OLIVEIRA, Rosane Machado de [2]
OLIVEIRA, Rosane Machado de. Relatório de Estágio Supervisionado
– Educação Especial e Educação Inclusiva. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Edição 08. Ano 02, Vol. 03. pp 115-138, Novembro de 2017. ISSN:2448-0959
1. INTRODUÇÃO
A atividade de estágio curricular em educação especial e inclusiva é uma atividade que se constitui
de análise crítica da realidade educacional, das ações desenvolvidas no meio, dos procedimentos e
recursos pedagógicos utilizados e adaptados ás necessidades educativas dos educandos com
necessidades educacionais especiais, estabelecendo um olhar amplo e sensível aos inseridos no
cotidiano escolar da educação especial e inclusiva. O estágio em educação especial e inclusiva é um
marco de suma importância na construção da identidade profissional, tanto do educador que atua há
anos na área da educação especial, quanto para o educador que está iniciando a sua carreira
profissional. O estágio concebe a realidade dos fatos no contexto estagiado, como também, a
reflexão e a análise crítica do âmbito educacional especial e inclusivo, confrontando á realidade
escolar com a realidade social. O estágio curricular permite avaliar os diversos contextos
educativos, uma vez que permitem inúmeras reflexões em torno dos aspectos didático-pedagógicos,
administrativos, políticos, psicológicos, filosóficos, curriculares entre outros que compõem a
instituição escolar.
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O estágio no curso de Especialização em Educação Especial e Educação Inclusiva foi realizado por
mim acadêmica do curso de Pós–Graduação Rosane Machado de Oliveira, iniciado em 05 de
Setembro do ano 2016, e finalizado em 20 de Novembro do ano 2016, na escola de educação básica
Adriana Bonordt EI – EF/ anos iniciais – EJA fase I e modalidade de educação especial e inclusiva,
fundada em 29 de Outubro do ano de 2005. O estágio em educação especial e inclusiva teve por
objetivo a análise e as implicações didático-pedagógicas, quanto ao planejamento curricular,
conteúdos, objetivos, métodos, avaliações e relações pedagógicas no processo de inclusão dos
educandos com necessidades educacionais, possibilitando identificar os procedimentos e recursos
adaptados ás necessidades dos alunos, estabelecendo uma análise crítica da realidade escolar atual,
refletindo sobre a questão do professor frente ás novas demandas no ensino regular no processo de
inclusão social, e ás possibilidades das novas tecnologias para a educação especial e inclusiva. O
estágio orienta positivamente professores, estudantes, pesquisadores, curiosos e interessados em
atividades de investigação da prática pedagógica no contexto educacional inclusivo. Acredita-se,
que a investigação é um dos princípios científicos mais significativos para a construção do
conhecimento, sendo indispensável á formação docente, pois estagiar é sentir–se instigado pela
curiosidade, pelo desejo da busca e da superação, é saber trabalhar com os indicadores que afloram
durante a coleta de dados, visto que todo o processo é importante, não somente o resultado
alcançado, resumindo, o estágio em contextos educativos privilegia o processo de aprendizagem do
futuro docente, levando–o a indagar sobre propostas adotadas pela escola para com os alunos com
necessidades educacionais especiais. O estágio curricular em educação especial e inclusiva é um
instrumento indispensável e importantíssimo para a futura formação na área de especialização em
educação especial e educação inclusiva, pois através do estágio se analisa os aspectos essenciais
para a prática pedagógica na inclusão escolar e social através de um currículo adaptado á construção
de identidades e ao reconhecimento da diversidade humana. O estágio na prática proporcionou uma
relevante aprendizagem ao possibilitar o contato real e direto com a escola, professores,
funcionários e principalmente com os educandos.
Através de observações e indagações, analisou-se que a proposta metodológica elaborada
pelos educadores da escola é baseada num ensino-aprendizagem significativo e benéfico há
todas as pessoas com limitações, incluindo no processo de ensino o respeito aos diferentes ritmos de
aprendizagem. No relatório de estágio curricular utilizou-se de muitos procedimentos
metodológicos, como às aulas expositivas ao vivo, via satélite (teleaulas), com interação via 0800,
desenvolvimento de atividades de reflexão e debates entre aluno/ professor via ambiente virtual de
aprendizagem (fórum), realização de debates e explicações via rádio web com esclarecimento de
dúvidas com o professor da disciplina, estudos na rota de aprendizagem. Utilizou-se também, de
pesquisa bibliográfica realizada em biblioteca municipal e universitária do polo presencial de
Capanema – PR, assim como, de pesquisa de campo na instituição de ensino escola Adriana
Bonordt.
Os itens que serão trabalhados nesse relatório incluem: A identificação e a caracterização da escola
estagiada, a caracterização da turma e dos profissionais, o registro do perfil da turma observada, o
registro dos descritivos encontros realizados na instituição escolar, o relato dos educadores, a
descrição e a análise reflexiva das atividades de estágio curricular educação especial e educação
inclusiva, o roteiro de participação e observação na escola, à elaboração do plano de aula a
aplicação do mesmo e a elaboração do plano de intervenção na instituição escolar.
2. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ESTAGIADA
O trabalho de estágio curricular em educação especial e inclusiva foi realizado na escola de
educação básica Adriana Bonordt EI – EF/ anos iniciais – EJA fase I e modalidade de educação
especial e inclusiva. A instituição foi fundada em 29 de Outubro do ano 2005, situada em zona rural
na comunidade de linha Coxilha Bonita, rua principal s/nº, localizada na cidade de Bela Vista da
Caroba na região do Sudoeste do Paraná, CEP: 85.745-000, o contato com a escola Adriana Bonordt
pode ser realizado através do telefone (46) 3557–1275 ou do e-
mail
[email protected], inscrita no CNPJ sob o nº 07.703.016/0001-00.
A caracterização do prédio da instituição escolar é bem estruturada, os espaços são amplos e claros,
possui algumas estruturas arquitetônicas conforme as necessidades de locomoção de alguns alunos
com limitações específicas. A iluminação e a ventilação são de excelente qualidade em todas as
salas de aula, inclusive no prédio em geral, a limpeza é eficiente nas (salas, refeitório, corredores,
bebedores, mesas, carteiras, banheiros, quadra e cozinha), há muita higiene e dedicação, não só da
parte dos zeladores, mas também da parte dos professores, direção e alunos, onde os mesmos zelam
pela escola, evitando assim contaminações e havendo um ar leve e saudável para todos. As salas de
aula da instituição têm as paredes decoradas com muita criatividade, como, pinturas, imagens
ilustrativas, alfabeto móvel colorido, cartazes com frases, varal didático e alfabeto de borracha,
entre outras decorações.
Há recursos disponibilizados pela escola na promoção do ensino-aprendizagem dos educandos em
processo de inclusão, como, recursos de tecnologia assistiva – adaptada, tecnologia dos ambientes
virtuais, esses ambientes já estão inseridos no cotidiano dos alunos com necessidades educacionais
especiais, todavia, o acesso às televisões, DVD, e aos computadores na escola, normalmente limita-
se ás aulas de computação e a jogos, possuindo regras de uso específicas, como, a limitação do
tempo de acesso através da internet, onde com o auxílio do professor mediador os educandos se
inserem no conhecimento digital e no conhecimento do mundo, acessam on–line museus, pinturas,
jogos alfabéticos, entre outros. Os móveis em geral se encontram em perfeita conservação e a
disposição do público estudantil e da comunidade escolar. Na escola a sala dos professores é ampla
e decorativa com acesso a biblioteca e aos computadores, o espaço dos serviços administrativos
possui um excelente tamanho e disponibilidade de material colaborativo, o espaço pedagógico e o
de apoio aos alunos e aos educadores é amplo e possui recursos adaptados às necessidades
especiais dos educandos, assim como, materiais didáticos e ferramentas diversificadas de ensino–
aprendizagem. As salas de aula são espaçosas, bem organizadas, higienizada, clara com uma ótima
ventilação, as carteiras e as mesas em sala de aula são arrumadas em fileiras e em círculos. A
alimentação é oferecida pela escola, observa-se que a merenda escolar é de qualidade, a hora de
saída para o recreio no período vespertino é 15h15min, sendo permitindo 15 minutos para o recreio,
o refeitório da escola possui instalações qualitativas que atende a legislação vigente, como, espaço,
alimentação e facilidade de acesso aos educandos com necessidades especiais.
A preparação da alimentação na escola segue um cardápio preparado por uma nutricionista que
atende as exigências de nutrição, de saúde e segurança alimentar. A escola também conta com o
espaço não formal, onde os professores realizam muitas atividades ao ar livre com os seus
educandos com necessidades educacionais especiais, como: atividades de expressão física,
basquete, pinturas, cultura e de lazer, incluindo ás áreas verdes.
O perfil dos profissionais no espaço estagiado é exemplar, os mesmos são organizados e
participativos com todos, transmitem segurança e solidariedade aos discentes que chegam até a
escola. Os docentes possuem formação continuada, como, especialização na área
de educação especial e inclusiva, incluindo cursos oferecidos pela SEED, seminários, conselho
de classe, conselho de escola, congressos, equipe pedagógica, projeto político pedagógico,
qualificação tecnológica, mídias da educação e TV escola, sendo que, algumas dessas formações
acontecem na própria escola, no local de trabalho desses profissionais que contam com anos de
serviço e possuem experiência na área educacional especial. Os responsáveis pela merenda e pela
segurança dos alunos na escola possuem cursos e treinamento no atendimento ao público
“especial”. A escola funciona no período matutino das 07h15min ás 11h15min, e no período
vespertino das 13h00min ás 17h00min, a mesma oferta atendimento há várias modalidades de
ensino, desde para os anos iniciais do ensino fundamental, educação de jovens e adultos E.J.A e
educação especial e inclusiva. A escola possui um regime jurídico público, a mesma possui 6 salas
de aula e atende a um número de 48 alunos matriculados, variando de 5 a 10 alunos por turma. A
escola tem sua proposta pedagógica baseada na inclusão educacional/ social, onde se adota atitudes
de respeito, valores, ética e procedimentos adaptados às necessidades de atendimento ao seu público
educacional. A escola possui uma metodologia diversificada e qualitativa no ensino-aprendizagem
dos seus educandos com necessidades educacionais especiais, assim como recursos adaptados,
como a sala de recursos multifuncionais.
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA TURMA
Na instituição estagiada, participei e observei a turma do 2° ano B do Ensino Fundamental –
Modalidade Especial, no período vespertino, a turma era composta por 9 alunos sendo 7 meninas e
2 meninos. Na sala de aula durante as atividades pedagógicas, analisei que havia 1 menina e 1
menino com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), os quais estavam a
todo segundo desatentos da aula e das explicações do professor, como também, havia na mesma
turma 2 meninas com Altas Habilidades Superdotação, as quais mostravam uma intensa criatividade
e habilidade motora nas atividades. A interação dos alunos com necessidades educacionais especiais
com o seu educador ocorreu constantemente e ativamente, sendo muito significativo para o
processo de ensino-aprendizagem dos mesmos, onde a comunicação entre professor e alunos foi
muito amigável. O educador integrou-se com seus alunos com necessidades educacionais especiais
eficientemente na busca de conhecimentos, gestão de organização, valores e normas de conduta
com base em uma pedagogia centrada no aluno em suas dificuldades, necessidades/ peculiaridades e
não apenas nos conteúdos curriculares abordados.
O professor criou situações que promoveram a inclusão e a integração dos seus alunos, promovendo
problemas desafiadores para os mesmos, onde os educandos desenvolveram passo a passo a sua
aprendizagem com base na criatividade e nos estímulos externos e internos. O educador ofereceu
aos educandos oportunidades de serem autônomos, de desenvolver suas capacidades/
potencialidades, pois não há barreiras que com o apoio de uma equipe um aluno com necessidades
educativas especiais (NEE) não possa superar. A escola, juntamente com seus educadores e a
comunidade escolar, devem sempre ter em mente e acreditar verdadeiramente na capacidade de
regeneração da pessoa “especial”, pois todo ser humano é modificável, independentemente de suas
limitações iniciais, assim como, a inteligência de qualquer pessoa pode ser “expandida”.
Feuerstein (2002) fundamenta-se na crença que todo ser humano é capaz de modificar-se,
independente de sua origem, etnia, idade ou condição genética, assim define:
Modificabilidade (cognitiva) é a propensão (potencial) de um indivíduo se modificar através de
ambas as experiências de aprendizagem direta e mediada direcionadas para necessidades estruturais
e comportamentais. Em resposta a apresentação de intervenções de mediação que sejam
sistemáticas, planejadas e repetitivas num período de tempo e através de 16 variações na exposição
de estímulos, o sujeito se torna plástico e modificável, cada vez mais favorável à exposição aos
estímulos diretos. A propensão para a modificabilidade pode ser avaliada através de procedimentos
dinâmicos, e pode ser influenciada pela EAM oferecida em contextos situacionais estruturados.
(FEUERSTEIN; FALIK; FEUERSTEIN, 2006, p.16).
A relação pedagógica foi mediadora, integrada e intencional por parte do educador que teve em
vista o conhecimento, ou seja, o professor foi mediador entre os alunos, o conhecimento e as
atividades desenvolvidas, atividades essas “combinadas” com as necessidades de aprendizagem dos
educandos, ambos com objetivos comuns, ou seja, a aprendizagem significativa. Na Política
Nacional de Educação Especial, a integração é conceituada como:
Um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua
interação nos grupos sociais. A integração implica em reciprocidade. E sob o enfoque escolar é
processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas de acordo com as necessidades e
habilidades dos alunos (BRASIL, 1994, p. 18).
Durante as observações participativas na escola, analisou-se, a intencionalidade com que foi
planejado cada elemento da prática pedagógica inclusiva pelo professor, onde o mesmo utilizou–se
de diversas metodologias e formas de ensino-aprendizagem. A hora-atividade na escola é bem
elaborada pelo educador, o qual utiliza os saberes pedagógicos com conteúdos proposto legalmente
obedecendo à legislação para com a educação especial e inclusiva, para o ano/ciclo/ e faixa etária
dos educandos e suas limitações específicas de aprendizagem. A intenção do professor foi criar
alternativas de ensino que buscam despertar o interesse dos alunos pelo que chamamos de “uma
aula diferente”, trabalhando com pinturas, artesanatos, colagens, danças e músicas.
O educador desenvolveu muitos trabalhos com os educandos com necessidades educacionais
especiais, onde, através dessa organização o professor conseguiu alcançar o mérito que se pretendia
em sala de aula, o planejamento concreto do docente foi efetivo para que a aprendizagem dos
alunos acontecesse de forma agradável e proveitosa. O educador utilizou-se de procedimentos
lúdicos para trabalhar com os alunos na rede regular de ensino, o que fez toda diferença no
desenvolvimento cognitivo dos discentes com necessidades educacionais especiais, pois, trabalhar
com a ludicidade é expandir a criatividade, sendo o lúdico um estímulo complexo e enriquecedor do
trabalho pedagógico, o qual deve ser utilizado e valorizado pelos docentes, tanto nos ambientes
formais, quanto nos ambientes não formais. A esse respeito Santos diz:
A formação lúdica se assenta em pressupostos que valorizam a criatividade, o cultivo da
sensibilidade, a busca da afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos futuros educadores
vivências lúdicas, experiências corporais, que se utilizam da ação, do pensamento e da linguagem,
tendo no jogo sua fonte dinamizadora. (SANTOS; CRUZ, 1999, p.13-14)
Analisa-se que muitas das aquisições positivas na vida de tais alunos se deram através de atividades
lúdicas, isto é, do brincar. A influência do brinquedo é destacada por Vygotsky (1989).
[…] é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança, é no brinquedo que a
criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo
das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos.
(VYGOTSKY, 1989, p. 109)
Na escola o cotidiano dos alunos com necessidades educacionais especiais deve ser desenvolvido
diariamente com base em estímulos do meio, como também, com aplicação de atividades lúdicas,
recreativas e diversificadas, na busca de desenvolver a coordenação motora, sensorial, intelectual, a
atenção, o movimento ritmado, o conhecimento quanto à posição do corpo e o desenvolvimento
cognitivo dos discentes.
2.2 REGISTRO DO PERFIL DA TURMA
Observa-se que a turma em geral é entrosada e dinâmica, os educandos com necessidades
educacionais especiais são compreensivos uns com os outros, gostam de atividades lúdicas, danças,
pinturas, artesanatos, montagem de palavras com o alfabeto móvel, trabalhos com colagens de
imagens e letras em cartazes. Verificou-se no contexto estagiado, a sensibilidade dos alunos no
desenvolvimento das atividades educacionais, tanto no ambiente formal, quanto no ambiente não
formal.
A turma é ativa e os educandos se desafiam em aprender, em fazer as tarefas, e a entender as
atividades propostas.
2.3 REGISTRO DESCRITIVO DOS ENCONTROS REALIZADOS NO CONTEXTO
EDUCACIONAL
Para a complementação e o desenvolvimento do trabalho de estágio supervisionado, realizei
pessoalmente vários encontros na Escola de Educação Especial Adriana Bonordt em Bela Vista
da Caroba – PR, onde participei das atividades juntamente com o professor e com os seus
educandos com necessidades educacionais especiais. Abaixo no quadro um, detalho em forma de
cronograma os dias que compareci na escola, observei, participei, auxiliei os professores nas
atividades e apliquei o plano de aula na turma do 2° ano B – Modalidade Especial.
Quadro 1. Cronograma – Observação e Participação na Escola de Educação Especial
Data/Mês/
Horário Aulas observadas/ participadas durante o estágio
Ano
Atividades realizadas com imagem, com base no tema –
13:00hrs ás meio ambiente, em seguida recortadas e coladas no caderno
16/09/2016
17:00hrs dos discentes, para a formação de pequenas frases sobre as
imagens.
Desenvolvido diversas atividades lúdicas no espaço não
13:00hrs ás
20/09/2016 formal, como jogos de montagem, dominó, material
17:00hrs
dourado, basquete e pega-pega.
Atividade desenvolvida através de leitura curta e
interpretação do texto (A Flauta de Luanda), realizada pelo
13:00hrs ás professor/ mediador. Em seguida proposto para os
27/09/2016
17:00hrs educandos, um questionário com pequenas perguntas para
responder sobre o texto apresentado e comentado
pelo educador.
13:00hrs ás
05/10/2016 Produção de Material – Artesanatos e pinturas.
17:00hrs
Atividades com danças, músicas e ensaio para a
13:00hrs ás
25/10/2016 apresentação de um teatro sobre (A Cultura Gaúcha Rio-
17:00hrs
grandense).
Atividades realizadas em círculo no ambiente formal com
13:00hrs ás
31/10/2016 contos de poemas e desenvolvimento de frases pequenas,
17:00hrs
assim como de cálculos matemáticos simples.
13:00hrs ás
10/11/2016 Aplicação do Plano de Aula (Alfabetização)
15:00hrs
Fonte: Rosane Machado de Oliveira
As visitas na escola foram essenciais não somente para o desenvolvimento do trabalho de Pós-
Graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, mas foi relevante e significativo o
conhecimento que se obteve através da prática e da observação em todo o contexto educacional.
O recreio na escola é de quinze minutos, para alunos e professores. Desde então, observou-se no
recreio que a turma é educada e fazem filas para serem servidos. A alimentação é preparada pelas
cozinheiras da escola e servida por uma auxiliar que entrega o alimento aos educandos. No recreio a
turma aproveita lanchar, e ao mesmo tempo dialogam, sentam juntos nas mesas do refeitório e
auxiliam os colegas com necessidades ou limitações mais severas que as suas.
A observação em sala de aula foi gratificante, analisei que a grade curricular é composta por
metodologias apropriada as necessidades dos educandos, onde a carga de conteúdos fragmentados
fora da realidade do aluno deixa de ser a principal tarefa no currículo da escola, e prevalece à
qualidade no ensino oferecida aos estudantes. Nas aulas os trabalhos são realizados com total
dedicação dos alunos com necessidades educacionais especiais, entre os trabalhos, encontram-se,
artesanatos, pinturas, colagens, escritas com alfabeto móvel, dominós, material dourado e trabalhos
desenvolvidos com atividades lúdicas entre outros. Os procedimentos metodológicos que o
professor adotou durante suas aulas facilitou a aprendizagem da turma, observei que os materiais
quando são diversificados tem como finalidade transformar ideias em situações concretas, fazendo
com que os alunos compreendam novos conhecimentos. Nota-se, que a interação entre os
educandos com necessidades educacionais especiais e o professor em sala de aula foi excelente, a
turma foi bastante participativa e comunicativa. O diálogo permaneceu durante as aulas, nas
brincadeiras, nas trocas de ideias, perguntas, respostas, debates, leitura, conhecimento das palavras
e avaliação contínua das atividades. Dessa forma, verificou-se que o diálogo é fundamental no
processo educativo dialético, tanto no encaminhamento metodológico como na relação professor–
aluno, no qual o educador e os educandos são sujeitos ativos no processo de ensino–aprendizagem,
produzem e constroem seu próprio conhecimento.
O processo educacional da modalidade de educação especial e educação inclusiva é um processo
democrático, e inclusivo por parte dos educadores e da escola, sendo um processo ético, de valor a
diversidade humana. Alguns educadores relatam que a escola é eticamente inclusiva, e tem sua
proposta curricular voltada a atender seu público alvo, onde as pessoas com necessidade
educacionais especiais são incluídas com democracia no ambiente escolar, e que a escola junto com
professores, pais, a comunidade em geral, é capaz de desenvolver as funções cognitivas, as
habilidades motoras e o potencial de seus educandos gradativamente.
Com ênfase defendem o movimento chamado, inclusão direito á diversidade, baseando–se no
documento orientador chamado de ( Educação Inclusiva: Direito á diversidade), o mesmo
elaborado pelo Ministério da Educação o MEC. Os educadores esclarecem que os conceitos de
educação especial e educação inclusiva são complementares, sendo que se refere a um movimento
que compreende a educação como um direito humano, fundamental para a vida em sociedade e base
para um país mais justo com sua população, principalmente com aqueles que possuem limitações
específicas, preocupando–se em atender todas as pessoas a despeito de suas características,
desvantagens ou dificuldades e habilitar todas as escolas para o atendimento na sua comunidade,
concentrando–se naqueles que têm sido mais excluídos das oportunidades educacionais.
A Legislação educacional da instituição busca atender de maneira ética, concreta e eficiente as
necessidades educacionais de seus educandos. Com base nisto, verifica-se os documentos
legislativos específicos para a educação especial. A Declaração de Salamanca (1994, p. 43), ressalta
que, o princípio fundamental de uma escola inclusiva está em que todos devem aprender juntos.
Cabe á escola “reconhecer e responder ás necessidades diversas de seus alunos acomodando ambos
os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de
um currículo apropriado”.
A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção, estudantes com deficiência física, os
que têm deficiência mental, os superdotados e para todas as crianças que são discriminadas por
qualquer outro motivo. Na escola estagiada a educação especial e inclusiva visa inserir todas as
pessoas com necessidades educacionais especiais no ensino regular, fundamentando-se na
Constituição Federal de 1988, a qual garante a todos o direto há igualdade (art. 5.).
No artigo 205, a Constituição trata do direito de todos há educação, visando ao “pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho” (BRASIL 2004). No artigo 206, inciso I, coloca como um dos princípios para o ensino a
“igualdade de condições, de acesso e permanência na escola” (BRASIL 2004). Em conformidade
com tal Constituição, o Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo n° 198 de 13 de
junho do ano 2001, aprovou a lei baseada no disposto da Convenção de Guatemala, que trata da
eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa portadora de deficiência e deixa
clara a impossibilidade de tratamento desigual aos deficientes.
O Brasil, ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, proclamada em 1990
em Jontien, na Tailândia, e com os postulados da Conferência Mundial sobre Necessidades
Educacionais Especiais (acesso e qualidade), realizada em 1994, em Salamanca, na Espanha optou
pela construção de um sistema educacional inclusivo. Declaração de Salamanca (1994), A
declaração ainda acrescenta:
Todas as crianças têm direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de obter e
manter um nível adequado de conhecimento. Cada criança tem características, interesses,
capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são próprias. Os sistemas educativos devem
ser projetados e os programas aplicados de modo que tenha em vista toda a gama dessas diferentes
características e necessidades. As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso à
escola regular que deverão integrá-las numa pedagogia centrada na criança, capaz de atender a essas
necessidades. As escolas regulares, com essa orientação integradora, representam os meios mais
eficazes de combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades acolhedoras, construindo
uma sociedade integradora e alcançando educação para todos, além de proporcionar uma educação
efetiva à maioria das crianças e melhorar tanto a eficiência como a relação custo-benefício de todo o
sistema educativo. (UNESCO, 1994)
Deve-se preservar a diversidade cultural, utilizar a mesma como um elemento enriquecedor da
prática educativa, social e do desenvolvimento pessoal das pessoas com necessidades especiais.
As escolas juntamente com seus profissionais da educação devem promover um ensino-
aprendizagem coletivo, significativo, modificável e benéfico há todas as pessoas com limitações,
incluindo no seu processo de ensino o respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem.
PLANO DE AULA
Identificação:
a) Estagiária: Rosane Machado de Oliveira
b) Escola: Adriana Bonordt EI – EF/ anos iniciais – EJA fase I e modalidade de educação especial
c) Disciplina: Português
d) Horário da Aula: 13:00 ás 15:00 hrs
e) Turma: 2° Ano B
f) Sala: nº 02
g) Prof° Regente: Jana Deonézio Schardosin
3.1 CONTEÚDO
LÍNGUA PORTUGUESA: Interpretação, pronúncia e escrita na inclusão social.
3.2 OBJETIVOS
Objetivo Geral: Explorar o alfabeto móvel e a prancha com letras na formação de palavras, para
que os alunos com necessidades educacionais especiais aprendam a utilizar adequadamente as letras
e o som das mesmas na produção de pequenas frases e pequenos textos.
Objetivos Específicos:
• Desenvolver habilidades motoras de leitura e escrita
• Desenvolver o cognitivo dos alunos com necessidades educacionais especiais através
da interpretação.
• Refletir com os educandos sobre os recursos adaptados ao ensino-aprendizagem, como
também, da realidade alfabética na inclusão social, formulando questões e resolvendo
problemas.
4. SÍNTESE DO ASSUNTO
Utilizar do alfabeto móvel e da prancha com letras para trabalhar frases e textos com os educandos
com necessidades específicas de aprendizagem, onde o alfabeto juntamente com a leitura/ escrita,
são atividades que podem ser desenvolvidas em cartazes fixados no mural da escola ou colados no
caderno dos educandos, pois, cada letra tem um som e um significado diferente, que faz toda a
diferença na hora de ensinar a ler e a escrever. O processo de alfabetização é mais do que o simples
domínio mecânico de técnicas de escrever e ler. É o domínio dessas técnicas em termos conscientes.
É entender o que se lê e escrever o que se entenda.
De acordo com Emília Ferreiro, a defasagem escolar parece relacionar-se diretamente com o fato
de se desconsiderar os conhecimentos prévios dos educandos quando esta ingressa no ensino
fundamental e, ainda, em razão de a escola se valer de uma concepção equivocada de escrita como
um objeto hermético e estático, “ensinado” de maneira instrumental e tecnicista, como ocorria na
formação dos antigos escribas, os alunos “aprendem” a escrever de modo automatizado sem
compreender o que lê. Assim, essa língua escrita “ensinada” pela escola não corresponde
verdadeiramente à língua escrita como objeto social e dinâmico, mas, apenas como “desenho de
letras e sonorização de palavras”. Quando o conhecimento que os alunos já possuem sobre a escrita
é descartado, a escola, contraditoriamente, insiste em desenvolver “práticas desalfabetizadoras” que
desmotivam e tornam o aprendizado pouco ou nada significativo.
5. DESENVOLVIMENTO DA AULA
Na escola, eu estagiária já conhecida pela classe de alunos da modalidade especial do 2° ano B,
devido ao estágio de observação e participação realizado nos dias anteriores na escola, apresentei–
me novamente a turma e dessa vez como a responsável pela atividade de português. Em seguida
conversei com os educandos a respeito da importância do alfabeto móvel, dos recursos de
tecnologias assistiva, e da prancha de letras. Busquei refleti com os educandos sobre a importância
de cada letra, onde muitas vezes não reparamos o significado, mas é as letras que fazem toda a
diferença na hora de escrever uma frase, um texto, uma carta, um ofício entre outros. Em seguida
apresentei o alfabeto escrito no quadro modelo de caixa alta, para os discentes passar em uma folha
de sulfite, e em outra folha de sulfite entreguei algumas questões já elaboradas digitalmente por
mim. Em seguida questionei a turma a espera de boas respostas.
O que é o alfabeto móvel? A prancha com letras? Qual a importância dos recursos adaptados ás
necessidades especiais? Quantas letras tem o alfabeto? Quais são os sons das letras? Quais são as
vogais? Quais são as consoantes?
Depois dos questionamentos propostos aos educandos com necessidades educacionais especiais,
verificou-se o conhecimento prévio da turma no geral. Em seguida organizei a turma em círculos,
propus uma atividade com o alfabeto móvel e com a prancha, onde os educandos formaram frases
pequenas, através de palavras escritas por mim no quadro. Desde então, entreguei novamente outra
folha de sulfite a cada educando, e com mediação ajudei-os a colar no caderno a folha com as
seguintes questões para ler e responder com meu auxílio.
– Escreva seu nome por completo
– Nome completo dos pais
– O nome completo do seu professor (a)
– O nome de sua escola e sua localização
– A localização de sua residência (urbana, rural)
– O nome de seu amigo (a)
– O nome de sua cidade natal
Acompanhei nas carteiras o desempenho de cada aluno, onde, o desenvolvimento dos mesmos foi
significativo, responderam as questões solicitadas acimas e no final da aula realizei uma exposição
oral em que cada aluno apresentou comentários positivos sobre a aula adaptada aos mesmos na
disciplina de Língua portuguesa.
6. RECURSOS:
Alfabeto móvel, cola, prancha, borracha, folha de sulfite, cadernos, quadro de giz, lápis e canetas
engrossados. (Tecnologia Assistiva).
7. AVALIAÇÃO:
No fim da aula de educação especial e inclusiva, avaliei os educandos de forma positiva, pois
todos interagiram e participaram da aula de forma criativa e crítica, onde souberam explorar seus
conhecimentos e aprofundar suas ideias juntamente comigo e os demais colegas, houve respeito e
silêncio na hora de escutar as minhas explicações sobre a importância do alfabeto e das palavras,
conhecendo as características de cada som produzido em processo de alfabetização/ letramento,
foram disciplinados e interessados, contribuíram efetivamente no desenvolvimento das atividades,
assim como, no próprio desenvolvimento cognitivo.
REFERÊNCIAS
BUDEL, GISLAIINE COIMBRA. Mediação de Aprendizagem na educação especial/ Gislaine
Coimbra Budel, Marcos Meier. – Curitiba: InterSaberes, 2012. – (Série Inclusão Social).
FERREIRO, EMÍLIA. Alfabetização em processo. São Paulo: Cortez, 2004.
FREIRE, PAULO. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1967.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio curricular supervisionado em educação especial e educação inclusiva desenvolveu-se com
base na observação á prática docente, na participação ativa, no auxílio ao professor nas atividades e
na produção de material. Analisou-se o método de inclusão social, a relação professor – aluno, os
estímulos do ambiente e do brinquedo na conquista da Modificabilidade Cognitiva dos educandos
com necessidades educacionais especiais.
Na escola vivenciei muitas ações positivas/ significativas, através de ações investigativas,
entrevistas, saberes, diálogo, respeito, democracia, relações e culturas diversas, encaminhamentos
metodológicos, conteúdos e conhecimentos específicos no processo de ensino – aprendizagem. O
papel da escola, da sociedade e da família é muito importante na luta em reverter esse quadro de
preconceitos e discriminação pela qual passam as pessoas com necessidades especiais devidos á
limitações específicas que possuem.
As adaptações pedagógicas devem ser constantes para que enriqueça os saberes, a prática e as
habilidades dos professores e dos educandos, para que possam realizar com suas técnicas ações
após uma organização tática e coerente, podendo se inteirar dos objetivos, conhecendo os processos
de educação, e investindo em sua formação continuada para ampliar o ensino-aprendizagem dos
educandos, devendo sempre respeitar o desenvolvimento cognitivo dos alunos, planejando e
direcionando atividades que envolvam o aluno como agente ativo do processo ensino-
aprendizagem, como também, analisando tudo o que o aluno faz: descobrindo o que ele domina,
utilizando as suas hipóteses para compreender a sua forma de pensar, isto é, valorizar o que o aluno
com necessidade educacional especial já possui de conhecimentos.
A respeito das contradições decorrentes, o trabalho e a atuação do professor/ pedagogo muitas vezes
é considerada uma ação isolada, não importante na sociedade, por ser uma sociedade capitalista que
muitas vezes valoriza demasiada as estruturas da escola, os seus meios de comunicação, acreditando
que isso é fundamental e necessário para o conforto de seus filhos, desvalorizando em alguns
momentos o esforço e o desempenho do professor (a), o trabalho do professor (a) que devem ser
mais valorizado, não digo que não está sendo, mas é preciso maior compreensão, reconhecimento
da formação, maior remuneração salarial a esse profissional, sendo que, muitas vezes têm escolas
com grandes recursos educacionais, mas não têm o mais essencial à educação que é o professor,
pois acontece que, muitas vezes faltam professores para atuar nas escolas, e isso precisa ser mais
debatido, visto e refletido pela nossa sociedade em geral.
O estágio em educação especial e inclusiva forneceu-me um grande aprendizado e uma sólida
formação por conta da participação real ao contexto educativo “especial”, por haver a reflexão da
realidade ali exposta, onde se analisa os processos de inclusão x exclusão e da capacidade de
conquistarmos á modificabilidade cognitiva humana, independentemente das limitações específica
de cada pessoa. Em forma de conclusão do trabalho de estágio curricular, pode-se afirmar que as
contribuições trazidas pelo trabalho foram gradativamente significativas á minha futura formação
docente. Verificou-se que a inclusão social é possível, e através dela se obtêm maiores
oportunidades e capacidade de estabelecer laços e se desenvolver fisicamente e cognitivamente
todas as pessoas com necessidades especiais.
Contudo, os estímulos da família, da escola e sociedade para com essas pessoas, contribuem para
que sejam membros ativos e autônomos na construção de conhecimentos. Concluindo, os momentos
de observações e participação ativa no espaço estagiado foram momentos em que a descrição dos
sujeitos foi observada incluindo a cultura, posição social, os comportamentos, as dificuldades
encontradas, o modo de falar e outras especificidades. A reconstrução do diálogo foi analisada,
sendo que utilizei das palavras dos sujeitos tornando o documento mais preciso e fidedigno, onde o
local estagiado foi detalhado da melhor forma possível.
Devemos estar buscando conhecimentos no que diz a respeito há educação especial e inclusiva, pois
é uma prática inovadora que esta sendo enfatizada e necessita sim, de qualidade no ensino-
aprendizagem de todos os alunos, devemos exigir que a escola se atualize diariamente, e que nós
professores nos aperfeiçoamos nas nossas práticas pedagógicas. É um novo paradigma que desafia o
cotidiano escolar brasileiro. São barreiras a serem superadas por todos: profissionais da educação,
comunidade, pais e alunos. Precisamos aprender mais sobre a diversidade humana, a fim de
compreender os modos diferenciados que cada ser humano observa o mundo e a sociedade em que
vive.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Política Nacional de Educação
Especial. Brasília, DF: Secretaria de Educação Especial, 1994.
____________.Constituição da República Federativa do Brasil, 1988 Brasília, DF, Poder
Executivo, 05 de outubro de 1988
____________.Ministério Público Federal Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva
organizadores. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns da rede regular.
Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, 2004.
BUDEL, Gislaine Coimbra. Mediação de Aprendizagem na educação especial/ Gislaine Coimbra
Budel, Marcos Meier. – Curitiba: InterSaberes, 2012. – (Série Inclusão Social)
DECLARAÇÃO de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. (1994,
Salamanca). Brasília: CORDE, 1997.
FERREIRO, EMÍLIA. Alfabetização em processo. São Paulo: Cortez, 2004.
FEUERSTEIN, Reuven. A avaliação dinâmica da modificabilidade cognitiva: a dispositiva
propensão de aprendizagem: teoria, instrumentos e técnicas. Jerusalém, Israel: ICELP Press, 2002.
FEUERSTEIN, Reuven. FALIK, Louis H. FEUERSTEIN, Rafi. As definições de conceitos
essenciais e termos: Um glossário de trabalho. Jerusalém, Israel: ICELP Printshop de 2006.
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necessidades educativas especiais. Brasília, CORDE, 1994.
SANTOS, S.M.P.; CRUZ, D.R.M. O lúdico na formação do educador. In. SANTOS, Santa Marli
Pires (Org.). O lúdico na formação do educador. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1999. p.11-17.
VYGOTSKY, LEVI. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA – EDUCAÇÃO ESPECIAL E
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O LÚDICO COMO FERRAMENTA NO RESGATE DA
MODIFICABILIDADE COGNITIVA ESTRUTURAL
1. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO:
Um ambiente tranquilo e baseado em estímulos faz toda a diferença na construção e no resgate da
modificabilidade cognitiva de qualquer estrutura mental humana. Desde então, observa-se na
instituição estagiada, duas alunas superdotadas e uma menina e um menino com Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Com essa situação, pode-se destacar a importância de
realizar durante a semana na escola, diversas atividades lúdicas no espaço formal e não formal, e
assim aproveitar ao máximo o potencial da turma em geral. Pois o ensino-aprendizagem baseado
em quadros paredes, não se fundamenta propriamente na diversidade cultural presente no contexto
escolar. O ensino deve ter base em diferentes formas de aprendizagem, em diversos contextos e
ambientes formais e não formais, sendo que o lúdico enquanto instrumento, favorece
qualitativamente o ensino-aprendizagem na educação especial.
2. JUSTIFICATIVA PARA A EXECUÇÃO DO PROJETO NA INSTITUIÇÃO:
A proposta de intervenção com base na ludicidade é de suma importância na área da educação
especial e inclusiva, sendo que têm por principal objetivo o resgate da modificabilidade cognitiva
estrutural dos educandos, assim como nos prova a Teoria de Reuven Feuestein sobre a importância
do lúdico, dos estímulos e do ambiente no ensino-aprendizagem na educação especial. Observa-se a
necessidade de uma proposta de intervenção pedagógica diferenciada no contexto educacional
inclusivo/ especial, onde, muitas vezes a caracterização da situação pedagógica é um pouco
fragmentada por falta de estímulos no ensino-aprendizagem dos discentes, a relação professor-aluno
pode ser mais ativa no ambiente formal e o não formal. Os ambientes devem ser mais bem
reutilizados com diversas atividades lúdicas na conquista da modificabilidade cognitiva estrutural
dos educandos com necessidades educacionais especiais. O ambiente formal e o não formal
oferecem estímulos que devem ser usados competentemente pelo mediador no resgate da
modificabilidade cognitiva, na construção do conhecimento, da autonomia, da mediação e da
consciência do aluno, onde crianças “normais” trocam ideias, sentimentos e brincadeiras com as
crianças consideradas “especiais”.
Com a aplicação das atividades lúdicas, espera-se que os educandos com necessidades educacionais
especiais, desenvolvam a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento
quanto à posição do corpo e o desenvolvimento cognitivo dos mesmos.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL: Propor, descrever e aplicar uma metodologia alternativa de trabalho no
ensino – aprendizagem com atividades lúdicas em ambientes formais e não formais.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Aprofundar o conhecimento e o conceito dos estímulos que fazem toda a diferença no
ensino-aprendizagem, no psicomotor, cognitivo, emocional, social e cultural dos
alunos.
• Apresentar a escola, aos educadores e aos educandos a Teoria de Reuven
Feuerstein, a qual se baseia em estímulos no ambiente e consegue a reabilitação dos
casos mais graves de limitações específicas em educandos com necessidades
educacionais especiais.
• Propor aos alunos vivências diversificadas em ambientes não formais, para que possam
explorar o ambiente, fazer tentativas e se desenvolverem cognitivamente.
• Identificar de forma concreta a necessidade de ser desenvolvida uma metodologia
lúdica tanto no ambiente formal, quanto no ambiente não formal.
4. METODOLOGIA
Na procura de elaborar uma proposta de intervenção pedagógica na área de educação especial e
educação inclusiva, baseou–se em pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, realizada em
bibliotecas e escola pública do município de Bela Vista da Caroba–Pr, (livros de metodologia
lúdica, obras literárias, cadernos, revistas, artigos científicos, jornais e instituição escolar estagiada
de educação especial).
4.1 ELABORAÇÕES DAS ATIVIDADES:
As atividades devem ser desenvolvidas uma vez por semana na escola durante 4 meses seguidos,
sendo desempenhada 8 atividades, com um total de 2 horas para cada atividade aplicada. Abaixo
detalhes das atividades elaboradas.
• MÍMICAS EM GRUPOS
A turma deve ser divida em grupos, cada grupo composto por 2 alunos, por meio de gestos e de
ações representadas pelo educador nas atividades lúdicas, o grupo é desafiado a acertar quais são as
atividades lúdicas apresentadas pelo professor através da mímica, quem acertar mais atividades
através dos gestos e de ações será o grupo que irá propor juntamente com o educador novas
mímicas com atividades lúdicas.
• BRINQUEDOS CONSTRUÍDOS
Com mediação aos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), construir brinquedos os
quais passam por um processo e desenvolvem as habilidades motoras dos educandos, como,
barquinho de papel, cata vento e barco de garrafa petti, no qual, depois de construídos será refletido
com a turma sobre as inúmeras utilidades dos materiais recicláveis na construção de diversos
materiais para atividades lúdicas no ambiente formal e não formal.
• DESENHOS E PINTURAS
Realizar a leitura do texto a Flauta de Luanda, e em uma folha de sulfite branca, solicitar que cada
educando desenhe o que obteve de entendimento da leitura, depois de desenhado conforme o
entendimento, a imaginação e a criatividade de cada um, a pintura pode ser realizada diversificada
de acordo com o gosto dos educandos, com tinta guache, lápis de cor ou lápis de cera, canetinha
colorida, entre outros.
• BRINCADEIRAS DE MASSINHA: MODELANDO PERSONAGENS
Fazer a leitura e refletir sobre a história de Branca de Neve com os educandos, depois acrescentar
que os mesmos fiquem livres para desenvolver e escolher quais os personagens da história que mais
se identificaram e, em seguida desenhar/ modelar com massinha colorida os personagens escolhidos
e a natureza. Onde cada educando possuí seu livro ilustrativo com a historinha.
• JOGO SIMBÓLICO FAZ DE CONTA
Utilizar-se de brincadeiras como o “faz – de – conta” para deixar os educandos realizar o papel que
desejar no momento das brincadeiras. Tais atividades nos ambientes não formais buscam
desenvolver competentemente as habilidades dos educandos como, psicomotor, cognitivo,
emocional, social, cultural, imitação, imaginação, fantasia e a assimilação da realidade.
• PARLENDAS
Desenvolver diversas parlendas populares no ensino-aprendizagem como, “Um, dois, feijão com
arroz”, “Serra, serra, serrador” “Amanhã é domingo, pé de cachimbo”, acompanhadas de cantos,
brincadeiras de roda e de círculos.
• DANÇAS FOLCLÓRICAS E CANÇÕES
Trabalhar danças folclóricas, neste sentido utilizar canções, movimentos em círculos, em grupos e
em pares. As danças folclóricas possuem uma didática que permite aprofundar e obter melhores
resultados e entendimento sobre as demais culturas, no qual se ensina e analisa-se com os alunos o
ensino da letra, da melodia, do som, dos movimentos corporais, dos gestos, das ações, da inclusão, e
da diversidade cultural de cada região brasileira.
• TEATRO MUDO
Em grupo de 3 alunos, distribuir a cada grupo três palavras formadas diferenciadas, no qual com a
mediação do educador cada grupo prepara uma pequena cena teatral a partir das 3 palavras
recebidas, em seguida, o grupo apresenta através da mímica a peça teatral organizada.
4.2 RECURSOS
Cola branca e colorida, cadernos, barco de papel, barco de sucata, cata vento, desenhos ilustrativos
e realizados a mão, ambiente formal e ambiente não formal, glitter, garrafa petti, papel sulfite,
parlendas, lápis preto, lápis de cor, lápis de cera, massinha colorida de modelar, música, tinta
guache, textos, tesoura, livros literários e informativos, ilustrações e quadro de giz.
[1] Relatório de Estágio Supervisionado apresentado como requisito parcial para obtenção do
título de Especialização no Curso de Pós-Graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva,
do Centro Universitário Internacional Uninter.
[2] Graduada em Pedagogia (FACINTER), Graduanda de Licenciatura Plena em História 2°
Semestre (FACINTER), Especialização em Educação Especial e Inclusiva (FACINTER),
Especialização Docência no Ensino Superior (Faculdade São Luís).
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