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Canções e Crônicas de Amor e Vida Cotidiana

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MALVINA

Malvina
Você não vai me abandonar
Não pode
Sem você como é que eu vou ficar?
Tá fazendo mais de dez anos
Que nós temos juntos
E daqui você não sai
MINHA VIDA SEM VC NÃO VAI
MINHA VIDA SEM VC NÃO VAI
Malvina, Malvina
Fica ali com o teu nego, Malvina (minha
vida)
(Sem você não vai)
Lá fora a vida é dura sozinha, filha
(Minha vida), Malvina, Malvina
(Sem você não vai), pensa bem, nega,
pensa bem, nega!
(Minha vida sem você não vai)
Joga A Chave

Joga a chave meu bem


Aqui fora tá ruim demais
Cheguei tarde perturbei teu sono
Amanhã eu não perturbo mais

Joga a chave meu bem


Aqui fora tá ruim demais
Cheguei tarde perturbei teu sono
Amanhã eu não perturbo mais

Faço um furo na porta


Amarro um cordão no trinco
Pra abrir pro lado de fora
Não perturbo mais teu sono
Chego à meia-noite e cinco
Ou então a qualquer hora
Conselho de Mulher

Quando deus fez o homem


Quis fazer um vagolino que nunca tinha fome
E que tinha no destino
Nunca pegar no batente e viver forgadamente
O homem era feliz enquanto deus assim quis
Mas depois pegou adão, tirou uma costela e
fez a mulher
Deis di intão, o homem trabalha prela
Mai daí, o homem reza todo dia uma oração
Se quiser tirar de mim arguma coisa de bão
Que me tire o trabaio, a muié não!

Pogressio, pogressio
Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem
do trabaio
Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar

Quanto tempo nóis perdeu na boemia


Sambando noite e dia, cortando uma rama
sem parar
Agora iscuitando o conselho das mulheres
Amanhã vou trabalhar, se deus quiser, mas
deus não quer!

Pogressio, pogressio
Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem
do trabaio
Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar

Quanto tempo nóis perdeu na boemia


Sambando noite e dia, cortando uma rama
sem parar
Agora iscuitando o conselho das mulheres
Amanhã vou trabalhar, se deus quiser, mas
deus não quer!

Saudosa Maloca

Se o sinhô não está lembrado


Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse adifício arto
Era uma casa velha
Um palacete abandonado

Foi aqui seu moço


Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca
Mas um dia, eu nem quero me alembrá
Veio os homis c'oas ferramenta
Que o dono mandô derrubá

Peguemos todas nossas coisas


E fumos pro meio da rua
Apreciar a demolição
Que tristeza que eu sentia
Cada táuba que caía
Doía no coração

Mato Grosso quis gritá


Mas em cima eu falei
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar
Só se conformemos quando o Joca falou
Deus dá o frio conforme o cobertor

E hoje nós pega páia nas gramas do jardim


E pra esquecê, nós cantemos assim
Saudosa maloca, maloca querida
Dim-dim donde nós passemos os dias feliz de nossas vidas
Saudosa maloca, maloca querida
Dim-dim donde nós passemos os dias feliz de nossas vidas

As Mariposa

As mariposa quando chega o frio


Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra
si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra
descansá
(2x)

Eu sou a lâmpida
E as muié é as mariposa
Que fica dando vorta em vorta de mim
Todas noite só pra me beijá

As mariposa quando chega o frio


Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra
si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra
descansá
(2x)
Tá muitu bom...
Mas num vai si acostumá, viu
Dona mariposinha?

Abrigo de Vagabundos

Eu arranjei o meu dinheiro


Trabalhando o ano inteiro
Numa cerâmica
Fabricando potes
E lá no alto da Moóca
Eu comprei um lindo lote dez de frente e
dez de fundos
Construí minha maloca
Me disseram que sem planta
Não se pode construir
Mas quem trabalha tudo pode conseguir

João Saracura que é fiscal da Prefeitura


Foi um grande amigo, arranjou tudo pra
mim
Por onde andará Joca e Matogrosso
Aqueles dois amigos
Que não quis me acompanhar
Andarão jogados na avenida São João
Ou vendo o Sol quadrado na detenção
Minha maloca, a mais linda que eu já vi
Hoje está legalizada ninguém pode
demolir
Minha maloca a mais linda deste mundo
Ofereço aos vagabundos
Que não têm onde dormir

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Iracema
Iracema, eu nunca mais que te vi
Iracema meu grande amor foi embora
Chorei, eu chorei de dor porque
Iracema, meu grande amor foi você

Iracema, eu sempre dizia


Cuidado ao travessar essas ruas
Eu falava, mas você não me escuitava,
não
Iracema você travessou contra mão

E hoje ela vive lá no céu


E ela vive bem juntinho de nosso Sinhô
De lembranças guardo somente suas
meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato

Iracema, fartavam vinte dias pra o nosso


casamento
Que nois ia se casar
Você atravessou a rua São João
Veio um carro, te pega e te pincha no
chão
O chofer não teve culpa, Iracema
Você atravessou contra mão

E hoje ela vive lá no céu


E ela vive bem juntinho de nosso Sinhô
De lembranças guardo somente suas
meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato
Um Samba No Bexiga
Domingo nóis fumo num samba no
Bexiga
Na Rua Major, na casa do Nicola
À mezzanotte o'clock
Saiu uma baita duma briga
Era só pizza que avuava
Junto com as brajola

Nóis era estranho no lugar


E não quisemo se meter
Não fumo lá pra brigá, nóis fumo lá pra
come
Na hora H se enfiemo de baixo da mesa
Fiquemo ali, que beleza
Vendo o Nicola brigá
Dali a pouco escuitemo a patrulha chegá
E o Sargento Oliveira falá
Num tem portância
Vou chamá duas ambulância

Carma pessoal
A situação aqui tá muito cínica
Os mais pior, vai praa

Apaga o Fogo Mané

Inez saiu dizendo que ia comprar um


pavio
Pro lampião
Pode me esperar Mané
Que eu já volto já
Acendi o fogão, botei a água pra
esquentar
E fui pro portão
Só pra ver Inez chegar

Anoiteceu e ela não voltou


Fui pra rua feito louco
Pra saber o que aconteceu
Procurei na Central
Procurei no Hospital e no xadrez
Andei a cidade inteira
E não encontrei Inez

Voltei pra casa triste demais


O que Inez me fez não se faz
E no chão bem perto do fogão
Encontrei um papel escrito assim
Pode apagar o fogo mané que eu não
volto mais
Pode apagar o fogo mané que eu não
volto mais

O Casamento do Moacir

A turma da favela convidaram-nos


Para irmos assistir
O casamento da gabriela com o moacir
Arranjemos uma beca preta
E um sapato branco bem apertado no pé
E se apreparemos para ir
Na catedral lá da vila ré

Quando os noivos estava no artar


O padre começou a perguntar
Umas coisas assim em latim:
Qualquer um de vodis aqui presenti
Tem alguma coisa de falar contra esses
bodis?

Seu padre, apara o casamento!


O noivo é casado, pai de sete rebento
Fora o que está pra vir
O pai é esse aí - o moacir!

Que vexame!
A noiva começou a soluçar
Porque o noivo não passou no exame
nupiciar
Já acabou-se a festa
Porque nóis descobriu
O moacir era casado
Cinco vez, lá no estado do rio

No Morro da Casa Verde

Silêncio, é madrugada.
No morro da casa verde
A raça dorme em paz
E lá embaixo
Meus colegas de maloca
Quando começa a sambá não pára
mais
Silêncio!
Valdir, vai buscar o tambor
Laércio, traz o agogô
Que o samba na casa verde enfezou!
Silêncio!

Samba Italiano
Gioconda, piccina mia
Vai a brincar nel mare
Nel fondo
Ma attenzione col tubarone!
Hai udito?
Hai capito?
Meu San Benedito!

Piove, piove
Fa tempo que piove quà, Gigi
E io, sempre io
Sotto la tua finestra
E voi, senza me sentire
Ridere, ridere, ridere
Di questo infelice quì
Piove, piove
Fa tempo que piove quà, Gigi
E io, sempre io
Sotto la tua finestra
E voi, senza me sentire
Ridere, ridere, ridere
Di questo infelice quì

Ti ricordi, Gioconda
Di quella sera in Guarujá
Quando il mare te portava via
E me chiamaste
Aiuto, Marcello!
La tua Gioconda
Ha paura di quest'onda!

Ti dico: Andiamo noi


Come ha detto Michelangelo
Oi, Oi, Oi, Oi, Oi, Oi, Oi!

Prova de Carinho

Com a corda mi
Do meu cavaquinho
Fiz uma aliança pra ela
Prova de carinho

Com a corda mi
Do meu cavaquinho
Fiz uma aliança pra ela
Prova de carinho

Quanta serenata
Eu tenho que perder
Pois meu cavaquinho
Já não pode mais gemer
Quanto sacrifício
Eu tive que fazer
Para dar a prova pra ela
Do meu bem querer

Com a corda mi
Do meu cavaquinho
Fiz uma aliança pra ela
Prova de carinho

Com a corda mi
Do meu cavaquinho
Fiz uma aliança pra ela
Prova de carinho

Já Fui Uma Brasa

Eu também um dia fui uma brasa


E acendi muita lenha no fogão
E hoje o que é que eu sou?
Quem sabe de mim é meu violão
Mas lembro que o rádio que hoje toca iê-
iê-iê o dia inteiro,
Tocava saudosa maloca

Eu gosto dos meninos destes tal de iê-iê-


iê, porque com eles,
Canta a voz do povo
E eu que já fui uma brasa,
Se assoprarem posso acender de novo
(declamado):
É negrão... eu ia passando, o broto olhou
pra mim e disse: é uma cinza, mora?
Sim, mas se assoprarem debaixo desta
cinza tem muita lenha pra queimar...

Tocar Na Banda

Tocar na banda
Pra ganhar o quê
Duas mariolas
E um cigarro iolanda

Num relógio
É quatro e vinte
No outro é quatro e meia
É que de um relógio pra outro
As horas vareia

Marquei com a minha nega


Às cinco
Cheguei às cinco e quarenta
Esperar mais
Que vinte minutos
Quem é que agüenta

Aguenta a Mão, João

Não reclama, contra o temporal


Que derrubou seu barracão
Não reclama, Aguenta a Mão, João
Com o Cibide aconteceu coisa pior

Não reclama, pois a chuva só levou a sua


cama
Não reclama, Aguenta a Mão, João
Que amanhã tu levanta um barracão
muito melhor

C'o Cibide, coitado, não te contei?


Tinha muita coisa mais no barracão
A enxurrada levou seus tamancos e o
lampião
E um par de meia que era de muita
estimação

O Cibide tá que tá dando dó na gente


Anda por aí com uma mão atrás e outra
na frente

Despejo Na Favela
Quando o oficial de justiça chegou
Lá na favela
E, contra seu desejo
Entregou pra seu narciso
Um aviso, uma ordem de despejo

Assinada, seu doutor


Assim dizia a petição
Dentro de dez dias
Quero a favela vazia
E os barracos todos no chão

É uma ordem superior


Ô, ô, ô, ô, ô, meu senhor!
É uma ordem superior
Ô, ô, ô, ô, ô, meu senhor!
É uma ordem superior
Não tem nada não, seu doutor
Não tem nada não
Amanhã mesmo vou deixar meu barracão
Não tem nada não, seu doutor
Vou sair daqui
Pra não ouvir o ronco do trator

Pra mim não tem probrema


Em qualquer canto eu me arrumo
De qualquer jeito eu me ajeito
Depois, o que eu tenho é tão pouco
Minha mudança é tão pequena
Que cabe no bolso de trás

Mas essa gente aí, hein?


Como é que faz?
Mas essa gente aí, hein?
Com'é que faz?
Ô, ô, ô, ô, ô, meu senhor!
Essa gente aí
Como é que faz?
Ô, ô, ô, ô, ô, meu senhor!
Essa gente aí, hein?
Como é que faz?

Mulher, Patrão e Cachaça


Num barracão da favela do vergueiro
Onde se guarda instrumento
Ali, nós morava em três
Eu, Violão da Silveira, seu criado
Ela, Cuíca de Souza
E o Cavaquinho de Oliveira Penteado
Quando o cavaco centrava
E a cuíca soluçava
Eu entrava de baixaria
E a ximangada sambava
Bebia sacolejava
Dia e noite, noite e dia

No barracão quando a gente batucava


Essa cuíca malvada, chorava como ela só
Pois ela gostava demais do meu hit
E bem baixinho gemia
Gemia assim
Como quem tem algum dodói

Tudo aquilo era pra mim


Gemia e me olhava assim
Como quem diz:
Alô my boy
E eu como bom violão
Carregava no bordão
Caprichava o Sol maior

Mas um dia patrão, que horror


Foi o rádio que anunciou com o fundo musical
Dona Cuíca de Souza
Com Cavaco de Oliveira Penteado se casou

E deu uma coisa na caquete


Eu ia pegar o cavaco
E o pandeiro me falou

Não seja bobo


Não se escracha
Mulher, patrão e cachaça
Em qualquer canto se acha

Samba Do Metrô

Você está vendo aquela mulher que tá


indo ali
Ela não quer saber de mim
Sabem por que?
Eu menti pra conquistar seu bem querer

Eu disse a ela que eu trabalhava de


engenheiro
Que o metrô de São Paulo estava em
minhas mãos
E que se desse tudo certo
Ela seria a primeira passageira na
inauguração
Tudo ia indo muito bem até que um dia

Até que um dia


Ela passou de ônibus pela via 23 de maio
E da janela do coletivo me viu
Plantava grama no barranco da avenida
Hoje fiquei sabendo que ela é orgulhosa,
convencida
Não passa de uma triste Maragaria
Orgulhosa, convencida
Não passa de uma triste Maragaria...

Tiro Ao Álvaro
De tanto levar frechada do teu olhar

De tanto levar frechada do teu olhar


Meu peito até parece sabe o quê?
Tábua
De tiro ao Álvaro
Não tem mais onde furar
(Não tem mais)

De tanto levar frechada do teu olhar


Meu peito até parece sabe o quê?
Tábua
De tiro ao Álvaro
Não tem mais onde furar

Teu olhar mata mais do que bala de


carabina
Que veneno estricnina
Que peixeira de baiano

Teu olhar mata mais que


Atropelamento de automóver
Mata mais que bala de revórver

Samba do Arnesto
O Arnesto nos convidou pra um samba,
ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma
reiva
Da outra vez, nós num vai mais
Nós não semos tatu!

O Arnesto nos convidou pra um samba,


ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma
reiva
Da outra vez, nós num vai mais

No outro dia encontremo com o Arnesto


Que pediu desculpas, mas nós não
aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se
importa
Mas você devia ter ponhado um recado
na porta

Trem Das Onze


Não posso ficar nem mais um minuto com
você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã

Não posso ficar nem mais um minuto com


você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã

Além disso, mulher


Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar

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