todos aqueles que violarem ilicitamente o direito de outrem ou qualquer
disposição legal destinada a prosseguir interesses alheios fica obrigado a
indemnizar o lesado pelos danos resultados da violação.
Abstração: a norma jurídica não se aplica a um caso concreto, mas a um
número indeterminado de situações subsumíveis à categoria prevista.
Ligada à ideia de abstração. Não se pode aplicar a um determinado caso
concreto mas antes a um número indeterminado de situações que se podem
enquadrar na categoria onde aquela norma esta prevista.
Outros apontados pela doutrina: imperatividade, violabilidade,
bilateralidade, alteridade e coercibilidade.
Não sentença – não temos uma norma jurídica: os preceitos que uma
sentença fixa falham o pressuposto da abstração, pois são preceitos
singulares e concretos,
Norma jurídica em sentido lato
Norma em sentido estrito ou stricto sensu: elemento da ordem jurídica
referido na definição de direito apresentada – sistema de normas de
conduta social assistido de proteção coativa. O conteúdo do sistema jurídico
é formado por normas em sentido estrito.
Norma em sentido lato ou lato sensu: corresponde ao elemento
autónomo da forma por que nos aparece a ordem jurídica designadamente
os textos legais.
Classificações da norma jurídica lato sensu
Normas éticas:
em face de determinada situação deve seguir-se uma certa conduta.
existe um dever.
o ato contrário é ilícito e implica uma sanção.
ex: art.483 cc – se não tem nenhuma sanção não é norma ética.
Normas técnicas:
dada a uma determinada previsão, a conduta é um meio de realizar certo
fim.
não se trata de um dever, mas de um ónus.
o ato contrário não é ilícito, mas acarreta apenas uma sanção em sentido
impróprio do termo (uma desvantagem).
ex: art.413 cc.
Normas de estatuição material:
projetam o seu comando sobre a vida social, ou seja, a sua estatuição
reporta-se a atos dessa vida.
ex: art.1323 cc.
Normas de estatuição jurídica:
normas cujo conteúdo se esgota no plano jurídico.
estatui-se algo, mas sob a forma de consequência jurídica.
ex: art.130 cc.
Normas imperativas:
impõem um dever, uma conduta.
Subclassificam-se em:
— Normas precetivas: quando a conduta que impõem é uma ação,
um facere. ex: art.1320 n2 cc.
— Normas proibitivas: quando a conduta que impõem é uma omissão,
um non facere. ex: art.1347 cc.
Normas permissivas:
permitem ou autorizam certos comportamentos.
Subclassificam-se em:
— Normas facultativas: permitem ou facultam certos comportamentos,
reconhecendo determinados poderes ou faculdades e deixando ao arbítrio
do individuo praticar ou não esses atos: permissão pura (ex: art.1036 cc),
concessão de autonomia da vontade (ex: art.223 cc).
— Normas supletivas: só se aplicam aos negócios jurídicos se as partes
não tiverem excluído a sua aplicação ou não tiverem previsto o regime a
aplicar (ex. art.772 cc).
— Normas interpretativas: esclarecem o sentido do trecho com valor
jurídico
Normas interp.da lei (ex: art.349 cc).
Normas interp. de negócios jurídicos (ex: art.2227 cc).
Normas diretas:
são aquelas cujos destinatários intervenientes na vida social, ex: art.406
cc.
Normas indiretas:
são aquelas cujos destinatários são aqueles que pretendem aplicar
normas jurídicas e resolver problemas de direito, ex: art.939 cc.
— Normas remissivas: remissão explicita, remissão implícita.
— Normas de direito internacional privado.
— Normas de aplicação das leis no campo.
A norma jurídica não remete expressamente te para outra norma mas
estabelece que o facto/situação que pretende regular considera-se igual ao
facto/situação disciplinada por outra norma portanto para a qual remete
implicitamente.
Normas autónomas:
podem produzir efeitos só por si e contêm em si valorização jurídica,
imperativa ou permissiva, ex: art.1323 cc.
Normas não autónomas:
para produzir efeitos jurídicos, têm que se ligar a outras normas, ex:
normas interpretativas, normas remissivas.
Normas gerais:
são aquelas que constituem o regime regra aplicável à generalidade das
situações ou relações jurídicas de um determinado tipo, ex: art.219 cc.
Normas especiais:
são as que, em termos de concordância com as normas gerais, regulam,
de forma particular, uma espécie de situações ou relações jurídicas, tendo
exatamente em conta particularidades que tipifiquem tais relações, ex:
normas de Direito Comercial.
Normas excecionais:
são as que, em contradição com as normas gerais, disciplinam, um setor
restrito de relações jurídicas, ex: art.875 cc, obs. art.11 cc.
Normas universais:
são aquelas que se aplicam a todo o território de um Estado.
Normas regionais:
são as que se aplicam apenas a uma certa fração do território do Estado,
em certa região.
Normas locais:
são as que se aplicam apenas a uma certa fração do território do Estado,
em certa localidade.
Normas de interesse e ordem pública:
regulam os altos interesses sociais que se confundem com o Bem Comum
e, portanto, não podem ver a sua aplicação afastada pela vontade dos
destinatários dela.
Normas de interesse e ordem privada:
regulam interesses dos particulares e, por conseguinte, podem ser
afastadas pela vontade dos seus destinatários.
Norma perfeita:
a sanção da norma é a nulidade do ato ou negócio jurídicos, sem
atribuição de pena ao sujeito.
Norma imperfeita:
a norma jurídica não implica qualquer sanção.
Norma mais que perfeita:
a norma tem como sanção a nulidade do ato ou negócio jurídicos, sendo
ainda atribuída uma pena ao sujeito.
Norma menos que perfeita:
a norma prevê uma sanção, mas esta não consiste na nulidade do ato ou
negócios jurídicos, obs.: proposições jurídicas incompletas
— Definições legais (ex.: art.202.o, 874.o e 1577.o cc)
— Classificações legais (art.203.o e 2204.o cc)
— Regras meramente qualificativas (art.66.o - 69.o cc)
Proteção coativa
A coercibilidade consiste na possibilidade ou suscetibilidade de aplicar
sanções, pela força se necessário for, assegurada pelo aparelho estadual.
A proteção coativa, isto é, os meios adotados em defesa da ordem jurídica
podem ser, fundamentalmente, de duas espécies:
Tais meios podem atuar antes de ocorrer a conduta que viola a estatuição
da norma jurídica, com o escopo de evitar essa violação → Proteção
preventiva.
Como podem igualmente esses meios atuar após a violação da norma,
tendo então por principal fim repor a situação como existia antes da
violação e reprimir o agente violador com a aplicação de uma sanção (que,
porque é livre, é responsável) → Proteção repressiva.
Mas visando também, genericamente, os comportamentos contrários aos
comandos normativos → Sanção coativa.
Proteção repressiva: a sanção
A sanção (no seu sentido mais comum) é, tal como define Oliveira
Ascensão, uma
consequência desfavorável normativamente prevista para o caso de
violação de uma regra, e pela qual se reforça a imperatividade desta.
Espécies:
a) Sanções materiais: o aspeto mais relevante é a alteração da situação
da vida social.
b) Sanções jurídicas: o aspeto mais relevante é a consequência imposta
pela ordem jurídica; projeta-se sempre primariamente no plano jurídico.
Sanções materiais
a) Sanções compulsórias
Sanção pecuniária compulsória: Será aplicável nas prestações de facto
infungível (facto que apenas pode ser prestado, pelo obrigado, e não por
outra pessoa em sua substituição), com exceção das que exigem qualidades
científicas do obrigado. Traduzem-se na imposição ao devedor de um
pagamento de uma quantia pecuniária, por cada dia de atraso ou por cada
infração (art.829 a, cc).
ex: devolução de uma coleção de moedas que A emprestou a B e que este
ainda não devolveu pese vontade expressa de A em as reaver.
Direito de retenção: (art.754 cc).
ex: A entrega o seu carro na oficina de B para reparação e recusa-se a pagar
o valor da reparação; B retêm o veículo enquanto A não lhe pagar o
montante devido.
Cumprimento coativo (art.828 cc).
b) Reintegração ou sanções reconstitutivas
Sanção material reintegradora por reconstituição natural: Se o
cumprimento coativo não for possível tem lugar a reintegração repondo-se
em princípio as coisas no estado em que as mesmas existiriam se a norma
não tivesse sido violada, ou seja, impõe-se a reconstituição natural ou in
natura tal como prevê o art.562 cc.
Execução específica:
— Entrega judicial de coisa determinada que o devedor se obrigou a
entregar ao credor (art.827o CC).
— Prestação de facto fungível cuja execução o credor pode requerer que
seja feita por outrem à custa do devedor (art.828 cc).
— Prestação de facto negativo: se o devedor não deve realizar
determinada obra, e mesmo assim a realiza, se for possível desfazê-la, a
obra é desfeita pelo devedor ou à sua custa. (art.829 cc).
— O contrato promessa em que a sentença produz os mesmos efeitos que
o contrato prometido (art.830 cc).
Sanção material reintegradora por equivalente ou sucedâneo pecuniário:
Não sendo possível a reconstituição natural, tem lugar a reintegração por
sucedâneo ou equivalente pecuniário, ou seja, tenta-se produzir uma
situação equivalente através de bens patrimoniais do mesmo valor ou do
seu preço em dinheiro tal como prevê o art.566 cc.
c) Reparação ou sanções compensatórias: Quando não é possível a
reintegração ou ela não repara totalmente a violação cometida, lança a
ordem jurídica mão de ideia de reparação, ou seja, impõe-se algo que
represente para o violador um sacrifício em contrapartida da violação e
representa para o lesado uma satisfação em contrapartida da lesão sofrida.
(art.496 cc).
d) Sanções punitivas: aplicam um mal ao infrator como castigo da
violação de uma norma jurídica:
Sanção criminal: Estabelecidas pelo Direito Penal. É a sanção
correspondente à prática de um crime, podendo ser privativa (pena de
prisão) ou não privativa (pena de multa) da liberdade.
Sanção civil: É estabelecido pelo Direito civil em relação a condutas
indignas.
ex: art.2034 e art.1649 cc.
Sanção disciplinar: É a sanção aplicável à infração de deveres de
determinadas categorias profissionais no exercício da respetiva atividade
laboral.
ex: despedimento, suspensão.
Sanção contra-ordenacional: geralmente dimanada da Administração
pública e pune com coimas certas condutas suscetíveis de lesarem certos
interesses fundamentais.
ex: coima ambiental, coima fiscal, etc.
A pena corresponde ao sacrifício imposto ao agente violador da norma, em
atenção á sua culpa, pelo que se distingue da indemnização pecuniária, cuja
medida se afere pelo dano.
O dano é calculado nos termos do art.564 cc, e vai ser constituído por dois
elementos:
— Dano emergente: corresponde ao prejuízo causado imediatamente pela
violação da norma
— Lucro cessante: corresponde ao benefício que o lesado deixou de obter
em consequência dessa mesma violação de norma.
ex: Um acidente com um taxista: temos como dano emergente o carro
danificado e temos como lucro cessante o rendimento que o taxista deixou
de obter em consequência da imobilização da viatura.
Sanções Jurídicas
Aplica-se quando a violação da norma se destina a projetar os seus efeitos
na ordem jurídica. Estamos então no domínio dos atos, com os quais se
pretendem efeitos jurídicos, ou seja, estamos no domínio dos negócios
jurídicos.
Esta sanção irá traduzir-se na alteração ou invalidação de um efeito jurídico.
Inexistência jurídica: ocorre quando nem sequer aparentemente se
verifica qualquer materialidade de certo ato jurídico e neste caso nem
sequer produz quaisquer efeitos, não havendo sequer necessidade de um
reconhecimento da sua invalidade.
Invalidade: o ato existe materialmente, mas sofre de um vício que
conduz a que não produza os efeitos jurídicos a que tende. Por isso, se
possível, deve ser restituído tudo o que tiver sido prestado. Compreende
duas modalidades:
— Nulidade (art.286 cc): Destina- se a salvaguardar o interesse público e
verifica-se quando o ato não produz desde o início os efeitos jurídicos a que
tendia. Como ofende um interesse público não carece de ser invocada por
quaisquer interessados, mas sim por qualquer pessoa que tenha interesse
na não produção dos efeitos jurídicos.
Não existe a possibilidade de confirmar, art.289 cc: “tem efeitos
retroativos”.
Opera ipso iure
Tutela o interesse público
O negócio nulo não produz efeitos ab initio
É arguível por qualquer interessado
A todo o tempo
Pode ser oficiosamente declarada pelo tribunal
Não é confirmável
Art.289: tem efeitos retroativos
É consequência dos seguintes vícios:
Vício de forma, art.220 cc: é exigida forma para celebrar um
determinado contrato. Se tal não se verificar implica a nulidade do
negócio.
ex: Compra de imóvel (art.875 cc).
Vício de objeto, art.280 cc: O objeto do contrato é contrário á lei, logo o
contrato é considerado nulo.
ex: Contrato de arrendamento para efetuar tráfico de estupefacientes.
Falta de vontade:
Falta de consciência da declaração: art.246 cc.
ex: Situação do leilão; acenar/ confusão com licitar.
Coação física: art.246 cc.
ex: forçar, fisicamente, alguém a assinar algo.
Declarações não sérias: art.245 cc.
Simulação de algo, art.240 cc.
ex: duas partes em conluio declaram algo que na realidade nunca
aconteceu.
Contrariedade à lei: art.294 cc.
— Anulabilidade (art.287 cc): Traduz-se na atribuição ao titular do
interesse protegido, lesado pela conduta violadora, do poder de arguir se for
sua vontade a anulabilidade do negócio, ou seja o poder de destruir os
efeitos jurídicos resultantes da celebração de um negócio ilegal.
Assim que é realizado produz efeitos, mas podem ser retroativamente
destruídos se invocada a anulabilidade. Existe um prazo de um ano para
recorrer (a partir da cessação do vício); tem de partir de quem tenha
legitimidade por via de uma ação. É confirmável, ou seja é provável escolher
ou não invocar essa anulabilidade.
Tutela o interesse particular
O negócio anulável produz efeitos, embora precariamente, pois podem ser
retroativamente destruídos se for invocada a anulabilidade
Para declarar a anulabilidade é necessário recorrer a uma ação
Por quem tenha legitimidade
No prazo de um ano
É confirmável (art.288)
Art.289
Decorre das seguintes situações:
Incapacidade do agente:
Menoridade, art.125 cc: um menor de idade não pode realizar negócios
jurídicos
Interdição, art.138 cc: não existe capacidade do sujeito para reger bens
e a própria pessoa
Inabilitação, art.152 cc: Não existe a capacidade para reger bens.
Vícios da vontade (e divergências entre a vontade e a declaração):
Erro do vício: a vontade declarada não corresponde à vontade real do
declarante. Art.251 cc, art.252 cc.
Dolo: consiste no engano provocado ao declarante, ou no
aproveitamento do engano do declarante. Art.253 cc.
Coação moral: declaração negocial feita sob uma ameaça com o intuito
de obter essa declaração. Art.255 cc.
Incapacidade acidental: alguém que temporariamente embriagado
vende o seu veiculo por um valor irrisório. Art.257 cc.
Ineficácia em sentido estrito (art.270 cc): Supõe que o ato não possui,
segundo a lei, qualquer vício intrínseco, mas não obedece a um requisito
extrínseco, a algo exterior ao ato em si, tal como a lei o configura, mas de
que depende a sua eficácia. Nesse caso, o ato pode não produzir quaisquer
efeitos ou
apenas parte dos seus efeitos jurídicos.
Pode apresentar uma:
— Condição suspensiva: determinado negócio só começa a produzir efeitos
a partir da total verificação de determinado evento.
— Condição resolutiva: produz efeito desde o inicio, mas se ocorrer
determinado evento, deixa de produzir esses efeitos, tendo também efeitos
retroativos.
Proteção preventiva
Existem também meios de prevenção que se destinam a afastar a iminência
da violação da estatuição da norma:
Medidas de segurança (art.91 e ss., art.104.o ss. do cp)
— Privativas da liberdade (art.91 ss. e ss. do cp): Internamento de certos
inimputáveis ou imputáveis com anomalias psíquicas, consideradas
perigosos e assim retirando do circuito social indivíduos que pela sua
conduta, possam pôr em perigos os seus semelhantes.
— Não preventivas de liberdade (art.100, art.104 cp): Medidas de igual
modo julgadas aptas a evitar o cometimento de atuações presivelmente
praticáveis, que atinjam interesses primordiais de terceiros.
Procedimentos cautelares (art.362 e ss. do cpc)
— Especificados: especialmente previstos no cc: Arrolamento (art.421 e ss.),
arresto (art.406 e ss.) e embargo de obra nova (art.412 e ss.).
— Não especificados: não estão regulamentados especialmente no cc. Estão
regulamentados no art.381 cc.
Medidas de coação (art.196 e ss. do cpp). A partir do momento em que
o sujeito é considerado arguido podem-se estabelecer as seguintes
medidas:
— Aplicação de termo de identidade e residência
— Obrigação de apresentação periódica
— Caução
— Suspensão de exercício de atividade
— Obrigação permanência habitação
— Prisão preventiva
— Inabilitação de autor de um determinado delito para o exercício de certa
atividade ou profissão (proibição de exercer certa atividade a título
definitivo)
Inabilitação de autor de um determinado delito para o exercício de certa
atividade ou profissão.
Meios de tutela jurídica: justiça pública e justiça privada
Consoante a qualidade do seu agente protetor, a proteção coativa ou a
tutela dos direitos pode ser:
Justiça Pública, “heterotutela” ou tutela pública do direito: a
garantia direta opera pela força pública do Estado, através dos tribunais, a
isso solicitados por ato de um interessado (demanda), que dá origem a um
processo, no exercício do direito de ação (justiça pública).
— Regra (art.1, 1a parte cpc)
Justiça Privada, “autotutela” ou tutela privada do direito também
designada por autodefesa e “justiça pelas próprias mãos”: a garantia opera
por ação do próprio titular do direito ameaçado, ofendido ou violado que
reage por sua força e autoridade contra tal ameaça, odensa ou violação
(autodefesa, vindicta privata).
— Exceção (art.1, 2a parte cpc)
Justiça Privada, Autotutela ou Tutela Privada do Direito
Ação direta (art.336 cc)
A ação direta é legítima quando ocorrerem os seguintes pressupostos:
— Se destine a realizar ou assegurar o próprio direito
— Seja impossível recorrer em tempo útil aos meios coercivos normais
— Seja indispensável para evitar a inutilização prática desse direito
— O agente não pode exceder o necessário para evitar o prejuízo, ou seja,
deve haver racionalidade de meios
— Não pode sacrificar interesses superiores aos que o agente visa assegurar
ou realizar
Legítima defesa (art.337 cc)
A defesa é legítima quando ocorrem os seguintes pressupostos:
— Agressão ilegal, injusta ou ilícita – é a ilegalidade desta que justifica que o
agredido, defendendo-se, agrida por sua vez, com o fim de obstar a que o
mal se consume.
— Em execução ou iminente/atualidade – se é agressão passada, não se
justifica a reação; se é futura, poderá recorrer-se aos meios coercitivos; não
há agressão apenas nos casos em que o agente ameaça de qualquer forma
a integridade física do ofendido.
— Contra a pessoa ou património do agente ou de terceiro – a agressão
dirige-se contra a pessoa ou património do defendente ou de terceiro.
— Impossível recorrer à força pública – só é admitida quando não for
possível recorrer à autoridade pública.
— Existir racionalidade dos meios empregues – o prejuízo causado pelo ato
não deve ser manifestamente superior ao que resultar da agressão.
Erro acerca dos respetivos pressupostos (art.338 cc)
Estado de necessidade (art.339 cc)
— Característica do estado de necessidade é a reação sobre a esfera
jurídica de outrem por quem está ameaçado por um perigo que não resulta
de agressão alheia. Com isso se distingue da legítima defesa, que é
necessariamente a reação contra a agressão alheia, atual e iminente.
— O estado de necessidade difere da ação direta porque esta visa a
conservação prática de direito, enquanto naquele se procura evitar a
consumação ou ampliação de um dano.
Consentimento do lesado (art.340 cc)
Direito de resistência (art.21 crp)
Defesa da posse (art.1277 cc)
Defesa da propriedade (art.1314 cc)
Direitos reais (art.1315 cc)
Tribunais arbitrais (art.209 n2 crp)
Segurança privada
Direito de personalidade: oponíveis a todos (artigos 70º a 81º CC): direito
ao nome (art 72ºCC); direito à imagem OBRIGAÇÃO PASSIVA (art 79º CC)
todos nós temos, por isso, podemos exigir das outras pessoas respeito;
direito à reserva sobre a intimidade da sua vida privada (artigo 80ºCC)
Direito de crédito: obrigação; poder de exigir de uma pessoa concreta um
comportamento positivo ou negativo- não é oponível a terceiros (direito
relativo) "credor": pagar
Direito Reais: Corresponde a uma obrigação passiva universal (todos os
membros da comunidade jurídica devem respeitar o direito de propriedade)-
poder imediato sobre uma coisa, oponível erga omnes: direito absoluto.